J. Bras. Nefrol. 2007;29(3 suppl. 2):59-70.

Insuficiência Renal Crônica

IRC 001

ASSOCIAÇAO ENTRE HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA E ARRITMIAS CARDIACAS EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA EM FASE PRÉ-DIALITICA

NISHIMI AY1, MARCASSI AP1, CASSIOLATO JL2, JANCIKIC ADB1, SANCHES FMR1, LEMOS MM1, DRAIBE SA1, CARVALHO AB1, CANZIANI MEF1.

1. UNIFESPEPM, 2. CARDIOS.

Introduçao: Hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e arritmias cardíacas constituem fatores de risco de mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC). Objetivo: Investigar a associaçao entre a presença de HVE e de arritmia em pacientes com DRC em tratamento conservador. Métodos: 111 pacientes com clearance de creatinina=34 (12.7-94.4) mL/min realizaram Monitoraçao Ambulatorial da Pressao Arterial (MAPA), ECG de 24h e Ecocardiograma. Resultados: HVE esteve presente em 26% dos pacientes

Conclusao: HVE esteve associada à ocorrência de arritmias supraventriculares na populaçao estudada. A diminuiçao na taxa de variabilidade da freqüência cardíaca indicando disfunçao autonômica observada nos pacientes com HVE pode contribuir para a ocorrência dessas arritmias. Essas alteraçoes cardiovasculares podem estar implicadas na alta mortalidade observada em pacientes com DRC.


IRC 002

ASSOCIAÇAO ENTRE ARRITMIAS CARDIACAS E CALCIFICAÇAO CORONARIANA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA.

NISHIMI AY1, MARCASSI AP1, CASSIOLATO JL2, JANCIKIC ADB1, SANCHES FMR1, LEMOS MM1, DRAIBE SA1, CARVALHO AB1, MINAME M3, SANTOS RD3, CANZIANI MEF1.

1. UNIFESP-EPM, 2. CARDIOS E 3. USP.

Introduçao: Calcificaçao coronariana e arritmia cardíaca constituem fatores de risco de mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC). Objetivo: comparar a prevalência de arritmia em pacientes com DRC em fase pré-dialítica com e sem calcificaçao coronariana. Método: 108 pacientes com Clearance de creatinina=38,6±17,2mL/mim realizaram tomografia multi-slice e ECG de 24h.

Resultados:

Conclusao: Pacientes renais crônicos com calcificaçao coronariana apresentaram maior prevalência de arritmias e menor variabilidade da freqüência cardíaca, o que pode contribuir para o aumento do risco de mortalidade nessa populaçao.


IRC 003

SITUAÇAO VACINAL DE PACIENTES RENAIS CRONICOS EM UMA UNIDADE DE HEMODIALISE: A IMPORTANCIA DO GERENCIAMENTO DA IMUNIZAÇAO.

RODRIGO B. OLIVEIRA, ANA L. E. CANCELA, SILVIA R. SEBASTIAO, TATIANE SUN, FERNANDO FÉLIX, LUIZ A. LUCARELLI.

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SANTO AMARO-SP

Introduçao: As doenças infecciosas estao entre as causas morbi-mortalidade em pacientes portadores de IRC (Insuficiência Renal Crônica). Maior exposiçao ao ambiente hospitalar, circulaçao extracorpórea e anormalidades imunológicas da IRC aumentam a incidência. Pneumonia pneumocócica, gripe, tétano e hepatite B têm a incidência reduzida através de imunizaçao específica. Objetivos: Avaliar, retrospectivamente, a situaçao vacinal para hepatite B, tétano, gripe e pneumococo de 143 pacientes em hemodiálise e a cobertura vacinal após o gerenciamento de imunizaçao. Métodos: Análise de 143 prontuários, caderneta vacinal, perfil sorológico para Hepatite B e escolaridade. Resultados: 58% masculinos, 60% negros, idade média 52,5 (±14,4 anos) e tempo médio em diálise de 43,3 (±42,6 meses). Etiologias de IRC: hipertensao 39,9%, diabete 30,1% e glomerulonefrite crônica 15,4%. Taxa de analfabetismo de 9%, 76% com 1 à 8 anos de estudo. Pacientes com anti-HBs nao-reagente atingiram 58%. Os pacientes receberam em média 2,6 doses de vacina contra hepatite B. Doze pacientes (8%) estavam imunizados contra pneumococo, 19 pacientes (13)% contra a gripe e 44 pacientes (31%) contra o tétano. Com o gerenciamento, 47% dos pacientes foram imunizados contra gripe, 90% pneumococo, 53% contra o tétano e os pacientes com anti- Hbs nao-reagente foram re-vacinados. Conclusoes: Existem recomendaçoes específicas para imunizaçao nesta populaçao, mas cobertura vacinal ainda é pequena. Estratégias de gerenciamento de imunizaçao aumentam a cobertura vacinal.


IRC 004

O EFEITO RENOPROTETOR DA PIRFENIDONA EM ASSOCIAÇAO AO LOSARTAN E A HIDRALAZINA NO BLOQUEIO DA PROGRESSAO DA DOENÇA RENAL CRONICA.

CA PEREIRA1, H DELLE1, C SILVA1, D MALHEIROS1, S MARGOLIN2, IL. NORONHA1

1. FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, BRASIL; 2. MARNAC INC.

Introduçao: O uso de drogas anti fibróticas como a pirfenidona na progressao da doença renal crônica pode representar uma importante alternativa de tratamento. Objetivos: Analisar o efeito anti-fibrótico da pirfenidona como monoterapia e sua associaçao com losartan (LOS) e hidralazina (HIDRA), no modelo experimental de nefropatia crônica progressiva induzida pela inibiçao da síntese de óxido nítrico. Método: ratos Wistar machos (n=48) receberam L-NAME (200mg/L) durante 30 dias para induzir a progressao da doença renal. Tratamentos: LOS (500mg/kg/d), PIRF (750mg/kg/d), HIDRA (20mg/Kg/d). Grupos experimentais: CONTROLE, NAME, LOS, PIRF, PIRF+LOS+HIDRA. Resultados: Após 30 dias, ratos NAME desenvolveram hipertensao, albuminúria, glomerulosclerose, fibrose intersticial e aumento do número de miofibroblastos. A monoterapia com pirfenidona promoveu um importante efeito renoprotetor. Porém, a melhor renoproteçao foi obtida no grupo PIRF+LOS+HIDRA. Experimentos adicionais in vitro foram realizados para analisar o efeito da pirfenidona em fibroblastos renais (NRK-49F). A pirfenidona inibiu significativamente a atividade proliferativa destas células, reduzindo significativamente a expressao de RNAm para TGF-β e a produçao do TGF-β. Conclusao: Estes resultados demonstram um marcante efeito renoprotetor da pirfenidona neste modelo, possivelmente por atuar inibindo a proliferaçao de fibroblastos e diminuindo a produçao de componentes da matriz extracelular, como conseqüência da inibiçao do TGF-β.


IRC 005

EFEITO RENOPROTETOR DO TAMOXIFENO EM MODELO DE NEFROTOXICIDADE CRONICA POR CICLOSPORINA

DIMITRI MARINOTTO1, H DELLE1, L BECKER1, D MALHEIROS1, J VIEIRA-JR1, A P SILVA-FILHO1 E IRENE L. NORONHA1

1. LABORATORIO DE NEFROLOGIA CELULAR E MOLECULAR LIM-29, FACULDADE DE MEDICINA-USP, SAO PAULO, BRASIL.

Introduçao: O uso prolongado de ciclosporina (CsA) apresenta graus variados de nefrotoxicidade e tem um impacto negativo na sobrevida do enxerto. Objetivo: Investigar o efeito anti-fibrótico do tamoxifeno (TAM) e sua associaçao com o losartan (LOS). Métodos: A nefrotoxicidade foi induzida em ratos Wistar utilizando CsA (15mg/kg/dia) durante 21 dias. Tratamentos: TAM (10mg/kg/dia) e LOS (200mg/L). Grupos experimentais: ControleCsA; CsA+TAMu e CsA+TAM+LOSResultados: O grupo CsA desenvolveu hipertensao arterial (154±3 vs. 117±4mmHg Controle; p<0,05). O grupo TAM apresentou uma reduçao na pressao arterial (132±6mmHg; p<0,05). Os grupos LOS e TAM+LOS diminuíram significativamente a pressao arterial (94±10 e 81±4 mmHg, respectivamente; p<0,05). Os animais do grupo CsA evoluíram com glomeruloesclerose (1,0±0,3 vs. 0,1±01% Controle; p<0,05). Os grupos TAM, LOS e TAM+LOS reduziram significativamente a glomeruloesclerose (0,2±0,1; 0,0±0,0 e 0,1±0,1%, respectivamente; p<0,05). Além disso, TAM, LOS e TAM+LOS promoveram diminuiçao da fibrose intersticial. No grupo CsA houve aumento significativo de miofibroblastos (1,8±0,1 vs. 0,5±0,1% Controle; p<0,05). O grupo LOS nao apresentou efeito significativo sobre os miofibroblastos. Os grupos TAM e TAM+LOS apresentaram uma diminuiçao significativa de miofibroblastos (0,8±0,2 e 0,9±0,04%; p<0,05). Conclusao: TAM apresenta efeito renoprotetor e pode ser uma alternativa promissora no tratamento da nefrotoxicidade crônica por CsA. Um possível mecanismo responsável pelo efeito anti-fibrótico do TAM pode ser seu efeito sobre miofibroblastos.


IRC 006

EFEITO DO SEVELAMER SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES EM HEMODIALISE

PERES AT.; DALBONI MA, CANZIANI ME, MANFREDI SR, BATISTA MC, CUPPARI L, CARVALHO AB, ANDREOLI MC, DRAIBE SA, CENDOROGLO M.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO

Introduçao: Tem sido relatado que o Sevelamer pode ter um efeito na reduçao do estado inflamatório em pacientes em Hemodiálise (HD). No entanto, nao está claro se este medicamento tem efeito sobre o estresse oxidativo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do Sevelamer e do Acetato de Cálcio sobre o estresse oxidativo e a inflamaçao em pacientes em HD. Métodos: Os pacientes foram randomizados para receber a terapia com Sevelamer (n=17) e Acetato de Cálcio (n=14) por 01 ano. Antes do início do tratamento, após 6 e 12 meses foram dosados: 1) Parâmetros de estresse oxidativo: produçao espontânea de espécies reativas de oxigênio (EROS) por células polimorfonucleares (PMN)(citometria de fluxo, utilizando o DCFH-DA como marcador) e níveis séricos de LDL oxidado (LDLox) (ensaio imunoenzimático); 2) Parâmetros de inflamaçao: Níveis séricos de TNF-α, IL-10 (ensaio imunoenzimático), Proteína C-reativa (PCR) (quimiluminescência) e albumina (colorimétrico). Resultados: Observamos uma reduçao da geraçao espontânea de EROS pelos PMNs (p<0.01) e uma diminuiçao dos níveis séricos de LDLox (p<0.01) nos pacientes tratados com Sevelamer. Também observamos uma reduçao nos níveis séricos de IL-10 durante o seguimento para os dois tratamentos (p<0.01). Além disso, os pacientes apresentaram um aumento significante dos níveis séricos de albumina para o grupo tratado com Sevelamer (p<0.05). Observamos também, uma tendência de diminuiçao dos níveis séricos de TNF-α e PCR somente no grupo tratado com Sevelamer. Conclusao: Nossos resultados sugerem que o tratamento com Sevelamer ou Acetato de Cálcio pode levar a reduçao do estresse oxidativo e inflamaçao nos pacientes em HD. Esses achados sugerem que este efeito pode estar associado com suas propriedades quelantes. No entanto, futuros estudos devem ser conduzidos para confirmar essa hipótese.


