J. BRas. Nefrol. 2004;26(3 suppl. 2):158-60.

POSTERES – Litiase

Litiase

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ACIDOSE TUBULAR RENAL (ATR) DISTAL, NEFROCALCINOSE E SURDEZ NEUROSENSORIAL. PROVAVEL MUTAÇAO NO GENE ATP6B1

CARVALHO, M.; VALDERRAMA, D. E.; CHULA, D.; RIELLA, M. C.

AMBULATORIO DE PESQUISA EM NEFROLITIASE – HOSPITAL UNIVERSITARIO EVANGÉLICO E FUNDAÇAO PRO-RENAL – CURITIBA – PR.

Introduçao: ATR tipo 1 (distal) é caracterizada por acidose metabólica hiperclorêmica, hipocalemia, hipercalciúria e pode estar associada à nefrolitíase e nefrocalcinose. Possui várias etiologias, adquiridas ou determinadas geneticamente. Recentemente foi descrita mutaçao no gene ATP6B1, que codifica a subunidade B1 da H-ATPase das células alfa-intercaladas no túbulo coletor medular e no sistema coclear. O nosso objetivo foi descrever o caso de uma paciente com esta síndrome. Métodos: Paciente de 14 anos encaminhada por nefrocalcinose. A família relatava dificuldade de crescimento e vômitos aos 5 meses de idade. Filha de pais nao consangüíneos, possuía uma irma sadia e nao havia história de intercorrências gestacionais ou perinatais. Nesta época foi feito o diagnóstico de ATR e iniciada reposiçao de bicarbonato de sódio, com melhora clínica e recuperaçao da velocidade de crescimento. Aos 4 anos de idade notou-se hipoacusia de caráter progressivo, mais acentuada à esquerda. Na época do encaminhamento, apresentava-se com altura e peso normais (1,62m e 60 Kg), sem deformidades esqueléticas, usando aparelho auditivo. Creatinina sérica de 1,1 mg/dl, bicarbonato de 21 mEq/l, cloro de 113 mEq/l, potássio de 3,8 mEq/l, pH urinário de 6,8, ausência de glicosúria ou proteinúria e calciúria de 344 mg/dia. Ecografia abdominal demonstrava nefrocalcinose bilateral, densitometria óssea normal e audiometria tonal limiar com perda auditiva grave de caráter neurosensorial bilateral, com índice de reconhecimento de fala de 56% a 75 dB (direita) e 80 dB (esquerda). Após 3 anos de seguimento apresenta relaçao cálcio/creatinina de 0,25 e utiliza 1,5 mg/kg de bicarbonato de sódio. Nao houve melhora da nefrocalcinose. Aguarda estudo genético para confirmar a presença de mutaçao no gene ATP6B1Conclusao: A associaçao de ATR distal, nefrocalcinose e surdez neurosensorial sugere mutaçao no gene ATP6B1, que impediria a organizaçao da H-ATPase nas células alfa-intercaladas renais, cocleares e do saco endolinfático.


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AVALIAÇAO DA CAPACIDADE DE CRISTALIZAÇAO IN VITRO NA URINA DE PACIENTES COM GOTA RESISTENTES A FORMAÇAO DE CALCULOS

