J. Bras. Nefrol. 2014;36(3 suppl. 1):159-73.

Temas Livres Pôsters – Insuficiência Renal Aguda

TLP: 437

Taxa de mortalidade entre pacientes com lesão renal aguda em uma unidade de terapia intensiva

Autor(es): José Renan Miranda Cavalcante Filho; Paulo Roberto Santos; José Henrique Gurgel; Diego Levi Silveira Monteiro; Silvana Maria Magalhães Andrade; Ana Dimitria Gomes Ponte; Matheus Silva de Moraes; Halane Maria Rocha Pinto; Tarcizio Brito Santos; Priscila Garcia
Câmara Cabral Tavares

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral

INTRODUÇÃO: A taxa de mortalidade associada à lesão renal aguda depende do perfil da unidade de terapia intensiva: geral, cardíaca, clínica ou cirúrgica. O estudo teve por objetivo determinar a mortalidade de pacientes com lesão renal aguda em unidade de terapia intensiva localizada em hospital geral com grande demanda de politraumatizados originados do setor de emergência.
MÉTODOS: Entre maio de 2013 e abril de 2014, todos os pacientes internados na unidade de terapia intensiva de um hospital geral foram incluídos no estudo. Foram excluídos os pacientes com tempo de internação menor do que 24 horas e os pacientes com doença renal crônica. Foram coletados os seguintes dados: gênero, idade, motivo da internação por categoria, classificação pelo APACHE II e, diariamente, creatinina sérica e volume de diurese. O diagnóstico de lesão renal aguda foi de acordo com os critérios estabelecidos pelo Kidney Disease Improving Global Outcomes. Os desfechos foram: óbito ou alta da unidade.
RESULTADOS: Foram estudados 279 pacientes, sendo 185 (66,3%) homens e 94 (33,7%) mulheres com idade média de 42,5 ± 20,7 anos. As principais categorias de motivo de internação foram politraumatismo (48,4%) e doença neurológica (22,6%), seguidas de causas respiratórias (8,6%), cardiológicas (3,2), sepsis (2,9%) e outras categorias clínico-cirúrgicas (14,3%). O tempo médio de internação foi de 8,1 ± 7,0 dias. A mediana de classificação pelo APACHE II foi igual a 8 (0-28). Aincidência de lesão renal aguda foi de 92 (32,9%) casos, sendo 31 (11,2%) casos de lesão renal aguda no estágio I, 27 (9,6%) casos de estágio II e 34 (12,1%) no estágio III. A mortalidade geral incluindo todos os pacientes estudados foi de 33,3% (93 óbitos/279 pacientes); entre os pacientes sem lesão renal aguda foi de 14,4% (27 óbitos/187 pacientes); e entre os pacientes com lesão renal aguda a mortalidade foi de 71,7% (66 óbitos/92 pacientes).
CONCLUSÕES: Em uma unidade de terapia intensiva de hospital geral com atendimento prioritário de casos de trauma originados no setor de emergência, a diferença da mortalidade entre os pacientes com e sem lesão renal aguda foi altamente significativa.


TLP: 438

Papel das plaquetas durante a isquemia e reperfusão emum modelo experimental de lesão renal aguda

Autor(es): Reinaldo Correia Silva, Raphael José FerreiraFelizardo(2); Marcos Antônio Cenedeze(2); Álvaro Pacheco Silva(2); Maisa Della Casa(3); Niels Olsen Saraiva Câmara(1,2)

1. Laboratório de Imunobiologia do Transplante, Departamento Imunologia – Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
2. Laboratório de Imunologia Clínica e Experimental, Departamento Nefrologia. Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brazil
3. Institu

INTRODUÇÃO: As plaquetas são células circulantes que respondem as perturbações vasculares, aderindo à subestruturas endoteliais, além de interagir fisicamente com outras plaquetas, leucócitos e células endoteliais através de receptores de adesão expressos em suas superfícies. As plaquetas secretam agentes quimiotáticos, fatores de crescimento e fibrinogênio estimulando o remodelamento tecidual após a injúria, através de mecanismos que envolvam migração celular, proliferação e síntese de matriz. Nas patologias renais, o papel desempenhado pelas plaquetas ainda é restrito a observações e a associações sem evidenciar seu real mecanismo de ação. Neste estudo, nós formulamos a hipótese de que as plaquetas não somente participariam da fase de remodelação tecidual após a injúria, como também seriam atores efetores da própria injúria, via seu potencial de adesão e de sinalização entre células. Portanto, objetivamos avaliar num modelo experimental de lesão renal aguda (LRA), a participação das plaquetas, via a ação de um inibidor de integrinas bifuncional (Insularina), tanto para plaquetas quanto células endoteliais.
MATERIAL E MÉTODOS: Para isso, animais C57Bl/6 foram submetidos a isquemia e reperfusão renal (I/R) e foram tratados ou não com insularina 50µg/Kg. Os animais foram sacrificados 24 h após a isquemia, correspondendo à estabilização da lesão renal. A disfunção renal foi analisada por dosagens bioquímicas utilizando amostras de sangue. Creatinina sérica, uréia, histologia do tecido renal e expressão gênica das proteínas foram avaliadas.
RESULTADOS: Animais submetidos a I/R mostram um aumento na disfunção renal quando comparados ao grupo controle, enquanto o grupo I/R tratado com insularina mostra uma redução nos níveis de creatinina e uréia sérica. Também foi observado maior expressão gênica de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1 b, TNF e IL-6 no grupo I/R, com redução significativa nos animais tratados com insularina. Analises histológica mostram menor dano tecidual no grupo I/R tratado com insularina e menor adesão plaquetaria no tecido renal.
CONCLUSÃO: Nós demonstramos que insularina tem um efeito importante sobre LRA, melhorando a função renal, reduzindo a inflamação e lesão tecidual.
SUPORTE FINANCEIRO: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP 2013/11712-1), CAPES, CNPq.


TLP: 439

Visao do intensivista sobre injúria renal aguda e participação da nefrologia na UTI

Autor(es): Maria Carolina Santos Malafaia Ferreira; Flávio Teles; Érika Thaynara Pereira Martins; José Ayrton Macedo Guimarães de Oliveira; Yasmin Calegari Facchinetti

Universodade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

INTRODUÇÃO: Ainjúria renal aguda (IRA) caracteriza-se pela redução súbita da função renal. AIRAafeta de 5 a 7% de todos os pacientes hospitalizados, sendo mais comum na população de UTI, com incidência de até 60%. Assim, faz-se importante seu diagnóstico precoce, seguido do adequado acompanhamento pela nefrologia, em conjunto com o intensivista, para que possam ser elaboradas medidas terapêuticas e preventivas eficazes. Acredita-se que o uso rotineiro de escores diagnósticos para IRA possa influenciar positivamente no prognóstico do paciente, por diagnosticar a disfunção renal precocemente, quando a terapia é mais exitosa.
MÉTODOS: Quarenta e três questionários foram aplicados em oito UTIs. As questões versavam sobre o conhecimento e a utilização de escores diagnósticos de LRA e sobre a consulta da Nefrologia na UTI.
RESULTADOS: Dos entrevistados, 55,8% responderam não conhecer nenhum escore para a avaliação da doença, e 44,1% responderam conhecer algum escore. Destes últimos, apenas 15,7% responderam RIFLE, e 5,2% responderam RIFLE e AKIN. Sobre a utilização do escore na prática diária, 25% disseram utilizá-lo, e 75% disseram não utilizar. Aprincipal justificativa para a não utilização foi a não padronização nos serviços onde trabalhavam. No quesito que analisava o conhecimento sobre o escore de RIFLE, 44,1% consideraram IRA apenas o estágio R do escore RIFLE; 11,6% consideraram apenas o estágio I; 18,6% consideraram apenas o estágio F, e somente 9,3% consideraram os estágios R, I e F como critérios para IRA. Quanto ao chamado da Nefrologia à UTI, 13,9% responderam que a chamam apenas em condições de urgência dialítica; 30,2% chamam a qualquer momento em que se observar o primeiro aumento de creatinina; 18,6% chamam quando a creatinina plasmática está acima do valor de referência e 65,1%, ao primeiro sinal de oligúria persistente. Quando perguntados se, diante de casos de IRA, a chamada precoce do nefrologista à UTI exercia influência na sobrevida do paciente crítico, 93% responderam que sim, e 7% responderam que não.
CONCLUSÃO: O conhecimento de escores para abordagem diagnóstica de IRA foi baixo, bem como sua utilização na prática diária; e a maioria dos médicos julgou necessária a avaliação da nefrologia apenas em condições de oligúria persistente. Estes dados corroboram a necessidade de maior interação entre o nefrologista e o intensivista a fim de tentar uniformizar as condutas destas especialidades frente à IRA.


TLP: 440

Análise da notificação de injúria renal aguda em unidades de terapia intensiva em um hospital de referência de Alagoas

Autor(es): Maria Carolina Santos Malafaia Ferreira; Flávio Teles; Érika Thaynara Pereira Martins; José Ayrton Macedo Guimarães de Oliveira

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

INTRODUÇÃO: Ainjúria renal aguda (IRA) caracteriza-se pela redução súbita da função renal. AIRAafeta de 5 a 7% de todos os pacientes hospitalizados, sendo mais comum na população de UTI, com incidência de até 60%. Há indícios de que o atraso em seu diagnóstico e na instituição da diálise pode estar relacionado a um pior prognóstico em pacientes com IRA. Entretanto, não foram encontrados na literatura dados no tocante a existência ou não de subnotificação de LRAem unidades de terapia intensiva.
MÉTODO: Acoleta de dados foi feita através de visitas à UTI, quando os exames laboratoriais do dia já haviam sido analisados pelo plantonista. Então, o pesquisador perguntava se havia pacientes em IRAou precisando da avaliação da nefrologia. Em seguida, era aplicado o escore RIFLE em todos os pacientes da unidade, tendo como referência seus níveis séricos de creatinina.
RESULTADOS: Foram realizadas 22 visitas, tendo sido abordados 13 médicos plantonistas no total. Foram identificados 39 pacientes com lesão renal, tendo havido subnotificação em 13 visitas (59%) a 12 plantonistas distintos (92,3%) usando-se como critério de avaliação o escore RIFLE. Dos 39 pacientes com lesão renal, 19 (48,7%) tinham sido avaliados pela nefrologia e foram considerados como casos notificados; os outros 20 (51,2%) não haviam sido avaliados pela nefrologia e foram considerados como casos subnotificados. Entretanto, houve intersecção entre o grupo de notificados e de subnotificados, visto que 03 pacientes subnotificados em determinadas visitas haviam sido notificados em visitas posteriores. Dos pacientes notificados, 26,3% apresentavam disfunção renal no estágio R (risco), 5,2% no estágio I (injúria), 68,4% no estágio F (falência) quando foram avaliados pela nefrologia. Nestes casos, o delta-nefro (período decorrido entre a primeira alteração da creatinina e a avaliação da nefrologia) variou de 0 a 10 dias, com média de 2,3 dias. Entre os pacientes subnotificados, 47,8% apresentavam disfunção renal no estágio R, 39,1% no estágio I, e 13% no estágio F na ocasião da visita da pesquisa.
CONCLUSÃO: Houve subnotificação de IRA em 59% das visitas realizadas, com uma prevalência de pacientes subnotificados de 51,2%. Os casos subnotificados apresentaram disfunção mais leve em relação aos notificados, o que sugere que os intensivistas avaliados valorizam pouco os casos menos graves de injúria renal aguda ou mesmo precisam utilizar ferramentas para um diagnóstico mais precoce.


TLP: 441

Fatores de gravidade na leptospirose: análise comparativaentre pacientes admitidos em Unidade de Terapia Intensiva versus enfermaria

Autor(es): Marília Maria Vasconcelos Girão; Douglas de Sousa Soares; Anna Tereza Bezerra de Menezes Fernandes; Ana Patrícia Freitas Vieira; Pedro Randal Pompeu Sidrim; Tiago Francisco dos Santos Miranda; Renan Gomes Mendes Diniz; Maria Gabriela Motta Guimarães; Geraldo Bezerra da Silva Júnior; Elizabeth De Francesco Daher

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: A leptospirose é uma zoonose de importância global. A forma grave cursa, muitas vezes, com necessidade de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e alta mortalidade. O objetivo do estudo é investigar os fatores preditores de gravidade, comparando pacientes admitidos em UTI e em enfermaria.
MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo com 206 pacientes diagnosticados com leptospirose, dos quais 83 foram internados em UTI e 123 em enfermaria de um hospital terciário de Fortaleza-Ce, de 2000 a 2013. Lesão renal aguda (LRA) foi definida de acordo com o critério RIFLE. Foram comparados os pacientes admitidos em UTI (grupo I) e os admitidos em enfermaria (grupo II). Na análise estatística, utilizou-se o programa SPSS, considerado como significativo p_ 0,05.
RESULTADOS: A média de idade foi 36,0±15,8 anos, sendo 85,9% do sexo masculino. Os principais sinais e sintomas foram febre (87,1%), mialgia (77,2%) e icterícia (71,7%). Comparado ao grupo II, o grupo I apresentou menor tempo de internação hospitalar (4,13±3,1 vs. 9,5±5,2 dias, p=0,0001), maior prevalência de taquipneia (33,3% vs. 13%, p=0,004), hipertensão (68% vs. 43,9, p=0,006) e hipotensão (66% vs. 33,3%, p<0,0001). Foram observados menores níveis de Hematócrito (29,6±6,4 vs. 33,1±8,6%, p=0,003), Hemoglobina (10,2±2,4 vs. 11,6±1,9mg/dL, p<0,0001), plaquetas (94427±86743 vs. 128896±137017, p=0,035) e maiores níveis de Bilirrubina direta (9,2±8,5 vs. 5,9±7,1mg/dL, p=0,018) no grupo I. O grupo I apresentou maiores níveis de Creatinina (4,0±2,2 vs. 3,0±2,4mg/dL, p=0,004) e Ureia (131,8±68,0 vs. 101,2±72,5mg/dL, p=0,004). A prevalência de LRAfoi maior no grupo I (93,9% vs. 69,9%, p<0,0001), com formas mais graves de acordo com o critério RIFLE (“Risk” 4,9% vs. 7,5%, “Injury” 17,1% vs. 10,0% e “Failure” 73,2% vs. 54,2%, p<0,0001. ). O uso de terapia dialítica foi mais observado nesse grupo (57,3% vs. 27,6%, p<0,0001). A mortalidade também foi maior no grupo I (23,5% vs. 5,7%, p<0,0001). Os fatores de risco independentes para internação em UTI foram taquipneia (p=0,027, OR=13, IC=1,3-132), hipotensão (p=0,009, OR=5,27, IC=1,5-18) e LRA (p=0,029, OR=14, IC=1,3-150), já o uso de ceftriaxone mostrou ser fator protetor (p=0,001, OR= 0,13, IC= 0,04-0,4).
CONCLUSÃO: Observou-se um padrão de acometimento sistêmico na leptospirose grave, sendo os fatores de risco para internação em UTI: taquipneia, hipotensão e LRA, esta com maior gravidade segundo o critério RIFLE. O uso de ceftriaxone se mostrou fator protetor.