IRC 007

O USO DA CAIXA DE ATIVIDADES NA ABORDAGEM PSICOTERAPEUTICA DE PACIENTES EM HEMODIALISE

EDNÉIA APARECIDA DE PAULA

SENESP-SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE SAO PAULO

Introduçao: O objetivo deste estudo foi de buscar recursos que auxilie a atuaçao do psicólogo no atendimento a pacientes renais crônicos (PRC) em ambiente hospitalar específico, favorecendo a investigaçao do campo subjetivo destes pacientes. Métodos: Instrumentos de Coleta de Dados – Caixa de Atividades com objetos presenteados pelos pacientes e pesquisadora. Levantamento bibliográfico e observaçao participante. Sujeitos – Foram 13 PRC que realizam hemodiálise, de ambos os sexos, com faixa etária e classe social diversificada. Procedimentos – A caixa de atividade foi oferecida, aos pacientes, todo início da sessao. Os interessados retiravam os materiais. Ao final das sessoes os devolviam. Plano de análise de dados – Análise Qualitativa do material produzido pelos pacientes e das situaçoes observadas. Resultados: A maioria dos pacientes tinha uma posiçao passiva diante da vida, a Caixa de Atividades incitou-os a re-agir e naquele ambiente percebiam que era possível inter-agir. Um número significativo de pacientes apresentava uma série de temores e desconfortos durante o tratamento, a distraçao e o lazer propiciado pelos materiais da caixa auxiliaram na minimizaçao dessas sensaçoes em parte dos pacientes. Conclusao: Constatou-se a necessidade da adoçao de recurso que auxilie a atuaçao do psicólogo no atendimento a PRC em ambiente hospitalar específico. O setting terapêutico exige do psicólogo flexibilidade, criatividade e interaçao com outros profissionais da equipe de saúde. Através da caixa de atividades, foi possível tornar situaçoes ameaçadoras mais seguras e auxiliar no reconhecimento e na expressao dos sentimentos vivenciados, compreendendo-os e oferecendo apoio psicológico.


IRC 008

AVALIAÇAO DA SINTESE DE OXIDO NITRICO (NO) E DA FUNÇAO RENAL DURANTE E APOS A SUSPENSAO DO TRATAMENTO COM GENTAMICINA (G) EM RATOS.

CHRISTO JS; RODRIGUES AM, MOURO MG, SIMOES MJ, SCHOR N, HIGA EMS.

UNIFESP/EPM SAO PAULO, BRAZIL.

Introduçao: A gentamicina é um antibiótico da família dos aminoglicosídeos, o qual tem como efeito colateral a nefrotoxicidade, caracterizada por necrose tubular e diminuiçao da taxa de filtraçao glomerular. A insuficiência renal aguda é possivelmente causada por um aumento de vasoconstritores e diminuiçao de vasodilatores como o NO. Métodos: Ratos Wistar adultos machos foram tratados com água (veículo da G), grupo (CTL) e com G (100mg/kg) i.p. durante 10 dias; n=10 para cada grupo. Cinco animais de cada grupo foram sacrificados e foram coletados a urina de 24 horas e sangue e seus rins removidos para a histologia. Nos outros ratos esse procedimento foi realizado após 30 dias de suspensao do tratamento com G. Resultados: Após 10 dias, o grupo G desenvolveu uma marcante lesao renal, caracterizada por um aumento significante da creatinina (5,4±1,1 vs CTL 1,3±0,4mg/dl) e uréia sérica (331,1±71,6 vs CTL 42,9±2,6mg/dl); e diminuiçao da síntese de NO na urina (383,6±101,5 vs CTL 2.717,0±159,7&3181;M). Análise histológica renal confirmou uma severa necrose tubular aguda no grupo G quando comparado ao CTL. Após 30 dias de suspensao do tratamento com G foi observada a normalizaçao da funçao renal com diminuiçao da creatinina (1,1±0,2 vs CTL 1,2±0,2) e uréia sérica (57,4±5,4 vs CTL 40,6±0,8), leve necrose tubular e aumento do NO (2.294,0±256,5 vs CTL 2.917,0±241.5). Conclusao: Nosso estudo sugere que o NO tem um papel protetor na recuperaçao da lesao renal induzida por G em ratos.


IRC 009

PERFIL DOS PACIENTES RENAIS CRONICOS EM ACOMPANHAMENTO NO AMBULATORIO DE UREMIA DA FACULDADE DE MEDICINA DO ABC

THIAGO GOMES ROMANO; R.R. BERGAMO, D.R. SANTOS, F.V. PRADO, E. BETTI, L.A. MOREIRA, C.UREIS, R.BURDELIS

No último ano (2006), tivemos no ambulatório de uremia 108 pacientes em acompanhamento regular mensal, com tratamento intensivo dos fatores predisponentes para evoluçao da doença renal terminal (DRC), apresentando boa estabilidade da funçao renal. Em nosso serviço, observamos que 50% dos pacientes procuraram o nefrologista já no estágio 3 de DRC, evidenciando o encaminhamento tardio ao especialista. A nefrosclerose hipertensiva e a nefropatia diabética sao as etiologias predominantes, seguida das glomerulopatias e nefropatia obstrutiva, tendo em vista a grande demanda do ambulatório de urologia da Faculdade de Medicina do ABC. Dos 108 pacientes acompanhados 4 pacientes iniciaram terapia renal substitutiva e 1 apesar de estar em estágio 5 negou-se a iniciar tratamento dialítico, mantendo-se em tratamento conservador. Concluímos que os pacientes renais crônicos que recebem um tratamento intensivo dos fatores predisponentes da DRC retardam a progressao da disfunçao renal, diminuindo o ingresso dos pacientes em programa de terapia renal substitutiva e salientamos mais uma vez a importância da concientizaçao da populaçao e, principalmente, da classe médica sobre a investigaçao de DRC.


IRC 010

A EXPRESSAO DO FATOR DE DIFERENCIAÇAO DOS OSTEOBLASTOS (CBFA-1) NAS CÉLULAS DE MUSCULO LISO VASCULAR

MARIA APARECIDA DA GLORIA; HIGA, EMS; BARBOSA, AB

UNIFESP-SAO PAULO-BRASIL

Introduçao: A calcificaçao Vascular vista na uremia é considerada ser um processo mediado pelas células de músculo liso vascular (VSMC), muito similar ao processo da formaçao óssea. A expressao de Cbfa-1 é necessária para a diferenciaçao das VSMCs nas células osteoblast-like. Embora a expressao da óxido nítrico sintase (NOS) ser detectada nas células osteoblast-like, o papel do óxido nítrico(NO) e sua funçao é controverso. O objetivo deste estudo é investigar os efeitos da iNOS sobre a expressao do Cbfa-1 nas VSMCs. Material e Métodos: VSMCs da artéria renal de ratos adultos machos foram incubadas em meio DMEM com 10% de soro de indivíduos saudáveis (CTL) e nos grupos: lipopolissacáride (LPS, 100 µg/ml), β-glicerofosfato (BGF, 12mM), BGF+LPS, aminoguanidino (AG, 30mM) and LPS+AG. A expressao da iNOS e Cbfa-1 foram analisadas por RT-PCR. Resultados: A expressao de Cbfa-1 diminuiu70% no grupo AG and aumentou 50% no grupo LPS quando comparados com o CTL. No grupo LPS a expressao de Cbfa-1 aumentou 70% quando comparada ao grupo LPS+AG. No grupo LPS+AG, a expressao da iNOS foi diminuida 44% quando comparada ao LPS. Conclusao: Nosso estudo demonstrou que a iNOS tem um papel funcional na expressao do Cbfa-1 nas VSMCs.


IRC 011

2º CAMPANHA DE PREVENÇAO DE DOENÇA RENAL DE MOGI DAS CRUZES- 2006 – MOBILIZANDO A COMUNIDADE.

GOMES, RA; LIMA, AO; SETA, MV; ROMA, NS; ESTEVES, ABA; KAFLER, CC; SANTIN, S; KESROUANI, S; CRUZ, J.

INSTITUTO DE NEFROLOGIA DE MOGI DAS CRUZES, SP

Introduçao: Coordenada pelo Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, com apoio da Prefeitura, setor privado, instituiçoes de ensino e organizaçoes sociais, realizou-se entre os dias 8 a 11 de novembro e no dia 02 de dezembro de 2006, a II Campanha Municipal de Prevençao de Doença Renal de Mogi das Cruzes, em várias localidades do município: Shopping Center; Unidade Municipal de Saúde da Mulher e Sesi. Objetivo: Divulgar, prevenir, detectar grupos de risco e encaminhar para as unidades de saúde, portadores de diabetes mellitus, hipertensao arterial e doença renal crônica. Material e Métodos: Foram examinados 1.830 interessados, sendo 567 homens, 1263 mulheres, com idades: 36(0-10), 86(11-20), 212(21-30), 242(31-40), 378(41-50), 395(51-60), 282(61-70), 144(71-80), 18(com mais de 80 anos) e 37(sem idade determinada), provenientes de 21 municípios do estado de Sao Paulo, a maior parte de Mogi das Cruzes (1.677). Todos informaram os seus dados pessoais e tiveram aferidos: pulso, pressao arterial, peso, altura, circunferência abdominal, proteinúria (através de fita reagente) e glicemia capilar. Resultados: Do total de atendimentos: 1277(69,7%) com PA > 140x80mmHg; 696 (38%) > 140×90; 58(3,1%) > 180×110; 73(39%) com glicemia > 200mg/dl; informou ser diabético 236(12,8%); circunferência abdominal homem > 94cm: 263(46,3%); circunferência abdominal mulher > 80cm: 925(73,2%); 558(30,4%) com IMC > 30; 64(3,5%) com proteinúria > 30mg/dl ( +/++++). Conclusao: A II Campanha de Prevençao de Doença Renal Crônica de Mogi das Cruzes veio de encontro às expectativas do Comitê de Prevençao da SBN. O grande número de pessoas (1830) de classes socioeconômicas distintas atendidas nas várias localidades do Município propiciou uma excelente oportunidade de divulgaçao e orientaçao sobre a DRC, bem como de detecçao de importantes fatores de risco associados, como HAS, diabetes, obesidade, síndrome metabólica. O envolvimento de entidades representativas da sociedade civil e do poder público foi fundamental para o êxito da campanha, que foi incluída no calendário oficial de eventos da Secretaria da Saúde de Mogi das Cruzes, como parte de seu Programa Municipal de Saúde Renal.


IRC 012

SEVELAMER (SEV), MAS NAO O ACETATO DE CALCIO (AC), REDUZ OS NIVEIS DE FGF-23 EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA (DRC).

