J. Bras. Nefrol. 2015;37(3):359-66.

A ingestão energética de pacientes em hemodiálise é subrelatada?

Inaiana Marques Filizola Vaz, Ana Tereza Vaz de Souza Freitas, Maria do Rosário Gondim Peixoto, Sanzia Francisca Ferraz, Marta Izabel Valente Augusto Morais Campos

DOI: 10.5935/0101-2800.20150056

Introdução:

O sub-relato da ingestão energética é pouco estudado na população em hemodiálise.

Objetivo:

Avaliar o sub-relato da ingestão energética e os fatores associados em pacientes em hemodiálise.

Métodos:

Estudo transversal, com 344 pacientes adultos estáveis, de dez centros de hemodiálise de Goiânia-GO. A ingestão energética foi avaliada por seis recordatórios de 24 horas e a taxa de metabolismo basal (TMB) foi calculada pela equação de Harris Benedict. Foi considerado como sub-relato quando a razão entre a ingestão energética média e a TMB foi menor que 1,27. Para análise dos fatores associados ao sub-relato, foi utilizada a regressão de Poisson com estimativa robusta da variância.

Resultados:

A prevalência de sub-relato foi de 65,7%, sendo mais expressiva em indivíduos com excesso de peso e nos dias sem diálise. O resultado final da análise multivariada identificou quatro fatores independentemente associados ao sub-relato: sexo feminino (RP = 1,27; IC = 1,10-1,46), índice de massa corporal ≥ 25 kg/m2 (RP = 1,29; IC = 1,12-1,48), três ou menos refeições/dia (RP = 1,31; IC = 1,14-1,51) e tempo de hemodiálise inferior a cinco anos (RP = 1,19; IC = 1,01-1,40).

Conclusão:

A população avaliada demonstrou elevada prevalência de sub-relato da ingestão energética. Pertencer ao sexo feminino, apresentar excesso de peso, fazer um menor número de refeições diárias e ter menos tempo de hemodiálise foram fatores associados ao sub-relato.

A ingestão energética de pacientes em hemodiálise é subrelatada?

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