TLP: 442

Lesão renal aguda e distúrbios ácido-base em pacientescríticos neurológicos

Autor(es): Renan Gomes Mendes Diniz; Sônia Leite da Silva; Alexandre Braga Libório; Elizabeth De Francesco Daher; Lara Raissa Cavalcante Malveira; Fernanda Garcia Pires; Thayanne Barreto de Lima; Douglas de Sousa Soares; Álvaro Augusto Câmara da Silva Fernandes; Maria Gabriela Motta Guimarães

Hospital Geral de Fortaleza

INTRODUÇÃO: Estudos de função renal e distúrbios do metabolismo ácido-basico são frequentemente descritos em pacientes em terapia intensiva, porém, raro em pacientes em unidade de Neurointensivismo. Este estudo tem como objetivo caracterizar parâmetros de função renal e distúrbios do metabolismo acidobásico (DAB) em pacientes acompanhados em uma Unidade de terapia intensiva neurológica.
MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo com 60 pacientes internados em uma UTI neurológica de Fortaleza, Ceará, no período de fevereiro de 2012 à dezembro de 2012. Foram analisados: idade, sexo, escala de coma de Glasgow (ECG), doença de base, função renal, gasometria arterial e parâmetros de ventilação mecânica. Lesão renal aguda (LRA) foi definida de acordo com o critério RIFLE. O software GaphPad Prism 6. 0 foi utilizado para para análise estatística, considerando-se significante p<0,05.
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes era de 46,8±14,9 anos, sendo 73% do sexo feminino. A principal causa de internação foi a síndrome da hipertensão intracraniana seundária a tumores e acidentes cerebrovasculares do tipo hemorrágico. Aproximadamente metade da amostra (47%) desenvolveu LRA, sendo 60% classificados como “Risk”, 28% “Injury” e 12% “Failure”. A incidência de LRA durante o internamento na UTI foi maior nos pacientes admitidos com função neurólogica mais debilitada, avaliada pela ECG: 12,3±0,7 naqueles com LRA vs. 14,2±0,3 naqueles sem LRA (p=0,023) e entre os pacientes neurocirúrgicos (75% vs. 38%, p=0,026). DAB foi encontrado em 80% da amostra durante a internação, prevalecendo os distúrbios mistos (78%), com destaque para acidose metabólica associada à alcalose respiratória. Os pacientes em tratamento conservador apresentaram níveis médios de pH superiores aos pacientes neurocirúrgicos (7,44 Vs 7,40, p=0,02), embora não se tenha observado diferença significativa nos níveis de bicarbonato e PaCO2 entre esses dois grupos. .
CONCLUSÕES: A incidência de LRA é elevada entre os pacientes neurocríticos, chamando atenção a incidência de 40% de formas moderadas a graves da LRA. Pacientes com lesão neurológica mais grave e aqueles submetidos a procedimentos neurocirúrgicos possuem maior chance de desenvolver LRA durante o internamento na UTI. Mais estudos são necessários para melhor caracterizar a LRA associada a dano neurológico.


TLP: 443

Perfil epidemiológico de pacientes com Leptospiroseinternados em hospital terciário de Fortaleza, Ceará, Brasil 

Autor(es): Tiago Francisco dos Santos Miranda; Maria Gabriela Motta Guimarães; Lara Raissa Cavalcante Malveira; Elizabeth De Francesco Daher; Maria Beatriz Rabelo Maciel; Tiago Tomaz Teles Peixoto; Ana Carolina Parahyba Asfor; Leonardo Duarte Sobreira Luna; Thayanne Barreto de Lima; Pedro Randal Pompeu Sidrim

Hospital São José de Doenças Infecciosas

INTRODUÇÃO: A leptospirose é uma zoonose global causada por espiroquetas do gênero Leptospira, dez vezes mais frequente nos trópicos do que nas regiões temperadas. O curso clínico da leptospirose é variável, na maioria das vezes auto-limitado, mas em outras ocasiões pode ser uma doença fatal, particularmente quando cursa com icterícia e lesão renal aguda. Esse estudo visa caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes com leptospirose admitidos em um hospital terciário em Fortaleza.
MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo com 300 pacientes com diagnóstico de leptospirose admitidos em um hospital terciário de doenças infecciosas, em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro/2001 até dezembro/2012. Foram avaliados dados coletados relacionados à faixa etária, sexo e evolução, como também dados fornecidos pelo sistema DATASUS no mesmo período, sendo então observada a correlação entre esses valores.
RESULTADOS: No período de 2001 até 2012 foram notificados 690 casos de leptospirose no município de Fortaleza, Ceará, segundo dados obtidos através do DATASUS. O total de casos dessa mesma afecção no hospita foi de 300, no mesmo período. Analisando-se os dados epidemiológicos encontrados nos pacientes atendidos, em relação ao sexo, 256 (85%) destes eram do sexo masculino, enquanto 44 (15%) eram do sexo feminino. Comparando-se esse aspecto aos dados disponíveis no DATASUS para o mesmo período, dos 690 casos, observa-se que 557 (81%) dos pacientes eram do sexo masculino e 133 (19%) do sexo feminino. Utilizando a idade como parâmetro entre os dois banco de dados observou que a faixa etária mais acometida pela leptospirose vai dos 20 anos até os 39. Encontram-se 144 casos (48%) de todos os casos de 2001 à 2012 nessa faixa, conquanto os dados de toda Fortaleza mostram que 304 (44%) dos pacientes estão contidos nesse grupo. Em relação aos óbitos relatados durante esse período, tem-se que no hospital estes representaram 39 (13%) dos 300 casos evoluíram desta forma. Segundo o DATASUS, o número de mortes, relacionadas à agravos do quadro ou por outra causa totalizam o valor de 84 (12 %).
CONCLUSÕES: Demonstra-se que a leptospirose é uma doença de elevada prevalência no nosso meio e com potencial de cursar com mau prognóstico, através da atualização acerca da epidemiologia no estado do Ceará. É necessário o conhecimento adequado dos sinais e sintomas de leptospirose para se firmar o diagnóstico e iniciar o tratamento precocemente, evitando desfechos desfavoráveis.


TLP: 444

Perfil epidemiológico de 200 pacientes internados com insuficiência renal aguda no hospital do idoso de Curitiba

Autor(es): Cássia Gomes da Silveira Santos; Marcelo Mazza do Nascimento; Rafael Fernandes Romani; Ricardo Benvenutti

Hospital do Idoso Zilda Arns

INTRODUÇÃO: A insuficiência renal aguda (IRA) é sabidamente mais prevalente na população idosa. Porém poucos são os estudos que avaliam seu real impacto e suas consequências nesta população, bem como a terapia renal substitutiva no idoso.
OBJETIVO: Estudar o perfil da IRA no paciente idoso hospitalizado, avaliando epidemiologia, etiologia, indicação dialítica, evolução da função renal e morbimortalidade.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisadas as características clínico-laboratoriais de 200 (duzentos) pacientes portadores de insuficiência renal aguda, baseados na classificação de AKIN (Acute Kidney Injury Network – 2005), com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, internados no Hospital do Idoso Zilda Arns(Curitiba-PR)
RESULTADOS: A média de idade foi de 74,5 anos. O sexo masculino foi predominante, totalizando 54% dos pacientes. Diabete mellitus e HAS foram presentes em 31% e 84%, respectivamente. A prevalência de doença renal crônica (DRC) agudizada foi de 34 % sendo a causa renal a mais comum de IRA (58%), seguida de pré-renal, (38%) e pós-renal (4%). A classificação da IRA mais frequente pelo score de AKIN foi 3 e a média da creatinina sérica na admissão hospitalar foi de 3,33 (DP +/- 1,95) com uma taxa de a taxa de filtração glomerular (MDRD) de 25,77 ml/min. Em relação à terapia substitutiva renal, 39 % dos pacientes necessitaram de hemodiálise, sendo que o critério mais prevalente para indicação dialítica foi hipervolemia (14%), seguido de acidose (11%), encefalopatia urêmica (9%) e hiperpotassemia (4%). A média de sessões de hemodiálise foi de 5,9 dias. A mortalidade da população estudada foi de 55%, sendo que dos pacientes que receberam alta, 42 % recuperaram função renal, 47% tornaram-se portadores de doença renal crônica não-dialítica e 11% doença renal crônica dialítica.
CONCLUSÃO: Os pacientes idosos que apresentam IRA apresentam mortalidade elevada. Alem disto, a maioria dos sobreviventes, podem não recuperar completamente sua função renal, o que os torna possiveis candidatos à diálise crônica em nosso meio


TLP: 445

Avaliação da ativação do NF-kB em células HK-2 submetidas a injúria por estresse oxidativo

Autor(es): Hugo Nóbrega da Rocha Filho; Maria Helena Bellini; Nestor Schor

Universidade Federal de São Paulo

INTRODUÇÃO: A lesão renal aguda é uma síndrome que se manifesta pela redução abrupta da taxa de filtração glomerular. A isquemia é a principal causa desta síndrome, a qual promove um brusco declínio do fluxo sanguíneo renal, a restrição de oxigênio e nutrientes, o acúmulo de metabólitos nos tecidos e a depleção do ATP intracelular. Tais alterações acarretam a injúria nas células epiteliais tubulares levando a geração excessiva de espécies reativas de oxigênio e o aumento da enzima desidrogenase láctica, ativando assim mecanismos de estresse oxidativo e morte celular, respectivamente. Trabalhos indicam que o fator de transcrição nuclear kB (NF-kB) é um dos mediadores desses processos e que pode ser ativado pelas espécies reativas de oxigênio.
OBJETIVO: Avaliar a expressão gênica do NF-kB em células epiteliais do túbulo proximal humano (HK-2) submetidas à injúria por estresse oxidativo com peróxido de hidrogênio.
MATERIAIS E MÉTODOS: A viabilidade celular foi avaliada pelo ensaio de exclusão por Trypan Blue, e pelo sal de tetrazólio MTS. A mensuração da enzima desidrogenase láctica, foi realizada como indicador de estresse oxidativo com peróxido de hidrogênio. Os grupos experimentais foram: Controle (CT), Injuriado/24 horas (IN24) e Injuriado/48 horas (IN-48). A expressão de genes relacionados ao mecanismo de sinalização do NF-kB foi realizada por PCR em tempo real. A análise estatística foi realizada com o teste Two-way ANOVA, seguido do teste de análise de variância de Bonferroni.
RESULTADOS: A injúria celular foi estabelecida na concentração de 1mM de peróxido de hidrogênio por 2 horas de exposição, a qual acarretou na modulação de alguns genes da via de sinalização do NF-kB. No grupo IN-24 houve um aumento na expressão gênica da Ikk_ (6,04 vezes); Ikk_ (2,92 vezes); Ikk_ (3,03 vezes); IkB_ (9,08 vezes); IkB_ (2,35 vezes); p-50 (3,85); p65 (3,56 vezes) em relação ao CT (P<0,01) para todos os genes. Em relação ao grupo IN-48 houve uma diminuição não significativa, na expressão de todos os genes, comparado ao CT. Na comparação do grupo IN-24 vs IN-48 houve um aumento de 7,27; 8,45; 6,44; 14,64; 5,10; 11,0; 12,27 vezes dos respectivos genes no grupo IN24 (P<0,01).
CONCLUSÃO: 24 horas após a injúria celular, houve um aumento significativo na expressão dos genes analisados e 48 horas após a injúria a expressão desses genes foi similar á apresentada pelo grupo CT.


TLP: 446

Lesão Renal Aguda por Síndrome Hemolítica Urêmica Atípica: um relato de caso

Autor(es): Raíssa de Medeiros Marques; Ana Helena S Maia; Ferdinand G S S Maia; Antônio Filgueira de Q Júnior; Maurício G Pereira; Luiz Alcides de L Marinho; Rodrigo de V e Furtado

Hospital Promater

Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) é um distúrbio da microvasculatura, expressado clinicamente por anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia. Formas atípicas de SHU (SHUa) têm prognóstico ruim, com evolução para doença terminal renal em 50% dos casos e mortalidade elevada. O rápido reconhecimento oferece a chance de um tratamento promissor, com possibilidade de melhores desfechos. MJS, sexo feminino, 40 anos, em acompanhamento com reumatologista por artralgia há 4 meses. Admitida em UTI cardiológica por Insuficiência respiratória, em ventilação mecânica, e elevação de troponina, com suspeita de IAM sem supra-ST; Ecocardiograma: derrame pleural e pericárdico, sem alteração segmentar. Realizada angio-TC, que afastou doença coronariana.
CREATININA NA ADMISSÃO: 1,7, com piora para 3 em 24 horas e necessidade de diálise em 48 horas. Iniciado tratamento com metilprednisolona. Evoluiu com hipertensão arterial de difícil controle e amaurose, sendo detectada vasculite de retina. Introduzido pulso com ciclofosfamida, com melhora do quadro.
MARCADORES IMUNOLÓGICOS: FAN 1:280 e anti-RNP 1:240; anti-DNA, anti-SM, anti-Scl-70, anti-cardiolipina negativos. Apresentou anemia hemolítica, com Coombs direto negativo, LDH elevado e esquizócitos, com contagem plaquetária normal. Realizou biópsia renal. Recebeu alta hospitalar, com melhora, sendo acompanhada ambulatorialmente por 1 mês mantendo disfunção renal. Biópsia evidenciou microangiopatia trombótica. Readmitida em UTI com rebaixamento do nível de consciência, convulsões e insuficiência respiratória.
TC DE CRÂNIO: lesões isquêmicas em região occipital e cerebelo, sugerindo vasculite de SNC. O quadro de vasculite sistêmica associada a microangiopatia trombótica renal tornou possível o diagnóstico de SHUa. Foi solicitado ADAMTS13 (atividade de 40%) e iniciado tratamento com Eculizumab. A paciente apresentou melhora clínica inicial, porém faleceu após 48 horas por acidente vascular encefálico hemorrágico. O tratamento inicial com pulso de metilprednisolona e ciclofosfamida baseou-se na suspeita clínica de doença autoimune. Ademora no diagnóstico definitivo retardou a introdução do tratamento de escolha. Séries de casos mostram que o tratamento precoce com eculizumab ou plasmaférese apresentam desfechos satisfatórios.


