J. Bras. Nefrol. 2004;26(3 suppl. 2):24-6.

ORAL – Doença Túbulo Intesticial / Litiase Renal / Itu

Doença Túbulo Intesticial / Litiase Renal / Itu

AO-064

AVALIAÇAO PONDERO-ESTATURAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE HIPERCALCIURIA IDIOPATICA

PENIDO, M. G. M. G.; BASTOS, M. R.; ABRANTES, M. M.; PENIDO, M. G.; GOULART, M. M.; FARIA, L. M.; GOMES, D. C. F. F.; RIBEIRO, I. G.

UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIATRICA – HOSPITAL DAS CLINICAS – FACULDADE DE MEDICINA – UFMG BH, MG.

Introduçao: crianças e adolescentes com Hipercalciúria Idiopática (HI) têm balanço negativo de cálcio e reduçao da massa óssea, culminando com osteopenia. Objetivos: avaliar a estatura e peso de pacientes pediátricos portadores de HI no momento do diagnóstico e um ano após acompanhamento; comparar as estaturas e pesos dos pacientes com o padrao de normalidade (NCHS); verificar se o uso da medicaçao específica modificou o escore Z para estatura e peso ao longo do acompanhamento. Métodos: 101 pacientes pediátricos com HI nunca antes tratados foram acompanhados por 30 meses, em uso de medicaçao específica (citrato de potássio e/ou hidroclorotiazida). Eles foram divididos em 2 grupos de acordo com o tratamento: G1 (tratamento adequado) e G2 (tratamento irregular).Resultados: eram 54 (53%) masculinos; a média do escore Z para estatura no momento do diagnóstico para o G1 foi -0,48 e para G2 -0,08 e nao houve diferença estatística entre os 2 grupos (p=0,20); a média para o escore Z para estatura dois anos após o acompanhamento e tratamento específico foi -0,11 para G1 e 0,13 para G2 e nao houve diferença estatística entre eles (p=0,63); a média do escore Z para peso no momento do diagnóstico para o G1 foi -0,60 e para G2 -0,53 e nao houve diferença estatística entre os 2 grupos (p=0,80); a média para o escore Z para peso dois anos após o acompanhamento e tratamento específico foi -0,07 para G1 e -0,80 para G2 e nao houve diferença estatística entre eles (p=0,42). Conclusoes: houve melhora do escore Z para estatura e peso dos pacientes portadores de HI em avaliaçao feita um ano após o tratamento tanto para G1 quanto para G2; o G1 teve maior melhora do escore Z que o G2; o tratamento específico da HI com a finalidade de reduzir a perda renal de cálcio e manter um balanço positivo para esse íon parece necessário para que os pacientes tenham ganho pôndero-estatural satisfatório.


AO-065

NEFROCALCINA: DIFERENTES ESPÉCIES, DIFERENTES GRAUS DE INIBIÇAO DA CRISTALIZAÇAO URINARIA

CARVALHO, M.; NAKAGAWA, Y.

AMBULATORIO DE PESQUISA EM NEFROLITIASE – HOSPITAL UNIVERSITARIO EVANGÉLICO E FUNDAÇAO PRO-RENAL – CURITIBA – PR E DEPARTAMENTO DE BIOQUIMICA – UNIVERSIDADE DE CHICAGO – EUA.

Introduçao: A nefrocalcina (NC) é um inibidor conhecido da nucleaçao, crescimento e agregaçao cristalina urinária. Para estudar o papel desta proteína em dife – rentes espécies animais, a NC foi purificada na urina de caes formadores ou nao de cálculos renais Métodos: 11 caes da raça Beagle (nao formadores de cálculos) e 7 caes Mini- Schnauzers (MS, portadores de cálculo renal) foram estudados. Em urina de 24 horas foram analisados pH, proteína, cálcio, ácido úrico, fosfato, oxalato, citrato e a supersaturaçao urinária (SS) calculada. A NC foi purificada e separada em 4 isoformas (A-D). Atividade inibidora da cristalizaçao urinária e constante de dissociaçao para o oxalato de cálcio foram determinadas. Resultados: Houve maior excreçao de cálcio e ácido úrico no grupo MS (0,07±0,03 vs. 0,03±0,02 mg/cr e 0,16±0,05 vs.0,07±0,02 mg/cr, respectivamente, p<0,05), porém a SS foi semelhante. A atividade inibidora da cristalizaçao urinária foi significativamente maior no grupo Beagle (9,79±2,25 vs. 2,75±1,34 no grupo MS, p<0,005). A constante de dissociaçao para o oxalato de cálcio foi 10 vezes maior no grupo Beagle. A composiçao de aminoácidos e de carboidratos da NC foi semelhante em ambos os grupos. Entretanto, o grupo MS apresentou uma excreçao de isoformas C-D (57%) significativamente maior que isoformas A-B (43%) quando comparada com o grupo Beagle (44 e 56%, respectivamente, p<0,05). Conclusao: A NC isolada destas duas espécies de caes afeta diferentemente a cristalizaçao do oxalato de cálcio. A menor atividade de inibiçao da cristalizaçao urinária provavelmente colabora com a gênese posterior de cálculos renais no grupo MS.


