J. Bras. Nefrol. 2008;30(3 suppl. 3):25-83.

Pôsteres

DIALISE PERITONEAL

PO001

Perfil diagnóstico de pacientes em diálise peritoneal segundo o modelo conceitual de Horta e a Taxonomia II da NANDA

FABRICIO DE ANDRADE GALLI(1); DACLÉ VILMA CARVALHO(2); SELME SILQUEIRA DE MATOS(1); ALEXANDRA DIAS MOREIRA(2)

Hospital Felício Rocho(1)
Escola de Enfermagem da UFMG(2)

O presente estudo contemplou a utilizaçao do Processo de Enfermagem, fundamentado nos referenciais teóricos de Wanda de Aguiar Horta e da Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), com os seguintes
OBJETIVOS: traçar o perfil demográfico e epidemiológico dos pacientes e estruturar os diagnósticos de enfermagem segundo taxonomia da NANDA. Trata-se de um estudo descritivo exploratório que foi realizado em um hospital de grande porte de Belo Horizonte – MG, sendo que a populaçao constituiu-se dos 20 instrumentos de coleta de dados (Históricos de enfermagem) utilizados pelos enfermeiros durante a consulta de enfermagem dos pacientes em diálise peritoneal. A coleta de dados foi realizada nos meses de junho e julho de 2006 durante as consultas de enfermagem. Após a coleta e registro dos dados, estes foram tratados utilizando-se recursos de informática (banco de dados) os dados foram analisados através de estatística descritiva, e os resultados apresentados em figuras e tabelas e discutidos à luz da Teoria das necessidades humanas básicas de Horta e Taxonomias dos diagnósticos da NANDA. Pela análise dos registros dos enfermeiros no Histórico permitiu identificar 12 diagnósticos de riscos e 26 reais. Estes diagnósticos foram agrupados em 8 Domínios e 13 Classes. Observou-se uma predominância de diagnósticos no Domínio segurança/proteçao o diagnóstico Risco para Infecçao. Além disso, pode-se identificar que o maior percentual de pacientes é do sexo feminino, com idade entre 40 e 60 anos, e tinham como fonte mantenedora dos custos médico-hospitalares, o Sistema Unico de Saúde (SUS). A primeira causa para Insuficiência Renal Crônica (IRC) foi Hipertensao arterial em 45% dos pacientes, seguido das Glomérulos Nefrites (25%) e Diabetes Mellitus (DM) como a terceira causa(20%). Sendo que todos os pacientes que apresentaram (DM) com primeira causa, possuem HAS associada. Em Glomerulonefrites associadas a outras causas, encontramos Lúpus Eritematoso Sistêmico com (5%) e Tuberculose Renal, representando (5%). Desse modo, verifica-se que a Sistematizaçao da Assistência de Enfermagem (SAE) é um método científico de trabalho que proporciona melhoria significativa da qualidade da Assistência prestada ao cliente através do planejamento individualizado das açoes de Enfermagem elaboradas pelo profissional enfermeiro. Permite a continuidade e a integralidade do cuidado humanizado e a valorizaçao do enfermeiro. Além disso, esperamos que os resultados aqui encontrados estimulem enfermeiros a implantar um modelo de assistência de enfermagem, utilizando o histórico de enfermagem e as fases do processo de enfermagem assim como a Taxonomia da NANDA para diagnósticos de Enfermagem, bem como, pesquisas sobre o tema.


PO002

Perfil dos pacientes em APD(diálise peritoneal automática) no hospital do servidor público do estado de Sao Paulo

CARLA VILELA DANDE , ERIKA LANKOWSKI NAKA , CAROLINE S. MICHIMURA , ALCENIA CARNEIRO BERBEL , SANDRA RODRIGUES LARANJA

Hospital do Servidor Publico Estadual de Sao Paulo(1)

INTRODUÇAO: Estima-se que no Brasil existam mais de 70.000 pacientes em diálise. A mortalidade média destes pacientes é de 15% e influenciada por diferentes fatores como: presença de diabetes melitus, miocardiopatias, hipertensao arterial, outras comorbidades, modalidade de diálise e status econômico e social.
OBJETIVO: Avaliar as características dos pacientes tratados com Diálise Peritoneal Automática (APD) em um Hospital Público Terciário e de ensino em Sao Paulo.
MATERIAL E MÉTODO: Foram avaliados 34 pacientes tratados com APD no ano de 2007.
RESULTADOS: A média de idade destes pacientes foi de 65,8 anos (18-92). Dezessete pacientes 50% (17/34) eram mulheres, 64,7% (22/34) eram brancos. O tempo médio em tratamento com APD foi de 18,5 meses (2-85). Hipertensao arterial foi vista em 97% (32/34) dos pacientes, 50% (17/34) dos pacientes tinham diabetes melitus. Outras comorbidades encontradas foram: insuficiência cardíaca congestiva 14,7% (5/34), dislipidemias 17,6% (6/34) e insuficiência coronariana 26,4% (9/34). Diurese residual foi encontrada em 58,8% (18/34) dos pacientes com um volume médio de 722 ml. Ocorreram 15 episódios de infecçao durante este ano sendo: 7 peritonites, 3 infecçoes de túnel e 5 infecçoes de sítio de saída. 0 principal agente dessas infecçoes foi o Stafilococos Aureus e 30% das culturas negativas. Morreram 14,7% (5/34) dos pacientes sendo 60% (3/5) com peritonite e 40% (2/5) de causas cardiovasculares.
CONCLUSOES: Hipertensao arterial foi a comorbidade predominante em nossa casuística, seguida de diabetes melitus. Nossa mortalidade foi semelhante à média de mortalidade de pacientes em diálise no Brasil (14,3%), embora nossos pacientes tenham uma média de idade maior que os pacientes brasileiros em diálise. Além disso, esses pacientes apresentam varias comorbidades e dessa forma a boa evoluçao destes pacientes pode ser atribuída à diurese residual e um controle rígido das comorbidades como as complicaçoes cardiovasculares. 0 que faz nossa mortalidade ser semelhante à de pacientes jovens, sendo APD uma boa modalidade de diálise para pacientes idosos.


PO003

Peritonite por salmonella em paciente em diálise peritoneal automática

MOISES CARMINATTI(1); PATRICIA DOS SANTOS PINTO(1); DOMINIQUE FONSECA RODRIGUES(2); THIAGO LACET(2); FERNANDO CESAR SOUZA MOREIRA(2); MARIA DE LOURDES JUNQUEIRA(2); NATALIA FERNANDES(1)

Fundaçao IMEPEN/NIEPEN-UFJF(1)
Hospital Universitario-UFJF(2)

OBJETIVO: Descrever um caso clínico de peritonite por Salmonella em paciente em diálise peritoneal automatizada.
MÉTODOS: Relatamos o caso de um paciente acompanhado em nosso serviço de nefrologia. Realizamos pesquisa bibliográfica nas bases de dados do PubMed e Lilacs, selecionando publicaçoes dos últimos 25 anos, que foram revisadas.
RESULTADOS: Paciente masculino de 63 anos, renal crônico em diálise peritoneal há 15 meses, sem história prévia de peritonite, apresenta-se com diarréia, dor abdominal, hematoquezia e vômitos há 3 dias, sem sinais de peritonite. Coprocultura colhida à admissao positiva para Salmonella, e cultura de dialisato, do mesmo dia, negativa. Iniciado tratamento empírico com ciprofloxacina, com melhora clínica importante após 48 h. No 3º dia da internaçao, febre e piora da dor abdominal, com sinais de irritaçao peritoneal. Colhida nova cultura do dialisato, positiva para Salmonella enterica, sensível a todos os antimicrobianos testados. Iniciado tratamento com amicacina e fluconazol. Melhora clínica importante e alta hospitalar com 10 dias de internaçao. Após oito dias, houve novamente turvaçao do dialisato e o paciente foi re-internado e submetido a troca e novo implante do cateter de diálise peritoneal, sendo mantido em DPA durante todo o período, com evoluçao para cura definitiva. Em nossa busca bibliográfica, encontramos três relatos de caso pertinentes, todos em pacientes em CAPD.
CONCLUSAO: A peritonite por Salmonella é rara em pacientes em diálise peritoneal automática. Em virtude da crescente incidência de salmonelose em nosso meio, ressaltamos a importância da coprocultura em pacientes em diálise peritoneal com quadro de enteroinfecçao, o que pode auxiliar no diagnóstico, orientando o tratamento. A retirada do cateter peritoneal deve ser considerada em casos de infecçao recorrente por Salmonella, pela dificuldade de eliminaçao do estado de portador da bactéria. O uso de antibióticos deve ser prolongado e incluir ao menos uma quinolona ou cefalosporina de 3ª geraçao, antes de ser guiado pelo resultado das culturas.


PO004

Implante de cateter de CAPD em pacientes com HIV e hernia abdominal

BIANCHINI, T; (1); OLIVEIRA, E; (1); PEREIRA, FR; (1); HERDOIZA, G.(1)

NEFRON Nefrologia de Rondônia(1)

A diálise peritoneal apresentou, na última década, grandes modificaçoes, e tornou-se hoje parte importante do arsenal terapêutico do nefrologista, como modalidade terapêutica eficiente para tratamento a longo prazo da insuficiência renal. Apesar do aumento da sobrevida do cateter de DPAC, a taxa de complicaçoes relacionadas com este representa uma importante causa de morbilidade, por vezes com necessidade de descontinuaçao da técnica. Publicaçoes recentes revelam a preocupante fragmentaçao no cuidado do paciente renal envolvendo uma equipe multidisciplinar, existem atrasos na realizaçao de procedimentos importantes relacionados à nossa especialidade, como no caso de implante de cateteres para diálise peritoneal. O objetivo deste trabalho é demonstrar que atrasos podem ser minimizados e a eficácia do tratamento melhorada quando o nefrologista intervencionista e o cirurgiao realizaram implantes de cateter de diálise peritoneal em dois pacientes. Paciente J. S.V., 68 anos, feminina, com diagnóstico de insuficiência renal (IRC) por DM e hérnia abdominal, submetida a resecçao do saco herniário, fechamento de peritônio com malha e implante do cateter pela a técnica de Seldinger. Paciente M.S.B.F., 58 anos, masculino, com diagnóstico de IRC por nefropatia por HIV, estenose do esôfago por moniliase e esofagite submetido a gastrostomia, sem acesso vascular e respeitando as normas de biossegurança ( Manual do Ministério da Saúde Normas Técnicas para Prevençao da Transmissao do HIV nos Serviços de Saúde, 1989), realizamos o implante de cateter de diálise peritoneal pela a técnica de Seldinger. Propoe-se que, a avaliaçao individual de pacientes com contraindicaçoes relativas ao implante de cateter visando que o tratamento diminua a morbi-mortalidade.


PO005

Peritonite esclerosante e encapsulante em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) – Relato de dois casos

PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); NARDIM, MEP(1); PASCHOALIN, NP(1); NAKAGAWA, B(1); CHIOZI, SZ(1); NETO, MM(1)

SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto)(1)

INTRODUÇAO: A peritonite encapsulante e esclerosante (PEE) é uma grave e rara complicaçao que acomete os portadores de insuficiência renal crônica que estejam em programa regular de diálise peritoneal (DP). Relatamos aqui dois casos desta patologia, que é caracterizada pela fibrose progressiva do peritôneo parietal e visceral, resultando na reduçao da capacidade de ultrafiltraçao e na disfunçao da peristalse intestinal devido às bridas formadas ou à obstruçao do lúmen.
PACIENTES – CASO 1: 66 anos, M, em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) há 6 anos, iniciou quadro súbito de dor abdominal em cólica, acompanhado de vômitos e diarréia, sugestivo de sub-oclusao intestinal. Exames de imagem mostraram dilataçao importante de alças intestinais. Durante o período em DP apresentou 8 episódios de peritonite, sendo o germe mais prevalente: Staphylococcus aureus. Foi optado pela laparotomia exploradora, que evidenciou múltiplas aderências e loculaçoes, envolvendo principalmente o intestino delgado, com aspecto fibrosante. Optou-se pela retirada do cateter de Tenckhoff e pela transferência para hemodiálise (HD).
CASO 2: 68 anos, F, em CAPD há 6 anos, com queixa de dor abdominal há 3 meses, difusa, constante, de caráter progressivo, associado à distensao abdominal importante. Exames de imagem revelaram presença de líquido na cavidade abdominal. Realizada paracentese, com saída de 1L de secreçao purulenta. Durante o período em DP, apresentou 8 episódios de peritonite, sendo o germe mais prevalente: Pseudomonas aeruginosa. Em 1 dos episódios foi isolado o fungo Cândida parapsilosis. Esta paciente fazia uso freqüente de soluçoes concentradas. Foi proposto como tratamento a retirada do cateter de Tenckhoff e a transferência para HDz.
CONCLUSAO: Nos dois casos relatados, os pacientes apresentavam fatores de risco bem identificados para o desenvolvimento de PEE, tais como o tempo em DP, episódios freqüentes de peritonite, e o uso constante de soluçoes concentradas. Esta patologia resultou na retirada dos pacientes da DP e na piora de vida devido à suboclusao intestinal.

 


PO006

Morbi-mortalidade cardiovascular em diálise peritoneal: um estudo prospectivo

PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); RASPANTI, EO(1); CHIOZI, SZ(1); NAKAGAWA, B(1); PASCHOALIN, NP(1); NETO, MM(1)

SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto)(1)

OBJETIVO: Analisar as causas de morbidade e mortalidade cardiovasculares entre pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP).
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo no qual foram avaliados os pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal automatizada (APD) neste serviço, no período de Julho de 2001 a Dezembro de 2007, totalizando 78 meses de observaçao. Registradas todas as internaçoes, suas causas e a evoluçao dos pacientes.
RESULTADOS: Nos 78 meses de observaçao foram admitidos 204 pacientes, sendo que 77 (37,7%) necessitaram de hospitalizaçao devido problemas cardiovasculares. Dentre estes pacientes, 68,8% eram submetidos à CAPD e 31,2% à APD; com idade média de 63 anos (21-92 anos); 50% pertenciam ao sexo masculino e 89,6% eram brancos. 55,8% dos pacientes que internaram apresentavam diabetes mellitus (DM). O tempo em diálise variava de 01 a 64 meses (média de tratamento: 19,1 meses). Foram computadas 580 internaçoes no período, sendo 149 (25,7%) por causas cardiovasculares, e dentre elas, as principais foram: edema agudo de pulmao (33,7%), crise hipertensiva (14,7%), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) (14,1%), acidente vascular cerebral (AVC) (11,4%), infarto agudo do miocárdio (IAM) (4,7%) e outras (21,4%). Do total de pacientes (204) avaliados no período, 88 evoluíram a óbito, sendo 28,4% por eventos cardiovasculares: 36% por ICC, 28% por IAM, 20% por AVC e 16% por outras causas. 18,2% dos pacientes faleceram subitamente no domicílio, fato também sugestivo do envolvimento de problemas cardiovasculares. Dos 88 pacientes que foram a óbito no período, 46,6% eram diabéticos.
CONCLUSOES: Nessa casuística, foi evidenciado um alto índice de internaçao e mortalidade devido a problemas cardiovasculares entre os pacientes portadores de IRC em DP, dados estes que estao em concordância com a literatura. Em torno de 50% dos pacientes internados e que foram a óbito devido a etiologia cardiovascular eram portadores de diabetes mellitus.


PO007

Morbi-mortalidade decorrente de causas infecciosas em diálise peritoneal: um estudo prospectivo

SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, OMV(1); PASCHOALIN, NP(1); CHIOZI, SZ(1); NAKAGAWA, B(1); NETO, MM(1)

SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto)(1)

OBJETIVO: Analisar a morbidade e a mortalidade decorrentes de causas infecciosas entre pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP).
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo no qual foram avaliados os pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal automatizada (APD) no período de Julho de 2001 a Dezembro de 2007, totalizando 78 meses de observaçao. Registradas as internaçoes, suas causas e a evoluçao dos pacientes, dando enfoque para as causas infecciosas, incluindo aqui os casos de peritonite, que sao hospitalizados de rotina neste Serviço.
RESULTADOS: Nos 78 meses de observaçao, foram admitidos 204 pacientes, sendo que 101 (50%) deles necessitaram de hospitalizaçao por problemas infecciosos. Dentre os internados, 70% eram submetidos à CAPD e 30% à APD; com idade média de 62,5 anos (17-92 anos); 47,5% eram pertencentes ao sexo masculino e 89% eram brancos. Grande parte (45%) apresentava IRC de etiologia diabética. O tempo em diálise variava de 01 a 72 meses (21 meses de tratamento em média). Foram computadas no período 580 internaçoes, sendo 207 (35,6%) por doenças infecciosas. 52 (51,5%) pacientes hospitalizaram em mais de uma ocasiao. As principais causas de internaçao por infecçao foram: peritonite (60,9%), seguida por pneumonia (18,3%), infecçao do trato urinário (ITU) (6,8%) e outras (14%). O tratamento obteve sucesso em 54,6% das peritonites, 62% das pneumonias, 91,2% das ITU e 82,3% por outras causas. 39% do total dos pacientes evoluíram a óbito por afecçoes infecciosas durante o período estudado, sendo 38% em decorrência de pneumonia, 35% por peritonite, e 27% por outras causas.
CONCLUSAO: Corroborando os dados da literatura, evidenciamos nessa casuística elevados índices de morbi-mortalidade decorrentes de causas infecciosas, sendo a peritonite a grande responsável pelas internaçoes, e tendo as pneumonias como o principal motivo de morte na populaçao estudada.


PO008

Perfil dos pacientes encaminhados à diálise peritoneal: um estudo prospectivo

SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NARDIM, MEP(1); PASCHOALIN, NP(1); NAKAGAWA, B(1); CHIOZI, SZ(1); NETO, MM(1)

SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto)(1)

OBJETIVO: Analisar as características clínico-epidemiológicas numa populaçao de pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) quando encaminhados à diálise peritoneal (DP).
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo no qual foram analisados dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de 204 pacientes portadores de IRC no momento do início do tratamento dialítico neste Serviço, entre Julho de 2001 e Dezembro de 2007.
RESULTADOS: Durante os 78 meses de observaçao, 204 pacientes foram encaminhados ao programa de DP, sendo 52% homens, 87% brancos, com idade média de 62,3 anos (01 – 93 anos). 15,2% cursaram ensino superior, 23,5% ensino médio, 49,5% ensino fundamental e 11,8% eram analfabetos. O tempo de acompanhamento médico antes da diálise foi em média de 17,2 meses (01 – 72 meses). As principais etiologias de IRC eram: diabetes mellitus (DM) (42,6%), hipertensao arterial sistêmica (13,2%), desconhecida (24,5%) e outras (19,7%). 66,2% dos pacientes foram submetidos no início à CAPD e 33,8% à APD. 29% dos pacientes vieram encaminhados da hemodiálise (HD) por falta de acesso vascular, 60% eram oriundos de consultórios onde realizavam seguimento conservador, 7,1% deram entrada no hospital já com IRC terminal sem tratamento prévio, 2,4% vieram da HD por escolha própria, e 1,5% iniciaram DP após perda do enxerto renal. Em relaçao aos exames laboratoriais, os pacientes apresentavam em média à época do encaminhamento uréia de 116,6 mg/dl (41 – 323 mg/dL), creatinina de 7,4 mg/dL (1,3 – 18,8 mg/dL), potássio de 4,7 mEq/L (2,9 – 7,2 mEq/L) e hemoglobina de 10,6 g/dL (6,8 a 16 g/dL).
CONCLUSOES: O aumento da prevalência e incidência da IRC sao fenômenos mundialmente reconhecidos, cabendo à nefrologia a tarefa de identificar as principais características e fatores implicados nessa populaçao. Nessa casuística, a maioria dos pacientes encaminhados à DP eram homens, brancos, com idade média de 62,3 anos, sendo o DM o grande responsável pela IRC, dado condizente com a literatura atual.


PO009

Infecçao de local de saída por pseudomonas aeruginosa em pacientes em diálise peritoneal

MARIA DA GLORIA LIMA, CARMEN LUCIA CARVALHO, CLAUDIA AZEVEDO RIBEIRO, MARCIA REGINA FRANCO

GAMEN(1)

Infecçao de local de saída por Pseudomonas aeruginosa em pacientes em diálise peritoneal. Marcia Regina Franco, Carmen Carvalho, Claudia Ribeiro, Gloria Lima Gamen – Grupo de Assistência Medica Nefrológica, Rio de Janeiro, RJ.
INTRODUÇAO: Infecçao de local de saída por Pseudomonas aeruginosa (Pa) costuma ser freqüente em ambientes úmidos, muito comuns em regioes de clima tropical. Quando ocorre peritonite, geralmente é necessária a remoçao do cateter. Portanto, todo esforço deve ser feito no sentido de se evitar este tipo de infecçao.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo é fazer uma revisao de todos os casos de infecçoes de local de saída (ILS) que ocorreram na nossa unidade durante este período de tempo.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudamos uma coorte de 114 pacientes (62M/ 52H), no período de fevereiro de 2005 até agosto de 2007. As informaçoes obtidas para análise foram: dados demográficos, etiologia microbiológica, ILS relacionadas ao cateter e resposta clínica.
RESULTADOS: Em 2142 pacientes-meses de acompanhamento, 42 episódios de ILS (0.23 ep/pc/ano) foram observados. Quinze desses episódios de ILS (35%), ocorridos em 13 pacientes, foram causados por Pa e 2 desses resultaram em peritonite. Observamos que todos os 13 pacientes moram em casas, onde a água é coletada e armazenada em caixas-d’água, sugerindo uma tendência maior de ocorrência de ILS em pacientes que residem em casa em relaçao àqueles que residem em apartamentos.
CONCLUSAO: Após instituirmos algumas medidas de limpeza e higienizaçao destas caixas-d’água, observamos diminuiçao da incidência de ILS por Pa.

Keywords: Pseudomonas, exit site infection


PO010

Incidência e evoluçao de acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e morte súbita em pacientes submetidos à diálise peritoneal

GARNICA, L(1); PASCHOALIN, NP(1); CHIOZI, SZ(1); NAKAGAWA, B(1); NARDIM, MEP(1); NETO, OMV(1); RASPANTI, EO(1); PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); NETO, MM(1)

SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto)(1)

OBJETIVO: Avaliar a incidência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e morte súbita entre os pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP) neste Serviço.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospectivo no qual foram avaliados todos os pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal automatizada (APD) no período de Julho de 2001 a Dezembro de 2007, totalizando 78 meses de observaçao. Registradas as internaçoes e a evoluçao dos pacientes.
RESULTADOS: Nos 78 meses de observaçao foram admitidos no Serviço 204 pacientes, sendo que 66,2% eram submetidos à CAPD e 33,8% à APD; com idade média de 62,3 anos (01 – 93 anos); 52% pertencentes ao sexo masculino e 87,2% eram brancos. O tempo em diálise era em média de 17,2 meses (01 – 72 meses). Neste período, 15 pacientes apresentaram AVC, com idade média de 68,9 anos (48 – 82 anos); 58,8% eram portadores de diabetes mellitus (DM); sendo que 12 (70,6%) foram a óbito; os 03 pacientes sobreviventes internaram em mais de uma ocasiao após o evento (2,6 em média), 02 continuaram em programa de DP; sendo 01 sem nenhuma seqüela; e 01 dos acometidos foi transferido para hemodiálise. 08 dos pacientes sofreram IAM, com idade média de 66,3 anos (55 – 85 anos); 75% eram diabéticos; sendo que 06 (75%) foram a óbito; os 02 pacientes sobreviventes internaram em média 3,5 vezes (3 – 4) após o evento; 01 paciente permanece em programa de DP e outro foi transferido para outro serviço. Nesta populaçao, 16 pacientes evoluíram com morte súbita, apresentavam 68,1 anos em média (28 – 90 anos) e 56% deles eram diabéticos.
CONCLUSAO: Nessa casuística, entre pacientes submetidos à DP, foi evidenciado um elevado índice de mortalidade e morbidade conseqüentes a AVC e IAM, e também altas taxas de morte súbita, sendo a maior parte dos afetados portadores de diabetes mellitus.


PO011

Determinantes na seleçao da modalidade de diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC): resultados do programa do hospital universitário antonio pedro (HUAP)

REMBOLD, SM(1); RIBEIRO, ELT(1); FREITAS, SMM(1); TANCREDI, MLL(1); LUGON, JR(1)

Universidade Federal Fluminense(1)

Trata-se de um estudo descritivo, com objetivo de traçar o perfil social e clínico dos clientes entrevistados para ingresso no programa de DPAC do HUAP /UFF. Os dados foram obtidos a partir dos formulários de entrevistas realizadas no período compreendido entre janeiro de 2003 a dezembro de 2007, sendo realizada uma análise estatística utilizando software SPSS 13.0. A amostra de 144 pacientes foi constituída por 67 (46,5%) homens e por 77 (53,5%) mulheres. A média de idade foi de 56 ± 19 (12 a 96 anos), com maior percentual de pacientes na faixa etária acima de 60 anos (50%). Em relaçao à escolaridade, 52,8% pacientes estudaram até o ensino fundamental. Dos 144 pacientes entrevistados, somente 43 entraram em DPAC. Dos 101 pacientes que nao entraram, os motivos foram: opçao por HD (31,6%); cateter nao operante (2%); óbito (5,9%); permanência em tratamento conservador (9,9%); condiçoes inadequadas de moradia (18,8%); falta de responsável para realizar as trocas (5%); recusa da família (4%); sem condiçoes de auto-cuidado (1%); cirurgias abdominais (1%); contraindicaçoes clínicas (4%); falta de infra-estrutura (2%); e outros motivos (5,9%). Cento e cinco (72,9%) pacientes tinham residência própria, com água tratada em 79,9% e 12,5% com abastecimento por água de poço; 77,1% possuem rede de esgoto. Cento e um (70,1%) coabitavam com familiares. A maior parte das residências possui cobertura de laje (74,2%), e 50,7% possuem animais de estimaçao. Na história clínica, 13,3% já tinham realizado cirurgias abdominais e 9% apresentaram hérnias. Dos 43 pacientes que entraram em DPAC, 26 (60,5%) saíram por: óbito (50%), peritonite (23,1%); cateter nao operante (7,7%); transferência de centro (7,7%); opçao por HD (3,8%); transplante (3,8%); falência de peritônio (3,8%). Dos 13 pacientes que saíram por óbito, onze ocorreram por doenças cardiovasculares e dois por complicaçoes de peritonite. Concluise que, em relaçao ao quantitativo de pacientes que ingressam em programa de hemodiálise, o número de pacientes que entram em DPAC ainda é muito reduzido. Em geral, as condiçoes clínicas, de moradia e escolaridade nao se constituem em fatores impeditivos para ingresso no programa, sendo mais freqüente a recusa por preferência à hemodiálise (31,6 %). As maiores causas de mortalidade estao associadas a doenças cardiovasculares e as peritonites representam significativo percentual no abandono do tratamento.

 


PO012

Cefazolina e amicacina versus cefazolina e ceftazidima no tratamento das peritonites em diálise peritoneal

BARRETTI P(1); MARTIN LC(1); GABRIEL DP(1); CUNHA MLRS(2); MONTELLI AC(2); CARAMORI JCT(1)

Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP(1)
Instituto de Biociências – UNESP(2)

Associaçoes entre cefalosporina (cef) da 1ª geraçao com aminoglicosídeo e cef da 1ª geraçao com cef da 3ª geraçao por via i.p. foram recomendadas, entre 1996 e 2005, para o tratamento empírico das peritonites em diálise peritoneal.
OBJETIVO: Avaliar e comparar a resposta clínica ao tratamento de peritonites com cefazolina e amicacina (protocolo1, P1) ou cefazolina e ceftazdima (protocolo 2, P2)
METODOS: Entre jan/2004 e mai/2008, 59 episódios de peritonites foram tratados com o P1 e 37 com o P2. Foram incluídos no P2 pacientes com filtraçao glomerular residual >1 mL/min. As percentagens (%) de episódios com cura completa (desaparecimento dos sinais e sintomas e cultura negativa pelo menos 28 dias após o término do tratamento, sem alteraçao do protocolo inicial) foram comparadas pelo teste exato de Fischer.
RESULTADOS: Dos 59 episódios do P1, 29 foram causados por cocos Gram positivos (CG+), com predomínio dos estafilococos coagulase negativa (ECN) (n=21), 16 por bastonetes Gram-negativos (BGN) (10 enterobactérias e 6 BGN nao fermentadores) e 9 com cultura negativa. Entre os 37 episódios do protocolo 2 houve 17 CG+ (6 Streptococcus sp e 5 ECN), 12 BGN (7 enterobactérias e 5 BGNNF) e 6 episódios com cultura negativa. A percentagem de CG+ oxacilino-resistentes (oxa-R) foi de 50,2% no P1 e de 41,1% no P2. Os grupos nao diferiram quanto ao perfil etiológico, % de cepas oxa-R e aos dados clínicos e demográficos. As % de cura completa foram de 44,1% e 45,9% para os P 1 e P2, respectivamente (p=1,0). Excluindo-se os casos por CG+ oxa-R, as % de cura completa foram de 78,5% e de 75% para os P1 e P2 (p=1,0).
CONCLUSAO: As associaçoes cefazolina e amicacina e cefazolina e ceftazdima foram semelhantes e mostraram baixa % de cura. A resistência à oxacilina foi limitante para a resposta clínica.

 


PO013

Motivos de “escolha” de diálise peritonial como modalidade de TRS: exaustao de acesso vascular para hemodiálise?

SALLENAVE, MP(1); CASQUEIRO, V(1); CAMPELO, B(1); PRESIDIO, S(1); ROCHA, PN(2)

Hospital Geral Roberto Santos(1)
Faculdade de Medicina da Bahia(2)

OBJETIVOS: avaliar os motivos de escolha de diálise peritonial (DP) como método de terapia renal substitutiva (TRS).
MATERIAL E MÉTODOS: estudo retrospectivo baseado em revisao de prontuários envolvendo todos os pacientes do recém-criado programa de DP do Hospital Geral Roberto Santos.
RESULTADOS: estudamos 22 pacientes com idade média 51,55 +/- 16,77 anos, 54,5% do sexo masculino, 89,5% negros ou mulatos, 68,2% procedentes do interior da Bahia. Em 04 pacientes, a DP foi a modalidade inicial de TRS e o motivo de escolha foi a preferência do paciente. Os 18 pacientes restantes iniciaram TRS através de hemodiálise (HD), 16 deles (89%) por cateter duplo lúmen (CDL) e 14 (78%) em caráter de urgência, sendo subseqüentemente convertidos para DP. Em apenas 7/18 (39%), esta conversao foi feita por escolha do paciente; na maioria dos casos, 11/18 (61%), o motivo de conversao foi exaustao de acesso vascular para HD. Em 2,6 +/-2,6 anos de HD, os pacientes deste grupo convertido para DP por falta de acesso vascular foram submetidos a uma média de 9,5 +/- 8,4 CDL e 2,1 +/- 1,8 fístulas artério venosas. Após 12,2 +/- 8,2 meses de acompanhamento em DP, 8/22 pacientes apresentaram ao menos um episódio de peritonite, sendo 4 pacientes do grupo convertido para DP por falta de acesso vascular e 4 pacientes do restante da populaçao.
CONCLUSAO: o início de TRS de forma emergencial através de HD utilizando CDL pode levar a uma rápida exaustao de acesso vascular, deixando a DP como única alternativa viável. Apesar desta nao ser uma forma adequada de “seleçao” de pacientes para DP, a taxa de peritonite foi semelhante entre os pacientes que iniciaram DP por falta de acesso vascular e os que iniciaram DP por vontade própria.


PO014

Morbi-mortalidade cardiovascular nos pacientes do programa de diálise peritoneal do Hospital Ofir Loyola (HOL)

COSTA, RS; (1); FREITAS, MJR; (1); SOUZA, ACP; (1); VIEGAS, CB; (1); PANTOJA, VC.(1)

HOSPITAL OFIR LOYOLA(1)

OBJETIVO: Identificar as principais causas de morbidade e mortalidade por doenas cardiovasculares (CV) nos pacientes em diálise peritoneal (DP) do HOL. Pacientes e
MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os prontuários dos pacientes admitidos no serviço de DP do HOL no período de outubro de 2003 a abril de 2008. Foram registradas todas as morbidades, internaçoes com suas causas e evoluçoes dos pacientes.
RESULTADOS: No período referido, 53 pacientes foram admitidos no serviço de DP. Destes, 45 (85%) apresentavam pelo menos uma morbidade CV. A idade média foi de 52 anos. Vinte e sete pacientes (53%) eram do sexo masculino e 24 (47%) do sexo feminino. As principais doenças CV identificadas foram: 39 (86%) hipertensao arterial sistêmica, 10 (22%) insuficiência cardíaca congestiva, 09 (20%) insuficiência coronariana (ICO), 08 (17,7%) acidentes vasculares cerebrais (AVC), 05 (11%) tromboses venosas profundas (TVP), 05 (11%) arritmias cardíacas e 01 (2,2%) trombo intra atrial (TIA). Foram computadas 09 (20%) internaçoes por doença CV: 04 (45%) AVC, 01 (11%) edema agudo de pulmao (EAP), 01 (11%) ICO, 01 (11%) tromboembolismo pulmonar, 01 (11%) TIA e 01 (11%) TVP. Dos 53 pacientes avaliados no período, 20 pacientes (37%) foram a óbito, destes 09 pacientes (45%) por causas CV: 04 (44,5%) AVC, 03 (33,5%) morte súbita, 01 (11%) TEP e 01 (11%) EAP.
CONCLUSAO: foi observado alto índice de internaçao e mortalidade por problemas CV entre os pacientes submetidos à diálise peritoneal.

 


PO015

Diálise peritoneal em diabéticos: papel do KTVR e sua relaçao com albumina sérica

RIBEIRO C(1); GOMES JPM(1); SANTOS IM(1); PENIDO MGMG(1); TAVARES MS(1)

Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1)

OBJETIVO: descrever e comparar o perfil demográfico de pacientes diabéticos (DM) e nao diabéticos (ND) em diálise peritoneal (DP), bem como índice de massa corpórea, teste de equilíbrio peritoneal, KTV residual e total e sua relaçao com os níveis de albumina sérica.
MÉTODO: estudo transversal em populaçao de pacientes em diálise peritoneal (DP). Foram levantados dados em maio de 2008 em Centro de Diálise em Hospital Quaternário. Foram avaliados sexo, idade, modalidade e tempo em diálise peritoneal, índice de massa corpórea (IMC) e resultado do teste de equilíbrio peritoneal (PET).
RESULTADOS: 36 pacientes foram analisados, dos quais 15 diabéticos (DM) e 22 nao diabéticos (NDM), sendo 16 do sexo masculino e 21 do feminino. A idade mediana no grupo DM foi de 60 anos e 41,5 no ND (p=0,002). A diálise peritoneal automatizada (DPA) foi a escolhida em 12 casos de DM e 17 no ND, CAPD em 2 e 3 casos e DPI em 1 e 2 casos respectivamente. O IMC nao diferiu entre os grupos (DM=26,3 e ND=24,0, p=0,10). As medianas do tempo em DP foram de 6,6 m no DM e 10,1 no ND (p=0,6). Pacientes diabéticos apresentaram PET de 0,65±0,1, maior que no grupo ND (0,53 ± 0,1), p=0,003. Em cada grupo constatou-se 3 pacientes anúricos. A mediana do Kt/Vr foi de 0,95 no DM e 0,67 no ND, sem diferença (p=0,7), bem como o Kt/Vt (medianas de 2,83 e 3,43). Os valores medianos de albumina foram de 3,5 g/l no DM e 3,7 no ND (p=0,12). A correlaçao entre albumina e Kt/Vt foi negativa em ambos grupos (DM r=-0,18 e ND r=-0,34, ambas com p>0,05).
CONCLUSOES: Nesta populaçao, o grupo de pacientes com DM teve idade maior e peritônio maior transportador que o grupo ND. O fator idade pode ter compensado a característica de alto transportador nos DM justificando o Kt/V semelhante em ambos os grupos.


DOENÇA RENAL CRONICA

PO016

Retardo na progressao de insuficiência renal crônica avançada com alta dose de minoxidil – Relato de caso

PAES-FERRAZ, FHR(1); QUIRINO, RM(1); CHICON, R(1); CAVECHIA, SR(1)

Hospital Regional da Asa Norte(1)

INTRODUÇAO: A Hipertensao Arterial (HAS) ainda é uma etiologia bastante frequente de insuficiência renal crônica terminal em nosso meio. Apesar do consenso acerca do uso de inibidores da enzima conversora angiotensina (IECA) e dos bloqueadores de receptor de angiotensina II (BRA) no controle da proteinúria na nefroesclerose hipertensiva, muitas vezes o uso é limitado pelo grau de insuficiência renal e risco de hipercalemia e/ou deterioraçao funçao residual. Objetivos,
MATERIAIS E MÉTODOS: relato caso de retardo na progressao da perda de funçao renal em paciente com nefroesclerose hipertensiva avançada.
RELATO CASO: MFS, 48anos, masculino, encaminhado novembro/05 ao ambulatório nefrologia geral devido disfunçao renal.
ANTECEDENTES: HAS há 10 anos, Gota há 3 anos. Em uso irregular de nifedipina 3xdia. Exafem físico: hipocorado +/ +4, PA 230X140 mmHg, sem edemas. Laboratório: Na 136 K 6,5 Uréia 164 Creatinina 5.2 (clearance 17ml/min), ácido úrico 13 mg/dl , Proteinúria 3,2 g/24hs, hb 11 ht 33 Ca 9.6 P 7,0 PTH 652 pg/ml. Ultrassom com rins diminuídos + microlitíase bilateral e cistos renais.
CONDUTA: em face dos exames, optado entrada minoxidil 30mg/dia associado beta-bloqueador e diurético alça + alopurinol + carbonato cálcio e encaminhado para confecçao fístula arteriovenosa (realizada fevereiro/06).
RESULTADOS: após seguimento 16 meses, paciente evoluiu com melhora importante níveis pressóricos (PA 140X80mmHg), diminuiçao da proteinúria (784mg/24hs) e estabilizaçao da funçao renal sem necessidade de hemodiálise.( uréia 198 cr 6.2, clearance 15ml/min )
CONCLUSAO: a contraindicaçao ao uso de IECA e/ou BRA nao é sinônimo de insucesso uma vez que outras medicaçoes podem quando bem prescritas propiciar grande impacto no retardo da perda funçao renal. É descrito piora hiperfiltraçao glomerular com uso vasodilatadores, entretanto quando utilizados em esquema anti-hipertensivo racional, tais efeitos sao minimizados, ocorrendo diminuiçao da proteinúria com consequente aumento de sobrevida renal e diminuiçao eventos adversos cardiovasculares.


PO017

Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes em diálise no Hospital Ophir Loyola no período de maio de 2005 a abril de 2007

SILVA, ARM(1); PINTO, ACS(1); FREITAS, MJR(1); LIMA, FMP(1); PINTO, GL(1)

Hospital Ophir Loyola(1)

OBJETIVOS: Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes do programa de diálise do Hospital Ophir Loyola (HOL) no período de maio de 2005 a abril de 2007.
MATERIAIS E MÉTODOS: aplicaçao de questionário e respectiva coleta de dados dos prontuários de142 pacientes do programa de diálise do HOL no período proposto.
RESULTADOS: em relaçao aos pacientes analisados, 64,1%pertenciam ao sexo masculino e 40,2%estavam na faixa etária entre 41 e 60 anos, tendo-se uma média de idade de aproximadamente 50 anos e um desvio padrao de 19,08 anos; quanto à procedência destes pacientes, inferiuse uma relativa equivalência entre os provenientes do interior do estado do Pará (40,8%) e os oriundos da regiao metropolitana de Belém (39,4%); já em relaçao à residência atual, houve predominância dos que moravam na regiao metropolitana de Belém (81%); constatou-se ainda que 30,3% dos pacientes apresentavam diabetes como doença de base, seguida de glomerulopatia (13,4%); quanto à modalidade dialítica, 79,6% dos pacientes realizavam hemodiálise, 15,5% diálise peritoneal ambulatorial contínua e apenas 4,9% diálise peritoneal automatizada; quanto ao tempo em diálise, 27,5% dos pacientes estavam na terapia por um período entre 24 e 48 meses, com uma média de tempo em diálise de 40 meses; a respeito da evoluçao dos pacientes, observou-se que 57% deles permaneceram em diálise, seguidos daqueles que evoluíram a óbito (22,5%); a causa de óbito mais encontrada nos pacientes em diálise no HOL foi sepse (31,2%).
CONCLUSAO: estudos voltados para a populaçao de pacientes dos vários centros de diálise do país sao importantes para alimentar os bancos de dados e conhecer as características epidemiológicas de cada localidade.

 


PO018

Orientando o paciente renal crônico: um papel da equipe multiprofissional

MARQUES, DA(1); ZOTTIS, M(1); MAZERA, L(1)

GAN – Grupo de Apoio Nefrológico.(1)

INTRODUÇAO: A equipe multiprofissional é formada por uma psicóloga, uma assistente social, uma nutricionista, enfermeiras e médicos responsáveis pelas clínicas. O grupo reúne-se quinzenalmente para discussao de casos e realizaçao de trabalhos temáticas que focam o bem estar psicossocial dos funcionários. Esta equipe atua nas clínicas de hemodiálise do grupo, GAN, CENESUL e CENENORTE e observou em seus atendimentos demandas que focalizavam a falta de orientaçao tanto para os pacientes antigos à diálise quanto aos pacientes em início de tratamento. Semestralmente acontecem palestras temáticas para famílias e/ou cuidadores dos pacientes renais em tratamento dialítico, pois os integrantes da equipe tem como missao de trabalho possibilitar estratégias humanizadas para que os pacientes possam enfrentar da melhor maneira o processo do adoecer.
METODOLOGIA: Diante das demandas encontradas nos atendimentos a equipe reuniu-se criando um livro de orientaçao para o paciente renal crônico. O objetivo do mesmo é possibilitar mais recurso de consulta rápida e psicoeducativa sobre: as restriçoes alimentares e hídricas, aspectos psicológicos e direitos e deveres do paciente renal.
CONCLUSAO: Pode-se observar que os paciente que receberam os livros de orientaçao, o utilizaram como instrumento de consulta principalmente diante das restriçoes alimentares (potássio, fósforo, medicamentos, dieta hídrica, etc) e direitos reservados ao paciente renal (Transporte Municipal e Interestadual, Isençao do Imposto de Renda, Benefícios Assistenciais LOAS – Amparo Assistencial e Benefícios Previdenciários como: Auxílio doença, aposentadoria por invalidez etc). Em relaçao à prática da Psicologia os assuntos trazidos no interior do livro foram questionados pela família, trazendo um maior conforto diante dos temas descritos (Sexualidade, depressao e papel do psicólogo na hemodiálise,etc). a equipe médica e de enfermagem acrescentaram com os cuidados que o paciente deve ter com o Catéter-Duplo-Lúmem(CDL) e com a Fístula Artério Venosa (FAV). O livro obteve sua primeira ediçao em 2006 e sua segunda ediçao em 2007


PO019

Perfil dos usuários do programa de prevençao clínica de doença renal crônica

MASCARENHAS, FA(1); OLIVEIRA, LF(1); IWAMOTO, HH(1); ARANTES, SC(1); FONTES, MP(1); IWAMOTO, S(1)

Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1)

INTRODUÇAO: A política nacional de atençao integral ao portador de doença renal, visa prevenir a doença renal lançando mao da promoçao da saúde, com reduçao do número de casos e minimizaçao dos agravos da hipertensao arterial e do diabetes mellitus, que sao patologias prevalentes e determinantes da doença renal na populaçao.
OBJETIVO: identificar os grupos de risco entre os usuários do Programa de prevençao clínica de doença renal crônica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC da UFTM).
MÉTODO: estudo descritivo e retrospectivo sobre o perfil dos usuários, atendidos pelo programa, a partir de dados registrados durante as consultas médicas e de enfermagem, no período de 1º de fevereiro de 2007 a 30 de janeiro de 2008.
RESULTADOS: no período estudado, houve a adesao de 320 usuários, com média de idade de 47,2 anos e na sua maioria mulheres 238(74,37%). Observou-se que 55(17,40%) eram tabagistas; 170(53,79%) hipertensos e 50(15,82%) diabéticos. E ainda, 107(33,96%) dos trabalhadores disseram que já tiveram cálculos renais, 130(41,13%) tiveram problemas de infecçao do trato urinário e 137(43,35%) algum problema cardíaco. Alguns dos sinais e sintomas apresentados durante a consulta foram: 155(49,20%) tinham pressao arterial normal, 119(37,77%) apresentavam sobrepeso e 82(41,4%) das mulheres atendidas estavam com cintura maior que 88cm, o que indica risco elevado para doenças cardiovasculares. Outro dado que nos chama atençao foi em relaçao aos antecedentes familiares, 233(73,50%) tinham alguém da família com hipertensao arterial, 147(46,37%) com diabetes, e 125(39,55%) com acidente vascular cerebral.
CONCLUSAO: Dos 320 usuários, a maior parte apresentava afecçao do trato urinário e cálculo renal. Observou-se, maior adesao ao programa de prevençao mulheres com idade superior a 47 anos e que possuem antecedentes familiares de hipertensao, diabetes e acidente vascular. O agendamento de consultas de enfermagem e/ou médicas, segundo a disponibilidade do cliente, a facilidade para a realizaçao de exames laboratoriais e o acompanhamento dos usuários com fatores de risco favorecem a adesao dos usuários em participar de programas desta natureza.

 


PO020

Adesao dos trabalhadores ao programa de prevençao clínica de doença renal crônica

OLIVEIRA, LF(1); MASCARENHAS, FA(1); IWAMOTO, HH(1); ANDRADE, SCAS(1); IWAMOTO, S(1); SANTOS, MJF(1)

Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1)

INTRODUÇAO: segundo o IBGE, 35% da populaçao brasileira acima de 40 anos de idade é hipertensa, em torno de 11% portadora de diabetes. Para a doença renal crônica, a hipertensao arterial sistêmica, o diabetes mellitus, o sedentarismo e a historia familiar, sao fatores de risco que devem ser considerados.
OBJETIVO: identificar os grupos de risco entre os trabalhadores do Programa de prevençao clínica de doença renal crônica do Hospital da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.
MÉTODO: realizou-se um estudo descritivo e retrospectivo sobre o perfil dos trabalhadores, atendidos pelo programa, a partir de dados registrados durante as consultas médicas e de enfermagem, no período de fevereiro de 2007 a janeiro de 2008.
RESULTADOS: no período, houve a adesao de 224 trabalhadores, com média de idade de 41,6 anos e na sua maioria mulheres 159(70,1%). Observou-se que 45(20,1%) eram tabagistas; 57(25,4%) hipertensos e 7(3,1%) diabéticos. E ainda, 53(23,7%) dos trabalhadores disseram que já tiveram cálculos renais e 84(37,5%) algum problema cardíaco. Alguns dos sinais e sintomas apresentados durante a consulta de 147 trabalhadores foram: praticamente a metade 129(87,7%) tinham pressao arterial normal e 61(27,2%) apresentavam excesso de peso. Outro dado que nos chama atençao foi em relaçao aos antecedentes familiares, 148(66,1%) tinham alguém da família com hipertensao arterial, 100(44,6%) com diabetes, e 80(35,7%) com acidente vascular cerebral. Há que destacar ainda que a adesao dos trabalhadores em participar de programas desta natureza, foi em funçao da facilidade de agendamento de consultas de enfermagem e/ou médicas em horários disponibilizados pelos trabalhadores, o respaldo para realizaçao de exames laboratoriais e o acompanhamento dos trabalhadores com fatores de risco.
CONCLUSAO: na UFTM, os trabalhadores de saúde com mais de 40 anos, que tem antecedentes familiares como hipertensao, diabetes e acidente vascular, sao os que apresentam maiores interesse em participar de programas de prevençao de doenças renais. Enfim, o desenvolvimento de açoes de promoçao da saúde dos trabalhadores deve ter como ponto de partida, o incentivo institucional para cuidar da sua própria saúde.

 


PO021

Avaliaçao da resposta hematimétrica ao uso de eritropoetina humana em pacientes renais crônicos em programa de terapia renal substitutiva

BASTOS, KA(2); OLIVEIRA, RA(2); MENDONÇA, TA(2); BARBOSA, LMM(2); FARO, SRS(1); ANDRADE JUNIOR, MP(1)

CLINESE – Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1)
Universidade Federal de Sergipe(2)

INTRODUÇAO: A anemia é uma das principais complicaçoes da doença renal crônica (DRC). O seu tratamento através da eritropoetina (EPO) resulta em melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida dos pacientes.
OBJETIVO: Avaliar a resposta hematimétrica ao uso da EPO em renais crônicos incidentes em programa dialítico.
MÉTODOS: Estudaram-se 123 pacientes em tratamento dialítico durante os primeiros seis meses de uso regular de EPO (80-120 U/Kg/semana). Realizou-se revisao de prontuários e obtiveram-se informaçoes concernentes a: gênero, idade de início em diálise, presença de diabetes mellitus (DM), modalidade dialítica, início da EPO e histórico dos primeiros seis meses da sua utilizaçao e resultados de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht) correspondentes a esse período. Obteve-se a curva de evoluçao dos índices hematimétricos mês a mês e foram realizadas análises comparativas entre os valores médios de Hb de grupos de pacientes segregados quanto à idade, gênero, presença de DM e modalidade dialítica, utilizando o teste “t” de Student com confirmaçao pelo ANOVA. Considerou-se p<0,05 para rejeiçao da hipótese nula.
RESULTADOS: Dos pacientes, 84,6% apresentavam no mês anterior ao início da EPO Hb <11g/dL. Já no sexto mês da terapia, 52,8% possuíam níveis de Hb &#8805; 11g/dL. Evidenciaram-se valores médios de Hb e Ht , respectivamente: 8,0g/dL (±2,23) e 24,7% (±6,85) ao início; 10,3 g/dL (±2,27) e 32,1% (±6,96), no 3º mês e 11,04g/dL (±2,17) e 34,08% (±6,66), no 5º mês de tratamento. Pacientes em diálise peritoneal evoluíram com níveis médios de Hb superiores aos pacientes em hemodiálise durante todo o período de observaçao (p<0,01). Na comparaçao entre gêneros, diabéticos e nao diabéticos e entre faixas etárias nao foram observadas diferenças significativas nos níveis médios de Hb.
CONCLUSAO: A evoluçao hematimétrica ao uso da EPO nas doses usualmente recomendadas foi eficaz e progressiva. Pacientes em diálise peritoneal evoluíram com maiores níveis de Hb que os em hemodiálise.


PO022

Resposta vacinal de hepatite B em pacientes renais crônicos em programa dialítico

BASTOS, KA(2); COUTINHO, HM(2); BARBOSA, LMM(2); ARAUJO, ES(1); ANDRADE JUNIOR, MP(1)

CLINESE – Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1)
Universidade Federal de Sergipe(2)

INTRODUÇAO: Os pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa dialítico sao considerados de alto risco para infecçao pelo vírus da hepatite B (VHB).
OBJETIVO: Avaliar a resposta vacinal contra VHB em pacientes renais crônicos em diálise em uma unidade típica em Aracaju/SE e tentar relacionar variáveis sócio-demográficas e clínicas que possam influenciar nesta resposta.
MÉTODOS: Avaliou-se a resposta vacinal contra VHB em 157 pacientes com IRC em diálise, previamente soronegativos, utilizando o esquema de quatro doses duplas recomendado (40 mcg via intramuscular em: zero, um, dois e seis meses). Consideram-se respondedores os pacientes com concentraçao de anticorpos anti-HBs &#8805; 100mIU/mL. Na análise estatística comparativa dos dados dos dois grupos (respondedores e nao-respondedores), empregou-se o teste do Quiquadrado (&#967; 2), com um nível padrao de significância de 5% (&#945; = 0,05), ou seja P<0,05.
RESULTADOS: Dos pacientes estudados, 75,8% responderam à vacina contra VHB. Dos 34 pacientes nao respondedores à vacinaçao primária e que foram revacinados, 68% soroconverteram. Nao houve evidência suficiente para relacionar as variáveis procedência, idade, gênero, presença de diabetes, níveis de albumina e método de diálise ao tipo de resposta vacinal. Entretanto, as variáveis idade acima de 40 anos e presença de diabetes apresentaram forte tendência de influência negativa na resposta. Os pacientes diabéticos e com idade maior ou igual a 40 anos apresentaram taxa menor de soroconversao (61,5%).
CONCLUSOES: O esquema de vacinaçao proposto foi efetivo para a populaçao estudada e a revacinaçao conferiu maior proteçao aos nao respondedores primários. Os pacientes diabéticos e com idade acima ou igual a 40 anos parecem mais susceptíveis à nao resposta vacinal. Estes resultados fortalecem a importância da vacinaçao com doses específicas, da revacinaçao e do direcionamento em futuras pesquisas notadamente em renais crônicos diabéticos e com idades mais avançadas.

 


PO023

Avaliaçao do perfil clínico-laboratorial e adequaçao em diálise segundo o Dialysis Outcomes Quality Initiative National Kidney Foundation (NKF/DOQI)

BASTOS, KA(2); SOUZA, PMA(2); BARBOSA, LMM(2); BRITTO, FC(1); COELHO, RM(1); ANDRADE JUNIOR, MP(1)

CLINESE – Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1)
Universidade Federal de Sergipe(2)

INTRODUÇAO: As evidências mostram que a morbimortalidade dos pacientes com insuficiência renal crônica terminal é menor quando é fornecido tratamento dialítico adequado.
OBJETIVOS: Traçar o perfil clínico-laboratorial e analisar a adequaçao do tratamento de pacientes em programa dialítico à luz das diretrizes do NKF K/DOQI, analisando comparativamente as modalidades hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP).
MÉTODOS: Realizou-se revisao de prontuários de 244 pacientes (168 em HD e 76 em DP) ativos há pelo menos 6 meses em programa dialítico em uma unidade de referência em Aracaju-Sergipe, compreendendo o período de 1º/07 a 31/12/2006. Analisaram-se a idade, gênero, doença de base, método dialítico, acesso vascular e as variáveis laboratoriais: hemoglobina (Hb), cálcio (Ca), fósforo (P), paratormônio (PTH), albumina, produto cálcio-fósforo (CaxP), cálculo da depuraçao fracional de uréia (Kt/V) e taxa de reduçao da uréia. As médias foram confrontadas com as diretrizes do K/DOQI, e determinados os percentuais de pacientes que atingiam as recomendaçoes. Na comparaçao entre HD e DP utilizou-se o teste “t” de Student com confirmaçao pelo ANOVA. Adotou-se nível de significância de 0,05.
RESULTADOS: Os pacientes em DP eram mais velhos (51,4+17,9 versus 47,5+14,8 anos). Os valores médios dos parâmetros laboratoriais em sua maioria se encontravam na faixa de normalidade, mas se analisados separadamente o percentual de pacientes fora dos parâmetros era relevante, principalmente quanto à Hb (79,2% e 75%), albumina (64,3% e 90,8%) e PTHi (71,5% e 71,6%), para HD e DP, respectivamente. Apenas 8,4% dos pacientes analisados encontravam-se com Ca, P, PTH e CaxP dentro dos limites da normalidade. Na comparaçao entre os métodos dialíticos, albumina e potássio diferiram significativamente no tocante ao percentual de pacientes controlados.
CONCLUSAO: Apesar do acompanhamento sistemático evidencia-se que parcela considerável dos pacientes em diálise continua fora das metas sugeridas.


PO024

Relato de caso: paciente com doença renal estágio 5 mantido em tratamento conservador por 15 anos

ROMANO, T.G(1); NASCIMENTO, V.A(1); BALOGH, R.(1); RINALDI, D.S(1); BERGAMO, R.R(1)

Faculdade de Medicina do ABC(1)

OBJETIVO: Relatar um caso vivenciado pela disciplina de nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC. Paciente com diagnóstico de doença renal crônica estágio 5 devido nefrosclerose hipertensiva e nefro/uropatia obstrutiva por hiperplasia prostática benigna (HPB), acompanhado durante 15 anos em seguimento conservador e, através deste caso, discutir as atuais tendências no manejo conservador em pacientes com doença renal estágio 5.
MATERIAL E MÉTODOS: Relato realizado através de levantamento de dados de prontuário médico.
CONCLUSAO: O manejo conservador de pacientes com doença renal crônica requer uma vigilância e dedicaçao médica intensa, bem como aderência terapêutica por parte do paciente. As atuais terapias de manejo da anemia, acidemia, metabolismo cálcio e fósforo, abordagem dietética e controle dos fatores de risco modificáveis para evoluçao de doença renal sao arsenais essenciais no adiamento à indicaçao de terapia renal substitutiva.