BARROS, M. E.; BORGES, F. T.; MENDONÇA, C. O. G.; FERRARI, A. J. L.; SCHOR, N.; BOIM, M. A.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: A gota constitui uma doença inflamatória induzida pela deposiçao de cristais de urato monossódico monohidratado nos tecidos, e que tem sido associada ao aparecimento de cálculos renais pela intensa excreçao de ácido úrico na urina. É relatado prevalência de 15 a 22% de cálculos renais entre indivíduos com gota. Por outro lado, é interessante o fato de que alguns indivíduos com elevada uricosúria nao apresentam calculose associada. Este fenômeno pode estar relacionado à presença de fatores inibitórios, como por exemplos os glicosaminoglicanos (GAGs), ou presença de fatores estabilizadores de cristalizaçao. Objetivo: Avaliar a capacidade de formar cristais na urina utilizando modelo de cristalizaçao in vitro de oxalato de cálcio (CaOx), bem como a excreçao de GAGs em urina de pacientes portadores de gota, com elevada uricosúria, mas resistentes à formaçao de cálculos. Materiais e Métodos: A cristalizaçao do CaOx foi obtida utilizando amostras de urina humana de pacientes gotosos (n=9) e voluntários normais (n=4). A cristalizaçao foi avaliada quantitativamente por um contador de partículas e qualitativamente por microscopia óptica. Os GAGs urinários, incluindo condroitim sulfato e heparam sulfato foram avaliados por eletroforese em gel de agarose após extraçao em coluna de cefarose. Resultados: O pH urinário foi significativamente menor nos pacientes gotosos em relaçao aos controles. Quanto as formas dos cristais formados nao houve diferença significante, sendo que os dois grupos apresentaram alta porcentagem de cristais di-hidratados. Porém o número de cristais formados pelos pacientes foi em média 50% menor do que nos controles. E estes pacientes apresentaram maior excreçao renal de GAGs, um potencial fator protetor da litíase urinária. Conclusao: Apesar da urina mais ácida, o que proporciona a precipitaçao de cristais, essa populaçao de pacientes gotosos apresentaram menor capacidade de formar cristais na urina. Estes resultados sugerem que os GAGs podem atuar como um possível fator protetor na formaçao de cálculos nestes pacientes.


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EFEITO DO PHYLLANTHUS NIRURI (QUEBRA-PEDRA) SOBRE A FORMAÇAO DE CALCULOS EM MODELOS EXPERIMENTAIS DE LITIASE URINARIA IN VIVO

BARROS, M. E.; LIMA, R.; YKUTA, O.; BOIM, M. A.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: O Phyllanthus niruri (Pn), é uma planta popularmente utilizada para o tratamento de urolitíase. Foi demonstrado que o Pn nao apresenta toxicidade, aumenta eliminaçao de cálculos em pacientes litiásicos, reduz o crescimento de cálculos vesicais em modelo experimental, inibe a endocitose de cristais de oxalato de cálcio (CaOx) e interfere no crescimento/agregaçao de cristais em urina humana. Objetivos: Avaliar, o potencial efeito terapêutico do Pn, em ratos iniciando o tratamento após estabelecimento do cálculo, além disso, pretendemos avaliar o efeito do Pn em outros tipos de cálculos além do (CaOx). Materiais e Métodos: Foram utilizados os seguintes modelos experimentais em ratos: CaOx induzido pelo Etilenoglicol (EG); ácido úrico induzido pela administraçao do ácido oxônico (AU); corpo estranho (CE), pela introduçao de pastilha de CaOx na bexiga. Para avaliar o potencial terapêutico, utilizamos o modelo de corpo estranho sendo que o tratamento foi iniciado 30 dias após a induçao do cálculo. O Pn foi administrado na dose de 5mg/dia por gavagem. Foram realizados testes bioquímicos e análise histológica. Resultados: No modelo do EG houve poliúria e proteinúria com intensa deposiçao de cristais no interstício. O Pn minimizou a poliúria e proteinúria porém nao impediu a deposiçao de cristais no tecido renal. No modelo do AU observamos presença de cristais de AU na urina, sem modificaçoes significativas na bioquímica da urina e do sangue, porém a análise histológica mostrou a presença de necrose tubular aguda e processos fibrogênicos. O Pn nao modificou nenhum destes parâmetros. No modelo do CE, o Pn reduziu o crescimento do cálculo quando administrado a partir da introduçao da pastilha de CaOx. A administraçao do Pn 30 dias após a introduçao da pastilha, nao alterou o crescimento do cálculo, porém modificou sua forma, tornando-os mais arredondados. Conclusao: Estes resultados indicam que o Pn é menos efetivo em prevenir a formaçao de outros tipos de cálculos como o de AU. Também sugerem que além do potencial preventivo o Pn pode ter papel terapêutico.