TLP: 447

AKIN x RIFLE – Comparação entre dois escores deInsuficiencia Renal Aguda em uma unidade de terapia intensiva oncológica

Autor(es): Rodrigo Enokibara Beltrame; Marcos Rodrigues Alves; Lia Conrado; Leandro Junior Lucca

IBENE Instituto Bebedouro de Nefrologia / Serviço de Nefrologia do Hospital de Cancer de Barretos

Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma síndrome clínica comum definida como a falência repentina da função renal manifestada pelo aumento da creatinina sérica e/ou a redução da produção urinária.
OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo comparar os escores RIFLE e AKIN como indicadores prognósticos de mortalidade em pacientes oncológicos atendidos na UTI do Hospital de Câncer de Barretos-Fundação Pio XII, no período de 2011-2014.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional, tipo Coorte, de pacientes atendidos e diagnosticados com IRA, considerando-se como desfecho final mortalidade ou recuperação da função renal. Sendo excluídos pacientes menores de 18 anos, pacientes que não preenchiam critérios RIFLE e AKIN e os que já possuíam diagnóstico de insuficiência renal crônica (IRC) em estágios 3, 4 e/ou 5.
RESULTADOS: Foram avaliados 815 pacientes, 63,31% do sexo masculino, idade média de atendimento de 60,89 anos. Foram submetidos a Terapia Renal Substitutiva (TRS) 44,79% dos pacientes, totalizando 2. 268 sessões de TRS (2,17 sessões/dia), sendo observado, nestes, uma mortalidade de 54,25%. A IRA foi classificada em 17,84%, 31,46% e 50,70% dos pacientes como RIFLE-R (RR), RIFLE-I (RI) e RIFLE-F (RF), respectivamente; 19,45%, 32,28% e 48,28% dos pacientes foram classificados como AKIN-1 (A1), AKIN-2 (A2) e AKIN-3 (A3) respectivamente; a mortalidade foi de 22,05% R1 x 24,11% A1 (p=0,267); 29,91% R2 x 31,20% A2 (p=0,598) e 47,65% R3 x 46,57% A3 (p=0,470). Quando comparados R1 x R2 x R3 e A1 x A2 x A3 houve diferenças significativas na mortalidade dos diferentes estadiamentos (p<0,01).
CONCLUSÃO: Quando comparados em termos de severidade e mortalidade hospitalar da IRA, não houve diferença significativa entre os dois escores, porém, ambos se mostraram como indicadores de mau prognóstico.


TLP: 448

Distúrbios eletrolíticos e ácido-base em terapia renal substitutiva contínua

Autor(es): Suellen Christina Klein; Simone Chinwa Lo; Alcino Pires Gama; Camila Eleuterio Rodrigues; Lucia Andrade

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP

INTRODUÇÃO: A maioria dos casos atuais de lesão renal aguda (LRA) ocorre nas unidades de terapia intensiva (UTI), onde a incidência pode chegar a 30%. Terapia renal substitutiva (TRS) se faz necessária em metade dos casos, e a mortalidade pode alcançar 80%. Nessas situações as terapias contínuas são as modalidades mais indicadas. Distúrbios eletrolíticos e ácido-base são consequências da TRS e interferem na morbidade dos pacientes. O objetivo do estudo foi analisar a prevalência de distúrbios eletrolíticos e ácido-base em pacientes críticos submetidos a TRS contínua.
MÉTODO: Estudo descritivo retrospectivo de prontuários de pacientes internados em unidades de terapia intensiva clínicas e cirúrgicas, diagnosticados com LRA e que requereram TRS contínua, no período de outubro de 2013 a março de 2014. O diagnóstico etiológico da LRAfoi documentado e as terapias foram divididas em CVVH ou CVVHD. Ambas analisadas quanto ao uso de anticoagulação regional com citrato (ACD a 2,2%) ou lavagem do sistema com soro fisiológico. Eletrólitos, PH e bicarbonato sanguíneos foram revisados após 24h de terapia contínua. Alcalose metabólica foi definida como PH>7. 45 ou bicarbonato >26, disnatremia foi considerada quando variação de sódio superior a 9 mEq/L em 24h, hipocalemia, hipocalcemia e hipofosfatemia quando k<3. 5 mEq/L, Ca2+< 4. 6 e P<2. 7, respectivamente.
RESULTADOS: Foram analisados 76 casos de TRS contínua. As principais causas de LRA foram sepse (51%), SIRS (20%) e síndrome cardiorrenal (11%). A idade variou de 14 a 90 anos, com média de 55 anos, sendo que 56% dos doentes eram do sexo masculino. A prevalência de doença renal crônica à admissão foi 36%. CVVH foi indicada em 68,5% dos casos, desses, 63% receberam citrato trissódico. Em CVVHD, o citrato foi utilizado em 50% das terapias (p=ns). Os principais distúrbios eletrolíticos e ácido-base observados foram: disnatremia (p: 0,02) em CVVHD, e maior incidência de alcalose e hipocalcemia quando se utiliza citrato trissódico independente da modalidade (p: 0,03 e 0,002, respectivamente). .
CONCLUSÕES: Os dados sugerem que a CVVH é mais segura no controle da variação de sódio do que a CVVHD. O uso de citrato é a primeira escolha como anticoagulante regional em terapia renal substitutiva contínua, porém confere maior risco de hipocalcemia e alcalose metabólica.


TLP: 449

Glomerulonefrite rapidamente progressiva por endocarditeinfecciosa

Autor(es): Victor Dantas Macedo; Leticia Guedes Ferreira Lopes; Carlos Rafael de Almeida Felipe

Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte / Centro de Nefrologia

INTRODUÇÃO: A incidência de glomerulonefrite relacionada à infecção (GNRI) tem crescido em adultos. Tradicionalmente descrita na população pediátrica, em que se relaciona com a infecção pelo estreptococo do grupo A, nos adultos, afeta principalmente indivíduos idosos e imunossuprimidos, com predomínio de infecções não-estreptocócicas. A endocardite infecciosa é causa importante de GNRI, causando algum grau de lesão renal aguda em até um terço dos pacientes.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente de 50 anos com prostração, hiporexia e perda de peso procurou unidade de pronto atendimento no dia 12/05/14. Exames iniciais mostraram anemia, plaquetopenia e azotemia grave (creatinina de 12mg/dL e ureia de 300). Foi transferido para o Hospital da Santa Casa de Belo Horizonte em 13/05/14, onde foi iniciado tratamento. Febril, recebeu antibiótico de amplo espectro (ceftazidima). Exame físico identificou sopro sistólico regurgitativo III/VI, mais audível em foco mitral. Exame de urina mostrou um pH de 6,0, densidade de 1015, proteína +, hemoglobina +++ com presença de dismorfismo eritrocitário. Complemento sérico estava consumido (C3 e C4). Em 15/05, evoluiu com choque séptico, sendo transferido ao CTI, recebendo vancomicina. Houve crescimento de Enterococcos faecalis nas quatro amostras de hemoculturas. Ecocardiograma mostrou regurgitação mitral grave, com espessamento valvar e vegetação de aproximadamente dois centímetros. Foi optado por início de Daptomicina para tratamento de Endocardite Infecciosa. Paciente evoluiu com melhora do choque, porém dependente do tratamento dialítico.
DISCUSSÃO: A endocardite infecciosa pode cursar com glomerulonefrite rapidamente progressiva mimetizando quadros auto-imunes primários. Achados como febre, sopro cardíaco, isolamento de micro-organismo típico em hemocultura, manifestações cutâneas embólicas e visualização de vegetação ao ecocardiograma elevam a suspeita desta complicação renal. Nestes casos, observa-se glomerulonefrite proliferativa difusa, crescêntica e necrotizante, com depósitos de imunocomplexos no mesângio e alças capilares. FAN, FR e ANCA podem ser positivos e o consumo do complemento é característico. No presente caso não foi realizada biópsia renal em função da gravidade do paciente e da apresentação típica.

PALAVRAS CHAVE: Endocardite Infecciosa; Glomerulonefrite pósinfecciosa; Enterococcos Faecalis


TLP: 450

Hipertensão e diabetes mellitus como fatores de risco paralesão renal aguda de acordo com as classificações RIFLE e AKIN

Autor(es): Stanlei Luiz Mendes de Almeida; Marcia Cristina da Silva Magro

Faculdade de Ceilândia/Universidade de Brasília

INTRODUÇÃO: A detecção precoce da lesão renal aguda (LRA) na comunidade ainda é um grande desafio no meio científico. Essa patologia pode ser considerada uma doença grave e que representa riscos para a vida do indivíduo.
OBJETIVO: Descrever a incidência da LRA em pacientes diabéticos e hipertensos na atenção primária por meio das Classificações RIFLE e AKIN.
METODOLOGIA: Estudo longitudinal, prospectivo, quantitativo. Desenvolvido durante o período de 12 meses em uma Unidade de Atenção Básica do Distrito Federal. Foram incluídos 79 pacientes com idade igual ou superior a 18 anos; cadastrados no programa de assistência ao diabetes e hipertensão; sem história de lesão renal prévia de acordo com o estágio 1 ou de risco das Classificações AKIN/RIFLE e que não foram submetidos a exames contrastados nas últimas 72 horas anterior ao início do acompanhamento e excluídos aqueles com história de insuficiência renal crônica. Para avaliação da função renal foi utilizado apenas o critério creatinina das Classificações RIFLE e AKIN. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos.
RESULTADOS: A maioria (74,7%) dos pacientes era do sexo feminino, com idade média de 60 anos e índice de massa corpórea de 28,1 kg/m2. Dos pacientes acompanhados, 94,9 % eram hipertensos. Verificou-se que 5,1% dos pacientes acompanhados evoluíram com disfunção renal, mas precisamente no estágio de risco pela Classificação RIFLE, enquanto 12,7% foram estratificados no estágio 1 pelo AKIN. Nenhum paciente foi estratificado no estágio de lesão ou falência renal.
CONCLUSÃO: Foi observado que a Classificação AKIN identificou maior número de pacientes no estágio de risco em relação a Classificação RIFLE. Todos os pacientes hipertensos e diabéticos estratificados pelas Classificações RIFLE e AKIN estavam predominantemente no estágio de risco, revelando a possibilidade de implementação de estratégias de prevenção para evitar a progressão do acometimento da função renal, minimizando custos para o sistema de saúde.
DESCRITORES: Lesão renal aguda; Classificação; Atenção primária à saúde.


TLP: 451

Estadiamento da injúria renal aguda na sepse

Autor(es): Thaís Martins Gomes; Marcia Cristina da Silva Magro; Paula Regina de Souza Hermann

Faculdade de Ceilândia/Universidade de Brasília

INTRODUÇÃO: O rim é comumente afetado durante a sepse e o seu comprometimento eleva o risco da mortalidade. Afisiopatologia da injúria renal aguda (IRA) na sepse é complexa e multifatorial e inclui mudanças hemodinâmicas intrarenal, disfunção endotelial, infiltração de células inflamatórias no parênquina renal, trombose intraglomerular e obstrução tubular com necrose celular e debris.
OBJETIVOS: Identificar a incidência e realizar o estadiamento da IRA de pacientes sépticos que evoluem com injúria renal no cenário de terapia intensiva.
MÉTODO: longitudinal, prospectivo, quantitativo. A casuística foi constituída por 21 pacientes sob regime de internação na Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital da rede pública do Distrito Federal, com idade igual ou superior a 18 anos; diagnóstico médico de síndrome da resposta inflamatória sistêmica; sem disfunção renal prévia de acordo com o estágio de risco da Classificação RIFLE. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos.
RESULTADOS: A maioria (71,4%) dos pacientes era do sexo feminino, com idade média de 55 anos. 76% fez uso de droga vasoativa (noradrenalina). O tempo mediano de intubação foi de 20 dias, com PEEP média de 9cmH2O. Do total de pacientes, 44% morreram e 90,5% evoluíram com IRA. A maioria (47,6%) evoluiu no estágio de lesão, 38,1% no estágio de risco pela Classificação RIFLE. O fluxo urinário identificou mais pacientes em disfunção renal do que a creatinina sérica. A idade mostrou relação significativa com a disfunção renal (p=0,049). Tempo de antibiótico identificou associação com tempo de intubação maior do que 7 dias (p=0,01).
CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes com sepse internados na UTI evoluem com IRA no estágio de risco e lesão predominantemente. Dessa forma, o estabelecimento de medidas preventivas precocemente pode representar a chave mestre na promoção à saúde para o sistema de saúde.
DESCRITORES: Lesão renal aguda; classificação; Sepse.

REFERÊNCIAS
-BAGSHAW S,M; LAPINSKY S;DIALS, et al: Acute kidney injury in septic shock: Clinical outcomes and impact of duration of hypotension prior to initiation of antimicrobial therapy. Intensive Care Med v. 35 p. 871-881, 2009.
-ZAPPITELLI, M. : Epidemiology and diagnosis of acute kidney injury. Semin Nephrol v. 28 p. 436- 446, 2008.
-WAN,L; BAGSHAW S,M; LANGENBERG C, et al: Pathophysiology of septic acute kidney injury: What do we really know? Crit Care Med v. 36 p. S198-S203, 2008.


TLP: 452

Hipertensão maligna com ira dialítica como complicações da síndrome de Guillain – Barré: relato de caso

Autor(es): Mariana Pin de Andrade; Lectícia Jorge; Cristiane B. Dias; Luis Yu; Viktoria Woronik

Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: Microangiopatia trombótica e injúria renal aguda após hipertensão maligna devido a disfunção autonômica pode ser uma complicação secundária à Síndrome de Guillain- Barré. Acreditase que esta síndrome seja resultado de uma resposta imune anormal contra tecidos neuronais. Essa resposta pode ser desencadeada por cirurgias, imunizações, ou infecções. A forma mais comum da doença, poliradiculoneuropatia inflamatória desmielinizante se apresenta como uma fraqueza motora progressiva.
RELATO DO CASO: Nós descrevemos uma paciente do sexo feminino, 38 anos, que apresentou status epiléptico secundário a encefalopatia hipertensiva, com pressão arterial de 266/194mmHg e fundo de olho com exsudatos algodonosos. Na recuperação foi encontrada arreflexia . A eletroneuromiografia confirmou o diagnóstico clínico de Síndrome de Guillain- Barré e o laboratório mostrou injúria renal aguda grave . Creatinina estava 7,2 mg/dL, ureia 184, TFG 8 ml/min/1,73 mm3. Anemia hemolítica com padrão de microangiopatia trombótica(Hb 6 g/dL, haptoglobina <10, DHL 2964, esquizócitos 12,6%, reticulócitos 0,86%, Bilirrubina indireta 1,3 mg/dL, e 9000 plaquetas. Urinálise com +100 leucócitos,+100 eritrócitos, proteína > 1g/dL. Sorologias e provas reumatológicas negativas. Paciente foi tratada com antihipertensivos e anticonvulsivantes, além de imunoglobulina intravenosa , com completa melhora dos sintomas autonômicos e melhora parcial na fraqueza muscular. Esteve em diálise por 1 mês. No final do tratamento paciente recuperou função renal (Cr 1,0 mg/dL), e a anemia (Hb 12,5 mg/dL),sem evidências de hemólise, e urina 1 normalizada.
DISCUSSÃO: Síndrome de Guillain – Barré pode resultar em sintomas de encefalopatia hipertensiva mesmo antes do início de sintomas motores graves. Aproximadamente 75% dos casos têm sintomas autonômicos, como instabilidade hemodinâmica, usualmente hipotensão. Raros casos são descritos em literatura mostrando associação com hipertensão arterial maligna.


