J. Bras. Nefrol. 2007;29(3 suppl. 3):19-23.

Doença Renal Crônica – Tto. Conservador

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RASTREAMENTO E ESTADIAMENTO DA DOENÇA RENAL CRONICA (DRC) EM AMOSTRADE DIABÉTICOS E HIPERTENSOS NO MUNICIPIO DE LAGES-SC

MIRELI MARIA CRESTANI (CENTRO DE TERAPIA RENAL), CHRISTIAN LUIS S. DE AQUINO (CENTRO DE TERAPIA RENAL), CASSIA MORSCH (HC-POA)

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública mundial, com aumento progressivo de sua incidência, prevalência, evoluçao desfavorável e alto custo, comumente subdiagnosticada e subtratada. Foi redefinida e subdividida pelo NFKDOQI (2002) em estágios de 0 a 5. Evidências atuais recomendam investigaçao em pacientes de risco, como diabéticos e hipertensos. O reconhecimento e o manejo precoce da DRC sao fatores determinantes para o sucesso do seu tratamento. Objetivos: Investigar e estadiar a DRC em grupo de risco (diabéticos e hipertensos), a nível primário, com enfoque na prevençao e encaminhamento precoce destes indivíduos ao nefrologista. Metodologia: Estudo epidemiológico transversal. Amostra de 100 pacientes hipertensos e/ou diabéticos, de uma Unidade Básica de Saúde da periferia do município de Lages/SC, no período de 01 de maio a 31 de julho de 2006. Através de um instrumento foram coletados dados sócio-demográficos e medidas biofisiológicas da amostra. Para avaliar o estágio da DRC foi aplicada a fórmula de Cockcroft-Gault e o estadiamento realizado conforme o Consenso sobre DRC (NKF-DOQI, 2002). As variáveis foram avaliadas através da média, desvio padrao e percentil. Resultados: Dos 100 pacientes estudados, 2% tinham diabetes mellitus, 62% hipertensao arterial sistêmica e 36% as duas patologias. Quanto as variáveis biofisiológicas e sócio-demográficas 74% eram do gênero feminino, 27% tabagista Amédia de idade foi de 60,6±14,8 anos, da PAS 150,5±23,4mmHg, da PAD 89,9±12,4mmHg, do IMC 29,2±5,2, da Glicose 116,6±61,1mg/dl, da Cr sérica 0,8±0,2mg/dl, da Proteinúria 19,5±19,3mg/dl, da Microalbuminúria 35,4±46,6mg/l. Quanto a prevalência de DRC e seu estadiamento, 28% pacientes no estágio 0 (pacientes de risco sem dano renal), 15% estágio 1 (alteraçao proteinúria e/ou microalbuminúria), 39% estágio 2, 18% estágio 3. A prevalência de DRC nos estágios iniciais (estágios 1, 2 e 3) foi elevada, totalizando 72% da amostra, o qual foram encaminhados para consulta com nefrologista em ambulatório. Conclusao: Do ponto de vista de prevençao primária, fica evidenciado que apenas o atendimento gratuito que vem sendo ofertado nao está sendo o suficiente para o controle e prevençao da DRC. Neste sentido, estudos epidemiológicos devem ser realizados com o objetivo de atuar na prevençao, encaminhamento precoce ao nefrologista e implementaçao de medidas nefroprotetoras a indivíduos com risco para DRC, como hipertensos e diabéticos.


