J. Bras. Nefrol. 2004;26(3 suppl. 2):155-7.

POSTERES – Infecção Urinária

Infecçao Urinária

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ANALISE RETROSPECTIVA DE INFECÇOES DO TRATO URINARIO. ESTUDO EPIDEMIOLOGICO DE 5 ANOS

LUCIANO, E. P.; RIBEIRO, M. F. I; TORRES, T. M.; KORN, D.

HOSPITAL PROF. EDMUNDO VASCONCELOS.

Introduçao: As infecçoes do trato urinário (ITU) sao patologias onerosas à sociedade em termos de diagnóstico , tratamento, tempo perdido no trabalho e alta morbidade. Métodos: Estudo Retrospectivo de 120 pacientes com diagnóstico de ITU atendidos nos ambulatórios do HPEV. Foram incluídos os pacientes com amostra de urina do jato médio com mais de 5 a 10 leucócitos por campo de grande aumento centrifugada, utilizando o método de Gram de coloraçao. Considerou-se o crescimento bacteriano de mais de 10 elevado à 5 UFC/ml como indicador de infecçao.Excluiuse os pacientes internados ou que sofreram qualquer instrumentaçao de via urinária. Resultados: 78% dos pacientes eram do sexo feminino. 57% entre 13 e 60 anos. 50% apresentaram 1 inf/ano;22,5% 2inf/ano.O patógeno mais encontrado foi E.coli(62,5%). Os tratamentos mais utilizados foram:Norfloxacina(67,4%); Sul – fa(8,94%);Nitrofurantoína(8,13%).Na profilaxia prevaleceu o uso de Nitrofurantoína(35,71%). Conclusao: Os dados estatísticos de nosso hospital sao semelhantes aos da literatura mundial; ITU prevalece na populaçao economicamente ativa e portanto devese aprimorar métodos profiláticos (ex: uso de VIT C e emprego da micçao póscoito) para menor impacto na sociedade.


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ASPECTOS NUTRICIONAIS DE LACTENTES COM INFECÇAO DO TRATO URINARIO

SILVA, A. C. P.; ROSA, A. A. A.; SOUZA, G. C.; CORREA, C.; ALBERTI, A. Z.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL-UFRGS.

Introduçao: A infecçao do trato urinário (ITU) é uma das afecçoes mais comumente verificadas na prática médica geral. Os objetivos do estudo foram :Avaliar o estado nutricional de lactentes febris, com e sem diagnóstico de ITU, atendidos nos Serviços de Emergência Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e do Hospital da Criança Santo Antônio. Relacionar o estado nutricional às seguintes variáveis:peso ao nascimento inferior a 2500 gr, comprimento ao nascer menor que 48 cm, amamentaçao no momento da infecçao. Materiais e Métodos: O número total da amostra será de 150 crianças, 50 casos e 100 controles. Foram avaliadas, de out/2003 a mar/2004, 62 crianças, analisando: peso atual, peso ao nascer, comprimento atual, comprimento ao nascer, presença de aleitamento materno no momento da coleta dos dados. Utilizou-se como instrumento de coleta dos dados um questionário padronizado. Foram incluídas no estudo: crianças de 0-12 meses, com urocultura por PSP e previamente hígidas, ou sem outras patologias além da desnutriçao. Resultados: No critério P/I, a prevalência de baixo peso foi 5.88% (n=1), enquanto entre os controles foi 17.78% (n=8). 94.12% (n=16) das crianças com ITU e 82.22% (n=37) dos controles eram eutróficos (p= 0.236). No critério A/I 5.88% (n=1) das crianças com ITU tem comprimento inferior ao ponto de corte(-2.0 DP) e 26.67% (n=12) sao eutróficas (p= 0.073). 17.6% (n=3) das crianças com ITU e 22.2% (n=10) dos controles nasceram com baixo peso (< 2500g) (p=1.000), 23.5% (n=4) das crianças com ITU e 40.9% (n=18) dos controles nasceram com comprimento inferior a 48cm (p= 0.247). A amamentaçao no momento da infecçao foi 52.9% (n= 9) entre as crianças com ITU e 66.67% (n=30) nos controles (p= 0.318). Conclusao: (1) Os resultados referem-se a parte da amostra. Talvez por este motivo nao tenham sido encontradas diferenças estatisticamente significantes (baixo tamanho amostral); (2) Caso persista essa tendência, o aspecto nutricional nao poderá ser considerado fator de risco para o desfecho estudado (ITU).