TLP: 453

Insuficiência renal aguda secundária a dengue clássica

Autor(es): Alysson Coimbra de Souza Carvalho; Eduardo Roberto da Silveira; Mario Antonio Mafra Macedo; Roberto Salum ; Silvia Corradi de Faria; Guilherme Resende Raposo; Maria Luiza Magalhaes; Frederico Macedo da Rocha

Hospital Vera Cruz- Belo Horizonte

OBJETIVO: Relatar caso de insuficiência renal aguda (IRA) secundária a rabdomiólise em paciente com sorologia positiva para Dengue e suas manifestações clínicas e laboratoriais.
RELATO DE CASO: FRB, 46 anos, hígido, deu entrada no PS do Hospital Vera Cruz com quadro de lombalgia e cefaléia. Relato de possível diagnóstico de dengue há 01 semana feito em outro serviço porém com sorologias em andamento. Exames admissionais evidenciaram: creatinina sérica de 5,96 mg/dl, uréia 84 mg/dl, creatino-fosfoquinase (CPK) 7373 U/L, sorologias IgG e IgM para dengue positivas, porém não foi realizado sorotipagem. Ultrassonografia abdominal mostrou hepatopatia aguda, esteatose hepática e alteração da ecogenicidade do parênquima renal bilateralmente, sugerindo nefropatia aguda. No terceiro dia de internação, apesar de hidratação venosa vigorosa e alcalinização da urina, evoluiu com creatinina sérica de 6,41 mg/dl, uréia 101 mg/dl, CPK 19652 U/L. Nos dias subsequentes, evoluiu com melhora da função renal progressivamente. Recebeu alta hospitalar após 08 dias de internação com creatinina sérica de 1,73 mg/dl, uréia 40 mg/dl, CPK 1059 U/L para acompanhamento ambulatorial. Exames de ambulatório de 23/03/2013 mostravam creatinina sérica de 1,46 mg/dl, uréia 45mg/dl e CPK 385 U/L.
CONCLUSÃO: AIRAsecundária a infecção pelo vírus da dengue é multifatorial, tendo como causas principais o choque hipovolêmico, a lesão direta pelo vírus e a rabdomiólise. Apesar de ainda não existirem muitas evidências científicas sobre a patogênese, é importante que o diagnóstico seja feito corretamente, a fim de se iniciarem medidas clínicas para evitar sequelas futuras, principalmente nas regiões endêmicas.


TLP: 454

Sindrome Hemol[itico-urêmica: relato de caso

Autor(es): Maria Luiza Garcia de Magalhães; Alysson coimbra de Souza Carvalho; Eduardo Roberto da Silveira; Frederico Macedo da Rocha; Mario Antonio Mafra Macedo; Roberto Eduardo Salum; Leidson Duraes Alkmin

Hospital Vera Cruz

OBJETIVO: Relatar caso de Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) evoluindo com insuficiência renal aguda (IRA), necessidade de hemodiálise (HD) e posterior recuperação da função renal.
RELATO DE CASO: JTS, 62 anos, homem, portador de gota em uso irregular de alopurinol, procurou atendimento médico de urgência 13/06/11 com diarréia intensa associada a vômitos e febre 38,7º e redução do débito urinário, com 1 dia de evolução. Exames evidenciaram leucocitose importante, anemia (Hb 6,5), plaquetopenia, hipercalemia (7,6), aumento de uréia (150) e creatinina (3,85), hiperbilirrubinemia (8,0) não conjugada (6,6), aumento de LDH (4619) e alterações das transaminases. Iniciados reposição volêmica, aminas vasoativas, HD de urgência e ventilação mecânica. Evoluiu com quadro extremamente grave, com níveis de hemoglobina entre 2,9 a 5,6, apesar das hemotransfusões. Pesquisa de esquizócitos no sangue periférico foi positiva. Iniciada plasmaférese com resposta satisfatória. Após 5 dias, sem necessidade de aminas vasoativas. No 10 º dia saiu da ventilação mecânica, mas ainda em HD em dias alternados. Alta hospitalar em 13/07/2011 com acompanhamento ambulatorial pela nefrologia. Permaneceu em HD crônica por aproximadamente 40 dias, quando recuperou função renal. Atualmente em tratamento conservador com níveis estáveis de escórias renais.
CONCLUSÃO: A SHU é uma síndrome aguda caracterizada por anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia, com diferentes graus de insuficiência renal. A plasmaférese e antibioticoterapia são tratamentos de escolha. Quando o tratamento é realizado de maneira rápida e adequada há resposta clínica favorável com possibilidade de recuperação da função renal como ocorreu no caso em questão.


TLP: 455

Púrpura trombocitopênica trombótica – relato de caso

Autor(es): Maria Luiza Garcia de Magalhães; Alysson Coimbra de souza Carvalho; Eduardo Roberto da Silveira; Frederico Macedo da Rocha; Leidson Duraes Alkmin; Mario Antonio Mafra de Macedo; Roberto Eduardo Salum

Hospital Vera Cruz

OBJETIVO: Relatar caso de Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) evoluindo com insuficiência renal aguda (IRA) que respondeu satisfatoriamente à plasmaférese.
RELATO DE CASO: AMB, 43 anos, homem, portador de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e esquizofrenia, admitido em 20/02/2013 no Hospital Vera Cruz com relato de 3 episódios de crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas. Evoluiu com rebaixamento do nível de consciência, foi intubado e encaminhado ao CTI. Exames da admissão: creatinina 1,68mg/dl, plaquetopenia discreta e creatinofosfoquinase (CPK) de 4848. Após 2 dias, evoluiu com redução do débito urinário, creatinina 6,81mg/dl, queda de hemoglobina, piora da plaquetopenia (28. 000), CPK 9020, LDH 1399, coombs direto negativo e esquizócitos em sangue periférico, sendo feito diagnóstico de PTT. Solicitada plasmaférese na urgência e iniciado corticoterapia venosa. Foram realizadas 3 sessões de plasmaférese em dias consecutivos com melhora clínica e laboratorial, apresentando diurese satisfatória. Não houve necessidade de hemodiálise. Recebeu alta hospitalar após 15 dias de internação com recuperação de função renal e plaquetas (creatinina 1,16mg/dl, uréia 23mg/dl,plaquetas246. 000), para acompanhamento ambulatorial.
CONCLUSÃO: A PTT é uma síndrome aguda caracterizada por anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia (critérios obrigatórios para o diagnóstico), alterações neurológicas, diferentes graus de insuficiência renal e febre. Se não diagnosticada rapidamente pode ser fatal, porém, quando o diagnóstico é feito precocemente, possibilitando início imediato do tratamento de escolha (plasmaférese), ocorre resposta clínica favorável, como no caso em questão.


TLP: 456

Insuficiência renal aguda secundária a picadas de abelhas – relato de caso

Autor(es): Maria Luiza Garcia de Magalhães; Alysson Coimbra de Souza Carvalho; Eduardo Roberto da Silveira; Frederico Macedo da Rocha; Leidson Durães Alkmin; Mario Mafra Antonio de Macedo; Roberto Eduardo Salum

Hospital Vera Cruz

OBJETIVO: Relatar caso de insuficiência renal aguda (IRA) secundária a rabdomiólise após múltiplas picadas de abelhas e suas manifestações clínicas e laboratoriais.
RELATO DE CASO: MR, 42 anos, hígido, evoluiu nas últimas 24 horas com quadro de diarréia, anasarca, anúria, náuseas e vômitos. Relaro de ter sido picado por múltiplas abelhas no dia anterior durante trabalho. Procurou atendimento médico e exames laboratoriais mostravam creatinina sérica de 9,4 mg/dl, uréia 250 mg/dl, hipercalemia, hiponatremia, leucocitose, creatino-fosfoquinase (CPK) 30. 162 U/L, icterícia as custas de bilrrubina indireta. À ultrassonografia, rins com volume dentro dos limites da normalidade, com aumento da espessura cortical. Realizada hidratação venosa porém manteve-se anúrico e, então iniciada terapia renal substitutiva diária (total de 5 sessões de hemodiálise). Evoluiu com melhora clínica e laboratorial, com queda progressiva da CPK e retorno da função renal próxima a basal.
CONCLUSÃO: IRApor rabdomiólise induzida por picadas de abelhas é grave e associada a uma elevada mortalidade, devendo ser tratada precocemente e de forma agressiva. O recurso à hemodiálise apresenta vantagens na rabdomiólise ao permitir a depuração eficiente de produtos tóxicos.


TLP: 457

Características clínica dos pacientes idosos com injúriarenal aguda internados no hospital universitário Gaffrée e Guinle

Autor(es): Elana de Azevedo Lannes; Luiz Paulo José Marques

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO

INTRODUÇÃO: A incidência de injúria renal aguda (IRA) está em ascensão em pacientes de todas as idades. Entretanto, a população acima de 65 anos é mais suscetível ao desenvolvimento de IRA. A idade avançada surge como fator preditivo positivo para o insulto renal e o aumento da morbimortalidade. Contudo, há poucos estudos sobre a incidência e a evolução de IRA nos pacientes idosos.
OBJETIVO: Analisar os fatores associados a IRA em idosos, correlacionando-os com a evolução clínica da doença.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo transversal em pacientes acima de 65 anos com IRA, baseado nos critérios diagnóstico AKIN/RIFLE, internados no Hospital Universitário Gaffrée Guinle, entre Janeiro e Dezembro de 2013. A amostra de 55 pacientes foi dividida em 3 grupos: prérenal, renal e pós-renal. Os pacientes foram analisados quanto a presença de comorbidades, fatores de risco e desfecho clínico.
CONSIDERAMOS COMO COMORBIDADES: hipertensão arterial, diabetes melitus, insuficiência cardíaca e hepática, neoplasia; e fatores de risco: infecção, choque séptico, hemorragia, grande cirurgia, uso de drogas nefrotóxicas ou contraste, pancreatite e cistite actínica. Utilizamos como desfecho a recuperação da função renal e o óbito.
RESULTADOS: A idade média global da população foi de 74,9 ±6,9 anos, tendo o grupo pós-renal a maior média de idade, 79,1 ±7,6 anos, sendo que destes 76,9% tinham neoplasia. O número de comorbidade e/ou fator agravante não interferiu na recuperação da função renal (p>0,050). Entretanto, o aumento do número de fatores agravantes levou ao aumento da mortalidade quando avaliado toda a amostra (p=0,007). Os pacientes que evoluíram para óbito apresentaram média de 2,0 ±0,8 fatores agravantes e os que não foram a óbito tinham 1,3 ±0,9 fatores agravantes. Choque séptico foi considerado um fator isolado e teve correlação significativa com a necessidade de diálise (p=0,0152) e o aumento da mortalidade (p=0,030). A mortalidade global da amostra foi de 49%.
CONCLUSÃO: Constatamos uma alta mortalidade nos idosos com IRA. O número de fatores de risco se correlacionou positivamente com a mortalidade. Choque séptico se comportou como fator de risco isolado para o aumento da mortalidade e para necessidade de diálise.


TLP: 458

Relato de caso: lesão renal aguda associada a “quase afogamento”

Autor(es): Cassiano Augusto Braga Silva; Tulio Coelho Carvalho; Nathalia Pereira Paschoalin; Raphael Pereira Paschoalin; Livia Queiroz Leão Souto; José Andrade Moura Junior; Alexandrapereira de Oliveira Garrido; Andréa Callou; Alessandro Alves Queiroz; Ágnor Christy Ribeiro

Clinica Senhor do Bonfim

INTRODUÇÃO: “Quase afogamento” é um termo utilizado na literatura para caracterizar os indivíduos que sobrevivem a um acidente por submersão. A lesão renal aguda (LRA) associada ao quadro está intimamente relacionada ao reflexo de mergulho, à hipotermia, à hipoperfusão renal e à rabdomiólise. Pode se manifestar desde quadros assintomáticos ou até com necessidade de terapia renal substitutiva, a depender da gravidade e do local do acidente, assim como da quantidade de líquido aspirado.
RELATO DO CASO: Masculino, 41 anos, pardo, previamente hígido, procurou ambulatório de Nefrologia após 6 dias de episódio de “quase afogamento” em local de encontro de água salgada com água doce, com quadro de dores pelo corpo de leve intensidade. Não soube especificar maiores detalhes relacionados ao tempo e à magnitude do episódio. Não procurou por assistência médica no dia do acidente. Negava quaisquer queixas urinárias ou urêmicas. Função renal pregressa era normal.
AO EXAME FÍSICO: BEG, consciente, corado, anictérico, eupnéico, PA 150 x 90 mmHg; sem edemas, ausculta pulmonar sem alterações. Exames do mesmo dia da consulta mostravam Hb 14,9 g/dl; GB 7300/mm³; bilirrubina total 0,97 mg/dL (BD 0,21; BI 0,76); uréia (U) 79 mg/dL; creatinina (Cr) 2,2 mg/dL; ácido úrico (AU) 9,6 mg/dL; sódio 135 mEq/L; potássio 3,9 mEq/L; CPK 503 U/L (38 – 174). Sumário de urina: sem alterações. Ultrasonografia de aparelho urinário sem alterações. Optado por conduta conservadora, através de hidratação, e seriar exames. Transcorridos 10 dias do acidente, o paciente encontrava-se assintomático, com exames evidenciando normalização da função renal: U 37 mg/dL; Cr 1,1 mg/dL; AU 7,0 mg/dL; CPK 176 U/L.
DISCUSSÃO: Aetiologia da LRAestá bem caracterizada dentro do contexto de acidentes por submersão, não existindo muitos relatos na literatura acerca das vítimas de “quase afogamento”, derivadas talvez da escassez e transitoriedade dos sintomas na maioria dos casos, o que não motiva pela procura por serviços de emergência. Relatamos aqui um caso de um paciente que foi vítima de “quase afogamento”, e que cursou com LRA sem necessidade de terapia dialítica, tendo recuperado a função renal após 10 dias do episódio.