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EFICACIA TERAPEUTICA DA INDAPAMIDA E DA HIDROCLOROTIAZIDA EM PACIENTES LITIASICOS COM HIPERCALCIURIA IDIOPATICA

GOMES, S. A.; RODRIGUES, F.; BARROS, O. A.; HEILBERG, I. P.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: Tem sido sugerido que a Indapamida (IND), diurético tiazídico-like, representa melhor opçao terapêutica na Hipercalciúria Idiopática (HCa) com menos efeitos colaterais. Objetivo: Comparar os efeitos da IND versus hidroclorotiazida (HCT) em pacientes com HCa. Métodos: Dosagens séricas e urinárias de 24h, pré e pós 3 meses de IND 2,5 mg/d (N=17) ou HCT 25 mg/d (N=12) foram obtidas de 29 pacientes litiásicos normotensos (18M/11F, 35 ± 11anos) com HCa e funçao renal normal Resultados: A tabela mostra os resultados (X ± DP, * p < 0,05 vs pré)

Houve reduçao do potássio sérico apenas com a IND, elevaçao sérica do ácido úrico somente com HCT, reduçao significante e similar do cálcio urinário após HCT e IND, aumento do sódio urinário com a IND e reduçao dos níveis urinários do ácido úrico com HCT. Nao houve diferença no nível de citrato urinário após o uso de IND ou HCT. Três (3) pacientes do grupo HCT abandonaram o estudo por queixa de hipotensao ou disfunçao sexual nas primeiras semanas do estudo. Conclusoes: Estes dados sugerem que a IND reduz o cálcio urinário de modo similar à HCT sem alterar os níveis séricos do ácido úrico, o que é útil para pacientes hiperuricêmicos. Apesar de induzir hipocalemia, que precisa ser corrigida pela reposiçao de potássio, a IND nao induziu efeitos colaterais que justificassem o abandono desta droga.


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ESTUDO DE FATORES ENVOLVIDOS NA CALCULOSE RENAL EM LONDRINA – PR

GARCIA, W. E. ;ROCHA, R. C. G.; TAKAHASHI, W. M.; FAVERO, M. E.; MATSUO, T.; PRETE, D. C.; GORDAN, P. A.; MATNI, A. M.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA.

Introduçao: estudar os parâmetros mais comumente envolvidos na litogênese urinária na populaçao referenciada para o Ambulatório do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Londrina – PR e em controles pareados para sexo, idade e condiçoes sócio-econômicas. Métodos: estudo caso-controle de 100 primeiros casos e 100 controles, submetidos a consulta médica, onde se detalhava a história ligada à calculose renal, inquérito alimentar, protocolo de exames laboratoriais (sangue, urina em amostra isolada e 2 amostras de urina de 24 h.) e ultrassonografia de rins e vias urinárias. Resultados: principais de controles x pacientes : 66 ♀ e 34♂ em ambos os grupos; Vol. Urin. = 22,0 x 26,3 ml/Kg/dia (*); Excreçao diária de Creatinina = 17,9 x 16,5 mg/Kg/dia (**); Cálcio Uri.= 2,5 x 2,9 mg/Kg/dia; Ac.Urico Uri. 478,4 ♀ e 540,7 ♂ x 408,3 ♀ e 436,6 ♂ mg/dia (*); Citrato Uri. 594,1 x 448,8 mg/dia (*); Magnésio Uri. 92,6 x 74,4 mg/dia (*); Sódio Uri. 183,3 x 200,3 mEq/dia (NS). (*) – p<0,05; (**) – parâmetro de adequaçao da coleta de urina de 24 h. Conclusoes: nossa populaçao litiásica mostrou uma maior ingesta hídrica e menor excreçao de ácido úrico, mas apresentou menor excreçao de inibidores inorgânicos da litogênese. Nossos dados sugerem que esta patologia parece ser mesmo multifatorial pois inclusive a populaçao “normal” apresenta vários parâmetros com valores considerados potencialmente litogênicos, embora estes indivíduos nao tenham formado cálculo renal até o momento do estudo e estao sendo seguidos.


