J. Bras. Nefrol. 2004;26(3 suppl. 2):76-103.

POSTERES – Transplante

Transplante

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A EXPRESSAO DE FAS-L EM LINFOCITOS T URINARIOS AVALIADA POR CITOMETRIA DE FLUXO É UTIL NA MONITORIZAÇAO IMUNOLOGICA NAO INVASIVA DO TRANSPLANTE RENAL

GALANTE, N. Z.; MEDINA, J. O. A. P.; KALLAS, É. G.; CENEDEZE, M. A.; SALOMAO, R.; CAMARA, N. O. S.

LABORATORIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL – HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO – DISCIPLINA DE NEFROLOGIA.

Introduçao: A avaliaçao do perfil de ativaçao imunológica por métodos nao invasivos é de grande importância no transplante renal. A rejeiçao aguda é considerada uma resposta Th1 onde células T alloreativas têm participaçao central. Duas vias efetoras distintas sao descritas para as células T CD8+ alloreativas: citotoxicidade mediada por perforina/granzima B e morte celular induzida pela interaçao entre Fas e Fas-L. Métodos: Utilizando-se citometria de fluxo, linfócitos T urinários foram fenotipados de acordo com a expressao de superfície de CD3, CD4, CD8 e Fas-L. Os resultados foram expressos como porcentagens de eventos dentro da populaçao de células CD3+. Amostras de urina foram obtidas de pacientes com diagnóstico histológico de rejeiçao aguda (RA), pielonefrite (PN), necrose tubular aguda (NTA), nefrite tubulointresticial (NTI), nefropatia crônica do enxerto (NCE), e histologia normal (NH). Resultados: Foi observado um acentuado aumento da populaçao de células CD3+ nas amostras dos grupos RA e PN comparado com níveis baixos ou indetectáveis nas amostras dos outros grupos. As porcentagens de linfócitos T CD8+ foram 54,5, 16,7, 0, 5,1, 4,4 e 0% em RA, PN, NTA, NTI, NCE e HN. A razao CD8/CD4 urinária foi elevada em pacientes com RA (2,16), 0,2 no grupo PN e próxima a zero nos grupos NTA, NCE, NTI e HN. Expressao aumentada de Fas-L na superfície celular foi detectada somente em linfócitos T CD8+ obtidos de amostras de urina de pacientes com RA. Nenhuma expressao foi observada em linfócitos T CD4+. Conclusoes: A imunofenotipagem de linfócitos T urinários é útil na distinçao entre RA e NTA. Fas-L é essencialmente uma molécula de citotoxicidade com expressao induzida e restrita às células T alloreativas Th1. A avaliaçao seriada da expressao de Fas-L por citometria de fluxo nos linfócitos T urinários mostra-se útil na monitorizaçao clinica nao invasiva de enxertos renais.


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A INFLUENCIA DO POLIMORFISMO DO GENE DO VEGF (VASCULAR ENDOTHELIAL GROWTH FACTOR) NA SOBREVIDA DE ENXERTOS RENAIS

LEMOS, F. B. C.; MOL, W.; ROODNAT, J.; UITTERLINDEN, A.; IJZERMANS, J.; WEIMAR, W.; BAAN, C.

ERASMUS MEDICAL CENTER, ROTTERDAM, THE NETHERLANDS.

Introduçao: O VEGF é um fator proangiogênico que exerce um importante papel na manutençao da densidade microvascular do tecido renal, contribuindo para a proteçao do enxerto após o transplante renal. O polimorfismo de um nucleotídeo simples do gene do VEGF na posiçao -2578 C/A está localizado dentro da regiao promotora do gene e influencia a produçao de VEGF. Células mononucleares de indivíduos saudáveis com genótipos -2578 C/C e C/A produzem mais VEGF do que indivíduos homozigóticos -2578 A/A. Objetivo: Investigar se o efeito protetor do VEGF sobre o enxerto renal poderia ser influenciado pelo polimorfismo funcional do VEGF (-2578 C/A) em doadores e receptores renais. Material e Métodos: Foram analisados DNA de 306 doadores e 387 receptores de rim, transplantados em Rotterdam, durante o período de setembro de 1995 a março de 2001 (seguimento pós- Tx médio = 4,1+ 2,3 anos). Resultados: Os receptores e doadores nao diferiram quanto à distribuiçao da frequência dos genótipos (receptores: CC-27%, CA-52% e AA-21% vs doadores (CC-29%, CA-48% e AA-23%, p=0,71). A sobrevida do enxerto foi associada com o polimorfismo do receptor e nao com o polimorfismo do doador. Receptores que eram portadores do alelo C (n=302) tiveram sobrevida do enxerto ao final do 5º ano significativamente maior do que os 83 receptores que nao eram portadores do alelo C, os homozigóticos para o alelo A (84% vs 75%, p=0,03). Esta diferença na sobrevida do enxerto foi evidente no grupo de receptores transplantados com doadores vivos (n=143). Neste grupo, receptores que tinham homozigose do alelo A (n=32), os baixos produtores de VEGF, tiveram uma sobrevida do enxerto no 5º ano significativamente menor quando comparados a receptores que eram portadores do alelo C (CC=97%, CA=97% e AA=83%, p=0,006). Na análise multivariada, a homozigose do alelo A foi identificada como fator de risco independente para perda do enxerto em receptores de doadores vivos (HR=11,8; CI=2,2-63,8; p=0,004). Em receptores de doadores cadavéricos, nao houve associaçao entre o polimorfismo do receptor e a sobrevida do enxerto no 5º ano pós-transplante (CC=75%, C/A=77% e AA=69%, p=0,37). Conclusao: Em transplante renal com doadores vivos, os receptores homozigóticos do alelo A do polimorfismo -2578 do gene do VEGF, e portanto os baixos produtores de VEGF sao mais vulneráveis à injúria tecidual e evoluem com pior sobrevida do enxerto renal.


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A PRESENÇA DE MIOFIBROBLASTOS EM BIOPSIAS PROTOCOLARES ESTA ASSOCIADAA TRANSFORMAÇAO DA CÉLULA TUBULAR EPITELIAL, A FIBROSE INTERSTICIAL EA PIORA DA FUNÇAO RENAL EM 2 ANOS

MATOS, A. C. C.; FRANCO, M.; SILVA, A. P.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO / HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: A quantificaçao da fibrose intersticial de biópsias protocolares (bxp) coradas com Picro-Sirius-PS (coloraçao para colágeno) e a identificaçao de alteraçoes da célula epitelial tubular por meio da medidado nível urinário da proteína transportadora do retinol (RBPu) e da pesquisa do fenômeno de transdiferenciaçao (TDF) da célula epitelial em mesenquimal sao promissores marcadores de Nefropatia Crônica do Enxerto (NCE). Métodos: Foram realizadas 50 bxp em transplantados renais após uma mediana de 105 (30-690) dias do tx e dosagens concomitantes de RBPu e Creatinina (Cr). Além da Classificaçao de Banff-1997, analisou-se semi-quantitativamente as alteraçoes tubulares e intersticiais, criandose um escore tubular, intersticial e total. Realizou-se imuno-histoquímica para citoceratina (marcador epitelial), vimentina (marcador mesenquimal) e µSMA (marcador de miofibroblasto). O depósito de colágeno (PS) e o µSMA foram quantificados através de imagens computadorizadas. A funçao renal foi reavaliada após 2 anos do tx. Resultados:Houve correlaçao entre o PS e os escores intersticial e total (r=0.31;r=0.33 e p<0.05) e o µSMA quantitativo (r=0.33 p=0.02). O µ-SMA se correlacionou aos escores tubular, intersticial e total (r=0.42; r=0.31;r=0.40 e p<0,05). A vimentina, avaliada por meio da porcentagem de túbulos marcados, se correlacionou aos 3 escores, tubular, intersticial e total (r=0,64; 0,59; 0,62 e p < 0,0001) e ao µ-SMA (r=0.39 p<0,05). Funcionalmente, o µ-SMA se correlacionou à Cr da bx e de 2 anos (r=0,41;r=0,33 e p<0,05). No seguimento foram encontrados 10 casos de NCE na bx. Na análise de regressao logística, entre as variáveis analisadas (RBPu, citoceratina, vimentina e µ-SMA), somente o µ-SMAassociouse ao desenvolvimento de NCE na bx (p=0,047).Conclusao: Observou-se alteraçao do fenótipo da célula epitelial em áreas com extenso dano tubular e ricas em miofibroblatos. A pesquisa de marcadores de TDF enriquece o entendimento das alteraçoes morfológicos da fibrogênese renal e é um importante indicador prognóstico da NCE.


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ACHADOS ULTRA-SONOGRAFICOS E FUNÇAO RENAL EM SEGUIMENTO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

VICTOR P. PASCHOALIN1; CASSIANO AUGUSTO BRAGA1; MIGUEL MOYSÉS NETO2; SUZANA CHIOZI2; ADILSON CUNHA FERREIRA3; FRANCISCO MAUAD FILHO3

1. UNIVERSIDADE DE RIBEIRAO PRETO (UNAERP).
2. SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO (SENERP).
3. ESCOLA DE ULTRASONOGRAFIA DE RIBEIRAO PRETO (EURP).

Introduçao: A ultra-sonografia é um dos principais métodos de imagem para avaliaçao no transplante renal. O objetivo do trabalho foi analisar achados ecográficos e laboratoriais no transplante renal. Métodos: Utilizado o modo B acrescentando o uso do Doppler colorido de amplitude e espectral, o que permite a análise do enxerto e estruturas adjacentes, além das anastomoses e da qualidade da perfusao do órgao. Foram avaliados: local do rim transplantado, contornos, pirâmides, dimensoes pela análise da espessura do parênquima (cortical e medular), o índice de resistência média das artérias intra-renais (IRM) e a velocidade na artéria do rim transplantado (VART). A funçao renal foi avaliada pelos níveis da creatinina sérica na ocasiao do exame. Foram examinados ecograficamente59 pacientes transplantados renais com idade média de 43 ± 9,7 anos. Em relaçao à origem dos enxertos, 22 (37,2%) foram provenientes de pacientes vivos e 37 (62,7%) de cadáveres. A maioria dos exames foi solicitada como procedimento de rotina ou quando havia alteraçao na funçao renal. Os resultados estao expressos em mediana (percentil 25%; percentil 75%) e os testes de correlaçao foram feitos pela avaliaçao nao paramétrica de Spearman. Resultados: O tempo de transplante foi de 29 meses (12,5; 81,0). Dos 59 rins transplantados, 38 (64,4%) estavam localizados na FID, 17 (28,8%) na FIE e 4 (6,77%) nao foram especificados. Todos os rins apresentavam contornos regulares. Ecotextura habitual ou homogênea foram encontradas em 57 (96,6%) dos rins estudados, e apenas 2 (3,4%) com ecotextura aumentada. As pirâmides renais foram visualizadas adequadamente em 57 (96,6%) dos rins examinados. Nao foram encontradas outras alteraçoes no trato urinário. Outros achados foram: IRM 60% (57,5; 68,5); VART 75 cm/s (60; 100,0); espessura da cortical 8 mm (8,0; 10,0); espessura da medular de 10,0 mm (9,0; 11,5); volume renal 151,6 cm3 (113,2; 177,2) e os valores de creatinina 1,5 mg/dl (1,1; 1,9). Quando correlacionados com a funçao renal pela medida dos níveis da creatinina sérica pelo teste de Spearman nao foi encontrada correlaçao com IRM, VART e espessura da cortical e da medular (p>0,05). Entretanto, houve correlaçao significante quando comparamos o volume renal com a funçao renal (p<0.007,r=-035). Conclusao: Dos parâmetros avaliados ecograficamente o volume renal foi o único que se correlacionou bem com a filtraçao glomerular medida através dos valores da creatinina sérica nos casos estudados.


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ANALISE HISTOLOGICA, CLINICA E LABORATORIAL DE PACIENTES COM GLOMERULOPATIAS POS-TRANSPLANTE,GLOMERULOPATIA CRONICA DO TRANSPLANTE E NEFROPATIA CRONICA DO ENXERTO

MOSCOSO, G. S.; KIRSZTJAN, G. M.; FRANCO, M.; SILVA, A. P.; CAMARA, N. O. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-UNIFESP.

Introduçao: As alteraçoes morfológicas relacionadas a Nefropatia crônica do enxerto (NCE), Glomerulopatias pós-transplante (GPT) e glomerulopatia crônica do transplante (GCT) podem ser de difícil distinçao em suas etapas iniciais. A NCE é graduada com base na severidade da atrofia tubular e da fibrose intersticial. A GCT é caracterizada pela presença dos duplos contornos e mesangiólise. Muitas vezes, elas podem confundir-se com as GPTs. Objetivos: Analisar parâmetros histológicos, clínicos e bioquímicos em pacientes transplantados com NCE, GPT, GCT. Material e Métodos: Estudo retrospectivo. Foram incluídos 71 pacientes transplantados, todos com diagnóstico confirmado por biópsia, distribuídos em Grupo 1 (n=22 com GPT), Grupo 2 (n=21 com GCT) e Grupo 3 (n=18 com NCE). Parâmetros clínicos, histológicos e bioquímicos foram avaliados. Resultados: Os grupos foram pareados de acordo com idade, sexo, tempo em diálise, tipo de doador, tempo de transplante e grau de nefropatia crônica. Foram analisados os seguintes parâmetros: Presença de rejeiçao aguda (RA): G1: 70%, G2:45% e G3: 60%; glomerulite aguda (GA), G1: 72%, G2: 80% e G3: 50%; glomerulite crônica (GC): G1: 38%, G2: 58% e G3: 35%; alteraçoes podocitárias: G1: 22%, G2: 8% e G3: 14%; alteraçoes tubulares: G1: 100% ,G2: 79% e G3: 90%; necrose tubular aguda (NTA): G1: 18%; G2: 50% e G3: 35%; níveis de proteinúria: G1 : 6,9g/l; G2: 2,9 g/l; e G3:0,7g/l; creatinina sérica: G1: 2,1mg/dl; G2: 1,7mg/dl e G3: 1,6mg/dl. Todos os grupos fizeram uso de IECA e apresentaram algum grau de reduçao da proteinúria. Conclusoes: Estes dados sugerem que a glomerulite aguda, a glomerulite crônica e as alteraçoes podocitárias podem contribuir para o diagnóstico diferencial das patologias descritas e que estao relacionadas à funçao do enxerto e ao nível de proteinúria. O uso dos IECA mostrou-se eficaz nos pacientes com NCE com algum grau de proteinúria.


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ANALISE RETROSPECTIVA DOS TRANSPLANTES RENAIS REALIZADOS NO HC-UFMG NOS ULTIMOS TRES ANOS

FIORINI, J.S.; BARCELOS, F.L.; MAGNUS, G.; MILANEZ, L.A.; MORAES, E.F.; RODRIGUES, W.V.; SALOMAO, A.

Introduçao: Um número cada vez maior de transplantes renais com doador vivo e doador cadáver tem sido realizado. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar as variáveis que poderiam influenciar na sobrevida do paciente e do enxerto, verificar a incidência de complicaçoes, as causas de óbitos e os esquemas de imunossupressao que foram utilizados com maior freqüência. Métodos: No período de janeiro/2001 a dezembro/2003, foram efetuados 110 transplantes, sendo 108 com seguimento e informaçoes adequadas, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Dos 108 transplantes, 72 foram com doador vivo e 35 com doador cadáver. As sobrevidas do paciente e do enxerto foram analisadas, assim como as variáveis demográficas (idade, sexo, raça), e também a doença que determinou a falência renal; funçao retardada de enxerto; rejeiçao aguda; rejeiçao crônica; causas de óbito; tempo de diálise pré-transplante; tipagem HLA. Também foram verificados os esquemas de imunossupressao mais utilizados. Resultados: No período estudado, um terço dos pacientes transplantados era do sexo feminino e dois terços do sexo masculino. A maioria dos pacientes tinha entre 40-59 anos. Do total, 6% faleceram no hospital, antes da alta após o transplante. As variáveis que influenciaram a sobrevida do enxerto foram: tipo de doador, idade do doador, rejeiçao aguda e funçao retardada de enxerto. As variáveis que influenciaram a sobrevida dos pacientes foram: idade do receptor e tipo de doador. Foram utilizados, ao todo, 11 esquemas de imunossupressao, sendo que os mais comuns foram os tríplices, nas seguintes associaçoes: PRED (prednisona), AZA (azatioprina), CSA (ciclosporina); PRED, MMF (micofenolato de mofetil), CSA; e FK (tacrolimus), PRED e MMF. Dentre as causas de perda de enxerto, encontramos rejeiçao aguda e crônica. Conclusao: A análise da casuística, dos padroes de imunossupressao e evoluçao dos transplantes renais, na curva atuarial, mostra resultados semelhantes aos que sao descritos nos registros internacionais.


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ANGIORRESSONANCIA VERSUS ARTERIOGRAFIA RENAL: COMPARAÇAO DOS MÉTODOS NA AVALIAÇAO DE DOADORES DE RIM PARA TRANSPLANTE

COMPARSI, A.; SOUZA, A. C. C. P.; POITEVIN, A. A.; CARVALHAL, E.; HOEFEL FILHO, J. R.; MARQUES, M. B.; D’AVILA, D. O.; SAITOVICH, D.; TRAESEL, M. A.; FIGUEIREDO, C. E. P.

PUCRS.

Introduçao: A determinaçao precisa do número, da extensao e da localizaçao das artérias e veias renais é fundamental para o planejamento cirúrgico da nefrectomia do doador de rim. A arteriografia renal é o exame considerado padrao-ouro para tal avaliaçao. Além da toxicidade renal pelo contraste, existe o incoveniente de ser um procedimento invasivo e o risco de reaçao alérgica. A angiorressonância é um método alternativo para esta avaliaçao, sem os riscos acima mencionados. Além disso, realiza também renograma com fase excretória, que pode substituir a urografia excretora. O objetivo deste estudo foi comparar os achados da arteriografia com os da angiorressonância na avaliaçao dos vasos renais de doadores de rim. Métodos: Estudo descritivo, observacional, comparativo, com amostra obtida por conveniência formada por 10 (dez) candidatos a doaçao renal submetidos a arteriografia e angiorressonância das artérias renais. Os exames foram interpretados por radiologistas diferentes sem conhecimento dos outros resultados. Empregou-se os achados transoperatórios como padrao-ouro para tal comparaçao. Resultados: A idade dos doadores variou de 30 a 52 anos, sete eram mulheres e três homens. Em 8 casos houve concordância de ambos os métodos com os achados da cirurgia, evidenciando a presença de artéria renal única em sete e uma artéria polar em um paciente. Em um destes casos a angiorressonância evidenciou cisto renal nao evidenciado pela arteriografia. Houve dois outros casos de presença de artéria polar: uma identificada apenas pela arteriografia e outra apenas por angiorressonância. Um paciente apresentou hematoma no sítio de punçao da arteriografia. Conclusoes: A angiorressonância se mostrou tao eficaz quanto a arteriografia na avaliaçao dos vasos renais tendo cada método deixado de identificar presença de artéria acessória apenas uma vez. Além disto a angiorressonância foi capaz de acrescentar informaçao anatômica nao identificada pela arteriografia e nao apresentou complicaçoes.


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APLASIA ERITROIDE PURA E DIABETES MELLITUS APOS INFECÇAO POR PARVOVIRUS B19 EM TRANSPLANTADO RENAL

ROCHA, P. T.; RUZANY, F.; MORAES, E. R. S.; STARLING, P.; RIOJA, S.; VENTURA, S.; GOMES, C. L.; FILGUEIRAS, R.; ANDRADE, J.; FINNI, P.; ESPINDOLA, F.; ANDRÉA, C.; SETUBAL, S.; CERVANTES, V.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITARIO PEDRO ERNESTO.

Introduçao: Infecçao pelo Parvovirus B19 (PVB19) é sabidamente uma causa de anemia crônica por aplasia eritróide pura em indivíduos imunodeprimidos, incluindo transplantados renais. Diabetes Mellitus pode ser causado por uma variedade de infecçoes virais incluindo PVB19, presumidamente por mimicismo molecular entre proteínas virais e autoantígenos pancreáticos, ou por efeito citotóxico direto em células beta. Relatamos um caso de Diabetes Mellitus e aplasia eritróide pura após infecçao por PVB19. Relato de Caso: Paciente masculino de 49 anos, receptor de um transplante renal doador vivo sob imunossupressao inicial com tacrolimus, micofenolato mofetil e prednisona, apresentou dois meses após a cirurgia quadro de anemia e hiperglicemia nao-cetótica. Exames iniciais demonstraram uma anemia normocrômica, normocítica com reticulocitopenia, e uma biópsia de medula óssea demonstrou aplasia eritróide pura com pronormoblastos gigantes, compatíveis com o diagnóstico de infecçao pelo PVB19. Hibridizaçao por dot-blot de amostras do plasma e do aspirado de medula óssea detectaram DNA de PVB19. Após suspensao do micofenolato mofetil e reduçao da dose do tacrolimus, anemia persistiu e o paciente foi entao tratado com imunoglobulina humana hiperimune por cinco dias. Houve resoluçao da anemia, porém o paciente permaneceu insulino-dependente. Após três meses, o paciente apresentou recorrência da anemia, sendo novamente internado. Após troca do tacrolimus por ciclosporina sem resoluçao da anemia e posterior suspensao da ciclosporina, sendo mantido apenas com prednisona, o paciente apresentou episódio de rejeiçao aguda, sendo tratado com pulsoterapia com metilprednisolona. Após a normalizaçao da funçao renal, recebeu entao novo curso de imunoglobulina hiperimune, com resoluçao da anemia. Após um mês de follow-up, o paciente permanece com boa funçao do enxerto, bom controle glicêmico com insulinoterapia e imunossupressao dupla com ciclosporina e prednisona. Conclusao: Infecçoes virais incomuns estao surgindo com o advento de esquemas imunossupressores mais potentes. A infecçao por PVB19 deve ser considerada no diagnóstico diferencial nao só de anemia, mas também de Diabetes Mellitus pós-transplante. Em nosso caso, reduçao inicial na imunossupressao nao foi bem sucedida em reverter anemia, e terapia com imunoglobulina hiperimune foi eficaz em reverter a anemia, porém nao o Diabetes Mellitus.


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APOPTOSE EM CULTURA DE LINFOCITOS HUMANOS PERIFÉRICOS EXPOSTOS A RAPAMICINA

GONÇALVES, L. F. S.; PROCHNOW, T.A.; CARPIO, V.N.; DIAS, E.A.; MANFRO, R.C.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE E PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM CIENCIAS MÉDICAS: NEFROLOGIA, UFRGS.

Introduçao: O mecanismo de açao de alguns imunossupressores ainda nao estao adequadamente esclarecidos, sendo importante a sua elucidaçao. Neste estudo avaliou-se o efeito da rapamicina(RAPA) na induçao de apoptose em linfócitos humanos periféricos. Métodos: Linfócitos do sangue periférico de voluntários sadios foram separados através de centrifugaçao em gradiente de densidade, sendo cultivados em RPMI em placas de cultura,as quais acrescentou-se fito-hemaglutinina (PHA) e/ou RAPA conforme o ensaio. Foram testados 4 ensaios experimentais:cultura de linfócitos nao estimulados, linfócitos estimulados com PHA, linfócitos nao estimulados e expostos a RAPA e linfócitos estimulados com PHA e expostos a RAPA. A apoptose foi detectada através da marcaçao com Anexina V por citometria de fluxo após 24h e 48h de cultura. A análise estatística foi realizada com o test t de Student, sendo considerado significativo valores de P < 0,05. Resultados: Nao houve diferença estatísticamente significativa na detecçao de apoptose nas culturas de linfócitos nao estimulados e expostos ou nao a RAPA, tanto na análise após 24h(7,1%+3,8 x 6,6%+2,6, P=1,0) como após 48h(6,1%+1,9 x 6,2%+1,8,P=1,0). Entretanto, a estimulaçao dos linfócitos com PHA, na presença ou ausência de RAPA, gerou aumento significativo na apoptose, tanto em 24h(39% + 12,6 x 6,6% + 2,6,P=0,002) como em 48h (24,3%+11 x 6,2%+1,8,P=0,033). A exposiçao de RAPA nas culturas estimuladas c/ PHA nao ocasionou aumento significativo na apoptose após 24h (49,5%+11 x 39%+12,6,P=0,69) e após 48h (30,2%+8,7 x 24,3%+11,P=0,73). Conclusao: Nossos achados mostram que ocorre um aumento na apoptose após a estimulaçao in vitro dos linfócitos periféricos e que a RAPA nao induz apoptose nestas condiçoes.


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APOPTOSE EM LINFOCITOS PERIFÉRICOS DE TRANSPLANTADOS RENAIS

GONÇALVES, L. F. S.; CARPIO, V.N.; DIAS, E.A.; PROCHNOW, T.A.; MANFRO, R.C.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE E PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM CIENCIAS MÉDICAS: NEFROLOGIA, UFRGS.

Introduçao: A apoptose tem sido reconhecida como um mecanismo envolvido no transplante de órgaos, tanto na rejeiçao ao enxerto como na induçao de tolerância. Este estudo avalia a ocorrência de apoptose(APO) em linfócitos periféricos de transplantados renais e controles normais. Métodos: Estudo-se 3 grupos: grupo 1=controles sadios(n=7), grupo2=Tx renais < 1 ano (n=17), grupo 3= Tx renais > 5 anos (n=15). Experimentos: separaçao de mononucleares em Ficoll-Hypaque, cultura em RPMI com estimulaçao com fitohemaglutinina a 1% e avaliaçao do percentual de células apoptóticas em 48h por citometria de fluxo com Anexina V. Todos os experimentos foram realizados em triplicata. Variáveis estudadas: APO, grupo, idade, sexo, raça, tipo de imunossupressao (IMUNOSUP): tríplice com pred, ciclosporina e azatioprina (A), tríplice com ciclosporina e Micofenolato (M) ou tríplice com micofenolato e tacrolimus (T). Análise estatística: X2 e ANOVA, significância, P<0,05. Resultados: Nao houve diferença estatísticamente significativa entre idade, sexo e raça, quando analisados em relaçao ao grupo ou tipo de imunossupressao. A avaliaçao de apoptose em relaçao aos grupos e tipo de imunossupressao sao apresentados na tabela abaixo:

Conclusao: Os linfócitos de pacientes transplantados apresentam mais morte celular induzida por ativaçao do que os controles normais, havendo também um aumento da apoptose nos transplantados mais recentes e naqueles que receberam tacrolimus, sugerindo que a apoptose ocorre nestes pacientes como um mecanismo de deleçao de linfócitos aloreativos.


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ARTE-TERAPIA E PSICOLOGIA NA ADAPTAÇAO A HOSPITALIZAÇAO E AO PROCESSO DE DOENÇA DO PACIENTE TRANSPLANTADO RENAL

MOHALLEM, C.; BRANCO, C.; FORMIGONI, M.C.; PESTANA, J.O.P.M.

HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO – UNIFESP.

Foi introduzida na enfermaria de transplante renal (59 leitos) uma oficina de artes. Nestas sao desenvolvidas sessoes artes-terapêuticas, que sao coordenadas pelo serviço de psicologia (média de freqüência 09 pacientes/dia). Objetivo: Descrever e avaliar o impacto da assistência arte-terapêutica e psicológica prestada ao paciente transplantado renal hospitalizado. Material e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo cuja técnica para a análise dos dados utilizada foi a análise qualitativa e interpretativa. Foi analisada a interaçao entre os fatores psíquicos e físicos, bem como a adaptaçao no processo da doença e de hospitalizaçao de 03 pacientes transplantados renais que estiveram internados por mais de um mês e que receberam tratamento complementar arteterapêutico. Resultado: A oficina de artes representa um espaço terapêutico em que o atendimento realizado nao é pré-programado, o psicólogo coloca-se de modo a facilitar o processo que julgue terapêutico. A arte terapia possibilitou, aos pacientes, uma vivência mais prazerosa, ativa e criativa, melhora da auto-estima, a expressao de sentimentos e emoçoes, o desenvolvimento de novas habilidades, o estimulo às funçoes cognitivas e motoras e o estabelecimento de relaçoes interpessoais.O resultado terapêutico alcançado abarcou o desenvolvimento de aspectos psíquicos diversos do paciente, mesmo os nao diretamente relacionados aos aspectos emocionais ou relativos aos esforços para se lidar com a doença. Conclusao: A arte-terapia estimula aspectos diversos da personalidade do paciente, o que contribui para um efeito geral de mudança da condiçao passiva e centrada na doença renal crônica, que normalmente o caracteriza.


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AVALIAÇAO DA REDUÇAO DA HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA APOS TRANSPLANTE RENAL

SELISTRE, L.S.; GARCIA, V.D.; PORTAL, V.

SANTA CASA DE PORTO ALEGRE.

Introduçao: As doenças cardiovasculares sao a principal causa de mortalidade em transplantados renais, sendo a hipertrofia ventricular esquerda uma das causas maiores para esse evento. Objetivo: Estudo de coorte histórico para avaliar a reduçao da hipertrofia ventricular esquerda em transplantados renais, com funçao renal estável, através da ecocardiograma transtorácico bidimensional com doppler colorido. Materiais e Métodos: Serao incluídos transplantados renais com idade superior a 18 anos, com funçao renal estável (creatinina< 2 mg/dl), que tenham realizado ecocardiograma transtorácico bidimensional com doppler colorido na avaliaçao pré-transplante renal, em período inferior a um ano e com demonstraçao de hipertrofia ventricular esquerda. Para indexaçao da massa ventricular e cálculo de prevalência de hipertrofia, será utilizada a área de superfície corpórea, obtendo-se assim o parâmetro massa do ventrículo esquerdo/área de superfície corpórea, cujos critérios de anormalidade têm sido superior a 110 g/m2 em mulheres e 134 g/m2 em homens. Após 6 meses de transplante os pacientes serao reavaliados com ecocardiograma bidimensional com Doppler e comparados com os dados pré-transplante. Resultados: Foram avaliados até o momento 34 pacientes, sendo 25 (73,5%) homens, idade média de 40 + 11 anos (18-62a), com massa ventricular (MVE) média de 303,1+98,2 g/m2 (13-580). Separando pelo sexo, encontramos MVE em homens de 328+79 (137-580) g/m2 e 231,77+39 (173-277) g/m2 para as mulheres. O cálculo amostral foi de 60 pacientes. Conclusoes: Estudo ainda em fase de coleta de dados.


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AVALIAÇAO DE TROCA DE IMUNOSSUPRESSAO AZATIOPRINA PARA MICOFENOLATO MOFETIL EM PACIENTE TRANSPLANTADO DE RIM HCV POSITIVO

ENGEL, M.; RAMOS, J. L. Z.; ENGEL, M.

UNIDADE DE TERAPIA RENAL DE PATO BRANCO.

Indroduçao: As drogas imunossupressoras podem alterar a funçao hepática com elevaçao de transaminases. A hepatite C em transplantado de rim é mais um fator de risco para a potencializaçao do agressor hepatocelular, em associaçao ao esquema imunossupressor. Material e Métodos: Estudo retrospectivo no período de 01/1992 à 12/2003, onde foram analisados todos os pacientes transplantados de rim que tiveram indicaçao de mudança de imunossupressor (azatioprina para micofenolato mofetil), por alteraçao de transaminase em portadores de vírus C. O nível sérico de transaminase considerado normal foi de 40 UI/L. Os pacientes foram acompanhados com monitoramento dos níves de ALT / AST. Resultados: De um total de 311 transplantes realizados no período, 31 modificaram esquema de imunossupressao por diferentes indicaçoes. Destes 31 pacientes, 6 foram por alteraçao de transaminases associada ao vírus C. A evoluçao pós troca de azatioprina por micofenolato mofetil em 6 pacientes, mostrou a normalizaçao dos níveis de transaminase em 3, persistindo flutuaçao de transaminases nos restantes. Conclusao: Dados sugerem que a hepatotoxicidade dos imunossupressores é menor com o uso de micofenolato mofetil. Nos pacientes com vírus C associado, esta agressao pode ser dependente do grau de comprometimento do figado pela agressao viral. Assim, novos trabalhos devem ser realizados avaliando biópsia hepática pré e pós troca de imunossupressao, bem como sua evoluçao a longo prazo.


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AVALIAÇAO DO TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRONICA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

SANDERS, H.; BRAGA, A. M.; ALVES, C. M.; SILVA, C. R.; SILVA, R. M.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN – UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA.

Introduçao. Nao está claro se as medidas que retardam a progressao da doença renal crônica (DRC) sao também úteis nos pacientes com transplante renal (TxR). Estudos sobre o implementaçao e impacto destas medidas sao escassos. Objetivo. Avaliar a implementaçao das medidas de tratamento da DRC no TxR (DRCTx) e comparar com pacientes com DRC em rim nativo (DRCN). Métodos: Foram estudados 57 pacientes com TxR e 86 com DRCN, com acompanhamento > 12 meses. Avaliamos: controle da pressao arterial (PAS £130 mmHg e PAD, £80 mmHg); uso de bloqueador do sistema renina-angiotensina (BSRA); uso de eritropoetina (EPO); uso de quelante de fósforo; uso de bicarbonato de sódio, controle da obesidade/sobrepeso (IMC<25Kg/m2); uso de estatina. Foi também avaliada a presença de comorbidades: insuf. cardíaca, coronariana e vascular periférica. A filtraçao glomerular foi estimada pela fórmula MDRD e os pacientes estagiados pela proposta da National Kidney Foundation. Resultados: A média de idade foi menor (44,4+12,8 vs. 57,5+14,1 anos) e o tempo mediano de seguimento foi maior (41,5 vs. 18 meses) no grupo com DRCTx, p<0,001. A maioria dos pacientes com TxR estava no estágio II (21,5%) e III (69%), enquanto um maior número de pacientes com DRCN estavam nos estágios III (44%) e IV (46%). A pressao arterial controlada foi mais freqüente nos DRCTx, 69% vs. 37%, porém havia menor uso de BSRA 62% vs. 86%, p<0,05. Todos os pacientes com DRCTx, em que havia indicaçao, estavam recebendo EPO, quelante de fósforo e estatina, em contraste com 44%, 44% e 33%, respectivamente nos DRCN. 52% dos pacientes com TxR tinham IMC>25, similar aos com DRCN, 45%. O bicarbonato foi prescrito nos DRCN (85,7 vs. 14,2%) e a insuf. vascular periférica foi mais freqüente nos TxR, 26,2 vs. 10,5%, p<0,05. Conclusao: Os pacientes com DRCTx eram mais jovens, tinham maior tempo de seguimento e melhor funçao renal. As medidas para DRC estao sendo implantadas de forma mais disseminada nos pacientes com TxR do que nos com rim nativo.