TLP: 459

Estratificação da injúria renal aguda no pós-operatório decirurgia cardíaca por meio da Classificação KDIGO

Autor(es): Alynne Vicentina Elias da Silva; Tatiane Aguiar Carneiro; Mayara Silva do Nascimento; Amanda de Souza Lima; Marcia Cristina da Silva Magro

Faculdade de Ceilândia/Universidade de Brasília

INTRODUÇÃO: Atualmente, ainda não há nenhuma terapia curativa para injúria renal aguda (IRA), mas evidências científicas na última década identificaram vários meios para impedir ou limitar essa síndrome.
OBJETIVOS: Estratificar a função renal dos pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca em estágios de comprometimento por meio da classificação KDIGO; Verificar o perfil dos pacientes que evoluem com IRA no pós-operatório de cirurgia cardíaca.
MÉTODO: Estudo prospectivo, longitudinal, quantitativo, desenvolvido com 45 pacientes sob regime de internação na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público da região centro-oeste. Os pacientes foram acompanhados desde o período pré-operatório até 72 horas de pós-operatório. Foram incluídos aqueles com idade superior a 18 anos; sem história de lesão renal prévia de acordo com o estágio 1 da classificação KDIGO; que não tivesse sido submetido a exame contrastado nas últimas 72 horas pré-cirurgia; em pós-operatório de revascularização do miocárdio (RM) e troca valvar (TV). E excluídos os pacientes com histórico de transplante renal prévio; sem o termo de consentimento livre e esclarecido assinado; com história de insuficiência renal crônica (taxa de filtração glomerular < 60mL/min/1. 73m2).
RESULTADOS: Aidade média dos pacientes foi de 57 anos e IMC de 25,9. Da amostra estudada 48,9% era do sexo masculino. 40% eram tabagistas e 55,6% hipertensos. A mediana do APACHE foi de 15. Realizou-se RM em 62,2% dos pacientes, TV em 31% e em 4,4% cirurgia combinada. O tempo mediano de cirurgia foi de 300 minutos e de ventilação foi de 12 dias. 91,1% dos pacientes evoluíram com algum grau disfunção renal. 42,2% da amostra foi classificada no estágio de risco, 37,8% de lesão e 11,1% no estágio de falência renal pela classificação KDIGO. O fluxo urinário apresentou maior poder discriminatório para IRA. A maioria (64,3%) dos homens fez RM e essa relação foi significativa (p=0,03). A idade dos pacientes submetidos a RM foi maior (p=0,0004).
CONCLUSÃO: Amaioria dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca evoluíram com risco para lesão renal. Isso revela a importância da implementação precoce de estratégias de prevenção para diminuir o impacto da IRAsobre a recuperação do paciente no período de pós-operatório. O critério fluxo urinário do KDIGO mostrou maior poder discriminatório para identificar IRAdo que a creatinina sérica.
DESCRITORES: lesão renal aguda, classificação, pós-operatório, cirurgia cardíaca


TLP: 460

Fatores de risco para injúria renal aguda em pacientes portadores de aids e internados em um hospital de referência

Autor(es): Ravena Barreto da Silva Cavalcante; Pedro Maciel Costa Pinto; Filipe Lima Dantas; Hélder Marx Almeida de Moura Lima; Flávio Teles de Farias Filho

Hospital Escola Hélvio Auto / UFAL

INTRODUÇÃO: É bem sabido que pessoas infectadas pelo HIV estão em maior risco para injúria renal aguda (IRA) em comparação aos não infectados. Os pacientes hospitalizados estão em risco ainda maior, o que se relaciona à depleção do volume intravascular, sepses e administração aguda de medicamentos nefrotóxicos. No entanto, estes fatores de risco ainda não estão bem definidos. Portanto, este estudo objetiva avaliar os principais fatores correlacionados com a IRA de pacientes internados por diversas complicações da SIDA(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
MÉTODOS: Coorte Retrospectiva em um hospital de referência em doenças infecciosas. Inicialmente, 200 prontuários de pacientes com SIDA foram avaliados. O critério utilizado para IRA foi o de AKIN. Variáveis numéricas foram representadas como média±desvio padrão. As associações entre as variáveis foram medidas pelo teste T de Student ou qui-quadrado. Os fatores de risco independentes para óbito e IRA foram testados por regressão logística. O nível de significância adotado foi de p <0,05 e intervalo de confiança 95%.
RESULTADOS: Dos 189 pacientes incluídos, a maioria era do sexo masculino (72%). A prevalência de IRA foi de 30,2% (35,1% em estágio 1 de AKIN, 19,3% em estágio 2 e 45,6% em estágio 3). Comparando pacientes com e sem IRA observouse uma maior frequência do uso de Tenofovir no grupo com IRA (40,4% versus 24,2%, p < 0,05) e maior média de idade (43,24 ± 11,13 versus 36,88 ± 10,2; p < 0,001). Os fatores de risco que tiveram correlação independente com IRA foram o uso de Tenofovir (OR=2,4; IC 1,14-5,045; p=0,021), a idade (OR=1,06 IC 1,03-1,10; p < 0,001) e hipocalemia (OR=1,19 IC 1,01-1,41; p=0,03). Pacientes que evoluíram para óbito apresentaram uma maior frequência de choque séptico (36,8% versus 7,9%; p = 0,01), necessidade de UTI (47,4% versus 5,3%; p <0,01) além de formas mais graves de IRA(AKIN3: 63,2% versus 36,8%; p < 0,01) em relação aos sobreviventes. Os fatores de risco independentes para óbito em pacientes com IRA foram: Idade (OR=1,11 IC 1,01,23; p=0,03), AKIN3 (OR=4,25 IC 1,29-14,1; p=0,01), internação em UTI (OR=23,7 IC1,71- 328; p=0,01) e carga viral positiva (OR=17,7 IC 2,01-155; p=0,009). .
CONCLUSÕES: O uso de Tenofovir, idade mais avançada e hipocalemia tiveram associação independente com IRA. A idade, o escore de AKIN, a necessidade de internação em UTI e a carga viral detectável foram fatores de risco independentes para mortalidade intra-hospitalar nos pacientes com IRA.


TLP: 461

Nefrite lúpica combinada com microangiopatia trombótica

Autor(es): Rafael de Almeida; Thiana de Oliveira Kaé; William George Giusti Fischer; Alexandre de Abreu Gastaud; Alexander Sacco; Daniel Brito de Araújo; Umberto de Oliveira Filho

Universidade Federal de Pelotas

INTRODUÇÃO O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune caracterizada por uma deposição anormal de imunocomplexos na circulação, causando inflamação e ativação do sistema complemento, responsável por danos nos diferentes órgãos e tecidos como envolvimento da pele, articulações, rins, sistema cardiopulmonar, hepático, esplênico, e ocular, além do sistema nervoso central. A doença é mais prevalente nas mulheres, sendo a maioria em idade reprodutiva, entre 16 e 55 anos e mais comum nas áreas urbanas. O envolvimento renal ocorre em 40% a 70% dos casos, sendo esta a principal causa de morbidade e internações hospitalares. A proteinúria e a hematúria são os sintomas mais característicos na Nefrite Lúpica (NL). Dentre as várias alterações vasculares renais do LES, a Microangiopatia Trombótica (MAT) é a mais severa delas, apresentando altas taxas de mortalidade.
RELATO DE CASO Paciente do sexo feminino, branca, 16 anos, com LES há dois anos, biopsia renal apresentando NL grau 3, em tratamento com Micofenolato Mofetil, Hidroxicloroquina e Prednisolona. Doença controlada e sem exacerbações até o início de 2014, interrompeu o tratamento. Esporadicamente, fazia uso de Enalapril 5mg, quando havia alterações pressóricas. Logo após, apresentou quadro de astenia, dispnéia, inapetência e náuseas, não acompanhada de vômitos. Relata também, amenorreia. Em fevereiro, iniciou um quadro de diarréia líquida, 6x por dia, com evacuações volumosa, de cor amarelada e cheiro forte, negava sangue, muco ou pus. Referia distensão abdominal, vômitos alimentares, 3x ao dia, negava epigastralgia. Ao exame, encontrava-se com edema em membros inferiores. Em março, foi receitado Albendazol por 5 dias e Omeprazol. Durante a semana seguinte, apresentou uma piora no quadro gastrointestinal. Negava febre. No dia 14/03/2014, foi hospitalizada, com rápida perda de função renal, iniciando hemodiálise no 16/03/2014. Em nova biopsia renal, foi identificada histologicamente uma MAT e a imunofluorescência apresentou nefrite lúpica grau 4. Coletado culturais, iniciado antibioticoterapia empírica (Ciprofloxacino e Metronidazol), com resolução do quadro gastrointestinal e sem melhora da função renal até o momento.
CONCLUSÃO Existem várias causas de MAT na NL, incluindo Síndrome Antifosfolipídio, Púrpura Trombocitopênica Trombótica e Síndrome Hemolìtica Urêmica, Esclerodermia, Hipertensão Maligna e uso de inibidor de Calcineurina. MAT é um fator de risco independente para desfecho dano renal.


TLP: 462

Segurança e custo-efetividade da anticoagulação regionalcom citrato em hemodiafiltração contínua

Autor(es): Victor A H Sato; Sara Mohrbacher; Érico Souza de Oliveira; Leonardo V B Pereira; Pedro R Chocair; Américo L Cuvello Neto

A terapia de substituição renal (TSR) está se tornando o tratamento preferencial nas unidades de terapia intensiva (UTI) em pacientes com lesão renal aguda (LRA), severas alterações metabólicas e instabilidade hemodinâmica. Assim, para adequada TSR contínua a escolha da anticoagulação ideal é fundamental, pois permite reduzir o tempo de desligamento, reduzir custos, aumentar a eficácia e segurança da terapia.
OBJETIVO: Avaliar o tempo de patência dos circuitos e as alterações metabólicas nas TSR contínuas com anticoagulação regional com citrato.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliados pacientes submetidos à hemodiafiltração (HDF) contínua através do sistema PrismaFlex Gambro® na UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz que receberam anticoagulação regional com citrato trissódico a 4% no período de Nov/2013 a Fev/2014. Foram excluídos pacientes < 18 anos de idade, aqueles que não utilizaram citrato como anticoagulação e aqueles que utilizaram citrato, mas interromperam a terapia por problemas técnicos ou faleceram nas primeiras 12 horas após início. As prescrições da TSR seguiram o protocolo da instituição, com a dose de 30 a 35 ml/Kg/h, sendo divida 50% dialisante e 50% reposição, ultrafiltração individualizada. Tempo máximo para troca do capilar estipulado pelo fabricante foi de 72 horas. Os resultados foram expressos em média±DP ou mediana com interquartil de acordo com a distribuição da amostra.
RESULTADOS: Foram analisados 32 pacientes(18M:14F), mediana de idade 66 anos(31-91), destes 63% com LRA. Foram realizados 53 procedimentos de HDF contínua, dos quais 77% foram incluídos no estudo. O tempo médio de patência do circuito foi de 67±10horas . Os parâmetros laboratoriais basais e ao final dos procedimentos estão expressos a seguir: creatinina(mg/dL) 3,37±1,8 vs 1,68±0,91, uréia(mg/dL) 121±54 vs 63±34, Na(mEq/L) 138±7 vs 142±4, K(mEq/L) 4,6±0,7 vs 4,2±0,7, Pi(mg/dL) 4,5±1,7 vs 3,6±1,1, pH 7,30±0,08 vs 7,37±0,09, HCO3 venoso(mmol/L) 21±4,3 vs 27±5,4 com p < 0,05 para todas as variáveis acima. Cálcio iônico inicial(mmol/L) de 1,1±0,1 e ao término 1,1±0,2 sem diferença estatística. Não foi observada nenhuma intoxicação por citrato com significado clínico laboratorial. A anticoagulação regional com citrato é um método seguro, com um tempo médio de patência do circuito de 93% das horas previstas. Apesar de ocorrer uma elevação do Na e HCO3 não encontramos alterações laboratoriais com repercussão clínica que acarretaram em desligamento do procedimento


TLP: 463

O Efeito do exercício físico aeróbico na recuperação da lesão renal aguda (lra) induzida por gentamicina (genta) em ratos

Autor(es): Oliveira, CS; Nascimento, MA; Fernandes, TO; Andrade, JLF; Nogueira, GB; Higa, EM S

(Autor) Medicina Translacional – UNIFESP/EPM; 1,3 Medicina Translacional; 2,4,5 Nefrologia – UNIFESP/EPM

A GENTA é um antibiótico utilizado no tratamento de infecções causadas por bactérias Gram-negativas, no entanto, tem como principal efeito colateral a necrose tubular aguda e a geração de espécies reativas ao oxigênio. Por outro lado, a atividade física é uma forma não farmacológica para prevenir doenças como hipertensão ou diabetes. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do exercício aeróbico na LRAinduzida por GENTAem ratos. Utilizamos Ratos Wistar machos, com 12 semanas de idade, separados em 4 grupos (n=6): A10+R30 recebeu água destilada (100mg/k/dia ip) durante 10 dias e 30 dias manteve-se em repouso; G10+R30 recebeu GENTA (100mg/kg/dia ip) por 10 dias e permaneceu 30 dias em repouso; A10+EX30 recebeu água por 10 dias e treinaram por 30 dias; G10+EX30 recebeu GENTApor 10 dias e treinaram por 30 dias. O treinamento físico foi realizado em esteira motorizada, a 16m/min, 60min/dia, 5dias/semana/4semanas. Os ratos foram colocados em gaiolas metabólicas para coleta de sangue e urina para dosagem de proteinúria, ureia, creatinina e TBARS (marcadores de peroxidação lipídica) em 3 períodos: Basal (sem tratamento), após a água ou GENTA e após repouso ou exercício. Os rins foram coletados para análise histológica. No período após GENTAhouve um aumento no volume de urina (mL/24h), proteinúria (mg/24h), uréia sérica (mg/dL), TBARS urinário (nmol/24h) e diminuição da ureia urinária (mg/24h) comparados ao basal (p<0,05). Após o período de repouso ou exercício esses valores voltaram quase ao normal, não havendo diferença entre os grupos G10+G10 e R30+EX30. TBARS soro (nmol/mL) diminuiu após o exercício em G10+EX30 vs G10+R30 (p<0,05). A análise histológica mostrou alterações nos túbulos por HE; através da coloração com PAS houve perda focal de borda em escova; o interstício, analisado por HE mostrou fibrose acompanhada por infiltrado linfomononuclear, às vezes envolvendo túbulos atróficos nos grupos G10+EX30 e G10+R30. Sugerimos que os exercícios aeróbicos não prejudicam a recuperação da LRA, portanto, pode ser usado de forma segura e benéfica nessa situação.


