J. Bras. Nefrol. 2007;29(3 suppl. 2):71-84.

Nefrologia Clínica

NC 001

“RENAL CRONICO USUARIO DE DROGA ILICITA: UMA NOVA REALIDADE PARA O NEFROLOGISTA”

TEIXEIRA, CAL

INSTITUTO DO RIM DE APUCARANA, PR

Introduçao: o uso de drogas ilícitas aumenta a cada ano, atingindo uma populaçao distinta, e estando associado a disfunçoes orgânicas, inclusive renais, com poucos relatos na literatura, mas que se torna um problema crescente. Objetivo: analizar o impacto do uso de drogas ilícitas em pacientes renais crônicos em hemodiálise e suas manifestaçoes clínicas. Método: relato de dois casos tipicos de uso de droga ilícita – cocaína- suas manifestaçoes clínicas, aspectos radiológicos, diagnóstico e evoluçao. Resultados: dois pacientes jovens, em tratamento dialítico há mais de 5 anos por nefrosclerose hipertensiva, apresentam sinais e sintomas de “overdose” por cocaína, como depressao miocardica, dispnéia com hemoptise, agitaçao psicomotora, hipertensao arterial refratária, e sudorese intensa, necessitando de tratamento dialítico de urgência, por edema agudo de pulmao, com substancial melhora. Conclusao: o uso crescente de drogas ilícitas traz efeitos prejudiciais aditivos às disfunçoes já existentes em pacientes renais crônicos, devendo ser lembradas em situaçoes especiais e tornando-se uma nova entidade nosológica, um novo capitulo na nefrologia e clínica médica.


NC 002

RELATO DE CASO: SARCOIDOSE RENAL

MILOSKI, F.G.; CHRISTIANI, L.F.; TAKIYA, C. M.; ARAUJO, M. A. F.; GRACIANO, M. L.; CARVALHO, D. B. M.

HOSPITAL GERAL DE BONSUCESSO (RIO DE JANEIRO)

A sarcoidose é uma doença sistêmica caracterizada por acúmulo de linfócito T, fagócitos mononucleares, granulomas epitelióides nao-caseosos, desarranjo da arquitetura do tecido normal que afeta freqüentemente pulmoes, pele, linfonodos e olhos. O acometimento renal é raro e se dá por distúrbio do metabolismo do cálcio, nefrite intersticial granulomatosa nao caseosa, lesoes glomerulares. Apresentamos o caso de uma paciente de 46 anos cuja queixa inicial era astenia, prostraçao, mialgia e oligoanúria. Referia uso de antiinflamatório nao esteroidal um mês antes da internaçao. Apresentava também hiperemia conjuntival nao supurativa, a qual já havia notado há cerca de três meses. Sem queixas respiratórias. Ao exame físico: hipocorada, mal distribuída, hiperemia conjuntival importante. Exames laboratoriais revelaram anemia, azotemia, cálcio normal. Ultrassonografia abdominal e radiografia de tórax sem anormalidades. Quadro clínico compatível com nefrite tubulointersticial. Iniciou tratamento dialítico, mantendo anúria. Foi tratada com pulso de metilprednisolona seguido de prednisona oral antes mesmo da realizaçao da biópsia renal. Exame ofltalmológico constatou papilite/edema de papila, sugestivo de doença auto-imune ou hipertensao arterial além de afinamento da esclera com risco de herniamento da úvea e perfuraçao. Foi entao realizada biópsia renal que revelou presença de nefrite tubulointersticial granulomatosa nao caseosa, característica de sarcoidose renal em estágio avançado. Após o pulso e manutençao com corticóide, a paciente evoluiu com aumento do débito urinário, mudança da coloraçao vermelha da conjuntiva para manchas escurecidas, evoluindo com melhora completa do quadro ocular. Permaneceu em insuficiência renal com escórias azotadas elevadas e dependência de terapia renal substitutiva.


NC 003

ECTOPIA RENAL CRUZADA COM FUSAO-RELATO DE CASOS

CLAUDIA MARIA COSTA DE OLIVEIRA, MARCOS KUBRUSLY

HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDEO DA UFC E FACULDADE DE MEDICINA CHRISTUS-CEARA-BRASIL

Introduçao: A ectopia renal cruzada com fusao é a segunda mais comum anomalia de fusao renal, precedida apenas pelo rim em ferradura. Há uma predominância 2:1 para o sexo masculino, sendo mais comum a ectopia do rim E. Os pacientes sao geralmente assintomáticos até a 4a-5a décadas de vida, quando entao apresentam infecçao urinária (ITU), litíase, dor ou massa abdominal. As condiçoes urológicas associadas sao hidronefrose, refluxo vesico-ureteral e tumores. Relato de casos: Caso 1 – MLS, 37 anos, masculino, normotenso, sem ITU prévia e com história de cálculo renal há 4 anos. Na investigaçao com ultrassonografia (US) de abdome, os rins estavam do mesmo lado (E), fusionados e sem hidronefrose. A tomografia computadorizada (TC) do abdome detectou que os ureteres se fundiam no terço médio, com drenagem única para a bexiga. O paciente apresenta funçao renal normal, sumário de urina sem hematúria ou cilindrúria, mas a proteinúria é de 320mg/24horas. Caso 2 – LFRN, 25 anos, masculino, normotenso, com história familiar de litíase renal e 2 episódios de ITU nos últimos 4 anos. A TC de abdome revelou ausência de rim E e rim D vicariante com 2 pelves isoladas. Os exames foram repetidos, sendo que o US revelou RE ectópico, com fusao do pólo superior E ao pólo inferior do Rim D e a TC multislice confirmou a ectopia renal cruzada, com sistemas pielocaliciais com configuraçao anatômica e sem dilataçao, e com ureteres implantados em sítios usuais. Conclusao: Sao apresentados dois casos de ectopia renal cruzada com fusao, em pacientes do sexo masculino (mais freqüente), com diagnóstico realizado por ocasiao de investigaçao para cálculo renal (caso 1) e ITU (caso 2). Os exames de US e TC de abdome detectaram a anomalia, embora no caso 2 os primeiros exames nao foram adequadamente interpretados pelo radiologista, levando a um diagnóstico errôneo de rim E ausente e rim D vicariante.


NC 004

PROTEINURIA EM PACIENTES COM DOENÇA CARDIOVASCULAR: PREVALENCIA E ASSOCIAÇAO COM FUNÇAO RENAL E ATIVAÇAO NEUROHORMONAL

ADRIANO L AMMIRATI1, MARIA EUGENIA F CANZIANI1, JOSEP COMINCOLET, DR2, JORDI BRUGUERA2

1. NEFROLOGIA, UNIFESP, SAO PAULO, BRASIL; 2. CARDIOLOGIA-HOSPITAL DEL MAR, BARCELONA/ESPANHA

Introduçao: A prevalência de albuminuria é alta em pacientes com doença cardiovascular e pode ser um reflexo de disfunçao endotelial generalizada. A importância deste parâmetro em pacientes com insuficiência cardiaca crônica (ICC) nao esta totalmente descrita. Em um estudo transversal, avaliamos a prevalência de albuminuria e sua associaçao com a funçao renal e com parâmetros de ativaçao neurohormonal em pacientes com ICC. Métodos: Foram estudados 87 pacientes estáveis com diagnóstico de ICC (54%homens, idade 72±10 anos, 42,5% diabeticos, 75% hipertensos, 55% com clearance de creatininal < 60ml/min). A funçao renal, variáveis clínicas e ativaçao neurohormonal foram avaliadas e correlacionadas com a relaçao albumina/creatinina urinaria(uACr). Resultados: A uACr média foi de 119.4±307.6mg/g e se associou com os níveis de NTproBNP (r=0,26, p=0,017), vasopressina (r=0,24, p=0,036) e com o índice de massa corpórea (IMC; r=0,22, p=0,052). Nao houve correlaçao entre esta variável e idade, funçao renal, presença de diabetes ou hipertensao e outros parâmetros neurohormonaes (noradrenalina, aldosterona, atividade de renina plasmática). A presença de albuminuria (uACr > 30mg/g) foi observadas em 50,5% dos pacientes, e estes, quando comparados com aqueles sem albuminuria, apresentaram maiores níveis de vasopressina (4,64±8 vs 2,31±9pg/ml, p=0,024), maior IMC (31,3±8 vs 28,2±4,4 kg/m2, p=0.031) e uma tendência a NtproBNP alto (3100±4996 vs 1772±2315pg/mL, p=0,067). Conclusao: Em 50.5% dos pacientes estudado com ICC , albuminuria estava presente e se associou com parâmetros neurohormonaes, principalmente vasopressina. Este resultado pode indicar que a liberaçao de vasopressina poderia ser estimulada por outros mecanismos distintos do controle osmótica, como por exemplo o dano endotelial generalizado, que a proteinuria é um marcador.


NC 005

INSUFICIENCIA RENAL AGUDA E ABELHISMO

SILVIA MARIS DE SOUZA E SOUZA, RM XAVIER, MA FERNANDES JR, NV COSTA, CPS XAVIER, LB VASCONCELOS, FS SILVA, AP DIAS NETO, AFF OLIVEIRA E FR LELLO SANTOS

HOSPITAL UNIVERSITARIO ALZIRA VELANO-HUAV

Apresentaçao: G.L.L, 15 anos, deu entrada no PS do HUAV apresentando múltiplas picadas por abelhas (>800) após queda. Foto 1. Ao exame: REG, edemaciado, PA: 100×80. FC: 88. Encaminhado ao CTI devido à instabilidade clínica. Evoluiu no 5º dia de internaçao (DI) com piora do padrao respiratório, necessitando de CPAP. Instituída terapia hemodialítica e ampliado espectro antibacteriano (vancomicina+levofloxacina) devido à piora pulmonar, atribuída a hipervolemia/sepse. Submetido a seis sessoes hemodialíticas diárias. No 9º DI apresentou edema pulmonar sendo submetido a IOT. No 15º DI recebeu alta para enfermaria. Teve recuperaçao clínica satisfatória e alta hospitalar após 22 dias de internaçao. Análise laboratorial: Admissao, Ht, 35,6; leuc. 32.000; uréia, 93,3; creatinina, 3,1; CPK, 13.842; bilirrubinas, 2,87, ind. 2,02; AP, 48,2%; Urina I, Hb+++. Foto 2. Pré-hemodiálise, uréia, 147,8; CPK 14.860; AP 13,3%; diurese 1,7ml/Kg/h. CT encéfalo: hematoma subgaleal. Eco: derrame pericárdico. Foto 3. Culturas: hemo -s. aureus; traqueal-acinetobacter sp. Rx tórax (5º DI): infiltrado interstício-alveolar difuso, seios costofrênicos velados. Discussao: Os efeitos tóxicos sistêmicos do veneno da abelha sao evidenciados quando o número de picadas ultrapassa 50. A melitina, que representa 50% do peso seco do veneno, junto com a fosfolipase A2, tem propriedades hemolíticas e inflamatórias. Podem exacerbar a histamina, leucotrienos e outros mediadores, promovendo edema e congestao encontrados em vários órgaos como evidenciado na piora respiratória e cardíaca. Deste modo, a IRA secundária a picada de abelhas pode ser atribuída a nefrotoxicidade direta do veneno, rabdomiólise e hipotensao. A piora clínica progressiva do paciente foi atribuída aos eventos inflamatórios desencadeados pelo veneno, adicionados a um quadro infeccioso/ congestivo. A intervençao dialítica e antibioticoterapia agressivas foram efetivas na conduçao clínica.


NC 006

INSUFICIENCIA RENAL E LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO

SILVIA MARIS DE SOUZA E SOUZA, RM XAVIER, RC MALUHY, KM ABDLA, AP DIAS NETO, AFF OLIVEIRA, E FR LELLO SANTOS

HOSPITAL UNIVERSITARIO ALZIRA VELANO-HUAV

Apresentaçao: 39 anos, admitida no HUAV com déficit visual, HAS severa e IRA. Antecedentes: LES há 7 anos. HAS em tratamento irregular. Medicamentos: Prednisona, diltiazem e cloroquina. Ao exame: fenômeno de Raynaud, edema articular em joelhos, PA180x140, FC 120, hipocorada. Demais sistemas sem alteraçoes. FO retinopatia hipert. IV. Foto 1. Ex laborat. Agosto/06: creat. 0,6mg%. Na admissao: Ht 27,8%, leuc. 3700, plaq. 127.000, creat. 4,9mg% e uréia 386mg%. Ca++ i 1,24mmol/L, K+ 4,1mEq/L, Na+ 130 mEq/L. Exames solicitados pela nefrologia: Esquizócitos 3 a 4cél/campo, haptoglobina < 5,8mg/dl (36-195); C3 , C4, CH50 normais. Anti-DNA e Anti-SM neg. FAN 1:1280. DHL 691,8U/L. VHS 78mm. URINA I: Prot. 500mg/dl, Hb 250, Hc 40p/c. Prot. 24 h: 312mg. US: RD 8,6 RE 8,2 com aumento da ecogenicidade cortical. Rx tórax: cardiomegalia. Eco: ausência de vegetaçoes. A paciente iniciou TRS e recebeu pulsoterapia com metilprednisolona. A bx renal evidenciou Hipertensao Maligna (HM). Fotos2 e 3. Após 2 meses foi instituída DPA. Discussao: Pancitopenia, aumento de VHS e IRA com hematúria conduziu o raciocínio de atividade lúpica. Optou-se pela hemodiálise seguida de imunossupressao. Durante internaçao, apresentou difícil controle pressórico e edema pulmonar com hemoptise. Necessitou de ventilaçao mecânica e nitroprussiato. A bx (17º dia de internaçao) revelou glomérulos isquêmicos, retraídos, tortuosidade de alças capilares e ramo arterial com hiperplasia fibrosa acentuada concêntrica da íntima. Além dos quadros glomerulares, outras apresentaçoes de doença renal podem estar presentes no LES, incluindo nefrite túbulo-intersticial, vasculites e lúpus induzido por drogas. Neste caso, a bx confirmou o diagnóstico de HM sendo suspensa a imunossupressao. Esta entidade ocorre mais freqüentemente em hipertensos com inadequado controle de longa data. A nefroesclerose maligna ocasiona insuficiência renal, hematúria e proteinúria. A isquemia glomerular possibilita ativaçao do SRAA, piorando a HAS. Apesar do controle anti-hipertensivo, a HM desencadeia danos vasculares irreversíveis com uma sobrevida em cinco anos de 60-70% podendo ser reduzida na presença de insuficiência renal.