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AVALIAÇAO FUNCIONAL, IN VITRO E IN VIVO, DE ILHOTAS PANCREATICAS HUMANAS

OLIVEIRA EMC1,2; AITA CAM1; LOJUDICE FH1; SILVA IC1; KROGH K1; LABRIOLA L1; CRESENTINI F3; DUMARCO RB3; CARAVATTO PPP3; YAMAKAMI LYS3; TOKUNAGA CC3; GENZINI T4; MIRANDA MP4; MARTINI FILHO D5; GOLDBERG AC1; ELIASCHEWITZ FG4; SOGAYAR MC1; NORONHA IL2

1. UNIDADE DE ILHOTAS PANCREATICAS DO INSTITUTO DE QUIMICA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.
2. LABORATORIO DE FISIOPATOLOGIA RENAL DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.
3. HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.
4. HOSPITAL ALBET EINSTEN.
5. FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SAO PAULO.

Introduçao: O transplante de ilhotas pancreáticas é capaz de tornar o portador de diabetes tipo 1 independente de insulina exógena. Neste trabalho foi realizado um modelo experimental para avaliar, in vivo, a funcionalidade das ilhotas pancreáticas humanas. Métodos: Ratos imunodeficientes (NIH nude) foram tornados diabéticos através de injeçao de estreptozotocina para o implante de ilhotas pancreáticas humanas na veia porta, cápsula renal e cavidade peritoneal. Resultados: Foram utilizadas ilhotas de 15 preparaçoes, com rendimento médio de 158.870 ± 51.773 IEQ e índice médio de resposta a glicose, in vitro, igual a 3 ± 3 (0,4 a 10). A reversao do diabetes ocorreu em 24% dos ratos transplantados. A taxa de mortalidade foi de 31%, sendo a causa do óbito sangramento excessivo póspunçao e trombose da veia porta.

Conclusao: Foi demonstrado que o transplante experimental de ilhotas pancreáticas humanas é factível em nosso meio, promovendo reversao do diabetes. Entretanto, nesta análise preliminar, as causas de falência do Tx envolveram aspectos técnicos do procedimento, indicando que os sítios de implante devem ser melhor avaliados.


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AVALIAÇAO SOROLOGICA PARA SARAMPO NO PACIENTE RENAL CRONICO PEDIATRICO

FAGUNDES, S. N.; KOCH, V. H. K.; BALDACCI, E. R.; REIS, A. D.; SOUZA, V. A. U.

INSTITUTO DA CRIANÇA – FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: Este estudo teve como objetivo avaliar a sorologia para sarampo de crianças e adolescentes portadores de insuficiência renal crônica, com diferentes condiçoes clínicas e de tratamento. Material e Métodos: Estudo de corte transversal em 83 pacientes com idades acima de 18 meses e inferior a 18 anos, com RFG abaixo de 70 ml/min/1,73m2, portando o cartao vacinal preconizado pela Fundaçao Nacional de Saúde do Brasil (FUNASA), sendo considerados imunizados básico para sarampo, aqueles que haviam recebido pelo menos uma contra sarampo monovalente ou tríplice viral (MMR). Através da técnica de ELISA modificada, avaliou-se quanto a presença de títulos sorológicos para sarampo, considerando como títulos protetores acima de 100 mUI/ml.. Resultados: Foram incluídos no estudo 83 pacientes portadores de IRC da Unidade de Nefrologia Pediátrica do ICr-FMUSP, com idade mediana de 11 anos, 55/83 (66%) masculinos e 28/83 (34%) femininos, sendo 60% procedentes do próprio município de Sao Paulo, tendo as famílias uma renda per capita mediana de R$105,00 (no ano de 2000). Foram 71 pacientes (87,6%) com títulos sorológicos protetores (acima de 100 mUI/ml) e 10 pacientes (12,3%) com títulos nao protetores dos 81 pacientes que receberam pelo menos uma dose da vacina contra sarampo. Conclusoes: No Brasil, o sarampo é uma doença que está relativamente controlada, com relato de apenas dois casos importados no último ano de 2001-2002. A ausência de anticorpos para sarampo ocorreu em 12,3% dos pacientes. A susceptibilidade ao sarampo em vacinados na populaçao de renais crônicos pediátricos acima de seis anos foi 17,6 vezes maior que na comparaçao histórica com a populaçao geral do município de Sao Paulo. O renal crônico pediátrico deve receber esquema vacinal contra sarampo conforme o calendário básico mas reforçar doses nas idades acima de seis anos, além de avaliaçao periódica dos títulos de anticorpos.


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AVALIAÇAO SOROLOGICA PARA VARICELA DO PACIENTE PEDIATRICO PORTADOR DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA

FAGUNDES, S. N.; KOCH, V. H. K.; BALDACCI, E. R. REIS, A. D.; SOUZA, V. A. U.

INSTITUTO DA CRIANÇA – FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: O objetivo deste estudo foi avaliar a sorologia para varicela de crianças e adolescentes portadores de insuficiência renal crônica, com diferentes condiçoes clínicas e de tratamento. Material e Métodos: Estudo de corte transversal em 83 pacientes com idades acima de 18 meses e inferior a 18 anos, com RFG abaixo de 70 ml/min/1,73m2, portando o cartao vacinal preconizado pela (FUNASA), sendo avaliados quanto a exposiçao vacinal à varicela e história clínica de doença. Através da técnica de ELISA avaliou-se quanto à presença de títulos sorológicos para varicela considerando como títulos protetores acima de 100 mUA/ml. Resultados: Foram incluídos no estudo 83 pacientes portadores de IRC da Unidade de Nefrologia Pediátrica do ICr-FMUSP, com idade mediana de 11 anos, 55/83 (66%) masculinos e 28/83 (34%) femininos, sendo 60% procedentes do município de Sao Paulo, tendo as famílias uma renda per capita mediana de R$105,00. O diagnóstico clínico por profissional médico ocorreu em 39 pacientes (47%). Três pacientes (3,6%) receberam vacina contra varicela sendo estes excluídos do estudo. Foram 59 pacientes (73,7%) com títulos sorológicos protetores (acima de 100 mUI/ml) e 21 pacientes (26,3%) com títulos nao protetores dos 80 pacientes que nao foram expostos aos antígenos vacinais. Conclusoes: Nossa casuística apresenta títulos protetores para varicela em idades mais avançadas, fruto de exposiçao natural ao vírus. Observa-se que ocorre uma diminuiçao progressiva da susceptibilidade à medida que aumenta a idade do paciente. Nossos dados mostram que a chance de se ter varicela até a idade de seis anos é cerca de oito vezes maior do que depois desta idade. Numa comparaçao histórica, observamos que a prevalência de susceptibilidade à varicela é cerca de duas vezes maior nas crianças renais crônicas de até seis anos de idade (p< 0,001), quando comparadas com crianças da populaçao brasileira. O renal crônico pediátrico deve receber esquema vacinal contra varicela conforme o calendário especial com avaliaçao periódica dos títulos de anticorpos.


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BANCO DE ORGAOS E TRANSPLANTES. FUNDAÇAO SOCIAL FIERGS. EXPERIENCIA PIONEIRA NO BRASIL

GARCIA, V. D.; GARCIA, C. D.; BARBOSA, A.; PICASSO, L.; MARTINI, L.; RENÉ, P.

SANTA CASA PORTO ALEGRE, FEDERAÇAO DA INDUSTRIAS DO RIO GRANDE DO SUL.

A Fundaçao Social FIERGS (Federaçao das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) através do seu Conselho de Cidadania, criou, a partir do ano 2000, vários Bancos Sociais (Alimentos, Computadores, Vestuário, Materiais de Construçao, Voluntários, etc) com o objetivo de auxiliar as comunidades carentes. Em 2003 foi criado nesta estrutura de Bancos Sociais, o Banco de Orgaos e Transplantes, com a finalidade de formar coordenadores educacionais de transplante, de equipar hospitais que apresentam dificuldades logísticas no processo de doaçao – transplante, apoiar as ONGs que desenvolvem atividades na área de transplante e realizar campanhas para a doaçao. Os cursos de formaçao de coordenadores educacionais destinam-se à estudantes e profissionais da área de saúde, `a voluntários, à participantes de clubes de serviço e a formadores de opiniao. Estes cursos, com 40 a 60 alunos cada, têm 12 horas de duraçao e fornecem um conhecimento básico sobre o processo de doaçao – transplante, capacitando os formandos a participar de palestras e debates sobre o tema em escolas, faculdades, clubes de serviço e empresas. Em 2003 foram realizados 5 cursos com 265 participantes. Em 2004 devem ser realizados mais 5 cursos, com 250 alunos, e a partir de 2005 serao iniciadas as palestras com debates. O objetivo é realizar em torno de 250 palestras mensais, com um número médio de 60 participantes, sendo que em um ano cerca de 180,000 pessoas (1.8% da populaçao do Estado), terao tido a oportunidade de receber de forma direta informaçoes sobre doaçao e transplante. E em cinco anos, aproximadamente um milhao de pessoas (10% da populaçao do Estado), terao a oportunidade de participar destes encontros. Foi apoiada a ONG Pró Via, a qual criou a “Pousada da Solidariedade” que está em funcionamento em Porto Alegre, abrigando candidatos a transplante e transplantados que necessitem ficar temporariamente na cidade. Foi criada uma campanha sobre doaçao de medula óssea, que será divulgada a partir de 2004, e estao sendo preparadas as campanhas para a doaçao de córneas (janeiro de 2005) e de órgaos (julho de 2005). Esta experiência pioneira da associaçao com uma Federaçao de Indústrias do Estado é promissora, e demonstra que a comunidade através da iniciativa privada, pode desempenhar seu papel social atuando, também, na área de doaçao e transplante. Esta iniciativa pode servir de modelo para outros Estados.


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CAUSAS DE OBITOS EM TRANSPLANTADOS RENAIS

PERES, L. A. B.; DELFINO, V. D. A.; ANN, H. K.; CAMARGO, M. T. A.; ROHDE, N. R. S.; USCOCOVICH, V.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANA-UNIOESTE.

Introduçao: O presente trabalho tem por objetivo determinar as causas dos óbitos ocorridos em transplantados renais na cidade de Cascavel-PR, no período de setembro de 1985 a abril de 2004. Métodos: Estudamos retrospectivamente todos os 215 transplantes renais realizados nos Serviços de Transplante Renal do Hospital Policlínica Cascavel e do Hospital Nossa Senhora da Salete no referido período, sendo 203 transplantes primários e 12 retransplantes. O sexo masculino predominou entre os receptores (60,0%), assim como a raça branca (91,6%). A idade média dos receptores foi de 35,5 + 12,6 anos. Quanto ao tipo de doador, 63 foram vivos idênticos (DVI), 104 vivos nao-idênticos (DVNI) e 48 cadáveres (DC). A imunosupressao utilizada foi o esquema tríplice clássico (prednisona, azatioprina e ciclosporina) em 10,9% dos receptores de DVI, 76,9% dos receptores de DVNI e 91,7% dos de DC. Os demais receberam o esquema duplo (azatioprina e prednisona). As crises de rejeiçao aguda foram tratadas com pulso de metilprednisolona na dose de 15 mg/kg/dia durante três a cinco dias. Nao foram utilizados anticorpos monoclonais para o tratamento das rejeiçoes cortico-resistentes por nao disponibilidade dos mesmos. Resultados: Observamos 59 casos de óbitos entre os transplantados, sendo causados por septicemia em 25 (42,4%), doença cardiovascular em 25 (42,4%), hepatopatia em 3 (5,0%), hemorragia digestiva alta em 3 (5,0%), neoplasia em 1 (1,7%), traumatismo cranioencefálico em 1 (1,7%) e doença pulmonar obstrutiva crônica em 1 (1,7%). Quando analisamos as causas de óbitos no primeiro ano e após o primeiro ano pós-transplante, observamos que a septicemia foi a causa mais frequente no primeiro ano (23,8%) e a doença cardiovascular foi a causa mais frequente após o primeiro ano (23,8%). Conclusao: Septicemia e doença cardiovascular foram as principais causas de óbitos em nosso estudo, sendo que a septicemia tem maior impacto no primeiro ano e doença cardiovascular após o primeiro ano do transplante.


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CÉLULAS NKT V?24+ V?11+ INFILTRANTES DE ENXERTOS RENAIS COM REJEIÇAO AGUDA VASCULAR SEVERA EXPRESSAM CD56

GALANTE, N. Z.; CAMARA, N. O. S.; OZAKI, K. S.; CENEDEZE, M. A.; RENESTO, P. G.; PACHECOSILVA, A.

LABORATORIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL – HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: As células NKT constituem uma populaçao heterogênea de linfócitos que expressam simultaneamente receptores de superfície celular típicos de células “natural killer” (NK) e linfócitos T (“T cell receptor” – TCR). Células NKT com TCR diverso reconhecem antígenos apresentados por moléculas MHC classe I ou II e expressam predominantemente o receptor NK CD56. Células NKT com TCRs constantes (“invariant NKT cells” – iNKT), por sua vez, reconhecem antígenos lipídicos apresentadas pela molécula CD1d (semelhante a MHC classe I), expressam o TCR V?24+ V?11+ e o receptor NK CD161, constituindo um subgrupo específico com importantes funçoes reguladoras. A rejeiçao aguda (RA) é considerada uma resposta imune antígeno específica regulada por fatores celulares e moleculares. Para avaliar a participaçao das células NKT na RA foram estudados os linfócitos infiltrantes de enxertos renais durante a RA vascular. Métodos: As expressoes de CD3, CD4, CD16, CD56 na superfície celular e dos segmentos de rearranjo V?24 e V?11 do TCR, foram determinadas por citometria de fluxo em amostras de sangue periférico e de enxertos obtidas de 6 pacientes submetidos a nefrectomia do rim transplantado devido a RA vascular. Resultados: Células NKT CD16+ CD56+ corresponderam a 19% das células CD3+, enquanto que iNKT, a 0,9%. A freqüência de iNKT nos enxertos foi aproximadamente 10 vezes maior do que a observada no sangue periférico (0,13%). Células CD4+ representaram 16,6% das células CD3+. Inesperadamente 52,5% das células CD4+ foram CD56+. Entre as células NKT CD4+ CD56+ 81,9% apresentaram TCR V?24+ V?11+Conclusoes:. Até o presente momento nao há informaçoes quanto às freqüências, fenótipos, e propriedades funcionais das células NKT que infiltram o enxerto renal. Este estudo demonstrou que um fenótipo distinto de células NKT (CD56+ V?24+ V?11+) está presente em enxertos renais com severa rejeiçao aguda vascular. Se estas células NKT representam um repertório particular com funçoes reguladoras específicas ou meramente um fenótipo de ativaçao de células T convencionais, é uma questao ainda a ser investigada.


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CISTATINA C COMO MARCADOR DE FILTRAÇAO GLOMERULAR E DE PROGNOSTICO PARA SOBREVIDA A LONGO PRAZO EM TRANSPLANTE RENAL

CAMARA, N. O. S.; NISHIDA, S.; CHINEN, R.; MOREIRA, S.; OZAKI, K. S.; PEREIRA, A. B.; SILVA, A. P.

LABORATORIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL DA DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, SAO PAULO.

Introduçao: Dados recentes da literatura demonstram que a funçao renal é um dos mais importantes fatores prognósticos a longo prazo para o enxerto renal. Na prática clínica, a creatinina (CR) ainda é o marcador sérico mais usado para manusear o paciente transplantado, apesar de variar com a massa muscular do paciente, com o aporte protéico na dieta, entre outros. Assim, a creatinina sérica nao representam o melhor marcador de filtraçao glomerular. Por outro lado, a cistatina C (CC) é uma proteína produzida em ritmo constante sem sofrer variaçoes extra-renais, bastante estável, facialmente medida laboratorialmente, com uma melhor correlaçao com o ritmo de filtraçao glomerular. Objetivo: avaliar a capacidade da CC como marcador de filtraçao glomerular e correlacionar seus valores com a sobrevida do enxerto em transplantados renais. Material e Métodos: cinqüenta e quatro receptores de transplante renal, realizado entre 1988 e 2000, foram incluídos neste estudo. Amostras de soro foram colhidas entre 11/2000 e 12/2000 para dosagens de CR e CC séricas. A CC foi detecçao por kit comercial (Dako, Denmark). Resultados: Os níveis de CR e CC se correlacionaram positivamente (Spearman, R= 0.860, p<0.001). Pacientes apresentaram níveis médios de CR de 1.6 ± 0.7 mg/dL e de CC de 2.24 ± 0.7 mg/L. Considerando este cutoff de CC, as sobrevidas do enxerto (nao censurando óbito) foram de 77.6% (alta CC) e 48.8% (baixa CC). Estratificando os pacientes em dois grupos, CR estável (<1.5 mg/dL) e CR elevada (3> 1.5 mg/dL), nós encontramos valores de CC de 1.8 ± 0.4 e 2.6 ± 0.8 mg/L, respectivamente. Considerando esta estratificaçao, nós obtivemos uma sobrevida de 100% e 55.5% respectivamente nos grupos com CR estável e naqueles com níveis acima de 1.5 mg/dL. Conclusao:A medida da CC se mostrou mais precoce em detectar alteraçoes na funçao renal que a CR, sendo um exame prático, sensível para determinaçao mais acurada da filtraçao glomerular e com correlaçao negativa com a sobrevida do enxerto.


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COINFECÇAO HERPES-CITOMEGALOVIRUS EM LESAO VERRUCOSA ANAL APOS TRANSPLANTE RENAL

LOURENÇO, L. G.; COLLEONI, R.; LEME, L. F. P.; RINALDIS, A.; ROVARIS, M. H.; FRANCO, M. F.

HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO FUNDAÇAO OSWALDO RAMOS.

Relatamos um caso de lesao anorretal em transplantada renal com manifestaçao atípica pseudotumoral e associada a coinfecçao do herpes simples com citomegalovírus. Relato do Caso: Paciente do sexo feminino, 53 anos, submetida a transplante renal há 1 ano (doador cadáver) notou o aparecimento de uma lesao na regiao do anus. Ao exame proctológico apresentava uma única lesao elevada verrucosa e ulcerada de 8 mm na borda anal. Com a hipótese diagnóstica de condiloma e/ou carcinoma espinocelular do canal anal, foi realizada a ressecçao local dessa lesao. O exame histopatológico da peça operatória revelou células endoteliais com inclusao citomegálica e células do epitélio escamoso com alteraçoes citopáticas virais consistentes com infecçao herpética junto a ulceraçao superficial e crosta fibrino-leucocitária.


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COMBINAÇAO DE SIROLIMUS (SRL) E CICLOSPORINA (CSA) EM PACIENTES DE TRANSPLANTE DE NOVO – FUNÇAO RENAL MELHORADA EM RECEPTORES DE ALOOENXERTO DE DOADOR VIVO

PESTANA, J. O. M.

HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO -UNIFESP.

Objetivos: Nós descrevemos a análise de eficácia e segurança no uso combinado de SRL/CSA/PRED como parte de um estudo prospectivo multicênctrico. Methods: 130 pacientes foram incluídos nesse estudo prospectivo de um braço. Pacientes receberam SRL (dose de ataque de 6mg seguida de 2mg/dia como dose de manutençao) em combinaçao a CSA e PRED de acordo com prática local. Results: A media de idade foi de 40anos, 63% homens, 83% brancos e 78% receptores com doador vivo. A media de concentraçao sanguínea de CsA, SRL e dose de CSA e de PRED no mês 6 (M6) pós- transplante foram 184ng/mL, 8,8ng/mL, 196mg/dia e 11.3mg/dia, respectivamente. No mês 12 (M12), a incidência de RAC foi de 15%; o desfecho composto (RAC ou perda do enxerto ou óbito) foi 24%. Houve 4 perda do enxerto (3%) e 11 óbito (8.5%). A média de creatinina em M1, M3 e M6 foram: 2, 1,6 e 1,6mg/dL. Média de nível de colesterol e triglicérides foram: 280 e 299 no M3 e 271 e 293mg/dL no M6, respectivamente. A percentagem de pacientes usando estatina e drogas antihipertensivas no M6 foram 50 e 90%, respectivamente. A incidência de infecçao foi 69% no M6 e 70% no M12. Nao houve doenças linfoproliferativas e neoplaisias. Conclusoes: Sob as condiçoes dessa estratégia imunossupressora e maioria de transplante de doador vivo, o uso de SRL em combinaçao com CSA e esteróide foi seguro e bem tolerado quando comparado ao controles históricos e resultou em baixa incidência de RAC e boa funçao renal ao fim de 12 meses após transplante


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COMPARAÇAO DA QUALIDADE DE VIDA ENTRE RENAIS CRONICOS EM TRATAMENTO DIALITICO COM AQUELES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE RENAL

SANTOS, R. F.; ARAUJO, O. L.; SANTOS, A. L. G. A.; CRUZ, R. A.; LOPES, S. O. R.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA HOSPITAL UNIVERSITARIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO (HU-UFMA).

Introduçao: Somente no ano de 2000 o Transplante Renal (TxR) passou a ser oferecido como opçao terapêutica à diálise (HD) aos portadores de Doença Renal em Estágio Terminal (DRET) no Maranhao. Desde entao, vários pacientes foram submetidos com sucesso a esse procedimento em nosso Estado. Entretanto, é desconhecido se essa modalidade de tratamento propiciou melhor qualidade de vida a esta populaçao. Objetivo: Comparar a qualidade de vida entre os portadores de DRET no Maranhao em tratamento dialítico com aqueles submetidos ao TxR. Métodos: Foram constituídos dois grupos. O GTxcomposto por 35 pacientes submetidos ao TxR há mais de 6 meses, nao diabéticos, com funçao renal estável e sem história de internaçao nos 30 dias antecedentes à aplicaçao do questionário de pesquisa, acompanhados no ambulatório de TxR do HU-UFMA e o GHD constituído por 35 pacientes nao diabéticos, em programa de HD há mais de 6 meses, provenientes de duas unidadades de diálise da Capital, com FAV funcionante, sem internaçao hospitalar nos últimos 30 dias que antecederam à pesquisa e que foram pareados com o grupo GTx em relaçao ao sexo e faixa etária. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário tendo como modelo o RAND-36 item Health Survey (versao 1.0), adaptado a partir do MOS SF-36, aplicado por um mesmo entrevistador entre janeiro e março de 2003. Para cada parâmetro de qualidade de vida avaliado, foram atribuídos valores de 0 a 100. Quanto maior a pontuaçao alcançada em cada item, melhor o estado de saúde. Calculou-se a média e o desvio-padrao dos conceitos de saúde estudados e comparou-se entre os 2 grupos. Resultados: Nao houve diferença entre os dois grupos em relaçao aos dados demográficos exceto o tempo de DRET que foi superior entre os pacientes do GTx (78,8 vs. 33,2 meses, p<0,01). Quando comparou-se os dois grupos em relaçao aos scores de qualidade de vida observou-se entre os pacientes do GTx Melhor Percepçao de Mudança na Saúde (84,7 vs. 61,4; p<0,01), Melhor Estado Físico (84,4 vs. 77,2; p<0,01), Menores Limitaçoes Ocasionadas por Problemas Físicos (74,2 vs. 50,7; p<0,01), Menor Fadiga (82,8 vs. 67,8; p<0,01), Maior Bem Estar Emocional (83,0 vs. 71,7; p=0,01), Menor Dor Corporal (83,7 vs. 69,1; p=0,04), Maior Percepçao de Saúde Geral (73,5 vs. 54,7; p<0,01). Conclusao: Em pacientes considerados estáveis em suas respectivas modalidades de tratamento para a DRET, a média dos scores de satisfaçao foi significantemente superior entre os transplantados renais quando comparados àqueles em hemodiálise.


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COMPLICAÇOES CLINICAS APOS O TRANSPLANTE SIMULTANEO DE PANCREAS-RIM: ANALISE DE 77 CASOS

RANGEL, É. B.; SA, J. R.; LINHARES, M. M.; GONZALES, A. M.; PESTANA, J. O. M.; MELARGNO, C. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-EPM.

O TSPR está associado à restauraçao da normoglicemia, melhorando as complicaçoes diabéticas, como retinopatia, neuropatia e doença cardio-vascular. Foram avaliados 77 pacientes insulino-dependentes submetidos ao TSPR no período de Dez/2000 a Abril/2004. As médias de idade, de história de diabetes e de diálise foram 33,9±7,7 anos (17-50), 21,2±5,6 anos (13-37) e 27,6±16,2 meses (0-76), respectivamente. A principal complicaçao clínica foi dislipidemia (75%), sendo que 21% dos pacientes tinham hipertrigliceridemia e 100% tinham hipercolesterolemia (LDL-colesterol 146±27 mg/dL vs 95±4,2 mg/dL e HDL-colesterol 52,2±18,8 mg/dL vs 67,7±7,5 mg/dL). Outras complicaçoes incluíram: hipertensao arterial sistêmica 22% (vs pré-transplante 86%, p < 0.001; Tacrolimus vs Ciclosporina: NS), doença arterial periférica 21,6% (amputaçao em 17,6% dos casos após 6,2±3,9 meses do transplante, 2 a 12 meses), policitemia 15,6% (tratamento com 2,5-10 mg/dia de enalapril), piora da retinopatia 15,4% (15 procedimentos em 10 pacientes após 14,3±4 meses do transplante, 6-28 meses) e diabetes mellitus 12,8%, sendo o diagnóstico definido pela ADA. O peptídeo C basal era de 2,12±0,62 ng/mL (1,4-29) e o diagnóstico foi estabelecido após 3,1±4 meses (0,7- 12) após transplante. Em 57% dos casos o tratamento foi com insulina e em 43% com tiazolinedionas. Houve resoluçao da hiperglicemia em 43% dos pacientes após 83±67 dias (42-160). Apenas 1 paciente realizou angioplastia coronariana após o transplante. Apesar de pouco freqüente, a incidência de hiperparatiroidismo foi de 27,5%, sendo 61,1% transitório (resoluçao após 14,6±8,3 meses, 4-30) e 33,3% persistente (cálcio iônico 1,51± 0,11 mmol/L, fósforo 3,05±0,7 mg/dL, FAL 256,3±113,8 U/L e PTH 147,8±104,7 pg/mL. O TSPR está associado com melhora da pressao arterial e estabilizaçao da retinopatia na maioria dos casos. O controle rigoroso da dislipidemia, do hiperparatiroidismo e da hiperglicemia deve contribuir para a reduçao das complicaçoes cardio-vasculares.


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CONHECIMENTO E ATITUDE DO ESTUDANTE DE MEDICINA SOBRE DOAÇAO E TRANSPLANTE DE ORGAOS

DUTRA, M. M. D.

FACULDADE DE MEDICINA DA UFBA.

Introduçao: Dentre as medidas citadas para aumentar a doaçao e captaçao de órgaos, salienta-se a educaçao dos profissionais da área de saúde ainda em formaçao, particularmente dos estudantes de Medicina. O objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento e atitudedo estudante de Medicina da Faculdade de Medicina da UFBa. sobre doaçao e transplante de órgaos. Métodos: Durante a matrícula para o 2º semestre de 2002, foi aplicado um questionário de múltipla escolha com questoes pertinentes e entregue o manual “Entendendo a doaçao de órgaos. Decida pela vida!” preparado pela ABTO. Os dados foram analisados pelo SPSS, e o teste exato de Fisher ou do qui-quadrado usados para comparar proporçoes. Resultados: Dos 1001 estudantes da Faculdade, 779 responderam ao questionário. A idade média foi de 21,8 ± 2,9 anos, sendo 59,5% do sexo masculino. Cinqüenta e seis por cento eram católicos, 6,1% protestantes, 12,9% espíritas, 22,2% se disseram “sem religiao” e 2,8% citaram outras crenças. Sobre quais órgaos ou tecidos que podem ser transplantados 99,1% citaram rins, 96,1% coraçao, 88,2% fígado, 41,1% pulmoes, 24,0% pâncreas, 9% intestinos, 98,3% córneas, 89,5% medula óssea, 38,2% válvulas do coraçao, 47,7% pele e 18,5% osso e tendoes. Quinhentos e trinta e oito (69,0%) disseram-se doadores de órgaos, sendo a freqüência maior entre os espíritas (81,6%) do que entre os católicos (64,2%) e protestantes (55,3%). Os nao doadores – 239 (30,6%) justificaram por desconfiança no sistema de saúde, falta de conhecimento sobre o assunto, motivos religiosos, entre outros. Sobre o conceito de morte 82,3% responderam ser a parada irreversível de toda a atividade encefálica, 8,3% parada cárdio-respiratória, 5,2% estado de coma irreversível e 4,2% nao sabiam. Sobre a lei dos transplantes, 47,3% nao a conheciam, 51,0% já tinham ouvido falar e 1,7% disseram conhecê-la detalhadamente. Conclusoes: 1. Há desconhecimento sobre doaçao e transplante de órgaos. 2. É necessário incluir aulas e atividades sobre o tema durante o curso de graduaçao em Medicina.


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DOENÇA LINFOPROLIFERATIVA POS-TRANSPLANTE: LINFOMA NAO-HODGKIN DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B/CD20 POSITIVO EM PACIENTE RECEPTOR DE TRANSPLANTE RENAL

MONTENEGRO, R. M.; PANSARD, H. M.; A. H. D. F. PIEKALA, L. G.; ABELIN, . A. P.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITARIO DE SANTA MARIA.

Introduçao: As doenças linfoproliferativas pós-transplante (PTLD) acometem 1 a 2,5% dos pacientes receptores de transplante renal (TxR). O Linfoma Nao- Hodgkin encontrado em 93% do total de casos. O envolvimento extranodal, SNC e infiltraçao do enxerto renal sao as apresentaçoes mais comuns. A melhor estratégia terapêutica continua controversa, consistindo na reduçao da imunossupressao, uso agentes anti-virais, cirurgia, anticorpos monoclonais anti-células B, radioterapia e quimioterapia, isoladamente ou em combinaçao. Materiais e Métodos: Objetivou-se revisar PTLD (sistemas MEDLINE /LILACS) e relatar um caso de Linfoma Nao-Hodkin difuso de grandes células B/CD20 positivo pós Tx R. Resultados: Paciente feminina, branca, 24 anos, IRCT de etiologia indeterminada, TxR haploidêntico em 20/03/2003, esquema imunossupressor inicial com azatioprina 125mg/d, prednisona 50mg/d e ciclosporina 400mg/d. Apresentou episódio de rejeiçao aguda no 2º dia pós-TxR, com resposta a pulso de 3g de metilprednisolona e troca do esquema imunossupressor para micofenolato mofetil 2g/d (MMF), prednisona 40mg/d e ciclosporina 500mg/d. No 7º dia pós-Tx evoluiu com ruptura do enxerto renal, com boa evoluçao após reintervençao cirúrgica. No 4º mês pós-Tx, constatou-se linfonodo inguinal direito doloroso de 1x3cm. A análise histológica e imunohistoquímica de biópsia excisional do linfonodo demonstrou Linfoma Nao-Hodgkin difuso de grandes células B, CD20 positivo. Nao sendo evidenciadas outros órgaos comprometidos. Suspenso MMF, reduzidas as doses de prednisona (12,5mg/d) e ciclosporina (150mg/d), iniciado ganciclovir por 14 dias e tratamento com rituximab 375mg/m2 de superfície corporal/semana (600mg), durante 4 semanas. Paciente encontra-se assintomática, com funçao renal estável e sem recidiva no seguimento de aproximadamente 6 meses. Conclusao: As PTLD, em geral, acometem o enxerto renal e/ou tem padrao disseminado, quando diagnosticadas no primeiro ano pós TxR, estando relacionadas a um pobre prognóstico. No caso relatado a paciente possuia acometimento em um único ganglio linfático, com início precoce e com boa resposta ao tratamento.


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EDUCAÇAO EM DOAÇAO E TRANSPLANTE. QUESTIONARIO PARA ESTUDANTES E PROFISSIONAIS DA SAUDE

GARCIA, V. D.; GARCIA, C.D.; CRUZ, E.; KIST, O.; CANTAROVICH, F.

SANTA CASA DE PORTO ALEGRE.
FFFCMPA.
INTERNATIONAL SOCIETY FOR ORGAN DONATION PROCUREMENT.

Introduçao: O maior obstáculo aos transplantes, atualmente, é o número insuficiente de doadores para atender a crescente demanda de candidatos a receptores. Uma das medidas propostas é melhorar o conhecimento sobre o processo doaçao – transplante. Objetivo: avaliar o conhecimento dos estudantes e profissionais da saúde sobre o processo doaçao – transplante, através de um questionário autoaplicável. Material e Métodos: o questionário foi aplicado a 376 pessoas, com média de idade de 21,8±4,9 anos, sendo 50,3% do sexo masculino. 297 eram estudantes de três escolas de medicina, 50 de outros cursos da área de saúde, e 24 eram médicos. Resultados: 90,4% sabem o significado da falta de órgaos, 88,8% acreditam que é um problema de saúde importante e 97,3% aceitam a possibilidade de doar os órgaos no fim da vida seja uma potencial fonte de saúde. 74,2% já pensaram na possibilidade que poderiam ser mais um possível receptor de transplante que um doador. Nao sabem a posiçao das religioes em relaçao ao uso de órgaos após a morte: católica 51,3%, protestante 74,2%, judaica 80,3%, islâmica 85,9% e budista 88,6%. A mensagem que poderia atingir mais o público foi a de “doar órgaos como presente de vida” (84,6%) do que a “compartir os órgaos como fonte de saúde” (12,8%). O apoio econômico à família do doador foi considerada como inconveniente (59,0%) ou conveniente (25,3%) e nao ética (64,1%) ou ética (12,0%). 66,5% acreditam na idéia que compartir órgaos no fim da vida, para beneficio da saúde de todos, pode ser admitido como um pacto de responsabilidade e 5,6% nao acreditam. 90,7% pensam que estes conhecimentos devam ser ensinados nas escolas para as crianças e adolescentes e 2,9% nao concordam. Conclusoes: a maioria conhece o significado e a importância da falta de órgaos,é favorável à doaçao e nao concorda com o apoio financeiro à família do doador e 75% pensam também na possibilidade de serem possíveis receptores. Há um grande desconhecimento sobre a posiçao de todas religioes em relaçao a doaçao de órgaos após a morte. A maioria acredita na “mensagem da doaçao como um presente” (altruísmo) e poucos acreditam na “mensagem de compartir como soluçao de saúde”.


