J. Bras. Nefrol. 2014;36(3):339-51.

Escore de avaliação de risco pré-transplante: metodologia e a importância das características socioeconômicas

Luciana Wang Gusukuma, Helio Tedesco Silva Junior, José Osmar Medina Pestana

DOI: 10.5935/0101-2800.20140049

Introdução:

O transplante renal é realizado em condições de urgência em uma população com elevado risco perioperatório. Instrumentos de avaliação de risco pré-transplante nesta população são escassos.

Objetivo:

Construir um escore com variáveis pré-transplante para estimar a probabilidade de sucesso do transplante renal, definido como sobrevida do receptor e do enxerto, com creatinina < 1,5 mg/dl no 6º mês.

Métodos:

Análise das variáveis de pacientes de um centro único e especializado em transplante renal em São Paulo. A regressão logística foi utilizada para construção da equação com as variáveis capazes de estimar a probabilidade de sucesso. Atribuímos pontos inteiros às variáveis para a construção do escore.

Resultados:

Dos 305 pacientes analisados, 176 (57,7%) atingiram o sucesso. Das 23 variáveis identificadas pela análise univariada, 21 foram incluídas no modelo de regressão logística e as 10 que se mantiveram independentemente associadas com o sucesso foram utilizadas na construção do escore. Quatro destas 10 variáveis eram socioeconômicas. Foi ótimo (área sob a curva ROC = 0,817) o poder de discriminação entre os grupos sucesso e não sucesso e adequado (teste de Hosmer e Lemeshow = 0,672) o grau de concordância entre as frequências das probabilidades estimadas pela equação e as frequências das probabilidades reais observadas. Houve correlação (0,982) entre as probabilidades estimadas via sistema de pontuação e regressão logística.

Conclusão:

O escore de pontos apresentado simplificou a estratificação do risco do candidato ao transplante conforme a probabilidade de sucesso. As variáveis socioeconômicas exerceram influência no sucesso, demonstrando a necessidade da criação de instrumentos prognósticos utilizando as variáveis clínico-demográficas da nossa população.

Escore de avaliação de risco pré-transplante: metodologia e a importância das características socioeconômicas

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