TLP: 464

Nefrite tubulointersticial aguda em idoso induzida por aine: relato de caso

Autor(es): Vitor Ângelo Radunz1; Rodrigo Leite da Silva1; Tammy Vernalha Rocha Almeida1; Luciana Fernandes Bernard1; Greice Kelly de Medeiros Martins1; Rafael Weissheimer1,2; Maria Fernanda Soares3; Fellype de Carvalho Barreto1,2; Roberto Flávio Silva Pecoits-Filho1,2

1. Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Curitiba, Pontifícia Universidade Católica do Paraná
2. Escola de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR
3. Universidade Federal do Paraná

A nefrite intersticial aguda (NIA) é uma importante causa de injúria renal aguda (IRA), respondendo por 15-27% das biópsias renais realizadas na vigência de IRA. O uso de drogas (em especial antibióticos e anti-inflamatórios não hormonais – AINH) constituiu sua principal etiologia, respondendo por mais de 75% dos casos.
RELATO DE CASO. Paciente de 71 anos, hipotireoideia, sem acompanhamento médico regular deu entrada no pronto socorro da Santa Casa de Curitiba com queixa de náuseas, vômitos e hiporexia há 01 mês. Relatou piora progressiva 06 dias antes da admissão, quando se associou redução do volume urinário. Referia tendinite recente, tendo feito uso de Celecoxibe e Cetoprofeno por 02 semanas. Exame físico inicial inalterado. Exames de admissão: creatinina 9,0 mg/dL; ureia 118 mg/dL; eosinofilia 7%. Sedimento urinário: leucocitúria 18 células/campo; proteinúria 100 mg/dL. Sem exames prévios conhecidos. Evoluiu com êmese persistente, sem melhora significativa da função renal. Proteinúria de 24h de 2146 mg. Realizou ainda ultrassom renal, que mostrou rins de tamanho normal e hiperecogenicidade, sugestivo de nefropatia aguda. Foi indicada biópsia renal que revelou ausência de alterações glomerulares, nefrite túbulointersticial aguda linfomononuclear discreta e alterações degenerativas tubulares em grau discreto; ausência de sinais de cronicidade. Foi iniciado curso de corticoide (0,5 mg/kg de prednisona), e a paciente recebeu alta após 03 dias com creatinina em queda e plano de retorno ambulatorial precoce.
DISCUSSÃO. A NIA induzida por AINH constitui etiologia frequente, porém subdiagnosticada, de IRA, devido ao quadro clínico inespecífico, curso agudo e muitas vezes autolimitado, o que geralmente dispensa a realização de biópsia renal. No caso em análise, houve relação temporal entre o abuso de AINH e a disfunção renal, além de achados de eosinofilia, proteinúria não-nefrótica e leucocitúria, presentes frequentemente em outros casos descritos na literatura. O tratamento consiste basicamente em terapia de suporte e retirada da droga suspeita. O uso de corticoides permanece controverso, porém revisões recentes demonstraram benefício em iniciar precocemente (até 07 dias) um curso de esteroides, associando-se a menor incidência de recuperação parcial de função renal. Os idosos constituem um grupo de maior suscetibilidade, dada a redução fisiológica da filtração glomerular associada a freqüente polimedicação por inúmeras comorbidades.


TLP: 465

Insuficiência Renal Aguda por Metotrexato

Autor(es): Ester Martins Ribeiro; Ciro Gatti Cirillo; Maria Márcia de Oliveira Santos Lima; Marcella Soares Laferreira; Luiza Pinto Simões; Eva Helena Ricupero Leandrini; Viviane Lamego

Hospital Santa Marcelina de Itaquera

INTRODUÇÃO: O metotrexato (MTX) é normalmente excretado pelo rim em quase sua totalidade, raramente leva a disfunção renal através da precipitação em túbulos renais, causando lesão renal direta e consequente disfunção. Este caso clínico apresenta uma insuficiência renal aguda (IRA) por intoxicação ao MTX em uma adolescente de 13 anos em tratamento de osteossarcoma condroblástico avançado e sua evolução ao longo da internação.
DESCRIÇÃO DO CASO: FSS, 13 anos, com diagnóstico de osteossarcoma condroblástico sacroilíaco esquerdo com invasão pélvica, metástases pulmonares e em arco costal. Veio de outro serviço em uso de dexametasona 8mg ao dia iniciado no ambulatório, interna três dias depois para seguimento de tratamento com MTX 12g/m². Dezenove horas após início do MTX, paciente apresentou episódios de diarreia apenas; em exames coletados no dia, paciente com 586,58 de MTX sérico, aumento de creatinina de 0,8 para 1,84, hipocalemia, hipocalcemia e diurese preservada. Frente ao quadro, foi optado por hidratação, furosemida, reposição de cálcio e potássio e uso de ácido folínico. A mesma manteve diurese preservada, com queda progressiva de sintomas clínicos e lenta melhora de função renal ao mesmo tempo em que se observou queda de metotrexato sérico em uma semana.
DISCUSSÃO: Cerca de 90% do MTX administrado é excretado pelo rim, e quando cursa com lesão renal, piora sua própria excreção e eliminação, mantendo seus níveis constantemente elevados. O risco de desenvolver IRA pode ser diminuído com hidratação e alcalinização da urina para aumento de excreção do MTX. A incidência de IRA em pacientes em tratamento para osteossarcoma, hidratados e com urina alcalinizada (ph>7. 0) é de 1. 8%, geralmente é não oligúrica e reversível em uma a três semanas. Como o MTX é um anti-metabólico do ácido fólico, o tratamento com ácido folínico com ou sem o 5-fluorouracil pode ser indicado. A glucarpidase é uma enzima recombinante capaz de converter o MTX em um composto menos tóxico e eliminável via hepática, mas o mesmo ainda não é disponível no Brasil. A hemodiálise e hemotransfusão são discutíveis quanto à sua eficácia, já que a droga está quase totalmente ligada à proteína; alguns estudos e séries de casos mostram que algumas horas de hemodiálise contínua podem reduzir o nível sérico de MTX, sendo mais efetiva se realizada com administração de albumina concomitante.


TLP: 466

IRA e hemograma normal: uma rara apresentação da leucemia linfoide aguda de células B

Autor(es): Marilia Rodovalho Guimaraes; Jordana Eduardo Rezende; Thiago Lacerda Ataides; Talita Clementino Moraes e Cunha; Valeria Soares Pigozzi Veloso; Melaine Stefane Barbosa; Renato Sampaio Tavares; Edna Regina Silva Pereira; Mauri Felix de Souza; Luciana Cristina Nahas

HC/UFG

INTRODUÇÃO: Manifestações renais em doenças hematológicas sao relativamente comuns, observadas em até 10% dos casos. Alterações renais como manifestação inicial pura de doença é, contudo, raro. Na leucemia linfóide esta manifestação e ainda mais rara e em nossa revisão encontramos poucos casos descritos desta forma.
DESCRIÇÃO: K. M. d. F. 19 anos, sexo masculino, iniciou 1 mês antes da admissão com dor lombar que cedia com analgésicos comuns. Há uma semana da internação iniciou com edema difuso, períodos de agitação intercalados com sonolência. Evoluiu com febre, dor lombar tipo cólica e picos hipertensivos. Exames laboratoriais demonstraram alterações das escórias nitrogenadas. sendo referenciado à nossa unidade.
NA ADMISSÃO: Ureia: 124 e Creatinina: 6,1, Àcido ùrico: 17,3, hemograma e EAS dentro dos padrões da normalidade . USG de rins e vias urinárias mostrava rins de tamanho aumentado. Iniciado terapia dialítica, realizado biópsia renal e tomografia de torax e abdome. TC de abdome mostrava imagem expansiva que circunscrevia tronco celíaco e favorecia o diagnóstico de doença linfoproliferativa. Biópsia renal mostrou processo linfoproliferativo de células intermediárias a grandes, com características de alto grau. Após imunohistoquímica da amostra, firmado o diagnóstico de leucemia linfoide aguda de células B. Iniciado quimioterapia (QT) com Hyper-CVAD com recuperação completa do quadro renal em 15 dias.
DISCUSSÃO: quadros hematológicos que iniciam com manifestações unicamente renais são extremamente raros e de difícil diagnóstico. A IRA nesses casos precisa infiltrar os dois rins, está geralmente associado a hematúria, proteinuria e rins de tamanho aumentado. A Combinação de IRA, hiperuricemia, e sintomas constitucionais, como febre, torna obrigatória a biopsia renal com o intuito de diagnosticar possíveis alterações estruturais ou mesmo processos infiltrativos. O prognóstico renal depende da resposta ao tratamento do tumor e o tamanho renal não parece ter valor nessas situações. Em casos de boa resposta há melhora da função renal e diminuição do tamanho renal dias após o inicio da QT


TLP: 467

Sistematização da assistência de enfermagem ao paciente com urolitíase vesical e ureteral: relato de experiência

Autor(es): Evellyn Ferreira de Almeida; Maria Isis Freire Aguiar; Sirliane de Souza Paiva

Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: A urolitíase é uma condição clínica dramática pela dor envolvida, porém existem casos que não há manifestação dolorosa como é o caso do paciente (pct)em questão.
MÉTODOS: Relato de experiência com abordagem qualitativa, descritiva, apoiado no referencial teórico do processo de Enfermagem, segundo a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Aguiar Horta,realizado em um Hospital Universitário,São Luís -MA, por meio da aplicação do histórico de enfermagem que após análise possibilitou a elaboração dos diagnósticos de enfermagem sendo suporte ao plano assistencial e este ao prognóstico de enfermagem.
RESULTADOS: Pct diagnosticado com litíase vesical e ureteral, submetido a cistolitotomia, ureterolitotomia e implante de cateter duplo J. Exame físico: dor a palpação profunda no hipogastro, rim direito palpável, sinal de Jordano negativo. Problemas de Enfermagem-Período pré-operatório (PPrO): dieta hipersódica, retenção urinária, déficit de conhecimento da patologia/procedimento cirúrgico, sedentarismo; Período Pósoperatório(PPO): ferida operatória, incisão do dreno de Penrose, retenção urinária. As necessidades humanas básicas afetadas foram analisadas para elaboração do plano assistencial. Plano assistencial -PPrO: Fazer: aferição de sinais vitais(ASN), administração de medicações prescritas(ADMP); Orientar: patologia/procedimento cirúrgico, relação desidratação/urina ácida/dieta com a formação de cálculos, reações adversas das medicações/comunicá-las,modificações dietéticas, períodos de imobilidade, exercícios físicos, dieta zero após as 22h/banho (anterior a cirurgia); Supervisionar: mudança de decúbito, débito/características da urina; Encaminhar: serviço de nutrição; PPO: Fazer: ASN, ADMP, curativo de incisão cirúrgica, limpeza da bolsa coletora/dreno de penrose; Orientar: sobre dreno de Penrose/bolsa coletora/sonda vesical de demora, eliminação de urina; Supervisionar: débito/características da urina/dreno de penrose/ferida operatória, terapêutica medicamentosa. Paciente apresentou dependência em relação ao serviço da Enfermagem no PPO para retirada da sonda vesical de demora, nas demais necessidades apresentou independência.
CONCLUSÃO: Realizada Assistência de Enfermagem com ações sistematizadas e interrelacionadas ao paciente portador de urolitíase vesical e ureteral com base na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta. O paciente apresentou resposta satisfatória à Assistência de Enfermagem e prognóstico favorável.


TLP: 468

Originalidade na histopatologia (HP) da insuficiência renal aguda (IRA)

Autor(es): Omar da Rosa Santos; Eugenio Pacelle Q Madeira; Luis Paulo J Marques; Lygia M F S Vieira; Mario Meyer Fernandes; Rosa M Portella Moreira; Mauricio Younes-Ibrahim

H. U. Gaffrée & Guinle (Escola de Medicina e Cirurgia UNIRIO e Hospital do Andaraí – Rio de Janeiro

Entre 2719 casos de IRA (1067-2012) dispusemos de estudo HP em 221 pacientes (8,1%): 22 necrópsias e 199 biópsias renais. Desses, em 16 pacientes surgiram diagnósticos peculiaríssimos ou gradação inesperada de lesões, que se mostraram fundamentais na conduta clínica.
MATERIAL: A – Necrose cortical difusa em: GNDApós-estreptocócica; HA maligna; AIDS e Dengue (1 de cada). B- LES com: Nefrite crescêntica na Gravidez e GN colapsante (1 de cada); C- GNDA pós-estreptocócica na sétima década (1); D- AIDS com GN crescêntica (2); E- GN por C3 (1); F- Imaturidade Glomerular em récem-nato (1); G- Nefrocalcinose difusa em jovem atleta usuário de produtos veterinários (1); H- GN crescêntica em lactente de 4 meses (1); I- Intoxicação exógena por borato (1); J- Hipocalemia extrema na AIDS (1); K- Leiomioma Intravascular com Trombose de Veia Renal. O estudo HP foi capaz de perfazer o diagnóstico, estadiar lesões e orientar o tratamento na série; contudo forneceu dados originais soberanos em 7,2% destacando a potencial importância da biópsia renal na investigação da IRA.


TLP: 469

Injúria renal aguda aumenta a mortalidade após acidentevascular cerebral isquêmico 

Autor(es): Fernanda Pascuotte; Emerson Quintino de Lima; Fabio de Nazare Oliveira; Mariana Neves Marques Battaglini; Lucia Helena Neves Marques; Mauricio de Nassau Machado

Hospital de Base de São José do Rio Preto

INTRODUÇÃO: Injúria renal aguda (IRA) está associada a aumento de morbidade e mortalidade em diversas doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar incidência e mortalidade de IRA em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico agudo (AVCI).
MÉTODOS: Foram avaliados os pacientes com idade maior que 18 anos admitidos por AVCI no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2013. Os pacientes com internação inferior a 48 horas, filtração glomerular estimada (MDRD) inferior a 30 ml/min, renais crônicos em diálise e transplantados renais foram excluídos. IRA nos primeiros 7 dias de internação foi definida pela classificação KDIGO. Realizada análise de regressão múltipla de Cox para determinação de IRA como preditor independente de óbito hospitalar ajustado para idade e sexo.
RESULTADOS: 792 pacientes foram admitidos por AVCI e IRA ocorreu em 357 (45%) pacientes (70 ± 13 anos, 210 masculinos). Foram classificados como KDIGO I, II e III: 289 (81%), 37 (10%) e 31 (9%) pacientes, respectivamente. Os pacientes com IRA eram mais velhos (sem IRA: 66 ± 14 vs. IRA: 70 ± 13 anos; P<0,0001) e com menor filtração glomerular basal (sem IRA: 84 ± 29 vs. IRA: 77 ± 34 ml/min; P<0,0001). Não houve diferença quanto ao sexo entre os grupos. O tempo mediano de internação foi maior entre os pacientes com IRA: 5 (4-8) vs. 7 (4-11) dias (P<0,0001). A mortalidade foi maior no grupo com IRA (sem IRA 3,7%; KDIGO I 17,3%; KDIGO II 40,5%; KDIGO III 80,6%; P<0,0001). Após análise de regressão múltipla de Cox foram identificados como fatores independentes de mortalidade: Idade (OR 1,03; IC 1,011,04; P=0,002), KDIGO I (OR 2,85; IC 1,61-5,05; P<0,001), KDIGO II (OR 4,94; IC 2,41-10,12; P<0,001) e KDIGO III (OR 16,24; IC 8,65-30,5; P<0,001).
CONCLUSÕES: IRA é muito prevalente após AVCI e está associada à elevada mortalidade hospitalar. Medidas de prevenção de IRA e diagnóstico precoce são necessárias para modificar este cenário.


TLP: 470

Avaliação epidemiologica dos pacientes do hospital do servidor público estadual de são paulo (hspe-sp) com lesão renal aguda e insuficiência renal crônica agudizada. 