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O USO DA CAIXA DE ATIVIDADES NAABORDAGEM PSICOTERAPEUTICA DE PACIENTES EM HEMODIALISE

EDNÉIA APARECIDA DE PAULA (UNISA – UNIVERSIDADE SANTO AMARO)

Introduçao: O objetivo deste estudo foi de buscar recursos que auxiliem a atuaçao do psicólogo no atendimento a pacientes renais crônicos (PRC) em ambiente hospitalar específico, favorecendo a investigaçao do campo subjetivo destes pacientes. Métodos: Instrumentos de Coleta de Dados – Caixa de Atividades com objetos presenteados pelos pacientes e pesquisadora. Levantamento bibliográfico e observaçao participante. Sujeitos – Foram 13 PRC que realizam hemodiálise, de ambos os sexos, com faixa etária e classe social diversificada. Procedimentos – A caixa de atividade foi oferecida, aos pacientes, todo início da sessao. Os interessados retiravam os materiais. Ao final das sessoes os devolviam. Plano de análise de dados – Análise Qualitativa do material produzido pelos pacientes e das situaçoes observadas. Resultados: A maioria dos pacientes tinha uma posiçao passiva diante da vida, a Caixa de Atividades incitou-os a re-agir e naquele ambiente percebiam que era possível inter-agir. Um número significativo de pacientes apresentava uma série de temores e desconfortos durante o tratamento, a distraçao e o lazer propiciado pelos materiais da caixa auxiliaram na minimizaçao dessas sensaçoes em parte dos pacientes. Conclusoes: Constatou-se a necessidade da adoçao de recurso que auxilie a atuaçao do psicólogo no atendimento a PRC em ambiente hospitalar específico. O setting terapêutico exige do psicólogo flexibilidade, criatividade e interaçao com outros profissionais da equipe de saúde. Através da caixa de atividades, foi possível tornar situaçoes ameaçadoras mais seguras e auxiliar no reconhecimento e na expressao dos sentimentos vivenciados, compreendendo-os e oferecendo apoio psicológico.


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ESTUDO DA PREVALENCIA DE DISTURBIO MINERAL E OSSEO EM PACIENTES RENAIS EM HEMODIALISE NO VALE DO ITAJAI – SC – BRASIL

ITAMAR DE OLIVEIRA VIEIRA (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA), DANIELA KONKEVITZ (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA), MARINA JAGIELSKY GOSS (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA), MARIA MANUELA DA LANÇA MARCON (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA), ROSANA CASTELLAIN (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA), JERRY SCHMITZ (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA), GLADYS ROSANE THOMÉ VIEIRA (UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU), CARLOS EFRAIN STEIN (UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU)

Introduçao: A DMO, freqüente na maioria dos pacientes em HD, merece acompanhamento constante devido suas complicaçoes e ao aumento da morbimortalidade cardiovascular. Objetivos: Analisar a adequaçao dos pacientes, em relaçao às normas do K/DOQI comparar os achados com os resultados de estudos anteriores e estudar associaçoes entre os parâmetros encontrados. Metodologia: Estudo retrospectivo transversal em pacientes adultos, em hemodiálise convencional e cálcio do banho 3,5%. Parâmetros estudados por análise uni e multivariada, teste Qui-Quadrado e K de proporçoes. Resultados em média e erro padrao, significância estatística p<0,05. Resultados e conclusao: Estudados duzentos e setenta e cinco pacientes, 145(52,73%) do gênero masculino, idade média 54,7±0,9 anos, tempo em diálise(TD) 38,7±2,2 meses. Nefroesclerose hipertensiva(34,9%) e diabetes melito(26,2%) foram as etiologias mais prevalentes. Indice de massa corpórea-25,9±0,3 kg/m2 albumina sérica(Alb)-3,92±0,02 g/dL cálcio sérico (Ca)-9,77±0,06 mg/dL fósforo(P)-5,72±0,1g/dL Ca x P-54,7±0,1mg2/dL2 fosfatase alcalina(FA)-128,0±10,0U/L paratormônio intacto(PTHi)-286,0±24,9pg/mL alumínio(Al) 11,4±0,6pg/mL. Administraçao diária de 3474,0±160,0mg de carbonato de cálcio em 116(42,16%) e de 4358,0±160,0mg de sevelamer em 67(24,36 %) dos pacientes. Somente 42(15,27%) receberam calcitriol. PTHi correlacionou-se com: TD(r=0,22 – p=0,0003) Alb(r=0,16 – p=0,006) Ca(r=-0,25 – p< 0,0001) P(r=0,23 – p<0,0001) Ca x (r=0,13 p=0,03) FA(r=0,25 – p<0,0001) e Al(r=0,29 – p=0,0001). Regressao linear múltipla evidenciou que o sevelamer influenciou o PTHi mais expressivamente que o carbonato de cálcio(r=0,72, coeficiente -0,028). As percentagens de pacientes com níveis séricos dentro dos recomendados pelo K/DOQI foram: Ca-33,45% P-42,91% Ca x P-56,36 % e PTHi-21,45 %. Concluindo, o estudo mostrou que os pacientes apresentaram baixa adequaçao às normas estabelecidas, semelhante a outros estudos. A doença de baixa remodelaçao foi a mais prevalente. Assim quase podemos afirmar que as modalidades terapêuticas usadas nao têm controlado adequadamente os pacientes em hemodiálise. A realizaçao deste estudo mostrou ser uma ferramenta recomendável de acompanhamento e orientaçao da DMO na terapia do renal crônico.