NC 007

PREVENIR PODE CUSTAR POUCO, MAS RENDER MUITO. PARTICIPAÇAO NA CAMPANHA DO DIA DO RIM DETECTA INSUFICIENCIA RENAL FUNCIONAL EM GRUPO DE RISCO.

PINHEIRO EC

RIM CLIN-RIO DE JANEIRO

Introduçao: O aumento de portadores de doença renal crônica (DRC) vem mobilizando os nefrologistas (Nefro) para alertar sobre prevençao, diagnóstico precoce e manejo da progressao da DRC na populaçao de maior risco, diabéticos (DM) e hipertensos(HA). Objetivo: Apresentar a participaçao, a baixo custo, na promoçao da campanha “Dia do Rim”. Avaliar a Filtraçao Glomerular (FG) em grupo de risco. Métodos: No dia 04/03/2007, houve participaçao voluntária (VOL) de nefro(2), Nutricionista (1), tec.de enfermagem(4), atendente(3) e Lab(1).Montou-se tenda no calçadao da praia, ornamentado com material enviado pela SBN. Os VOL se distribuíram pelo calçadao e na tenda, onde os participantes responderam questionário, mediram a PA, sendo alertados pelas Nefro sobre DRC, DM e HA. Aqueles que apresentavam HA e/ou DM foram convidados a dosar a creatinina sérica (Cr) gratuitamente. Resultados: Distribuiçao de mais de 3 mil folhetos, 131 atendimentos (73 mulheres/58 homens). A idade variou de 17 a 88 anos (média 49,9). Do total, 35.9% afirmaram HA e 8,4% DM. Dosou-se Cr em 11 pessoas, com resultados de 0,8 a 1,1mg/dl. A FG pelo estudo MDRD(simplificado) variou de 63,87 a 93,25ml/min/1,37m2. Conforme as diretrizes para manejo de DRC pela SBN (2004), 10/11 (91%) que dosaram Cr estao em estágio 2 (Insuf. Renal funcional), entre 60 e 89ml/min/1,37m2. Nenhum dos participantes faz acompanhamento com nefrologista, ou já havia pedido Cr para avaliaçao de DRC na HA e/ou DM. Conclusao: Esta pequena participaçao foi considerada produtiva, de baixo custo, possibilitando disseminar entre a populaçao normal o interesse sobre os riscos de DRC viabilizando a prevençao e detecçao precoce da DRC.


NC 008

RELATO DE CASO: ALCALINIZAÇAO URINARIA COM CITRATO DE K+ COMO ALTERNATIVA PARA TRATAMENTO DE INFECÇAO URINARIA POR CANDIDA SP.

PINHEIRO EC

RIM CLIN-RIO DE JANEIRO

SM, 40 anos, feminino, portadora de litíase renal cálcica recorrente (LRC), sem doenças sistêmicas ou infecciosas, tais como, diabetes ou HIV. Submetida a procedimentos endourológicos para desobstruçao ureteral esquerda em 2006. Evoluiu com sintomas de infecçao urinária baixa, cistite, apresentando leucocitúria, hematúria e uroculturas positivas para Candida sp. A paciente e o parceiro foram tratados com fluconazol 150mg, via oral, dose única, bem como creme vaginal a base de nistatina, em duas ocasioes diferentes. Entretanto, as culturas de urina após o tratamento permaneciam positivas para Candida sp e a paciente sintomática. A nefrologia foi requisitada para parecer e conduta. Segundo a literatura, o tratamento de escolha é sistêmico com fluconazol. Nas vulvovaginitis a alcalinizaçao tópica é recomendada, diferente da infecçao urinária por Candida sp, que nao tem descrita esta recomendaçao. Considerando-se higidez imunológica, LRC, além da acidez urinária como ambiente propício para a Candida sp, optou-se pelo uso citrato de potássio 20MEq, três vezes ao dia, 14 dias, para alcalinizaçao tópica, como tratamento alternativo para a candidúria. Houve resposta clínica satisfatória com desaparecimento dos sintomas em cerca de 36h e uroculturas negativas durante e após a alcalinizaçao. Este relato sugere que nos pacientes hígidos portadores de LRC com candidúria, após manipulaçao urológica, a alcalinizaçao urinária com citrato serve como alternativa ou coadjuvante ao tratamento com antifúngicos, destacando-se o benefício adicional do citrato na prevençao da litíase renal cálcica recorrente.


NC 009

DECRÉSCIMO TRANSITORIO DA FUNÇAO RENAL NO POS-OPERATORIO IMEDIATO DE PARATIREOIDECTOMIA: UMA OBSERVAÇAO CLINICA INDICATIVA DA AÇAO HEMODINAMICA RENAL DO HORMONIO DA PARATIREOIDE?

FABIO LUIZ DE MENEZES MONTENEGRO, GUSTAVO F. FERREIRA, FLAVIA S. REIS, DELMAR M. LOURENÇO JR, REGINA M. MARTIN, SERGIO A. TOLEDO, SERGIO S. ARAP, EDSON L. ARIOLI, VANDA JORGETTI, LUIZ E. IANHEZ

Introduçao: a hipocalcemia recebe grande atençao após paratireoidectomia no tratamento do hiperparatireoidismo (hpt). a alteraçao de creatinina é pouco estudada após o tratamento do hpt. Objetivo: estudar a variaçao da creatinina no pós-operatório de diferentes modalidades de operaçoes em cirurgia de cabeça e pescoço (ccp). Casuística e Método: estudo retrospectivo de 1997 a 2007 da variaçao da creatinina após operaçoes em doentes com hpt (primário e após transplante renal), ressecçao de tumores de ccp e tireoidectomia. analisaram-se a creatinina pré-operatória e as medidas pós-operatórias próximas. calculou-se diferença percentual do valor pós-operatório em relaçao ao pré, dividida pelo valor pré-operatório. Resultados: houve elevaçao da creatinina superior a 10% em 77 de 105 casos de hpt primário, em 32 de 38 doentes transplantados renais após paratireoidectomia, em 1 de 7 transplantados renais operados por outros tumores, em 11 de 22 indivíduos submetidos a tireoidectomia total e em 3 casos de 18 portadores de câncer de mucosa ou pele de ccp. as médias de variaçao percentual foram de +30,8%, +39,5%, -2,7%, +18,7% e -6,4%, respectivamente. nao houve diferença significativa entre os transplantados renais com hpt, os tireoidectomizados e portadores de hpt primário. houve diferença significativa entre os transplantados renais entre si (p< 0,05) e entre os portadores de hpt primário e os tratados por câncer de ccp (p<0,001). quando os tireoidectomizados foram estratificados de acordo com a ocorrência de hipocalcemia pós-operatória (provável hipoparatireoidismo), houve diferença significativa, com média de elevaçao da creatinina média 28,5% nos hipocalcêmicos e de 1,2% nos nao hipocalcêmicos (p=0,02). Conclusao: em operaçoes com reduçao aguda do nível de paratormônio há elevaçao do nível de creatinina também de modo agudo.


NC 010

ENVOLVIMENTO RENAL NA DOENÇA DE FABRY- RELATO DE CASO

FERNANDA MARIA LOBO LEITE, HELCIO ANTONIO TAVARES FILHO, MICHELE HOSTALACIO DUARTE, ZAIDA NOEMY CABRERA JIMENEZ

BIOCOR INSTITUTO-SERVIÇO DE NEFROLOGIA

Caso Clínico: FHP, 56 anos, encaminhado ao nosso serviço, em 2005, pela neurologia por alteraçao da funçao renal, exames de 2002 já mostrava clearance de creatinina de 47ml/min e proteinuria 308mg e,ainda, FAN + (1:320), porem anti DNA, anti SM, anti RO, anti LA, anticoagulante lupico, anti RNP e ANCA todos negativos, alem de TSH e T4 normais. Os exames foram solicitados para propedêutica de esclerose múltipla de origem autoimune porque alem de dores fortes e fraqueza muscular progressiva apresentava “artrite”, hipoidrose e febres recorrentes desde a infância. Já havia feito uso de metotrexate e ciclofosfamida sem melhora. Solicitada biopsia renal que mostrou glomerulopatia mesangial com sugestao de investigaçao de Lupus pelo patologista. Novamente foram solicitados autoanticorpos e somente FAN+ 1:640 Insistimos com pulsoterapia – ciclofosfamida e corticoide- sem melhora, evoluindo progressivamente com piora da funçao renal. Após internaçao por nova crise de dor muscular, foi discutida a hipótese de Doença de Fabry e através da UNIFESP solicitada atividade de alfagalactosidade plasmática cujo resultado foi positivo para a patologia. Iniciado em 01/06/07 terapia de reposiçao enzimática com boa tolerância.Permanece em controle ambulatorial com nefrologia e neurologia. Discussao: A doença de Fabry é uma doença hereditária de armazenamento lisossomial, recessiva, ligada ao X, por atividade deficiente da alfa galactosidase que leva em muitos tecidos e principalmente em células vasculares depósitos de GL3 com conseqüente isquemia do órgao e seu dano. Sintomas iniciam na infância com crises de dor, acroparestesia,intolerância ao calor ou frio, febre recorrente, angioqueratomas e mais tardiamente lesoes oftálmicas e crises de ataque isquêmico transitório em jovens. O acometimento renal é mais comum na terceira ou quarta década de vida com proteinuria isolada e em alguns casos evolui para insuficiência renal progressiva. Biopsia renal pode revelar lesoes sugestivas da doença. A terapia de reposiçao enzimática se mostrou segura, capaz de reverter a patogênese das principais manifestaçoes clinicas.


NC 011

EFEITO DA SUPLEMENTAÇAO DE CALCIO NA REDUÇAO DE PESO CORPORAL EM MULHERES LITIASICAS OBESAS.

VIVIANE BARCELLOS MENON1, ALESSANDRA CALABRIA BAXMANN1, LEILA FROEDER1, JANAYNA MORANDINI1, LIGIA ARAUJO MARTINI2 E ITA PFEFERMAN HEILBERG1

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO E 2. UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

Introduçao: Estudos recentes sugeriram que o maior consumo de cálcio auxilia na reduçao de peso e gordura corporal devido à supressao da lipogênese e estímulo da lipólise, através da inibiçao da 1,25(OH)2D3 e do cálcio intracelular. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementaçao de cálcio sobre a perda de peso e gordura corporal em mulheres litiásicas obesas e sobre as alteraçoes nos parâmetros séricos e urinários. Métodos: Pacientes com Indice de Massa Corpórea (IMC) >25kg/m2 e consumo de cálcio <500mg/dia foram submetidas à uma dieta hipocalórica por 3 meses suplementada com carbonato de cálcio (CaCO3 n=6) ou placebo (n=6), 1g/dia. Amostras de sangue e urina 24h foram coletadas e a composiçao corporal foi avaliada por bioimpedância elétrica antes e após a intervençao. Resultados: Os grupos CaCO3 e placebo apresentaram uma reduçao significante do peso corporal em relaçao ao período basal (74,4±5,2 vs 79,6±4,7, p<0,003 e 78,1±3,4 vs 85,6±3,8kg, p<0,0001). No entanto, a porcentagem média de reduçao de peso (6,6±2,8 vs 8,5±1,4%) e de gordura corporal (3,4±2,2 vs 3,8±3,3%) nao diferiram entre os grupos CaCO3 e placebo, respectivamente. Nao houve mudanças significantes nos níveis séricos de PTH (52,0±4,7 vs 72,6±14,5 e 53,7±6,9 vs 62,3±12,6pg/mL), 1,25(OH)2D3 (65,4±9,7 vs 60,3±4,5 e 77,1±18,5 vs 65,7±13,3 pg/mL), 25(OH)D3 (23,9±2,5 vs 28,1±2,0 e 28,1±2,4 vs 25,9±3,1 ng/mL) e cálcio ionizado (1,3±0,0 vs 1,3±0,0 e 1,3±0,0 vs 1,3±1,0 mmol/L). O cálcio urinário (1,9±0,5 vs 1,9±0,5 e 2,2±0,8 vs 2,0±0,4mg/24h), citrato (452±172 vs 511±191 e 407±80 vs 271±59mg/24h) e sódio (125±18 vs 165±20 e 210±51 vs 294±29 mEq/24h) também nao se alteraram. Conclusao: Os dados sugerem que a suplementaçao de cálcio nao modificou o eixo cálcio-PTH-vitamina D nem os parâmetros urinários, nao tendo contribuído para magnificar a reduçao de peso e gordura corporal nesta populaçao.