RODRIGO OLIVEIRA1, ANA CANCELA1, FABIANA GRACIOLLI1, SÉRGIO DRAIBE2, LILIAN CUPPARI2, ALUIZIO CARVALHO2, VANDA JORGETTI1, MARIA CANZIANI2 E ROSA MOYSÉS1

1. NEFROLOGIA USP/2. UNIFESP.

Distúrbios do metabolismo mineral ocorrem desde os estágios iniciais da DRC, mas o fósforo sérico é um marcador insuficiente nesta condiçao. Contudo, o hormônio fosfatúrico FGF-23está elevado durante a sobrecarga de fósforo, mesmo quando o fósforo sérico está normal. Nossa hipótese é que o FGF-23 é um marcador precoce de distúrbios do metabolismo mineral em pacientes pré-dialíticos. Nós comparamos os efeitos do SEV e AC sobre o FGF-23 em 19 pacientes (15H/4F) com clearance de creatinina de 36,8±3,2 mL/min. Os pacientes foram randomizados para receber doses progressivas de AC (1,32 a 5,28g/dia) ou SEV (1,6 a 6,4g/dia) por seis semanas. Dados demográficos e exames laboratoriais iniciais foram similares nos dois grupos. Em ambos os grupos, o hormônio da paratiróide (PTH) e o fósforo urinário (Pu) foram significantemente reduzidos na 6a semana, sem alteraçao do fósforo sérico. No grupo SEV houve uma reduçao significante no FGF-23 e no bicarbonato (BIC).

Conclusao: os resultados preliminares demonstram que embora os dois quelantes de fósforo foram eficientes em reduzir o PTH, somente o SEV reduziu o FGF-23. O mecanismo desta reduçao, bem como seu significado clínico, precisam ser elucidados.


IRC 013 (TL 001)

SEVELAMER (SEV), MAS NAO O ACETATO DE CALCIO (AC), REDUZ OS NIVEIS DE FGF-23 EM PACIENTES EM HEMODIALISE

RODRIGO OLIVEIRA1, FELLYPE BARRETO2, DANIELA BARRETO2, FABIANA GRACIOLLI1, ANA CANCELA1, LILIAN CUPPARI2, VANDA JORGETTI1, ALUIZIO CARVALHO2, MARIA CANZIANI2 E ROSA MOYSÉS1

1. NEFROLOGIA USP; 2. UNIFESP

Os níveis de FGF-23 estao tipicamente elevados em pacientes com doença renal crônica (DRC), principalmente em hemodiálise (HD). Contudo, nao existem dados sobre os efeitos de quelantes de fósforo e os níveis de FGF-23. Nós comparamos os efeitos do SEV e AC sobre o FGF-23 em pacientes em HD. Realizamos uma análise post-hoc deste ensaio envolvendo 100 pacientes (48,5±13,1 anos; 67% H; 36,25 meses em HD) randomizados para receber SEV ou AC por um ano. Os pacientes foram submetidos a tomografia de coronárias, biópsia óssea e exames laboratoriais no início do estudo e após um ano. Os Dados demográficos e exames laboratoriais iniciais foram similares nos dois grupos. Os níveis de FGF-23 estavam elevados em ambos os grupos (AC=32.277±5.678 vs. SEV 30.478±4.487pg/mL n.s.). Após um ano, 72 pacientes completaram o estudo. Um decréscimo significativo de FGF-23 foi observado no grupo SEV.

A análise de regressao múltipla mostrou que P, Cai e o quelante foram determinantes independentes sobre os níveis de FGF-23 no tempo 1 ano. Ocorreu uma correlaçao negativa entre o LogFGF e o volume osteóide, espessura e superfície ósseas, e uma correlaçao positiva entre o LogFGF e o escore de cálcio. Estes dados mostram que somente o SEV reduziu o FGF-23 e níveis elevados deste hormônio estao associados a calcificaçao coronariana e remodelaçao óssea alterada.


IRC 014

ADEQUAÇAO DE PARAMETROS CLINICO-LABORATORIAIS EM INDIVIDUOS COM DOENÇA RENAL CRONICA E CONDIÇOES SOCIOECONOMICO-CULTURAIS DESFAVORAVEIS

E C ALVES; A F ALENCAR, K J SILVESTRE, P S C SA, D FLORES, C J O RODRIGUES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO

Introduçao: Diversas diretrizes estabelecem metas a serem atingidas em portadores de Doença Renal Crônica (DRC). A princípio, os indivíduos devem ser conduzidos de forma a atingir objetivos semelhantes. Objetivo: Verificar se condiçoes sócioeconômico- culturais desfavoráveis impedem a obtençao de valores clínico-laboratoriais adequados em uma populaçao com DRC estágio V. Métodos: Vinte e oito indivíduos em programa de hemodiálise há pelo menos três meses, com elevada prevalência (86% da populaçao) de analfabetismo e condiçoes sociais desfavoráveis foram submetidos a um programa de intensificaçao de medidas visando obter as metas definidas pelas Diretrizes Brasileiras de DRC e “The National Kidney Foundation-Dialysis Outcomes Quality Initiative”. Foram comparados os níveis de pressao arterial (PA), hematócrito, cálcio, fósforo e produto cálcio x fósforo, KTV e doses das medicaçoes utilizadas ao longo dos meses iniciais do programa. Resultados: Os níveis de PA pós-diálise se mostraram mais bem controlados já a partir do primeiro mês (PA sistólica (PAS) no primeiro mês 128,9±19,3 X 118,2±18,7mmHg no segundo mês; p=0,003; PA diastólica (PAD) 78,6±9,7 X 72,1±12,6 mmHg; p=0,019, nos mesmos meses). O Kt/V e os níveis de potássio se mostraram mais adequados a partir do terceiro mês (1,23±0,29 no primeiro mês x 1,4±0,14 no terceiro mês; p<0,001 para o Kt/V e 5,32±0,94 x 4,96±0,68; p<0,001 para o potássio nos mesmos meses). Os níveis de hematócrito mostraram uma tendência ascendente, com aumento significativo das doses de eritropoetina. Conclusao: O perfil sócio-econômico-cultural desfavorável nao impede a obtençao de níveis adequados de parâmetros clínico-laboratoriais em indivíduos com DRC dialítica.


IRC 015

AVALIAÇAO LABORATORIAL DE PACIENTES PORTADORES DE IRC, SUBMETIDOS A PTX TOTAL, NO RIO GRANDE DO NORTE.

KELLEN MICHELINE ALVES HENRIQUE COSTA ALMEIDA, JB; QUININO, RM; PAIVA,FJP; MELLO, LEB; SOUSA, ADP; RODRIGUES, GMRC; LIMA, NMB; NOBREGA, PFC

UFRN-RO

Introduçao: A doença óssea é uma das complicaçoes mais incapacitantes da IRC terminal. Nos pacientes com IRC, a dosagem de PTH encontra-se elevada, nao apenas pela maior degradaçao periférica, mas principalmente pelo aumento da secreçao pela paratireóide. Admite-se que alteraçoes metabólicas, tais como hipocalcemia, hiperfosfatemia e deficiência de vit. D, conseqüentes à IRC têm a capacidade de estimular as paratireóides, promovendo o aumento do tamanho da glândula e perda dos mecanismos fisiológicos de regulaçao. A doença óssea pode ser classificada de acordo com padroes histológicos em doença óssea de alto turnover cujo representante é a osteíte fibrosa e doença óssea de baixo turnover, osteomalácia e a doença adinâmica e a doença mista que combina achados de osteíte fibrosa e osteomalácia. A osteíte fibrosa é a mais frequentemente responsável pelas alteraçoes observadas nestes pacientes. O tratamento da osteodistrofia renal poderá ser clínico ou cirúrgico. Objetivo: Avaliar laboratorialmente (cálcio, fósforo, PTH, FA) a evoluçao de pacientes portadores de osteodistrofia renal em diálise,ao longo de 6 meses subseqüentes à realizaçao de paratireoidectomia total, comparado com os 6 meses anteriores ao procedimento. Material e Métodos: Foram avaliados 17 pacientes renais crônicos em regime dialítico, submetidos à PTX total com autotransplante, no período de 2000 a 2007 no Hospital Universitário Onofre Lopes. Resultados: 11 pacientes eram do sexo masculino e 6 do sexo feminino, com idade média de 44,7 anos, a maioria (12 pacientes) faziam HD há mais de 5 anos. A média dos níveis de cálcio antes da PTX era de 9,4mg/dl e após de 8,5mg/dl. A média dos níveis de fósforo, PTH E FA antes era de 6,3mg/dl, 1983pg/ml e 416,4ui/l respectivamente e após de 4,1mg/dl, 98,2pg/ml e 256ui/l respectivamente. Conclusao: A paratireoidectomia total com auto transplante é o melhor tratamento para estes pacientes, principalmente quando o tratamento clínico nao consegue reduzir os níveis de cálcio, fósforo e PTH, trazendo importantes repercussoes clínicas principalmente cardiovascular.


IRC 016

RELATO DE CASO-ISQUEMIA MESENTÉRICA GRAVE DEVIDO A HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDARIO

KELLEN M. A. H. COSTA; QUININO, RM; ALMEIDA, JB; SOUSA, ADP; RODRIGUES, GMRC; LIMA, NMB; NOBREGA, PFC.

NEFRON CLINICA-NATAL-RN

Paciente de 50 anos de idade, sexo masculino, pardo ,portador de IRC em hemodiálise há 6 anos,queixava-se de dores ósseas, prurido, fraqueza muscular, aumento da cartilagem do septo nasal e tumoraçoes em cotovelos e joelhos de início há 6 meses. Tinha PTH acima de 700pg/ml e por várias vezes foi realizada pulsoterapia com vitamina D, porém a mesma era suspensa devido aos valores muito elevados do produto cálcio e fósforo. Por quatro anos fez uso de altas doses de carbonato de cálcio,sendo este substituído por Sevelamer nos últimos 2 anos. A PTX foi indicada, porém o paciente se recusava a submeter-se ao procedimento, até que o mesmo deu entrada no pronto socorro de um hospital privado com quadro de enterorragia severa, distensao abdominal e febre. Foi internado e iniciado tratamento clínico com antibiótico,transfusao sanguínea e volume assim como foram realizados vários exames laboratorias e de imagem para elucidaçao diagnóstica (vide tabelas e fotos). Devido piora clínica o paciente foi operado em caráter de urgência,onde foi realizada hemicolectomia D e colostomia devido úlcera em ceco. No pós operatório evoluiu com sepse grave sendo transferido para UTI onde foi colocado em VM.A distensao abdominal permanecia, apesar da cirurgia acima descrita, assim optamos por realizar PTX de urgência pois atribuímos a nao melhora do quadro abdominal a calcificaçao mesentérica permanente. Nesta ocasiao a tomografia de abdome já revelava importante calcificaçao de músculos profundos da pelve. O paciente, após 30 dias de internamento, recebe alta bem,colostomizado e com severa hipotrofia muscular. Após 6 meses da alta hospitalar seu cirurgiao marca a reconstruçao do trânsito intestinal, a mesma transcorreu bem ,porém o paciente passou a apresentar semi obstruçoes intestinais, sem necessidade de correçao cirúrgica. Dois meses após a cirurgia anterior começou a apresentar febre muito alta e queda do estado geral. Reinternado e foi diagnosticada endocardite fúngica em valva aórtica (eco transesofágico e 3 hemoculturas positivas para cândida sp). Fez um quadro de embolizaçao arterial para membro inferior resolvida com tratamento clínico. Foi submetido a cirurgia cardíaca para troca de valva aórtica e no 7º PO, já no seu quarto, apresentou morte súbita.