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DEMANDAS DE INTERVENÇOES DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO AO PACIENTE EM TRATAMENTO CONSERVADOR

CINTHIA DALASTA CAETANO FUJII (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE), ELVINO GUARDIAO BARROS (UNIVERSIDADE FEDERLA DO RIO GRANDE DO SUL)

Introduçao: A mudança no perfil epidemiológico brasileiro tem gerado uma progressiva elevaçao da morbimortalidade por Doenças e Agravos Nao Transmissíveis (FUNASA,2003).Conforme Ministério da Saúde 2004, no Brasil 2.467.812 pessoas apresentavam hipertensao arterial e/ou diabetes mellitus, sendo que neste grupo, 175.227 pacientes desenvolveram doença renal crônica (DRC) (ABENSUR,2004). O tratamento conservador da funçao renal se constitui em diversas intervençoes terapêuticas com objetivo de retardar a progressao do dano renal, tratar as complicaçoes da DRC e preparar paciente para futura terapia renal substitutiva. Objetivos: Identificar as demandas atuaçao do enfermeiro nas intervençoes terapêuticas propostas no tratamento conservador e propor intervençoes de enfermagem. Metodologia: Caracteriza-se como Revisao Bibliográfica. A coleta de dados se deu em bancos de dados nacionais e internacionais, livros, diretrizes para prática clínica das sociedades representativas em nefrologia e legislaçao nacional nos últimos dez anos. Para análise dos dados utilizou-se a categorizaçao dos mesmos, tendo como critério o agrupamento por semelhança semântica (BARDIN,1977). Resultados: Formaram-se três categorias: Retardar progressao da doença renal crônica, prevenir e tratar complicaçoes da DRC e preparar para terapia renal substitutiva. Nos dois primeiros itens a atuaçao do enfermeiro aparece como veículo de esclarecimento ao indivíduo e família, aderência a terapia medicamentosa e estímulo ao auto-cuidado, no terceiro item o enfermeiro é fundamental, oferecendo informaçoes sobre o tratamento dialítico futuro, realizando encaminhamentos precoces para vacinaçao e acesso. Conclusao: A atuaçao do enfermeiro no tratamento conservador tem como eixo a educaçao em saúde, associada também ao estímulo ao autocuidado. As intervençoes de enfermagem constituem-se em um vasto campo para pesquisas e desenvolvimento de métodos educativos.


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AVALIAÇAO DA INGESTA DIETÉTICA DE VITAMINA C NOS PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM TRATAMENTO HEMODIALITICO.