PO025

Atençao farmacêutica ambulatorial ao paciente renal crônico no Hospital Universitário da USP (HU-USP): enfoque multidisciplinar

MORI, A.L.P.M(1); PINTO, G.A(1); DOREA, E.L(1); STORPIRTIS, S(2); TORREAO, N.K.A.M.(2); BERNIK, M.M.S(1); CESAR, E.F(2)

Hospital Universitário da USP(1)
Faculdade de Ciencias Farmaceuticas da USP(2)

INTRODUÇAO: O Hospital Universitário da Universidade de Sao Paulo (HU-USP) integrou o farmacêutico à equipe multidisciplinar para atendimento ambulatorial de pacientes renais crônicos. A prática de Atençao Farmacêutica colabora para a melhoria das condutas terapêuticas, no contexto multidisciplinar de atendimento ao paciente nefropata, cuja terapia, na maioria das vezes, implica no uso simultâneo de 4 ou mais medicamentos, dificultando a adesao ao tratamento.
OBJETIVOS: Apresentar a sistemática adotada para a Atençao Farmacêutica a pacientes nefropatas atendidos no ambulatório do HU-USP, realizada sob a ótica da equipe multidisciplinar da saúde.
METODOLOGIA: Foram desenvolvidas as ferramentas de trabalho para o farmacêutico viabilizar o atendimento dos pacientes no ambulatório: a implantaçao do agendamento de consultas para o farmacêutico e a ficha de atendimento ambulatorial para a realizaçao do seguimento farmacoterapêutico.
RESULTADOS: Elaborou-se a Ficha de Seguimento Farmacoterapêutico na qual sao registrados Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM) e demais informaçoes relevantes. Após discussao com o médico, informam-se ao paciente possíveis alteraçoes no tratamento. O paciente é orientado a marcar uma consulta de retorno com o farmacêutico na mesma data da próxima consulta com o médico. Desde o início do atendimento (agosto 2007) foram cadastrados 64 pacientes. Verificou-se a falta de conhecimentos e de adesao em relaçao ao tratamento farmacológico e nao farmacológico em cerca de 67% dos casos e a ocorrência de PRM em 52% dos pacientes.
CONCLUSAO: Os resultados obtidos indicam que a prática da Atençao Farmacêutica com enfoque multidisciplinar traz benefícios aos pacientes atendidos, otimiza o trabalho e previne a ocorrência de PRM e algumas de suas possíveis causas, acarretando em melhor controle da doença renal crônica.


PO026

Encaminhamento precoce ao nefrologista: experiência de um plano de saúde

PINTO, G. A.(1); DOREA, E. L.(1); JESUS, A. R.(1); TEIXEIRA, A. C.C.(1); VICENTE, C. A.(1); SCHULTZ, M..I. O.(1)

Intermedica Sistema de Saúde S/A(1)

Considerando os números epidemicos da doença renal cronica e suas graves comorbidades o Grupo Intermédica Sistema de Saude; plano de saúde responsável por cerca de 800 000 de vidas seguradas ; decidiu criar um programa de atendimento multidisciplinar com foco no controle global da doença. Realiza-se busca ativa semanal e sao matriculados pacientes com Creatinina sérica superior a 2,0mg/dl.
OBJETIVOS: Este estudo visa avaliar as condiçoes clinico laboratoriais dos pacientes que iniciaram Terapia Renal Substitutiva (TRS) desde o incio do programa
MÉTODOS: Foi realizado levantamento dos dados clínicos laboratoriais dos pacientes que foram encaminhados para TRS nos últimos 8 meses Resultados Durante este período foram encaminhados 18 pacientes para TRS ; 12 homens e 6 mulheres com idade média de 50 anos (15 a 82 anos). Deste total, 13(72%) pacientes foram encaminhados tardiamente para o acompanhamento nefrológico (menos de 3 meses antes do início do programa de diálise) e 5 ( 27%) pacientes foram encaminhados precocemente (mais de 3 meses antes diálise). Os pacientes encaminhados tardiamente apresentavam piores taxas de hemoglobina, albumina sérica e maiores níveis de creatinina sérica (estatisticamente significantes). Tabela: Somente 3 (16%) pacientes apresentavam acesso vascular definitivo ao início do programa dialítico e todos haviam sido encaminhados precocemente; 14(77%) pacientes necessitaram de catéter venoso para hemodiálise e 1 paciente entrou em programa de diálise peritoneal.
CONCLUSAO: Podese verificar que mesmo em serviços como o nosso, onde o acesso ao nefrologista é garantido e fácil, os pacientes sao encaminhados tardiamente a este profissional acarretando piores indicadores clínicos e laboratoriais que estao reconhecidamente associados a maior taxa de morbidade , mortalidade e internaçoes hospitalares gerando maiores custos portanto a atitude de busca ativa de pacientes portadores de doença renal crônica e seu rigido controle é essencial para garantir um tratamento de melhor qualidade.

 


PO027

Perfil de pacientes que iniciaram hemodiálise (HD) em um serviço de emergência do município do Rio de Janeiro

LESSI, D(1); LEIMAN, B(2); KRAUSS, L(2); BREGMAN, R(3)

Hospital Municipal Souza Aguiar(1)
Escola Nacional de Saúde Pública(2)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro(3)

A maioria dos pacientes que inicia HD em nosso Município o fazem através de HD de urgência. Diabetes mellitus (DM) e hipertensao arterial (HA) sao as principais causas de doença renal crônica (DRC) da atualidade; porém se tratadas a progressao da doença renal pode ser lentificada.
OBJETIVO: conhecer o perfil de uma populaçao que iniciou HD de urgência devido a DM e/ou HA em um hospital municipal referência do Rio de Janeiro.
MÉTODOS: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes que iniciaram HD pela primeira vez entre Janeiro e Dezembro de 2006 no HMAS. Incluídos apenas pacientes com DM e/ou HA que vieram à emergência com queixa indefinida e o diagnóstico feito no atendimento.
RESULTADOS: Média + DP. Analisados 427 prontuários de pacientes que iniciaram HD de urgência. Destes 97 (22,7%) preenchiam os critérios de inclusao; 50% apresentavam DM e 50% HA, 54% eram do sexo masculino, 36% brancos, 22% negros e os demais nao brancos e nao negros, idade= 55 + 8 anos. Exames laboratoriais do primeiro atendimento mostravam creatinina= 11,5 +3,3 mg/dl, Uréia=255 + 21 mg/dl, Hematócrito=25 + 4%, Potássio = 5,8 + 1,1 mEq/L. Pelo menos uma hemocultura foi realizada em 57% dos pacientes; 81% fizeram uso de pelo menos um antibiótico devido à infecçao do cateter de duplo lúmen. Os pacientes permaneceram em média 116 dias neste serviço até a transferência para uma clínica satélite, devido à indisponibilidade de vagas. Ao final de 1 ano 35% evoluíram para óbito; em média após 49 dias. A mortalidade foi maior no grupo DM 44% vs 25% no grupo HA. Estes indivíduos apresentavam anemia e níveis elevados de uréia e creatinina, configurando um quadro tardio de início da HD, além de nao possuírem acesso permanente; características que contribuíram para a elevada mortalidade ao final de 1 ano de HD.
CONCLUSAO: A DRC pode ser prevenida ou postergada em portadores de HA e DM. Políticas visando o tratamento precoce da DRC devem ser implementadas para impedirmos que, indivíduos com estas patologias necessitem de HD de urgência sobrecarregando e onerando o sistema de saúde, além de resultar em alta mortalidade, especialmente para a faixa etária observada.


PO028

Avaliaçao da funçao respiratória, capacidade física e qualidade de vida de pacientes portadores de doença renal crônica pre-dialítica

FARIA, RS(1); SILVA, VSA(1); REBOREDO, MM(1); FERNANDES, NMS(1); BASTOS, MG(1); CABRAL, LF(1)

Universidade Federal de Juiz de Fora(1)

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) cursa com perda progressiva e irreversível das funçoes renais. Com seu avanço, surgem manifestaçoes clínicas em vários sistemas. No presente estudo, caracterizamos a funçao respiratória, a capacidade física e a qualidade de vida de portadores de DRC em fase pré-dialítica.
MÉTODOS: Foram avaliados 12 pacientes nao fumantes sem doenças respiratórias, cardíacas, infecçoes e pertencentes ao Programa de Prevençao às Doenças Renais (PREVENRIM – NIEPEN da Fundaçao IMEPEN e UFJF). Foram submetidos à avaliaçao da funçao respiratória através da espirometria e manovacuometria, da capacidade física pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6M) e da qualidade de vida pelo questionário SF-36. Além disso, dados clínicos e laboratoriais relevantes foram coletados dos prontuários.
RESULTADOS: Três pacientes apresentaram distúrbio ventilatório leve, seis apresentaram queda superior a 25% na ventilaçao voluntária máxima (VVM) e no volume de reserva expiratório (VRE) e quatro apresentaram reduçao na força muscular respiratória. Um paciente apresentou baixa tolerância ao exercício físico. Os domínios estado geral da saúde e vitalidade apresentaram médias inferiores a 75. Além disso, houve diferença entre os valores de hemoglobina e fósforo entre os diferentes estágios de DRC e correlaçoes entre valores espirométricos, de capacidade física e de força muscular respiratória.
CONCLUSAO: A DRC desde seus estágios iniciais pode afetar a funçao respiratória e a qualidade de vida destes indivíduos. Estes dados sugerem que os pacientes nos estágios iniciais da DRC apresentam alteraçoes que podem ser abordadas ainda nesta etapa.

Descritores: Doença renal crônica. Funçao respiratória. Capacidade física. Qualidade de vida. Pré-diálise.


PO029

Vacinaçao contra febre amarela em pacientes em diálise

SILVEIRA, SADJ(1); RASPANTI, EO(1); VIEIRA, OMN(1); MOYSES, MN(1); NARDIN, MEP(1)

Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto (SENERP)(1)

OBJETIVO: Como a vacina contra febre amarela utiliza vírus vivo atenuado, o objetivo foi avaliar a incidência de efeitos adversos em pacientes portadores de insuficiência renal crônica em diálise.
MATERIAL E MÉTODOS: estudo retrospectivo feito através da elaboraçao de um questionário com base nos principais sinais e sintomas relatados após a vacinaçao contra febre amarela, e as razoes pelas quais eles teriam sido vacinados. Esse questionário foi aplicado a uma populaçao de 308 pacientes portadores de insuficiência renal crônica em tratamento dialítico (hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (PD). Foram verificados os exames laboratoriais colhidos rotineiramente durante o período pós vacinaçao.
RESULTADOS: dos 308 pacientes pesquisados, 64 estavam em programa de PD, e apenas 01 paciente, submeteu-se à vacinaçao, por medo da “epidemia relatada na mídia”, nao apresentando qualquer evento adverso. Os demais 244 pacientes, eram submetidos ao programa de HD, e 37 pacientes submeteram-se à vacinaçao. Desses, 14 eram do sexo feminino e 23 eram do sexo masculino. Dos 37 pacientes, um vacinou-se por motivo de viagem para zona endêmica e os demais 36, devido a possível “epidemia relatada na mídia”. Dos 37 pacientes, 04 relataram efeitos adversos, sendo 2 pacientes com efeitos sistêmicos (febre, indisposiçao, artrite/eritema migratórios) e 2 com efeitos locais (dor no local da inoculaçao da vacinaçao).Nao houve nenhuma alteraçao laboratorial no período pós vacina inclusive da TGO.
CONCLUSAO: os mais diferentes trabalhos, mostram uma incidência de efeitos adversos pela vacinaçao contra febre amarela, oscilando entre 5 a 10%. Em nossa amostra, a incidência de efeitos adversos naqueles vacinados, nao diferiu da populaçao em geral.

 


PO030

Projeto de implantaçao do serviço de psicologia na Unidade de Nefrologia do Hospital Sao Joao de Deus – Divinópolis-MG

SILVA,DG DE L.; LARANJO, M DE C.; RESENDE, PC

Hospital Sao Joao de Deus(1)

OBJETIVOS: Minimizar o impacto da doença no paciente e sua família; favorecer ao paciente aquisiçao de uma nova percepçao sobre sua realidade; melhorar a qualidade de vida atual mesmo com suas limitaçoes; proporcionar uma melhor adaptaçao do paciente ao tratamento; favorecer uma melhora da auto-estima; realizar um trabalho de escuta dos medos e ansiedades buscando sua diminuiçao ou eliminaçao.
MATERIAL E MÉTODOS: Pacientes expostos ao impacto de um diagnóstico de uremia e tratamento pelo rim artificial apresentam sofrimentos psíquicos que se manifestam sob a forma de depressao, angústia, e uma espécie de aniquilamento dos desejos, que sinalizam para um nível empobrecido de vida. A falta de projetos de vida expressa nas frases de parte substancial de indivíduos abordados evidencia a ausência de uma causa que sustente o desejo. Sendo a psicanálise a clínica da falta, e a partir desse pressuposto, busca causar, concluímos ser este um instrumento teórico adequado para escutar esses pacientes. Nesse sentido, o trabalho do psicólogo, intervindo em cada caso, poderá favorecer a busca de um projeto vital realístico que dê sentido à vida e resgate o sujeito, retificando-o subjetivamente.
RESULTADOS E CONCLUSAO: Considerando que nao há tratamento oferecido que irá assegurar a cura e nem o retorno à saúde, instalando uma situaçao traumática que bruscamente modificará a relaçao do paciente com seu corpo, físico, orgânico e social tornando-se imprescindível à presença do psicólogo. A desorganizaçao biológica poe em marcha elementos psíquicos que, até entao, nao se suspeitava. A doença pode corresponder a uma dolorosa ofensa ao sujeito, até entao, imortal e invencível. E tal conseqüência pode ser ouvida ainda à cabeceira do leito. Requer pontuaçao e atençao. Cabe ao psicólogo a tarefa de ser quem ouve as demandas ali apresentadas. Enfim, o psicólogo nao é aquele que tem as respostas para a dor e o sofrimento do paciente, acolhe a dor, aceita a recusa e marca as possibilidades, na medida em que “aposta” que a linguagem levará o sujeito a encontrar sua “escolha” abrindo caminho para o surgimento do desejo.


PO031

Treinamento muscular periférico (TMP) durante a hemodiálise (HD) em pacientes com doença renal crônica (DRC).

LUCIANA CORREA, REJANE NEVES, FRANCINI CANTARELLI DA CUNHA, LAURA SEVERO DA CUNHA

Hospital Moinhos de Vento(1)

INTRODUÇAO: A terapia dialítica é capaz de prolongar a vida de pacientes com DRC, entretanto, nao evita prejuízos determinados pela patologia de base e pelo próprio tratamento. O TMP pode promover a reduçao dos sintomas relacionados e a melhora funcional.
0BJETIVO: Avaliar os efeitos do TMP na capacidade funcional e na qualidade de vida nestes pacientes.
METODOLOGIA: Ensaio clínico pareado. Estudou-se 7 indivíduos, com idades entre 29 e 84 anos, portadores de DRC. Os sujeitos foram avaliados antes e após o protocolo por meio do Teste da Caminhada dos 6 minutos (TC6), Questionário de Qualidade de vida SF36(QQVSF36) e pelo Teste de 1RM para extensores de joelho, a cada 12 sessoes. Tempo aplicaçao protocolo: 4 meses, na freqüência de 2x/semana, após 45 minutos de início e antes dos últimos 45 minutos finais da sessao de HD, em funçao da instabilidade clínica decorrente da rápida perda de volume. Pacientes com maior volume a perder foram atendidos logo no início da sessao. A carga utilizada foi de 50% da obtida no teste de 1RM; em 3 séries de 10 repetiçoes; para resistência utilizou-se 30% da carga obtida no teste, no grupo de extensores de joelho. Foram trabalhados todos os grupos musculares de membros inferiores (MI) além dos abdominais e glúteos com exercícios isométricos e isotônicos livres de carga.
ANALISE ESTATISTICA: Teste t de Student e de Wilcoxon Signed Ranks. Resultados e
CONCLUSOES: Dos pacientes, 70% eram do sexo masculino, com media de idade de 54 anos. Antes e após as 30 sessoes, foram observadas as seguintes medidas (média ±DP): carga tolerada por MID, 4,7±3,03 vs. 6,1±2,54Kg; por MIE 4,8±3,13 vs. 6,2±2,75Kg, p<0,05. O QQV mostrou melhora nos domínios: limitaçao por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde e vitalidade. No TC6 nao foi verificado melhora. O TMP nestes pacientes durante a HD é capaz de promover aumento de força muscular de MI, além de alterar positivamente domínios referentes a qualidade de vida e tornar útil o tempo em que o paciente está em terapia.Como desfechos secundários observamos, através do relato dos pacientes, reduçao da dor em membros inferiores e, reduçao das câimbras e da necessida de medicaçao de medicaçao para controle deste sintoma.

 


PO032

Prevalência de doença renal crônica (DRC) em populaçao de risco nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) na zona leste de Sao Paulo

DOREA, E L(1); EPSTEIN, M(1); BALBO, J(1); EUG NIO, W(1); BETIOL, R(1)

Universidade Cidade de Sao Paulo(1)

A DRC constitui-se atualmente em um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Estima-se que exista cerca de 1,2 -1,5 milhao de pessoas com DRC no Brasil. Estudo realizado na cidade de Bambuí demonstrou prevalência de creatinina alterada em 5,09% da populaçao acima de 60 anos.
OBJETIVOS: Determinar as taxas de DRC em uma populaçao de risco (hipertensao arterial (HA), diabetes mellitus (DM), com história familiar de DRC e maiores de 60 anos) de pacientes tratados nas UBS da zona leste de Sao Paulo. Materiais e
MÉTODOS: Determinou-se o ritmo de filtraçao glomerular (RFGe) através do uso da fórmula com quatro variáveis da “Modification Diet in Renal Disease” (MDRD) em pacientes selecionados pelos fatores de risco. Considerou-se com DRC todo indivíduo com RFGe menor que 60ml/min/1,73m2.
RESULTADOS: 929 pacientes com idade entre 18-92 anos foram avaliados. Destes, 543 (58,4%) eram do sexo feminino; 87,1% (809) brancos; 670 apresentavam diagnóstico de HA (72,1%); 32,5% DM e 223 tinham DM e HA (24%). O RFGe variou de 5 a 205 ml/min/1,73m2. DRC foi observada em 6,35% da populaçao estudada com idade entre 49-92 anos, sendo 13 negros (22%). 53 pacientes apresentaram DRC classe funcional (CF) III (89,8%); 5 (8,5%) CF IV e 1,7% CF V. Desses, 30,5% tinham DM, 89,8% HA e 25,4% tinham diagnóstico de DM e HA.
CONCLUSAO: As Sociedades de Nefrologia recomendam o rastreamento de DRC em todo indivíduo com fator de risco para a mesma. Limitando-o para a populaçao de risco, estima-se identificar cerca de 93% dos indivíduos com DRC. Em nosso estudo observou-se uma prevalência de DRC de 6,35%, similar a de outros estudos. A identificaçao e o encaminhamento mais precoce da DRC ao nefrologista está associada a uma menor progressao da doença, controle mais adequado e maior sobrevida. Faz-se necessário maior reconhecimento por parte dos médicos através da maior utilizaçao das equaçoes de estimativas, como a MDRD, para um rastreamento mais adequado desta doença, que gera gastos consideráveis para a saúde pública.


PO033

Percepçao dos pacientes em hemodiálise acerca da doença renal crônica e dos cuidados necessários

HELENA HEMIKO IWAMOTO, KARINY BEATRIZ CAIADO DE FREITAS, MARILIA MACIEL, JORDNIA LUMENIA TAVARES, CAROLINE FREITAS SILVA, HELGA MARIZIA SOARES

Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1)

O presente estudo tem como objetivo Identificar a percepçao que os pacientes em tratamento hemodialitico têm sobre os cuidados necessários em relaçao à doença, dieta, ingestao de líquidos e medicaçao. Trata-se de um estudo descritivo realizado com 32 pacientes em terapia renal substitutiva (hemodiálise), na Unidade de Terapia Renal (UTR) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), localizada no município de Uberaba – MG. A coleta de dados foi realizada com a utilizaçao de um instrumento semi-estruturado. Para a análise dos dados foi criado um banco de dados (Excel). Todos os 32 pacientes entrevistados durante os meses de maio e junho de 2008 faziam a hemodiálise três vezes por semana. Destes apenas um paciente nao apresentava condiçoes físicas para responder às questoes referentes à percepçao sobre sua saúde. Verificou-se que 22(68,7%) dos pacientes referem seguir corretamente a dieta orientada pela equipe da unidade, 26(81,2%) fazem controle da ingestao de líquidos por meio da quantificaçao de copos (tipo americano) utilizados por dia. A maioria dos pacientes disseram nao ter dúvidas quanto aos cuidados domiciliares necessários e apenas 9(29,03%) demonstraram a necessidade de obter algumas informaçoes acerca da doença renal crônica e suas complicaçoes. Dentre elas destacam-se: as causas da Insuficiência Renal Crônica (IRC), a influência dos suplementos alimentares, efeitos das medicaçoes em uso e quais sao as possibilidades e as dificuldades a realizaçao de transplante renal. Ressalta-se que alguns destes pacientes disseram ter dificuldade para assimilar ou compreender as informaçoes recebidas. Essa dificuldade pode estar atrelada ao baixo nível de instruçao, uma vez que 23(71,87%) dos entrevistados têm o 1º grau incompleto. Observa-se que a maioria dos pacientes mostraram conhecer a importância de seguir corretamente a dieta, de fazer o controle hídrico e as limitaçoes para o transplante renal. Como ainda 2/3 dos pacientes têm dúvidas em relaçao à IRC é importante que a equipe de saúde da unidade estabeleça um método de orientaçao de mais fácil compreensao.


PO034

Campanha previna-se: perfil epidemiológico dos moradores da Vila Fátima, Porto Alegre/RS

PEDRAZZA, EL(1); ROCHA, SR(1); SGNAOLIN, V(1); SIQUEIRA, SL(1); SCHAFF, CM(1); CARON-LIENERT, RS(1); FIGUEIREDO, AE(1)

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1)

A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), vem promovendo a Campanha PREVINA-SE com o objetivo de informar a populaçao sobre as doenças renais e seus sintomas, realizando exames de triagem para detecçao precoce destas.
OBJETIVOS: Realizar o rastreamento de pacientes, através da Campanha PREVINA-SE, a fim de traçar o perfil epidemiológico desta populaçao e sua relaçao com risco de desenvolvimento de doença renal crônica (DRC). Materiais e
MÉTODOS: A ficha de rastreamento indicada pela SBN foi utilizada, no Centro de Extensao Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, para coleta de dados demográficos; de história clínica e familiar; verificaçao da pressao arterial, medidas antropométricas e análise do exame qualitativo de urina.
RESULTADOS: Esta atividade contou com a participaçao voluntária de 128 indivíduos adultos, com idade média de 47,6 ± 16,98 anos, predominando mulheres 87,4% (n= 112) e pessoas negras 65,1% (n=83). O nível de escolaridade foi baixo (nenhuma 17,2%; 1-3 anos 27,3%; 4-7 anos 30,5%; 8-11 anos 18,7%; &#8805; 12 anos 4,7%; ignorada 1,6%) coincidindo com o nível salarial em salários mínimos (<1 – 38,7%; 2 a 5 – 53,5%; >5 – 3,9%; ignorada 3,9%). O número médio de moradores por domicílio foi de 4,27 ± 2,24. Foi observado um predomínio de indivíduos com história familiar positiva para hipertensao arterial sistêmica (HAS) (66,1%) e doença cardiovascular (DCV) (61,8%), seguidos pelo Diabetes Mellitus (DM) (45,6%) e DRC (24,4%). Quanto a história clínica, foi observado o seguinte perfil populacional: fumantes 28,1%; alcoolistas 21,9%; sedentários 64,6%; DM 12,5%; HAS 46,5%; DCV 30,5%; DRC 11,0%;
CONCLUSAO: Com base nos dados obtidos pode-se concluir que os profissionais de saúde têm um grande desafio frente as disparidades socioeconômicas e elevada prevalência de doenças crônicas observadas, em especial a HAS, visto que é uma das principais causas de DRC. Portanto, é importante a uniao dos saberes das diferentes profissoes, a fim de que a saúde torne-se uma realidade também para estas populaçoes menos favorecidas.


PO035

Relato de experiência do programa de residência multiprofissional em saúde no campus aproximado Vila Fátima – Campo de saber e prática: nefrologia

SIQUEIRA, SL(1); SGNAOLIN, V(1); ROCHA, SR(1); SCHAFF, CM(1); CARONLIENERT, RS(1); FIGUEIREDO, AE(1)

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1)

Os crescentes avanços obtidos na área da saúde têm tornado evidente a necessidade da especializaçao profissional como complementaçao dos cursos de graduaçao. Neste contexto, o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da PUCRS, foi criado para enfrentar o desafio de qualificar profissionais do campo da saúde, tornando-os capazes de aceitar a existência de alternância de saberes e práticas de cada núcleo constituidor das profissoes e de promover atençao integral à saúde. Dentre os campos que constituem esse projeto, o da Nefrologia compreende uma equipe constituída por duas enfermeiras, duas nutricionistas e uma farmacêutica, que atuam sob a orientaçao de uma preceptora. A área de atuaçao pretende ampliar e complementar a formaçao dos profissionais possibilitando a prestaçao de assistência na área nefrológica de forma sistematizada, crítica e científica. A equipe está atuando na Unidade de Atençao Básica do Centro de Extensao Universitária Vila Fátima (CEUVF), mantendo as estratégias de aprendizagem e considerando as necessidades da populaçao. A atuaçao da equipe multiprofissional, no CEUVF, possibilita a colocaçao em prática de projetos, como o Grupo dos Pacientes Acompanhados, que presta assistência domiciliar periódica a indivíduos impossibilitados de acesso à Unidade de Saúde. O grupo é composto por 12 pacientes que apresentam fatores de risco para o desenvolvimento de doença renal crônica, sendo a atuaçao da equipe de nefrologia muito importante para a prevençao e detecçao do dano renal, fornecendo, ainda, orientaçoes que possibilitam a prestaçao de um atendimento individualizado levando em consideraçao o contexto bio-psico-social e econômico no qual o paciente está inserido. Deste modo, essa vivência auxilia nossa formaçao, capacitando-nos para um trabalho em conjunto com outros profissionais da saúde, possibilitando uma abordagem mais eficaz dos fatores determinantes do processo de saúde-doença, ao mesmo tempo em que nos torna profissionais aptos a atuar dentro dos princípios do Sistema Unico de Saúde.


PO036

Avaliaçao da resposta vacinal contra o vírus B da hepatite em diálise

MAIOLINO, JZ(1); ZAQUEO, JB(1); SOUZA, SMS(1); NETO, APD(1); LELLO SANTOS, FR(1)

Hospital Universitário Alzira Velano(1)

INTRODUÇAO: pacientes mantidos em diálise compreendem um grupo de alto risco para hepatite do vírus B (HBV). Embora a imunizaçao ativa contra o HBV seja realizada rotineiramente, esta populaçao apresenta uma reduzida taxa de soroconversao.
OBJETIVO: neste estudo retrospectivo, analisamos características clínicas e laboratoriais de pacientes com resposta positiva (respondedores) e negativa (nao respondedores) a vacinaçao contra o HBV.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram envolvidos nesta análise 79 pacientes, sendo 41 homens e 38 mulheres, com idade de 23 a 89 anos (54,4±15,1), mantidos em diálise entre 10 e 142 meses (48,9±29,8). Estes pacientes receberam vacinaçao contra o HBV (40µg SC) nos dias 0, 30, 60 e 180. A resposta vacinal foi demonstrada com soroconversao positiva, ou seja, titulaçao de AntiHbs>10mU/ml.
RESULTADOS: Vinte e oito pacientes (35,4%) nao responderam efetivamente a imunizaçao contra o HBV. Na comparaçao entre respondedores e nao respondedores, nao foram encontradas diferenças entre idade (52,5±14 vs. 57,9±16,7 anos), tempo em diálise, eficiência dialítica (Kt/V 1,7±0,5 vs. 1,6±0,5), aporte protéico (nPNA 1,2±0,4 vs. 1,17±0,4), hematócrito (32,4±6,5 vs. 30,8±6,1%), albumina sérica (3,8±0,5 vs. 3,8±0,3 mg/dl) e doença de base (diabéticos vs. nao diabéticos).
CONCLUSAO: Nao foram encontradas diferenças significativas entre os parâmetros utilizados para comparar eficácia vacinal de respondedores e nao respondedores. Esquemas vacinais diferenciados sao necessários devido ao estado de imunodeficiência presente nesta populaçao.


PO037

Avaliaçao dos níveis pressóricos de uma amostra da populaçao de moradores da Vila Fátima – Porto Alegre/RS

SCHAFF, CM; SIQUEIRA, SL; ROCHA, SR; PEDRAZZA, EL; SGNAOLIN, V; CARONLIENERT, RS; FIGUEIREDO, AE

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul(1)

A hipertensao arterial sistêmica (HAS) é fator de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica (DRC). Por isso, rastrear hipertensos precocemente é prevenir o aparecimento desta doença.
OBJETIVOS: Avaliar a pressao arterial (PA), história clínica (HC) e história familiar (HF) de uma amostra da populaçao de moradores da Vila Fátima-Porto Alegre/RS. Materiais e
MÉTODOS: Como parte da Campanha PREVINA-SE, foi utilizada a ficha de rastreamento indicada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), avaliando uma medida de PA, HC e HF relatadas. A coleta de dados foi realizada no Centro de Extensao Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O valor limítrofe de PA utilizado foi de 130 mmHg para Pressao Arterial Sistólica (PAS) e de 90 mmHg para Pressao Arterial Diastólica (PAD) conforme as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensao Arterial de 2006.
RESULTADOS: A amostra do estudo foi composta por 128 voluntários adultos, com idade média de 47,60±16,98 e 87,40% eram mulheres. Declararam nao ser hipertensos 53,50% da populaçao, e, destes, 11,72% apresentaram PAS e/ou PAD elevadas (> que 130/90 mmHg). Enquanto que 46,50% relataram ser hipertensos e, destes, 30,47% apresentaram PAS e/ou PAD elevadas. A distribuiçao percentual dos fatores de risco encontra-se discriminada no quadro abaixo:
CONCLUSAO: Um terço dos indivíduos analisados que relataram ser hipertensos nao apresentaram PA controlada, o que pode sugerir má adesao ao tratamento. Em funçao da presença de fatores de risco e baseado nas V Diretrizes da SBH, observamos que há risco para o desenvolvimento de HAS nos participantes que relataram PA normal. Por isso, se mostra necessária a intervençao nao-medicamentosa nestes grupos, a fim de evitar o desenvolvimento da patologia.

 


PO038

Estudo da relaçao entre inflamaçao e dislipidemia na doença renal crônica em diálise

SIMOES, FA(1); FILHO, FSM(1); BARRETO, MM(1); GOMES, CLS(2); LEMOS, MM(1,2); LEMOS, VM(1,2)

Faculdade de Medicina de Campos(1)
Pró-Rim – Clínica de Doenças Renais(2)

INTRODUÇAO: As doenças cardiovasculares sao responsáveis pela maioria dos óbitos na doença renal crônica (DRC). Diversos fatores sao determinantes do maior risco cardiovascular nesse grupo, entretanto, a relaçao entre inflamaçao e dislipidemia na DRC tem sido discutida.
OBJETIVO: Estudar a relaçao entre inflamaçao e dislipidemia na DRC dialítica e fatores associados.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudados 101 pacientes (51%feminino, 54±12anos), 37(3,4-186) meses em diálise, na Pró-Rim – Clínica de Doenças Renais. Incluídos todos os pacientes com mais de 18 anos, 3 meses ou mais em diálise, que assinaram o termo de consentimento. Excluídos os pacientes com febre, infecçao recente ou uso de cateter temporário na ocasiao do estudo. Coletada amostra de sangue total, após jejum de 12 horas; A proteína-C reativa (PCR) ultra-sensível foi determinada por nefelometria e o perfil lipídico por método enzimático/química seca/equaçao de Friedewald.
RESULTADOS: A prevalência de inflamaçao (PCR&#8805; 0,8g/dL) foi 28,7%, enquanto 59(58,4%) pacientes apresentaram LDL-colesterol elevado e 92,1% apresentavam uma ou mais variáveis do perfil lipídico acima dos limites recomendados. A PCR se correlacionou com glicose (R=0,26; p=0,01), percentual de reduçao de uréia (PRU) (R= -0,24; p=0,02), HDL (R= -0,22; p=0,026), LDL (R=0,21; p=0,033) e idade (R=0,21; p=0,044). O LDL-colesterol variou em funçao do IMC (R=0,42; p<0,001) e da glicose (R=0,31; p=0,001) e entre os pacientes com LDL&#8805; 130mg/dL houve maior prevalência de anemia (58,1 vs 32,8%; p=0,02) e pacientes inflamados (44,1 vs 20,9%; p=0,015). As mulheres apresentaram maior IMC, colesterol total e LDL, enquanto os diabéticos apresentavam tendência a maior PCR e idade. Nao houve associaçao entre inflamaçao e outros parâmetros da DRC. Na análise multivariada, o PRU foi o único determinante independente da PCR (&#946; = 0,22; p=0,034) enquanto a glicemia (&#946; =0,21; p=0,037) e o IMC (&#946; =0,35; p=0,001) foram os fatores determinantes do LDL-colesterol.
CONCLUSAO: Dislipidemia é mais prevalente que inflamaçao na populaçao em diálise. Existe associaçao entre tais marcadores, no entanto, tal associaçao é explicada por outras variáveis, tais como glicemia e sexo.

 


PO039

Creme de capsaicina no tratamento do prurido urêmico – Relato de 2 casos

LEMOS, MM(1,2); LEMOS, VM(1,2)

Faculdade de Medicina de Campos(1)
Pró-Rim – Clínica de Doenças Renais(2)

INTRODUÇAO: Prurido é queixa comum entre pacientes em hemodiálise. Sua etiologia é multifatorial, todavia, muitas vezes nao é possível identificar um fator causal e o prurido é refratário ao tratamento convencional inespecífico. A capsaicina é um agente analgésico tópico que atua através da depleçao da substância-P na epiderme, sendo esta fundamental na percepçao da dor e do prurido.
OBJETIVO: Relatar 2 casos de prurido idiopático em que foi usada a capsaicina.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram tratados 2 pacientes do sexo masculino, que apresentavam prurido refratário ao tratamento convencional e sem fator causal aparente. Usada a capsaicina creme a 0,075%, 2x/dia, após orientaçoes específicas quanto aos cuidados com olhos e mucosas.
RESULTADOS: MB, 54 anos, há 8 anos em hemodiálise, hematócrito 41%, fósforo: 4,2mg/dL, cálcio total: 10,1mg/dL, produto cálcioX fósforo: 42mg/dL2, PTHi variando entre 76 – 87pg/mL, Uréia pré: 139mg/dL, uréia pós: 49mg/dL, fístula arteriovenosa rádio-cefálica, dialisador de polissulfona, sem lesoes cutâneas ou xerose significativa. Utilizou diversos emolientes e anti-histamínicos, sem melhora. Usou o creme de capsaicina por um tempo total de 8 semanas, notando melhora significativa do prurido ao final da 2ª semana e ausência do prurido ao final da 4ª semana. JBF, 60 anos, há 4 anos em hemodiálise, hematócrito: 41%, fósforo: 3,6 mg/dL, cálcio: 8,5 mg/dL, produto cálcio X fósforo: 31mg/dL2 Uréia pré: 110mg/dL e uréia pós: 57mg/dL, fístula arteriovenosa rádio-cefálica, dialisador de polissulfona, sem lesoes cutâneas ou xerose significativa. Também utilizou emolientes e antihistamínicos, sem melhora. O creme de capsaicina foi utilizado por um tempo total de 2 meses, entretanto, apresentou hiperestesia cutânea no momento das aplicaçoes, o que nos levou a reduzir a concentraçao da capsaicina à metade. A partir de entao, relatou melhora da hiperestesia e melhora parcial do prurido, que o paciente quantificou em 70%.
CONCLUSAO: A capsaicina é uma alternativa de baixo custo, eficaz no tratamento do prurido idiopático em diálise. A hiperestesia após aplicaçao é reversível com a diminuiçao da concentraçao da capsaicina, embora possa atenuar também o benefício do tratamento.


PO040

A fisioterapia no treinamento físico de doentes renais crônicos em hemodiálise

AGUIAR CF(1); CERQUEIRA CG(1); ROCHA JRC(1)

CDR(1)

Portadores de doença renal crônica(DRC) em hemodiálise(HD) apresentam reduçao da capacidade física funcional.O treinamento físico(TF) de reabilitaçao visando ganho de força muscular é determinante na melhora da aptidao cardiopulmonar, do estado geral e na reintegraçao social. Este estudo objetiva analisar as repercussoes de um programa de TF com exercícios de força e resistência muscular de intensidade progressiva antes e durante as sessoes de HD por 11 meses. Foram incluídos 7 pacientes de 35-77anos em HD entre 1,2-21anos.Todos dialisam 3 vezes/semana na CDR Policlínica RJ. O programa incluiu 10 exercícios de fortalecimento para principais grupos musculares determinando-se individualmente o número de repetiçoes realizadas adequadamente e sem desconforto.Foram colhidas anamnese e avaliaçao física inicial, e medidos a força dos principais músculos através do Teste Muscular Manual e o pico de fluxo expiratório(PFE) no aparelho expiratório portátil. A creatinina e uréia foram obtidas em exames mensais padronizados.Estimou-se o ritmo de filtraçao glomerular pela fórmula de Cockcroft-Gault. O cálculo do ktv nao demonstrou diferença significativa na eficiência da HD. Todos apresentaram ganhos na força e resistência muscular evidenciado pelo aumento progressivo da carga e do número de repetiçoes dos exercícios propostos. No início do estudo o TF foi executado sem carga com 8-10 repetiçoes de cada exercício, e ao final dos 11 meses 6 pacientes realizavam 20 repetiçoes com carga de 1,0kg, e 1 realizava 15 com 0,5kg. O PFE do grupo avaliado no 1º e 11º meses apresentou valores médios de 265,71±144,43L/min e 360±122,06L/min, com um aumento médio de 38,32% relacionado ao ganho na força muscular expiratória. A partir dos resultados obtidos e com base na bibliografia podemos considerar os benefícios da fisioterapia no TF de força e resistência muscular, associado à melhora do condicionamento físico e à qualidade de vida do paciente em HD. Apesar dos achados clínicos positivos, estudo em grupos pequenos nao permite demonstraçao numérica significativa. Novas pesquisas sao necessárias para confirmar os achados relacionados ao TF na DRC.

 


PO041

Avaliaçao de marcador de doença vascular perfiférica em pacientes com doença renal crônica (DRC) em tratamento conservador

COUTINHO VFF(1); NEVES MF(1); LEMOS CC(1); GISMONDI R(1); OIGMAN W(1); BREGMAN R(1)

Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1)

As doenças cardiovasculares (DCV) sao complicaçoes freqüentemente observadas e constituem a principal causa de óbito nos portadores de DRC. A importância da identificaçao precoce de marcadores de doença vascular periférica é fundamental, pois medidas de tratamento sao mais eficazes nesta fase.
OBJETIVO: Identificar alteraçoes estruturais e funcionais na microcirculaçao e nas artérias de médio e grande calibre utilizando método nao-invasivo em pacientes com DRC em tratamento nao-dialítico. Pacientes e
MÉTODOS: Avaliados 51 pacientes com DRC, sendo 68,6% hipertensos e 25,4% diabéticos que foram divididos em 2 grupos de acordo com o valor do Indice Tornozelo-Braço (ITB). O ITB consiste num método nao invasivo, de baixo custo e fácil execuçao, que avalia a presença de doença vascular periférica através de um fluxômetro ultra-sônico. A maior pressao aferida numa das artérias que alcançam o pé (artérias pediosa ou tibial posterior) é dividida pela mais elevada pressao sistólica encontrada numa das artérias braquiais. Esse procedimento foi feito para os dois pés e a razao encontrada é o ITB. A filtraçao glomerular (FG) foi estimada pela equaçao do MDRD.
RESULTADOS: Os dados sao apresentados como média+ DP. Apresentaram ITB<0,9, 8 pacientes (15,6%). Neste grupo com doença arterial periférica, ITB foi de 0,75±0,14, e a idade = 68±10 anos, sendo 50% hipertensos e 50% diabéticos e todos do sexo masculino; FG= 36+7ml/min. A pressao arterial sistólica (PAS) = 137 ± 14 mmHg e 83 ± 11mmHg de diastólica, sendo que 62% usavam inibidor da enzima de conversao da angiotensina (IECA), 37% bloqueador do receptor da angiotensina (BRA) e 50% em uso de estatina. No outro grupo com ITB normal, ITB = 1,06±0,11, idade = 66±9 anos, sendo 65% hipertensos e 21% diabéticos, 27 masculinos e 16 femininos, FG= 32+11ml/min. A PAS= 134 ± 16 mmHg e PAD= 82 ±9 mmHg, sendo 79% em uso de IECA, 9% BRA e 27,6% em uso de estatina.
CONCLUSAO: A prevalência de doença arterial periférica foi baixa nesta amostra de pacientes com DRC. A FG nao foi diferente entre os grupos, e os níveis de PA também foram semelhantes.O grupo com doença arterial apresentou maior incidência de DM e foi composto somente de homens, podendo sugerir que esta associaçao seja um fator de risco.

 


PO042

Elaboraçao de um protocolo de coleta de hemocultura em unidade de hemodiálise

SGNAOLIN, V(1); ELIAS, LS(1); FIGUEIREDO, AE(1)

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1)

O tratamento da Doença Renal Crônica (DRC) representa um problema de saúde pública de grande magnitude e relevância. Nos últimos anos vem se observando um acentuado desenvolvimento tecnológico na área de nefrologia, com repercussao direta no tratamento das pessoas portadoras de DRC, mas apesar disso, ainda, sao encontrados altos índices de infecçao associados ou nao ao uso de cateter nesses pacientes. De modo geral, estima-se que 13% dos pacientes em hemodiálise sao regularmente tratados com cateteres de uso temporário ou permanente, sendo importante ressaltar que as infecçoes associadas ao cateter correspondem a 20% de todas as complicaçoes dos acessos vasculares, o que demonstra uma alta incidência.
OBJETIVOS: Elaborar um protocolo e um fluxograma para padronizaçao do procedimento de coleta de hemocultura e desenvolver, posteriormente, um treinamento com a equipe do Serviço de Nefrologia do Hospital Sao Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Materiais e
MÉTODOS: Realizou-se um levantamento bibliográfico para a elaboraçao de um protocolo, no qual sao compreendidas as indicaçoes clínicas e o procedimento técnico para coleta de hemoculturas. O fluxograma é a descriçao por etapas dos passos a serem seguidos.
RESULTADOS: O instrumento referido caracteriza-se por um roteiro para padronizaçao da coleta do exame de hemocultura, que aborda desde o quadro clínico sugestivo de pirogenia e febre até a técnica detalhada para coleta, contemplando também orientaçoes sobre o local recomendado e número de amostras necessárias, finalizando com o envio das amostras para o Laboratório de Microbiologia.
CONCLUSAO: Neste sentido, as práticas assistenciais dos serviços de hemodiálise devem estar apoiadas em um conjunto de atividades criteriosamente estabelecidas e padronizadas, a fim de reduzir a variabilidade de execuçao de um mesmo procedimento. Após, a implementaçao desse protocolo será avaliado o impacto da padronizaçao desta técnica na melhoria do diagnóstico das infecçoes sanguíneas para os pacientes com DRC, levando sempre em consideraçao que as infecçoes de corrente sanguíneas sao indiscutivelmente graves e com alta letalidade.


PO043

Relaçao das alteraçoes no exame qualitativo de urina com os fatores de risco para doença renal crônica

SGNAOLIN, V; PEDRAZZA, EL; CARON-LIENERT, RS; SCHAFF, CM; SIQUEIRA, SL; ROCHA, SR; FIGUEIREDO, AE

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

OBJETIVOS: Analisar as alteraçoes no exame qualitativo da urina (EQU), identificando os indivíduos que se enquadram nos grupos de risco para Doença Renal Crônica (DRC). Materiais e
MÉTODOS: Utilizou-se para o rastreamento uma ficha padronizada, sendo realizada também a análise físico-química da urina dos participantes da Campanha PREVINA-SE, que ocorreu na Vila Fátima, Porto Alegre/RS.
RESULTADOS: O número total de participantes foi de 128 pessoas, com maior prevalência de mulheres (87,4%) e idade média de 47,60±16,98. A presença de alguns fatores de risco para DRC foi observada, tais como: história clínica de Diabetes Mellitus (DM) (12,5%) e Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) (46,5%), e história familiar de DRC (24,4%). Dentre as 16 amostras de pessoas com história clínica de DM, em 7 dessas (43,7%) constatou-se a presença de glicose na urina. Entre as 14 pessoas com história clínica de DRC, 4 amostras (28,6%) continham proteínuria; já nas amostras das 114 pessoas sem história clínica de DRC, em 22 (19,3%) foi encontrado resultado positivo para proteína na urina dos pacientes. Foram registradas também 60 pessoas com história clínica de HAS, dessas, 12 amostras (20,0%) estavam com proteínuria e 23 (38,3%) com hematúria; além disso, das 83 pessoas com histórico familiar de HAS, 18 delas (21,7%) estavam com proteínuria; e quando comparadas as 39 amostras de pessoas que possuíam tanto história clínica quanto história familiar de HAS, em 10 (25,6%) foi constatada a positividade para proteína na urina. Das 13 pessoas com história clínica de DM e HAS, em 7 dessas (53,8%) visualizou-se a presença de proteína e glicose na urina.
CONCLUSAO: Segundo os dados observados pode se concluir que os indivíduos com fator de risco para desenvolvimento de DRC têm, de maneira geral, um alto percentual de alteraçao no EQU. Campanhas como PREVINA-SE sao fundamentais para a identificaçao precoce da DRC, influenciando no tratamento e proporcionando o encaminhamento imediato para o acompanhamento especializado e a correçao das complicaçoes e co-morbidades mais freqüentes.


PO044

Hiperatividade e expressao aumentada da óxido nítrico sintase plaquetária na insuficiência renal em tratamento conservador

SIQUEIRA, MAS(1); SANTOS, SFF(1); LUGON, JR(2); MOSS, MB(1); PEREIRA, NR(1); MARTINS, MA(1); BRUNINI, TMC(1); MENDES-RIBEIRO, AC(1)

Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1)
Universidade Federal Fluminense(2)

OBJETIVO: A produçao de óxido nítrico (NO) ocorre através da oxidaçao do aminoácido L-arginina, por três diferentes isoformas da enzima óxido nítrico sintase (NOS). O NO desempenha importante papel no controle da funçao plaquetária, inibindo os processos de adesao e agregaçao. Muitos estudos evidenciam elevada prevalência de doença cardiovascular na IRC desde os estágios iniciais da disfunçao renal, sendo a hipertensao arterial uma das suas principais causas. Nosso grupo demonstrou previamente um distúrbio na via L-arginina-NO em plaquetas de pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise e em pacientes hipertensos. O objetivo deste estudo foi investigar a via L-arginina-NO em pacientes com IRC em tratamento conservador.
MATERIAL E MÉTODOS: Participaram do estudo um total de 21 pacientes com IRC em tratamento conservador e 21 controles, pareados por idade e sexo. A avaliaçao da via Larginina-óxido nítrico foi realizada através de experimentos cinéticos de influxo de L[H3]-arginina, de atividade da NOS por meio da conversao de L-[3H]-arginina a L-[3H]citrulina e de expressao da NOS através de Western Blotting em lisado de plaquetas.
RESULTADOS: Foi observada uma reduçao do influxo de L-arginina em pacientes com IRC em tratamento conservador (17 ± 4 vs controles 48 ± 8 pmol/109céls/min; p<0.05). Entretanto, a atividade (0.44 ± 0.07 vs 0.25 ± 0.05 µmol/108céls/min) e a expressao da NOS estavam aumentados nos pacientes, comparados aos controles.
CONCLUSAO: Os presentes resultados demonstraram que as plaquetas humanas expressam tanto a isoforma endotelial (eNOS) quanto a induzível (iNOS) e sugerem que o aumento da expressao e da atividade da NOS seja um mecanismo compensatório para a manutençao da produçao de NO, em condiçoes de reduzido influxo de L-arginina.


PO045

Manifestaçoes clínicas orais em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador

BASTOS, JA; VILELA, EM; MAGACHO, EJC; SOUZA-COSTA, DC;CHAOUBAH, A; LOBATO, A; MACHADO, CV; BASTOS, MG

UFJF(1)

OBJETIVOS: No presente estudo os autores avaliaram as patologias orais em paciente com Doença Renal Crônica (DRC) nos estágios pré-dialíticos.
MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal onde 123 pacientes com DRC estágios 1-5 foram submetidos a uma avaliaçao clínica da cavidade oral, realizada através de inspeçao e palpaçao da boca, no período entre agosto de 2007 e abril de 2008. Foram investigadas as patologias bucais: palidez e lesao da mucosa oral, estomatite urêmica, equimoses, xerostomia, halitose e presença de Doença Periodontal (DP). Foi registrado se o paciente possui dentes naturais, mobilidade, se faz uso prótese, sangramento espontâneo, presença de cárie, cálculo, e ressecçao gengival. Os dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos dos prontuários dos pacientes.
RESULTADOS: A cárie foi observada em pacientes com DRC 3-5; a palidez da mucosa oral foi mais freqüente no estágio 4 (19,1%); a lesao da mucosa bucal foi mais freqüente nos estágios 3 (21,4%) e 4 (21,3%); a estomatite urêmica e a xerostomia foram observadas em 9,5% e 100% dos pacientes nos estágios 3 e 1, respectivamente. A halitose foi maior nos estágios 1 (66,7%) e 2 (43,8%). A presença de DP foi significativamente menor no estágio 5 (20%) e a presença de cálculo foi bem distribuída entre os estágios.
CONCLUSAO: As manifestaçoes orais nos pacientes com DRC no estágio pré-dialítico sao prevalentes e compatíveis com aqueles encontrados na literatura em indivíduos em hemodiálise; acenando para a necessidade de implementaçao de medidas preventivas precoces no curso da doença renal.


PO046

Teste de conhecimento do rim e suas doenças nos usuários do ambulatório HU USP

CAMPOS, M. S.(1); FUJIMOTO, M. I.(1); ANABUKI, M. H.(1); RAVAGLIO, L. M.(1); PINTO, G. A.(1); DOREA, E. L.(1); MAEDA, L. C.(1); SASSAKI, A. L.(1); BERNIK, M.(1)

Hospital Universitário da USP(1)

As funçoes dos rins , a doença renal crônica e suas graves conseqüências sao pouco conhecidas pela populaçao. Tendo em vista o aumento crescente e a gravidade desta patologia sao primordiais açoes detecçao precoce e esclarecimento sobre a doença e suas conseqüências. O Ambulatório do Hospital Universitário da Universidade de Sao Paulo (HU USP) realizou em conjunto com a Sociedade Brasileira de Nefrologia campanha de esclarecimentos sobre doença renal que incluiu questionário de conhecimento sobre os rins e suas doenças.
OBJETIVOS: Realizar uma pesquisa de conhecimentos sobre a funçao dos rins e suas doenças no público da sala de espera do Ambulatório do HU USP durante a semana do Dia Internacional do Rim com propósito de discutir a importância da doença com pacientes e equipe de saúde.
METODOLOGIA: Foi elaborado questionário com questoes sobre a anatomia, as funçoes dos rins, sobre a doença renal crônica (DRC) e suas comorbidades e aplicado em 263 pessoas pacientes e acompanhantes.
RESULTADOS: O questionário foi aplicado em 263 pessoas que estiveram presentes na sala de espera neste período. 263 pessoas responderam a pesquisa; destes 246 eram pacientes e 17 acompanhantes com idades entre 17 a 93 anos sendo 142 mulheres e 121 homens. Das 263 pessoas apenas 79 (30%) tinham conhecimento de sua funçao renal. Dos pacientes portadores de Hipertensao Arterial (94) e Diabetes Mellitus (49) somente 53% e 55 % respectivamente destes grupos haviam sido informados de sua funçao renal pelo médico. Todos os pacientes com DRC ( 19) e com Doença Cardíaca ( 27) tinham conhecimento de sua funçao renal.
CONCLUSAO: A importância dos rins na saúde e de sua doença crônica ainda nao é claro para a populaçao geral. O profissional médico nao informa adequadamente aos pacientes sobre este assunto inclusive nas populaçoes de maior risco para doença renal crônica como diabéticos e hipertensos . Açoes como as campanhas do Dia Mundial do Rim sao de fundamental importância para a conscientizaçao dos pacientes e profissionais com intuito de diagnósticos mais precoce e melhor


PO047

Acidose metabólica como fator de risco nao tradicional para dislipidemia em pacientes renais crônicos em tratamento conservador

VIVIANE LEAL(1); FELIPE RIZZETTO(1); MARCO AURÉLIO BIATO(2); DENISE MAFRA(3); DEISE DE BONI MONTEIRO DE CARVALHO(2); MAURILO LEITE JR.(1)

Universidade Federal do Rio de Janeiro(1)
Hospital Geral de Bonsucesso(2)
Universidade Federal Fluminense(3)

As complicaçoes cardiovasculares sao a principal causa de morbimortalidade no paciente com doença renal crônica (DRC). Embora a dislipidemia seja reconhecidamente um fator de risco tradicional, é possível que a acidose metabólica de pacientes renais crônicos esteja relacionada a alteraçoes lipídicas, tendo em vista características nutricionais e metabólicas desta populaçao.
OBJETIVOS: Avaliar a influência da acidose metabólica no perfil lipídico de pacientes com DRC em tratamento conservador. Pacientes e
MÉTODOS: Foram avaliados 27 pacientes com idade média de 51,2 ± 9,4 anos, sendo 25,9% diabéticos e 29,6% homens, atendidos no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Geral de Bonsucesso, RJ. Amostras de sangue foram coletadas para análise dos lipídios e bicarbonato (HCO3-) sérico, determinado através de gasometria venosa. A filtraçao glomerular foi estimada segundo o proposto pelo estudo Modification of Diet in Renal Disease (MDRD). Para análise estatística, foi utilizado o programa SPSS 11.0.
RESULTADOS: Os valores médios de HCO3- foram de 20,9 ± 5,1mEq/L. Cerca de metade dos pacientes (53,8%) apresentou concentraçao de HCO3- menor que 22mmol/L, compatível com acidose metabólica. Alteraçoes no perfil lipídico foram observadas na maioria dos pacientes: 73,9% apresentaram colesterol total >200mg/dL (231,9 ± 80,7mg/dL), 53,1% LDL-c >130mg/dL (125,8 ± 42,9mg/dL), 71,4% HDL-c <40mg/dL (38,3 ± 9,9mg/dL), 50% apresentaram TG >150mg/dL (218,1 ± 141,4 mg/dL) e 52,6% VLDL >30mg/dL(35,0 ± 14,7mg/dL). LDL-c e VLDL foram inversamente correlacionados ao HCO3- (r = -0,69, p<0,01 e r = -0,55, p<0,05, respectivamente). A presença de diabetes mellitus nao foi associada às alteraçoes lipídicas específicas.
CONCLUSAO: A intensidade da acidose metabólica correlacionou-se com alteraçoes deletérias do perfil lipídico em pacientes renais crônicos em tratamento conservador. Estes achados sugerem que a acidose metabólica pode estar associada a dislipidemia na fase pré-dialítica, como um fator de risco nao tradicional.


PO048

CAUSAS DE OBITOS EM RENAIS CRONICOS EM PROGRAMA DIALITICO

PERES, LAB(1,2); BIELA, RB(2); LIBERALI, GB(2); ANN, HK(1); CAMARGO, MTA(1); ROHDE, NRS(1); USCOCOVICH, VSM(1);

Renalclin(1)
UNIOESTE(2)

OBJETIVO: Avaliar as causas de óbitos em pacientes renais crônicos em programa dialítico em uma Instituiçao privada do Oeste do Estado do Paraná.
MÉTODOS: Estudamos retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes renais crônicos que iniciaram tratamento dialítico no Serviço de Terapia Renal da Renalclín, que atende a demanda de pacientes oriundos da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde, que compreeende 25 municípios do Paraná, no período de maio de 1998 a maio de 2008. Foram registrados: modalidade dialítica (HD: hemodiálise ou CAPD: diálise peritoneal ambulatorial contínua), idade, sexo, raça, data de entrada e saída de programa, motivo da saída e causa dos óbitos. Os dados foram armazenados em banco de dados do programa Excel. Foram calculadas as médias das variáveis contínuas e as medianas quando adequado. As freqüências das causas de óbito foram expressas em percentagem.
RESULTADOS: Foram revisados os prontuários de 426 pacientes atendidos, sendo 55 em CAPD e 351 em hemodiálise. A idade média dos pacientes foi de 49,7 + 16,1 anos. O sexo masculino e a raça branca predominaram em 62% e 72,3%, respectivamente. A idade média dos pacientes quando do óbito foi de 55,4 7 + 10,6 anos. A causa de óbito mais freqüente foi a cardiovascular seguida pela sepse. O tempo médio de sobrevida foi de 23 meses. As causas dos óbitos estao representadas na Tabela 1.
CONCLUSAO: A causa de óbito mais comum em pacientes portadores de doença renal crônica em programa dialítico em nosso meio é a cardiovascular.