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ESTUDO MULTICENTRICO DE LITIASE RENAL: PADRONIZAÇAO E MANUSEIO DE INFORMAÇOES

PINHEIRO, M. E.; ALVES, C. M. P.; ASSIS, M. L. N.; BUARQUE, D. C.; VIEIRA, L. W. A.; XAVIER, D. A.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – HOSPITAL UNIVERSITARIO PROFESSOR ALBERTO ANTUNES – DEPARTAMENTO DE CLINICA MÉDICA.

Introduçao: A complexidade da fisiopatologia da litíase renal explica-se pela sua etiologia multifatorial. Portanto, o estabelecimento do perfil diagnóstico dos pacientes litiásicos torna-se laborioso devido às inúmeras informaçoes geradas durante esse processo, sendo que as mesmas, muitas vezes, nao estao padronizadas, o que dificulta a realizaçao de estudos epidemiológicos nacionalmente. Devido às dimensoes continentais de nosso país, temos climas que vao desde o temperado, no sul e sudeste, ao verao equatoriano, no nordeste. Somados a esses fatores, temos hábitos alimentares extremamente variáveis entre as diversas regioes e a ausência quase completa de levantamentos epidemiológicos e estatísticos desta mesma populaçao. Metodologista: Diante do exposto, visando a padronizaçao de informaçoes em litíase renal, um sistema de banco de dados que permite a coleta organizada e padronizada de informaçoes de pacientes litiásicos foi desenvolvido, evitando o acúmulo de informaçoes desnecessárias e/ou escritas de forma inaproveitável, permitindo sua recuperaçao para pesquisa. Para a amostragem populacional, serao avaliados pacientes do ambulatório de nefrologia do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da universidade Federal de Alagoas, tratando-se de um estudo prospectivo. Além destes pacientes, serao inclusos os das várias regioes que farao parte do estudo multicêntrico de litíase renal (MULTILIT). O software foi desenvolvido utilizando linguagem Delphi 6.0 e compatível com o sistema operacional Windows 98/2000. Restultados: O sistema desenvolvido gera uma base específica, facilitando o levantamento estatístico no subconjunto do universo pesquisado. Cada formulário existente no software permite a inclusao de coluna e/ou campos inerentes à pesquisa do estudo multicêntrico, tais como: cadastro de pacientes, tabela de seguimento, evoluçao sistemática de cada paciente e seus respectivos exames, entre outros. Dentro dessa rotina padronizada com protocolo bem definido, o sistema efetua as mais diversas consistências, possibilitando uma análise estatística através de uma interface com o EpiInfo em sua versao 2000. Conclusao: A disponibilidade de dados padronizados on-line possibilitará a geraçao de uma base de dados regional e/ou nacional, facilitando a realizaçao de estudos multicêntricos, consolidando o conhecimento da doença litiásica bem como uma melhor análise do real grau de influência regional na gênese da nefrolitíase.


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FORMAÇAO DE CALCULOS URINARIOS EM PACIENTES LITIASICOS COM DISTURBIOS METABOLICOS ISOLADOS OU ASSOCIADOS

BARROS, O. A.; CHEIDDE, L.; HEILBERG, I. P.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, SAO PAULO.