MARIANA BURMEISTER (CENTRO DE DIALISE HMV-PORTO ALEGRE-RS), MAURICIO LUTZKY (CENTRO DE DIALISE HMV-PORTO ALEGRE-RS), MILTON KALIL (CENTRO DE DIALISE HMV-PORTO ALEGRE-RS), DAVID SAITOVITCH (CENTRO DE DIALISE HMV-PORTO ALEGRE-RS), RENATO EICK (CENTRO DE DIALISE HMV-PORTO ALEGRE-RS), MARIA L. THOMAS (CENTRO DE DIALISE HMV-PORTO ALEGRE-RS), ANDREA VEIGA (CENTRO DE DIALISE HMV-PORTO ALEGRE-RS), LILIAN ARAUJO (CENTRO DE DIALISE HMV-PORTO ALEGRE-RS)

Introduçao: Pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico podem apresentar deficiência de vitamina C decorrente da perda de aproximadamente 100mg durante uma sessao de diálise. A ingestao alimentar desta vitamina também pode estar insuficiente, pois a dieta prescrita restringe o consumo de alimentos ricos em vitamina C, como as frutas e as hortaliças frescas devido ao seu alto conteúdo de potássio. Fadiga, queixa comum entre os pacientes em hemodiálise, pode ser sintoma de escorbuto. Objetivo: Avaliar a ingestao de vitamina C, decorrente da dieta ,nos pacientes com insuficiência renal crônica, em tratamento hemodialítico. Pacientes e Métodos: Estudo transversal. Foram incluídos 48 pacientes (37M e 11F), com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico há mais de 3 meses, com idade média de 76anos, sem infecçoes e sem hospitalizaçao. Como padrao de referência foi considerada uma ingestao de 75 a 90mg/dia de vitamina C conforme as recomendaçoes do Clinical Pratice Guidelines for Nutrition in chronic renal failure (NKF-DOQI). Para avaliar a ingestao de vitamina C, realizou-se a avaliaçao dietética através do registro alimentar em três dias: um dia da semana sem hemodiálise, um dia da semana com hemodiálise e um domingo. Os registros foram analisados através do Programa de Apoio à Nutriçao – Nutwin, versao 1,5/2002. Resultados: A média de ingestao de vitamina C ingerida foi de 159�mg. 13% dos pacientes apresentaram uma ingestao conforme o recomendado, 33% acima e 54% abaixo do preconizado. Conclusao: Estes resultados sugerem a necessidade de suplementaçao da vitamina C. Devido a variaçao sazonal e a diversibilidade de alimentos ofertados, uma avaliaçao dietética periódica da ingestao de vitamina C é recomendado.


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PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA (IRC) EM TRATAMENTO CONSERVADOR EM UM HOSPITAL ESCOLA DA REGIAO SUL DO BRASIL

CLARA MARIA TREVISAN (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA), ARLETE MARIA BRENTANO TIMM (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA), MACILENE REGINA PAULETTO (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTAMARIA)

Introduçao: O progresso técnico científico das ciências na área da saúde permitiu a sobrevida dos portadores de IRC, por meio de técnicas e máquinas para a Terapia Renal Substitutiva (TRS). Porém, antes da necessidade de uma TRS, preconiza-se o diagnóstico precoce da doença renal, pois esta patologia afeta o indivíduo, de modo geral interferindo em sua qualidade de vida. Objetivo: Determinar o perfil epidemiológico dos pacientes com IRC em tratamento conservador, atendidos no ambulatório de pré-diálise. Métodos: Apesquisa realizada foi de caráter exploratório descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa. A amostra teve 237 pacientes, que foram divididos em dois grupos. O grupo A, com 96 pacientes, atendido no ambulatório e atualmente está em tratamento renal substitutivo, devido à falência renal, e o grupo B, com 141 pacientes permanece em tratamento conservador. Acoleta dos dados, para a realizaçao do diagnóstico, foi efetuada junto ao prontuário dos pacientes, com preenchimento de um questionário com questoes fechadas. O período abrangido pela pesquisa foi de janeiro de 1999 a julho de 2006. Resultados: No grupo A, 31,2% dos pacientes teve um acompanhamento ambulatorial inferior a três meses, pois tinham sua funçao renal residual diminuída, em decorrência do diagnóstico tardio. O grupo B, com diagnóstico mais precoce, teve um acompanhamento superior a 24 meses em 57% dos pacientes, o que possibilitou à equipe realizar intervençoes no tratamento, visando retardar a progressao da doença renal crônica, prevenir complicaçoes e preparar o paciente para um tratamento renal substitutivo. Conclusao: A maioria dos pacientes com insuficiência renal é encaminhada tardiamente para o ambulatório de pré-diálise, evidenciando demora no diagnóstico e falha no atendimento primário aos pacientes nas Unidades Básicas de Saúde, como também dos Programas de Saúde da Família.