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EFEITO COMPARATIVO ENTRE FK 506 E CICLOSPORINA A SOBRE A ENZIMA NA,K-ATPASE PURIFICADA DE RIM HUMANO

YOUNESIBRAHIM, M.; ROCHA JR, P. P. R.; BARNESE, M. C.; CASTROFARIA, M. V.; MARTINS, C. A.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

A literatura sugere a inibiçao da enzima Na+, K+-ATPase como potencial mecanismo celular para a nefrotoxicidade aguda e crônica do FK506. Em virtude da escassez de dados sobre o efeito da droga sobre a Na+, K+-ATPase humana, estudamos, in vitro, os efeitos do FK506 sobre a Na+, K+-ATPase extraída de rim humano e de rim e cérebro de rato, comparando os resultados com os respectivos efeitos causados pela ciclosporina A (CsA). As preparaçoes Na+, K+-ATPásicas obedeceram o método de Jorgensen’s, utilizando- se rim (córtex e medula) e cérebro de ratos wistar e córtex renal humano obtido de nefrectomia de rim neoplásico. Os experimentos de dosagem da atividade da enzima foram feitos na ausência (controle) e presença de FK506 nas concentraçoes de 10, 100 e 1000ng/ml e CsA nas 500, 1500 e 2500 ng/ml. As concentraçoes de proteínas nas preparaçoes determinaram as atividades específicas e as sensibilidades à oubaína, as isoformas. Incubaçao com FK506 promoveu inibiçao dose-dependente na enzima obtida de córtex renal humano (2,10 e 28%) (<0,05). Incubaçao com a CsA inibiu 4, 11 e 24% (p<0,05). Nas mesmas concentraçoes, tanto FK506 quanto CsA, nao alteraram significantemente a atividade Na+,K+ATPásica de tecido renal (córtex e medula) e cerebral de rato. Concluimos que o FK506 e CsA sao capazes de inibir a atividade Na+,K+-ATPásica de córtex renal humano de forma dose-dependente e espécie- específica. Ao contrário da CsA, as concentraçoes inibitórias de FK506 in vitro sao bastantes superiores àquelas concentraçoes esperadas para o tecido renal humano, em condiçoes de uso clínico. Estes dados preliminares sugerem que a diferença de sensibilidade da enzima Na+,K+-ATPase para os dois inibidores de calcineurina testados possa estar relacionada inversamente aos seus respectivos potenciais nefrotóxicos.


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EFEITO DA RAPAMICINA NA LESAO RENAL SECUNDARIA A ISQUEMIA E REPERFUSAO

CAMARA, N. O. S.; GONÇALVES, G. M.; PINHEIRO, H. S.; FEITOZA, C. Q.; CENEDEZE, M. A.; DAMIAO, M. J.; BERTOCCHI, A. P.; REIS, M. A.; SILVA, A. P.; CAMARA, N. O. S.

LABORATORIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERABA.

Introduçao: A lesao de isquemia e reperfusao renal (IR) é o principal fator etiológico da falência renal aguda em rins nativos e em transplantes renais. Principalmente na área do transplante, drogas imunossupressoras podem desencadear uma disfunçao aguda adicional ao órgao transplantado. Rapamicina tem propriedades anti-proliferativa que pode diminuir a regeneraçao renal pós IRI. Objetivo: Estudar a açao da rapamicina na lesao renal isquêmica. Material e Métodos: Camundongos C57Bl6 machos foram submetidos a 45minutos de clampeamento do pedículo renal e analisados após reperfusao de 24, 48 e 120horas. Após este período, os rins e o sangue foram coletados para análise. Necrose tubular aguda (NTA) foi quantificado usando análise morfométrica e a creatinina e uréias séricas dosadas. PCR para transcritos gênicos relacionados a inflamaçao e apoptose foram investigados. Resultados: Animais submetidos a IRI apresentaram uma diminuiçao da funçao renal com pico de 24 horas (287 ± 32mg/dl), e decrescendo depois disso. O tratamento prévio com rapamicina ocasionou uma piora da funçao renal (322 ± 28mg/dl), e estes animais sustentaram esta disfunçao por mais 24 horas (304 ± 34mg/dl), quando comparado com o controle (176 ± 93mg/dl, p<0,005). Análise histológica demonstraram que rapamicina retardava a regeneraçao tubular, compatível com os maiores valores de escórias renais até 5 dias pós reperfusao. Conclusao: Estes resultados demonstraram que o uso da Rapamicina em órgaos com lesao isquêmica podem apresentar uma contribuiçao adicional para a piora da funçao renal, tendo uma possível conseqüência negativa na sobrevida do enxerto.


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EFEITO DO BLOQUEIO DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA NA ERITROPOIESE DE PACIENTES COM NEFROPATIA CRONICA DO ENXERTO E GLOMERULOPATIAS POS-TRANSPLANTE COM FUNÇAO RENAL ESTAVEL

MOSCOSO, G. S.; KIRSZTJAN, G. M.; FRANCO, M.; SILVA, A. P.; CAMARA, N. O. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-UNIFESP.

Introduçao: Recentemente se demonstrou que o bloqueio do sistema renina angiotensina (SRA) aumenta o nível plasmático de N-acetil-seril-aspartil-lisil-prolina, um fator regulador com açao mielodepressora, e diminui o nível do fator de crescimento insulina-like. Objetivos: Avaliar o efeito do bloqueio do SRA sobre o hematócrito de pacientes com nefropatia crônica do enxerto (NCE) e glomerulopatias pós- transplante (GPT) com funçao renal estável. Material e Métodos: Estudo retrospectivo. Foram incluídos 60 pacientes (grupo 1) com diagnóstico de NCE comprovado por biópsia, que foram divididos em: Grupo 2 (n=42) com NCE, Grupo3 (n=18) com NCE+GPT. Todos os grupos fizeram uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) como antiproteinurica e /ou antihipertensivo por pelo menos 8 semanas. Foram avaliados parâmetros clínicos e bioquímicos antes e depois da terapia. Resultados: Os grupos foram pareados de acordo com idade, sexo e tempo prévio de diálise. Os dados estao expressos na seguinte tabela.

Conclusoes: Esses dados sugerem que o bloqueio do SRA através dos IECA diminui o hematócrito em pacientes com nefropatia crônica do enxerto e glomerulopatías pós-transplante. Em pacientes com Hto baixo ou funçao renal deteriorada, esse efeito pode constituir-se em sério empecilho à introduçao dessas drogas, dificultando o seu uso rotineiro com o fim de reduzir proteinúria e efeitos de organo-proteçao.


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EFEITO METABOLICO DA CONVERSAO DE CICLOSPORINA (CYA) PARA TACROLIMUS (TAC) EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL (TX)

CARNEIRO, R. F. L.; CUSSIANO, G. O. F.; SANTOS, C. U.; NEVES JUNIOR, J. E. V.; ALVES FILHO, G.; MAZZALI, M.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA- DCM/FCM UNICAMP.

Introduçao: A conversao de Cya para Tac em transplantados renais está associada ao controle da dislipidemia. Entretanto, o efeito sobre a pressao arterial, a funçao renal e a hiperuricemia ainda é controverso. Metodologia: análise dos prontuários de 30 Tx renais, em acompanhamento regular, convertidos de Cya para Tac por hiperplasia gengival. Foram analisados: colesterol total, triglicérides, glicemia, ácido úrico, creatinina sérica, pressao arterial e medicaçao concomitante, num intervalo mínimo de 12 meses pré e pós conversao. Resultados: A idade média foi de 36 ±12 anos, 18 homens: 12 mulheres, receptores de doador vivo (n=12) ou cadavérico (n=18), em acompanhamento pós transplante por 33 ± 24 meses. A dose média de Cya era de 3,1 ±1,2 mg/kg/dia, com nível sanguíneo (2h) de 561,8 ± 102,0 mg/dl. Todos os pacientes foram convertidos para Tac (0,1 mg/Kg/dia, em 2 doses diárias). Nao houve diferença significativa nos níveis séricos de creatinina com os dois tratamentos (1,46±0,1 mg/dl Cya vs 1,53±0,1 mg/dl Tac, p=ns). Houve uma tendência à reduçao dos níveis pressóricos após a introduçao de Tac (PAM-107,2 ± 2,8mmHg Cya vs 102, 9 ± 3,4 mmHg Tac, p=0.06), assim como uma menor necessidade de hipotensores em 1/3 dos pacientes. A avaliaçao dos parâmetros metabólicos demonstrou reduçao significativa nos níveis séricos de ácido úrico (7,9 ± 0,5mg% Cya vs. 6,9± 0,1mg% Tac, p<0,05), bem como no número de pacientes que necessitaram de alopurinol. Houve reduçao significativa nos níveis de colesterol total (234,4± 19,3 mg/dl Cya vs. 203,0 ± 5,8 mg/dl Tac, p <0,05) e no número de pacientes com colesterol > 200 mg% (p<0,05). Nao houve diferença no número de pacientes com hipertrigliceridemia nem nos níveis séricos de triglicérides com a conversao. Hiperglicemia com Tac ocorreu em 2 pacientes (6,6%). Conclusao: A conversao de Cya para Tac neste grupo de pacientes, além da reduçao da hiperplasia gengival cursou com melhora significativa dos parâmetros metabólicos (hiperuricemia e hipercolesterolemia) além de um melhor controle pressórico. Estes dados sugerem que a conversao, além de segura, possa ser benéfica na reduçao do risco cardiovascular.


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EFEITO NA SOBREVIDA DO ENXERTO DA ALOCAÇAO DE RINS DE DOADOR CADAVER PELA COMPATIBILIDADE HLA

GALANTE, N. Z.; SILVA, A. P.; OZAKI, K. S.; BARBOSA, D. C. M.; CAMARA, N. O. S.

LABORATORIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL. HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO – DISCIPLINA DE NEFROLOGIA – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: A compatibilidade HLA entre doadores e receptores é importante para a sobrevida a longo prazo do enxerto renal tanto de doadores vivos quanto de cadáver. Entretanto, com o advento de novas drogas imunossupressoras, a contribuiçao relativa desta variável parece ter sido atenuada. No Brasil a alocaçao por critérios de melhor compatibilidade HLA foi iniciada no ano de 2002, porém nao existem dados comprovando o esperado benefício adicional nos resultados dos transplantes com doadores cadáver. Objetivo: Determinar o impacto da distribuiçao de rins de doador cadáver por critérios de melhor compatibilidade HLA na sobrevida do enxerto. Material e Métodos: Receptores de transplantes com doadores cadáver realizados entre 15/01/1976 e 31/03/1998 (Grupo I, n=730, alocaçao sem o HLA e imunossupressao padrao), foram comparados com receptores de transplantes realizados entre 01/01/2000 e 12/01/2002 (Grupo II, n=241, alocaçao sem o HLA em uso de novos imunossupressores) e entre 20/01/2002 e 28/12/2003 (Grupo III, n=198, alocaçao pelo HLA em uso de novos imunossupressores). Os pacientes do grupo III foram também estratificados de acordo com o número de incompatibilidades HLA, em ordem crescente, a partir de 0 MM (incompatibilidade), considerando- se os loci A, B e DR,em grupos O, 1, 2 , 3, 4, 5 e 6 MM. A sobrevida do enxerto foi calculada utilizando-se o método estatístico de Kaplan-Meier e as diferenças entre os grupos identificadas pelo teste Log-Rank. Um valor de p=0.05 foi estabelecido como indicativo de significância entre as diferenças. Resultados: Os receptores do grupo I apresentaram sobrevida do enxerto de 2 anos (65,5%) significativamente menor que a apresentada pelos integrantes do grupo II (79,9%, p<0,001) e III (84,5%, p<0.001). Apesar de a sobrevida de 2 anos obtida para os receptores do grupo III (84,5%) ter sido superior à obtida pelos integrantes do grupo II (79,9%) essas diferenças nao foram estatisticamente significantes (p=0,36). Quanto ao número de incompatibilidades HLA, a presente casuística foi incapaz de demonstrar correlaçao com a sobrevida de 2 anos do enxerto, uma vez que os sub-grupos III 0, 1, 2 , 3, 4, 5 e 6 MM apresentaram respectivamente 100, 100, 76,4, 90,8, 91,67, 85,7 e 85,5%, com nível de significância de p= 0,54. Conclusoes: Nao observamos neste estudo papel benéfico da alocaçao de rins pela compatibilidade HLA na sobrevida a curto-médio prazo dos transplantes de doador cadáver.


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EFEITOS A LONGO-PRAZO DA CONVERSAO DE AZATIOPRINA (AZA) A MICOFENOLATO MOFETIL (MMF) EM PACIENTES COM DISFUNÇAO CRONICA DE ALOENXERTO (DCA)

ALVES, E.; FELIPE, C.; PARK, S.I.; SILVA, L.; MACHADO, P.P.; GARCIA, R.; SILVA, H.T.; PESTANA, J.O.M.

HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO – UNIFESP.

Objetivos: A proposta deste estudo foi avaliar a longo prazo o efeito da conversao de azatioprina (AZA) a micofenolato mofetil (MMF), seguido de reduçao de dose ou retirada completa de ICN. Métodos: Entre 06/Nov/1999 e 12/Fev/2003 167 pacientes receberam ICN/AZA/PRED (153 CSA; 14 tacrolimus (TAC)) e foram convertidos de AZA a MMF seguido de reduçao de dose de ICN ou retirada devido a DCA confirmada por biópsia. Os dados demográficos, imunossupressores, funçao renal, hematológicos e bioquímicos foram obtidos nas visitas pré-conversao (-6,-3 e -1 meses) e 1-12 meses e a última visita pós conversao. Resultados: Média de idade foi 34 anos, 66% homens, 54% brancos, 72% receptores com doador vivo. A incidência de RAC antes da conversao foi 31%. O tempo médio de conversao foi 31,2 meses após transplante. O tempo médio de seguimento pósconversao foi 51,6 meses. 26% dos pacientes foram retirados completamente e 64% reduziram a dose de ICN. Média de creatinina de um mês antes da conversao foi de 2,6 mg/dL. Comparada ao valor pré-conversao, após um ano, houve uma melhora significativa na funçao renal (2,6 vs. 2,1, p=0,038). Usando a análise de regressao linear, os slopes da regressao linear entre os valores de 1/Cr vs. tempo pré-conversao, aumentaram significativamente após conversao (-0,7 vs. +0,06 mg- 1.dL.day-1, p= 0,001). Houve uma queda significativa em pressao arterial sistólica (141 vs. 135, p=0,019) e diastólica (89 vs. 84, p=0,004) após um ano de conversao. As sobrevidas do enxerto e de paciente de 2 anos após conversao foram 96% e 86.5%, respectivamente. 65% dos pacientes tiveram infecçoes bacterianas, 29% virais e 17% fúngicas. Um paciente desenvolveu PTLD. Conclusoes: Conversao para MMF seguido de reduçao de dose ou retirada total de ICN é uma estratégia segura e efetiva em prevençao ou melhorar a funçao renal e com isso prolongar a sobrevida do aloenxerto.


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ESTIMATIVA DA FILTRAÇAO GLOMERULAR EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

SANDERS, H.; BRAGA, A. M.; AMARAL, C. F.; PAIVA, A. R. B.; RIBEIRO, C. C. O. S.; RAMALHO, G. T.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Introduçao. A taxa de filtraçao glomerular (TGF) pode ser estimada por várias fórmulas que utilizam a creatinina, peso, idade e sexo. Após o transplante renal (TxR) há tendência a obesidade com modificaçao da composiçao muscular, trazendo a necessidade de validaçao destas fórmulas. Objetivo. Avaliar desempenho das fórmulas de estimativa da TFG em TxR. Métodos: Foram estudados 60 pacientes com TxR e utilizado como padrao de medida da TFG a depuraçao de creatinina medida em urina de 24h. Comparamos com a TFG estimada pela fórmula de Crockcoft-Gault (CG) e pela fórmula do estudo MDRD, simples (MDRD1) e estendida (MDRD2). Observamos também o efeito da correçao pela superfície corporal e o desempenho das fórmulas nos pacientes com e sem obesidade/sobrepeso, IMC>25Kg/m2Resultados: A média de idade foi de 41,4±13,0 anos, 97% tinham doador vivo e 57% haplo-idênticos. 69% eram do sexo masculino. Todas as fórmulas tiveram correlaçao significante com a TFG medida (p<0,001), porém os valores de r2 foram maiores para CG (0,85), seguidos da MDRD2 (0,83) e MDRD1 (0,80). Nos 30 pacientes com IMC>25 (28,2±3,3), também houve correlaçao significante entre as fórmulas estudadas, porém a melhor acurácia foi para MDRD2 (0,96), seguido da CG (0,89) e MDRD1 (0,86), p<0,001. Nos outros 30 pacientes com IMC<25 (21,6±2,0), houve correlaçao apenas com CG (0,80) e MDRD1 (0,78), p<0,001. Em todas as fórmulas houve correlaçao significante com os valores corrigidos pela superfície corpórea. Conclusao: Usando como padrao a TFG a depuraçao medida da creatinina, as fórmulas que estimam a TFG tiveram ótimo desempenho mesmo em pacientes obesos/ sobrepeso, com exceçao da MDRD2 nos pacientes com IMC<25.


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ESTUDO DA EXPRESSAO GENICA POR TÉCNICA DE MACROARRAY EM BIOPSIAS PROTOCOLARES DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

NOGUEIRA, E. ;CAMARA, N. O. S.; SILVA FILHO, A. P.; PONCIANO, V. C.; OLIVEIRA, A. F.

UNIFESP.

Introduçao: A compreensao da expressao de mRNA de um grande número de genes tem ajudado a elucidar o mecanismo molecular envolvido na fisiopatogênia de várias doenças. A pesquisa baseada em oligonucleotídeo microarray tem identificado novos parâmetros para diagnósticos de RAC e prognósticos em transplantes renais. Objetivo: O objetivo deste estudo foi procurar definir o padrao de expressao gênica em pacientes transplantados renais com funçao do enxerto estável. Métodos: Foi utilizado a tecnologia de cDNA macroarray para estudo de padrao de expressao gênica em amostras de biópsias protocolares após 6 meses de transplante renal em pacientes com funçao tubular normal (RBP) e alterada. As amostras foram extraídas com TRIZOL’ e amplificadas utilizando kit de amplificaçao para RNA e marcadas com aP32-dCTP para a realizaçao da sonda para detecçao dos genes. As membranas utilizadas foram comerciais (GEArray Q Series) com 96 marcadores para via de transduçao de sinal e 96 marcadores que expressam a via de stress e toxicicidade. Resultados: Um conjunto de 28 genes foram identificados dentro dos 192 genes estudados. Alguns genes como da família das Hsp, foram encontrados em ambos os grupos. Dois genes foram encontrados no paciente com RBP alta (TFRC e BMP2). Foram encontrados mais genes relacionados com as vias de necrose e apoptose em ambos os grupos. Nenhum gene estava sendo expresso nas vias de proliferaçao/carcinogênese, senescence e inflamaçao. Conclusao: Análise por macroarray de biópsias protocolares pode ajudar a desvendar fatores que podem implicar para uma funçao estável e possível progressao para nefropatias agudas ou crônicas do enxerto.


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ESTUDO DESCRITIVO DOS TRANSPLANTES RENAIS REALIZADOS NO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICORDIA DE MARINGA EM 10 ANOS

OBREGON, J. M. V.; YAMADA, S. S.; OYAMA, R.; PADULA, J.; BOLONHEZ, A. C. M.; GIROTTO, E. C.

HOSPITAL UNIVERSITARIO REGIONAL DE MARINGA-UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA/HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICORDIA DE MARINGA

Introduçao: O transplante renal (TxR) é a terapêutica de escolha para melhoria da sobrevida e qualidade de vida do paciente urêmico. Objetivo: Caracterizar os TxRs realizados em serviço de transplante do interior do Paraná no período de novembro de 1994 a maio de 2004. Metodologia: Avaliamos retrospectivamente 56 TxRs primários e 3 retransplantes. As informaçoes foram obtidas dos arquivos do serviço de transplante. Foram compilados dados do receptor como: sexo, cor, idade, doença de base, tempo e tipo de diálise pré-transplante; e do doador: idade e tipo de doador (vivo idêntico, vivo haploidêntico, vivo nao idêntico e cadáver). Quanto ao TxR foram estudados: o esquema de imunossupressao, necessidade de pulsoterapia, tempo de internaçao pós-transplante, diálise pós-transplante, realizaçao de biópsia renal e a sobrevida do enxerto e do paciente. Resultados: predominaram receptores masculinos s(66,1%), raça branca (76,3%), a média de idade foi de 37,5±13,8. A etiologia da insuficiência renal crônica predominante foi glomerulonefrite crônica (59,6%). Quanto à modalidade de diálise pré-transplante, 62,71% encontravam-se em hemodiálise (HD) e 28,81% em diálise peritoneal (CAPD), a média do tempo em diálise foi 37 meses. A média de idade dos doadores foi de 35,7±11,2, sendo 54,2% doador cadáver; 23,7% doador vivo-haploidêntico; 20,2% vivo-idêntico e 1,7% vivo nao idêntico. O esquema de imunossupressao com azatioprina, prednisona e ciclosporina, foi o mais utilizado (91,2%). A pulsoterapia foi necessária em 69,49% dos casos. 38,98% dos pacientes necessitaram de biópsia pós-transplante que constataram nefropatia crônica em 39,13% dos casos. As sobrevidas dos enxertos em um, três e cinco anos foram em porcentagem, respectivamente: 100, 90 e 90 para o grupo vivo idêntico; 93, 84 e 75 no grupo vivo haploidêntico e 81, 61 e 61 com doador cadáver. Conclusao: o estudo demonstrou que apesar do pequeno número de casos a sobrevida dos enxertos nos três grupos de histocompatibilidade é semelhante ao descrito na literatura.


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ESTUDO PROSPECTIVO, RANDOMIZADO DE EFICACIA E SEGURANÇA DE SIROLIMO ORAL EM INIBIR A PROLIFERAÇAO DA NEO INTIMA APOS STENT CORONARIANO

LIMA, V.C.; DANTAS, J.M.; ROSA, W.; BRITO JUNIOR,; FELIPE, C.R.; SILVA JUNIOR, H.T.; PESTANA, J. O. M.; ALFIERI, F.; IKEHARA, E.

HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO -UNIFESP.

Objetivo: Demonstrar a efetividade clínica de sirolimo oral em inibir a proliferaçao neointimal após implantaçao de “stent” coronariano, avaliada por ultrassom intravascular após 8 meses do procedimento. O objetivo secundário é avaliar a segurança de sirolimo oral quando utilizado por 30 dias. Métodos: Estudo fase II, 45 pacientes estáveis, pós implante de “stent” coronariano, serao alocados randomicamente em 3 grupos de tratamento (1:1:1): G1- pacientes que receberao 15 mg de sirolimo oral seguido de 5 mg/dia por 30 dias; G2-6 mg de sirolimo oral seguido de 2 mg por 30 dias; G3-grupo controle (sem sirolimo oral). “Stents” serao implantados de acordo com os procedimentos padroes. Dosagem sérica de sirolimo será avaliada por método HPLC/UV semanalmente por 4 semanas após angioplastia. A concentraçao desejada será entre 10 e 20 ng/ml para o G1 e 5 a 10 ng/ml para G2. Os pacientes serao seguidos semanalmente no 1º mês e mensalmente até o 8º mês, quando uma angiografia coronariana e ultrassom intravascular de 3 dimensoes serao avaliados. Resultados: Estudo em andamento onde 35 pacientes foram recrutados. O “stent” coronariano foi implantado com sucesso em todos os pacientes. E apresentaram boa tolerabilidade ao sirolimo oral nos 30 dias de tratamento. Eventos cardíacos maiores nao foram relatados até a presente data. Resultados angiográficos e Ultrassom intravascular realizados no 8º mês serao apresentados. Conclusao: Um mês de uso de sirolimo oral tem se mostrado seguro em implante de “stent” coronariano de pacientes eletivos. Resultados preliminaries serao apresentados.


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ESTUDO SOBRE A SEGURANÇA E TOLERABILIDADE DA CONVERSAO DE MICOFENOLATO MOFETIL PARA MICOFENOLATO SODICO EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL ESTAVEIS

GARCIA, V. D.; HERNANDEZ, E.; GIRON, F.; JUAREZ, F.; LIENDO, C.; TOLEDO, M.

ESTUDO MULTICENTRICO.

Drogas capazes de liberar o ácido micofenólico (MPA) como o micofenolato mofetil (MMF) já demonstraram sua eficácia na prevençao de rejeiçao aguda. Essa eficácia é reduzida quando a dose é diminuída ou quando a droga é descontinuada por eventos adversos. O micofenolato sódico comprimidos revestidos gastro-resistentes (EC-MPS) é uma formulaçao desenvolvida para liberar o MPA no intestino delgado. EC-MPS 1,44 g sao equimolares a 2 g de MMF. Um estudo Latino-Americano, aberto, multicêntrico, com 6 meses de duraçao, foi realizado em receptores de transplante renal estáveis (após 3 meses do transplante) para avaliar a segurança da conversao do MMF para o EC-MPS. Materiais e Métodos: entre abril de 2002 e abril de 2003, foram incluídos 237 pacientes, sendo 139 do sexo masculino e 98 feminino, com idade de 39,1 ± 13,8 anos, incluindo 19 crianças com idades entre 6 e 18 anos. O tempo médio de seguimento pós-transplante era 2,6 ± 2,4 anos. 173 pacientes recebiam MMF 2 g/d e 64 pacientes (17 crianças e 47 adultos) estavam com doses reduzidas de 1,22 ± 0,29 g/d. Todos os pacientes foram convertidos para EC-MPS: 1,44 g/d para os pacientes adultos ou 0,450 g/m2, 2x/d para as crianças. A terapia de manutençao incluía Neoral e corticóides. Resultados: após a conversao, a incidência de eventos adversos (EA) foi de 59,9%, sendo 22 % gastrintestinais (GI), 12,6 % trato GI superior e 10,9 % diarréia. A incidência de EA hematológicos foi 4,8% e de infecçoes foi 37 %. Apenas 24 (10%) pacientes necessitaram de reduçao de dose por causa de EA: diarréia (10), hiperbilirrubinemia (4), leucopenia (4), anemia (1), hiperuricemia (1), dor abdominal (2) e colecistolitiase (2). Todos os EA desapareceram após reduçao da dose. Dos 64 pacientes que foram convertidos para uma dose equimolar maior de EC-MPS apenas 12 (18%) necessitaram reduzir a dose. Ocorreram 3 episódios de rejeiçao aguda, uma morte por acidente de carro e nenhuma perda do enxerto. Os parâmetros laboratoriais permaneceram estáveis durante o estudo (tabela abaixo).

Conclusoes: a conversao de MMF para EC-MPS foi segura. Apenas 18 % dos pacientes tratados com uma dose maior do que a equimolar necessitaram reduzir a dose. O EC-MPS é uma alternativa válida para os pacientes tratados com MMF.


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EVOLUÇAO DA FUNÇAO RENAL APOS INTRODUÇAO DA RAPAMICINA EM TRANSPLANTADOS RENAIS: ANALISE EM 15 PACIENTES

PRADO, F.V.; MOYSES NETO, M.; NARDIM, M. E. P.; VIEIRA NETO, O. M.; RASPANTI, E. O.; VANNUCCHI, M. T. I.; NAKAGAWA, B.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO.

Introduçao: A nefropatia crônica do enxerto (NCE) é a causa mais comum de perda do enxerto assim como a nefrotoxicidade por drogas imunossupressoras. O objetivo do trabalho foi avaliar pacientes com perda progressiva da funçao renal que introduziram no seu tratamento a rapamicina. Métodos: Foram analisados de maneira retrospectiva, pela análise de seus prontuários pacientes transplantados renais, com perda progressiva da funçao renal utilizando como critério níveis séricos de creatinina. Foram incluídos pacientes que fizeram uso de Rapamicina por no mínimo 6 meses. Resultados: Foram avaliados 15 pacientes com média de idade de 36 anos(variando de 23 a 48 anos). O tempo de transplante, em média, foi de 5 anos(variando de 1 a 13 anos); 7 pacientes com rim de doador cadáver, e 8 pacientes com rim de doador vivo, sendo 1 paciente re-transplante. O esquema inicial em 8 pacientes foi CsA+Aza+Pred, 4 pacientes com FK506 + MMF + Pred e 3 pacientes com Aza+Pred. Foram biopsiados 7 pacientes: 4 com NCE, 2 com nefrotoxicidade pelos inibidores da calcineurina e 1 caso de recidiva da Doença de Berger. Esses pacientes apresentavam creatinina em média de 2,2 mg/dl. Após introduçao da rapamicina, 3 diminuiram a creatinina, 3 estabilizaram e 1 aumentou( creat inicial=3,8 mg/dl). Dos 7 pacientes nao biopsiados a creatinina foi em média de 2,8 mg/dl . Após introduçao da rapamicina, 2 diminuiram a creatinina, 4 estabilizaram e em 1 caso houve aumento (creat inicial=3,7 mg/dl). Entre os que estabilizaram a funçao inclui-se o caso de recidiva de Berger. A droga foi suspensa em um paciente por dislipidemia grave. Os pacientes que evoluíram com melhora da funçao renal, apresentavam valores de creatinina abaixo de 2,5mg/dl; os que estabilizaram seus valores estavam entre 2,5 e 3,5 mg/dl, e os que evoluíram para perda do enxerto renal, já apresentavam níveis de creatinina acima de 3,5mg/dl. Conclusao: dos 15 pacientes avaliados, 12 obtiveram benefício com a introduçao da rapamicina. Os dois pacientes que perderam a funçao renal apresentavam níveis de creatinina acima de 3,5 mg/dL, no momento de introduçao do medicamento.


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EVOLUÇAO DE 19 PACIENTES PORTADORES DE NEFROPATIA CRONICA DO ENXERTO RECEBENDO MICOFENOLATO MOFETIL APOS A INTERRUPÇAO DA CICLOSPORINA

SILVEIRA, E. R.; ALKMIM, L. D.; SANTOS, G. D.; SALUM, R. E.; CARMARGOS NETO, G. B.; SANTOS, M. C.; DORNELAS, J. J.; NASCIMENTO, S. C. O.; FARIA, M. R.; GONTIJO, G. H. S.; MACEDO, M. A. M.

HOSPITAL VERA CRUZ.

A Nefropatia Crônica do Enxerto (NCE) é a causa principal de Insuficiência renal progressiva em pacientes transplantados renais. Estamos apresentando a evoluçao de 19 pacientes, com funçao renal bastante alterada (Creatinina Sérica > 2mg/dl) e com diagnóstico firmado histologicamente de NCE num período de 36 meses, após ter sua imunossupressao mudada de Ciclosporina (CsA) ou CsA associada a Azatioprina (Aza) para Micofenolato Mofetil (MMF). No trabalho apresentado há dois anos, biópsia renal realizada nesses pacientes 12 meses após o início do MMF nao mostrou deterioraçao na grande maioria. Além disso houve um melhor controle da hipertensao e melhora na funçao renal nos pacientes durante aquele período. Métodos: Dezenove pacientes (10 com Doadores Vivos Relacionados, 6 com Doadores Cadáver e 3 com Doadores Vivos nao Relacionados) com diagnóstico histopatológico de Nefropatia Crônica do Enxerto e em uso de Ciclosporina associada ou nao a Azatioprina tiveram sua imunossupressao modificada, passando a fazer uso de MMF (2 gramas/dia). A dose de Prednisona nao foi alterada. O grupo foi acompanhado por pelo menos 3 anos, sendo mensalmente no 1º ano e trimestralmente a partir do 2º ano, com avaliaçao clínica e laboratorial. Biópsias renais foram realizadas previamente à mudança e com 6 e 12 meses de acompanhamento, sendo avaliadas por Microscopia Otica e por Imunofluorescência. Resultados: Apenas 4 dos 19 pacientes pioraram os achados histopatológicos. Houve uma melhora acentuada no controle dos níveis pressóricos. A funçao renal melhorou e manteve-se estável durante 36 meses, na maioria dos pacientes (12/19). Quatro pacientes evoluíram Insuficiência Renal Terminal e 3 evoluíram para o Obito, todos eles com funçao renal melhor do que aquela apresentada antes da mudança da imunossupressao. Conclusao: Os resultados mostraram que a grande maioria dos pacientes se beneficiou com a mudança da imunossupressao, apresentando melhora da funçao renal e controle dos níveis pressóricos por um período relativamente longo. Biópsia renal realizada 1 ano após a mudança nao revelaram piora dos padroes histopatológicos na grande maioria dos pacientes. O uso de MMF isoladamente com corticoterapia em substituiçao à CsA parece estar indicado para os pacientes portadores de NCE, que já apresentam alteraçoes importantes da funçao renal.


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EVOLUÇAO DO PESO CORPORAL DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

HENRIQUES, V. T.; FERNANDES, N; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN – NUCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA UFJF.

Introduçao: O ganho ponderal é comum em pacientes transplantados renais e se associa com a menor sobrevida do enxerto, contribuindo para o aumento da morbidade e da mortalidade do paciente. Objetivos: Verificar o peso médio, índice de massa corporal e a diferença entre estes nos diversos períodos estudados e entre os sexos. Métodos: Os pesos corpóreos de pacientes transplantados renais foram colhidos em prontuários e analisados nos períodos pré-transplante e após 1, 6, 12 e 18 meses de transplante. Foram incluídos 62 pacientes, sendo 40 do sexo masculino, com idade média de 36 anos. Resultados: Demonstrados nas tabelas abaixo. Ocorreu um aumento médio de 6% no peso corporal dos pacientes no período de 6 a 12 meses em relaçao ao pré-transplante. O índice de massa corporal médio no pré-transplante foi de 23,64 ± 3,96, aumentando após o transplante, sendo verificado sobrepeso após 12 meses (25,13 ± 3,89). Houve ganho de peso por ambos os sexos, sendo que foi encontrada diferença estatística em relaçao aos pesos nos períodos pré-transplante e de 12 a 18 meses pós-transpalnte, sendo verificado maior peso corporal nos pacientes do sexo masculino.

Conclusoes:– O ganho ponderal pode ter sido favorecido por múltiplos fatores como pelo aumento na ingestao alimentar causada pela sensaçao de maior liberdade na escolha dos alimentos após o período de terapia renal substitutiva e/ou pela estimulaçao do apetite causada pelo uso crônico de esteróides. No entanto, estudos prospectivos devem ser realizados para evidenciar estas hipóteses.Um acompanhamento nutricional individualizado deve ser enfatizado, com o objetivo de controlar o ganho de peso pós-transplante, além de contribuir com um balanceamento adequado de nutrientes de forma a minimizar distúrbios metabólicos.


