J. Bras. Nefrol. 2004;26(3 suppl. 2):33-5.

ORAL – Hipertensão Arterial

Hipertensao Arterial

AO-091

A PREVENÇAO DO DESENVOLVIMENTO DA HIPERTENSAO ARTERIAL RESTAURA ALTERAÇOES NA REPLICAÇAO CELULAR INDUZIDAS PELO DIABETES MELLITUS EM RATOS GENETICAMENTE HIPERTENSOS

AMAZONAS, R. B.; FARIA, J. B. L.

UNICAMP.

Objetivo: Investigar se a prevençao do desenvolvimento da hipertensao arterial com: captopril (CAP) ou terapia tríplice (hidralazina, reserpina e hidroclorotiazida) (TRI) ou losartan (LOS) restaura a replicaçao de células renais e a expressao de p27 Kip1 e impede o acúmulo renal de fibronectina (FN) e albuminúria observado em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) diabéticos. Métodos: Diabetes Mellitus (DM) foi induzido com estreptozotocina em ratos SHR e seus controles normotensos Wistar-Kyoto (WKY) com 4 semanas de idade e estudados após 20 dias. Pré-sacrifício o peso e a pressao arterial foram obtidos, a glicemia foi determinada pelo método da glicose oxidase, a albuminúria foi estimada por imunodifusao radial, a expressao renal de fibronectina foi avaliada por imunofluorescência (IF) e Western Blot (WB), a replicaçao celular foi estudada por imunohistoquímica para PCNA e a expressao renal de p27 Kip1 foi determinada por WB . Resultados: Os valores correspondem à média±desvio padrao, exceto excreçao urinária de albumina (EUA) que foi expressa como média geométrica (variaçao).

Conclusao: O controle rígido da hipertensao arterial em ratos SHR diabéticos é capaz de restaurar a replicaçao de células renais, alteraçao envolvida na patogênese da nefropatia diabética.


AO-092

ESTUDO DA PRESSAO ARTERIAL E DA EXCREÇAO URINARIA DE SODIO EM RATOS SUBMETIDOS A ADMINISTRAÇAO INTRACEREBROVENTRICULAR CRONICA DE INSULINA

MENEGON, L. F.; ALMEIDA, A. R.; GONTIJO, J. A. R.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS.

Introduçao: há correlaçao entre situaçoes de hiperinsulinemia por resistência periférica à açao da insulina, e hipertensao arterial sistêmica. Foram avaliados os efeitos da injeçao intracerebroventricular (i.c.v.) crônica de insulina sobre a manipulaçao renal de sódio e a pressao arterial (PA). Métodos: ratos Wistar-Hannover foram submetidos a duas injeçoes diárias i.c.v. de 3 ?l de NaCl 0,9% (Co), ou insulina regular humana (Ins), por 5 dias. Ingestoes de água e raçao foram aferidas diariamente. PA foi medida antes e após o tratamento. Clearance de lítio (CLi) e de creatinina (CCr) estimaram a manipulaçao renal de sódio e a filtraçao glomerular (TFG), respectivamente. Fraçao de excreçao de sódio (FENa+) e de potássio (FEK+) foram calculadas. Resultados: expressos com média ± DP. ANOVA utilizada para análise estatística entre grupos, com p<0.05 considerado significante.

Conclusao: injeçao i.c.v. crônica de insulina promoveu balanço negativo de sódio e água, pela associaçao de menor ingestao de raçao, maior diurese e aumento da FENa+. O aumento da FEK+ pode decorrer de maior aporte de Na+ aos segmentos distais do néfron. Nao foi observada alteraçao da PA após o tratamento com insulina. Sao necessários estudos em situaçoes de resistência à açao insulínica, para avaliar se há comprometimento da regulaçao central da natriurese modulada pela insulina.


AO-093

INVESTIGAÇAO DO EFEITO ANTI-HIPERTENSIVO DO STEVIOSIDEO EM PACIENTES HIPERTENSOS

FERRI, L. A. F.; YAMADA, S. S.; BAZOTTE, R. B.; OLIVE, M.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA – UEM.

