J. Bras. Nefrol. 2007;29(3 suppl. 3):45-50.

Outros

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TERAPIA DE INFUSAO ENZIMATICA NA DOENÇA DE FABRY: RELATO DE EXPERIENCIA

MARIA OTILIA PRESTES (HOSPITAL SAO VICENTE DE PAULO), ELISA APARECIDAALVES PASSAMANI (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO)

Introduçao: A Doença de Fabry (DF) é uma doença rara, hereditária e causada por um gene deficiente do organismo ligado ao cromossomo X, ocasionada pela deficiência ou ausência de produçao insuficiente da enzima lisossômica alfa-galactosidase (α- GAL). Esta açao enzimática insuficiente acarreta o acúmulo da globotriaosilceramida (GL-3), espécie de gordura, que se deposita nas células endoteliais dos rins, coraçao e sistema nervoso central, implicando em sérios prejuízos à saúde da pessoa portadora, inclusive a sua morte precoce. Com o surgimento da Terapia de Reposiçao Enzimática (TRE), houve um aumento significativo na qualidade de vida dos pacientes portadores de DF. Objetivo: Relatar a experiência em nosso serviço na terapia de reposiçao enzimática (TRE) com betagalsidase, na Doença de Fabry, com ênfase na segurança e monitorizaçao de possíveis eventos adversos. Métodos: No período de julho/06 a agosto/07, foram avaliados retrospectivamente 05 pacientes portadores de DF oriundos da mesma família, os quais foram submetidos à infusao (TRE) com betagalsidase 1mg/kg, quinzenalmente, em regime ambulatorial. Foram analisados os seguintes parâmetros: peso, pressao arterial, temperatura, freqüência cardíaca, número de infusoes, duraçao de cada infusao, bem como a presença de qualquer evento adverso relacionado à mesma. Um paciente renal crônico recebia TRE durante uma das sessoes de hemodiálise. Todos os pacientes tomavam no domicilio paracetamol e hidroxizine uma hora antes do início da TRE. Resultados: Foram realizadas 112 sessoes de TRE com betagalsidase, observou-se uma melhora significativa da dor neuropática, melhora acentuada dos sintomas gastrointestinais, uma melhora no apetite e ganho de peso importante. A ausência ou a minimizaçao desses sintomas contribuiu para uma possível melhoria em sua qualidade de vida relacionada, principalmente, aos aspectos físicos, sociais e emocionais. Nenhuma possível reaçao adversa descrita pelo fabricante do medicamento foi observada neste período. Conclusao: O uso de betagalsidase, na doença de Fabry, demonstrou-se seguro e foi bem tolerado pelos pacientes, mesmo quando se utilizaram doses ligeiramente acima da preconizada e com sessoes de TRE com menos de 03 horas. A TRE é um procedimento que exige um preparo técnico-científico adequado dos profissionais envolvidos a fim de se evitar possíveis riscos que comprometam os resultados.


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COMPORTAMENTO ALIMENTAR “UM ATO SOCIAL” E RELAÇAO COM ESTADO NUTRICIONAL

VIVIANA TEIXEIRA HENRIQUES (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA), HELBERT LIMA (CLINICA DE NEFROLOGIA DE JOINVILLE), GISELE FERNANDES FURTADO (CLINICA DE NEFROLOGIA LTDA)

O comportamento alimentar tem influências que vao muito além da questao nutricional, portanto nao consumimos tudo o que é biologicamente comestível. O que se come, quanto, quando, como e com quem se come sao procedimentos que compoem o ato alimentar e interferem no estado nutricional de indivíduos. O objetivo desse estudo foi verificar se existe diferença entre comportamento alimentar dos pacientes de hemodiálise de acordo com o estado nutricional. Estudo transversal com 35 pacientes em hemodiálise divididos em 2 grupos: IMC≤24,99Kg/m2 (grupo 1) e ≥25,00Kg/m2 (grupo 2). Realizadas avaliaçoes antropométricas e classificaçao nutricional, dietéticas (questionário sobre comportamentos alimentares: mastigaçao, alteraçao gustativa, compulsao alimentar, companhia durante as refeiçoes, número de refeiçoes e QFA) e sintomas clínicos. Utilizados teste t e teste exato de Fisher. A idade mediana dos indivíduos de 52 anos (17-90) 74% masculino. O tempo em diálise foi de 31,54±26,42 meses. Quando comparados os grupos foi apresentada diferença estatística nos dados antropométricos. O grupo 1 apresentou % adequaçao ao p50 – PCT: 87,05±32,90 CB: 84,31±10,37 e CMB: 89,49±11,86 – desnutridos e o grupo 2 PCT: 137,00±87,05 e CB:109,72±14,35 – obesos CMB:110,53±11,94 – eutróficos. No QFA foi observado maior consumo de embutidos, miúdos e chimarrao (p=0,047) pelo grupo 2. O consumo de carnes, verduras, leite e doces teve freqüência semelhante. Dos dados relativos a comportamento alimentar o grupo 2 apresentou maior número de pacientes que nao apresentavam boa mastigaçao (p=0,015), relatavam compulsao alimentar, nao possuíam companhia nas refeiçoes e realizavam menor número de refeiçoes/dia. Em contrapartida o grupo 1 apresentou indivíduos com alteraçao gustativa, nao visto no grupo 2 e houve maior queixa de astenia (p=0,032). O comportamento alimentar engloba questoes subjetivas. O excesso de ingestao dietética que causa a obesidade pode estar ligado a comportamentos relacionados ao comedor solitário publicidade dos alimentos e estilo de vida. Alteraçao gustativa pode significar diminuiçao do sabor e do prazer de se alimentar conduzindo ao consumo insuficiente e desnutriçao. . A educaçao nutricional deve ser construída consciente de que alimentar-se é um ato social e isto pode influenciar o estado nutricional e a qualidade de vida.