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EVOLUÇAO DO TRANSPLANTE RENAL APOS SUSPENSAO DA AZATIOPRINA EM PACIENTES ESTAVEIS COM IMUNOSSUPRESSAO TRIPLICE

SANTOS JUNIOR, A. C. S.; MADEIRA, R. L.; BARROS NETO, J. R.; BORGES, J. M.; LASMAR, E. P.

HOSPITAL MATER DEI.

Objetivo: Avaliar a funçao do enxerto e a ocorrência de complicaçoes em pacientes transplantados renais após dois anos da retirada da azatioprina do esquema inicial: ciclosporina (CSA) + azatioprina (AZA) + prednisona (PRED). Material e Método: Estudo tipo coorte, retrospectivo e observacional. Foram avaliados 34 pacientes divididos em dois grupos. Os eventos que determinaram a retirada da AZA do esquema de imunossupressao no grupo 1 (n=17) foram: gota (41,2%), anemia (17,7%), hepatotoxicidade (17,7%), pancreatite (11,8%) e hepatite B ou C (11,8%). No grupo 2 (n=17) o esquema tríplice foi mantido. O pareamento foi realizado observando-se idade, sexo, data do transplante e tipo de doador. Os grupos nao apresentaram diferenças estatisticamente significativas quanto as variáveis demográficas. Foram incluídos pacientes com no mínimo 2 meses de transplante. A funçao renal foi estimada pela fórmula de Crockroft-Gault e os resultados foram expressos por média +/- desvio padrao. O teste T student foi usado para análise estatística. A significância foi estipulada para p<0,05.Resultados: A média da depuraçao de creatinina estimada no grupo 1 foi de 51,6 +/- 23,1 ml/min (inicial) e 57,2 +/-18,8 ml/min (final) com p=0,33; no grupo 2 as médias foram 58,4 +/- 15,5 e 61,6 +/- 24,2 ml/min com p=0,49. O grupo 1 apresentou como complicaçoes: HAS (9), dislipidemia (5), proteinúria (3), gota (1), anemia (1), ITU (1), eritrocitose (1), leucopenia (1), citomegalovirose (1), obesidade (1), sinusite (1) e outros (5). O grupo 2 apresentou como complicaçoes: HAS (13), dislipidemia (2), proteinúria (2), gota (2), anemia (1), ITU (1), eritrocitose (1), leucopenia (1) e outros (3). Nao foi encontrada diferença estatisticamente sig – nificativa quanto a funçao renal e complicaçoes entre os dois grupos durante o período avaliado no estudo. Conclusao: A suspensao da AZA do esquema imunossupressor com CSA e PRED nao determinou complicaçoes importantes na evoluçao do enxerto renal no período de 2 anos.


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EVOLUÇAO INICIAL DO ESTADO NUTRICIONAL E COMPOSIÇAO CORPORAL EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

SOUZA, G. C.; SILVA, . A. C.; COSTA, C.; MANFRO, R. C.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM CIENCIAS MÉDICAS: NEFROLOGIA, UFRGS. SERVIÇO DE NEFROLOGIA, HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE.

Introduçao: A terapia imunossupressora está associada a alteraçoes metabólicas e nutricionais que justificam intervençao nutricional precoce. O objetivo desde estudo é avaliar o estado nutricional e a composiçao corporal de pacientes transplantados renais com parâmetros antropométricos e bioquímicos. Pacientes e Métodos: Trinta e dois pacientes (17 homens, 23 receptores de rim de doador cadáver, média de idade 41 ± 11,4 anos) foram estudados prospectivamente durante 6 meses pós-transplante. As variáveis analisadas foram: IMC, % de gordura corporal, perfil lipídico, glicemia e albumina. Medidas antropométricas, composiçao corporal e marcadores bioquímicos, foram avaliados no momento do transplante (T0), e aos três (T3) e seis (T6) meses. Imunossupressao tríplice foi utilizada em todos pacientes. Resultados: Os parâmetros antropométricos e bioquímicos apresentaram os seguintes resultados: (a) o IMC nao teve alteraçao significativa até o terceiro mês pós-transplante (23,2 ± 2,58 e 23,5 ± 2,28 Kg/m2), seguiu-se de um aumento para 24,5 ± 3,09 Kg/m2 em T6, (T6 vs. T3, p < 0,001 e T6 vs. T0, p = 0,004); (b) a % de gordura corporal aumentou no 3º mês pós-transplante de 20,5% em T0 para 21,1%, aumentando 23,9% em T6 (p < 0,001). O aumento do peso e do % de gordura foi maior em mulheres (5,2 Kg em mulheres vs. 3,2 Kg em homens). O colesterol total e a glicemia nao variaram significativamente no período. O aumento dos triglicerídeos em T3 em relaçao a T0 foi de 147,75 ± 59,7 para 246,6 ± 100,2 mg/dl (p < 0,001); com diminuiçao de T3 para T6 (246,6 ± 100,2 vs. 212,7 ± 78,9 mg/dl, p = 0,023). Os níveis séricos de albumina diminuíram no terceiro mês póstransplante (4,54 ± 0,65 para 4,23 ± 0,5 g/dl, p < 0,05) retornando aos valores basais em T6. Conclusao: Os resultados mostram mudanças na composiçao corporal nos seis primeiros meses pós-transplante renal que sao mais pronunciadas em mulheres. O IMC nao excedeu os níveis normais, entretanto, o aumento da porcentagem de gordura demonstra as alteraçoes na composiçao corporal.


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EXPERIENCIA DE 77 TRANSPLANTES DE PANCREAS-RIM EM UM UNICO CENTRO

RANGEL, É. B.; SA, J. R.; LINHARES, M. M.; GONZALES, A. M.; PESTANA, J. O. M.; MELARAGNO, C. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-EPM.

O TSPR está associado à reduçao da mortalidade de pacientes com diabetes mellitus tipo 1 em relaçao à diálise. Foram analisadas as complicaçoes clínico-cirúrgicas de 77 pacientes submetidos ao TSPR, Dez/2000 a Abril/2004. As médias de idade, de história de diabetes e de diálise foram 33,9±7,7 anos (17-50), 21,2±5,6 anos (13-37) e 27,6±16,2 meses (0-76), respectivamente. A média de internaçao foi de 19,1±13,6 dias (8-83). As médias dos tempos de isquemia fria do rim e do pâncreas foram 12,5±4 horas (6-23) e 12,5±2,4 horas (8-18). A incidência de necrose tubular aguda foi de 26% com duraçao de 11±7,6 dias (1-29 dias). A imunossupressao inicial foi Tacrolimus/Prednisona/Micofenolato de Mofetil em 79,2% dos casos. A incidência de rejeiçao aguda renal foi de 24,7% (23 episódios em 19 pacientes, sendo 39,1% borderline e 8,7% grau III). A drenagem exócrina pancreática foi entérica em 91% (vs 9% de drenagem vesical, sendo que em 28,5% destes houve conversao da drenagem para entérica). As principais complicaçoes cirúrgicas foram: drenagem de hematoma 13%, drenagem de abscesso peri-pancreático 10,4%, fístula pancreática 9,1%, hérnia incisional 5,2% e trombose vascular do pâncreas 3,9%. As complicaçoes infecciosas foram: ferida operatória (54,8% superficial), urinária (drenagem vesical 100% vs drenagem entérica 40%, p<0.002), respiratória 16,9%, citomegalovírus 26% (12,5% doença invasiva), herpes simplex 9,1% e pelo vírus da varicela-zoster 3,9%. A sobrevida do paciente no 1º ano foi de 83%, sendo sepse a principal causa de óbito (69%, ocorrendo 43±56,5 dias do transplante, 3-194). As sobrevidas dos enxertos renal e pancreático no 1º ano (excluindo óbitos) foram de 93,8% e 92,2%, respectivamente. A média da creatinina no primeiro ano foi de 1,36±0,45 mg/dL (0,9-2,9). As principais causas de perda do enxerto pancreático incluíram óbito com o enxerto funcionante (35%), abscesso peri-pancreático (25%) e rejeiçao crônica (25%). O TSRP está associado à alta taxa de complicaçoes clínico-7cirúrgicas.


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EXPRESSAO DE MOLÉCULAS DE CO-ESTIMULAÇAO EM CÉLULAS URINARIAS DE PACIENTES COM NEFROPATIA CRONICA

CAMARA, N. O. S.; CENEDEZE, M. A.; PONCIANO, V. C.; CAMARA, N. O. S.; SILVA, A. P.

LABORATORIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, SAO PAULO.

Introduçao: O transplante renal ainda permanece como a melhor opçao terapêutica para pacientes com doença renal terminal. Com os avanços nas áreas de alocaçao e de drogas imunossupressoras, houve um acréscimo importante na sobrevida a médio-prazo do enxerto, porém eles continuam a serem perdidos a longo prazo. A fisiopatogenia da principal causa de perda a longo prazo, a nefropatia crônica do enxerto, envolve fatores imunológicos e nao imunológicos, entretanto o diagnóstico clínico é sempre tardio, ou seja quando a lesao fibrótica já está presente na biópsia. O diagnóstico preditivo nao invasivo se faz entao necessário. Dentre os fatores imunológicos, destaca-se a estimulaçao crônica dos linfócitos do receptor pelas células apresentadoras do próprio receptor, que envolve sinais mediados via TCR e via moléculas de coestimulaçao. Objetivos: Estudar a expressao urinária de transcritos gênicos de moléculas de coestimulaçao em pacientes com diferentes graus de nefropatia crônica do enxerto (NCE). Material e Métodos: 51 amostras consecutivas de urina de pacientes com diagnóstico comprovado por biópsia de nefropatia crônica do enxerto foram coletadas e analisadas. Expressao de mRNA de 4-1BB (CD137) e OX-40 (CD134) e seus ligantes foram semi-quantificados por PCR, e correlacionados com os achados na biópsia renal. Resultados: 27.3% dos pacientes tiveram diagnóstico de NCE leve, 27.3% de moderada e 12.1% grave, e os restantes compreenderam outros diagnósticos. mRNA de OX40 foi amplificado somente em 8 pacientes com NCE, a sua maioria com NCE grave, entretanto os níveis densitométricos foram mais elevados nos grupo com lesao leve. O ligante de OX40 foi amplificado somente em uma amostra de NCE. De forma interessante, o mRNA de 4-1BB esteve presente em todas as amostras com NCE e se correlacionou posiivamente com os achados histológicos: mais lesao, maior expressao de mRNA. Conclusao: A fisiopatogenia da NCE envolve a participaçao de moléculas de coestimulaçao, demonstrando ser um evento ativo, e a expressao urinária destas moléculas, principalmente o 4-1BB, um possível biomarcador para predizer NCE.


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FATORES DETERMINATES DO DESENVOLVIMENTO DE DM EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

CAMARGO, B. E.; SIQUEIRA, R. C.; MORENO, C. N.; ARAUJO, M. R. T.; NORONHA, I. L.; ROMAO JUNIOR, J. E.; ABENSUR, H.

CLINICA DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA DE SAO PAULO.

Introduçao: Estudos recentes sugerem uma associaçao entre infecçao pelo vírus da hepatite C (HCV) e o desenvolvimento de Diabetes Mellitus, tanto na populaçao geral quanto em pacientes receptores de transplante. Objetivo: Investigar possíveis fatores que possam estar relacionados com o desenvolvimento de Diabetes Mellitus Pós Transplante Renal (DMPTR), incluindo a associaçao com infecçao prévia pelo HCV. Métodos: Foram retrospectivamente analisados 245 pacientes submetidos a transplante renal (Tx) entre 1992 e 2004. Os critérios de inclusao foram a ausência de DM prévio ao Tx, seguimento mínimo de três meses e o nao uso de Tacrolimus como imunossupressor. O diagnóstico de DM foi definido como a ocorrência de pelo menos duas glicemias de jejum >126 mg/dl. A infecçao pelo HCV foi detectada pelo método de ELISA. Resultado: A incidência de DMPTR foi 4,7% no grupo HCV – contra 6,1% no HCV + (P=NS). Os grupos eram semelhantes quanto à idade, sexo, tempo de acompanhamento e peso ao transplantar, porém quem apresentava HCV- teve o peso ao fim do acompanhamento significativamente maior (70,2±14,7 vs 63,2±18,2 P=0,0152). Considerando fatores de risco para desenvolvimento de DM na populaçao em estudo, observamos que sua incidência foi maior nos pacientes com idade mais avançada (39,0±13,3 vs 49,0±8,0 P=0,0105), naqueles com maior peso ao transplantar (63,06±14,22 vs 74,49±9,64 P=0,0064) e que se encontravam com maior peso ao fim do acompanhamento (68,7±15,3 vs 81,2±11,9 P=0,0058).Com relaçao ao sexo, tempo de acompanhamento e infecçao pelo HCV nao houve diferença estatisticamente significativa. Conclusao: Neste estudo nao houve associaçao entre infecçao pelo HCV e o desenvolvimento de DMPTR, apesar de diversos trabalhos na literatura terem evidenciado esta associaçao. Foram fatores predisponentes para DMPTR a idade mais avançada, o maior peso ao transplantar e ao fim do acompanhamento.


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HEPATITE B OCULTA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

MANFRO, R. C.; PERES, A. A.; DIAS, E. A.; CHESKY, M.; JOBIM, L. F.; GONÇALVES, L. F. S.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM NEFROLOGIA, UFRGS. SERVIÇO DE NEFROLOGIA, HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE.

A hepatite B oculta é caracterizada pela presença do DNA do vírus da hepatite B (HBV) em pacientes que nao apresentam o marcador sorológico do antígeno de superfície do HBV (HBsAg) detectável no soro. Esta condiçao tem sido frequentemente descrita em indivíduos infectados pelo vírus da hepatite C (HCV). Este estudo de prevalência de hepatite B oculta foi conduzido por estarem pacientes transplantados renais sob risco de infecçao pelo HBV e HCV. Pacientes e Métodos: Cento e um pacientes transplantados renais negativos para o HBsAg formam avaliados, destes 51 apresentavam anticorpos contra o HCV. A técnica de PCR aninhado (“nested”) foi usada para a detecçao no soro do DNA dos genes S e “core” do HBV. Os marcadores sorológicos de infecçao pelo HBV, testes hepáticos e níveis sangüíneos de ciclosporina foram também avaliados. Resultados: O DNA do gene “core” foi identificado em um paciente infectado pelo HCV e em um paciente nao infectado no qual foi também identificado o DNA do gene S (prevalência: 2% e 1% para cada gene respectivamente). Os pacientes anti-HCV positivos apresentaram tempo mais prolongado de tratamento dialítico prévio ao transplante (50,8 ± 34,6 versus 32,0 ± 20,9; p<0,001). Os testes de funçao hepática apresentaram-se mais alterados neste mesmo grupo: ALT (P < 0,001); AST (P < 0,05); GGT (P < 0,02) e fosfatase alcalina (P< 0,04). Os níveis basais médios de Ciclosporina apresentaram-se significativamente aumentados no grupo de pacientes infectados pelo HCV (P < 0,02). Na análise multivariada revelou- se que apenas a infecçao pelo HCV foi determinante das alteraçoes nas provas de funçao hepática. Conclusao: Concluiu-se que a infecçao oculta pelo HBV é uma condiçao infrequente nesta populaçao de pacientes transplantados renais e a infecçao pelo HCV nao parece ser um fator de risco de relevância clínica.


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HIPERGLICEMIA NO POS OPERATORIO IMEDIATO EM TRANSPLANTE RENAL E OCORRENCIA DE REJEIÇAO AGUDA

BRAGA, A. M.; PINHEIRO, H. S.; BASTOS, M. G.; ANDRADE, L. C. F.

NIEPEN DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA.

Introduçao: Pacientes diabéticos apresentam risco aumentado de rejeiçao ao enxerto renal, possivelmente relacionado à hiperglicemia no período peri operatório. A ocorrência de hiperglicemia é comum também em pacientes nao diabéticos. Objetivo: Verificar se a hiperglicemia apresenta correlaçao com a ocorrência de episódios de rejeiçao aguda ao enxerto renal em pacientes nao diabéticos. Materiais e Métodos: Análise retrospectiva de 55 pacientes transplantados renais com doador vivo no Hospital Dr. Joao Felício entre fevereiro de 2002 e maio de 2004 com esquema imunossupressor tríplice (ciclosporina ou tacrolimus, azatioprina e corticosteróide). Foi realizada análise univariada de fatores relacionados(idade, número de matches HLA , reatividade contra painel , uso de tacrolimus ou ciclosporina) e a ocorrência de rejeiçao aguda nos primeiros trinta dias pós transplante renal. Resultados: Encontramos elevada incidência de hiperglicemia (glicemia de jejum >126 mg / dL), que ocorreu em 19 pacientes(34,5%) no primeiro pós operatório e em 5 pacientes(9,1%) no segundo dia. Foram diagnosticados 5 episódios de rejeiçao aguda(9,1%) em 5 pacientes e a análise univariada nao demonstrou correlaçao entre rejeiçao aguda e hiperglicemia, uso de ciclosporina ou tacrolimus, idade, matches HLA e reatividade contra painel. Conclusoes: Na populaçao estudada, a ocorrência de hiperglicemia é comum e nao identificou-se , nessa análise parcial de dados, correlaçao com rejeiçao aguda como demonstrado em estudos anteriores.


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HIPOMAGNESEMIA ASSOCIADA AO TACROLIMUS : O IMPACTO CLINICO- RELATO DE CASO

ALEXANDRE, C. S.; SCHIMTZ, R. O.; ANDRADE, L. C.; PEREIRA, L. M.; DAVID NETO, E.; IANHEZ, L. E.

HOSPITAL DAS CLINICAS DA FMUSP.

Introduçao: A associaçao de hipomagnesemia com o uso dos inibidores de calcineurina encontra-se bem documentada na literatura com trabalhos nessa área datando de meados da década de 80. Entretanto, o mecanismo envolvido nesse distúrbio só foi esclarecido em publicaçao experimental recente, que associou a inibiçao do transportador de Mg TRPV5 no túbulo distal, com o aumento da magnesiúria. Apesar dessas evidências, a relevância clínica desses achados é desconhecida assim como suas implicaçoes terapêuticas.Relato do Caso: C.T.S., 11 anos,com diagnóstico há 9 anos de má formaçao urogenital complexa submetida a cirurgia para construçao de neobexiga com válvula ileal aos 4 anos de idade. Há 2 anos iniciou tratamento hemodialítico e em abril de 2004 foi convocada para transplante renal doador cadáver com tempo de isquemia fria de 14 horas. Evoluiu NTA com duraçao de aproximadamente dez dias, com duas sessoes de hemodiálise nesse período. No 15º dia do pós-operatório, evoluiu com convulsao parcial com – plexa, sem antecedentes semelhantes. Líquor sem alteraçoes, EEG sem sinais de atividade epiléptica, TC de crânio normal e RMN de crânio com hipersinal em T2 em ambos os globos pálidos sugestivo de encefalopatia metabólica. Dados laboratoriais: Na 147 mEq/l, K 4,2 mEq/l, Ur 40 mg/dl, Cr 0,9 mg/dl, Mg 0,8 mEq/l, Cai 4,4 mg/dl, P 5 mg/dl, nível sérico de FK 8,2. Foi iniciada reposiçao de Mg EV com boa resposta, porém com nova convulsao após suspensao do Mg. Exames desse momento: Mg sérico 0,95 mEq/l, CaU 9 mg/kg/dia, Fe Mg 28%, Fraçao excreçao(Fe) K 3,2% , Fe Na 1,2%, Clear.de creat. 133 ml/min, nível de FK 8,3. Foi iniciada suplementaçao com sulfato de magnésio via oral com boa resposta. Recebeu alta hospitalar com Mg sérico de 1,37 mEq/l.Conclusao: Apesar do seu baixo custo e alta disponibilidade, a dosagem de magnésio em usuários de inibidores da calcineurina ainda nao é rotina em alguns serviços. Entretanto, as complicaçoes potencialmente graves desse distúrbio justificam tal prática e reafir – mam a necessidade de estudos que comprovem este impacto clínico.


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IDENTIFICAÇAO DE ANTICORPOS ANTI-HLA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS E SUA ASSOCIAÇAO COM O DESENVOLVIMENTO DE NEFROPATIA CRONICA DO ENXERTO

TORESAN, R.; MANFRO, R. C.; VERONESE, F. J. V.; GONÇALVES, L. F.; PROENÇA, M. C. C.; SALIM, P. H.; JOBIM, L. F.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM CIENCIAS MÉDICAS: NEFROLOGIA, UFRGS. SERVIÇOS DE IMUNOLOGIA E NEFROLOGIA DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE. PORTO ALEGRE, RS.

Introduçao: O envolvimento dos anticorpos anti-HLA, presentes no período póstransplante, na rejeiçao aguda (RA) e na nefropatia crônica do enxerto (NCE) do transplante renal nao está totalmente elucidado. O objetivo deste estudo é avaliar a presença de anticorpos anti-HLA após o transplante renal e sua relaçao com a RA e NCE. Métodos: Foram analisados pacientes transplantados renais dos quais coletou-se amostras de sangue no 1º, 3º, 6º e 12º meses pós-transplante. Nos pacientes que consentiram, biópsias renais de protocolo foram realizadas no 2º e no 12º mês póstransplante. Os soros foram testados utilizando um ensaio ELISA (LAT-M, One Lambda, USA) para detecçao de anticorpos anti-HLA de classe I (CI) e II (CII) do tipo IgG. RA e NCE foram diagnosticadas por critérios clínicos, laboratoriais e histopatológicos. Resultados: Do total de 65 pacientes incluídos até o momento, 12 concluíram o seguimento de um ano. Nove receberam rins de doador-cadáver e 3 de doadorvivo. Nove pacientes nao apresentavam anticorpos anti-HLA no período pré-transplante e nao os desenvolveram no seguimento. Os 3 (25%) restantes apresentavam anticorpos antes do transplante e: (1) um paciente com anticorpos anti-classe I desenvolveu anticorpos anti-CII; (2) um paciente negativou os anticorpos anti-CI permanecendo com os anti-CII; (3) um paciente negativou os anticorpos anti-CI na coleta do terceiro mês. Dos 9 pacientes sem anticorpos no pós-transplante 3 (33%) desenvolveram RA e 1 (11%) NCE. Dos 3 pacientes com anticorpos no pós-transplante 2 (67%) desenvolveram RA e NCE. Conclusao: Dentre os pacientes estudados, somente um desenvolveu anticorpos no período pós-transplante. Estes sao achados preliminares de um estudo em andamento. Mais pacientes serao analisados, permitindo entao uma melhor avaliaçao quanto à presença de anticorpos anti-HLA no pós-transplante renal e sua possível associaçao com RA e NCE.


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IMPLANTAÇAO DE PROGRAMA DE TRANSPLANTE RENAL PELO SUS – SOBREVIDA DO ENXERTO DE DOADOR CADAVER, DE DOADOR VIVO, DOS PACIENTES E CAUSAS DE REINTERNACAO

SILVA, A. P.;YONEZAWA, E.; MATOS, A. C. C.; ODIERNA, M. T.; OLIVEIRA, M.; SILVA, E.; WROCLAWISKI, E. R.; DURAO JUNIOR, M. S.; TONATO, E.

UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: Em 2002 o HIAE iniciou o programa de transplante renal pelo Sistema Unico de Saúde (SUS). Este estudo tem como objetivo caracterizar os pacientes submetidos a transplante renal num hospital privado, geral e de grande porte da cidade de Sao Paulo e descrever nossos resultados. Metodo: Este é um estudo descritivo-exploratório, retrospectivo com abordagem quantitativa, realizado por meio do levantamento de dados em prontuário eletrônico e em prontuário ambulatorial. Resultados: De janeiro de 2002 a 31 de maio de 2004 foram realizados 134 transplantes, sendo 124 renal e 10 fígado-rim. A idade dos recsptores variou de Em 2002 foram realizados 38 transplantes (30 doadores vivos e 8 cadáveres) e ocorreram 53 reinternaçoes. Em 2003 61 transplantes (34 doadores vivos e 27 cadaveres) e 53 reinternaçoes. Até maio de 2004, 34 transplantes (17 doadores vivos e 17 cadáveres) e 29 reinternaçoes. As principais causas de reinternaçoes foram relacionadas à disfunçao de enxerto, infecçoes virais (citomegalovírus e varicela Zoster), rejeiçao aguda, nefrotoxicidade, estenose de artéria renal, linfocele, tuberculose, pelonefrite, infecçao do trato urinário, respiratória e complicaçoes gastrointestinais,. A taxa de sobrevida de 2 anos dos pacientes foi de 96% e 92% para transplantes com doador vivo e cadáver, e a sobrevida do enxerto foi de 91,5% para doadores vivos e 86% para transplantes com doador cadáver. Conclusáo: Descrevemos nossa experiência inicial em um programa de transplante renal pelo SUS, e demonstramos excelente sobrevida do enxerto e do paciente.


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IMPORTANCIA DE ALOANTICORPOS EM BAIXOS TITULOS DETECTADOS POR CITOMETRIA DE FLUXO NO PRÉ-TRANSPLANTE RENAL

MICHELON T; CANABARRO R; SPORLEDER H; SCHROEDER R; RODRIGUES H; SILVEIRA J; TOMAZZINI J; FAGUNDES I; GARCIA V; NEUMANN J; GRAUDENZ M

SANTA CASA HOSPITAL – LABRATORIO DE IMUNOLOGIA DE TRANSPLANTES, POS-GRADUAÇAO EM PATOLOGIA DA FFFCMPA – PORTO ALEGRE, BRASIL.

Objetivo: Determinar a prevalência de transplantes realizados com prova cruzada por citotoxicidade falso-negativa e analisar a importância da detecçao de aloanticorpos (Ac) pré-transplante renal através de citometria de fluxo (CF). Métodos: Foram estudados 54 transplantes renais com doador cadáver realizados em 2002 com prova cruzada contra linfócitos T+AGH+DTT e B+DTT negativa. Os soros foram retestados por CF, conforme recomendaçoes da Associaçao Americana de Histocompatibilidade: 1) prova T+ e B-: Ac anti-classe I; 2) Prova T- e B+: Ac anti-classe II; 3) prova T+B+: anti-classe I e II. Empregou-se teste Quiquadrado, Exato de Fisher e t de Student; P<0.05. Resultados: A incidência de citotoxicidade falso-negativa foi de 33,3% (18/54), sendo 18,5% (10/54) anti-classe I+II, 9,3% (5/54) anti-classe II e 5,6% (3/54) anticlasse I . O painel era positivo em 2.8% dos CF negativa e em 11% dos positivos. Enxerto primariamente nunca funcionante ocorreu em 9.1% dos CF negativa e em 16.7% dos CF positiva (N=3; 2 anti-classe I+II e 1 classe II; P=NS). A incidência de perda de enxerto no primeiro ano foi de 16.7% e 20.2%, respectivamente. Nao houve perda entre os positivos para classe I (0/3), 2 ocorreram entre os 10 anticlasse I+II (20%) e 2 entre os anti-classe II (2/5; 40%). Comparados ao grupo CF negativa (n=36), a funçao renal foi significativamente prejudicada nos pacientes com Ac anti-classe I+II e II isolado entre a 4ª e 12ª semanas pós-transplante. Conclusao: Houve 33% detransplantes renais realizados com baixos títulos de Ac nao detectados pela citotoxicidade. Existe a sugestao de um risco maior para perda precoce do enxerto e menor funçao renal em curto prazo nestas situaçoes, especialmente quando há Ac contra antígenos HLA de classe II.


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INCIDENCIA DE FUNÇAO RETARDADA DO ENXERTO EM TRANSPLANTADOS RENAIS NO BRASIL – ESTUDO MULTICENTRICO

AZEVEDO, L. S.; CASTRO, M. C. R.; CARVALHO, D. B. M.; DAVILA, D. O.; CONTIERI, F.; GONÇALVES, R.; MANFRO, R.; IANHEZ, L. E.

H. CLEMENTINO FRAGA FILHO.
H. CLINICAS SAO PAULO FMUSP.
H. CLINICAS PORTO ALEGRE.
H. EVANGÉLICO CURITIBA.
H. GERAL BONSUCESSO.
H. SAO LUCA PUCRS.

Introduçao: A funçao retardada do enxerto (FRE) é fator de aumento da morbidade no pós-transplante renal (PTx). Sua freqüência varia entre centros e regioes do mundo. Nao há dados coletivos da incidência de FRE no Brasil. Métodos: Foi enviado questionário a centros brasileiros que realizaram mais de 50 transplantes renais em 2002, solicitando informaçoes sobre o número de transplante renais cadavéricos, realizados durante os anos de 2000, 2001 e 2002, o número de complicaçoes ou perdas precoces do enxerto, dificultando a avaliaçao da ocorrência de FRE, e o número de pacientes que necessitaram diálise na primeira semana PTx. Resultados: Seis centros, realizando um total de 621 transplantes durante o período em análise, responderam ao questionário. Houve 60 (9,7%) perdas precoces; 312 (55,6%) pacientes necessitaram diálise na primeira semana PTx: 216 (53,9%) em 2000, 189 (62,3%) em 2001 e 216 (51,6%) em 2002. Conclusoes: A incidência de FRE neste levantamento parcial de centros de transplante brasileiros foi mais alta do que a relatada em estudos internacionais previamente publicados. Faz-se necessário um estudo específico, visando descobrir as possíveis causas para esta mais alta freqüência de FRE no Brasil


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INCIDENCIA DE INFECÇOES DO TRATO URINARIO EM RECPTORES DE TRANSPLANTE RENAL

ALMEIDA, M. M. T. B.; GONÇALVES, R. T.; LOPES, G. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.

Introduçao: Este estudo visa descrever a incidência de infecçao do trato urinário (ITU) em receptores de transplante (TX) renal no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e analisar fatores de risco para o desenvolvimento de ITU no primeiro trimestre após o TX. Métodos: Foi conduzido um estudo observacional de coorte retrospectivo, incluindo 156 pacientes que receberam o TX renal no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Durante o período estudado, era feita a profilaxia para ITU, rotineiramente, com sulfametoxazol-trimetoprima no primeiro semestre após o TX. As incidências acumuladas de infecçao urinária sao mostradas em percentuais e as densidades de incidência foram calculadas por 100 pacientes-mês. As comparaçoes de densidades de incidência foram realizadas por meio do módulo EPITABLE, incluído no programa EPI INFO 6.04. A análise de fatores de risco empregou o modelo de riscos proporcionais de Cox. Resultados: Foram diagnosticados 167 episódios de (ITU) em 67 pacientes (43%), com densidade de incidência global de 6,5/100 pacientes-mês. Em 44 episódios (26,3%) ocorreram pielonefrites. As incidências de ITU em geral (p< 0,001) e de pielonefrite (p< 0,001) foram significantemente maiores nos primeiros 90 dias após o TX. Ocorreram 10 episódios de bacteremia relacionados a ITU. Entre os fatores de risco analisados, o único fator independentemente associado ao risco de ITU foi o uso de tacrolimus no primeiro esquema imunossupressor (HR= 0,19; IC 95%= 0,08- 0,47; p< 0,001), houve uma tendência nao significante a associaçao do sexo feminino com o aumento do risco de ITU (HR= 1,58; IC 95%= 0,90-2,7; p< 0,11). Conclusao: As infecçoes do trato urinário foram complicaçoes muito freqüentes na populaçao analisada, apesar do uso rotineiro de antibiotiprofilaxia. As incidências de ITU em geral e de pielonefrite foram significantemente maiores no primeiro trimestre após o TX renal. O uso de tacrolimus no primeiro esquema imunossupressor mostrou-se independentemente associado à reduçao significante do risco de ITU.


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INCIDENCIA DE ITU EM UMA COORTE DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS COM REFLUXO VÉSICO-URETERAL DETECTADO ATRAVÉS DA CISTOGRAFIA RADIOISOTOPICA

DEBONI, L. M.; SILVA, I. F.; LUZ FILHO, H. A.; VIEIRA, M. A.; MACIEL, R. F.; GUTERREZ, J. C.; ROST, C. A.; RIESEMBERG, M.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA, HOSPITAL MUNICIPAL SAO JOSÉ, MEDICINA NUCLEAR SAO MARCOS, JOINVILLE – SC.

Introduçao: O refluxo vésico-ureteral (RVU) após o tx está associado a maior risco de ITU, sendo a cistografia radioisotópica (CRI) o padrao-ouro para o diagnóstico do RVU. Objetivo: Avaliar a incidência de ITU em uma coorte de pacientes transplantados renais com RVU detectado por CRI, comparando com o grupo controle (sem RVU na CRI). Métodos: Foi realizado um estudo de coorte (observacional, de aferiçao mista e controlado), entre abril e outubro de 2002, onde todos os pacientes em acompanhamento no ambulatório da Fundaçao Pró Rim-SC e com FR estável foram submetidos a CRI para detecçao de RVU para o rim transplantado ou rim nativo. Estes pacientes formam seguidos por mais 24 meses, e a incidência de ITU foi avaliada. Resultados: Foram estudados 54 pacientes, sendo 28 (51%) do sexo feminino. O tipo de doador foi vivo relacionado em 32 (59%), cadáver em 20 (37%) e vivo nao relacionado em 2(4%) casos. A média de idade dos receptores foi de 38 (±11,4) anos, variando entre 14 e 63 anos, sendo a média de tempo de acompanhamento pós transplante de 4,5 (±2,1) anos. Do total, 28% (15/54) apresentaram RVU para o rim transplantado e um para rim nativo, sendo que 54% (30/54) apresentaram pelo menos um episódio de ITU após o tx. O grau de RVU foi leve em 4, moderado em 8 e severo em 3 pacientes. No grupo de pacientes com RVU, 60% (9/15) apresentaram pelo menos um episódio de ITU no período pós tx. Entre os 30 pacientes com pelo menos um episódio de ITU pós transplante, 31% (9/30) apresentavam RVU, nao havendo correlaçao entre a presença de RVU e o desenvolvimento de ITU (p=0,39). Dos pacientes que evoluíram sem episódios de ITU, 24%(4/24) apresentavam RVU. Observamos uma tendência de que quanto maior o grau de RVU, maior o percentual de pacientes com ITU, porém sem significância estatística (p=0,67). A presença de RVU nao conferiu risco para desenvolvimento de ITU (RR= 1,1; IC= 95%: 0,86-1,7) Conclusao: Concluímos que o RVU é bastante prevalente nos pacientes transplantados em acompanhamento ambulatorial (28%), sendo que cerca da metade destes apresentará ITU no seguimento pós transplante.