Introduçao: O Steviosideo (STV), obtido da planta Stevia rebaudiana Bertoni, usualmente consumido como adoçante, também apresenta um efeito redutor da pressao arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) em animais de laboratório e humanos. Neste estudo, a eficácia antihipertensiva e segurança em pacientes hipertensos foram investigadas. Métodos: Assim, após uma fase de “run-in”, na qual os pacientes receberam placebo, estes foram randomizados nos grupos placebo (GP) ou STV (GS). Nesta fase os pacientes receberam a cada 4 semanas doses crescentes de STV: 270 mg/dia (dose 1), 540 mg/dia (dose 2) e 1080 mg/dia (dose 3). Foram realizados exames laboratoriais e ECG no final da fase run-in e de cada dose. Durante o tratamento houve exclusao de 1 paciente do grupo GS por efeito colateral gastrointestinal. Dos 10 pacientes iniciais de cada grupo seis permaneceram até o final do estudo. Resultados: A PAS inicial apresentou média de 136.3 mmHg (GP) e 136.8 mmHg (GS). Ao final da terceira dose houve reduçao significativa (p= 0.043) da PAS no GS, o que nao foi observado no GP. Neste período de acompanhamento os paciente nao receberam nenhum tipo de orientaçao para modificaçao de estilo de vida, nao houve alteraçao significativa do IMC, sódio urinário. Quanto aos parâmetros de toxicidade (TGO, TGP, GGT, CPK, Creat, Uréia, Na, K, Cl, Hemograma). Conclusao: Desta maneira concluímos que o STV na dose de 1080 mg/dia, o que equivale aproximadamente à 15 mg/kg apresentou boa tolerabilidade clinica, efeito redutor da pressao arterial sem modificar parâmetros indicativos de toxicidade.


AO-094

AUMENTO DE TRANSPORTE ERITROCITARIO DE L-ARGININA EM GESTANTES NORMAIS E COM SINDROME DE PRÉ-ECLAMPSIA

COSTA, B. E. P.; FIGUEIREDO, C. E. P.; GALAO, A. O.; ANTONELLO, I. C.; D’AVILA, D.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE (NEFROLOGIA) IPB/HSL/ FAMED/ PUCRS.

Objetivo: avaliar a capacidade máxima de transporte eritrocitário de L-arginina no terceiro trimestre e período pós-parto imediato (até 72h) nas gestaçoes normais e com síndrome de pré-eclâmpsia (pré-eclâmpsia pura e pré-eclâmpsia sobreposta).

Pacientes e Métodos: a amostra foi composta de 103 gestantes hígidas, 13 com pré-eclâmpsia pura e 7 com pré-eclâmpsia sobreposta acompanhadas no terceiro trimestre gestacional e pós-parto imediato. O influxo eritrocitário de L-arginina foi medido a 37ºC por 3 minutos, utilizando 14C como marcador. Os resultados foram submetidos à equaçao de Michaelis-Menten para determinar a capacidade máxima de transporte (Vmax). Resultados: A capacidade máxima de transporte eritrocitário de L-arginina média no terceiro trimestre e período pós-parto foi 946,20+289 e 1348,8+388 micromol/ L de céls/h nas gestaçoes normais; 1041,40+502 e 1253,20+574 micromol/L de céls/h nas pacientes com síndrome de pré-eclâmpsia. A capacidade máxima de transporte eritrocitário de L-arginina média no terceiro trimestre e período pósparto foi 956,70+618 e 1135,6+583 micromol/L de céls/h nas pré-eclampticas puras e 1228,9+383 e 1449,4+519 micromol/L de céls/h nas pacientes com préeclâmpsia sobreposta. O percentual de aumento do terceiro trimestre para o período pós-parto foi de 14% no grupo de gestantes normais e 12% no grupo das pacientes com síndrome de pré-eclâmpsia. Conclusoes: A capacidade máxima de transporte eritrocitário de L-arginina aumentou na mesma proporçao do terceiro trimestre para o período pós-parto nos diferentes grupos. Estes resultados sugerem que quando separamos os grupos da síndrome de pré-eclâmpsia a capacidade máxima de transporte eritrocitário de L-arginina é maior quando a hipertensao é prévia à gestaçao.


