J. Bras. Nefrol. 2007;29(3 suppl. 2):1-18.

Diálise

DC 001

MORBIDADE E MORTALIDADE CARDIOVASCULARES EM PACIENTES SUBMETIDOS AO PROGRAMA DE DIALISE PERITONEAL

RAPHAEL PEREIRA PASCHOALIN; CASSIANO AUGUSTO BRAGA SILVA, MIGUEL MOYSES NETO, SUSANA ZANARDO CHIOZI, BEATRIZ NAKAGAWA, MARIA ESTELA P. NARDIM, MARIA TEREZINHA I. VANNUCCHI, JULIO CÉSAR WESTPHAL

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO

Objetivo: Verificar as causas de morbidade cardiovasculares que necessitaram de internaçao, bem como a mortalidade cardiovascular em pacientes submetidos à diálise peritoneal. Pacientes e Métodos: Foram avaliados todos os pacientes que iniciaram tratamento em CAPD (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua) e APD (Diálise Peritoneal Automatizada) no período de julho de 2001 a dezembro de 2006, totalizando 66 meses de observaçao. Foram registradas todas as internaçoes, suas causas e a evoluçao dos pacientes. Resultados: Nos 66 meses de observaçao foram admitidos no Serviço 177 pacientes. Dos 177 pacientes observados, 63(35.6%) foram internados por problemas cardiovasculares. Desse total de 63 pacientes, 42(66.6%) foram submetidos a CAPD e 21(33.4%) a APD; a idade média foi de 63 anos, variando de 21-93 anos; 33(52.4%) pacientes eram do sexo masculino e 57(90.5%) eram brancos. 55.5% dos pacientes que internaram por problemas cardiovasculares eram diabéticos. O tempo em diálise variou de 1 a 51 meses, com média de 24 meses de tratamento. Foram computadas 119 internaçoes por problemas cardiovasculares. As principais causas foram Edema Agudo de Pulmao (31.9%), Crise Hipertensiva (16.0%), Acidente Vascular Cerebral (14.3%), Arritmias (10.9%), Insuficiência Cardíaca Congestiva (5.9%), Infarto Agudo do Miocárdio (5.9%) e outras causas (15.1%). Dos 177 pacientes avaliados no período, 71 foram a óbito, destes 21(29.5%) por eventos cardiovasculares: 7 por Infarto Agudo do Miocárdio, 5 por Acidente Vascular Cerebral, 4 por Insuficiência Cardíaca Congestiva e 5 por outras causas; 12(16.9%) pacientes foram a óbito por morte súbita no domicílio, o que também é sugestivo de problemas cardiovasculares. Dos 71 pacientes que foram a óbito no período, 45% eram diabéticos. Conclusoes: Há um alto índice de internaçao e mortalidade por problemas cardiovasculares entre os pacientes submetidos a diálise peritoneal. Metade dos pacientes internados e que foram a óbito por causas cardiovasculares eram portadores de diabetes melitus.


DC 002

OCORRENCIA DE FISTULA PERITONEO-PLEURAL E FISTULA PERITONEO-ESCROTAL NOS PACIENTES EM DIALISE PERITONEAL

RAPHAEL PEREIRA PASCHOALIN; MIGUEL MOYSES NETO, SUSANA ZANARDO CHIOZI, BEATRIZ NAKAGAWA, OSVALDO MEREGE VIEIRA NETO, EDMUNDO OCTAVIO RASPANTI, CASSIANO AUGUSTO BRAGA SILVA

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO

Objetivo: Verificar a ocorrência de fístula Peritôneo-Pleural (PP) e Peritôneo-Escrotal (PE) em pacientes submetidos à diálise peritoneal. Pacientes e Métodos: Foram avaliados todos os pacientes em CAPD (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua) e APD (Diálise Peritoneal Automatizada) que apresentaram fístula Peritôneo-Pleural e fístula Peritôneo-Escrotal no período de julho de 2001 a dezembro de 2006, totalizando 66 meses de observaçao. Relato dos Casos: Nos 66 meses de observaçao foram admitidos no Serviço 177 pacientes. Destes, 5(2.8%) apresentaram fístula peritôneopleural e 3(1.7%) apresentaram fístula peritôneo-escrotal, totalizando 8 pacientes. A idade média dos pacientes foi de 56.9 anos, variando de 28 a 88 anos, com tempo médio de tratamento na época do diagnóstico de 9.7 meses (variando de 1 a 29 meses). A etiologia da Insuficiência Renal Crônica (IRC) mais prevalente foi a Nefropatia Diabética 87.5% (7/8 pacientes), seguida por Nefropatia Hipertensiva 12.5% (1/8 paciente); 75% dos pacientes (6/8) eram da raça branca e 62,5% (5/8) eram do sexo feminino. No momento da descoberta, os 3 pacientes que apresentaram fistula PE encontravam-se em CAPD: em 1 dos pacientes, a terapia foi suspensa por 3 dias e ele foi encaminhado para APD, onde permaneceu até o final do estudo sem recidiva (35 meses); 1 paciente foi transferido para hemodiálise (HD) por contra-indicaçao cirúrgica; e em outro paciente o CAPD foi suspenso por 4 dias e reiniciado após esse período, sem recidiva até o final do estudo (7 meses). Dos que apresentaram fístula PP, 2 encontravamse em CAPD e 3 em APD. O diagnóstico das fístulas PP foi feito com os pacientes internados, através do teste de azul de metileno: em 2 pacientes, o tratamento foi suspenso por 15 dias e em seguida eles foram transferidos para APD e continuaram no método até o final do estudo, sem recidiva (1 paciente por 23 meses e o outro por 3 meses); em 3 pacientes o tratamento foi suspenso e eles foram transferidos para HD. Nenhum dos pacientes que foi submetido à HD voltou ao programa de diálise peritoneal. Conclusoes: Houve uma prevalência grande dessas alteraçoes em pacientes diabéticos, e em 50% dos pacientes esse tipo de morbidade dificultou ou encerrou a possibilidade do paciente se manter em programa de diálise peritoneal.


DC 003

A PROFUNDIDADE DA CAMARA ANTERIOR DURANTE SESSAO DE HEMODIALISE

CAROLINA PELEGRINI BARBOSA1,2, FRANCISCO R STEFANINI1, FERNANDO M PENHA1, MIGUEL ANGELO GOES2, AUGUSTO PARANHOS JUNIOR1

1. DEPARTAMENTO DE OFTALMOLOGIA, 2. DISCIPLINA DE NEFROLOGIA UNIFESP, BRASIL; DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIFESP, SAO PAULO, BRASIL

Introduçao: O glaucoma agudo durante a sessao de hemodiálise nao é incomum. Contudo, os resultados de estudos que demonstraram alteraçao na pressao intraocular (PIO)durante sessao de hemodiálise sao controversos. Objetivo: Avaliar a PIO e a profundidade da câmara anterior (PCA) em pacientes com IRC Terminal durante a sessao de hemodiálise. Materiais e métodos: Realizado um estudo prospectivo durante sessao de hemodiálise. Foram avaliados trinta e sete olhos de vinte pacientes em três (3) diferentes tempos durante simples sessao de hemodiálise. O Diâmetro Axial e a profundidade da câmara anterior foram medidas utilizando biometria ultra-sonográfica. PIO foi avaliada usando tonômetro de Tonopen. Ultrafiltraçao (UF) e pressao arterial (PA) foram observadas. Análise de variância (ANOVA) com medidas repetidas, análises univariadas e multivariada foram realizadas. Resultados: Nao houve diferença no diâmetro axial entre as 3 medidas durante a sessao de hemodiálise (p=0,08), como na análise multivariada (p>0,05). Os mesmos resultados foram também observados para a PCA (p=0,105, p>0,05). Contudo, um paciente teve uma flutuaçao de mais que 25% na PCA. PIO nao alterou significativamente durante o exame (p=0,73). A PIO e a PCA nao apresentaram correlaçoes significantes com UF e PA (p>0,05). Conclusao: Nao observamos alteraçoes significantes na profundidade da câmara anterior, com isto nao justificando alguns casos de glaucoma agudo durante a sessao de hemodiálise, o que sugere que este fenômeno acontece em alguns pacientes específicos com ângulos de câmara anterior estreito.


DC 004

ALTERAÇOES ELETROCARDIOGRAFICAS EM PACIENTES MANTIDOS EM HEMODIALISE

PATRICIA BRANDAO DA SILVA, CM PELOSO, SM SOUZA E SOUZA, GF FAZANARO, JZ MAIOLINO, OJ RODRIGUES, NA SANTOS, ELB MARTINS, RR RIBEIRO E FR LELLO SANTOS

HOSPITAL UNIVERSITARIO ALZIRA VELANO – HUAV

Introduçao: As complicaçoes cardiovasculares constituem a principal causa de mortalidade em pacientes com DRC. Para detecçao de alteraçoes morfofisiológicas cardíacas dispoe-se do eletrocardiograma (ECG) que, apesar de baixa especificidade, é um exame nao invasivo e disponível nos centros de diálise. Com a finalidade de detectar alteraçoes eletrocardiográficas em pacientes assintomáticos mantidos em hemodiálise (HD), foi proposta a realizaçao do ECG durante a sessao dialítica dos pacientes da TRS do HUAV. Material e métodos: Foi realizado o ECG convencional, com 12 derivaçoes, durante a sessao dialítica de 51 pacientes no centro de TRS do HUAV. Resultados: Trinta homens e vinte e uma mulheres com idade variando de 22 a 82 anos (52,4±14,7), mantidos em HD entre 2 e 94 meses (32,3±24,2), com hemoglobina de 10,0±2,1, apresentaram os seguintes achados ao ECG: Sobrecarga atrial esquerda, 43,2%; hipertrofia ventricular esquerda, 39,3%; alteraçao de repolarizaçao, 37,3%; alteraçao de ritmo (BDASE, BRE), 27,5%; alteraçao isquêmica, 19,7%; normal, 15,7%; sobrecarga ventricular direita em 1 paciente. Discussao: As sobrecargas de câmaras, SAE e HVE, foram as principais alteraçoes encontradas. A HVE correlaciona-se a um alto risco de morte súbita nesta populaçao e o ECG mostrou-se sensível à detecçao dessas alteraçoes. Somente em oito pacientes (15,7%) nao encontramos alteraçoes ao ECG. O ambiente urêmico apresenta vários fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular, incluindo os tradicionais e os nao tradicionais. A HAS e a sobrecarga hídrica, comumente encontrada nessa populaçao dialítica, sao os principais responsáveis por estes achados. No grupo em estudo, a presença da anemia comportase como um fator nao-tradicional de risco que contribui para o desenvolvimento e progressao de anormalidades estruturais no coraçao. Esta condiçao deve ser corrigida inclusive na fase pré-dialítica. Conclusoes: O ECG é um importante instrumento para estratificaçao de risco de anormalidades miocárdicas. A anemia pode contribuir para as alteraçoes cardíacas.


DC 005

ESTUDO DO ENFRENTAMENTO DA HEMODIALISE (HD): RELATOS DE PACIENTES ANTE A NOVA NECESSIDADE.

ANTONIO CARLOS ROSSI; ROGÉRIO BARBOSA DE DEUS, LILIAN GANDOLPHO

NUPSIQ – NUCLEO DE PESQUISA EM PSICOTERAPIA E PSIQUIATRIA

Introduçao: Dentre as terapias de substituiçao da funçao renal, a hemodiálise ocupa lugar de destaque. É um tratamento que consiste no uso de um filtro dialisador acoplado a uma máquina de diálise que proporciona um tratamento eficaz no controle da doença renal crônica dialítica (DRC5) e permite ao paciente melhora no seu estilo de vida. Objetivo: Analisar em entrevistas semi dirigidas, as alteraçoes que influenciam a aceitaçao do tratamento hemodialítico. Pacientes e Métodos: Selecionamos, aleatoriamente 23 pacientes (idade: 25 a 54 anos, 12M/11F), no mínimo há 6 meses em HD, sem alteraçoes visuais, auditivas ou vocais e boa adesividade ao tratamento de HD. Foram realizadas 2 entrevistas semi dirigidas com duraçao de 50 minutos, na HD. Resultados: 38,5% fizeram tratamento conservador, 69,2% com medo de morrer, 92,3% dificuldades de aceitaçao da dieta hídrica, 84.6% medo da máquina, 92,3% desânimo, mudanças na vida, 46,2% mudanças corporais, 84,6% mudanças cotidiano, 46,2% deixaram de trabalhar, 92,3% pararam de estudar, 53,9% sensaçao de isolamento familiar e amigos, 76,9% piora da vida sexual (06 pacientes nao relataram sobre vida sexual). Conclusao: O estudo mostra necessidade de avaliaçao prévia (tratamento conservador) em pacientes pré-dialíticos e a possibilidade de acompanhamento psicológico destes pacientes.


DC 006

TRANSPLANTE RENAL (TXR): POSSIBILIDADE DE MELHORA NA QUALIDADE DE VIDA ?

ANTONIO CARLOS ROSSI; LIGIA FLORIO, ROGÉRIO BARBOSA DE DEUS

NUPSIQ – NUCLEO DE PESQUISA EM PSICOTERAPIA E PSIQUIATRIA

Introduçao: O transplante renal (TXR) é um método de tratamento para pacientes com doença renal crônica classe 5 (DRC5) que apresenta melhora da qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Analisar as alteraçoes de comportamentais que influenciam as expectativas para o TXR. Metodologia: Foram levantados prontuários de 23 pacientes (12M/11F, idade 54±16 anos, média ± desvio padrao, X±DP) em terapia renal substitutiva, sem outras co-morbidades e com deambulaçao preservada. Responderam a um questionário.

Resultados: Observou-se que o nº de pacientes que querem fazer TXR e com doador cadáver sao significantemente maiores. Também observamos que ficar livre da máquina de diálise, de comparecer ao centro de diálise liberar das restriçoes alimentares apresentaram diferenças significativas entre as respostas. Conclusoes: Observamos que os pacientes deslocam, suas expectativas de melhora da qualidade e retorno as atividades da vida com a realizaçao do TXR.


DC 007

ASPECTOS SOCIAIS E DEMOGRAFICOS DE PACIENTES EM HEMODIALISE (HD) EM CLINICA SATÉLITE DE SAO PAULO.

ANTONIO CARLOS ROSSI; LIGIA FLORIO, ROGÉRIO BARBOSA DE DEUS

NUPSIQ – NUCLEO DE PESQUISA EM PSICOTERAPIA E PSIQUIATRIA

Objetivo: Avaliar as características sócio-demográficas dos pacientes que iniciaram HD em hemodiálise. Pacientes e métodos: Foram selecionados 77 pacientes (50M,27F com idade de 56 ± 14 anos, X±DP) que iniciaram HD há pelo menos 6 meses em unidade satélite. Foram avaliados, retrospectivamente, o prontuário destes pacientes deste o início da HD com ênfase em tempo de tratamento, idade, condiçoes sócio-familiares, emprego, interesse em transplante renal.

Resultados: Etnia: B: branco, N: negra. A: amarelo, P: parda. Estado civil: S: solteiro.; C: casado; D: separado; V: viúvo. No grupo total 9 pacientes apresentavam hepatite B e 13 pacientes sem condiçoes clínicas (médico-laboratoriais) para TXR. Os pacientes para HD que eram do sexo masculino, com atividade profissional, raça branca e com preferência para transplante para doador cadáver foram significativamente maiores quando comparados com o grupo feminino, e o grupo masculino apresentava-se com maiores índices de co-morbidades. Conclusoes: Observamos que houve um maior interesse em TXR nos indivíduos que iniciam HD e nao houve influencia das etnias, no mesmo sexo.


DC 008

M-EDTA NA PREVENÇAO DE INFECÇAO EM CATETER DE HEMODIALISE : ASPECTOS FARMACOLOGICOS.

JOSÉ ROSITO FILHO; PEDRO ROSITO, JOSÉ ROSITO NETO, JOAO CARLOS BIERNAT E MARCELA SANTIAGO BIERNAT

CLINIRIM PORTO ALEGRE -RS

Introduçao: a contaminaçao bacteriana e fúngica, com formaçao de biofilmes em cateteres de hemodiálise, representa alto risco para pacientes por ser quelante de cálcio, magnésio e ferro o edetato dissódico (edta) mostrou-se eficaz contra bactéria, fungo e biofilme. Objetivo: propor uma nova formulaçao e estudar a fármaco-técnica (estabilidade, doseamento de edta, minociclina e m-edta) e análise microbiológica da mistura de minociclina com edta. Métodos: avaliou-se a estabilidade e doseamento de m-edta por cromatografia líquida e espectrofotometria de absorçao atômica dos componentes em separado e de m-edta; a formulaçao testada foi: cloridrato de minociclina 9,0 mg;edta 90 mg;veículo 3 ml, sendo 3,0g% a concentraçao de edta e de 0,3 g% da minociclina as mensuraçoes foram trimestrais avaliou-se a compatibilida de do m-edta com a embalagem primária e a esterilidade com thioglicolathe broth, tryptic soy broth, ts agar e sabouroud. Resultados: a estabilidade de minociclina, edta e do produto-teste m-edta foi:

o coeficiente de variaçao foi de 0% para minociclina, de 0,04496% para edta e de 0,4474% para o produto m-edta a soluçao de m-edta manteve as características de compatibilidade com embalagem e cor, nao surgindo precipitados ou turvaçao ou alteraçoes nas características físicas, químicas e biológicas, por açao de fatores ambientais do ponto de vista microbiológico as amostras dos lotes analisados foram estéreis. conclusoes: observou-se estabilidade, compatibilidade e esterilidade adequadas do m-edta, mantendo-se as características farmacológicas originais dos seus componentes.