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INFILTRADO INTERSTICIAL DE MASTOCITOS NA NECROSE TUBULAR AGUDA POS TRANSPLANTE COMO FATOR DE RISCO PARA DISFUNÇAO PRIMARIA DO ENXERTO

SATO, V. A. H.; BERALDO, F. C.; MAZZALI, M.

LABORATORIO DE NEFROLOGIA- FCM UNICAMP.

Mastócitos estao envolvidos no processo de fibrose intersticial em vários modelos de nefropatia crônica. Apesar da presença de mastócitos triptase positiva no interstício de rins transplantados com nefropatia crônica, a relaçao entre mastócitos, rejeiçao aguda e prognóstico do enxerto nao foi demonstrada. Disfunçao primária (PNF) é uma das causas precoces de perda de enxerto, mesmo na ausência de rejeiçao aguda. Como inflamaçao intersticial pode ocorrer na necrose tubular aguda (NTA), levantamos a hipótese de que infiltrado intersticial com mastócitos na NTA poderia predizer o risco de fibrose intersticial e PNF. Material e Métodos: fragmentos de biopsias sequenciais de Tx renais com NTA foram coradas por imunohistoquímica para células inflamatórias (macrófagos e triptase de mastócitos) e marcadores de fibrose (alfa actina e TGFbeta). Para análise estatística, os pacientes foram divididos em 2 grupos: NTA (biopsias repetidas com recuperaçao de funçao renal) e PNF (sem recuperaçao de funçao). Pacientes com diagnóstico de rejeiçao aguda foram excluídos do estudo. Quarenta fragmentos de biopsia foram analisados (22 NTA e 18 PNF). Nao foi observada diferença estatística na gravidade da NTA ao PAS. O infiltrado de macrófagos foi semelhante entre os grupos (16,3 ± 9,2 cel/mm3 NTA vs. 21,9 ± 10,8 cel/mm3 PNF, p=0.09), porém o número de mastócitos triptase positivos no interstício foi significativamente superior no grupo PNF comparado ao grupo com recuperaçao de funçao renal (9,7 ± 10,3 cel/mm3 NTA vs. 17,7 ± 9,9 cel/mm3 PNF, p=0.01). Nao houve diferença estatistica na expressao de alfa actina ou TGFbeta entre os grupos. Este achado pode ser explicado pela análise de biopsias precoces, antes do desenvolvimento de fibrose intersticial extensa.Em conclusao, estes resultados sugerem que o infiltrado intersticial difuso de mastócitos triptase positivos em NTA após o transplante renal possa ser um marcador de desenvolvimento de fibrose intersticial e de disfunçao primária do enxerto.


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INSERÇAO DA ASSISTENCIA PSICOLOGICA NUM SERVIÇO TRANSPLANTE RENAL, NUM HOSPITAL PARTICULAR

KARAM, C. H.; CARDOSO, R. M.; YONEZAWA, E. A. Y.; TAUB, A.; LACERDA, S. S.; MATOS, A. C. C.; RANGEL, É. B.; CAMARGO, A. L. L. S.; SARDENBERG, C.; ANDREOLLI, M. C. C.; ANDREOLI, P. B. A.; SANTOS, B. F. C.; SILVA, A. P.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: A nao-adesao ao tratamento no pós Tx é responsável por 10-12 % das perdas dos enxertos. Fatores de influência: nao adesao a outros tratamentos; abuso de álcool e substâncias; determinadas doenças psíquicas. Apenas 7% dos Centros de Transplante (CTx) possuem Avaliaçao Psicológica e/ou Psiquiátrica (AvPs/Pq) formal de potenciais receptores/doadores. O Serviço de Tx Renal do HIAE estruturou sua AvPs/Pq para identificar precocemente os fatores de risco que possam interferir na adesao ao tratamento. Métodos: Pacientes ambulatoriais: Equipe médica do Tx identifica, por meio de Checklists fatores de risco psicológico/ psquiátrico, que necessitam de Avaliaçao Psicológica (AvP). Esta segue protocolo específico: 1. Guideline de entrevista Pc./Pq. para doador relacionado (DR), doador nao-relacionado (DnR) e Receptor (R), contendo: dados demográficos; compreensao sobre doença e tratamento; questoes sobre a doaçao; relacionamento entre doador (D) e receptor no pré e pós- Tx; mecanismos de enfrentamento; motivaçao para mudança; condiçao sócio-econômica e educaçao; história religiosa e psiquiátrica; 2. Avaliaçao Cognitiva (AvC): Provas Atencionais; Memória e Reproduçao Visual; Compreensao; Aprendizagem Verbal. Para pacientes na Unidade de Internaçao: Por meio da Avaliaçao de Risco ( institucional – HIAE), sao identificados níveis elevados e disfuncionais de ansiedade; falha nos mecanismos de enfrentamento do R e D. Acompanhamento dos pacientes de risco: Suporte psicológico e orientaçao; Interconsulta Psiquiátrica. Grupo Interdisciplinar de Orientaçao Pré-Tx Renal composto Enfermeira/Psicóloga/Nutricionista: R e D em fase de conclusao dos exames e seus familiares recebem orientaçao áudio-visual e triagem para possível AvP. Grupo Interdisc. de Acompanhamento Pós -Tx Renal composto por Psicólogo/ Enfermeira/Nutricionista: Pacientes divididos por faixa etária: adolescentes, adulto jovem, adulto intermediário, idoso, tem como objetivos identificar dificuldades na adesao e realimentar as orientaçoes no grupo Pré-Tx. Conclusao: A equipe do TX identifica a contribuiçao favorável da Assistência Psicológica em todas as fases do tratamento.


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ISOLAMENTO E PURIFICAÇAO DE ILHOTAS PANCREATICAS HUMANAS NA UNIDADE DE ILHOTAS PANCREATICAS HUMANAS DO INSTITUTO DE QUIMICA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

LOJUDICE, F. H.; OLIVEIRA, E. M. C.; SOGAYAR, M. C; AITA, C. A. M.; SILVA, I. C.; KROGH, K.; LABRIOLA, L.; GENZINI, T.; MIRANDA, M. P.; GOLDBERG, A. C.; ELIASCHEWITZ, F. G.; NORONHA, I. L.

UNIDADE DE ILHOTAS PANCREATICAS HUMANAS DO INSTITUTO DE QUIMICA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: O isolamento e a purificaçao de ilhotas pancreáticas humanas vêm sendo realizados na Unidade de Ilhotas Pancreáticas Humanas segundo a técnica desenvolvida por Ricordi e colaboradores (1988) e modificada por Shapiro e colaboradores (2000). Métodos: Foram processados 104 pâncreas de doador cadáver após consentimento informado e seguindo as normas da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de Sao Paulo. Os pâncreas foram retirados pelos cirurgioes que fazem parte da Equipe Multidisciplinar de Transplante de Ilhotas Pancreáticas Humanas, através de técnica cirúrgica convencional para retirada de pâncreas para transplante de órgao total. No laboratório, o pâncreas foi dissecado, perfundido com soluçao enzimática, sob pressao e temperatura controladas. A digestao foi realizada na câmara Ricordi, sob agitaçao, com temperatura controlada (37ºC) e recirculaçao da soluçao enzimática, durante aproximadamente 20 a 25 minutos. O material resultante foi submetido a um processo de purificaçao, por centrifugaçao em gradiente contínuo de Ficoll, utilizando o processador de células COBE 2991. As fraçoes do gradiente, contendo as ilhotas foram recolhidas, lavadas e ressuspendidas em meio 199 e amostras foram coradas com ditizona para contagem do número de ilhotas obtidas e avaliaçao da pureza da preparaçao. Resultados: O rendimento médio das preparaçoes foi de 100.000 IEQ. O teste de atividade funcional realizado in vitro demonstrou que em muitas destas preparaçoes as ilhotas aumentavam a secreçao de insulina em resposta à glicose (índice de estímulo > 3), algumas vezes, a secreçao de insulina aumentou cinco vezes e em outras, o índice de estímulo foi igual a 10. Além disso a pureza das preparaçoes foi superior a 80%. Conclusao: Ilhotas pancreáticas humanas isoladas e purificadas seguindo-se os protocolos utilizados apresentaram boa atividade funcional in vitro, demonstrada pela habilidade de secreçao de insulina em resposta à glicose.


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LEISHMANIOSE VISCERAL E TRANSPLANTE RENAL: RELATO DE DOIS CASOS E REVISAO

MENDONÇA, D. U.; DIAS, L. T. F. F.; CRISTOVAO, F. G,; FERREIRA, S. F. V.; MEIRA, G. S. G.; BARBOSA, J. C.; FIGUEIREDO, S. M. B. F.

INSTITUTO DE NEFROLOGIA/SANTA CASA DE MONTES CLAROS-MG.

Introduçao: Leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa causada por protozoário e se manifesta por febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia evoluindo inexoravelmente para morte se nao tratada . Cerca de 12 milhoes de pessoas no mundo sao afetadas, sendo comum na América do Sul India e Costa do Mediterrâneo. Desde 1979, LV tem sido descrita como causa nao usual de febre em transplantado(tx) renal. Método: Revisao de 38 casos na literatura através do MEDLINE e relato de dois casos. Caso 1: Homem, 63 anos, tx renal há 18 meses, evoluindo com febre e dispnéia há 10 dias. Em uso de azatioprina, predinisona e ciclosporina. Rx de tórax com discreto infiltrado na base esquerda e hemograma com leucopenia. Iniciou tratamento com ceftazidima e vancomicina sem melhora clínica. Sorologia para leishmaniose, CMV e toxoplasmose negativas. Realizou mielograma que mostrou leishmanias. Iniciou tratamento com anfotericina B desenvolvendo insuficiência renal, falência múltipla de órgaos e óbito. Caso 2: Homem de 41 anos, tx há 31 meses, com febre, perda de peso e sudorese de um mês de evoluçao. Evoluiu com esplenomegalia e pancitopenia. Fez mielograma que evidenciou leishmanias. Foi tratado com glucantime com cura. Resultado: Dos 40 pacientes descritos, 83% sao homens e a média de idade foi de 38 anos. O tempo pós-transplante variou de 3 a 156 meses. Febre estava presente em 97% dos casos, esplenomegalia em 88% , citopenia em 91% e sorologia em 70%. Só um paciente teve mielograma negativo. Em 80% dos casos o tratamento inicial foi com antimonial sendo que 41% evoluíram para cura definitiva, 25% recidivaram, 19% foram a óbito e 15% desenvolveram intolerância à droga. Daqueles que recidivaram, 50% foram tratados com anfotericina e 50% com associaçao de cetoconazol e alopurinol sendo que todos evoluíram para cura. O principal efeito de intolerância ao antimonial foi pacreatite e em todos os casos os pacientes faziam uso de ciclosporina. Dos pacientes tratados com anfotericina como primeira opçao só 01 foi a óbito e nenhum recidivou. A associaçao de alopurinol e cetoconazol também apresentou ótimos resultados nos pacientes que recidivaram com glucantime. Conclusao: LV deve fazer parte do diagnóstico diferencial de todo paciente transplantado com febre e a sorologia é bom teste diagnóstico. Os antimoniais continuam sendo o tratamento de escolha inicial, reservando anfotericina para os casos mais graves ou recidivados.


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MARILIA 20 ANOS DE TRANSPLANTES RENAIS: ESTUDO DESCRITIVO

YOKODA, R. T.; ARAUJO, I. M.; GUILHEN, J. C.; ZANOLLI, M. B.; GUZZARDI, R.; ALASMAR, V. L.; PAVANETTI, L. C.

INTITUTO DO RIM DE MARILIA E FACULDADE DE MEDICINA DE MARILIA.

Objetivo: descrever as características dos transplantes renais em 20 anos em Marília – SP. Materiais e Método: estudo retrospectivo descritivo. O estudo compreende 259 prontuários, de 1982 até novembro de 2002. Os dados com múltiplas variáveis foram distribuídos entre receptor, doador e seguimento. Dos receptores, analisaram-se idade, sexo, doença de base e tipo de terapia de substituiçao renal (TRS); dos doadores, tipo (cadáver ou vivo), identidades HLA, doenças de base, município de origem do enxerto, isquemia quente e fria. No grupo seguimento: imunossupressao e suas mudanças, rejeiçoes e evoluçao; perda do enxerto, intercorrências clínicas de pós transplante, intercorrências cirúrgicas e retransplante. Resultados: os receptores eram 70% homens e 30% mulheres; 13,89% eram negros, 18,14% pardos, 64,86% brancos e 0,03% amarelos, 3,08 de outra raça; a média de idade no transplante foi de 36 anos. As TRS foram: 83% hemodiálise, 9% CAPD passando 6,6% para hemodiálise e 1,4% DPI passando 0,7% para hemodiálise. Antes do transplante 34,83% eram hipertensos, 8% tinham diabetes e 10,41% eram cardiopatas. A endoscopia digestiva 37,8% apresentavam gastroduodenite. A causa de uremia foi em 34,8% GNC, 27% nefroesclerose hipertensiva, 17% HAS + DM2, 4% LES, uma acidente ofídico, 5 malformaçoes urinárias, 2 síndrome de Alport e 5 rins policísticos. Houve 42,47% doadores vivos, com 55,45% HLA idênticos, 36,36% haplos e 8,18% compatíveis. Dos doadores cadáveres, 18,79% procederam da regiao de Marília. A isquemia fria foi em média de 18h e 48minutos e a isquemia quente em 95% foi inferior a 5 minutos. A reperfusao foi boa em 54,8%, regular em 45% e ruim em 0,2% dos casos. Em 42% houve rejeiçao, sendo 92,66% dessas agudas com boa resposta ao tratamento em 56,43%, satisfatória em 31,66% e ruim em 11,88%; as crônicas foram 7,33%, com evoluçao desfavorável em 12,5%. Dos 46 óbitos, 17% foram sem causa renal associada e a perda do enxerto ocorreu em 11,58% dos transplantados. Dois pacientes foram retransplantados e um foi tritransplantado. Quinze de 259 (5,8%) foram à transplantectomia. Nas intercorrências clínicas quatro (1,5%) desenvolveram neoplasias malignas, 11% diabetes esteróide, 15,44% pitiríase, 13,12% HAS e outros 11% tiveram piora da HAS basal, 17% algum grau de paresia e 28,18% ITU em algum momento do pós transplante. Conclusao: este trabalho descreve a casuística de um centro de transplantes em suas características principais, similares à linha de transplantes nacional, e apresentando evidente crescimento de doadores cadáveres, diferente da tendência atual no país para doadores vivos nao relacionados; e, cujas procedências evidenciam um sistema de captaçao de órgaos em franco desenvolvimento no interior paulista.


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MICROENCAPSULAMENTO DE ILHOTAS PANCREATICAS HUMANAS

OLIVEIRA, E. M. C.; SOGAYAR, M. C.; NORONHA, I. L.; AITA, C. A. M.; LOJUDICE, F. H.; SILVA, I. C.; KROGH, K.; LABRIOLA, L.; GENZINI, T.; MIRANDA, M. P.; GOLDBERG, A. C.; ELIASCHEWITZ, F. G.

UNIDADE DE ILHOTAS PANCREATICAS HUMANAS DO INSTITUTO DE QUIMICA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO E LABORATORIO DE FISIOPATOLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: No microencapsulamento, ilhotas pancreáticas sao envolvidas em uma membrana artificial semi-permeável e biocompatível que nao compromete a integridade morfológica e funcional, além de oferecer imunoproteçao ao enxerto. Neste trabalho, foram produzidas microcápsulas de Biodritina, um novo heteropolissacarídeo, patenteado pelo Dr.Mares-Guia, com o objetivo de encapsular ilhotas pancreáticas humanas. Métodos: A infra-estrutura utilizada para a produçao de microcápsulas de Biodritina é composta por: gerador de cápsulas, bomba de seringa, rotâmetro, cilindro de ar comprimido e coletor de cápsulas. Para a gelatinizaçao das microcápsulas, a Biodritina é gotejada sobre uma soluçao CaCl2, através de uma microagulha adaptada à bomba de seringa, com pressao e fluxo de ar controlados. Para o encapsulamento de ilhotas, um número conhecido de ilhotas foi ressuspendido em Biodritina. Após o encapsulamento, sua atividade funcional in vitro foi avaliada através do estímulo com alta concentraçao de glicose. Resultados: Foram produzidas microcápsulas uniformes e homogêneas, com tamanho médio entre 400mm e 600 mm. O teste de atividade funcional in vitro mostrou que quantidade de insulina produzida pelas ilhotas encapsuladas foi similar àquela secretada pelas ilhotas nuas.

Conclusao: O processo de microencapsulamento nao afetou a produçao de insulina e a sua secreçao e eliminaçao através da microcápsula. Além disso, ilhotas encapsuladas e ilhotas nuas apresentaram o mesmo padrao de resposta ao estímulo com glicose.


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MRNA DE TIM-3 EM CÉLULAS URINARIA É ALTAMENTE EXPRESSO EM REJEIÇAO AGUDA EM PACIENTES RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL

RENESTO, G.; CAMARA, N. O. S.; CENEDEZE, M.; SILVA, A. P.

LABORATORIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, SAO PAULO, BRASIL.

Introduçao: O desenvolvimento de um teste preciso e nao invasivo para rejeiçao aguda que forneça informaçoes sobre os mecanismos poderá melhorar a evoluçao do transplante renal. Rejeiçao aguda é um evento Th1 relacionado, onde fatores celulares e humorais estao presentes. Objetivo: Explorar a utilidade clínica do perfil de mRNA de células urinárias no diagnóstico de rejeiçao aguda do aloenxerto renal. Material e Método: Sessenta amostras de urina de 60 pacientes foram analisadas sendo 30 pacientes com rejeiçao aguda (RA) e 30 pacientes sem rejeiçao (SRA). Os níveis de mRNA de granzima-B, perforina, Fas-L, g-IFN e TIM-3. mRNA foram quantificados utilizando-se RT-PCR em tempo real Assays-bydesign/ MGB Primer específico e foram expressos em mRNA 2DDCT/GAPDH. Resultado: os níveis de mRNA de granzima-B, perforina, Fas-L, g-IFN estao aumentados em células urinárias de pacientes com rejeiçao aguda (RA), compara – do com pacientes sem rejeiçao aguda (SAR). Surpreendentemente de forma signi – ficativa, os níveis de mRNA de TIM-3, um membro da superfamília das Imunoglobulinas preferencialmente expresso em células diferenciadas Th1, apresentou a maior expressao nos pacientes com RA. O cutoff de TIM-3 acima de 308,7 correlacionou-se com RA com 97% de especificidade. Conclusao: Nossos dados mostraram que o padrao de RA envolve a expressao de moléculas preferencialmente Th1, sendo a expressao de mRNA de TIM-3 um provável candidato a biomarcador na detecçao de imune-ativaçao nos aloenxertos.

 


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NEFRECTOMIA DIREITA VIDEO ASSISTIDA EM DOADOR VIVO PARA TRANSPLANTE: RELATO DE 21 CASOS

DEBONI, L. M.; FILIHO, A. J. B.; MACIEL, R. F.; BRANCO, A. W.; SILVA, A. E.; ROST, C. A.; MOSNA, M.; LUZ FILHO, H. A.; VIEIRA, M. A.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL MUNICIPAL SAO JOSÉ, JOINVILLE – SC.

Introduçao: Acreditamos que o desenvolvimento recente de técnicas minimamente invasivas para nefrectomias do doador vivo em nosso serviço, pode contribuir com o aumento do número de doaçao de órgaos. Em doador vivo, a nefrectomia laparoscópica auxiliada tem várias vantagens sobre a técnica aberta, tais como: recuperaçao rápida, melhor resultado cosmético e resultados semelhantes aos da técnica tradicional aberta, com relaçao à sobrevida do enxerto, do receptor e doador. A veia renal direita é mais curta, sendo um desafio para a execuçao da nefrectomia por videolaparoscopia. Porém, sempre o melhor órgao dever permanecer no doador, devendo o cirurgiao estar apto a retirar tanto o rim esquerdo quanto o direito. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar experiência com 21 casos de nefrectomias do rim direito para transplante renal, através da técnica vídeo-assistida. Métodos: Devido a indicaçao clínica, no período janeiro de 2001 a maio de 2004, realizamos 21 nefrectomias do rim direito, de doadores vivos, através do método vídeo assistida. Do total, 10 doadores eram do sexo masculino e onze (11) do sexo feminino, com uma média de idade de 34,7 anos. As ligaduras dos vasos foram feitas sem uso de grampeadores. Utilizamos na veia renal: fio de algodao zero e Titanium Clip LT 300 ou Hem-o-lok. Na artéria renal utilizamos apenas clipe metálico. Resultados: O tempo cirúrgico médio foi de 110 minutos (55-210), o tempo de isquemia quente de 3,5 minutos (1,5-6) e o sangramento médio estimado em 70ml (10-250). A única complicaçao nos doadores foi um caso de íleo prolongado. Nos receptores houve um caso de trombose de veia renal ainda no início da experiência do serviço. Conclusao: A nossa casuística mostra que o uso do rim direito de doadores vivos para transplante, através da abordagem por vídeo cirurgia assistida com a mao, é seguro e que nao acarreta maiores complicaçoes ao receptor, desde que realizada com uma técnica acurada e por uma equipe qualificada.


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NEFRECTOMIA LAPAROSCOPICA EM DOADOR VIVO: RELATO DE NOVE CASOS

PERES, L. A. B.; ANN, H. K.; CAMARGO, M. T. A.; ROHDE, N. R. S.; USCOCOVICH, V.; TANAKA, M. T.

HOSPITAL NOSSA SENHORA DA SALETE E RENALCLIN OESTE.

Introduçao: Durante quatro décadas a nefrectomia de doador vivo foi realizada pela mesma técnica cirúrgica em todo o mundo. Recentemente, este procedimento passou a ser realizado também através de laparoscopia. A nefrectomia laparoscópica diminui a morbidade do doador e minimiza o tempo de hospitalizaçao. Relatamos a evoluçao dos primeiros nove casos do procedimento em nosso Serviço. Métodos: Foram estudados os nove primeiros casos de transplante renal com doador vivo, cujos doadores foram submetidos à nefrectomia laparoscópica. Utilizou- se no ato operatório quatro portais, sendo realizada a remoçao dos rins através de incisao suprapúbica transversa de 6 a 7 cm. Comparou-se a evoluçao ao grupo controle de 79 transplantes prévios, cujos doadores vivos foram submetidos à nefrectomia por técnica aberta. Foram considerados para comparaçao: tempo de isquemia quente, tempo de internamento, tempo de retorno às atividades laborativas e a presença ou nao de necrose tubular aguda. Resultados: Nove pacientes, cinco do sexo masculino e quatro do feminino, com idade média de 32,2 anos foram submetidos à nefrectomia laparoscópica do rim esquerdo para fins de transplante renal. O tempo médio da cirurgia foi de 182 minutos. O tempo médio de isquemia quente foi de 4 minutos e 12 segundos. Os vasos do pedículo e o ureter apresentaram-se em boas condiçoes após a retirada, nao havendo intercorrências durante a perfusao, anastomose vascular e implante ureteral. A perfusao dos rins foi feita com soluçao de Collins. O tempo médio de internamento foi de 48 horas e de afastamento das atividades laborativas foi de sete dias. Nao observamos nenhum caso de necrose tubular aguda, fístulas urinárias ou infecçoes. O tempo médio de seguimento foi de 15,5 meses (variando de 6 a 20 meses) e todos os doadores se encontram bem. Oito receptores estao em seguimento com boa funçao renal normal e um obitou com rim funcionante três meses após o transplante devido à causa cardiovascular. Conclusao: A nefrectomia laparoscópica nesta experiência inicial se mostrou técnica segura, com menor tempo de internamento e de afastamento do trabalho.


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NEFRECTOMIA VIDEO ASSISTIDA X NEFRECTOMIA POR ACESSO ANTERIOR TRANSPERITONEAL EM DOADORES VIVOS PARA TRANSPLANTE RENAL

DEBONI, L.M.; MACIEL, R.F.; BRANCO FILHO, A.J.; BRANCO, A.W.; ROST, C.A.; GUTERRES, J.C.; VIEIRA, M.A.; DA LUZ FILHO, H.A.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL MUNICIPAL SAO JOSÉ, JOINVILLE – SC.

Introduçao: O número de transplantes renais com doadores cadavéricos nao supre a demanda de doadores imposta pelo número crescente de pacientes em hemodiálise. Assim, é importante que o transplante inter-vivos seja estimulado, através de técnicas que permitam uma recuperaçao mais rápida do doador, com menor tempo de afastamento do trabalho e melhor resultado estético, sem comprometer o resultado do transplante. Objetivo: Comparar os resultados obtidos com a nefrectomia vídeo assistida e a nefrectomia por acesso anterior transperitoneal em doadores vivos de rim, avaliando a qualidade da recuperaçao cirúrgica e complicaçoes no pós operatório dos doadores. Métodos: Foram estudados prospectivamente 63 pacientes submetidos a nefrectomia para doaçao de órgao no período de janeiro de 2001 a outubro de 2003, sendo 36 (trinta e seis) por Acesso Anterior transperitoneal (AAT), e 27 (vinte e sete) por Nefrectomia Vídeo Assistida (NVA). Para avaliar a qualidade de recuperaçao após a cirurgia foram analisadas as seguintes variáveis: tempo de internaçao, quantidade de analgesia necessária e complicaçoes no pós-operatório. Resultado: A média de idade dos doadores foi de 39,5 anos (20 – 59), com dezessete pacientes masculinos (44,75%) e vinte e um femininos (55,25%). O tempo médio de internaçao foi de 4,7 dias no AAT e 3,7 dias por NVA (t=4,8; p< 0,005). A dor no pós-operatório foi avaliada pela necessita de adicionar opióde ao esquema básico de analgesia feita com antiinflamatório em todos pacientes. No grupo submetido a nefrectomia por AAT, 70% (25/36) dos pacientes necessitaram acrescentar opióde para controle da dor e no grupo de NVA, 8% (2/27) (Teste de Fisher; p=0,0001; RR= 0,31; IC 95%: 0,15-0,53). No grupo AAT, ocorreram 3 (8,3%) complicaçoes no PO: 2 hematomas e 1 infecçao FO. No grupo NVA, 1 caso foi convertido para laparotomia por liberaçao acidental do “clip” vascular. Conclusao: Estes resultados mostram que a NVA apresenta menor tempo de internaçao, menos dor no pós-operatório imediato, menos complicaçoes e melhor resultado estético do que o AAT.


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NEFRECTOMIA VIDEO ASSISTIDA X NEFRECTOMIA POR ACESSO ANTERIOR TRANSPERITONEAL EM DOADORES VIVOS PARA TRANSPLANTE RENAL: ANALISE DA QUEDA DA CREATININA E SOBREVIDA DO ENXERTO

DEBONI, L.M.; SILVA, I.F.; CICOGNA, P.E.; MACIEL, R.F.; GUTERRES, J.C.; VIEIRA, M.A.; DA LUZ FILHO, H.A.; VIEIRA , J.A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL MUNICIPAL SAO JOSÉ, JOINVILLE – SC.

Introduçao: No Brasil, o número de doadores cadáveres está estável nos últimos 5 anos. A nefrectomia por vídeo laparoscopia (VL) possivelmente estimula a doaçao inter-vivos, devido a uma recuperaçao mais rápida, com menos dor no pós operatório e melhor efeito estético. É descrito que o pneumoperitônio induzido na VL pode causar alteraçao da creatinina (Cr) em pacientes submetidos ao procedimento por outras causas. Objetivo: Avaliar o impacto da nefrectomia por VL na FR e sobrevida do enxerto, comparando com os resultados de nefrectomias por acesso anterior transperitoneal (AAT). Métodos: Foram estudados todos os tx renais com DV, realizados entre 1999 e 2004, na Fundaçao Pró Rim de SC. A partir de 2002, a VL foi introduzida no serviço, sendo realizada sempre que havia disponibilidade do material. Para comparaçao dos resultados com VL e AAT, foram analisadas as seguintes variáveis: idade do doador, tipo de HLA, tempo de isquemia fria e quente; volume de diurese imediata e no 1º, 3º e 5º PO; necessidade de HD; creatininas do 1º, 3º, 7º, 14º, 30º DPO, 6º e 24º mês; % de queda da Cr no 1º e 30º PO, sobrevida do enxerto e do paciente. Resultados: Neste período, foram realizados 99 tx com DV, 55 receptores do sexo masculino e 54 doadores do sexo feminino. A compatibilidade HLA foi 66% HLA haplo-idênticos, 16% distintos e 16% idênticos. A média de idade dos R e D foi de, 34±12anos e 37±10 anos, respectivamente. A nefrectomia foi por VL em 26 pacientes e por AAT em 73 pacientes. A média de idade do receptor foi significativamente menor no grupo VL (32±11anos) do que no grupo AAT (41±12) (t= -3,13; p=0,002). O tempo de isquemia quente foi significativamente maior no grupo VL (4 min: 2 min)(t=-4,12; p=0,002), no entanto, nao houve diferença entre os grupos quanto ao tempo de isquemia fria, necessidade de HD pós tx e volume de diurese no PO. A média da Cr, no 1º, 3º, 7º, 14º, 30ºPO, 6ºm, 24ºm foi semelhante nos dois grupos (p>0,05). Conclusoes: A nefrectomia por VL apresenta maior tempo de isquemia quente, porém sem repercussao negativa sobre a funçao renal ou sobrevida do enxerto, permitindo a obtençao de um órgao de qualidade, com benefício ao doador.


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NIVEIS TERAPEUTICOS DE ACIDO MICOFENOLICO (MPA) SOB DOSES FIXAS DE MICOFENOLATO MOFETIL (MMF) NOS DOIS PRIMEIROS MESES APOS TRANSPLANTE RENAL

ELIAS DAVID NETO; LILIAN MONTEIRO PEREIRA; MARIA CRISTINA RIBEIRO DE CASTRO; RENATA MACIEL DE MATTOS; NAIRO MASSAKAZU SUMITA; MARIA ELISABETH MENDES; PASCHOALINA ROMANO; WILLIAM CARLOS NAHAS; LUIZ ESTEVAM IANHEZ

UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL E DIVISAO DE LABORATORIO CENTRAL DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA FMUSP.

A monitorizaçao terapêutica de drogas aponta para um fenômeno conhecido como concentraçao tempo-dependente, que é o aumento do nível sanguíneo ao longo do tempo a despeito de doses fixas das drogas. Em relaçao ao MMF, dados recentes mostram um aumento progressivo na concentraçao de MPA nas primeiras 3 semanas após transplante, porém os níveis terapêuticos sao atingidos apenas no final do terceiro mês. MoDIFY (Modification of Doses to Improve Function through the Years) é um estudo aberto, prospectivo e aleatorizado que compara níveis basais (C0) baixos de tacrolimus (TAC) + MMF 2 g/dia (Grupo 1) com TAC C0 habitual + MMF 1,5 g/dia (Grupo 2) e C2 de ciclosporina (CSA) + MMF 2 g/dia (Grupo 3). Os 3 grupos recebem esteróides e induçao com 1 dose de anti-IL2Rab no dia do tx. Até o momento, 57 pacs foram analisados (19 em cada grupo). Para avaliar o tempo necessário para se atingir o nível terapêutico da área sob a curva de MPA (MPA-AUC 0-12), definido como 36 – 60 mcg.h/mL, um subgrupo de 20 pacs (G1 : 5, G2 : 6, G3 : 9) que ficaram sob doses fixas de MMF entre os dias 7 e 60 pós-tx foram avaliados. MPA-AUC 0-12 foi colhida nos dias 7, 14, 30 e 60 pós-tx. Os grupos foram semelhantes na idade, sexo, raça, re-tx, tipo de doador e PRA. A incidência de funçao retardada do enxerto foi 0, 2 e 3 casos e rejeiçao celular aguda, 2, 1 e 4, respectivamente nos grupos. As doses e os níveis sanguíneos estao na tabela. Nesta análise preliminar, níveis terapêuticos de MPA foram atingidos no sétimo dia póstx nos 3 grupos. O uso de doses mais baixas de tacrolimus com MMF 2 g/dia permite um aumento progressivo nos níveis de MPA, que atingem o nível terapêutico já na primeira semana pós-tx, com baixa incidência de RCA.

 


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O BLOQUEIO DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA NA PROGRESSAO DA NEFROPATIA CRONICA DO ENXERTO

MOSCOSO, G. S.; FREITAS, M. S.; KIRSZTAJN, G. M.; FRANCO, M.; SILVA, A. P.; CAMARA, N. O. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO- UNIFESP.

Introduçao: A nefropatia crônica do enxerto está presente em 40-60% das biópsias dos rins transplantados depois de 24 meses, sendo a principal causa de perda do enxerto. Estudos experimentais demonstram que o bloqueio do sistema renina angiotensina (SRA) poderia retardar a progressao da nefropatia crônica do enxerto. Objetivos: Avaliar a resposta ao bloqueio do SRA através da terapia com IECA na progressao da nefropatia crônica do enxerto. Materiais e Métodos: Neste estudo retrospectivo foram incluídos 100 pacientes com nefropatia crônica do enxerto confirmada por biópsia, que foram divididos em dois grupos: Grupo 1(n=50) que fizeram uso da terapia com IECA por pelo menos 8 semanas, grupo 2 (n=50) que nao fizeram uso da terapia. Foram avaliados parâmetros clínicos e bioquímicos antes e depois da terapia. Resultados: Os grupos eram comparáveis em relaçao a idade, sexo, tipo de diálise, tipo de transplante e tempo de diagnóstico da nefropatia crônica do enxerto. Em pacientes do grupo 1, o uso do IECA diminuiu a proteinúria em comparaçao com os que nao receberam IECA (R2=0,117 vs R2=0,3965). A proteinúria diminuiu no grupo 1 em 23% (0,91g/l para 0,70 g/l,) e no Grupo 2 aumentou 3 vezes mais ( 0,29 g/l para 0,70g/l, p<0,01). A funçao renal manteve-se estável no grupo 1 (que fez uso de IECA), comparado com o grupo 2 (que nao fez uso), que apresentou uma tendência a elevar a creatinina com o tempo (R2=0,2907 vs R2=0,3648). Conclusoes: Este estudo demonstrou que o uso do IECA diminui a proteinúria de maneira efetiva e mantém a creatinina sérica estável, podendo retardar a progressao da nefropatia crônica do enxerto.


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O BLOQUEIO DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA NOS PACIENTES COM GLOMERULOPATIAS POS-TRANSPLANTE, GLOMERULOPATIA CRONICA DO TRANSPLANTE E NEFROPATIA CRONICA DO ENXERTO

MOSCOSO, G. S.; KIRSZTAJN, G. M.; MARCELLO, F.; SILVA, A. P.; CAMARA, N. O. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-UNIFESP.