IRC 017

AVALIAÇAO DA SINTOMATOLOGIA DE DEPRESSAO EM PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA (IRC)

ANDRADE, C.P.; CRUZ, M.C.N; URRUTIA, M.; PEREIRA, O.E.; GOES JR, M.A.; LEMOS, M; DRAIBE, S.A.; NOGUEIRA-MARTINS, L.A.; SESSO, R.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIFESP

Introduçao: A depressao é alvo de muitas pesquisas enfocando a IRC em seu estágio terminal, verificando-se a necessidade de avaliar estágios iniciais da doença. Objetivos: Avaliar a prevalência de depressao em pacientes com IRC nao dialítica e verificar sua relaçao com comorbidades e estágios da IRC. Metodologia: Avaliamos 156 pacientes com IRC nao dialítica, aleatoriamente selecionados entre os pacientes em acompanhamento no ambulatório de tratamento conservador de IRC da Unifesp, em relaçao a sintomatologia de depressao. Para avaliar depressao utilizamos o Inventário Beck de Depressao (BDI), considerando a subescala cognitivo-afetiva utilizada para pacientes com doenças físicas e que consiste nos 13 primeiros itens do BDI, avaliando aspectos cognitivos da depressao (BDI-13). Resultados: Os pacientes apresentaram média de idade de 58,1±16,0, sendo 58,3% homens, 57,7% casados, 55% com ensino fundamental. O clearance de creatinina médio dos pacientes foi de 33,9 ml/min. (variaçao 4,2 a 105 ml/min). Destes, 13,7% estavam em estágios I e II da IRC, 34,2% no estágio III, 35,6% no estágio IV e 16,4% no estágio V (pré-diálise). As comorbidades mais prevalentes foram diabetes mellitus (41,7%), doenças músculo-esqueléticas (16,7%) e oftalmológicas (15,7%). Usando-se o BDI-13, a prevalência de depressao moderada ou grave foi de 20,6% (n=32) e utilizando a escala completa a taxa passou para 27,8% (n=48). Pacientes com sintomas de depressao apresentaram clearance de creatinina menor do que os sem sintomas (31,7 vs 42,8ml/min., p<0.05). Conclusoes: Nossos achados indicam relaçao entre aspectos cognitivos da depressao e progressao da IRC. O elevado percentual de pacientes deprimidos indica a importância de intervençoes psicológicas em fases iniciais da IRC.


IRC 018

REGRESSAO DA NEFROPATIA DIABÉTICA EXPERIMENTAL: AUSENCIA DE EFEITO DOSE-RESPOSTA DE UM ANTAGONISTA DA ANGIOTENSINA II

FLAVIO TELES DE FARIAS FILHO; BIANCA HV FERNANDES, CLAUDIA R SENA, CAMILLA FANELLI, ELIZABETE PB POPPI, LUCIANA F CARVALHO, FLAVIA G MACHADO, DENISE MAC MALHEIROS, CLARICE K FUJIHARA, ROBERTO ZATZ

FMUSP-LIM16

Introduçao: Recentemente, tem sido sugerida a possibilidade de regressao de nefropatias crônicas, inclusive da nefropatia diabética (ND). No entanto, ainda nao se sabe se lesoes mais avançadas como glomerulosclerose (GS) acompanhada de sinéquias podem ser revertidas com o bloqueio da angiotensina II. Além disso, há evidências de um efeito renoprotetor dose-dependente dos bloqueadores do receptor AT-1 (BAT-1). Objetivos: Avaliar a dose-dependência do losartan (L) e a regressao de lesoes glomerulares na ND. Métodos: Ratos Munich-Wistar adultos machos receberam estreptozotocina (STZ) para induçao de diabetes (DM) e 10 meses depois foram divididos em 4 grupos: Dmpre (controle pré-tratamento), DML50 (tratados com L, 50mg/kg/dia), DML500 (tratados com L, 500mg/kg/dia) e DM (DM nao tratados). Todos os grupos, exceto Dmpre, foram seguidos por mais 2 meses, inclusive um controle nao diabético. Medimos: pressao sistólica; albuminúria de 24h (Ualb), expansao mesangial (EM), % de GS (apenas lesoes com sinéquias foram consideradas), infiltraçao macrofágica renal (Mφ) e vimentina glomerular (Vim). Resultados: L reduziu a UalbV, protegeu contra GS e Mφ e restaurou a Vim, sugerindo recuperaçao de células glomerulares, em especial dos podócitos. Nao houve efeito adicional com a dose alta de L. Houve nítida regressao da EM com L, porém, nao foi observada regressao da %GS. Conclusoes: Diferente da ablaçao 5/6, nao há dose-dependência com L nesse modelo de ND. No tratamento da ND com BAT-1, a regressao da EM pode ser mais facilmente alcançada do que a GS com sinéquias.


ICR 019 (TL 002)

COMPARAÇAO ENTRE O ESTUDO RENAL DINAMICO COM TC-99MMAG3 SENSIBILIZADO POR CAPTOPRIL E O TC-99M-MAG3 SENSIBILIZADO POR ASPIRINA EM PORTADORES DE DOENÇA RENAL ISQUEMICA COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA.

ARROYO D; ARAUJO WM; KATO M; COSTA JAC; NOBRE F; GELEILETE TJM; CARVALHO EMF; COELHO EB

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO-USP

Introduçao e Justificava: O diagnóstico da doença isquêmica renal envolve a demonstraçao de estenose das artérias renais por angioressonância ou arteriografia e uma avaliaçao funcional da funçao renal. Um dos testes utlizados para esse fim é o estudo renal dinâmico sensibilizado com captropril. Muitos dos doentes com DIR tem funçao renal alterada que limita o uso do captopril, além do teste ter baixa sensibilidade e especificidade na IRC. Na DIR há descriçao da elevaçao da produçao renal de prostaglandinas e portanto, o bloqueio da COX com aspirina pode ser uma alternativa ao uso do captopril para o estudo renal dinâmico. Objetivos: O objetivo do presente projeto é comparar o estudo renal dinâmico com Tc-MAG3-Captopril, padrao atual do HCFMRP-USP, com o uso do Tc-MAG3-AAS como alternativa ao diagnóstico da DIR nos pacientes portadores de IRC. Casuística e Métodos: Foram selecionados 25 pacientes com IRC e com suspeita diagnostica de DIR seguidos na Unidade Clínica de Hipertensao do HCFMRP-USP. Foi realizado estudo renal dinâmico com Tc-99m-MAG3 sensibilizado com captopril (25mg, VO) e posteriormente Tc-99m-MAG3 sensibilizado com AAS (1g, VO) de acordo com o protocolo estabelecido no Serviço de Medicina Nuclear do HCFMRP-USP. Considerou-se a positividade dos testes de acordo com os critérios da American Society of Nuclear Medicine. Todos os pacientes foram submetidos à arteriografia ou angioressonância das artérias renais, sendo critério para DIR presença de estenose de artéria renal com estreitamento superior a 70% da luz. Foram calculados os valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo, além do “Likelihood ratio” com respectivos intervalos de confiança (IC) 95%. A comparaçao entre os testes foi feita através de teste exato de Fischer, com valor de alfa < 0,05. Conclusao: O estudo renal dinâmico com captopril é um teste diagnóstico apropriado no auxílio diagnóstico para DIR em pacientes portadores de IRC moderada. O uso de AAS como marcador é inferior ao captopril para esse procedimento diagnóstico.


IRC 020

ANALISE MORFOLOGICA DA ESTRUTURA MIOCARDICA E VASCULAR NA UREMIA EXPERIMENTAL: PAPEL DO PARATORMONIO E DO FOSFORO

MR CUSTODIO1, MK KOIKE2, KR NEVES1, FG GRACIOLLI1, DG BATISTA1, RCT MARTIN1, LM DOS REIS1, CC FRIMM2, RMA MOYSÉS1, V JORGETTI1

1. LAB.FISIOPATOLOGIA RENAL, 2. EMERGENCIAS CLINICAS, HCFMUSP.

Na doença renal crônica, freqüentemente ocorre hipertrofia ventricular esquerda, fibrose intersticial do miocárdio e espessamento de parede arterial. Avaliamos o papel do paratormônio (PTH) e fósforo(P) na remodelaçao miocárdica e vascular, em modelo experimental de uremia. Ratos Wistar foram submetidos à paratireoidectomia (PTx), nefrectomia 5/6 (Nx), recebendo veículo(V), PTH nas concentraçoes 0,022µg/100g/h (nPTH) ou 0,11µg/100g/h (ePTH). A dieta variou a concentraçao de P: normal (NP=0,7%), pobre (pP=0,2%) ou rica (rP=1,2%). Sham: G1 (V+NP), G2 (V+pP), G3 (V+rP); PTx+Nx: G4 (V+pP), G5 (V+rP), G6 (nPTH+pP), G7 (nPTH+rP), G8 (ePTH+pP) e G9 (ePTH+rP). Após 8 semanas, em cortes histológicos do miocárdio, avaliamos diâmetro dos miócitos (hipertrofia), fibrose, usando sistema digital. Alteraçoes morfológicas das arteríolas receberam escore: (0)normal, (1)lesao da lâmina elástica, (2)lesao da elástica e camada média, (3)lesao da elástica, média e calcificaçoes. Peso do coraçao/peso corporal, hipertrofia miocárdica e fibrose subendocárdica foram maiores no G9 comparado aos Sham (p<0,05), Sham, G4, G5 (p<0,05) e Sham, G4, G6 (p<0,05), respectivamente. Houve correlaçao positiva entre peso do coraçao e hipertrofia (p<0,0001, r=0.70). Avaliaçao morfológica das arteríolas mostrou diferença entre G8, G9 e demais grupos (p<0,05), com alta incidência de calcificaçao, 38% e 57%, respectivamente. Este estudo indica que a estrutura vascular é mais susceptível aos níveis de PTH. A hipertrofia dos miócitos e fibrose intersticial sao influenciadas pela hiperfosfatemia e PTH.


IRC 021 (TL 003)

O PAPEL DAS CICLOXIGENASES 1 E 2 NA INSUFICIENCIA RENAL AGUDA: EFEITOS NA RESPOSTA IMUNE E NO PROCESSO FIBROTICO.

CARLA QUARIM FEITOZA; FEITOZA CQ1, GONÇALVES GM1, CENEDEZE MA1, SANDERS H2, SEMEDO P1, MAZZALI M3, DOS REIS MA4, PACHECO-SILVA A1, CMARA NOS1,5.

1. LABORATORIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL, UNIFESP; 2. MEDICINA INTERNA-DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS; 3. PATOLOGIA-UNICAMP, 4. DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL-FACULDADE DE MEDICINA DO TRIANGULO MINEIRO, UBERABA; 5. LABORATORIO DE IMUNOBIOLOGIA DE TRANSPLANTES (L.I.T.)-USP

Introduçao e objetivos: IR é um fator que contribui para o desenvolvimento da Nefropatia Crônica do Enxerto (NCE). COX 1 e 2 participam ativamente da lesao isquêmica aguda principalmente por ativaçao de células endoteliais. Objetivo do trabalho foi avaliar o papel do bloqueio das COX na IR renal e no desenvolvimento de fibrose. Métodos e Resultados: camundongos C57Bl/6 machos tratados ou nao com Indometacina (IMT) nos dias -1 e 0, e submetidos ao clampeamento unilateral do pedículo renal por 60 minutos. Sangue e rim foram coletados 6 semanas após a IR. Amostras de rim foram analisadas por RT-PCR em tempo real para expressao de TGF-beta, MCP-1, TNF, IL-1beta, OPN, BMP-7, IL-10 e HO-1. Análise histomorfométrica foi feita para avaliar fibrose por Tricrômio de Masson-TM). α-SMA analisada por Imunohistoquímica em tecido renal. Análise de transcritos gênicos mostrou diminuiçao de TGF-beta (IR=1.58/IR+IMT=1.35, p<0,05, vs. contralateral=0,65/contralateral+IMT=0.2), MCP-1 (IR=8.6/IR+IMT=2.0, p<0.05, vs. contralateral=1.7/contralateral+IMT=0.8), TNF (IR=0.16/IR+IMT=0.06, p<0,05, vs. contralateral=0.13/contralateral+IMT=0.009, p<0,05), IL-1beta (IR=1.2/IR+IMT=0.16 p<0,05, vs. contralateral=0.5/contralateral+IMT=0.3) e IL-10 (IR=0.15/IR+IMT=0.03 p<0,05, vs. contralateral=0.07/contralateral+IMT=0.0). OPN estava aumentada em relaçao ao nao tratado (IR=1836,87/IR+IMT=1427,55 vs. contralateral=1206,42/contralateral+IMT=355,39, p<0,05), e BMP-7 apresentou um pequeno aumento na expressao com o tratamento, mas nao significante (IR=23,64/IR+IMT=39,95 vs. contralateral=97,18/contralateral+IMT=23,64, p<0,05). Análise do transcrito gênico de HO-1 mostrou aumento na sua expressao (IR=0.12/IR+IMT=0.36 p<0,05, vs. contralateral=0.02/contralateral+IMT=0.04) em rins tratados com IMT e submetidos à IR. α-SMA estava diminuída no tecido renal em animais tratados com IMT. Bloqueio nao seletivo das COX resulta em menor processo inflamatório. Análise TM mostrou reduçao na fibrose intersticial em animais tratados. Conclusao: Há uma resposta imune persistente após um único episódio isquêmico. O Tratamento com IMT resultou na diminuiçao da resposta imune nestes animais, diminuindo assim o processo fibrótico. Apoio Financeiro: FAPESP 04/08311-4, 04/13449-7 e 04/13825-6.


IRC 022

AVALIAÇAO DAS CONDIÇOES CLINICAS PRÉVIAS E CONCOMITANTES AO TRATAMENTO DIALITICO DE PACIENTES RENAIS CRONICOS SUBMETIDOS A HEMODIALISE EM RIBEIRAO PRETO.

SOARES, A.C.C.; DIAS, D.M.; COSTA, A.L.L.; MASSA, E.B.; SABER, L.T.S.

CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE RIBEIRAO PRETO-UNAERP

O objetivo deste estudo foi avaliar as condiçoes clínicas dos pacientes previamente ao tratamento dialítico e seu seguimento. Através de questionário pré-determinado, durante o período de dez/2005 a maio/2006, foram entrevistados 100 pacientes (50 homens/50 mulheres) em tratamento crônico de HD (período de tratamento: 15 dias a 18 anos). Constatou-se que até o momento do diagnóstico de IRC, 93% dos pacientes passaram por até 8 médicos de diferentes especialidades. Foram avaliados por Nefrologista em algum momento 86% dos casos. O tempo decorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico variou de 22 dias a 30 anos. Solicitados a descrever quais os primeiros sintomas de IRC que apresentaram, foram identificados como os mais freqüentes o edema e a anemia. Apenas 43 pacientes foram submetidos a tratamento conservador, por tempo variando entre 7 dias a 29 anos. O tempo decorrido entre o diagnóstico e início da terapia dialítica compreendeu entre zero dias e 29 anos, sendo a terapia dialítica inicial a HD em 97% dos casos. A opçao de DPAC foi oferecida a 34 pacientes e recusada devido a considerarem o procedimento muito difícil na maioria dos casos. Do ponto de vista clínico, o diagnóstico da doença de base nestes pacientes está assim distribuído: GNC 6%, HAS 53%, DM 22%, NTIC 8% e IRC sem causa definida 11%. A análise dos dados revela o pleiomorfismo dos sintomas iniciais da doença renal além de seu caráter insidioso na maioria dos casos, levando os pacientes a procurarem diversas e inúmeras especialidades antes do diagnóstico, numa verdadeira peregrinaçao. Este fato ocorre mesmo em cidade de médio porte da regiao Sudeste, com acesso aos diversos níveis de saúde pública, fazendo com que, apesar de 86% dos pacientes terem sido avaliados por nefrologista antes de se iniciar o tratamento dialítico, apenas 33% submeteram-se a tratamento conservador com esta especialidade.e apenas 24% tiveram tempo de realizar FAV.


IRC 023

AVALIAÇAO DAS CONDIÇOES CLINICAS E CONCOMITANTES DOS PACIENTES RENAIS CRONICOS EM HEMODIALISE EM CIDADE DO INTERIOR PAULISTA.

SOARES, A.C.C.; DIAS, D.M.; COSTA, A.L.L.; MASSA, E.B.; SABER, L.T.S.

CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE RIBEIRAO PRETO – UNAERP

O objetivo deste estudo foi avaliar as condiçoes clínicas dos pacientes em tratamento dialítico. Através de questionário pré-determinado, durante o período de dezembro de 2005 a maio de 2006, foram entrevistados 100 pacientes (50 homens/50 mulheres) em tratamento crônico de hemodiálise. Como co-morbidades, os pacientes apresentam as seguintes condiçoes, algumas vezes sobrepostas: HAS 71%, DM tipo II 37%, DM tipo I 3%, dislipidemia 16%, neoplasias 2%, doença arterial coronariana 1%, hepatite B 6%, hepatite C 4%, doença de Chagas 3%, HIV 1%. Indagados sobre a presença de sinais ou sintomas associados ao estado clínico atual, foram relatados, como principais alteraçoes, anemia e fraqueza, entre outros. Questionados sobre as alteraçoes que associam como complicaçoes da HD, relataram principalmente câimbras e hipotensao. A totalidade dos pacientes fazia uso de algum tipo de medicaçao, sendo as mais freqüentes os antihipertensivos (64%), diuréticos 27%, polivitamínicos 20%, insulina 19%, estatinas 12%, quelante de fósforo 8% e antidepressivos 6%. Em relaçao aos hábitos dos pacientes, constatamos a presença de tabagismo em 19%, alcoolismo em 20% e uso de drogas em 2%. Como forma de se avaliar o estado nutricional foi analisado o IMC e constatado que 21% dos pacientes encontram-se subnutridos, com IMC<20. Da amostra analisada, 54% dos pacientes encontram-se a espera de transplante renal (44 com doador morto), pelo período compreendido entre 1 mês e 7 anos (média 2.4 anos). Dos 46% restantes, 36 nao apresentam condiçoes clínicas e 10 referem que ainda nao têm tempo suficiente de diálise. A análise dos dados revela que, apesar do tratamento, esta populaçao é muito sintomática, necessitando fazer uso de várias medicaçoes, e que uma parcela considerável (21%) apresenta IMC abaixo da normalidade. Revela ainda ser alta a incidência de alcoolismo e droga adiçao.


IRC 024 (TL 004)

PARATIREOIDECTOMIA REDUZ EVENTOS CARDIOVASCULARES E MORTALIDADE EM PACIENTES RENAIS COM HIPERPARATIREOIDISMO

VALÉRIA COSTA-HONG; V.JORGETTI, L.H.W.GOWDAK, R.M.A.MOYSES, E.M.KRIEGER. J.J.G.DE LIMA

HIPERTENSAO (INCOR-HC.FMUSP) E NEFROLOGIA (HC.FMUSP)

Introduçao: As doenças cardiovasculares (CV) constituem a principal causa de morte entre pacientes com doença renal crônica (DRC). O efeito da paratireoidectomia (PTX) na incidência de eventos CV e morte nessa populaçao é desconhecida. Objetivo: Testamos a hipótese de que PTX reduz a incidência de complicaçoes CV e morte nos pacientes com DRC e hiperparatireoidismo secundário (HPTS). Material e Métodos: Estudamos 118 pacientes DRC, com HPTS em hemodiálise, nao responsivo ao tratamento e com indicaçao de PTX (44±10a, 66M e 77B).Os pacientes foram seguidos desde o momento da indicaçao da PTX até a ocorrência de óbito, evento cardiovascular ou transplante renal. Resultados: Nao houve óbitos cirúrgicos. Após 30 meses de seguimento, 50 pacientes (42,4%) tinham sido submetidos à PTX e 68 (57,9%) ainda aguardavam PTX. Os grupos nao apresentaram diferenças quanto a idade, raça, sexo, paratormônio, cálcio, fósforo e produto cálcio-fósforo. A ausência da PTX (RR=2,36, IC 1,11-6,32, p=0,02) e idade (RR=1,07, IC 1,02-1,14, p=0,009) foram preditores independentes de eventos, enquanto a ausência da PTX (RR=2,34, IC 1,25-5,14, p=0,007) e hematócrito (RR=1,15, IC 1,03-1,29, p=0,01) foram preditores de morte por qualquer causa. Conclusao: PTX confere proteçao contra eventos CV futuros e morte em pacientes renais crônicos com HPTS.

 


IRC 025 (TL 005)

AS CÉLULAS LINHAGEM NEGATIVA (LIN-) DE MEDULA OSSEA ATENUAM A PROGRESSAO DA DOENÇA RENAL CRONICA EM MODELO EXPERIMENTAL

CRISTIANNE DA SILVA ALEXANDRE; RILDO A. VOLPINI, TALITA ROJAS C. SANCHES, MARIA HELOISA M. SHIMIZU, ANTONIO CARLOS SEGURO, LUCIA DA CONCEIÇAO ANDRADE

LIM 12 FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

Para determinar se as stem cells de medula óssea eram capazes de retardar a progressao da doença renal crônica, foram usadas células linhagem negativa (Lin) separadas magneticamente e injetadas em ratos submetidos à injúria renal. Ratos singênicos Fischer 344 foram submetidos à nefrectomia 5/6 (Nx) e divididos em 3 grupos: Nx (nao tratados); NxSC1 (2×106 células Lin no 15º dia de pós-operatório); e NxSC3 (2×106 células Lin no 15º, 30º e 45º dias de pós-operatório). No 60º dia pós-operatório clearance de inulina, imunohistoquímica e immunoblotting foram realizados. Dados expressos em médiaSEM.

A marcaçao para PCNA mostrou que a proliferaçao celular foi maior nos ratos Nx (p<0.001 vs todos os grupos) e menor nos ratos tratados. A expressao da proteína p21 e da proteína VEGF foram maiores nos ratos Nx que nos animais controle e tratados. A infusao de células Lin reduziu a anemia, a proteinúria, a glomeruloesclerose e a infiltraçao de macrófagos, bem como a expressao das proteínas p21 e VEGF. Esses dados sugerem que a infusao dessas células atenua a progressao da doença renal crônica experimental.