NC 012

ANEURISMA ARTERIAL INTRA-RENAL COM HEMATURIA – RELATO DE CASO

MARCOS KUBRUSLY,CLAUDIA M. COSTA DE OLIVEIRA, MARCELO OTOCH, HIPOLITO S. MONTE, MARCELO F. N. NEVES H. MONTE KLINIKUM

FAC. MEDICINA CHRISTUS-FORT-CE

Introduçao: O interesse em aneurismas da artéria renal (AAR) e seus ramos tem aumentado na últimas 3 décadas. A prevalência do AAR é de aproximadamente 0,01%-1% na populaçao geral. Aneurismas das artérias intra-renais sao raros, uma vez que sao detectados em menos de 10% dos pacientes com AAR, podendo ser de origem congênita ou associado a traumas e vasculites (poliaterite nodosa e Churg-Strauss). Os autores relatam um caso de hematúria macroscópica associada a aneurisma arterial intra-renal. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 31 anos, procurou assistência médica com quadro clínico de hematúria macroscópica há dois meses, associada a discreta urgência miccional, sem outras queixas. No atendimento inicial, encontrava-se afebril, normotensa (PA=120/80mmHg), pulso de 80/min e exame físico normal. O hemograma completo, coagulograma, FAN, Anti-Ro, proteína C reativa e creatinina foram normais, o sumário de urina apresentava hemácias dismórficas (>50/campo) e traços de proteína, e a urinocultura foi negativa. A tomografia abdominal helicoidal com contraste nao evidenciou anormalidades e a cistoscopia revelou sinais de trigonite, associado a descarga sanguinolenta proveniente do ureter esquerdo. Uma uretero-renoscopia flexível detectou sinais de inflamaçao das papilas renais, sem evidências de sangramento ativo. Após este procedimento, a paciente passou a queixar-se de dor lombar à esquerda, sendo realizado uma ultrassonografia abdominal, com hidronefrose acentuada à esquerda. Um cateter ureteral duplo J foi implantado, mas a sintomatologia de dor lombar e hematúria persistiu. Uma arteriografia renal diagnosticou aneurisma na origem da artéria segmentar do pólo inferior do rim E, com colo largo, medindo cerca de 6x 6 mm. Foi entao realizado a embolizaçao endovascular do aneurisma, com técnica de Stent & Coil, e a paciente evolui com resoluçao do quadro de hematúria. A embolizaçao seletiva de aneurismas de artérias intra-renais é um procedimento efetivo na terapia de pacientes com hematúria macroscópica, prevenindo riscos de ruptura renal com necessidade subseqüente de nefrectomia. O diagnóstico deve ser sempre pesquisado em pacientes com hematúria macroscópica persistente, sem outra causa detectável.


NC 013

ANALISE ESPECTROFOTOMÉTRICA DA INTENSIDADE DE FLUORESCENCIA DA PROTOPORFIRINA IX EM MODELO MURINO DE CARCINOMA RENAL

ENIA LUCIA COUTINHO, LILIA CORONATO COURROL, FLAVIA RODRIGUES DE OLIVEIRA SILVA, NESTOR SCHOR, MARIA HELENA BELLINI.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, DEPARTAMENTO DE MEDICINA, UNIFESP-SAO PAULO-SP; DEPARTAMENTO DE CIENCIAS QUIMICAS, FISICAS E MATEMATICAS, UNIFESP-SAO PAULO-SP; DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA, ESCOLA POLITÉCNICA DA USP, SAO PAULO-SP; CENTRO DE QUIMICA E MEIO AMBIENTE, IPEN/CNEN-SP, SAO PAULO, SP.

Introduçao: Carcinoma de células renais (CCR) é o 8º tumor mais comum em homens e o 11º em mulheres. CCR ocorre em uma taxa estimada de 4.4 a 11.1 casos por 100 mil pessoas/ano. Com isso, o diagnóstico e a localizaçao precoces do tumor têm um papel importante na prevençao e tratamento do CCR. A Protoporfirina IX (PpIX) tem sido observada no sangue, plasma, soro e tecidos de pacientes com câncer indicando que a células tumorais acumulam substancialmente mais PpIX que células e tecido normais. Materiais e Métodos: Camundongos Balb/c foram utilizados como modelo ortotópico de CCR. Os animais foram divididos em 6 grupos: Normal, 4, 8, 12, 16 e 20 dias após inoculaçao de células tumorais no espaço subcapsular (1,5×106 células Renca/camundongo). A nefrectomia foi realizada nos diferentes estágios de progressao e os rins analisados por espectroscopia ex vivo e microscopicamente por análise histomorfométrica do tumor. O espectro de emissao foi obtido excitando as amostras à 405nm. Resultados: A diferença significante no padrao de bandas ocorreu na regiao entre 600-700nm, onde observou-se maior pico de fluorescência em 635nm e um menor em 690nm, característicos da emissao para PpIX. Observamos uma grande diferença na intensidade de emissao das bandas em 635nm. A fotodetecçao do tumor já foi possível após 4 dias de inoculaçao, quando a massa tumoral compreendia 4,92% da área total, demonstrando que o método é altamente sensível. Houve significante correlaçao entre a intensidade da emissao de bandas em 635nm e a área tumoral. Conclusao: Em resumo, os níveis de PpIX endógena aumentam com o tempo da implantaçao do tumor e permite a fotodetecçao de uma pequena massa tumoral. Esta técnica pode ser útil na definiçao dos limites de ressecçao do tumor em relaçao ao planejamento de nefrectomia parcial que precisam ser ainda elucidados por estudos posteriores.


NC 014

CAMPANHA DE PREVENÇAO DE DOENÇAS RENAIS DO DIA MUNDIAL DO RIM EM FORTALEZA NO ANO DE 2007

PINHO, M.L.M.S.; SILVA JUNIOR, J.M.S.; KARBAGE, N.N.N.; SANTANA, J.A.P.; CARVALHO JUNIOR, P.C.; KATAOKA, R.S.; DAHER, E.F.; ARAUJO, S.M.H.A.; GUTIÉRREZ-ADRIANZÉN, O.A.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA

Introduçao: O Brasil tem mais de 60 mil pessoas que encontram-se em terapia substitutiva mediante diálise ou transplante renal. Esta cifra deve aumentar nos próximos anos, porque se estima que 1,2 milhoes brasileiros têm algum tipo de problema renal e 70% nao sabem disso. A campanha de prevençao do Dia Mundial do Rim de 2207 teve por objetivo alertar a populaçao para a necessidade do diagnóstico precoce das doenças dos rins, assim como de doenças outras como diabetes e hipertensao arterial, que podem evoluir com acometimento renal e progressao para insuficiência renal, e que correspondem às duas principais causas de insuficiência renal que leva à diálise no Brasil e em muitos países. Objetivos: Informar, orientar e incentivar a prevençao à doença renal crônica. Metodologia: Dia Mundial do Rim de 2007 foi realizado através de uma parceria entre a Liga de Nefrologia, Associaçao dos Pacientes Renais e a Sociedade Cearense de Nefrologia. Contou com a distribuiçao de panfletos explicativos e medidas de PA em terminais de ônibus, shopping centers e praças de Fortaleza. Houve também ciclo de palestras sobre diversas doenças renais para profissionais de saúde e divulgaçao do evento nos meios de comunicaçao local. O Público-alvo dessa atividade foi a populaçao, através da prevençao de doenças renais, e profissionais de saúde de atençao primária. Discussao: O controle da Hipertensao Arterial Sistêmica e do Diabetes Mellitus e dos fatores de risco para essas condiçoes (pressao arterial, glicemia, peso e índices de colesterol elevado, tabagismo e sedentadismo) tem fundamental importância na prevençao da doença renal terminal. A Liga de Nefrologia, através de suas açoes, contribuiu para a construçao de uma sociedade mais consciente do seu papel na transformaçao do perfil da saúde em nosso estado.


NC 015

PERFIL DA POPULAÇAO ATENDIDA NA CAMPANHA DE PREVENÇAO DO DIA MUNDIAL DO RIM EM FORTALEZA EM 2007

PINHO, M.L.M, SILVA JUNIOR, J.M.S.; KARBAGE, N.N.N.; SANTANA, J.A.P.; CARVALHO JUNIOR, P.C.; KATAOKA, R.S.; DAHER, E.F.; ARAUJO, S.M.H.A.; GUTIÉRREZ-ADRIANZÉN, O.A.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA

Introduçao: A campanha de prevençao do Dia Mundial do Rim de 2007 teve por objetivo alertar a populaçao para a necessidade do diagnóstico precoce das doenças dos rins, assim como de doenças outras como Diabetes Mellitus e Hipertensao Arterial Sistêmica, que correspondem às duas principais causas de insuficiência renal que leva à diálise no Brasil e em muitos países A facilidade para se fazer o diagnóstico dessas doenças com amostras de sangue e de urina, assim como o controle periódico da pressao arterial sao os pontos-chave para de atingir esse objetivo. Objetivos: Traçar o perfil da populaçao atendida durante a campanha de prevençao de doença renais no Dia Mundial do Rim em Fortaleza no ano de 2007. Metodologia: Foram entrevistadas pessoas em terminais de ônibus, praças e shopping centers de Fortaleza no período de 05 de março de 2007 a 10 de março de 2007. Foi realizada aferiçao da pressao arterial, medidas de peso, estatura, cintura e quadril. Foi também aplicado um questionário contendo perguntas sobre antecedentes pessoais e história familiar de hipertensao e diabetes e hábitos pessoais. Resultados: Foram atendidos 308 pessoas na campanha. Homens constituíram 62% e mulheres, 38%. A idade média era de 46 anos. Pardos perfaziam 76% dos entrevistados. Dos inquiridos, 81% desconheciam a nefrologia, 94% desconheciam a dosagem de creatinina e 96% desconheciam seu nível de creatinina. Dos entrevistados, 20% alegou serem tabagistas, 44% eram etilistas e 46% eram sedentários. Dos aferidos, 44% eram pré-hipertensos e 37% eram hipertensos, 34% estavam com peso normal, 39% estavam com sobepeso e 22% estavam obesos. Discussao: O controle da Hipertensao Arterial Sistêmica e do Diabetes Mellitus e dos fatores de risco para essas condiçoes tem fundamental importância na prevençao da doença renal terminal. A atuaçao da atençao primária no controle desses fatores tem papel importante na prevençao dessas e de seus agravos.


NC 016

EFEITOS DE BACTÉRIAS LACTICAS NA HIPEROXALURIA INDUZIDA POR INIBIDOR DE LIPASE GASTROINTESTINAL EM RATOS

PRISCILA REINA SILIANO1, RENATO RIBEIRO NOGUEIRA FERRAZ1, CLAUDIO DE SIMONE2 E ITA PFEFERMAN HEILBERG1

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, BRASIL E 2. UNIVERSIDADE DE L’AQUILA, ITALIA

Introduçao: Estudo anterior em nosso serviço demonstrou que o inibidor de lipase gastrointestinal (Orlistat, ORL), associado à dieta rica em oxalato e gorduras, induziu hiperoxalúria em ratos (Kidney Int 66:676-682,2004). Recentemente tem sido sugerido que bactérias produtoras de ácido láctico podem reduzir a excreçao de oxalato na urina por favorecerem a sua degradaçao na luz intestinal. Objetivo: Avaliar o efeito de uma preparaçao de bactérias lácticas (BL) na prevençao da hiperoxalúria induzida pelo uso de ORL em um modelo experimental em ratos. Metodologia: Ratos Wistar machos receberam diariamente dieta padrao suplementada com 2% de oxalato de sódio (NaOx) + 4,2mL de óleo de soja (Oleo) + 16mg de Orlistat (ORL)(grupo NaOx + Oleo + ORL, n=10). Um segundo grupo recebeu, além dos suplementos citados, um preparado de BL liofilizadas (Lactobacillus acidophilus, L. plantarum, L. bulgaricus, L. casei, Bifidobacterium infantis, B. breve, B. longum e Streptococcus thermophilus) na concentraçao de 9 x 109 UFC/dia (grupo NaOx + Oleo + ORL + BL, n=10). Urinas de 24 horas foram coletadas para determinaçao de oxalato, magnésio, cálcio e citrato no período basal e após 4 semanas. O risco de cristalizaçao do oxalato de cálcio (APCaOx index rat) foi calculado nos dois grupos. Resultados: Houve aumento do oxalato urinário e do APCaOx index rat em ambos os grupos, e reduçao do citrato urinário apenas no grupo NaOx+Oleo+ORL, conforme tabela abaixo:

Conclusao: Os dados sugerem que o uso de bactérias lácticas nao foi capaz de reduzir a excreçao urinária de oxalato induzida por Orlistat neste modelo experimental, porém evitou a reduçao do citrato urinário. Entretanto, a minimizaçao na reduçao do citrato urinário nao foi suficiente para modificar o risco de cristalizaçao urinária, que permaneceu elevado nos dois grupos.


NC 017

EFEITOS DOS LACTOBACILOS CASEI (LC) E DOS BIFIDOBACTERIUM BREVIS (BB) SOBRE A EXCREÇAO URINARIA DE OXALATO EM RATOS

FERRAZ RR, SILIANO PR, HEILBERG IP

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP)-ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (EPM)

Introduçao: Estudos têm demonstrado que bactérias produtoras de ácido lático podem reduzir a excreçao urinária de oxalato pelo aumento da degradaçao de oxalato no lúmen intestinal. Objetivos: Avaliar se probióticos contendo bactérias produtoras de ácido lático como LC, isolado ou associado com BB, podem prevenir o aumento da excreçao urinária de oxalato em um modelo experimental de hiperoxalúria em ratos. Métodos: Trinta (30) ratos Wistar machos receberam dieta padrao suplementada com 2% de oxalato de sódio (NaOx) durante 4 semanas. O primeiro grupo recebeu somente dieta rica em oxalato (NaOx, n=10), enquanto o segundo e o terceiro grupos receberam respectivamente, além da dieta rica em NaOx, 1ml de uma soluçao contendo 2×109UFC/ml de LC/dia (NaOx+LC, n=10) ou um preparado liofilizado contendo LC+BB (5×108 UFC/g)/dia (NaOx+LC+BB, n=10). Amostras de urinas de 24 horas foram coletadas no período Basal e ao final do estudo para as determinaçoes do oxalato (Ox), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e citrato (Cit). O produto da atividade iônica do oxalato de cálcio, AP(CaOx)indexrat (AP), também foi calculado. Os resultados sao demonstrados na tabela abaixo:

A suplementaçao com NaOx induziu uma elevaçao na excreçao urinária de Ox e no AP(CaOx)indexrat, e uma reduçao nas excreçoes urinárias de Cit, Mg e Ca em todos os grupos (a reduçao do Ca nao foi significante no grupo NaOx+LC). O uso de LC sozinho ou em associaçao com BB nao reverteu estes achados. Conclusao: Estes dados sugerem que o uso de probióticos contendo LC isolado ou associado com BB nao preveniu o aumento do risco de cristalizaçao urinária induzido pela suplementaçao com NaOx neste modelo experimental de hiperoxalúria.