Introduçao: Embora os achados morfológicos e funcionais da nefropatia crônica do enxerto estejam bem estabelecidos, os mecanismos fisiopatológicos que levam a sua evoluçao nao estao completamente esclarecidos. Existem evidências de que a Angiotensina II desempenha um papel central nesses mecanismos. Está amplamente comprovado que o bloqueio do SRA reduz a perda da funçao renal, retardando a progressao da doença renal. Objetivos: Avaliar a resposta do bloqueio do SRA através da terapia com inibidores de enzima de conversao de angiotensina (IECA) em pacientes com Glomerulopatias pós-transplante (GPT), Glomerulopatia crônica do transplante (GCT) e Nefropatia crônica do enxerto (NCE). Material e Métodos: Estudo piloto, retrospectivo. Foram incluídos 30 pacientes transplantados. Todos eles em uso de IECA por pelo menos 8 semanas. Os grupos foram pareados de acordo com idade, sexo e tempo em diálise. Foram distribuídos de acordo com o diagnóstico por biópsia em: Grupo 1 : GCT (n=10); Grupo 2 : GPT (n=7); Grupo 3 : NCE (n=13). Foram avaliados parâmetros clínicos e bioquímicos antes e depois do início da terapia com IECA. Resultados:. Os grupos apresentaram a seguinte creatinina antes e depois, respectivamente: G1: 2,0-2,5mg/dl; G2: 2,1-2,4mg/dl; G3:1,6-2,1mg/dl; proteinúria antes e depois: G1: 2,5-2,0 g/dl; G2: 6,6-4,9 g/dl; G3 0,9-0,7 g/dl Todos os grupos apresentaram uma diminuiçao da proteinúria em 20%, 26% e 23%, respectivamente, com um incremento estável do valor da creatinina sérica. O grupo de GPT (G2) apresentou uma tendência a apresentar valores elevados de proteinúria e cre – atinina, que se correlacionaram com lesoes mais acentuadas na biópsia renal e melhor resposta ao IECA.


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O ENXERTO PANCREATICO É MAIS IMUNOGENICO DO QUE O ENXERTO RENAL?

OLIVEIRA, S. G.; NORONHA, I. L.; TAVARES, T. S.; DOMINGUEZ, W. V.; PETTA, A. D.; MARTINI FILHO, D.; GENZINI, T.; ROMAO JUNIOR, J. E.; ABENSUR, H.

LABORATORIO DE FISIOPATOLOGIA RENAL DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP; CLINICA DE NEFROLOGIA E HEPATO DO HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA DE SAO PAULO; HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN SAO PAULO.

Introduçao: A maior incidência de rejeiçao aguda em transplante de pâncreas-rim com – parado ao transplante de rim isolado sugere que o enxerto pâncreas é um órgao mais imunogênico. Apesar das evidências clínicas, as bases imunológicas para este evento nao foram caracterizadas. Com o objetivo de investigar esta hipótese, marcadores imunológicos foram avaliados em biópsias de rim e pâncreas de pacientes submetidos ao transplante pâncreas-rim. Métodos: Participaram deste estudo 65 pacientes que realizaram 88 biópsias classificadas em: rejeiçao aguda (RA), rejeiçao crônica (RC) e casos sem evidências de rejeiçao (Sem Rej). Tecidos de rim e pâncreas normal foram utilizados como controle (Normal). Através de métodos de imuno-histoquímica foram analisados: macrófagos (MØ), linfócitos T, granzima B e MHC classe II (DR).Resultados: média±EPM; *p<0,05 vs Normal; Ö p<0,05 vs Sem Rej; # p<0,05 vs RC;  p<0,05 vs RA rim.

Nos casos de RA houve um aumento significativo do número de MØ, linfócitos T, granzima B e MHC classe II (DR) em ambos os órgaos. Nao houve diferença significativa no número de MØ, linfócitos T e na expressao de granzima B em biópsias de enxerto renal em comparaçao às biópsias pancreáticas. No entanto, a expressao de MHC classe II foi significativamente maior nos casos de RA ao aloenxerto pancreático do que nos casos de RA renal. Conclusao: A expressao significante da molécula MHC classe II (DR) em biópsias pancreáticas em comparaçao às biópsias renais pode indicar a maior imunogenicidade do enxerto pancreático.


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O PACIENTE HOSPITALIZADO TRANSPLANTADO RENAL: ADAPTAÇAO PSICOSSOCIAL E EMOCIONAL

MOHALLEM, C.; RAMALHO, M. R.; PITA, N.; PESTANA, J. O. M.

HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO – UNIFESP.

Objetivo: Traçar o perfil do paciente transplantado renal hospitalizado no que se refere a sua adaptaçao psicossocial e emocional. Método: Trata-se de um estudo de tipo observacional, descritivo e retrospectivo. Os dados descritos e analisados foram obtidos nos atendimentos psicológicos, realizados por estagiários de psicologia, na enfermaria de transplante renal (60 leitos). No período de março a dezembro de 2003 foram registrados dados sócio-demográficos, clínicos e psicológicos de 70 pacientes, somando 210 atendimentos psicológicos. Resultados: Na amostra encontrou-se distribuiçao de 52,8% para o sexo masculino e 47,2% para o sexo feminino, média de idade de 37,5 anos. Sobre a situaçao ocupacional encontrou-se 24,2% aposentados, 21,24% com afastamento médico, 9,48% desempregados e 24,28% estudantes. Dentre os sujeitos, 94% nao apresentaram dificuldade na comunicaçao médico -paciente e 88,6% nao possuem dificuldade no relacionamento com a família. Em relaçao à qualidade de vida, analisada através do índice de Karnofsky, 57% dos pacientes sao capazes de executar atividade normal, 18,6% sao capazes de ter atividade normal com esforço e 1,42% foram classificados como um quadro agudo, seguido da morte. No que se refere a sintomatologia psicológica dos pacientes atendidos observou-se que 47% apresentaram sintomas de depressao, 23% sintomas de ansiedade, 3% confusao mental e 4% stress. Nao houve correlaçao entre o tempo de diálise e os sintomas psicológicos apresentados. No grupo de pacientes internados para a realizaçao do transplante 75% nao apresentaram dificuldade de adaptaçao ao processo de doença e 82% estavam adaptados à situaçao de hospitalizaçao. Enquanto que no grupo dos pacientes internado devido complicaçoes pós-transplante o resultado foi de 45% e 35% respectivamente. Conclusao: Observou-se que os pacientes transplantados renais, atendidos pelo serviço de psicologia sao capazes de executar atividade (normal ou com pouco esforço). Nao apresentam dificuldade de comunicaçao com a equipe de cuidado. No entanto, os dados apontam uma incidência de sintomas depressivos e ansiosos, decorrentes das dificuldades intrínsecas ao processo de adoecimento, das freqüentes intervençoes médicas invasivas, da expectativa pela cura e do medo de invalidez e morte. O conhecimento destas informaçoes permite a equipe de psicologia traçar medidas preventivas e de controle a estas sintomatologias.


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OITO ANOS DE EXPERIENCIA DO RIO TRANSPLANTE

ALBUQUERQUE, A. G. N.; FERREIRA, E. N.; GONÇALVES, L. O.

RIO DE JANEIRO.

Introduçao: A lei dos transplantes – 9434 – de fevereiro de 1997 foi sem dúvida um enorme incentivo à campanha de doaçao de órgaos em todo Brasil, sendo esta incrementada com as diversas portarias, resoluçoes e decretos publicados posteriormente. Com a criaçao do Programa Rio Tranplante, Central de Notificaçao, Captaçao e Distribuiçao de Orgaos (CNCDO) do Rio de Janeiro, houve uma melhor organizaçao de todo o processo de doaçao de órgaos. Descrevemos neste trabalho os oito anos de experiência da CNCDO do terceiro estado mais populoso do Brasil. Métodos: Revisao de todos os casos de morte encefálica comunicados ou rastreados pelo Rio Transplante desde outubro de 1997. Resultados: Notou-se um aumento percentual e relativo tanto no número de notificaçoes de potenciais doadores quanto no número de doaçoes efetivas, conforme tabela abaixo:

Conclusao: A centralizaçao das notificaçoes de morte encefálica foi fundamental para o aumento inicial da doaçao de órgaos, porém faz-se necessário a descentralizaçao do restante do processo de captaçao (abordagem familiar, manutençao do potencial doador, averiguaçao do correto preenchimento do termo de morte encefálica e da autorizaçao de doaçao, assim como o controle das sorologias e das cul – turas) para que haja um maior crescimento da atividade transplantadora no Estado do Rio de Janeiro.


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PANCREATECTOMIA TOTAL POR METASTASES DE CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS EM TRANSPLANTADO RENAL

LG LOURENÇO; R COLLEONI; LF PAES LEME; A RINALDIS; MH ROVARIS; AM GONZALEZ; LAR MOURA

HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO FUNDAÇAO OSWALDO RAMOS UNIFESP.

As metástases originárias de carcinoma renal sao uma das poucas metástases bem conhecidas que alojam-se no pâncreas. O tratamento cirúrgico dessas lesoes pode ser empregado em pacientes selecionados. O caso refere-se a um paciente masculino, 65 anos, portador de rim em ferradura que fora submetido a nefrectomia total por carcinoma renal de células claras há oito anos. Após permanecer em hemodiálise por quatro anos foi submetido a transplante renal de doador vivo. Evoluiu com síndrome de icterícia obstrutiva quando foi realizada ressonância magnética que identificou coledocolitíase e aumento difuso do pâncreas que apresentava múltiplas formaçoes heterogêneas realçadas com a injeçao de contraste. Foi submetido a papilotomia endoscópica com remoçao do cálculo, sem melhora do quadro clínico. Submetido a laparotomia exploradora observando-se múltiplos nódulos em toda a topografia pancreática e alguns em retroperitôneo, levando a compressao do colédoco. Foi realizada colecistectomia com colangiografia intra-operatória e hepático-jejuno anastomose em Y de Roux e nodulectomia pancreática. O resultado anatomopatológico do nódulo evidenciou tratar-se de metástase de carcinoma de células claras. Como o paciente evoluiu com doença estável, após um ano de acompanhamento foi submetido a pancreatectomia total. Encontra-se atualmente no sexto mês pós-operatório com reposiçao enzimática e de insulina apresentando ótima evoluçao clinica.


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PAPEL DA GALECTINA3 NA LESAO RENAL INDUZIDA PELA ISQUEMIA E REPERFUSAO EM CAMUNDONGOS: ESTUDO DA AÇAO NEFROTOXICA DA RAPAMICINA

CAMARA, N. O. S.; BERTOCCHI, A. P. F.; DAMIAO, M. J.; GONÇALVES, G. M.; CENEDEZE, M. A.; FEITOZA, C. Q.; REIS, M. A.; SILVA, A. P.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: A lesao de isquemia/reperfusao (IR) caracteriza-se pelas alteraçoes decorrentes da privaçao seguida do restabelecimento do suprimento de oxigênio e nutrientes a órgaos e tecidos, o que desencadeia uma resposta inflamatória e imunológica, entre outras. No transplante renal, o rim doado sofre algum grau de lesao de IR inevitável durante o preparo do órgao antes do implante cirúrgico. A galectina3 é uma lectina envolvida em uma grande variedade de processos biológicos, com açao anti-apoptótica e anti-inflamátoria. É encontrada em níveis altos em macrófagos ativados e, portanto, tem importante papel como mediador inflamatório, incluindo recrutamento de neutrófilos em tecidos infectados e reconhecimento e morte bacteriana por ativaçao de fagócitos. Objetivos: Neste trabalho, estudamos o papel da galectina3 na nefrotoxicidade induzida pela rapamicina, em modelo de IR por clampeamento bilateral de pedículo renal de camundongos. Material e Métodos: Camundongos selvagens e nocautes para galectina3 foram submetidos a 45 minutos de isquemia renal por clampeamento bilateral de pedículos renais. Após 24 e 48 h de reperfusao, os animais foram sacrificados para colheita de sangue para dosagem sérica de uréia e creatinina. Também foram submetidos à nefrectomia bilateral para análise histológica semi-quantitativa. Rapamicina foi administrada por gavagem na dose de 3 mg/Kg, antes da IR. Resultado: Ambos os grupos apresentaram disfunçao renal após IR porém os animais nocautes para galectina3 apresentaram piora da lesao renal quando comparados com os selvagens representados por maior aumento dos níveis séricos de uréia (205 vs. 139,5mg/dl em IR 24h e 92,94 vs. 57 mg/dl em IR 48h). O tratamento com rapamicina exacerbou a lesao renal nos animais nocautes para galectina 3. Houve também maior percentagem de necrose tubular aguda nas análises histológicas nos grupos nocautes para galectina3 (43,95% X 2,4% em IR 24h e 19,75% X 10,14% em IR 48h). Conclusao: A presença da galectina3 mostrou ser protetora da lesao renal causada pela isquemia seguida de reperfusao em camundongos, sobretudo nos animais tratados com rapamicina.


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PENICILINA EM HOMENS COM LEPTOSPIROSE E INSUFICIENCIA RENAL INTERNADOS COM MAIS DE QUATRO DIAS DE SINTOMAS DA DOENÇA

ANTONIO ALBERTO LOPES; EVERALDO COSTA; MARCELO BARRETO LOPES; EDILSON SACRAMENTO

TRABALHO REALIZADO NO HOSPITAL COUTO MAIA E NUCLEO DE EPIDEMIOLOGIA CLINICA E MEDICINA BASEADA EM EVIDENCIAS DO HOSPITAL UNIVERSITARIO PROFESSOR EDGARD SANTOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA.

Objetivo: As formas graves de leptospirose, geralmente complicadas com insuficiência renal aguda, acometem predominantemente pessoas do sexo masculino. Em Salvador, BA, a letalidade da leptospirose fica em torno de 14% sendo maior nos pacientes que desenvolvem insuficiência renal aguda. Existe dúvida se o uso de penicilina cristalina quando iniciado após o quarto dia de sintomas reduz o risco de morte nestes pacientes. O objetivo do presente estudo é avaliar se o uso de penicilina cristalina iniciada após quatro dias de sintomas em pacientes com leptospirose e insuficiência renal (creatinina superior a 2 mg/dl) se acompanha de reduçao da mortalidade. Métodos: Um total de 253 pacientes entre 15 e 76 anos de idade, internados no Hospital Couto Maia da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia com mais de quatro de sintomas, foram randomizados para um dos seguintes grupos de tratamento: 1) com penicilina intravenosa, 6 milhoes de unidades/dia (um milhao de unidades cada quatro horas) por 7 dias e 2) sem penicilina. A análise foi restrita a pacientes do sexo masculino com idade >18 anos e creatinina sérica no dia da admissao hospitalar >2,0 mg/dl. O evento principal foi morte durante o período de internamento. Resultados: Creatinina sérica superior a 2 mg/dl no dia da admissao hospitalar foi observada em 82 e 94 homens randomizados para tratamento com e sem adiçao de penicilina, respectivamente. Neste subgrupo de pacientes com creatinina >2 mg/dl, a letalidade foi aproximadamente duas vezes maior (risco relativo = 2,0; intervalo de confiança de 95%=0,9-4,5; p=0,087) nos randomizados para tratamento com penicilina (17,1%; 14/82) do que no grupo de comparaçao (8,5%; 8/94). A diferença no risco de morte entre os grupos seguiu direçao oposta a da hipótese do estudo, mas nao alcançou significância estatística para um nível de 5%. Conclusoes: De acordo com os resultados do presente ensaio clínico randomizado o uso de penicilina nao é benéfico em pacientes com insuficiência renal por leptospirose quando iniciado com pelo menos quatro dias após o início dos sintomas. Portanto, maior atençao deve ser dada à prevençao da leptospirose e ao inicio mais precoce do tratamento.


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PREVALENCIA DE DOENÇA RENAL CRONICA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

SANDERS, H.; BRAGA, A. M.; ALVES, C. M.; SILVA, C. R.; SILVA, R. M.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA.

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública mundial que ainda é sub-diagnosticada e sub-tratada, o que limita as intervençoes precoces que possam modificar sua evoluçao. Existem ainda poucos estudos sobre a ocorrência da DRC em transplantados renais. Objetivo: Avaliar a prevalência da DRC e das suas complicaçoes em pacientes transplantados renais. Métodos: Foram avaliados 59 pacientes transplantados renais com acompanhamento > 12 meses. Foram avaliados: hipertensao arterial sistólica (HAS, £130 mmHg) e hipertensao arterial diastólica (HAD, £80 mmHg); uso de bloqueador do sistema renina-angiotensina (BSRA); anemia (hemoglobina <11 g/dL); hipocalcemia (<8,5 mg/dL); hiperfosfatemia (>4,5 mf/dL); acidose metabólica (bicarbonato <22 mEq/L) e desnutriçao (albumina <3,5 g/dL). A filtraçao glomerular (FG) foi estimada pela fórmula do estudo MDRD e os pacientes estagiados segundo a proposta da National Kidney Foundation. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 44,4±12,8 anos e o tempo de seguimento foi de 50,3 ±36,5 meses. 42 pacientes (73,7%) apresentavam o diagnóstico de DRC: 21,5% no estágio II, 69,0% no estágio III e 9,5% no estágio IV. A HAS e a HAD foi diagnosticada em 19% e 28,6% dos pacientes, respectivamente. Vinte e seis pacientes (61,9%) estavam em uso de BSRA. Anemia foi observada em 10 (16,7%) dos pacientes. A hipocalcemia foi diagnosticada em 06 (14,3%) e a hiperfosfatemia em 06 (14,3%). A presença de acidose metabólica foi avaliada em apenas 16,7% dos pacientes. Nao havia pacientes desnutridos na amostra. Conclusao: A DRC apresenta elevada prevalência no grupo estudado (73,7%) e algumas de suas complicaçoes também sao prevalentes nos pacientes transplantados renais. O diagnóstico precoce da DRC e a implementaçao das medidas para corrigirem as suas complicaçoes podem se constituir em intervençoes importantes na prevençao da nefropatia crônica do enxerto.


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RAPAMICINA NO TRANSPLANTE SIMULTANEO DE PANCREASRIM: RELATO DE 4 CASOS

RANGEL, É. B.; SA, J. R.; LINHARES, M. M.; GONZALES, A. M.; PESTANA, J. O. M.; MELARAGNO, C. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-EPM.

A rapamicina (sirolimus-SRL) é um imunossupressor eficaz e nao está associado à nefrotoxicidade, podendo ser uma alternativa no manejo dos pacientes com nefropatia crônica do enxerto. Foram avaliados 4 casos do uso do SRL em pacientes submetidos ao transplante simultâneo de pâncreas-rim. A média de idade foi de 35±13,3 anos (23-52) e o SRL foi iniciado após 12±11,9 meses após o TSPR. 50% do sexo masculino. A média do seguimento foi de 4,9±4 meses (1-10). Nível do SRL: 5-10 ng/mL. Paciente 1: Associaçao da SRL ao tacrolimus (TAC) (micofenolato suspenso devido à leucopenia). Nível do TAC menor que 3 ng/mL e associaçao de 2 mg de SRL. Clearance de creatinina pré-e pós a introduçao do SRL: 25,5 ml/min/1,73m2 e 21.5 ml/min/1,73 m2. Paciente 2: Associaçao do SRL ao TAC (micofenolato suspenso devido à infecçao por citomegalovírus resistente ao Ganciclovir). Nível do TAC 9,3 ng/ml. Biópsia renal com nefropatia grau I. Clearance de creatinina pré-e pós a introduçao do SRL: 42,8 ml/min/1,73m2 e 26.6 ml/min/1,73 m2 (queda após 40 dias). Optou-se pela suspensao do TAC (nível de 5,2 ng/mL e reduçao de 25% da dose por dia), início do micofenolato 0,5 g 2x (aumento para 1 g 2x em 4 dias) e aumento do SRL para 4 mg/dia. Em 3 meses o clearance aumentou para 49,7 ml/min/1,73 m2. Paciente 3: Associaçao do SRL 4mg/dia e suspensao do TAC (nível 5,3 ng/mL e reduçao de 50% da dose por semana). Biópsia renal: Nefropatia crônica grau II. Clearance de creatinina pré-e pós a introduçao do SRL: 23,4 ml/min/1,73m2 e 25,6 ml/min/1,73 m2 (após 2 meses). Paciente 4: Associaçao do SRL 4 mg/dia e suspensao do TAC (nível 4 ng/mL, diminuiçao de 50% da dose em 1 semana e depois suspensao). Biópsia renal com nefropatia crônica grau II/III. Clearance de creatinina pré-e pós a introduçao do SRL: 22,2 ml/min/1,73m2 e 24 ml/min/1,73 m2 (após 1 mês). Nenhum paciente teve rejeiçao aguda. A associaçao do SRL ao TAC está associada à nefrotoxicidade. A suspensao do inibidor de calcineurina é mais eficaz em melhorar a funçao renal na nefropatia crônica leve.


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REEDUCAÇAO ALIMENTAR COMO TRATAMENTO ADJUVANTE DAS COMPLICAÇOES METABOLICAS POS TRANSPLANTE RENAL

NETTO, M. C. A. S.; ALVES FILHO, G.; MAZZALI, M.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA DCM/FCM UNICAMP.

Introduçao: Obesidade e distúrbios metabólicos sao frequentes após o transplante renal, aumentando o risco de ocorrência de diabetes tipo II e complicaçoes cardiovasculares. O controle destas alteraçoes metabólicas inclui, além da terapia medicamentosa, a reeducaçao alimentar. Com o objetivo de analisar o impacto da orientaçao nutricional numa populaçao de transplantados renais estáveis, avaliamos 60 pacientes (38 homens, 22 mulheres) com idade média de 42 ± 9 anos, em acompanhamento regular pós transplante renal com nutricionista num mínimo de 3 avaliaçoes num intervalo médio de 6 meses. Resultados: Na avaliaçao inicial o índice de massa corporal (IMC) médio era de 30,3 ± 4,9 kg/m2 (obeso), com uma ingestao calórica diária de 3900 calorias (homens) e 2400 calorias (mulheres), com um predomínio de gorduras e carbohidratos. A orientaçao nutricional foi de reduçao de aporte calórico e readequaçao qualitativa. Ao final de 6 meses de acompanhamento o IMC médio foi de 28,4 ± 4,9 kg/m2 (sobrepeso). Apesar de nao observarmos diferença estatística na reduçao de peso, houve um aumento significativo no número de pacientes eutróficos após 6 meses (11,6% pré vs. 25% pós, p<0.05). A avaliaçao dos parâmetros metabólicos mostrou uma tendência à reduçao de triglicérides e ácido úrico ao final do 6o. mês. Quando os pacientes foram divididos por sexo, observamos reduçao estatística nos níveis de triglicérides (243,3 ± 110,2 mg/dl pré vs. 196,0 ± 70,3 mg/dl pós, p<0.05) e ácido úrico (8,3 ± 1,5 mg% pré vs. 7,2 ± 1,3 mg% pós, p<0.05) para o sexo masculino. Em conclusao, a reeducaçao alimentar após o transplante mostrou ser eficaz, mesmo num curto intervalo de tempo, para o auxílio do controle metabólico destes pacientes.


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REJEIÇAO AGUDA HUMORAL: 3 CASOS COM DIFERENTES APRESENTAÇOES CLINICAS

MATOS, A. C. C.; DURAO JUNIOR, M. S.; TONATO, E. J.; RANGEL, E. B.; SARDENBERG, C.; ANDREOLLI, M. C. C.; MOURA, L. A.; SILVA, A. P.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: O diagnóstico rápido e correto da rejeiçao aguda humoral (RAH) é crucial devido ao seu mau prognóstico. A plasmaferese (PLF) associada à imunoglobulina (IG), FK e MMF sao as opçoes terapêuticas. Seu diagnóstico requer a presença de anticorpos circulantes contra o doador, depósito de C4d em capilares peritubulares (CP) e pelo menos 1 dos achados: neutrófilos em CP, necrose fibrinóide arteriolar ou injúria tubular aguda.Objetivo: Descrever 3 casos com RAH com apresentaçoes clínicas variáveis. Materiais: 1ºCaso: 31 anos, sexo fem., causa da IRC indeterminada, 7 anos em hemodiálise (HD), 1 gestaçao (Gesta), 5 transfusoes de sangue (TS), painel (PRA) de 18%, recebeu transplante de cadáver (DC). Imunossupressao (IM) inicial consistiu de Timo, corticóide (CE), FK e MMF. Evoluiu sem alteraçoes, recebeu alta no 7º PO com creatinina (Cr) de 1,1mg/dl. Após 2 dias retornou ao HIAE com febre e reduçao da diurese necessitando de Hd. A bx revelou NTA e neutrófilos em CP. A pesquisa para C4d em CP foi positiva. Foi submetida a 7 sessoes de PLF, aumento das doses de MMF e FK. Cr. atual (10 meses): 1,9mg/dl. 2ºCaso: 51 anos, sexo fem.,GNC como causa da IRC, 1 Gesta, 5 TS, 2 anos em HD, PRA de 68%, recebeu enxerto de DC. IM consistiu de Timo, CE, MMF. No 6º PO devido à plaquetopenia e anemia hemolítica foi suspensa a Timo. No 9º PO a bx revelou microangiopatia trombótica glomerular difusa, NTA e presença de neutrófilos em CP. A pesquisa de C4d foi positiva. Foi submetida à 6 sessoes de PLF e em seguida associado FK. Cr. atual (16 meses):1,5mg/dl. 3ºCaso: 34 anos, masc., diabético, 20 meses em HD pós perda de enxerto anterior por NCE, PRA de 95%, submetido a protocolo de dessensibilizaçao devido à prova cruzada (PC) positiva contra doador vivo. IM inicial consistiu de Timo, CE, FK e MMF. Alta no 14ºPO com Cr. de 2,4mg/dl. Retorna no 34º PO com elevaçao da Cr: 1,8→2,1mg/dl. A bx renal revelou NTA e C4d em CP. Foi submetido a 5 sessoes de PLF e 2 infusoes de IG. Cr. atual (12meses) de 2,5mg/dl. Em todos os casos houve positivaçao da PC após o Tx. Conclusao:Estes 3 casos ilustram a gravidade da RAH apesar de IM inicial agressiva, sua apresentaçao clínica bastante variável e o sucesso terapêutico com PLF e IG instituídas rapidamente.


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REJEIÇAO HUMORAL AGUDA (RHA) DE TRANSPLANTES RENAIS: ABORDAGEM TERAPEUTICA COM PLASMAFERESE E IMUNOGLOBULINAS ENDOVENOSAS

GHELLER, A.S.; SILVA, D. M.; RIBEIRO, A. R.; JOBIM, L. F.; GONÇALVES, L. F.; MANFRO, R. C.

HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE.

Introduçao. A RHA de transplantes renais tem importante papel no destino dos enxertos sendo uma causa significativa de perda devido à má resposta às terapias imunossupressoras usualmente empregadas (e.g. pulsoterapia, anti-linfocitários). Ademais, ela parece ter um papel etiopatogênico no desenvolvimento de nefropatia crônica dos enxertos. Recentemente, foi descrita uma abordagem terapêutica imunomodulatória baseada em plasmaferese e imunoglobulinas endovenosas (IgIV). Aqui sao relatados dois casos de RHA de transplantes renais tratados com esta abordagem. Relato dos casos. Caso 1: paciente masculino de 17 anos, branco, IRC de etiologia desconhecida em tratamento dialítico. Avaliaçao pré-transplante: reatividade contra painel (PRA) 0%, prova cruzada contra linfócitos T e B negativa, e prova cruzada com AGH negativa. Submetido a transplante renal com doador vivo-relacionado com 1 haplótipo de identidade. Imunossupressao inicial com prednisona, ciclosporina e micofenolato mofetil (MMF). Funçao imediata do enxerto com disfunçao aguda no 7º PO, quando uma biópsia renal mostrou RHA e tratada com OKT3 sem resposta e posteriormente com 18 sessoes de plasmaferese e IgIV, com recuperaçao da funçao do enxerto e negativaçao da prova cruzada póstransplante. Caso 2: paciente masculino de 55 anos, branco, IRC por nefrite hereditária, PRA com reatividade de 45% em classe I e 25% em classe II; prova cruzada pré transplante positiva para linfócitos B por citometria de fluxo. Submetido a segundo transplante renal com imunossupressao inicial com OKT3, prednisona, MMF e tacrolimus evoluindo com disfunçao inicial de enxerto. RHA foi detectada no 14º PO foi tratada com 11 sessoes de plasmaferese e IgIV, com recuperaçao da funçao renal e negativaçao da PRA. Conclusao: Esta casuística inicial sugere, a exemplo do descrito na literatura, que o tratamento combinado com plasmaferese e imunoglobulinas endovenosas é eficiente no tratamento da RHA de transplantes renais.


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REJEIÇAO VASCULAR: PROBLEMAS NO DIAGNOSTICO E IMPACTO NA SOBREVIDA DO ENXERTO RENAL

RIOJA, S.; SOUZA, E. R. M.; OLIVEIRA, A. V.; RIOJA, L.; STARLING, P.; SPINDOLA, F.; MANHAES, J.; RUZANY, F.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – HOSPITAL UNIVERSITARIO PEDRO ERNESTO.

Introduçao: Anticorpos mono e policlonais mostram-se eficientes no tratamento da rejeiçao vascular (RV). O problema desta entidade estaria no diagnóstico tardio, decorrente: (1) de uma expressao clínica menos agressiva, resultado da maior potência dos imunossupressores; (2) da opçao por uma abordagem dos quadros de rejeiçao com metilprednisolona (SMD) até que se caracterize a forma córtico-resistente; (3) da inadequaçao das amostras obtidas por biópsia (ideal de 10 glomérulos e 2 artérias); (4) da classificaçao de Bannf que nao reconhece a possível associaçao dos dois mecanismos de lesao – celular e humoral. Material e Métodos: 7 casos de RV foram diagnosticados em nosso Serviço nos últimos 4 anos, num total de 208 transplantes realizados, tendo sido os pacientes categorizados segundo sexo (S), raça (R), risco imunológico – nº. de gestaçoes (G), hemotransfusoes (H) e mismatches (M)-, imunossupressao inicial e nao adesao à terapia (Fº). Resultados: Todos os pacientes sobreviveram e 1 enxerto foi perdido. O nº. de mismatches foi o fator de maior risco para o desenvolvimento de RV; o re-Tx foi a condiçao de maior risco para a perda do enxerto, apesar da induçao com basiliximab (F?); e a prova cruzada B positiva foi o fator determinante da pior funçao renal (F?), evolutivamente. A melhor funçao registrada, após 6 meses do evento, foi a da paciente que recebeu um primeiro enxerto e ATG, de imediato (F?). Seu PRA, à época do transplante, era de 0%. Os demais pacientes evoluíram, precocemente, com evidências histopatológicas de nefropatia crônica do enxerto, estando controlados com Sirolimus-MMF/Aza.

Conclusao: A RV tem grande impacto na sobrevida dos enxertos e deve merecer esforços de nefrologistas e patologistas em seu reconhecimento precoce e abordagem terapêutica conveniente.


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RELAÇAO ENTRE MORBIDADE E ETIOLOGIA DAS INFECÇOES DO TRATO URINARIO EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL

ALMEIDA, M. M. T. B.; GONÇALVES, R. T.; LOPES, G. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.

Introduçao: Trata-se de um estudo com o objetivo de analisar a relaçao entre a etiologia e a morbidade associada às infecçoes do trato urinário (ITU) em receptores de transplante (TX) renal. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, incluindo 156 pacientes que receberam, consecutivamente, TX renal no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Os principais desfechos analisados foram a ocorrência de pielonefrite e de bacteremia associada à ITU. Os testes de X2 e exato de Fisher foram utilizados para comparaçao das variáveis nominais. Os resultados das análises foram considerados estatisticamente significantes se associados a p< 0,05 em teste bi-caudal. Resultados: Foram identificados 171 agentes em 167 episódios de ITU em receptores de TX renal. Entre os microrganismos isolados 129 (75,4%) foram bactérias e 42 (24,6%) foram fungos. Houve um predomínio de enterobactérias (62%) e, entre elas, a mais freqüente foi a Escherichia coli, correspondendo a 37,4% dos agentes isolados, com elevada prevalência de resistência a cotrimoxazol (81%). Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp. representaram, respectivamente, 2,3% e 1,8% dos agentes isolados. Os cocos Gram-positivos responderam por 8,9% dos agentes isolados. Candida albicans, foi o fungo mais freqüente (56,1%). Em 70,1% (N=117) dos episódios de ITU foram assintomáticos; 3,6% (N= 6) foram ITUs baixas e 26,4% (n= 44 ) foram pielonefrites. A presença de fungiúria foi significantemente mais freqüente nos episódios assintomáticos (32,1%) que nos casos de ITU sintomática (4,2%; p< 0,001). E.coli foi significantemente mais incidente entre os casos de pielonefrite (51,1%) que entre as ITUs baixas (32,3%; p= 0,012). Ocorreram bacteremias em 11% das ITUs causadas por E. coli e em apenas 3% dos episódios causados por outros agentes (p= 0,045). Conclusao: O isolamento de fungos na urina de receptores de TX renal associouse a menor freqüência de manifestaçoes clínicas de ITU. E. coli foi o principal agente etiológico, e o que se associou a maior morbidade, estando associado a freqüências significantemente maiores de pielonefrite e de bacteremia associada à ITU.


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REMISSAO DE LINFOMA POS-TRANSPLANTE RENAL EM ADOLESCENTE APOS CONVERSAO PARA SIROLIMUS E QUIMIOTERAPIA

ANDRADE, J. A. M.; SOUZA, E.R.M.; RUZANY, F.; VENTURA, S.; FILGUEIRAS, R,S.; ROCHA, P.T.; FERREIRA, C.A.; GOMES, C.L.

HOSPITAL UNIVERSITARIO PEDRO ERNESTO.