IRC 026

ANALISE DE MARCADORES CLINICO-LABORATORIAIS DE ADEQUAÇAO EM PACIENTES DIALITICOS COM FERRITINA ELEVADA

DANILO ANUNCIATTO SGUILLAR; BENEDITO JORGE PEREIRA, CLEUSA MARIA LIAO, ALEXANDRE ROQUE, MARY CARLA ESTEVES DIZ, CARLOS SÉRGIO PEREIRA BARBOSA

HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO MUNICIPAL

Introduçao: pacientes em hemodiálise (HD) tem a associaçao de inflamaçao, doença cardiovascular, desnutriçao protéico-calórica e inadequaçao à HD. Objetivos: avaliar a prevalência de ferritina (Fer) elevada em pacientes em HD e correlacionar esse achado com marcadores laboratoriais relevantes para adequaçao em HD (segundo KDOQI 2006). Materiais e Métodos: foram estudados pacientes em HD sendo coletados: doença de base, tempo de diálise, tipo e tempo de acesso, a presença de infecçao no último mês, antecedentes de angina, adequaçao HD pelo spktv, URR e PCR e dados laboratoriais: uréia (U), creatinina (Cr), K, índice de massa corporal (IMC), hemoglobina (Hb), hematócrito (Hto), proteína C reativa (PCRe), VHS, ferro (Fe), Fer e albumina (Alb). Considerados pacientes com tendência a inflamaçao: Fer elevada (>800mcg/dL), VHS elevado (>20mm) e PCRe elevado (>0,8mg/dL) Os dados foram descritos em porcentagens, média e desvio padrao. Nas variáveis quantitativas foram utilizados o teste t student ou Mann Whitney e nas variáveis qualitativas o teste exato de Fisher e quiquadrado. Resultados: analisados 12 pacientes, apresentando 61,8±9,3anos, 33,3% masculino e 66,7% feminino, com 27,8±13,6 meses em HD e 23,2±14,7 meses de acesso vascular(75% FAV, 8,3% PTFE, 8,3% permicath e 8,3% cateteres de DL. Doença de base: 50% com nefropatia diabética, 33,4% nefroesclerose hipertensiva, 8,3% nefrite lúpica e 8,3% nefropatia obstrutiva. A PCre inalterada em todos os pacientes (0,49±0,16mg/dl). Cr e U coms respectivos valores de 9,11±3,9mg/dl e 136±48,48mg/dl. Dos 58,3% (n=7) com Fer elevada:28,5% com Hb inadequado (< 11,0mg/dl), 16,7% spktv inadequado (<1,2), 14,2% URR inadequado (<65%), 50% PCR inadequado (<1,2), 85,71% VHS alto (>20mm), 85,7% tinham Fe normal, 57,1% Alb baixa (<3,5mg/dl), 16,7% desnutridos (IMC<20) e 57,1% referiram angina. Nao houve diferenças estatisticamente significativas ao comparar pacientes com Fer elevada ou nao elevada. Conclusao: houve a tendência dos pacientes que apresentavam Fer elevada à hipoalbuminemia, elevaçao do VHS, antecedentes de angina e Fe normal, o que se equipara com tendências da literatura quando se trata de pacientes com IRC e inflamaçao.


IRC 027

A SOBRECARGA DE CALCIO E FOSFORO ALTERA A ESTRUTURA OSSEA DE RATOS UREMICOS.

DANIELLA G BATISTA; ANDRÉA O MAGALHAES, FABIANA G GRACIOLLI, LUCIENE M DOS REIS, MELANI R CUSTODIO, CAROLINA L NEVES, VERONICA C N DE GOUVEIA, KATIA R NEVES, ROSA M A MOYSES E VANDA JORGETTI.

FACULDADE DE MEDICINA DA USP.

Pacientes com doença renal crônica tem alto risco de desenvolver osteoporose, o que motiva a busca por fatores que contribuem para a perda óssea nestes pacientes. Avaliamos a sobrecarga de cálcio (Ca) e fósforo (P) na dieta de ratos urêmicos e com funçao renal normal, fixando o paratormônio (PTH). Vinte e dois ratos machos, wistar foram submetidos a paratireoidectomia e nefrectomia 5/6 (Nx) ou foram sham operados. A atividade do PTH foi mantida através do implante de mini – bombas osmóticas com infusao de 1-34 PTH de rato (0,22µg/100g/hora). Os animais Sham receberam infusao de veículo. As dietas diferenciavam pelo conteúdo de Ca e P: pobre em Ca/P (PCa/P) =0,02%/ 0,2% e Rica em Ca/P (RCa/P)=1,2%/ 1,2%. Os grupos foram divididos em: Sham dieta controle (DC: Ca=0,7%/ P=0,7%), Sham PCa/P, Sham RCa/P, Nx PCa/P e Nx RCa/P. Após 2 meses, os animais foram sacrificados e realizadas as análises bioquímica e histomorfométricas (tabela). Em conclusao a sobrecarga de Ca e P na dieta diminuiu o volume e alterou a microarquitetura óssea nos ratos urêmicos com infusao fixa de PTH.

 


IRC 028

ATUAÇAO FISIOTERAPEUTICA EM PACIENTES QUE REALIZAM HEMODIALISE

THAIS MELATTO; MAYRA V. MATTA, REGINA C.V.M. BURNEIKO, SUSIMARY A. T. PADULLA

UNESP CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE

Introduçao: Insuficiência renal crônica (IRC), é o resultado de múltiplos sinais e sintomas decorrentes da incapacidade renal de manter a homeostasia interna do organismo. O tratamento pode ser feito através da hemodiálise, a qual gera impacto social, físico e psicológico. A fisioterapia visa melhorar a Qualidade de Vida e da funcionabilidade desses pacientes Objetivos: Amenizar as queixas dos pacientes, melhorar o bem estar físico e psicológico, facilitar a realizaçao das AVDs, promover um momento de descontraçao e relaxamento durante a terapia hemodialítica, ganhar amplitude de movimento, fortalecer a musculatura, diminuir dores, drenar linfedemas e realizar orientaçao postural. Metodologia: 27 pacientes de ambos os sexos, portadores de IRC, freqüentadores das sessoes de hemodiálise da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, inicialmente abordados quanto as suas principais queixas e, a partir destas, foi elaborado um protocolo de exercícios globais, contendo alongamento cervical, de membros superiores e inferiores; fortalecimento de membros superiores, inferiores e da musculatura abdominal; exercícios respiratórios e relaxamento. Ao término do período de execuçao do protocolo, foram colhidas, novamente, as queixas, para comparar os resultados obtidos antes e após a execuçao. Resultados: Queixas: rigidez, dormência e edema de membros; dores na coluna, articulaçoes, tórax e abdômen; câimbra, constipaçao intestinal, cansaço e falta de ar, que melhoraram 86,7% após a aplicaçao do protocolo. A melhora das queixas analisadas variou entre 54,5% para casos de câimbra e 100% para casos de rigidez, dormência e edema dos membros superiores, rigidez e edema dos membros inferiores e falta de ar. Conclusao: O tratamento fisioterapêutico foi bem aceito e mostrou-se importante na reduçao dos sintomas mencionados, além de melhorar a funcionalidade dos pacientes na realizaçao das AVDs.


IRC 29

EFEITOS ANTI-FIBROTICOS DO TAMOXIFENO EM FIBROBLASTOS RENAIS

R.C. CAVAGLIERI, H. DELLE, W.V. DOMINGUEZ, C. SILVA, T.M.F. ROCHA, L.S.S. CASADO, J.R.C. ROCHA, I.L. NORONHA

LABORATORIO DE FISIOPATOLOGIA RENAL DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE-SAO PAULO, SAO PAULO, SP

Introduçao: A doença renal crônica progressiva é caracterizada pela deposiçao excessiva de matriz extracelular levando à formaçao de fibrose. O uso de drogas antifibróticas, como o tamoxifeno (TAM), pode ser uma promissora estratégia. Contudo, os mecanismos responsáveis por este efeito continuam desconhecidos. Objetivo: Analisar o efeito in vitro do TAM em fibroblastos renais pela proliferaçao celular e produçao/secreçao de TGF-β1. Métodos: Linhagem de fibroblastos renais (NRK-9F) cultivada e estimulada com IL-1β (200pg/mL) ou angiotensina II (AngII; 10-7M) foi exposta ao TAM (5µM). A atividade proliferativa foi medida através da incorporaçao de [3H]-timidina por 12, 24 e 48h. A expressao de TGF-ß1 foi analisada por RT-PCR e a concentraçao da forma ativa de TGF-β1 foi dosada no sobrenadante por ELISA. Resultados: O estímulo com IL-1ß e AngII após 48h induziu um aumento na proliferaçao celular comparado com veículo (22.248±1.092 e 20.711±179 vs. 18.266±572 cpm, respectivamente; p<0,05). O tratamento com TAM inibiu a proliferaçao de fibroblastos estimulados IL-1β e AngII (7.481±1.053 e 6.158±1.391 cpm, respectivamente; p<0,05). Resultados semelhantes foram obtidos em 12 e 24h. O TAM reduziu a expressao de RNAm (0,83±0,17 vs. 1,05±0,51 pixels ; p<0,05) e a produçao de TGF-β1 em fibroblastos renais estimulados (337±51 vs 567±50pg/ml IL-1β e 296±39 vs. 679±87pg/ml AngII; p<0,05). Conclusao: Estes resultados demonstram que o TAM é um potente inibidor da proliferaçao de fibroblastos. Adicionalmente, seu efeito antifibrótico pode ser atribuído à diminuiçao da produçao e secreçao celular de TGF-ß1. Apoio finaceiro: FAPESP


IRC 030

AVALIAÇAO FISICA E PREVALENCIA DE DOR LOMBAR CRONICA EM PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

TATIANA CRISTOFOLINI; SERGIO DRAIBE, RICARDO SESSO.

UNIFESP/EPM

Introduçao: Pacientes renais crônicos em hemodiálise podem ter diversas alteraçoes musculares, ósseas, inflamatórias e posturais que poderiam predispor a lombalgia. Objetivo: avaliar em pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise a presença de dor lombar e os fatores relacionados a ela. Metodologia: Num estudo com delineamento transversal, foram avaliados 205 pacientes clinicamente estáveis com insuficiência renal crônica em hemodiálise. A avaliaçao física e funcional foi realizada a partir de escala de equilíbrio de Tinetti; que consiste em 48 questoes e foi traduzida e validada em nosso meio. A avaliaçao da força muscular foi realizada através do Teste Manual Muscular com graduaçao da força conforme escala de Kendall. Os pacientes foram questionados sobre dor na coluna vertebral e duraçao da dor. Apenas foram consideradas as queixas de dor lombar na regiao dorsal, entre o último arco costal e a prega glútea, que nao fossem relacionadas a infecçoes, tumores ou fraturas, e com duraçao maior de três meses. Resultados: 74 pacientes (36%) apresentavam lombalgia. Eles eram mais idosos (P=0,020), estavam em diálise por mais tempo (P=0,071) e apresentavam mais freqüentemente comorbidades do que os sem dor lombar. Entre os pacientes com lombalgia, 75,7% apresentavam déficit de equilíbrio e 59,5% tinham fraqueza muscular. Análise multivariada confirmou que os fatores relacionados a lombalgia foram o déficit de equilíbrio (OR: 9,30; IC 95%: 2,77-31,20), déficit de força muscular (OR: 17,40, IC 95%: 4,99-60,74), hipertensao arterial (OR: 4,65; IC 95%: 1,32-16,37), doença óssea (OR: 38,65; IC 95%: 9,99-149,55) e doença cérebro-vascular (OR: 19,08; IC 95%: 2,87- 126,88). Conclusao: Lombalgia afeta mais de 1/3 dos pacientes em hemodiálise. Este trabalho demonstrou a importância de avaliaçoes físicas e funcionais nestes pacientes. Intervençoes que diminuam a fraqueza muscular, o déficit de equilíbrio e abordem comorbidades poderao eventualmente melhorar a sintomatologia de lombalgia nestes pacientes.