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AUMENTO DA CALCIFICAÇAO E NITRAÇAO DE PROTEINAS EM ARTÉRIAS DE PACIENTES RENAIS CRONICOS

MARILIA LACERDA WERNECK (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), GISAH GUILGEN (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), LUCIA DE NORONHA (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), ANA PAULA CAMARGO MARTINS (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), LIA SUMIE NAKAO (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), ROBERTO PECOITS-FILHO (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA)

A doença cardiovascular (DCV) é complicaçao frequênte em doença renal crônica (DRC). Fatores de risco clássicos para o desenvolvimento de DCV sao predominantes em pacientes DRC. Mas fatores de risco relacionados a DRC, incluindo distúrbios do metabolismo mineral e estresse oxidativo, têm sido propostos como mediadores do aumento desse risco. O objetivo do estudo foi analisar a calcificaçao vascular e a nitraçao de resíduos de tirosina de pacientes DRC submetidos ao transplante renal quando comparados ao seus doadores. Métodos: Segmentos de artérias iliaca e renal de 16 pacientes DRC estágio 5 e 13 doadores controles, respectivamente, foram coletadas durante transplante. Analise histológica foi baseada na classificaçao de Stary, calcificaçao foi analisada pela coloraçao de alizarin e a produçao de nitrotirosina foi analisada por imunohistoquimica. Resultados: Pacientes do grupo DRC apresentaram uma maior prevalencia de lesoes tipo Stary 2 e 3, enquanto a prevalência de lesoes no grupo controle foi do tipo 1 (Chi2=11.2 p<0.05). O grau Stary foi significantemente maior no grupo de pacientes DRC (2.3±0.2) quando comparado ao grupo controle (1.5±0.2 p< 0.05). Calcificaçoes vasculares foram observadas em 68% dos pacientes DRC, comparado com 7% no grupo controle (Chi2 =12.4 p<0.0005). Há uma corelaçao significativa entre calcio sérico e o escore de calcificaçao medio (r=0.49 p=0.05), a correlaçao do fosforo sérico e o escore do calcio na intima (r=0.57 p<0.05), media-intima (r=0.58 p<0.05) e media (r=0.58 p<0.05), e finalmente entre o produto Ca X P e escore de calcificaçao na intima (r=0.60), media-intima (r=0.61 p<0.01) e media (r=0.65 p<0.005). Pacientes com calcificaçao vascular apresentam maior idade, alteraçoes mais acentuadas no metabolismo Ca X P, anemia e dislipidemia. O estudo de imunoistoquimica revelou um aumento significante na marcaçao de nitrotirosina nas artérias dos pacientes DRC (62,179±4,264) comparados com os doadores controles (20,208±3,621 p<0.0001). Conclusao: A arterioparia nos pacientes DRC aparece em pouca idade e aparenta ser distinta da arteriopatia na populaçao em geral, especialmente pela intensa calcificaçao e estresse oxidativo vascular, e suas correlaçoes com preditores de mortalidade, como dislipidemia, anemia e alteraçoes no metabolismo mineral.