 


PO049

Determinantes do sulfato sérico em pacientes renais crônicos em tratamento conservador: ingestao dietética ou funçao renal?

VIVIANE LEAL(1); FELIPE RIZZETTO(1); MARCO AURELIO BIATO(2); DENISE MAFRA(4); MARIANA SA PEREIRA(3); DEISE DE BONI MONTEIRO DE CARVALHO(2); MAURILO LEITE JR.(1)

Nefrologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro(1)
Hospital Geral de Bonsucesso(2)
Lab. Tec. Conjuntivo, Universidade Federal do Rio de Janeiro(3)
Universidade Federal Fluminense(4)

A oxidaçao hepática de aminoácidos sulfurados como metionina e cisteina, gera ácido sulfúrico, um ácido fixo de excreçao renal. Além disso, em condiçoes de excesso de homocisteína, como na doença renal crônica (DRC), há aumento da transulfuraçao, ocasionando maior produçao de sulfato. A queda do ritmo de filtraçao glomerular pode acarretar acúmulo de sulfato, contudo, sao escassos os estudos que avaliaram possíveis determinantes dessa retençao.
OBJETIVOS: Avaliar a influência da funçao renal e ingestao dietética de aminoácidos sulfurados sobre os níveis de sulfato sérico em pacientes com DRC em tratamento conservador. Pacientes e
MÉTODOS: Foram avaliados os níveis de sulfato em 27 pacientes, com idade média de 51,2 &#61617; 9,4 anos, sendo 25,9% diabéticos e 29,6% homens, atendidos no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Geral de Bonsucesso, RJ. Amostras de sangue foram coletadas para análises bioquímicas. A ingestao dietética de aminoácidos sulfurados (metionina e cisteina) foi calculada a partir dos dados obtidos da tabela US Department of Agriculture (USDA) e a filtraçao glomerular estimada segundo o MDRD. Para a análise estatística, foi utilizado o programa SPSS 11.0.
RESULTADOS: Os valores médios de sulfato foram de 0,53 ± 0,17 mmol/ e a ingestao de aminoácidos sulfurados, 1,8 ± 0,6 g/dia. A ingestao média de metionina foi de 1,49 ± 1,55 g/d e a de cisteina, 0,87 ± 0,86 g/d, sendo ambas nao correlacionadas aos níveis de sulfato. Nao encontramos diferenças significantes no sulfato sérico segundo sexo ou presença de diabetes mellitus. A filtraçao glomerular média estimada foi de 25,8 ± 17,8 mL/min, estando inversamente correlacionada aos níveis de sulfato sérico (r= -0,59 e p<0,01).
CONCLUSAO: Com base nestes resultados, concluímos que no paciente renal crônico em tratamento conservador, o sulfato sérico correlaciona-se ao declínio da funçao renal, e nao a ingestao de aminoácidos sulfurados. Alteraçoes metabólicas, como aumento do ciclo de transulfuraçao da homocisteína, podem levar a maior produçao e conseqüente, retençao de ânions sulfato.


PO050

Motivo de saída de programa dialítico em renais crônicos

PERES, LAB(1,2); LIBERALI, GB(2); BIELA, RB(2); ANN, HK(1); CAMARGO, MTA(1); ROHDE, NRS(1); USCOCOVICH, VSM(1)

RENALCLIN(1)
UNIOESTE(2)

OBJETIVO: Avaliar a os motivos de saída de programa dialítico em pacientes renais crônicos na regiao Oeste do Estado do Paraná.
MÉTODOS: Estudamos retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes renais crônicos que iniciaram tratamento dialítico nos Serviços de Terapia Renal da Renalclín, que atende a demanda de pacientes oriundos da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde, que compreeende 25 municípios do Paraná, no período de maio de 1998 a maio de 2008. Foram registrados: modalidade dialítica, idade, sexo, raça, data de entrada e saída de programa e motivo da saída. Os dados foram armazenados em banco de dados do programa Excel. Foram calculadas as médias das variáveis contínuas e as medianas quando adequado. As freqüências das causas de saída foram expressas em percentagem.
RESULTADOS: Foram revisados os prontuários de 426 pacientes renais crônicos atendidos no referido período, sendo 55 em CAPD e 351 em hemodiálise. A idade média foi de 49,7 + 16,1 anos. O sexo masculino e a raça branca predominaram em 62% e 72,3%, respectivamente. Saíram de programa dialítico 239 pacientes (56%) após um tempo médio de seguimento de 29,5 + 40,3 e mediana de 33,5 anos (variando de 1 a 121 meses). Os motivos de saída de programa dialítico estao representados na Tabela 1.
CONCLUSAO: O óbito é a principal causa de saída de programa dialítico em nossos pacientes seguido pelo transplante renal.


PO051

Perfil epidemiológico da doença renal cronica (DRC) em estágios precoces, em uma unidade referência do SUS (Hospital dos Servidores do Estado, HSE-Rio de Janeiro)

ALMEIDA, JR(1); VEIGA, M(1); OLIVEIRA, SMC(1); MARINHO, DG(1); MEDEIROS, D(1); SOARES, MLT(1); ROCHA, A(1); VASCONCELLOS, T(1); SIMOES, FC(1); SOUZA, VV(1); NOBREGA, TCN(1); GOMES, CLR(1); SILVA, PS(1); FRANCO, MRG(1); CARVALHO, ED(1); RIOJA, LS(1); SILVA, PRA(1)

Hospital dos Servidores do Estado (HSE)(1)

OBJETIVO: No Brasil ainda pouco se sabe sobre a epidemiologia da DRC em estágios precoces, o que nos levou a analisar uma amostra de pacientes atendidos no ambulatório de DRC.
MÉTODO: Avaliamos 311 pacientes entre abril e maio de 2008. Anotamos: idade, sexo, etnia (IBGE), doença de base, tempo de seguimento (TS) e valor da creatinina (Cr) na primeira consulta. Utilizamos a fórmula MDRD para obter a eTFG e dividir os pacientes em estágios, e determinamos o eClCr usando Cockcroft-Gault (CG). Obtivemos resultados de: Hg, Ca, P, Col, albumina, índice de massa corpórea (IMC) e proteinúria. Testamos o fit linear entre eTFG e eClCr, em relaçao à Cr e, na faixa linear, testamos a regressao linear entre eTFG e eClCr.
RESULTADOS: Idade mediana em 57 anos (17-94), 52% feminino. Etnia: 42% brancos, 31% pardos e 27% negros. TS, mediana de 32 meses (1-158 meses). Mediana da Cr na 1a consulta foi 1,8mg/dL (0,4-4,8mg/dL). As doenças de base foram: Hipertensao Arterial (HAS) (35%), Diabetes (DM) (19%), combinaçao HAS/DM (15%), Glomerulopatias (GN) (21%), Pielonefrite-Uropatia (6%) e Doença Policística (5%). Lúpus representou cerca de metade das GN. Mais que 50% tinham proteinúria normal, mas cerca de 15% na faixa nefrótica, a maioria nos estágios I e II. Os estágios I-II somados foram 26%, os estágios III-IV 68%, e somente 6% eram estágio V. O IMC revelou que somente 45% dos pacientes estavam na faixa normal e que que 33% e 19% foram classificados como sobrepeso ou obesos. Nao observamos diferenças estatísticas entre eTFG e eClCr (R = 0,865, p < 0,0001). Os dados da tabela sao expressos em média±DP.
CONCLUSAO: Para propósitos práticos, o estudo nao encontrou diferenças significativas em classificar pacientes com o uso de MDRD ou CG. As metas para Hg foram razoalvelmente alcançadas (houve uso regular de eritropoetina), porém nao para a terapia do distúrbio mineral-ósseo. Observamos nos estágios iniciais, maiores valores para: IMC, TS, fraçao de pacientes com síndrome nefrótica (nao mostrado), jovens e mulheres.


PO052

Atuaçao do psicólogo de equipe interdisicplinar de tratamento conservador da doença renal crônica (DRC)

SCHEEFFER, C(1); LEMOS, CC(1); COSTA E SILVA, FV(1); SILVA D,(1); AVESANI, C(2); SILVA, MIB(2); BREGMAN, R(1)

Disciplina de Nefrologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1)
Instituto de Nutriçao da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(2)

A DRC requer tratamento medicamentoso e nutricional por longos períodos e a aderência é fundamental para um bom resultado. Assim, a compreensao sobre a doença e seu tratamento além da necessidade de iniciar terapia renal substitutiva (TRS) ainda assintomático, sao desafios enfrentados pelo paciente com DRC. O papel da psicóloga em uma equipe interdisciplinar é abrangente, podendo atuar em diferentes aspectos.
OBJETIVO: analisar o perfil dos atendimentos realizados pela psicóloga. Pacientes e
MÉTODOS: Realizadas consultas conjuntas com médicos, enfermeiros e nutricionistas de acordo com a demanda. Também foram realizadas consultas individuais por distintos motivos: INF DRC, aborda o grau de compreensao das informaçoes e impacto do diagnóstico da DRC; INF PSI, pacientes com dificuldades de adesao ao tratamento; TRS PSIC, pacientes com dificuldades de aceitaçao em iniciar TRS; e o grupo PSI, pacientes que apresentam alteraçoes emocionais que interferem na vida e no tratamento. Pacientes subdivididos pela filtraçao glomerular (FG), estimada pela fórmula do MDRD. Analisadas as consultas realizadas em 2007, dos 461 pacientes em programa, 159 foram atendidos pela psicologia.
RESULTADOS: Foram também atendidos 41 pacientes em consultas conjuntas. A demanda INF PSI e PSI apareceu durante as consultas médicas. Pacientes que iniciam TRS foram a maior demanda, alterando o perfil de pacientes que iniciavam TRS de urgência mesmo em tratamento (14% vs 8%). A maioria das consultas foi com indivíduos com FG < 60ml/min; aqueles com FG >60ml/min eram portadores de glomerulopatias ou doença renal policística, com dificuldades em aceitar a doença e o tratamento. Também foram contatados indivíduos que abandonaram o tratamento por mais de 1 ano. Desses 23% retornaram (todos com FG< 60ml/min).
CONCLUSAO: A nossa experiência mostrou que a atuaçao da psicóloga em nossa equipe, colaborou na informaçao sobre a doença, melhorou a aderência ao tratamento e aceitaçao ao início da TRS. Acreditamos que este diferencial melhora a qualidade de vida das pessoas, além de evitar que a doença progrida mais rapidamente, ou que a TRS seja iniciada de urgência em pacientes tratados.

 


PO053

Nível de atividade física em diferentes etiologias de pacientes em hemodiálise

MANSUR, HN(1); BASTOS, MG(1); LIMA, JRP(1); CARVALHO, DF(1); REZENDE, RA(1); OLIVEIRA, VA(1)

Instituto Mineiro de Ensino e Pesquisa em Nefrologia(1)

OBJETIVO: Correlacionar o NAF com diferentes etiologias da DRC de hemodialítico. O NAF foi avaliado através da aplicaçao do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) antes da sessao de Hd. A etiologia da DRC foi obtida pela análise do prontuário médico do paciente. Para análise dos dados foi utilizado o programa STATISTICA 6.0 (UK), onde se realizou correlaçao de Pearson com pacientes em Hd. Materiais e
MÉTODOS: Foram avaliados 28 pacientes do sexo feminino em tratamento nível de significância p < 0,05. Os pacientes foram divididos em 2 grupos de acordo com a etiologia da DRC: o grupo 1 era composto de 15 pacientes (48,2 ± 3,6 anos) com glomerulonefrite crônica (GNC) e o grupo 2 por 13 pacientes (59,7 ± 9,5 anos) com Diabetes Mellitus (DM) e/ou Hipertensao Arterial (HA).
RESULTADOS: A análise de dados mostrou que a média de tempo em Hd foi de 92,1 ± 46,7 meses no grupo 1 (G1) e de 53,9 ± 24,2 meses no grupo 2. Ao analisar o NAF,observa-se que no grupo 1 as pacientes foram classificadas como ativas e no grupo 2 (G2) como insuficientemente ativas. Ao correlacionar o tempo em Hd e o NAF verificou-se no G1 que, com o aumento do tempo em Hd há uma diminuiçao no NAF da paciente (p < 0,03). Já no G2, nao houve correlaçao significativa entre tempo em Hd e NAF (p < 0,07). Gráfico 1: NAF e Tempo de Hd no G1 Gráfico 2: NAF e Tempo de Hd no G2.
CONCLUSAO: A partir da análise dos resultados, conclui-se o G1 apresentou correlaçao da etiologia com o NAF, diferente do G2. Acredita-se que o mesmo tenha ocorrido por um maior tempo de diálise desse grupo. Assim, acredita-se que medidas que retardem a deteorizaçao física, como exercícios físicos e alimentaçao adequada devem ser incorporados ao tratamento objetivando a melhora na sua capacidade funcional e conseqüentemente na qualidade de vida da paciente.


PO054

Declínio cognitivo, depressao e qualidade de vida em pacientes de diferentes estágios da doença renal crônica

LIMA, SA(1); FERNANDES, N(1); SANTOS, FR(1); CHOUAB, A(1); MOTA, MMEP(1); BASTOS, MG(1)

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia/ Fundaçao IMEPEN/ Universidade Federal de Juiz de Fora(1)

INTRODUÇAO: Os pacientes portadores de doença renal crônica constituem uma populaçao de alto risco para o declínio cognitivo, pois, frequentemente sao usuários de “polifarmácias” e apresentam comorbidades como diabetes e hipertensao arterial.
OBJETIVO: Avaliar a funçao cognitiva, depressao e qualidade de vida em pacientes em diferentes estágios da doença renal crônica.
MÉTODO: Estudo transversal realizado nos meses junho a dezembro de 2007 em 119 pacientes, sendo, 27 diálise peritoneal, 30 hemodiálise,32 pré-diálise e 30 hipertensao arterial.Realizada uma bateria de testes: Mini-Mental(MEEM), Teste de Fluência Verbal, Dígitos, Teste do Relógio, Códigos, Sf-36(Qualidade de Vida) e Inventário Beck de Depressao.Também foram coletados dados clínicos e laboratoriais dos pacientes, bem como o uso de medicamentos.Resultados: A idade média foi de hemodiálise 57,4 anos ,diálise peritoneal 62,7 anos ,pré-diálise 65,2 anos e hipertensao arterial 54,4 anos. O grupo da hemodiálise apresentou um pior desempenho nos testes Mini-Mental (p=0,558), Dígitos-ordem direta (p=0,01), Código (p=0,09) e Relógio (p=0,02). O grupo da prédiálise apresentou um pior desempenho no teste de Fluência Verbal e diálise peritoneal no Dígito-ordem inversa (p=0,164). Nao houve diferença entre os grupos quanto ao nível de depressao(p=0,629).
CONCLUSAO: Estes resultados sugere a necessidade de se realizar estudos longitudinais a fim de confirmar ou nao a influência do tratamento de diálise no declínio cognitivo.

 


PO055

Avaliaçao preliminar da velocidade da onda de pulso em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador

ALBUQUERQUE, MDC(1); CUNHA, RS(1); SARAIVA, ACM(1); ALVES, B(1); ACIOLI, TML(1); CHAVES JR, HC(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1)

Hospital das Clínicas – UFPE(1)

A rigidez arterial é um dos determinantes da pressao arterial sistólica e diastólica, sendo preditor de risco para morbi-mortalidade cardiovascular. A velocidade de onda de pulso (VOP), é uma medida indireta de rigidez, e tem seu significado físico isento de contestaçao. A rigidez aórtica, medida pela VOP carótido-femural, é utilizada em estudos epidemiológicos. Nestes estudos, a VOP aórtica é um preditor de eventos cardiovasculares em diferentes grupos populacionais, como portadores de diabetes, hipertensao e doença renal crônica (DRC).
OBJETIVO: Estudar Velocidade de Onda de Pulso em pacientes com DRC em tratamento conservador.
MÉTODO: Avaliou-se a VOP de portadores de DRC, em acompanhamento no ambulatório de tratamento conservador (ATC) do serviço/disciplina de nefrologia do Hospital das Clínicas da UFPE (HC-UFPE). Os pacientes eram escolhidos aleatoriamente nos dias de consulta, eram esclarecidos e consentiam a participaçao no estudo. A VOP foi avaliada através do aparelho Complior® II, da empresa Artech Medical Products.
RESULTADOS: Avaliou-se a VOP, de 44 pacientes, 27 (61%) do sexo feminino e 17 (59%) do masculino, com idade variando de 18 a 92 anos (mediana 68 anos). Entre as comorbidades, 13 (29,5%) com Diabetes mellitus (DM) e 34 (77%) com Hipertensao Arterial sistêmica. O clearance de creatinina médio era de 24ml/min/1,73m2. A VOP variou de 7,9 a 28 m/s (média de 12,8 ± 4,5 m/s). A VOP média aumentou progressivamente com aumento de faixa etária: < 25anos 9,2m/s; 26-50 anos 9,0m/s; 51-75 anos 11,8m/s; >75 anos 15,9m/s. Nao houve diferença na VOP por sexo (masculino/feminino) 12,9 vs 12,6 m/s (p=0,8), presença de HAS 10,8 vs 13,4m/s (p=0,11), ou DM 11,9 vs 14,8 (p=0,05). Conclusao. Os resultados sugerem maior rigidez dos vasos com aumento da idade, o que está de acordo com a literatura. A VOP pode ser preditor do risco de morbi-mortalidade em pacientes com DRC, mas sao necessários mais estudos para esclarecermos as relaçoes entre VOP e os fatores de progressao na DRC. Por tratar-se de estudo preliminar, uma das a limitaçoes do estudo foi o pequeno número de pacientes.

 


PO056

Anemia em pacientes portadores de doença renal crônica (DRC)

BARBOSA JR, SS(1); ZOBY, COM(1); GOMES, LL(1); ACIOLI, TML(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1)

Hospital das Clínicas – UFPE (1)

INTRODUÇAO: A anemia é um achado freqüente nos pacientes portadores de DRC. A proporçao está associada ao estágio clínico. O tratamento e progressao da DRC depende do manuseio adequado da anemia, mantendo a Hemoglobina (Hb) em torno de 12g/dL, segundo K-DOQUI (2002).
OBJETIVO: Avaliar anemia de acordo com estágio clínico em pacientes com DRC.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo realizado no ambulatório de tratamento conservador da DRC do Hospital das clínicas da UFPE. Medimos hemoglobina (Hb) na consulta inicial e clearance de creatinina para classificaçao por estágios. Estudamos 630 pacientes 297 do sexo feminino 333 do sexo masculino com média de idade de 57,5 ± 16,4 anos e 58,8 ± 15,5 anos respectivamente.
RESULTADOS: A média geral de Hb encontrada de acordo com estágio e sexo(feminino vs. masculino) foi de: ESTAGIO I 13g/dL vs. 15,5g/dL (p=0,16), ESTAGIO II 11,4 g/dL vs.13,8 g/dL (p<0,0005), ESTAGIO III 11,8g/dL vs. 12,2g/dL (p=0,23), ESTAGIO IV 10,8 g/dL vs. 11,7g/dL (p<0,0002), ESTAGIO V 10,1g/dL vs. 10,6g/dL (p=0,91) respectivamente. Quando comparamos a Hb de acordo com etiologia da DRC, nos pacientes com Diabetes mellitus tem menor Hb 11,1 ± 1,9 g/dL em relaçao aos portadores de Hipertensao arterial sistêmica e outras etiologias 11,9 ± 2,3 g/dL. No estágio I nao há anemia, mas aumenta progressivamente de acordo com progressao da DRC. Houve diferença significativa apenas nos estágios II e IV.
CONCLUSAO: O aumento do grau de anemia foi proporcional ao estágio clínico da DRC.


PO057

Imagem corporal de pacientes com doença renal crônica

SANTOS, FR(1); ELIAS, FCA(1); SILVEIRA, LAG(1); CARMO, WB(1); BASTOS, MG(1)

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia/ Fundaçao IMEPEN/ Universidade Federal de Juiz de Fora(1)

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) traz uma série de alteraçoes corporais, como edema, mudanças na cor da pele e alteraçoes de peso, podendo acarretar distorçoes da imagem corporal.
OBJETIVO: Investigar o impacto da doença renal crônica na auto-imagem de pacientes renais crônicos e verificar as possíveis diferenças na imagem corporal entre pacientes submetidos aos três tipos de tratamento (conservador, diálise e transplante renal).
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliados 88 pacientes (28 portadores de DRC em fase pré-dialítica, 30 em hemodiálise e 30 transplantados) através da Escala de Satisfaçao das Areas Corporais, que consta de 15 itens (rosto, cabelo, nádegas, quadril, coxas, pernas, estômago, cintura, seio/ tórax, costas/ombros, braços, tônus muscular,peso, altura, todas as áreas) em uma escala de variaçao de 1 a 5: de muito insatisfeito a muito satisfeito.
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes foi de 47,68 &#61617; 14,85 anos. A maior parte dos pacientes (61,36%) possuía escolaridade até o nível fundamental e era do sexo masculino (56,81%). Foi observado que 45,6% dos pacientes encontrava-se satisfeito com a aparência corporal e 18,9% encontrava-se muito satisfeito. Nao foi observada diferença significativa entre os grupos com relaçao ao grau de insatisfaçao corporal (p=0,247). O maior grau de insatisfaçao foi observado com relaçao às nádegas e ao tórax/seio. As mulheres mostraram-se mais insatisfeitas que os homens com relaçao a estes dois parâmetros. Os homens apresentaram forte tendência a estarem mais satisfeitos que as mulheres com relaçao ao primeiro parâmetro (p=0,051), assim como apresentaram maior satisfaçao com relaçao ao tórax/seio (p=0,017).
CONCLUSAO: Nao foi observada diferença entre os grupos com relaçao ao grau de insatisfaçao corporal. O maior grau de insatisfaçao foi observado com relaçao ao tórax/seio e nádegas, parâmetros nos quais as mulheres mostraram-se mais insatisfeitas que os homens. Estes parâmetros estao associados à sexualidade, o que aponta para as dificuldades enfrentadas, especialmente pelas pacientes do sexo feminino, em lidar com a auto-imagem.

 


PO058

Impacto da doença periodontal nos marcadores séricos do metabolismo ósseo e da inflamaçao em pacientes com doença renal crônica

SOUZA, CM(1); BRAOSI, APR(1); LUCZYSZYN, SM(1); RIELLA, MC(2); TREVILATTO, PC(1); PECOITS-FILHO, R(1)

Pontifícea Universidade Católica do Paraná (PUCPR)(1)
Fundaçao Pró-Renal (PRORENAL)(2)

A doença periodontal (DP) é uma entidade complexa e de natureza imuno-inflamatória, sendo atualmente considerada como uma complicaçao entre os pacientes renais. Níveis séricos de marcadores do metabolismo ósseo e da inflamaçao estao freqüentemente elevados e associados a uma maior morbi-mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC).
OBJETIVO: Comparar os níveis de alguns marcadores do metabolismo ósseo e inflamatório entre indivíduos com e sem DRC, portadores ou nao de DP.
MATERIAL E MÉTODOS: A amostra foi composta de 222 pacientes, de ambos os sexos, com média de idade de 44,9 anos (23-77), dividida em 4 grupos: grupo 1, 59 (26,6%) indivíduos sem DRC e sem DP; Grupo 2, 50 (22,5%) pacientes sem DRC e com DP; Grupo 3, 50 (22,5%) pacientes com DRC, em hemodiálise, e sem a DP; Grupo 4, 63 (28,4%) indivíduos com DRC e com DP. Níveis de cálcio, fósforo e paratormônio foram determinados de acordo com a rotina do laboratório de análises clínicas e as mediçoes de proteína C reativa (PCR) foram realizadas a partir do plasma em EDTA, por meio da imunonefelometria (sensibilidade: 0,08 mg/L).
RESULTADOS: Foram encontrados níveis séricos mais elevados de fósforo (6,5±1,1) em pacientes do grupo 4 (com DRC/com DP) quando comparados aos pacientes do grupo 3 (com DRC/sem DP) (5,2±1,2) (p=0,00). Valores séricos de cálcio, paratormônio e o produto cálcio/fósforo, nao apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os grupos 3 e 4. Valores aumentados de PCR foram encontrados no grupo 3 (7,6±1,7) quando comparados ao grupo 1 (sem DRC/sem DP) (2,9±1,4) (p=0,00), porém um nível ainda mais elevado desse marcador inflamatório foi observado no grupo 4 (13,3±1,1) (p=0,00).
CONCLUSAO: Pacientes com DRC mostraram significantemente níveis mais elevados de fósforo e proteína C reativa, e esses achados reforçam que a presença da doença periodontal mais do que um indicador de morbidade, pode ser considerado um indicador de mortalidade nesses pacientes.


PO059

Análise epidemiológica e da qualidade de vida de uma populaçao idosa com doença renal crônica sob tratamento conservador

ACIOLI, TML(1); GOIS, AM(1); GOMES, LL(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, LM(1); COELHO, SN(1)

Hospital das Clínicas – UFPE(1)

O aumento da expectativa de vida e das melhores condiçoes de saúde têm provocado um crescimento no número de idosos com doenças crônico-degenerativas. A doença renal crônica (DRC) pode causar impacto negativo na qualidade de vida (QV) dos idosos.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida e dados epidemiológicos de uma populaçao de idosos atendidos no ambulatório de tratamento conservador (ATC) da DRC, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE).
MÉTODO: Estudo descritivo, transversal, com amostra composta pacientes, idosos, portadores de DRC a partir do estágio III, segundo classificaçao K-DOQI, NKF, 2000. O instrumento utilizado para avaliaçao da QV foi o Questionário Genérico de Qualidade de Vida SF-36, posterior a uma entrevista semi-estruturada contendo dados de características epidemiológicas e clínicas incluindo clearance de creatinina, pela formula de Cockroft-Gault. Os resultados foram armazenados em um banco de dados submetidos à análise estatística através do programa Epi-info, versao 3.4, para Windows.
RESULTADOS: Um total de 52 pacientes foram analisados. Trinta (57,7%) eram do sexo masculino e 22 (42,3%) do sexo feminino, a média de idade foi de 72 + 8 anos, variando entre 64 e 80 anos. A cor que predominou foi parda (23/52; 44,2%), seguida por 20 (38,5%) brancos, 9 (17,3%) negros. O clearance de creatinina médio foi 25,3 + 8,7 ml/min. O perfil de QV da populaçao estudada apresentou uma média baixa, em todas as oito dimensoes avaliadas pelo SF-36: capacidade funcional: 57 + 29; aspectos físicos: 42 + 29; dor: 67 + 30; estado geral de saúde: 44 + 30; vitalidade: 54 + 23; aspectos sociais: 71 + 34, aspectos emocionais: 51 + 46 e saúde mental: 68 + 21.
CONCLUSAO: Os resultados indicaram uma tendência a um prejuízo na qualidade de vida com comprometimento uniforme das várias dimensoes analisadas nesse grupo de pacientes idosos com DRC. Resta saber se ao realizar o tratamento conservador da DRC com equipe multi-disciplinar esses idosos possam melhorar a sua QV a partir do esclarecimento e do tratamento da DRC


PO060

Liga cidades – Romper barreiras em prol da prevençao da doença renal crônica – Pre-renal

DUQUE, DR(1); CARVALHO, DF(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES, FA(1); LOPES, EO(1); TAVELA, FO(1); BASTOS, MG(1)

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia – Liga Acadêmica PRE-RENAL (1)

OBJETIVOS: Levar a outras cidades, onde nao há campanhas da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), conhecimentos sobre a doença renal crônica (DRC), suas formas de prevençao, diagnóstico e controle; incentivar a adesao à atençao primária e capacitar profissionais de saúde. Realizar busca ativa pela DRC nos grupos de risco; divulgar a doença na comunidade e tornar a prevençao uma rotina nos locais atendidos.
MATERIAIS E MÉTODOS: A Liga Acadêmica – PRE-RENAL – criou o “Liga-Cidades”: projeto de pesquisa e extensao que leva a outras cidades, o modelo de atençao e prevençao proposto pela SBN. As atividades acontecem em parceria com a Prefeitura local e demandam uma equipe multidiciplinar de acadêmicos de educaçao física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, medicina, nutriçao e odontologia. A Liga organiza mutiroes em vários pontos da cidade e atende, por livre demanda, cidadaos maiores de 18 anos. O atendimento é gratuito e composto por entrevista e exames de triagem: urinálise por dipstick, glicemia capilar, aferiçao de pressao arterial, peso, altura e cintura abdominal. Após os testes, há entrega dos resultados e orientaçoes individualizadas. Alteraçoes – proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecçao do trato urinário – sao encaminhadas para atendimento médico especializado, dosagem de creatinina sérica e avaliçao da funçao renal. Ao final da campanha, é enviado à Prefeitura um documento com os dados da triagem.
RESULTADOS: Foram atendidos 2489 pessoas nos municípios Sao Joao Del Rei, Ubá, Varginha e novamente Sao Jao Del Rei (zona rural) entre 2007 e 2008. Destes, 46,1% eram hipertensos; 14,8%, diabéticos; 66.7% estavam acima do peso, sendo 27,4% obesos. Do total, 13.3% apresentaram pelo menos um dos critérios de encaminhamento.
CONCLUSAO: A prevençao da DRC é fundamental para a populaçao, para os serviços de saúde e para os governos já que, através dela, tem-se um maior comprometimento com o tratamento do doente renal em fases iniciais, evita-se a progressao da doença e reduzem-se os impactos social, político e financeiro.


PO061

Liga pre-renal – Prevençao de doença renal crônica em comunidades de Juiz de Fora: interface entre os atendimentos primário e secundário

CARVALHO, MCP(1); CARVALHO, DF(1); DUQUE, DR(1); LOPES, EO(1); TAVELA, FO(1); LOPES, FA(1); BASTOS, MG(1)

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia – Liga Acadêmica PRE-RENAL (1)

OBJETIVO: Controlar doenças de base, diagnosticar precocemente a doença renal crônica (DRC) e preservar a funçao renal. Facilitar, se necessário, o acesso ao atendimento especializado. Estimular acadêmicos quanto ao planejamento da abordagem, à busca por conhecimentos e à capacitaçao ao trabalho em equipe multidisciplinar.
METODOLOGIA: O projeto inicia-se com a triagem dos pacientes com fatores de risco para DRC nas campanhas da Liga PRE-RENAL – Semana de Nefrologia e Dia Mundial do Rim – realizadas, uma vez por ano, na cidade de Juiz de Fora. Aqueles com alteraçoes à análise por dipstick – proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecçao do trato urinário – sao encaminhados ao ambulatório da PRE-RENAL. Os atendimentos acontecem duas vezes por semana, no Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia (NIEPEN), e sao realizados por equipe multidisciplinar de acadêmicos sob supervisao dos profissionais da Fundaçao. Os pacientes sao acompanhados por seis meses e, de acordo com os resultados de seus exames, classificados quanto à Filtraçao Glomerular. Aqueles nos estágios 1 e 2 sao encaminhados para Unidades Básicas de Saúde (UBS); os demais, em estágios 3, 4 ou 5, para nefrologistas no programa Preven-Rim do NIEPEN.
RESULTADOS: De 2005 até o momento, foram triados aproximadamente 2000 pacientes e destes, 130 foram encaminhados ao ambulatório: 29% diabéticos, 72% hipertensos, 27% obesos. Do total, 59 tiveram alta, 9 abstiveram-se das consultas e 65 continuam em acompanhamento. Dentre os últimos, 37% têm diabetes, 83% hipertensao e 26% obesidade. Desde o início de nossas atividades, 21 foram encaminhados a UBS e 12 ao nefrologista.
CONCLUSAO: Atividades da PRE-RENAL proporcionam maior conhecimento teórico/prático da DRC e suas comorbidades e permitem implementaçao de açoes preventivas de forma eficaz e coerente com a realidade, além de possibilitarem diagnóstico precoce. A multidisciplinaridade fortalece o trabalho em equipe e torna-se estímulo à educaçao permanente.

 


PO062

Prevalência de fatores de risco para doença renal crônica no município de Sao Joao Del Rei – Projeto Liga Cidades – Pre-renal

LOPES, EO(1); CARVALHO, DF(1); DUQUE, DR(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES, FA(1); TAVELA, FO(1); BASTOS, MG(1)

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia – Liga Acadêmica PRE-RENAL(1)

OBJETIVOS: Identificar a prevalência de fatores de risco para a doença renal crônica (DRC) e informar sobre suas formas de prevençao, diagnóstico e controle, no município de Sao Joao Del Rei – MG.
MATERIAIS E MÉTODOS: O Projeto Liga Cidades realiza campanhas nos moldes da Sociedade Brasileira de Nefrologia em cidades onde estas nao ocorrem. O atendimento aconteceu por demanda espontânea, em maiores de 18 anos de idade. Primeiramente, houve palestras educativas sobre DRC, com maior enfoque em hipertensao, diabetes, alimentaçao e atividade física. Os indivíduos foram questionados quanto à presença de fatores de risco para DRC e passaram por exames de peso e altura, circunferência abdominal (CA), pressao arterial, uroanálise (por dipstick) e glicemia capilar. Os critérios de encaminhamento ao atendimento nefrológico, para avaliaçao da funçao renal, sao proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecçao do trato urinário. Os resultados foram esclarecidos e entregues ao final dos exames.
RESULTADOS: Houve 1151 atendimentos, sendo 68% mulheres. A prevalência de hipertensao foi de 44%, com maior acometimento nos indivíduos acima de 60 anos (60,8%). Da populaçao triada, 13,8% eram diabéticos sendo que a média glicêmica destes foi de 183mg/dL. Os tabagistas constituiam 15,8% da populaçao. O IMC mostrou-se alterado em 63% da amostra. A CA apresentou-se acima de 94cm e 80cm em 69,5% dos homens e 82% das mulheres, respectivamente. O índice de sedentarismo foi de 63%. A urinálise, 9% da populaçao apresentou proteinúria e 20,4% preencheu algum critério de encaminhamento.
CONCLUSAO: A DRC é um problema mundial de saúde pública, e a melhor forma de controle é a prevençao. Desta forma, o Liga Cidades, ao realizar a triagem dos pacientes com fatores de risco, possibilita diagnóstico precoce, encaminhamento ao nefrologista e provável retardo da progressao da doença. O projeto, ao se instalar em uma cidade, gera uma mobilizaçao dos meios de comunicaçao, que promove uma ampla discussao na sociedade sobre o problema da doença renal crônica.


PO063

Projeto Liga Cidades Sao Joao Del Rei – Zonas rural e urbana, riscos distintos para doença renal crônica – Pre-renal

CARVALHO, DF(1); FERREIRA, SO(1); CARVALHO, MCP(1); LOPES, FA(1); TAVELA, FO(1); DUQUE, DR(1); BASTOS, MG(1)

Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia – PRE-RENAL(1)

OBJETIVOS: Comparar a prevalência dos fatores de risco para doença renal crônica (DRC) entre centros urbano e rural em Sao Joao Del Rei – MG.
MATERIAIS E MÉTODOS: O trabalho desenvolvido é parte integrante do projeto de pesquisa e extensao Liga Cidades que leva a outras cidades campanhas de prevençao da DRC nos mesmos moldes das realizadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. Os dados sao de fevereiro de 2007, zona urbana, e fevereiro de 2008, zona rural. O atendimento foi realizado em indivíduos acima de 18 anos, por livre demanda. Foram questionados quanto a fatores de risco para DRC, passaram por avaliaçao clínica e laboratorial – peso, altura e cintura abdominal (CA), aferiçao de pressao arterial (PA) e glicemia capilar. Foi utilizado o test t de student com significância estatística quando P<0,05.
RESULTADOS: Avaliaram-se 1152 indivíduos na zona urbana e 465 na zona rural, com média de idade de 48,6 e 52,2 anos, respectivamente (P<0,05). Mulheres constituíam 69% do total. A hipertensao foi significativamente mais prevalente na zona urbana (43%) que na rural (36%), o mesmo nao ocorrendo no caso do diabetes, tabagismo e indíce de massa corpórea, apesar deste último apresentar uma tendência a ser maior na cidade(P<0,06). A porcentagem de pessoas com a CA alterada (88cm para mulheres e 102cm para homens) foi maior na zona rural (P<0,05). Apesar da menor prevalência de hipertensao, a média da PA sistólica e diastólica nos hipertensos foi maior no centro rural (156/91) que no centro urbano (144/86), P<0,001. O sedentarismo foi significativamente maior na cidade (63%, p<0,05).
CONCLUSAO: Apesar da maior prevalência de hipertensao na cidade, a média da PA foi significativamente maior na zona rural, o que pode refletir o precário sistema de saúde local. O sedentarismo foi mais prevalente na zona urbana, trazendo à tona a necessidade de incentivo à atividade física. Há uma preocupaçao nacional quanto ao controle dos fatores de risco para DRC, porém, a diferenciaçao das prevalências destes em diferentes regioes pode nortear as intervençoes, tornando-as mais eficazes.


PO064

Cuidar Santos Dumont – Em projeto de assistência à comunidade – Pre-renal

CARVALHO, DF(1); ANDRADE, RC(1); DUQUE, DR(1); CARVALHO, MCP(1); TAVELA, FO(1); LOPES, EO(1); BASTOS, MG(1)

Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia – PRE-RENAL(1)

OBJETIVO: Interligar assistência, ensino e pesquisa com as necessidades da populaçao, implementar um programa de saúde renal de caráter continuado na populaçao adulta da comunidade Santos Dumont – Juiz de Fora. Rastrear grupos de risco para Doença Renal Crônica (DRC), Instituir medidas para a prevençao primária, Divulgar a DRC na comunidade e estagiar a DRC. Matérias e
MÉTODOS: O projeto é desenvolvido de forma multidisciplinar, por acadêmicos de medicina, enfermagem, farmácia, nutriçao, educaçao física, fisioterapia integrados com a Unidade Básica de Saúde (UBS). Foi estabelecido um programa de esclarecimento sobre a DRC através de palestras, promoçao de campanhas educativas e distribuiçao de material elucidativo. Através de visita domiciliar, realizou-se busca ativa por hipertensos e diabéticos; estes foram avaliados clínica e laboratorialmente (peso, altura, circunferência abdominal, pressao arterial, glicemia capilar, urinálise por dipstick e creatinina sérica). Os indivíduos que tiveram resultados alterados foram estagiados quanto ao ritmo de filtraçao glomerular (FG). Indivíduos classificados como estágios 1 e 2 sao acompanhados na UBS, e aqueles classificados na fase 3, 4 ou 5, recebem acompanhamento no Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia. Resultado:Foram visitadas 352 casas, nas quais 214 foram examinados e 100 fizeram exame de creatinina. Destes 34% individuos apresentaram alteraçao da FG, 24% no estágio 2 e 10% no 3. Além da triagem, criou-se 2 grupos de palestras que ocorriam uma vez por semana, no grupo de caminhada da UBS e na escola municipal do bairro. Nestas palestras eram abordados temas relavantes à prevençao e ao controle dos fatores de risco para DRC.
CONCLUSAO: O projeto Cuidar Santos Dumont promove conscientizaçao da populaçao, tanto em prevençao das doenças renais como na importância da adesao às medidas de prevençao primária, além de um melhor tratamento dos doentes renais. Estas medidas rastreiam o doente renal em fases iniciais, evitando a progressao da doença. Por fim, proporciona melhor qualidade de vida neste bairro com acompanhamento permanente.


FISIOPATOLOGIA E DISTURBIOS HIDROELETROLITICOS

PO065

Estudo de associaçao de polimorfismos do VEGF e insuficiência renal crônica

MARSON, BP(1); DICKEL, S(1); ISHIZAWA, MH(2); METZGER, I(2); IZIDOROTOLEDO, TC(2); FIGUEIREDO, CEP(1); TANUS-SANTOS, JE(2)

PUCRS(1)
USPRP(2)

OBJETIVO: Elucidar o papel dos polimorfismos do VEGF na predisposiçao a insuficiência renal crônica (IRC), através da comparaçao da distribuiçao haplotípica envolvendo três polimorfismos relevantes do gene do VEGF: G634C (rs2010963), C2578A (rs699947) e G1154A(rs1570360) em voluntários saudáveis e pacientes com IRC.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudamos 110 voluntários saudáveis (Controle) e 105 pacientes com IRC, todos brancos e pareados para idade e sexo. O DNA foi extraído de amostras de sangue total e os genótipos determinados por Real Time – PCR (Taqman, Applied Biosystems). As freqüências haplotípicas foram obtidas com o software PHASE 2.1.
RESULTADO: Foram comparadas as freqüências alélicas, genotípicas e haplotípicas entre os dois grupos: Controle e IRC. As freqüências haplotípicas associando os polimorfismos G634C, C2578A e G1154A do gene do VEGF foram, para os grupos Controle e IR, respectivamente: H1 (CAA) = 2,4 % e 0,0 %; H2 (CAG) = 0,0 % e 0,0 %; H3 (CCA) = 0,05 e 0,0%; H4 (CCG) = 34,3 % e 38,1%; H5 (GAA) = 35,2 % e 40,5 %; H6 (GAG) = 3,2 % e 0,0 %; H7 (GCA) = 1,9 % e 0,0 %; H8 (GCG) = 22,8 % e 21,4 %. Ao compararmos os grupos Controle e IRC quanto às freqüências estudadas, estas nao apresentaram diferenças significativas (todos com p < 0,05, teste Qui-Quadrado).
CONCLUSAO: Nossos resultados sugerem que os presentes polimorfismos do gene do VEGF nao apresentam associaçao com IRC, visto que as freqüências genotípicas e alélicas sao semelhantes entre os grupos.
Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq, Capes


PO066

Avaliaçao do sistema nervoso autônomo em pacientes renais crônicos em tratamento conservador

OLIVEIRA, CA; OLIVEIRA, FG; CASALI, TG; BIGNOTO, TC; COELHO, AF; JUNIOR, HLB; DE PAULA, RB

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia – NIEPEN Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF Juiz de Fora – MG

OBJETIVO: Comparar a modulaçao autonômica cardíaca de pacientes renais crônicos (RC) em tratamento conservador com voluntários saudáveis (CON).
MÉTODOS: Foram avaliados 25 RC e 14 CON, com médias de idade respectivamente iguais a 56,5 ±12,5 e 54,5 ± 10,3 anos. Todos os indivíduos foram submetidos a monitorizaçao do ritmo cardíaco por meio de Holter durante 20 minutos, em decúbito dorsal (pré-inclinado) e após inclinaçao passiva a 70° (Til Test) por mais 20 minutos. A variabilidade da freqüência cardíaca foi avaliada pela análise espectral usando-se a transformada rápida de Fourier. Foram analisadas as variáveis LFnu (low frequency) e HFnu (high frequency) indicativas, da modulaçao simpática e parassimpática, respectivamente; e a razao LF/HF, indicadora do balanço simpático-vagal. Essas variáveis foram comparadas entre os 2 grupos, ao final dos estágios pré-inclinado e inclinado.
RESULTADOS: Na tabela 1, podem ser vistas as variáveis avaliadas nos 2 grupos. No estágio pré-inclinado, nao foram observadas diferenças significantes entre o grupo RC e o grupo CON. Entretanto, após a inclinaçao, observou-se maior LFnu, menor HFnu e maior relaçao LF/HF no grupo CON quando comparado ao grupo RC. Tabela 1
CONCLUSAO: Pacientes renais crônicos em tratamento conservador, quando submetidos ao stress postural passivo, apresentam menor ativaçao do sistema nervoso autônomo que o grupo controle, indicando alteraçoes na modulaçao autonômica cardíaca.

 


PO067

Diabetes insipidus central e hipodipsia primária com hipernatremia e ira

MILOSKI, F(1); PENEDO, B(1); CHRISTIANI, L(1); GRACIANO, M(1); CARVALHO, D(1)

Hospital Geral de Bonsuxesso(1)

INTRODUÇAO: Poucos sao os relatos na literatura de associaçao de diabetes insipidus central e hipodipsia primária. A associaçao de rabdomiólise e hipernatremia também é descrita.
RELATO: Trazemos o caso de um paciente de 22 anos, transferido para o nosso hospital com insuficiência renal aguda, associado a hipernatremia grave e refratária. Encontravase com nível de consciência rebaixado, tetraparesia flácida hiperreflexa e anasarca. Exames mostravam aumento de enzimas musculares, hipernatremia (190mEq/L) e aumento de escórias azotadas. Familiar referia início dos sintomas após esforço físico extenuante. Era neuropata devido à seqüela de hipóxia peri-parto, claudicava de um membro, estrábico, idade mental de pré-adolescente. Familiar refere episódio de insuficiência renal aguda na infância sem necessidade de tratamento dialítico. Iniciou-se, na recente admissao, terapia dialítica. Após sessoes de HD realizadas, evoluiu melhora do quadro geral e força em membros superiores, regressao da hipernatremia. RNM do crânio mostrou lesao isquêmica lacunar antiga peri ventrículo lateral direito. Apresentou aumento da osmolaridade urinária com o uso do DDAVP intranasal, confirmando a hipótese de diabetes insipidus central. Evoluiu com melhora do quadro clínico. Notamos entao que apresentava natremia no limite superior, algumas vezes se mantinha com hipernatremia leve, em nenhum momento referiu sede durante a internaçao, caracterizando a hipodipsia primária. Mantido em tratamento conservador, mostrou aumento do débito urinário e regressao da IRA. Orientamos oferta de líquidos. Retornou após para consulta ambulatorial, andou até a sala da consulta, algum déficit motor, orientado, sem queixas. Tinha hipernatremia (165mEq/L), com aumento de CKtotal (336 U/L), nao referia sede alguma. Orientado ingestao vigorosa de líquidos, após uma semana apresenta natremia de 149mEq/L e osmolaridade urinária de 92,2 mosmol/Kg.
CONCLUSAO: A associaçao de DI central e hipodipsia é possível em pacientes com lesao neurológica central, podendo levar a hipernatremia e rabdomiólise.


PO068

Nefrite lúpica classe IV: perfil clínico-laboratorial e terapêutico

LEITE MFM(1); FONSECA ML(1); FOGOSO GM(1); CANUTO APPSL(1); SILVA GSJR(1); KIRSZTAJN GM(1)

UNIFESP(1)

OBJETIVO: Avaliar o perfil clínico, laboratorial e terapêutico de pacientes com NL classe IV.
METODOLOGIA: Análise retrospectiva e aleatória dos prontuários de pacientes com NL IV em acompanhamento nos anos de 2007-08 no ambulatório de Nefrites.
RESULTADOS: Dos 17 avaliados, a idade na admissao no serviço variou de 14 a 59 anos (a) e o tempo de doença na admissao de 1 mês a 25 a: 41,2% < 1 a; 29,4% 2 a 5 a. HAS estava presente em 76,5% dos pacientes; nenhum tinha diabetes. Creatinina sérica(CS) variou de 0,6 a 8,7mg/dl na abertura, sendo 65% < 2,0. Proteinúria de 24h (P24h) inicial <1g: 11,8%; 1-3g: 17,6%; 3-4g:17,6%; 4-6g:5,9%; 6-10g:17,6%; 1 com 13g e 1 com 33g. A urinálise inicial revelou hematúria em 92% dos casos. 76,5% prednisona 1mg/kg; 71% pulsoterapia com metilprednisolona (MP), 1 a 4 vezes; número indefinido em 2 casos; 76,5% ciclofosfamida (CFF) endovenosa (EV) variando de 1 a 6 vezes, indefinido em 1; nenhum fez uso de CFF por via oral (VO); 6% azatioprina e 12% MMF. Por ocasiao da última consulta 82% dos pacientes eram portadores de HAS e 6% apresentaram diabetes secundário ao uso de corticóide. A CS caiu mais de 0,5mg/dl em 21,4% dos pacientes e aumentou mais de 0,5 em 14,3%. A P24h foi negativa ou <1g em 60% dos casos. Com relaçao às medicaçoes: 88% fizeram uso de IECA; 29% de BRA; 47% de estatinas. Durante todo o período de acompanhamento 71% utilizaram prednisona 1mg/kg ; 76,5% prednisona <1mg/kg (como manutençao, pelo menos durante um período do tratamento). Durante todo o tratamento da NL, incluindo o período de acompanhamento em outros serviços estes pacientes utilizaram: 76,5% MP 2-15 vezes; 12% CFF VO; 58,3% CFF EV 2-12 vezes; 12% MMF e 23,5% azatioprina.
CONCLUSOES: Esses pacientes apresentaram com freqüência insuficiência renal e HAS por ocasiao do diagnóstico e a freqüência de HAS aumentou no seguimento, já a CS e a P24h tenderam a cair. Predominaram como intervençoes terapêuticas o uso de prednisona VO em dose alta e MP EV, ambas usadas por mais de 70% dos pacientes; o uso de IECA e de estatinas também foram freqüentes.


PO069

Estudo da atividade enzimática, expressao das isoformas da enzima conversora de angiotensina (ECA) e avaliaçao do óxido nítrico (NO) em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2)

MOURO, MG(1); DI TOMMASO, ABG(1); RODRIGUES. AM(1); HIGA, EM(1)

UNIFESP(1)

OBJETIVO: Verificar a associaçao entre as isoformas da ECA e a nefropatia diabética em pacientes com DM2. Avaliar a síntese de NO e sua correlaçao com as isoformas da ECA nestes pacientes.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram selecionados pacientes com DM2 (n=121) e indivíduos saudáveis (CTL, n=45). Amostras de sangue e urina foram coletadas para dosagem de NO, uréia, creatinina (Cr), glicemia, hemoglobina glicada (HbA1c), microalbuminúria, atividade e isoformas da ECA. Os dados sao apresentados como média ± erro padrao (X±EP) e analisados por “One Way” ANOVA.
RESULTADOS: A média da glicemia do grupo DM2 foi maior em relaçao ao grupo CTL (145±5,6 vs. 79±1,7 mg/dL, P<0,05), assim como a média da HbA1c (8,2±0,2 vs. 5±0,1 % P<0,05). A Cr estava aumentada nos diabéticos em relaçao ao CTL (1,1±0,03 vs. 0,9±0,02 mg/dL, P<0,05), assim como a uréia (43±2,5 vs. 31±1,5 mg/dL, P <0,05) e a microalbuminúria (166,8±53 vs. 26±7mg/g de creatinina, P <0,05), mostrando que a funçao renal destes pacientes está alterada. As concentraçoes de NO sérico (67,4±4,5 vs. 39,5±1,6 uM, P <0,05) e urinário (1032,9±90 vs. 486,3±60 uM, P< 0,05) dos diabéticos foram maiores em relaçao ao CTL. Nao houve diferença com relaçao à atividade da ECA entre os grupos DM2 (n=7) e CTL (n=4) tanto com o substrato HHL (0,02±0,007 vs. 0,04±0,01 nmol/ mL.min, P >0,05) quanto Z-Phe-HL (0,05±0,02 vs. 0,1±0,02 nmol/ mL.min, P >0,05).
CONCLUSAO: Nao há consenso em relaçao à síntese de NO no diabetes. Talvez, nessa situaçao, ele aumente em funçao do “shear stress” e da hiperglicemia, os quais estimulam a NO sintase; ou pelo fato dos pacientes usarem drogas para o DM, as quais também promovem aumento de NO. Nao foi possível a determinaçao das isoformas e atividade da ECA até o momento talvez devido ao nosso “n” reduzido ou porque a maioria destes pacientes faz uso de inibidores de ECA. Nossos resultados sao preliminares, mas acreditamos que o entendimento dos distúrbios genéticos e metabólicos, associados ao estudo da ECA e da síntese de NO, pode nos proporcionar futuras opçoes terapêuticas para evitar as lesoes renais associadas ao diabetes.

 


PO070

Insuficiência renal aguda e hipofosfatemia induzidas por imatinib (GLIVEC): relato de caso

RODRIGO AZEVEDO DE OLIVEIRA, IGOR DENIZARDE BACELAR MARQUES, ANTONIO CARLOS SEGURO, LUCIA CONCEIÇAO DE ANDRADE

HCFMUSP(1)

OBJETIVO: relatar o caso de um senhor de 60 anos, portador de leucemia mielóide crônica (LMC) e hipertensao (HAS), em uso regular de imatinib (Glivec), enalapril e atenolol, que desenvolveu uma insuficiência renal aguda (IRA) e hipofosfatemia grave (P=0,6 mg/dL) após uma gastrenterite leve. O mesmo estava em uso do imatinib há 4 anos e, desde entao, vinha apresentando episódios de hipofosfatemia. Laboratorialmente havia indícios de disfunçao tubular proximal (fraçao de excreçao de fósforo e potássio elevados, hipocalemia e hipofosfatemia) e de alteraçao no metabolismo mineralo-ósseo (PTH elevado e 25-hidróxi-vitamina-D baixa). O imatinib é uma medicaçao recente que inibe tirosinoquinase, incluindo a Bcr-Abl, c-Kit e receptores de PDGF, e que tem revolucionado o tratamento da LMC. Atualmente é a droga de escolha e seu benefício é inquestionável. No nosso paciente o aumento na excreçao urinária de fósforo e potássio sugere uma açao predominante em túbulo proximal. A IRA induzida pelo Glivec teve como fatores agravantes a desidrataçao e o uso do inibidor da enzima de conversao.
MATERIAIS E MÉTODOS: revisao da literatura através do Pubmed (hypophosphatemia and imatinib) e do UpToDate 2008. Ilustraçao com o caso supracitado.
RESULTADOS: de acordo com a literatura, os dois mecanismos propostos para explicar a hipofosfatemia relacionada ao imatinib sao a disfunçao tubular proximal e as alteraçoes no metabolismo mineralo-ósseo. O nosso paciente além da hifosfatemia também desenvolveu hipocalemia e hipomagnesemia.
CONCLUSAO: é inquestionável o benefício do imatinib no tratamento da LMC. No entanto, devemos ficar atentos para os possíveis efeitos adversos, realizando o monitoramento periódico dos eletrólitos e da funçao renal. Mais estudos sao necessários para elucidaçao do exato mecanismo de açao tubular do imatinib.


PO071

Regulaçao do receptor de (pro)renina em célula mesangial sob estímulo de alta glicose

PEREIRA, LG(1); ARNONI, CP(1); BOIM, MA(1)

UNIFESP(1)

INTRODUÇAO: Existem muitas evidencias indicando que altas concentraçoes de glicose estimulam a síntese de angiotensina II (AII) em células mesangiais (CM) sendo um mediador relevante na proliferaçao e expansao de matriz mesangial levando a glomerulosclerose e a nefropatia diabética (ND). O receptor de (pro)renina foi identificado em CM e a ligaçao da (pro)renina com o receptor leva a uma ativaçao naoproteolítica da (pro)renina contribuindo para a síntese de AII na superfície celular. Também, a estimulaçao do receptor de (pro)renina induz a ativaçao de proteínas da família das MAP quinases (ERK1 e 2).
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar se a alta concentraçao de glicose induz modificaçoes na expressao do RNAm e proteína para o receptor de (pro)renina, fibronectina e ERK1/2 em CM em cultura. Para avaliar se o receptor de (pro)renina é regulado por níveis intracelulares de AII, também avaliamos o efeito do antagonista de receptor AT1, losartan.
MÉTODO: CMs humanas foram expostas a concentraçoes de glicose padrao (Cont, 10mM) ou alta (Gli, 30mM), na ausência ou na presença de losartan (100nM). A expressao de RNAm para o receptor de (pro)renina, fibronectina, ERK2 e B-actina foi estimada por Real-Time RT-PCR. Níveis protéicos foram analisados por Western Blot e distribuiçao do receptor foi avaliada por imunofluorescência.
RESULTADO: A alta glicose induziu aumento na expressao (RNAm e proteína) do receptor de (pro)renina (5 vezes) e fibronectina (2 vezes) mas nao teve efeito sobre o RNAm de ERK2 porém houve um desvio nas formas de ERK, com predomínio da forma ativa da enzima. O losartan reverteu esses efeitos.
CONCLUSAO: A superexpressao do receptor de (pro)renina pode contribuir para o aumento da geraçao local de AII nas CMs sob condiçoes de alta glicose. A expressao do receptor parece ser mediada pelos níveis de AII. A ativaçao da ERK pelo receptor de (pro)renina pode ter um papel importante na proliferaçao da CM observada durante a progressao da ND.