AO-095

EFEITO DA PIELONEFRITE CRONICA (PC) NA MANIPULAÇAO RENAL DE SODIO E PRESSAO ARTERIAL (PA): INFLUENCIA DA INGESTAO DE SAL

SARTIM, R. M.; MENEGON, L. F.; GONTIJO, J. A. R.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS.

Introduçao: lesoes tubulointersticiais adquiridas podem resultar em hipertensao sensível ao sal. Avaliamos os efeitos da pielonefrite crônica (pc), na manipulaçao renal de sódio e na pressao arterial (PA). Métodos: pc foi induzida por injeçao direta de E.Coli no rim esquerdo de ratos Wistar Hannover; controles (co) foram sham-operados. Após 21, 28 e 35 dias realizaram-se clearances de creatinina (CCr) e lítio (CLi+), como estimativas da filtraçao glomerular e manipulaçao renal de sódio, e medidas de PA. Após o 21º dia, grupo co e subgrupo do pc receberam NaCl 0.9% (s). No 28º dia os ratos foram nefrectomizados à direita (unx). Ingestao líquida (IL) foi medida diariamente. Fraçao de excreçao de sódio (FENa+) e potássio (FEK+) foram calculadas. Resultados: expressos como média ± desvio padrao. ANOVA usada para análise estatística, com P<0,05 significativo para comparaçoes entre grupos: A=(co x pc), B=(co x pc+s), C=(pc x pc+s). n=10 para cada grupo.

Conclusoes: pc causa aumento de PA, acentuado pela ingestao de salina e unx, apesar do aumento da FENa+. Tal fato pode ser explicado pela maior IL de salina, associado à inabilidade na manutençao de um balanço normal de sódio. Estes dados em conjunto sugerem que pielonefrite crônica é um modelo de hipertensao sensível ao sal.


AO-096

TITULO: AVALIAÇAO DE PARMETROS ECOCARDIOGRAFICOS DE HIPERTROFIA DE VENTRICULO ESQUERDO EM INDIVIDUOS SEM DIAGNOSTICO DE HIPERTENSAO ARTERIAL E COM HIPERTENSAO REATIVA AO ESFORÇO

ANTONELLO, I. C. F. ;KRUTER, M. ; AUGUSTIN, M. ; RABIN, M. ; VELHO, F. J. P.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE NEFROLOGIA, LABORATORIO DE NEFROLOGIA-IPB, SERVIÇO DE ECOGRAFIA-HSL, PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO RIO GRANDE DO SUL.

Introduçao: Hipertrofia de ventrículo esquerdo(HVE) é condiçao que freqüentemente acontece em resposta à Hipertensao Arterial Sistêmica(HA). A literatura sugere que Hipertensao arterial reativa ao esforço (HARE), como resposta ao teste ergométrico, seja um evento preditivo do desenvolvimento de HA. Este estudo objetiva avaliar parâmetros de hipertrofia ventricular na Ecocardiografia, em indivíduos sem diagnóstico de HA e que respondem ao esforço com hipertensao reativa. Método: Estudo transversal e retrospectivo utilizando bancos de dados identificando indivíduos entre 20 e 60 anos, com HARE ao teste ergométrico. Foram excluídos pacientes com história de diabete, doença renal ou que já tivessem utilizado antihipertensivos. Realizadas Ecocardiografias comparou-se os dados a os de um grupo controle com resposta fisiológica ao teste de esforço (RFE). Calculou- se média, desvio padrao e, na comparaçao entre grupos, usou-se teste t de Student e U de Mann Whitney para variáveis quantitativas e qui-quadrado para categóricas. Resultados: Foram avaliados 40 pacientes, 11 HARE e 29 RFE, idade média de 40,9 + 11,4, 22 homens e 18 mulheres. Os dois grupos nao foram diferentes quanto à idade, cor e história familiar de HA. O grupo HARE teve maior número de homens, maior ìndice de massa de ventrículo esquerdo (IMVE) (91,38 + 21,79 X 73,13 + 19,34 ) e maior espessura de septo (0,87 + 0,13 X 0,74+ 0,11) do que RFE. Conclusoes: Nas condiçoes deste estudo, HARE em indivíduos sem diagnóstico de HA foi associada ao sexo masculino e à IMVE significativamente mais alto do que seu grupo controle RFE.