DC 009

PREVENÇAO DE INFECÇAO DE CATETER DE HEMODIALISE (HD) COM SOLUÇAO DE M-EDTA

JOAO CARLOS BIERNAT, J. ROSITO Fº, J. ROSITO NETO, P. ROSITO, F. DOS SANTOS, A.M.G. SANTOS, M.S. BIERNAT, D. KOCHHANN E M.S. DEMIN

CLINIRIM -PORTO ALEGRE -RS

Introduçao: Heparina em cateter nao protege de infecçao,havendo alta incidência de sepse por cateter. Edetato dissódico (EDTA) é um forte quelante de cálcio, magnésio e ferro, com conhecida açao anti-biofilme e bactericida, além de ser anticoagulante. Objetivo: Verificar a eficiência de soluçao de Minociclina eEDTA na prevençao de infecçao de cateter de HD. Metologia: Hemoculturas seriadas, prospectivas, foram coletadas de 2 em 2 dias, antes de sessao de HD, através de 15 cateteres duplo lúmen. Após a sessao, a luz de 8 cateteres foi preenchida com Heparina (grupo A), e com MEDTA (grupo B) em 7 cateteres. Usou-se técnica estéril; havendo oclusao, retirada de cateter ou uso de antibióticos encerrava-se a observaçao. A soluçao de M-EDTA continha 3,0 mg/ml de Minociclina e 30 mg/ml de EDTA. As hemoculturas foram encuba das por 5 dias em caldo BHI (Brain Heart Infusion ) e a identificaçao bacteriana feita com provas bioquímicas usuais e sistema Bactray. Resultados: Realizaram-se 160 hemoculturas, sendo 84 no Grupo A (heparina) e 76 no Grupo B (M-EDTA). No Grupo A, o tempo acumulado de observaçao foi de 248 dias e o tempo médio de permanência do cateter foi 31 dias. No Grupo B, a observaçao foi de 203 dias e o tempo médio de permanência no estudo foi de 29 dias, por cateter. Hemoculturas foram positivas em 8 exames no Grupo A , com incidência de 9,52% de contaminaçao contra 1 hemocultura positiva no Grupo B, que teve 1,31% de contaminaçao (p<0,05). Identificaram-se Staphylococcus aureus em 4 amostras, Kleb-siella pneumoniae em 4 amostras e Streptococcus pneumoniae em 1 hemocultura. Quanto à contaminaçao específica de cateteres, ocorreu em 4 do Grupo A e em 1 do Grupo B. Conclusoes:: soluçao de MEDTA, comparada com Heparina, previne de modo significativo a contaminaçao de cateter de Hemodiálise; estes resultados sugerem que M-EDTA seja um importante aliado na efetiva prevençao de infecçao em cateter.


DC 010 (TL 001)

DESAFIOS DA IMPLANTAÇAO DO GERENCIAMENTO DE RESIDUOS SOLIDOS EM CLINICA DE DIALISE

ALESSANDRA VIEGAS CORREA; MONICA N.S.CASTRO; MARIA DA GLORIA S.LIMA; MARIA A SINQUINI

GRUPO DE ASSISTENCIA MÉDICA E NEFROLOGICA LTDA-GAMEN

Introduçao: Este trabalho tem a finalidade de demonstrar os desafios encontrados durante a criaçao e implementaçao do plano de gerenciamento de resíduos em serviço de diálise. Objetivo: O objetivo do trabalho é compartilhar com demais profissionais da área de saúde, os desafios para criar e implementar um gerenciamento de resíduos de forma que sejam obedecidas as normas vigentes, além de cumprir com a responsabilidade sócioambiental. Método: O primeiro passo dado foi a elaboraçao do plano de gerenciamento, com coleta de todos os dados da empresa, número de funcionários, número de pacientes, localizaçao e identificaçao das fontes geradoras, nomeaçao de responsáveis pela elaboraçao e implementaçao do plano, interrelaçao dos grupos (Cipa-comissao interna de prevençao de acidentes, CCIH-comissao de controle de infecçao e PCMSO-programa de controle médico e saúde ocupacional). A partir daí seguiu-se para a fase de formaçao de grupos multiplicadores para adquirir comprometimento das lideranças; etapa de compra de materiais, contato com empresas compradoras de produtos recicláveis, coleta seletiva, convivência e adequaçao das rotinas por parte de todos os funcionários e confecçao de folhetos informativos. Devido a grande rotatividade de funcionários no estabelecimento elaborou-se um questionário para quantificar o percentual de profissionais com treinamento no referido assunto. Foram distribuídos 100 questionários, dos quais 76 foram respondidos. Resultados: As etapas do gerenciamento de resíduo na clínica puderam ser concretizadas em um período de três anos, aproximadamente. Dentre os quais foi de fundamental importância a educaçao continuada. Em 2005, criou-se a primeira semana de gerenciamento de resíduo da clínica, com continuidade nos anos posteriores. Neste ano foi criado o jornal informativo e já conseguimos, através do processo de coleta seletiva de materiais recicláveis, evitar que fosse vazado em aterro sanitário em apenas um mês, aproximadamente 1,1 tonelada de resíduo reciclável, bem como a capacitaçao de 70,58% do total de funcionários, tendo ainda como meta a capacitaçao de toda a equipe. Discussao e Conclusao: Em 2004 e 2005 foi elaborado e implementado o plano de gerenciamento do estabelecimento, onde através dos gráficos acima pode-se visualizar que o grupo dos resíduos infectantes era consideravelmente superior aos demais grupos (comum, reciclável ou nao, químicos e perfurocortantes). Durante a implementaçao do plano e o trabalho com a coleta e separaçao de materiais recicláveis, que foi contemplado em 2006, percebeu-se a reduçao gradativa do percentual de resíduo infectante, aumento do resíduo comum e consequentemente do resíduo reciclável. Foi constatado que nao houve nenhum acidente relacionado ao manuseio e descarte incorreto dos resíduos. O sucesso do projeto deve-se a intensa colaboraçao e incentivo da instituiçao em promover a educaçao continuada. Portanto, conclui-se que, foi vencido um dos maiores, senao o maior, desafio para implementaçao de um projeto, a mudança de pensamentos, discurso e atitude.


DC 011

CONHECIMENTO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIALISE

LIA CONRADO; TUFIK J M GELEILETE, MARIA THEREZINHA I VANNUCCHI, JULIANA QUEIROS, ROSEMEIRE A LOUSADA, ELIANA SUKADOLNIK.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO

Introduçao: pacientes em hemodiálise (HD) possuem alto risco cardiovascular (RCV), sendo a HAS um dos fatores mais fortes deles. O tratamento destes baseia se principalmente no controle dos fatores de risco modificáveis, como pressao arterial, hábitos alimentares inadequados, dieta rica em sal, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e obesidade. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos pacientes a respeito dos fatores de RCV e seu controle, em pacientes que estao em HD. Pacientes e Métodos: foram avaliados 119 pacientes em HD em serviço de nefrologia de grande porte em Ribeirao Preto através questionários estruturados abordando conhecimento da PA, hábitos de vida e dietéticos. Resultados: Dos 119 pacientes avaliados 29,4% (n=35) apresentavam PA controlada (PAc) sendo que destes 45,7% tinham real conhecimento deste controle, enquanto que dos 70,6% dos hipertensos nao controlados (PAn) 25% nao tinham conhecimento da inadequaçao. Apresentavam IMC > 25; 48 pacientes, sendo que 42% destes consideravam seu peso adequado. Apenas 2 pacientes nao identificam o sal como ruim para controle de sua PA, porem 13 reconhecem nao o restringir na dieta. Dos pacientes com PAc 8,6% ingerem álcool contra 20,2% dos com PAn, embora 91% nos dois grupos o identifiquem como indesejável. No grupo PAc 8,5% sao tabagistas contra 15,5% no PAn, mas 89% nos 2 grupos o reconhecem como fator RCV. Apenas 78% dos pacientes sabem que a atividade física regular é protetiva. Conclusao: para uma populaçao de alto RCV, e tao intensivamente monitorizada, o grau de conhecimento dos próprios fatores de RCV é insuficiente. Além disto, alguns pacientes nao melhoram seus hábitos apesar do conhecimento.


DC 012 (TL 001)

USO DE ACIDO NICOTINICO (AN) NO TRATAMENTO DA HIPERFOSFATEMIA (HF) NOS PACIENTES EM HEMODIALISE.

ANACARLA SYDRONIO DE SOUZA, ANA HELENA AIRAO, PRISCILA LUSTOZA, SOLANGE BARUKI, LEONARDO LEIROZ, ELIZABETE ARAUJO, GLADYS DA MATTA.

ASSISTENCIA RENAL TOTAL, RIO DE JANEIRO

Introduçao: A tendência a retençao de fosfato se inicia cedo na doença renal, devido a reduçao de sua filtraçao. A hiperfosfatemia é um evento tardio, estando intimamente relacionada ao hiperparatireoidismo secundário, que promove um papel importante no desenvolvimento da osteodistrofia renal e suas complicaoes. Por isso a prevençao da hiperfosfatemia tem sido buscada em todas as fases da doença renal. A restriçao ao fósforo na dieta e o uso de diferentes agentes para se ligar ao fósforo ingerido sao as duas modalidades de tratamento usadas. Objetivo: Observar o efeito do acido nicotínico no tratamento da hiperfosfatemia em pacientes em hemodiálise. Material e Métodos: Estudo prospectivo, por três meses, em três pacientes com fósforo acima de 7,5 em HD. Utilizamos inicialmente 250mg de AN, à noite e observamos cálcio, fósforo, paratormônio, colesterol, triglicerideos, creatinofosfoquinase e LDH, mensalmente, ou na presença de queixa relacionada à lise muscular. Resultados: Total de três pacientes, duas mulheres (66%) um homem (34%), 100% da cor parda, com idade média de 45 anos (41-50), tempo médio em HD 152 meses (111-192), tendo como doença de base hipertensao arterial, pielonefrite crônica e GESF. A média do fósforo inicial foi de 10,30mg/dl(7,5-14,2 mg/dl) e do produto cálcio fósforo foi de 93,37 (70,5-124,20), após noventa dias de tratamento a média da reduçao do fósforo foi de 37,66% (16-58%). Apenas 1(34%) paciente apresentou discreto aumento na cratininofosfoquinase(CK) sem clínica para rabdomiólise, 100% dos pacientes apresentaram queda do colesterol e triglicerideos. 66,66% dos pc necessitaram do aumento da dose do AN para melhor resposta da queda do fósforo. A dose máxima utilizada foi de 750 mg a noite. Conclusao: A amostra apesar de pequena, revela que o ácido nicotínico pode ser eficaz e seguro no tratamento da hiperfosfatemia em renais crônicos em hemodiálise, auxiliando também no controle do colesterol e triglicerideos, sem aparente risco de rabdomiólise, podendo ser uma alternativa no controle do fósforo nesta populaçao.


DC 013

PERITONITE POR RHODOCOCCUS SPP. EM DIALISE PERITONEAL: RELATO DE CASO E REVISAO DA LITERATURA

MATTA, GJ; SAMPAIO, PLG; COSTA, S; ARAUJO, E; STANISCK, SF; SANTAROSA, AH; BARUKI, S; LEIROZ, LK; SYDRONIO, AC.

ART- ASSISTENCIA RENAL TOTAL

Introduçao: Rhodococcus equi, anteriormente denominado Corynebacterium equi, tem sido reconhecido como um agente causador de broncopneumonia em eqüinos a partir do isolamento em potros infectados em 1923. Esse agente emergente é descrito como causador de infecçoes em humanos, especialmente em pacientes imunocomprometidos e portadores do vírus da síndrome da imunodeficiência adquirida (HIV). Entretanto, o relato de infecçoes extrapulmonares e em pacientes imunocompetentes é infrequente. Objetivos: Relato de caso de peritonite associada a diálise peritoneal automatizada causada por Rhodococcus sp. e revisao da literatura. Relato de caso: Paciente masculino, 70 anos, portador de diabetes mellitus e hipertensao arterial sistêmica há 20 anos, evoluindo com perda progressiva da funçao renal e azotemia, sendo indicado tratamento dialítico em julho de 2005 via cateter de duplo lúmen e posterior inclusao em programa de diálise peritoneal automatizada, sem história prévia de peritonite. Paciente evoluiu em novembro de 2005 com quadro de peritonite e abscesso peritoneal, com indicaçao de laparotmia exploradora, drenagem de secreçao purulenta e retirada do cateter de Tenckhoff. Cultura de líquido peritoneal evidenciou crescimento de Rhodococcus sp. Iniciada antibioticoterapia com vancomicina, rifampicina e ciprofloxacina, evoluindo com dor abdominal e drenagem espontânea de secreçao purulenta pela ferida operatória. Tomografia computadorizada do abdome evidenciou abscesso supravesical com fístula cutânea. Paciente evoluiu para cura clínica e microbiológica após 3 meses de antibioticoterapia específica Conclusao: A descriçao de um caso de peritonite associada a diálise com a formaçao de coleçao intraperitoneal e abdominal e o pequeno número de relatos descritos na literatura demonstram a importância desse patógeno emergente. Devido ao caráter insidioso do quadro infeccioso, a demora no estabelecimento do diagnóstico etiológico e as dificuldades terapêuticas, o diagnóstico deve ser considerado em pacientes com suspeita de peritonite associada a diálise causada por difteróides ou Nocardia sp.


DC 014 (TL 002)

A AVALIAÇAO DAS COMORBIDADES NA ADMISSAO DOS PACIENTES EM HEMODIALISE É UM FORTE PREDITOR DE SUA SOBREVIDA

ANA CRISTINA CARVALHO DE MATOS; CRISTIANE MOCELIN, CAMILA SARDENBERG, MARIA CLAUDIA ANDREOLI, ERIKA RANGEL, MOACIR DE OLIVEIRA, OSCAR F. P. SANTOS, MIGUEL CENDOROGLO, BENTO F. SANTOS

CENTRO DE DIALISE EISNTEIN – INSTITUTO ISRAELITA DE ENSINO E PESQUISA

Objetivos: Identificar os fatores que influenciam a sobrevida dos pacientes em programa crônico de hemodiálise em um Hospital Privado do Brasil. Materiais e métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, 99 pacientes que estiveram em programa crônico de hemodiálise por pelo menos 3 meses, no período de 02/2000 a 10/2006. As características dos pacientes que foram avaliadas quanto a possível influência na sobrevida foram: causa da IRC (diabete melito ou nao), sexo, idade, níveis de albumina, proteína C reativa (PCR), hemoglobina e o Indice de Doenças Coexistentes, o ICED, da admissao. Análise estatística: As curvas de sobrevida foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier e as diferenças entre as curvas foram avaliadas pelo teste log-rank. Resultados: A idade dos pacientes foi de 63.14±16.18 anos, 34% deles eram do sexo feminino e 40% apresentavam DM como causa da IRC. A distribuiçao dos pacientes de acordo com o nível de ICED foi: 25(25%) pacientes apresentavam ICED leve, 36(36%) ICED moderado e 38 (38%) ICED grave. Trinta e três pacientes (33%) foram a óbito, 24(24%) foram submetidos a transplante renal, 5(5%) foram transferidos para outra unidade de diálise, 36(36%) continuaram em hemodiálise e 1 (1%) paciente recuperou a funçao renal. A sobrevida em 1 ano foi de 80%. Na análise univariada, os fatores que se associaram à sobrevida foram o nível de PCR na admissao (RR=1.39 IC 95%: 1.04-1.85; p=0.026), a idade do paciente (RR=1.049 IC 95%: 1.017-1.082; p=0.028) e o nível de ICED 3 em relaçao ao nível de ICED 1 (RR=9,25 IC 95%: 1.23-69.48; p=0.03). Na análise multivariada, os fatores que se associaram à sobrevida foram a idade (p=0.0025) e o ICED grave em relaçao ao ICED leve (p=0.0341). Conclusao: A utilizaçao do ICED na admissao dos pacientes em hemodiálise identifica aqueles com maior risco de óbito e auxilia na otimizaçao de seu tratamento e dos recursos necessários.


DC 015 (TL 002)

RELAÇAO DA CAPACIDADE FISICA COM A SOBREVIDA DE PACIENTES EM HEMODIALISE

PAULO RICARDO MOREIRA; PRISCILA BUNDCHEN, NARA MARISCO, SILVANA KEMPFER, RODRIGO PLENTZ.

UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA, CLINICA RENAL SANTA LUCIA.

Introduçao: Muitas variáveis têm valor preditivo de mortalidade entre pacientes em hemodiálise. Entre elas incluem-se parâmetros bioquímicos, antropométricos, nutricionais, cardiovasculares e comorbidades. A capacidade de exercício, avaliada pelo consumo de oxigênio (VO2 máx), embora influenciada por muitos dos fatores acima citados, tem sido demonstrado como um fator independente de mortalidade ou sobrevida, em um número de doenças crônicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da capacidade física na sobrevida dos pacientes em hemodiálise. Métodos: Cento e nove pacientes foram avaliados para a realizaçao de teste ergométrico em esteira no ano de 1996. Cinqüenta e dois pacientes foram considerados aptos e 57 pacientes apresentaram alguma contra-indicaçao ao teste e serviram de grupo controle para um ensaio dos efeitos do treinamento físico em pacientes de hemodiálise. Onze anos após, a sobrevida destes pacientes foi analisada e examinada a relaçao dos valores estimados da capacidade física com a ocorrência de óbito. Os dados foram apresentados como média e desvio-padrao. As médias das variáveis com distribuiçao normal foram comparadas pelo teste t de Student e das variáveis nao paramétricas pelo teste de Mann-Whitney. Utilizou-se o programa Epiinfo 2000 para a análise estatística. Resultados: Cinqüenta e dois pacientes realizaram o teste ergométrico. Quarenta e nove pacientes tiveram seguimento completo, tendo uma sobrevida média de 121,9±58,3 meses, significativamente superior (p=0,000) do que os 54 pacientes que nao realizaram o teste ergométrico, os quais obtiveram uma sobrevida média de 83,8±54,4 meses. As médias dos Questionários de Duke, Indice de Severidade da Doença Renal (ISDR) e Karnovski dos pacientes que realizaram o teste ergométrico foram, respectivamente, 26,1±5,9, 7,3±5,7, 85,3±9,36, significativamente (p=0,000; p=0,000; p=0,000) distintos dos pacientes que nao realizaram o teste, que foram, respectivamente, 18,7±6,1, 14,4±9,5, 75,2±13,9. A chance de um paciente ter feito o teste ergométrico e permanecer em hemodiálise após 11 anos é de 15,23 vezes (p=0,003) maior do que o paciente inapto para realizar o teste ergométrico. Por outro lado ter capacidade física para realizar o teste ergométrico tem um efeito protetor de morte de 0,59 (p=0,000). Em conclusao, os pacientes que fizeram o teste ergométrico eram significativamente mais jovens e apresentavam uma capacidade física e um grau de reabilitaçao maior, que deve ter contribuído para a permanência em programa de hemodiálise significativamente superior aos pacientes inaptos para a realizaçao do teste. Por outro lado, a presença de maiores comorbidades nos pacientes inaptos deve ter contribuído para a diminuiçao da capacidade física e menor tempo de hemodiálise.


DC 016

AVALIAÇAO DA INFLUENCIA DO VO2 MAX NA SOBREVIDA DE PACIENTES EM HEMODIALISE

PAULO RICARDO MOREIRA, PRISCILA BUNDCHEN, NARA MARISCO, SILVANA KEMPFER, RODRIGO PLENTZ.

UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA, CLINICA RENAL SANTA LUCIA

Introduçao: Muitas variáveis tem valor preditivo de mortalidade entre pacientes em hemodiálise. Entre elas incluem-se parâmetros bioquímicos, antropométricos, nutricionais, cardiovasculares e comorbidades. A capacidade de exercício, avaliada pelo consumo de oxigênio (VO2 máx), embora influenciada por muitos dos fatores acima citados, tem sido demonstrada como um fator independente de mortalidade ou sobrevida, em um número de doenças crônicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do VO2 máx na sobrevida dos pacientes em hemodiálise. Métodos: Cinqüenta e dois pacientes em tratamento hemodialítico foram submetidos a teste ergométrico no ano de 1996. A sobrevida destes pacientes foi avaliada, decorridos 11 anos, até abril 2007. Onze pacientes permaneciam em hemodiálise, dez foram transplantados, vinte e quatro foram a óbito e 7 transferidos de unidade. Três pacientes foram excluídos por perda de seguimento. Para a análise estatística, os pacientes foram divididos em 2 grupos (grupo 1-óbito, grupo 2-vivos). Os dados foram apresentados como média e desvio-padrao. As médias das variáveis com distribuiçao normal foram comparadas pelo teste t de Student e das variáveis nao paramétricas pelo teste de Mann-Whitney. Utilizou-se o programa Epiinfo 2000 para a análise estatística. Resultados: Dos 49 pacientes, com seguimento completo, 24 foram a óbito e 25 continuam vivos. As média de VO2 máximo e tempo de HD do grupo 1 foram, respectivamente, 18,4±8,6mL/min/Kg, e 129,2±51,9 meses, nao havendo diferença significativa (p=0,34; p=0,30) dos pacientes do grupo 2, que foram, respectivamente, 20,6±8,2mL/min/Kg e 114,8±64,1 meses. Houve uma tendência de um número maior de pacientes do grupo 2 terem sido submetidos a transplante renal, tendo uma saída de hemodiálise mais precoce do que o grupo 1. Já, a média de Indice de Severidade da Doença Renal (ISDR) do grupo 1 foi 10,6±5,9, sendo significativamente maior (p=0,000) que no grupo 2, que foi 4,8±3,7. As médias de FC repouso e FC máxima no grupo 1 foram, respectivamente, 79,6±11,0 bpm e 142,4±25,6 bpm, significativamente menor (p=0,04; p=0,03) que no grupo 2, que foram 85,8±12,0 bpm e 157,1±21,1 bpm, respectivamente. Conclusao: Os nossos dados demonstram que a capacidade física avaliada pelo VO2 máx nao foi significativamente diferente entre ambos os grupos de pacientes. Por outro lado, a presença de comorbidades avaliada pelo ISDR, foi mais prevalente no grupo 1 (óbito), confirmando outros autores, que afirmaram que a presença de comorbidades afeta a sobrevida . Entretanto, nos nossos pacientes, o fator mais importante para distinguir ambos os grupos foi o valor médio da freqüência cardíaca em repouso e a resposta da freqüência cardíaca em exercício. A resposta bloqueada da FC em exercício tem sido relatado em cardiopatas como fator de risco para morte e de prejuízo no desempenho físico. A neuropatia autonômica deve desempenhar um papel importante nesta resposta bloqueada da FC, merecendo estudos específicos.


DC 017

“PREVALENCIA DE DEMENCIA EM IDOSOS PORTADORES DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM PROGRAMA DE HEMODIALISE”

OLIVEIRA, CAF, RESURREIÇAO, FAMS; GOUVEIA, EA; MACEDO, JP; COSTA, AFP; BARROS, AAS; OLIVEIRA, RRD; PESSOA, MCA; QUEIROZ, SAGVV; SOUTINHO, LW FHAIAA-AL

Introduçao: A demência é hoje o problema de saúde mental que mais rapidamente cresce em importância e número. Sua prevalência aumenta exponencialmente com a idade. Objetivos: O presente estudo tem por objetivo estimar a prevalência de demência em idosos portadores de insuficiência renal crônica em programa de hemodiálise. Metodologia: Foi realizado estudo descritivo transversal, entre os meses de março e junho de 2007, com idosos de idade igual ou superior a 60 anos, submetidos a hemodiálise crônica no setor de Nefrologia do Hospital do Açúcar, em Maceió, AL. Os idosos responderam ao Mini-Exame do Estado Mental (FOLSTEIN et al), o qual consta de perguntas relacionadas com orientaçao; memória imediata; atençao e cálculo; evocaçao e linguagem. A escala apresenta uma pontuaçao máxima de 30 pontos. O diagnóstico de possível demência é interpretado de acordo com a escolaridade: analfabeto (< 14 pontos, possível demência), ginásio (< 18 pontos, possível demência), altamente escolarizado (< 24 pontos, possível demência). Resultados: O estudo envolveu 31 pacientes de ambos os sexos, predominância do sexo masculino (77,41%), com idade acima de 60 anos (média de 67,1±6,25 anos). A pontuaçao média foi de 23,39 pontos. Três pacientes apresentaram resultados compatíveis com demência (9,7%). Conclusao: Encontramos neste estudo uma prevalência bastante elevada de sintomas de demência em pacientes idosos portadores de insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise.


DC 018

“PREVALENCIA DE DEPRESSAO EM IDOSOS COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM PROGRAMA DE HEMODIALISE”

OLIVEIRA, CAF; RESURREIÇAO, FAMS; GOUVEIA, EA; MACEDO, JP; COSTA, AFP; BARROS, AAS; OLIVEIRA, RRD; QUEIROZ, SAGVV; SOUTINHO, LW; MARANHAO, CEC.

FHAIAA-AL

Introduçao: Depressao é a doença psiquiátrica mais comum entre os idosos, freqüentemente sem diagnóstico e sem tratamento. A prevalência de depressao nos idosos é relevante na prática clínica, tendo como objetivo intervençao adequada. Objetivo: Determinar a prevalência de depressao em idosos com insuficiência renal crônica em programa de hemodiálise. Metodologia: Foi realizado estudo descritivo transversal, entre os meses de março e junho de 2007, com idosos de idade igual ou superior a 60 anos, submetidos à hemodiálise no setor de Nefrologia do Hospital do Açúcar, em Maceió, AL. Os idosos responderam à Escala de Depressao Geriátrica de Yesavage, versao simplificada com 15 perguntas, sendo enquadrados como apresentando suspeita de depressao aqueles cujos testes resultaram em uma pontuaçao maior que 5. Resultados: O estudo envolveu 30 pacientes, com idade acima de 60 anos (média de 66,8+5,87 anos), dos quais 13(43,33%) apresentaram resultados compatíveis com depressao. Conclusao: Encontramos no presente estudo uma prevalência bastante elevada de sintomas de depressao, em pacientes idosos portadores de insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise, chegando a duas vezes a prevalência de depressao na populaçao geriátrica nao institucionalizada observada por Duarte & Rego, 2007 na Cidade de Rio de Janeiro.


DC 019

“PREVALENCIA DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA E HIPERTROFIA DE VENTRICULO ESQUERDO EM PACIENTES EM HEMODIALISE.”

OLIVEIRA, CAF; RESURREIÇAO, FAMS; GOUVEIA, EA; MACEDO, JP; COSTA, AFP; BARROS, AAS; COSTA, FA; PESSOA, MCAP. FHAIAA-AL

Introduçao: A hipertensao arterial sistêmica (HAS) é a co-morbidade mais freqüente em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC), além de uma das principais causas de IRC em diálise. Objetivo: Estabelecer a prevalência de HAS em pacientes portadores de IRC em programa de hemodiálise no serviço de nefrologia do Hospital do Açúcar em Maceió-AL. Verificar a prevalência de hipertrofia de ventrículo esquerdo (HVE) nesta mesma populaçao. Metodologia: Um total de 100 pacientes foi submetido a questionário específico e exame ecocardiográfico. HAS foi definida como presente nos pacientes com relato espontâneo de HAS e/ou em uso de medicaçao hipotensora. HVE foi definida como presente naqueles pacientes com diâmetro diastólico de Parede Posterior de VE (dDPp) e/ou Septo (dDS) maior que 11mm. Os resultados sao relatados em números absolutos, percentuais, médias e desvio padrao. Resultados: Dos 100 pacientes estudados, 90 (90%) eram portadores de HAS, nestes a idade média foi de 46,97+13,57 anos, o dDPp foi 11,91+2,36 e dDS 12,7+2,88. Nos pacientes sem HAS a idade média foi 39,70+17,44 e o dDPp foi 9,95+1,50 e dDS 10,65+2,30. A prevalência de HVE na populaçao estudada foi de 65%, sendo maior na populaçao com HAS: 62 pacientes (68,89%) que na populaçao sem HAS: 3 pacientes (30%). Conclusao: Concluímos que HAS é uma patologia de prevalência extremamente elevada em pacientes com IRC em Hemodiálise, com grande repercussao de órgao alvo (nao rim) estudada neste caso por HVE.


DC 020

“QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES DIABÉTICOS E NAO DIABÉTICOS COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE, AVALIADA ATRAVÉS DO INSTRUMENTO GENÉRICO SF-36”

OLIVEIRA, CAF; RESURREIÇAO, FAMS; GOUVEIA, EA; MACEDO, JP; COSTA, AFP; BARROS, AAS; MARANHAO, CEC; SIQUEIRA, GSM; RIBEIRO, YJP.

FHAIAA-AL

Introduçao: A necessidade de avaliaçao da qualidade de vida dos pacientes está cada dia mais presente na área da saúde. Para os pacientes em hemodiálise, isto é mais imperativo visto que novas tecnologias e terapêuticas têm favorecido o aumento da expectativa de vida destes. O diabetes tem extrema relaçao com a Insuficiência renal crônica e seu impacto sobre a qualidade de vida dos pacientes em hemodiálise necessita ser esclarecido. Objetivos: Verificar se há diferença na qualidade de vida entre pacientes diabéticos e nao diabéticos submetidos a hemodiálise crônica. Métodos: O estudo constou de entrevista através do questionário genérico SF-36 e coleta de dados demográficos de pacientes em programa de hemodiálise em um serviço de nefrologia de Maceió-AL. Os valores sao expressos em números absolutos, médias e desvio padrao, a análise estatística foi realizada com teste exato de Fisher e teste t de Student quando apropriados. Os pacientes foram divididos em diabéticos (grupo A) e nao diabéticos (grupo B). Resultados: Ambos os grupos constaram de 23 pacientes sem diferença significante em relaçao à gênero e idade média entre si. Foi evidenciada uma diferença bastante significativa entre a qualidade de vida dos dois grupos estudados (p=0,003), onde o grupo B apresentou os melhores resultados. Os aspectos nos quais foi evidenciada maior relevância foram: funcionalidade física (p=0,002), ânimo/cançaso (p=0,018), bemestar emocional (p=0,033) e funcionalildade social (p<0,0001). Conclusao: Constatou-se que o questionário SF-36 foi um bom instrumento para avaliaçao da qualidade de vida na populaçao estudada. O diabetes foi confirmado como um fator de impacto negativo na qualidade de vida em pacientes em programa de hemodiálise.


DC 021

“QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE PELO SISTEMA UNICO DE SAUDE E POR CONVENIOS PRIVADOS, AVALIADA ATRAVÉS DO INSTRUMENTO GENÉRICO SF-36”

OLIVEIRA, CAF; RESURREIÇAO, FAMS; GOUVEIA, EA; MACEDO, JP; COSTA, AFP; BARROS, AAS; MARANHAO, CEC; PESSOA, MCA; RIBEIRO, YJP

FHAIAA-AL

Introduçao: A avaliaçao da qualidade de vida na assistência à saúde humana tem sido alvo de inúmeros estudos nos últimos anos, visando adequar e implementar medidas trilhando sempre o caminho de melhor bem estar. Objetivos: Comparar a qualidade de vida entre pacientes submetidos à hemodiálise crônica que possuem plano de saúde privado (PSP) e os que a realizam pelo sistema único de saúde (SUS). Métodos: O estudo constou de entrevista através do questionário genérico SF-36 e coleta de dados demográficos de pacientes em programa de hemodiálise em um serviço de nefrologia de Maceió-AL. Os valores sao expressos em números absolutos, médias e desvio padrao, a análise estatística foi realizada com teste exato de Fisher e teste t de Student quando apropriados. Resultados: Foram estudados 17 pacientes que possuem PSP e 17 que têm assistência do SUS. Dos pacientes com PSP, 12(70,6 %) eram do sexo masculino, com uma média de idade de 51,3 anos. Dos pacientes do SUS, 10 (58,8 %) eram do sexo masculino com média de idade média de 51,5 anos. Foi observado que os pacientes com acesso a PSP têm uma melhor qualidade de vida global em relaçao aos pacientes do SUS (p=0,031) e os aspectos que mais evidenciaram diferença foram saúde geral (p=0,009) e bem-estar emocional (p=0,046). Conclusao: O questionário genérico SF-36 foi um bom parâmetro para avaliar a qualidade de vida nos dois grupos. Foi constatado que a qualidade de vida entre os pacientes em programa de hemodiálise é influenciada pelo melhor acesso aos serviços de saúde de pacientes portadores de PSP.


DC 022

“TRATAMENTO DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA EM PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM PROGRAMA DE HEMODIALISE.”

OLIVEIRA, CAF; RESURREIÇAO, FAMS; GOUVEIA, EA; MACEDO, JP; COSTA, AFP; BARROS, AAS; COSTA, FA; PESSOA, MCA; SOUTINHO, LW

FHAIAA-AL

Introduçao: A hipertensao arterial sistêmica (HAS) é, sem dúvida, a co-morbidade mais freqüente em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC), além de uma das principais causas de IRC em diálise. Objetivos: Relatar o tratamento empregado em pacientes com HAS em programa de hemodiálise, com ênfase no tratamento medicamentoso. Metodologia: Foram avaliados 100 pacientes em programa crônico de hemodiálise no serviço de nefrologia no Hospital do Açúcar em Maceió-AL, aplicandose questionário específico para obtençao de dados demográficos e uso de medicaçao hipotensora. Resultados: Dos 100 pacientes avaliados, 90(90%) eram portadores de HAS, destes 16(17,78%) nao relataram uso de medicaçao hipotensora alguma. 74(82,22%) faziam uso de uma ou mais classes de medicaçoes hipotensoras (média de 1,46+1,01 classes/paciente). As classes de hipotensores mais utilizadas foram: Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensiva (IECA): 38(61,29%); beta-bloqueadores: 27(43,54%); Diuréticos: 19(30,64%); Inibidores Adrenérgicos de Açao Central: 17(27,42%); Bloqueadores dos canais de Cálcio: 15(24,19%); Vasodilatadores Diretos: 9(14,52%) e bloqueadores do receptor da angiotensiva II: 5(8,06%). Conclusao: Na populaçao estudada, com elevada prevalência de HAS, encontramos grande diversificaçao no tratamento hipotensor, sendo os IECA a classe de medicaçao hipotensora mais utilizada.


DC 023 (TL 004)

AVALIAÇAO BIOQUIMICA E RISCO DE DESNUTRIÇAO EM PACIENTES EM HEMODIALISE

CASTRO MCM; CHIARADIA F, SILVEIRA ACB, GONZAGA KBC, SANTOS GE, CENTENO JR, XAGORARIS M, SOUZA JAC

INSTITUTO DE NEFROLOGIA DE TAUBATÉ-SP, BRASIL

Objetivos: A desnutriçao (D) é complicaçao freqüente em pac em HD. O objetivo deste estudo foi investigar a utilidade dos exames mensais realizados por esses pac e correlacioná-los com o padrao nutricional (PN). Métodos: 252 pac foram submetidos a avaliaçao nutricional (AN) através do IMC, avaliaçao subjetiva global e avaliaçao objetiva global e classificados em: desnutridos (D), risco nutricional (RN), eutróficos (E), sobrepeso (SP) e obesos (O). Durante 4 meses consecutivos, os valores de uréia pré-HD (Upré), fósforo (PO4), creatinina (Cr), potássio (K), hemoglobina (Hb), cálcio (Ca) e do Kt/V foram registradas para cálculo das médias. Neste estudo a concentraçao de K no dialisato foi de 2,0mEq/L. Resultados: As médias de idade, tempo em HD, Hb e Ca nao foram diferentes nos diversos PN. A Tabela mostra os principais resultados observados.

Conclusoes: Os resultados mostram que pacientes D apresentam menor valor de Upré, PO4 e Cr, e maior valor de Kt/V em relaçao aos demais PN. Os resultados sugerem que pac com Upré<90mg/dl, PO4<4,2mg/dl, Cr<6,5mg/dl, K<4,2mEq/L e Kt/V>1,6 devem ser avaliados para presença de D.


DC 024

EVOLUÇAO DO PADRAO DE DEPRESSAO EM PACIENTES EM UM PROGRAMA DE HEMODIALISE

SILVA MV; CENTENO JR, XAGORARIS M, SOUZA JAC, CASTRO MCM

INSTITUTO DE NEFROLOGIA DE TAUBATÉ-SP, BRASIL

Objetivos: A prevalência de depressao (D) é elevada nos pac em HD e esta diretamente relacionada com a qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi avaliar o padrao evolutivo da D em um grupo de pac em HD crônica. Métodos: Em 45 pac foi aplicado o Inventário de Beck (IB) de D em duas ocasioes. D foi considerada se IB?15. Entre as avaliaçoes os pac foram acompanhados por psicóloga. Acompanhamento individual foi realizado em alguns pac por procura espontânea. Durante o estudo qualquer evento marcante (EM) na vida do pac foi registrado. Resultados: A idade foi de 55,1±16,5 anos, do tempo de HD 48,8±20,3 meses e o intervalo entre a 1a e 2a aplicaçao do IB foi de 10,2±1,7 meses. Na 1a avaliaçao 16 pac (35,6%) apresentavam IB≥15 e na 2a 12 pac (26,7%)(p=NS). A Tabela mostra o padrao evolutivo da D e a presença ou nao de um EM.

Conclusoes: Nosso estudo mostra que: 1) D é freqüente no pac em HD; 2) variaçoes no padrao D/nD sao pouco freqüentes (22%); 3) um EM está associado com a persistência da D ou o surgimento de novos casos de D; entretanto, 4) pac com D podem se tornar nD mesmo na presença de EM; 5) os dados reforçam a necessidade do psicólogo no acompanhamento dos pac em HD.


DC 025

VARIAÇAO DO PADRAO NUTRICIONAL (PN) NOS PACIENTES EM HEMODIALISE

CHIARADIA F; SILVEIRA ACB, GONZAGA KBC, SANTOS GE, CENTENO JR, XAGORARIS M, SOUZA JAC, CASTRO MCM.