 


PO072

Captaçao de glicose nas células mesangiais: papel dos transportadores de glicose e angiotensina II

ARNONI, CP(1); SANTOS, CL(1); CRISTOVAM, PC(1); VIDOTTI, DB(1); MAQUIGUSSA, E(1); BOIM, MA(1)

Universidade Federal de Sao Paulo(1); Universidade Federal de Sao Paulo – Disciplina de Nefrologia

A proliferaçao das células mesangiais (CM) e o aumento na produçao de matriz extracelular constituem via central na patogênese da nefropatia diabética (ND). Estas manifestaçoes sao minimizadas pelo bloqueio do sistema renina angiotensina. A disfunçao da CM ocorre pelo menos em parte, devido ao aumento na captaçao de glicose e um desvio em seu metabolismo, favorecendo a formaçao de polióis. Como as CM expressam dois tipos de transportadores de glicose, o transportador dependente de insulina (GLUT4), e o transportador independente de insulina (GLUT1), este estudo avaliou o efeito de altas concentraçoes de glicose sobre os níveis de expressao de GLUT1, GLUT4 e fibronectina, bem como sobre a velocidade de captaçao de glicose. Avaliamos também o efeito da insulina (1U/ml) e do bloqueio do receptor de angiotensina AT1 (losartan, 100&#61549; M), sobre esses parâmetros. CM foram expostas a concentraçoes de glicose padrao (C, 10mM) ou alta (G, 30mM) durante 1, 4, 12, 24 e 72 horas. No grupo G houve um aumento inicial (1, 4 e 12 horas) na expressao do GLUT1 retornando aos níveis basais após 72 h, enquanto que o GLUT4 apresentouse super expresso nos períodos mais tardios (24h e 72 h). A expressao de fibronectina aumentou em todos os períodos no grupo G. Houve um aumento de 40% na captaçao de glicose no grupo G nos períodos mais precoces (1-12 h) a qual nao foi afetada pelo tratamento com insulina. Por outro lado, após 72 h o aumento na captaçao de glicose (~50%) foi dependente de insulina. O losartan reverteu os efeitos da alta glicose sobre a expressao de GLUT1, GLUT4 e fibronectina, bem como sobre a captaçao de glicose. Estes resultados sugerem que as CM captam glicose tanto na presença (através de GLUT4) quanto na ausência (GLUT1) de insulina, tornando-se altamente suscetível a altas concentraçoes de glicose. O efeito benéfico de bloqueadores do receptor AT1 pode também ser mediado pela inibiçao da captaçao de glicose pela CM.

 


PO073

Avaliaçao do efeito do exercício físico sobre a produçao de óxido nítrico (NO) e sobre a nefropatia diabética em ratos com diabetes mellitus (DM) experimental

RODRIGUES, AM(1); BERGAMASCHI, CT(1); MOURO, MG(1); BAILONI NETO, A(1); HIGA, EMS(1)

UNIFESP-EPM(1)

OBJETIVO: Avaliar o NO produzido durante o exercício físico em ratos diabéticos e seu efeito sobre a evoluçao da nefropatia diabética.
MATERIAL E MÉTODOS: Ratos Wistar adultos, com 170-210g de peso foram pré-selecionados; metade dos animais corredores e nao-corredores foram induzidos ao DM pela estreptozotocina (60mg/Kg peso, veia caudal). O restante dos animais receberam o veículo (tampao citrato 0,1M; pH4,5). DM foi considerado quando glicemia &#8805; 200mg/dL.
GRUPOS: CTL+SE, CTL+EX, DM+SE e DM+EX. N=9 para cada grupo. DM+EX e CTL+EX exercitaram sobre esteira a 16m/min/60min/dia, 5dias/semana/8semanas. DM+SE e CTL+SE ficaram apenas sobre a esteira desativada. Antes e na oitava semana de exercícios os animais foram colocados na gaiola metabólica para a coleta de urina de 24horas e amostras de sangue, para determinar glicemia, albumina, creatinina, uréia e NO (método da quimioluminescência, µM). Os rins foram removidos para análise histológica. Os resultados sao apresentados como média ±EP, One Way ANOVA, P<0,05.
RESULTADOS: Após a oitava semana do protocolo o DM+SE vs ao CTL+SE teve reduçao de peso (233,3±7,1 vs 380,0±6,0 P<0,05) e elevaçao na glicemia (511,8±18,1 vs 114,8±4,0 P<0,05). No DM+EX ocorreu aumento do peso (306,0±8,5) e reduçao da glicemia (295,3±35,8) vs ao DM+SE (P<0,05),. A albuminúria (mg/24hs) aumentou no DM+SE vs ao CTL+SE (5593,7±566,2 vs 964,1±101,0 P<0,05), assim como a creatinina (1,36±0,02 vs 1,09±0,06 P<0,05) e a uréia plasmáticas (68,5±5,5vs 30,6±3,8 P<0,05). No DM+EX ocorreu reduçao da albuminúria (3128,6±931,0), creatinina (1,11±0,05) e uréia plasmáticas (41,6±6,5) vs ao DM+SE. Os níveis de NO urinário no DM+SE reduziram quando vs ao CTL+SE (17,3±2,1 vs 1504,3±159,9 P<0,05); contudo, comparado ao DM+EX foi nítida a recuperaçao do NO, proporcionado pelo exercício (455,6±222,0, P<0,05 vs DM+SE). Na análise histológica o DM+EX apresentou menor lesao túbulo glomerular (<25%) quando comparado ao DM+SE (>50%).
CONCLUSAO: Nosso trabalho sugere que a rotina de exercícios em ratos diabéticos tem efeitos benéficos sobre a nefropatia diabética, talvez através de modificaçoes na síntese do NO


PO074

Intoxicaçao por vitamina D injetável. Relato de caso

BASSO, G(1); PACHECO, ES(1); RODRIGUES, K(1); SCHMITZ, RO(1); SOUZA, IAO(1)

Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina(1)

INTRODUÇAO: Relatos de intoxicaçao por vitamina D sao incomuns na literatura, apesar do uso freqüente e indiscriminado destas substâncias. Embora a utilizaçao mais observada seja por crianças e idosos, atualmente há um crescente consumo nao supervisionado de compostos vitamínicos em academias, com objetivo de ganho de massa muscular. Relata-se a seguir caso de insuficiência renal aguda (IRA) e hipercalcemia em paciente que fazia uso de composto veterinário injetável.
RELATO DE CASO: Paciente masculino, 29 anos, branco, sem internaçao prévia, é admitido na Emergência do Hospital Universitário da Universidade federal de Santa Catarina referindo quadro de náuseas, vômitos recorrentes e anorexia há 2 meses, bem como perda de 20 kg no período. Referia uso de captopril 75 mg/dia, por diagnóstico recente de hipertensao arterial. Nao apresentava alteraçoes ao exame físico, exceto pressao arterial de 140/80 mmHg. Quanto aos resultados laboratorias: Hb 12,2 g/dl (13-18), Ht 35,3% (40-52), creatinina de 3,20 mg/dl (0,6 a 1,4), uréia 70 mg/dl (10-50), sódio 136 mEq/l (135-145), potássio 3,6 mEq/l (3,3-5,1), cálcio total 13,9 mq/dl (8,5-10,5), magnésio 2,3 mg/dl (1,9-2,5), fósforo 5,1 mg/dl (2,5-4,9) e PTH <3 pg/ml (11-67). Apresentava calciúria/24 horas acima do limite superior da normalidade e ultrassonografia de aparelho urinário sem particularidades. Foi internado com quadro de IRA e hipercalcemia a esclarecer. Somente após 7 dias, relatou o uso de diário de “Vit ADE” (soluçao de uso veterinário com alta composiçao de vitaminas A, D e E. Concentraçao de vitamina D de 10.000 UI/ml, e vitamina A de 40.000 UI/ml), com injeçoes intramusculares de 2-5 ml antes de atividade física, por período de 8 meses. Paciente permaneceu em tratamento por 14 dias (hidrataçao vigorosa e diuréticos), evoluindo com melhora total dos sintomas. Ambulatorialmente, após 30 dias, apresentou creatinina 1,1 mg/dl, uréia 50 mg/dl e cálcio 9,6 mg/dl.
DISCUSSAO: Hipervitaminose D é caracterizada pelo aumento sérico desta substância, hipercalcemia, hipercalciúria e hiperfosfatemia. Esta intoxicaçao deve ser considerada na investigaçao diagnóstica de IRA e hipercalcemia, e sendo que esta é uma nefropatia potencialmente reversível.

 


PO075

Efeito da hipercolesterolemia sobre os glicosaminoglicanos renais em um modelo de síndrome metabólica em coelhos

ANA HELENA SANTA ROSA(1); ANA TOVAR(2); INAH PECLY(2); CHRISTINA TAKIYA(3); LUCIO RONALDO CARDOSO(1); MAURILO LEITE JR.(1)

Nefrologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro(1)
Lab. Tec. Conjuntivo, Universidade Federal do Rio de Janeiro(2)
Dep. Emb. Hist., Universidade Federal do Rio de Janeiro(3)

OBJETIVO: Analisar a composiçao e a concentraçao de glicosaminoglicanos (GAGs), e o conteúdo de colágeno em tecido renal de coelhos hipercolesterolêmicos, bem como descrever os achados histológicos presentes nos rins destes animais.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizados 12 coelhos machos adultos da raça “New Zealand”, mantidos num regime de 8 semanas sob raçao normal (grupo controle “C”, n=6) ou hipercolesterolêmica (grupo “HC”, n=6). Foram monitorados o peso, níveis séricos de colesterol, triglicerídeos, glicose, uréia e creatinina, antes e após 8 semanas, quando os animais foram sacrificados e os rins enviados para extraçao e análise dos GAGs, e estudo histológico (HE, PAS e Sirius red). O conteúdo total dos GAGs renais foi estimado pela dosagem de ácido hexurônico e as proporçoes relativas dos GAGs sulfatados foram estimadas por análise densitométrica das bandas metacromáticas em gel de agarose. A quantificaçao dos GAGs sulfatados e nao-sulfatados foi feita pela cromatografia de troca iônica. O conteúdo renal de colágeno foi avaliado pela dosagem de hidroxiprolina.
RESULTADOS: No grupo HC houve diferença significativa entre os níveis séricos de colesterol (84,7 ± 52,4ng/mg para 1362,0 ± 892,1ng/mg, P<0,05), e de glicose (122,0 ± 26,2ng/mg para 217,2 ± 80,6ng/mg, P<0,05). Houve significativa reduçao dos GAGs totais no grupo HC (739 [423-1067] ng/mg vs 166 [143-266] ng/mg, P<0,05), e nao no grupo C. A proporçao entre as sub-populaçoes de GAGs sulfatados nao variou entre os grupos. Nao houve diferença entre os dois grupos em relaçao ao conteúdo de colágeno renal. As alteraçoes histológicas no grupo HC foram a diminuiçao do espaço urinário, discreto alargamento intersticial por infiltrado mononuclear inflamatório e expansao da cápsula de Bowman.
CONCLUSAO: A dieta hipercolesterolêmica por oito semanas se associou à reduçao no conteúdo total de GAGs, sem anormalidades do conteúdo renal de colágeno. Estas alteraçoes podem se constituir em características precoces do tecido renal na vigência de síndrome metabólica.


PO076

O papel do enfermeiro no treinamento, motivaçao e assistência aos clientes em programa de diálise peritoneal

OLIVEIRA, AR; CLAUDINO, MM; SILVA, ML; AZEVEDO,PC; MARINHO, MAS

Hospital Sao Joao de Deus(1)

INTRODUÇAO: Ao se inserir um paciente em diálise peritoneal (DP) cabe ao enfermeiro avaliar aspectos de inclusao ou exclusao deste paciente na terapia, como a vontade de realizar o tratamento, auto cuidado, aplicaçao e avaliaçao do treinamento para realizar as trocas em seu domicilio e a continuidade do tratamento. Durante o treinamento e na evoluçao da terapia a dedicaçao do enfermeiro é muito importante para fortalecer o vinculo entre paciente, família e centro de diálise, divulgando sempre novas informaçoes.
OBJETIVO: Avaliar o papel do enfermeiro no treinamento, motivaçao e assistência aos clientes em programa de Diálise Peritoneal (DP).
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo com levantamento de dados do prontuário de enfermagem dos pacientes que iniciaram DP no serviço de nefrologia de um hospital de grande porte no período entre novembro de 2005 a outubro de 2007. Todos seguiram um protocolo de treinamento teórico, com aulas expositivas e práticas, utilizaçao de cartazes, fichários, manequins, entre outros.
RESULTADOS: Foram avaliados 62 pacientes, sendo 27 (43%) do sexo masculino, 35 (57%) do sexo feminino, com média de 54 anos de idade. Identificamos que cada treinamento foi realizado em média de 18 horas (3 horas/dia). Em 44 destes pacientes o treinamento foi acompanhado pela própria família, em 5 deles por pessoas nao relacionadas e em 13, o paciente foi o próprio cuidador. Foram treinados 3 cuidadores por paciente. Ocorreram 14 (23%) internaçoes relacionadas à terapia, 17 (27%) peritonites e 5 (8%) infecçoes de exit-site. Em 5 pacientes (29%) houve necessidade de mudança de terapia. Nenhum óbito foi decorrente de complicaçoes da terapia durante o período estudado.
CONCLUSAO: Concluímos que com o procedimento adotado obtivemos índices de qualidade destacados. O papel do enfermeiro no treinamento sistematizado, a revisao dos protocolos e a troca de informaçoes com o paciente traz boas expectativas, gera confiança e melhor aderência ao tratamento.


PO077

Fluorescência da protoporfirina em camundongos com diabetes experimental

FAUAZ, G(1); COURROL, LC(2); SILVA, FRO(2); ROCHA, FGG(1); SCHOR, N(1); BELLINI, MH(2)

UNIFESP(1)
IPEN/CNEN-SP(2)

A Protoporfirina (PpIX) é o precursor metabólico intermediário da molécula do heme, uma molécula autofluorescente que tem sido usada no diagnóstico de várias doenças. O metabolismo anormal da PpIX total de eritrócito tem sido observado nas doenças tais como câncer, envenenamento por chumbo, psoríase e anemia por deficiência de ferro. Diabete Melito (DM) é uma síndrome metabólica complexa em que ocorre deficiência relativa ou absoluta de insulina afetando o metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas. A hiperglicemia é a principal manifestaçao clínica e contribui para o desenvolvimento e progressao do DM. No presente estudo avaliamos a utilidade da espectroscopia de fluorescência da PpIX de eritrócito para monitorar as fases iniciais do diabetes. Um total de 14 camundongos C57BL/6 machos, com idade de 6 semanas, foram dividido em dois grupos: diabético e nao diabéticos. Para a induçao do DM os camundongos foram tratados com estreptozotocina, injetada intraperitonealmente. A autofluorescencia da PpIX do sangue dos animais foi analisada pela espectroscopia de fluorescência. Os espectros de emissao característicos da PpIX foram obtidos excitando as amostras em 405nm. Um aumento da glicose do sangue dos animais diabético foi verificado, quando comparado com os controles (371,10±14,43mg/dL vs 156,0±8,11mg/dL, P<0,05). Significativa diferença na forma dos espectros de autofluorescencia entre os animais diabéticos e os controles ocorreram na regiao espectral de 600-730nm. As amostras de sangue dos diabéticos mostraram uma diminuiçao significativa (30.5%) na intensidade de faixa da emissao em 635nm. Nós demonstramos que uma fonte simples de excitaçao (LED) pode ser usada como um instrumento para medir a PpIX em volumes pequenos de sangue. Além disso, nossos resultados indicam que o perfil de PpIX de eritrócitos poderia ser usado como um monitor biológico para o DM. FAPESP 2007/54253-6


PO078

Liga Cidades Varginha – Triar e encaminhar para prevenir a doença renal crônica – Pre-renal

TAVELA, FO(1); LOPES, EO(1); LOPES, FA(1); CARVALHO, MCP(1); DUQUE, DR(1); CARVALHO, DF(1); BASTOS, MG(1)

Núcleo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Nefrologia – PRE-RENAL(1)

OBJETIVO: Rastrear e encaminhar os indivíduos com fatores de risco para doença renal crônica (DRC) no município de Varginha – MG.
MATERIAIS E MÉTODOS: O trabalho desenvolvido em fevereiro de 2008 é parte integrante do projeto de pesquisa e extensao Liga Cidades, que leva para outras cidades campanhas de prevençao da DRC nos mesmos moldes daquelas realizadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. O atendimento aconteceu por demanda espontânea, salvo menores de 18 anos de idade. Primeiramente, foram ministradas palestras educativas sobre hipertensao, diabetes, alimentaçao e atividade física, com enfoque na prevençao da DRC. Os indivíduos foram questionados quanto à presença de fatores de risco para doença renal crônica e passaram por exames de peso e altura, circunferência abdominal, pressao arterial, uroanálise (através de fita de imersao) e glicemia capilar. Os critérios de encaminhamento ao atendimento médico especializado, para dosagem de creatinina sérica e avaliaçao da funçao renal, sao proteinúria maior ou igual a 1+/4+, glicosúria, hematúria sem sinais ou sintomas de infecçao do trato urinário. Os resultados foram esclarecidos e entregues ao final dos exames.
RESULTADOS: Atenderam-se 607 pacientes, com idade média de 53,96 anos, sendo 68,1% mulheres. A prevalência de hipertensao e diabetes foi de 55,7% e 15,09%, respectivamente. Dos indivíduos assistidos 73,39% estavam acima do peso, desses 30,92% eram obesos. A circunferência abdominal ficou acima dos valores normais (OMS, 2005) em 77,18% das mulheres e 29,53% dos homens. O sedentarismo e o tabagismo estavam presentes em 56,79% e 16,35% dos atendidos, respectivamente. Do total de atendimentos, 25,8% apresentaram pelo menos um dos critérios de encaminhamento definidos.
CONCLUSAO: A DRC gera, além da alta morbimortalidade e piora da qualidade de vida dos pacientes, um elevado custo de tratamento que onera o Sistema Unico de Saúde. O projeto Liga cidades possibilita o diagnóstico precoce, o encaminhamento imediato para acompanhamento especializado e o retardo da progressao da doença, ao realizar a triagem dos pacientes com fatores de risco.

 


PO079

Efeito do alumínio na atividade enzimática da Na+-ATPase na membrana basolateral do túbulo renal

SANUTO-LEITE, L(2); NUNES, A.C.F(1); GOMES, E.Q.(1); LOPES. A.G.(1)

UFRJ(1)
Particular(2)

OBJETIVOS: O transporte ativo de sódio na membrana basolateral é feito por enzimas. A principal é a (Na+/K+)-ATPase sensível à ouabaína. Há ainda uma segunda enzima, a Na+-ATPase, que é insensível à ouabaína e sensível à furosemida. O objetivo deste estudo é estabelecer o efeito do alumínio sobre as características da Na+-ATPase. Embora esse elemento ocorra em concentraçoes muito baixas nos sistemas biológicos ele é considerado um metal bio-acumulável e sua presença em medicamentos e outros compostos justifica essa investigaçao. Métodos e
RESULTADOS: Cada amostra de fraçao enriquecida de membrana basolateral foi preparada a partir de 2 pares de rins de porcos adultos obtidos em matadouro comercial (n total = 4). A atividade da Na+-ATPase foi calculada pela diferença entre o [32P]Pi resultante da hidrólise do [&#947; -32P]ATP obtido na ausência e na presença de furosemida. (Grubmeyer. C.; Penefsky, H.S. J.Biol. Chem. 256,1981) A determinaçao protéica foi realizada através do método de Lowry (Lowry et al. J. Biol. Chem.193, 1951) Até o momento foram testados o hidróxido [Al(OH)3] e o cloreto [AlCl3] de alumínio em diferentes concentraçoes molares de 1011M a 10-2M). Na presença de Al(OH)3 observamos tanto inibiçao de 36,04% (10-2M) na atividade da Na+-ATPase quanto aumento de 23,48% (10-8M). O valor médio observado no grupo controle para Al(OH)3 foi de 28,96 nmolesPi/mg/min. Na presença de AlCl3 foi observado um aumento de 32,50% (10-9M) na atividade da Na+-ATPase. O valor médio observado no grupo controle para AlCl3 foi de 27,07 nmolesPi/mg/min
CONCLUSAO: Os dados preliminares deste estudo indicam que a presença de alumínio pode modificar a atividade da Na+-ATPase. Essa alteraçao parece ser dependente da concentraçao molar e nao do composto ao qual o íon está associado. Outros compostos de alumínio deverao ser testados para que o papel bioquímico deste metal na atividade da Na+-ATPase seja compreendido.


PO080

Efeito do alumínio na atividade enzimática da Na+-ATPase na membrana basolateral do túbulo renal

SANUTO-LEITE, L.(2); NUNES, A.C.F.(1); GOMES, E.Q.(1); LOPES. A.G.(1)

UFRJ(1)
Particular(2)

OBJETIVOS: O transporte ativo de sódio na membrana basolateral é feito por enzimas. A principal é a (Na+/K+)-ATPase sensível à ouabaína. Há ainda uma segunda enzima, a Na+-ATPase, que é insensível à ouabaína e sensível à furosemida. O objetivo deste estudo é estabelecer o efeito do alumínio sobre as características da Na+-ATPase. Embora esse elemento ocorra em concentraçoes muito baixas nos sistemas biológicos ele é considerado um metal bio-acumulável e sua presença em medicamentos e outros compostos justifica essa investigaçao. Métodos e
RESULTADOS: Cada amostra de fraçao enriquecida de membrana basolateral foi preparada a partir de 2 pares de rins de porcos adultos obtidos em matadouro comercial (n total = 4). A atividade da Na+-ATPase foi calculada pela diferença entre o [32P]Pi resultante da hidrólise do [&#947; -32P]ATP obtido na ausência e na presença de furosemida. (Grubmeyer. C.; Penefsky, H.S. J.Biol. Chem. 256,1981) A determinaçao protéica foi realizada através do método de Lowry (Lowry et al. J. Biol. Chem.193, 1951) Até o momento foram testados o hidróxido [Al(OH)3] e o cloreto [AlCl3] de alumínio em diferentes concentraçoes molares de 1011M a 10-2M). Na presença de Al(OH)3 observamos tanto inibiçao de 36,04% (10-2M) na atividade da Na+-ATPase quanto aumento de 23,48% (10-8M). O valor médio observado no grupo controle para Al(OH)3 foi de 28,96 nmolesPi/mg/min. Na presença de AlCl3 foi observado um aumento de 32,50% (10-9M) na atividade da Na+-ATPase. O valor médio observado no grupo controle para AlCl3 foi de 27,07 nmolesPi/mg/min.
CONCLUSAO: Os dados preliminares deste estudo indicam que a presença de alumínio pode modificar a atividade da Na+-ATPase. Essa alteraçao parece ser dependente da concentraçao molar e nao do composto ao qual o íon está associado. Outros compostos de alumínio deverao ser testados para que o papel bioquímico deste metal na atividade da Na+-ATPase seja compreendido.


PO081

Risco de suicídio em pacientes em hemodiálise no estado da Bahia: prevalência, evoluçao e mortalidade em três anos

MOURA JR, JA(1); MOURA NETO, JA(1); MENDES DE SA, S(1); BESSA, MC(1); PASCHOALIN, EL(1); PASCHOALIN, SP(1); SOLEDADE, MF(2); SOUZA, CAM(2)

Clinica Senhor do Bonfim(1)
Fundacao para o Desenvolvimento das Ciencias(2)

Morte por suicídio em pacientes portadores de IRC em diálise tem sido reportada há décadas. No Brasil, raros sao os estudos que tem mensurado sua prevalência, evoluçao e mortalidade.
OBJETIVO: Identificar a presença de Risco de Suicídio, em duas unidades de diálise e analisar a evoluçao e a mortalidade por três anos.
MÉTODOS: O Mini Internacional Neuropsychiatric Interview, questionário amplamente utilizado por psiquiatras e que avalia risco de suicídio, dentre outros 16 transtornos, foi utilizado em três etapas Foram obtidas as freqüências do transtorno e sua evoluçao foi acompanhada. A curva de Kaplan-Meier e a regressao de Cox foram aplicadas para estudar a mortalidade.
RESULTADOS: 244 pacientes na 1ª etapa, 200 na 2ª e 110 na 3ª etapa participaram. Risco de suicídio foi diagnosticado em 40 pacientes na 1ª, 49 na 2ª e sete na 3ª etapa. Da 1ª para a 2ª etapa, nove pacientes morreram, 29 mantiveram o diagnóstico e 20 outros pacientes passaram a apresentar a condiçao. Da 2ª para a 3ª etapa, 13 deles morreram, sete continuaram a apresentar risco de suicidio e 29 evoluíram para outro transtorno. A incidência de óbitos naqueles sem o transtorno foi de 3,35 e naqueles com risco de suicídio, 9,91(RR = 2,87; IC de 95% [1,69 -4,87])*.
CONCLUSOES: Risco de suicídio teve alta prevalência e a mortalidade associada a esta condiçao é elevada.


PO082

Avaliaçao do processo de atendimento do programa de atençao à hipertensao arterial e diabetes mellitus, no município de Cruz Alta, RS

MOTTA, CA(1); BUNDCHEN, PL(1); LIBRELOTTO, C(1); MARISCO, N(1); MOREIRA, PR(1)

UNICRUZ(1)

INTRODUÇAO: O programa Hiperdia visa o acompanhamento e o controle da hipertensao arterial e do diabetes mellitus evitando o surgimento e a progressao das complicaçoes e reduzindo o número de internaçoes hospitalares.
OBJETIVO: O trabalho teve como objetivo utilizar os conceitos de Donabedian para avaliaçao dos processos de trabalho verificando as nao conformidades na coleta dos dados do Programa de Diabéticos e Hipertensos do Centro de Saúde da cidade de Cruz Alta.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados 400 cadastros, referente ao período de março de 2007 a junho de 2008. A partir da análise dos dados foram verificadas as falhas na coleta dos mesmos.
RESULTADOS: Verificou-se que somente as variáveis sexo, presença de hipertensao arterial sistêmica e presença de diabetes mellitus estavam 100% completas. As variáveis como presença de dor nas pernas, visao turva, hemoglobina, hematócrito, hemoglobina glicada, colesterol HDL e colesterol LDL estavam menos de 50% preenchidas. E, com mais de 50% preenchidas encontraram-se as seguintes variáveis: ingestao de álcool diariamente, presença de asma, acidente vascular cerebral, cansaço, claudicaçao, nefropatia, infarto agudo do miocárdio, gota, polaciúria, poliúria, polidipsia e polifagia, conhecimento sobre a hipertensao arterial sistêmica e diabetes mellitus, idade, altura, fumo, início do diabetes mellitus e hipertensao, medida de cintura e quadril, razao cintura quadril, glicemia, colesterol total, hemoglicoteste, peso, índice de massa corporal, pressao arterial sistólica e diastólica.
CONCLUSAO: Observamos que a maior parte das variáveis foram preenchidas mais de 50% e que as falhas na coleta dos dados foram provenientes de vários fatores como: a falta de equipamentos para avaliaçao do paciente (trena, aparelhos de pressao, balanças, glicosímetro), falta da capacitaçao dos profissionais da área da saúde para a coleta dos dados, nao disponibilidade do exame bioquímico na rede básica e indisponibilidade de tempo para o atendimento individualizado do paciente.

 


PO083

Pseudohipercalemia e pseudohiperfosforemia ocorrendo em paciente com trombocitose

VALÉRIO LADEIRA RODRIGUES, CRISTIANE ANDRADE YUNES, VANESSA BELO DE ASSIS BRANDAO, GISELLE JUNQUEIRA ALMEIDA, JOSÉ ROBERTO LAMBERTUCCI

Hospital das Clinicas da UFMG(1)

INTRODUÇAO: Algumas condiçoes clínicas caracterizadas por um aumento do número de células sanguíneas, como a trombocitose, assim como técnicas inadequadas de coleta e conservaçao do sangue podem levar a um falso diagnóstico de hipercalemia.
OBJETIVO: Relatar um caso de pseudohipercalemia e concomitante pseudohiperfosforemia em paciente com grave trombocitose.
MATERIAL E MÉTODOS: Paciente de 42 anos, masculino, foi admitido no Hospital das Clínicas UFMG com quadro convulsivo sem etiologia definida. Relatava internaçao prévia devido a esplenomegalia importante e trombose de veia esplênica com propedêutica positiva para Esquistossomose mansoni. Submetido a esplenectomia total com implante esplênico e tratamento farmacológico com praziquantel. Após a esplenectomia desenvolveu trombocitose importante que vem se mantendo desde entao. Na atual internaçao mantinha número elevado de plaquetas (2.706.000/mm3), nível sérico de potássio de 5,4 mEq/L, fósforo de 6,1 mg%, creatinina 1,3 mg% e uréia 40 mg%. Durante propedêutica neurológica e hematológica observou-se aumento progressivo dos níveis séricos de potássio e fósforo (K+ 7,2 mEq/L e P 8,9 mg%). O eletrocardiograma foi inconclusivo. As medidas iniciais para hipercalemia foram instituídas, porém, sem resposta, quando se optou por procedimento dialítico.
RESULTADOS: A propedêutica complementar mostrou, em urina de 24 horas, K+ 30 mEq, Na + 105 mEq e 12g de proteínas. Avaliado no plasma, o nível de K+ era de 3,1 mEq/L e quando avaliado no soro, 6,4 mEq/L. O mesmo fenômeno foi observado quando das análises dos níveis de fósforo: plasma 3,5 mg% e soro 5,0 mg%. As dosagens do potássio e do fósforo sérico e plasmático apresentaram diferenças significativas comprovando tratar-se de um caso de pseudohipercalemia e pseudohiperfosforemia.
CONCLUSAO: Em casos hematológicos semelhantes, a ocorrência de pseudohipercalemia e pseudohiperfosforemia nao havia sido até entao relatada. O aumento fictício tanto do K+ como do P nao requer tratamento específico, sendo que o diagnóstico correto pode evitar o uso de medidas desnecessárias e prejudiciais ao paciente.


GLOMERULOPATIAS

PO084

Vasculite – SD. de Churg-Strauss – Doença renal crônica

CARVALHO, ELR; GOUVEA, LC

CENTRO DE TERAPIA RENAL DE CRUZEIRO(1)

INTRODUÇAO: A SD. de CHURG-STRAUSS, descrita em 1951 por CHURG e STRAUSS, é uma doença sistêmica rara caracterizada por Vasculite, Asma, Infiltraçao eosinofílica de órgaos, eosinofilia periférica. A baixa incidência pode refletir o nao reconhecimento da doença.RelatoCaso- RMMF,33anos,branca,do lar,nat.Cruzeiro-SP, desde 2003 apresentase com tosse persistente,asma,infecçao respiratória de repetiçao, cefaléia, febre, rinite, melhorada com uso de corticóide e antibiótico, acompanhada por dor abdominal e vômitos.EM 2007 esses sintomas pioravam acrescidos de Hipertensao Arterial, fraqueza muscular, emagrecimento e hemoptóicos.Internada em JAN.2008 com Insuficiência Renal. Exames Uréia 168 mg/dl Creat. 10,4 mg/dl Hb.4,6 g/dl Ht° 13,8% k 5,1 mEq/l Alb.2,4 g/dl Leucócitos 9600/mm? 6% de eosinófilos, VHS 91 /136 , URINA I proteinúria e hematúria. Submetida à implante de Cateter de dupla-luz para Hemodiálise em V.F.D. iniciado HEMODIALISE. HbsAG NEG. HIV NEG. HCV NEG. Proteinúria 340,7 mg/24 hs. FAN NEG.,P-ANCA REAGENTE 1/40,C-ANCA NAO REAGENTE, C3 93,3 mg/dl, C4 28,1 mg/dl. IgE 335,0 U/ml. US RIM: RINS DE TAMANHO NORMAL. Iniciado PULSO DE SM 500mg/dia 3dias e Ciclofosfamida 1g IV Mensal. Em 22/01/08 BIOPSIA RIM: MO 20 glomérulos, 16 globalmente esclerosados, 2 com esclerose segmentar das alças capilares e sinéquias à cápsula de Bowman.Os glomérulos remanescentes apresentam-se com celularidade preservada e alças capilares de aspecto regular. Os túbulos exibem áreas confluentes de atrofia, alguns deles dilatados, contendo cilindros hialinos, circundados por fibrose intersticial moderada e focos de infiltrado inflamatório linfocitário.Vasos arteriais sem anormalidades histológicas significativas.IMF Os cortes revelam depósitos irregulares de IgM +/++ C3d ++ em glomérulos. Presença de cilindros Tubulares com IgA e IgM. ESCLEROSE GLOMERULAR GLOBAL(16/20)e SEGMENTAR COM SINÉQUIAS FOCAIS (2/20).ATROFIA TUBULAR MULTIFOCAL COM FIBROSE INTERSTICIAL MODERADA. NEFRITE T-I COM SINAIS DE ATIVIDADE. EM 27/11/2007 CT TORAX piora padrao vidro fosco com nódulos centrolobular.A paciente nao teve melhora da funçao renal.


PO085

Impacto da hipertensao na progressao da glomerulonefrite membranoproliferativa: relato de caso

PAES-FERRAZ, FHR(1); DOS SANTOS, ECB(1); QUIRINO, RM(1); CHICON, R(1); CAVECHIA, SR(1)

Hospital Regional da Asa Norte(1)

INTRODUÇAO: A glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) é uma das glomerulopatias primárias relacionadas com menor sobrevida renal a longo prazo (54 a 64% em 10 anos’).
OBJETIVO: exemplificar o grande impacto da hipertensao arterial na progressao da doença renal crônica em um paciente portador de GNMP.
MATERIAL E MÉTODOS: relato de caso de paciente seguido em nosso serviço de nefrologia entre dez/06 a maio/08: HCS, 34 anos, solteiro, autônomo, sem filhos. Procura serviço devido múltilpos episódios de internaçao por anasarca associada a síndrome nefrótica nos dois anos anteriores. Ex físico: Beg, hipocorado +2/+4, edema +4/+4 MMII, MV abolido HTD, PA 150X100mmHg, lesoes penfigóides em MMSS. Em uso irregular atensina, meticorten e lasix.
EXAMES: Cr 1,1 (clearance estimado 86ml/min ) Uréia 65 Hb 9 Ht 29 albumina 2,0 Eas- prot +3 Rx tórax – derrame pleural volumoso à direita.Paciente submetido toracocentese alívio, ajuste anti-hipertensivos e retirado corticóide.
EVOLUÇAO CLINICA: biopsia renal em janeiro/07 compatível com GNMP tipo I com alteraçoes tubulointersticiais grau moderado. Reinternou 5 ocasioes nos 17 meses subsequentes com quadros de anasarca associado a aumento níveis pressóricos (sempre diastólicas 110mmHg) e elevaçao escórias, apresentando em uma delas (agosto/07) quadro de malignizaçao de hipertensao (encefalopatia hipertensiva associada a edema agudo de pulmao necessitando de nitroprussiato iv ) sendo na última internaçao em maio/08 indicado hemodiálise (Cr 5,5 clearance estimado de 18 ml/min).
RESULTADOS: Em pacientes com síndrome nefrótica, é descrito perdas mensais de 1ml/min/1.73m2; entretanto o paciente em questao apresentou uma velocidade de deterioraçao da funçao renal cerca de três vezes maior. Os dados da história sugerem que provavelmente a hipertensao desempenhou um importante papel na aceleraçao deste processo, evoluindo o paciente para IRCT em um curto período de tempo.
CONCLUSAO: o relato de caso reforça sobre a necessidade de controle rigoroso da pressao arterial, principalmente em glomerulopatias proteinúrias onde nao há consenso sobre a validade da indicaçào de terapia imunossupressora.

 


PO086

Glomerulopatia membranosa secundária a infecçao pelo vírus da hepatite B: relato de um caso

SILVA, ARM(1); PANTOJA, RKS(1); COSTA, AAH(1); MONTEIRO, HCL(1); MIYAHARA, MN(2); NETO, SGK(1)

Hospital Ophir Loyola(1)
Universidade do Estado do Pará(2)

OBJETIVO: Relato de um caso de Síndrome Nefrótica secundária a infecçao pelo vírus da hepatite B.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo do caso de um paciente admitido no Hospital Ophir Loyola.
RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, 28 anos, hospitalizado com queixa de edema progressivo e dispnéia. Relata início do quadro cerca de um ano antes da internaçao, com surgimento de edema de membros inferiores que piorava no período vespertino e que evoluiu para ascite e dispnéia em repouso, além de urina de aspecto espumoso. Antecedentes: etilismo moderado. Exame físico: anasarcado e hipocorado (2+|4+). Abdome globoso, tenso, ascítico, indolor a palpaçao, piparote positivo. Edema de membros inferiores 3+|4+, cacifo positivo.
EXAMES: Hb: 9,3; leuc: 10200 cels|mm3; plaquetas: 325 mil|mm3; uréia: 52 ; creatinina: 1,7 ; LDL: 547; Triglicerídeos: 343; albumina sérica: 1,6; EAS: dens. 1010, pH: 6,0; albumina 3+, Hb: +, He: 8-10 por campo e cilindros granulosos; proteinúria de 24 horas: 5.190 mg|24 hs; USG de abdome: presença de líquido na cavidade abdominal; ecocardiograma, hemoculturas e pesquisa de gota espessa negativa.Funçao hepática normal. Sorologias para HIV e hepatite C negativas. HBsAg e anti-HBc IgG positivo. Anti-HBs e anti-HBc IgM negativo. Biópsia renal guiada por USG atestou: 22 glomérulos; glomerulopatia membranosa, fase II, com esclerose segmentar e sinéquia focal, atrofia tubular focal com fibrose intersticial discreta. Previamente ao diagnóstico firmado de glomerulopatia membranosa secundária ao vírus da hepatite B, já havia sido instituído terapêutica com diuréticos de alça, anti-hipertensivos com efeito anti-proteinúrico (captopril e losartan), além de dieta com restriçao hídrica e sódica associada a paracenteses de alívio seguidas de infusao de albumina. Após compensaçao clínica-laboratorial o paciente foi encaminhado ao ambulatório de hepatologia para realizaçao de tratamento específico para hepatite B.
CONCLUSAO: A glomerulopatia membranosa pode manifestar-se de forma isolada ou secundária a outras patologias sistêmicas, dentre elas a infecçao pelo vírus da hepatite B, que deve ser sempre aventada como hipótese diagnóstica.


PO087

Micofenolato mofetil no tratamento da glomeruloscle-rose segmentar e focal córtico resistente

ROMANO T. G., BOSCATTI C., PALOMBA H., BÉRGAMO R.R.

Faculdade de Medicina do ABC(1)

INTRODUÇAO: O tratamento da Glomerulosclerose Segmentar e Focal (GESF) idiopática com corticosteróides ou ciclosporina pode ser infrutífero e/ou apresentar inúmeros efeitos colaterais.
OBJETIVO: Relatar a experiência de nosso serviço com o uso do micofenolato mofetil (MMF) no seguimento de um grupo de pacientes refratários às terapias convencionais para GESF clássica.
MÉTODOS: Quatro pacientes com síndrome nefrótica por GESF clássica e que sofreram recidiva com proteinúria nefrótica a despeito de tratamento com prednisona 1mg/kg/dia por 16 semanas e ciclosporina 2mg/kg/dia por 24 semanas, iniciaram tratamento com micofenolato mofetil (MMF) 2g/dia por 24 semanas. A proteinúria de 24 horas média e a creatinina sérica no início e ao término do tratamento foram comparadas utilizando o t-test pareado. Foram excluídos os pacientes com grau de esclerose maior que 50%.
RESULTADOS: A idade média de todos os pacientes foi 41+- 18 anos. A proteinúria de 24 horas antes do tratamento com MMF foi de 3,5+/-1,4g/dL passando para 2,3+/- 2,0g/dL após o término do tratamento proposto (p=0.4). A creatinina sérica antes do MMF foi de 1.4+/- 0.5 mg/dL e 1.6+/-1.0mg/dL após a terapia com MMF (p=0.6).
CONCLUSAO: O tratamento com MMF parece nao oferecer benefício aos pacientes refratários às terapias convencionais para glomerulosclerose segmentar e focal.


PO088

Proteinúria nefrótica em paciente com diagnóstico pregresso de esclerodermia

ROMANO T. G., RODRIGUES P. F. B., PEREIRA V. G. M., BURDELIS R. E., RINALDI D. S., BÉRGAMO R. R.

Faculdade de Medicina do ABC(1)

OBJETIVO: Relatar um caso vivenciado pela disciplina de nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC em paciente esclerodérmica com diagnóstico de nefropatia por IgA.
RELATO: Paciente feminina, 47 anos, negra, do lar, natural e procedente de SBC. Apresentaçao inicial do caso com proteinúria nefrótica (4,6g/24horas), hematúria dismórfica, normocomplementemia e funçao renal preservada. Diagnóstico pregresso de esclerodermia há 4 anos. Durante a investigaçao do caso obtivemos marcadores sorológicos negativos para hepatite B, C e HIV, p-ANCA/c-ANCA negativos bem como dosagem de imunoglobulinas séricas normais. FAN + 1/1280 e achado ecocardiográfico sugestivo de doença de depósito miocárdico. Indicado biópsia renal devido a proteinúria em níveis nefrótico onde evidenciou-se a presença, à imunofluorescência, de depósito preferencialmente mesangial de IgA ++, IgM+ e C3d+.
DISCUSSAO: O presente caso levantou a discussao em inúmeros aspectos, dentre os quais destacaram-se a eventual associaçao de nefropatia por IgA e esclerodermia, a interpretaçao dos altos títulos do FAN e os mecanismos de comprometimento renal dentre as doenças do tecido conectivo.
CONCLUSAO: No caso em questao a coexistência entre nefropatia por IgA e esclerodermia foi aleatória e tal glomerulopatia nao apresenta incidência aumentada dentre as desordens do tecido conectivo.


PO089

Relato de caso: necrose tubular aguda em associaçao com síndrome nefrótica devido a glomeruloesclerose segmentar e focal

SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, MM(1); NETO, OMV(1); COSTA, RS(1)

SENERP – (Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto(1)

INTRODUÇAO: Necrose tubular aguda (NTA) é uma complicaçao rara e nao completamente entendida da síndrome nefrótica (SD), tanto em adultos como em crianças. Descrevemos um caso de glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) que se apresentou com insuficiência renal aguda (IRA) devido a NTA.
PACIENTE: 51 anos, F, negra, hipertensa prévia sem tratamento regular, com queixa de edema de membros inferiores, oligúria e urina espumosa há 30 dias. EF: anasarca, PA: 200 x 100 mmHg, FC: 80 bpm.
EXAMES: creatinina: 0,9 mg/dl, uréia: 91 mg/dl, proteínas totais: 5,1 g/dl, albumina: 1,9 g/dl, colesterol total: 256 mg/dl, triglicérides: 109 mg/dl, C3 e C4 normais. Urina: proteína 4+, 18 leucócitos p/c, 12 hemácias p/c. Proteinúria: 5455 mg/dia. Sorologias negativas para HIV, hepatites B e C. FAN e ANCA negativos. Biópsia renal: 07 glomérulos em condiçoes de estudo, sendo 01 com esclerose mesangial segmentar, moderada fibrose intersticial pauci-celular, imunofluorescência negativa; diagnóstico compatível com GESF. Proposto tratamento com prednisona 60 mg/dia. Evoluiu 25 dias após o início do tratamento com quadro de vômitos, dispnéia e anúria.
EXAMES: creatinina: 12,8 mg/dl, uréia: 188 mg/dl, albumina: 1,3 g/dl. RX de tórax: derrame pleural moderado a D, com necessidade de toracocentese terapêutica. Ecocardiograma: pericárdio espessado com derrame moderado. Foi entao indicado tratamento dialítico, sendo submetida a 12 sessoes de hemodiálise em um total de 20 dias. Após este período, já totaliza 2 meses de tratamento com 60 mg de prednisona, com os seguintes exames: creatinina 0,9 mg/dl, uréia 29 mg/dl, albumina 2,99 g/dl. Proteinúria e volume urinário normalizados.
CONCLUSAO: IRA com necessidade de diálise devido a NTA é uma situaçao infreqüente em SD, particularmente em GESF, podendo ser resultado de hipovolemia ou drogas. Esta paciente nao apresentou nenhum fator precipitante evidente para IRA, sendo possível que a SD tenha importância na gênese do quadro. Entretanto, há ainda fatores desconhecidos na patogênese da NTA na SD que precisam ser elucidados.

 


PO090

Síndrome nefrótica devido a glomerulopatia de lesoes mínimas em associaçao com diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 – Relato de 2 casos

SILVA, CAB(1); PASCHOALIN, RP(1); NETO, OMV(1); RASPANTI, EO(1); COSTA, RS(1); NETO, MM(1)

SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto(1)

INTRODUÇAO: Proteinúria e síndrome nefrótica (SN) em portadores de diabetes mellitus tipo 1 (DM 1) e tipo 2 (DM 2) estao associadas à nefropatia diabética na maioria dos casos. Relatamos aqui um caso de SN devido a glomerulopatia de lesoes mínimas (GLM) associada com DM 1 e outro com DM 2, ambos com total remissao após corticoterapia. Paciente 1: 19 anos, F, DM 1 diagnosticado há 4 anos, com edema facial e periorbital há 1 mês. Negava artralgia, eritema malar e infecçao prévia. Sete meses antes do início do quadro apresentou parto cesárea com 8 meses de gestaçao. Exame físico: PA: 90 x 70 mmHg, anasarca. Fundo de olho normal. Proteinúria: 5,3 g/24hs. Funçao renal normal. Albumina: 1,6 g/dL; colesterol: 463 mg/dL; triglicérides: 177 mg/dL, C3 e C4 normais. Sorologias negativas para ANCA, anti-DNA e hepatites. Biópsia renal: GLM. Tratada com prednisona 60 mg/dia por 8 semanas com regressao total do edema e da proteinúria após 45 dias de tratamento, estando em remissao desde a época do tratamento há 2 anos. Paciente 2: 73 anos, F, DM 2 há 20 anos em uso de glibenclamida 5 mg/dia, com queixa de edema há 20 dias. Ao exame: anasarca, PA: 140 x 90 mmHg. Uréia: 58 mg/dl, creatinina: 2,2 mg/dl, albumina: 2,2 g/dl, proteinúria: 3,7 g/24h. Fundo de olho normal. Sorologias negativas para hepatites, vasculites e colagenoses. Fazia uso de meloxicam há 6 meses por lombalgia, o qual foi suspenso por 4 semanas, sem regressao do quadro. Biópsia renal: GLM. Iniciado prednisona, com resposta total em 6 semanas. Durante a corticoterapia foi necessário o uso de insulina, que foi suspensa após o término da prednisona. Permanece em remissao após a suspensao da droga há 5 meses.
CONCLUSAO: Proteinúria e DM nem sempre sao sinônimos de nefropatia diabética. A coexistência entre GLM e DM 1 parece nao ser coincidência, pois tem relaçao com uma patogênese de origem imunológica. A associaçao entre GLM e drogas, especialmente AINH, sugere fortemente a existência de alteraçoes na imunidade celular.


PO091

Acometimento renal na hanseníase: estudo retrospectivo de 923 pacientes

DAHER, EF(1); SILVA JUNIOR, GB(1); CEZAR, LC(1); LIMA, RSA(1); GURJAO, NH(1); MOTA, RMS(1); ALBUQUERQUE, PLMM(1); LIBORIO, AB(1)

Serviço de Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Departamento de Medicina Clínica, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará(1)

OBJETIVO: Acometimento renal na Hanseníase tem sido descrito na literatura médica. O objetivo deste trabalho é investigar os fatores de risco para acometimento renal na Hanseníase.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo com os pacientes internados e acompanhados no Hospital Universitário Walter Cantídio e Hospital Sao José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 1976 a outubro de 2007. Foram excluídos os pacientes com quaisquer co-morbidades que pudessem causar doença renal. Os pacientes foram classificados de acordo com a Organizaçao Mundial da Saúde em paucibacilares e multibacilares. Análise estatística univariada e multivariada foi realizada através do programa SPSS 10.0 para windows.
RESULTADOS: Foram incluídos 923 pacientes. A média de idade era de 41.5 ± 19.1 anos, sendo 53% do sexo masculino. O tempo médio de doença era de 20 ± 35 meses. Estado reacional foi evidenciado em 85 casos (9.2%). Elevaçao da creatinina sérica (>1.4mg/dL) foi observada em 35 casos (3.8%), sendo mais freqüente nos pacientes multibacilares (8.2%), em comparaçao com os paucibacilares (1.9%), p<0.001. Alteraçoes urinárias foram mais freqüentes nos pacientes multibacilares, incluindo hematúria (13.5% vs. 11.2%), cilindrúria (6.8% vs. 2.9%) e proteinúria (18.7% vs. 9.9%). Os valores médios de uréia e creatinina foram maiores nos pacientes multibacilares (uréia: 35.7 ± 35mg/dL vs. 27.4 ± 15.1mg/dL, creatinina: 1.1 ± 2.0mg/dL vs. 0.8 ± 0.6mg/dL). Os fatores de risco para acometimento renal foram: episódio reacional (OR=3.9, p=0.03), classificaçao multibacilar (OR=3.5, p=0.02) e idade (OR=1.04, p=0.01). Obito ocorreu em 4 casos (0.4%).
CONCLUSAO: A Hanseníase pode ser responsável por importantes alteraçoes renais. Episódio reacional, classificaçao multibacilar e idade avançada sao fatores de risco para acometimento renal na Hanseníase.

 


PO092

Síndrome de encefalopatia posterior reversível induzida pelo uso de ciclosporina em um paciente com glomerulosclerose segmentar e focal colapsante

OLIVEIRA, RA(1,2); FECHINE, LM(1,2); COSTA NETO, FC(1,2); NICODEMUS, JM(1,3); SILVA JUNIOR, GB(4); SILVA, LSV(1,2)

Serviço de Nefrologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará(1)
Unidade de Diálise e Transplante Renal Dr. Joaquim Bezerra(2)
CLINIMAGEM(3)
Serviço de Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará(4)

OBJETIVO: A síndrome de encefalopatia posterior reversível (PRES) é caracterizada por alteraçoes cerebrais e sintomas neurológicos. Pode ser causada por drogas imunossupressoras e doenças auto-imunes. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de PRES induzida pelo uso de ciclosporina (CSA) em um paciente com glomerulosclerose segmentar e focal (GESF) colapsante.
MATERIAL E MÉTODOS: É descrito um caso de PRES induzida pelo uso de ciclosporina (CSA) em um paciente com GESF colapsante. A história clínica, evoluçao e alteraçoes laboratoriais sao descritas.
RESULTADOS: O paciente, sexo masculino, tinha 27 anos, fazendo seguimento ambulatorial devido à GESF colapsante. Tratamento com CSA foi iniciado após evidenciada resistência aos corticosteróides. Após 3 semanas em uso de CSA o paciente desenvolveu elevaçao abrupta da PA (210x120mmHg), associada a cefaléia, confusao mental e convulsoes generalizadas. Imagens com ressonância magnética mostraram área difusa com hipersinal em regiao cerebral parietal posterior, sugestivas de PRES. A CSA foi suspensa e o paciente apresentou remissao completa dos sintomas neurológicos. Um novo exame de imagem evidenciou normalizaçao da área que continha a lesao.
CONCLUSAO: A PRES é uma síndrome rara que deve ser considerada em todo paciente em uso de agentes imunossupressores que apresente sintomas neurológicos. A síndrome pode ser induzida pelo uso de CSA, sendo totalmente reversível com a suspensao da droga.


PO093

Hemoglobinúria paroxistica noturna causando ira dialítica repetidamente

SILVA, GSJR(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); CANUTO, APPSL(1); LEITE, MFM(1); LORENE, M(1)

UNIFESP(1)

INTRODUÇAO: A hemoglobinúria paroxística noturna(HPN) é um distúrbio hemolítico adquirido, que se traduz por hemólise intravascular, por sensibilidade aumentada de um clone de hemácias ao C3. O envolvimento renal da HPN freqüentemente é subdiagnosticado e abrange desde alteraçoes urinárias discretas a episódios de insuficiência renal aguda(IRA) muitas vezes reversíveis, até lesoes crônicas irreversíveis.
OBJETIVO: Descrever caso de HPN que evoluiu com 2 episódios de IRA e hematúria dismórfica.
RELATO DE CASO: Levantamento de prontuário do ambulatório de nefrites; tratava-se de uma paciente de 30anos, branca, solteira, que na 1ª consulta no ambulatório relatava história prévia de “nefrite” há 9anos, ITU de repetiçao há 8anos e anemia há 2 anos(em investigaçao); devido quadro de IRA foi internada, recebendo pulsoterapia, transfusao de 2CH , foi submetida a 5 sessoes de hemodiálise, com reversao de IRA após 1 mês. No período de 20 meses que está em acompanhamento nos setores de Hematologia e Nefrologia, o diagnóstico de HPN foi confirmado por Imunofenotipagem e apesar do tratamento de manutençao com prednisona oral, chegou a apresentar duas crises de hemólise grave, uma delas acompanhada de novo episódio de IRA dialítica (com reversao total em 1 mês); e posteriormente trombose venosa profunda(TVP) parcial em membro inferior esquerdo. Em seguimento ambulatorial, apresentou hematúria dismórfica, conduzida de forma conservadora, uma vez que a paciente está com Creatinina de 0,6 mg/dl e tem necessitado do uso de warfarim por causa da TVP.
CONCLUSAO: A HPN pode vir a complicar com quadro de IRA e fenômenos trombóticos, como aqui apresentado. O caso atual cursou com 2 episódios de IRA revertidos, o que raramente é descrito. Crises de hemólise podem ser precipitadas por episódios de ITU, como aconteceu com esta paciente. O reconhecimento precoce de fatores precipitantes das crises de HPN, com o pronto tratamento, inclusive de suas complicaçoes, pode ajudar a prevenir lesoes renais irreversíveis e a progressao da doença renal. A coexistência de hematúria dismórfica nao é usual e sugere glomerulopatia concomitante, o que também é raro, mas previamente descrito.


PO094

Apresentaçao clínica inicial da glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica em adultos – Análise descritiva de 82 casos

MARQUES, VP(1); MIRANDA, PD(1); SILVA, LS(1); MENDONÇA, HM(1); FUGIKAHA, I(1); FERNANDES, EL(1)

Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1)

OBJETIVO: Analisar, de forma descritiva, os dados da apresentaçao inicial da glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica (GNAPE) em pacientes adultos, com ênfase aos seus aspectos clínicos e epidemiológicos.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliados os dados de 82 pacientes adultos com diagnóstico de GNAPE atendidos no serviço de Nefrologia da UFTM no período de 1972 a 2001. Tais pacientes foram distribuídos em 3 grupos, sendo o grupo 1 composto de indivíduos entre 14 e 20 anos, o grupo 2 por indivíduos entre 21 e 30 anos e grupo 3 por aqueles com idade maior ou igual a 31 anos, sendo analisadas as seguintes variáveis clínicas: sexo, cor (brancos ou nao-brancos), foco primário da infecçao estreptocócica (faringite ou piodermite), ocorrência de hematúria macroscópica, hipertensao arterial, edema de membros inferiores e/ou face, síndrome nefrótica e insuficiência renal aguda (IRA).
RESULTADOS: Após análise de nossos dados, verificamos que houve um predomínio da GNAPE nos pacientes adultos do grupo 1 (63,4%), do sexo masculino (62,2%) e de cor branca (72%), precedida principalmente por piodermite como foco primário de infecçao (54,9%), manifestando-se mais comumente por edema de membros inferiores e/ou face (100%) e hipertensao arterial (86,6%), sendo menos freqüente o achado de hematúria macroscópica (26,8%) e, raramente, de IRA (8,5%) e síndrome nefrótica (7,3%).
CONCLUSAO: Nossos achados ressaltam a importância de se estudar e descrever a ocorrência da GNAPE em adultos, procurando melhor caracterizar seus aspectos clínicos e evolutivos, em funçao da incidência menos freqüente de tal glomerulopatia nesse grupo etário.


PO095

Síndrome nefrótica por glomerulonefrite membranosa associada a leucemia mielóide crônica

OKADA, V.M.(1); PALOMBA, H.(1); BURDELIS, R.E.(1); BOSCATTI, C.(1); BERGAMO, R.R.(1)

Faculdade de Medicina do ABC(1)

INTRODUÇAO: A glomerulonefrite membranosa é causa comum de síndrome nefrótica em adultos. Entretanto, sua associaçao com leucemia mielóide crônica é raramente observada.
RELATO DO CASO: Paciente V.A.O.C., sexo feminino, 35 anos, natural do estado do Paraná e procedente de Santo André (SP), iniciou acompanhamento médico com serviço de Hematologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), onde foi diagnosticada Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e iniciado tratamento com mesilato de imatinib (Glivec®) 400mg/dia em Julho de 2007. Encaminhada ao serviço de Nefrologia da FMABC em Fevereiro de 2008 (07 meses após início do tratamento da LMC) após ter apresentado quadro de edema generalizado, principalmente em membros inferiores, associado ao desenvolvimento de hipertensao arterial sistêmica. A investigaçao laboratorial demonstrou: exame de urina 1 com 900 hemáceas/mL e 32.000 leucócitos/mL, proteinúria de 24 horas 13,5g/L, creatinina sérica 0,6mg/dL, albumina sérica 0,9g/dL, colesterol total sérico 441mg/dL, LDL sérico 328 mg/dL, triglicérides sérico 327mg/dL, complemento sérico normal e sorologias para HIV, hepatites B e C negativas. Neste momento, a paciente encontrava-se na vigência do tratamento com mesilato de imatinib 400mg/dia. Realizada biópsia renal percutânea que evidenciou a presença de 36 glomérulos com celularidade conservada, notando-se alças capilares com pequenas irregularidades no contorno subepitelial, podócitos com alteraçoes degenerativas e túbulos com focos de atrofia e fibrose intersticial discreta. A imunofluorescência direta revelou depósitos granulares de distribuiçao difusa, localizado em alças capilares (padrao subepitelial), contendo IgG (+++), IgM (+), C3d (+/++) e cadeias leves Kappa (++) e Lambda (++), sendo confirmado o diagnóstico de Glomerulopatia Membranosa e iniciado tratamento imunossupressor com ciclosporina.
CONCLUSAO: A associaçao entre Glomerulopatia Membranosa e Leucemia Mielóide Crônica parece nao representar uma relaçao causa-efeito em funçao do desenvolvimento tardio de Síndrome Nefrótica na vigência do tratamento imunossupressor específico para leucemia mielóide.