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DMSA EM PACIENTES COM REFLUXO VÉSICO-URETERAL: INDICAÇAO NA INVESTIGAÇAO AMBULATORIAL EM CRIANÇAS

CILLO, A. C. P.; SANTOS, C. C.; MOTTA, A. C.; TAVARES, C. M. L.; UEJO, D.; BLUMER, J.; PELLICIONE, D. A.

PUC-CAMPINAS.

Introduçao: O refluxo vésico-ureteral (RVU) é uma das principais causas de infecçao do trato urinário (ITU) em crianças. A cintilografia com ácido dimercaptosuccínico (DMSA) é um método ainda caro, porém fidedígno na avaliaçao das sequelas causadas pelos episódios de ITU. Nosso objetivo é correlacionar o RVU com a cicatrizes renais pelo DMSA para sua melhor indicaçao no acompanhamento ambulatorial desses pacientes. Método: Estudamos 52 pacientes de nosso ambulatório com ITU, sem associaçao com quaisquer outras patologias, 12 (23%) do sexo masculino e 40 (77%) do sexo feminino, no período de Junho de 1999 a Outubro de 2002, , sendo realizado em todos uretrocistografia miccional (UCM) e DMSA, totalizando 104 rins. Resultados: Destes: 21 (20,2%) nao apresentaram qualquer refluxo; 5 (4,8%) RVU grau I; 38 (36,5%) grau II; 31 (29,8%) grau III; 8 (6,7%); 2 (1,9%) grau V. Em relaçao ao DMSA observamos cicatrizes renais 38 (36,5%) rins, sendo 24 (63%) no rim esquerdo e 14 (36,9) no rim direito. Destes: 1 (2,6%) em rim sem RVU; 1 (2,6%) no grau I; 14 ( 36,8%) no grau II; 12 (31,5%) no grau III. Relacionando a intensidade do refluxo com as cicatrizes renais, temos: nos pacientes sem RVU 4% (1/21) com cicatrizes; no RVU I 20% (1/5); no RVU II 36% (14/38); no RVU III 38% (12/31); no RVU IV 71% (5/8); no RVU 5 !00% (2/2). Conclusao: Os dados iniciais nos permitem concluir que, diante a grande incidência de cicatrizes renais (56%) em refluxos de baixa intensidade, a realizaçao de DMSA se justifica na investigaçao ambulatorial de todos os pacientes com RVU.


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FATORES QUE INFLUEM NA EVOLUÇAO DAS INFEÇOES DO TRATO URINARIO OCORRIDAS EM ENFERMARIA DE CLINICA MÉDICA

PEREIRA B. J; FARIA E. R.; GASPAR L. M.; ANDRADE R.M.; CASTRO I.

SERVIÇO DE CLINICA MÉDICA DO CONJUNTO HOSPITALAR DO MANDAQUI. SAO PAULO.