INSTITUTO DE NEFROLOGIA DE TAUBATÉ – SP, BRASIL

Objetivos: Avaliar o PN de pac em HD submetidos a duas avaliaçoes nutricionais (NA) após orientaçao nutricional (ON) individualizada e periódica. Métodos: 158 pac foram submetidos a AN através do IMC, avaliaçoes subjetiva e objetiva global sendo classificados em: desnutridos (D), risco nutricional (RN), eutróficos (E), sobrepeso (SP) e obesos (O). De acordo com a AN inicial o pac recebia a ON. Resultados: A idade foi de 54,1±14,9 anos, o tempo de HD 43,5±19,8 meses. 58,9% eram masc e 32,3% diabéticos (Diab). O intervalo entre as AN foi de 6,1±1,7 meses. A Tabela mostra os principais resultados observados.

29 pac (18,3%) mudaram de PN, sendo que em 19(12%) ocorreu uma piora. Para Diab e nao Diab os resultados nao foram diferentes daqueles observados na Tabela. Conclusoes: A ON após AN nao é suficiente para melhorar o PN dos pac com D ou RN. A ON nao impede o surgimento de novos casos de D e RN, indicando que medidas adicionais devem ser incorporadas. Pac com SP ou O sao menos sujeitos a variaçoes no PN.


DC 026 (TL 004)

MARCADORES SÉRICOS DO TURNOVER OSSEO NO DIAGNOSTICO DA OSTEODISTROFIA RENAL.

BARRETO FC1; BARRETO DV1, NEVES KR2, MOYSES RMA2, DRAIBE SA, JORGETI V2, CANZIANI MEF1, CARVALHO AB1.

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO E 2. UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

Introduçao: A confiabilidade do PTH intacto (PTHi) para o auxílio diagnóstico da osteodistrofia renal (OR) tem sido questionada. O uso de novos marcadores séricos do turnover ósseo ainda nao está bem estabelecido. Objetivo: Avaliar a acurácia de marcadores séricos do turnover ósseo para o diagnóstico da OR em pacientes renais crônicos em hemodiálise. Métodos: Noventa e oito pacientes em hemodiálise foram submetidos à biópsia óssea transilíaca com marcaçao prévia pela tetraciclina, seguida de análise histomorfométrica. Os marcadores séricos analisados foram PTHi, deoxipiridinolina (DPD), fosfatase alcalina total (FAT) e óssea (FAO). Resultados: A maioria dos pacientes era do sexo masculino (64%) e da raça branca (57%). A idade média foi de 48 ± 13 anos. O tempo médio em HD foi de 37 ± 25 meses. Noventa e cinco pacientes apresentaram algum tipo de OR à biópsia óssea. Três pacientes apresentaram histologia óssea normal. De acordo com a taxa de formaçao óssea, a doença óssea de baixa remodelaçao foi detectada em 60% dos pacientes, enquanto que a de alta remodelaçao foi diagnosticada em 37%. PTHi (r=0,49; p=0,001), DPD (r=0,47; p=0,001), FAT (r=0,40; p=0,007) e FAO (r=0,53; p<0,0001) correlacionaram-se significantemente com a taxa de formaçao óssea. A área sobre a curva ROC foi calculada para cada um dos marcadores. De modo geral, eles demonstraram um excelente poder para discriminar os pacientes com doença de baixa (AUC: FAO=0,869; DPD=0,882; PTHi=0,805 e FAT=0,809) e de alta remodelaçao (AUC: FAO=0,880; DPD=0,862; PTHi=0,837 e FAT=0,822). Conclusoes: Os marcadores bioquímicos com maior acurácia para o diagnóstico da OR foram a FAO e a DPD. Esses resultados indicam que novos marcadores, isto é, FAO e DPD, podem contribuir para o diagnóstico e manuseio da OR nos pacientes em hemodiálise.


DC 027

DUAS FORMAS DISTINTAS DE APRESENTAÇAO DE AMILOIDOSE LINGUAL EM PACIENTES EM HEMODIALISE. RELATO DE CASO.

BARRETO FC; BARRETO DV, LIBORIO AB, JUNIOR JBE, DAHER EF, ARAUJO SMHA.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA

Introduçao: A amiloidose secundária a β2-microglobulina (Aβ2m) afeta predominantemente o aparelho osteoarticular dos pacientes renais crônicos em hemodiálise. Embora depósitos sistêmicos possam ocorrer, o acometimento da língua é uma condiçao rara. Objetivo: Relatar dois casos de pacientes em hemodiálise com amiloidose lingual com apresentaçao distinta. Relato de caso: O primeiro caso é de uma paciente do sexo feminino, 50 anos, em hemodiálise desde 1981, apresentando múltiplos nódulos na superfície da língua. Antecedente de cirurgia descompressiva para síndrome do túnel do carpo (STC) em 2002. Logo após, a paciente começou a queixar-se de aparecimento de micro nódulos dolorosos na língua que aumentaram progressivamente em número e tamanho. O segundo caso é de um paciente masculino, 49 anos, em tratamento dialítico há 23 anos, incluindo quatro em CAPD. Antecedente de artralgia crônica em ombros e cirurgia para STC. Queixa de nódulo único em língua de aproximadamente 2cm em seu maior diâmetro. A análise histológica dos nódulos de ambos os pacientes revelou material amorfo eosinofílico. A coloraçao com vermelho Congo foi positiva e sob luz polarizada apresentou a característica birrefrigência verdemaça confirmando que o material amorfo observado representa depósitos de amilóide. Conclusoes: Aβ2m nao se restringe ao sistema osteoarticular. Uma vez que o tratamento dialítico tem permitido uma maior sobrevida para os pacientes com insuficiência renal crônica, é importante manter-se atento a essas manifestaçoes pouco comuns e relacionadas ao tempo prolongado em terapia dialítica.


DC 028

CONSUMO ALIMENTAR E SEU IMPACTO NA DOENÇA OSSEA EM PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIALISE.

JANAINA SILVA SOUSA, NORMA GONZAGA GUIMARAES, LILIAN BARROS SOUSA MOREIRA REIS, MARIA LETICIA CASCELLI AZEVEDO REIS

UNIVERSIDADE CATOLICA DE BRASILIA-DF E CLINICA DE DOENÇAS RENAIS DE BRASILIA-DF

Introduçao: Diferentes autores mostram a importância de um bom controle metabólico e nutricional em pacientes dialisados, para prevenir ou retardar complicaçoes inerentes à progressao da doença renal, tal como a doença óssea. Objetivo: Avaliar a influência do consumo alimentar sobre a doença óssea em pacientes submetidos à hemodiálise. Métodos: O estudo foi do tipo transversal, analítico e descritivo. Foram avaliados 111 pacientes adultos, de ambos os sexos, com média de idade de 50±15,35 anos em tratamento hemodialítico há mais de 3 meses e estáveis. Para análise dos dados bioquímicos, foram utilizados os resultados referentes ao último exame realizado pelos pacientes que constava do prontuário. A ingestao alimentar foi avaliada pelo inquérito alimentar denominado Recordatório 24 horas, com o auxílio de um registro fotográfico. Resultados: Houve correlaçao positiva entre o valor energético total da dieta e os valores séricos de PTH (r=0,41; p=0,02). Em relaçao à média da ingestao alimentar, o teor protéico da dieta estava abaixo das recomendaçoes para a populaçao estudada (21,61%- 1,08±0,66g/kg/dia), o teor de lipídio (30,98%) estava adequado, enquanto que o valor energético total da dieta (20,22±9,32kcal/kg/dia), o teor de carboidrato (47,38%), de cálcio (357,70mg) e de fósforo (729,29mg) da dieta encontravam-se reduzidos. O nível de fósforo sérico estava adequado em 43% dos pacientes e 54% da amostra apresentavam nível de cálcio sérico abaixo das recomendaçoes. O nível de PTH estava elevado em 52% dos pacientes. Conclusao: Apesar da prevalência de nível sérico normal de fósforo, observa-se uma tendência a populaçao à doença óssea, pois a maioria da amostra apresentou PTH sérico elevado e Cálcio sérico reduzido.


DC 029

CONFRATERNIZAÇAO DO PACIENTE RENAL CRONICO COM SEUS CUIDADORES EM FESTA TIPICA. ENFASE NA PARTICIPAÇAO.

ANGÉLICA GALHARDO; SHEILA ARAUJO COSTA, RODRIGO MATOS GOMES DA CUNHA, ROSILENE DE MORAES SILVA, MARIA BEZERRA, ROGÉRIO BARBOSA DE DEUS

CINE – CENTRO INTEGRADO DE NEFROLOGIA S/C LTDA

Introduçao: A insuficiência renal crônica, seus tratamentos e co-morbidades, na maioria das vezes sao assuntos estigmatizantes. Desta forma, sentimentos como: medo, angústia, apreensao e tristeza mostram-se de maneira marcante na vida destas pessoas. A participaçao em eventos pode ser uma ferramenta que auxilia na mudança da instabilidade emocional do paciente, deixando-o mais tranqüilo. Objetivos: Promover uma festa típica – junina, com intuito de avaliar participaçao, integraçao, cooperaçao e observaçao. Metodologia: Foi realizado um trabalho em grupo com participaçao de 10 funcionários técnicos e da equipe multidisciplinar composta por 01 nutricionista, 02 enfermeiras, 01 assistente social, 01 psicólogo e foram convidados todos os pacientes da clínica (195 pacientes), A demanda para participar da festa foi espontânea, onde pacientes e familiares podem participar. Foram divididos em diferentes “brincadeiras”, que aconteciam durante o evento, como: corrida de coelhos, bola no palhaço, jogo de argolas e correio elegante; vale dizer que todas as participaçoes foram agraciadas com prêmios participativos. Houve banda de música com pista de dança. Resultados: Observamos que 86 pacientes (44,5% de participaçao efetiva) compareceram, houve 0% de urgência/emergência, nao houve necessidade de intervençao médica em nenhum momento. A fala da paciente MSAV “hoje estou me sentindo bem, leve e feliz…” nos mostra com clareza a satisfaçao desta paciente. Conclusao: Vivenciar experiências práticas foi benéfico para a equipe de funcionários e principalmente para os pacientes e também propiciou captaçao de recursos e mudanças de comportamento.


DC 030

FATORES DE RISCO E PREVALENCIA DA HIPERCALEMIA NOS PACIENTES EM PROGRAMA CRONICO DE HEMODIALISE.

RENATO WATANABE, ELSA ALIDIA PETRY GONÇALVES, LILIAN CUPPARI, SILVIA REGINA MANFREDI, MARIA EUGENIA FERNANDES CANZIANI.

FUNDAÇAO OSWALDO RAMOS – HOSP. RIM E HIPERTENSAO

Introduçao: Apesar dos avanços no tratamento dialítico e da melhora na orientaçao dietética por nutricionistas especializados, a hipercalemia ainda constitui uma complicaçao comum, sendo uma freqüente indicaçao para diálise de urgência e causa de óbitos em pacientes submetidos à hemodiálise crônica. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência da hipercalemia, definida por potássio sérico (K) maior ou igual a 5,5 mEq/L, assim como investigar os fatores associados a sua ocorrência. Método: Foram avaliados 103 pacientes em programa crônico de hemodiálise, nos meses de Junho e Julho de 2006, através dos exames da rotina mensal, gasometria venosa, conteúdo de K na alimentaçao, ritmo intestinal, medicaçoes em uso, dose de heparina, adequaçao da diálise e tipo de acesso vascular. Resultados: A hipercalemia esteve presente em 53(51,5%) pacientes. Comparados aos normocalêmicos, os pacientes com hipercalemia apresentaram uma menor concentraçao de bicarbonato sérico (17,3±2,6 vs. 19,6±4,2mEq/L; p=0,001) e maior freqüência de pacientes com ingestao elevada de K (49 vs 24%; p=0,015). Nao houve diferenças significativas em relaçao ao sexo, idade, etiologia da doença renal crônica, acesso vascular, presença de constipaçao, uso de inibidores da enzima de conversao, beta bloqueadores, diurético, bicarbonato de sódio, dose de heparina e adequaçao de diálise entre os grupos. Em análise multivariada, o bicarbonato sérico e a ingestao elevada de K foram determinantes independentes da ocorrência de hipercalemia. Conclusao: A hipercalemia foi um achado freqüente, sendo que a dieta e a acidose metabólica foram os únicos fatores associados a sua ocorrência na populaçao estudada. Apesar da gasometria venosa nao fazer parte dos exames de rotina das clínicas de diálise, esses resultados reforçam a importância da monitorizaçao periódica do equilíbrio ácido-básico nessa populaçao.


DC 031

USO DE PESQUISA QUALITATIVA NA CONSTRUÇAO DE INSTRUMENTO PARA AVALIAÇAO DE SATISFAÇAO DA CLIENTELA EM CLINICA DE DIALISE

MARCELLA ABUNAHMAN FREITAS; LEONARDO JUSTIN CARAP, DENYS CARVALHO DUARTE PEREIRA

QUALIMED – PLANEJAMENTO & GESTAO DE SAUDE

Uma forma de mensurar qualidade nos serviços é elaborar pesquisas de cunho qualiquantitativo objetivando medir a satifaçao dos clientes externos. Ambas abordagens complementam-se, melhorando o entendimento do fenômeno pesquisado. Chama-se “triangulaçao sequenciada” quando resultados de um método servem de base para o planejamento do outro, incrementando a consistência. Partindo do modelo de ”triangulaçao sequenciada”, identificamos necessidades e expectativas dos pacientes renais crônicos em diálise, permitindo, sequencialmente, a construçao para futura aplicaçao de questionário de avaliaçao da satisfaçao da clientela. Coletamos opinioes positivas e negativas sobre os serviços (Incidentes Críticos). Como provocaçao para o discurso, os grupos foram indagados com 7 perguntas abertas referentes ao seu relacionamento com a clínica e equipe profissional. Os Incidentes Críticos, cujos conteúdos expressavam a mesma idéia, foram agrupados em Item de Satisfaçao. Este, reescrito em forma de declaraçao neutra, foi agrupado com outros que refletiam a mesma dimensao da qualidade, gerando a Necessidade do Cliente. Do resultado da pesquisa qualitativa foram criadas 49 perguntas. O resultado final foi um questionário escalar tipo Likert (perguntas de número 1-45) e um Checklist (número 46-49), complementando-o. A pesquisa qualitativa baseou-se na identificaçao de Incidentes CríticosItens de Satisfaçao e Necessidades dos Clientes, tendo como produto final um questionário customizado para o paciente em TRS. A avaliaçao será semestral, tempo suficiente para que possamos examinar os dados colhidos e levá-los à direçao da Organizaçao, confrontando-os com a sua Missao Institucional, Valores e Crenças, promovendo o Desenvolvimento Organizacional e adotando açoes para a melhoria e Garantia da Qualidade.


DC 032

ANALISE CRITICA DOS RESULTADOS PRELIMINARES OBTIDOS COM A MONITORIZAÇAO DO VOLUME SANGUINEO EM PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIALISE CONVENCIONAL

ÉRIKA BEVILAQUA RANGEL; MARIA CLAUDIA C ANDREOLI, ANA CRISTINA C MATOS, NADIA K GUIMARAES, FABIANA D CARNEIRO, ANA CLAUDIA MALLET, JESIANE A ALMEIDA, MOACIR DE OLIVEIRA, BENTO FC SANTOS

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN-CENTRO DE DIALISE EINSTEIN

Introduçao: O BVM (Blood Volume Monitor) está associado à reduçao das intercorrências intradialíticas. Métodos: Análise preliminar de 177 registros gráficos do RBV (Relative Blood Volume) gerados pelo BVM de 14 pacientes com insuficiência renal em hemodiálise convencional. Realizados ajustes no “peso seco” e no perfil de ultrafiltraçao e comparaçao dos valores do RBV crítico obtidos empiricamente (reduçao de 1-2% nos valores do RBV) e por fórmula preestabelecida: 97.8-0.08 (pressao diastólica média no início da diálise, em mmHg) – 1.4 (volume de ultrafiltraçao, em litros/peso do paciente, em quilogramas) + 0.05 (idade, em anos) + 1.5 (arritmia) + 0.2 (insuficiência cardíaca congestiva), onde é atribuído o valor “0” se arritmia ou insuficiência cardíaca congestiva estao ausentes e “1”, se presentes. Resultados: Realizados 12,2±9,3 registros do RBV por paciente. As médias de idade e de tempo de hemodiálise foram 68±16,8 anos e 31,5±18,5 meses, respectivamente. Houve reduçao do “peso seco” em média de 2,6±1,7kg em 12 pacientes e mudança no perfil de ultrafiltraçao em quatro pacientes diabéticos. Os valores interindividuais do RBV crítico obtidos empiricamente e pela fórmula variaram de 83,2% a 99,5% (média de 89,7±5,3%) e de 90,6% a 99% (média de 96,1±2,1%), respectivamente. Em 65% dos pacientes o RBV definido empiricamente foi menor (p<0,0001). Hipotensao arterial sintomática e câimbras ocorreram em 3% das sessoes de hemodiálise durante o ajuste do RBV crítico. Conclusoes: A determinaçao empírica do RBV crítico foi mais fidedigna para ajuste do “peso seco” do que aquela definida pela fórmula. A monitorizaçao nao invasiva do volume sanguíneo com o BVM permitiu o controle do “peso seco” em pacientes com elevado risco de complicaçoes intradialíticas. Com o BVM, o ajuste do “peso seco” é realizado de forma segura nos pacientes em hemodiálise convencional.


DC 033

ESTUDO EPIDEMIOLOGICO DE PARASITOSES INTESTINAIS POTENCIALMENTE CAUSADORAS DE ABSCESSOS EXTRA-RENAIS, REALIZADO COM PACIENTES HEMODIALIZADOS EM UBERLANDIA-MG.

DANILO MARTINS DE SA; EVANDRO BATISTA NUNES, JULIANA SANTOS PARREIRA SOARES, SILVIA MAMPRIM PADOVESE, PAULO CÉSAR OLIVEIRA, SEBASTIAO RODRIGUES FERREIRA FILHO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA, FACULDADE DE MEDICINA, DEPARTAMENTO DE CLINICA MÉDICA, MONITORIA DE NEFROLOGIA.