NC 018 (TL 002)

FRATURAS OSSEAS EM CRIANÇA PORTADORA DE HIPERCALCIURIA IDIOPATICA E OSTEOPOROSE

LUIS L. AYUSSO, LARISSA BUENO POLIS E LIVIA MARCELA DOS SANTOS

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DE CATANDUVA-SP

Introduçao: A hipercalciúria (HI) é definida como excreçao urinária de cálcio > 4mg/kg/24h para qualquer sexo ou faixa etária, na presença de normocalcemia e, por vezes, na presença de hipofosfatemia. Sua incidência está entre 3% e 13% na populaçao infantil, pode ser familiar e com um padrao de herança autossômica dominante. Densidade mineral óssea diminuída tem sido relatada em crianças com HI por alguns investigadores. Golding e col. demonstraram que a reduçao de um desvio padrao na densidade óssea corporal total, dobra o risco de fraturas em meninas. Objetivo: Relatar caso de fraturas ósseas secundárias à osteoporose em criança portadora de hipercalciúria idiopática. Paciente e Métodos: Caso de fraturas ósseas diagnosticadas clinicamente e por imagens ocorridas de forma espontânea, em curto espaço de tempo entre elas, em criança do sexo feminino com dois anos de idade e peso de 10kg. História familiar de nefrolitíase era positiva para a mae da criança e praticamente todos familiares maternais. Realizado urina de 24h: cálcio, ácido úrico, citrato, sódio, potássio, fósforo, creatinina, e volume urinário. Sangue: Cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, iPTH e calcitriol. Urina tipo I e urocultura. Ultra-sonografia renal, Rx simples de abdome e densitometria óssea. Resultados: Urina 24h: cálcio: 40mg/dl (4mg/kg/peso), sem outras alteraçoes; Sangue: hemograma, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, paratormônio e creatinina todos normais; Urina I: hematúria microscópica e urocultura negativa. Densitometria óssea: Densidade mineral óssea lombar com queda de 7.18 DP (OSTEOPOROSE) em comparaçao ao grupo jovem; Densidade mineral óssea femoral com queda de 4.80 DP (OSTEOPOROSE) em comparaçao ao grupo controle jovem; Rx de antebraço esquerdo: fratura em galho verde dos terços distais do rádio e da ulna; Rx de pé esquerdo: fratura cortical em terço proximal de base do primeiro metatarso; Rx de pé direito: fratura oblíqua em terço proximal e base do primeiro metatarso; Ultra-sonografia renal e Rx simples de abdome: mostraram-se normais. Como conduta, foi iniciado com hidroclrotiazida (1mg/kg/dia) e citrato de potássio (1meq/kg/dia) duas a três doses. Avaliaçao nutricional, orientaçao alimentar adequada e retorno foi solicitado.


NC 019

FIBROSE SISTEMICA NEFROGENICA APOS USO DE GADOLINEO EM PACIENTE COM INSUFICIENCIA RENAL.

MUNDIM, JS, LORENA, SC; ELIAS, RM; MOYSES, RMA; ABENSUR, H; CASTRO, MCM; LUDERS, C; ROMAO JR, JE.

DEPARTAMENTO DE NEFROLOGIA DO HC-FMUSP

Introduçao: Fibrose Sistêmica Nefrogênica/Dermopatia Fibrosante Nefrogênica é uma doença cutânea/sistêmica emergente grave e potencialmente fatal, de causa desconhecida encontrada em pacientes com diminuiçao da funçao renal, estando associada ao uso de gadolíneo. Objetivo: Relatar um caso de Fibrose Sistêmica Nefrogênica (FSN) em um paciente portador de Insuficiência Renal Crônica (IRC) dialítica após ser submetido a dois exames de imagem com gadolíneo. Relato de caso: Homem, 43anos, branco, portador de IRC secundária a Síndrome de Alport em hemodiálise desde 1998. Possui prótese em fêmur esquerdo desde 1986 devido osteossarcoma. Em dezembro de 2006 devido quadro de sepse secundário a prótese, foi submetido a dois exames de ressonância magnética com gadolíneo, num intervalo inferior a uma semana, para elucidaçao diagnóstica e definiçao de conduta. Em janeiro deste ano, observou-se limitaçao da extensao do braço direito com flexao patológica do punho direito, espessamento e endurecimento da pele neste local se estendendo posteriormente para os outros membros com limitaçao funcional. Realizado biópsia da pele com confirmaçao da hipótese de Dermopatia Fibrosante Nefrogênica. Optado pelo tratamento com talidomida, estando atualmente com aproximadamente vinte dias de tratamento com melhora discreta das alteraçoes de pele e dos movimentos. Conclusao: FSN é uma doença emergente que acomete pacientes com funçao renal alterada que sao expostos ao gadolíneo, provocando graves repercussoes clínicas, com etiologia nao definida e tratamento desconhecido, necessitando do médico muita cautela ao indicar um exame com gadolíneo, utilizar a menor dose possível, evitar sucessivas exposiçoes ao gadolíneo e dialisar imediatamente após o exame e no dia seguinte.


NC 020

PROTEINA C REATIVA (PCR), INDICE DE MASSA CORPORAL E CIRCUNFERENCIA ABDOMINAL EM DIABETES TIPO 2

ANTONIO CARLOS CORDEIRO, ISAC DE CASTRO, CAROLINA C GONZAGA, MARCIO G SOUZA, FLAVIO O BORELLI, OSWALDO PASSARELI JR, LEDA D LOTAIF, LEOPOLDO S PIEGAS, CELSO AMODEO

INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA

Introduçao: Em pacientes diabéticos tipo 2 (DM2) a adiposidade é um importante determinante dos níveis de PCR. Indice de massa corporal (IMC) e a circunferência abdominal (CA) sao indicadores de adiposidade facilmente mensuráveis na prática clínica. Objetivos: Determinar se o IMC e a CA (nível da cicatriz umbilical) podem predizer níveis elevados de PCR em pacientes com DM2 e estabelecer o melhor ponto de corte para este propósito. Métodos: Foram avaliados 90 pacientes com DM2 (40 homens, idade média 61±9 anos). A partir dos níveis de PCR (<3,0 ou > 3,0mg/L) utilizamos a análise “Receiver Operator Characteristic” (ROC) para estabelecer o melhor ponto de corte para o IMC e a CA. Resultados: A PCR se correlacionou positivamente com o BMI e a CA (p<0,01 para ambos). A área sob a curva ROC foi 0,749±0,054 para o IMC e 0,733±0,056 para a CA (p<0,01 para ambas), evidenciando um ponto de corte de 31Kg/m2 para o IMC (sensibilidade 68%; especificidade 73%) e 106cm para a CA (sensibilidade 76%; especificidade 67%). Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com a presença (“A”, n=36) ou ausência (“B”, n=36) de ambos os parâmetros. Os níveis de PCR foram significativamente diferentes entre os grupos (3,4mg/L vs 1,1mg/L; A vs B respectivamente, p=0,02). Os grupos diferiam ainda com relaçao ao clearence de creatinina, estimado pela equaçao de Cockroft-Gault (91ml/min vs 60ml/min; A vs B respectivamente, p<0,01). Havia mais pacientes utilizando metformina no grupo “A” (p<0,01). Conclusao: Em pacientes diabéticos, IMC e CA predizem níveis elevados de PCR. Neste sentido o IMC > 31Kg/m2 tem maior especificidade e a CA > 106 cm, maior sensibilidade.


NC 021

O FIBRINOGENIO (FIB) PODE PREDIZER ALBUMINURIA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 (DM2) ?

ANTONIO CARLOS CORDEIRO, CAROLINA C GONZAGA, MARCIO G SOUZA, FLAVIO O BORELLI, OSWALDO PASSARELI JR, LEDA D LOTAIF, LEOPOLDO S PIEGAS, CELSO AMODEO

INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA

Introduçao: Níveis elevados de Fib plasmático sao frequentemente observados em pacientes com DM 2 e parecem estar relacionados à presença de albuminúria. Objetivo: Avaliar se os níveis de Fib podem predizer a presença de níveis anormais de albumina na urina e estabelecer o melhor ponto de corte para tal propósito. Métodos: Foram avaliados 54 pacientes com DM2 (22 homens, idade média 63 ± 9 anos). A albuminúria foi determinada a partir de amostras de urina de 24h.Utilizamos a análise “Receiver Operator Characteristic” (ROC) para estabelecer o melhor ponto de corte para os níveis de Fib a partir da albuminúria (mediana). Resultados: O Fib se correlacionou positivamente com a albuminúria (r=0.55, p<0.001), cuja mediana foi 34,5mg/24h. A área sob a curva ROC foi de 0,806±0,059 (p<0.001), determinando-se 335mg/dl de Fib como o melhor ponto de corte (81,5% de sensibilidade e 70,4 % de especificidade). Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com os níveis de fibrinogênio (“A” < 335mg/dl, n=24; “B” > 335mg/dl, n=30). A excreçao urinária de albumina foi significativamente mais elevada nos pacientes do grupo “B” (91,5mg/24h vs 18,5mg/24h; B vs A respectivamente, p<0,001), os valores preditivos positivo e negativo foram, respectivamente 73,3% e 79,2%. Havia mais mulheres no grupo “A” e homens no “B” (p=0,035), os grupos diferiam quanto à creatinina plasmática (1,0 vs 1,8mg/dl; A vs B respectivamente, p=0,015),clearence de creatinina (80,7±6,9 vs 58,4±6,7ml/min; A vs B respectivamente, p=0.026) e uso de estatinas (21 vs 18; A vs B respectivamente, p=0,025). Conclusao: Em pacientes com DM2, níveis de fibrinogênio plasmático > 335mg/dl predizem com bastante sensibilidade a presença de níveis anormais de albumina na urina.


NC 022

RIM ESPONJOSO MEDULAR-RELATO DE CASO

SONIA M HOLANDA A ARAUJO, SILVIA Q. SANTOS, ELIZABETH F. DAHER.

DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA; DEPARTAMENTO DE NEFROLOGIA HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA. FORTALEZA-CEARA.

Introduçao: O rim esponjoso medular (REM) é uma desordem relativamente comum e que se caracteriza por malformaçao dos ductos coletores terminais na regiao pericalicial das pirâmides renais, que pode vir acompanhada de cistos microscópicos ou macroscópicos que nao invadem o córtex renal. O paciente geralmente tem história de litíase renal, hematúria microscópica ou hematúria macroscópica indolor, além de infecçao urinária de repetiçao. Podem ocorrer as mesmas alteraçoes metabólicas que predispoem à formaçao de cálculos renais e nefrocalcinose. A urografia excretora (UE) a qual vem cada vez menos sendo utilizada constitui o padrao ouro para o diagnóstico de REM. Estas condiçoes, aliadas a uma baixa suspeiçao clínica, pode contribuir para que o REM venha se tornando uma patologia subdiagnosticada. No outro extremo, exaustiva e inconclusiva investigaçao clínica, pode ser favorecida, notadamente nos casos de hematúria em que sob baixa suspeiçao clínica de REM e/ou na presença de exame de UE de má qualidade técnica, nao é possível visualizar a irradiaçao em cerdas de escova, decorrente do típico refluxo pielo-tubular que ocorre em algumas ou todas as pirâmides renais. Objetivo: Relatar caso de REM chamando a atençao para condiçoes que favorecem o subdiagnóstico dessa entidade clínica. Método: Revisao do prontuário e de exames de imagem. Relato de caso: HRM, 48 anos, mulher, casada, branca, natural e procedente de Fortaleza-CE, com história de há 8 anos apresentar infecçoes urinárias de repetiçao associada a litíase recorrente e nefrocalcinose renal. Os exames de urina tipo I na ocasiao da apresentaçao e durante alguns anos de evoluçao eram sugestivos de infecçao urinária e apresentavam hematúria microscópica que persistia após tratamento da ITU. No estudo metabólico para litíase renal observa-se hipercalciúria. A funçao renal durante toda doença se manteve normal. Nao havia acidose tubular renal, o bicarbonato sérico era de 26 com pH urinário que variava de 5-6. Ultrasonografia renal (USG) da época mostrava cálculo de 0,6cm em rim esquerdo e aglomerado hipotransparente na topografia renal correspondendo a nefrocalcinose. A radiografia simples de abdomen demonstrava calcificaçao em pólo superior e inferior renal, e ainda no início da investigaçao clínica a urografia excretora analisada sob grau de suspeiçao mais elevada revelava imagens típicas de refluxo pielotubular em grupamentos caliciais de ambos os rins, que permitiu diagnosticar REM. Exame de USG mais recente mostra cálculo de 0,9cm no rim direito e presença de aglomerado de calcificaçao localizados na transiçao entre medula e córtex renal. A paciente encontra-se em tratamento com restriçao de sal, citrato de potássio e tiazídico aguardando processo de LECO dirigida ao cálculo renal.


NC 023

EFEITOS DO LACTOBACILLUS CASEI (LC) E BIFIDOBACTERIUM BREVIS (BB) SOBRE A EXCREÇAO URINARIA DE OXALATO EM PACIENTES LITIASICOS.

VIVIANE BARCELLOS MENON; LEILA FROEDER; ALESSANDRA CALABRIA BAXMANN; NATALIA CRISTINA MARQUES; RENATO RIBEIRO FERRAZ; PRISCILA REINA SILIANO; ITA PFEFERMAN HEILBERG

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA -UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO – BRASIL

Introduçao: Bactérias produtoras de ácido láctico podem degradar oxalato no lúmen intestinal reduzindo a excreçao urinária de oxalato. Objetivo: Avaliar o efeito de Lactobacillus Casei (LC) e Bifidobacterium Brevis (BB) sobre a oxalúria induzida por dieta rica em oxalato em pacientes litiásicos. Métodos: Quatorze (14) pacientes litiásicos receberam dieta restrita em oxalato por 7 dias (período BASAL), seguida de dieta rica em oxalato (200 mg de oxalato) por 28 dias. Do 14º dia até o final do estudo, um preparado contendo 1g de LC+BB (5 x 108UFC/g) liofilizado foi administrado após as refeiçoes. Amostras de urina de 24 horas foram obtidas para determinaçao do oxalato urinário nos períodos BASAL, após 14 dias (DIETA) e após 28 dias (DIETA + LC+BB). Resultados: A média da excreçao urinária de oxalato foi significantemente maior no período DIETA em relaçao ao BASAL (35±11 vs 27±8mg/24h, p<0,05), mas nao diminuiu de maneira significante após o uso de LC+BB (35±11 vs 33±10mg/24h). Individualmente, conforme mostrado no gráfico abaixo, 5/14 pacientes apresentaram elevaçao da oxalúria após DIETA. Após LC+BB, 8/14 pacientes apresentaram reduçao da oxalúria (representados pelas linhas pontilhadas). Em 6/8 pacientes, esta reduçao foi pequena e ocorreu em indivíduos nos quais a oxalúria nao havia se elevado após DIETA. Apenas 2/14 pacientes apresentaram elevaçao da oxalúria após DIETA e substancial reduçao após LC+BB.