 


PO096

Características clínicas e laboratoriais de pacientes lúpicas portadoras de nefrite classes III, IV e V: experiência de um hospital terciário brasileiro

MALAFRONTE P(1); TITAN SM(1); COLARES VS(1); DIAS CB(1); PINHEIRO CC(1); CALLAS SH(1); BARROS RT(1); VIEIRA JR JM(1); WORONIK V(1)

Disciplina de Nefrologia do Hospital das Clínicas da USP(1)

INTRODUÇAO: As formas mais graves de nefrite lúpica (NL, classes III, IV e V) sao semelhantes em sua apresentaçao clínica e laboratorial inicial e a biópsia renal é necessária para o diagnóstico. No presente trabalho, procuramos avaliar as características clínicas e laboratoriais das formas proliferativas e membranosa em populaçao brasileira.
MÉTODOS: Foram coletados dados clínicos, laboratoriais e histológicos de 192 pacientes portadoras de LES e NL III, IV ou V (OMS 1998), em acompanhamento entre 2005 a 2008. O tempo de seguimento foi variável (6 meses a 10 anos). As coletas foram feitas à época da biópsia renal (inicial) e ao final do seguimento.
RESULTADOS: Para estas análises, foram avaliadas 16 (8,3%) casos de NL III, 115 (59,9%) de NL IV e 61 (31,8%) casos de NL V. As análises univariadas mostraram haver diferença estatisticamente significativa nas dosagens iniciais de creatinina, complemento C4, albumina sérica, proteinúria, anticorpo anticardiolipina IgM, IgG e anticoagulante lúpico. Houve também diferença significativa na distribuiçao de raça, presença de hematúria, índices SLEDAI e SLEDAI renal, bem como necessidade de hemodiálise ao início do tratamento. Interessantemente, a idade, o C3 e o anticorpo anti-DNA nao mostravam correlaçao significativa com o tipo histológico. Na regressao logística, as formas proliferativas (III+IV) de NL mostraram-se significativamente associadas à creatinina inicial, SLEDAI e presença de hematúria em comparaçao à NL V. A creatinina inicial (OR 1,51, CI 1,03 – 2,22) e o SLEDAI (OR 1,10 CI 1,02 – 1,19) permaneceram como fatores preditores das formas proliferativas mesmo após ajuste para possíveis variáveis de confusao. Conforme esperado, as curvas de Kaplan Meyer mostraram uma pior evoluçao na sobrevida renal das formas proliferativas em relaçao à forma membranosa (p=0,01).
CONCLUSAO: Nossos resultados sugerem que apesar das formas proliferativas associarem-se à funçao renal inicial, à presença de hematúria e ao índice SLEDAI, nao há nenhum conjunto de parâmetros que discrimine perfeitamente as diferentes formas de NL, sendo a biópsia renal imperativa. Conforme esperado, as formas proliferativas têm pior evoluçao, mesmo em indivíduos tratados.


PO097

Fatores prognósticos de doença renal crônica em nefrite lúpica

TITAN SM(1); MALAFRONTE P(1); COLARES VS(1); DIAS CB(1); PINHEIRO CC(1); CALLAS SH(1); BARROS RT(1); VIEIRA JR JM(1); WORONIK V(1)

Disciplina de Nefrologia do Hospital das Clínicas da Universidade de Sao Paulo(1)

INTRODUÇAO: A nefrite lúpica (NL) é uma das manifestaçoes mais temidas do LES. Mesmo com tratamento, um número significativo dos pacientes acaba necessitando de TRS. O objetivo deste trabalho foi avaliar fatores prognósticos clínicos, laboratoriais e histológicos associados à perda de funçao renal.
MÉTODOS: Foram coletados dados de 192 pacientes com LES e NL III, IV ou V, entre 2005 a 2008. O tempo de seguimento foi variável (6m – 10a). As coletas foram feitas à época da biópsia renal (inicial) e ao final do seguimento. Para as análises de sobrevida, foram utilizadas curvas de Kaplan Meier e regressao de Cox, utilizando-se como evento a ocorrência de duplicaçao de creatinina (DC).
RESULTADOS: Foram avaliados 181 casos (16 NL III, 105 NL IV e 60 NL V). A DC ocorreu em 34 pacientes (16,1%) e a dependência de diálise em 31 pacientes. Entre as variáveis clínicas, apenas o índice SLEDAI mostrou correlaçao significativa com a DC. Nao houve diferença significativa em relaçao à raça. Entre as variáveis laboratoriais iniciais (creatinina, proteinúria, complemento, anticorpos anti-DNA, anticardiolipina IgM e IgG), nenhum foi fator prognóstico significativo de DC. Entretanto, a DC esteve significativamente associada à presença de anticoagulante lúpico e inversamente relacionada à dosagem de albumina sérica inicial. A albumina permaneceu como fator prognóstico independente mesmo após ajuste para creatinina, proteinúria e tipo de lesao histológica (p=0,02). Histologicamente, o tipo de NL e o índice de cronicidade mostraram-se significativamente associados a uma pior curva de DC. A presença de crescentes também foi um fator prognóstico significativo, mas só nos primeiros 5 anos de seguimento (p=0,01).
CONCLUSAO: Nosso estudo sugere que, na populaçao brasileira, a raça e valores iniciais de creatinina, proteinúria, complemento, anticorpos antiDNA e anticardiolipina, nao sao fatores prognósticos de perda de funçao renal em paciente tratados. Por outro lado, o SLEDAI, o anticoagulante lúpico, a hipoalbuminemia, a presença de lesao proliferativa e um índice de cronicidade >5 sao fatores prognósticos significativos, devendo servir como sinais de alerta para um risco maior de perda de funçao renal e TRS.

 


PO098

Técnica de concentraçao para a pesquisa de cilindros hemáticos

ITO, CAS(1); BORGES, CRM(1); BAIL, L(1); BORCK, PC(1)

Universidade Estadual de Ponta Grossa(1)

OBJETIVO: Hematúria dismórfica está associada a sangramento renal, especialmente de origem glomerular. A presença de cilindros hemáticos na urina reforça essa idéia e fornece pistas quando o dismorfismo é indeterminado. Este estudo teve por objetivo avaliar tempo e velocidade de centrifugaçao, maiores que o preconizado, na detecçao de cilindros hemáticos.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram incluídas 133 amostras de urina de adultos e crianças com hematúria isolada (hemácias > 5.000/mL) e com dismorfismo (mais de quatro populaçoes distintas de hemácias). Após a realizaçao do exame parcial de urina conforme protocolo do laboratório (5 minutos, força centrífuga relativa (FCR) de 400g, volume inicial 10 mL e final 1 mL), mais 10 mL de urina foram acrescentados ao tubo inicial e centrifugados a uma FRC de 2000g por 10 minutos. O sedimento foi analisado, entre lâmina e lamínula, em microscópio de campo claro. Os resultados foram estatisticamente pelo teste Qui-quadrado.
RESULTADOS: Das 133 hematúrias dismórficas avaliadas no exame parcial de urina padrao, 13 (10,3%) apresentaram cilindros hemáticos e as 118 (89,7%) restantes mostraram-se negativas nessa primeira etapa. Após o procedimento de concentraçao, 47 (39,8%) amostras, inicialmente negativas, apresentaram pelo menos um cilindro hemático (p<0,001).
CONCLUSAO: A análise do sedimento do parcial de urina é realizada rotineiramente após centrifugaçao por 5 minutos, com FCR de 400g. Nessa padronizaçao observou-se que os cilindros hemáticos nao aparecem com muita freqüência, mesmo em amostras com hemácias dismórficas. A associaçao de um método simples de concentraçao ao protocolo padrao para o exame parcial de urina aumentou de 13 (10,3%) para 60 (45%) de positividade na pesquisa de cilindros hemáticos. Esse resultado ao contrário do descrito na literatura, comprova que os cilindros nao se rompem tao facilmente em centrifugaçao mais elevada, e indica a necessidade de técnicas adicionais de concentraçao em sua detecçao.

 


PO099

Estudo clínico e epidemiológico das doenças glomerulares em pacientes internados em um hospital terciário de Fortaleza, Ceará

SILVA JUNIOR, GB(1); JERONIMO, ALC(1); QUEIROZ, MMM(1); LOPES, MSR(1); NOGUEIRA, JOL(1); CORREIA, JW(1); MOURA, LAR(2)

Serviço de Nefrologia, Hospital Geral César Cals, Secretaria da Saúde do Estado do Ceará(1)
Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de Sao Paulo(2)

OBJETIVO: É crescente o surgimento de registros de glomerulopatias em diversos países, inclusive no Brasil. O objetivo deste trabalho foi analisar a distribuiçao e freqüência dos tipos histológicos das glomerulopatias primárias e secundárias em um hospital terciário de Fortaleza, Ceará.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudamos 51 pacientes que foram submetidos à biópsia renal no Hospital Geral César Cals, em Fortaleza, Ceará, Brasil, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007. Foram analisados sexo, idade, tempo de doença, manifestaçoes clínicas, alteraçoes laboratoriais, medicaçoes em uso, existência de história familiar de nefropatia, resultados histopatológicos das biópsias renais e avaliaçao das complicaçoes.
RESULTADOS: Houve predomínio do sexo feminino (57%). A faixa etária mais afetada foi de 20-40 anos. A principal forma de apresentaçao das glomerulopatias foi a síndrome nefrótica (49%). O padrao histopatológico mais prevalente nas glomerulopatias primárias foi a glomeruloesclerose segmentar e focal (19%), sendo a nefrite lúpica predominante dentre as glomerulopatias secundárias (37%). Tivemos 5,8% de complicaçoes atribuídas à biópsia renal, sendo a hematúria macroscópica a principal responsável (3,9%).
CONCLUSAO: A GESF foi a lesao glomerular primária mais freqüente, e o lúpus eritematoso sistêmico foi a doença de base mais comumente diagnosticada nos casos de glomerulopatias secundárias. Estudos maiores sao necessários para traçar o perfil epidemiológico das doenças glomerulares no Estado do Ceará.


PO100

Nefropatia por IGA uma incomum apresentaçao

MATNI, A.M.(1); MOCELIN, A.J.(1); DELFINO, V.D.A.(1); SOARES, E.A.(1); KUNII, LF(2); Romagnoli, J.(2); Nascimento, C.M.(2); Salmeron, R.A.(2);

Hospital Evangelico de Londrina(1)
Histocom(2)

OBJETIVO: O presente trabalho tem por finalidade chamar a tençao,para doença na sua apresentaçao,de maneira pouco comum.
MATERIAL E MÉTODO: JGAF, 47anos dentista.Iniciou sintomatologia em fev/o8, calafrio febre e dores musculares, icterícia, hematúria macroscópica. Na rotina do ano anterior hipertensao estágio I, hematúria microscópica. Dois dias após internado para investigaçao,com elevaçao dos níveis de uréia e creatinina. febril, ausencia de história familiar anterior, hepatopatia ou púrpura.Progredindo para IRA necessitando de tratamento dialítico. após exaustivos exames sorologicos confirmou virus Epstein Barr IgM 76,5 (+)IgG 156,9(+) CH50 14,4,C3 (nl),C4 (nl).submetido a biópsia renal para diagnostico; Como resultado; glomerulonefrite proliferativa difusa,endocapilar com exudatos inflamatórios. Presença de crescentes celulares (13/50) esclerose global (16/50),com alteraçoes degenerativas e regenerativas epiteliais,fibrose intersticial em focos. Imunofluorescencia: indicativos de Nefropatia por IgA. Evoluçao: Houve melhora do quadro clínico e do processo infeccioso.O paciente permaneceu em tratamento dialítico em programa de CAPD por aproximadamente 60 dias após início da doença.,chegando sua creatinina sérica de 1,5 mg/dl.quando foi interrompido.Esta creatinina esta próximo ao que havia anteriormente.
CONCLUSAO: Embora nos adultos a nefropatia por IgA,na sua apresentaçao tem sido com hematúria microscópica,este paciente evoluiu com Insuficiencia renal aguda, desencadeada por virus Epstein Barr. Seria uma IgA aberrante em resposta imune a este virus,no paciente que fosse portador da doença de forma mais comum e benigna . Deve salientar que a forma rapidamente progressiva encontra-se em < de 10.%.

 


PO101

Avaliaçao de fatores de risco e marcadores precoces de nefropatia associada a doença falciforme

SANTOS, ESC(1); ALVES, FS(1); SANTOS, LSC(1); OLIVEIRA, PLP(1); ANDRADE, TS(1); ZANETTE, A(2); SANTOS, WLC(3)

Fundaçao Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências – Escola Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências(1)
HEMOBA(2)
Fiocruz(3)

INTRODUÇAO: a anemia falciforme (Hb SS) decorre da substituiçao da valina por ácido glutâmico na sexta posiçao da cadeia beta da globina, produzindo uma hemoglobina estruturalmente anormal, que quando desoxigenada, pode levar a formaçao de fibras e modificar a forma dos eritrócitos, dando origem às células falciformes. O envolvimento renal na anemia falciforme também é conhecido, havendo descriçao de alteraçoes glomerulares (esclerose glomerular segmentar e focal), proteinúria, insuficiência renal progressiva, defeitos de concentraçao urinária, necrose de papila renal e alteraçoes de funçao tubular (acidose tubular renal, diminuiçao da excreçao de potássio com deficiência de aldosterona, aumento da excreçao de fosfato e urato).
OBJETIVO: investigar a presença de alteraçoes da funçao renal e do sedimento urinário em pacientes com anemia falciforme.
MÉTODOS: foram avaliados, prospectivamente, 176 pacientes portadores de doença falciforme, acompanhados no centro de referência do estado da Bahia (HEMOBA) para o acompanhamento de portadores dessa patologia, no período de maio de 2004 a março de 2006. Todos os pacientes eram portadores de Hb SS e Hb SC. Os pacientes foram submetidos à avaliaçao clínica, e foram coletados depuraçao de creatinina, microalbuminúria, e sumário de urina.
RESULTADOS: a idade média foi de 31,45 + 12,074, 56,8% eram mulheres. A taxa de filtraçao glomerular (TFG) foi >120ml/min em 21,4%, entre 70-120 em 46,4%, entre 20-70 em 31,0% e <20 em 1,2% dos pacientes. Microalbuminúria >40mcg/dL foi encontrada em 48,8%. Nao houve associaçao entre o nível de microalbuminúria e a TFG (p=0,96). Hipertensao arterial estava presente em 10,2% dos pacientes e foi associada a uma menor TFG (p=0,04). Proteinuria nao nefrótica foi encontrada em 13,4% dos pacientes. A presença de proteinuria clínica esteve associada a diminuiçao da TFG (p=0,02).
CONCLUSAO: os pacientes com doença falciforme podem apresentar tanto hipofiltraçao quanto hiperfiltraçao glomerular. A presença de microalbuminúria elevada e/ou hiperfiltraçao glomerular podem sugerir nefropatia subclínica. Esses pacientes podem constituir um grupo de risco para o desenvolvimento de insuficiência renal crônica e devem receber medidas terapêuticas para progressao de doença renal.


PO102

Glomerulopatias em idosos acompanhados no ambulatório de doenças glomerulares do Hospital das Clínicas (HC)-Universidade Federal de PE (UFPE)

SILVA, D DA C; DANZI, G; NEIVA, R; COELHO, SN; CAVALCANTE, MA; VALENTE, LM.

Hospital das Clínicas UFPE(1)

INTRODUÇAO: Doenças glomerulares acometem indivíduos de qualquer faixa etária, mas podem estar associadas a doenças neoplásicas e a pior prognóstico em idosos.
OBJETIVO: Avaliaçao clínico-epidemiológica das doenças glomerulares em idosos acompanhados no ambulatório de doenças glomerulares (ADG) do HC-UFPE.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospectivo através da análise de prontuários de pacientes acompanhados no ADG do HC-UFPE. Avaliou-se o diagnóstico sindrômico inicial, o diagnóstico histológico, a creatinina inicial, o clearance de creatinina (CC) e a presença de doenças associadas.
RESULTADOS: Entre 1212 prontuários, 45 (3,7%) apresentavam idade &#8805; 60 anos no início do acompanhamento no ADG. No grupo de idosos, a idade média foi 66,6 anos (60 – 84 anos), a síndrome nefrótica (SN) ocorreu em 28,8 %, SN com componente nefrítico em 13,3%, proteinuria nao-nefrótica isolada em 46,6%, síndrome nefrítica em 8,8% e hematúria isolada em 2,2%. Vinte seis de 45 (57,7%) realizaram estudo histológico: 30,7% apresentaram glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF), 30,7% glomerulopatia membranosa (GM), 26,9% glomerulonefrite (GN) membranoproliferativa, 7,6% outras GN proliferativas e 3,8% doença de lesoes mínimas. Em seis dos 26 pacientes que apresentaram estudo histológico houve associaçao com algum estado mórbido: 2 casos de hepatite B e 1 caso de lupus eritematoso sistêmico, 1 infecçao por estreptococcus, 1 adenocarcinoma e 1 crioglobulinemia essencial. O clearance de creatinina inicial (CC) variou de 18 a 95ml/min e a creatinina sérica de 0,6 a 3,5mg/dL. Entre os casos biopsiados apenas 23% apresentavam CC>60ml/min. Entre os nao biopsiados, 18 apresentavam anormalidades urinárias assintomáticas, 1 apresentava SN com CC=25 ml/min e 6 apresentavam esquistossomose hepato-esplênica.
CONCLUSAO: Na amostra estudada a apresentaçao clínica mais comum de glomerulopatia em idosos foi a SN. Disfunçao renal ocorreu na maioria dos pacientes e os diagnósticos histológicos mais comuns foram a GM e GESF. Associaçao com outras doenças ocorreu em 23%.


PO103

Nefrite lúpica classe V: características clínico-laboratoriais e tratamento

FONSECA, MLG; LEITE, MFM; FOLGOSO, MG; GUILHERME, SSJR; CANUTO, APPSL

UNIFESP(1)

OBJETIVO: Avaliar perfil clínico-laboratorial e tratamento dos pacientes com nefrite lúpica (NL) classe V.
METODOLOGIA: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes com NL classe V, acompanhados no ambulatório de Nefrites.
RESULTADOS: Foram avaliados prontuários de 10 pacientes desde a primeira até a última consulta no ambulatório. A idade variou de 20 a 54 anos (a),com média de 32,5a, 90% do sexo feminino. Na admissao, o tempo de doença lúpica variou de 1 mês a 16a. HAS estava presente em 80% e antecedentes familiares de LES em 10%. A creatinina sérica variou de 0,51 a 2,53 mg/dL, sendo em 70% <1; 20% 1-2; 10% >2 mg/dL. A proteinúria de 24 h (P24h) apresentou valores de 1,43-12,9 g, 22%: 1-3; 44%: 3-5; 11%: 5-8; 22%: >10g. A presença de proteína no exame de urina I variou de 0,75 a 7,3 g/L: 57%(4/7) tiveram resultado entre 0 a 5; 42%(3/7) 5 a 8 g/L; 50%(5/10) tinham hematúria, sendo claramente dismórfica em 80% (4/5). Com relaçao às medicaçoes utilizadas, antes do início do acompanhamento no ambulatório: 90% utilizavam IECA,10% BRA e 50% estatinas; 30% receberam prednisona em dose de 1mg/kg de peso e 70% <1mg/kg. Pulsoterapia com metilprednisolona (MP) foi realizada em 80%. Nenhum paciente usou ciclofosfamida (CFF) VO e 60% usaram a droga EV (3 a 18 pulsos). A azatioprina foi usada por 20% e a cloroquina em 20% das pacientes. Na última consulta, foi evidenciado que 80% tinham HAS,10% DM secundário ao uso do corticóide. A creatinina sérica final variou de 0,63 a 1,56 mg/dL, sendo que 60% tinham níveis <1,0mg/dL. A proteinúria no exame de urina I variou de 0 a 3,7 g/L. Número de hemácias por campo variou de 3 a 15. P24h variou de 0 a 3,3g. Com relaçao às medicaçoes: 90% estavam em uso de IECA, 50% BRA, 70% estatinas; 60% usaram prednisona 1 mg/kg em algum momento e 100% <1 mg/kg. Durante todo o tratamento,incluindo o período de acompanhamento em outro serviço: 80% receberam pulsoterapia com metilprednisolona (3 a 13 vezes), 60% CFF VO e 30% CFF EV (1 a 11 vezes); azatioprina foi usada em 50% e cloroquina em 70% dos pacientes. Uma paciente necessitou de hemodiálise no início do quadro.
CONCLUSOES: 22% dos casos revelavam P24h >10g na admissao e no final do seguimento todos tinham níveis <3,5g; creatinina sérica tendeu a cair; renoproteçao foi intensificada (IECA+BRA+estatinas); a imunossupressao mais utilizada foi a combinaçao de prednisona VO com CFF VO e pulso EV de MP.


PO104

Nefropatias associadas ao vírus HIV-1

PIASKOWY, PA(1); MORAES, AM(1); ALMEIDA, F(1); BRUM, E(1); MACHERT, CC(1)

Universidade Positivo(1)

OBJETIVO: Realizar uma revisao de literatura sobre as nefropatias associadas ao vírus HIV tipo-1 (HIV-associated nephropathy – HIVAN).
MATERIAIS E MÉTODOS: Artigos científicos publicados no Pubmed, Scilo e Proquest desde 1988 até 2007.
RESULTADOS: A nefropatia associada ao vírus HIV tipo 1 é a principal causa de doenças renais crônicas em pacientes com infecçao pelo HIV-1 com ou sem AIDS. Atualmente é a terceira causa de falência renal em pacientes negros de 20 a 64 anos de idade. As manifestaçoes renais sao múltiplas, destacando-se a glomeruloesclerose focal segmentar e a glomerulonefrite mediada por complexos imunes. Os fatores de risco incluem a etnia Africoamericana, baixo CD4+ e alta viremia e história prévia de uso de drogas injetáveis. A patogenia é pouco conhecida, mas evidências sugerem que ela ocorre devido a infecçao pelo HIV-1 no tecido renal. O mecanismo patogênico pode ser inferido, já que a infecçao pelo HIV pode produzir efeitos citopáticos nas células epiteliais glomerulares e sua disfunçao está intimamente relacionada com a progressao da doença renal. Os rins servem como importantes reservatórios de longa-data para o vírus, embora apenas a presença do vírus no tecido renal nao seja suficiente para desencadear a nefropatia. Os pacientes tipicamente apresentam proteinúria severa, com reduçao na taxa de filtraçao glomerular e falência renal em poucas semanas ou meses. As alteraçoes podem estar associadas ou nao a agentes oportunistas, como Cryptococcus sp, Candida sp ou Paracoccidioides brasiliensis. A nefropatia pode ser a primeira manifestaçao da infecçao pelo HIV. O tratamento inclui corticosteróides, ciclosporina e terapia antiretroviral HAART (Highly Active Antiretroviarl Therapy), a qual aumenta a sobrevida e diminui a incidência de nefropatia . A sobrevida pós-transplante renal é similar aos pacientes transplantados nao infectados embora taxas mais altas de rejeiçao aguda ou crônica tenham sido relatados nos primeiros.
CONCLUSAO: A HIVAN é uma doença com incidência crescente, de fisiopatologia pouco conhecida e mais comum em negros. Sua identificaçao precoce é de extrema importância pois pode ser a primeira manifestaçao da infecçao pelo HIV.

 


PO105

Caso de glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP) secundária a lupus eritematoso sistêmico que simulava púrpura de Henoch-Schönlein

CARDOSO, ITA(1); MATTAR, EG(1); BERSANO, JPO(1); TAVARES, TAO(1); GONCALVES, ALD(1); CASTRO, AMA(1); PINTO, SWL(1)

Hospital Sao Joao de Deus(1)

A púrpura de Henoch-Schönlein (PHS) é a vasculite sistêmica mais comum em crianças, porém em adultos tende a apresentar manifestaçao mais grave que pode levar a uma glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP) e a insuficiência renal crônica. A PHS é caracterizada por artrite ou artralgia, dor abdominal, púrpura e acometimento renal (em geral hematúria). Apresentamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 54 anos, internada com púrpura em membros inferiores, dor abdominal, urina com coloraçao “escura”, hiporexia, elevaçao de pressao arterial e edema generalizado. Exames à admissao demonstravam creatinina 1,5 mg/dL, aumento de VHS, anemia e um sedimento urinário com hematúria (4+), proteinúria (2+), cilindros hemáticos, granulosos e graxos. Paciente evoluiu com melena, elevaçao de escórias azotadas (creatinina de 3,1 mg/dL) e diminuiçao de volume urinário. Avaliaçao dermatológica sugeriu que lesoes pápulo-bolhosas eram secundárias à vasculite leucocitoclástica. Realizado endoscopia digestiva que demonstrou uma pangastrite. Com base nestes achados levantou-se a possibilidade de PHS que evoluía com quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva. Entretanto, exames posteriores apresentaram quadro de hipocomplementemia (C3: 52), FAN 1: 2560 (padrao misto nuclear pontilhado pontos isolados e citoplasmático pontilhado) e anti-DNA positivo. Biópsia de pele descartou quadro de vasculite leucocitoclástica e biópsia renal confirmou o quadro de glomerulonefrite proliferativa difusa compatível com glomerulonefrite lúpica da classe IV (OMS). A paciente recebeu pulsoterapia com metil-prednisolona e ciclofosfamida, evoluindo com regressao de todas as manifestaçoes clínicas. Atualmente encontra-se em acompanhamento ambulatorial com funçao renal normal e pressao arterial controlada com o uso de anti-hipertensivos.


PO106

Síndrome nefrótica primária em adultos: estudo de coorte com seguimento de 17 anos

MORALES, JV(1); LEAL, MH(1); LORENTZ, A(1); VERONESE, FV(1)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1)

OBJETIVO: Analisar a etiologia, complicaçoes, fatores de risco de progressao para insuficiência renal e sobrevida renal de pacientes adultos com síndrome nefrótica primária (SNP).
MATERIAL E MÉTODOS: Pacientes com SNP avaliados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com acompanhamento no ambulatório de Glomerulopatias, registrando-se a partir de 1990 dados demográficos e clínicos, resposta aos protocolos de tratamento, complicaçoes e desfechos (dobrar creatinina inicial ou diálise, e óbito).
RESULTADOS: No período de 1990-2007 foram avaliados 309 pacientes com síndrome nefrótica, dos quais 219 (71,2%) tinham SNP. A idade foi 37±18 anos, homens: 126 (57,5%), raça branca: 187(85,4%). A proteinúria (g/24h): 9,7±6,2 e creatinina (mg/dl): 1,34±0,87. Os diagnósticos etiológicos foram: glomerulosclerose segmentar e focal (GESF): 100 (45,6%), glomerulonefrite membranosa (GNM): 62(28,3%); alteraçoes glomerulares mínimas (AGM): 26(11,9%); glomerulonefrite membranoproliferativa (GMP): 26(11,9%); IgA: 5(2,3%). O tempo de acompanhamento (meses) foi: mediana(IIQ): 60(20-105). As complicaçoes foram avaliadas em 169 pacientes, sendo trombose venosa: 11 (6,5%), trombose arterial: 4(2,4%); infecçao: 37(21,9%) e sepse: 3 (1,7%). A evoluçao da coorte foi: em seguimento: 101(46,1%); perda de seguimento: 57(26%); óbito: 10(4,6%); dobrar creatinina inicial ou diálise: 51(23,3%). A sobrevida renal sem considerar resposta ao tratamento em 5, 10 e 15 anos foi: GESF: 74%, 65% e 44%; GNM: 80%, 73% e 55%; AGM: 95%, 93% e 87%; GMP: 71%, 61% e 49%. IgA nao foi avaliado (n=5). Na análise de regressao de Cox, o Odds Ratio(IC 95%) por categoria histológica (AGM como referência) para dobrar a creatinina ou evoluir para diálise foi: GESF: 6,23(0,85-45,7; p=0,07); GNM: 7,35(0,90-59,8; p=0,06); GMP: 8,21(0,74-90,6; p=0,08); IgA: 4,64(0,60-35,7; p=0,14).
CONCLUSOES: A GESF foi prevalente como causa de SNP, seguida de GNM, AGM, GNMP, e IgA. A principal complicaçao foi infecçao. Sem considerar resposta aos protocolos, a sobrevida renal aos 10 anos foi 93% para pacientes com AGM e 73%, 65% e 61% para GNM, GESF e GNMP, respectivamente.


PO107

Análise das biópsias renais do Hospital Universitário Alzira Velano

Souza, SMS(1); Dias, BB(1); Neto, APD(1); Lello Santos, FR(1); Hospital Universitário Alzira Velano(1)

INTRODUÇAO: É crescente o surgimento dos registros de glomerulopatias em diversos países inclusive no Brasil, em resposta a necessidade de conhecimento epidemiológico sobre esse grupo de doenças responsável por número considerável de pacientes submetidos à TRS. No Brasil, aproximadamente 20% dos pacientes apresentam diagnóstico de glomerulonefrite à admissao para diálise. A indicaçao da biópsia renal é praticamente a regra nas glomerulopatias, já que o pleomorfismo de sintomas e sinais é grande, dificultando a correlaçao anátomo-clínica. A biópsia renal é realizada com o propósito de estabelecer um diagnóstico de certeza, avaliar a gravidade da doença e seu prognóstico, além de auxiliar na melhor conduta terapêutica.
MATERIAL E MÉTODOS: No serviço de Nefrologia do HUAV foram realizadas 49 biópsias renais até junho de 2008. Após história clínica, exame físico e propedêutica laboratorial para coagulopatia procede-se a biópsia. Posiciona-se o paciente em decúbito ventral com coxim sob o abdômen. Os rins sao visualizados a ultra-sonografia e delimita-se o polo inferior renal esquerdo ao final da inspiraçao. Com agulha manual de 16 gauge obtém-se dois fragmentos. O paciente é mantido em observaçao de 12 a 24 horas com monitorizaçao de sinais vitais.
RESULTADOS: A idade dos pacientes variou de 13 a 62 anos, com média de 34,8 ± 14,1 anos; sendo 26 do sexo masculino e 23 do feminino; 30 da raça branca, 8 negros e 11 pardos. Ocorreram 4 complicaçoes, sendo 3 com hematúria macroscópica, 1 hematoma subcapsular e 1 celulite. A principal indicaçao foi síndrome nefrótica em 44,9% dos casos, seguida de proteinúria/hematúria em 36,7% e perda de funçao em 22,4% (tabela1). Os seguintes achados anátomo-clínicos foram descritos: LM , em 18 lâminas; GESF, 7; IgA, 8; LES, 4; GNM, 2; Proliferativa difusa, 3; GNCrescêntica, 2; GNproliferativa mesangial, 2; Microangiopatia trombótica, 1; DRC, 1 e NIA, 1.
CONCLUSAO: O diagnóstico histológico foi possível na quase totalidade dos casos com número reduzido de complicaçoes.


PO108

Associaçao incomum: neoplasia e vasculite necrotizante renal anca relacionada

SPINDOLA, S B(1); GONÇALVES, R P(1); SILVEIRA, E R(1); MACEDO, M A M(1); SANTOS, G D(1); ALKMIM, L D(1); SALUM, R E(1)

HOSPITAL VERA CRUZ(1)

ASSOCIAÇAO INCOMUM: Neoplasia e vasculite necrotizante renal ANCA relacionada.
OBJETIVO: O angiosarcoma pulmonar primário é um tumor vascular raro, cujo diagnóstico é essencialmente histológico e imunohistoquímico. A vasculite renal, ANCA relacionada, associada à neoplasia é uma condiçao menos freqüente, que pode preceder ou ocorrer concomitantemente no curso da doença. Materiais e
MÉTODOS: Relato de caso da associaçao infrequente vasculite renal-neoplasia.
RESULTADOS: Paciente, masculino, 53 anos, com diagnóstico recente angiosarcoma pulmonar primário internado para propedêutica de hiporexia, edema progressivo de membros inferiores (mmii), náuseas e vômitos. Era hipertenso há 7 anos em uso de captopril e hidroclorotiazida, ainda sem tratamento oncológico. Tinha funçao renal e sedimento urinário normais 2 meses antes do diagnóstico do tumor. Exames admissionais revelaram creatinina(C) 5,0mg%, uréia(U) 138mg%, proteinúria nefrótica (6,09g/24h), hematúria microscópica (+3/+4) com dismorfismo. US mostrou rins de tamanho normal, vasos renais sem alteraçao ao Doppler. Outros exames mostraram: FAN 1:640 com padrao nuclear pontilhado; complemento normal (C3 141 e C4 28,2 mg/dL); ANCA p 1:80 e ANCA c negativo. Evoluiu em 1 semana com piora da funçao renal C 7,0mg% e U 193mg% e acentuaçao da proteinúria 14,4g/24h com persistência dos sintomas e piora do edema de mmii. Foi entao submetido à biópsia renal e pulsoterapia com metilprednisolona 1g por 3 dias. Resultado da biópsia revelou formaçao de crescentes celulares em mais de 90% dos glomérulos estudados com imunofluorescência negativa. Recebeu a seguir ciclofosfamida 0,5mg/m2 em pulsos mensais, prednisona 60mg/dia com reduçao gradual e Paclitaxel 80mg em pulsos mensais para tratamento oncológico. Apresentou melhora lenta e gradual da funçao renal, mas com persistência da proteinúria. Após 8 meses de tratamento C 2,4mg% e proteinúria de 13g/24h.
CONCLUSAO: A disregulaçao das células T associada à reduçao da uteroglobina tem sido postulada como possível mecanismo causal da interaçao neoplasia-vasculite. Portanto, essa suspeiçao diagnóstica deve ser considerada na abordagem do envolvimento renal nas neoplasias.


HEMODIALISE

PO109

Doses menores de eritropoetina nos pacientes em hemodiálise com o uso de estatinas

CARRASCOSSI, HL(1); OLIVEIRA, AR(1); NETO, MM(1)

Senerp(1)

OBJETIVO: pacientes em diálise apresentam variaçoes individuais quanto as doses de eritropoetina (EPO) necessárias para a manutençao da hemoglobina sérica em níveis preconizados. Citocinas e proteínas inflamatórias têm sido associadas a aumento da resistência a açao da EPO. Recentemente estudos têm mostrado que as estatinas têm açao antiinflamatória. O objetivo nesse estudo foi avaliar a correlaçao entre a dose de eritropoetina e o uso de estatinas em pacientes em hemodiálise.
MATERIAL E MÉTODOS: estudo retrospectivo em um único centro de diálise no qual os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1, uso de estatinas(n=15), e grupo 2(controle), sem uso de estatinas (n=20). Todos os pacientes foram pareados quanto a idade, peso seco, patologias de base e tempo em hemodiálise. Todos os pacientes do grupo 1 faziam uso de estatinas por mais de 12 meses. Foram avaliados os valores mensais, durante doze meses consecutivos, de hemoglobina (Hb), albumina, ferritina, hormônio paratireoideo (PTH), fosfatase alcalina (FA), transaminase glutâmico pirúvica (TGP), dose mensal de EPO e colesterol total(CT) no final do estudo. Os pacientes analisados apresentavam kt/v>1,3. A análise estatística foi realizada considerando-se o nível de significância p<0,05 aplicado o T-test nao paramétrico.
RESULTADOS: a análise estatística entre os dois grupos nao mostrou diferença significante nos parâmetros: hemoglobina (10,94 +/- 0,28 e 10,94 +/- 0,17); albumina (3,59 +/- 0,12 e 3,72 +/- 0,08); ferritina ; FA ; TGP; PTH e CT (145,1 +/- 5,46 e 155,8 +/- 8,69) . Com relaçao a dose de EPO mensal houve diferença significante (33880 +/- 4531 e 44270 +/- 2127, p<0,05).
CONCLUSAO: estes dados mostram que o grupo que usou estatinas necessitou de uma dose 23,5% menor de EPO em relaçao aos que nao usaram estatinas para a manutençao de níveis de hemoglobina parecidos. Estes dados sugerem que a terapia com estatinas pode diminuir a necessidade de EPO em pacientes em diálise. Esta melhor resposta a EPO poderia ser causada pelos efeitos antiinflamatórios das estatinas.


PO110

Human arterial cryopreserved homografts allow reducing the biomechanical mismatch in vascular accesses of chronically hemodialised diabetic and non-diabetic patients

Physiology Department School of Medicine Republic University(1)
UTN(2)
FICEN Favaloro University(3)
INDT MSP Republic University(4)
CONICET(5)

BACKGROUND: Cryopreserved homografts are an alternative to be used in chronically haemodyalised patients (CHDP) vascular access (VA) construcution. However, it remains to be established if human cryopreserved homografts ensure a reduced biomechanical mismatch in CHDP, with and without diabetic nephropathy.
AIMS: To compare the biomechanical behavior of native vessels of CHDP, with and without diabetic nephropathy, with that of commercially available prosthesis (ePTFE), and cryopreserved arterial and venous homografts.
METHODS: Arterial pulse wave velocity (PWV), the “gold standard” parameter to evaluate non-invasively the arterial stiffness, was measured in: (1) upper (carotid-brachial PWV) and lower limbs (carotid-femoral PWV) of 20 healthy individuals and 80 CHDP, with (n=20) and without (n=60) diabetic nephropathy, and (2) in arterial and venous cryopreserved homografts (in vitro studies) and (3) ePTFE prosthesis. The biomechanical matching factor between the CHDP’s arteries and the vascular substitutes was calculated.
RESULTS: (1) CHDP, and specifically patients with diabetic nephropathy, showed a statistically significance global rise in arterial stiffness, which was higher in the aorto-femoral territory. (2) For a cryopreserved homograft, the biomechanical matching values with arteries of healthy subjects and CHDP, were different. In addition, the biomechanical matching with CHDP was different depending on the cause of renal failure (diabetic and non-diabetic etiology). (3) Depending on the vascular pathway considered to perform a VA, the most adequate cryopreserved homograft was different, since the biomechanical matching factor differed among the homografts studied. (4) The biomechanical matching was always better than that of the ePTFE prosthesis.
CONCLUSION: For a human cryopreserved vascular graft different biomechanical coupling levels were found with arteries of healthy individuals and CHDP, and in the CHDP there were differences depending on the cause of renal failure (diabetic vs. non diabetic nephropathy). In addition, the capability of a cryopreserved vascular homograft to ensure a low biomechanical mismatch differed depending on the vascular pathway analyzed: carotid-femoral or carotid-brachial. Anyway, the cryopreserved homografts always ensured a biomechanical matching better than that of the ePTFE.


PO111

Terapia da insuficiência renal crônica pela hemodiálise

MOCELIN, AJ(1); MATNI, AM(1); DELFINO, VDA(1); SOARES, AE(1); CARVALHO, COM(1); KUNII, LF(1); MATSUO, T(1); NASCIMENTO, MC(1); SALMERON, AR(1)

Hospital Evangélico de Londrina(1)

Os pacientes admitidos à Hemodiálise ganham “funçao renal exógena” e suas vidas somente serao interrompidas por “outras causas” nao renais: cardiovascular, infecciosa, tumoral, hepática, desnutriçao, suicídio, acidente de trânsito, demonstrado ocorrerem em 15 a 25% dos casos, já no primeiro ano de exposiçao à diálise.
OBJETIVO: relato da experiência de um único centro em “ganhar ” anos de vida para os deficientes renais. 1973-2006.
MATERIAL E MÉTODOS: 1086 pacientes renais crônicos,de ambos sexos, entre 12 e 70 anos de idade foram admitidos ao programa de terapia renal substitutiva entre janeiro de 1973 e dezembro de 2006. A hemodiálise foi inicialmente realizada com módulos Sistemas Vitais e, posteriormente pelos rins artificiais Baxter SPS1550 ou Fresenius 4008B; água tratada por deionizaçao e osmose reversa; soluçoes concentradas comercias de sais, sessoes habituais de 4 hs, 3 vezes por semana, heparinizaçao sistêmica como prescrita pelo médico e reuso do capilar por até 12 vezes. A análise incluiu todos os pacientes citados, desde a sua primeira sessao de tratamento até um evento que os retirou do programa (transplante, óbito, transferência, recuperaçao funcional do rim próprio, perda de seguimento ou até a data final de seguimento), em dezembro de 2006. Utilizamos o método estatístico de Kaplan-Meier.
RESULTADOS: Se classificados clinicamente como nefríticos, 473 deles sobreviveram 1 ano 96%, 2 anos 945 e 5 anos 82%; quando a doença básica foi a hipertensao, 313, sobreviveram 1ano 86%, 2 anos80% e 5 anos 53%; já os diabéticos, 160, 1 ano82%,2 anos60% e 5 anos30%. Os policisticos obtiveram resultados semelhantes aos nefríticos e um grupo miscelânea se comportaram como os diabéticos. Como causa de saida, transplantes e óbitos foram os principais eventos; os óbitos foram cardiovasculares em 158 (51,3%) e infecciosos em 63(20,4%).
CONCLUSOES: Hemodiálise deu-lhes sobrevida de até 90% 1 ano, 81% 2 anos e 60% 5 anos; foi a terapia de suporte também quando perderam rins transplantados. As doenças primariamente renais permitiram a melhor sobrevida.

 


PO112

Comparaçao entre pacientes de único centro de diálise da regiao norte do Ceará e populaçao do estado e pacientes da regiao nordeste

SANTOS, PR(1)

Unidade de Diálise da Santa Casa de Misericórdia de Sobral(1)

OBJETIVO: Em conseqüência das disparidades socioeconômicas e da variedade de regioes, o Brasil apresenta diferentes perfis demográficos e clínicos em relaçao a pacientes em hemodiálise. O estudo teve por objetivo comparar perfil dos pacientes dialíticos da única Unidade de terapia dialítica da regiao norte do Ceará com dados regionais no que se refere à raça, prevalência de diabéticos e de ocupaçao profissional.
MATERIAL E MÉTODOS: A amostra foi constituída por 164 pacientes maiores de 18 anos e portadores de doença renal crônica mantidos em hemodiálise durante o período entre março de 2005 e março de 2007. A etiologia da doença renal crônica correspondeu a critério clínico e nao histológico, de acordo com os registros da Unidade de Diálise. A raça foi aquela autodeclarada pelo paciente entre as três categorias: branco, pardo e negro. Os dados sobre ocupaçao profissional foram coletados através de entrevista. A percentagem de diabéticos foi comparada com os dados da regiao nordeste segundo o Censo SBN. A prevalência quanto a raça e ocupaçao profissional foi comparada entre os pacientes estudados e a populaçao do estado do Ceará segundo dados do IBGE.
RESULTADOS: Houve maior prevalência de negros entre os pacientes do que na populaçao do Estado (10% vs. 3,3%). A prevalência de diabéticos foi de 7,3% na Unidade e de 18% na regiao nordeste. Apenas 15% possuíam ocupaçao profissional entre os pacientes em contraste com 68% de homens e 47% de mulheres com ocupaçao profissional no Ceará.
CONCLUSAO: Entre os pacientes em hemodiálise na regiao norte do Ceará, há pequena proporçao de diabéticos, maior prevalência de negros e pouca ocupaçao profissional. Estes resultados apontam necessidade de (1) avaliaçao da assistência aos diabéticos na saúde primária, (2) investigaçao sobre incidência de doença renal entre negros no Brasil e (3) implementaçao de medidas clínicas e sociais visando melhorar taxa de ocupaçao profissional.


PO113

Tratamento endoluminal de cateter de hemodiálise com M-EDTA

JOAO CARLOS BIERNAT, FERNANDO DOS SANTOS, ANA MARIA GIANCRISTOFORO DOS SANTOS, MARCELA SANTIAGO BIERNAT, AUREA RAUBACH, MARIA ELIANE LATOSINSKI SOUZA

CLINIRIM(1)

Contaminaçao por biofilme é complicaçao frequente de cateter de Hemodiálise.Heparina nao protege contra infecçao por nao ter açao antibiótica. Uma alternativa atual é o uso de EDETATO de SODIO (EDTA), que além de ser anticoagulante, é um potente quelante de cálcio,magnésio, ferro e zinco, destruindo assim a parede celular bacteriana e fúngica,além de desestruturar o biofilme do lúmen do cateter e permitir plena açao de minociclina (M) associada.
OBJETIVOS: verificar a eficiência de soluçao de M-EDTA, em comparaçao com Heparina, como selo de cateter.A formulaçao contém 30 mg /ml de EDTA e 3,0 mg/ml de minociclina após diluiçao apropriada.
MATERIAL E MÉTODOS: Coletaram-se 160 hemoculturas seriadas, de modo prospectivo,em 15 renais cronicos, antes de cada diálise, de 2 em 2 dias .Após a sessao aplicou-se Heparina em 8 cateteres (grupo A) e M-EDTA em 7 cateteres (grupo B).Análise estatística foi feita com o Teste de Comparaçao entre Proporçoes Independentes.
RESULTADOS: No grupo A (heparina), 8 hemoculturas foram positivas, com incidencia de 9,52%, após 248 dias de observaçao.Já no grupo B (M-EDTA), 1 hemocultura foi positiva, com 1,31 % de contaminaçao (p<0,05), após 203 dias de observaçao .Foram identificadas cepas de Staphylococcus aureus (4 amostras) ,Klebsiella pneumoniae (3 amostras) e Streptococcus pneumoniae (1 amostra) no grupo A e 1 cepa de Klebsiella pneumoniae no grupo B.
CONCLUSAO: A soluçao de M-EDTA, comparada com Heparina, previne e trata infecçao da luz de cateter de Hemodiálise de modo eficaz, sendo alternativa promissora para reduzir a preocupante prevalência de sepse por cateter contaminado em paciente renal cronico.

 


PO114

Volume urinário, natriurese e ganho de peso corporal em pacientes portadores de insuficiência renal crônica, submetidos à hemodiálise

QUEIROZ, VS; (1); NASCIMENTO, DD; (1); CUNHA, DA; (1); GARCIA, CB; (1); LEMES, H; (1); ARAUJO, SP; (1); OLIVEIRA, PC; (1); FERREIRA-FILHO, SR.(1)

Universidade Federal de Uberlândia(1)

OBJETIVOS: Embora a taxa de filtraçao glomerular seja muito baixa nos pacientes com insuficiência renal, o débito urinário é variável, alternando de oligúria até a normalidade ou ainda acima de níveis normais. A perda de funçao renal residual nos pacientes com doença renal terminal é importante clinicamente,incluindo efeitos sobre o controle de volume e a sobrevida do paciente.O objetivo foi verificar a correlaçao entre a excreçao de sódio urinário,volume de diurese e ganho de peso corporal() ocorrido entre duas sessoes consecutivas de hemodiálise.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudamos 15 pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise regular, três vezes por semana, quatro horas por sessao. Todos estes pacientes tinham funçao renal residual e o volume de diurese variou de 55 até 1620 ml/24 hs. A funçao renal residual foi considerada como a média dos valores de clearance de uréia e creatinina, que foi de 1.77 0.40 ml.min.m2 (X SEM; n=15).
RESULTADOS: Nossos resultados mostraram que a variaçao de peso entre duas sessoes consecutivas de hemodiálise foi de 2.73 0.35 Kg,; a concentraçao de sódio na urina de 24 horas foi de 51.9 12.2 mEq/L e a massa total de sódio excretada foi de 94.0 4.5 mEq/24 hs. Nós verificamos uma correlaçao positiva e significante entre a variaçao de peso e a massa total de sódio excretada na urina coletada (r2 = 0.39; p = 0.013) e a variaçao de peso com o volume de urina coletado (r2 = 0.33; p = 0.025). Sete pacientes estavam em uso oral de furosemide e 8 deles nao estavam tomando este medicamento. A massa total de sódio excretada no grupo em uso de furosemide foi de 70.0 21.5 mEq/24 hs contra 36.1 11.8 mEqL/24 hs no grupo sem uso de diuréticos (p>0.05).
CONCLUSAO: Estes resultados demonstram que a carga de sódio excretada e o volume urinário sao fatores importantes no controle de ganho de peso nos pacientes submetidos à hemodiálise.


PO115

Controle de infecçao viral em unidade de hemodiálise

CARVALHO, ELR(1)

Centro Terapia Renal de Cruzeiro(1)

OBJETIVO: Reduzir infecçao viral em unidades de hemodiálise.
MATERIAL E MÉTODO: Análise de 471 pacientes admitidos no CTR de Cruzeiro no período de 10 anos, como único Centro de diálise da cidade,satélite, atendendo pacientes provenientes do Hospital e Ambulatório. Os dados sao os seguintes: Taxa de incidência de HIV POSITIVO 0,64%, Taxa d prevalência de HIV POSITIVO 1,40%. Taxa de incidência de HBSAG POSITIVO 0,85% Taxa de prevalência 0%. Taxa de incidência HCV POSITIVO 3,28% Taxa de soroconversao HCV 0,42% Taxa de prevalência 7,46%. Os dois casos de soro-conversao ocorridos se deram durante tratamento sendo que um deles poderia ter sido por TX DE SANGUE feita meses antes do início de HD, em outro Hospital. O 2° CASO provavélmente se deu por contaminaçao durante procedimento no CTR; esses casos foram há mais de 5 anos. O CTR adota medidas rigorosas para controle de infecçao viral sendo as seguintes: Colheta de toda sorologia na 1° sessao de HD, já na sala de implante de cateter, Máquinas determinadas nos turnos para cada paciente, pacientes HCV POSITIVOS dialisam no 3° turno sempre em máquinas pré-definidas tendo somente excessao em caso de EMERGENCIA, paciente HIV POSITIVO dialisa no 3° turno em máquina pré-definida com excessao para emergência. A disposiçao dos paciente na sala deve ser sempre das pontas para o centro da sala. A instalaçao do paciente na máquina deve ser feita por profissional com experiência e nunca por novatos tendo-se atençao para limpeza e assepsia. Os profissionais de limpeza sao orientados para recolha do lixo. Considera-se todo paciente novo como paciente de risco. Até liberaçao de sorologia o paciente permanece no 3° turno, em máquina fixa. O reuso é feito na máquina até liberaçao da sorologia. Pacientes submetidos á TX DE SANGUE E PLASMA com sorologia negativa sao acompanhados com mais rigor. Pacientes que por ventura vao para outros centros de dialise e retornam sao colocados no 3° turno com reuso na máquina até liberaçao. O CTR nao tem sala específica para HCV e HIV POSITIVOS.
CONCLUSAO: as medidas de segurança básica, rotinas escritas e cumpridas sao eficazes.


PO116

Variaçao da hemoglobina sérica de pacientes em hemodiálise em uso de ±LFA-Epoetina

MARQUES, VP(1); MIRANDA, PD(2); MENDONÇA, HM(1); HUEB, AF(1); SANTOS, LG(1); RIBEIRO-FILHO, E(1); MARQUES, GF(1); SANTOS, DR(1); SILVA, NF(1)

Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba(1)
Universidade Federal do Triângulo Mineiro(2)

OBJETIVO: Analisar de forma descritiva a variaçao da hemoglobina (Hb) sérica e sua influência no controle da anemia de pacientes em hemodiálise (HD), fazendo uso regular de alfa-Epoetina (alfa-EPO).
METODOLOGIA: Foram avaliados 65 pacientes em HD no Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba (MG) durante o ano de 2007, em uso por pelo menos 3 meses consecutivos de alfa-EPO, com estoques de ferro sérico adequados, divididos em 3 grupos de acordo com a média dos valores mensais de Hb sérica: grupo 1 < 11 g/dL, grupo 2 de 11 a 12,5 g/dL e grupo 3 > 12,5 g/dL. A variaçao da Hb foi definida pela oscilaçao dos valores mensais de Hb em pelo menos 1,5 g/dL para mais (variaçao de Hb positiva) ou 1,5 g/dL para menos (variaçao Hb negativa), contabilizados em número de episódios de variaçao de Hb ocorridos durante o período do estudo. Foram avaliadas também as variáveis sexo, cor, idade, tempo em HD e número de óbitos.
RESULTADOS: Houve um predomínio de pacientes no grupo 1 (61,5%), em relaçao àqueles dos grupos 2 (32,3%) e 3 (6,2%), caracterizando um estado de anemia significativa na populaçao avaliada. Foram observados 119 episódios de variaçao de Hb, dos quais 60,5% ocorreram nos pacientes do grupo1 versus 31,1% do grupo 2 e 8,4% do grupo 3, com uma predominância de variaçao de Hb positiva apenas nos pacientes do grupo 2, enquanto naqueles dos grupos 1 e 3 o predomínio foi de variaçao de Hb negativa. Com relaçao às demais variáveis estudadas, destacar o menor tempo em HD (27,25 ± 24,9 meses) e o maior número de óbitos (87,5%) entre os pacientes do grupo 1.
CONCLUSAO: Apesar o uso adequado de alfa-Epoetina, a anemia foi um achado significativo em nosso estudo, além da evidente variaçao dos níveis de Hb sérica, sobretudo no grupo de pacientes com média de Hb < 11 g/dL, nos quais houve um predomínio de variaçao de Hb negativa e um maior número de óbitos durante o período avaliado, o que poderia sugerir um papel determinante destes fatores na sobrevida dos pacientes renais crônicos em HD.


PO117

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PO118

Piomiosite tropical em paciente com insuficiência renal crônica terminal

AYUSSO, LL(1); MELO, LHF(1); MINGHIN, DCN(1)

UNIFIPA-FAMECA-SP(1)

INTRODUÇAO: A cateterizaçao percutânea da veia subclávia é um método geralmente usado para acesso venoso transitório de pacientes em hemodiálise. A complicaçao mais freqüente da cateterizaçao é a infecçao do cateter.
OBJETIVO: Relatar caso clínico de piomiosíte tropical (PT) associado à artrite séptica como complicaçoes de infecçao por estafilococos aureus em cateter de duplo lúmen de subclávia para hemodiálise, numa paciente renal crônica em programa de hemodiálise. Paciente e
MÉTODOS: Mulher de 31 anos de idade, em programa de hemodiálise, desenvolveu piomiosite tropical de regiao coxo-femoral direita associado à artrite séptica como complicaçoes de infecçao por estafilococos aureus em cateter de duplo lúmen de subclávia para hemodiálise.
RESULTADOS: O diagnóstico foi realizado através do quadro clínico, laboratorial, tomografia e ressonância magnética de regiao coxo-femoral direita e cultura mais antibiograma tanto da ponta de cateter como do líquido de drenagem aspirativa da articulaçao coxo-femoral direita, os quais mostraram Staphylococcus aureus 300.000 colônias. O tratamento foi realizado com vancomicina durante dois meses, com dosagem corrigida para o caso. Houve recidiva da PT em outras regioes anatômicas após aproximadamente dois meses da resoluçao do primeiro episódio. Reiniciamos tratamento com a mesma droga e dosagem por mais dois meses, havendo assim melhora clínica e cura da paciente.
CONCLUSAO: Nós concluímos que o aumento no conhecimento desta doença, especialmente em pacientes imunodeprimidos com doenças crônicas, deve conduzir a um diagnóstico e tratamento mais precoce e com conseqüências ainda melhores.


PO119

Estudo comparativo da auto-estima entre portadores de cateteres e portadores de fístula arteriovenosa em uma unidade de diálise

LIMEIRA, PC; (1); ROMAO, MAF; (1); SALEH, CMR(1)

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo(1)

INTRODUÇAO: Em decorrência da Insuficiência Renal Crônica (IRC) cerca de 70872 pacientes realizam algum tipo de diálise, incluindo a hemodiálise, que requer o uso de um acesso vascular, que pode ser a fístula arteriovenosa (FAV) ou o cateter de longa ou de curta permanência. Com isso, possivelmente, os indivíduos sofrem uma alteraçao de sua auto-estima.
OBJETIVOS: avaliar a auto-estima desses pacientes e comparar seus níveis entre os portadores de FAV (Grupo 1) e os portadores de cateter (Grupo 2).
METODOLOGIA: estudo comparativo, quantitativo e transversal; coleta de dados: obedecendo às determinaçoes éticas, realizada no HCFMUSP com 17 e 15 indivíduos (Grupo 1 e 2, respectivamente) através da Escala de Medida do Sentimento de Auto-Estima (escore máximo de 15) e de instrumentos constando dados sócio-demográficos e opiniao acerca dos acessos vasculares. Análise dos Dados: Teste de Mann-Whitney e Teste de Kruskal Wallis.
RESULTADOS: Grupo 1: predomínio de indivíduos com escores 09 e 10 (58,8%), Grupo 2: predomínio de escores 07 e 08 (60%). A comparaçao dos escores entre os grupos nao demonstrou significância estatística (p=0,105).
CONCLUSOES: em ambos os grupos os pacientes apresentaram auto-estima em níveis intermediários e a comparaçao entre os grupos nao demonstrou diferença de autoestima estatisticamente significante.