Introduçao: A doença renal crônica é associada a uma maior susceptibilidade às infecçoes, devido à disfunçao do sistema imunológico, à doença de base responsável pela insuficiência renal crônica e ao processo de hemodiálise. Em relatos prévios, abscessos extra-renais foram identificados em pacientes submetidos à terapia hemodialítica crônica, nos quais a sintomatologia da Síndrome Urêmica pode mascarar o diagnóstico de um abscesso, sobretudo hepático. Numa regiao em que infecçoes enteroparasitárias sao freqüentes e que certos parasitas sao potencialmente causadores de abscessos, o objetivo do projeto é realizar um inquérito epidemiológico enteroparasitário, para uma futura avaliaçao dos pacientes infectados. Objetivo: Determinar a prevalência de comensais e parasitas intestinais em pacientes submetidos à hemodiálise. Material e Métodos: Todos os 110 pacientes selecionados sao procedentes de Uberlândia ou regiao, submetidos ao tratamento hemodialítico três vezes por semana (em dias alternados), durante quatro horas diárias. Os exames parasitológicos das três amostras de fezes foram avaliados pelo método de Hoffman. Resultados: Dos 110 pacientes analisados, 69 eram do sexo masculino e 41 do sexo feminino, com idade média de 52,1 anos e tempo médio de terapia hemodialítica de 3,17 anos. Em 11 pacientes (10%) foram encontrados os seguintes parasitos intestinais: larvas de Strongyloides stercoralis em 1 paciente (0,9%), Entamoeba histolytica em 8 pacientes (7,3%), Giardia lamblia em 1 paciente (0,9%) e 1 biparasitismo por Entamoeba histolytica e larvas de Strongyloides stercoralis (0,9%). Conclusao: Este trabalho identificou parasitos intestinais potencialmente causadores de abscessos extra-renais, sendo a Entamoeba histolytica o mais encontrado. O abscesso amebiano do fígado é a forma mais comum da localizaçao extra-intestinal da infecçao amébica. Por conseguinte, as clínicas de hemodiálise devem se atentar aos riscos dessas parasitoses e solicitar exames parasitológicos para acompanhar a avaliaçao dos pacientes.


DC 034

DIALISE PERITONEAL COMO TRATAMENTO DE PACIENTE COM CIRROSE HEPATICA CHILD C ASSOCIADA A INSUFICIENCIA RENAL CRONICA TERMINAL: RELATO DE CASO.

ARRUDA, CR; ABRAO, JMG; FONSECA, DP; CARAMORI, JT; BARRETTI, P; PEREIRA, ERPC; BERBEL, MN; ANTUNES, AA; GABRIEL, DP

FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU – UNESP

Nao há dados comparativos a respeito de terapia renal substitutiva (TRS) em pacientes com Cirrose Hepática Child C (CHCC) com Insuficiência Renal Crônica terminal (IRCt). Diálise Peritoneal (DP) parece ser melhor em relaçao à Hemodiálise, por promover menos instabilidade hemodinâmica e sangramento. Relatamos um caso de paciente com CHCC e IRCt tratado por DP. Homem, 58 anos, branco. Desde 1996 com diagnóstico de ICC isquêmica classe IV e CHCC alcoólica, com internaçoes freqüentes devido à descompensaçao cardíaca e/ou hepática e conseqüentes episódios de alteraçao da funçao renal por hipoperfusao, com recuperaçao parcial. Admitido em 09/2005 com descompensaçao hepática secundária a infecçao urinária, oligúrico, Creat=7,5, Uréia=140 e K=5,6. Evoluiu sem resposta ao tratamento conservador e com necessidade de TRS. Iniciou-se DP Noturna Intermitente (NIPD) tipo Tidal. Após 5 meses, encontrava-se ainda hipervolêmico (5Kg acima do peso inicial; derrame pleural bilateral; dispnéia em repouso; edema em MMII 4+/4+), hipotenso (90X50mmHg) e extremamente hipoalbuminêmico (Alb=1,5mg/dl). Optou-se por mudança para DP Contínua por Cicladora (CCPD) e administraçao de Albumina Humana 20% 30g semanais nos primeiros 2 meses e quinzenais após; justificada pela ascite e paracenteses crônicas diárias através da DP sem reposiçao de albumina. Dois meses após o início deste tratamento, encontrava-se com melhora dos sinais e sintomas de hipervolemia. No decorrer de 1 ano e meio nao necessitou internaçao hospitalar e observou-se ganho de peso às custas gordura, confirmado pela Bioimpedância, e manteve albumina sérica estável em torno de 2,5mg/dl. Desta forma, DP é uma alternativa de TRS para pacientes com CHCC e IRCt e a reposiçao periódica de albumina pode diminuir os efeitos deletérios da expoliaçao que ocorre durante este tratamento nos pacientes formadores crônicos de ascite.


DC 035 (TL 005)

INFLUENCIA DOS NIVEIS DE HORMONIO DA PARATIREOIDE NA TRANSFERENCIA DE MASSA DE CALCIO E FOSFORO DURANTE HEMODIALISE

CRISTINA KAROHL1,2, JULIANA P PASCHOAL1, MANUEL CM CASTRO1, ROSILENE ELIAS1, JOAO EGIDIO ROMAO1, VANDA JORGETTI1, ROSA MA MOYSÉS1.

1. DIVISAO DE NEFROLOGIA, USP, SP E 2. DIVISAO DE NEFROLOGIA, HCPA, UFRGS, RS, BRASIL.

Introduçao: O balanço de cálcio (Ca) e fósforo (P) durante hemodiálise (HD) pode influenciar o metabolismo mineral e vice-versa. No entanto, o remodelamento ósseo (RO) nao é usualmente considerado quando modelos cinéticos sao aplicados para calcular o balanço de Ca e P. Objetivo: Avaliar a cinética do Ca e P durante HD com diferentes concentraçoes de Ca no dialisato (Cad) em 2 grupos de acordo com os níveis de hormônio da paratireóide (PTH) (GI: PTH< 150; GII: PTH>500 pg/ml). Metodologia: 10 pacientes (idade 37,9±12,7 anos) em HD por 67,5±16,3 meses foram dialisados por 4 h em uma máquina Genius com dialisador FX60 (Fresenius) em uma taxa de fluxo de sangue e dialisato de 350 ml/min com 4 diferentes Cad (2.0, 2.5, 3.0 e 3.5mEq/L). Ca e P foram coletados do sangue e do dialisato a cada 30 min. Resultado: O balanço de Ca variou de acordo com o nível de Cad. Com Cad de 2.0, a remoçao de Ca foi significativamente maior no GII comparado com o GI, correlacionando com PTH basal (r=0.72; p=0.01). Em todos os níveis de Cad, a remoçao de P foi maior no GII comparado ao GI. No entanto, quando a remoçao de P foi ajustado para o P basal, nenhuma diferença foi observada. Remoçao de P correlacionou positivamente com o nível basal de P (r=0.62; p< 0.0001) e PTH (r=0.61; p<0.0001) e negativamente com Ca iônico (r=- 0.48; p=0.001). Na análise de regressao múltipla, P e PTH foram determinantes independentes da remoçao de P (p<0.0001).

Conclusao: Cad alto e baixo foram associados com balanço positivo e negativo de Ca, respectivamente. Pacientes com alto RO parecem perder mais Ca e P. O estudo sugere que a transferência de massa de Ca e P é influenciado pelo RO, uma variável que deveria ser considerada em futuros modelos de cinética.


DC036

NODULOS LINGUAIS – APRESENTAÇAO NAO USUAL DE AMILOIDOSE RELACIONADA A ß-2 MICROGLOBULINA: RELATO DE CASO

ANTONIO CARLOS CORDEIRO; FABIANA GOUVEIA ALVES TABEGNA, RENATO BERTAGNA, CLEITON ALVES, HUGO ABENSUR, ALUIZIO BARBOSA DE CARVALHO

CENTRO DE NEFROLOGIA E HIPERTENSAO – SANTO ANDRÉ

Paciente MAMD, sexo feminino, 58 anos, negra, com doença renal crônica (DRC) de etiologia indefinida, em programa regular de hemodiálise desde 1986. Tem sorologia positiva para hepatite “C”, bem como antecedentes de doença óssea mista e intoxicaçao por alumínio. Há aproximadamente dez anos teve o diagnóstico clínico de amiloidose relacionada à β-2 Microglobulina. Nao tem antecedentes pessoais e/ou familiares que indiquem outra causa de amiloidose. Há um ano, percebeu o surgimento de lesoes nodulares na língua, sem sintomatologia associada. Ao exame, observavam-se múltiplas lesoes linguais, de aspecto nodular e consistência fibrosa, com coloraçao amarelada e distribuiçao difusa, preponderando em bordas (direita e esquerda), sem macroglossia associada. Foi submetida à biópsia incisional que revelou a deposiçao difusa de material eosinofílico amorfo em lâmina própria e submucosa, o qual na coloraçao “vermelhocongo” exibiu birrefringência verde-maça, diagnosticando-se amiloidose. Os exames laboratoriais revelaram níveis normais do amilóide sérico “A”, bem como nao identificaram a presença de gamopatias monoclonais ou proteínas anômalas no sangue. A β-2 Microglobulina sérica era de 55µg/ml (aproximadamente 30 vezes acima do valor de referência). A amiloidose relacionada à β-2 Microglobulina é uma doença sistêmica, que acomete pacientes com DRC em qualquer tipo de terapia substitutiva renal, bem como no período pré-dialítico. É mais freqüente, contudo, naqueles pacientes com mais de dez anos de hemodiálise. O acometimento lingual da amiloidose relacionada à β-2 Microglobulina é uma complicaçao bastante rara destes pacientes, acometendo 20% daqueles com mais de 20 anos de hemodiálise e parecendo ser inexistente naqueles em terapia dialítica por menor período de tempo.


DC 037

AVALIAÇAO DA CEFALÉIA RELACIONADA A HEMODIALISE NA SANTA CASA DE MARINGA

JANAINA DA SILVA MARTINS; JANAINA PADULA, RAFAEL F.RADAELI, DANIEL BOLONHESE, PAULO R. A. TORRES, LETICIA S. DANTAS, ROSELI ORDIG E SERGIO S YAMADA

SANTA CASA DE MISERICORDIA DE MARINGA-PR

Introduçao: A cefaléia relacionada à hemodiálise (CRH) influencia a qualidade de vida dos pacientes, com incidência de até 70% segundo a literatura, e está relacionada fortemente a sintomas depressivos e ao abuso de drogas. A sociedade internacional de cefaléias revisou em 2004 os critérios da CRH auxiliando o seu diagnóstico. Objetivo: Foi avaliar as características da CRH na Unidade de Diálise da Santa Casa de Misericórdia de Maringá. Pacientes e Métodos: Os pacientes com mais de 6 meses de hemodiálise foram submetidos a questionário dirigido, aplicado por um dos co-autores. A intensidade da cefaléia foi avaliada com escala analógica de 0 a 10. Para análise estatística foi usado o teste nao paramétrico (Mann-Whitney U- teste). Resultados: 75 pacientes em hemodiálise, 42 homens, com media de idade de 56 anos, e 33 mulheres com media de 49,6 anos. A media de meses em tratamento foi de 55,5 nos homens, e 54,3 nas mulheres, (p=0,94). Das 33 mulheres, 31(93,9%) apresentavam cefaléia. Vinte e quatro pacientes (77,4%), com critérios de CRH, e 18(58%) tinham dor na última hora da sessao. Dos homens, 31(74,4%) apresentavam quadro doloroso, 16(53,1%) portadores de CRH, e apenas 10(32,2%) tinham cefaléia iniciada na última hora, sendo a cefaléia iniciada mais precocemente, nos homens que nas mulheres (p=0,01). A dor entre as mulheres, teve índice igual 5,57; e nos homens igual a 3,07. (p=0,01). Das mulheres, 17(54,8%) solicitavam com freqüência medicaçao, e 13(41,9%) dos homens o faziam. Os pacientes foram avaliados por neurologista, e orientados a fazer profilaxia da dor devido à intensidade e freqüência, em 03 homens e 03 mulheres. Conclusoes: Cefaléia é comum em pacientes submetidos à hemodiálise e até o momento nao há consenso sobre a fisiopatologia dos fatores desencadeantes, mas é importante o reconhecimento dessa patologia entre nefrologistas.


DC 038

AVALIAÇAO DO PERFIL HEMODINAMICO ATRAVÉS DO CATETER DE ARTÉRIA PULMONAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIALISE NA UTI DO HU DE MARINGA

JANAINA DA SILVA MARTINS; JANAINA PADULA, BRUNO A, NESTOR A. S. RUEDA, ALMIR GERMANO, SERGIO S. YAMADA

HOSPITAL UNIVERSITARIO REGIONAL DE MARINGA-PR

Introduçao: O cateter de artéria pulmonar (CAP) é usado para avaliar perfil hemodinâmico de pacientes em UTI. Com base nos dados do CAP, Mimoz et el classificaram os perfis hemodinâmicos de pacientes críticos. A hemodiafiltraçao venovenosa contínua (CVVHDF) vem se tornando modalidade dialítica de eleiçao, por menor tendência à instabilidade hemodinâmica. Objetivos: Conhecer o perfil dos pacientes que usaram CAP, e sua relaçao com a indicaçao de diálise, além da possível interferência da hemodiálise sobre o perfil hemodinâmico. Pacientes e Métodos: Foram analisados prontuários dos pacientes que usaram CAP na UTI adulto do Hospital Universitário Regional de Maringá-PR de junho de 2005 a junho de 2006, descartando-se os pacientes cujos dados era imprecisos. Foram extraídos dados em 3 momentos diferentes em relaçao a terapia dialítica. Resultados: Foram avaliados 13 pacientes, sendo 10 homens e 3 mulheres, a mediana de idade foi de 43 (16-75) anos. Desses, 8 eram cirúrgicos, com APACHE II médio de 22, e 5 pacientes clínicos, com APACHE II médio de 19. Em relaçao à indicaçao de diálise, ocorreu na admissao de 3 pacientes cirúrgicos (37,5%) e nos 5 pacientes clínicos (100%), sendo 7 submetidos a CVVHDF e 1 paciente submetido à hemodiálise intermitente, 5 nao tiveram necessidade de diálise. A mediana de horas de CVVHDF foi de 78,5 horas e a taxa de ultrafiltraçao (UF) foi em média de 125ml/h. Nao houve pacientes com choque séptico puro, de acordo com dados do CAP, 11 tinham choque distributivo misto, e 2 tinham choque cardiogênico e todos pacientes estavam normo ou hipervolêmicos. Foi utilizada dobutamina em 12 de 13 pacientes com reduçao da dose utilizada em 2 pacientes durante a CVVHDF, e nao houve influência da diálise sobre a necessidade de noradrenalina. Conclusao: Podemos concluir que os pacientes que apresentam indicaçao de uso de CAP em grande parte também evoluem para diálise, e que a CVVHDF nao acarretou necessidade de maior dose aminas vasoativas, podendo em alguns casos, facilitar o manejo hemodinâmico.


DC 039

PERITONITE ESCLEROSANTE E ENCAPSULANTE EM DIALISE PERITONEAL AMBULATORIAL CRONICA: RELATO DE DOIS CASOS

RAPHAEL PEREIRA PASCHOALIN;CASSIANO AUGUSTO BRAGA SILVA, BEATRIZ NAKAGAWA, SUSANA ZANARDO CHIOZI, OSVALDO MEREGE VIEIRA NETO, MIGUEL MOYSÉS NETO

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO – SENERP

Introduçao: A peritonite encapsulante e esclerosante é uma complicaçao grave e rara da CAPD, caracterizada pela fibrose progressiva do peritônio parietal e visceral. Sua prevalência gira em torno de 0.54 a 7.3% dos pacientes. Resulta em reduçao da capacidade de ultrafiltraçao, disfunçao da peristalse intestinal devido às bridas que sao formadas, principalmente no intestino delgado, e/ou obstruçao do lúmen. No presente trabalho, descrevemos a história de dois pacientes em CAPD que apresentaram tal patologia. Pacientes: Caso 1: 66 anos, masculino, em CAPD há 6 anos, referia quadro súbito de dor em cólica, associado a vômitos e diarréia, sugestivo de sub-oclusao intestinal. Os exames evidenciaram dilataçao importante de alças intestinais. Durante o período de tratamento com CAPD apresentou 8 episódios de peritonite, sendo o S. aureus o germe mais prevalente. Na laparotomia exploradora, foram encontradas múltiplas aderências e loculaçoes, envolvendo principalmente o intestino delgado, com aspecto fibrosante. Evoluiu com piora do estado geral, sendo necessária a retirada do cateter de Tenckhoff. Paciente foi transferido para a hemodiálise. Caso 2: 68 anos, feminino, em CAPD há 6 anos, referia dor abdominal difusa e constante há 3 meses, de caráter progressivo; associada à distensao abdominal importante. Os exames de imagem evidenciaram presença de liquido na cavidade abdominal. Realizada paracentese com saída de grande quantidade de secreçao purulenta. Apresentou previamente, durante o período de tratamento com CAPD, 08 episódios de peritonite, sendo o germe mais prevalente a P. aeruginosa. Em um dos episódios o agente etiológico foi a C. parapsilosis. A paciente fazia uso freqüente de bolsas concentradas. Foi necessária a retirada do cateter de Tenckhoff, sendo transferida para hemodiálise. Conclusao: nos dois casos relatados os pacientes apresentavam fatores de risco importantes para o desenvolvimento da peritonite encapsulante e esclerosante, tais como o tempo prolongado em diálise peritoneal, episódios freqüentes de peritonite e o uso constante de soluçoes com alta concentraçao de glicose. Essa patologia resultou na retirada dos pacientes do programa de diálise peritoneal e no aumento da morbidade pelo quadro de suboclusao intestinal.


DC 040

EVOLUÇAO DA SENSIBILIDADE IN VITRO DE BASTONETES GRAM NEGATIVOS EM PERITONITES DE PACIENTES EM DIALISE PERITONEAL

PEREIRA,DF; MARTIN LC, CARAMORI JCT, GABRIEL DP, CASTRO JH, BALBI AL, RIBEIRO DA CUNHA ML, MONTELLI AC, ABRAO JMG, ARRUDA CR, BARRETTI P.