Conclusao: Estes dados sugerem que apenas os pacientes com elevaçao da oxalúria após sobrecarga dietética de oxalato, por possível hiperabsorçao intestinal de oxalato, se beneficiaram do efeito das bactérias lácticas (LC+BB) reduzindo o oxalato urinário.


NC 024

ENVOLVIMENTO RENAL NO MIELOMA MULTIPLO: DA NEFROPATIA DO CILINDRO AO DIABETES INSIPIDUS NEFROGENICO

FABIANO BICHUETTE CUSTODIO, ALEX E. DA SILVA, MARLENE ANTONIA DOS REIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO-UBERABA-MG

Introduçao: O comprometimento renal é a principal complicaçao sistêmica do mieloma múltiplo (MM), afetando diretamente seu prognóstico; 20% dos pacientes com MM irao desenvolver insuficiência renal durante o curso da doença. A principal forma de lesao renal é a nefropatia do cilindro (50% dos casos), seguida pela lesao causada pela hipercalcemia e amiloidose. Distúrbios tubulares como a Síndrome de Fanconi e acidose tubular renal sao menos comuns, bem como o diabetes insipidus nefrogêncio (DIN), condiçao rara, pouco relatada na literatura. Relato de Casos: CASO 01: paciente feminina, branca, 51 anos, quadro de edema de membros e oligo-anúria progressiva há 15 dias; exames evidenciavam perda da funçao renal (Cr=7,6mg/dl), anemia (Hb=10mg/dl), hipercalcemia (Ca=9,7mg/dl) e proteinúria (1,2 g/24 hs); FAN e cels. LE: negativas; complemento: normal; CASO 02: paciente masculino, branco, 68 anos; HAS e piora da funçao renal há um mês; Cr=9,2mg/dl, proteinúria (9,2 g/24hs) anemia (HB=8,6mg/dl); FAN, ANCA e complemento: normais; BIOPSIA: dilataçao tubular difusa, cilindros eosinofílicos de aspectado “rachado”, envolvidos por células gigantes em processo de fagocitose; imunoflourescência (+) para IgA e anti-Kappa nos cilindros. Diagnóstico: Nefropatia do Cilindro; CASO 03: paciente masculino, 38 anos, internado devido dor em articulaçao coxo-femoral direita; Raio-X: lesoes líticas em acetábulo esquerdo e vértebras lombares; Eletroforese: pico monoclonal gama; plasmocitose (36%) no mielograma; evoluiu com poliúria (7-14l/dia) baixa densidade urinária (d=1000), hipercalciúria, proteinúria, hipernatriúria e ausência de glicosúria; funçao renal normal; quadro altamente sugestivo de DIN. Conclusao: Nos pacientes com MM deve-se sempre estar atento para um possível acometimento renal, pois o mesmo pode ser a primeira manifestaçao da doença. Nos 02 primeiros casos, o diagnóstico de MM se deu após a ocorrência da insuficiência renal pela nefropatia do cilindro, que apresentou-se com IR rapidamente progressiva; o terceiro caso sugere um quadro de DIN, condiçao rara, com apenas 02 outros casos relatados na literatura.


NC 025

PREVALENCIA DE INSUFICIENCIA RENAL E ANEMIA EM PACIENTES COM INSUFICIENCIA CARDIACA: SINDROME CARDIO-RENAL-ANEMIA

FABIANO BICHUETTE CUSTODIO, CLOVES GERALDINO S. JUNIOR, GUSTAVO GOMIDES MACEDO, MARLENE A. REIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO

Introduçao: É cada vez maior o número de portadores de insuficiência cardíaca (IC) em nosso meio; esses pacientes tendem a apresentar durante a história natural da doença Insuficiência renal (IR) e anemia; essa tríade (ciclo vicioso), forma a Síndrome Cardio-Renal-Anemia (SCRA), uma entidade pouco reconhecida e valorizada; estudos recentes têm demonstrado que a SCRA afeta diretamente o prognóstico e a qualidade de vida dos cardiopatas e renais icrônicos, respondendo por maiores taxas de internaçao hospitalar, IR terminal e mortalidade. Nosso objetivo foi estudar a ocorrência de SCRA nos pacientes com IC que internaram no HE-UFTM em 2005-2006. Métodos: IR foi definida como creatinina sérica maior que 1,5mg/dl; Anemia, como hemoglobina (Hb) menor que 12mg/dl (homens) e 12,5mg/dl (Mulheres). Resultados: Até o momento foram analisados 50 pacientes. A média de idade foi de 63,4±8 anos; Houve discreta predominância do sexo masculino (52%) e da raça branca (52%); Em relaçao à etiologia da IC, predominaram a Cardiopatia chagásica (40%), Hipertensiva (24%) e Doença Isquêmica Miocárdica (18%); O principal motivo de internaçao foi a descompensaçao cardíaca com sintomas congestivos. 48% dos pacientes (n=24) apresentavam anemia, com Hb média de 10,9 mg/dl; Também 48% apresentavam insuficiência renal, com creatinina média de 2,1mg/dl. A ocorrência de IR e anemia concomitantemente (SCRA) foi observada em 14 pacientes (28% do total); A média de idade dos pacientes com SCRA foi de 69,5 anos enquanto nos demais foi de 61,63 anos (p=0,019). Em nenhum caso houve identificaçao da síndrome/abordagem específica. Conclusoes: Nossos dados preliminares corroboram com outros estudos a respeito da prevalência de IR e anemia em pacientes com IC, principalmente em pacientes mais idosos. A SCRA apesar de prevalente é ainda uma entidade pouco valorizada. Sua detecçao precoce e abordagem específica sao um dos maiores desafios para o entendimento e melhor tratamento da IC e da IR.


NC 026

SINDROME HEMOLITICA UREMICA COM MANIFESTAÇAO DE HIV AGUDO, RELATO DE CASO

SABRINA DE CASTRO LORENA, DENISE SEGENREICH, LUCIA DA C.

ANDRADE, MARISTELA C. COSTA HOSPITAL DA CLINICAS/FMUSP-SAO PAULO

A síndrome hemolítica urêmica(SHU) entre adultos se apresenta como uma entidade rara, nao associada a shiga-toxina e com pior prognóstico. Sua etiologia é muito variada, podendo ser classificada como forma familiar ou esporádica (associada a medicaçoes, vírus, gestaçao, tumores malignos). A associaçao desta patologia com o vírus HIV foi inicialmente descrita no final dos anos 80 e desde entao inúmeros casos foram relatados, principalmente entre pacientes com SIDA e baixos títulos de CD4. Entretanto até o presente momento, nao houveram relatos de síndrome hemolítica urêmica/PTT como sintoma da síndrome retroviral aguda do HIV. Dessa formas relatamos o caso de uma paciente previamente hipertensa de 41 anos do sexo feminino que deu entrada em nosso serviço com quadro de anemia hemolítica microangiopática, insuficiência renal e plaquetopenia grave, que evoluiu com alteraçao neurológica e oligúria. Foi iniciado tratamento com plasmaferese e diálise sem melhora do quadro. Esta paciente foi submetida a exames que evidenciaram sorologia negativa para HIV, e devido a alta suspeita clínica, foi solicitado detecçao RNA do vírus HIV por PCR que evidenciou >750000 cópias/ml e dessa forma feito diagnóstivo de infecçao aguda pelo vírus HIV. Apesar de haver contovérsias quanto ao tratamento nos casos de diagnóstico de AIDS primária, foi optado pelo tratamento com terapia anti-retroviral combinada devido a gravidade do quadro e potencial risco de óbito. A paciente evoluiu com melhora da funçao renal e provas de hemólise. Conclusao: SHU e PTT sao possíveis complicaçoes decorrente da infecçao do HIV, podendo inclusive fazer parte dos sintomas da síndrome retroviral aguda conforme relatado neste caso. O tratamento etiológico parece ser fundamental associado à plasmaférese e/ou reposiçao de plasma.


NC 027

INFLUENCIA DO USO DE CORTICOSTEROIDES NOS NIVEIS DE CISTATINA C EM PACIENTES COM NEFRITE LUPICA

MARCUS VINICIUS MADUREIRA-SILVA, NIELS OLSEN SARAIVA CAMARA, SILVIA REGINA MOREIRA, SONIA NISHIDA, APARECIDO BERNARDO PEREIRA, GIANNA MASTROIANNI-KIRSZTAJN

UNIFESP

Introduçao: A cistatina C (cistC) tem sido proposta como uma promissora substância para estimar a funçao renal devido ter características de um marcador endógeno ideal sendo equivalente ou até superior a creatinina sérica. Entretanto, tem sido descritos algumas situaçoes que podem interferir na sua concentraçao sérica independente da taxa de filtraçao glomerular como o uso de corticosteróides. Objetivo: Nossa hipótese é determinar se há influência dos corticosteróides nos níveis da cistC. Para tanto, selecionamos pacientes com nefrite lúpica que utilizavam diversas doses de corticóides e analisamos se houve interferência nos seus valores séricos. Métodos: Foram analisados 109 dosagens séricas divididos em 3 visitas médicas de 42 pacientes com nefrite lúpica com média de idade 37,7±13,1 anos sendo 88% do sexo feminino e TFG estimada pelo MDRD de 61,9±20,0mL/min. Os pacientes foram divididos conforme a dose de prednisona que recebiam em: zero, < 0,5mg/kg/dia, 0,5mg/kg/dia ou pulsoterapia com metilprednisolona (500-1000mg mensalmente). Como parâmetro de comparaçao para funçao renal foi utilizado os valores de creat. A cistC foi determinada pela metodologia in-house utilizando o sistema Luminex – citômetro de fluxo. Resultados: Analisando os 4 níveis de doses de corticosteróides nao houve significância (p=0,217 na 1a visita, p=0,160 na 2a visita e p=0,169 para a 3a visita). Quando divididos em 2 subgrupos de altas doses (pulsoterapia e > 0,5mg/kg/dia) versus baixas doses (zero e < 0,5mg/kg/dia) houve somente significância na segunda visita (p=0,035). Contudo, ao analisar os valores de creat nestes grupos houve tendência a significância (p=0,070) sugerindo que esta diferença poderia ser devido a alteraçao da funçao renal neste grupo. Nao houve diferença entre os que receberam ou nao pulsoterapia. Conclusoes: Apesar de outros estudos mostrarem que os corticosteróides influenciam nos valores séricos de cistC nao observamos tal interferência no grupo de pacientes com nefrite lúpica.


NC 028

ACHADOS INTRACRANIANOS EM ANGIO-RESSONNCIA MAGNÉTICA DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL POLICISTICA AUTOSSOMICA DOMINANTE (DRPAD).

AGOSTINHO FILGUEIRA NETO, JOSÉ LUIZ NISHIURA, SAMARA RODRIGUES ELOI, SUSAN MARCELA CINTRA E ITA PFEFERMAN HEILBERG.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP) SAO PAULO, SP.

Introduçao: A prevalência de aneurismas intracranianos em pacientes portadores de doença renal policística autossômica dominante (DRPAD) gira em torno de 8%, sendo maior do que na populaçao geral (1 a 5%) com elevada morbi-mortalidade decorrente da sua ruptura. Cistos aracnóides também têm sido descritos em associaçao com DPRAD, com freqüência estimada em 8%. Objetivos: Avaliar a presença de aneurismas intracranianos e cistos aracnóides através de angio-ressonância nuclear magnética (RM) em pacientes com DRPAD. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários e exames de RM de 134 pacientes (52M/82F, 31+14 anos), obtidos no Ambulatório de Rins Policísticos da UNIFESP. Resultados: Do total de 134 pacientes, 51% eram hipertensos e 26% apresentavam insuficiência renal crônica (creatinina sérica > 1,2mg/dL). Aneurismas intracranianos foram encontrados em 5 pacientes (4F/1M, 42,6+16,3 anos), sendo 4 hipertensos e 3 com IRC. Em 4 casos, o aneurisma localizava-se na artéria cerebral média. Dois pacientes foram tratados e 3 aguardam procedimento. Cistos aracnóides foram vistos em 4 pacientes (4M, 26,8+7,7 anos), 2 hipertensos e todos com funçao renal normal. Conclusao: Na presente amostra observou-se uma prevalência de 3,7% de aneurismas intracranianos, sendo sua maioria mulheres hipertensas e com perda de funçao renal enquanto os cistos aracnóides, prevalentes em 3% da amostra, foram mais comuns em homens sem perda de funçao renal. Pela maior prevalência de aneurismas cerebrais em portadores de DRPAD e pelas elevadas taxas de morbimortalidade decorrentes da sua ruptura, recomenda-se exames de rastreamento nesta populaçao.


NC 029

INFLUENCIA DO INDICE DE MASSA CORPOREA (IMC) NA NEFROLITIASE

PATRICIA CAPUZZO GARCIA DAMASIO, CARMEN REGINA PETEAN RUIZ AMARO, SILVIA JUSTINA PAPINI BERTO, JOSÉ GOLDBERG, JOSÉ MATEUS COSTA, JOAO LUIZ AMARO.