Objetivos: avaliar o perfil clínico epidemiológico das infeçoes do trato urinário (ITU) ocorridas na enfermaria de clínica médica e os fatores implicados no seu curso evolutivo Metodologia: foram revistos os prontuários de 59 casos pacientes internados na enfermaria de clínica médica, que apresentavam urocultura positiva, com mais de 100.000 col/ml e tratados no hospital de dez/2000 a maio/2001. Preenchidos formulários com dados de identificaçao e parâmetros reconhecidos como relacionados a fatores de risco para ITU. Os resultados na análise estatística foram confrontados com evoluçao para cura, sobrevida e reinfecçao, sendo os parâmetros quantitativos (idade, uréia plas, creatinina plas, pH e Dens urinários, hematúria, leucocitúria, tempo de antibióticos antes e depois da urocultura e tempo de sintomas) submetidos ao teste de Man Whithey e o teste t Student nao pareado com correçao de Welch e os parâmetros qualitativos (estado civil, uso cateter, tempo de uso (> ou < 72 h), presença de bacteremia, pielonefrite, doença renal prévia, dça policística, analgésicos, imunossupressao, anemia, DM, gota, infec.genitais, urolitíase, cisto renal, sintomas, presença na Urina I de nitrito, glicosúria, proteinúria) ao Q quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher. Resultados: 31 pacientes masculinos e 28 femininos, com a idade média de de 68 ± 18,5 anos , sendo os agentes mais freqüentes: Escherichia coli (18,64%), Pseudomonas aeruginosa (15,25%), Enterococus sp (13,5%), Proteus sp (12,05%), Candida sp (11,86%) e outros (28,7%). Dos dados quantitativos foram significativos: o nível uréia mais baixo nos que evoluiriam para cura (42 mg/dl, n=34) do que os nao curados (óbito ou persistência do agente), que foi de 66,5 mg/dl (n=14); sobreviveram mais aqueles que usaram antibióticos por mais tempo (média=14 d, n=37); nao houve influência significativa na evoluçao dos casos para reinfecçao. Dos dados qualitativos, houve maior incidência de pacientes que nao se curaram quando usavam cateter vesical 73,3%, n=25), apresentaram glicosúria (96,5%, n=36); quem apresentava gota tinha pior sobrevida (85,7 %,n=16) Conclusoes: pacientes que apresentavam níveis mais elevados de uréia, usavam menos tempo de antibióticos, usavam cateter vesical, apresentavam glicosúria e gota, tiveram evoluçao mais desfavorável quando apresentavam infeçao do trato urinário na enfermaria.


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INFECÇAO DO TRATO URINARIO (ITU) EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS (DM)

CUNHA FLA; RAMOS ALG; SILVA JN; SALGADO JRC

HOSPITAL UNIVERSITARIO JOAO DE BARROS BARRETO (HUJBB) E DISCIPLINA DE NEFROLOGIA UFPA, BELÉM-PA.

Objetivo: conhecer a prevalência da ITU nos pacientes com DM. Metodologia: análise retrospectiva, transversal dos dados pertinentes de 69 pacientes diabéticos atendidos no ambulatório de Nefrologia do HUJBB; considerou-se ITU quando a contagem de colônias foi superior a 10.000 UFC/ml. Resultados: a prevalência geral de ITU foi de 33,33% (23/69), predominou no sexo feminino na proporçao aproximada de 3:1 em relaçao ao sexo masculino e entre 51 a 70 anos com 47,83%; a prevalência da ITU foi de 44,4% em DM1, 32,2% em DM2, 35% em pacientes com DM compensada e de 34% em DM nao compensada; 68,75% (!1/16) dos pacientes com Hb glicosilada acima de 8% apresentaram ITU.Em relaçao ao tempo de evoluçao do DM a ITU ocorreu em 31,57% (6/19) dos pacientes até 10 anos, 31,81% (7/22) entre 11 a 20 anos e em 40% (2/5) > 20 anos de doença.A freqüência de ITU por nível glicemico foi de 30% (3/10) < 110 mg/dl, 32,25% (10/31) entre 111 a 180 mg/dl e de 38,46% (10/26) acima de 180 mg/dl.Os sintomas mais freqüentes foram disúria em 82,61% (19/23) e dor suprapúbica em 43,48% (10/23)..As comorbidades mais freqüentes foram a HAS (73,91%), a ICC(17,39%, a IRC (8,7%) e a calculose urinária (8,7%). Nao foi investigado bexiga neurogênica nem bacteriúria assintomática.A ITU foi bacteriana em 91,3% e por fungo (candida sp) em 8,7%.A E.coli foi a bactéria mais freqüente encontrada em 30,43%. Conclusao: a prevalência da ITU em diabéticos é elevada, representando importante morbidade no DM .