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RELAÇAO DA CONDIÇAO SOCIAL NO PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES ATENDIDOS EM CLINICAS DE DIALISE DE BELO HORIZONTE/MG

MELISSA LUCIANA DE ARAUJO, GISELE AZEVEDO BEGHINI AVELAR, SUELLEN FABIANE CAMPOS, ALINE BARBARA PEREIRA COSTA, NEILA CRISTINA MAGALHAES LEITE, MACELA LIMA, ALINE CRISTINE DE SOUZA LOPES, MARIA TEREZA GOUVEIA RODRIGUES (CENTRO NEFROLOGICO DE MINAS GERAIS, CLINICA NEFROLOGICA DE MINAS GERAIS, NEFRON)

O presente trabalho teve como objetivo investigar se há relaçao entre a desnutriçao e renda familiar de pacientes renais em hemodiálise. O estudo foi realizado em três clínicas de diálise (CENEMGE, CLINEMGE E NEFRON), com aprovaçao do comitê de ética do Hospital Socor. Coleta de dados por aplicaçao de questionário e consulta ao prontuário. A análise foi realizada no programa EpiInfo 6.0. A populaçao avaliada foi de 248 indivíduos, sendo 59,3% do sexo masculino. A faixa etária mais prevalente foi a de 46 a 60 anos (35,5%). Quanto à cor da pele, 82,2% se declarou como pardo ou negro. A maioria dos pacientes (49,6%) é casada e dos 40,5% dos indivíduos que tinham cuidador, esse era o companheiro. Com relaçao à escolaridade, 63,7% tinham o primeiro grau incompleto ou completo. Somente 8,9% estavam trabalhando, contra 69,8% que recebiam benefício previdenciário. 53,2% dos pacientes declaram ser o principal mantenedor da família. Com relaçao à renda familiar 44,8% apresentaram valores de 0 a 3 salários mínimos. A maioria dos pacientes é usuária do Sistema Unico de Saúde (61,3%) e nao realizaram acompanhamento prévio com Nefrologista (62,1%) ou Nutricionista (88,3%). Houve 53,2% de indivíduos que tinham de 2 a 4 comorbidades associadas à IRC, sendo as mais prevalentes hipertensao arterial (77,4%), insônia (39,1%), diabetes (23%) e deficiência auditiva/motora (26,6%). Quanto ao estado nutricional, 97,6% dos pacientes foram diagnosticados como em risco nutricional ou desnutriçao leve pela Avaliaçao Subjetiva Global Modificada (ASGM).De acordo com o Indice de Massa Corporal (IMC), somente 10,9% estavam desnutridos ou em risco e a maioria eutrófica (71%). Estas controvérsias encontradas no diagnóstico nutricional, por diferentes métodos, sugere utilizaçao de dados antropométricos, recordatório alimentar e ASGM para melhor diagnóstico do estado nutricional. Quando avaliado relaçao entra renda familiar e ASGM nao foi encontrado significância estatística (P=0,94) sendo o mesmo nao encontrado em relaçao a renda e IMC (p=0,497). O estudo mostrou que nesta populaçao nao existe relaçao entre a renda e estado nutricional. A condiçao social contribui para o risco de desnutriçao nestes pacientes, interferindo na compreensao e aderência ao tratamento e qualidade de vida, mas a desnutriçao nesta populaçao é algo mais complexo podendo ter relaçao com o estado emocional, cuidador responsável para o preparo das refeiçoes e catabolismo aumentado pelo próprio tratamento.