Autor(es): Azêdo FA; Pinheiro KE; Thomaz MY; Pereira BE; Rezende E; Laranja SMR

UNIFEPS

INTRODUÇÃO: Lesão renal aguda (LRA) é uma complicação frequente em pacientes hospitalizados, com diferanças e com pior desfecho clínico, dependendo do local estudado, assim é importante conhecer o perfil epidemilógico da instituição que se atua, para que se possa detectar possiveis fatores de intervenção nesta síndrome.
OBJETIVOS: Identificar o perfil epidemiológico e etiológico das LRAs dos pacientes avaliados pelo grupo de IRA do HSPE, e comparar com dados epidemiológicos e demográficos de períodos anteriores. METODOLOGIA: Estudo prospectivo avaliando: idade, sexo, etiologia, clinica de origem, doenças associadas (DA), evolução e mortalidade. Fatores de exclusão: pacientes dialíticos, inclusos em outros estudos e menores que 18 anos. Analise estatística: ANOVA, Qui-Quadrado e Kruskal-Wallis.
RESULTADOS: Foram analisados 677 pacientes de, 03/2012 a 02/2013, sendo 277 LRAe 450 IRCag, LRAx IRCag. Provenientes de clinicas médicas 34% x 50,6%, U. T. I. 32% x 22%, e clínicas cirúrgicas 23% x 20,2%. Componente de LRA pré-renal em 36% x 40%, causas intrínsecas de LRA98% e 63,7% na IRCag, com 41% x 37% isquêmicas, 34% x 22% multifatorial, 22% x 20% nefrotóxicas e sepse isoladamente 34% x 22%. Drogasvasoativas 18,8% x 26,8%. Necessitaram de procedimentos dialíticos 48% x 51,5% LRA x IRCag. HAS foi a principal comorbidade em 51,9% x 67,1%, seguido de DM 21,1% X 42,6%, e cardiopatias 18% x 25,7%, óbito 27,7% x 41,5%. Comparando esse estudo aos demais avaliados de 01/ 2000 a 12/2001, com 560 pacientes, foram analisados; 372 LRA x 188 IRCag, e de 01/2003 a 12/2004, com 981 pacientes; 477 LRA x 504 IRCAG, verificamos um aumento dos pacientes crônicos agudizados. Nesses períodos se manteve as clinicas, uso de DVA, aumento na dialise e uma inversão da mortalidade, entre LRA e IRCag, entre 2003/2004 onde predominou LRA e no nosso estudo IRCag. Assim percebemos que a depender dos períodos, a evolução não pode ser padronizado, pois diferentes fatores como gravidade dos pacientes podem influir.


TLP: 471

Morbi – mortalidade nos pacientes com lesão renal aguda (lra) induzida por sepse internados na unidade de terapia intensiva (uti) do hospital do servidor público estadual de São Paulo (HSPE)

Autor(es): Pinheiro KHE; Azedo; FA Areco; KN; Thomas MY; Pereira B; Rezende E; Laranja; SMR

UNIFESP

INTRODUÇÃO:A LRA é definida como uma redução súbita da função renal. Com incidência de 5-6% e mortalidade média de 40%, sendo sepse 50% da etiologia dos pacientes de UTI.
OBJETIVO: avaliar a incidência da LRA nos pacientes sépticos em UTI e o perfil epidemiológico.
MÉTODOS: estudo prospectivo, de coorte e quantitativo dos pacientes de UTI de um hospital público terciário e de ensino, com diagnóstico de sepse e LRA. A sepse foi definida de acordo com a ACCP/SCCM e a LRA pelo critério do Acute Kidney Injury Network (AKIN). Critérios de exclusão: pacientes dialíticos e/ou com permanência <48 horas na UTI. Análises estatísticas pelos testes ANOVA, Kruskal-Wallis e quiquadrado.
RESULTADOS: foram internados 1156 pacientes na UTI no período de 14/05/2013 a 17/12/2013, foram excluídos 854 e incluídos 302 pacientes. Masculinos 54%, 89% brancos, idade mediana 71 anos. ALRAfoi de 61% x 32% de doença renal crônica agudizada (DRCag). A casuística foi dividida em 6 grupos: sem sepse e sem LRA (SSSLRA), sepse (S), LRAnão séptica (LRAns), LRA séptica (LRAs), DRCag não séptica (DRCagns), DRCag séptica (DRCags). O nefrologista foi chamado em 23% na LRAns e DRCagns dos casos x 54% na LRAs e DRCags, p<0,001. O diagnóstico foi realizado em sua maioria pela alteração dos 2 parâmetros DU e Crs e o AKIN 3 foi predominante na LRAs e DRCags, p=0,018. Necessitaram de diálise: 8% das LRAns e DRCagns x 37% das LRAs e DRCags, p<0,001, sendo que, 13% dos LRAns e DRAagns x 65% dos LRAs e DRCags, p<0,001, foram classificados em AKIN 3. O balanço hídrico (BH) na S foi 113ml x +992ml na LRAs x +1036ml na DRCags, p=0,02. A necessidade de ventilação mecânica (VM) bem como os dias em VM foi maior nos LRAs 90% e DRCags 88% x LRAns 61% e DRCagns 67%, p<0,001. A mortalidade na LRAs 38% e DRCags 39% x LRAns 16% e DRCagns 0%, p<0,001.
CONCLUSÃO: os dados sugerem que a LRAs e a DRCs tem pior prognóstico que a não séptica, o nefrologista ainda não é chamado na maior parte das LRA, apesar da classificação AKIN já ser bastante conhecida pelos intensivistas. O DU é consideravelmente prejudicado quando há associação da lesão renal e sepse bem como o BH. Além de a VM, o tempo de internação e a mortalidade serem maior na LRAs.


TLP: 472

Lesão renal e hipervitaminose d associado ao uso de suplementos alimentares: relato de caso

Autor(es): R. Weissheimer1,2; J. D. França1,2; B. Bozelli2; NB Salvatti2; TP. Moraes1,2; R. Pecoits-Filho1,2

1. Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, Brasil
2. Hospital Universitário Cajuru (HUC), Curitiba, Brasil

INTRODUÇÃO: Avitamina D está presente em muitos alimentos e não se sabe exatamente qual é a dose tóxica. Acredita-se que doses diárias de 15mcg ou 600 unidades internacionais, para pacientes entre 18 e 70 anos, sejam toleráveis. Intoxicação por vitamina D acontece geralmente em uso inadequado dessa vitamina.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 20 anos, estudante e praticante de academia para hipertrofia muscular. Iniciou há 3 semanas antes do internamento, com astenia, dores pelo corpo e fraqueza. Fez uso de paracetamol e dipirona sem melhora do quadro. Evoluiu após duas semanas com náuseas, 2 episódios de vômitos e hiporexia. Relatou uso de anabolizantes há 1 ano -100 comprimidos de metandrostenolona na dose de 1 comprimido por dia e 2 aplicações de testosterona intramuscular -Além disso fez uso de suplementos alimentares, durante 1 ano, principalmente de concentrado de proteínas e polivitamínico (vitamina A, vitamina B, vitamina D entre outros) em doses 4 x superiores à dose recomendada. Apresentava exame físico de admissão normal. Na investigação evidenciou creatinina de 2. 5 mg/dl, uréia de 75 mg/dl, sódio de 138 mg/dl e potássio de 3. 8 mg/dl, parcial de urina com leucocitúria discreta sem hematúria nem proteinúria, cálcio total de 13mg/dl e cálcio iônico de 1. 7 mg/dl, vitamina D acima de 160mg/dl Rins ecograficamente normais. Biópsia renal não apresentou alterações na microscopia ótica nem na imunoflorescência. Foi realizado tratamento da hipercalcemia por hipervitaminose D com reposição de solução salina 0. 9%, furosemide, prednisona e ácido zoledrônico com boa resposta clínica e laboratorial. Recebeu alta hospitalar com creatinina de 1. 1 mg/dl, cálcio total de 9. 7 mg/dl e cálcio iônico de 1. 2 mg/dl.
DISCUSSÃO: Ahipervitaminose D aumenta a absorção intesntinal de cálcio causando hipercalcemia. Aelevação do cálcio sérico pode causar sintomas renais, gastrointestinais e neurológicos como náuseas, vômitos, astenia e anorexia. A hipercalemia aguda pode levar a vasoconstrição renal direta e pode contribuir para uma redução do volume extracelular. Além disso, suspeitamos que a intoxicação por outras vitaminas, como a vitamina A, podem ter contribuído com esse desfecho. Os suplementos alimentares no Brasil são vendidos livremente sem um adequado controle, sendo que qualquer pessoa pode ter acesso. Tais substâncias são comercializadas sem a devida orientação aos potenciais riscos.


TLP: 473

Lesão renal aguda em pacientes críticos

Autor(es): Renan Gomes Mendes Diniz; Elizabeth De Francesco Daher; Sônia Maria Holanda Almeida Araújo; João Emmanuel Alexandrino Fortaleza; Tacyano Tavares Leite; Ana Carolina Parahyba Asfor; Tiago Tomaz Teles Peixoto; Pedro Randal Pompeu Sidrim; Fernanda Garcia Pires; Tiago Francisco dos Santos Miranda

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: Estudos de função renal em pacientes em terapia intensiva são frequentemente descritos na literatura internacional, porém pouco estudados em nosso país. Este estudo tem como objetivo caracterizar parâmetros de função renal pacientes acompanhados em uma Unidade de terapia intensiva.
MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo com 75 pacientes internados na UTI do Hospital Geral de Fortaleza, Ceará, no período de fevereiro de 2012 à dezembro de 2012. Foram analisados: idade, sexo, doença de base, função renal, presença de sepse e parâmetros de ventilação mecânica. Lesão renal aguda (LRA) foi definida de acordo com o critério RIFLE. O software SPSS 19. 0 foi utilizado para análise estatística, considerando-se significante p<0,05.
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes era de 49±16,20 anos, sendo 68% do sexo feminino. As principais causas de internação dos pacientes cirúrgicos foram a síndrome da hipertensão intracraniana seundária a tumores e acidentes cerebrovasculares do tipo hemorrágico, e dos pacientes clínicos foram infecção e complicações hipertensivas. Mais da metade da amostra (57%) desenvolveu LRA, sendo 45% classificados como “Risk”, 30% “Injury” e 17,5% “Failure”. Aincidência de LRAdurante o internamento na UTI foi maior nos pacientes admitidos com sepse (67,5%; cr média: 3,11; p=0,03), nos que foram submetidos a ventilação mecânica (57. 5%; cr média=3,3; p=0,003), nos pacientes cirúrgicos (62,5%; cr média= 3,27; p=0,007) e nos que foram a (óbito 82%; cr média= 4,31; p=0,016). .
CONCLUSÕES: A incidência de LRA é elevada entre os pacientes críticos, chamando atenção a alta prevalência comparando com estudos internacionais (57% em nosso grupo Vs 30% nos estudos internacionais), merecendo destaque também a incidência de 47,5% de formas moderadas a graves da LRA. Pacientes com sepse, aqueles submetidos a procedimentos cirúrgicos e em ventilação mecânica possuem maior chance de desenvolver LRA durante o internamento na UTI. Verificou-se uma taxa maior de óbitos nos pacientes que desenvolveram LAR. Mais estudos são necessários para melhor caracterizar a LRA associada a dano neurológico.


TLP: 474

Marcadores de necrose tubular aguda e lesão inflamatória glomerular no sedimento urinário de pacientes comsíndrome nefrótica

Autor(es): Caroline Vilas Boas de Melo; Maria Brandao Tavares; Marília Bahiense de Oliveira; Ricardo David Couto; Washington LC dos-Santos

Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – FIOCRUZ, Hospital Ana Nery, Universidade Federal da Bahia

INTRODUÇÃ: Necrose tubular aguda (NTA) é a causa mais frequente de lesão renal aguda (LRA) em pacientes hospitalizados. Em pacientes com síndrome nefrótica (SNO) a NTAmimetiza, por vezes, quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva e requer instituição precoce de imunossupressores. A análise do sedimento urinário é uma ferramenta não invasiva, de baixo custo e ampla disponibilidade. O achado de células epiteliais no sedimento urinário de pacientes com LRA foi associado ao diagnóstico de NTA. Entretanto, estudos em pacientes com SNO associada são escassos. Técnicas de diagnóstico utilizando sedimento urinário corado normalmente não são utilizadas nesses casos. Estudos proteômicos do sedimento urinário revelaram importantes frações de proteínas não encontradas em sobrenadante, alvo principal de estudo. Nosso objetivo é identificar alterações citológicas e protéicas no sedimento urinário que permitam o diagnóstico diferencial entre NTA ou glomerulonefrites exsudativas em pacientes com SNO.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal, onde foram incluídos 22 pacientes: 8 com NTA, 7 sem NTA e 7 com glomerulonefrites exsudativas. As células epiteliais foram contadas, citocentrifugadas, coradas em Hematoxilina e Eosina e Papanicolaou e contadas diferencialmente como pequenas (menor que 30µm de diâmetro), médias (30-48µm), grandes (maior que 48 µm) e leucócitos. Parte da amostra foi ressuspendida em tampão de lise celular, submetida à eletroforese monodimensional em gel de poliacrilamida.
RESULTADOS: A média de creatinina sérica foi 1,6±1,3 mg/dl e a de proteinúria de 24h foi 9862±7384 mg. Os diagnósticos histológicos mais frequentes foram alterações histológicas mínimas e glomerulopatia membranosa em pacientes sem glomerulonefrites exsudativas com ou sem NTA, e nefrite lúpica em pacientes com glomerulonefrites exsudativas. Em uma análise morfométrica parcial incluindo 17 pacientes dos diferentes grupos, o número de leucócitos foi maior (51%) em pacientes com glomerulonefrites exsudativas comparado ao grupo sem NTA (10%, P=0,01). A eletroforese de amostras de 12 pacientes não revelou diferenças no padrão de bandas entre os grupos de estudo.
CONCLUSÃO: Nossos dados sugerem que o exame citológico do sedimento urinário tem potencial de uso na composição de um painel de testes para o diagnóstico diferencial não invasivo e rápido de LRA em pacientes com SNO.


