J. Bras. Nefrol. 2013;35(4):299-307.

Avaliação da síndrome metabólica e suas associações com inflamação e função do enxerto em pacientes receptores de transplante renal

Mariana Gascue de Alencastro, Joana Raquel Nunes Lemos, Nícia Maria Romano de Medeiros Bastos, Alessandra Rosa Vicari, Luiz Felipe Santos Gonçalves, Roberto Ceratti Manfro

DOI: 10.5935/0101-2800.20130049

INTRODUÇÃO: A doença cardiovascular (DCV) é um dos principais determinantes da mortalidade em receptores de transplante renal (RTR). A síndrome metabólica (SM) e a inflamação crônica atualmente são considerados fatores de risco não tradicionais para doença cardiovascular. OBJETIVO: Avaliar a frequência da SM e da inflamação e suas associações com a função do enxerto em receptores de transplante renal. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 200 RTR. A SM foi definida pelos critérios do NCEP-ATP III. A inflamação foi avaliada por meio dos níveis de PCR. A função renal foi avaliada pela estimativa da TFG por meio da equação MDRD. RESULTADOS: A SM ocorreu em 71 pacientes (35,5%). Pacientes com SM apresentaram maior PCR e diminuição dos níveis de TFG. A inflamação esteve presente em 99 pacientes (49,5%). A circunferência abdominal, índice de massa corporal, triglicérides e colesterol total foram significativamente maiores em pacientes com inflamação. Foi demonstrada associação entre MS e inflamação, 48 (67,6%) pacientes com SM estavam inflamados e entre aqueles sem SM a taxa de inflamados foi de 39,5% (51 pacientes) (p < 0,001). Uma porcentagem significativamente maior de pacientes com SM foi observada no grupo de pacientes de doença renal crônica estágios III e IV. CONCLUSÃO: Em RTR há associação significativa entre MS e inflamação. A SM está negativamente associada com a função do enxerto. As implicações clínicas destes achados devem ser avaliadas em estudos longitudinais.

Avaliação da síndrome metabólica e suas associações com inflamação e função do enxerto em pacientes receptores de transplante renal

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