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EVOLUÇAO DA ALBUMINURIA DE PACIENTES COM DIABETE MELITO TIPO 2 NORMO E MICROALBUMINURICOS APOS A SUSPENSAO TEMPORARIA DAS DROGAS INIBIDORAS DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECA)

MELISSA AMARAL ZANDONAI (UFRGS), CARLA BLOM (UFRGS), ALICE NUNES (UFRGS), ISADORA ROCHA (UFRGS), GABRIELA SEEGER (UFRGS), RENATA FARINON (UFRGS), LIVIA BONILHA (UFRGS), JORGE LUIZ GROSS (UFRGS), MIRELA JOBIM DE AZEVEDO (UFRGS), THEMIS ZELMANOVITZ (UFRGS)

O benefício das IECA sobre a nefropatia diabética é inequívoco, mas nao está claro o quanto este se mantém após a suspensao destas drogas. No caso da reduçao da excreçao urinária de albumina (EUA) ser perdida após a suspensao, nao é conhecido o tempo necessário para esta voltar aos valores basais. Este ensaio clínico randomizado e controlado visa avaliar o efeito da retirada do IECA, utilizado por pelo menos 1 ano, sobre a EUA de pacientes com DM tipo 2. Após o período de run-in [avaliaçao clínica, laboratorial e controle da pressao arterial (alvo < 130/80mmHg)], os pacientes foram randomizados para suspensao do IECA (substituiçao por verapamil, atenolol e/ou hidralazina para manter o controle pressórico) ou grupo controle. A pressao arterial e EUA foram avaliadas após 2, 4 e 8 semanas. Foram avaliados 62 pacientes, 31 no grupo de suspensao do IECA [27 normoalbuminúricos (EUA < 30mg/24h) e 4 microalbuminúricos (EUA 30-299mg/24h)] e 31 no grupo controle (25 normo e 6 microalbuminúricos). No grupo de suspensao do IECA, quando analisados apenas os pacientes microalbuminúricos, observou-se aumento da EUA após 4 [97(38-783)mg/24h] e 8 semanas [145(46-1820)mg/24h], quando comparadas com os valores basais [84(31-160)mg/24h ANOVA de Friedman p=0,026]. Nesse subgrupo observouse um incremento da EUA de 23%, 99% e 90% após 2, 4 e 8 semanas de suspensao do IECA, respectivamente. Nao houve modificaçao da EUA nos pacientes normoalbuminúricos que suspenderam o IECA, assim como no grupo controle ao longo do estudo. Durante o estudo o controle glicêmico e pressórico se mantiveram estáveis. Estes resultados sugerem que sao necessários pelo menos 30 dias de suspensao dos IECA para adequada avaliaçao da EUA na faixa de microalbuminúria de pacientes com DM tipo 2 sob tratamento prolongado com esse medicamento.


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AVALIAÇAO SOCIOECONOMICA DE PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALITICO NO VALE DO ITAJAI.

LUCILA BARROS (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA), DEISE MARA DA SILVA (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA)

Introduçao: As terapias de caráter crônicos apresentam objetivos básicos que sao: aumentar a longevidade e melhoria na qualidade de vida. Este trabalho busca ampliar os conhecimentos a cerca da realidade sócio – econômica e necessidades do paciente renal crônico em tratamento de hemodiálise, buscando sua melhora na qualidade de vida. Metodologia: Foram entrevistadas 243 renais crônicos , utilizando-se da abordagem direta através de questionário. Resultados: Os 243 entrevistados, foram assim classificados: Sexo: 52% masculino e 48% feminino Faixa Etária: 18 a 40 anos de idade 25%, 41 a 55 anos 36%,56 a 70 28% e acima de 70 anos 11% Escolaridade: nao alfabetizado 3%, alfabetizado 47%, 1º grau 33%, 2º grau 15%, 3º grau 2% Situaçao Habitacional: financiada 4%, própria 70%, alugada 24%, cedida 2% Renda Familiar: um a três salários mínimos 76%, três a cinco salários mínimos, 5 a 10 salários mínimos, acima de 10 salários mínimos 2% Situaçao Profissional: auxilio doença/pensionistas 39%, aposentado por tempo de serviço 23%, aposentado por invalidez 25%, aposentado por idade 2%, desempregado 11% Duvidas Sobre o Tratamento: possui 9%, nao possui 91% Duvidas Sobre o Tratamento: possui 66%, nao possui 34% Indicadores de Satisfaçao da Equipe Multidisciplinar: bom 65%, excelente 28%, regular 7% Medicaçao utilizada pelos pacientes: antihipertensivos 41%, tireoidianos 12%, hipolidemiantes 2%, cardiotônicos/coronarianos 4%, diabetes/hipoglicemiantes 41% Situaçao da Medicaçao: fornecida 35%, parcialmente fornecida 55%, comprada 10% Transporte para o Tratamento: ambulância 74%, ônibus 23%, particular 3%. Conclusao: A grande prevalência de “exclusao” no mercado de trabalho pós inicio do tratamento, a questao da falta de informaçao diante da doaçao e transplante de órgaos se mostra com intensidade o grande vilao dos transplantes ainda continua sendo a falta de informaçao, em relaçao a satisfaçao dos pacientes em relaçao ao trabalho da equipe obtivemos indicadores excelentes tendo em vista o tempo de atuaçao aproximadamente de 02 anos.