AO-066

AVALIAÇAO METABOLICA DE PACIENTES COM NEFROLITIASE E DOENÇA RENAL POLICISTICA AUTOSSOMICA DOMINANTE

NISHIURA, J. L.; NEVES, R. A.; CHRISTOFALO, D. M. J.; AYZEN, S.; HEILBERG, I. P.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP).

Introduçao: Tem sido sugerida uma maior prevalência de nefrolitíase entre pacientes com Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD) do que na populaçao geral, provavelmente atribuída a fatores metabólicos urinários. O objetivo deste estudo foi o de avaliar clínica e laboratorialmente pacientes com DRPAD associada ou nao à nefrolitíase. Métodos: Foram incluídos 61 pacientes (41F, 20M, 28±16 anos) portadores de DRPAD submetidos a ultra-som, tomografia helicoidal, coleta de sangue e urina de 24 horas para diagnóstico metabólico de nefrolitíase. Resultados: Observou-se 17 pacientes (29%) com insuficiência renal crônica (IRC, creatinina > 1,2), 24 (39%) com hipertensao arterial e 20 (32%) com litíase renal. A IRC nao foi mais comum entre os pacientes litiásicos, 4/20 (20%) quando comparada aos nao litiásicos 13/41 (32%). A tabela abaixo mostra a % das alteraçoes metabólicas nos pacientes com ou sem litíase.

Os pacientes litiásicos apresentaram uma tendência de maior % de hiperuricosúria e pH urinário alcalino, porém nao de hipocitratúria, do que os nao litiásicos, porém sem atingir significância estatística. Conclusoes: Estes dados preliminares sugerem elevada prevalência de nefrolitíase nesta amostra sem relaçao significante com as alteraçoes metabólicas. É possível que a hipocitratúria e o pH alcalino sejam atribuídos ao comprometimento túbulo intersticial decorrente da DRPAD.


AO-067

FREQÜENCIA E DISTRIBUIÇAO DA UROLITIASE NO BRASIL: UMA ANALISE DOS DADOS DO SISTEMA UNICO DE SAUDE

CARVALHO, M.; GARCIA, M. J.; MORA, C. D.; VIEIRA, A. I. C.

AMBULATORIO DE PESQUISA EM NEFROLITIASE – HOSPITAL UNIVERSITARIO EVANGÉLICO E FUNDAÇAO PRO-RENAL E PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA – CURITIBA – PR.

Introduçao: A urolitíase é uma das afecçoes mais comuns na prática médica, com prevalência de 4 a 15%, dependendo da regiao ou país estudado. O nosso objetivo foi estudar a epidemiologia da urolitíase no Brasil. Métodos: Foram analisadas todas as hospitalizaçoes pelo Sistema Unico de Saúde (SUS), em que havia o diagnóstico de patologia geniturinária, com código urolitíase ou cólica nefrética, acontecidas no país durante o período de 1998 a 2003. Foram obtidas informaçoes sobre número e data de internaçoes, idade, sexo, utilizaçao de litotripsia (LECO) e taxa de mortalidade. Estas informaçoes foram analisadas em conjunto com dados demográficos obtidos por censos do IBGE para estimar a prevalência populacional ajustada. Resultados: Houve aumento progressivo no número absoluto de internaçoes de 1998 a 2001 (58165 para 71897) e diminuiçao em 2002-2003, com decréscimo de 0,2 e 0,3%. A queda pode ser explicada ao menos em parte por menor disponibilidade de leitos (490431 em 1998 para 441589 em 2003). A incidência ajustada variou de 36 a 41,7 internaçoes/100000 pessoas/ano. A faixa etária de maior prevalência foi de 15 a 29 anos, com igual distribuiçao entre os sexos. Houve clara distribuiçao sazonal, com decréscimo significativo nos meses de maio, junho e julho. A permanência hospitalar média no período estudado foi de 3,65 dias. O tratamento por LECO aumentou progressivamente de 40230 em 2001 para 133007 e 160402 em 2002 e 2003, respectivamente. A taxa de mortalidade média foi de 0,25%. Conclusao: A urolitíase no Brasil constitui-se em entidade de alta prevalência, afeta primordialmente indivíduos jovens de 15 a 29 anos e possui distribuiçao sazonal. A menor provisao de leitos pelo SUS pode ter contribuído para diminuiçao da taxa de internaçao hospitalar nos dois últimos anos.