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INFECÇAO DO TRATO URINARIO POR ENTEROCOCCUS SPP. – ESTUDO CLINICO

BARROS, M.; MARTINELLI, R.; ROCHA, H.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FACULDADE DE MEDICINA.

Escherichia coli, outras enterobactérias e o Staphylococcus saprophyticus, sao os agentes infectantes mais comuns do trato urinário ainda que outros microrganismos, menos freqüentes, também causem infecçao urinária..A etiologia da infecçao urinária, entretanto, é influenciada por fatores próprios do hospedeiro, quando outras bactérias passam a ter importância como agentes etiológicos. O objetivo do presente estudo é caracterizar a ITU causada por Enterococcus spp. Foram retrospectivamente avaliados todos os pacientes com uroculturas positivas (> 105 ufc/ml) para Enterococcus spp. no Hospital Universitário Prof. Edgard Santos no período de 1997 a 2003. Cento e vinte e quatro pacientes tiveram o diagnóstico de ITU por Enterococcus spp., sendo 57% do sexo masculino e 43% do feminino, com idade média de 47,9 anos. Em 98% dos pacientes (122) a flora infectante foi única. Apenas 13% pacientes tiveram queixa sugestivas de infecçao urinária; 22% pacientes tinham o diagnóstico de Diabetes mellitus, 36% de doença genitourinária e 16% de distúrbios neurológicos – 27% pacientes foram submetidos a caterismo vesical. Vinte e seis pacientes (21%) tiveram febre, durante a evoluçao. Proteinúria nao nefrótica esteve presente em 15% pacientes, > 5 leucócitos/campo de maior aumento em 92% e > 5 hemácias em 17%. Leucocitose foi observada em 1,5% dos paciente e aumento da creatinina, leve a moderado, em 22% dos pacientes. A infecçao do trato urinária por Enterococcus spp. é pouco ou nao sintomática, é importante causa de ITU complicada ocorrendo, freqüentemente, em pacientes com uropatia obstrutiva e/ou submetidos a cateterismo vesical.


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INFECÇAO URINARIA E CARACTERISTICAS OCUPACIONAIS DE DOCENTES

GODINHO, T. M.; MARTINS, T.; REIS, E. J. F.; NUNES, C.; BATISTA, P. B. P.

UFBA.

Introduçao: O trabalho docente tem sido influenciado por uma conjunçao de fatores, que instituiu uma busca de uma maior produtividade, mais horas-aula, mais turmas, enfim, ritmo de trabalho mais acelerado. Com isso, o professor é levado a se adaptar, alterando seus hábitos, o que pode significar potencial adoecimento, com diminuiçao das pausas e intervalos, diminuindo a freqüência da ingesta de líquidos e da micçao. Metodologia: Tratar-se de um estudo de corte transversal, incluindo professores da rede municipal de Vitória da Conquista (Bahia), em 2001. Utilizou-se um questionário auto-aplicado, padronizado, com questoes relacionadas às condiçoes de trabalho e seus hábitos durante seu período de aula. Os dados foram analisados com o programa SPSS-9, usando-se o teste Chi-quadrado com nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliados 808 professores, sendo a amostra predominantemente feminina (94,1%), com idade média de 34,2 anos, tempo médio como professor de 10,4 anos. A carga horária média de aulas foi 39,2h por semana. Quanto às características de organizaçao do trabalho, 66% dos professores referem que seu trabalho é realizado sobre ritmo acelerado, enquanto 36,1% acreditam que este ritmo é frenético, 38,7% afirmam que realizam um volume excessivo de trabalho, sendo que 61,2% referem que o tempo para realizaçao de suas tarefas é insuficiente. 11,0% dos professores referiram ter tido pelo menos 1 episódio de infecçao urinária desde que começaram a trabalhar como professores. Ao se associarem as variáveis, encontrou-se que nao beber água durante o dia e nao beber água durante o período de aula estiveram associados com a referência de infecçao urinária, com p= 0,017 e p=0,000. Conclusao: A adaptaçao do professor às novas demandas do trabalho docente mostra-se como um potencial fator de adoecimento, de modo que o volume excessivo de trabalho e ritmo acelerando, inclusive sem pausas, associados à nao ingestao regular líquido, podem estar contribuindo para a freqüente referência a infecçoes urinárias.