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A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA UNIDADE DE HEMODIALISE

LUCILA BARROS (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA), DEISE MARA DA SILVA (ASSOCIAÇAO RENAL VIDA)

Introduçao: Equipe Multidisciplinar: Composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos. Objetivos do trabalho multidisciplinar: estratégias de intervençao e satisfaçao assistência direta aos pacientes acolhimento escutar e olhar para as famílias encaminhamentos. Açoes: compartilhar os conhecimentos e as açoes atendimento global ao paciente aproximaçao entre pacientes, equipe médica e família auxiliar as famílias no enfrentamento das dificuldades clínicas, psico emocionais e sociais. Atuaçoes da equipe: Psicólogo: amenizar o estresse antes da sessao de hemodiálise auxiliar na busca de soluçoes e enfrentamento dos problemas resgatar a auto-estima e auto confiança reelaborar com os pacientes as distorçoes cognitivas sobre a doença e seus mitos. Assistente Social: atendimento ao paciente e sua família minimizar situaçoes problemas como conflitos familiares, dúvidas com relaçao à patologia e ao tratamento encaminhamentos a outros profissionais orientaçao para recebimento de benefícios encaminhamento à rede de suporte social municipal captaçao de recursos junto a organizaçoes da sociedade civil promoçao de açoes culturais. Nutricionista: avaliaçao do estado nutricional acompanhamento nutricional prescriçao de dieta orientaçoes nutricionais reeducaçao alimentar. Farmacêutica: informar sobre o uso correto de medicamentos advertir sobre os riscos da auto-medicaçao orientar às dificuldades em relaçao à posologia, à patologia, à terapêutica, e ao horário dos medicamentos advertir sobre possíveis interaçoes medicamentosas acompanhamento farmacológico. Consideraçoes: O trabalho que vem sendo realizado com a equipe multidisciplinar favorece a melhoria da qualidade de vida dos pacientes entendimento dos fatores psicossociais e clínicos enfatizar a QV e nao a doença uma visao do ser humano de forma interacional e dinâmica a possibilidade de avaliar sinais, sintomas, prejuízos e carências Conclusao: o grande indicador de satisfaçao do trabalho da equipe multidisciplinar na unidade de hemodiálise é o índice de satisfaçao dos pacientes, pesquisa realizada entre os meses de Julho e agosto/ 07, 65% de aprovaçao em um total de aproximadamente de 243 pacientes, conforme dados da avaliaçao sócio – econômico.


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A AÇAO DO OZONIO NA DESINFECÇAO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE AGUA EM HEMODIALISE

DAIANA WEISS E SILVA (PRONTORIM CACHOEIRINHA LTDA), FERNANDO DOS SANTOS (PRONTORIM CACHOEIRINHA LTDA), ELIZABETH GOMES DA ROCHA THOMÉ (ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL)

A qualidade da água em hemodiálise constitui um componente fundamental nos procedimentos de hemodiálise, uma vez que a biocompatibilidade é um dos fatores contribuintes para a inflamaçao crônica. Aremoçao de cloro e cloraminas nos locais onde a água permanece armazenada e recirculando tornam o sistema suscetível ao crescimento de biofilme. De acordo com a AAMI (Association for the Advancement of Medical Instrumentation), o ozônio é o método mais efetivo para destruir qualquer microorganismo, evitar, reduzir ou remover o biofilme. Para que essa água seja o mais pura possível e ofereça menos riscos aos pacientes, é necessário um rigoroso tratamento e a desinfecçao constitui uma das etapas desse processo. Portanto, este estudo objetiva realizar uma revisao de literatura sobre a açao do ozônio na desinfecçao do sistema de tratamento de água para a hemodiálise e conhecer como acontece esse processo. O estudo é descritivo do tipo pesquisa bibliográfica e os dados foram obtidos em livros de leitura corrente, periódicos científicos, anais de encontros científicos, resumos, em base de dados (LILACS) e em outros como sistemas de busca (MEDLINE, BIREME), nos últimos dez anos. A análise de dados foi baseada na metodologia proposta por Gil, sendo que os princípios éticos foram respeitados. Quando comparado a soluçoes de cloro e outras soluçoes usadas em hemodiálise, o ozônio oferece vantagens, como a poderosa açao oxidante que inativa as endotoxinas e age contra a maioria dos microorganismos, inclusive vírus, além de remover biofilme. Além disso, ele nao precisa ser removido, pois volta ao estado de oxigênio diatômico, nao produz toxinas na água e é gerado no local da utilizaçao, ou seja, o transporte, o manuseio e o estoque nao sao necessários.. Com isso, conclui-se que, embora a desinfecçao com o ozônio apresente alguns aspectos negativos, os pontos positivos sao superiores e fazem da sua utilizaçao uma opçao eficaz.