AO-068

ESTUDO MULTICENTRICO DE CISTINOSE NEFROPATICA NO BRASIL – RELATO 2004

VAISBICH, M. H.; SA, L. C. F.; KOCH, V. H.; COLABORADORAS, I. M.

UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIATRICA – INSTITUTO DA CRIANÇA – HOSPITAL DAS CLINICAS – FMUSP PELO GRUPO DE ESTUDO MULTICENTRICO DE CISTINOSE NO BRASIL.

Introduçao: O objetivo é atualizar os dados coletados pelo Estudo Multicêntrico de Cistinose Nefropática no Brasil, especialmente sobre situaçao de funçao renal e resposta ao tratamento com cisteamine nestes doentes. Material e Métodos: O ingresso no estudo requer consentimento informado e ocorre através da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) pelo envio de questionário aos Centros de Diálise cadastrados; através do “site”: www.icr.hcnet.usp.br/nefrologia ou pela divulgaçao à classe médica em palestras, congressos e publicaçoes. O protocolo envolve o preenchimento regular, inicial e de seguimento, de questionário com dados clínicos e laboratoriais e medida do conteúdo intraleucitário de cistina. Análise genética têm sido feita inicialmente com a avaliaçao da alteraçao mais comumente detectada em pacientes europeus (deleçao 57kb). Resultados: Oitenta e seis pacientes sao conhecidos atualmente: 56 com avaliaçoes periódicas e regulares, 16 detectados apenas por questionário e 15 sem acompanhamento periódico. 32/86 (37,2 %) têm funçao renal normal, 16/86 (18,6 %) estao em tratamento conservador para insuficiência renal crônica, 15/86 (17,4 %) estao em diálise (8 em diálise peritoneal (DP) e 7 em hemodiálise), 22/86 (25,6 %) foram submetidos a transplante renal e 1/86 foi a óbito em DP. Cisteamine é usada em 53/83 casos, sendo que em 18 foi iniciada antes dos 2 anos de idade. Houve incremento do crescimento, especialmente no grupo mais jovem. Neste grupo apenas 2/18 necessitam de reposiçao de hormônio tireoideano. Conclusoes: Este relato demonstra a importância de estudo multicêntrico e coordenado em doenças raras, para melhor identificaçao, diagnóstico e manuseio adequado. Este tipo de iniciativa proporciona reduçao de custos, centralizaçao de recursos e impacto altamente positivo na qualidade de vida e na sobrevida destes doentes e de seus familiares.


AO-069

EFEITOS DE ONDAS DE CHOQUE ELETRO-HIDRAULICAS (OCEH) NA BIOQUIMICA URINARIA. COMPARAÇAO ENTRE APLICAÇAO UNICA E REPETIDA

CARVALHO, M.; CARVALHO, M.; KIRA, V.; NAKAGAWA, Y.

AMBULATORIO DE PESQUISA EM NEFROLITIASE – HOSPITAL UNIVERSITARIO EVANGÉLICO E FUNDAÇAO PRO-RENAL – CURITIBA – PR, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA – MARINGA – PR E UNIVERSIDADE DE CHICAGO- CHICAGO – EUA.