AO-097

AVALIAÇAO DA PRESSAO ARTERIAL CASUAL E DO EXERCICIO DINAMICO DE INDIVIDUOS JOVENS COM HISTORIA FAMILIAR POSITIVA DE HIPERTENSAO ARTERIAL

BASTOS, K. A.; MENDONÇA, A. S.; BARRETO FILHO, J. A. S.; ANDRADE, M. M.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE- DEPARTAMENTO DE CLINICA MÉDICA-AMBULATORIO DE HIPERTENSAO ARTERIAL.
HOSPITAL SAO LUCAS.

Alteraçoes no controle autonômico da pressao arterial(PA) podem ser encontradas em indivíduos geneticamente predispostos, mesmo antes do estabelecimento da pressao arterial. O objetivo deste estudo foi avaliar, de forma prospectiva, o nível de PA em repouso e mediante situçao de estresse ( exercício dinâmico), conforme o protocolo de Bruce, analisando a resposta da PA em jovens filhos de pais hipertensos. Foram avaliados 33 indivíduos, sendo 16 filhos de pais hipertensos( HF+) e 17 filhos de pais normotensos( HF-), pareados em relaçào à idade, sexo, raça e índice de massa corporea. A PA causal sistólica (117,20 +-13,23 vs 108,60+- 9,47; p< 0,05) e a diastólica ( 77,20 +- 6,88 vs 72,20 +- 6,44 p< 0,05) foram significativamente maiores no grupo HF +. No exercício, a PA sistólica no minuto 6 ( 156,25+- 16,68 vs139,53 +- 20,46; p< 0,05), no minuto 9 ( 171,63+- 19,31 vs147,41 +- 19,53; p< 0,05) e a sua variaçao do valor basal ao pico do exercício ( 52,30 +- 15,20 vs 30,40 +- 15,60; p<0,05) foi significativamente maior no grupo HF+. Nao houve diferenças da PA diastólica durante a fase de exercício nos minutos 3 (76,88 +- 10,78 vs 72,24 +- 11,29; p= 0,24), 6 ( 73,75+- 10,88 vs 70,24 +- 10,29; p= 0,35) e 9 ( 73,13 +- 10,78 vs 71,41 +- 9,56; p= 0,63), entre os dois grupos. Na fase de recuperaçao R3 (3 minutos) (pós exercício), a PA sistólica ( 136,88 +- 21,82 vs 123,18+- 13,98; p< 0,05) também foi significativamente maior no grupo HF+. A PA diastólica no pós-exercício foi maior no grupo HF+ ( 76,25+- 10,88 vs 69,65+- 7,52; p=0,05). Neste estudo, concluimos que os níveis de PA em repouso e a resposta da PA sistólica no exercício dinâmico e na fase de recuperaçao foram significativamente maiores no grupo HF +. Palavras chaves: genética, exercício e hipertensao.


AO-098

AVALIAÇAO DE PARAMETROS ECOCARDIOGRAFICOS DE HIPERTROFIA DE VENTRICULO ESQUERDO EM INDIVIDUOS SEM DIAGNOSTICO DE HIPERTENSAO ARTERIAL E COM LIMIAR DE SENSIBILIDADE GUSTATIVA AO SAL AUMENTADO

ANTONELLO, I. C. F.; AUGUSTIN, M.; KRUTER, M.; VELHO, F. J. P.; RABIN, M.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE NEFROLOGIA, LABORATORIO DE NEFROLOGIA-IPB, SERVIÇO DE ECOGRAFIA-HSL, PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO RIO GRANDE DO SUL.