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PERCEPÇOES DE UMA MULHER COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA: ESTUDO DE CASO

CINTHIA DALASTA CAETANO FUJII (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE), MARIA CONCEIÇAO DA COSTA PROENÇA (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE), CAREN FERNANDA BARCELLA BETTI (CENTRO DE DIALISE E TRANSPLANTE-RS)

Introduçao: A insuficiência renal crônica, por ser incurável e permanente, exige adaptaçao e mudanças no cotidiano do portador como limitaçoes físicas, sociais, econômicas e dependência de um tratamento que além de muitas restriçoes pode causar mal estar e desconforto. Objetivo: Compreender as implicaçoes percebidas em uma mulher com insuficiência renal crônica. Metodologia: O trabalho foi realizado com uma mulher com 22 anos, portadora de insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Trata-se de um estudo de caso com uma abordagem qualitativa exploratória descritiva analisado segundo Bardin. Resultados: As categorias identificadas, segundo as falas da paciente foram: Negaçao da doença – Evidenciada por absenteísmo nas consultas, exames. Nao controle da pressao arterial e nao adesao aos medicamentos. Evoluçao da doença – A hemodiálise dificultou sua rotina cotidiana, inclusive os estudos. Durante suas falas evidencia a vontade de ter uma vida social ativa e de construir uma família. Aceitaçao da doença – Percebe a hemodiálise como um tratamento que melhora sua condiçao física reduzindo os sintomas da doença. Passa entao, a identificar recompensas após a descoberta da patologia, como: aproximaçao da família, convivência com outros portadores de doença renal crônica, a possibilidade de um transplante renal. Consideraçoes finais: É evidente ao longo das colocaçoes da paciente a dificuldade de adaptar-se as restriçoes que a doença renal crônica impoe. Porém existe uma vontade imensa de persistir buscando formas de amenizar essas perdas. Os profissionais que prestam assistência a esses pacientes devem ser capazes identificar essas dificuldades e oferecer um atendimento integral, além de tarefas e procedimentos.


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ROTEIRO DE OBSERVAÇAO COMO RECURSO METODOLOGICO NO ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇAO DE FUNCIONARIOS DE ENFERMAGEM RECÉM ADMITIDOS EM UNIDADE DE HEMODIALISE

CINTHIA DALASTA CAETANO FUJII (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE-RS), MARIA CONCEIÇAO PROENÇA (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE-RS), ADRIANA TESSARI (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE-RS), ALESSANDRA ROSA VICARI (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE-RS), CÉLIA MARIANA BARBOSA DE SOUZA (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE-RS)

Introduçao: Uma unidade de hemodiálise requer da equipe de enfermagem várias habilidades técnicas, de relacionamento interpessoal e de comunicaçao, com vistas a atender com segurança e qualidade ao paciente e sua família. Nesta perspectiva, ao ingressar novos membros a equipe é necessário conhecê-los e acompanhá-los de modo que este possam desenvolver suas funçoes com tranqüilidade e segurança, para tanto fazse necessário um instrumento norteador, que possibilite guiar esta pessoa neta trajetória de adaptaçao. Objetivos: Elaborar e aplicar um roteiro de acompanhamento e avaliaçao de funcionários recém admitidos na unidade de hemodiálise do HCPA-RS com a finalidade de facilitar a adaptaçao, apreensao das rotinas e dinâmica do local de serviço, compartilhar conhecimentos, direcionar as atividades a serem desenvolvidos e ter subsídios para avaliaçao. Metodologia: Trata-se de relato de experiência realizado com cinco técnicos de enfermagem e uma enfermeira, admitidos no período de outubro de 2006 a maio de 2007, sendo estes acompanhados e avaliados ao término de três meses de atuaçao. Para elaborar o roteiro de observaçao e acompanhamento baseou-se no perfil do cargo dos profissionais e nas particularidades que envolvem a assistência ao portador de DRC em HD, bem como as rotinas da unidade e instituiçao. A observaçao participante foi utilizada para coleta dos dados (POLIT, 2004). Resultados: Este trabalho propiciou a uniformidade no acompanhamento e nos critérios de avaliaçao, menor tempo de capacitaçao, tranqüilidade neste período, relatado pelos participantes. No terceiro mês todos os funcionários estavam aptos para assumir as atividades propostas. Conclusoes: Buscou-se proporcionar a participaçao e valorizaçao dos conhecimentos e experiência de cada pessoa, respeitando também suas particularidades neste processo de inserçao em um novo ambiente de trabalho.


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JUDICIALIZAÇAO DO ACESSO AO TRATAMENTO DE DOENÇAS RARAS: A DOENÇA DE FABRY COMO EXEMPLO.