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INFECÇAO URINARIA: META-ANALISE DE UMA INVESTIGAÇAO OCUPACIONAL

GODINHO, T. M. ;REIS, E. J. F.; NUNES, C.; ARAUJO, T. M.; MARTINS, T. PORTO, L.; DELCOR, N. S.; CARVALHO, F. M.

UFBA.

Introduçao: Ao se estudar a categoria docente, evidencia-se um quadro de paulatina deterioraçao da saúde do professor. De fato, pode-se notar um padrao de adoecimento que está relacionado às novas demandas, dado o maior volume de trabalho, ritmo mais acelerado e modificaçao dos hábitos preventivos. A fim de dar visibilidade à relaçao entre saúde e trabalho docente foram realizados estudos em duas cidades no estado da Bahia, Salvador e Vitória da Conquista, com professores de níveis diferentes de ensino, do pré-escolar ao nível universitário, avaliando os diagnósticos de infecçao urinária e a sintomatologia relacionada. Metodologia: Trata-se de uma meta-análise de 4 estudos realizados pelo mesmo grupo de pesquisadores, todos com modelo de corte transversal, utilizando questionários auto-aplicados e que, apesar de considerarem diferentes aspectos ocupacionais, mantinham questoes comuns. Resultados: Estudos: 1) rede particular de ensino de Vitória da Conquista, 2002, 250 professores, sendo 82,8% mulheres, idade média de 34,5 anos. Ardor ao urinar foi referido por 13%; 2) rede municipal de ensino de Vitória da Conquista, 2002, 808 professores, 94,1% mulheres, idade média 34,24 anos. Diagnóstico de ITU referido por 26,9%; 3) participantes da Jornada Pedagógica, 2002, 168 professores, 84,8% mulheres e 38,2 anos em média. 31,0% referiram diagnóstico de ITU; 4) ensino médio e fundamental de Salvador, 2003, 614 professores, 76,4% mulheres, com idade média de 34,17 anos. Referencia de ITU foi feita por 11%. Conclusao: A referência de infecçao urinária em diferentes amostras de professores variou de 11% a 31%, mostrando-se como um padrao de adoecimento inesperado. Faz-se necessário melhor investigar as condiçoes de trabalho dos professores para avaliar a presença de algum fator ocupacional que possa estar alterando as medidas de organizaçao e os hábitos dos professores, levando a estes números.


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OBSERVAÇAO CLINICA DA DISFUNÇAO MICCIONAL (DM) NA CRIANÇA: UM PROTOCOLO DE SEGUIMENTO

LIMA, E. M.; LEONARDO, C. R.; PEREIRA, A. C. G.; REIS, F. A.; VASCONCELOS, M. M. A.; MARINO, V. P.; FILGUEIRAS, M. F. T. F.; VASCONCELLOS, R.; RABELO, E. A. S.; PIRES, C. R.; CUNHA, C. G.

UFMG.