Introduçao: Hipertrofia de ventrículo esquerdo (HVE) é condiçao que freqüentemente acontece em resposta à Hipertensao Arterial Sistêmica(HA) O limiar de sensibilidade gustativa ao sal (LSGS) parece estar aumentado em hipertensos. A intensidade do LSGS pode refletir-se na preferência gustativa. Ingerir mais sal possui relevância para um grupo especial de hipertensos – os sal sensíveis – pois têm maior mortalidade quando comparados aos sal resistentes. O objetivo deste estudo é de avaliar associaçao entre sensibilidade gustativa ao sal e parâmetros ecocardiográficos de hipertrofia de ventrículo esquerdo Método: Estudo transversal e retrospectivo utilizando bancos de dados, identificando indivíduos entre 20 e 60 anos, sem diagnóstico de HA e com teste de LSGS realizado. Foram excluídos aqueles com história de diabete, doença renal, que já tivessem utilizado ou drogas que alterassem a sensibilidade gustativa ao sal. Realizada Ecocardiografia e avaliados parâmetros de HVE. Comparou-se indivíduos com LSGS aumentada (igual ou maior que 1,8 mg/dL) e com LSGS normal (menor que 1,8 mg/dL Resultados: Foram avaliados 28 indivíduos com LSGS aumentado e 12 com LSGS normal, . idade média de 40,9 ± 11,4, 22 homens e 18 mulheres. Os dois grupos nao foram diferentes quanto à idade, cor, sexo e história familiar de HA. Houve diferença significativa (P<0,05) para maior ìndice de massa de ventrículo esquerdo (IMVE) (85,16 ± 23,34 X 67,94 ± 11,43) e maior espessura de septo (0,83 ± 0,15 X 0,72 ± 0,06) . Conclusao: Neste estudo, sugere-se que alteraçoes herdadas ou adquiridas, como LSGS aumentado, podem estar relacionadas a parâmetros ecocardiográficos de HVE, mesmo em pacientes que ainda nao têm diagnóstico de HA.


AO-099

ESTUDO COMPARATIVO DOS NIVEIS PRESSORICOS ENTRE CRIANÇAS PREFERENCIALMENTE VEGETARIANAS E ONIVORAS: UM ESTUDO DE REGRESSAO LINEAR MULTIPLA

ROCHA, M. S.; KUBIAK, I.; FRAGOMENI, M.; FERREIRA, M. F.; MENDOZA, R.; AFONSECA, S.; BOTELHO, V.; SANTOS, E. S.

SERVIÇO DE CARDIOLOGIA DO HOSPITAL PORTUGUES E ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAUDE PUBLICA

Fundamento: Muitos estudos têm encontrado relaçoes positivas entre dieta vege – tariana e pressao arterial em adultos, no entanto os achados nao sao tao consistentes em estudos com crianças por motivos desconhecidos. Objetivo: Identificar fatores associados à elevaçao da pressao arterial com a idade em crianças preferencialmente vegetarianas [veg] e onívoras [oni]. Delineamento: Estudo transversal. Métodos: Este estudo foi realizado em 317 crianças entre 6 e 12 anos de idade em uma instituiçao de ensino adventista da cidade de Salvador, entre agosto e setembro de 2003. A pressao arterial foi mensurada segundo a IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensao Arterial. As seguintes variáveis foram estudadas: idade, sexo, religiao, peso, altura, índice de massa corporal, história familiar (hipertensao, diabetes e dislipidemia), renda familiar, peso dos pais e consumo dietético das crianças (carnes, vegetais e sal). Para as comparaçoes das médias foi utilizado o teste T de Student, e para as comparaçoes de proporçoes, o teste do qui-quadrado. As variáveis associadas à preferência [veg] vs [oni] foram incluídas no modelo de regressao linear múltipla, com posterior exclusao, uma a uma, daquelas que nao apresentavam contribuiçao significativa para o modelo (eliminaçao “backward”). Resultados: Os resultados deste estudo apresentaram que as crianças [oni] tiveram significante elevaçao da pressao arterial sistólica (PAS) com a idade (r=0,20, p=0,005), o mesmo nao ocorrendo com crianças [veg], (r=0,12, p=0,17), sem diferenças em relaçao a pressao arterial diastólica (PAD). Na análise univariada, as crianças [veg], quando comparadas com as crianças [oni], estiveram associadas com menor consumo de alimentos ricos em sódio, “fast food”, menor peso, menor índice de massa corporal, menor peso materno e maior numero de adventistas. As demais variáveis nao tiveram diferenças significativas entre os dois grupos. Na análise multivariada, apenas o peso (p=0,001) se manteve associado à elevaçao da PAS, conforme a equaçao: (PAS=0,36x+83). Conclusao: O efeito da dieta preferencialmente vegetariana sobre a pressao arterial em crianças, parece ser dependente do peso corporal do que diferenças da dieta per si.

ORAL – Hipertensão Arterial

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