J. Bras. Nefrol. 2013;35(1):27-34.

Resposta à corticoterapia na nefropatia da IgA primária

Natália Novaretti, Gyl Eanes Barros Silva, Roberto Silva Costa, Miguel Moysés Neto, Osvaldo Merege Vieira Neto, Elen Almeida Romão, Eduardo Barbosa Coelho, Márcio Dantas

DOI: 10.5935/01012800.20130005

INTRODUÇÃO: Tem sido sugerido que tratamento mais prolongado com corticosteroides pode ser benéfico em pacientes com nefropatia da IgA primária. OBJETIVO: Neste estudo retrospectivo avaliamos os efeitos na proteinúria e na função renal após 12 meses do protocolo baseado no uso por 6 meses de corticosteroides. MÉTODO: Doze pacientes receberam pulsos de 1 g/dia de metilprednisolona intravenosa por 3 dias consecutivos no início dos meses 1, 3 e 5, seguidos por prednisona (0,5 mg/kg) por via oral em dias alternados após cada pulso durante 6 meses (grupo tratado). O grupo controle foi composto por nove pacientes não tratados. RESULTADOS: A proteinúria (mg/24h; mediana; 25º; 75º percentis) no período basal no grupo tratado foi de 1861 (1518; 2417) e de 703 (245; 983) e de 684 (266; 1023) nos 6º (p < 0,05 vs. basal) e 12º (p < 0,05 vs. basal) meses, respectivamente. No grupo controle, a proteinúria foi de 1900 (1620; 3197) no período basal e de 2290 (1500; 2975) e de 1600 (1180; 2395) nos 6º e 12º meses, respectivamente (não significantes vs. basal). Comparado com o grupo controle, o grupo tratado teve menor proteinúria (p < 0,05) e número maior de pacientes em remissão (p < 0,05) nos 6º e 12º meses. A função renal não teve alteração significante e eventos adversos foram de pequena intensidade na maioria dos pacientes. CONCLUSÃO: O protocolo terapêutico base-ado no uso por 6 meses de corticosteroides foi efetivo em reduzir a proteinúria durante os 12 meses de seguimento e foi bem tolerado pela maioria dos pacientes.

Resposta à corticoterapia na nefropatia da IgA primária

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