Introduçao: O objetivo deste estudo é avaliar o tratamento e seu impacto na continência urinária de crianças e adolescentes portadores de disfunçao miccional (DM) que freqüentaram o ambulatório de Disfunçao Miccional de 1996 a 2003. Métodos: De 121 pacientes (pts) iniciais, 41 perderam o seguimento e 80 participaram do estudo. Os pts foram divididos em 2 grupos: 56 pts com bexiga neurogênica, seguidos por 84±32 meses (grupo 1 -G1) e. 24 pts com DM de causa nao neurogênica (grupo 2 – G2) com seguimento de 80 ± 62 meses. A idade ao final do estudo foi de 11(4-22) anos no G1 e 13 (6-21) anos no G2. A propedêutica incluiu urina rotina, urocultura, funçao renal, uretrocistografia miccional, ultra-som (US) do trato urinário, US dinâmico da micçao, estudo urodinâmico e cintilografia renal estática. O tratamento consistiu de anticolinérgicos, alfa bloqueadores, cateterismo intermitente limpo (CIL), micçoes de tempo marcado e de 2 tempos, tratamento da constipaçao intestinal. A presença de capacidade vesical diminuída, resíduo urinário elevado e continência urinária foram avaliados na 1ª e última avaliaçao dos pacientes. Resultados: Capacidade vesical diminuída ocorreu em 66% do G1 e em 30% do G2 na 1ª investigaçao. A incidência diminuiu para 49% e 21% nos G1 e G2 respectivamente. Resíduo urinário ocorreu em 52% do G1 e em 39% do G2 na 1ª investigaçao e em 42% do G1 e 37% do G2 na última investigaçao. 46% do G1 e 7% do G2 faziam uso de CIL. 65% do G1 e 40% do G2 usavam anticolinérgicos. Aderência ao tratamento foi pobre em 18% do G1 e em 29% do G2. Incontinência urinária foi detectada em 89% do G1 e em 78% do G2 na 1ª investigaçao e em 62% do G1 e 50% do G2 na última investigaçao (p=ns). Conclusao: capacidade vesical reduzida e resíduo urinário sao comuns em crianças com DM, principalmente de causa neurogênica. O uso de CIL e anticolinér – gicos resultou em melhora da capacidade vesical funcional. Embora a continência urinária tenha melhorado, os resultados nao foram estatisticamente significativos. A falta de aderência ao tratamento na DM é há muito conhecida, principalmente entre adolescentes. Neste estudo 30% dos pts perderam o controle ambulatorial. Outros 18% do G1 e 29% do G2 apresentaram baixa aderência ao tratamento. Continência urinária pode ser melhorada com procedimentos cirúrgicos, entretanto, aderência ao tratamento é essencial para prevenir ou retardar a lesao renal. Uma equipe multi-profissional, assim como o aprimoramento dos métodos de persuasao sobre a importância da adesao ao tratamento sao fundamentais para o sucesso terapêutico da DM da criança e adolescente.


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PREVALENCIA DE RESISTENCIA DA ESCHERICHIA COLI AOS ANTIBIOTIOCOS MAIS UTILIZADOS PARA O TRATAMENTO DA INFECÇAO URINARIA

AGRA, H.; MORALES, J.V.; RENNER, J. P.; ROCHA, M. P.; VALIM, A. M .; REMONATTO, G.; BARTH, A.; BARROS, E.

PPG-NEFROLOGIA: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL.