TLP: 475

Substituição aguda da função renal no paciente crítico: fatores prognósticos de curto e longo prazo

Autor(es): Fernando S. Thomé; Antônio Balbinotto; Aline Mancuso; Cássia Morsch; Pâmela Dalla Vecchia; Verônica Antunes; Antônio Balbinotto; Aline Castello Branco Mancuso; Cássia Morsch; Pâmela Dalla Vecchia; Verônica H. Antunes

Hospital de Clínicas de Porto Alegre-FAMED/UFRGS

INTRODUÇÃO: Injúria renal aguda (IRA) com necessidade de terapia renal substitutiva (TRS) é uma complicação grave em pacientes críticos, cujo tratamento evoluiu nos últimos anos. O objetivo de descrever nossa experiência é identificar fatores que influenciam a mortalidade durante e após o período hospitalar em pacientes críticos portadores de IRA estágio 3 submetidos a TRS.
MÉTODOS: Uma coorte foi prospectivamente seguida de 2006 a 2013, com todos os pacientes admitidos ao Centro de Terapia Intensiva que precisaram de terapia renal substitutiva (TRS) por IRA estágio 3. Excluímos pacientes com transplante renal e com doença renal crônica (DRC) estágio 5. TRS foi hemodiálise intermitente-HDI (equipamentos e filtros Fresenius ) para pacientes hemodinâmicamente estáveis ou hemodiálise venovenosa contínua-HDVVC (equipamentos Prisma ou Diapact ) para pacientes instáveis. Diversas variáveis clínicas foram registradas, como fatores demográficos, creatinina basal, tipo de IRA, comorbidades, APACHE II, variáveis relacionadas ao tratamento. Desfechos prospectivamente avaliados foram: mortalidades no CTI, hospitalar e após a alta, tipo e duração da TRS, permanência em diálise crônica. Testes estatísticos uni e multivariados usaram regressão de Poisson com análise de variância robusta, usando SPSS versão 18.
RESULTADOS: No período do estudo, 1828 pacientes receberam TRS para IRA estágio 3. Idade 58,4±16,8 anos, 57 % homens, 86% brancos, 23,4% com creatinina basal _ 1,5 mg/dl, 69% com IRA de origem clínica, APACHE II 27,2±8,8, 77% sépticos, 93% necessitaram ventilação mecânica e 88% vasopressores. HDI foi usada em 46% (5,1±5,7 sessões) e HDVVC em 86%(5,5±5,7 dias), sendo que a anticoagulação em 71% destes usou citrato. A permanência em CTI foi de 14,7±16,7 dias. A taxa de fatalidade(cumulativa)foi 65% no CTI e 72% no hospital. 30% dos pacientes não precisaram mais de TRS ainda no hospital. Sobreviventes hospitalares (n=489) foram entrevistados numa mediana de 24,1 meses após a alta, 69% estavam vivos, e 70 (14,3%) estavam em diálise regular. Os fatores mais importantes associados a mortalidade hospitalar foram os indicativos de gravidade (presença de sepse, APACHE, ventilação mecânica e uso de vasopressores), doença hepática severa, e idade. Já os fatores associados a mortalidade após a alta hospitalar foram DRC prévia, diabete melito e neoplasia. O principal fator relacionado a dependência de diálise crônica foi creatinina basal _ 1,5 mg/dl. .
CONCLUSÕES: IRA estágio 3 necessitando TRS em pacientes críticos é uma situação grave com alta morbidade e mortalidade durante e após a hospitalização. Os fatores determinantes de mortalidade a curto ou a longo prazo (após a alta) são diferentes.


TLP: 476

Lesão renal aguda em paciente imunocompetente porsedimentação de cristais de n-acetil-sulfadiazina, em hospital de Porto Velho – RO

Autor(es): Vitor Salomão Gonçalves Melo de Melgar; Tatiara Bueno Parreira; Eduardo Brenner Cavalcante Marques

Universidade Federal de Rondônia – UNIR

A lesão renal aguda por sedimentação de cristais de n-acetilsulfadiazina, causando obstrução ureteral, é incomum em pacientes utilizando sulfadiazina. Há alguns casos descritos em imunocomprometidos, mas nenhum em paciente imunocompetente, durante o tratamento de toxoplasmose ocular. Além disso, a apresentação clínica do quadro é típica de ureterolitíase, porém, o diagnóstico é mascarado pelas alterações típicas dos cristais de sulfa em exames de imagem e pela melhora do quadro através do tratamento clínico-cirúgico, que são semelhantes a outras etiologias formadoras de cálculo. Paciente mulher, 79 anos, parda, relata dor em flanco esquerdo há 4 dias, com evolução para todo o abdome e redução da diurese. Sem histórico de diabetes mellitus, hipertensão arterial e litíase renal. Iniciou há dois meses tratamento para toxoplasmose ocular com sulfadiazina 4g/dia e pirimetamina 50mg/dia. Admitida em bom estado geral, eupneica, anictérica e afebril. Edema discreto. Anúrica há 48 horas. Exames séricos com alteração de função renal, caracterizando lesão renal aguda AKIN 3. Realizado ultrassom de abdome total que descreveu hidronefrose bilateral. Tomografia de vias urinárias sem contraste com cálculo localizado na junção uretrovesical direita medindo 1 cm com densidade de 99 UH e no ureter proximal esquerdo medindo até 0,8 cm e densidade de 121 UH, com pequena dilatação dos sistemas coletores à montante. Paciente foi submetida a implante de cateter duplo jota bilateral. Apresentou débito urinário imediato, seguido de poliúria pós-desobstrução. A disfunção renal foi conduzida de maneira clínica, sem tratamento dialítico, com retorno da creatinina aos valores normais após o terceiro dia de internação. Recebeu alta hospitalar, com retorno ambulatorial precoce. A sulfadiazina foi substituída por clindamicina. A litíase urinária é uma doença frequente e recidivante, que afeta principalmente os adultos, com ocorrência 2 a 3 vezes mais elevada no gênero masculino e risco aumentado quando há histórico familiar. Pela paciente ser idosa e sem histórico de litíase renal, foi importante a anamnese dirigida e suspeita de diagnósticos diferenciais, levando em consideração o uso atual de sulfadiazina. É importante assegurar uma boa hidratação do paciente durante o tratamento com sulfadiazina, valorizar a alcalinização urinária e realizar exames de urina e função renal mensais.


TLP: 477

Influência do dia da semana no chamado do nefrologistapara atendimento de pacientes com injúria renal aguda

Autor(es): Rodrigo José Ramalho; Fernanda Pascuotte; Venceslau de Matos Dourado Junior; Camila Alves Paes de Oliveira; Rafaella Campagnolo Grandinete; Roberta Christine Frete Miranda; Emerson Quintino de Lima

Disciplina de Nefrologia do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, SP

INTRODUÇÃO: Internação hospitalar no final de semana está associada a aumento da mortalidade em diversas doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do dia da semana na gravidade e mortalidade de pacientes com injúria renal aguda (IRA).
MÉTODOS: Análise retrospectiva de pacientes atendidos por IRA no ano de 2013. IRA foi definida conforme a classificação AKIN. A gravidade através do escore SOFA, tempo de acompanhamento pelo nefrologista, AKIN do chamado, necessidade de diálise e mortalidade foram comparados entre os pacientes atendidos nos dias de semana (SEM) e final de semana (FIM). Teste t, Fisher e Mann Whitney foram utilizados na análise estatística e P<0,05 foi considerado significante.
RESULTADOS: 937 pacientes com IRA foram atendidos, sendo 748 (80%) do grupo SEM e 189 (20%) no grupo FIM, distribuídos de acordo com o dia do chamado do nefrologista: segunda 147 (15,7%), terça 125 (13,3%), quarta 143 (15,3%), quinta 153 (16,3%), sexta 180 (19,2%), sábado 91 (9,7%) e domingo 98 (10,5%) pacientes. A idade média foi semelhante entre os grupos (grupo SEM 63,9±16,6 anos vs grupo FIM 62,2±16,2 anos; p=NS). O grupo SEM apresentou menor gravidade que o grupo FIM: SOFA grupo SEM 7,0±4,4 vs SOFA grupo FIM 8,5±4,6; p<0,0001. O AKIN do chamado no grupo SEM foi: AKIN 1=42,5%, AKIN 2=23,2% e AKIN 3=34,3%, e no grupo FIM 32,4%, 28,1% e 39,4%, respectivamente, p=NS. A necessidade de terapia renal substitutiva (grupo SEM 43,5% vs grupo FIM 49,7%, p=NS) e o tempo de acompanhamento pelo nefrologista (grupo SEM 6 dias (IC 3 a 11) vs grupo FIM 5 dias (IC 2 a 11), p=NS) foram semelhantes entre os grupos. A mortalidade foi maior no grupo FIM (grupo SEM 34,8% vs grupo FIM 44,4%, P=0,018).
CONCLUSÕES: Embora chamado com menor frequência aos fins de semana, o nefrologista atende um paciente mais grave e que está associado à mortalidade mais elevada que os pacientes atendidos durante a semana.


TLP: 478

Relato de caso – nefropatia aguda por urato secundária a necrose epidérmica após uso de quinolona. 

Autor(es): Krissia Kamille Singer Wallbach; Heitor Alves Rocha; Samuel Shiraishi Rollemberg Albuquerque; Ana Rita Brito Medeiros da Fonseca; Igor GouveIia Pietrobom; Paulo Ricardo Gessolo Lins; Vinicius de Oliveira; Carlos Alberto Balda; Gianna Mastroianni Kirsztajn; Sergio Reynaldo Stella

Hospital São Paulo – Escola Paulista de Medicina – Disciplina de Nefrologia – UNIFESP

INTRODUÇÃO: O ácido úrico é um ácido fraco proveniente metabolismo das purinas e eliminado pelos rins. São conhecidas três formas de nefropatia por ácido úrico (AU): Nefropatia aguda, crônica e nefrolitiase por cálculos de ácido úrico. A nefropatia aguda é uma síndrome de injúria renal com evolução catastrófica, na qual a precipitação de microcristais de AU obstruem os túbulos renais gerando uma cascata de eventos que culminam na injúria renal. Comumente descrita em tumores de alto turnover como leucemias, linfomas ou doenças mieloproliferativas, a nefropatia aguda por AU também pode ser secundária a situações de defeitos enzimáticos na produção e excreção de AU e situações clínicas de grande turnover de células não neoplásicas.
OBJETIVOS: Relatar caso de paciente idoso com artrite psoriásica apresentando necrose epidérmica tóxica (NET) e nefropatia aguda por AU na ausência de malignidade. Relato do caso: Homem, 70 anos, com história de psoríase grave e artrite psoriásica em uso de metotrexate com exames ambulatoriais de 2 meses com creatinina basal de 1,06mg/dL e AU de 5,6mg/dL, procurou o pronto-socorro por quadro de febre alta persistente, hiperemia cutânea e descamação em todo corpo com piora importante nos últimos 2 dias. Relata quadro de cistite diagnosticada em outro serviço com prescrição de ciprofloxacino há cinco dias. Paciente encontrava-se com dados vitais estáveis e ao exame físico com múltiplas placas eritemato-descamativas de distribuição difusa com descolamento epidérmico e ardência ao toque. Laboratório com Creatinina 5,95mg/dL Ureia 332mg/dL, AU 12,6mg/dL, potássio 6,5 mEq/L Fósforo 9,6mg/dL, Bicarbonato 11,3 mEq/L, neutropenia grave e plaquetopenia. Exame de urina inocente e ultrassonografia de rins e vias urinárias sem alterações. Realizado diagnóstico de necrose epidérmica tóxica por uso de quinolonas (Biópsia de pele compatível) com sepse grave associada – classificação de Scorten 5 pontos. Mielograma sem evidência de doença linfo/mieloproliferativa em atividade. Mesmo após medidas de suporte intensivo e dialítico, evoluiu com piora clínica importante, necessidade de ventilação mecânica e drogas vasoativas. Cateter de artéria pulmonar com padrão distributivo, com evolução para disfunção de múltiplos órgãos e sistemas e óbito após 5 dias de internação
CONCLUSÃO: Esse caso ilustra uma causa rara e pouco descrita de nefropatia aguda por urato secundária a doença dermatológica de alto turnover de grande extensão.


TLP: 479

Fita reagente de nitrogênio urêico salivar no diagnóstico eseguimento de pacientes com lesão renal aguda: um estudo prospectivo longitudinal

Autor(es): Viviane Calice-Silva1,2; Jochen G. Raimann2; Stephan Thijssen2; Fabiana B. Nerbass1,3; Marcos A. Vieira3; Pascal Dabel4; Anja Richter4; John Callegari2; Mary Carter2; Nathan W. Levin2; James F. Winchester4; Peter Kotanko2; Roberto Pecoits-Filho1

1. Escola de Medicina, Pontificia Universidade Católica do Paraná, Brazil
2. Renal Research Institute, Nova Iorque, EUA,
3. Fundação Pró-rim, Joinville, Brazil,
4. Beth Israel Medical Center, Nova Iorque, EUA

INTRODUÇÃO: O Nitrogênio Urêico Salivar medido por fita reagente (SUN) tem boa concordância com o Nitrogênio Urêico Sérico (BUN) (Raimann et al, Clin. Nephrol, 2011) e pode ser útil para discriminar pacientes no mais elevado grau de Lesão Renal Aguda (LRA) (da Silva, ASN 2013) sugerindo que SUN pode ser uma ferramenta útil para diagnosticar LRA, particularmente em áreas com recursos laboratoriais limitados. Nosso objetivo foi investigar a capacidade de SUN detectar alterações no BUN ao longo de um período de tratamento dos pacientes com LRA.
MÉTODOS: Pacientes internados no Hospital Hans Dieter Schmidt Regional (HRHDS), Joinville, Brasil e no Beth Israel Hospital, Nova Iorque, EUA com LRA ou doença renal crônica agudizada foram incluídos. LRA foi diagnosticada pelos critérios de AKIN. Os pacientes foram acompanhados com medições diárias do SUN e BUN por até 4 dias do início do tratamento. A saliva coletada foi transferida para um fita colorimétrica e o resultado comparado com cores padronizada indicando faixas de SUN de 5-14 (# 1), 15-24 (# 2), 25-34 (# 3), 35-54 (# 4), 55-74 (# 5) e _ 75 (# 6) mg/dL, respectivamente. Spearman rank foi utilizado para testar a correlação entre o ponto médio do intervalo de SUN (SUN-pm) e BUN. As diferenças SUN-pm e BUN durante o seguimento foram comparadas pela análise de variância (ANOVA) com correção de Bonferroni. Modelo misto linear (LMM) com SUN-pm como variável desfecho e BUN como um efeito fixo foi construído.
RESULTADOS: 29 indivíduos (23 Brasil; 6 EUA-52% sexo masculino, 82,8% brancos, idade média(min-máx) de 64,2(25-89) anos) foram incluídos e seguidos por uma média de 3,1 dias com 87 medições de SUN realizadas. LRA Pré-renal foi a etiologia principal (65,3%). Quatro (11,7%) pacientes necessitaram hemodiálise. SUN e BUN apresentaram boa correlação (Spearman rho 0,67,p <0,001). ANOVA não revelou diferenças significativas entre os desvios sistemáticos dos pontos médios de BUN e SUN. LMM mostrou uma estimativa de inclinação de 0,53 (IC 95% 0,38-0,67) de BUN na predição do ponto médio de SUN.
CONCLUSÃO: Neste estudo SUN e BUN estão associados e não houve diferença significativa entre ambos durante os dias de seguimento, dessa forma, SUN reflete de forma confiável BUN independentemente de intervenções terapêuticas iniciadas. Apesar do pequeno tamanho da amostra, estes dados preliminares sugerem que SUN pode ser usada de forma confiável para acompanhar a evolução do paciente após o diagnóstico de LRA.

Temas Livres Pôsters – Insuficiência Renal Aguda

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