MONICA VINHAS DE SOUZA (HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE/UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL), GIACOMO BALBINOTTO NETO (FACULDADE DE ECONOMIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)), MANOEL NEUBARTH TRINDADE (FACULDADE DE ECONOMIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)), CRISTIANO HUBER (FACULDADE DE ECONOMIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)), FERNANDO SANTOS ARENHART (FACULDADE DE ECONOMIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)), PAULO COGO LEIVAS (MINISTÉRIO PUBLICO ESTADUAL DO RS), PAULO PICON (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL(UFRGS)/SECRETARIA ESTADUAL DE SAUDE RS(SES-RS)), IDA VANESSA DOEDERLEIN SCHWARTZ (SERVIÇO DE GENÉTICA HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE/DEPARTAMENTO DE GENÉTICA UFRGS)

Introduçao: Um fenômeno no Brasil: as açoes judiciais p/obtençao de medicaçoes, em especial as de alto custo, que nao sao das listas oficiais do MS.A Doença de Fabry (DF) é uma doença lisossômica, rara, c/herança ligada ao Xnesta há atividade deficiente da enzima AlfaGAL-A. A incidência da DF no mundo é1: 40.000-100.000 RNs no Brasil nao há dados oficiais. Pacientes têm acroparestesias aos 5-10 anosadultos desenvolvem doença renal e cardíaca graves. A disfunçao renal é a maior causa de óbito. A DF nao possuía tratamento específico até 04/2003 quando foi aprovada, no FDA e EMEA, a betagalsidase, para tratá-la. Outra droga, alfagalsidase, foi aprovada apenas pela EMEA. Abetagalsidase teve licença da ANVISA em 2006. Abeta e a alfagalsidase sao formas recombinantes da AlfaGAL-A, de alto custo e nao sao de listas de medicaçoes do MS. Objetivo: Caracterizar os pedidos feitos à SES/RS para obtençao de alfa/betagalsidase, de 01/2004-12/2006. Metodologia: Ensaio transversal, retrospectivo. Na procuradoria geral do estado/RS avaliou-se todos processos judiciais e administrativos para obtençao de alfa/betagalsidase. Formulário de coleta e revisao dos processos foram feitos por 1médico+3advogados. Resultados: 8processos foram propostos, sendo 15 de mandantes:1/8 era administrativo apenas e 7/8 eram judiciais 2 dos judiciais tinham antes pedidos administrativos. Dos judiciais, 1/7 incluía 8demandantes, os demais 1cada. Todos eram adultos, residentes no RS. O 1º processo de 04/2004, último de 12/2006. Em 9casos, pediu-se alfagalsidase. Em 10 casos a prescriçao originou-se em instituiçao universitária. O argumento + comum do prescritor foi melhora da qualidade de vida. O tempo p/resposta dos administrativos foi 68-111 d. Todos os judiciais tinham pedido de tutela antecipada da medicaçao, concedida em 85,7%. Aantecipaçao foi dada em média c/13,8d. O Ministério Público Estadual/MPE pronunciou-se em 5/7 processos judiciais e nao achou procedência em 1, parecer este modificado após. O tempo p/parecer do MPE foi203, 8d . Em 1 só caso o juiz pediu perícia médica judicial. Até o fim do estudo, nenhum dos judiciais tinha sentença definitiva e só em 1havia recurso ao TJ. Conclusao: Via judicial foi a forma principal de solicitaçao. Todos os judiciais tinham antecipaçao de tutela. Só houve 1 pedido de perícia. A judicializaçao da saúde é questao crescente, a proliferaçao dá-se por nao regulamentaçao do tema e um debate das repercussoes da prática, nao consolidado, que se fez à margem dos princípios do SUS, da Ética dos Recursos Escassos e da Reserva do Possível.


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ARTERITE DE TAKAYASU: UM RELATO DE CASO.

SAMANTHA LOPES DE SOUZA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS), LAURA MATTOS MILMAN (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS), SAMANTA GAERTNER MARIANI (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS), FERNANDA USTARROZ (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS)

Introduçao: Arterite de Takayasu é uma vasculite crônica, rara, que acomete mulheres em 80 a 90% dos casos, predominantemente jovens de descendência asiática. Sua etiologia é desconhecida, mas mecanismos imunológicos podem estar envolvidos. No início da doença predominam os sintomas constitucionais seguidos de fase oclusiva que leva às clássicas manifestaçoes de disfunçao vascular. Tem forte predileçao pelo arco da aorta e seus ramos primários. A lesao vascular inicial ocorre frequentemente na porçao medial e proximal da artéria subclávia esquerda. Relato de caso: E.J.R, 41 anos, feminina, negra, tabagista ativa, vem à emergência por cefaléia temporal iniciada há 4 dias, sem alívio com analgesia. Refere borramento visual esquerdo progressivo há 2 dias com evoluçao para amaurose. Ao exame físico: sopro sistólico em foco mitral, TA em MSE 100/80mmHg e em MSD 130/85mmHg. Exame neurológico e laboratorial, RX de tórax e TC de crânio sem alteraçoes. Realizou-se ecodoppler abdominal que mostrou rim esquerdo com dimensoes reduzidas e achados compatíveis com estenose maior que 90% na artéria renal E e de aproximadamente 60% na artéria renal D. Ao exame oftalmológico: PLO 19/19mmHG, AV 1,0, defeito pupilar aferente relativo, sinal de Marcus Gunn, FO: Entrecruzamentos AV patológicos. AO com edema de papila em olho esquerdo. Nega claudicaçao de mandíbula.Revisando o prontuário da paciente encontrou-se uma ecografia de carótidas (2006): extensa placa no segmento proximal da artéria carótida comum E, determinando provável estenose entre 50 a 69%. A artéria vertebral esquerda apresenta fluxo invertido e de alta resistência por provável roubo da artéria subclávia esquerda. A Arteriografia mostrou obstruçao da artéria ilíaca externa direita e estenose suboclusiva na origem da artéria subclávia esquerda, observando-se a inversao do fluxo na artéria vertebral homolateral. Discussao: O diagnóstico de arterite de Takayasu, neste caso, foi estabelecido em vista de a paciente ter apresentado pelo menos 3 dos 6 critérios estabelecidos pelo “American College of Rheumatology”. Essa patologia apresenta um curso variável e prognóstico favorável a curto prazo. Entretanto, por ter envolvimento vascular progressivo com importante morbimortalidade, o tratamento deve ser sempre realizado.