Descritores: Auto-estima, Hemodiálise, Vias de Acesso Vascular.

 


PO120

Perfil de acessos vasculares do centro de diálise da Santa Casa de Belo Horizonte

REIS, AAC(1); ALVARENGA, AS(1); PENIDO, MG(1); PENA, RM(1); FERIAS, CB(1); TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1)

Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1)

INTRODUÇAO: Atualmente cerca de 70.000 pacientes estao em terapia renal substitutiva (TRS) crônica no Brasil, sendo a hemodiálise (HD) a modalidade empregada em aproximadamente 90% dos casos. Portanto, o acesso vascular de qualidade é fundamental para fornecer uma dose de diálise adequada para os pacientes com doença renal crônica terminal.
OBJETIVO: Avaliar o perfil dos acessos vasculares do Centro de Diálise da SCBH.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal com todos os pacientes em TRS crônica na SCBH.
RESULTADOS: 441 pacientes encontram-se em TRS. A HD é a modalidade dialítica em 95% dos casos. Dos pacientes em HD, 91% dialisam por fístula arteriovenosa (FAV): 331 deles (95%) possuem FAV nativa, 17 (4,4%) apresentam prótese sintética e dois pacientes (0,6%) sao dialisados por enxerto com veia autóloga. Apenas dois pacientes (0,6%) apresentam FAV nativa em membro inferior (MMII), ao passo que 84% (309 pacientes) a possuem em membro superior distal (MSD) e 15% (55 pacientes) em membro superior proximal (MSP). A localizaçao das FAV com prótese sintética se dá da seguinte forma: 5,9% (um paciente) em MMII; 76,5% (13 pacientes) em MSD e 17,6% (três pacientes) em MSP. Todas as FAVs com veia autóloga se localizam na coxa. Os cateteres de duplo lúmen (CDL) representam 9% dos acessos vasculares (36 pacientes): 42% sao de curta e 58% de longa permanência. A veia jugular interna é o principal sítio de localizaçao dos CDL de curta permanência (93,3% dos casos), enquanto a veia subclávia é o local de inserçao mais utilizado nos pacientes com CDL de longa permanência (47,6% dos casos).
CONCLUSAO: Observa-se, na atualidade, um grande esforço das organizaçoes internacionais no intuito de aumentar a prevalência de FAVs nativas. Nosso centro apresenta mais de 90% dos pacientes com FAV, sendo a FAV nativa o principal acesso vascular utilizado. O dado mais preocupante e que exige estratégias de controle, é a grande prevalência de CDL de longa permanência localizados na veia subclávia.

 


PO121

Profilaxia com mupirocina contra infecçao em cateter duplo-lúmen usado em hemodiálise no Hospital Sao José do Avaí

BASTOS, DP(1); RUELA, KP(1); CARVALHO, AMM(1); FALCAO, AP(1); SILVA, FBC(1); PAES, DS(1)

Hospital Sao José do Avaí(1)

OBJETIVO: Este trabalho tem por objetivo comparar o tempo de permanência de cateter duplo-lúmen para hemodiálise em grupo de pacientes que fizeram uso profilático de mupirocina tópica no sítio de inserçao do cateter com um grupo controle no qual nenhuma medida específica fora implementada.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado um ensaio-clínico randomizado com 16 pacientes portadores de insuficiência renal crônica em hemodiálise entre maio de 2007 e junho de 2008. Este estudo foi realizado no Centro de Tratamento Dialítico do Hospital Sao José do Avaí constituído de 29 leitos e com capacidade máxima de 55 sessoes/dia. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos: um grupo (8 pacientes) no qual aplicou-se curativos periódicos com mupirocina tópica no sítio de inserçao do cateter duplo-lúmen para hemodiálise e um grupo (8 pacientes) controle em que nenhuma medida específica fora implementada. Os curativos eram realizados por um mesmo observador a cada sessao de hemodiálise e os pacientes eram submetidos a avaliaçao clínica à procura de sinais e sintomas de infecçao local e sistêmica. Uma planilha fora elaborada contendo dados pessoais dos pacientes, as patologias de base, a freqüência das sessoes de hemodiálise e dados do cateter.
RESULTADOS: O grupo que recebeu a intervençao permaneceu maior tempo com o cateter duplolúmen para hemodiálise em relaçao ao grupo controle. A média de dias de permanência do cateter neste grupo foi de 30 dias, enquanto que no grupo avaliado foi de 48 dias.
CONCLUSAO: Os pacientes em hemodiálise que receberam mupirocina tópica profilática no sítio de inserçao do cateter permaneceram mais tempo com este dispositivo livres de infecçao do que o grupo que nao recebeu nenhuma intervençao específica. Esta estratégia apresenta-se como uma alternativa para reduçao da bacteremia e infecçao no sítio de inserçao do cateter, diminuindo as taxas de complicaçoes associadas a este dispositivo assim como reduzindo os custos do tratamento dialítico.


PO122

Sorologia falso-positiva para infecçao pelo vírus da hepatite C em pacientes em HD

FAZENDA, JM(1); MANGINI, C(1); XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA, JAC(1); CASTRO, MCM(1)

Instituto de Nefrologia de Taubaté(1)

OBJETIVO: Infecçao pelo vírus da hepatite C (HCV) apresenta alta prevalência em HD. A rapidez no diagnóstico da infecçao ou da soroconversao é importante para nao expor pacientes e funcionários. Nesse estudo relatamos nossa experiência em pac em HD com positivaçao do anti-HCV através de um teste para detecçao do anticorpo (Ac) para HCV.
MÉTODOS: Método de enzimaimunoensaio por partículas (MEIA) para detecçao qualitativa do Ac para o HCV (AXSym-HCV 3.0-Abbott) foi utilizado para triagem do HCV. Os resultados positivos (pos) foram testados pela técnica de ELISA utilizando o Kit Murex HCV Ag/Ac (Abbott) – imunoensaio qualitativo para detecçao do antígeno (Ag) do core e Ac anti-HCV, e reaçao da polimerase em cadeia (PCR) utilizando o sistema Cobas Amplicor HCV-v 2.0 (Roche).
RESULTADOS: Dos 254 pac em HD testados para HCV em Mar/07, 9 (3,5%), previamente negativos (neg), se tornaram pos para o anti-HCV pela técnica MEIA. Nesses pac os testes de ELISA e PCR foram neg. Em Abr/07, 7 (78%) pac permaneceram MEIA pos, mas Elisa neg. Em Mai/07, 2 (22%) pac ainda se mantinham Meia pos, mas ELISA neg. Nos meses de Jun, Jul e Ago/07 todos os 9 pac se mostraram neg pela técnica MEIA. Nesses 9 pac nao se observou alteraçao na TGP pré ou pós-viragem no teste MEIA.
CONCLUSOES: Nossas observaçoes mostram que resultados falso-positivos podem ocorrer no teste enzimaimunoensaio por partículas (MEIA) para detecçao do Ac para o HCV. Pac em HD pos ou que se tornem pos com essa técnica necessitam confirmaçao com a técnica ELISA.

 


PO123

Tromboembolectomia em enxerto de PTFE utilizado como acesso vascular para HD: experiência de um centro nao universitário

RIBEIRO, RB(1); CENTENO, JR(1); XAGORARIS, M(1); SOUZA, JAC(1); CASTRO, MCM(1);

Instituto de Nefrologia de Taubaté(1);

OBJETIVO: No nosso meio enxerto de PTFE é acesso vascular de exceçao para HD. Neste estudo relatamos nossa experiência com tromboembolectomia (TET) nesse tipo de acesso vascular para HD.
MÉTODOS: No período de 01/Jan a 31/Dez/07, 25 pac com idade de 60±17 anos e tempo de HD de 27±29m foram submetidos a 39 TET, realizadas em regime ambulatorial, utilizando cateter Fogart de 4F. O resultado da TET foi classificado como: sem sucesso, sucesso<7, sucesso entre 7 e 30 e sucesso>30 dias.
RESULTADOS: 15 pac (60%) eram diabéticos, 84% utilizavam antiagregante e 16% apresentavam hipotensao na HD. O volume UF foi de 2,1±1 L/sessao. O tempo de uso do enxerto pré-trombose (TB) foi de 16±18m(0 a 61). 15 pac realizaram uma, 7 pac duas, 3 pac três e 1 pac quatro TET. O tempo para TET após o diagnóstico de TB foi <12h em 16(41%) episódios, 12 a 24h em 10(26%) episódios e >24h em 13(33%) episódios. 11(28%) procedimentos nao tiveram sucesso, 7(18%) sucesso<7d, 5(13%) sucesso entre 7 e 30d e 16(41%) sucesso>30d. Nao houve relaçao entre o tempo para TET e a porcentagem de sucesso. Nos 28 procedimentos com sucesso a punçao do enxerto para HD foi <12h em 10(36%), entre 12 e 24h em 16(57%) e >48h em 2(7%). Nao houve relaçao entre a precocidade da punçao e sobrevida >30d. 13(52%) pac necessitaram passagem de cateter em associaçao com a TB do enxerto.
CONCLUSOES: Nossos resultados mostram que: 1)PTFE pode ser utilizado como acesso vascular para HD em pac com dificuldade para outras vias de acesso; 2) TET deve ser realizada como tentativa para salvar um enxerto de PTFE trombosado; 3) o tempo para TET pós-TB e o tempo para punçao pós-TET nao interferem na sobrevida do enxerto a longo prazo.


PO124

Relaçao entre nao aderência e conhecimento do efeito terapêutico da droga: uma visao do paciente

CASTRO, MCM(1); DOMINGOS, ES(1); COUTINHO, RCS(1); AOKI, MVS(1); XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA, JAC(1)

Instituto de Nefrologia de Taubaté(1)

OBJETIVO: Nao aderência a medicaçao (med) é um problema em HD sendo sua causa multifatorial. Para avaliar essa questao submetemos pacientes (pac) em HD a questionário para investigar a nao aderência a med.
MÉTODOS: 65 pac (37M, 28F) com idade 49±13 anos, em HD há 50±21m foram submetidos a questionário com 35 perguntas relacionadas a múltiplos aspectos da med. A resposta foi espontânea nao sendo confirmada a veracidade. Neste estudo mostramos os resultados relacionados ao conhecimento sobre a açao da med.
RESULTADOS: A análise revelou que 20% dos pac confundem a med; 37% confundem a med se prescrita com nome genérico ou fantasia; 54% referem que embalagens parecidas confundem a med; 12% associam a med a características de cor, tamanho ou gosto; 77% referiram que já usaram med de forma errada. 19% relataram que conhecem a indicaçao de todos e 72% de algumas das med prescritas. 65% responderam que o médico nao explicou para que servem as med, motivando 27% dos pac a nao tomar regularmente algumas med por acharem que elas nao funcionam. A tabela mostra o grau de concordância entre a resposta espontânea e a prescriçao para algumas classes de drogas.
CONCLUSOES: Nosso estudo mostra que os pac em HD sao pouco orientados em relaçao a utilidade e funçao de suas med. Isto associado a confusao entre as med motiva a baixa aderência. Talvez uma pós-consulta com profissional da área de enfermagem melhore esses resultados.


PO125

Eficiência terapêutica da Epo similar (Bio-Manguinhos) e Epo referência (Biosintética) no tratamento da anemia da HD

CASTRO, MCM(1); GONZAGA, KBC(1); BARROS, GPT(1); SANTOS, GE(1); MAROTTA, AMM(1); XAGORARIS, M(1); CENTENO, JR(1); SOUZA, JAC(1)

Instituto de Nefrologia de Taubaté(1)

OBJETIVO: O uso da eritropoetina humana (Epo) é fundamental para o tratamento da anemia da HD. Este estudo compara o feito terapêutico de uma alfa Epo similar (Epo-s) com uma alfa Epo referência (Epo-r) no tratamento da anemia da hemodiálise.
MÉTODOS: 189 pac em tratamento com Epo-s produzida pela Fiocruz (Bio-Manguinhos) foram comparados com 42 pac recebendo Epo-r – Hemax® (Biosintética). Todos os pac estavam em HD e recebiam a mesma preparaçao de Epo, por via subcutânea, há pelo menos 3 meses.
RESULTADOS: A tabela mostra os principais resultados. Os valores de Hb sao a média de 2 meses consecutivos.
CONCLUSAO: Nossos resultados mostram que o efeito terapêutico da Epo-s (Bio-Manguinhos) foi equivalente ao observado com a preparaçao de Epo-r. Visto que nossos resultados derivam de um estudo de corte com número pequeno de pac, eles necessitam ser confirmados através de estudos de seguimento envolvendo mais pac. (M±DP; Mann Whitney teste; NS= nao significante)


PO126

Evoluçao pós-paratireoidectomia total com enxerto em pacientes em hemodiálise: experiência de um centro nao universitário

CASTRO, MCM(1); CARDOSO, CA(1); GONZAGA, KBC(1); CENTENO, JR(1); XAGORARIS, M(1); SOUZA, JAC(1)

Instituto de Nefrologia de Taubaté(1)

OBJETIVO: A prevalência de hiperparatireoidismo (HP) em HD é elevada implicando, freqüentemente, em paratireoidectomia (PTX). Neste estudo relatamos nossa experiência com PTX em um centro de diálise nao universitário.
MÉTODOS: No período de Mai/06 a Abr/08, 7 homens e 5 mulheres, com idade de 45,6±7,1 anos e tempo de HD de 58,8±11,6 meses foram submetidos a PTX total com implante. O diagnóstico de HP foi baseado no nível de PTH (>800pg/ml) e ultrassom de paratireóide (PT). Nenhum pac foi submetido a cintilografia. Durante a cirurgia foi realizado biópsia de congelaçao e implante de 20 a 30 fragmentos de PT.
RESULTADOS: O tempo de internaçao foi de 9,4±3,8 d (7 a 17) sendo a duraçao associada à necessidade de infusao de cálcio. Um pac (8%) foi a óbito no 22º PO por endocardite bacteriana. A tabela mostra a evoluçao com 0, 3 e 6 meses pós-PTX. Três pac iniciaram levotiroxina pós-PTX. Um pac apresentou PTH>300pg/ml no 3º e 6º meses pós-PTX, nos demais PTH<150pg/ml foi observado em todas as dosagens.
CONCLUSAO: Nossos resultados mostram que: 1) hipoparatireoidismo foi freqüente pós-PTX (91%) sugerindo a necessidade do implante de mais fragmentos de PT; 2) apesar do hipoparatireoidismo os pac nao apresentaram hiperfosfatemia sugerindo a deposiçao óssea de fósforo e 3) nossos resultados mostram que é possível a realizaçao de PTX por equipes nao associadas a centros universitários. (M±DP)

 


PO127

Utilizaçao de medicamentos cardioprotetores em pacientes em hemodiálise

BOLDO, R(1); BURMEISTER, JE(1); CAMPOS, BM(1); MILTERSTEINER, DR(1)

ULBRA(1)

INTRODUÇAO: O risco de desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV) em pacientes renais crônicos em terapia dialítica é maior do que na populaçao em geral. Algumas publicaçoes preconizam a utilizaçao de medicamentos que comprovadamente tragam benefícios em pacientes com DCV estabelecida por parte de todos os pacientes em hemodiálise. Elas sugerem a necessidade de tratamento de todos estes pacientes, mesmo os que nao tem comprovaçao do comprometimento do sistema cardiovascular, simplesmente pelo fato de os mesmos já se enquadrarem nos critérios de alto risco para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares.
MÉTODOS: Estudo observacional transversal, com revisao de prontuários dos 75 pacientes em hemodiálise convencional há mais de 3 meses na Unidade de Medicina Renal do Hospital Independência-ULBRA, Porto Alegre.
RESULTADOS: A média de idade da populaçao em estudo foi 57,3±11,1 anos e 57,3% (43 pacientes) eram do gênero masculino. Trinta e cinco pacientes (46,7%) eram diabéticos; 40 (53,3%) tinham doença coronariana estabelecida; 47 (62,7%) utilizavam inibidores da enzima conversora ou antagonistas dos receptores da angiotensina II; 31 (41,3%) faziam uso de beta-bloqueadores; 29,3% faziam uso de ácido acetil salicílico; e 10,7% utilizavam estatinas. A Tabela 1 descreve a freqüência (%) de utilizaçao das medicaçoes consideradas no estudo e de LDL>100mg/dL em todos os pacientes da amostra estratificados segundo a presença ou nao de diabete (DM) e/ou doença arterial coronariana (DAC). Comparou-se a frequência (%) de utilizaçao desses medicamentos cardioprotetores entre os pacientes com e sem DAC estabelecida – Tabela 2. Também comparou-se a freqüência (%) do uso dessas medicaçoes entre diabéticos e naodiabéticos – Tabela 3.
CONCLUSAO: No grupo de pacientes do estudo, o uso de medicamentos para prevençao secundária de eventos cardiovasculares nao vinha sendo aplicado de maneira com que todos os pacientes fossem beneficiados.


PO128

Causas de internaçao de pacientes em hemodiálise crônica – Estudo observacional de 12 meses

VELOSO, JCS; BURMEISTER, JE; CAMPOS, M, COSTA, MG(1,1,1,1)

ULBRA(1)

INTRODUÇAO: Pacientes em hemodiálise crônica frequentemente necessitam internaçao hospitalar. A análise das causas e características destas hospitalizaçoes pode auxiliar a reduzir a necessidade dessas internaçoes.
MÉTODOS: Em um estudo observacional prospectivo – série de casos – foram incluídos todos os pacientes da Unidade de Medicina Renal do Hospital Independência/ULBRA – Porto Alegre que necessitaram de internaçao hospitalar no período de janeiro a dezembro de 2007. Dados clínicos e laboratoriais foram analisados. Foram comparados três grupos de pacientes, de acordo com as causas da internaçao: (1) infecciosas, (2) cardiovasculares e (3) complicaçoes nao-infecciosas do acesso vascular.
RESULTADOS: Nos 12 meses, 116 internaçoes foram realizadas em 59 pacientes, de um total de 124 indivíduos que estiveram em hemodiálise no período (média de 85 pacientes/mês). A taxa de internaçao de todos os pacientes do serviço foi de 0,94 hospitalizaçoes/paciente/ano. Dos 59 que necessitaram hospitalizaçao, a taxa foi 1,97 internaçoes/paciente/ano. A média de permanência no hospital foi de 12,5 dias. Infecçoes e eventos cardiovasculares foram as principais causas das internaçoes (26 casos cada), seguidas por complicaçoes nao-infecciosas do acesso vascular (12). A causa mais frequente de hospitalizaçao foi insuficiência cardíaca descompensada. Pacientes internados por complicaçoes nao-infecciosas do acesso vascular tinham menor índice de remoçao de uréia (URR), menor tempo em tratamento dialítico, menor tempo do acesso vascular e menor média de idade. Aqueles com internaçoes por causas infecciosas apresentaram maior tempo de permanência hospitalar.
CONCLUSOES: Acompanhamento ambulatorial precoce de pacientes que irao necessitar de diálise (permitindo preparaçao adequada de acesso vascular), assim como sistemas do tipo “home care” para acompanhamento dos pacientes após a alta hospitalar, quando já em programa de diálise, poderiam ser eficazes para reduzir a incidência de internaçoes e/ou o tempo de permanência hospitalar.

 


 

PO129

Agravamento da anemia em pacientes de hemodiálise: o papel do controle da qualidade da água

RUBENS OLIVEIRA, CARLOS ABAETÉ DE LOS SANTOS, IVAN ANTONELLO, DOMINGOS T’AVILA

PUCRS(1)

OBJETIVO: demonstrar a ocorrência de surto agudo de anemia em pacientes estáveis em Hemodiálise (HD) de Hospital Universitário, apesar do uso de eritropoietina (EPO) e ausência de fatores inflamatórios. O surto ocorreu na vigência do uso de água comprovadamente ultra-pura. Pacientes e Métodos-Registros mensais de hematócrito, hemoglobina, ferro, capacidade ferropéxica, ferritina, dose de RHUEPO e Noripurum® foram anotados em 32 pacientes estáveis em HD crônica entre os meses de janeiro e dezembro de 2004. O surto de anemia ocorreu em julho. Resultados – A dose média de EPO usada foi de 7078±4547 unidades/ semana/ paciente e a de ferro IV de 48,8±28,6 mg /semana/ paciente. A dosagem de ferro sérico nao diferiu nos períodos estudados (p=0,9). Um subgrupo de 5/32 pacientes foi examinado (haptoglobina, reticulócitos e LDH) e foram constatadas evidências de hemólise durante HD em julho de 2004. Os culturais da água para HD nunca demonstraram crescimento bacteriano e os níveis de endotoxinas no período foram normais, abaixo de 25 EU/mL. No entanto, os níveis de cloramina no dialisado aumentaram de <0.1 p.p.m. em Maio para 0.27 p.p.m. em Julho de 2004*. Comentário – Cloramina é utilizada rotineiramente para esterilizaçao da água potável nas hidráulicas. Altos níveis desta substância estao associados com hemólise. O surto de anemia foi identificado como decorrente do aumento dos níveis de cloramina na água da HD e ocorreu após instalaçao de unidade adicional de Osmose Reversa. Como a esta nao foi acrescentada nenhuma unidade de carvao ativado “on line”, houve passagem de cloramina para os pacientes ocasionando hemólise. Conclusao -Surto abrupto e inexplicável de anemia hemolítica em Unidade de HD tratada com água ultra- pura foi relatado, ligado a exposiçao acidental à cloramina, em pacientes previamente estáveis. O incidente serve para alertar o staff para a ocorrência de câmbios nos principais constituintes da água, podendo afetar qualidade e induzir a complicaçoes clínicas. *Concentraçoes normais de cloramina sao menores do que 0.1 mg/l, enquanto concentraçoes acima de 0.2-0.25 mg/l na água da HD podem causar anemia.


PO130

Perfil biopsicosocial de pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento de hemodiálise em Poços de Caldas

BRANDAO, JAG(1); LANZA, AHB(1); CHAVES, APA(1); GARCIA, RCP(1); DALLE RDM(1)

Santa Casa de Poços de Caldas(1)

OBJETIVO: Traçar o perfil biopsicosocial de pacientes com Insuficiencia Renal Crônica (IRC) em terapia hemodialítica (HD) na Unidade de Terapia Renal Substitutiva da Santa Casa de Poços de Caldas. Materiais e
MÉTODOS: Em 40 pacientes com IRC, sob tratamento de HD na instituiçao citada, foi aplicado o questionário SF-36 utilizado para avaliaçao da Qualidade de Vida (QV) em 8 dimensoes,coletando os dados sócio-demográficos, clínicos ,nutricionais.Os resultados foram apresentados na forma de análise descritiva.
RESULTADOS: A amostra foi constituida de 16 mulheres (40%) e 24 homens(60%) sendo a média de idade do grupo de 49,9 anos, com um tempo médio de tratamento de 36,6 meses. Constatou-se comprometimento nas diferentes dimensoes analisadas pelo SF-36 sendo o pior resultado no aspecto físico. O perfil sociodemográfico foi homogêneo, constituido em sua totalidade por clientela do sistema único de saúde, residente na micro-regiao da cidade de Poços de Caldas, com o predominio da cor parda, de um tempo de escolaridade menor que 4 anos e de uma renda familiar na faixa de um salario mínimo.Cerca de 87,5% dos indivíduos nao possuem atividade de trabalho. A principal causa da IRC foi relacionadoa hipertensao arterial (62,5%). Em relaçao ao estado nutricional há o predominio de pacientes eutróficos (50%) e seguidos de sobrepeso (45%).
CONCLUSAO: Os dados obtidos fornecem indicadores importantes sobre o perfil desta populaçao permitindo eleboraçao de estratégias para melhorar o tratamento desta populaçao.


PO131

Qualidade de vida e níveis de depressao após um programa de fortalecimento muscular de membros inferiores durante hemodiálise

BRANDAO, JAG(1); FIGUEIREDO, SG(1); FREIRAS, FF(1); GARCIA, RCP(1); DALLE, RDM(1)

Santa Casa de Poços de Caldas(1)

OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida (QV) e níveis e depressao em pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica (IRC) em tratamento dialítico antes e após um programa estabelecido de fortalecimento da musculatura dos membros inferiores. Materiais e
MÉTODOS: Foram selecionados 26 pacientes portadores de IRC realizando hemodiálise(HD). Foram divididos em grupo tratado (GT) e grupo controle(GC). Ambos os grupos passaram por uma avaliaçao fisioterapêutica detalhada que incluía : exame físico, avaliaçao da força muscular,teste de força máxima, manovacuometria pela força expiratória máxima (PE máx) e responderam os questionários de QV SF-36 e inventário de Depressao de Beck. O GT participou de um tratamento fisioterapêutico, baseado no fortalecimento de musculatura de membros inferiores, especificamente os músculos do quadríceps e iliopsoas com caneleiras a 50% do valor encontrado no teste de força de uma repetiçao máxima (1RM) . Foram realizados também o fortalecimento da musculatura abdominal inferior. Ao final dos exercícios foram realizados alongamentos de membros inferiores e exercícios de propriocepçao respiratória. Após 6 semanas foram feitas novas avaliaçoes e repetidos os questinários.A análise de significância estatística foi feita através dos métodos “Wilcoxon scores” e Teste “T value”.
RESULTADOS: Foram encontrados melhores resultados em todos os parametros avaliados no GT. A QV teve melhora significativa nas variáveis de vitalidade (p= 0,0342) , aspectos emocionais (p= 0,0106) saúde mental (p= 0,0177) e social (p= 0,0076).Obtivemos resultados significativos também na diminuiçao da depressao (p= 0,0477) e na PEmáx (p= 0,0162) assim como na força muscular de flexao de quadril (p= 0,0001) e extensao de joelho (p=0,001). Nao houve alteraçoes nos parâmetros do GC.
CONCLUSOES: O programa de fortalecimento muscular mostrou ser eficaz para melhorar a Qualidade de Vida e a depressao naos pacientes com IRC durante a HD.

 


PO132

Status ácido-básico de pacientes renais crônicos em hemodiálise

RIBEIRO, PR(2,3); CUNHA, DR(2); BASALDUA, SBB(2); GORDAN, PA(1,3)

IPECET(1)
NEFROCLINICA(2)
UEL(3)

INTRODUÇAO: Considerando que os exames relacionados à avaliaçao do estado ácidobásico nao sao solicitados de rotina nas unidades de hemodiálise (RDC 154). Fez-se necessário um estudo onde se pudesse fazer o diagnóstico dessa populaçao, pois as conseqüências da acidose metabólica crônica sao o aumento do catabolismo protéico, a diminuiçao da síntese protéica e o balanço protéico negativo, também induz a resistência à insulina. Acidose metabólica também tem sido atribuída ao uso de Sevelamer.
OBJETIVO: Identificar os pacientes acidóticos de uma clínica de hemodiálise e sua correlaçao com o uso de Sevelamer.
METODOLOGIA: A pesquisa caracteriza-se por ser um estudo transversal, analítico e descritivo. Em Janeiro de 2008 foi realizada a coleta de dados foram incluídos no projeto os adultos, com idade superior a 18 anos, que fazem parte do programa há mais de três meses, Foram analisados dados de 153 pacientes, sendo que destes 53 eram mulheres e 100 homens, com idades entre 18 e 84 anos. A definiçao de acidose obedeceu aos parâmetros: base excess < – 4, H+ > 40 e HCO3 < 22. Baseado nesses parâmetros os indivíduos foram separados em dois grupos, conforme o uso ou nao de sevelamer. A análise estatística foi realizada com o programa EpiInfo 3.4.1, a prevalência de acidose foi apresentada com intervalo de confiança de 95%. O nível de significância considerado foi de 5%.
RESULTADOS: A prevalência de acidose estimada foi de 71 (46,4%), sendo que destes 48 (67%) nao faziam uso de Sevelamer 34 (47, 9%) apresentam PCRn < 1 e 37 (52,1%) PCRn &#8805; 1, 44(52,1%) apresentaram Kt/v <1,2 e 36 (43,7%) apresentaram o Kt/v &#8805; 1, 2, Dos pacientes que nao foram diagnosticados com acidose 68 (82,9%) nao fazia uso de sevelamer e 14 (17,1%) fazia uso deste, 58 (70,7%) apresenta o PCRn < 1 e 24 (29,3%) apresenta PCRn &#8805; 1, 36 (43,9%) apresentou Kt/v <1,2 e 44 (53,7%) apresentou Kt/v &#8805; 1,2.
CONCLUSAO: Nesta amostra nao conseguimos demonstrar a maior prevalência de acidose nos paciente que estavam em uso de sevelamer .


PO133

Avaliaçao física de pacientes em tratamento de hemodiálise

GUARALDO, SA(1); RIBEIRO, E(2); TZANNO MARTINS, C(1)

CINE – Centro Integrado de Nefrologia(1)
Home Dialysis Center(2)

OBJETIVO: Analisar os resultados de três testes de avaliaçao física de pacientes em tratamento de hemodiálise com intervençao de atividade física.
MATERIAL E MÉTODOS: A amostra foi aleatória, constitui-se de 22 pacientes entre 33 a 88 anos, sendo 8 mulheres e 14 homens. Para avaliar a força de membros inferiores (m.m.i.i.) foi utilizado o teste de levantar da cadeira em 30 segundos. Para membros superiores (m.m.s.s) foi utilizado o teste de força de flexao de cotovelo. E para avaliar o equilíbrio dos pacientes utilizamos o teste de equilíbrio estático. Todos os testes referem-se a Matsudo (2000). Os testes foram realizados antes do início da sessao de hemodiálise. Utilizamos o pacote estatístico SPSS para analisar as medidas: média (x), desvio padrao (DP), mínimo (min) e máximo (máx); referente aos dados dos pacientes.
RESULTADOS: os resultados encontrados para m.m.i.i.foram: x: 11,59, DP: 4,95, min: 0 e máx:19 . Para m.m.s.s os resultados sao: x: 14,32, DP: 4,95, min: 5 e máx: 23. E referente ao teste de equilíbrio encontramos os seguintes
RESULTADOS: x: 17,42, DP: 5,18, min: 2,33 e máx: 30. Sendo que para m.m.i.i. e m.m.s.s os resultados sao referentes à quantidade de repetiçoes corretas máximas em 30 segundos e para o teste de equilíbrio o tempo máximo de execuçao é de 30 segundos.
CONCLUSAO: Através desses resultados podemos avaliar que existe uma grande variaçao dentro da amostra. Verificando a necessidade de se desenvolver um projeto de atividade física, com avaliaçao e metodologia individualizada aos pacientes.


PO134

Avaliaçao da força muscular e equilíbrio de pacientes em programa de hemodiálise crônica

GUARALDO, SA(1); COSTA, SA(2); RIBEIRO, E(1); TZANNO MARTINS, C(2)

HOME DIALISYS CENTER(1)
CINE – Centro integrado de Nefrologia(2)

OBJETIVO: Comparar os resultados de três testes de avaliaçao física neuromotora de pacientes em tratamento de hemodiálise com a populaçao americana, para futura intervençao com atividade física
MATERIAL E MÉTODOS: A amostra foi aleatória, constituise de 22 pacientes entre 33 a 80 anos, sendo 8 mulheres e 14 homens Foi levado em conta a idade e sexo dos pacientes para análise comparativa . Para avaliar a força de membros inferiores (m.m.i.i.) foi utilizado o teste de levantar da cadeira em 30 segundos. Para membros superiores (m.m.s.s) foi utilizado o teste de força de flexao de cotovelo. E para avaliar o equilíbrio dos pacientes utilizamos o teste de equilíbrio estático. Todos os testes referem-se à Matsudo (2000). Os testes foram realizados antes do início da sessao de hemodiálise. Utilizamos o pacote estatístico SPSS para analisar as medidas: média (x) e desvio padrao (DP); referente aos dados dos pacientes. Os valores padroes de referência para comparativo seguem segundo a populaçao americana RIKLIN e JONES (1999)
RESULTADOS: Encontramos para m.m.i.i. x: 11,59 e DP: 4,95 para os pacientes em hemodiálise, e para a populaçao americana possuímos x: 15,35 e DP: 0,42. Para m.m.s.s os resultados sao: x: 14,32 e DP: 4,95 para os pacientes em hemodiálise e para populaçao americana encontramos x:18,07 e DP: 2,12. E referente ao teste de equilíbrio encontramos os seguintes
RESULTADOS: x: 17,42 e DP: 5,18 para os pacientes em hemodiálise e para a populaçao americana encontramos x:18,45 e DP: 0. Sendo que para m.m.i.i. e m.m.s.s os resultados sao referentes à quantidade de repetiçoes corretas máximas em 30 segundos e para o teste de equilíbrio o tempo máximo de execuçao é de 30 segundos.
CONCLUSAO: Verificamos que nos testes de avaliaçao de força de m.m.i.i. e m.m.s.s. há uma grande variaçao na populaçao estudada, quando comparada a populaçao americana. Entretanto, na análise do teste de equilíbrio obtivemos resultados semelhantes. Tais resultados sugerem que a intervençao física deve ocorrer dando preferência ao aumento de força muscular nessa populaçao.


PO135

Análise de fatores preditores de mortalidade em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise

N. ANTUNES, A. SCHRANK, P.A. MENEZES, L.R. CARDOSO

Clínica Nefrológica Ltda(1)
Universidade Federal do Rio de Janeiro(2)

INTRODUÇAO: a taxa de mortalidade por doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD) é 10 a 20 vezes maior que a da populaçao geral, o que justifica analisar os fatores de risco associados com a alta mortalidade destes pacientes.
OBJETIVO: Identificar os fatores de risco que contribuiram para a mortalidade de pacientes com DRC em HD numa clínica do Rio de Janeiro.
METODOLOGIA: estudo transversal, retrospectivo. Foram incluídos 84 pacientes em HD há, pelo menos, 6 meses, no período de janeiro a dezembro de 2007. Variáveis estudadas: presença de diabetes mellitus (DM), HAS &#8805; 140/90 mmHg, hemoglobina (Hb &#8804; 11 g/dl) e albumina séricas (alb &#8804; 3,5 mg/dl), fósforo sérico (P &#8805; 6 mg%), colesterol total (col &#8805; 200 mg%), KtV &#8804; 1.4 e ganho interdialítico (GID &#8805; 5%) do peso seco estimado (PSE) do paciente. Cálculo do risco avaliado pela razao de prevalência (RP) e o intervalo de confiança (IC). Valores de p < 0,05 foram considerados significativos.
RESULTADOS: a média de idade foi de 58,0±14,4 anos, 53,6% do sexo masculino. As principais causas de DRC foram: HAS (47,6%), DM (25%) e glomerulonefrite crônica (10,7%). No período estudado, houve 14 óbitos (16,6%). Principais causa mortis: IAM (28,5%), sepse (21,4%) e AVE (14,3%). As variáveis presença de DM, Hb &#8804; 11 g/dl e KtV &#8804; 1,4 associaram-se com mortalidade na populaçao estudada. Tabela 1.
CONCLUSAO: Este estudo enfatiza a importância de fatores de risco como DM, anemia e baixa eficiência de diálise para a mortalidade de pacientes com DRC em HD. Assim, a atuaçao efetiva sobre estes fatores poderá minimizar a taxa de mortalidade dos pacientes em HD nos centros de diálise.

 


PO136

Um caso de espondilodiscite como complicaçao metastática do uso de cateter temporário de duplo-lumem em hemodiálise

MATOS, AS(1); PIMENTEL, AL(1); PAZELI, JM(1); MILAGRES, MV(1); RODRIGUES, AT(1)

Pró-Renal(1)

Estima-se que aproximadamente 8% dos pacientes em hemodiálise (HD) fazem uso de cateter temporário de duplo-lumem (CTDL). A espondilodiscite (EP) é uma entidade patogênica grave e representa 2-4% das osteomielites. Estima-se que, entre os sobreviventes, o déficit neurológico seja em torno de 7% e que 30% dos pacientes mantenham a dor como principal sintoma.
OBJETIVO: apresentar e revisar um caso de EP associada ao uso de CTDL em HD.
METODOLOGIA: trata-se de um caso clínico de RCAC, 34a, branca, do lar, em programa de HD desde 2002 por nefropatia por IgA. Apresentava dificuldade de acesso e foi transferida para Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD) em 02/2007; último CTDL foi implantado em 12/2006 e retirado em 02/2007. Em 08/2007, iniciou quadro de lombalgia progressiva irradiando para membros inferiores (MMII). A dor era contínua, piorava com a movimentaçao, melhorava parcialmente com analgésicos comuns, sem alteraçoes neurológicas. Evoluiu com limitaçao das atividades diárias, adinamia, queda de cabelo, anemia e emagrecimento acentuado (4Kg em 30 dias). Exames laboratoriais mostravam leucometria global normal, anemia, elevaçao da PCR e da VHS. Radiografias de tórax e ecocardiografias nao mostravam alteraçoes associadas. A cintilografia óssea trifásica (COT) revelou hiperfluxo, hiperemia e hipercaptaçao tardia do radiotraçador em L4. Ressonância magnética de janeiro/2008 evidenciou irregularidades articulares L3-L4, formaçao tissular nas partes moles, reduçao do espaço discal, perda dos planos gordurosos, suave compressao do saco tecal e sugeriu-se a possibilidade de discite. A hemocultura (duas amostras) foi positiva para Klebsiella spp. sensível à ciprofloxacina, que foi usada por seis semanas, obtendo-se melhora dos sintomas e atenuaçao significativa da dor. O uso do CTDL é uma alternativa usada em pacientes no início da HD, principalmente naqueles referenciados tardiamente para os serviços de diálise. Infecçoes metastáticas relacionadas ao CTDL variam entre 3,2-22% e a discite por Klebsiella é uma condiçao mais rara ainda. É necessário alerta nesses pacientes e recomenda-se estimular a fístula nos ambulatórios preventivos.


PO137

Avaliaçao do grau de escolaridade em paciente em terapia renal substitutiva e verificaçao de interferência no nível de stress nessa populaçao

RAMOS, GSM(1); TZANNO_MARTINS, C(2); RIBEIRO JR, E(1)

Home Dialysis Center(1)
Centro Integrado de Nefrologia(2)

OBJETIVO: Avaliar o grau de escolaridade em paciente em terapia renal substitutiva e verificar se há interferência no nível de stress nessa populaçao.
MATERIAL E MÉTODOS: Entrevista individual para obtençao do grau de escolaridade com 180 pacientes (100%), sendo 7,23% analfabetos, 17,22% com fundamental completo, 36,67% com fundamental incompleto, 18,88% com ensino médio completo, 10,56% com ensino médio incompleto, 3,88% com superior completo e 5,56% com superior incompleto. Selecionamos, aleatoriamente, 7 pacientes analfabetos (3,89%) e 11 com nível superior (6,11%) entre 24 e 78 anos, totalizando 18 pacientes avaliados. Foi aplicado o ISSL (Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp) para avaliar a fase em que o stress se encontra (Lipp, 2005). Os testes foram realizados durante a sessao de hemodiálise.
RESULTADOS: Verificamos que dos pacientes sem instruçao, 28,57% estao em fase de alerta, 71,42% em resistência e 28,57% em fase de exaustao. Já com os pacientes com grau de instruçao maior, obtivemos 9,09% em fase de alerta, 63,63% em resistência e 27,27% em exaustao.
CONCLUSAO: Observamos resultados similares nos dois grupos, inclusive em fase de exaustao, o que sugere a importância da intervençao psicológica nessa populaçao. Aparentemente o grau de escolaridade nao teve influência no nível de stress.


PO138

Transtorno mental comum (TCM) em pacientes em hemodiálise

MACIEL, AA; LOPES, P; XAVIER, PJ; VALENTE, LM; COELHO, SN

Centro de Tratamento Renal(1)

Os transtornos mentais acometem os pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em hemodiálise (HD), notadamente a depressao e a ansiedade. A associaçao de DRC e TCM acarreta um impacto negativo na qualidade de vida, afetando seu estar-nomundo e sua condiçao de saúde.
OBJETIVO: Estimar a associaçao de TMC em portadores de DRC em HD.
MATERIAL E MÉTODO: Avaliaram-se todos os pacientes em HD no Centro de Tratamento Renal, em Jaboatao-PE, quanto ao sexo, estado civil, escolaridade, renda familiar (RF). A equipe multidisciplinar aplicou o Silfo Reportem Querstionnaire (SRQ20). Na avaliaçao dos resultados do SRQ20, a pontuaçao &#8805; 7 indicava a presença de TMC.
RESULTADOS: Entre os 240 (100%) pacientes analisados, 97 (40%) pacientes obtiveram pontos &#8805; 7 e considerados portadores de TMC. Quanto ao sexo: 47 fem/ 45 masculino; o analfabetismo 6 (6%), estudo fundamental 86 ( 89%) e 5 (5%) pacientes tinham nível superior. Quanto ao estado civil, 50 (51%) eram casados, 26 (27%) solteiros, 11 (11%) divorciados e 10 (10%) viúvos. Quanto a RF, 1 (1%) nao tinha nenhuma RF, 13 (13%) tinham >0 e < 1 salário mínimo (SM), 58 (60%) &#8805; 1 SL e < 2 SL, 13 (13%) &#8805; 2 SL e 12 (12%) recusaram-se a informar a RF.
CONCLUSAO: Evidenciou-se alto índice de TCM no grupo analisado, o que está de acordo com a literatura . Dentre as variáveis estudadas há viézes: maior a escolaridade menor a chance ter TMC e a RF que quanto menor, maior é probabilidade de TMC. Os resultados ressaltam a importância do encaminhamento, para a psicologia e/ou psiquiatria, dos pacientes fadigados, com mal estar, dificuldade de concentraçao, esquecimento, poliqueixas e insônia, pois estes sao sinais e sintomas iniciais de TMC. A plêiade sintomática pode ser mal interpretada pela equipe se for vista como parte exclusiva do corolário dos pacientes com DRC, em razao da visao organicista que prepondera no médico, em detrimento do aspecto mental. Isso por desconhecimento do campo psíquico, por pouca importância, ou que é grave, um aspecto da relaçao transferencial com os pacientes que nao pode ser reconhecida. O reconhecimento do TMC pode trazer uma melhora na qualidade de vida dos portadores de DRC em HD


PO139

A aplicaçao de exercício isotônico durante a hemodiálise melhora a eficiência dialítica

CUNHA, DF(1); ALMEIDA, IC(1); MOURA, RS(1); RIOS, CS(1); PADULLA, SAT(1); BURNEIKO, RCVM(1); MEDINA, LAR(1); TORRES, DB(1); PISSULIN, FDM(1); NAJAS, CS(1); LOPES, FS(1)

Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo(1)

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é secundária a perda progressiva e irreversível da funçao dos rins. Com o avanço da DRC, a diálise é uma alternativa de terapêutica substitutiva renal, com o objetivo de corrigir as alteraçoes metabólicas, hídroeletrolíticas e remover os solutos urêmicos. Para adequaçao da terapêutica dialítica usa-se o índice de depuraçao da uréia por sessao de hemodiálise-Kt/V. Sabemos que o exercício físico de moderada intensidade tem demonstrado melhorar a depuraçao de uréia e consequentemente aumento do Kt/V.
OBJETIVOS: Avaliar os efeitos do exercício físico isotônico de baixa intensidade durante a hemodiálise sobre o Kt/V.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados dados de 15 voluntários com DRC com idade de 59,87 ± 14,51 anos, ambos os sexos, submetidos à hemodiálise três vezes por semana. Após 2 horas do início da diálise, foi aplicado um protocolo de exercícios isotônicos de baixa intensidade de membros superiores e inferiores. Os exercícios propostos tiveram duraçao de 30 minutos, por um período de três meses. Os valores do Kt/V foram comparados no período de três meses anteriores, obtidos de uma sessao em cada mês sem exercício (média) e durante os três meses de exercício obtidos de uma sessao a cada mês (média). O teste t Student pareado foi utilizado para análise estatística e o nível de evidência foi considerado relevante se P<0,05.
RESULTADOS: Foi encontrada diferença estatisticamente significante (p< 0,05) entre a média dos valores do Kt/V nos três meses sem exercício (1,13 &#61617; 0,11) com os valores obtidos após aplicaçao do programa de exercícios (1,29 &#61617; 0,12).
CONCLUSAO: Exercícios isotônicos de baixa intensidade em pacientes com DRC, aplicados durante a sessao de diálise, melhoraram a eficiência dialítica medida pelo KT/V.

 


PO140

Análise do nível de atividade física em indivíduos submetidos à hemodiálise

MENDES, LKP(1); MEDINA, LAR(1); VANDERLEI, FM(2); TORRES, DB(1); VANDERLEI, LCM(2); BETONICO, GN(1); ALMEIDA, IC(1); SANTOS, AAA(1); LIMA, MG(1); PADULLA, SAT(2); BURNEIKO, RCVM(2); LOPES, FS(1)

UNOESTE, Presidente Prudente SP.(1)
UNESP, Presidente Prudente SP.(2)

INTRODUÇAO: Pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em programa de hemodiálise apresentam debilidade física que pode estar ligada a diversos fatores, tais como anemia, hipertensao arterial, desnutriçao, alteraçoes metabólicas, cardiovasculares, respiratórias, musculoesquelética, imunológicas e depressao. Estes fatores prejudicam a capacidade física que pode ser agravada pela diminuiçao da prática regular de atividade física, portanto, conhecer o nível de atividade física destes indivíduos pode ser importante para implementar programas de atividade física.
OBJETIVOS: Analisar entre os indivíduos portadores de DRC, submetidos à hemodiálise o nível de atividade física.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados dados de 100 voluntários (55,60 ± 14,00 anos), homens e mulheres, submetidos à hemodiálise três vezes por semana. Para análise do nível atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) em sua versao curta, composto de perguntas que abrangem atividade como meio de transporte, no trabalho, exercício e esporte e que classifica os voluntários em muito ativo, ativo, insuficientemente ativo A e B e sedentário. Estatística descritiva foi utilizada para análise dos dados.
RESULTADOS: Dos voluntários analisados apenas 28% realizam algum tipo de atividade física regularmente, sendo considerados 9% muito ativo e 19% ativos. A maior parte dos voluntários nao realiza ou realiza pouca atividade física, sendo 23% insuficientemente ativo B, 20% insuficientemente ativo A e 29% classificados como sedentários.
CONCLUSAO: A maioria dos voluntários analisados apresenta baixo nível de atividade física, o que reforça a importância de profissionais da saúde, na implantaçao e orientaçao de programas de atividade física, tendo em vista os benefícios que a mesma traz para estes indivíduos.


PO141

Diagnóstico e classificaçao das cefaléias em pacientes submetidos à hemodiálise

JURNO, ME(2); LOPES, DT(2); AFFONSO, PTR(2); CUNHA, NM(1); MATOS, AS(1); PIMENTEL, AL(1)

Pró-Renal(1)
FHEMIG(2)

A hemodiálise (HD) pode provocar cefaléia como resultado da grande quantidade de água e eletrólitos que sao trocados durante o processo. Alguns autores chegam a relatar que até 70% dos pacientes apresentam o distúrbio. Por outro lado, a caracterizaçao da cefaléia nao relacionada a HD é muito pouco explorada e a grande maioria dos pacientes permanecem sem receber o tratamento adequado. Neste estudo objetivou-se investigar a frequência de cefaléia, as características clínicas, a associaçao com a HD ou nao e a sua classificaçao de acordo com a Sociedade Internacional de Cefaléia (ISH). Foram encaminhados da Pró-Renal 42 pacientes do sexo masculino e 41 do sexo feminino para serem avaliados especificamente por um neurologista especialista em cefaléia. Todos os pacientes compareciam a quatro horas de sessao de HD três vezes na semana, utilizavam capilar do tipo acetato de celulose adequado a sua superfície corporal, banho de bicarbonato e estavam com seus níveis pressóricos controlados na consulta com o especialista. Os critérios da ISH foram utilizados para classificar o tipo de cefaléia. Pacientes que usavam algum tipo de medicamento que poderia provocar o evento foram afastados do estudo. A cefaléia foi encontrada em 38 pacientes (45,7%) dos 83 referenciados ao neurologista, sendo 50,6% do sexo masculino e os demais do sexo feminino. A cefaléia tensional episódica infrequente (ISH ítem 2.1) foi enconrada em 19 (22,8%) dos pacientes; nove (10,8%) apresentavam cefaléia sem aura recorrente, manifestando-se em ataques que duravam de 4 a 72h (ISH ítem 1.1); nove casos (10,8%) foram classificados como cefaléia associada a HD (ISH ítem 10.2) e um (1,2%) como cefaléia com aura (ISH ítem 1.2). Rastrear e identificar as cefaléias em pacientes em HD é importante porque muitos deles podem apresentar cefaléia nao associada à HD e, portanto, receberem tratamento específico, melhorando significativamente seus sintomas e, por consequência, sua qualidade de vida. Além disso, corrigir os possíveis fatores desencadeantes na cefaléia associada à HD pode reduzir o uso abusivo de analgésicos e melhorar a qualidade do tratamento oferecido.

 


PO142

Gestaçao em paciente com doença renal crônica (DRC) dialítica. Uma revisao da literatura

FERNANDES JR, LJ(1); SOUZA, RA(1); RIBEIRO, FM(1); SILVA, JMP(1)

Hospital das Clínicas – UFMG(1)

OBJETIVO: Correlaçao de caso clínico com dados publicados na literatura.
METODOLOGIA: Relato de Caso e Revisao da Literatura.
RESULTADO: IJSV, 21 anos, DRC terminal secundária à síndrome de Alport, em hemodiálise (HD) desde 2001. Prescriçao de HD 12 hs/semana, dialisador polissulfona, heparina 5500 UI, ganho de peso interdialítico 2,5 Kg, peso seco de 51 Kg. Em uso de eritropoetina (EPO), hipotensores e vitaminas. Primigesta, com diagnóstico de gestaçao em 18/11/2005, data da última menstruaçao em 25/09/2005. A prescriçao de HD foi modificada para 20 hs/semana divididas em 5 sessoes, fluxo de bomba de sangue e dialisante mantidos, soluçao dialítica com cálcio de 2,5 mEq/L, aumento do peso seco em torno de 500 gr/mês até 61 Kg no momento do parto. Os hipotensores foram reduzidos, com bom controle durante a gravidez. Durante a gestaçao as doses de EPO e Vitamina D foram aumentadas. Concentrado de hemácias foi preciso antecedendo o parto, este cesáreo na 28ª semana devido polidrâmnio. Recém nascido (RN) pequeno para idade gestacional (IG) apresentou sepse neonatal. Atualmente mae e criança estao bem.
DISCUSSAO: A incidência de gravidez em diálise varia de 1 a 7% e cerca de sendo que 40% resultam em nascidos vivos. A IG média do diagnóstico é de 16,5 semanas sendo que 80% dos RN nascem prematuros, geralmente devido a trabalho de parto prematuro por polidrâmnio, amniorrexe prematura, hipertensao materna e sofrimento fetal. O manejo da paciente grávida em HD deve incluir: aumento da dose de diálise, dialisadores biocompatíveis, concentraçao bicarbonato de 25 mEq/L, controle do cálcio, reajuste da dose de vitamina D, maior aporte protéico, suplementaçao de folato, reposiçao de vitaminas hidrossolúveis, controle rigoroso de anemia. A dose de heparina durante HD é controversa, todavia sugere-se sua reduçao. A baixa incidência de gestaçao e sua evoluçao desfavorável trazem ansiedade quanto à evoluçao destes casos.
CONCLUSAO: A melhora do tratamento de HD nas últimas décadas ocasionou aumento da incidência de gravidez, permitindo melhor compreensao e manejo de gestantes em HD.

 


PO143

Endocardite bacteriana de valva tricúspide e embolia séptica pulmonar: complicaçoes relacionadas ao cateter venoso central para hemodiálise

SANTOS, RF(1); SANTOS, ALGA(1); BALATA, M(1); ALMADA-LIMA, ARJ(1); OLIVEIRA, MM(1); MARANHAO-CARDOSO, TAA(1); PACHECO, DCS(1); MARINHO, SC(1); FROTA, GM(1)

Hospital Universitário – UFMA(1)

INTRODUÇAO: O uso prolongado de cateteres de duplo lúmen (CDL) como acesso vascular para hemodiálise está relacionado ao aparecimento de complicaçoes infecciosas. Bacteremias relacionadas aos CDL, podem ocasionar colonizaçao à distância e uma das conseqüências mais graves é a endocardite bacteriana aguda (EBA). Quando a EBA acomete as câmaras cardíacas direitas, há risco de embolizaçao séptica pulmonar, o que está associado a maior morbi-mortalidade
OBJETIVO: Apresentar um caso de EBA de valva tricúspide, complicada com embolia séptica pulmonar, em paciente usuária de cateter de duplo lúmen para hemodiálise
RELATO DE CASO: G.S.M.C, sexo feminino, 19 anos, portadora de doença renal crônica em estágio terminal (DRET)por glomerulonefrite lúpica, em programa de hemodiálise há 11 meses, internada na enfermaria de nefrologia procedente da unidade de diálise, com história de hipotensao, febre e calafrios iniciados há 3 dias. Fazia uso de CDL para hemodiálise em veia jugular interna à direita, devido à trombose da fístula arterio-venosa (FAV) ocorrida há 2 meses. Retirado o CDL e iniciado vancomicina. Hemoculturas e cultura do segmento do cateter revelaram crescimento de S. aureus meticilino-sensível. Trocado esquema antimicrobiano para oxacilina, com persistência da febre após 7 dias de antibiótico, além do aparecimento de tosse com expectoraçao amarelada e sopro diastólico em foco tricúspide. Realizado Ecodopplercardiograma, que revelou vegetaçao móvel medindo 30 x 10 mm, aderida à base do folheto anterior na face atrial com protusao para o ventrículo direito. Radiografia e Tomografia de Tórax (CT) demonstraram nódulos escavados distribuídos em ambos campos pulmonares, sugestivos de êmbolos sépticos e sinais de hidropneumotórax à D. Mantido esquema antimicrobiano havendo resoluçao do quadro febril após o 14º dia. CT de tórax e ecodopplercardiograma de controle realizados no 42º dia de esquema antimicrobiano, demonstraram reduçao do diâmetro da vegetaçao (10 x 20 mm) e resoluçao das imagens pulmonares, com alta hospitalar.
CONCLUSAO: Complicaçoes infecciosas relacionadas aos cateteres de hemodiálise sao freqüentes entre os pacientes com DRET. Casos graves, com este aqui relatado, sao mais raros, porém demonstram a necessidade da realizaçao precoce e manutençao cuidadosa do acesso vascular definitivo (FAV).


PO144

Pacientes com doença renal policística autossômica dominante em hemodiálise apresentam menor necessidade de administraçao de eritropoetina que os com glomerulonefrite primária

FIGUEIREDO, MBF(1); VIEIRA, LF(1); MONTEIRO, HF(1); ETO; YX(1); SOUSA, MF(1)

OBJETIVO: Verificar se os pacientes com Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD) em hemodiálise têm menor necessidade de administraçao de eritropoetina (EPO) que os pacientes em hemodiálise cuja causa básica seja glomerulonefrite crônica primária (GNCP). Materiais e
MÉTODOS: Através de uma planilha de dados coletamos a hemoglobina, a dose de EPO mensal usada de 26 pacientes portadores de DRPAD em hemodiálise em Goiânia. Fizemos o mesmo com 25 pacientes portadores de GNCP em hemodiálise. Coletamos durante cinco meses para os pacientes cuja causa básica era GNCP e seis meses para os com DRPAD. Construímos uma fórmula que relacionava a dose mensal de EPO por Kg de peso no numerador e a hemoglobina no denominador. Utilizamos o teste Mann-Whitney para comparar os resultados. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da instituiçao.
RESULTADOS: A hemoglobina encontrada foi de 10,83 g/dl para os pacientes com GNCP e 11,44 g/dl para os com DRPAD (p=0,09). O consumo de EPO mensal foi de 27.413 UI para os com GNCP e 18.938 para os com DRPAD (p=0,0098). Quando utilizamos a fórmula da necessidade de EPO a diferença ainda persistiu: 48,25 (mediana) para os com GNCP e 31 (mediana) para os com DRPAD (p=0,012). Considerando EPO mensal/peso encontramos mediana 319,19 para DRPAD e 523,84 para GNCP (p=0,0023).
CONCLUSAO: Os pacientes em hemodiálise cuja causa básica é a DRPAD têm menor necessidade de EPO que aqueles cuja causa básica é a glomerulonefrite crônica primária.