HOSPITAL DAS CLINICAS DE BOTUCATU – UNESP

Introduçao: Peritonite é a principal causa de falência da diálise peritoneal. A reduçao da incidência de episódios por bactérias Gram positivas nao foi observada para os Gram negativos sendo estes os agentes mais freqüentes em muitos centros e relacionados a pior prognóstico e à elevada resistência antimicrobiana dos bastonetes gram negativos nao fermentadores (BGN). Tem sido recomendado que a terapia empírica inicial seja orientada pelo perfil de sensibilidade em cada centro. Objetivos: avaliar a sensibilidade in vitro dos bastonetes gram negativos isolados em culturas de líquido peritoneal de pacientes com peritonites. Material e métodos: foram avaliadas 95 culturas de episódios de peritonites ocorridos entre fevereiro/1998 e janeiro/2007 em pacientes em diálise crônica. A sensibilidade in vitro foi avaliada pela concentraçao inibitória mínima para: Gentamicina (G), Ceftazidima (Cft), Cefepime (Cfp), Ofloxacina(Ofl) e Imipenem (Imp). A evoluçao da sensibilidade foi comparada em dois períodos: fevereiro/1998 a março/2002 (1º período) e abril/2002 a janeiro/2007 (2º período). Os dados foram analisados pela estatística baysiana. Resultados: No 1º período foram identificadas33 Enterobactérias e 15 BGN e no 2º, 28 Enterobactérias e 19 BGN. A sensibilidade dos BGN à G, Cft Cfp, Ofl e Imp no 1º período foi respectivamente, 60%, 74%, 67%, 54% e 87% e no 2º período 53%, 53%, 42%, 48% e 74%. Quando comparados os 2 períodos, a chance de aumento da resistência foi de 66% para a G, 92% para a Cft, 93% para o Cfp, 65% para a Ofl e 97% para o Imp, valores superiores aos observados para as Enterobactérias. Conclusoes: No 2º período a sensibilidade dos BGN à G foi semelhante à Cft. A probabilidade de aumento da resistência foi menor para G que para as cefalosporinas de 3a geraçao. Estes resultados dao suporte ao uso dos aminoglicosídeos na terapia inicial das peritonites em DP.


DC 041

A UTILIZAÇAO DA TÉCNICA BUTTONHOLE PARA PUNÇAO DO ACESSO VASCULAR EM HEMODIALISE

CLAUDIA M.C.OLIVEIRA;CLAUDIA M.A. FRANCO, M. KUBRUSLY, PAULA F. FERNANDES, SONIA H. ARAUJO, MARCO A. COSTA, HIARLENE G. SILVA, GRAZIELA M. SAMPAIO, J.B. EVANGELISTA

CLINICA PRONTORIM – FORTALEZA – CEARA

Introduçao: A técnica de buttonhole (canulaçao da FAV nos mesmos sítios repetidamente, levando à formaçao de um túnel) foi utilizada inicialmente há cerca de 30 anos na Europa e Japao e associou-se com reduçao da dor associada à punçao, menor risco de hematomas, nao estando associada à maior formaçao de aneurismas. É recomendado que a mesma pessoa crie o túnel, o que leva cerca de 3-4 semanas, e pode representar uma dificuldade da técnica. Objetivo: Os autores relatam a experiência inicial com a técnica buttonhole em uma unidade de diálise que atende 200 pacientes. Métodos: Foram avaliados 20 pacientes que utilizaram essa técnica desde a primeira punçao do acesso vascular atual, sendo as punçoes realizadas pelo mesmo profissional de enfermagem até a formaçao do túnel, com registro das complicaçoes observadas. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 53±16,6 anos (22-81), sendo 15 do sexo masculino, com tempo médio em diálise de 35,3±59,6 meses (3-225). A doença renal primária foi indeterminada em 9 pacientes, seguida por diabetes (3), nefrite lúpica (2), glomerulopatia (2), HAS (1) e outras (3). O tempo de seguimento com a técnica foi de 4,6±2,6 meses (1-10). A localizaçao da FAV foi radio-cefálica em 16 pacientes (80%) e braquio-cefálica em 4(20%). Foram realizadas 3 sessoes semanais de diálise durante 4 horas, com capilar de polissulfona, soluçao de diálise com bicarbonato e fluxo sanguíneo de 300-350ml/min, sendo obtido ktveq de 1,32±0,29. Os pacientes referiram menor intensidade da dor (em relaçao à técnica de rotaçao dos sítios de punçao), e apenas 3 pacientes apresentaram sangramento em volta da inserçao da agulha. Conclusao: Com maior experiência, o número de pacientes em uso dessa técnica pode aumentar na unidade de diálise, considerando-se que está associada com a reduçao de dor/hematomas e nao formaçao de aneurismas, podendo aumentar a sobrevida do acesso vascular.


DC 042 (TL 006)

AVALIAÇAO DAS PERITONITES DOS PACIENTES DO PROGRAMA DE DIALISE PERITONEAL DO HOSPITAL UNIVERSITARIO DE BRASILIA NOS ANOS DE 2000 A 2006.

EWANDRO LUIZ REY MOURA, SOFIA NASCIMENTO FERRO, EDUARDO VAZ CORREA DA SILVA, ELINETE SOARES DOS SANTOS, MARIA DAS GRAÇAS VIEIRA, PATRICIA P.SERAFIM, FLAVIO DUTRA DE MOURA, LUCIANA VASCONCELOS, JOEL R. VEIGA.

SERVIÇO DE HEMODIALISE -NEFROLOGIA- HOSPITAL UNIVERSITARIO DE BRASILIA, UNB.

Introduçao: As peritonites sao complicaçoes freqüentes nos pacientes em programa de diálise peritoneal podendo levar a complicaçoes que determinem a retirada do cateter e saída do programa. Objetivo: Avaliar no período de 6 anos (2000 a 2006) a incidência de peritonites, sua etiologia , e os aspectos de sua evoluçao. Material e Método: Foram coletados os dados dos prontuários dos pacientes inscritos no programa de diálise peritoneal de janeiro de 2000 a dezembro de 2006, que apresentaram um ou mais episódios de peritonite diagnosticados e tratados no serviço. Foram analisados a idade, gênero, tempo de diálise, modalidade de diálise, etiologia, e evoluçao do quadro. Resultado: Do total de 67 pacientes do programa, 29(43%) eram do sexo masculino e 38(57%) eram do sexo feminino. Foram registrados 67 episódios de peritonite, sendo 48 em mulheres (72%) e 19 em homens (28%). 43 pacientes estavam Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC) e 24 em Diálise Peritoneal Automática(DPA). A média das idades foi de 52 anos. Os sintomas mais comuns foram dores abdominais e dialisato turvo. Todos os pacientes tiveram cateter de Tenckhoff com dois cuffs implantado pelo nefrologista e usaram o sistema Ultra-bag. O índice peritonites/pacientes/ano (PPA) global foi de 0,17. O PPA foi de 0,20 para a DPA e 0,13 para a DPAC. O catéter foi retirado em 3 pacientes em DPAC e em 1 em DPA. O perfil microbiológico foi semelhante nas duas modalidades: 40% culturas negativas, 30% S.aureus, 15% S.epidermidis, 7% E.coli, 4% Staphylococos coagulase-negativos, 2% Proteus mirabilis,2% fungicas. Conclusao: Foi observado baixo índice de peritonites quando comparado com os dados da literatura, observando-se maior incidência na modalidade DPA.


DC 043

LEVANTAMENTO CLINICO E EPIDEMIOLOGICO DA DOENÇA RENAL POLICISTICA AUTOSSOMICO DOMINANTE EM PACIENTES EM HEMODIALISE EM GOIANIA

LUDMILA FERREIRA VIEIRA; HEBERT MONTEIRO FERRO, MAURI FÉLIX DE SOUSA

FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS

Introduçao: Estudos epidemiológicos sobre a Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD) têm contribuído para a investigaçao da fisiopatologia da doença e da caracterizaçao de fatores ambientais e heredofamiliares que atuam no seu fenótipo. Na literatura, ainda nao existem dados referentes a Goiânia. Objetivos: Caracterizaçao clínica e epidemiológica dos pacientes com DRPAD em hemodiálise (HD) em Goiânia. Métodos: Em 9 centros de hemodiálise de Goiânia os pacientes com doença cística renal foram identificados e aqueles que obedeciam aos critérios diagnósticos de DRPAD foram submetidos a um questionário. Resultados: Foram submetidos ao questionário 41 pacientes portadores de DRPAD em hemodiálise (prevalência de 5,1%). Sexo: 36,6% feminino e 63,4% masculino; 44% entre 50 e 60 anos; 41,5% com origem étnica atlantomediterrânea. A busca do diagnóstico ocorreu por história familiar em 7,3% dos pacientes e por manifestaçoes clínicas em 68,4%. A dor abdominal em 56,1%. A nota da dor variou numa escala de 1 a 10, sendo a nota máxima presente em 34%. Dor contínua em 43%; localizaçao principal: lombar e flancos. Hematúria em 73% dos casos, infecçao do trato urinário em 48,8%, hérnias em 31% e cefaléia em 31%. Ausência de história de aneurismas. Cistos extra-renais em 44%, com maior freqüência em fígado (26,8%). História de tabagismo em 53,8%. Uso regular de cafeína em 94,9%, sendo a dose inferior a 700mg/semana, em sua maioria. Conclusoes: A prevalência de DRPAD em pacientes em hemodiálise em Goiânia é corresponde à literatura. A dor abdominal nestes pacientes é de alta prevalência e intensidade. O diagnóstico da doença ocorreu na maioria dos pacientes após o aparecimento de sintomas clínicos e nao por sugestao de informaçoes familiares.


DC 044 (TL 005)

CALCIFICAÇAO CORONARIANA (CAC) EM PACIENTES DIALISADOS PORTADORES DE DOENÇA OSSEA ADINAMICA OU OSTEITE FIBROSA

FABIANA R. HERNANDES1, FELLYPE C. BARRETO1, DANIELA V. BARRETO1, ROSA MARIA A. MOYSÉS2, VANADA JORGETTI2, MARIA EUGENIA F. CANZIANI1, ALUIZIO B. CARVALHO1.

1. DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO
2. UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Objetivos: Avaliar a CAC e seus fatores de risco, em pacientes dialisados e com doença óssea adinâmica (DOA) ou osteíte fibrosa (OF) diagnosticadas através de histomorfometria óssea. Métodos: Estudo retrospectivo utilizando pacientes em diálise que haviam sido submetidos concomitantemente à biópsia óssea e à tomografia coronariana. Foram pareados por idade e sexo 48 pacientes de acordo com o diagnóstico histomorfométrico. Os pacientes com DOA (43±11 anos; 10F/14M) e com OF (41±13 anos; 10F/14M) já haviam sido submetidos a exames laboratoriais para avaliaçao do metabolismo ósseo, inflamaçao e perfil lipídico. Foram calculados o Risco de Framingham e o ìndice de massa coroporal (IMC). Resultados: Os parâmetros demográficos, laboratoriais e tomográficos (escore de calcificaçao – CaS) encontram-se na tabela. Com relaçao ao perfil lipídico, nao houve diferença entre os grupos.

Conclusao: A prevalência e severidade da calcificaçao coronariana sao similares entre pacientes dialisados, portadores de DOA ou OF.


DC 045 (TL 005)

AVALIAÇAO DA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS PORTADORAS DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA SUBMETIDAS A DIALISE.

GIOVANNA BRUNELLI; PAULO KOCH, DENISE HPM DINIZ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO- SETOR DE PSICONEFROLOGIA

Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) de crianças portadoras de insuficiência renal crônica (IRC) submetidas à diálise. Metodologia: Desenho do estudo: caso-controle. Foram estudadas 66 crianças, sendo que 33 delas submetidas à diálise (22 em hemodiálise e 11 em diálise peritoneal) e as outras 33 crianças eram saudáveis. Os grupo de pacientes foi constituído por crianças portadoras de IRC assistidos em três unidades: Ambulatório de Pré Transplante do Hospital do Rim e Hipertensao da Universidade Federal de Sao Paulo, Centro de Diálise do Hospital Samaritano de Sao Paulo e Serviço de Nefropediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. Casos e controles foram pareados por sexo, idade e nível social. O principal instrumento utilizado para avaliaçao da QV foi a Escala de Avaliaçao de Qualidade de Vida (AUQEI) Resultados: Verificou-se que existem diferenças significantes entre os dois grupos nas respostas da questao referente ao grau de satisfaçao na prática de esportes. Neste quesito, 29/33 crianças sem IRC referiram ser muito felizes, enquanto no grupo com IRC apenas 17/33 responderam dessa forma. Além disso, houve tendência de diferença na questao que se refere à satisfaçao das crianças à mesa com a família. Nas demais questoes, nao foram observadas diferenças significantes. Constatou-se, ainda, alto índice de abstençao às respostas referentes à escola. Conclusao: O conjunto de dados obtidos demonstra que a IRC esteve ligada a índices mais baixos de QV no aspecto do lazer (especificamente aos esportes) e nos hábitos alimentares.


DC 046

IMPACTO DO KT/V NO INDICE DE MASSA CORPOREA DE PACIENTES EM DIALISE PERITONEAL COM SOBREPESO E OBESIDADE.

MARISTELA SILVA TALAMONI; ALEXANDRE HABITANTE, CLAUDIA M. ALTEMANI, MARIA CECILIA A.B. DE OLIVEIRA, FATIMA C.C.M.B. SALLES, MARILDA MAZZALI, GENTIL ALVES FILHO.

DISC. NEFROLOGIA FCM/UNICAMP

Introduçao: O sobrepeso e a obesidade vem apresentando um aumento crescente de prevalência, tornando-se um problema de saúde pública. Estao associadas a um maior risco cardiovascular, a um aumento de morbidade e de mortalidade na populaçao geral e em pacientes em terapia renal substitutiva. O impacto do Kt/V neste âmbito ainda nao está totalmente definido. Objetivo: Avaliar a eventual correlaçao do índice de massa corpórea(IMC) e o Kt/V em pacientes com sobrepeso e obesidade submetidos a diálise peritoneal crônica. Métodos: Realizado estudo transversal com 20 pacientes submetidos a diálise peritoneal crônica (DPAC ou DPA), tendo sido divididos em três grupos de acordo com o IMC(Kg/m2): normal(20-24.9), sobrepeso(25-29.9) e obeso(30 ou mais). Foi realizado avaliaçao estatística dos seguintes parâmetros clínicos e laboratoriais: Kt/V, IMC, Albumina, Potássio, Cálcio, Fósforo, Glicemia de jejum, Perfil Lipídico e tempo de diálise peritoneal. Resultados: Na análise univariada, nao houve correlaçao estatisticamente significativa entre o Kt/V e os outros parâmetros avaliados (inclusive Kt/V com o IMC). Houve correlaçao significativa do IMC com o fósforo (R=0.45, p=0.04) e tendência de correlaçao significativa entre o IMC e Albumina sérica. Os parâmetros que apresentaram diferença estatística significativa (p<0.05) no teste de ANOVA foram:

Conclusao: Neste estudo, o Kt/V nao apresentou correlaçao com o IMC. Foi observado correlaçao do IMC com o fósforo sérico e uma tendência de correlaçao com a albumina sérica.


DC 047 (TL 006)

PREVALENCIA E GENOTIPAGEM DO HCV EM UMA UNIDADE DE HEMODIALISE

JOAO FERNANDO PICOLLO DE OLIVEIRA; F. AGUIAR, B.C. GONÇALVES, H.J. RAMALHO, R.C.M.A. SILVA, P.S.F. PEREIRA

HOSPITAL DE BASE – FACULDADE DE MEDICINA DE SAO JOSÉ DO RIO PRETO

Introduçao: O vírus da hepatite C (HCV) é um causador de doença hepática e podem evoluir para cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. Sua prevalência na populaçao geral é de 3%. Porém, nas unidades de diálise sua prevalência é maior (10%-Censo SBN 2006). A determinaçao da genotipagem é relevante para avaliar a resposta ao tratamento destes pacientes, com o genotipo 2 e 3 apresentando resposta sustentada maior que o genotipo 1. Objetivo: Avaliar a prevalência e o genotipo do HCV entre os pacientes em tratamento dialítico em uma unidade hospitalar de terapia renal substitutiva. Métodos: Foram avaliados os pacientes em tratamento dialítico no Hospital de Base no mês de abril de 2007. Os pacientes com anti-hcv reagente foram triados para PCR e posteriormente genotipagem. Resultados: Do total de 250 pacientes em tratamento dialítico, 20 pacientes tinham anti-hcv reagente (8%), sendo 7(35%) soroconversoes ocorridas há mais de 7 anos. Apenas um paciente realiza diálise peritoneal. Um paciente apresentava co-infecçao com HIV. Dos pacientes com anti-hcv reagente, 3 tinham PCR qualitativo negativo e 17 positivo. Entre estes pacientes, a maioria é do sexo masculino 15/20(75%), com idade média 48(±12) anos, tempo de diálise com mediana 60,5 meses, doença de base GNC (45%), diabetes mellitus (35%) e HAS (20%). Foram realizadas genotipagem em 17 pacientes, e encontrado: 1a (64,7%), 1b (17,6%) e 1a/1b(11,7%) e 2a (5,8%). Conclusoes: A prevalência de HCV foi menor que a nacional, provavelmente devido ao uso de sala e máquinas dedicadas, implementadas na unidade após surto de soroconversao. O genótipo mais freqüente foi o 1, que é o mais prevalente entre os pacientes em tratamento dialítico.


DC 048

AVALIAÇAO DA PRESSAO ARTERIAL SISTEMICA EM PACIENTES RENAIS CRONICOS DURANTE O PROCESSO DIALITICO

OSWALDO A. GUTIÉRREZ-ADRIANZÉN; MARIA E. A. DE MORAES, JOSÉ MARIA S. S. JUNIOR, LUCAS N. BARROS, ELIZABETH F. DAHER, MARIA DE J.
F. MARINHO, CARLOS R. M. R. SOBRINHO, ANTONIO P. DE ALMEIDA, OTONI C. DO VALE

SERVIÇOS DE NEFROLOGIA E CARDIOLOGIA, HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. FORTALEZA, CEARA.

A patogenia da hipertensao intradialítica é complexa e é atribuída em parte à sobrecarga de volume, ao aumento no débito cardíaco, ativaçao do sistema renina-angiotensina e sistema nervoso simpático, aumento sérico de substâncias vasoativas, entre outros. Nao existe na literatura estudos que mostrem a prevalência e a importância prognóstica da hipertensao intradialítica em nosso meio. Foi realizado estudo prospectivo com 38 pacientes em tratamento dialítico no Hospital Universitário Walter Cantídio – UFC, no período de novembro de 2006 a março de 2007. Foram realizadas três mensuraçoes de base antes do início da diálise a intervalos de 5 minutos. Iniciada a sessao foram realizadas mensuraçoes a cada 15 minutos. Para análise dos dados utilizou-se a pressao arterial média como base de comparaçao entre os pacientes, que foram separados em 2 grupos: Grupo I – pacientes que apresentaram elevaçao da pressao e Grupo II – pacientes que nao apresentaram tal elevaçao. Observou-se que, apesar da retirada de volume, 20 pacientes apresentaram elevaçao da pressao arterial em relaçao à pressao de base obtida antes do procedimento evidenciando que o nível pressórico desses pacientes nao é dependente somente da sobrecarga de volume. Outros fatores envolvidos no controle sistêmico da pressao arterial devem ser levados em consideraçao, como, por exemplo, o óxido nítrico e a endotelina 1, que têm sido relatados em estudos como fatores de fundamental importância no controle de pressao intradialítica. Outro fator relevante é o sistema nervoso simpático, que ainda nao tem seu papel bem estabelecido. Evidencia-se a necessidade de estudos mais aprofundados para avaliar as variaçoes da pressao arterial sistêmica em pacientes renais crônicos durante o processo dialítico.