Introduçao: Os distúrbios metabólicos envolvidos na litogênese urinária ocorrem em até 90% dos casos, mas o tratamento regular por tempo prolongado é porvezes difícil. O objetivo do presente estudo foi o de avaliar a influência dos distúrbios metabólicos, isolados ou em associaçao, sobre a formaçao de cálculos em pacientes litíasicos. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 139 pacientes litíasicos (67F, 72M, 42±12 anos) atendidos no Ambulatório de Litíase Renal da UNIFESP entre 1986 e 2004 que apresentavam Hipercalciúria ou Hiperexcreçao de Acido Urico ou Hipocitratúria isoladas ou associadas. A tabela abaixo mostra a média (X) do número de cálculos/paciente/ano (Cálc.) e do tempo de acompanhamento (T) em anos, de pacientes com 1, 2 ou 3 distúrbios analisados em relaçao à referência de tratamento específico de pelo menos um distúrbio (Trat., n=85) ou sem nenhum tratamento (S/trat., n=54) , * p< 0,05 vs S/Trat. Resultados:

Observou-se um número de cálculos discreta mas significantemente menor entre o total de pacientes com algum tipo de tratamento versus os nao tratados. O tempo de acompanhamento também foi maior neste grupo. Entretanto, nao houve diferença estatística entre os grupos com 1, 2 ou 3 distúrbios metabólicos. Conclusao: Os dados desta avaliaçao retrospectiva sugerem uma menor formaçao de cálculos nos pacientes tratados. Entretanto, a ausência de menor formaçao de cálculos em relaçao ao número de distúrbios tratados pode ter sido devida à nao regularidade do tratamento pela necessidade de associaçao de medicamentos, elevados custos, efeitos colaterais ou à nao aderência entre pacientes atendidos na Rede Pública.


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INGESTAO DE PROTEINA ANIMAL, PURINAS E SAL EM LITIASICOS COM DIFERENTES DISTURBIOS METABOLICOS

BAXMANN, A. C.; AHMED, M. S.; MARQUES, N. C. R.; HEILBERG, I. P.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO – UNIFESP.

Introduçao: Tem sido sugerido que a maior ingestao de proteína animal e sal se associam a um maior risco de formaçao de cálculos, devido a um aumento na excreçao de promotores de cristalizaçao (cálcio e ácido úrico), e também devido à reduçao na excreçao de inibidores (citrato). Entretanto, a maior parte dos estudos nao tem avaliado o padrao de consumo alimentar destes nutrientes de acordo com o distúrbio metabólico apresentado. O objetivo do presente trabalho é avaliar a ingestao de proteína animal, purinas e sal em litiásicos com diferentes distúrbios metabólicos. Métodos: Oitenta e nove (89) pacientes litiásicos realizaram um registro alimentar de 3 dias para avaliaçao do consumo diário de proteína animal, purinas e sal, e coletaram uma amostra de urina de 24h para determinaçao da presença ou nao de hiperuricosúria, hipocitratúria e hipercalciúria. Resultados: Foi detectada hipercalciúria em 38%, hipocitratúria em 35% e hiperuricosúria em 11% dos pacientes. A tabela mostra as médias de ingestoes:

Observou-se uma ingestao significantemente maior de sal nos pacientes hipercalciúricos e hiperuricosúricos. A ingestao de proteína foi maior, embora sem atingir significância estatística, entre os hipercalciúricos, hipocitratúricos e hiperuricosúricos se comparados aos pacientes sem distúrbio. Nao se observou diferença na ingestao de purinas. Conclusao: Embora a recomendaçao dietética de adequaçao de proteína e sal seja benéfica a qualquer paciente litiásico, os resultados sugerem que tal recomendaçao nutricional é especialmente importante para os pacientes com hipercalciúria, hipocitratúria e hiperuricosúria.


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PARAMETROS URINARIOS DE LITIASE EM RATOS SUPLEMENTADOS COM CREATINA

FERRAZ, R. R. N.; FERREIRA, L. G.; HEILBERG, I. P.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO – ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA – DISCIPLINA DE NEFROLOGIA.