A doença linfoproliferativa é uma das complicaçoes mais sérias e potencialmente fatais do transplante renal, especialmente em crianças e adolescentes. Predomina o linfoma nao-Hodgkin de grandes células B e o envolvimento extra-nodal é bastante prevalente, ocorrendo em aproximadamente 70% dos casos. Apresentamos o caso de um paciente masculino, 15 anos, branco, submetido a transplante renal haplo-idêntico em fevereiro de 1996 por doença renal de etilogia indeterminada. Imunossupressao inicial com azatioprina, ciclosporina e prednisona. História de vômitos com início em dezembro de 2001, evoluindo com perda ponderal de 15 kg nos últimos 2 anos. Em janeiro de 2002, alterou-se a imunossupressao para MMF, tacrolimus e prednisona em decorrência de disfunçao do enxerto (creatinina: 2,0 mg/dl). Um mês após, foi internado por intensificaçao dos sintomas anteriores associados a diarréia sem características infecciosas, motivo pelo qual reinstituímos a azatioprina em substituiçao ao MMF. Em janeiro de 2003 foi internado com sintomatologia semelhante. Os exames iniciais mostravam anemia, leucopenia e retençao nitrogenada (creatinina: 3,4 mg/dl). A hematoscopia evidenciou anisocitose e policromasia. Na endoscopia digestiva alta foram biopsiadas 2 lesoes polipóides na segunda e quarta porçoes do duodeno, compatíveis com linfoma nao-Hodgkin de grandes células B CD 20+. Decidimos reduzir 50% da dose diária da azatioprina e iniciamos sirolimus em substituiçao ao tacrolimus. Em abril de 2003 foi efetuado o estadiamento tumoral. O estudo colonóscópico nao evidenciou anormalidades, tampouco houve evidência de infiltraçao linfomatosa à biópsia de medula óssea. A tomografia computadorizada nao mostrou acometimento ganglionar. Em 24/05/03 teve início o primeiro ciclo de quimioterapia com CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona) seguido de mais 4 ciclos mensais. Apresentou como intercorrências 2 internaçoes hospitalares por neutropenia febril, remitida após antibioticoterapia apropriada. A endoscopia digestiva alta realizada em janeiro de 2004 foi normal. Atualmente, encontra-se assintomático, com funçao renal estável (creatinina: 1,6 mg/dl) e em uso de esquema duplo com sirolimus e prednisona. O sirolimus é um agente imunossupressor com propriedades antiproliferativas sobre linfócitos B que tem sido usado com sucesso na prevençao de recidiva do lin


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RESISTENCIA AO GANCICLOVIR EM TRANSPLANTADOS RENAIS: ANALISE DAS MUTAÇOES EM REGIAO UL97 DO CITOMEGALOVIRUS (CMV)

NOGUEIRA, E.; GRANATO, C. F. H.; SILVA FILHO, A. P.; OZAKI, K. S.; CAMARGO, L. F. A.; CAMARA, N. O. S.

UNIFESP.

Introduçao: O uso prolongado de ganciclovir para tratamento da infecçao pelo citomegalovírus (CMV), predispoe ao desenvolvimento de resistência ao antiviral. Cepas de CMV resistentes ao ganciclovir tem sido relacionadas à mutaçoes específicas nos genes UL97 e UL54. A freqüência de infecçoes causadas por cepas resistentes ao ganciclovir em transplantados renais é um evento raro, pelo tratamento breve e ainda é pouco conhecida. Objetivo: Estudar as mutaçoes, no gene UL97 do CMV, que conferem resistência ao tratamento em transplantados renais. Métodos: Foram analisados 16 pacientes transplantados renais com infecçao por CMV, no período de janeiro de 1999 a maio de 2004, apresentando um padrao de antigenemia oscilante por mais de um mês. Para análise de resistência foi extraído DNA, amplificado utilizando Nested-PCR para a regiao UL97, seguido de digestao utilizando enzimas de restriçao (TaqI, MseI e HhaIII), descritas para os sítios de digestao determinados para mutaçoes que conferem resistência ao ganciclovir . Para os pacientes que nao apresentaram padrao de mutaçoes no ensaio de digestao foi realizado sequenciamento. Resultados: 05 (31,3%) dos 16 pacientes analisados apresentaram perfil de resistência ao ganciclovir com mutaçoes na regiao UL97. Quatro pacientes apresentaram mutaçao em S595 e um paciente apresentou duas mutaçoes, uma em F595 e outra em V594. Todos os cinco pacientes foram diagnosticados clinicamente resistentes ao ganciclovir, o que orientou a mudança no esquema terapêutico. Para 2 pacientes acrescentou-se foscarnet, 2 pacientes mudou-se o esquema imunossupressor para Sirolimus e outro paciente foi monitorizado com antigenemias seqüenciais até sua negativaçao uma vez que se encontrava assintomático. Conclusao: Resistência ao ganciclovir é um evento que tem se mostrado mais frequente, em parte pela imunossupressao mais efetiva e a maior incidência/tratamento de CMV.


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RETRANSPLANTE DE RIM APOS TRANSPLANTE SIMULTANEO DE PANCREAS-RIM

RANGEL, É. B.; SA, J. R.; LINHARES, M. M.; GONZALES, A. M.; PESTANA, J. O. M.; MELARAGNO, C. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO – EPM.

O re-transplante de rim após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR) pode estar associado à perda posterior do enxerto pancreático, devido ao estresse peri-operatório e a doses mais elevadas dos imunossupressores, especialmente o corticóide. Análise de 3 casos submetidos ao TSRP e posteriormente a re-transplante renal. Paciente 1: Sexo fem, 41 anos, submetida a TSPR em 04/2001 (doador sexo masc, 34a, TCE, TIF pâncreas 14h), uso CSA.PRED.MMF e drenagem pancreática exócrina vesical, com. conversao para entérica após 5m devido a hematúria recorrente. Evolui com perda do enxerto renal após 1a10m, realizando Tx renal com DV HLA-II (FK.PRED.MMF). Após 4m apresentou curva glicêmica alterada (jejum 98 mg/dL e 2 horas 155 mg/dL), peptídeo C basal 2,42 ng/mL. Com 10m teve o diagnóstico de diabetes, sem reversao após troca do FK pela CSA e com peptídeo C de 0,22 ng/mL. Paciente 2: Sexo masc, 32a, submetido a TSPR em 05/2001 (doador fem, 45a, AVCH, TIF pâncreas 12h), uso de CSA.PRED.MMF, drenagem pancreática vesical, com conversao para entérica após 9m devido a pancreatite de refluxo. Apresentou abdome agudo obstrutivo e realizaçao de Y-en-Roux. Com 1a6m submetido a Tx renal com DV HLA-I (FK.PRED.MMF). Após 6m, teve diagnóstico de diabetes. Paciente 3: Sexo fem, 23a, submetida a TSPR em fev/2003 (doador masc, 12 a, AVCH, TIF pâncreas 6h), uso de FK.PRED.MMF, drenagem entérica. Teve rejeiçao aguda graus III (9po, Timoglobulina) e IIA (4m, Metilprednisolona). Conversao para rapamicina e retirada do FK após microangiopatia trombótica. Com 8m, submetida a Tx renal com DV HLA-II (FK.PRED.MMF). Com 7m (antes do Re-tx renal): curva glicêmica – Jejum 105 mg/dl e 2h 164 mg/dl, HbA1c 4,4%. Atualmente, usa rapamicina devido a nefropatia crônica e com peptídeo C basal de 5,4-6,9 ng/ml e curva glicêmica com jejum 90 mg/dL e 2 horas 113 mg/dL. A avaliaçao do enxerto pancreático previamente ao re-transplante renal deve ser criteriosa, principalmente em pacientes com mudança da drenagem exócrina.


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SIROLIMO E MICOFENOLATO MOFETIL: A ASSOCIAÇAO PARA PREVENIR REJEIÇAO AGUDA E PROTEGER A FUNÇAO DO ENXERTO APOS TRANSPLANTE RENAL

VILAÇA, S. S.; FIGUEIRO, J. M. G.; VIOTTI, E. A.; SOUZA, G. S.; GONTIJO, R. C.

UNIDADE DE TRANSPLANTE – HOSPITAL FELICIO ROCHO.

Introduçao: Um grupo de 82 transplantes renais protocolados para sirolimo (SRL) e micofenolato mofetil (MMF), com seguimento mínimo de 1 ano, foi observado considerando rejeiçao aguda, funçao renal, perda do enxerto enefropatia crônica. Método: Análise retrospectiva com seguimento de no mínimo 1 ano em receptores renais adultos. 80 pacientes receberam 82 transplantes e foram divididos em 2 grupos. Grupo 1: 55 doadores vivos relacionados, 3 doadores vivos nao relacionados e 5 cadáveres, receberam dose de ataque de SRL 5mg por 5 dias com ajustes de acordo com nível sanguíneo entre 5 e 15ng/dl. MMF 2 g/dia e prednisona em reduçao progressiva até 5mg por dia a partir do 21 DPO. Grupo 2: 8 doadores vivos nao relacionados, 10 cadáveres e 2 retransplantes, receberam induçao com timoglobulina 1 mg/kg/dia por no máximo 7 dias e tacrolimus quando a creatinina atingiu 2mg/dl. MMF e predinisona nas doses usuais como no grupo 1. No ambulatório pós transplante (em média 14 dias) pacientes iniciaram SRL 2mg/dia e mantido nível sanguíneo entre 5 e 15 ng/dl com tacrolimus suspenso após 2 semanas. Nao foi prescrito dose de ataque de SRL neste grupo. Nos 2 grupos rejeiçao aguda, disfunçao primária do enxerto, perda do enxerto, nefropatia crônica e mortalidade foram avaliados por no mínimo 1 ano. A funçao renal foi avaliada exatamente 1 ano após transplante. Resultados: 82 transplantes foram incluidos. Rejeiçao aguda ocorreu em 10 pacientes, global (12%), DVR (11%), DVNR e CAD (16%). Houve 6 perdas de enxerto renal: 3 por rejeiçao aguda resistente, 2 por disfunçao primária e 1 por nefropatia crônica. Sobrevida do enxerto renal foi 93%. Sobrevida do paciente 100%. Creatinina média em 1 ano foi 1.42 +/- 0.8mg%. Conclusao:SRL/MMF é eficaz na profilaxia da rejeiçao aguda manten – do excelente funçao renal em 1 ano.


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SISTEMA DE URGENCIAS PARA TRANSPLANTE RENAL NO RIO GRANDE DO SUL

GARCIA, V. D.; COSTA, M. G.; LEIRIAS, S. M.; SANTOS, S. R.; OLIVEIRA, D. M. S.

CENTRAL DE TRANSPLANTE DO RIO GRANDE DO SUL (CNCDO-RS).

Introduçao: A distribuiçao de rins cadavéricos para transplantes no RS segue as normas do SNT. A partir de abril de 2002 foi implantado um sistema de urgência para receptores de rim cadavérico. O critério utilizado é o da ausência de acesso vascular e peritoneal para diálise. Constituiu-se um grupo de nove nefrologistas avaliadores, e os pedidos de inclusao em urgência sao enviados, sem identificaçao do paciente ou do centro de diálise, para três destes avaliadores que independentemente emitem seu parecer. Descrevemos os resultados de 2 anos de aplicaçao deste sistema Métodos: Foram revisados os casos de solicitaçao para inclusao em urgência para transplante renal no RS entre abril de 2002 e abril de 2004, e alguns parâmetros foram comparados com os do total de transplantes no período. Resultados: Foram recebidas 19 solicitaçoes de urgência (1 a cada 1,3 mês), sendo uma criança de 5 anos e 18 adultos com média de idade de 47,8 anos (34 a 72 anos); doze eram do sexo feminino. Já estavam em lista para transplante 15 pacientes, com tempo de espera de 23,9 meses (2 a 118 meses) e quatro ingressaram em lista, devido a falta de acesso. Dezesseis solicitaçoes (84,2%) foram aceitas como urgência e três foram recusadas. Foram realizados 13 transplantes renais, sendo 12 com doador cadáver e um com doador vivo. O tempo médio para obtençao do rim de cadáver foi de 10,2 dias (3 a 36 dias). Dois pacientes foram inativados devido à falta de condiçoes clínicas, e um evoluiu para óbito. Uma paciente hipersensibilizada permanece em lista. A lista de espera para transplante renal no Estado passou de 1.101 em 2002, para 1.364 em 2004, correspondendo a 27% dos 5.000 pacientes em diálise. Foram realizados 449 transplantes com doador cadáver no período (22,5 pmp/ano), e o tempo médio de espera foi 878 dias, variando de 768 para os do grupo A até 1.081 dias para os do grupo AB. Os 12 transplantes realizados pelo critério de urgência correspondem a 2,7% dos transplantes realizados no período. Conclusao: O sistema empregado de avaliaçao de urgência, com a atuaçao de profissionais experientes, foi eficiente e justo. Foram salvos 12 pacientes sem acesso para a diálise e foram utilizados apenas 2,7% dos rins de doadores cadáveres.


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SOBREVIDA DE ENXERTOS E RECEPTORES DE 188 TRANSPLANTES RENAIS

PERES, L. A. B.; DELFINO, V. D. A.; ANN, H. K.; CAMARGO, M. T. A.; ROHDE, N. R. S.; USCOCOVICH, V.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANA-UNIOESTE/RENALCLIN.

Introduçao: O presente trabalho tem por objetivo determinar a sobrevida de enxertos e pacientes transplantados renais em Cascavel-PR, entre 1985 e 2001. Métodos: Estudamos retrospectivamente todos os 188 transplantes renais realizados nos Serviços de Transplante Renal do Hospital Policlínica Cascavel e do Hospital Nossa Senhora da Salete, no período de setembro de 1985 a março de 2001, sendo 177 transplantes primários e 11 retransplantes. O sexo masculino predominou entre os receptores (61,2%), assim como a raça branca (91,5%). A idade média dos receptores foi de 36,1 + 11,5 anos. Quanto ao tipo de doador, 55 foram vivos idênticos (DVI), 87 vivos nao idênticos (DVNI) e 46 cadáveres (DC). A etiologia da insuficiência renal crônica foi hipertensao arterial em 27,7%, glomerulonefrite crônica em 26%, pielonefrite crônica em 6,9%, diabete melito em 3,8%, outras causas em 4,3% e indeterminada em 31,3%. A imunossupressao utilizada foi o esquema tríplice clássico (azatioprina, prednisona e ciclosporina) em 10,9% dos receptores de DVI, 73,6% dos receptores de DVNI e 91,3% dos de DC. Os demais receberam o esquema duplo (azatioprina e prednisona). As crises de rejeiçao aguda foram tratadas com pulso de metilprednisolona na dose de 15 mg/kg/dia durante três a cinco dias. Foram calculadas as sobrevidas de enxertos incluindo-se toda as perdas e censurando-se o óbito com rim funcionante e dos pacientes um, três e cinco anos pós-transplante, empregando-se a Curva de sobrevida de Kaplan-Meier. Resultados: As sobrevidas dos enxertos, incluindo-se todas as perdas, foram, respectivamente, 83,6%, 75,7% e 75,7% para o grupo de DVI, 85,0%, 75,1% e 56,3% para o grupo de DVNI e 58,7%, 52,0% e 44,2% para o grupo de DC. As sobrevidas dos enxertos, censurando-se o óbito com rim funcionante, foram, respectivamente, 87,3%, 82,8% e 82,8% para o grupo de DVI, 89,5%, 84,3% e 72,5% para o grupo de DVNI e 75,2%, 75,2% e 71,3% para o grupo de DC. As sobrevidas dos pacientes foram, respectivamente, 94,0%, 89,6% e 89,6% para o grupo de DVI, 92,8%, 87,0% e 72,0% para o grupo de DVNI e 65,0%,57,6% e 51,6% para o grupo de DC. Conclusao: As sobrevidas de pacientes e enxertos renais transplantados em Cascavel-PR foram satisfatórias para a realidade regional e a disponibilidade de recursos à época dos transplantes.


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SOBREVIDA DO ENXERTO RENAL PACIENTES HIPERSENSIBILIZADOS

SEELIG, D. C.; KEITEL, E.; SANTOS, A. F.; BITTAR, A. E. N.; D`ALMEIDA, P. B.; KLAUS, F.; GOLDANI, J. C.; GARCIA, V. D.

COMPLEXO HOSPITALAR SANTA CASA DE PORTO ALEGRE.

Introduçao: Avaliar a sobrevida do enxerto em pacientes hipersensibilizados submetidos a transplante renal com doador cadáver. Métodos: Estudo de coorte histórica. Definiu-se como hipersensibilizados todos os pacientes com reatividade ao painel de células de classe I acima de 70%. O período do estudo foi de janeiro de 2000 a março de 2004. Follow up mínimo de 3 meses. Resultados: Foram analisados 14 pacientes. Destes, 50% eram do sexo masculino, todos da raça branca, sendo a média de idade 41,62 DP 9,55 anos. A doença de base era glomerulonefrite crônica em 71,4% e nenhum paciente era diabético. O tempo médio em diálise foi de 8,64 DP 4,8 anos. 50% dos pacientes eram anti-HCV positivo e 7, 1 % eram HbsAg positivo. 85,7% dos pacientes receberam pelo menos uma transfusao sangüínea, e 35,7% receberam mais de 10 transfusoes sangüíneas. Entre as mulheres 14,3% tiveram uma gestaçao. 57,2% estavam recebendo seu segundo (n=6) ou terceiro (n=2) transplante renal. Quanto aos doadores todos eram ideais, sendo 61,5% do sexo masculino, a média de idade foi 41,43 DP 12,7, a causa mortis foi TCE em 42,9% dos casos. O tempo de isquemia fria médio foi de 23 horas 14 minutos. Apenas 21,4% dos pacientes tinham mais de 3 missmatch com o doador. A imunossupressao foi com terapia de induçao em todos os casos, 71,4% com OKT3, 14, 3% com ATG e 14,3% com basiliximab e de manutençao com corticoesteóides, micofenolato mofetil e tacrolimus em 85,7%, sendo o último substituído por ciclosporina em 14,3%. 85,7% dos pacientes tiveram necrose tubular aguda necessitando diálise no pós transplante e 76,9% apresentaram algum episódio de rejieçao. A sobrevida do enxerto em 1 ano utilizando a curva de Kaplan Meier foi 71, 43% e todas as perdas de enxerto (n=4) foram por enxertos nunca funcionantes. Apenas 1 paciente evoluiu para óbito por complicaçoes infeciosas. Conclusao: Com as drogas imunossupressoras atuais conseguimos uma sobrevida do enxerto semelhante a pacientes nao hipersensibilizados. Mas , ainda falta o esquema imunossupressor ideal, que induza tolerância sem produzir paraefeitos.


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TACROLIMUS NA JANELA TERAPEUTICA REDUZ A FUNÇAO DA CÉLULA B PANCREATICA EM TRANSPLANTADOS RENAIS

ELIAS DAVID NETO; CHRISTIANO S. COCUZZA; LILIAN M. PEREIRA; MARIA CRISTINA R. DE CASTRO; RENATA M. MATTOS; JOSɪ MARCONDES; VALÉRIA S. LANDO WILLIAM C. NAHAS; LUIZ ESTEVAM IANHEZ

UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL E DISCIPLINA DE ENDOCRINOLOGIA DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA FMUSP.

Tacrolimus (TAC) está associado a alta incidência de diabetes mellitus pós-transplante (DMPT). Nao está claro se isto está relacionado à droga, a seu nível sanguíneo ou outros fatores. Como parte de um estudo em andamento, prospectivo, aleatorizado que compara TAC a ciclosporina (CSA), ambos em associaçao com micofenolato mofetil (MMF) e corticoesteróides, 57 pacs. foram incluídos até o presente. Dez foram excluídos desta sub-análise devido a DM pré-tx e 6, por outras causas. 41 pacs foram submetidos a teste de tolerância oral a glicose (TTG) e coleta de insulina sanguínea simultaneamente a coleta de curvas farmacocinéticas de 12 horas (AUC 0-12) de TAC, CSA e ácido micofenólico (MPA). As coletas foram realizadas nos dias 14, 30 e 60 pós-tx e os resultados encontram-se na Tabela 1. Os grupos foram semelhantes em idade, raça, peso, índice de massa corpórea, história familiar de DM e dose de prednisona. Há um número maior de homens no grupo TAC em relaçao a CSA (64 vs. 31%, p=0,058). O tempo médio de seguimento foi 224±115 d no grupo TAC (n=25) e 207±105 d no grupo CSA (n=16). De acordo com os resultados do TTG, anormalidades no metabolismo da glicose (ADA 2003) ocorreram em 64% TAC e 56% CSA (p=NS), compreendendo tanto intolerância a glicose (40% TAC vs. 31% CSA, p=NS) quanto DM (24% TAC vs 25% CSA). Estas alteraçoes foram detectadas em mediana (%25-%75) 29 (20-61) dias pós-tx no grupo TAC e 17 (15-60) dias no grupo CSA (p=NS). Em ambos os grupos, houve uma queda progressiva na funçao da célula b entre TTG normal e DM, medida através da HOMA-b (Homeostasis Model Assesment). HOMA-b foi menor em TAC do que CSA. Nos pacs. com TTG normal, a mediana de HOMA-b foi 90 (64- 112) TAC vs. 124 (73-200) CSA (p=0,04). A mediana da resistência periférica a insulina, medida pelo HOMA-R foi 1,4 (1,1-1,9) TAC vs. 2,1 (1,2-3,1) CSA (p=0,03). Nos pacs. com intolerância a glicose, HOMA-R foi semelhante entre TAC e CSA, mas HOMA-b foi menor no grupo TAC (73±24 vs. 112±69, p=0,03). Nos pacientes que desenvolveram diabetes mellitus pós-tx, HOMA-b baixo e HOMA-R normal foram semelhante nos grupos TAC e CSA. Nenhum parâmetro clínico farmacocinético de CSA, TAC ou MPA apresentou poder preditivo da ocorrência de DMPT ou intolerância a glicose quando analisados por regressao logística. Nesta análise preliminar, nao houve diferença na incidência de DMPT ou intolerância a glicose entre os grupos TAC e CSA. Entretanto, a exposiçao ao tacrolimus, dentro da janela terapêutica, está associada a uma menor funçao da célula b quando comparada a ciclosporina, mesmo em pacientes com TTG normal.

 


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TERAPIA SEQÜENCIAL COM TIMOGLOBULINA EM TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR CADAVER: EXPERIENCIA EM 44 CASOS CONSECUTIVOS

SILVA, A. P.; TONATO, E. J.; MATOS, A. C. C.; WROCLAWISKI, E. R.; DURAO JR, M. S.

UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO.

Utilizamos em nossa Unidade de transplante renal, a terapia seqüencial com timoglobulina em todos os transplantes renais com doador cadáver, com o objetivo de diminuir a lesao por isquemia/reperfusao, prevenir episódios de rejeiçao aguda e retardar a utilizaçao de inibidores de calcineurina. A Timoglobulina é iniciada nas horas que antecedem o transplante, na dose de 1mg/Kg de peso, em infusao de 4 a 6 horas, com bomba de infusao e em acesso central ou na fístula artério-venosa. O paciente recebe 1g de metilprednisolona no intra-operatório e nos dias subseqüentes doses de 0,5 mg/kg antecedendo a dose de timoglobulina e micofenolato mofetil. A terapia é mantida até, o máximo de 14 doses ou até níveis de creatinina menores que 3mg/dl, quando introduzimos um dos inibidores de calcineurina (Ciclosporina ou Tacrolimus). Objetivo: Avaliar os resultados e principais complicaçoes do uso préoperatório da timoglobulina. Material e Métodos: Analisamos 44 receptores de transplante com doador cadáver no período de 10/05/2002 à 01/06/2004, que utilizaram este protocolo de imunossupressao. Avaliamos as sobrevidas do enxerto e do paciente e as principais complicaçoes. Resultados: A idade média dos receptores foi 44 anos (7-73 anos) e 27 eram do sexo masculino. A idade média dos doadores foi de 33,4 anos (13-59 anos) e o tempo de isquemia fria foi de 19,6 horas (8-34 hs). Nenhum paciente apresentou reaçao que impedisse o uso da Timoglobulina, 30/44 (68%) dos pacientes apresentaram NTA, que teve uma duraçao média de 7 dias (1-31 dias). Houve apenas 5 episódios de rejeiçao em 4 pacientes (9%) e o tempo médio de internaçao foi de 16 dias (5-38). Houve 4 perdas de enxerto, sendo 2 por trombose de artéria, 1 óbito por Aspergilus pulmonar com rim funcionante e 1 rim sem funçao primária. A principal morbidade foi a infecçao por CMV que ocorreu por volta do 53o PO em 24 pacientes (54%). Dosagens de CD3 menores foram observadas no grupo que apresentou infecçao por CMV em relaçao ao que nao apresentou (8 x 20 cels CD3+/ml). A sobrevida atuarial de um ano do paciente e do enxerto foi de 97% e 92%, respectivamente e a creatinina de 1 ano foi de 1,3 mg/dl. Conclusao: Nossa experiência com a terapia seqüencial com timoglobulina em transplantes com doador cadáver determinou um ótimo resultado de sobrevida do enxerto e do pacientee uma excelente funçao renal apesar de elevada incidência de NTA.


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TRANSPLANTE DE PANCREAS ISOLADO: EXPERIENCIA INICIAL EM CENTRO UNIVERSITARIO

TRAESEL, M.; GULLO NETO, S.; HARTMANN, M.; CARVALHO, J. E.; CARVALHO, J. M.; MUNARETTO, G.; COMPARSI, A.; POITEVIN, A.; DAVILA, D.; SAITOVITCH, D.

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO RGS, HOSPITAL SAO LUCAS DA PUC.

Objetivo: relatar quatro casos de transplante isolado de pâncreas (TxPI) realizados em hospital universitário. Caso 1: Paciente feminina, 32 anos, branca, do lar, diabética insulino-dependente desde os 17 anos de idade, encaminhada ao nosso serviço por apresentar um controle metabólico inadequado, retinopatia proliferativa, neuropatia periférica e nefropatia diabética (proteinúria) e DCE de 47 ml/min. Transplantada em fevereiro de 2003. Caso 2: Paciente feminina, 28 anos, branca, auxiliar de logística, insulino-dependente desde os 12 anos de idade, encaminhada por apresentar as mesmas características do caso anterior e DCE de 60 ml/min. Possuia ainda doença auto-imune “lupus-like” com uso crônico de corticóide. Transplantada em março de 2003. Caso 3: Paciente masculino, 35 anos, negro, autônomo, insulino-dependente desde os 15 anos de idade, encaminhado por endocrinologista para o transplante de pâncreas isolado por apresentar diabetes hiperlábil, hipoglicemia assintomática e vários episódios de coma hipoglicêmico, sem outras complicaçoes em órgao alvo. Transplantado em fevereiro de 2004. Caso 4: Paciente masculino, 29 anos, branco, diabético desde a infância, atendido em nosso hospital em PCR pós-cetoacidose diabética. Apresentava diabetes hiperlábil, com episódios de coma hipoglicêmico (hipoglicemia assintomático), nefropatia incipiente e retinopatia proliferativa já tratada com laserterapia. Transplantado em março de 2004. O acompanhamento médio destes pacientes foi de 8 meses, variando entre 3 a 16 meses. Ao final deste período, a sobrevida dos pacientes é de 100% e 3 dos 4 pacientes estao insulino-independentes (uma perda imunológica). Em todos os pacientes foi empregado esquema imunossupressor quádruplo e drenagem exócrina vesical. Concluímos que o TxPI demonstrou-se uma alternativa segura e eficaz no tratamento de um grupo selecionado de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo I.


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TRANSPLANTE DE RINS COM DOADOR CADAVER PEDIATRICO: RELATO DE CASO

DEBONI, L.M.; MACIEL, R.; FBRANCO FILHO, A.J.; BRANCO, A.W.; ROST, C.A.; GUTERRES, J.C.; SILVA, A.E.; VIEIRA, M.A.; DA LUZ FILHO, H.A.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL MUNICIPAL SAO JOSÉ DE JOINVILLE – SC.

Introduçao: Com a diminuiçao dos critérios de exclusao de enxertos para transplante, os órgaos pediátricos e de idosos sao cada vez mais utilizados em transplantes de rim em receptores adultos. Assim, buscamos diminuir a permanência nas listas de espera, que crescem desproporcionalmente a oferta de doadores considerados “ideais”. As vantagens de doadores pediátricos sao que os rins apresentam- se sem o envelhecimento comum a todos os órgaos e sem as doenças que sao mais prevalentes em adultos. No entanto, estes transplantes estao mais propensos as complicaçoes cirúrgicas. Objetivo: Relatar o caso do paciente AEP, 51 anos, negro, 73kg, diabético tipo II, que recebeu um enxerto em bloco de rins, 15 horas de isquemia fria, proveniente de um menor de 06 anos, 23kg, vítima de politraumatismo. Métodos: Rins de aspecto normal, sem variaçoes anatômicas, de 06cm cada. O enxerto foi implantado em bloco, anastomosando-se os cotos da artéria aorta e veia cava aos vasos ilíacos direito correspondentes. Os ureteres foram implantados separadamente na bexiga pela técnica modificada de Gregoir . Nao houve complicaçoes e a diurese foi imediata. Resultado: O paciente evoluiu com diurese e queda progressiva da creatinina e sem complicaçoes urológica e/ou vascular. A avaliaçao do aspecto vascular e funcional foi feita através dos exames de eco-doppler colorido e DTPA que traduziram, respectivamente: “fluxo em ambos os rins preservado e com índices de velocidade, resistividade ( L-0,71 M-0,79) e pulsatilidade ( L-1,4 M-1,78) dentro da normalidade nas artérias segmentares, interlobares e arqueadas, e “perfusao e concentraçao cortical(funçao glomerular) preservadas; vias excretoras pérvias”. Conclusao: Os rins pediátricos menores que 06cm transplantados em adulto, em bloco, teve seu desfecho satisfatório, proporcionando ao receptor restabelecimento de sua funçao renal


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TRANSPLANTE DUPLO DE FIGADO E RIM – RESULTADOS DE SOBREVIDA E DE FUNÇAO RENAL

CASTRO, M. C. R.; DAVID NETO, E.; ARAP, S.; IANHEZ, L. E.

UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL – HOSPITAL DAS CLINICAS DA FMUSP, BRASIL.

Entre 1987 e 2002, 12 pacientes receberam transplante rim e fígado no nosso serviço, sendo 11 transplantes simultâneos (doador cadavérico) e um transplante de rim com doador nao-aparentado após transplante de fígado de doador cadáver. Dos 12 pacientes, 2 receberam 2 transplantes duplos e um paciente, três transplantes duplos. Foram 7 homens e 5 mulheres, de idade entre 23 e 63 anos (M=43a). Cinco pacientes foram submetidos à diálise crônica no período pré-transplante. Os pacientes receberam induçao com OKT3, prednisona, azatioprina ou micofenolato (1/9), tacrolimus ou ciclosporina (3/8). Ocorreram 4 perdas de enxerto por óbito do paciente (mortalidade=33%) entre o 6º. e o 120º. dia PO, todos em pacientes com doenças sistêmicas. A causa de óbito mais freqüente foi infecciosa. Nao houve nenhuma perda hepática ou renal por rejeiçao. Houve apenas um episódio de rejeiçao de enxerto hepático no 10º. mês, revertido com prednisolona Uma paciente, apresentou quadro de nefrotoxicidade crônica por ciclosporina precocemente (2º. mês), e evolui com creatinina alterada (2,4mg%) e leve proteinúria. Os outros 7 pacientes apresentam creatinina que varia de 0,8 a 1,5 mg%. Após um tempo de seguimento médio de 4 anos, nenhum paciente recebe prednisona, somente 2 pacientes recebem 2 drogas imunossupressoras (Ciclo/MMF e Rapa/MMF em doses baixas), e 6 recebem somente uma droga (ciclo=3, tacro= 5, Aza= 1, em doses baixas). Dois pacientes recidivaram a hepatite C. Um deles recebe interferon regularmente e nunca apresentou nenhum sinal de rejeiçao de fígado ou rim. Concluímos que a sobrevida de longo prazo de pacientes transplantados duplos de rim e fígado é boa, sendo que a mortalidade precoce é de 33%, semelhante à da literatura mundial. Nao ocorreram episódios de rejeiçao do enxerto renal, apesar de muito discreta imunossupressao recebida e do uso eventual de interferon. Passada a fase de risco inicial, o transplante duplo de rim e fígado é um procedimento de sucesso, com baixos índices de complicaçao e excelente recuperaçao dos pacientes.


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TRANSPLANTE RENAL E HEPATICO: EXPERIENCIA EM 8 CASOS

DURAO JUNIOR, M. S.; MATOS, A. C. C.; SANTOS, O. F. P.; CENDOROGLO NETO, M.; MIES, S.; WROCLAWSKI, E.; SILVA FILHO, A. P.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introduçao:Pacientes portadores de doença hepática crônica apresentam freqüen – temente comprometimento da funçao renal e muitas vezes necessitam de terapêutica substitutiva da funçao renal. Além disso, 20 a 40% dos pacientes submetidos a transplante hepático podem, após 5 anos, apresentar insuficiência renal crônica, o que leva a uma significante piora da sua sobrevida. O objetivo deste trabalho é relatar nossa experiência em 8 pacientes que receberam transplante de fígado e rim. Pacientes e Métodos: A idade média dos pacientes era de 56 anos, 6 deles estavam em tratamento dialítico e 2 em tratamento conservador. A etiologia da IRC foi indeterminada em 3 pacientes, 2 com rins policisticos, nefrotoxicidade por CSA (Tx hepático prévio) e amiloidose familiar. Cinco pacientes receberam fígado e rim simultaneamente, sendo um destes com ambos os órgaos de doador vivo. Entre os três pacientes que nao receberam enxertos (fígado e rim) simultaneamente, um paciente com IRA após 2 transplantes hepáticos, recebeu enxerto renal de doador cadáver após 6 meses, um paciente recebeu enxerto renal de doador vivo devido à nefrotoxicidade por CSA10 anos após Tx hepático e o outro recebeu rim doador cadáver após 4 meses do transplante hepático devido a piora irreversível da funçao renal. Resultados: Todos os pacientes estao vivos e com enxertos funcionantes após um tempo de seguimento de 16 meses (mediana) com variaçao de 3 a 39 meses. Dos 6 pacientes que receberam enxerto renal de doador cadáver, exceto um, todos necessitaram de hemodiálise no pós-operatório. Dois pacientes apresentaram episódio de RAC (tipo IA-Banff 97). A creatinina média atual é de 1,3 mg/dL. Quatro pacientes apresentaram complicaçoes clínico/infecciosas graves na fase inicial pós-Tx. Conclusao: Apesar destes pacientes apresentarem quadro clínico grave e risco de complicaçoes no pós-operatório o transplante de fígado e rim é o tratamento de escolha para pacientes com falência hepática e renal.


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TRANSPLANTE RENAL NO HOSPITAL PORTUGUES – SALVADOR BA

DUTRA, M. M. D.; MIRANDA, E. A.; VINHAES, A. J.; MONTE, N.; MOURA, L. K.; SIQUEIRA FILHO, J.; BRASILEIRO, A.; COELHO, M. F.; CARVALHO, A.; BRITO, K. Q.; SILVA, I. C.