Introduçao: A resistência antimicrobiana à Escherichia coli (E.coli) tem aumentado nos pacientes com infecçao urinária (IU). Objetivo: Avaliar a resistência da E.coli aos antibióticos mais usados na pratica clinica. Pacientes e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo em dois laboratórios de analises clinicas na cidade de Santa Cruz do Sul-RS, no ano de 2003. O primeiro localizado em área hospitalar (n=206 culturas positivas) e o outro que atende apenas pacientes ambulatoriais (n=176 culturas positivas). As amostras de urina foram coletadas por jato médio e semeadas nos meios de agar sangue e Mac Conkey, utilizando-se alça calibrada de 0.001 ml, e incubadas “overnigth”, aerobicamente a 35ºC. O critério de bacteriúria significativa foi contagem >105 UFC/ml. Resultados: No primeiro laboratório, as bactérias mais prevalentes foram: E. coli (66%), Stafilococcus saprofiticus (13%), Enterococcus (7%) e Klebsiella (5%) e outros (9%). A percentagem de resistência encontrada foi: ampicilina (46%); sulfametoxazol- trimetroprim (34%) e cefalexina (34%). No segundo laboratório as bactérias mais prevalentes foram: E. coli (69%), Stafilococcus saprofiticus (10%), Proteus mirabilis (7%), Enterobacter (5%), outros (9%). Nesse grupo a resistência aos antibióticos foi: ampicilina (22%); sulfametoxazol-trimetropim (16%), ácido nalidíxico (6%), cefalexina (2%) e ciprofloxacina (1%). Conclusao: Observamos importante resistência da E.coli aos antibióticos betalactâmicos e sulfametoxazol-trimetoprim. É necessário uma vigilância constante na prevalência de resistência da E. Coli com relaçao aos antibióticos comumente utilizados. Estes dados sugerem que a ampicilina e sulfametoxazol-trimetoprim nao devem ser a primeira escolha no tratamento empírico destas infecçoes em nosso meio, devido ao alto nível de resistência. As quinolonas sao boas como drogas der primeira escolha no tratamento empírico das infecçoes do trato urinário de pacientes da comunidade.


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TRATAMENTO EMPIRICO PARA PIELONEFRITE AGUDA – CEFALOSPORINA DE TERCEIRA GERAÇAO OU QUINOLONA?

SANDERS, H.; GOMES, R. R.; FERREIRA, R. E.; MIRA, R. R. L.; OLIVEIRA, M. G.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA.

Introduçao: Com a elevaçao da incidência de germes multi-resistentes há uma preocupaçao crescente em relaçao a qual antibiótico de primeira escolha para tratar pacientes com pielonefrite aguda (PNA). O perfil de resistência é particular a cada regiao estudada e tem se observado uma preferência ao uso do ciprofloxacin. Objetivo: definir qual antibioticoterapia empírica é segura para tratamento de PNA na populaçao de pacientes internados no HU-UFJF. Métodos: Foram analisados, retrospectivamente, todos os pacientes adultos internados de janeiro de 1999 a junho de 2003 com diagnóstico de PNA e que estava disponível o resultado da urocultura. Houve 204 casos e 61 preenchiam os critérios de inclusao (30,6%). Foram analisadas as características clínicas, germe isolado na cultura e a resistência antimicrobiana. Resultados: A PNA foi causa de 1,65% de todas as internaçoes no período do estudo. A idade média foi de 48,8±19,9 anos e 82% eram do sexo feminino. Dor lombar (70,5%) e sintomas baixos (68,9%) foram os sintomas mais freqüentes. Encontramos febre em 70,5% e sensibilidade renal 54,1% da amostra. Doze pacientes (19,7%) apresentavam critérios de sepse à admissao. Havia leucocitúria (88,4%) e bacterioscopia positiva (97,7%) na grande maioria dos casos. Em 57 (93,5%) foi isolado um germe gram negativo na urocultura, e em 73,8% este germe foi Escherichia coli. Houve elevada resistência a cefalotina, 72%. Observamos sensibilidade acima de 75% para as outras drogas testadas: amicacina 92,9%, gentamicina 87,7%, ceftriaxone 84,2% e ciprofloxacin 77,2%. Sessenta por cento dos pacientes foram tratados com ciprofloxacin, 18% com ceftriaxone e 11,5% com gentamicina. Conclusoes: Encontramos as características clínicas típicas de PNA em mais de 2/3 dos casos e houve preponderância de germes gram negativos, especialmente de E. coli. Estes resultados mostram, que pelo perfil microbiológico, os pacientes com PNA podem ser tratados com ceftriaxone bem como com ciprofloxacin, com faixa de segurança semelhante.

POSTERES – Infecção Urinária

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