Introduçao: A litotripsia extracorpórea em alguns trabalhos foi associada com uma maior taxa de recorrência de nefrolitíase. Cálculos remanescentes, alteraçoes bioquímicas urinárias e lesao tissular foram implicados como fatores causais. O nosso objetivo foi determinar in vivo o efeito de OCEH, em sessao única ou repetida, na bioquímica urinária. Métodos: Ratos machos, da linhagem WISTAR, com peso médio de 290 g, foram divididos em dois grupos:Grupo I – 10 ratos submetidos a uma aplicaçao de 2000 OCEH a 14 kV de intensidade e Grupo II – 10 ratos submetidos a duas aplicaçoes de 2000 OCEH (OCEH1 e OCEH2) a 14 kV de intensidade, com intervalo de 14 dias entre elas. Foram dosados na urina pré-aplicaçao e 24 horas após cada aplicaçao de OCEH: pH, sódio, potássio, cloro, cálcio, fósforo, ácido úrico, creatinina, oxalato, magnésio, citrato e a enzima fosfatase alcalina (FA). Resultados: Nao houve alteraçao significativa no pH, sódio, potássio, cloro, cálcio, fósforo, ácido úrico, creatinina, oxalato e magnésio após o tratamento em ambos os grupos. A fosfatase alcalina aumentou significativamente no grupo 1 (0,57±0,02 vs. 0,79±0,04 mmol/mg creatinina, p<0,01) e no grupo 2 (0,69±0,05 vs. 0,83±0,03 pós OCEH1 vs. 0,81±0,07 pós OCEH2, p<0,01 e p<0,05 respectivamente). Houve diminuiçao significativa do citrato no grupo 2 pós OCEH2 (5,4±0,2 pré vs. 5,0±0,3 pós-OCEH1 vs. 3,4±0,3 mmol/L). Conclusao: A aplicaçao de OCEH associou-se a aumento de FA em ambos os grupos, o que sugere lesao tubular. A diminuiçao da citratúria no grupo 2 após a segunda aplicaçao de OCEH (OCEH2) pode se constituir em fator de risco para recorrência de nefrolitíase.


AO-070

RAQUITISMO HIPOFOSFATEMICO FAMILIAL: RESULTADOS DE LONGO TEMPO DE TRATAMENTO

VAISBICH, M. H.; KOCH, V. H.

UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIATRICA – INSTITUTO DA CRIANÇA – HOSPITAL DAS CLINICAS FMUSP.

Introduçao: Raquitismo Hipofosfatêmico Familial é um distúrbio do fosfato com causa genética determinada, porém com tratamento baseado na reposiçao de fosfato e suplementaçao de vitamina D. O objetivo é relatar os benefícios e efeitos adversos do tratamento a longo prazo. Material e Métodos: Sao apresentados os dados de 2 a 15 anos de seguimento clínico e laboratorial e avaliaçao ultrassonográfica das vias urinárias de 17 crianças. Resultados: O grupo inclui 17 crianças (10 meninas) com queixa inicial de deformidades ósseas com dor à deambulaçao em 16 e 1 caso com diagnóstico radiológico. A idade de apresentaçao foi mediana= 17,3 meses (7-36), porém do diagnóstico mediana= 57 meses (12-135); consangüinidade dos pais em 2 casos, e em 2 famílias ou o pai ou a mae sao portadores. A apresentaçao todos tinham calcemia, PTH e calciúria normais, fosfato variou de 1,7 a 2,8 mg/dL e fosfatase alcalina de 979-3200 UI. Todos foram tratados com reposiçao de fosfato e vitamina D; citrato de potássio foi empregado nos casos com tendência à hipercalciúria. Houve uma melhora gradual na velocidade de crescimento e correçao parcial das deformidades ósseas, principalmente nos casos de tratamento iniciado precocemente, sendo que alguns atingiram percentil adequado de estatura. Nefrocalcinose ocorreu em 3 crianças, porém atualmente estacionadas. Conclusoes: Com diagnóstico precoce e monitorizaçao freqüente consegue-se evitar múltiplas cirurgias, melhora da estatura final e reduçao no número de complicaçoes como a nefrocalcinose em crianças com raquitismo hipofosfatêmico.


AO-071

FATORES DE RISCO PARA CICATRIZ RENAL NA DISFUNÇAO MICCIONAL (DM) DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

LIMA, E. M.; LEONARDO, C. R.; PEREIRA, A. C. G.; REIS, F. A.; VASCONCELOS, M. M. A.; MARINO, V. P.; VASCONCELLOS, R.; FILGUEIRAS, M. F. T. F.; CUNHA, C. G.; OLIVEIRA, E. A.

UFMG.