Introduçao: Tem sido sugerido que a ingestao de grandes quantidades de proteína animal pode estar associada a um elevado risco de formaçao de cálculos, devido à uma elevaçao na excreçao urinária de cálcio, ácido úrico e oxalato, e reduçao da citratúria.Os suplementos de creatina têm sido utilizados como substrato energético visando melhorar a performance em exercícios físicos. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementaçao com creatina sobre a excreçao de parâmetros urinários envolvidos na litogênese. Métodos: Ratos Wistar machos (n=12) receberam dieta padrao suplementada com creatina (2g/kg raçao) durante 10 semanas. Urinas de 24 horas foram coletadas no período basal e no final do estudo dos 12 animais e também de um grupo Controle (n=10) só com dieta padrao para dosagens do oxalato, cálcio, magnésio, citrato, volume e pH. Foi calculado o risco de cristalizaçao urinária do oxalato de cálcio utilizando-se o Indice de Tiselius adaptado para a urina de ratos (AP(CaOx)Index rat). Resultados: Após a suplementaçao com creatina observou-se reduçao significante na excreçao urinária de citrato (9,27 +- 3,58 vs. 6,10 +- 2,87 mg/24h, p<0,05) e magnésio (2,10 +- 0,49 vs. 1,67 +- 0,43 mg/24h, p<0,05), em relaçao ao período basal. Houve também um discreto aumento, embora nao significante, na excreçao urinária de cálcio (0,44 +- 0,08 vs. 0,55 +- 0,27 mg/24h), além de uma tendência à queda no volume urinário (10,1 +- 2,2 vs. 8,5 +- 2,32 ml). O AP(CaOx)Index rat elevou-se significantemente (1,13 +- 0,69 vs. 1,98 +- 1,11, p<0,05). Nenhuma alteraçao significante foi observada no grupo Controle. Conclusoes: Os dados sugerem que neste modelo experimental a suplementaçao de creatina por período prolongado reduziu o citrato e o magnésio, inibidores da cristalizaçao, elevando a taxa de cristalizaçao urinária, predispondo a um maior risco na formaçao de cálculos.


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PERFIL METABOLICO DA LITIASE URINARIA EM CRIANÇAS DO MEIO-NORTE DO BRASIL

MIRANDA, C. T. C. B. C.; MIRANDA, E. G.; MACEDO, R. S.; COELHO, S. A. S.; NASCIMENTO, V. P.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI – FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS.

Introduçao: litíase do trato urinário acomete preferencialmente adultos jovens, havendo poucos dados sobre freqüência em crianças.Independente da faixa etária a litogênese resulta de fatores epidemiológicos (clima,atividade física, fatores dietéticos e genéticos), bem como modificaçoes físico-químicas da urina e distúrbios metabólicos. Metodologia: foram estudadas 20 crianças com urolitíase, de 2-12 anos, atendidas no Hospital Lucídio Portela em Teresina-Pi, de novembro/2002 a maio/2004, oriundas do meio-norte do Brasil. Foi realizado inquérito alimentar de 72 horas e avaliaçao laboratorial para estudo do perfil metabólico com dosagem sérica de creatinina, cálcio, ácido úrico e gasometria venosa, sumário de urina, calciúria, uricosúria, citratúria, oxalúria em urina de 24 horas e pesquisa qualitativa de cistina, além de urocultura. Os dados foram avaliados através de determinaçao de percentuais e média e desvio padrao. Resultados: Identificou-se 20 crianças com nefrolitíase, com idade média de 6,7 anos ( 3-12 anos), 75% (15/20) do sexo masculino e 25% (5/20) do sexo feminino. O cálcio sérico foi em média 9,3mg/dl (7-12 mg/dl), ácido úrico 2,9 mg/dl ( 1,5 – 5,0 mg/dl), na urina de 24 horas a calciúria média foi 84,4 mg ( 23 – 168,5 mg), a uricosúria média foi 237,9 mg ( 41-616,3), citratúria média foi 138,7 mg (4- 382mg), oxalúria média 22mg ( 7-34mg_) e a pesquisa de cistina foi negativa em todos os casos. As determinaçoes em urina de 24 horas foram sempre acompanhadas por urocultura negativa. Hipocitratúria foi identificada em 50% dos pacientes (10/20), associaçao de hipocitratúria + hipercalciúria ocorreu em 15% (3/20), hipercalciúria isolada em 15% (3/20) e em 20% (4/20) nao foi identificado o distúrbio metabólico relacionado à litogênese. Nao ocorreram casos de hiperoxalúria, cistinúria e hiperexcreçao de ácido úrico. Conclusao: Hipocitratúria foi o distúrbio metabólico mais freqüente relacionado à litogênese urinária na populaçao pediátrica atendida em hospital de referência no m e i o-norte do Brasil,o que pode estar relacionado à fatores climáticos e dietéticos.