SETOR DE LITOTRIPSIA-FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU-UNESP

Introduçao e Objetivo: A nefrolitíase é uma doença que afeta cerca 10 a 12% da populaçao, com recorrência de até 50% após 5 a 10 anos do primeiro episódio. Dentre os fatores de risco envolvidos na litogênese, as alteraçoes metabólicas estao presentes em torno 95% dos casos. A obesidade e o aumento do IMC tem sido estudados, visto que estao associados com o risco de formaçao de cálculos. O objetivo deste estudo é conhecer o perfil nutricional dos pacientes com nefrolitíase, atendidos Ambulatório de Metabolismo do Setor de Litotripsia do HC-FMB de Botucatu. Pacientes e Métodos: Foram atendidos 568 pacientes entre Fevereiro/2000 e Maio/2007. Destes, 317 foram estudados quanto ao diagnóstico de alteraçoes metabólicas: 198(62,5%) pacientes apresentaram hipercalciúria, 156(49,2%) hipomagnesúria, 121(38,2%) hipocitratúria, 87(27,7%) hiperuricosuria, 56(17,6%) hiperoxalúria, 10(3,15%) hiperparatireoidismo primário e 3(0,95%) ATR distal. Foram avaliados antropometricamente 92 pacientes, sendo 57,6%(53) do sexo feminino e 42,4%(39) do sexo masculino, com média de idade 41,8 anos. A antropometria simplificada foi utilizada para avaliar o diagnóstico nutricional, sendo o peso e a estatura utilizados para obter o IMC, classificados de acordo OMS (1998). Resultados: Através da avaliaçao do IMC: 2,2%(2) dos pacientes foram classificados como desnutridos 14,1%(13) como eutróficos; 39,1%(36) como préobesos; 44,6%(41) como obesos, sendo 28,3%(26) destes, tendo obesidade grau I, 10,9%(10) obesidade grau II e 5,4%(5) obesidade grau III. Conclusao: De acordo com os resultados encontrados, 83,7% dos pacientes estavam acima do peso, tornando-se necessária a intervençao nutricional associada ao tratamento clínico dos pacientes, para combater a obesidade e prevenir a recorrência de cálculos.


NC 030

A IMPORTANCIA DA INVESTIGAÇAO METABOLICA EM NEFROLITIASE

CARMEN REGINA PETEAN RUIZ AMARO, PATRICIA CAPUZZOGARCIA DAMASIO, JOSÉ GOLDBERG, JOSÉ CARLOS S TRINDADE FILHO, APARECIDO D. AGOSTINHO, JOSÉ MATEUS COSTA, TANIA MUNHOZ, JOAO LUIZ AMARO.

SETOR DE LITOTRIPSIA-FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU-UNESP

Introduçao e Objetivo: A nefrolitíase é uma doença muito freqüente que acomete a humanidade há séculos, caracterizada por alta recorrência e comprometimento familiar de 40 a 60% nos parentes em primeiro grau. Está associada à elevada taxa de morbidade e freqüentes hospitalizaçoes. O objetivo do presente estudo foi de diagnosticar as alteraçoes metabólicas dos pacientes portadores de nefrolitíase do Ambulatório de Metabolismo do Setor de Litotripsia do HC-FMB de Botucatu. Pacientes e Métodos: Foram atendidos 568 pacientes de Fevereiro de 2000 a Maio de 2007. Destes, 317 apresentaram todos os critérios para a análise metabólica: história clínica ou exame comprobatório de no mínimo 2 cálculos, clearance de creatinina > 60ml/min e urocultura negativa. O protocolo consistiu da coleta nao simultânea de 2 amostras de urina de 24 horas para dosagens de: Ca, P, AcU, Na, K, Mg, Ox e Ci e dosagens séricas de: Ca, P, AcU, Na, K, Mg, Cl, PTH e pH urinário em jejum. Resultados: Dos 371 pacientes estudados encontramos 19862,5%) com hipercalciúria, 156(49,2%) com hipomagnesúria, 121(38,2%) com hipocitratúria, 87(27,7%) com hiperuricosuria, 56(17,6%) com hiperoxalúria, 10(3,15%) com hiperparatireoidismo primário e 3(0,95%) com ATR distal. Conclusao: As alteraçoes metabólicas foram diagnosticadas em 96,2% dos pacientes. A alta freqüência dessas alteraçoes justifica o estudo metabólico como ferramenta diagnóstica para o acompanhamento e tratamento medicamentoso e dietético, a fim de reduzir a recorrência desta patologia.


NC 031

AVALIAÇAO METABOLICA EM CALCULO CORALIFORME

CARMEN REGINA PETEAN RUIZ AMARO, PATRICIA CAPUZZO GARCIA DAMASIO, JOSÉ GOLDBERG, JOSÉ CARLOS S TRINDADE FILHO, APARECIDO D. AGOSTINHO, JOSÉ MATEUS COSTA, TANIA MUNHOZ, JOAO LUIZ AMARO.

SETOR DE LITOTRIPSIA-FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU-UNESP

Introduçao e Objetivo: O Cálculo Coraliforme (CC) representa cerca de 10 a 20% de casos de nefrolitíase. Sua etiopatogenia esta associada a infecçao do trato urinário causado por bactérias produtoras de urease. Caracteriza-se por apresentar em sua composiçao, fosfato amônio magnesiano (estruvita) ou carbonato apatita. O objetivo deste estudo foi verificar se além dos fatores conhecidos, existiriam concomitantemente alteraçoes metabólicas nestes pacientes. Pacientes e Métodos: No período de Fevereiro/2000 a Maio/2007, foram avaliados metabolicamente 317 pacientes portadores de nefrolitíase atendidos no Ambulatório de Metabolismo do Setor de Litotripsia do HC de Botucatu. Destes, 28 apresentavam CC e foram encaminhados após 30 dias no mínimo de qualquer procedimento urológico para serem estudados. Foram incluídos na investigaçao metabólica, os com funçao renal normal (clearance de creatinina > 60ml/min) e urocultura negativa. O protocolo de avaliaçao consistiu da coleta nao simultânea de 2 amostras de urina de 24 h para dosagens: Ca, P, AcU, Na, K, Mg, Ox e Ci e dosagens séricas: Ca, P, AcU, Na, K, Mg, Cl, PTH e pH urinário em jejum. Resultados: Da populaçao que nos foi encaminhada, 28 (8,83%) pacientes apresentaram CC, destes 20 foram estudados por atender aos critérios de inclusao. Nos resultados da investigaçao encontramos 8(40%) com hipercalciúria, 6(30%) com hipocitratúria, 3(15%) com hiperuricosuria, 2(10%) com hipomagnesúria e 1(5%) com hiperoxalúria. Conclusao: As alteraçoes metabólicas foram encontradas em 14(70%) dos 20 pacientes estudados e portadores de CC. A alta freqüência dessas alteraçoes justifica o estudo metabólico como ferramenta auxiliar no acompanhamento destes pacientes, para que seja corrigido o distúrbio metabólico encontrado, além do tratamento urológico padronizado para este tipo de cálculo renal.


NC 032

AVALIAÇAO DO VOLUME URINARIO DE PACIENTES COM NEFROLITIASE

PATRICIA CAPUZZO GARCIA DAMASIO, CARMEN REGINA PETEAN RUIZ AMARO, SILVIA JUSTINA PAPINI BERTO, JOSÉ GOLDBERG, APARECIDO D. AGOSTINHO, JOSÉ MATEUS COSTA, TANIA MUNHOZ, JOAO LUIZ AMARO.

SETOR DE LITOTRIPSIA-FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU-UNESP

Introduçao e Objetivo: O aumento da ingestao de líquidos é recomendada para pacientes com nefrolitíase para que haja aumento do volume urinário possibilitando a reduçao da saturaçao dos promotores litogênicos. Pacientes com nefrolitíase devem ser orientados a ingerir líquidos a fim de se produzir, em média, um volume urinário de 2000ml de urina coletados em 24 horas. Um volume urinário inferior a 1.000ml/24h é considerado fator de risco. O objetivo do estudo foi verificar o volume urinário nas diversas alteraçoes metabólicas presentes nos pacientes portadores de nefrolitíase atendidos no Ambulatório de Metabolismo do Setor de Litotripsia do HC-FMB de Botucatu. Pacientes e Métodos: Foram atendidos 568 pacientes entre Fevereiro/2000 e Maio/2007. Destes, 317 foram estudados, sendo 176 homens e 141 mulheres, com média de idade 41,3 anos. Quanto ao diagnóstico de alteraçoes metabólicas: 62,5% apresentaram hipercalciúria, 49,2% hipomagnesúria, 38,2% hipocitratúria, 27,7% hiperuricosuria, 17,6% hiperoxalúria, 3,15% hiperparatireoidismo primário e 0,95% ATR distal.. O volume urinário foi mensurado a partir da colheita de urina obtida durante 24 horas. Resultados: Dos pacientes estudados encontramos que 17% apresentavam volume urinário < 1000mL, 41% entre 1000 a 1500mL, 25% entre 1501 a 1999mL e 17% com volume urinário > 2000mL. Conclusao: O volume urinário abaixo de 2000mL foi observado em 83% dos pacientes estudados. Este baixo volume urinário é um fator de risco real na formaçao e recorrência de cálculos. Assim, a orientaçao para uma maior ingestao hídrica deve ser feita a cada paciente como medida de terapia inicial para a prevençao da recorrência de cálculos nesses pacientes.


NC 033

ALFA 1 MICROGLOBULINURIA EM DOENÇA RENAL

MARIA ALMERINDA VIEIRA FERNANDES RIBEIRO-ALVES, PAULA VIRGINIA BOTTINI, CÉLIA REGINA GARLIPP

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA-DCM-FCM UNICAMP

Alfa1microglobulinúria(uA1M) é utilizada para avaliaçao de disfunçao tubular proximal. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento de uA1M(valor de referência até 0,17) em doença renal. Foram estudados 201 pacientes adultos (60,7% com proteinúria (P)>0,15g) divididos de acordo com a taxa de filtraçao glomerular em ml/min/1,73m2 (TFG): maior que 90(n=81)A, entre 60 e 89(n=47)B, entre 30 e 59(n=34)C, entre 29 e 15(n=25)D, menor que 15(n=14)E. Os níveis de P foram: 2,2g±5,5(A); 2,3g±7,6(B); 2,4g±5,1(C); 3,1g±4,6(D) e 6,1g±11,5(E), sendo esses valores significativamente mais altos nos grupos abaixo de 29ml/min em relaçao aos grupos acima de 60ml/min (D,E x A,B).Os valores uA1M (0,21±0,25(A); 0,39±1,2(B); 2,2±8,7(C); 1,8±2,3(D) e 2,3±1,7(E)) foram mais altos em pacientes com TFG abaixo de 60ml/min.A TFG e os níveis de uA1M foram diferentes no grupo com P (n=122) e sem P (n=79), respectivamente, 66±46 vs 94±31 e 1,4±4,87 vs 0,12±0,15 (p<0,00001). Níveis de uA1M se correlacionaram negativamente com TFG (r=-0,56 p<0,0001) e positivamente com níveis de proteinúria (r=0,63 p<0,0001) sugerindo que quanto maior a P e quanto menor a TFG maior a disfunçao tubular. Nos pacientes com TFG abaixo de 60ml/min (n=73) apenas 3% (n=2) apresentaram uA1M dentro do valor de referência comparados com 64%(n=82) do grupo com TFG acima de 60ml/min(n=128). Neste último grupo a presença de P (n=62) associou-se a níveis aumentados de uA1M. Nos pacientes com P de níveis nefróticos(n=18) apenas 1 apresentou uA1M dentro dos valores de normalidade (p<0,001 em relaçao a proteinúria nao nefrótica). Em conclusao proteinúria nefrótica e TFG abaixo de 60ml/min sao condiçoes que se associam a disfunçao tubular.


NC 034

RESULTADOS DE UM RASTREAMENTO POPULACIONAL DE DOENÇA RENAL EM CAMPANHA DE PREVENÇAO.

GRACE MOSCOSO-SOLORZANO, THIAGO LOPES, BRUNA BARROS, JULIANA ZANOCCO, ROSANGELA BRASIL, M. ANGELA QUERINO, GIANNA MASTROIANNI-KIRSZTAJN.

SETOR DE GLOMERULOPATIAS-EPM/UNIFESP; COMIT DE PREVENÇAO DE DRC-SBN

Introduçao: As doenças renais, entre elas as glomerulopatias, freqüentemente se mantêm assintomáticas ou pouco sintomáticas; em sendo assim, muitas vezes passam desapercebidas para o indivíduo doente. Objetivo: Busca ativa de possíveis portadores assintomáticos de doenças renais na populaçao em local público, orientaçao e encaminhamento. Casuística e Métodos: Realizaçao de análise de urina com tira reagente como exame de triagem, verificaçao de pressao arterial e aplicaçao de questionário básico sobre condiçoes de saúde a indivíduos freqüentadores de parque da cidade de Sao Paulo, Brasil, em dois dias. Resultados: Foram atendidos 758 indivíduos, 53% do sexo feminino, em sua maioria adultos, 31% com 20-39 anos e 47% com 40-59 anos; 53% tinham história familiar de hipertensao arterial (HAS), 8% de diabetes (DM) e 12,5% de doenças renais diversas, inclusive litíase renal; 60% tinham antecedente familiar de HAS e 42,5% de DM; 13% eram fumantes e 42% sedentários. Por ocasiao da triagem, 20% estavam hipertensos; 7,5% tinham teste positivo para proteinúria e 1,5% para hematúria. Entre os casos de proteinúria, 47% relatavam ser hipertensas (sendo que neste momento 28% estavam com pressao arterial elevada) e 10,5% tinham doença cardiovascular; 53% tinham 40-59 anos de idade; 3,5% tinham hematúria associada. Conclusoes: Encontramos em populaçao reunida de forma aleatória, que procurou informaçao sobre doença renal, em local público, 7,5% de indivíduos com proteinúria e 53% hipertensos, boa parte deles com níveis pressóricos fora de controle. Diante da verdadeira epidemia de doença renal crônica existente em nossos dias, é preciso orientar a populaçao sobre este problema de saúde pública, fazer rastreamento (sobretudo em grupos de risco) e encaminhar devidamente os casos detectados.