Introduçao: O objetivo deste estudo é avaliar os fatores de risco para lesao renal em crianças e adolescentes apresentando disfunçao miccional (DM), encaminhadas ao Ambulatório de Disfunçao Vesical do Hospital das Clínicas da UFMG, no período de 1996 a 2003. Métodos: Após as investigaçoes iniciais, 121 pacientes (pts) apresentando DM foram avaliados e divididos em 2 grupos: Grupo 1 (G1) 73 pacientes (26M, 47F – idade 5,8 ± 4,8 anos) apresentando DM de causa neurogênica; Grupo 2 (G2) 47 pacientes (19M, 28F; idade 8,0 ± 3,0 anos) apresentando DM de causa nao neurogênica. Propedêutica: funçao renal, urina rotina, urocultura, uretrocistografia miccional, ultra-som (US) do trato urinário e US dinâmico da micçao, estudo urodinâmico, cintilografia renal estática e dinâmica. Os parâmetros analisados como fatores de risco para lesao renal foram hidronefrose, refluxo vesicoureteral (RVU), capacidade vesical diminuída, contraçoes vesicais nao inibida (CNI), resíduo pós miccional (> 10% da capacidade vesical) e infecçao urinária sintomática (ITU). Lesoes renais foram diagnosticadas pela cintilografia renal estática (DMSA Tc 99m) e interpretadas pelo mesmo observador. Análise estatística univariada foi feita pelo método Odds ratio e o método da regressao logística foi usado para análise multivariada. Resultados: As principais patologias do G1 foram mielomeningocele (79%), agenesia sacral (5,5%) e miscelânea (15,5%); do G2 foram RVU (23,5%), válvula de uretra posterior (VUP) (17%), indeterminada (35%) e miscelânea (24,5%). Cicatriz renal foi detectada em 26 (22%) pts (15% G1 e 32% G2). Hidronefrose ocorreu em 17% do G1 e em 13% do G2. RVU ocorreu em 36 (30%) pts (24,6% G1 e 38% G2). Capacidade vesical estava reduzida em 63% G1 e 20% G2; CNI estava presente em 68% G1 e 45,5% G2. Resíduo urinário ocorreu em 66% G1 e em 35,5% G2. ITU foi detectada em 12% do G1 e 6% do G2. A análise multivariada para o risco de cicatrizes mostrou RVU – OR 10.1 (IC95%, 3.6-28.1), p < 0.001) e ITU – OR 1.8 (IC 95%, 1.07-3.2, p = 0.028) como as variáveis associadas com risco de lesao renal nos 2 grupos de pacientes. Conclusao: este estudo mostra evidências de forte associaçao entre o risco de lesao renal e presença de RVU e ITU sintomática em crianças e adolescentes apresentando DM de causa neurogênica e nao neurogênica. Hidronefrose. A maior incidência de cicatrizes renais no G2 comparado ao G1 levanta dúvidas sobre suas causas. RVU foi o principal diagnóstico no G2 seguido de VUP, também associada ao RVU em 3 de 8 pacientes. Tais dados sugerem que RVU poderia ser uma causa relevante de cicatrizes renais nestes pacientes. O diagnóstico precoce e tratamento adequado da ITU e RVU sao necessários para a prevençao da lesao renal. Um programa educacional para maior conhecimento da morbidade da DM pode ser de grande utilidade para médicos de assistência primária no Brasil, com o objetivo de prevençao da lesao renal nestes pacientes.


AO-072

ROFECOXIB NO TRATAMENTO DA SINDROME DE BARTTER

VAISBICH, M. H.; KOCH, V. H.

UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIATRICA – INSTITUTO DA CRIANÇAHOSPITAL DAS CLINICAS – FMUSP.

Introduçao: O tratamento eficaz mais freqüentemente empregado na síndrome de Bartter (Bartter) tem sido o uso de indometacina e suplementaçao de potássio, porém com efeitos adversos, especialmente no trato gastrintestinal (GI). O objetivo deste estudo é relatar os resultados obtidos com a substituiçao da indometacina por um inibidor seletivo COX 2 nestes pacientes. Material e Métodos: Este estudo iniciou-se em Outubro de 2002 com o uso de rofecoxib na dose inicial de 0,7 mg/Kg de peso/dia associado à suplementaçao de potássio. O seguimento destes pacientes é baseado em protocolo estruturado com especial atençao ao peso, estatura e controle seriado de eletrólitos séricos e urinários, funçao renal e imagem das vias urinárias (principalmente ultrassonografia) e de monitorizaçao de acometimento GI. Resultados: Sao apresentados os resultados obtidos em 12 pacientes com Bartter (7 meninas). A idade do diagnóstico foi mediana= 24,9 meses (5,2-137,3), tempo de uso de indometacina e potássio mediana= 74 meses (5,3-188,3) e o tempo de uso de rofecoxib mediana= 17,4 meses (7,6-21,7). Observou-se reduçao completa dos sintomas GI, melhora na velocidade de crescimento e de ganho ponderal e manutençao da eficácia terapêutica, com controle gasométrico e de eletrólitos séricos. Conclusoes: Rofecoxib mostrou-se eficaz no tratamento do Bartter com eliminaçao das queixas digestivas inclusive proporcionando melhora do estado nutricional e aderência ao tratamento; portanto, mostrando-se bastante vantajoso o seu emprego.

ORAL – Doença Túbulo Intesticial / Litiase Renal / Itu

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