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ONCOCITOMA DE SUPRA-RENAL: ABORDAGEM DIAGNOSTICA

JULIA MAZZUCHELLO ZANATTA (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), RENATA BRUTTI BERNI (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), LUIS CARLOS ZANANDREA CONTIN (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), CAMILA VINCENSI (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), CLAUDIO GALLEANO ZETTLER (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), RAFAEL DA ROSS MOTTA (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), EDUARDO CAMBRUZZI (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), SIMONE MARCIA DOS SANTOS MACHADO (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), JOAO ALBERTO BARRETO BEMFICA (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), EDUARDO DIAS DE OLIVEIRA (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL)

Introduçao: Os tumores de supra-renal originam-se do córtex ou da medula adrenal (ou de ambos), e embora alguns possam causar sintomatologia rica, a maioria sao achados incidentais de exames de imagem (incidentalomas). O diagnóstico diferencial inclui, dentre os tumores adrenocorticais, adenoma, tumor misto corticomedular, oncocitoma, neoplasias adrenocorticais mixóides, lipoadenoma, carcinoma sarcomatóide e carcinoma adenoescamoso. Dentre os medulares, neuroblastoma, ganglioneuroblastoma, ganglioneuroma e feocromocitoma. As neoplasias oncocíticas adrenocorticais sao muito raras (cerca de 30 casos relatados na literatura) e usualmente apresentam-se como tumores nao funcionantes em adultos. Objetivos: Ampliar o número de hipóteses diagnósticas para massa de supra-renal, considerando também condiçoes pouco freqüentes Estimular a utilizaçao da microscopia eletrônica e estudo imunoistoquímico destas lesoes. Materiais e métodos: Após estudo usual das características macroscópicas do tumor (paciente com hipertensao de difícil controle e massa adrenal de 6,0cm no maior eixo na ressonância magnética), foi utilizada a microscopia eletrônica (para estudo ultra-estrutural), além da análise anátomo-patológica convencional, que revelou o raro diagnóstico de oncocitoma de supra-renal (cerca de trinta casos descritos na literatura inglesa). A partir deste resultado, o bloco de parafina foi encaminhado para estudo imunoistoquímico complementar. Revisao: Os tumores oncocíticos sao neoplasias freqüentes no rim, tireóide e glândulas salivares. No entanto, oncocitoma do córtex da supra-renal é raro, sendo a maioria nao funcionantes e benignos. A idade média de aparecimento é 50 anos. Em geral o tumor é descoberto incidentalmente na investigaçao de sintomas nao atribuíveis a ele. Técnicas de biologia molecular podem auxiliar na definiçao da etiologia e patogênese deste tipo morfologicamente distinto de tumor adrenocortical, no qual há uma proliferaçao aumentada de mitocôndrias nas células oncocíticas. O tratamento destes tumores é excisao cirúrgica completa. Conclusao: os tumores de supra-renal devem ser analisados cuidadosamente, com uma abordagem diagnóstica ampla, a fim de detectar com precisao as mais raras neoplasias e oferecer adequado tratamento de acordo com o potencial evolutivo das mesmas.


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INVASAO CAPSULAR NO CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS

JULIA MAZZUCHELLO ZANATTA (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), EDUARDO DIAS DE OLIVEIRA (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), RENATA BRUTTI BERNI (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), CAMILA VINCENSI (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), LUIS CARLOS ZANANDREA CONTIN (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), CLAUDIO GALLEANO ZETTLER (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), RAFAEL DA ROSS MOTTA (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), EDUARDO CAMBRUZZI (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), SIMONE MARCIA DOS SANTOS MACHADO (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL), GERALDO JOTZ (UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL)