NC 035

INFLUENCIA DOS DIFERENTES COMPONENTES DA SINDROME METABOLICA (SM) NA TAXA DE FILTRAÇAO GLOMERULAR (TFG) E NA PROTEINURIA EM PACIENTES PORTADORES DE RIM UNICO.

SEBASTIAO RODRIGUES FERREIRA FILHO, FLORENÇA NEVES COPATI; GUILHERME DE ASSIS BARBOSA; PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA; LILIANE BARBOSA DA SILVA PASSOS; MELIANE BORGES RIBEIRO; SEBASTIAO RODRIGUES FERREIRA FILHO.

MONITORIA DE NEFROLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA

Introduçao: Portadores de rim único podem apresentar hiperfiltraçao glomerular. Obesos e/ou portadores de SM agravam o estado de hiperfiltraçao renal. O presente estudo avalia a influência dos diferentes componentes da SM na TFG e proteinúria em pacientes uninefrectomizados (UNx). Pacientes e Métodos: Foram avaliados 26 pacientes UNx (doaçao renal, pielonefrite, calculo, hidronefrose), sendo 6 do sexo masculino e 20 feminino, com tempo médio de 107 meses pos cirurgia. Verificamos a influencia de cada um dos critérios propostos pela ATP III, para diagnostico da SM, na TFG e Proteinúria. Para tanto, utilizamos o teste de regressao linear por meio do software GraphPad Prisma. V 7.0. Resultados: A TFG media foi de 79,4±19,6 ml.min (N/2: 45-60ml.min). As maiores elevaçoes na TFG foram observadas nos pacientes com SM. Ao correlacionarmos cada componente da SM com a TFG nao encontramos significância estatística com a Pressao Diastólica (p=0.09); Pressao Sistólica (p=0.056); HDL-c (p=0.96); Triglicerídeos (p=0.42), cintura abdominal (p=0,18); glicemia (p=0,13). Alem destes verificamos IMC (p=0,68), Poteinúria/24hs (p=0,45). Analisamos a influencia destas variáveis sobre a Poteinúria e detectamos significância estatística apenas em relaçao aos Triglicerídeos (p=0,03). Conclusao: Nenhum dos componentes da SM, isoladamente, parece ser responsável pela hiperfiltraçao glomerular. Talvez a associaçao destes componentes seja responsável pelo aumento da TFG encontrada em 81% dos pacientes estudados. Por outro lado, o aumento dos Triglicerídeos sugere a presença de um aumento na excreçao urinaria de proteínas.


NC 036

INFLUENCIA DA MASSA MUSCULAR E DA ATIVIDADE FISICA SOBRE A CREATININA SÉRICA E URINARIA E SOBRE A CISTATINA SÉRICA

ALESSANDRA CALABRIA BAXMANN, MARION SOUZA AHMED; NATALIA CRISTINA MARQUES; VIVIANE BARCELLOS MENON; APARECIDO BERNARDO PEREIRA; GIANNA MASTROIANNI KIRSZTAJN; ITA PFEFERMAN HEILBERG

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO – BRASIL

Introduçao: A creatinina sérica é o indicador de funçao renal mais usado na pratica clínica. Entretanto, a creatinina sérica é influenciada pelo sexo, idade e pela massa muscular. Teoricamente, a creatinina sérica pode encontrar-se falsamente elevada em indivíduos com maior massa muscular, porém com funçao renal normal. Objetivo: Avaliar a influência da massa muscular e da atividade física sobre a creatinina sérica e urinária e sobre a cistatina C sérica em indivíduos saudáveis com diferentes níveis de atividade física. Métodos: Cento e setenta (170) indivíduos adultos saudáveis (92F/78M), foram incluídos no estudo, após responderem questionário sobre doença renal, e fitas reagentes demonstrarem ausência de proteínas ou outras anormalidades urinárias. Eles foram submetidos à avaliaçao da composiçao corporal através de bioimpedância elétrica e classificados como sedentários, atividade física leve ou moderada/intensa de acordo com um questionário. Sangue e urina de 24h foram coletados de todos os indivíduos. Resultados: A creatinina sérica e urinária se correlacionaram significantemente com o peso corporal (r=0,51 e r=0,54; p<0,05), mas o nível de correlaçao com a massa magra (muscular) foi maior (r=0,73 e r=0,71; p<0,05). Por outro lado, nao houve correlaçao significante entre o peso corporal e a massa magra com a cistatina C. Indivíduos com atividade física moderada/intensa apresentaram valores significantemente maiores de massa magra (55,3±10,0 vs 48,5±10,4%, p<0,05), creatinina sérica (1,04±0,12 vs 0,95±0,17mg/dL, p<0,05) e creatinina urinária (1437±471 vs 1231±430mg/24h) em relaçao aos sedentários. Por outro lado, a cistatina C sérica nao diferiu entre os grupos. Conclusao: Estes dados sugerem que a massa muscular influencia de maneira importante a creatinina sérica e urinária, mas a cistatina sérica nao. Desse modo, o uso da cistatina pode representar uma alternativa mais adequada para avaliar a funçao renal em indivíduos fisicamente ativos quando pequena perda de funçao renal é suspeitada


NC 037

DIA MUNDIAL DO RIM EM CARUARU, PERNAMBUCO, BRASIL

MARCOS VINICIUS RIBEIRO DOS SANTOS1,2,3, SANDRA TERESA NEIVA COELHO1,2, LUCILA MARIA VALENTE1,2, MARCLÉBIO MANUEL COELHO DOURADO2, ALESSANDRO NUNES CAVALCANTE2, BRUNO CÉSAR DA MATA TORREAO2, MARIA ALICE PACHECO BARBOSA RAMOS2

1. DISCIPLINA E SERVIÇO DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE), 2. PREVENRIM-UFPE, 3. UNIMED-CARUARU.

Introduçao: A preocupaçao com o crescimento epidêmico da Doença Renal Crônica (DRC) é um fenômeno mundial e é constatado pelo número crescente de doentes em terapia renal substitutiva tipo diálise e transplante. Esse aumento da prevalência da DRC é atribuído a elevaçao do diabetes mellitus, da hipertensao arterial (HAS) e do envelhecimento populacional. Objetivos: -Divulgar informaçoes, à populaçao em geral, sobre a importância dos rins na fisiologia orgânica e a sua relaçao com as principais doenças que causam dano renal e que, por isso, constituem um grande problema de saúde pública atualmente. -Realizar um rastreamento de doenças renais na populaçao abordada. Métodos: Como parte do esforço mundial para informar sobre a DRC foi promovido, no DIA MUNDIAL DO RIM, uma campanha pública de divulgaçao e de rastreamento da doença renal, na cidade de Caruaru. Os dados foram coletados de forma aleatória em uma estaçao ferroviária, local de alto fluxo de pessoas. A pesquisa constou dos seguintes itens: dados epidemiológicos (idade, sexo, renda e ocupaçao), antecedentes pessoais e familiares de HAS, diabetes, litíase, ITU, doença coronariana, fumo, álcool e sedentarismo, dados antropométricos (peso, altura), aferiçao da pressao arterial, glicemia capilar (HGT) e teste de dipstick na urina. Resultados: A amostra constou de 289 pessoas, sendo 70% com idade entre 40 e 79 anos; 66% do sexo feminino. Cerca de 50% apresentavam HAS (PA >= 130 x 85mmHg), cerca de 7% com glicemia acima de 110mg%. As alteraçoes da urina como presença de sangue, proteína, glicose e nitrito se correlacionaram com os níveis tensionais e glicemias elevados, antecedentes pessoais de ITU e de calculose em 82%, 100%, 83% e 50%, respectivamente. Conclusoes: Os dados indicam prevalência expressiva de HAS na faixa etária acima de 40 anos e uma ótima correlaçao entre alteraçoes urinárias e possibilidade de lesao renal. Portanto, os dados sugerem que protocolos simples e econômicos de rastreamento, associados à divulgaçao intensiva e permanente da DRC e suas formas de prevençao, bem como a organizaçao de serviços de apoio ao diagnóstico e seguimento dessas doenças podem ser mecanismos imprescindíveis ao combate da. epidemia de DRC.


NC 038

HIPERTERMIA MALIGNA E RABDOMIOLISE: UMA RARA CAUSA DE INSUFICIENCIA RENAL AGUDA

KLINGER RICARDO DANTAS PINTO, RAMALHO R.J., GORAYEB F.S., ZANON J.R., FERNANDES A.B., LIMA E.Q., CAMELO F.C.G., BURDMANN E.A., RAMALHO H.J.

FACULDADE DE MEDICINA DE S. J. DO RIO PRETO-FAMERP

A Hipertermia maligna é uma rara complicaçao induzida pela administraçao de succinilcolina e/ou anestésicos inalatórios, sua evoluçao com rabdomiólise severa e insuficiência renal aguda tem poucos relatos na literatura. Apresentamos o caso de uma paciente de 25 anos, sexo feminino, caucasiana, submetida à cirurgia de mamoplastia eletiva. Na avaliaçao pré-operatória nao foram encontradas comorbidades, perfil cardiológico e laboratorial dentro da normalidade (creatinina 0,9mg/dL). Iniciado procedimento cirúrgico, administrados sulfentanil, atracúrio e propofol na induçao anestésica e mantida em ventilaçao mecânica sob o uso de isoflurano e óxido nitroso. Decorrida 01 hora de cirurgia, apresentou taquicardia, queda da saturaçao arterial de oxigênio (78%), retençao de Co2 (98mmHg), sudorese e hipertermia (41,5º C). Suspensa anestesia inalatória, administrado Dantrolene 100mg, realizadas manobras para controle da temperatura, concluída a cirurgia e transferida a paciente para a unidade de terapia intensiva (UTI). Na UTI, a paciente encontrava-se hipertensa (174x106mmHg), oligúrica (550mL/24h) e com significativa espasticidade muscular incluindo sinais de síndrome compartimental em membro inferior direito, exames laboratoriais evidenciavam creatinina 2,1md/dL, cálcio sérico 6,0mg/dL e creatino-fosfoquinase 96.707U/L. Evoluiu no dia seguinte ainda hipertensa severa (213x156mmHg) necessitando de drogas vasoativas, anúrica e com elevaçao de escórias nitrogenadas, sendo iniciada hemodiálise clássica, submetida a sessoes diárias por 25 dias. Iniciou recuperaçao de funçao renal, apresentando diurese efetiva (1100mL/24h) e melhora dos parâmetros laboratoriais. Recebeu alta hospitalar no 42º dia com creatinina 1,8mg/dL e em posterior retorno ambulatorial mantinha boa evoluçao clínica.


NC 039

AVALIAÇAO DO ESTADO NUTRICIONAL EM PACIENTES COM IRC EM PROGRAMA DE HEMODIALISE

FECUNDES C., ROMANO T.G., BETTI E., BURDELIS R., FILIPONI T., RINALDI D., BERGAMO R.R.

FACULDADE DE MEDICINA DO ABC/HOSPITAL MARIO COVAS

Introduçao: Foi realizada uma avaliaçao nutricional para verificar o estado nutricional em 40 pacientes com IRC do estágio V em programa de hemodiálise no Hospital Estadual Mário Covas no município de Santo de André, nos meses de fevereiro a maio de 2007. Material e Método: Para a classificaçao do estado nutricional, calculou-se o IMC (OMS, 1998); circunferência do braço, circunferência muscular do braço, área muscular do braço (Blackburn, G.L., 1979); prega cutânea do tríceps, prega cutânea subescapular e prega cutânea supra-ilíaca (Lahman, T. G., 1991). Uma avaliaçao subjetiva para verificar o apetite desses pacientes através de questionário e dosagem de albumina sérica para verificar a presença de quadros inflamatórios também foram feitas. Resultados: Dos 40 pacientes avaliados, 10(25,0%) encontram-se em eutrofia, 7(17,5%) em obesidade e 23(57,5%) em desnutriçao. Sendo que dos que apresentam desnutriçao 5(12,5%) encontram-se em desnutriçao calórica, 11(27,5%) em desnutriçao protéica e 7(17,5%) em desnutriçao calórico-protéica. Sendo que dos pacientes que encontram-se em obesidade, 7(100%) apresentaram a albumina sérica dentro da normalidade; dos eutróficos, apenas 2(20%) apresentaram a albumina abaixo da normalidade; e, dos pacientes desnutridos, 18(78,3%) apresentaram a albumina abaixo dos padroes de normalidade. Através do estudo observa-se que dos 40 pacientes, 23(57,5%) apresentam algum tipo de desnutriçao, sendo que desses, 11(27,5%) apresentam desnutriçao protéica e 6(54,5%) referiram perda de apetite como início do tratamento de hemodiálise. Através do estudo, observa-se ainda, que dos desnutridos, 18(78,3%) apresentaram albumina abaixo da normalidade, sendo este um fator de risco para o desenvolvimento de desnutriçao (DUENHAS, et.al.;2003).


NC 040

TUBERCULOSE DE TESTICULO EM PACIENTE COM IRC. RELATO DE UM CASO

CARDOSO, G.A.; RODRIGUES, N.A.; MOURA, D.M.; HERDOIZA.G.