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UREMIA INDUZ ESTRESSE OXIDATIVO EM ARTÉRIAS HUMANAS E EM CÉLULAS ENDOTELIAIS

MARILIA LACERDA WERNECK (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), KARIME CRUZ FRANÇA (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), PAULO CESAR FORTES (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), PAULO AVELES (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), DENISE FERNANDES (INSTITUTO DO CORAÇAO), FRANCISCO RAFAEL LAURINDO (INSTITUTO DO CORAÇAO), LIA SUMIE NAKAO (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), ROBERTO PECOITS-FILHO (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA)

Na populaçao em geral o risco cardiovascular está associado com o estresse oxidativo. Pacientes de Doença Renal Crônica (DRC) apresentam a uremia como um fator adicional, o qual pode contribuir com a promoçao do estresse oxidativo e conseqüentemente, levar a doenças cardiovasculares. Objetivos: Determinar quanto a uremia induz o estresse oxidativo em células endoteliais (CE) e o quanto o antioxidante N-acetylcisteina (NAC) pode inibir esse estresse. Metodologia: Soro urêmico e nao urêmico foram coletados de pacientes em hemodiálise e doadores saudáveis, respectivamente, e caracterizados. CE, pré-tratadas ou nao com NAC (2 mM), foram cultivadas em meio suplementado com 10% dos pools de soro. Os níveis de glutationa intracelular (GSH) foram estimados pela reaçao de Ellman e a produçao de superóxido foi analisada por oxidaçao de diidroetidium (DHE) pela fraçao de membrana de CEs. Oxido nítrico (NO) foi detectado nas CEs por citometria de fluxo usando diaminofluoresceina dicetato (DAF). Para analisar o estresse nitrativo, dot-blott com anticorpo anti-nitrotirosina foi realizado. Resultados: Exposiçao de CE ao soro urêmico por 3 horas causa um aumento na oxidaçao do DHE pela fraçao de membrana, comparada às células tratadas com o soro controle (22.16±9.22 vs. 9.87±2.78 UA/mg proteína p<0.05), um processo inibido pelo pré-tratamento com NAC em células tratadas com soro urêmico (2.37UA/mg proteína, p<0.05) e nao-urêmico (4.0UA/mg proteína) após 6 horas foi observado uma diminuiçao do GSH intracelular em células tratadas com soro urêmico, em comparaçao as células tratas com soro nao-urêmico (0.77±0.19 vs.1.19±0.03 mmol GSH/mg proteína p=0.02). A incubaçao com soro urêmico por 24 horas aumentou a fluorescência induzida pelo soro nao-urêmico (8.53±0.47), enquanto a induzida pelo soro urêmico se manteve constante (3.84±0.59 media de fluorescência na célula p<0.05). O pré-tratemento com NAC nao modificou os níveis de NO após 24 horas de tratamento com os soros nao-urêmico (4.23±0.88) e urêmico (4.64±1.44). Após tratamento de 24 horas com soro urêmico CE mostraram aumento de Nitrotirosina (1.338±0.014 sobre CE sem tratamento), comparado ao tratamento com soro controle (1.018±0.014 sobre CE sem tratamento p<0,05). Juntos, esses dados mostram o efeito do estresse oxidativo da uremia em CE. Além de o NAC inibir esses estresses induzidos pela uremia.


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GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM DO AMBULATORIO DE PREVENÇAO DE DOENÇAS RENAIS

NARA DA SILVA MARISCO (CLINICA RENAL SANTA LUCIA/UNICRUZ), SILVANA SILVEIRA KEMPFER (CLINICA RENAL SANTA LUCIA/UNICRUZ), PAULO RICARDO MOREIRA (CLINICA RENAL SANTA LUCIA/UNICRUZ), ELVIANI BASSO (CLINICARENAL SANTALUCIA/UNICRUZ), CRISTIANE APIO MOTTA (CLINICA RENAL SANTA LUCIA/UNICRUZ), HILDA SCHNEIDER (CLINICA RENAL SANTA LUCIA/UNICRUZ)