IRC 031

DOENÇA OSSEA DE BAIXA REMODELAÇAO EM PACIENTES RENAIS CRONICOS PRÉ-DIALISE NA PRESENÇA DE NIVEIS NORMAIS OU ELEVADOS DE PARATORMONIO.

CARVALHO AB1, HIGA A1, TOMIYAMA C1, JORGETTI V2, BARRETO FC1, HERNANDES F1, DRAIBE SA1, CANZIANI MEF1.

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, 2. UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

Introduçao: A osteodistrofia renal (ODR) é uma desordem da remodelaçao óssea que só pode ser corretamente avaliada através da biópsia óssea. Embora a maioria dos estudos é realizada em pacientes dialíticos, sabe-se que a ODR está presente desde as fases iniciais da doença renal crônica (DRC). Objetivo: Avaliar a ODR através de biópsia óssea em pacientes com DRC na fase pré-dialítica. Métodos: Cinqüenta pacientes com DRC estágio 2-4 foram submetidos à biópsia óssea, previamente marcada com tetraciclina e seguida de análise histomorfométrica. A avaliaçao laboratorial incluiu clearance de creatinina, cálcio iônico, fósforo, fosfatase alcalina, PTHintacto, 25(OH) vitamina D e 1,25(OH)2 vitamina D. A taxa de formaçao óssea (BFR/BS) foi usada para classificar os pacientes em dois grupos: doença óssea de baixa remodelaçao [BFR/BS < 0,06 (sexo masculino) ou < 0,04 µm3/µm2/dia (sexo feminino)] e de normal/alta remodelaçao. Nenhum paciente estava em uso de vitamina D. Resultados: De acordo com o K/DOQI, 7(14%), 25(50%) e 18(36%) pacientes estavam no estágio 2, 3 e 4 da DRC, respectivamente; 86% dos pacientes apresentavam doença óssea de baixa remodelaçao. Desses, 90,6% estavam dentro ou acima dos limites alvo de PTHi recomendados pelo K/DOQI. Pacientes com doença óssea de baixa remodelaçao apresentaram níveis séricos significativamente menores de fósforo (3,7±0,7 vs 4,3±0,6mg/dl; p=0,03) e PTHintacto (131,8±126,9 vs 207,4±124,9pg/ml) comparados aos dos pacientes do outro grupo. Nao houve diferença com relaçao aos demais parâmetros bioquímicos analisados. Conclusao: A doença óssea de baixa remodelaçao apresenta elevada prevalência entre pacientes com DRC na fase pré-dialítica, apesar dos níveis de PTHintacto estarem dentro, ou até mesmo acima, daqueles recomendados.


IRC 032

OSTEOPOROSE EM PACIENTES RENAIS CRONICOS NA FASE PRÉ- DIALITICA. ANALISE HISTOMORFOMÉTRICA.

CARVALHO AB1, HIGA A1, TOMIYAMA C1, JORGETTI V2, BARRETO FC1, HERNANDES F1, DRAIBE SA1, CANZIANI MEF1.

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, 2. UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

Introduçao: Apesar do crescente interesse pelas alteraçoes do metabolismo ósteomineral na doença renal crônica (DRC), poucos estudos têm abordado a osteoporose nos pacientes renais crônicos, sobretudo na fase pré-diálitica, através da biópsia óssea. Objetivo: Avaliar a osteoporose através da biópsia óssea em pacientes com DRC na fase pré-dialítica. Métodos: Cinqüenta pacientes com DRC estágio 2-4, consecutivamente selecionados, foram submetidos à biópsia óssea, previamente marcada com tetraciclina e seguida de análise histomorfométrica. A avaliaçao laboratorial incluiu clearance de creatinina, cálcio iônico, fósforo, fosfatase alcalina, PTHintacto, 25(OH)vitaminaD, osteoprotegerina e bicarbonato. Além de dosagem de LH, FSH, estradiol e testosterona livre para investigar hipogonadismo. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado para todos os pacientes. Osteoporose foi definida como volume trabecular ósseo < 17,4% (sexo masculino) ou < 14,7% (sexo feminino). Doença óssea de baixa remodelaçao foi diagnosticada pela presença de uma taxa de formaçao óssea < 0,06 µm3/µm2/dia (sexo masculino) ou < 0,04 µm3/µm2/dia (sexo feminino). Resultados: 42% dos pacientes apresentaram osteoporose. Fatores de risco como raça branca, sexo feminino, presença de diabetes e idade nao apresentaram diferença estatisticamente significante. Todavia, os pacientes osteoporóticos apresentaram menor IMC (24,7±3,4 vs 27,3±4,5 kg/m2; p<0,05), maior freqüência de hipogonadismo [12 (57%) vs 8 (27%); p<0,05] e de doença óssea de baixa remodelaçao [21 (100%) vs 22 (75,8%); p<0,05]. Nao houve diferença com relaçao aos demais parâmetros laboratoriais analisados. Conclusoes: A osteoporose é uma condiçao freqüente nos pacientes com DRC pré-diálise. Associa-se com baixo IMC, hipogonadismo e doença óssea de baixa remodelaçao.


IRC 033

REPRESENTAÇAO DA IMAGEM CORPORAL E SUA RELAÇAO COM O INDICE DE MASSA CORPORAL EM PACIENTES EM HEMODIALISE.

CLÉVIA DOS SANTOS PASSOS; VALÉRIA A. P. DOS SANTOS, DENISE H. M. P. DINIZ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP) – DISCIPLINA NEFROLOGIA/SETOR DE PSICONEFROLOGIA (NUCLEO DE QUALIDADE DE VIDA)

Introduçao: Por conta de doença crônica e do tratamento, a estrutura corporal sofre modificaçoes e a imagem corporal (IM) sofre um impacto, sendo que o paciente pode passar a apresentar auto-estima diminuída e nao adesao ao tratamento. Objetivo: Avaliar a percepçao da imagem corporal em pacientes nefropatas em Programa de Hemodiálise (HD) e analisar as associaçoes existentes entre IC e tempo de HD. Método: Estudo descritivo transversal. Sujeitos: amostra constituída por 28 pacientes que consentiram em participar da pesquisa após terem sido informados de seu objetivo através do termo de consentimento livre e esclarecido. 60 % mulheres, idades entre 27 e 76 anos (54,39±11,5), massa corporal (MC) de 67,9±16,89kg, estatura 160,1±10,11cm. Inicialmente, para cálculo do índice de massa corporal (IMC), foram mensurados a MC (Kg) em balança digital, e altura (m). Procedimentos: Todas as medidas antropométricas foram realizadas individualmente, em sala reservada da Clínica de Nefrologia Santa Rita, SaoPaulo/SP. Para avaliar a percepçao da IC, utilizou-se a Escala de Figuras de Silhuetas (Contour Drawing Rating Scale) com nove silhuetas de cada gênero, onde o paciente identificou-se com uma destas e a posteriori confrontada com o IMC. Resultados: O conjunto de dados obtidos revela que ao analisar o IMC real, 39,3% dos pacientes encontra-se em valores normais (NORs), 35,7% sobrepeso (SBP) e 25 % obesos (OB). Questionados sobre a figura correspondente à sua silhueta atual, 50% se consideraram OB, 28% eutróficos/NOR, e 14% com SBP. Quando avaliada as médias de IMC correspondente ao que desejam ter, 53,6% ter peso dentro dos limites considerados NORs, 28,6% um pouco maior e 17,9% ter um peso bem maior. Ao analisarmos a associaçao entre IMC e tempo de HD, constatou-se que 66% dos pacientes tratados há mais de quatro anos, nao subestimaram sua IC atual em relaçao ao IMC real. 43,75% dos pacientes com até quatro anos em HD se consideram dentro do peso adequado, 32,5 % com excesso de peso. Conclusao: Os resultados apresentaram a presença de leve à moderada distorçao da IC, que mesmo o paciente apresentando um IMC entre limites considerados de adequados a SBP, a figura mental da IC percebida tendeu a ser maior. A constante avaliaçao das dimensoes pertinentes a Qualidade de Vida relacionada a Saúde, por multiprofissionais, torna-se relevante para acompanhar o grau de satisfaçao ou insatisfaçao em relaçao à própria IC dos pacientes em HD, a qual interfere na adesao ao tratamento.


IRC 034

PREDITORES DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM IDOSOS COM DOENÇA RENAL CRONICA EM PROGRAMA DE DIALISE PERITONEAL

CASSIO J O RODRIGUES; BENEDITO J PEREIRA, MARIANA B PEREIRA, CHARMY C F ARAUJO, KISS R S MENESES, ALCENIA C RODRIGUES, SANDRA M R LARANJA

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO INSTITUTO DE ASSISTENCIA MÉDICA DO HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL-SP

Introduçao: Tanto a idade avançada quanto a doença renal crônica (DRC) estágio V estao associadas a alta mortalidade cardiovascular. O estabelecimento de fatores de risco cardiovascular específicos desta populaçao é imperioso. Objetivo: Avaliar prospectivamente variáveis associadas com a incidência de eventos cardiovasculares em idosos em CAPD ou APD. Métodos: Dezenove pacientes, com idade acima de 55 anos, em programa de diálise peritoneal (CAPD ou APD), foram acompanhados por um período de três anos. Tendo como desfechos principais as incidências de eventos cardiovasculares ou óbito, foram comparadas as variáveis, analisadas ao início do estudo: idade, sexo, etiologia da DRC, pressao arterial, glicose, uréia, creatinina, hematócrito, Kt/V, PTH, fosfatase alcalina, colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol, triglicérides, albumina, proteína C reativa (PCR), homocisteína, parâmetros ecocardiográficos e o escore de Framingham. Resultados: O grupo demonstrou uma mortalidade de 52,6% (dez pacientes), sendo 40% de causa cardiovascular. O grupo com o desfecho “mortalidade global” apresentou maior idade (73,2±6,4 x 64,2±2,2 anos; p=0,02). Também foram maiores os níveis de glicose, fósforo, PCR e escore de Framingham e menores os níveis de albumina, embora sem significância estatística. O grupo que apresentou eventos cardiovasculares apresentou menores níveis de albumina (3,5±0,3 x 3,9±0,3; p=0,035). O escore de Framingham previu uma incidência de eventos cardiovasculares de 14±5,9% (em dez anos). Conclusoes: Pacientes idosos com DRC em programa de diálise peritoneal apresentam alta mortalidade, em grande parte de causa cardiovascular. Menores níveis de albumina sao preditores de eventos cardiovasculares nesta populaçao, sendo que o escore de Framingham parece subestimar a real incidência de eventos.


IRC 035 (TL 006)

MUDANÇAS NO ANGULO DE FASE E NA MASSA CELULAR CORPORAL AO LONGO DA PROGRESSAO DOENÇA RENAL CRONICA (DRC)

MARIA IN S BARRETO SILVA1; AVESANI CM1, VALE B1, BREGMAN R2.