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PREVALENCIA DE PROTEINURIA EM PACIENTES UNINEFRECTOMIZADOS POR NEFROLITIASE

SANTO, M. X. E.; GOMES, P. L.; CARDOSO, L. R.; ORNELLAS, J. F. R.; LEITE JUNIOR, M.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ.

Introduçao: Indivíduos portadores de rim único sao susceptíveis ao aumento da filtraçao glomerular (J.Am.Soc.Nephrol. 1994;4(10):1798-808) e podem desenvolver glomerulosclerose (Pediatrics.1984;73(6):806-10). Neste estudo, acompanhamos pacientes submetidos à nefrectomia (Nx) unilateral devido a complicaçoes de litíase renal, no período de 1982 até 2004. Métodos: 14 pacientes uninefrectomizados foram avaliados quanto a proteinúria (Ptu, mg/24h), tempo de Nx, clearance da creatinina (ClCr, ml/min) e colesterol sérico (Col., mg/dl), associados ou nao ao desenvolvimento de hipertensao arterial sistêmica (HAS). Para isso, os pacientes foram divididos em 3 grupos: G1: Pacientes que desenvolveram HAS após a Nx; G2: portadores de HAS antes da Nx e G3: pacientes sem HAS. De cada grupo, estudamos o tempo de Nx, a Ptu, o ClCr e o Col. Os níveis de Ptu acima de 150 foram considerados anormais. Os valores foram dados como média ± desvio padrao. Resultados: Os pacientes do G1 (n=6) tinham 108,0±26,3 meses de Nx, os do G2 (n=4) tinham 177,0±64,5 meses e os do G3 (n=4) tinham 111,2±47,4 meses (NS). Ptu anormal mostrou uma prevalência de 35,7%. Os valores entre os grupos foram: G1: 571,0±1.124,2, G2: 497,3±702,2 e G3: 237,0±154,9 (NS). O ClCr foi de: G1: 70,6±30,2; G2: 87,1±35,1 e G3: 76,0±26,8 (NS). Os dados de Col. foram: G1: 184,0±39,4; G2: 163,0±91,6 e G3: 220,0±9,2 (NS). Entretanto, comparando-se os níveis de Col. entre G1 e G3, observamos que a média deste último foi significantemente maior que a de G1 (P<0,05). Nao houve correlaçao entre tempo de Nx e Ptu (r=-0,01, NS) e nem entre tempo de Nx e ClCr (r=-0,02, NS). Conclusao: A Ptu anormal foi achado presente nos três grupos. O tempo de Nx nao foi determinante nas alteraçoes de Ptu e funçao renal. Os níveis de Col. maiores no grupo uninefrectomizado e nao hipertensos, comparando-se com o grupo de hipertensos após Nx, podem sugerir maior controle dietético nos pacientes em terapia anti-hipertensiva, o que merece posterior investigaçao.

POSTERES – Litiase

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