Este estudo teve por objetivo descrever a implantaçao do gerenciamento de enfermagem no ambulatório de Prevençao de Doenças Renais. Foi realizado na Clinica Renal Santa Lúcia, Cruz Alta – RS, no período de agosto a dezembro de 2006. O gerenciamento teve por finalidade a sistematizaçao da assistência através da implantaçao de protocolos. O estudo caracterizou-se como uma pesquisa açao com enfoque descritivo, na qual os dados demográficos foram obtidos pelo registro em formulários próprios da Clinica Renal. Para efetivaçao do Gerenciamento foram utilizados como instrumentos a Consulta de Enfermagem, seguindo o modelo de Imógenes King, também foram utilizados protocolos para o gerenciamento dos casos clínicos. Os Protocolos seguiram as diretrizes preconizadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. Os dados posteriormente foram descritos e analisados seguindo a literatura específica da área. Durante o estudo foram seguidos os preceitos da ética seguindo a Resoluçao 196/96 do MS. Foram realizadas 254 consultas de enfermagem no período em estudo, totalizando atendimento em 254 pacientes. Os tipos de atendimentos foram 80,2% de pacientes com doenças renais no estágio I e II ,19,8% de pacientes com doença renal estágio III. Os dados mostraram uma predominância de mulheres em 58,6%, com idade entre 40 a 50 anos, com procedência de Cruz Alta em 49,5%. Nos dados clínicos, o sistema mais afetado pela doença renal foi o cardiovascular em (30,42%). Foram elaborados 10 Protocolos Clínicos para atendimento dos clientes, sendo relacionados à Hipertensao Arterial, Diabetes Mellitus, Estadiamento da Doença Renal, Litíase Renal e Infecçao Urinária e também 05 protocolos relacionados à dinâmica de funcionamento do ambulatório. Assim, destaca-se a atuaçao do enfermeiro no gerenciamento, uma vez que este profissional constitui o elo entre a equipe multiprofissional, ficando sob sua responsabilidade a coordenaçao e planejamento das açoes voltadas para promoçao, prevençao e reabilitaçao da doença renal.


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AUMENTO DA CONCENTRAÇAO PLASMATICA E EXPRESSAO ENDOTELIAL DE QUIMIOCINAS E MOLÉCULAS DE ADESAO NA PROGRESSAO DA DOENÇA RENAL CRONICA

ANDRÉA E M STINGHEN (PUC-PR – PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), SIMONE M GONCALVES (PUC-PR – PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), CARLOS A AITA (PUC-PR – PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), EMILLE G MARTINES (PUC-PR – PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), LIA SUMIE NAKAO (PUC-PR – PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), MIGUEL C. RIELLA (PUC-PR – PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA), ROBERTO PECOITS-FILHO (PUC-PR – PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA)

Introduçao: A DCV é a principal causa de morte nos pacientes com DRC. Entretanto o mecanismo exato através do qual a DRC acelera a aterogênese ainda nao está bem estabelecido. Quimiocinas como o MCP-1 e IL-8 e moléculas de adesao como a ICAM-1 e VCAM-1 sao responsáveis pelo recrutamento e adesao de monócitos a superfície do endotélio nos estágios precoces da aterogênese. Objetivo: Analisar o efeito do ambiente urêmico na expressao de MCP-1, IL-8, sICAM-1 e sVCAM-1. Métodos: A presença de inflamaçao sistêmica foi analisada através dos níveis plasmáticos de fibrinogênio e hsPCR. Estudos in vitro foram realizados utilizando-se células endoteliais humanas obtidas de veia de cordao umbilical (HUVECs), tratadas com meio de cultivo acrescido de plasma urêmico ou plasma normal, e amostras de sobrenadante foram obtidas no tempo basal (0h), 6 ou 12 h. Os níveis de MCP-1, IL-8, sICAM-1 e sVCAM-1 plasmáticos e em sobrenadante de cultura foram analisados por ELISA. Resultados: A populaçao era formada por 73 pacientes (média de 57 anos, 51% de homens) com DRC e TFG média de 37±21mL/min. As concentraçoes plasmáticas de MCP-1, IL-8, sICAM- 1 e sVCAM-1 foram respectivamente 106±3.5pg/mL, 60±10.5pg/mL, 80±1.7ng/mL e 788±45.5ng/mL. Houve uma correlaçao negativa do MCP-1 (R=-0.40, P<0.0005) e sVCAM-1 (R=-0.42, P<0.0005) com a TFG. O fibrinogênio correlacionou-se positivamente com MCP-1 e sVCAM-1 (R=0.33, P<0.005, R=0.25, P<0.05 respectivamente) e hsPCR com sICAM-1 (R=0.25, P<0.0005). Quando as células foram expostas a níveis mais elevados de uremia (estágios 4 e 5), houve um aumento na produçao de MCP-1, IL-8 e sVCAM-1, com uma diferença significativa entre os grupos (P<0.05), entretanto esta mesma produçao nao foi observada para sICAM-1. Conclusao: Níveis plasmáticos elevados de MCP-1, sVCAM-1 estao associados com diminuiçao da funçao renal e inflamaçao sistêmica e a exposiçao das células endoteliais ao plasma urêmico induz e aumenta a produçao destes dois marcadores, sugerindo que a expressao de MCP-1 e sVCAM-1 pelas HUVECs pode estar envolvida no processo de aterogênese urêmica.