NEFRON-NEFROLOGIA DE RONDONIA E HOSPITAL DE BASE DR ARY PINHEIRO-PORTO VELHO, RO

Homem de 22 anos, pardo, natural de Rio Branco-AC, solteiro. Foi internado por apresentar há 15 dias crescimento testicular direito, indolor, ulceraçao na bolsa escrotal com secreçao purulenta, febre vespertina, sudorese noturna e astenia. Procurou atendimento médico, sendo medicado com antibiótico por 7 dias, sem melhora. Apresenta mal-formaçao congênita do trato urinário (sind megacistis), evoluindo com infecçoes urinárias de repetiçao e insuficiência renal crônica. Faz hemodiálise 3 vezes/semana. Ao exame: PA: 140x70mmHg, hipocorado, linfonodomegalia: cadeia cervical posterior, axilar e inguinal, móveis e indolores, sem edemas; precórdio com sopro sistólico em foco aórtico e carótida direita; Testículo direito de volume aumentado, 7cm de diâmetro, endurecido, com lesao ulcerada drenando secreçao purulenta; canal uretral estenosado com secreçao purulenta. Ex. lab: Albumina: 2,8; Globulina: 3,7; Cr: 6,2; Ht: 24,6; Plaquetas: 440000; EAS: incontáveis piócitos; α-fetoproteína, DHL e β- HCG: negativos; TC de abdome total: nefrolitíase e hidronefrose bilateral, tumor testicular e fístula. US testículo direito volume aumentado, heterogêneo, múltiplas lesoes hipoecoicas irregulares. Paciente evoluiu com febre vespertina diária e drenagem de secreçao purulenta pela fístula, com cultura positiva para Staphilococcus ssp, PPD reator (10mm), pesquisa de BAAR por escarro induzido, 3 amostras negativas; RX tórax sem alteraçao. Submetido à orquiectomia direita com presença de necrose caseosa. Iniciado esquema RHP para TBc. Histopatológico: macroscópico testículo pesando 154g, superfície opalescente com rompimento da túnica. Aos cortes nota-se tumoraçao parda clara compacta e áreas cavitárias. Orquite granulomatosa com necrose caseosa. A tuberculose urogenital quase sempre é conseqüência da disseminaçao hematogênica da tuberculose pulmonar para os rins, próstata ou epidídimo, constituindo até 40% das formas extrapulmonares. A tuberculose urogenital acomete o adulto jovem, entre 20 e 50 anos, mais homens que mulheres. O epidídimo é atingido por via retrógrada, aumentando de volume e evoluindo cronicamente com o desenvolvimento de nódulos, podendo eclodir em abscesso e fístula escrotal. A fístula escrotal é muito sugestiva de epididimite tuberculosa.


NC 041

HIPOCALEMIA SEVERA CAUSANDO PARALISIA MUSCULAR E POLIURIA IMPORTANTE: RELATO DE CASO.

CARNEIRO, F.O.A.A.; LIMA, J.K.T.; VIEIRA, J.P.; OLIVEIRA, D.C.S.; TACHIBANA, A.J.V.; KUBRUSLY, M.; SILVA, S.L.; CARNEIRO, R.C.F.L.; GUTIERREZ, O.A.; DAHER, E.F.

DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. FORTALEZA-CEARA.

Introduçao: Acidose Tubular Renal (ATR) tipo I consiste em um defeito da H+ATPase do néfron distal, resultando em prejuízo direto na acidificaçao urinária. Cursa com acidose metabólica hiperclorêmia (ânion “gap” normal), hipocalemia, hipercalciúria, hiperfosfatúria, nefrolitíase e nefrocalcinose. Objetivo: Relatar um caso de ATR distal (tipo I) com hipocalemia de difícil controle e poliúria em paciente acompanhada no serviço de Nefrologia de Hospital Terciário de Fortaleza. Relato do Caso: Paciente, feminino, 21 anos, iniciou há 9 anos quadro de fraqueza muscular e lombalgias episódicas. Há 3 anos, durante primeira gestaçao, agravou-se o quadro, com piora da fraqueza, associada a espasmos musculares, extra-sístoles ventriculares e hipocalemia. Sugerido diagnóstico de ATR tipo I pelo pH urinário mínimo de 6,0. Admitida com Cr sérica 0,6mg/dL, K+ sérico 2,7mEq/L, diurese 8000ml/dia, pH venoso 7,20, bicarbonato 13,9, cloro sérico 110, ânion “GAP” 15 e pH urinário 7.0. Iniciado citrato de potássio e KCL xarope 90ml/d sem boa resposta. Iniciamos Aldactoner especulando diminuiçao do volume urinário pela retençao de K+, chegando a 200mg/d. Apresentava K+ médio de 3,34mEq/L e volume urinário médio de 6,6L/d, com reposiçao de K+. Após o diurético, o K+ médio foi de 3,28mEq/L e o volume urinário médio de 3,8L/d, mesmo sem reposiçao de K+Conclusao: A ATR tipo I pode manifestar-se com hipocalemia de difícil controle. A literatura é pobre quanto ao tratamento nos casos de hipocalemia refratária. O diurético poupador de potássio mostrou-se uma alternativa para o controle da hipoclemia refratária.


NC 042

RELATO DE CASO DE EVOLUÇO ATIPICA DE NEFROPATIA DIABÉTICA

BENEDITO JORGE PEREIRA, ELISANGELA DOS SANTOS BOENO, ROBERTA DO NASCIMENTO GALVAO CAMPOS, LEILIANE COUTINHO DE SOUZA

HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO MUNICIPAL-SP

Introduçao: estudos evidenciam que quando realizado o diagnóstico de lesao retiniana há um maior risco para o surgimento de nefropatia diabética (ND), e que também aumenta o risco para retinopatia diabética (RD) em pacientes portadores de microalbuminúria. Os pacientes com diabeta mellitus (DM) tipo 2 proteinúricos apresentam mais freqüentemente manifestaçoes de microangiopatia. Objetivo: relatar um caso de nefropatia diabética que evoluiu sem retinopatia associada com proteinúria nefrótica e insuficiência renal. Caso: paciente, 67 anos, feminina, interna em nosso serviço com queixa de náuseas, vômitos em grande quantidade, hiporexia e epigastralgia com início há um dia. Também relata episódios de hipoglicemias freqüentes e urina espumosa. Antecendentes pessoais: DM há 15 anos, fazia uso de glibenclamida 5 mg/dia, hipertensao (HAS) desde os 12 anos em tratamento com enalapril 10 mg 2 vezes, acidente vascular cerebral há cerca de 3 anos sem déficit motor ou cognitivo. Nega etilismo e tabagismo. Fazia acompanhamento ambulatorial na Nefrologia sendo que há 9 meses da internaçao, apresentava uréia de 50mg/dL e creatinina de 1,2mg/dL , clearance de creatinina de 63,97ml/min, sem proteinúria na coleta de 24 horas. Ao exame físico: bom estado geral, orientada, hipocorada 1+/4+ , eupnéica , acianótica, afebril, anictérica, com ausculta pulmonar e cardíaca normal, abdomem sem alteraçoes, extremidades sem alteraçoes. Exames da admissao: uréia 75mg/dL e creatinina de 4,4mg/dL; clearance de creatinina 13,4ml/min; sorologias para hepatite B e C negativas; anticorpo anti-DNA nao reagente; FAN 1: 80 padrao homogêneo; complemento C3-160 e C4-38,3; proteinúria de 24 horas de 8g; fundo de olho/2007- retinopatia tipo hipertensiva crônica sem sinais isquêmicos, sem retinopatia diabética. Foi submetida à biópsia renal que mostrou expansao mesangial discreta, cilindros hialinos tubulares; achados de imunofluorescencia que nao permitiram caracterizar lesao mediada por imunocomplexos ou anticorpo anti menbrana basal, em atividade. Concluido que a presença de expansao de matriz mesangial pode ser encontra em quadros de nefropatia associada ao DM. Conclusoes: nos casos de nefropatia sem a presença de retinopatia e, principalmente, se for de início súbito é necessária realizar diagnóstico diferencial de acometimento renal por outras etiologias. A utilizaçao da biópsia renal nesses casos é imprescindível para o esclarecimento diagnóstico e programaçao terapêutica e prognóstica


NC 043

HIPOMAGNESEMIA COM HIPERCALCIURIA E NEFROCALCINOSE FAMILIAR

LEITE SILVA, S., CRISPIM J, KENNEDY J, KUBRUSLY M, CARNEIRO, RCFL, CAMPOS HH, DAHER EF

HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO-UFC-CEARA; UNIVERSIDADE DE FORTALEZA.

Introduçao: Existem poucos relatatos de pacientes com a síndrome de hipomagnesemia com hipercalciúria e nefrocalcinose. Dados sugerem a existência de uma alteraçao da reabsorçao do Mg e Ca na alça de Henle. Objetivo: Relato de paciente com hipomagnesemia, hipercalciúria e nefrocalcinose familiar com disfunçao renal (IR). Método: Relato de caso com dados obtidos do prontuário de um paciente de 19 anos, masculino com hipomagnesemia, hipercalciúria e nefrocalcinose. Resultados: Pct 19a com creatinina sérica 2,6mg/dL, polaciúria, nictúria e eliminaçao de cálculo renal. Exame físico sem particularidades. Antecedentes familiares: irmao com nefrocalcinose e IR, pais cosangüíneos. Bioquímica: Hb 12,5g/dL, Htc 37,3%, leucócitos 8.400/mm3, plaquetas 292.000/mm3, pH 7,37, pCO2 42,1mmHg, HCO3 22,4mmol/L, creatinina 2,5mg/dL, uréia 44mg/dL, K 4,2mEq/L, Na 142mEq/L, Cl 106mEq/L, Ca 7,4mg/dL, Cai 1,12mmol/L, P 3,2mg/dL, Mg 0,9mg/dL, Ac úrico 8,5mg/dL, PTHi 63,1pg/mL. Sumário de urina: pH 6,0, DU 1008, H 10/cpo, L 10/cpo, proteína ausente. Cristalúria negativa. Urina 24h: Ox 28mg, VU 3290mL (58,8mL/kg), Ca 235mg (4,1mg/kg), Na 230mEq, Mg 105mg, P 658mg, AU 444mg, K 44,4mEq. FEMg 12,5%, FECa 4,7%, FEAU 9,3%, FENa 0,3%, FEK 1,2%. Rx e USG compatível com nefrocalcinose bilateral. Iniciado citrato de potássio e soluçao de Sholl. Evoluiu com níveis elevados de ácido úrico e PTHi (129pg/mL). Introduzido hidroclorotiazida e Alopurinol. Evoluçao de 3 anos com funçao renal estável. Irmao com nefrocalcinose evoluiu para IRC em 10 anos (creatinina de 5,9mg/dL). Conclusao: Relatamos um caso de hipomagnesemia com hipercalciúria e nefrocalcinose familiar com evoluçao estável da funçao renal.


NC 044

INVESTIGAÇAO DE SINDROME METABOLICA EM PACIENTES LITIASICOS

SILVIA FERNANDES RIBEIRO SILVA, TARGINO TSS, NASCIMENTO AL, SILVA SL, CAMPOS HH, DAHER EF, SILVA CAB.

HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO-UFC-CEARA; UNIVERSIDADE DE FORTALEZA-CEARA; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE.

Introduçao: A litíase urinária é uma doença de elevada morbidade e recorrência. Hábitos nutricionais têm importante papel na litogênese. Objetivo: Avaliar o risco cardiovascular (RCV) e a presença de síndrome metabólica (SM) em pacientes (pcts) com nefrolitíase. Método: Em um estudo transversal foram analisados 142 pcts litiásicos, 41,7±11,4 (22-73) anos, 64% mulheres, quanto à pressao arterial (PA). índice de massa corporal (IMC), lipidograma, glicemia. O RCV em 10 anos foi calculado em 64 pacientes. A presença de SM foi considerada no indivíduo com 3 ou mais dos seguintes fatores: glicemia em jejum >110mg/dl ou tratada; triglicerídeos >150mg/dl ou tratada; HDL < 40 no homem ou < 50mg/dl na mulher tratado; PA >130/85 mmHg ou tratada; IMC >30. Resultados: Dos 142 indivíduos, 51 (36%) tinham PA elevada e 83 (62%) estavam acima do peso (40% com sobrepeso e 22% obesos). A avaliaçao do lipidograma mostrou níveis elevados de colesterol em 26(18%) pcts, LDL em 27(19%) e triglicerídeos em 7(5%); HDL baixo foi observado em 35(25%) pcts. Hiperglicemia foi detectada em 7 pcts (5%). O RCV foi inferior a 5% em 30 pcts (46,8%), entre 5-9% em 18(28,1%), entre 10-14% em 6(9,4%) e > 15% em 10 pcts (15,6%). O número de fator de risco foi de 0-1 em 63% dos pcts. A SM estava presente em 38 pcts (27%), sendo 24 mulheres. Conclusao: Os resultados sugerem que a pesquisa da SM e do RCV em pacientes litiásicos constitui uma importante medida preventiva. A avaliaçao dos hábitos alimentares pode permitir estabelecer uma melhor relaçao entre essas patologias.


NC 045

SINDROME DE SILVER-RUSSEL E ACIDOSE TUBULAR DISTAL – RELATO DE 2 CASOS

JOANA ROSA PEREIRA DOS SANTOS, MAIA, M.L.; DO VAL, M.L.M.; SANTOS, A.L.A.

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

Introduçao: A Síndrome de Silver-Russel (SSR) caracteriza-se por alteraçoes craniofaciais e baixa estatura. Podem apresentar face triangular, fronte alargada, alteraçao nas curvaturas do canto da boca, micrognatia, anomalias genitais, manchas café-com-leite, clinodactilia, assimetria do corpo e desenvolvimento psicomotor normal. É rara a patologia renal asssociada. Objetivo: Relato de dois casos de SSR com acidose tubular renal distal (ATD). Material e métodos: Foram avaliados em dois pacientes com SSR e ATD clearance estimado de creatinina (fórmula de Schwartz), ultrassonografia renal, fundoscopia, provas de acidificaçao e estado nutricional. Resultados: Pacientes 1 e 2, com 5 e 3 anos respectivamente, sexo feminino, com face triangular, fronte proeminente e alargada, micrognatia, curvaturas do canto da boca voltadas para baixo, baixa estatura, baixa implantaçao de orelhas, desenvolvimento psicomotor normal e ATD. Apresentaram pH urinário elevado, acidez titulável e excreçao de amônia baixas na prova de acidificaçao e funçao renal normal. As fundoscopias e as ultrassonografias foram normais. As duas pacientes recebem suplementaçao oral de álcali desde o diagnóstico. Ambas persistem desnutridas crônicas após introduçao de álcali, porém com melhora parcial no escore Z de estatura/idade. Peso/estatura e peso/idade nao se alteraram. Conclusao: ATD deve ser investigada em pacientes portadores de SSR, visto ser um fator a mais na gênese da baixa estatura destas crianças.

Nefrologia Clínica

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