Introduçao: O carcinoma de células renais (CCR) é a forma mais comum de câncer renal maligno. O estadiamento é dado pelo TNM, no qual quanto maior o tamanho do tumor, pior é a sobrevida. O critério de invasao capsular também reflete indiretamente uma maior agressividade do tumor. Objetivos: Definir se a análise de nossa amostra evidencia correlaçao positiva entre maior tamanho tumoral e invasao capsular renal. Materiais e métodos: Foram revisados retrospectivamente, através de laudos anátomo-patológicos do Serviço de Patologia do Hospital Luterano, todos os diagnósticos de carcinomas renais do período de 2002 a 2007, e foram incluídos no estudo os casos de carcinoma de células claras, papilífero e cromófobo. Estes totalizaram 42 casos, nos quais se testou a hipótese de que os tumores maiores teriam maior propensao de invasao capsular. A análise estatística foi realizada utilizando o coeficiente de correlaçao de Pearson. Resultados / Conclusao: O coeficiente de correlaçao de Pearson para tamanho tumoral e invasao capsular foi 42% (0,42, com p<0,005). Estes resultados sugerem, em nossa casuística, que existe uma correlaçao fraca entre as duas variáveis, sendo que o tamanho do tumor nao é um bom fator preditor de invasao capsular.


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DECLINIO COGNITIVO E DEPRESSAO EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRONICA (DRC) EM HEMODIALISE, DIALISE PERITONEAL E PRÉ-DIALISE E PACIENTES HIPERTENSOS SEM DRC.

SIMONE APARECIDA LIMA (PROGRAMA DE TRS DO SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA UFJF E NIEPEN DA FUNDAÇAO IMEPEN), NATALIA FERNANDES (PROGRAMA DE TRS DO SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA UFJF E NIEPEN DA FUNDAÇAO IMEPEN), FABIANE ROSSI (PROGRAMA DE TRS DO SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA UFJF E NIEPEN DA FUNDAÇAO IMEPEN), ALYNE SCHREIDER (PROGRAMA DE TRS DO SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA UFJF E NIEPEN DA FUNDAÇAO IMEPEN), MARCUS GOMES BASTOS (PROGRAMA DE TRS DO SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA UFJF E NIEPEN DA FUNDAÇAO IMEPEN)

Introduçao: O envelhecimento populacional é um fenômeno que está afetando os países em desenvolvimento de forma mais acelerada nas últimas duas décadas. A prevalência de declínio cognitivo e depressao aumentam com o envelhecimento e na presença de doenças cardiovasculares. Objetivo: Avaliar a funçao cognitiva e a depressao em pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) pré-dialítica e dialítica e pacientes hipertensos sem DRC. Métodos: 70 pacientes: 24 no grupo da pré-diálise, 14 em hemodiálise (HD), 16 em diálise peritoneal (DP) e 16 hipertensos sem DRC foram avaliados transversalmente de junho a agosto de 2007. Os testes utilizados foram o Mini-Mental (MEEM), o Teste de Fluência Verbal (TFV), o Dígitos, o Teste do Relógio (TR), o de Códigos (TC) e o Inventário Beck de Depressao (BDI). Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais e uso de medicamentos. Utilizamos os testes Qui-Quadrado, Kruskal Wallis ou Teste T de Student. Resultados: A maior média de idade foi observada na pré-diálise e menor nos hipertensos (pré-diálise: 61,5 e hipertensos: 53,4 anos). A maioria dos pacientes eram do sexo feminino no grupo da DP (56,3%) e no grupo de hipertensos (52,9%), no grupo da HD houve predomínio do sexo masculino (57,1%) e na pré-diálise nao houve diferença entre os sexos. Houve diferença entre as principais causas da DRC: em pacientes da DP foi à nefropatia diabética (31,3%), na HD a GNC (35,7%) e na pré-diálise predomínio de causa indeterminada (20,8%). A análise dos testes de funçao cognitiva revelou que: 1- O teste do MEEM mostrou que os pacientes que apresentavam maior declínio cognitivo estavam no grupo da HD, seguidos pela DP, pré-diálise e hipertensao arterial (p< 0,03). 2- O TFV nao mostrou diferença entre os grupos (p<0,77). 3- O teste de dígitos revelou que os grupos mostraram tendência a apresentar desempenhos diferentes (p<0,09), com piores resultados no grupo da HD (HD: 10,9±3,22, hipertensos: 12,1±4,54, DP:13,3±4,95 e prédiálise: 13,3±5,03).4- O TR mostrou que há diferença (p<0,05): HD: 2,21±1,36, DP: 2,93±1,5, pré-diálise: 3,16±1,20 e hipertensao arterial: 3,43±0,81. 5- O TC mostrou diferença entre os grupos (p<0,005): HD: 7,3±2,20, DP: 8,33±2,41, pré-diálise:10,0±3,11 e hipertensao arterial:10,6±3,21. Com relaçao a depressao, o BDI nao evidenciou diferença entre os grupos (p<0,08). Conclusao: Embora preliminares, os resultados obtidos sugerem haver uma relaçao inversa entre a funçao cognitiva e a reserva funcional renal.

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