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PERFIL DE CONHECIMENTO SOBRE ASPECTOS ESPECIFICOS DA DIETA PARA PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA (DRC) NA FASE NAO DIALITICA

MARIA INES BARRETO SILVA (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO), BARBARAVALE (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO), HAYDEE LANZILLOTTI (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO), LUIZA FRANCO (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO), JULIANA BARRETO (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO), CARLA MARIA AVESANI (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO), RACHEL BREGMAN (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Pacientes com DRC na fase nao dialítica sao orientados a restringir o consumo de alimentos fontes de proteína, sódio e potássio. A baixa adesao a essas orientaçoes constitui um importante entrave para o sucesso da intervençao terapêutica. Sendo assim, conhecer e apontar as dificuldades vivenciadas pelos pacientes é importantes para que se possa planejar estratégias de educaçao nutricional e assim melhorar a adesao. Objetivo: Descrever o nível de conhecimento dos aspectos dietéticos específicos no tratamento da DRC, de pacientes que assistiram a uma palestra abordando esse tema. Pacientes: 55 pacientes maiores de 18 anos (43% homens, idade = 64,2 +/-12,8 anos) atendidos em um ambulatório multidisciplinar de DRC. Métodos: Um modelo de aula sobre o tema “Aspectos da dieta no tratamento da DRC” foi apresentado semanalmente, por 6 meses, enquanto os pacientes aguardavam atendimento. Ao final desse período foi aplicado um questionário, por 2 meses, com 15 perguntas sobre aspectos da alimentaçao. Resultados: Dos 55 pacientes que responderam ao questionário, 54 (98%) consideraram o cuidado com a alimentaçao um item importante para o tratamento da doença. Ao avaliar a capacidade de identificar os alimentos fontes de proteína, observamos que o leite desnatado (n=26, 48%), o peixe (n=21, 38%) e o frango (n=19, 35%) compreenderam os alimentos com o menor índice de acerto. Já a carne bovina (n=55), o ovo (n=54, 98%) e o queijo (n=45, 83%) foram aqueles com o maior índice de acerto. O conhecimento sobre a quantidade segura de ingestao de carnes (bovina, frango e peixe), foi acertado por apenas 17 pacientes (31%). Com relaçao ao uso de temperos no preparo dos alimentos, observamos um nível de acerto de 85% (n=47) quanto à inadequaçao dos temperos industrializados ricos em sódio e de 76% (n=42) quanto à adequaçao do uso de temperos frescos. Conclusao: A maioria dos pacientes considerou importante a orientaçao nutricional para o tratamento da DRC e foram capazes de identificar temperos e condimentos adequados. No entanto, os pacientes mostraram dificuldade em identificar os alimentos fontes de proteína bem como o porcionamento adequado de carnes. Esses resultados sugerem que os alimentos fontes de proteínas devem ser o foco de estratégias de educaçao dietética para pacientes com DRC.

Doença Renal Crônica – Tto. Conservador

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