1. INSTITUTO DE NUTRIÇAO-UERJ, 2. DISCIPLINA DE NEFROLOGIA-UERJ

A bioimpedância elétrica (BIA) é um método reconhecido na avaliaçao da composiçao corporal de pacientes com DRC. O ângulo de fase (AngF) e a massa celular corporal (MCC), ambos derivados da BIA, indicam integridade da membrana celular e do estado nutricional (EN). Objetivo: Identificar as mudanças no AngF e na MCC no curso da evoluçao da DRC. Pacientes e métodos: Foram avaliados 113 pacientes com DRC em tratamento ambulatorial por no mínimo 6 meses (69 homens; 64,2±12,8 anos; média±DP), taxa de filtraçao glomerular (TFG)=60-15ml/min. Os pacientes foram agrupados em: DRC estágio 4 (n=56) e DRC estágio 3 (n=57). Foram usadas a resistência e reactância da BIA (Biodynamicsr) para determinar o AngF, MCC, massa magra (MM), água intra (AI) e extra (AE) celular. Resultados: Os grupos DRC estágio 4 e 3 apresentaram IMC (25,3±4,7 vs 26,6±4,4 kg/m2; P: NS, test-t); idade (63,5±14,6 vs 65±10 anos, P: NS) semelhantes. Homens com DRC4 (n=34) apresentaram AngF (6,3 ±2,3 vs 7,8 ±3,5 graus; P=0,03), MCC (19,9 ±3,8 vs 22,1 ±3,6 kg; P=0,01) e AI (24,4±5,4 vs 27,5±5,4 L, P=0,02) menor do que o grupo DRC3 (n=35). A MM e a AE nao diferiram entre os grupos. Mulheres com DRC4 (n=22) apresentaram: tendência a menor MCC (13,2±2,3 vs 14,3±1,7 kg, P=0,06) e AI (15,5±3,3 vs 17,5±2,5; P=0,06) do que aquelas com DRC3. O AngF, MM e AE nao diferiram entre os grupos. Conclusao: O AngF, MCC e AI, estimados pela BIA, diminuem com a piora da funçao renal, principalmente nos homens. Estas alteraçoes nao foram detectadas pela medida da MM. Esses resultados sugerem que esses indicadores sao mais sensíveis que a MM para identificar mudanças no EN em pacientes com DRC.


IRC 036

BAIXA ADESAO A DIETA HIPOPROTÉICA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA NA FASE NAO DIALITICA.

BARBARA VALE1; AVESANI CM1, SILVA MIB1, BREGMAN R2.

1. INSTITUTO DE NUTRIÇAO – UERJ, 2. DISCIPLINA DE NEFROLOGIA-UERJ.

A restriçao protéica é uma das principais manipulaçoes dietéticas orientadas aos pacientes com DRC na fase nao dialítica. Objetivo: Avaliar a adesao à dieta hipoprotéica de pacientes com DRC na fase nao dialítica. Pacientes: 31 pacientes (20 masculino; 68,3±9,7 anos; TFG:32,9 ±11,3ml/min; média±DP) com taxa de filtraçao glomerular (TFG) < 60ml/min., que foram orientados a seguir dieta hipoprotéica há no mínimo 2 meses. Métodos: Avaliaçao da ingestao protéica (IP) foi feita por 3 recordatórios alimentares de 24h (R24h) em 3 consultas consecutivas (T1, T2, T3) com intervalo de 6-14 meses entre as consultas. Pacientes com TFG entre 60-30ml/min (DRC estágio 3-DRC3; n=17) tinham orientaçao de dieta com 0,8g/kg/dia e aqueles com TFG < 30ml/min (DRC Moderada – DRC4; n=14), dieta com 0,6 g/kg/dia. Resultados: O intervalo entre o 1º e o 3º R24 h foi 9,3±2,1 meses. O grupo DRC3 e DRC4 nao diferiram em relaçao ao IMC (25,2±3,6 vs 25,7±3,9 kg/m2, P:NS, t Test, respectivamente) e idade (68,5±11,2 vs 68±6,9 anos; P:NS, respectivamente). A IP nao diferiu significantemente entre as 3 consultas, tanto para os pacientes do grupo DRC3 (T1:1,05±0,37g/kg/dia; T2:0,98±0,44g/kg/dia; T3:0,82±0,27g/kg/dia; repeated measures ANOVA, p:NS), quanto para os pacientes do grupo DRC4 (T1: 0,91±0,31g/kg/dia; T2:0,90 ±0,42 g/kg/dia; T3:0,95 ±0,38 g/kg/dia; P:NS). O percentual médio de adequaçao da IP do grupo DRC3 (T1: 131 ±47%; T2: 123 ±55%; T3: 103±34%) e do grupo DRC4 (T1: 153±53%; T2: 150±71%; T3: 159±63%) esteve acima de 100%. Conclusao: A adesao à dieta hipoprotéica é baixa e os pacientes mantêm um padrao alimentar de IP ao longo de aproximadamente 1 ano. Estratégias de educaçao nutricional que possam aprimorar a adesao a essa orientaçao alimentar devem ser exploradas.


IRC 037

HABITOS ALIMENTARES DE PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE

FLAVIA PATRICIA LUANA MACIEL

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é caracterizada por uma crescente incapacidade do rim em manter níveis baixos dos produtos do metabolismo das proteínas (como a uréia) e valores normais da pressao arterial (PA). Com o desenvolvimento das técnicas dialíticas criou-se a necessidade de orientaçoes dietéticas específicas que sejam capazes de melhorar o estado nutricional do paciente. A dieta especial em hemodiálise pode necessitar mudanças significativas nos hábitos alimentares e no padrao comportamental. O objetivo deste estudo foi avaliar os hábitos alimentares dos pacientes submetidos à hemodiálise, por meio de um questionário de consumo alimentar e esquema de diálise. Foram entrevistados 35 pacientes com IRC em hemodiálise do município de Araraquara de ambos os sexos. A média de idade foi de 45 anos. Dentre os pacientes, 46% estao em tratamento a 1 ano, 14% relatam apresentar naúseas e vômitos após a diálise. Em relaçao aos hábitos, 80% relataram preferências alimentares enquanto 26% relatam apresentar aversoes. Em relaçao a alimentaçao, 66% relataram mudanças quando souberam que necessitariam de diálise, sendo que 80% acham que os hábitos alimentares afetam no tratamento. Já 46% deixam ou substituíam as principais refeiçoes. Em relaçao ao consumo alimentar, 89% consomem frutas, 94 % hortaliças e 54% doces em geral. Em relaçao ao consumo de carboidratos, lipídios e micronutrientes, 51% apresentam dieta hipoglicídica, 34% normolipídica, 52% normossódica, 57% hipocalêmica e 83% hipofosfatêmica. Observou-se que há necessidade de um acompanhamento nutricional, oferecendo noçoes básicas sobre alimentaçao e técnicas de preparo, além de um planejamento alimentar individualizado.


IRC 038

QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES QUE REALIZAM HEMODIALISE NA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP

MAYRA VILELA DA MATTA; THAIS MELATTO, REGINA C.V.M. BURNEIKO, SUSIMARY A. T. PADULLA

UNESP CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE

Introduçao: A insuficiência renal crônica (IRC) é um diagnóstico supostamente irreversível da funçao renal. Quando nao é possível a manutençao da saúde através do tratamento convencional, a hemodiálise torna-se necessária, levando a complicaçoes que prejudicam a Qualidade de Vida (QV). Objetivos: Avaliar e comparar a QV de pacientes que realizam fisioterapia durante a sessao de hemodiálise, com aqueles que nao realizam. Metodologia: 22 pacientes, de ambos os sexos, com IRC, que realizam hemodiálise, foram divididos em dois grupos: um controle (G I), sem tratamento fisioterapêutico, e outro com tratamento (G II). Todos responderam o questionário de QV Kidney Disease Quality of Life Short Form (KDQOL-SF). Resultados: Foram estudados 22 pacientes, 11 do G I e 11 do G II, sendo 72,72% do sexo masculino e 27,27% do sexo feminino. Constatou-se comprometimento nas dezenove dimensoes analisadas, sendo que G I obteve menor escore na dimensao papel profissional e o maior em suporte social, e G II o menor escore para funçao emocional e o maior para suporte social. Ainda notou-se que o sexo interferiu na QV, já que os homens tiveram melhor desempenho na maioria das dimensoes analisadas. Porém o tempo de hemodiálise e a idade, foram irrelevante. Conclusao: O KDQOL-SF é instrumento importante para avaliar a QV de pacientes em hemodiálise.


IRC 039

DOR, COMPOSIÇAO CORPORAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EM HEMODIALISE.

CLÉVIA DOS SANTOS PASSOS; VALÉRIA A. P. DOS SANTOS, DENISE H. M. P. DINIZ.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP)-(UNIFESP)-DISCIPLINA NEFROLOGIA-SETOR DE PSICONEFROLOGIA (NUCLEO DE QUALIDADE DE VIDA)

Introduçao: Os pacientes renais crônicos durante sessoes de tratamento dialítico, submetem algumas regioes a possíveis tensoes musculares, entre elas: pescoço e costas. Além da dor que pode haver como conseqüência, a composiçao corporal tem sido um componente de aptidao física importante na avaliaçao de saúde e da qualidade de vida (QV)de pacientes crônicos. Objetivo: Analisar a intensidade e localizaçao da dor, a composiçao corporal e a QVem pacientes com Insuficiência Renal Crônica em programa de Hemodiálise. Método: Estudo descritivo transversal, com amostra constituída por 56 pacientes, sendo 55 % mulheres, com idades entre 28 e 76 anos (52,11±10,86). Tempo de hemodiálise e de tratamento: 32,1% e 41,1% respectivamente. Constatou-se massa corporal de 63,39±14,64kg e estatura 161 ± 1,0 cm. Foram mensuradas dobras cutâneas, sendo que uma fita métrica foi utilizada para medir a circunferência da cintura (CC) e do quadril (CQ)-porçao de maior circunferência ,sendo considerado adequado a CC até 80 e 94cm, relaçao cintura-quadril (RC/Q) abaixo de 0,82 e 0,94- para mulheres e homens respectivamente. Utilizou-se, ainda, a Escala Visual de Dor, classificada nas intensidades: Ausência (A), Leve/Moderada (L/M) e Forte/Intensa/Insuportável (F/I). O local da queixa álgica foi avaliado por meio de diagrama corporal. Para avaliaçao da QV utilizou-se o SF-36. Resultados: IMC 22,87±2,45; CC (87,16±12,73 cm), RCQ (0,92±0,0094), porcentagem de gordura (%G) de (12,1 a 11,8%) e (1,25 a 32,9%) em 25% dos pacientes em ambas as porcentagens. 32,1% dos pacientes apresentaram obesidade abdominal e 57,1 % apresentaram risco muito alto para outras co-morbidades. As dores do corpo: cabeça: L/M- 19(33,9%)F/I 8(14,3%), nuca: L/M- 12 (21,4%), lombar/nádegas: A- 33(58,9 %), L/M- 16 (28,6%), F/I 7(12,5%), joelhos D: L/M- 18 (32,1%), e E: L/M- 16 (28,6%). O valor de P (<0,01) foi estatisticamente significante na %G abaixo do normal com Estado Geral da Saúde. No domínio aspecto físico obteve-se na avaliaçao: baixa QV (47,77±40,81). Conclusoes: Constatou-se prevalência de ausência de dores no recordatório de 7 dias. Entretanto, a dor e a elevada porcentagem na composiçao corporal, tornam-se um fator importante que afeta a QV dos pacientes havendo correlaçao positiva significante entre excesso de peso e dor forte, e dor e aspecto físico. Esse estudo que visa QV de nefropatas em HD, sugere a necessidade de um planejamento de medidas que priorize a prevençao, o controle da dor e, ainda, reduçao da gordura corporal.

Insuficiência Renal Crônica

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