HOSPITAL PORTUGUES – SALVADOR – BAHIA.

Introduçao: O programa de Transplante renal do Hospital Português foi pioneiro na Bahia, atendendo pacientes de todo o Estado. A avaliaçao imunogenética nos primeiros 15 anos foi feita em laboratórios do Rio e Sao Paulo e somente a partir de 1995 começou a ser realizada em Salvador, o que retardou a realizaçao de transplantes com doadores cadavéricos. Métodos: Análise retrospectiva dos 280 transplantes renais realizados no Hospital Português – Salvador – Ba, no período de outubro de 1980 a maio de 2004. A imunossupressao utilizada foi Aza+ Pred até 1987, e CSA + Aza + Pred desta data até 1997 quando foram introduzidos MMF, e a seguir Tacrolimus e anti IL-2, a depender da condiçao imunológica do receptor. Cinco pacientes foram convertidos a Sirolimus. Os dados foram analisados pelo SPSS versao 10 para Windows. Utilizada estatística descritiva e curvas de sobrevida pelo método atuarial. Resultados: Foram realizados 280 transplantes em 274 pacientes, sendo 184 (67%) do sexo masculino, 170 (61%) negros ou mulatos, com idade média de 35,95 ± 12,25 anos (9 a 65 anos). Noventa por cento receberam rins de doadores vivos, sendo 24% HLA idênticos, 54,5% haplo idênticos, 3,6% distinto, 7,2% cônjuges e 0,7% vivo nao relacionado. A doença de base foi GNC em 57,0% dos casos e HAS em 19,0%. A sobrevida atuarial em 5 anos foi 79,9% para enxertos 85,8% para pacientes. As causas de perda de enxerto foram por rejeiçao crônica em 34%, óbito com rim funcionante em 42%, recidiva de doença de base em 9%. As principais causas de óbitos foram por eventos cardiovasculares em 39,7 %, causas infecciosas em 33,8 % e insuficiência hepática em 13,2%. Conclusoes: 1. A amostra inclui um elevado percentual de mulatos e negros. 2.Noventa por cento dos transplantes foram realizados com doadores vivos. 3. A sobrevida de enxertos e pacientes se assemelha à encontrada nos melhores centros do país.


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TRANSPLANTE RENAL PEDIATRICO COM IMUNOSSUPRESSAO DE MANUTENÇAO SEM CORTICOIDE

GARCIA, C. D.; BITTENCOURT, V. B.; SALLES, E.; GARCIA, V. D.

HOSPITAL SANTO ANTONIO- SANTA CASA DE PORTO ALEGRE-FFFCMPA.

Introduçao: os corticosteróides sao utilizados no tratamento imunossupressor após transplante renal, apesar de estarem associados a consideráveis efeitos adversos, principalmente em crianças. Estudos retrospectivos têm mostrado que os corticosteróides podem ser suspensos com sucesso após meses ou anos de transplante. Objetivo: investigar os efeitos de um protocolo de imunossupressao sem corticóide na evoluçao do transplante renal em crianças, tanto na sobrevida como nas complicaçoes.Método: Dezessete crianças com média de idade de 9,0±4.9 anos (variaçao 2-17), submetidas a transplante renal receberam imunossupressao composta de daclizumab como induçao e tacrolimus e micofenolato mofetil em doses convencionais como terapia de manutençao. Os critérios de inclusao foram pacientes de baixo risco imunológico (primeiro transplante, reatividade ao painel <10%) e enxerto de doador vivo relacionado. O tempo de acompanhamento médio foi de 13,8 meses (variaçao 3-26). Foram avaliados: funçao do enxerto e sua sobrevida, episódios de rejeiçao aguda e crescimento. Todas as rejeiçoes clínicas foram confirmadas por biópsia. Resultados: Nao houve perda de enxerto. Um total de 4 (23,5%) crianças apresentaram um episódio de rejeiçao (Banff IA) nos primeiros 6 meses. Todos os episódios responderam ao tratamento com metilprednisolona. Das 4 crianças que apresentaram rejeiçao aguda, em 3 foi incluída prednisona no tratamento de manutençao. Uma das crianças permaneceu sem corticóide após o tratamento da rejeiçao. Um paciente teve diarréia severa com micofenolato mofetil e foi convertido para azatioprina e prednisona. A média de creatinina no terceiro e sexto mês foi de 0.8mg/dl. O crescimento médio em das crianças pré-púberes que se mantiveram sem prednisona em seis meses (n=7) foi de 5.75 ± 2.3cm (variaçao de 3,5 a 4,5cm). Nenhuma criança desenvolveu obesidade no período de seguimento. Conclusao: O transplante renal sem a utilizaçao de corticóide pode ser realizado com segurança num grupo selecionado de crianças, evitando efeitos adversos comuns como obesidade e déficit de crescimento.


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TRANSPLANTE RENAL PEDIATRICO EM UROPATIAS OBSTRUTIVAS: 3 ANOS DE EVOLUÇAO

MENESES, R. P.; KOTSIFA, C. H.; SILVESTRE, L. C.; SILVEIRA, A. E.; CARMES, E. R.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA, HOSPITAL PEQUENO PRíNCIPE, CURITIBA, PARANA.

Introduçao: anormalidades estruturais do trato urinário (TU) causam 48,5% das insuficiências renais crônicas (IRC) em crianças e estao associadas a bexigas pequenas, de baixa complacência e com resíduo pós-miccional, o que exige abordagem terapêutica que recupere funcionalmente o trato urinário e garanta pressao de enchimento vesical egura para o enxerto. A ampliaçao vesical com segmentos destubularizados de intestino ou com ureteres dilatados é um procedimento cada vez mais seguro. Assim crianças com uropatias obstrutivas (UO) podem agora ser incluídas em programas de transplante renal após reconstruçao/recuperaçao funcional do trato urinário.Objetivo: Este estudo foi delineado para comparar características clínico-demográficas e funçao e sobrevida do enxerto em crianças com e sem UO e para descrever os desfechos em crianças com ampliaçao vesical. Método: de 1990 a 2000, 68 pacientes foram transplantados no Serviço, 60 (88,2%) com enxerto funcionante por período maior que 30 dias foram incluídas neste estudo de coorte histórica. e completaram 3 anos de seguimento até 31 de dezembro de 2003. Todos foram submetidos a avaliaçao urológica e estudo urodinâmico – cistometria e fluxometria, eletromiografia, urofluxometria e medida do resíduo pós-micional. Resultados: nao houve diferença na incidência de eventos adversos entre os 32 pacientes (51,6%) urológicos (35 transplantes) e os 30 controles – pacientes sem uropatia- , exceto quanto ao número de infecçoes de trato urinário (ITU) (p=0,0004) e hidronefrose pós-transplante (p=0,0037). Entre os pacientes urológicos foram realizadas 3 (8,6%) nefrectomias unilaterais e 29 (82,8%) bilaterais (p<0,0001), 13 (37,1%) ampliaçoes vesicais (p=0,055) e 16 (45,7%) condutos urinários (p=0,631). No período anterior ao transplante esses pacientes foram tratados com cateterismo vesical (8,5%; p<0,0001) e de conduto (42,9%; p=0,343), oxibutinina (45,7%; p=0,480) e uso profilático de antibióticos (62,9%; p=0,055). Após o transplante as complicaçoes foram refluxo vesico-ureteral (14,3%,p<0,001); cicatriz renal (8,6%,p<0,0001); litíase (5,7%,p<0,0001); linfocele (4%,p<0,0001) e hidronefrose (25,7%,p<0,0001). Houve 21 (5 com óbito) perdas de enxerto, 10 (47,6%) em pacientes urológicos (2 óbitos). Ao final do 1º ano pós-transplante o clearence de creatinina foi de 89,68±42,03 para os uropatas e de 97,83±29,13 para os nao-uropatas (p=0,4114). Ao final do 3º ano foi de 93,1±42,7 e de 72,9±28,73 (p=0,0542), respectivamente. Conclusao: As crianças com uropatia obstrutiva, após reconstruçao e recuperaçao funcional do trato do urinário, apresentaram desfechos semelhantes aos das crianças com IRC de etiologia nao urológica. A funçao do enxerto e as taxas de sobrevida do enxerto e dos pacientes foram independentes da condiçao urológica e semelhantes às divulgadas pelo “North American Pediatric Renal Transplant Cooperative Study”. O estudo demonstrou que, nesta série de pacientes, o transplante renal foi seguro e efetivo para crianças com uropatia obstrutiva, o que depende de correçao e recuperaçao funcional do trato urinário e de atendimento especializado que monitore a funçao vesical e garanta o diagnóstico e o tratamento imediatos de possíveis alteraçoes de esvaziamento/pressao de enchimento vesical.


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TRANSPLANTE RENAL UTILIZANDO BELZER VS. HTK RESULTADOS INICIAIS DE UM ESTUDO PROSPECTIVO, RANDOMIZADO

KLAUS, F.; KEITEL, E.; MEINE, M. H.; BITTAR, C.; GOLDANI, J. C.; D`ALMEIDA, P. B.; BRISOLARA, E. B.; SEELIG, D. C.; BITTAR, A. E. N.; GARCIA, V. D.

COMPLEXO HOSPITALAR SANTA CASA DE PORTO ALEGRE.

Introduçao: Nos últimos anos, novas soluçoes para preservaçao de órgaos destinados a transplante tem sido usadas. Analisamos os dados iniciais do uso de HTK em transplante renal, comparando ao Belzer, em relaçao a necrose tubular aguda (NTA), funçao renal, rejeiçao e sobrevida enxerto. Métodos: Estudo prospectivo, randomizado, em que foram avaliados receptores de rim de doador cadáver, de acordo com a soluçao de preservaçao em estudo. Entre Dezembro de 2002 e fevereiro de 2004, 50 receptores foram selecionados; sendo excluídos 12 ( 9 transplantes conjugados, 2 re-transplantes, 1 órgao destinado a criança); finalizando 38 pacientes : 21 grupo HTK, e 17 grupo Belzer, onde analisamos a incidência de NTA, rejeiçao aguda (definida por biópsia renal), funçao renal (avaliada por creatinina nos meses 1/3/6/12) e sobrevida do enxerto. Resultados: Dos pacientes analisados, 20 eram do sexo feminino, a média de idade do doador era de 43 anos no grupo HTK e 50 anos no grupo Belzer, nao apresentavam diferença significativa entre os esquemas de imunossupressao usados, tempo de isquemia fria (21 hs) e média de idade do receptor (47 anos). A incidência de NTA pós-tx foi de 88,2% em pacientes que receberam Belzer e 57,1% em HTK (p=0,07). A funcao renal nos meses 1, 3 e 6 foi semelhante, no entanto, com 1 ano de transplante, o grupo HTK apresentava creatinina=1,35 mg/dl (8 pacientes) em média, e o grupo Belzer com creatinina=1,91 mg/dl (7 pacientes), com p=0,05. A sobrevida do enxerto em 3 meses foi de 94% grupo Belzer e 95% grupo HTK, com 1 ano de acompanhamento 84% grupo Belzer e 95% grupo HTK, sem diferença entre os grupos. A incidência de rejeiçao aguda foi de 64,7% grupo Belzer e 42,9% no grupo HTK. Conclusao: Os resultados avaliados neste estudo sugerem que o grupo de receptores de rins cadavéricos perfundidos com HTK, apresentam uma tendência a menor incidência de NTA e rejeiçao, com melhor funçao renal após 1 ano de transplante, comparativamente ao grupo Belzer.


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TRANSPLANTE SIMULTANEO DE PANCREAS E RIM: ANALISE UNICENTRICA

SAITOVITCH, D.; GULLO NETO, S.; HARTMANN, M.; CARVALHO, J. E.; CARVALHO, J. M.; MUNARETTO, G.; COMPARSI, A.; POITEVIN, A.; D’AVILA, D.; TRAESEL, M.

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO RGS, HOSPITAL SAO LUCAS.

Objetivo: relatar a experiência de uma equipe de transplante renal e pancreático em hospital universitário, nos dois primeiros anos de atividade. Métodos: sao descritos os resultados de transplantes simultâneos de pâncreas-rim (TxSPR), realizados no tempo acima descrito e comparados com dados da literatura atual. Resultados: 27 TxSPR em pacientes diabéticos insulino-dependentes com insuficiência renal crônica terminal foram realizados em 24 meses. O tempo médio de acompanhamento foi de 12 meses. Foi empregado o esquema imunossupressor quádruplo em todos os casos (induçao/tacrolimus/MMF/prednisona). Em 24 pacientes a induçao foi realizada com agentes biológicos anti-IL-2R. Foram verificados 6 casos de trombose pancreática, sendo 3 arteriais e 3 venosas. A sobrevida dos pacientes ao final do primeiro mês foi de 96,3% (1 óbito por sepse). A sobrevida dos enxertos pancreático e renal, ao final de 30 dias foi 82% (4 tromboses e 1 óbito) e 89% (2 tromboses e 1 óbito), respectivamente. Sete pacientes foram a óbito no seguimento, sendo 2 deles por sepse, 2 por infecçoes oportunistas (CMV, TBC), 1 por evento cardiovascular, 1 por evento neurológico (anóxia pósconvulsiva) e 1 por causa nao relacionada (trauma). A sobrevida dos pacientes ao final de 24 meses foi 70,4% (8 óbitos). Considerando-se óbito com enxerto funcionante como perda de enxerto, a sobrevida pancreática em 2 anos foi de 59,2% e a renal foi de 66,7%, no mesmo período. Conclusao: Considerando-se que trata-se de populaçao com elevada morbi-mortalidade, os resultados encontrados sao adequados quando comparados com dados da literatura, principalmente por se tratar de programa em fase inicial de implantaçao.


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TRATAMENTO DE FISTULA URETERAL PROXIMAL SECUNDAREO A TROMBOSE DE ARTERIA POLAR INFERIOR COM NECROSE DE PELVE RENAL E URETER PROXIMAL EM RIM TRANSPLANTADO

CALAZANS, C. A. C.; CUNHA, R. R.; RIBEIRO, R. L. P.; PARDI, M.; CALAZANS, D. C.

SERVIÇO DE TRANSPLANTE RENAL HOSPITAL MARCIO CUNHA ( FSFX) IPATINGA-MG.

O objetivo deste trabalho é discutir a conduta de fístula ureteral proximal pós transplante renal. Relatamos o caso de paciente de 36 anos, que foi submetido à transplante renal doador vivo parcialmente relacionado cujo rim transplantado apresentava presença de artéria polar inferior sendo detectado no período per transplante espasmo importante da mesma, porém feito perfusao e cirurgia de bancada com anastomose látero-lateral (artéria renal – artéria polar inferior) com sucesso. Fez uso de esquema de imunosupressao tríplice ( Prednisona, MMF e ciclosporina )Evoluiu satisfatoriamente sem intercorrências, quando no 5º dia pós transplante apresentou queda da diurese , hemoglobina e hematócrito com piora progressiva da funçao renal. Estudo cintilográfico, ultrassonográfico e biópsia renal ( feita no 6 dia pós tx ) evidenciaram quadro morfológico de necrose tubular aguda em fase de regeneraçao . Na 2ª semana pós transplante renal houve piora da diurese com acentuada distensao abdominal sendo visualizado pelo ultrasom presença de coleçao líquida peri-renal e hematoma no interior da pelve renal que foi confirmado pela cintilografia renal mostrando presença de fístula ureteral proximal. Indicado tratamento cirúrgico quando visualizamos necrose importante do assoalho da pelve renal e ureter proximal ao nivel da junçao e presença de hematoma obstruindo quase totalmente a luz da pelve . Realizado pieloureterostomia em ureter primitivo com implante de duplo J e desprezado ureter do rim transplantado. Trinta e seis ( 36 ) horas após tal procedimento refez a fístula sendo novamente operado e realizado drenagem do espaço perirenal ao nível do hilo com colocaçao de sonda de foley nº 18 que foi fixada à pele. Nao foi manipulado a anastomose fistulizada .Vinte e um ( 21) dias após tal intervençao houve fechamento completo da fístula ureteral proximal com diurese espontânea pela via fisiológica ( uretra ), sendo retirado a sonda de foley. Paciente recebeu alta com recuperaçao de funçao renal ( creatinina: 1,7 ) e do enxerto .Atualmente o paciente se encontra em ótimo estado geral com niveis de creatinina = 1,6 mg/dl e ureia = 48 mg/dl em uso de esquema triplice de imunosupressao ( Pred + MMF + CSA ) levemente hipertenso bem controlado com bloqueador dos canais de cálcio .A importancia deste relato visa abordar a conduta em casos de fistula ureteral alta uma vez que a fistula ureteral baixa , ao nivel da bexiga apresenta quadro de fácil diagnóstico com conduta muito bem estabelecida na literatura médica.


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TRIAGEM PARA INTERAÇAO MEDICAMENTOSA DO FTY720 COM A CICLOSPORINA (CsA) EM PACIENTES RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL

H. TEDESCO-SILVA; J. M. KOVARIK; A. SKERJANEC; A. ZIMMERLIN; B. D. KAHAN; G. J. RIVIERE; R. SCHMOUDER

HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO, SAO PAULO, BRASIL.
NOVARTIS PHARMACEUTICALS, BASEL, SWITZERLAND AND EAST HANOVER, NJ.
UNIVERSITY OF TEXAS MEDICAL SCHOOL, HOUSTON, T.

Drogas usadas no transplante têm interaçao com a CsA por competiçao no metabolismo via CYP3A4, extrusao celular via glicoproteína P, ou clearance biliar. Novos imunossupressores, como o FTY720, devem ser avaliados tanto in vitro quanto clinicamente para o potencial de interaçao com a CsA. Estudos in vitro: Estudos in vitro indicaram que o FTY720 tem baixo potencial de reduzir o clearance de substratos do CYP3A4 nas concentraçoes sangüíneas terapêuticas. Estudos de Crossover transplantados renais estáveis: 67 pacientes recebendo CsA foram randomizados para receber placebo (n = 15) ou doses crescentes de FTY por 1 mês. As doses de CsA foram mantidas inalteradas durante o estudo. As concentraçoes de CsA no dia 28 (C0, C2, Cmax, e AUC) nao foram diferentes daqueals do dia 0, comparando as diferentes doses de FTY com placebo (p = NS). A AUC do nao mostrou correlaçao com a AUC de CsA no dia 28 (r = 0.16, p = 0.27) indicando que as exposiçoes das drogas foram independentes entre si.

Pacientes receptores de transplante renal de novo: 208 pacientes foram randomizados para receber FTY 0,125 mg/d (n=41), 0,25 mg/d (n=41), 1,0 mg/d (n=38), ou 2,5 mg/d (n=38) ou MMF (n=50) por 3 meses pós-transplante. Um total de 2.306 níveis de CsA foi realizado em 13 visitas. Nao houve diferença entre as doses ou níveis de CsA nos pacientes tratados com FTY e MMF durante o estudo (p = NS). Os níveis na semana 1 e aos 3 meses foram de 327±157 e 259 ±174 ng/ml nos pacientes tratados com FTY vs. 291 ±136 e 247 ±148 ng/ml no grupo MMF. Conclusoes: Nao foram observadas influências relevantes do FTY na farmacocinética da CsA seja in vitro ou nas avaliaçoes clínicas.


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TUMOR NEURO-ENDOCRINO TRANSMITIDO ATRAVÉS DO TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR CADAVER: RELATO DE CASO

DEBONI, L. M.; MOSQUETA, A. C.; MACIEL, R. F.; GUTERRES, J.; LUZ FILHO, H.; ROST, C. A.; VIEIRA, J. A.; VIEIRA, M. A.; FRONZA, H.; HORNBURG, B.; CORDOVA, G.; GOLDSCHMIDT, H.; BARONCELO, J.; IVANOR, A.; SHIOZAWA, M. B.

FUNDAÇAO PRO- RIM DE SANTA CATARINA, HOSPITAL MUNICIPAL SAO JOSÉ (JOINVILLE-SC) E CLINICA RENAL OESTE (CHAPECO-SC).

Introduçao: A transmissao de neoplasia através do transplante de órgaos, é relatada desde os primeiros procedimentos. O carcinoma primário de células renais o tipo transmitido com mais freqüência, com incidência menor que 0,9%. Objetivo: Relatar a transmissao de carcinoma neuro-endócrino a partir de DC assintomático, para os dois receptores de rim. Os órgaos foram captados em Florianópolis, doador masculino, 50 anos, vítima de acidente por arma de fogo. Os rins eram macroscopicamente normais e foram implantados no dia 09/05/02, com ±20 hs de isquemia fria. Imunossupressao com CsA, MMF e prednisona nos 2 receptores. Caso 1. G.G.C, masc, 44a, HD por 2 anos, tx em Joinville, evoluindo com disfunçao do enxerto necessitando HD até o 11º PO, quando houve aumento da diurese e queda da creatinina, recebendo alta com creatinina de 2,6 mg/dl. FR estável até o 4º mês PO, quando internou por elevaçao da creatinina (3,5 mg/dl). Bx renal mostrou alteraçoes degenerativas tubulares, sem sinais de RCA. Evoluiu com piora clínica, com febre, piora da FR, crise convulsiva. A TAC de abdome mostrou borramento da silhueta renal e nódulo hepático. Laparotomia detectou massa renal hilar, com infiltraçao dos tecidos adjacentes e nódulo hepático. O diagnóstico AP foi de tumor de pequenas células, sugestivo de carcinoma neuroendócrino. O paciente evoluiu com óbito no 5ºPO. Caso 2. G.P., fem 32a, em HD há 2 anos, realizou Tx em Chapecó, fístula urinária no POI, com reintervençao cirúrgica, evoluindo com queda da creatinina. No 11ºPO, Bx renal com alteraçoes degenerativas tubulares e RCA. Recebeu pulso com SM 1g/3 dias. Nova Bx no 20º PO, com melhora da RCA, recebendo alta. Manteve FR estável (cr=1,8mg/dl) no ambulatório. No 5º mês pós tx, internou por disfunçao renal (cr=3,5 mg/dl). Bx renal, com laudo preliminar de “neoplasia maligna”. Realizada nefrectomia. TAC controle de abdome com nódulo hepático e processo expansivo em FID e adenomegalias no recesso pélvico. Recebeu Qtx, estando, livre de doença 24 meses após o tx. Discussao: A transmissao de neoplasia, apesar de rara, pode ocorrer através do tx renal, como neste caso, onde células metastáticas circulantes foram implantadas com os órgaos doados.


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USO DE DUAS DOSES DE DACLIZUMAB EM TRANSPLANTE RENAL PEDIATRICO

GARCIA, C. D.; BITTENCOURT, V. B.; SALLES, E.; HERTZ, F.; CARAVER, F.; WEBER, F.; GARCIA, V. D.

HOSPITAL SANTO ANTONIO- SANTA CASA DE PORTO ALEGRE-FFFCMPA.

Introduçao: O uso de daclizumab, num total de cinco doses com intervalo de 2 semanas, reduz o índice de rejeiçao aguda em transplante renal. O tempo de tratamento estende-se por 8 semanas, requerendo a necessidade de infusoes endovenosas repetidas, o que constitui um problema, do ponto de vista prático. Foi testado um esquema mais curto, com somente 2 doses. Objetivo do estudo: determinar a segurança e a eficácia de um esquema com 2 doses de daclizumab em receptores pediátricos de transplante renal, através de estudo prospectivo. Método: o estudo foi realizado em um centro de transplante pediátrico, com esquema de imunossupressao baseado em tacrolimus e MMF, combinado com duas doses de daclizumab (2 mg/kg nos dias 0 e 14). Dois pacientes receberam rapamicina (2mg/dia, nível 5-10ng/ml) substituindo o MMF. A dose de MMF foi de 600mg/m2/dia e a de tacrolimus foi ajustada pelo nível sérico (trough level 10- 15ng/ml nos primeiros 90 dias, e posteriormente 5 ng/ml). Um total de 16 pacientes foram incluídos no estudo. O doador foi cadavérico em 5 pacientes (31%) e um receptor de enxerto de doador vivo era retransplante. A média de idade foi de 8,4 anos (variaçao 2-14). Nove receptores (primeiro transplante, doador vivo, com reatividade ao painel 0%) receberam um esquema de imunossupressao sem corticóide. Resultados: 2 (12%) pacientes apresentaram episódio de rejeiçao aguda (Banff IA), ambos reverteram com metilprednisolona. Retardo em recuperar a funçao renal (ausência de reduçao espontânea de creatinina no dia 1) foi observado em uma criança (6%). A sobrevida do paciente e do enxerto foi de 100% em 6 meses. A média da creatinina no sexto mês foi de 0,8 mg/dl. A incidência de doença por CMV foi de 31% (nao realizamos profilaxia). Conclusoes: O protocolo de imunossupressao de induçao com duas doses de daclizumab, tacrolimus e MMF ou rapamicina, resultou em reduzido número de episódios de rejeiçao aguda e excelente funçao do enxerto e sobrevida do paciente.


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USO DE SIROLIMUS EM TRANSPLANTE RENAL PEDIATRICO

GARCIA, C. D.; BITTENCOURT, V. B.; SALLES, E.; GARCIA, V. D.

HOSPITAL SANTO ANTONIO- SANTA CASA PORTO ALEGRE-FFFCMPA.

Introduçao: o aparecimento de novas drogas imunossupressoras tem permitido, cada vez mais, a individualizaçao dos esquemas de imunossupressao. O uso de sirolimus em pediatria parece promissor, nao só pela ausência de nefrotoxicidade, mas por ser um imunossupressor potente e com boa tolerância.Objetivo: relatar experiência com uso de sirolimus em crianças submetidas a transplante renal. Método: Foram estudadas 12 crianças submetidas a transplante renal no período de 1991 a 2003. A média de idade no momento do uso da rapamicina foi de 13,1 ± 5,3 anos. O doador foi vivo em 42%. A dose inicial de sirolimus foi de 1,5 a 2,0 mg/dia, em dose única (ajuste para nível sérico 5-10ng/ml). A dose média de manutençao foi de 2,2 mg (variaçao de 1,5 a 3mg).Resultados: o sirolimus foi utilizado como imunossupressao inicial em 2 pacientes devido a hipersensibilizaçao e doença fúngica pulmonar pré-transplante. Estes pacientes evoluiram bem e nao apresentaram rejeiçao. Os demais pacientes foram convertidos para sirolimus pelos seguintes motivos: neoplasia (n=4), resgate de rejeiçao aguda (n=3), rejeiçao crônica (n= 1), nefrotoxicidade (n=1) e diabete (n=1). Os pacientes com neoplasia (2 com doença linfoproliferativa pós-transplante, 1 com leiomioma de vesícula e 1 com neoplasia genital secundária HPLV) estao todos bem, utilizando esquema duplo com sirolimus e prednisona, sem recidiva do tumor e sem rejeiçao com uma evoluçao média de 24 meses (6-48 meses). Em 3 pacientes com rejeiçao aguda foi tentado resgate, 2 responderam com retorno da creatinina aos níveis basais. O paciente com nefrotoxicidade recuperou funçao renal usando sirolimus e micofenolato sódico. A paciente com diabete secundária a tacrolimus normalizou a glicemia utilizando sirolimus associada a MMF, sem prednisona. O paciente com rejeiçao crônica (creatinina= 3,0 mg/dl) segue perdendo funçao renal e piorou da proteinúria ao ser suspensa a ciclosporina.Conclusao:Nossos resultados preliminares sugerem que o sirolimus foi benéfico como imunossupressao em crianças, nestes casos especiais.


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UTILIDADE DAS BIOPSIAS DE VIGILANCIA DE TRANSPLANTES RENAIS COM DISFUNÇAO INICIAL

SILVA, D. M.; GARCIA, J. P.; RIBEIRO, A. R.; GHELLER, A.; VERONESE, F. J.; GONÇALVES, L. F.; MANFRO, R. C.

Introduçao: A biópsia renal percutânea (PBR) é utilizada como padrao-ouro para o diagnóstico das disfunçoes do enxerto pós-transplante renal. Neste estudo objetivou- se avaliar a utilidade da PBR em pacientes cujos enxertos renais nao apresentem funçao inicial o nos quais sao executadas biópsias de vigilância. Avaliouse entao a concordância/discordância entre a impressao clínica inicial, registrada antes da PBR, e o diagnóstico anátomo-patológico. Métodos: Foi utilizado o registro de biópsias renais em rins transplantados estabelecido em nossa instituiçao, de forma prospectiva, desde janeiro de 1991. No registro constam basicamente os dados de identificaçao do paciente, indicaçao da PBR e impressao clínica diagnóstica da equipe de atendimento, registrada obrigatoriamente antes da PBR, segue-se entao a avaliaçao da representatividade, resultado histopatológico e a conduta por ele gerada. Resultados: Foram registradas até maio de 2004 652 PBRs. Destas, 338 (52,3%) foram realizadas por disfunçao inicial do enxerto (biópsias de vigilância), 218 (33,7%) por disfunçao aguda do enxerto, 67 (10,4%) por disfunçao crônica e 29 (3,6%) por outras razoes. Das PBR realizadas por disfunçao inicial do enxerto, 55,2% foram feitas em pacientes masculinos, a média de idade foi de 40,2 ± 12,7 anos. A impressao clínica inical foi: necrose tubular aguda (NTA) 45,6% (n=154), rejeiçao aguda 42,9% (n=145), nefrotoxicidade por inibidores da calnineurina 2,7% (n=9), necrose de coagulaçao 6,8% (n=23), pielonefrite aguda 0,9% (n=3). Observou-se uma concordância de 67,4 % para impressao clínica inicial de NTA e 44,2% para rejeiçao aguda, quando comparado com os resultados anátomopatológicos. Globalmente os resultados das biópsias diferiram das impressoes clínicas em 51% dos casos, gerando novas condutas terapêuticas em 54%. Conclusao: Estes resultados demontram que a PBR permanece um método indispenável no manejo do paciente transplantado renal com disfunçao inical do enxerto.


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VARIAVEIS PREDITORAS DE SOBREVIDA DE ENXERTOS E PACIENTES RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL

PERES, L. A. B.; DELFINO, V. D. A.; ANN, H. K; CAMARGO, M. T. A.; ROHDE, N. R. S.; USCOCOVICH, V.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANA/RENALCLIN.

Introduçao: O objetivo deste trabalho é determinar quais os fatores de maior relevância para a sobrevida de enxertos e pacientes transplantados renais na cidade de Cascavel-PR. Métodos: Foram estudados retrospectivamente todos os 188 transplantes renais realizados nos Serviços de Transplante Renal do Hospital Policlínica Cascavel e do Hospital Nossa Senhora da Salete no período de setembro de 1985 a março de 2001, sendo 177 transplantes primários e 11 retransplantes. O sexo masculino predominou entre os receptores (61,2%), assim como a raça branca (91,5%). A idade média do receptores foi de 36,1 + 11,5 anos. Quanto ao tipo de doador, 55 foram vivos idênticos (DVI), 87 vivos nao-idênticos (DVNI) e 46 cadáveres (DC). Foi realizada análise multivariada utilizando-se o Modelo de Regressao de Cox das variáveis tipo de doador (DVI, DVNI e DC), idade do receptor (< ou > 40 anos), tipo de imunossupressao (duplo ou tríplice), tempo de diálise (< ou > 1 ano), presença ou nao de rejeiçao aguda (RA) e de necrose tubular aguda (NTA). Em todos os testes adotou-se o nível de significância de 5%. Resultados: As variáveis que tiveram influência negativa na sobrevida do enxerto, incluindo-se todas as perdas foram idade do receptor maior que 40 anos, presença de NTA e de RA. As variáveis que tiveram influência negativa na sobrevida do enxerto, censurando-se o óbito com rim funcionante, foram a presença de NTA e de RA. As variáveis que tiveram influência negativa na sobrevida do paciente foram DC, idade maior que 40 anos e presença de NTA. Conclusao: As variáveis preditoras de má evoluçao dos enxertos e pacientes estao em concordância com os dados da literatura.


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VASCULITE LEUCOCITOCLASTICA EM TRANSPLANTADO RENAL PORTADOR DO VHC

PAULO ROGERIO DE RESENDE MOREIRA; LAIS ELIANE LOURES PERALVA; ANTONIO CARLOS GUEDES ALMAS; ADRIANA PASCINI BREGA; FLAVIO DE OLIVEIRA MARQUES; GUSTAVO FERNANDES FERREIRA; SEBASTIAO FERREIRA

CENTRO DE TRATAMENTO DE DOENÇAS RENAIS ( CTDR) – SANTA CASA DE MISERICORDIA DE JUIZ DE FORA – MG.

Apresentamos um caso de paciente do sexo feminino, 50 anos, portadora de IRCT submetida à Tx renal doador vivo relacionado (filha) em outubro de 2000, após 36 meses de HD, tendo como antecedente VHC. Teve como imunossupressao inicial esquema tríplice (Ciclosporina, Azatioprina e Prednisona), recebendo ainda profilaxia com SMX-TMP e nitrofurantoína, este após ITUs de repetiçao. Evoluiu sem intercorrências no pós-Tx atingindo creatinina de 1,2mg/dL no quinto dia. No quarto mês pós-TX apresentou quadro de artralgia intermitente com predomínio em membros inferiores associado à dispnéia aos moderados esforços. Após 14 meses de TX apresentava mialgia intensa, prurido e queimaçao em MMII, evoluindo com lesoes eritematosas e purpúricas com áreas de descamaçao periférica, bordas bem definidas, nódulos subcutâneos em face medial da coxa associado emagrecimento de aproximadamente 6 Kg. Apresentava como exames complementares: Ht 36,2, creat. 1,9, crioglobulina positiva, HCV RNA 618.000, FAN negativo, C3 e C4 normais, ANCA negativo, urina I ( EAS) normal , VDRL e FTA Abs negativos, CPK e DHL dentro dos limites da normalidade, TSH 84,6 com anti-TPO e anti tireoglobulina negativos. Ao USG de Abdome apresentava discreta hepato-esplenomegalia. Realizado entao biópsia de pele que revelou vasculite leucocitoclástica com trombo fibrinoso ocluindo a luz vascular. Optado ainda pela biópsia renal demonstrando atrofia tubular, expansao glomerular e espessamento arteriolar. Concluindo este é um caso de uma paciente transplantada renal com quadro de vasculite cutânea leucocitoclástica crioblobulinêmica secundário a vírus C, associado GNMP e hipotireoidismo. O presente relato ilustra a necessidade de estarmos atentos às manifestaçoes extra hepáticas da infecçao pelo vírus da hepatite C, já que a prevalência desta infecçao na populaçao de transplantados renais é relativamente alta.

POSTERES – Transplante

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