DC 049

COMPARAÇAO DA MORTALIDADE ENTRE DIALISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTINUA (DPAC) E DIALISE PERITONEAL AUTOMATICA (DPA)

MCC ANDREOLI; MA NADALETTO, CB SILVA, SR MANFREDI, DMM FERREIRA, MA DALBONI, MEF CANZIANI, M CENDOROGLO, SA DRAIBE

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP), SAO PAULO-SP, BRASIL.

Introduçao: A DPA simplifica o processo de diálise, permite aumento da dose e melhora a qualidade de vida de muitos pacientes. Objetivo: Comparar a mortalidade entre pacientes em DPA e DPAC. Métodos: Foram avaliados 89 pacientes incidentes admitidos de 1/Jan/2003 a 31/Abr/2005. Os pacientes foram censorados se transferência para hemodiálise, transplante, óbito ou término do período de seguimento. Curvas de Kaplan-Meier e log-rank test foram utilizados para comparar a mortalidade nos 2 primeiros anos de tratamento. O modelo proporcional de Cox (análise uni e multivariada) foi utilizado para comparar o risco relativo (RR) de morte entre as modalidades e as variáveis preditoras. Resultados: Os pacientes em DPAC (n=34; 62±14 anos; 56% sexo masculino; 32% diabéticos; Kt/V total semanal: 2.3±0.7; ritmo de filtraçao glomerular [RFG]: 3.2±3.4mL/min) eram similares aos em DPA (n=55; 57±16 anos; 53% sexo masculino; 31% diabéticos; Kt/V total semanal: 2.3±0.5; RFG: 1.9±2.4mL/min) em relaçao aos parâmetros clínicos e demográficos. Após 2 anos, a mortalidade geral e cardiovascular (CV) foi de 21% para DPA e 44% para DPAC (p=0.02), e 9% para DPA e 28% para DPAC (p=0.03), respectivamente. Após análise ajustada para idade, DM, Kt/V, RFG e teste do equilíbrio peritoneal (PET): a) o risco de óbito foi significativamente maior na DPAC comparada à DPA (RR, 2.52 [IC, 1.09 a 5.83], p=0.03), nos diabéticos (RR, 2.56 [IC, 1.11 to 5.9], p=0.03) e nos mais velhos (RR, 1.05 [IC, 1.01 a 1.09], p=0.003); b) o risco de óbito CV foi significativamente maior na DPAC comparada à DPA (RR, 3.92 [IC, 1.2 a 13.1], p=0.03) e nos diabéticos (RR, 3.9 [IC, 1.2 a 12.3], p=0.02). Conclusao: Observamos maior mortalidade geral e CV na DPAC comparada à DPA, a despeito de RFG e dose de diálise semelhantes entre os grupos. Talvez um viés na seleçao dos pacientes para cada modalidade possa justificar estes resultados.


DC 050

IMPACTO DA FIBROMIALGIA SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EM HEMODIALISE

CLAUDIO I COUTO1; JAMIL NATOUR2, ALUIZIO B CARVALHO1

1. DISCIPLINAS DE NEFROLOGIA
2. REUMATOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO

Introduçao: Pacientes em diálise apresentam reduçao da qualidade de vida (QV) comparada a da populaçao geral. A fibromialgia (FM), síndrome caracterizada por dor crônica, difusa, associada a pontos dolorosos, anatomicamente determinados, acompanha-se de fadiga, distúrbio do sono, rigidez matinal, depressao, ansiedade e claro comprometimento da QV. Objetivo: Avaliar o impacto da FM na QV de pacientes em hemodiálise (HD). Métodos: 311 pacientes, em HD há pelo menos 6 meses, foram avaliados e classificados como portadores ou nao de FM. Foi constituído um grupo controle, na proporçao 1:2, de pacientes em HD, emparelhados para idade, sexo e tempo de HD. Os pacientes do grupo FM e controle foram submetidos a exames laboratoriais e responderam a questionários de QV (FIQ, SF-36), de avaliaçao de depressao (BECK), ansiedade (IDATE) e nível de dor (VAS). Resultados: Dos 311 pacientes, 12 (3,8%) foram classificados como portadores de FM (83,3% mulheres, 66,6% de raça nao-branca, tempo de HD= 70±42,6 meses, índice de massa corporal= 23,6±4,2 kg/m2 e Kt/V=1,5±0,3). Os exames laboratoriais revelaram o cálcio iônico= 1,30±0,03mmol/L, fósforo= 4,7±0,4mg/dL, fosfatase alcalina= 294±230U/L, PTH-intacto=679±232pg/mL, TSH=4, 3±0,8mUI/L, PCR=0,8±0,7mg/dL e alumínio=69,9±15µg/L. Exceto pelo cálcio iônico, maior no grupo FM (1,30±0,03 vs 1,23±0,01mmol/L; p<0,05), nenhum outro parâmetro demográfico ou laboratorial foi diferente entre os grupos. O FIQ do grupo FM foi pior do que o controle (9,1±1,0 vs. 5,5±1,0; p=0,006), assim como o SF-36 [capacidade funcional (18,5±4,6 vs. 25,8±5,1), dor (6,6±0,3 vs. 3,0±0,2), vitalidade (10,2±0,5 vs. 13,9±0,6), aspectos sociais (5,0±0,7 vs. 5,6±0,7), aspectos emocionais (3,5±1,0 vs. 5,5±0,8) e saúde mental (17±1,1 vs. 21,9 ±0,5); p<0,05]. O BECK foi pior no grupo FM (20,3±2,4 vs. 5,3±1,0; p<0,0001), assim como o IDATE [estado (70,1±8,1 vs. 32±4,8) e traço (78,6±7,4 vs. 28±3,0); p<0,001]. O VAS foi maior no grupo FM (6,9±0,4 vs. 2,7±0,4; p<0,0001). Conclusao: A FM está associada à piora da QV e maiores graus de depressao e ansiedade em pacientes em HD.


DC 051

PREDITORES DE PERITONITE EM RENAIS CRONICOS EM PROGRAMA DE DIALISE PERITONEAL

BASTOS K.A.1,2; LOBO J.V.1, VILLAR K.R.1, BARBOSA L.M.M.1, ANDRADE JR. M.P.2

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE;
2. CLINESE – CLINICA DE NEFROLOGIA DE SERGIPE

Introduçao: Peritonite é a principal complicaçao da diálise peritoneal (DP). Reconhecer os fatores de risco é essencial para o sucesso de um programa de DP. Objetivo: Avaliar possíveis preditores do desenvolvimento de peritonites em pacientes em DP. Métodos: Estudaram-se retrospectivamente 229 pacientes (53,21±19,28 anos) ativos em DP entre janeiro/2003 e dezembro/2005. Obtiveram-se dados demográficos, sócio-econômicos e clínicos e estes foram comparados entre os grupos com (84 pacientes) e sem (145 pacientes) peritonite. Relizou-se a análise estatística através dos testes “t”de student, quiquadrado e regressao logística (p<0,05). Resultados: Ocorreram 127 episódios de peritonite em 84 pacientes (36,7%), com índice global de 0,46 episódios/paciente/ano. Eram mulheres 47 pacientes (56%); 57(67,9%) tinham ≥50 anos ao iniciar o tratamento; 34(40,5%) residiam na capital; 67(80,7%) eram no máximo alfabetizados. Organismos gram positivos foram responsáveis por 29 episódios (22,8%) e gram negativos, por 30(23,6%). O Staphylococcus aureus foi o agente mais frequentemente isolado (38,9%). Através de regressao multivariada, observou-se que quem iniciou tratamento dialítico com idade ≥50 anos e pela DP apresentou risco de peritonite 1,9 vezes maior. Hipoalbuminemia ao início do tratamento e infecçoes prévias do sítio de saída do cateter (ISSC) aumentaram o risco em 2 e 3 vezes, respectivamente. Conclusoes: ISSC, hipoalbuminemia e idade ≥50 anos mostraram-se como preditores independentes de peritonite. Suporte nutricional e profilaxia de ISSC sao recomendadas.


DC 052

USO DA SERTRALINA NO TRATAMENTO DA HIPOTENSAO ARTERIAL REFRATARIA EM DOIS PACIENTES EM HEMODIALISE(HD).

ANA CARLA SYDRONIO DE SOUZA; ANA HELENA AIRAO, PRISCILA LUSTOZA, SOLANGE BARUKI, ELIZABETH ARAUJO, PEDRO PINHEIRO, RENATA C. SANTOS, GLADYS J. MATTA

Introduçao: A disfunçao autonômica (DA) ocorre em 50% dos pacientes em HD prejudicando a capacidade de manter a pressao arterial (PA) durante a retirada de volume, causando hipotensao e arritmias. O defeito principal está na via aferente dos barorecptores. Feito o diagnostico da DA há atualmente dificuldade para tratá-la e reverter os episódios de hipotensao na HD e fora dela. Estudos com Sertralina, mostram que por inibir a reutilizaçao da serotonina, reduzindo a liberaçao simpática, pode ajudar no tratamento da DA. Objetivo: Observar o efeito da Sertralina na pressao arterial na HD e fora dela em pacientes em uma clínica de diálise ,com hipotensao refratária. Material e Métodos: Estudo prospectivo em dois pacientes em HD. Utilizamos 50mg de Setralina, a noite e avaliamos a PA e pressao arterial média (PAM) pré, durante e após HD, episódios de hipotensao sintomática e necessidade de intervençao na HD e comparamos com o período de dois meses anteriores ao inicio da droga. Resultados: Duas mulheres brancas com idade média de 50,5 anos, tempo médio em HD 78 meses, tendo como doença de base hipertensao arterial e pielonefrite crônica.A primeira paciente usou a droga por 10 meses e a segunda por três meses. A PAM mínima pré droga foi de 117,5mmHg( 117,5-161,66) equivalendo a 70/40mmHg e após a droga de 124,44mmHg (124,44-146,41) equivalendo a 90/50. O numero de eventos que necessitaram intervençao pré droga foi de 3,6 eventos/mês, caindo para 0,95 eventos/mês após a droga. A xerostomia foi o principal efeito colateral, ocorrendo em 50% das pacientes e 100% delas notou melhora do humor. Conclusao: A sertralina se mostrou eficaz no controle da PA em 100% dos pacientes que a utilizaram, principalmente após a quarta semana de uso. A amostra foi pequena, mas há concordância com a literatura onde a droga foi eficiente na prevençao da hipotensao e na reduçao dos episódios de hipotensao com necessidade de intervençao terapêutica.Como efeito colateral observamos xerostomia em uma paciente.


DC 053

ESTUDO DE 6 PACIENTES EM HEMODIALISE (HD) SUBMETIDOS A TRATAMENTO ENDOVENOSO COM VITAMINA D PARA TRATAMENTO DE PARATORMONIO (PTHI) ELEVADO.

ROGÉRIO BARBOSA DE DEUS; MARIE JANINE SABLONSKA

Introduçao: A osteodistrofia renal é uma complicaçao comum em pacientes em HD e compreende importantes alteraçoes do metabolismo de cálcio e fósforo, e elevaçao dos níveis de PTHi. Objetivo: Avaliaçao da resposta a tratamento com vitamina D (calcitriol) endovenoso em altas doses (pulsoterapia) em pacientes com PTHi alto. Casuística e métodos: Foram avaliados 38 pacientes em HD com fístula arterio-venosa e destes foram selecionados 6 pacientes por apresentarem níveis de PTHi maior que 400pg/mL, sendo 3M/3F, com idade de 48,3±15,5 anos, (média ± desvio padrao, X±DP). A água da hemodiálise foi tratada por osmose reversa. Resultados: Foi observado que a idade, creatinina sérica e clearance de creatinina nao foram diferentes, que é condizente com a literatura. As dosagens de alumínio sérico se mostraram dentro dos padroes da normalidade. nao há diferença nas diferentes etiologias deste grupo. Pacientes em uso de calcitriol injetável (aplicado logo após HD), sendo:

Conclusao: A doença óssea, acomete diferentes idades e geralmente em adiantada fase do tratamento hemodialítico. Observamos que os pacientes com PTHi alto estavam com + de 4 anos em HD. O uso do calcitriol injetável nestes 6 pacientes mostrou importante queda dos valores do PTHi, sendo benéfico em reduzir os valores de PTHi sérico e do produto cálcio-fósforo.


DC 054

RELATO DA VISAO DO PACIENTE FRENTE A ESCOLHA TERAPEUTICA ENTRE HEMODIALISE (HD) OU TRANSPLANTE RENAL (TXR).

ANTONIO CARLOS ROSSI ; LIGIA FLORIO, ROGÉRIO BARBOSA DE DEUS

NUPSIQ – NUCLEO DE PESQUISA EM PSICOTERAPIA E PSIQUIATRIA

Introduçao: Freud destaca a importância das reaçoes de ansiedade e baseado nisso pode-se levantar consideraçoes sobre o desamparo original e de que forma essa relaçao se estende no ato aceitar ou nao o TXR. Objetivo: Avaliar a assistência psicológica para elaboraçao de escolhas entre hemodiálise ou TXR. Método: Assistência psicológica com abordagem psicodinâmica através de entrevistas nao diretivas, durante 50 minutos, realizada 2 vezes por semana por 6 meses e em consultório. Relato de caso: MGS,31a, F, branca, católica, do lar. Há 5 anos com Insuficiência renal crônica (IRC), iniciou HD em jan/00 e chamada para TXR em dez/02 e se recusou. MGS viveu com seus pais e irmaos até os 16 anos em condiçoes precários. Relata que pai era muito bom e a mae, malvada. “Minha mae era muito rude, nao gostava de mim…ela me batia muito, eu era a ovelha negra da família”. Sua infância foi marcada por aspectos que poderiam levá-la a morte: “quando tinha 4 anos cai dentro do rio, quase morri, graças a Deus alguém me salvou”, “um escorpiao tinha me picado no mato. O pessoal correu para o médico e me salvei.” A decisao em fazer HD vem da responsabilidade de cuidar de seu filho. O medo e a dificuldade de aceitar o TXR cadáver: “O pessoal lá da clínica me disse que fiz uma tremenda burrada, saiu o rim de cadáver pra mim, mas acabei nao indo fazer o TXR, será que fiz certo?” “ao receber a noticia do TXR pensei em morrer”.A partir destas elaboraçoes MGS aceitou o TXR de sua irma. Conclusoes: Neste contexto resignificamos elementos impedidores e de interferência decisiva para que essa paciente escolhesse a modalidade terapêutica (HD ou TXR).


DC 055

A PSICOLOGIA DO POS-TRANSPLANTE RENAL, NOTAS SOBRE O HOMEM GRAVIDO – RELATO DE CASO.

ANTONIO CARLOS ROSSI; ROGÉRIO BARBOSA DE DEUS, LIGIA FLORIO

NUPSIQ – NUCLEO DE PESQUISA EM PSICOTERAPIA E PSIQUIATRIA

Introduçao: A concretizaçao cirúrgica do transplante mobiliza grande atençao. O ato médico bem sucedido nao poe fim a todas as preocupaçoes. Relato de caso: VAM, 62 a, sexo masculino, procedente da Bahia, casado, submetido a hemodiálise durante 5anos e transplantado há 4 anos (doador cadáver) em Psicoterapia de Orientaçao Analítica.Apresentou a fantasia de que estaria grávido, devido aos movimentos sucessivos produzidos em seu abdome pelo seu enxerto. As sensaçoes de impotência, angústia e descontrole de seu corpo provocaram vários sentimentos, desde disforia (alegria exacerbada) com o novo órgao, raiva dos medicamentos pelos efeitos secundários e a sensaçao da modificaçao do seu esquema corporal, envolvido na experiência de perda de uma parte do corpo. Quando uma nova parte é adicionada no corpo, a imagem corporal expande-se e um lugar psicológico tem que ser encontrado. Há que integrar psicologicamente o novo esquema corporal, esta integraçao é lenta e gradual. Quando se fala de alteraçao da imagem corporal no individuo transplantado é a questao da afetaçao do narcisismo, o que inevitavelmente tem implicaçoes na autoestima. A perturbaçao narcísica aqui envolvida, ameaçadora da coesao do eu, se trata da perda de um pedaço do corpo e o ganho com representaçoes psicológicas de rim e de feto. Pôde-se considerar que o acompanhamento psicológico, o processo de receber, passou pela dinâmica individual do receptor, ativando conflitos até entao inconscientes, mas que influenciaram no equilíbrio emocional do paciente. As fantasias puderam ser respeitadas e trabalhadas como um elo vital entre a perturbaçao narcisica e a resposta adaptativa a ela, o que levou nosso paciente a uma melhor assimilaçao do novo órgao.


DC 056

PREVALENCIA DA DOENÇA DE FABRY EM PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA SUBMETIDOS A HEMODIALISE EM NATAL-RN

R GO, JULIANA FLORINDA DE MENDONÇA; ALVES, TATIANA MARIA SABOIA; MARINHO, LUIS ALCIDES DE LUCENA; RAMOS, THIAGO CARLOS DE OLIVEIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Introduçao: Doença de Fabry é uma doença genética de depósito lisossômico caracterizada pela deficiência da enzima α-galactosidase A, gerando acúmulo de globotriaosilceramida (GL-3) em diferentes tecidos, notadamente no endotélio vascular, podendo ocasionar complicaçoes renais, cardíacas e cerebrovasculares. Diante da terapia de reposiçao enzimática, torna-se essencial o diagnóstico desta doença, o que pode ser conseguido através de um rastreamento de pacientes em hemodiálise. Objetivo: O presente estudo objetiva determinar a prevalência da Doença de Fabry em pacientes portadores de insuficiência renal crônica em hemodiálise na cidade de Natal-RN, avaliando as principais co-morbidades associadas. Métodos: Foram selecionados indivíduos do sexo masculino em hemodiálise, entre 18 e 65 anos, excluindo-se pacientes cuja etiologia da falência renal foi: Diabetes Mellitus, Lupus Eritematoso Sistêmico, Nefropatia Obstrutiva, Pielonefrite Crônica e Doença Renal Policística. Amostra sanguínea foi coletada para avaliaçao da atividade da α-galactosidase A em papel de filtro; os que apresentaram valores inferiores a 2,5 µmol/L/h tiveram a atividade enzimática testada em leucócitos e, a estes pacientes, aplicou-se questionário sobre manifestaçoes clínicas relacionadas. Resultados: Dos 191 pacientes, 16(8,3%) cursaram com atividade enzimática em papel de filtro inferior a 2,5 µmol/L/h. Apenas 01 paciente (0,52%) apresentou dosagem da atividade enzimática em leucócitos inferior ao valor da normalidade, sendo compatível com Doença de Fabry. Neste nao foram encontradas as manifestaçoes clínicas típicas da doença. Conclusao: Observou-se uma prevalência de Doença de Fabry de 0,52% dentre os pacientes estudados nos centros de hemodiálise da cidade de Natal em outubro de 2006.