PO145

Hiperparatireoidismo secundário: correlaçao entre tamanho da paratireóide à ultrassonografia e dados laboratoriais em pacientes em hemodiálise

RIBEIRO C(1); LEAO FCC(1); SILVA GMC(1); CAMPOS NETO MS(1); LEITE AF(1); PENIDO MGMG(1)

Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1)

OBJETIVO: Correlacionar achados ultrassonográficos de glandulas paratireoides com exames laboratoriais realizados em pacientes em tratamento hemodialítico com PTH acima de 800 pg/ml.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo realizado em pacientes em hemodiálise crônica entre Janeiro de 2005 e Janeiro de 2006 com pelo menos uma dosagem de PTH acima de 800pg/ml. Foram correlacionados níveis séricos de cálcio (Ca), fósforo (P), fosfatase alcalina(FA) e PTH com o tamanho da glândula paratireóide à ultrassonografia (US). A glândula foi considerada aumentada quando tinha mais de 1 cm em um dos diâmetros ou diâmetro maior que 0,5cm2.
RESULTADOS: Oitenta e cinco pacientes foram submetidos a US de glândulas paratireóides, e dosagens de cálcio(Ca), fósforo(p), Fosfatase alcalina(FA) e PTH. Cinqüenta e quatro pacientes (63,5%) tinham pelo menos uma glândula aumentada (grupo 1) e trinta e um pacientes (36,5%) tinham glândulas normais à US (grupo 2). Os níveis de PTH, Ca, P e produto CaxP no grupo 1foi significativamente maior que no grupo 2, p respectivamente de 0,003; 0,015 e inferior a 0,001. Nao houve diferença entre os grupos nos níveis de fosfatase alcalina.
DISCUSSAO: Encontramos correlaçao positiva entre PTH, Ca, P, e produto Ca x P e aumento de glândulas paratireóides à US em pacientes em hemodiálise crônica e PTH acima de 800pg/ml. O aumento da glândula detectado à US pode ser um fator indicador da resposta clínica à terapia com calcitriol.


PO146

Estratégia para o controle do ganho de peso interdialítico e hipertensao

DAMBISKI, AC; OGATTA, F; CARVALHO, JRMM; MACIEL, MA; PILONETTO, I

Instituto do Rim do Paraná(1)

O ganho de peso interdialítico é um fator que interfere na pressao arterial dos pacientes renais crônicos em hemodiálise. O objetivo deste estudo é implementar uma estratégia para melhorar este controle, buscando uma terapia alternativa em forma de competiçao entre os pacientes. A pesquisa foi desenvolvida em uma unidade de diálise entre outubro e novembro de 2006. Participaram do trabalho 2 turnos de pacientes (n=22), identificados como grupo 1 e 2. Critérios de inclusao foram maiores de 18 anos, mais de 90 dias de hemodiálise e hipertensos ( PA> 140/90mmHg). Realizou-se uma gincana entre os grupos, com premiaçao para o vencedor. Foi aferida a PA pré e pós diálise além do ganho de peso interdialítico. Os dados foram tabulados a cada sessao e classificados como bom ou mau controle ( abaixo ou acima de 140/90mmHg e abaixo ou acima de 5% do peso seco). Para os pacientes acompanharem a pontuaçao, os dados eram expostos na sala de diálise. Durante todo o período os grupos foram motivados pela equipe e reorientados sobre os cuidados dietéticos. Para análise de significância, foi aplicado o teste t-student, sendo considerados estatisticamente significativos no nível de 5% (p<0,05). Comparando-se os grupos, apesar da diminuiçao média verificada para as 2 variáveis ( PA média de entrada e ganho de peso), nao houve significância estatística; porém, para PA média de saída tivemos um p-valor significativo de 0,022. Na análise conjunta entre os meses também houve significância apenas na PA média de saída (p=0,07), sendo os valores do mês de outubro estatisticamente maiores que os de novembro. Apesar de nao se obter significância em todas as variáveis analisadas, deve-se levar em consideraçao o curto período do estudo e a amostra. Concluiu-se que há necessidade de um incentivo contínuo, o estímulo através da competiçao mostrou um melhor controle dos parâmetros estabelecidos. Evidenciou-se a importância do envolvimento da equipe multiprofissional durante a gincana, colaborando com a conscientizaçao dos pacientes.


PO147

Diplopia e síndrome de compressao medular por tumor marrom: apresentaçao rara do hiperparatireoidismo secundário

MARANHAO FILHO, AFM(1); HORA, TR(1); GUEIROS, AP(1); GUEIROS, JE(1); MEDEIROS, AG(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1)

Hospital das Clinicas(1)

O hiperparatireoidismo secundário (HPT) é complicaçao freqüente dos pacientes com doença renal crônica (DRC). Tumor marrom é uma grave manifestaçao do HTP, relacionado a um processo de remodelaçao óssea anormal. Sua localizaçao é variável e raramente acomete esqueleto axial e seio esfenoidal.
OBJETIVO: descrever o caso de uma paciente em hemodiálise (HD), com diagnóstico de HPT que apresentou lesoes em coluna torácica e seio esfenoidal.
RELATO DE CASO: Paciente de 70 anos, sexo feminino, em HD há 4 anos, que cursava com paratormônio acima de 1000 pg/mL, já com indicaçao de paratireoidectomia. Em 01/2008, iniciou quadro de cefaléia e diplopia, sendo internada na neurologia. Tomografia de crânio mostrou tumoraçao com envolvimento extenso do seio esfenoidal, áreas de destruiçao óssea e envolvimento da regiao maxilar, cuja biópsia revelou fibroma ossificante. A alteraçao anatômica propiciou o desenvolvimento de sinusite e o tratamento com antibiótico reverteu a alteraçao neurológica. Após três meses apresentou dor lombar súbita seguida de paraplegia e perda da sensibilidade nos membros inferiores, além de perda dos controles esfincterianos. Ressonância magnética de coluna mostrou lesao extra-axial com compressao medular no nível da terceira vértebra torácica e destruiçao do processo espinhoso. Foi iniciada terapia com dexametasona, realizada cirurgia descompressiva e biópsia da lesao. Estudo histopatológico da massa evidenciou tumor ósseo de células gigantes, característico de tumor marrom. Na ocasiao, foi feita revisao da lâmina da lesao esfenoidal, cujo resultado revisado foi de tumor marrom. Realizada paratiroidectomia total com implante. A paciente evoluiu com melhora da sensibilidade, da motricidade e da tonicidade esfincteriana.
CONCLUSAO: Este caso alerta para a necessidade do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença óssea relacionada à DRC, no intuito de diminuir a morbi-mortalidade do HTP.


PO148

Repercussao hematimétrica do padrao menstrual de mulheres em programa crônico de hemodiálise

DANTAS, LGG(1); PASCHOALIN, RP; (1); SOUZA, AFP; (1); MOURA NETO, JA; (1); MENDES DE SA, S(1); BESSA JR, J; (1); BESSA, MC(1)

Clínica Senhor do Bonfim(1)

A insuficiência renal crônica terminal (IRC) é acompanhada por alteraçoes hematológicas com ocorrência freqüente de anemia, predominantemente secundária a produçao insuficiente de EPO (eritropoetina humana recombinante). Também surgem alteraçoes endócrinas e muitas mulheres desenvolvem amenorréia em idade reprodutiva ou sangramento uterino excessivo.
OBJETIVO: Avaliar o impacto da perda menstrual excessiva no controle da anemia da paciente renal crônica através da análise dos níveis de Hb (hemoglobina), dose semanal de EPO e ocorrência de hemotransfusao.
METODOLOGIA: 159 pacientes em idade fértil, em programa de hemodiálise, foram avaliadas mediante entrevista estruturada para caracterizaçao do padrao menstrual. Com base nas respostas, foram divididas em 2 grupos: Grupo I, pacientes com sangramento uterino excessivo, menorragia e hipermenorréia (n=47) e Grupo II, pacientes com fluxo menstrual normal ou ausente (n = 113). Realizada a análise comparativa entre os níveis de Hb, dose semanal de EPO (UI/ Kg de peso) e número de hemotransfusao nos últimos 3 meses. Empregamos o teste T para análise das variáveis contínuas e o teste de Fisher para variáveis categóricas, com nível de significância de 0,05.
RESULTADOS: A idade média das pacientes dos grupos I (35,66+ 8,13) e II (36,23+ 9,59) foram semelhantes (p= 0,72). A média de hemoglobina dos 3 últimos meses foi significativamente menor no grupo I (9,42+ 1,80) que no grupo II (10,74+ 1,52)( p<0,0001). O risco de hemotransfusao foi maior no grupo I (RR= 4,46; 1,90-10,49). A dose de EPO/peso nao diferiu entre os dois grupos (184,8 + 71,00 e 184,6 + 74,85) (p<0,99). No grupo I, 81,2% das pacientes nao atingiram a meta de Hb (RR 1,58; 1,26-1,98).
CONCLUSAO: A presença de menorragia e hipermenorréia tem impacto na ocorrência de anemia e necessidade de hemotransfusao e atua como fator de impedimento para que sejam atingidas as atuais metas de hemoglobina recomendadas. A dose semanal de EPO foi semelhante nos 2 grupos, porém existem limitaçoes à oferta de doses maiores desta medicaçao para a populaçao de pacientes estudadas.


PO149

Indices clínicos de ansiedade, depressao e ganho de peso interdialítico

FERREIRA, EG(1,2); GAUY, F(1,2)

UCG – Universidade Catolica de Goiás(1)
Nefron – Clínica do Rim e Hemodiálise(2)

OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo comparar níveis de ansiedade, depressao, desesperança e ideaçao suicida entre pacientes com peso interdialítico > que 5% do peso seco ideal (G1) e com peso interdialítico < que 5% do peso seco ideal (G2).
PARTICIPANTES: Participaram deste estudo 22 pacientes renais crônicos atendidos em serviço de hemodiálise – Nefron-Clínica do Rim e Hemodiálise, localizado na cidade de Goiânia, Goiás.
MATERIAL: Foram utilizadas as Escalas de Beck: (a) Inventário de depressao (BDI), Inventário de ansiedade (BAI), Inventário de desesperança (BHS) e Inventário de ideaçao suicida (BSI).
PROCEDIMENTO: Este estudo usou um delineamento descritivo, nao experimental. Os participantes foram convidados a participarem da pesquisa e solicitados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Posteriormente os Inventários foram aplicados nas dependências do serviço de hemodiálise. Análise de dados foi feita mediante comparaçao estatística do G1 e G2.
RESULTADO: O G1 apresentou escores superiores, sendo considerados mais clínicos do que G2 nas escalas aplicadas. Verificou-se a presença com maior intensidade de risco e ideaçao suicida entre os pacientes G1 em relaçao ao G2, havendo associaçao entre depressao, ansiedade e desesperança. No G1 (9,1% BDI moderado e 18,2% BDI grave) e os pacientes do G2 (27,3% BDI moderado), o mesmo acontece com os níveis de ansiedade dos pacientes do G1 (45,4% BAI moderado e 9,1% BAI grave) em relaçao ao G2 (9,1% BAI moderado e 9,1% BAI grave). Os pacientes do G2 (18,2% BHS moderado) apresentam menos desesperança em relaçao ao futuro que os pacientes do G1 (18,2% BHS moderado e 9,1%de BHS grave).

CONCLUSAO: Os dados sugerem que os pacientes que seguem as orientaçoes médicas e mantém peso interdialítico < que 5% do peso seco ideal têm menos probabilidade de adquirir transtornos emocionais associados a depressao e a ansiedade.

Palavras-chave: hemodiálise, ansiedade, depressao, peso interdialítico.

 


PO150

Humanizaçao em TRS-terapia renal substitutiva: avaliaçao da percepçao de pacientes e acompanhantes sobre o tratamento

SCANO, LLC(1); AGRESTA, SA(1)

Nefroclínica Ltda(1)

Com o intuito de analisar a percepçao do cliente da TRS sobre o tratamento a que é submetido, a Nefroclínica de Unaí/MG fez uma pesquisa, utilizando-se de entrevistas semidirigidas que foram aplicadas em 82 sujeitos, entre pacientes em hemodiálise e acompanhantes. Destes, 04 acompanhantes e 02 pacientes se recusaram a participar. As entrevistas foram realizadas durante a hemodiálise, seguindo o seguinte roteiro: Como é estar na clínica (1)? O que geralmente você faz enquanto dialisa (2)? O que você aprecia fazer (3)? Acha que poderia passar melhor o tempo em que se encontra na clínica dialisando? Você se lembra de alguma experiência agradável na clínica, onde foi proposta uma outra atividade além da hemodiálise? As respostas foram agrupados por semelhança ou natureza, sendo que para análise seguiu-se um referencial teórico psicanalítico, considerando emoçoes, sentimentos e a experiência vivenciada na clínica de cada paciente.Os principais resultados obtidos foram: *existe mais de uma reposta por paciente. Em primeiro plano o que chamou atençao foi a grande quantidade de “nao” nas respostas, o que demonstra um estado de limitaçao ou falta de liberdade: “eu nao posso mais fazer nada”, “nao tenho mais o apoio de minha família”, “nao posso comer quase nada”. Outrossim, alguns entrevistados colocaram de forma clara a possibilidade de passar melhor o tempo na clínica, e como tentativa de amenizar a negaçao relembraram momentos bons vividos na clínica, ” o dia das maes foi inesquecível”, “a festa de aniversário com o pastor é uma bençao”. Conclui-se, a partir destes dados, que é possível tornar o ambienta da TRS mais agradável ao paciente, no entanto, para isso faz-se necessário que os profissionais trabalhem juntos, superando os melindres e buscando uma visao completa do paciente e de seu bem-estar, trabalhando assim qualidade de vida e morte.


PO151

Como se comporta o índice de volume do átrio esquerdo(IVAE) depois de 01 ano em hemodiálise(HD)?

ALMEIDA, ALC(2); DANTAS, LGG(1); ALMEIDA, CER(2); BESSA JR, J; (1); MOURA JR, JA(1); PASCHOALIN, EL(1); PASCHOALIN, SP(1); PASCHOALIN, RP(1); MURITIBA, SOC(1); GUIMARAES, AC(2)

Clinica Senhor do Bonfim (1)
Universidade Estadual de Feira de Santana(2)

FUNDAMENTO: Alteraçoes ecocardiográficas sao prevalentes nos pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC), já na fase inicial de Hemodiálise (HD). O Indice Volumétrico Atrio do Esquerdo (ICVE) tem se mostrado um preditor de mortalidade nos pacientes em fase crônica de HD de manutençao, costuma estar aumentado no início da HD e parece ser pouco sensível às variaçoes agudas da pré-carga. Pouco se sabe, entretando, sobre a evoluçao do IVAE após o início do tratamento hemodialítico.
OBJETIVO: Avaliar o comportamento das variáveis ecocardiográficas após 01 ano de tratamento com HD.
DELINEAMENTO: Estudo prospectivo, observacional.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudados 31 pacientes com IRC, sendo 19 homens (61,3%). A idade média: 53±14,6a. Todos os ecocardiogramas foram feitos no início da terapia e repetido após 01 ano de tratamento em HD (03 sessoes/semana). Ao final os valores médios foram comparados utilizando o teste t pareado.
RESULTADOS: Houve uma tendência de melhora geral nos parâmetros ecocardiográficas após 01 ano de tratamento hemodialítico. No entanto, as variáveis que sofreram maior impacto no período foram:
CONCLUSAO: Apesar da tendência supra-citada, apenas o IVAE e a velocidade da onda S do fluxo na veia pulmonar apresentaram reduçao com significância estatística na amostra avaliada. Outros estudos serao necessários para demonstrar se essa reduçao no IVAE influencia na taxa de eventos desses pacientes.


HIPERTENSAO

PO152

Autotransplante renal como tratamento seguro e efetivo de hipertensao e de disfunçao renal, secundárias à doença renovascular complexa

MELO, NCV(1); GINANI, GF(1); COSTALONGA, EC(1); SANTELLO, JL(1); PRAXEDES, JN(1)

Departamento de Nefrologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP(1)

INTRODUÇAO: Autotransplante renal (ATR) pode ser utilizado em indivíduos com doença renovascular complexa como uma alternativa à angioplastia transluminal percutânea.
OBJETIVO: Descrever os resultados do ATR nos últimos 10 anos como opçao terapêutica para casos complexos de doença renovascular.
MÉTODOS: Foi realizada uma revisao retrospectiva dos pacientes que necessitaram de ATR no nosso centro de 1997 a 2007. Análise estatística apropriada foi realizada e os resultados foram expressos como média ± desvio padrao.
RESULTADOS: Foram realizados 17 ATR. As causas de doença renovascular foram displasia fibromuscular (n=4), Arterite de Takayasu (n=7) e aterosclerose (n=6). Três pacientes apresentaram sangramento abdominal com necessidade de transfusao sanguínea após ATR, nenhuma outra complicaçao grave pósoperatória foi observada. A taxa de sobrevida foi de 100% durante um período de seguimento de 87,58±41,72 meses. Após o ATR, houve reduçao significativa da pressao arterial (p<0,0001) e do número de anti-hipertensivos utilizados (p<0,0001). Durante o seguimento, a sobrevida renal (definida como ausência de necessidade de diálise) foi de 88,24%. No subgrupo com disfunçao renal, a funçao renal melhorou após ATR (p=0,03), incluindo um paciente em diálise crônica que recuperou funçao renal e saiu da diálise. Quando comparados com pacientes com funçao renal normal, houve uma elevaçao muito maior da funçao renal após ATR em pacientes com disfunçao renal prévia (-1.48±17.99% vs. 124,5±169,7%, p=0,03). Em pacientes com rim único associado à disfunçao renal, o aumento de funçao renal pós-ATR foi ainda maior (142,7±20,4%).
CONCLUSAO: ATR proporcionou um tratamento durável das lesoes renovasculares com melhora e manutençao a longo prazo da pressao arterial, sem morbidade significativa. Adicionalmente, ATR promoveu melhora importante da funçao renal no subgrupo com disfunçao renal prévia, especialmente naqueles com rim único. Logo, ATR deve ser considerado uma alternativa eficaz e segura de tratamento de casos complexos de doença renovascular, principalmente naqueles com disfunçao renal e/ou rim único associados.


PO153

Alteraçoes hemodinâmicas sistêmicas após ingestao de diferentes tipos de dietas, em pacientes idosos hipertensos

FERREIRA, ACCR(1); RIBEIRO, JMF(1); VALLE, MB(1); OLIVEIRA, AMM(1); OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1)

Universidade Federal de Uberlandia(1)

OBJETIVO: Idosos, portadores ou nao de disautonomias, podem apresentar reduçoes dos níveis pressóricos após refeiçoes. Assim, estudamos a funçao sistólica cardíaca em pacientes com hipertensao arterial após a ingestao de diferentes tipos de refeiçoes: com alto conteúdo em lípides, carbohidratos e proteínas.
MATERIA E MÉTODOS: Para tanto usamos a bioimpedância torácica para avaliar a funçao sistólica ventricular em 10 pacientes idosos, com idade média de 69 anos (65 a 79 anos). Estes indivíduos nao tinham histórias prévias de hipotensao postural e concomitantes morbidades prévias ao estudo. Pela manha, após noite de jejum, eram tomadas as medidas antropométricas e, em seguida, os pacientes colocados em posiçao sentada por 30 minutos (repouso/controle). Ao final deste período, eram fornecidas uma de três refeiçoes, em três dias consecutivos: com alto teor de lipídeos -DL; alto teor de proteínas – DP; alto teor de carbohidratos – DC. Foram avaliados o índice cardíaco (CI); índice sistólico (IS) a cada 15 segundos e os valores registrados foram a media aritmética de 5 leituras em 5, 15, 30, 45 e 60 minutos após a ingestao alimentar.
REULTADOS: Observamos que: a) após DC, o IC aumentou de 2.30 0.21 to 2.61 0.24 litros.min.m2 e o índice de resistência periférica total (iRPT) diminuiu de 3212 226 to 2793 255 dynes.seg-2 aos 45 minutos (p<0.05); b) após DP, nao notamos alteraçoes significantes das variáveis estudadas; c) após DL, o IC aumentou de 2.15 0.15 to 2.84 0.27 litros.min.m2 e o iRPT reduziu de 3630 274 to 2666 282 dynes.seg-2 aos 45 minutes (p<0.05). Quando comparamos a resposta hemodinâmica às três refeiçoes, observamos que os mais altos valores do índice cardíaco e os maiores reduçoes da resistência periférica foram observados após a ingestao de dieta rica em lipídeos, ambos aos 45 minutos (p<0.05).
CONCLUSOES: Nossos resultados mostram que alimentos ricos em gorduras podem modificar as condiçoes hemodinâmicas previas à ingestao. Tal fato deveria ser sempre considerado em algumas situaçoes clínicas, tais como os portadores de hipotensao pós prandial. Nestes, a reduçao do iRPT poderia se constituir em agravante dos episódios hipotensivos.


PO154

Avaliaçao das funçoes renal e cardíaca após a reduçao de peso corporal, no primeiro ano pós cirurgia bariátrica, em obesos mórbidos

LUPPI, AM(1); LIMA, DAR(1); CIMETTA, T(1); ROCHA, LSS(1); FARIA, NO(1); HURTADO, JR(1); PINHEIRO, CF(1); ARAUJO, SP(1); FERREIRA-FILHO, SR(1)

Universidade Federal de Uberlândia(1)

OBJETIVO: O aumento na prevalência da obesidade classe III, tem contribuído para a ampliaçao do número de pacientes submetidos à cirurgia bariatrica (CB), com estimativas de maior número de procedimentos realizados a cada ano. Entretanto, existem poucos estudos na literatura médica sobre modificaçoes simultâneas ocorridas nos sistemas cardiovascular e renal, no primeiro ano após a cirurgia. Nosso objetivo foi estudar as funçoes cardíacas e renais antes e depois da CB. Pacientes e
MÉTODOS: A taxa de filtraçao glomerular estimada (TFGe) e o ecocardiograma foram avaliados antes e após a cirurgia (9 3.2 meses após gastroplastia), em 12 pacientes (4 homens-8 mulheres), com idade de 37.7 10.8 anos e todos com obesidade (classe III).
RESULTADOS: Os pacientes mostraram uma reduçao no peso corporal de 145.8 9.5 para 96.8 4.6 kg (p<0.0001) e uma reduçao concomitante de IMC de 50.8 5.8 para 34.0 2.2 (p<0.0001). A TFGe reduziu de 214.4 21.0 para 153.6 12.8 ml.min.m2 (p <0.0001), entretanto, o índice sistólico (IS) aumentou de 59.9 7.9 para 72.2 5,0 ml.min.m2 (p = 0.025). O diâmetro diastólico final e a massa ventricular esquerda, nao se modificaram de forma significativa após a CB, respectivamente, de 52.5 2.8 para 54.3 1.5mm e de 284 36.5 para 294 48.7g (NS).
CONCLUSAO: Conclui-se que existem modificaçoes importantes nas funçoes renais e cardíacas no primeiro ano após CB. O aumento no IS nao foi acompanhado com aumentos na taxa de filtraçao glomerular e possivelmente, a abrupta reduçao observada na funçao renal, poderia ser responsável pela manutençao e até possíveis elevaçoes do índice sistólico neste grupo de indivíduos. A adaptaçao observada na eTFG precedeu as modificaçoes cardíacas, que nao acompanharam a reduçao rápida no peso corporal pós cirurgia.

 


PO155

Prevalência e gravidade da hipertensao arterial numa populaçao em diálise

PASCHOALIN, RP(1); SILVA, CAB(1); CARRASCOSSI, HL(1); PASCHOALIN, NP(1); NASCIMENTO, RAS(1); RASPANTI, EO(1); NETO, OMV(1); NARDIM, MEP(1); NETO, MM(1)

SENERP (Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto)(1)

INTRODUÇAO: Sabendo-se da falta de informaçoes precisas a respeito do controle da pressao arterial sistêmica nos portadores de insuficiência renal crônica, o objetivo do presente trabalho foi analisar a prevalência e determinar os estágios de hipertensao arterial sistêmica (HAS) entre pacientes submetidos à diálise neste Serviço.
MATERIAIS E MÉTODOS: Verificada a pressao arterial (PA) pré-dialítica na segunda e terceira hemodiálises semanais de 171 pacientes em um período de 3 meses, e a PA de 53 pacientes em diálise peritoneal durante 6 meses. A hipertensao foi definida como PA > 150/90 mmHg. Foi feito uma média de todas as medidas de cada paciente, sendo entao classificado de acordo com esse valor. Os níveis das pressoes sistólicas e diastólicas foram definidos em quatro estágios (0 a 3) de acordo com um índice de gravidade da hipertensao (IGH): PA normal (<150/<90); hipertensao leve (150-159/90-99); hipertensao moderada (160-179/100-110) e hipertensao grave (>180/>110).
RESULTADOS: Dos 171 pacientes em hemodiálise avaliados nesse estudo, 101 (59,1%) eram hipertensos. Hipertensao leve foi diagnosticada em 44 (25,7%) pacientes; moderada em 41 (23,9%) e grave em 16 (9,3%). Dos 53 pacientes em diálise peritoneal, 23 (43,3%) eram hipertensos, sendo 09 com grau leve (16,9%), 08 com moderada (15%) e 06 com grave (11,3%). Dos pacientes em hemodiálise que faziam uso de até 2 medicamentos anti-hipertensivos (MAH), 61 se classificavam como normotensos (87,1%), 33 em HAS leve (75%), 28 em HAS moderada (68,2%) e 11 em HAS grave (68,7%). Já nos pacientes em diálise peritoneal que usavam até 2 MAH, 18 eram normotensos (60%), 04 tinham HAS leve (44,4%), 04 HAS moderada (50%) e 01 HAS grave (16%).
CONCLUSOES: A HAS foi um achado freqüente nos pacientes em diálise, e estava controlada em 25,1% dos hipertensos em hemodiálise e na totalidade dos submetidos à diálise peritoneal. O uso do IGH provou ser útil para diferenciar o tipo e a gravidade da HAS. Tanto a dose de eritropoetina quanto a hemoglobina média nao se correlacionaram com os diferentes níveis de HAS.

 


PO156

Síndrome metabólica em portadores de rim único: avaliaçao da funçao renal

MOTA, TML(1); COPATI, FN(1); BARBOSA, GA(1); PEREIRA, JCP(1); PASSOS, LBS(1); RIBEIRO, MB(1); OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1)

Universidade Federal de Uberlândia(1)

INTRODUÇAO: Pacientes submetidos à nefrectomia unilateral, reduzem de modo abrupto a sua massa renal total pela metade. Segundo a literatura, tal fato nao apresenta riscos à saúde do indivíduo a longo prazo, mesmo com a hiperfiltraçao glomerular instalada no rim remanescente. No entanto, outros fatores podem contribuir para a sobrecarga imposta ao tecido renal residual, tal como a obesidade e da síndrome metabólica (SM). Estas condiçoes associadas ao estado de hiperfiltraçao prévios poderiam modificar o comportamento da funçao renal dos uninefrectomizados (UNx) ao longo do tempo
OBJETIVOS: Estudar a funçao renal de pacientes UNx, com síndrome metabólica e compará-los com pacientes UNx sem esta síndrome.Pacientes e
MÉTODOS: Os voluntários foram avaliados no ambulatório de nefrologia da UFU. Trinta indivíduos nefrectomizados (doaçao renal ou acidente), foram separados em 2 grupos: Grupo sem a SM (sSM), composto por 5 homens e 3 mulheres (n=8), com 45 ± 3.8 anos; o Grupo com a SM (cSM) – 16 homens e 6 mulheres (n=22), com 48 ± 4.1 anos. Foram analisados as pressoes arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD), tempo decorrido entre a nefrectomia e o atual estudo (Tx), o ganho de peso corporal após a nefrectomia (&#8710; p), glicemia (GLI), cintura abdominal (CAb), proteinuria de 24hs (Pr24), perfil lipídico, uréia (U), creatinina (Cr) séricas e a taxa estimada de filtraçao glomerular (eTFG).
RESULTADOS: Ao comparamos os grupos sSM versus cSM, verificamos que o Tx foi de 75.3 ± 14.2 vs 91.7 ± 25.1 meses ( p = 0.28, ns); a PAS de 116.1 ± 3.2 vs 136.0 ± 6.5 mm/Hg (p = 0.003); a PAD de 74.0 ± 2.5 vs 85.3 ± 2.9 mm/Hg (p = 0.01); o ganho de peso corporal por mês foi de 126 ± 18.2 vs 171 ± 63.2 gr/mês (p = 0.07, ns); a CAb de 87.3 ± 2.0 vs 103.1 ± 3.6 cm (p = 0.0003); a GLI de 90.2 ±1.6 vs 99.3 ± 3.1 mg/dl (p = 0.006); a Pr24 de 63.2 ± 10.3 vs 106.2 ± 11.9 mg/24 horas (p = 0.01). A filtraçao glomerular estimada nao foi estatisticamente diferente; 69.3 ± 8.2 versus 88.0 ± 8.1 ml.min.m2 para grupos sSM e cSM, respectivamente (p=0.06).
CONCLUSAO: A síndrome metabólica quando presente em portadores de rim único, promove aumentos na proteinuria/24 hs, provavelmente indicando um estado de hiperfiltraçao s


PO157

Insuficiência renal grave com hemólise microangiopâtica em paciente hipertensa

BRITO, GA(1); SANTOS, RSS(1); MATTEDI, DL(1); PFIFFER, RM(1); SILVA, VS(1); VIERO, RM(1); GABRIEL, DP(1)

Faculdade de Medicina de Botucatu(1)

OBJETIVO: Hemólise microangiopática (HMi) é uma complicaçao da hipertensao maligna (HM), mas pouco se sabe a respeito de epidemiologia e relaçao com disfunçao renal. O objetivo é relatar um caso de HM com fundo de olho (FO) sem retinopatia grau III/IV e com anemia por HMi.
RELATO DE CASO: Paciente (P) de 42 anos, negra, admitida com anúria, azotemia e hipertensao arterial (HA). Há 40 dias iniciou quadro de prostraçao, dor abdominal, turvaçao visual, metrorragia, epistaxe, hematêmese, descontrole pressórico e perda ponderal de 10 Kg, com piora das queixas nos últimos 5 dias. Antecedentes: HA há 15 anos, tabagista e etilista. Apresentava-se sonolenta, confusa, hálito urêmico, flapping, PA 150/90 mmHg, taquidispnéica, FR 32 irpm. Exames laboratorias (Cr 42mg/dL, Ur 750mg/dL, Hb 5,1g/dL, Ht 15,9%, Plaquetas 81.000/mm3, com esquizócitos, bilirrubina total 0,6mg/dL; DHL 1491U/l; haptoglobina serica 201,5mg/dL; Bic 5, Urina I: Nitrito negativo, Proteína 2+, glicose negativo, numerosos leucócitos, numerosas hemácias), sendo indicado hemodiálise (HD) de urgência. Ao FO: ausência de edema de papila, vasoconstricçao arteriolar difusa, micro-hemorragias, microaneurismas, exsudatos duros; Ultrassonografia: rim direito 10,8 cm, parênquima 1,4 cm; rim esquerdo 10,6 cm, parênquima 1,6 cm, ausência de hidronefrose; Biópsia renal (BR) – 18 glomérulos sendo 3 esclerosados e demais com acentuado colapso isquêmico, moderada fibrose intersticial, intenso infiltrado linfocitário e focos de infiltrado neutrofílico, hialinose de arteríolas e proliferaçao endotelial de artérias com obstruçao completa da luz e trombose. Após 6 meses, apesar de controle pressórico permanece com necessidade de HD.
CONCLUSAO: A ausência de alteraçoes características de isquemia retiniana nao exclui o diagnostico de HM. Apesar da concordância entre encontros clínicos e histológicos em 85% dos casos, na paciente descrita a BR foi fundamental para o diagnostico de HM, esclarecendo a etiologia da anemia por HMi.

 


PO158

Monitorizaçao residencial da pressao arterial (MRPA) no controle da pressao arterial de pacientes em hemodiálise: ensaio clínico randomizado e aberto

SILVA, GV(1); BARROS, S(1); ABENSUR, H(2); ORTEGA, KC(1); MION JR, D(1)

Liga de Hipertensao, Disciplina de Nefrologia, Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo(1)
Serviço de Ecocardiograma do Hospital Beneficiência Portuguesa(2)

OBJETIVOS: Comparar o controle da pressao arterial obtido com o uso sitemático da monitorizaçao residencial da pressao arterial (MRPA) em pacientes em hemodiálise em relaçao ao controle obtido pela medida de pressao arterial pré-diálise.
MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um ensaio clínico randomizado e aberto. Pacientes hipertensos em hemodiálise foram randomizados para ter a terapia anti-hipertensiva ajustada baseada nas medidas da PA pré-diálise ou na MRPA durante 06 meses. Antes e após a randomizaçao, os pacientes realizaram Monitorizaçao Ambulatorial da Pressao Arterial (MAPA) por 24 horas, MRPA durante uma semana e ecocardiograma.
RESULTADOS: 34 e 31 pacientes completaram o estudo no grupo MRPA e PA Pré-Diálise, respectivamente. As pressoes arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD) no período interdialítico pela MAPA foram significativamente menores no grupo MRPA em relaçao ao grupo PA Pré-Diálise no final do estudo (média 24 horas: 135±13mmHg / 76±7mmHg versus 147±15mmHg / 79±8mmHg – p<0,05). Na análise da MRPA, o grupo MRPA apresentou reduçao significativa somente para a PAS em comparaçao ao grupo PA Pré-Diálise (média semanal: 144±21mmHg versus 154±22mmHg – p<0,05). Nao houve diferenças entre os grupos MRPA e PA Pré-Diálise em relaçao ao índice de massa de ventrículo esquerdo ao final do estudo (108±35g/m2 versus 110±33g/m2 – p>0,05).
CONCLUSOES: A tomada de decisoes baseadas na MRPA em pacientes em hemodiálise propiciou uma maior controle da PA no período interdialítico em comparaçao às medidas da PA pré-diálise. A MRPA pode ser usada como um instrumento adjuvante útil no controle da pressao arterial em pacientes em hemodiálise.


PO159

Coexistência de adenoma nao funcionante e feocromocitoma na mesma glândula adrenal

AYUSSO, LL(1); ISHISAK, GY(1); ALVES, RLR(1); DE SOUZA, DD(1); VICTORIO, AMT(1); DA SILVEIRA JUNIOR, SSD(1); FERNANDES, SM(1); MUNIZ, AB(1); BORGES, LMP(1); SILVEIRA, TM(1); CARRASCOSSI, HL(1); TAKAG, MM(1)

UNIFIPA-FAMECA-SP(1)

INTRODUÇAO: O Feocromocitoma geralmente associa-se com injúrias patológicas do córtesx adrenal. Alguns autores documentaram a associaçao de tumores adrenocorticais e feocromocitomas na mesma glândula. Nós apresentamos aqui caso clínico extremamente raro de adenoma adrenocortical nao funcionante associado com feocromocitoma em glândula adrenal direita.
OBJETIVO: Relatar um caso raro de coexistência de adenoma adrenocortical e feocromocitoma na mesma glândula adrenal. Paciente e
MÉTODOS: Mulher, 46 anos, branca, com história de hipertensao arterial há 5 anos, evoluindo com episódios freqüentes de crises hipertensivas seguidas de palpitaçoes, sudorese fria intensa e cefaléia. O exame físico geral e especial estava normal. Solicitado catecolaminas séricas e urinárias, funçao renal, sódio, potássio, glicemia, hemograma e cortisol, bem como ressonância magnética abdominal.
RESULTADOS: Os exames acima citados todos normais com exceçao da ressonância magnética que mostrou: duas lesoes expansivas na mesma glândula adrenal direita, sugerindo uma corresponder a adenoma (pouco vascularizado) e outra feocromocitoma (muito vascularizado). Duas cirurgias foram realizadas para remover os tumores e resultados anatomopatológicos confirmaram adenoma adrenocortical e feocromocitoma em glândula adrenal direita.
DISCUSSAO: Para nosso conhecimento, oito casos da associaçao entre adenoma adrenocortical e feocromocitoma na mesma glândula adrenal foram descritos na literatura internacional e nenhum na literatura nacional.
CONCLUSAO: Este caso foi muito interessante principalmente pela extrema raridade da coexistência de feocromocitoma e adenoma adrenocortical nao funcionante, ambos em glândula adrenal direita.


PO160

Efetividade do tratamento do programa de assistência ao hipertenso da Secretaria de Saúde de Sruz Alta, RS

LIBRELOTTO, CS(2); BUNDCHEN, PL(2); MARISCO, N(1); MOREIRA, PR(1)

Universidade de Cruz Alta (1)
Secretaria de SAúde (2)

INTRODUÇAO: A elevaçao da pressao arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular. Entretanto, apesar dos avanços nos progressos de prevençao, diagnóstico, tratamento e controle, a HAS ainda é um importante problema de saúde pública.
OBJETIVOS: O estudo teve como objetivo descrever a efetividade do tratamento dos pacientes que participam do Programa de Assistência ao Hipertenso da cidade de Cruz Alta, interior do Rio Grande do Sul.
MATERIAL E MÉTODOS: Participaram deste estudo, mil e cinco (1005) pacientes, cadastrados no Programa de Assistência ao Hipertenso da cidade de Cruz Alta, no período de 1994 a 2000.
RESULTADOS: A média de idade encontrada foi de 55,8 anos sendo que, 76,9% dos pacientes sao do sexo feminino. Com relaçao há presença de familiares hipertensos e diabéticos, 78,1% dos pacientes apresentavam familiar com HAS e 30,4% apresentavam familiar diabético. Houve uma prevalência de 46,2% de excesso de peso e 16,4% declararam-se fumantes (1/2 maço de cigarros por dia). Em relaçao ao conhecimento do paciente a respeito da medicaçao, 53,3% soube o nome da medicaçao prescrita. Houve uma incidência de AVC em 8,3% dos pacientes, infarto agudo do miocárdio em 8,0% e nefropatia diabética em 6,6%. Por outro lado, 59,4% dos pacientes apresentaram cardiopatia e 20,3% foram diagnosticados como diabéticos. A média final de pressao arterial sistólica e diastólica foi respectivamente de 152,27mmHg e 95,07mmHg. Apenas 8,5% dos pacientes foram classificados como normotensos.
CONCLUSAO: Podemos concluir que o programa nao está atingindo a populaçao masculina, tem sido inefetivo em prevenir as complicaçoes da HAS, especialmente a cardiopatia, sendo que, apenas 8,5 % dos pacientes estavam normotensos. O programa educativo avaliado pelo conhecimento do paciente de sua medicaçao tampouco tem sido efetivo e as modificaçoes comportamentais como cessaçao do fumo e diminuiçao do peso tampouco foram efetivas.


PO161

Lesoes múltiplas e complexas em artérias renais associadas a arterite de takayasu: relato de caso

QUEIROZ G(1); SETTE LHBC(1); RODRIGUES CE(1); SANTELO JL(1); PRAXEDES JN(1)

Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo(1)

INTRODUÇAO: O envolvimento da aorta abdominal na arterite de Takayasu é comum, porém hipertensao renovascular por estenose bilateral é raro, bem como o acometimento de pacientes do sexo masculino.
RELATO DO CASO: LFF, 20 anos, sexo masculino, pardo, há 7 meses com diagnóstico de hipertensao arterial estágio 3 (220x110mmHg), assintomático e sem antecedentes pessoais ou familiares de hipertensao. Inicialmente apresentava apenas provas de atividade inflamatória aumentadas e ao exame físico sopro abdominal. Introduzido enalapril com piora da funçao renal, que voltou a níveis basais após retirada da medicaçao. Submetido a angiotomografia que revelou espessamento do tipo inflamatório, estendendo-se da aorta torácica descendente distal até porçao infrarrenal proximal, além de estenose severa dos terços proximais das artérias renais esquerda e direita. Constatada a presença de artérias renais acessórias bilaterais, com estenose severa de ambas em suas origens. Evidenciado também estenose em artéria mesentérica superior com bom fluxo distal.
CONCLUSAO: o relato apresentado demonstra que, apesar do acometimento infrequente de artérias renais, a arterite de Takayasu deve ser considerada entre os diagnósticos diferenciais de hipertensao renovascular em adultos jovens.

 


PO162

Prevalência de hipertensao arterial (HA) e diabetes (DM) em Sao José do Rio Preto

CIPULLO, JP(1); MARTIN, JFV(1); CIORLIA, LA(1); LOUREIRO, AA(1); CESARINO, CB(1); GODOY, MR(1); CAÇAO, J(1); ANDRADE, LG(1); CARVALHO, AC(1); CORDEIRO, JA(1); BURDMANN, EA(1)

Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto(1)

OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de HA e DM na populaçao &#8805; 18 anos de Sao José do Rio Preto (SJRP) por faixa etária (FE).
MÉTODOS: Estudo analítico de delineamento transversal, estratificado e de base populacional. O tamanho da amostra foi calculado pela populaçao de 370 mil habitantes, com erro 3% e nível de confiança de 95%. Os indivíduos foram selecionados ao acaso e submetidos a entrevista, medida da pressao arterial e coleta de sangue em jejum para dosar glicemia. Considerou-se HA como a média de 3 medidas &#8805; 140/90 ou &#8804; 140/90 mmHg se fosse previamente hipertenso em uso de anti-hipertensivo. O diagnóstico de DM foi feito com glicemia &#8805; 126 mg/dl ou se &#8804; 126 mg/dl em uso de hipoglicemiante.
RESULTADOS: Em 1717 indivíduos (879 mulheres) foram encontrados 762 hipertensos (408 mulheres). A prevalência por FE é mostrada na tabela. A prevalência de HA corrigida para a populaçao adulta foi 25,3%. A prevalência de DM nos normotensos foi 4,3% e nos hipertensos 18,7%. A prevalência de DM foi 10,4%.
CONCLUSOES: Encontrou-se prevalência elevada de HA e DM. A prevalência de HA aumentou com o envelhecimento, atingindo 70% em indivíduos &#8805; 70 anos. DM foi mais freqüente nos hipertensos.


PO163

Inibiçao da liberaçao de renina do aparelho justaglomerular pelo alisquireno. Nota prévia

CRUZ, J(1); TEIXEIRA, JEJ(2); GOMES, RA(1); KESROUANI, S(1); PELARIGO, FCM(1); DINIZ, HF(1); FERREIRA, BM(1)

Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes e Local(1)
Laboratórios de Análises Clínicas e Diagnóstico(2)

OBJETIVO: Avaliar se a inibiçao da renina pelo alisquireno varia conforme a posiçao do corpo, como fazem os betabloqueadores. O alisquireno pertence a uma nova classe de hipotensores denominada “inibidora da renina”, com subseqüente reduçao da angiotensina II, potente hipertensor e vasodilatador.
MATERIAL E MÉTODOS: Um paciente com hipertensao essencial benigna, realizou 3 testes: 1º: controle, medir a atividade de renina plasmática (ARP – ng/mL/h) 2 vezes pela manha, sendo uma vez após uma hora, com o paciente deitado, em repouso e outra vez após uma hora em pé, tao imóvel quanto possível, sem a ingestao prévia de alisquireno; 2º: idêntico, após a ingestao de 150mg de alisquireno por dia durante uma semana; 3º: idêntico, aumentando-se a dose para 300mg/dia. Outro indivíduo, normotenso, iniciou o mesmo programa.
RESULTADOS: Sao dados preliminares e incompletos, pois o trabalho está em andamento. O paciente, hipertenso, tomando 50 mg de hidroclorotiazida e 100 de atenolol, apresentou ARP 12,95 ng/ml/h em posiçao deitada e 14,21 ng/mL/h em posiçao ortostática (aumento de 9,7 %). Após 150 mg de alisquireno/dia os valores da ARP foram 0,29 e 0,22 respectivamente. O paciente, normotenso, sem qualquer medicaçao, apresentou ARP 2,66 e 3,03 (aumento de 13,9 %). Esse paciente nao tolerou o alisquireno devido à grande hipotensao arterial precisando interromper o estudo.
CONCLUSOES: O paciente hipertenso, no período controle, tomando um diurético que aumenta a ARP e um betabloqueador, que a inibe, tinha ARP alta, comum em quem tem baixa excreçao de Na. Ao assumir a posiçao ortostática sua ARP aumentou 9,7 %. Tomando 150 mg de alisquireno/dia por uma semana e sem interromper a medicaçao prévia, apresentou níveis baixíssimos de ARP, que nao se elevaram na posiçao ortostática e até diminuíram. Concluímos até o momento, que o alisquireno merece o nome de “inibidor da renina”.


PO164

Análise comparativo da filtraçao glomerular (cockroftgault) x fatores de risco cardiovascular em populaçao avaliada no dia mundial do rim em Araguaína-TO

NETO, AC; (1); SOUSA, MAS; (1); GALVAO, MAC.(1)

INSTITUTO DE DOENÇAS RENAIS DO TOCANTINS (1)

OBJETIVO: Avaliar filtraçao glomerular (FG) em amostra populacional aleatória que apresentavam fatores de risco cardiovascular (FRC) identificadas no dia mundial do rim na cidade de Araguaína-TO.
MATERIAL E MÉTODOS: Aplicaçao de questionário, associado à avaliaçao clínica através da aferiçao da pressao arterial (HAS), índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal(CA) e dosagem bioquímica de creatinina, glicemia, e colesterol total. Estimativa da filtraçao glomerular (FG) pela fórmula Cockroft-Gault. Estudo comparativo da filtraçao glomerular da populaçao, com presença e ausência de fator de risco cardiovascular respectivamente.
RESULTADOS: Foram avaliados 217 adultos.
OBSERVAMOS: Presença de fator de risco cardiovascular em 197(90,8%) participantes e ausência em 20(9,2%) dos avaliados. A média da filtraçao glomerular do grupo com FRC foi de 94,5ml/min enquanto na populaçao sem FRC, a filtraçao glomerular média foi de 93,9 ml/min. No grupo dos hipertensos a FG esteve reduzida em média 87,6ml/min (7,2% abaixo do grupo sem FRC). No grupo de tabagistas a FG obtida foi de 88,5ml/min (6,02 abaixo do grupo sem FRC). No grupo dos diabéticos a média foi de 83,6ml/min quando excluídos os pacientes com hiperfiltraçao glomerular. O grupo com obesidade visceral nao demonstrou alteraçao da FG em relaçao ao grupo sem FRC.
CONCLUSAO: Os dados avaliados corroboram com o conceito de reduçao da filtraçao glomerular em populaçoes com FRC. Neste estudo a presença de hipertensao arterial, tabagismo e diabete melito estave associada a FG reduzida em concordância com a literatura vigente.


PO165

Estudo comparativo da filtraçao glomerular de populaçao hipertensa e normotensa avaliadas no dia mundial do rim em araguaína-TO

NETO, AC; (1); SOUSA, MA; (1); GALVAO, MAC.(1)

INSTITUTO DE DOENÇAS RENAIS DO TOCANTINS(1)

OBJETIVO: Comparar a filtraçao glomerular (FG) em grupo populacional portador de hipertensao arterial sistêmica (HAS) com o grupo de nao hipertensos em amostra aleatória avaliada no dia mundial do rim na cidade de Araguaína-TO.
MATERIAL E MÉTODOS: Aplicaçao de questionário, associado à avaliaçao clínica através da aferiçao da pressao arterial (PA), dosagem bioquímica de creatinina, e estimativa da filtraçao glomerular (Cockroft-Gault). Estudo comparativo da filtraçao glomerular das populaçoes sabidamente com HAS e nao hipertensas separados por sexo.
RESULTADOS: Foram avaliados 221 adultos. Observamos HAS em 66(29,8%) participantes. A média da FG do grupo nao hipertenso foi de 90,7ml/min enquanto observamos fg de 81,8ml/min nos hipertensos. Quando separados em relaçao ao sexo o grupo masculino possuía FG de 88,9ml/min e 85,3ml/min nos normotensos e hipertensos respectivamente. O grupo de mulheres hipertensas apresentou FG de 77,3ml/min enquanto as normotensas evidenciaram FG de 93,1ml/min
CONCLUSAO: Nesta amostra a fg estava reduzida em maior grau nas mulheres hipertensas.Cabe ressaltar que as mulheres hipertensas também apresentaram maior índice de tabagismo, obesidade visceral e proteinúria que os outros grupos.

 


INFLAMAÇAO, IMUNOLOGIA E PATOLOGIA

PO166

Hepatite B: situaçao vacinal de pacientes atendidos em uma clínica de terapia renal substitutiva do interior de Sao Paulo

BOMBO, FR.(1); POLINS, BRG.(1)

Instituto do Rim de Rio Claro S/C Ltda(1)

Estimativas revelam um crescente número de indivíduos portadores de doença renal crônica no mundo. Considerando que os pacientes urêmicos em programa de hemodiálise estao freqüentemente expostos às infecçoes bacterianas e virais, dentre elas a hepatite B, é lícito dizer que a vacina tem sido a medida mais efetiva para sua prevençao. Motivada por esta referência, realizou-se estudo descritivo, exploratório, retrospectivo de abordagem quantitativa com o objetivo de caracterizar o estado vacinal dos clientes portadores de doença renal crônica de uma clínica do interior paulista. Foram coletados dados de 118 clientes inseridos no programa de Terapia Renal Substitutiva, com variável faixa etária entre 15 a 87 anos. Os resultados demonstram que a maioria realiza a hemodiálise como modalidade principal de tratamento, caracterizando maior incidência no sexo masculino. Dos sujeitos envolvidos 67,79% residem no município de atendimento e o tempo que sao submetidos ao procedimento varia de 01 a 15 anos. Em relaçao á cobertura vacinal, o estudo evidencia que 57,62 % se encontram imunizados contra a hepatite B e com titulaçao de Anti Hbs maior que 10,0 mUl, 39,83 % continuam em acompanhamento com o esquema vacinal, 2,54 % nao apresentaram soroconversao contra o vírus. Pôde-se concluir que a maioria dos clientes encontra-se imunizados, com isso evidenciando uma adequada cobertura vacinal aos portadores de doença renal crônica acompanhados na referida instituiçao.

 


PO167

Efeito das toxinas urêmicas, P-Cresol e espermidina no mecanismo de apoptose e funçao dos neutrófilos

CARVALHO, JTG; (1); DALBONI, MA; (1); PERES, AT; (1); PIERETTI, M; (1); CENEDEZE, MA; (1); WATANABE, R; (1); MANFREDI, SR; (1); GUIMARAES, NK; (1); BATISTA, MC; (1); CENDOROGLO, M; (1)

UNIFESP(1)

OBJETIVO: Avaliar os mecanismos pelos quais as toxinas urêmicas p-cresol e espermidina induzem a apoptose e alteram o a produçao de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) em PMN.
MÉTODOS: Foram Coletados 20 mL de sangue de 15 voluntários sadios. Os PMN isolados foram incubados por 10 minutos e 24 horas na presença ou ausência de toxinas urêmicas. Após a incubaçao, foram determinadas a taxa de apoptose, produçao de ERO espontânea e estimulada por S. aureus e PMA, e a expressao de CD95, CD11b, Caspase 3 e Bcl-2 por citometria de fluxo.
RESULTADOS: Nao observamos diferenças significantes para o efeito das toxinas sobre apoptose, expressao de CD95, CD11b, Caspase 3, Bcl-2 e produçao espontânea e estimulada de ERO sobre os PMN. No entanto, observamos uma tendência de aumento de apoptose e CD95 em ambas toxinas. O P-Cresol apresentou uma tendência em aumentar a expressao de caspase-3 comparado aos demais grupos. Observamos correlaçao negativa entre viabilidade e produçao de ERO estimulada por S. aureus (r = -0,74 /p = 0,004) no grupo espermidina e positiva entre expressao de CD11b e produçao espontânea de ERO (r = 0,80/p = 0,03) no grupo com P-Cresol.
CONCLUSAO: As toxinas espermidina e p-cresol na dose urêmica nao apresentaram efeito significante sobre apoptose e produçao de ERO de PMN in vitro. No entanto, observamos que a espermidina teve uma tendência em diminuir a viabilidade de PMN fazendo que os mesmos ficassem disfuncionais para responder produçao de ERO quando estimuladas com S .aureus. Em relaçao á correlaçao entre CD11b e produçao espontânea de ERO observada no grupo p-cresol, podemos sugerir que esta se comportou como uma toxina pró-inflamatória comparada a espermidina. Porém, ambas as toxinas apresentaram menor expressao de CD11b comparado com o grupo controle, o que sugere a hipótese de que toxinas urêmicas podem exercer um efeito deletério sobre a imunidade de pacientes urêmicos.

 


PO168

Biópsia renal em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico: descriçao dos achados histopatológicos

SALGADO, NF(1); FERREIRA, TCA(1); MANGUEIRA, RC(1); TRINDADE, MS(1); BEZERRA, KB(1); RAMOS, JMR(1); MOREIRA, JLC(1); LESSA, LMM(1)

UFMA(1)

OBJETIVOS: Descrever os achados das biópsias (Bx) renais dos pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).Co-relacionar as classificaçoes da OMS e da ISN/RPS 2003.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospectivo e descritivo com todos os pacientes portadores de LES, submetidos à Bx renal,de março de 2005 a março de 2008.
RESULTADOS: Dos 46 pacientes analisados,43(93,4%) sao do sexo feminino.Ao exame microscópico,20(43,4%) pacientes apresentavam número de glomérulos totais maior que 10,43,4% entre 6 e 10, e 6(13,2%) apresentavam menos de 6.Do total,43,4% nao possuíam glomérulos esclerosados,18(39,1%) apresentaram sinéquias,20 apresentaram depósitos subendoteliais,3(6,5%) subepiteliais e 5(10,8%) ambos.Além disso,30% dos pacientes apresentavam infiltrado celular,dos quais 23,9% eram do tipo linfomonocelular (LM) e 3(6,1%) polimorfonuclear.Os túbulos estavam atrofiados em 40(86,9%) pacientes, sendo que em 38(82,6%) a lesao era leve e 2(4,35%) do tipo moderado.O interstício apresentava infiltrado LM em 17(39,9%) casos.A fibrose intersticial foi verificada em 82,6% Bx, sendo intensa em apenas 1 caso,moderada em 14 e discreta em 23.O índice de atividade foi discreto em 14(30,4%) casos, discreto a moderado em 7(15,2%),moderado em 15(32,6%) e intenso em 2(4,35%).O índice de cronicidade foi discreto em 20(43,2%) casos,discreto a moderado em 2,moderado em 17(39,9%),intenso em 1 e 6(13,2%) nao possuíam índice de cronicidade.Da amostra,36(78,26%) foram padronizados seguindo as duas classificaçoes.Quanto à OMS,6(13,2%) pertenciam à classe III,dos quais,segundo a ISN/RPS,2(4,35%) foram classificados como III(A/C) e 1 para cada uma das classes: III(A), III(C), IV-S(A/C) e V.Os 18 padronizados como classe IV da OMS, ficaram também na classe IV da ISN/RPS, sendo 11 IV-G(A), 4 IV-S(C), 2 IV-G(A/C) e 1 IV-S(A).Dos 12 padronizados na classe V da OMS,3 ficaram na classe V e 9 tiveram padrao misto V+III.Uma biópsia foi normal.
CONCLUSAO: As classificaçoes possuem grandes semelhanças, mas a padronizaçao da INS/RPS possui maior valor descritivo e diferencial entre as classes.Houve convergência de resultados comparando as duas classificaçoes, assim como relata a literatura mundial,exceto em um caso


PO169

Fibrose sistêmica nefrogênica – Relato de caso

LEITE, FML; TAVARES FILHO, HF; DUARTE, MH; DE ABREU, MHFG

BIOCOR INSTITUTO(1)

OBJETIVO: Alertar para o risco de desenvolvimento de FSN em pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC), quando submetidos à ressonância nuclear magnética (RNM) com uso de gadolínio.
MATERIAIS E MÉTODOS: Descrevemos o caso clínico de um paciente hipertenso, coronariopata grave, IRC em hemodiálise, submetido à angioressonância das veias subclávias e cava superior para avaliaçao de acesso vascular da hemodiálise que, após aproximadamente três semanas, iniciou com fibrose difusa e progressiva da pele, com limitaçao funcional dos movimentos.
RESULTADOS: Feita biópsia de pele compatível com FSN, provavelmente relacionada ao gadolínio. Permanece em hemodiálise diária (2horas por dia) e tratamento motor fisioterápico com alguma melhora do quadro.
CONCLUSAO: FSN é uma desordem debilitante que afetam pacientes com IRC. Acomete pele e também outros órgaos como o coraçao, fígado, pulmoes e músculos. Recentes evidências sugerem relaçao entre a administraçao de gadolínio para realizaçao de RNM e o desenvolvimento da doença. Há, aproximadamente, 200 casos descritos no mundo mostrando esta associaçao cujo mecanismo nao é muito bem conhecido. Mais estudos sao necessários para avaliar melhor esta relaçao e tentar definir um tratamento eficaz. É preciso reavaliar riscos e benefícios da administraçao de gadolínio em pacientes IRC estágio III ou mais avançado. Exames alternativos de imagem devem ser considerados nesta populaçao. É de nossa responsabilidade colaborar para reduzir o número de novos casos de FSN e a queda na qualidade de vida destes pacientes.