DC 057

“COMPARAÇAO ENTRE INDICES HEMATIMÉTRICOS E PERFIL DE FERRO ENTRE PACIENTES DIABÉTICOS E NAO-DIABÉTICOS, PORTADORES DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM PROGRAMA DE HEMODIALISE.”

OLIVEIRA, CAF; RESURREIÇAO, FAMS; GOUVEIA, EA; MACEDO, JP; COSTA, AFP; BARROS, AAS; MARANHAO, CEC; SIQUEIRA, GSM; QUEIROZ, SAGVV

FHAIAA-AL

Introduçao: Anemia é certamente um marcador de doença renal crônica, estando presente em 70% ou mais dos pacientes em início de programa dialítico. Objetivos: Avaliar se existe diferença nos índices hematimétricos e perfil de Ferro entre os pacientes diabéticos e nao diabéticos submetidos a hemodiálise crônica. Métodos: Foram analisados os resultados de hematócrito (Ht), hemoglobina (Hb) e dose semanal de eritropoetina (EPO), extraindo-se destes a média dos últimos três meses. Os valores de ferro e ferritina foram extraídos da última coleta mensal. Os valores sao expressos em números absolutos, médias e desvio padrao. A análise estatística foi realizada com teste exato de Fisher e teste t de Student quando apropriados. Os pacientes foram divididos em diabéticos (grupo A) e nao diabéticos (grupo B). Resultados: Ambos os grupos constaram de 23 pacientes, sem diferença significativa em relaçao a gênero e idade entre si. Nao houve diferença estatística significativa entres os índices hematimétricos dos dois grupos (p=0,87 para Ht e p=0,81 para Hb), bem como nao houve diferença estatística em relaçao a os níveis de Ferro (p=0,11) e Ferritina (p=0,24), assim como a dose de eritropoetina utilizada. Porém evidenciaram-se diferentes médias de níveis de ferro (54,66 e 65,04 µg/dL) e ferritina (375,47 e 503,42 µg/dL) nos grupos A e B respectivamente e ainda, maiores doses de EPO ultilizadas pelos diabéticos. Conclusao: Embora nao tenha havido diferença estatística entre os grupos, há tendência em existir menores níveis de ferro e ferritina no grupo de pacientes diabéticos que dialisam, necessitando os mesmos de maiores doses de eritropoetina.


DC 058

“QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE ACIMA DE 60 ANOS E ABAIXO DE 50 ANOS DE IDADE, AVALIADA ATRAVÉS DO INSTRUMENTO GENÉRICO SF-36”

OLIVEIRA CAF; RESURREIÇAO, FAMS; GOUVEIA, EA; MACEDO, JP; COSTA, AFP; BARROS, AAS; OLIVEIRA, RRD; QUEIROZ, SAGVV; SIQUEIRA, GSM; SOUTINHO, LW

FHAIAA-AL

Introduçao: O fenômeno de envelhecimento populacional no Brasil é fato incontestável nos dias de hoje, mas também na populaçao de pacientes em programa de diálise este fenômeno acontece. Objetivos: Analisar a qualidade de vida e sua relaçao entre pacientes idosos e nao idosos submetidos a hemodiálise crônica em um centro de nefrologia em Maceió-AL. Métodos: O estudo constou da aplicaçao do questionário genérico SF-36 em pacientes com idade superior a 60 anos (grupo A) e pacientes com idade inferior a 50 anos (grupo B). Os resultados sao expostos em números absolutos, médias e desvio padrao, a análise estatística foi realizada com teste exato de Fisher e teste t de Student quando apropriados. Resultados: O grupo A composto por 31 pacientes teve idade média de 67,1±6,05. O grupo B composto por 30 pacientes com idade média de 38,5±9,17 anos. Foi constatado que os pacientes do Grupo B têm uma melhor qualidade de vida em relaçao aos pacientes idosos (p=0,001). Conclusao: O questionário genérico SF-36 foi um bom parâmetro para avaliar a qualidade de vida nos dois grupos. Foi constatado que a qualidade de vida entre os pacientes em programa de hemodiálise é influenciada pela idade.


DC 059

EDEMA CEREBRAL INDUZIDO POR CYCLOSPORINA EM PACIENTE COM IRCT EM HEMODIALISE

MIGUEL ANGELO GOES; MARIANA G ADAS, SUEMY C IZO, HELIO TOSHIO OUKI, JOAO FERNANDO PAVAO DE FARIA ROMAO, MARIA A DALBONI, MAURICIO G PEREIRA, OSCAR F PAVAO DOS SANTOS, MIGUEL CENDOROGLO E ME CANZIANI

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA- UNIFESP-BRASIL

Relato de Caso: Paciente feminina, de 34 anos, portadora de insuficiência renal crônica, que, após 10 anos de transplante renal evolui com nefropatia cronica do enxerto, necessitando hemodiálise de manutençao, e aplasia de medula óssea (MO). Estava sendo tratada com corticóide e cyclosporina A (CsA) para a aplasia de MO, quando apresentou quadro de cefaléia holocraniana progressiva associada com fraqueza em membros e alteracao visual, mas com a pressao arterial controlada com enalapril e amlodipina, quando foi internada no Hospital do Rim e Hipertensao para investigaçao etiológica. Na internaçao a fundoscopia revelou edema de papila bilateral associada a elevada pressao do LCR foi realizada punçao do liquido cefalo raquidiano (LCR) e observado elevada pressao liquorica (PI 30mmHg), com celularidade normal. Tomografia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética de encéfalo nao evidenciaram alteraçoes. Após 12 dias houve piora da cefaléia e sonolência, sendo transferida para unidade de terapia intensiva(UTI). Na UTI evoluiu com convulsoes generalizadas e coma. A pressao do LCR continuava elevada (PI 31mmHg). A TC revelou edema cerebral difuso com coleçoes subdurais frontais. Após 36 horas, a CsA foi suspensa. Evoluindo com melhora do quadro clinico, normalizaçao da pressao do LCR (PI 14mmHg) e da TC de encéfalo. Sendo suspensa a ventilaçao mecânica após 16 dias. Recebendo alta da UTI após 22 dias, sem qualquer seqüela neurológica. Conclusao: No nosso conhecimento este é o primeiro relato de caso de edema cerebral induzida por CsA em paciente submetido a hemodiálise crônica de manutençao. Um diagnóstico precoce, com suspensao da utilizaçao de CsA sao importantes para um bom curso clinico e prognóstico, já que na sua completa suspensao evolui para melhora completa sem qualquer seqüela.


DC 060

AVALIAÇAO DO ESTADO NUTRICIONAL EM HEMODIALISE

RENATA MONEDA ALBERTO DO SANTOS; VIRGINIA PAVESI MIGUEL.

HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO-USP.

J.C.O.M., sexo masculino, 23 anos, solteiro com diagnóstico de subnutriçao e IRC em hemodiálise (HD) (4h 3vezes/semana) desde ano de 2000, devido à Síndrome de Prune Belly. Os estudos mostram alta incidência de subnutriçao em pacientes HD ( 6 a 8% grave e 33% de leve a moderada). A primeira avaliaçao nutricional revelou que o paciente encontrava-se em desnutriçao grau moderado com déficit de 8kg de seu peso corporal usual e com depleçao importante dos tecidos adiposo e muscular. Os parâmetros utilizados para essa avaliaçao foram: peso seco, usual, padrao e ajustado, IMC, circunferências do braço e muscular, área muscular do braço, dobras cutâneas triciptal e subescapular e bioimpedância elétrica. Os exames laboratoriais reforçaram o estado de subnutriçao: albumina, CTL, uréia, creatinina, colesterol, triglicérides, PNAn encontravam-se abaixo da normalidade (3,5g/dl; 1500ml/m3; 120; 6,9; 88; 61mg/dl e 0,9g/kg/d, respectivamente). Os níveis elevados de PTH contribuíram para o catabolismo protéico. A avaliaçao da dieta detectou ingestao insuficiente de energia, proteína, cálcio, ferro, zinco, vitaminas do complexo B, ácido fólico e vitamina C. O paciente foi orientado com dieta contendo 40kcal/kg e 1,3g de proteína/kg de peso ajustado através de um exemplo de cardápio e listas de substituiçao de alimentos e iniciado a suplemento alimentar 300ml (1,5Kcal/ml, 350mOsm, isento de fibras, contendo 450Kcal, 16% de proteína, 51% de carboidratos, 33% de lipídio; 391mg de Na, 558 de K, 301mg de P e Ca, 5,4mg de Fé, 6,3 de Zn, dentre outros nutrientes) 3 vezes/semana, após cada sessao de hemodiálise, para recuperaçao do estado nutricional. Foram realizadas avaliaçoes nutricionais posteriores que indicaram boa adesao à dieta orientada, uso regular do suplemento, melhora dos parâmetros nutricionais e bioquímicos: ganho de peso, tecido adiposo e muscular.


DC 061

RELATO DE CASO: USO DO MICOFENOLATO MOFETIL (MMF) NA NEFRITE TUBULO-INTERSTICIAL AGUDA

RENATO M. SIMOES; JOSÉ FERNANDO S. GUILHEN, LUIZ C. PAVANETTI, MAURICIO B. ZANOLLI, VITOR L. ALASMAR, IVAN M.ARAUJO.

FACULDADE DE MEDICINA DE MARILIA

Paciente feminina de 32 anos, previamente hígida, evoluiu em 1 semana com quadro de náuseas, vômitos e fraqueza e perda aguda de funçao renal. Relatava uso de Ciclosporina (CsA) para tratamento de psoríase, interrompido há 1 ano. Negava uso de quaisquer outras medicaçoes além da exposiçao caseira a inseticida. Ao exame de entrada: Taquipnéia, euvolêmia, descorada+/4, PA=120x80mmHg, sem edema. Uréia:106mg%; Creatinina:9,2mg%; K+sérico:5,7mEq/l;HCO3-=16mEq/l; Urina: densidade1010, glicose+, proteína+, sangue++, leucócitos: 70.000/ml, hemácias: 90.000/ml; Hemograma: Hb:8,9 g%, leucócitos: 10100/mm3, eosino:3%; Albumina: 4,2g%; Urocultura: negativa; Proteinúria: 803mg/d; Lúpus e ANCA negativos; Complemento normal; ultrassonografia: rins aumentados de volume com hiper-refringência cortical. Biópsia renal: MO: glomérulos preservados, fibrose intersticial moderada com infiltrado intersticial e tubular linfo-monocitário e eosinofílico , atrofia tubular e cilindros hialinos; IFD: negativa. Com o diagnóstico de nefrite túbulo-intersticial (NTI) aguda, feita Metilprednisolona IV, 1mg/kg/dia/ 5 dias, convertida a Prednisona oral. A creatinina regrediu até 1,4mg%. Com a elevaçao de creatinina 15 dias após, optou-se por associar MMF 2g/dia com reduçao progressiva do esteróide. Após 90 dias de evoluçao a creatinina é 1mg%, sedimentoscopia urinária normal, densidade urinaria 1019, proteinúria negativa. Discussao: a NTI é frequentemente atribuída a fatores infecciosos, imunológicos, tóxicos e medicamentosos, sendo a lista desses últimos sempre crescente. O presente caso poderia ser relacionado em fase aguda à exposiçao casual ao inseticida, bem como à CsA em se considerando a fibrose residual freqüente com o uso dessa última. A reversao do quadro com o MMF sugere a açao do mesmo no quadro agudo, pois se vem mostrando ineficaz para a reversao das alteraçoes renais crônicas da CsA.


DC 062

COMPLICAÇAO EM CATETER DE LONGA PERMANENCIA PARA HEMODIALISE – RELATO DE CASO

LUCIANO, E.P; ALEXANDRINO, M.B.G; PORTELA, J.E.L; MORAES, J.L.R; CUENCA, L.C.F; IDHELSON, K.B; KORN, DAVI

HOSPITAL PROFESSOR EDMUNDO VASCONCELOS

As complicaçoes com cateteres de longa permanência em hemodiálise sao freqüentes e importante causa de piora na qualidade da terapia e conseqüente aumento da morbimortalidade. Esse relato de caso tem como objetivo descrever uma importante e incomum complicaçao do cateter de longa permanência com cuff, quando inserido de maneira inadequada dentro da cavidade atrial cardíaca – arritmia e trombo na ponta do cateter; A.G.M, 61 anos, branca, diabética e hipertensa há quase 20 anos, em programa de hemodiálise há 03 meses no HPEV; após duas tentativas de confecçao de FAV em membros superiores sem sucesso devido infecçao local, optou-se por colocaçao de cateter com cuff tipo Permcath em veia jugular interna esquerda há 01 mês e concomitante tratamento antibiótico; há 15 dias evoluiu com adinamia e queda do estado geral; há 04 dias foi internada para investigaçao do quadro, quando no exame inicial notou-se arritmia cardíaca tipo flutter com conduçao variável; Foi entao proposta a anticoagulaçao e reversao elétrica da arritmia aguda, quando foi solicitado Ecocardiograma transesofágico pré tratamento, que evidenciou o cateter adjacente à parede posterior do átrio direito, intracavitário em 2cm com presença de trombo grande na ponta do mesmo; Portanto concluiu-se que o cateter era a fonte arritmogênica e trombogênica; foi iniciada anticoagulaçao plena com heparina nao fracionada e posterior retirada do cateter sem intercorrências e com reversao espontânea da arritmia


DC 063

DEPRESSAO E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES EM HEMODIALISE

BARBOSA L.M.M.1; MORALES M.C.2, ANDRADE JR. M.P.2, BASTOS K.A.1,2,

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE;
2. CLINESE – CLINICA DE NEFROLOGIA DE SERGIPE.

Introduçao: As terapias de caráter crônico apresentam três objetivos básicos: aumentar a longevidade, reduzir a morbidade e melhorar a qualidade de vida (QV) dos pacientes. Possíveis associaçoes entre dados demográficos e clínicos objetivos e a QV podem assegurar estratégias para melhoria do bem-estar em portadores de doença renal crônica. Objetivo: Identificar fatores associados à QV de pacientes em hemodiálise (HD). Metodologia: Foram entrevistados 114 renais crônicos em HD, utilizando-se o SF-36 para medida da QV, e o Beck Depression Inventory para identificar a presença de depressao. A relaçao entre o nível de QV, depressao e outras variáveis clínicas, laboratoriais e sócio-demográficas foi analisada através da aplicaçao de modelo de regressao, com ajuste para as diversas co-variáveis. O método de Backward foi utilizado para seleçao dos preditores de QV mais significativos (p<0,05). Resultados: Os pacientes tinham em média 46,3±13,9 anos, sendo 59,7% homens. Depressao esteve significativa e independentemente associada a pior QV em todas 8 as dimensoes do SF-36. Outras co-morbidades (diabetes e doença vascular periférica), acesso vascular por cateter, gênero masculino, idade mais avançada, ausência de ocupaçao e baixa escolaridade também estiveram associados a menores pontuaçoes em pelo menos uma das dimensoes do SF-36 após múltiplos ajustes. Conclusao: Depressao foi o maior preditor de QV. Esta associaçao de pior QV com variáveis modificáveis ou preveníveis ressalta a importância de intervençoes psicossociais e médicas para melhoria do bemestar de pacientes em HD.


DC 064

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ABSORÇAO DE GLICOSE DO DIALISATO EM DIALISE PERITONEAL CRONICA

ANTUNES AA; BARRETTI P, MARTIN LC, BALBI AL, GABRIEL DP, RODRIGUES LS, CEZARIO R, CARAMORI CA, PEREIRA ERP, CARAMORI JCT

FMB-UNESP/BOTUCATU

Na diálise peritoneal (DP), cerca de 60-80% da glicose presente no dialisato infundido pode ser absorvida, variando entre 100 e 300g/dia, contribuindo com 4,1 a 13,4kcal/kg/dia. Essa absorçao depende das características do transporte peritoneal (TP) e da prescriçao dialítica, entretanto o impacto da modalidade de DP nem sempre é considerado nos cálculos. Objetivou-se quantificar a absorçao de glicose do dialisato de pacientes em DP, identificando a contribuiçao energética, considerando as diferentes características dos pacientes e modalidades de DP. Avaliados 27 pacientes adultos, no mínimo há 4 meses em DP e livres de peritonite há mais de 3 meses. Estratificou-se a amostra em DP automatizada (DPA) e DP ambulatorial contínua (DPAC); e quanto ao tipo de TP, baixo/médio-baixo e médio-alto/alto. Determinou-se a glicose infundida (GI) e drenada (GD) para obter o percentual de glicose absorvida (GA=GI-GD) e sua contribuiçao energética (GA X 3,4) no valor calórico total diário (VCTD). Considerouse o volume e a concentraçao de glicose de todas as bolsas infundidas e as dosagens feitas no efluente peritoneal drenado em 24 horas. O VCTD foi estimado por registro alimentar de 3 dias. Dados expressos em média e desvio-padrao, comparados por teste T. Na populaçao, 48% dos pacientes eram masculinos, 33,3% portadores de Diabetes Mellitus, idade de 57,6±19 anos, tempo em DP de 23,6±19,8 meses, IMC de 26,7±5,7kg/m2. A GI foi de 199±92g/dia e a GA foi 110,5±50,3g/dia (56,1±12,6%) fornecendo 375,9±171kcal, correspondendo a 21,04±8,03% do VCTD e a 5,87±2,38kcal/kg/dia. Quanto ao tipo de TP observou-se que nos alto/médio-alto transportadores a quantidade de GI e GA (g/dia) foi maior (p=0,01), revelando que nesses pacientes o fornecimento de calorias foi superior (p=0,01), correspondendo a 25% do VCTD e a 7kcal/kg/dia (p=0,006), mas nao discriminou diferenças no percentual de GA. Entretanto, quanto à modalidade de DP, o percentual de GA em DPA foi de 48,64% e em DPAC de 65,48% (p<0,0001). Para adequaçao energética em DP a GA do dialisato difere quando se estabelece o tipo de TP, permitindo ajustes diretos no aporte calórico; mas foi a interpretaçao da modalidade de DP que permitiu estimar de forma mais simples os percentuais de absorçao.

Diálise

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