 


PO170

Estudo as açao do acido nicotínico (niacina) em adipócitos da linhagem 3T3-L1 submetidos à hipóxia: impacto sobre a secreçao de adiponectina

NAKAMISHI, R(1); QUINTO, BMRQ(1); LOBO, S(1); RIBEIRO, AB(1); BATISTA, MC(1)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)

OBJETIVO: Observar o efeito de ácido nicotínico sobre a secreçao de adiponectina por adipócitos da linhagem 3T3-L1 antes e após privaçao de O2 durante 24 horas.
MATERIAL E MÉTODOS: Fibroblastos da linhagem 3T3-L1 foram cultivados em meio DMEM High Glucose suplementado com soro bovino fetal (SBF) 10%, até atingirem 90% de confluência e induzidos à diferenciaçao. Após o 10º dia de diferenciaçao, os meios de cultura foram substituídos, por meio contendo ácido nicotínico (10 &#61549; M). Após 24h as células foram submetidas a uma situaçao de hipóxia (1% de O2, 94% de N2 e 5% de CO2) durante 24 horas. A análise foi pautada na comparaçao entre os seguintes grupos: 1- controle= sem tratamento com niacina durante 24h e sem hipóxia (n=4); 2-com hipóxia e sem tratamento (n=4), 3- sem hipóxia e com tratamento (n=4); 4- com hipóxia e com tratamento (n=8). Os níveis de adiponectina foram medidos no sobrenadante celular por imunoensaio enzimático (ELISA), segundo recomendaçoes do fabricante. A comparaçao entre grupos foi efetuada por ANOVA complementada pelo teste de Bonfferroni.
RESULTADOS: Comparado ao grupo controle o tratamento com niacina resultou em aumento significante da produçao de adiponectina (p=0,03). A utilizaçao do ácido nicotínico na condiçao de hipóxia nao gerou aumento na secreçao de adiponectina (grupo 1: 61509,09±2442,7; grupo 2: 54054,55±4499,8; grupo 3: 102600±1671,3; grupo 4: 34636,36±18819,5).
CONCLUSAO: Em condiçoes normais o tratamento com ácido nicotínico resultou em incremento na secreçao de adiponectina, uma adipocina associada à menor risco cardiovascular e à ocorrência de diabetes tipo II. A utilizaçao do ácido nicotínico nao atenuou a disfunçao adipocitária induzida pela hipóxia.


PO171

Açao imunossupressora de um novo derivado 6-Mercaptopurínico, GTPIII

OLIVEIRA, RG(1); FERREIRA, AP(1); BASTOS, MG(1); ANDRADE, LC(1)

Universidade Federal de Juiz de Fora(1)

OBJETIVO: Testar e analisar os efeitos imunobiológicos de um novo derivado 6mercaptopurínico a 6′-Desoxi-6-(6-Mercaptopurina)-&#61537; -D-Galactopiranose (GTP III) na reaçao de hipersensibilidade tardia (RHT).
MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizados 24 camundongos BALBc, machos, fornecidos pelo biotério do CBR/UFJF, divididos em 4 grupos, sendo: GI: controle positivo; GII: terapêutica com azatioprina; GIII: terapêutica com GTP III e G IV tratados com água bidestilada. A RHT foi induzida no coxim plantar posterior de camundongos imunizados e desafiados através da inoculaçao de 30µL de suspensao contendo 600µg de ovalbumina (AO) agregada, na pata posterior direita, após o 6&#61616; dia de imunizaçao. O controle de fidelidade foi conseguido administrando de maneira similar 30µl de salina na pata posterior esquerda (TITUS e col., 1984 ). A intensidade da RHT expressa pela diferença de espessura das patas posteriores,foi medida 24 e 48 horas após o desafio, empregando-se um micrômetro (Starret, Athol, MA). Os resultados representam a media de 6 animais por grupo ± erro padrao, expressos em unidades RHT, definida como a diferença de 0,01mm na espessura das patas direita e esquerda de cada animal.
RESULTADOS: Foram obtidos os seguintes resultados em unidades de RHT: Grupo I: 19,6±5,94; Grupo II: 5,60±5,18; Grupo III: 7±5,39 e Grupo IV: 5,80±4,87. A RHT à OVA foi menor e estatisticamente significante em camundongos dos grupos II e III, tratados com AZA e GTP III do que o grupo I nao tratado (GII e GIII X GI, p<0,05). A diferença entre o grupo II e III nao foi estatisticamente significante (GII X GIII, NS).
CONCLUSAO: A GTPIII apresentou açao imunossupressora semelhante aquela da azatioprina no modelo de RHT.

 


PO172

Influência local e sistêmica dos toll like receptor 2 e 4 no balanço Th1/Th2 após lesao de isquemia e reperfusao renal

GONÇALVES, GM(1); CENEDEZE, MA(1); SEMEDO, P(1); FEITOZA, CQF(1); PACHECO-SILVA, A(1); CAMARA, NOS(1,2)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)
Universidade de Sao Paulo(2)

INTRODUÇAO: Lesao de isquemia e reperfusao (I/R) resulta em uma resposta inflamatória deletéria e prolongada, principalmente por citocinas Th1. Por razoes desconhecidas, aumento da expressao de mRNA de TLR-2 e TLR-4 é observado após I/R. Neste trabalho, nós avaliamos o papel do sistema TLR no modelo estabelecido de isquemia renal seguida de reperfusao e sua correlaçao com o balanço Th1 e Th2.
METODOS: animais machos C57bl/6, TLR-2-/-, TLR-4-/- e Myd88 submetidos a 45min de isquemia. Amostras de sangue e rim foram coletadas 6, 24 e 48 horas após cirurgia e usados para análise bioquímica, de proteína e de genes. Um multiplex para 18 citocinas do soro foi avaliado. Transcritos de mRNA para IL-1, IL-4, IL-10, INF-gama, T-bet, Gata-3, TLR2, TLR4, TICAM-1 foram amplificados pelo PCR em tempo real.
RESULTADOS: camundongos KO para TLR-4, TLR-2 e Myd88 tiveram menor disfunçao renal do que os animais WT com reduçao dos valores de creatinina e uréia séricas com p<0,005. Para demonstrar a presença de células pró-inflamatórias infiltrantes no rim isquêmico nós avaliamos por PCR o único fator transcripcional para células Th1-positivas, T-bet e como controle Gata-3, fator transcripcional relacionado com células Th2-positivas. Expressao de mRNA de Gata-3 foi aumentada nos animais TLR-2-/- e TLR-4-/- (3.05; 2.94, respectivamente) enquanto que nos WT foi diminuída (0,5). Interessantemente, expressao de T-bet foi bloqueada nos animais TLR-2-/- e TLR-4-/- (0,57; 0,59 respectivamente) aumentada nos WT (5,71). O mesmo ocorreu quando avaliamos IL-4, IL-10 e INF-gama. Análise de 18 citocinas no soro foi avaliada em animais WT e KO para TLR-2 e -4 e observamos uma diminuiçao significante das citocinas inflamatórias: INF-&#947; , KC, MIP, IL-1&#945; , IL-1&#946; , Il-3, -4, -6, G-CSF e GM-CSF nos animais KO comparados aos WT e uma diminuiçao de IL-10 (anti-inflamatório) nos animais WT comparados aos KO
CONCLUSOES: Resumidamente, nós identificamos que TLR-2 e TLR-4 sao importantes inicializadores da resposta inflamatória levando a uma disfunçao renal após I/R, influenciando no balanço Th1 e Th2 da resposta imune local e sistêmica.

 


INSUFICIENCIA RENAL AGUDA

PO173

Insuficiência renal aguda induzida por anabolizantes

QUEIROZ AL(1); SILVA JUNIOR GB(2); RAMOS LMA(1); SANTOS SQ(1); BARRETO DMS(1); GUIMARAES AAC(1); BARBOSA CA(1); DAHER EF(2)

Serviço de Nefrologia, Hospital Geral de Fortaleza(1)
Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará(2)

OBJETIVO: O uso de anabolizantes tem sido cada vez mais freqüente entre praticantes de musculaçao e outras atividades físicas. A ocorrência de insuficiência renal aguda (IRA) associada ao uso destas substâncias tem sido relatada. Ainda nao se sabe o mecanismo fisiopatológico exato deste tipo de IRA. Relatamos 3 casos de IRA associada ao uso de anabolizantes.
MATERIAL E MÉTODOS: Sao descritos 3 casos de IRA associada ao uso de anabolizantes. Foi realizada revisao do prontuário para a descriçao dos achados clínicos e laboratoriais destes casos.
RESULTADOS: Os 3 pacientes eram do sexo masculino, tinham entre 21 e 30 anos de idade e foram admitidos na emergência com quadro de dor abdominal, náuseas e vômitos. Os 3 eram esportistas e utilizavam substâncias anabolizantes e suplementos vitamínicos. Todos apresentavam hipertensao arterial (pressao sistólica: 140-160mmHg, pressao diastólica: 100-120mmHg). Os exames da admissao mostraram aumento de uréia (68-93mg/dL) e creatinina (3.24.7mg/dL) e hipercalcemia (11.7-13.2mEq/L). A ultrassonografia evidenciou rins de aspecto normal em todos os casos. Foi realizada biópsia renal em um dos casos, sendo evidenciada necrose tubular aguda e nefrite intersticial. O tratamento consistiu em hidrataçao venosa vigorosa, diuréticos e anti-hipertensivos. A funçao renal normalizou-se em todos os casos, sem a necessidade de tratamento dialítico. Os pacientes evoluíram estáveis, sem maiores complicaçoes.
CONCLUSAO: IRA é uma complicaçao pouco conhecida com o uso de anabolizantes. Os fatores que parecem estar associados à IRA por anabolizantes sao hipercalcemia, desidrataçao e hipertensao. Estudos futuros, incluindo experimentos laboratoriais, sao necessários para que se conheça os mecanismos desta nefropatia.

 


PO174

Insuficiência renal aguda associada à rabdomiólise e estafilococcemia

DAHER EF(2); LIMA RSA(1); SILVA JUNIOR GB(2); ALMEIDA JPC(1); SIQUEIRA FJWS(1); SANTOS SQ(1); QUEIROZ AL(1); LIBORIO AB(2); SILVA SW(1)

Serviços de Nefrologia e Medicina Intensiva, Hospital Geral de Fortaleza(1)
Serviço de Nefrologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará(2)

OBJETIVO: Aproximadamente 5% dos casos de rabdomiólise estao associados a infecçoes. A insuficiência renal aguda (IRA) ocorre em 33-50% dos casos de rabdomiólise. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de rabdomiólise e IRA associada a estafilococcemia.
MATERIAL E MÉTODOS: É descrito um caso de rabdomiólise e IRA associada a estafilococcemia em um paciente que deu entrada na emergência do Hospital Geral de Fortaleza. A história clínica, evoluçao e alteraçoes laboratoriais sao descritas.
RESULTADOS: O paciente tinha 18 anos e foi admitido com história de dor em membros inferiores, febre, náuseas, vômitos e reduçao do volume urinário. Ao exame apresentava desidrataçao, cianose periférica e lesoes cutâneas de bordos irregulares, ulceradas. Os exames da admissao mostraram: Ur 167mg/dL, Cr 3.0mg/dL, K 7.6mEq/L, CK 133510UI/L, AST 1116UI/L, ALT 225UI/L, pH 7.31, HCO3 11mEq/L e lactato 4.3mmol/L. Hemodiálise de urgência e tratamento com antibióticos foi instituído. Após 26 sessoes de hemodiálise observou-se recuperaçao da funçao renal. O paciente recebeu alta hospitalar estável, com melhora importante do estado geral.
CONCLUSAO: IRA é uma complicaçao importante da infecçao estafilocócica e pode estar associada à rabdomiólise. O rápido reconhecimento da rabdomiólise é importante para a adoçao de tratamento adequado, com hidrataçao vigorosa e hemodiálise nos casos mais graves.


PO175

Insuficiência renal aguda secundária a intoxicaçao por mercúrio: relato de caso

BARBOSA, EA

Hospital Vera Cruz(1)

As intoxicoes por mercúrio apresentam uma graduaçao de efeitos proporcionais a sua acumulaçao no organismo. Os principais órgaos alvo da açao tóxica do mercúrio sao cérebro, pulmao, rim. e por continuidade, o sistema cardiovascular.
OBJETIVO: descrever caso único de intoxicaçao aguda por mercúrio, com graves repercussoes no sistema renal.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo de caso único, tipo explanatório e descritivo, realizado no Hospital Vera Cruz /MG no período 2007 .
RESULTADO: JJS, masculino, 37anos,vaqueiro. Admitido com história de ressecçao de tumor no maxilar esquerdo( papiloma) realizada há duas semanas. Apresentava acometimento de palato e de toda extensao de nasofaringe (sítio cirúrgico) por miíase. Nao havia registro de outras patologias ou uso de medicamentos crônico .Exames iniciais registraram pressao arterial e funçao renal normais. Foi submetido à videoendoscopia endonasal com sinusectomia maxilar, etmoidal e esfenoidal á esquerda e remoçao de grande quantidade de larvas vivas inclusive em regiao da base do crânio, órbita, esfenóide e fossa pterigopalatina. Realizada aplicaçao de cloreto de mercúrio (calomelano-Hg2Cl2) sobre a mucosa e feito tamponamento. Paciente evoluiu com edema importante no sítio cirúrgico, anúria, insuficiência respiratória, acidose metabolica grave, elevaçao importante nos níveis pressóricos e alteraçoes nas escórias renal. Necessitou do uso de nitroprussiato sódico e hemodiálise. Retirado o tampao e solicitado à dosagem sérica e urinária de mecúrio (tabela).O paciente evoluiu com gradativa melhora clínica e laboratorial, normalizaçao dos níveis pressórico e funçao renal, recebendo alta hospitalar com 45 dias de internaçao.
CONCLUSAO: A literatura médica nos chama atençao para os riscos de intoxicaçao por mercúrio tanto proveniente de exposiçao ocupacional como de seu uso com objetivos terapêudicos. A sua fisiopatologia envolve a ligaçao a múltiplas enzimas, com danos microssomais e mitocondriais, podendo acometer, principalmente, o sistema nervoso, cardiovascular, renal e respiratório. Suas consequências podem ser graves e permanentes se nao abordadas precoce e adequadamente.

 


PO176

Injúria renal aguda por descarga atmosférica (raio)

RAMOS FILHO, R(1); PICCOLO, MTS(2); PICCOLO, MS(2); BARRETO, JCS(1); PEDROSO, D(2); PICCOLO, N(2)

Clinica de Doenças Renais(1)
Pronto Socorro para Quemaiduras(2)

OBJETIVO: Descrever um caso de injuria renal aguda (IRA), devido a rabdomiolise, provocado por descarga eletrica (raio). Paciente masculino, 29 anos, 54kg, morador de uma fazenda no interior de Goias, chegou ao pronto socorro com historia de ter sido atingido por um raio há 19 horas. Ele foi admitido conciente, com queimaduras de segunda e terceiro graus em 20% do corpo. Pressao arterial de 100x70mmHg. Sindrome compartimental em membros inferiores foi diagnósticada e fasciotomia foi realizada. O paciente desenvolveu mioglobinuria, rabdomiolise (CPK 18550) e IRA. O paciente foi colocado em ventilaçao mecânica por edema agudo de pulmao no terceiro dia. Na admissao os exames eram: Hemoglobina 12,2g/dl; hematocrito 40; leucocitos 27400; plaquetas 121000; uréia 71mg/dl; creatinina 1.1mg/dl; CPK 18000 UI/L; potassio 5, calcio 6,8; fosforo 4,1.Urinalise: albumina 100mg/dl; leucocitos 15p/c; hemacias incontaveis. A uréia aumentou para 141 mg/dl e a creatinina para 5,5 mg/dl. Dialise peritoneal foi iniciada por 5 dias e devido ao intenso catabolismo, foi iniciada hemodiálise. O paciente permaneceu hospitaliazdo por 58 dias. Foi submetido a 11 sessoes de hemodiálise neste período. O paciente recebeu alta com creatinina de 1,1 mg/dl e uréia de 62mg/dl.
CONCLUSAO: A descarga atmosférica provoca rabdomiolíse com IRA hipercatabolica, com necessidade de hemodiálise.

 


PO177

Insuficiência renal aguda e mortalidade no pós-operatório de revascularizaçao do miocárdio

BRITO, DJA(1); NINA, RVAH(1); LAGES, JS(1); FIGUEIREDO NETO, JA(1); NINA, VJS(1); OLIVEIRA, MIG(1); SALGADO FILHO, N(1)

Hospital Universitário Presidente Dutra (UFMA)(1)

OBJETIVO: Observar a associaçao entre Insuficiência Renal Aguda (IRA) e mortalidade nos pacientes submetidos à cirurgia de revascularizaçao do miocárdio.
MATERIAL E MÉTODOS: foi realizado um estudo retrospectivo, caso-controle, a partir da coleta de dados de uma amostra de 186 indivíduos (45,8% do total) submetidos à cirurgia de revascularizaçao do miocárdio, entre janeiro de 2003 e junho de 2006. As informaçoes obtidas foram analisadas pelo software STATA 9.0.
RESULTADOS: A prevalência de IRA foi 30,6% (57/186), sendo que 7,0% (4/57) necessitaram de terapia dialítica. A média de idade dos indivíduos que evoluíram com IRA foi de 62,8 (±9,4) anos, confrontando com 61,3 (±8,8) anos no grupo sem IRA. A taxa de mortalidade encontrada no estudo foi de 3,2% (6/186). O número de óbitos entre pacientes com e sem IRA foi 5 (8,8%) e 1 (0,8%), respectivamente, com p-valor = 0,016. A chance de morte foi de 12,3 (IC 95% 1,40 – 107,91) para os pacientes que desenvolveram insuficiência renal aguda. Entre os pacientes que necessitaram de diálise a mortalidade foi de 50,0% (2/4) e entre os pacientes que nao utilizaram terapia dialítica foi de 5,7% (3/53), com p-valor = 0,035. A chance de morte entre os pacientes que realizaram diálise foi de 16,7 (IC 95% 1,70 – 162,96).
CONCLUSAO: A Insuficiência Renal Aguda no pós-operatório de Revascularizaçao do Miocárdio é uma grave e freqüente complicaçao associada ao aumento das taxas de mortalidade, principalmente quando associada à necessidade de diálise. O conhecimento sobre a prevalência e fatores relacionados à IRA em serviços de cirurgia cardíaca podem contribuir para um melhor seguimento e desfecho clínico dos casos.


PO178

Evoluçao da creatinina sérica no pós-operatório de revascularizaçao do miocárdio

BRITO, DJA(1); NINA, RVAH(1); LAGES, JS(1); FIGUEIREDO NETO, JA(1); NINA, JVS(1); OLIVEIRA, MIG(1); SALGADO FILHO, N(1)

Hospital Universitário Presidente Dutra (UFMA)(1)

OBJETIVO: Analisar a evoluçao da creatinina sérica entre pacientes submetidos à cirurgia de revascularizaçao do miocárdio com circulaçao extra-corpórea.
MATERIAL E MÉTODOS: foi realizado um estudo retrospectivo, do tipo caso-controle, a partir da coleta de dados nos prontuários de 186 indivíduos submetidos à cirurgia de revascularizaçao do miocárdio, entre janeiro de 2003 e junho de 2006. Os dados obtidos foram referentes ao período préoperatório e ao seguimento pós-cirúrgico, durante a permanência dos pacientes na UTI cárdio caracterizando-se seis momentos: 1) T0 (período pré-operatório, anterior à induçao anestésica), 2) T1 (admissao do paciente na UTI cárdio, indo até às 7h da manha do 1º dia pós-operatório), 3) T2 (a partir das 7h do 1º dia até às 7h do 2º dia pósoperatório), 4) T3 (a partir das 7h do 2º dia até às 7h do 3º dia pós-operatório ou horário da alta da UTI cárdio), 5) T4 (a partir das 7h do 3º dia até às 7h do 4º dia pós-operatório ou horário da alta da UTI cárdio) e 6) Alta UTI. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1) Pacientes que apresentaram IRA no pós-operatório e 2) Pacientes que evoluíram sem IRA. As informaçoes obtidas foram analisadas pelo software STATA 9.0.
RESULTADOS: A prevalência de IRA foi 30,6% (57/186), sendo que 7,0% (4/57) necessitaram de terapia dialítica. A evoluçao da creatinina sérica no pós-operatório revelou que os valores foram mais elevados no grupo que desenvolveu IRA, sendo observada diferença estatisticamente significante no intervalo T1 a T4, quando comparado ao grupo que nao apresentou IRA (TABELA I). O valor médio da creatinina sérica na alta dos pacientes da UTI cárdio foi de 1,61 (±1,10) mg/dL no grupo IRA e 1,05 (±0,41) mg/dL no grupo sem IRA, com p-valor 0,0004.
CONCLUSAO: Mínimas alteraçoes nos valores da creatinina sérica nao sao eventos raros no pós-operatório de revascularizaçao do miocárdio, apresentando um impacto significativo no seguimento dos pacientes, com decréscimo da sobrevida, devendo ser, dessa forma, estritamente monitorizadas.

 


PO179

Estudo do potencial de reparaçao das células tronco mesenquimais derivadas da medula óssea (MSC) na injúria renal aguda (IRA) causada pela gentamicina (G).

REIS, LA; ORTEGA, LL; BORGES, FT; SCHOR, N

UNIFESP/EPM(1)

INTRODUÇAO: A insuficiência renal aguda (IRA) é uma doença causada pela gentamicina (G). A G é um antibiótico da classe dos aminoglicosídeos muito utilizado no tratamento de infecçoes por bactérias Gram-negativas. A nefrotoxicidade da IRA induzida pela G é caracterizada por necrose tubular aguda (NTA), alteraçoes hemodinâmicas e uma diminuiçao no coeficiente de ultrafiltraçao (KF). As células tronco mesenquimais (MSC) têm um grande potencial terapêutico devido a sua capacidade de auto-regeneraçao e diferenciaçao em várias linhagens celulares. Vários autores têm relatado a contribuiçao das MSC derivadas da medula óssea (MO) no processo de reparaçao celular. O objetivo deste estudo é investigar se as MSC podem melhorar o dano tubular causado pela G.
MÉTODOS: As MSC foram coletadas da tíbia e fêmur de ratos adultos Wistar machos e caracterizadas por citometria de fluxo. As ratas Wistar fêmeas receberam injeçoes (i.p.) de G (40mg/Kg de peso) ou água (veículo da G) durante 10 dias (N=10). Em seguida, foram coletadas amostras de urina e sangue para a dosagem de uréia (U) e creatinina (Cr). Após 24, 48 horas ou 5 dias, foram administrados 1X106 de MSC em 200&#956; l de PBS via (i.p.). Em seguida, novas amostras de urina e sangue foram coletadas, e os rins removidos para histologia e imunohistoquímica para KI67. Os resultados foram expressos como média ± EP; a analisados pelo método One-Way ANOVA; foi considerado significante p < 0,05.
RESULTADOS: No grupo G, a U e Cr no sangue aumentou significativamente quando comparado ao grupo (CTL); no grupo G + MSC após 24, 48 horas ou 5 dias, houve uma diminuiçao da U, Cr e no clearance de creatinina quando comparado ao grupo G, respectivamente. Os rins das ratas tratadas com G apresentaram (+++) cruzes para a NTA, nao coraram para KI67 e os rins das ratas tratados com G e MSC 24, 48 horas ou 5 dias apresentaram (0 ou +) cruzes para esta alteraçao e coloraçao para KI67.
CONCLUSAO: Nossos resultados demonstraram que as MSC diminuíram a NTA causada pela G e melhoraram a funçao renal desses animais.


PO180

N-Acetylcysteine (NAC)-induced inhibition of p53 protects against sepsis-related acute kidney injury (AKI)

VOLPINI, RA(1); SOUZA, ACCP(1); DE BRAGANCA, AC(1); SANCHES, TR(1); SHIMIZU, MHM(1); ANDRADE, L(1); SEGURO, AC(1)

FM-USP(1)

The oxidative stress occurring during sepsis can induce renal damage, leading to high mortality. Sepsis is also a transcriptional activator of p53, a tumor suppressor protein that modulates cellular stress responses and regulates the cell cycle. The protective antioxidant effects of NAC have been well documented. We investigated the role of NAC in sepsis-related AKI using a cecal ligation and puncture (CLP) model. Wistar rats were randomly divided into three groups: control (n=5); CLP (n=7); and CLP+NAC (n=7). NAC was administered in drinking water (4.8g/L) from 5 days before until 48h after CLP. We measured blood pressure, creatinine clearance (Ccr), renal blood flow (RBF) and renal interstitial area at 48h after surgery. Immunohistochemical staining (for p53) and immunoblotting (for cytoplasmic p21) were performed in kidney tissues. Inulin clearance (Cin, ml/min100gBW, n=6 per group) was measured at 24h after surgery. Data are meanSEM. In CLP+NAC rats, Ccr improved, as confirmed by the higher Cin at 24h after surgery (CLP: 0.430.08 vs. CLP+NAC: 0.800.08, p<0.01). The percentage of fractional interstitial area was comparable to that seen in controls. These data indicate that NAC protects against sepsis-related AKI by modulating inflammation and oxidative stress. Our results show that this NAC protection involves p53 suppression and p21 induction, providing a novel description of the mechanisms by which sepsis causes kidney injury. (Supported by FAPESP, CNPq)

 


PO181

Erythropoietin (EPO) reverses sepsis-related acute kidney injury (AKI) by inhibiting nuclear factor kappa B (NF-B) and upregulating endothelial nitric oxide synthase (ENOS)

SOUZA, ACCP(1); VOLPINI, RA(1); SANCHES, TR(1); SHIMIZU, MHM(1); SEGURO, AC(1); ANDRADE, L(1)

FMUSP(1)

The pathophysiology of sepsis involves complex cytokine and inflammatory mediator networks, a mechanism to which NF-B activation is central. eNOS downregulation contributes to sepsis-induced endothelial dysfunction. EPO has emerged as a major tissue-protective cytokine in the setting of stress, including sepsis, and has an eNOSmediated vascular protective effect. We investigated the role of EPO in sepsis-related AKI using a cecal ligation and puncture (CLP) model. Wistar rats were divided into three groups: control (n =5); CLP (n=7); and CLP+EPO (n=7). EPO (4000UI/kgBW, ip) was administrated 24h and 1h before CLP. We measured arterial blood pressure, creatinine clearance (Ccr), serum lactate, and interstitial area 48h after CLP. Immunohistochemical staining (for NF-kappa B) and immunoblotting (for e-NOS) were performed in kidney tissue. Inulin clearance (Cin, ml/min/100gBW, n=6/group) was measured at 24h after surgery. Data are mean+-SEM. In CLP+EPO rats, Ccr improved, as confirmed by Cin at 24h after surgery (CLP: 0.43+-0.08 vs. CLP+EPO: 0.99+-0.12, p<0.01). EPO treatment corrected anemia, as well as normalizing lactate, MAP and fractional interstitial area. In conclusion, EPO renoprotection is dependent on eNOS activation and is partly due to inhibition of the inflammatory response via downregulation of NF-kappa B. Our findings provide a novel description of the mechanisms by which sepsis causes AKI. (Supported by FAPESP, CNPq)
a p<0.001 vs. control; b p<0.001 vs. CLP+EPO; c p<0.01 vs. control; d p<0.05 vs. CLP+EPO; e p<0.05 vs. control; f p<0.01 vs. CLP+EPO.

 


PO182

Principais motivos de internaçao do paciente com insuficiência renal aguda na unidade de terapia intensiva

BATISTA, MA(1)

Hospital e Maternidade Sao Francisco-Sociedade Beneficente Sao Camilo-SBSC(1)

INTRODUÇAO: O rim é um dos órgaos que mais freqüentemente falha em pacientes críticos, com conseqüências graves.A Insuficiência Renal Aguda (IRA) está associada ao aumento de 3 a 6 vezes da mortalidade hospitalar, portanto pesquisar sobre os principais motivos de internaçao do paciente com IRA na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tornou-se método deste estudo.
OBJETIVOS: O presente trabalho tem como objetivo caracterizar pacientes com IRA internados na UTI do Hospital e Maternidade Sao Francisco de Assis (HMSFA) da Sociedade Beneficente Sao Camilo (SBSC) – Crato/CE, bem como identificar os principais motivos de internaçao destes pacientes.
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa do tipo retrospectiva em uma Unidade de Terapia Intensiva onde realizaremos uma análise de prontuários no período de 2007 à 2008 na qual iremos optar pelos registros dos pacientes com diagnóstico de IRA onde será fornecido pela central de processamento de dados (CPD) do hospital. Serao selecionados, tendo como critério de inclusao os pacientes cujos índices de creatinina sérica variam de 1,8 a 4 mg/dl. Os dados serao coletados em instrumento apropriado, tabulados e analisados sobre os critérios do estudo RIFLE*.
CONCLUSAO: O presente estudo possibilitará ao profissional de enfermagem uma melhor padronizaçao sobre os principais motivos de internaçao do paciente com IRA na UTI bem como sobre a incidência, historia natural prevençao e tratamento.


PO183

Avaliaçao do efeito do ácido ascórbico (VITC) na síntese de óxido nítrico (NO) e na prevençao da nefrotoxicidade em ratos tratados com gentamicina (GENTA)

MOREIRA, MA(1); BOZZO, TA(1); TOREGA, FFS(1); LONARDO, T(1); MOURO, MG(1,2); HIGA, EMS(1,2)

Disciplina de Nefrologia(1)
Disciplina de Medicina de Urgência e Medicina Baseada em Evidências UNIFESP/ EPM(2)

OBJETIVO: O objetivo do nosso trabalho foi avaliar o efeito da VIT C sobre a síntese de NO e sobre a nefrotoxicidade GENTA.
MATERIAL E MÉTODOS: Utilizamos 32 ratos Wistar machos (200-250g): controle (CTL) veículo (água), VIT C (ácido ascórbico efervescente, 1g/kg peso/dia por gavagem), GENTA (garamicina, 100mg/kg peso/dia via intraperitoneal) e GENTA + VIT C simultaneamente. Os animais foram tratados por 7 dias e após esse período coletamos urina de 24h e sangue e os rins removidos para histologia. (n = 8 para todos os grupos).
RESULTADOS: O NO sérico (&#956; M) dos grupos CTL e VIT C foram semelhantes (60,9 ± 3,3 vs 61,5 ± 7,9); no grupo GENTA aumentou (93,1 ± 8,9 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C diminuiu (60,7 ± 7,9 vs GENTA) (P < 0,05). O NO urinário (&#956; M) nos grupos CTL (2.272 ± 212,5) e VIT C (2.172 ± 199,9) foram semelhantes; no grupo GENTA reduziu (614,3 ± 127,6 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C aumentou (1.564 ± 124,7 vs GENTA) (P < 0,05). A uréia sérica (mg/dL) nos grupos CTL e VIT C foram semelhantes (14,6 ± 1,9 vs 14,7 ± 1,1); no grupo GENTA aumentou (55,4 ± 14,1 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C diminuiu (20,6 ± 4,2 vs GENTA) (P < 0,05). A creatinina sérica (mg/dL) dos grupos CTL e VIT C foram semelhantes (1,3 ± 0,3 vs 1,5 ± 0,2); no grupo GENTA aumentou (4,7 ± 1,3 vs CTL e VIT C); no grupo GENTA + VIT C reduziu (1,7 ± 0,4 vs GENTA) (P < 0,05). Lesao grave com degeneraçao severa dos túbulos proximais e congestao dos vasos foi observada no grupo GENTA, estando reduzidas no grupo GENTA + VIT C.
CONCLUSAO: Nosso trabalho sugere que a vitamina C proteja contra a nefrotoxicidade causada pela gentamicina, melhorando a biodisponibilidade do NO.

 


PO184

Insuficiência renal aguda por picadas de abelhas

BEZERRA, EM; DE MORAIS, TP; DE OLIVEIRA, RA; DA SILVA, LSV; DINIZ, LF; OLIVEIRA, LT

Universidade Federal do Ceará-Faculdade de Medicina do Cariri(1)
UNIRIM(2)

INTRODUÇAO: Acidentes por picadas de abelhas africanizadas tem sido descritos como causa de insuficiência renal aguda (IRA). A rabdomiólise é um dos mecanismos mais comumente associados. O número de picadas e o tempo decorrido entre o acidente e a chegada ao hospital sao determinantes em relaçao aos resultados da IRA.
OBJETIVOS – Descrever dois casos de IRA por rabdomiólise causada por múltiplas picadas de abelhas africanizadas.
MATERIAIS E MÉTODOS – Serao realizadas análises de prontuários.
RESULTADOS: Os dois casos foram em pacientes do sexo masculino com 54 e 61 anos de idade, agricultores que foram vítimas de ataque maciço por picada de abelhas africanizadas, com lesoes principalmente em áreas exposta, como face e membros superiores, pescoço, mas também em áreas cobertas como o tronco. No primeiro caso, o paciente (54 anos) foi imediatamente atendido no hospital da cidade de origem, sendo depois encaminhado ao serviço de nefrologia com diagnóstico de IRA, enquanto que o segundo paciente foi transferido apenas oito dias após o ataque. Ambos chegaram com quadro de anasarca, hipertensao arterial, oligúria com urina de aspecto vinhoso e evoluindo para anúria. Apresentavam também sintomas de uremia. No paciente 1 os exames de admissao revelavam: U-216mg/dl; Cr-6,3mg/dl; CPK-22.190U/L. Já o paciente 2: U-202mg/dl; Cr-15,8mg/dl; K+-7,0mEq/L; CPK- 550U/L. Tentado estímulo com furosemida em dose alta sem resposta, indicando-se início de hemodiálise (HD). O paciente de 54 anos ficou em programa de HD três vezes/semana e por volta do 40º dia da admissao começou a aumentar progressivamente o débito urinário com recuperaçao completa da funçao renal, sendo suspensa HD. O paciente de 61 anos apresentou infecçao secundária de pele com formaçao de pústulas, evoluindo com choque séptico refratário a antibióticos e drogas vasoativas indo a óbito no final da primeira semana de HD.
CONCLUSAO: Ataques maciços por abelhas africanizadas podem causar rabdomiólise e consequentemente IRA. A IRA nestes casos geralmente é severa com anúria e necessidade de terapia renal substitutiva na maioria das vezes. O atendimento precoce pelo nefrologista pode melhorar o prognóstico.

 


PO185

Lesao renal aguda após transplante hepático

ROBERTO CAMARGO NARCISO(1); LEONARDO ROLIM FERRAZ(2); JULIO CÉSAR MARTINS MONTE(1); OSCAR FERNANDO PAVAO DOS SANTOS(2,2); MARCELO COSTA BATISTA(1); SÉRGIO MIES(2); MARCELINO DE SOUZA DURAO JR(1)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)
Hospital Israelita Albert Einstein(2)

INTRODUÇAO: O transplante hepático é uma terapia bem reconhecida para o tratamento da doença hepática terminal. No Brasil, os dados mais recentes mostram que no ano de 2006 foram realizados 1025 transplantes de fígado. A Lesao Renal Aguda (AKI), nome proposto para descrever o conjunto dos variados graus de disfunçao renal de instalaçao abrupta, afeta de 12 a 64% dos transplantes hepáticos, conforme a definiçao de AKI empregada. Casos severos de AKI freqüentemente necessitam de terapia renal substitutiva (TRS) como medida de suporte enquanto houver disfunçao renal.
MEETODOS: Neste estudo retrospectivo, analisamos os transplantes realizados entre janeiro de 2002 e novembro de 2006 em um único centro, a fim de identificar os diferentes fatores de risco implicados no desenvolvimento da AKI conforme definida pelo grupo AKIN. Identificamos também, as diferenças entre os fatores de risco associados à necessidade de TRS de acordo com o período de início da terapia, e seu impacto nas várias medidas do nível de creatinina. A partir das características significantes (p<0,05) na análise univariada, um modelo de regressao proporcional de Cox foi obtido, tendo a necessidade de TRS como variável dependente, e o tempo até o início da TRS como variável tempo dependente.
RESULTADOS: Um total de 444 transplantes foram realizados em 395 pacientes, no período estudado. Os transplantes de rim e fígado (n=12), ou em pacientes já em TRS antes do transplante (n=23), ou pacientes menores de 18 anos foram excluídos da análise. Escore APACHE II, o uso de aprotinina no intraoperatório, disfunçao do enxerto hepático, uso de polimixina B e o nível sérico de creatinina pré-transplante foram identificados como fatores de risco para TRS precoce. Para TRS tardia os fatores de risco encontrados foram: uso de drogas vasoativas, diagnóstico de sepse, e uso de polimixina. O diagnóstico de AKI ajustado pelo escore de propensao esteve associado um aumento de três vezes no risco de óbito durante a internaçao do transplante.
CONCLUSAO: A disfunçao renal precoce após o OLT está relacionada diretamente às complicaçoes do procedimento e a doença renal anterior ao transplante, enquanto a disfunçao tardia está associada às complicaçoes infecciosas.


PO186

Acometimento renal no tétano: relato de caso e revisao da literatura

RODRIGO AZEVEDO DE OLIVEIRA, LECTICIA JORGE, REGINA ABDULKADER, ETIENNE MACEDO

FMUSP(1)

OBJETIVO: relatar o caso de um homem de 45 anos, previamente hígido, que desenvolveu tétano após um ferimento cortocontuso em pé. Ao longo de sua evoluçao necessitou intubaçao orotraqueal para proteçao de vias aéreas e apresentou uma insuficiência renal aguda (IRA) com necessidade dialítica. Houve discreta elevaçao de CPK, o que nao justificava a perda de funçao renal por rabdomiólise. No entanto, uma avaliaçao criteriosa dos sinais vitais evidenciava franca disautonomia. Permaneceu em ambiente de UTI (unidade de terapia intensiva) por algumas semanas, recebendo altas doses de benzodiazepínicos, sulfato de magnésio e fenobarbital. Evoluiu com recuperaçao completa da funçao renal.
MATERIAL E MÉTODOS: revisao da literatura através do Pubmed (acute renal failure and tetanus) e ilustraçao com o caso supracitado.
RESULTADOS: de acordo com a literatura, o comprometimento renal no tétano pode ocorrer por diferentes mecanismos: desidrataçao, rabdomiólise, sepse e disautonomia. Esta última parece ser a mais importante na maioria dos casos, o que ficou nítido no nosso paciente.
CONCLUSAO: apesar de ser uma doença cada vez mais rara em virtude do sistema de vacinaçao infantil, o tétano ainda está presente nos países em desenvolvimento, dentre eles o Brasil. Em um percentual significativo destes doentes a IRA ocorre e, ao contrário do que muitos pensam, a disautonomia tem um papel mais importante que a rabdomiólise em sua fisiopatologia.

 


PO187

Insuficiência renal aguda (IRA) secundária a arterite de takayasu: um relato de caso

ACIOLI, TML; GUEIROS, AP; DE OLIVEIRA, EAO; DE AMORIM, GJ; ROMERO, S; LEITAO, L; COELHO, SN

Hospital das Clínicas – UFPE(1)

A arterite de Takayasu é uma vasculopatia inflamatória, granulomatosa, nao aterosclerótica que acomete grandes vasos, principalmente aorta e ramos principais.
OBJETIVO: Descriçao de caso clínico de paciente com IRA e Arterite de Takayasu.
PACIENTE E MÉTODO: relato de caso acompanhado na nefrologia de hospital universitário.
RESULTADOS: 18 anos, masculino, pardo, estudante, natural e procedente de Jaboatao. Foi admitido no hospital com cefaléia, hipertensao arterial sistêmica (HAS) oligúria e disfunçao renal. Há um ano com diagnóstico de HAS. Dois meses antes da admissao, iniciou tonturas, astenia, mialgia e febre intermitente. Cinco dias antes detectou-se PA=220X110mmHg, ureia=158mg/dl e creatininar=7,6md/dl . Ao exame físico regular estado geral, hipocorado, subfebril. CV: RCR, 2T, BNF s/ sopros, FC=72bpm, PA=190x130mmHg, sopro carotídeo e de artérias subclávias. Sem alteraçoes de pulsos periféricos e a pressao arterial nos membros sem diferenças. Abdome sem alteraçoes. Exames complementares: USG renal sem alteraçoes. A Aortografia a aorta toraco-abdominal tinha lesao em espelho nas artérias subclávias com áreas de estenoses e aneurismas, a aorta abdominal era tortuosa e oclusao completa das artérias renais, com trombose bilateral. Angiotomografia multislice, evidenciou tênue passagem de contraste para os rins por colaterais. O paciente foi submetido a terapia dialítica e uso de 4 classes de drogas para controle da HAS. O paciente foi submetido a revascularizaçao renal bilateral/bypass das artérias ilíacas com veia safena esquerda. Recebeu alta após 56 dias com recuperaçao da funçao renal, controle da pressao arterial. Após seis meses de seguimento apresenta U=49mg/dl e Cr=1,3mg/dl com Clearence de Creatinina de 92ml/min.
CONCLUSAO: este caso descreve que a HAS, condiçao comum na prática clínica, pode ser a manifestaçao inicial de uma doença rara como a arterite de Takayasu. O diagnóstico exige um elevado grau de suspeiçao, exames laboratoriais e de imagem. A proposta terapêutica e tecnicamente bem sucedida possibilitou o resgate da funçao renal deste paciente.


PO188

Insuficiência renal aguda dialítica e nao dialítica em paciente com malária por plasmodium falciparum em hospital (clínica multiperfil) de Luanda-Angola-Africa

DI-NIZO, FER(2); VIEIRA, RJ(2); HERNANDEZ, RC(2); RODI, MA(1); GIANINI, RM(2); SOUZA, CM(1); SANTOS, MFD(2)

Clínica de Nefrologia e Transplante Renal do Tatuapé(1)
Clínica Multiperfil(2)

OBJETIVO: descrever 2 casos de malária complicada com IRA.
CASOS: Caso 01- HB, masculino, 55 anos, chinês, chegou ao PS com confusao mental e febre. Transferido para CTI; exames iniciais: Hb 13, HTC 40, Plaqs 34.000, L6.500, Neutr 93,7%, Linf 4,8%, Na 132, K4,3, Cai 0,9, TGO 253, TGP 103, Ur 45, Cr 1,7, BT 6,2, BD 4,8, glic 144, albumina 1,7, gota espessa 28/c. No 2º DI hipoglicemia e oligúria. Iniciou tratamento com quinino. No 3º DI quadro congestivo, Cr 6,1, oligo-anúria e inicio de HD diária – total de 14 sessoes. No 12º DI diurese 800mL/dia e 16º DI 1550 mL/dia porém, Cr 6,2 e Ur 179, foi descontinuada a HD, paciente manteve diurese chegando a Cr 2,6 Ur 143 no 23º DI e na alta 26º DI Cr 1,2 e Ur 35. Caso 02 – XQ, masculino, 39 anos, chinês, chegou ao PS uma semana após ter diagnóstico de malária nao complicada (gota espessa 7/c) recebendo medicaçao artemisina IM para casa. Nao fez uso correto da medicaçao e por estar com febre, mal estar e vômitos foi internado. Exames Cr 2,2 , Ur 158, glicose 52, TGO 26, TGP 55, gota espessa 6/c. Iniciou quinino na enfermaria. Por apresentar-se bem clinicamente, diurese de 1500mL/24h foi avaliado laboratorialmente 3 dias após, evidenciando naquele momento Cr de 22,4 e Uréia de 262, K 4,8, Na 136, Hb 8,6, HT 27,7, TGO 10, TGP 75. Repetidos no dia seguinte Cr 20 e Ur 163. Neste momento a nefrologia foi chamada para avaliaçao e estando o paciente clinicamente estável, sem qualquer sinal ou sintoma urêmico, mantida diurese optou-se por hidrataçao EV e exames diários. Ao longo dos 25 dias seguintes a Cr e Ur foram caindo lentamente chegando ao término Cr 1,1 e uréia 30.
RESULTADOS: demonstramos através do exposto que o tratamento dialítico é de suporte na vigência de quadro oligo-anúrico na malária, o importante é a prevençao de instabilidade hemodinâmica e outros fatores complicadores na IRA.
CONCLUSAO: A IRA na Málaria por plasmodium falciparum traduz uma necrose tubular aguda instalada e que normalmente tem um tempo de recuperaçao assistido limitado. Nos casos apresentados a IRA nao oligúrica pode ser manejada clinicamente e teve igual tempo de recuperaçao ao da IRA dialítica.


PO189

Estratificaçao de risco de mortalidade pelo ATN-ISS em pacientes de unidade intensiva de um hospital universitário no Rio de Janeiro

ANTUNES, N; ANDRUG FILHO, E; BINO, F; CARDOSO, LR

UFRJ(1)

INTRODUÇAO: diversos índices de estratificaçao de risco foram estudados com o objetivo de predizer a evoluçao de pacientes graves. Tem sido proposta a utilizaçao de índices específicos para pacientes com insuficiência renal aguda (IRA).
OBJETIVO: avaliar e comparar as taxas de mortalidade e o escore de severidade individual de necrose tubular aguda (ATN-ISS) em pacientes que desenvolveram IRA na unidade de terapia intensiva do HUCFF / UFRJ a fim de verificar a viabilidade de usar rotineiramente este índice prognóstico.
MÉTODOS: foram avaliados prospectivamente 28 pacientes com IRA, acompanhados até recuperaçao do quadro renal ou óbito. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo I: sobrevida e Grupo II: óbito. O escore ATN-ISS foi aplicado pelo nefrologista no momento da primeira avaliaçao. A análise estatística foi feita utilizando teste t de Student e regressao logística, com óbito como variável dependente. O valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
RESULTADOS: a média de idade dos pacientes foi de 55,8±18,5 anos e 50% eram do sexo masculino. As principais causas da IRA foram sepse (53,6%) e isquemia (35,7%). Oligúria estava presente em 85,7% dos casos e 89,2% dos pacientes necessitaram de hemodiálise. A maior parte dos pacientes evoluiu para o óbito (60,7%), 52,9% evoluíram com recuperaçao da funçao renal e um caso (3,6%) evoluiu com doença renal crônica. As doenças infecciosas foram as principais causas de óbito (52,9%). A mediana [Min-Max] do escore ATN-ISI do Grupo I foi 0,70 [0,17-0,84] e a do Grupo II foi de 0,74 [0,42-0,93] (p = 0,27). A análise dos grupos por regressao múltipla nao se mostrou significativa (p = 0,24).
CONCLUSAO: o escore de ATNISI nao se mostrou eficiente na discriminaçao entre sobreviventes e nao sobreviventes nos grupos de pacientes com IRA na populaçao estudada.


PO190

Estudo da evoluçao clínica de paciente com insuficiência renal aguda (IRA) dialítica em unidade terapia intensiva (UTI)

LIMA, RA(1); PEREIRA, BJ(1); QUEIROS, VBLC(1); LARANJA, SMR(1)

HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL(1)

OBJETIVOS: avaliar a mortalidade e recuperaçao funcional em UTI de pacientes dialíticos de acordo com método dialítico utilizado, estudar se a mudança do método dialítico e quais fatores clínicos ocasionam alteraçao na recuperaçao funcional e evoluçao clínica.
MÉTODOS: revisados 130 pacientes dialíticos no ano 2007 e coletados dados de sexo, faixa etária, classificaçao da IRA; método dialítico optado inicialmente e se houve mudança ,dados de recuperaçao da funçao renal e evoluçao clínica. O método de diálise foi optado de acordo com o estado hemodinâmico, sendo os instáveis submetidos a métodos contínuos lentos (CVVHD e CVVHDF) ou hemodiálise extendida intermitente e os mais estáveis a hemodiálise convencional intermitente (HDI) .As variáveis qualitativas foram representadas por freqüência absoluta (n) e relativa (%) e as quantitativas por média, desvio padrao (dp), A presença de associaçao entre recuperaçao e óbito e demais variáveis qualitativas foi avaliada pelo teste do Qui-quadrado e quando necessário pelo Teste do Qui-quadrado da Razao de Verossimilhança.Os grupos foram comparados quanto aos tempos de internaçao na UTI e de acompanhamento pelo Teste de Mann-Whitney para amostras independentes.Foi adotado o nível de significância de 0,05 e níveis descritivos (p) inferiores a esse valor considerados significantes e representados por *.
RESULTADOS: Foi encontrada associaçao significativa entre recuperaçao dos pacientes e a 1ª diálise (p=0,035), onde a maior parte daqueles que recuperaram (94,1%) fizeram HDI e porporcionalmente menor no grupo dos sem recuperaçao (72,6%); os pacientes com recuperaçao permaneceram na UTI por um tempo maior (49,7±30,5 dias) do que os pacientes do grupo sem recuperaçao (14,7±13,6 dias p<0,001) e foram acompanhados por um tempo significantemente maior, bem como tiveram evoluçao clínica mais favorável.
CONCLUSOES: pacientes estáveis e submetidos a HDI inicialmente, internados por mais tempo na UTI tiveram recuperaçao funcional renal melhor; nao houve impacto na mortalidade a mudança do método

 


PO191

Avaliaçao da síntese de óxido nítrico (NO) durante e após a suspensao do tratamento com gentamicina (G) em ratos

CHRISTO, JS; MOURO, MG; CELEDEZE, MA; SIMOES, MJ; SCHOR, N; HIGA, EMS

UNIFESP(1)

OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo avaliar a possível correlaçao entre a recuperaçao da funçao renal após a suspensao do tratamento com gentamicina com alteraçoes na produçao de óxido nítrico (NO) em ratos.
MATERIAIS E MÉTODOS: Ratos Wistar machos foram tratados com veículo da G (grupo CTL) e com G (100mg/kg) intraperitoneal durante 10 dias. Após o tratamento foi realizada a coleta de sangue e urina de 24 horas para análise da funçao renal e metade dos animais foram sacrificados e seus rins retirados e preparados para a análise histológica. Nos demais animais esse procedimento foi realizado após 30 dias de suspensao da droga.
RESULTADOS: Após 10 dias o grupo G desenvolveu uma diminuiçao da funçao renal, caracterizada por um aumento significante de creatinina sérica (5,4± 1,1 versus CTL 1,3±0,4 mg/dl e uréia 333,1±71,6 versus CTL 42,9±2,6mg/dl); uma diminuiçao da uréia na urina (46,1± 3,4 versus CTL 88,5± 4,1mg/dl) e do clearance de creatinina (0,5± 0,1 versus CTL 1,2±0,1mg/dl) e uma diminuiçao da síntese de NO na urina (383,6±101,5 versus CTL 2.717±159,7 µm). A análise histológica confirmou uma necrose tubular severa nos ratos tratados com G quando comparado ao grupo CTL. Após 30 dias da suspensao do tratamento com G observamos a normalizaçao da funçao renal com diminuiçao da creatinina sérica (1,1±0,2 versus CTL 1,2±0,2 e uréia sérica 57,4±5,4 versus CTL 40,6±0,8mg/dl), aumento da uréia na urina (80,3±4,1± versus CTL 80,3±1,8mg/dl) e do clearance de creatinina (1,5±0,1 versus CTL 1,1±0,1mg/dl) uma leve necrose tubular e uma recuperaçao parcial do NO urinário (2.294,0±256,5 versus CTL 2.917,0 ±241,5 µm).
CONCLUSAO: Estes resultados sugerem que o NO tem um efeito protetor na Insuficiência Renal Aguda induzida por G em ratos


PO192

Alcalose metabólica severa e insuficiência renal aguda hipocalêmica devido a estenose duodenal

ANDRADE, L(1); OLIVEIRA, M(1); MARINHO, T(1); MARTINS, S(1); FERREIRA, L(1)

Instituto de Infectologia Emilio Ribas(1)

As causas clássicas IRA hipocalêmica descritas na literatura sao leptospirose, lesao renal por aminoglicosídeos e anfotericina B e nefroesclerose hipertensiva maligna. A depleçao de volume secundária a vômitos incoercíveis, pode resultar em reduçao da perfusao renal causada pela diminuiçao do volume circulante efetivo levando a quadro de insuficiência pré-renal importante. O conteúdo gástrico contém grande quantidade de HCl. Em indivíduos normais a secreçao gástrica de hidrogênio nao permite a alcalose metabólica, desde que haja secreçao pancreática de bicarbonato estimulada pela presença de ácido no duodeno. No entanto, na presença de vômitos nao existe estímulo para secreçao do mesmo no duodeno gerando alcalose de contraçao. A alcalose metabólica desencadeia desvio do potássio para dentro das células e secreçao desse íon nos túbulos renais distais gerando reduçao de sua concentraçao plasmática.
OBJETIVOS: Relatar o caso de um homem com IRA hipocalêmica secundária a estenose duodenal, revisao de literatura e diagnósticos diferenciais.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de caso, os dados utilizados foram coletados do prontuário do paciente.
RESULTADOS: CI, 41anos, masculino, procedente de SP, com vômitos incoercíveis há 15 dias, após ingestao de água contaminada com ratos. Nega uso de medicaçoes ou mialgia. Sendo encaminhado a UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas com suspeita de leptospirose. EF: MEG, sonolento, confuso, eupneico, AAA, desidratado 2+/4+, PA 120 x 70, FC 83, abd doloroso em epigastro. Ex lab: Hb: 12, leuc 8900 (81% seg, 4% linf), plaq 125000, Na 130, K 2,3, Mg 2, Cl 98, creat 4,7, uréia 320, CPK 553, TGO 23, TGP 41, BbT 1,3. Gaso arterial: pH 7,52, pO2 67, bic 46, BE 21, sat O2 94%. UI: dens 1020, pH 6,0, prot 1+, Bb 1+, Hb 4+, céls epit 16000, leuc 94000. PCR 56. Sorologia leptospirose negativa. EDA: estenose total em canal pilórico. Bx: gastrite crônica intensa com metaplasia intestinal completa. H. pylori negativo.
CONCLUSAO: A estenose duodenal apesar de nao estar descrita como causa clássica de IRA hipocalêmica, deve ser lembrada como diagnóstico diferencial, permitindo a instituiçao de terapêutica adequada evitando maior morbidade.


PO193

Preditores de diálise e mortalidade em 100 pacientes críticos com IRA

SOUZA, SP(1); MATOS, RS(2); BARROS, LL(2); ROCHA, PN(2)

Hospital Geral Roberto Santos(1)
Faculdade de Medicina da Bahia(2)

OBJETIVOS: Identificar preditores de diálise e mortalidade em pacientes críticos com IRA.
MÉTODOS: Estudo prospectivo, observacional, conduzido na UTI do HGRS entre 11/07/06 e 28/08/07. Incluímos apenas os pacientes com diagnóstico de IRA acompanhados pelo serviço de Nefrologia.
RESULTADOS: Acompanhamos 100 pacientes. A idade média foi de 58,23 +/- 19,72 anos, 52% eram homens e 57% negros ou mulatos. A IRA foi classificada como clínica em 55% dos casos, cirúrgica em 31%, obstrutiva em 5% e obstétrica em 1%. Na maioria (89%) dos pacientes, houve diagnóstico de sepse; 84% utilizaram ventilaçao mecânica e 82% drogas vasoativas. Na primeira consulta, a IRA foi classificada como RIFLE-F em 70% dos casos; 54% apresentavam oligúria (< 400 ml/d). Foi realizada diálise em 56% dos casos. Em análise univariada, foram preditores de diálise: ventilaçao mecânica, drogas vasoativas, oligúria, e uréia > 150 mg/dl. Na análise multivariada, apenas oligúria (RC 4,71; IC 95% 1,74 a 12,75; P = 0,002) e uréia > 150 mg/dl (RC 8,31; IC 95% 2,17 a 31,87; P = 0,002) permaneceram como preditores independentes. O tempo entre a primeira consulta e a primeira diálise foi de 1,98 +/- 3,53 dias. Os métodos dialíticos foram: hemodiálise clássica 60%, SLED 10%, CVVHDF 54%. Anticoagulaçao foi utilizada em 37% dos casos dialíticos. A mortalidade geral foi de 68%. Em análise univariada, foram preditores de óbito: ventilaçao mecânica, drogas vasoativas, hiperlactatemia e oligúria. Na análise multivariada, apenas lactato > 2,5 mmol/l (RC 11,5; IC 95% 2,0 a 65,4; P = 0,0057) e noradrenalina > 1 ug/kg/min (RC 5,0; IC 95% 1,9 a 21,6; P = 0,0282) permaneceram como preditores independentes.
CONCLUSOES: Nesta populaçao de pacientes críticos com IRA, uremia e oligúria foram as principais indicaçoes de diálise. A mortalidade foi elevada e associada a hiperlactatemia e uso de noradrenalina em doses elevadas.


PO194

Insuficiência renal aguda pós-renal ocasionada por cloroma de bexiga

SANTOS, RF(1); SANTOS, ALGA(1); BALATA, M(1); NOGUEIRA, LR(1); SANTOS, E(1); CASTRO, GM(1); SIMOES, NMS(1); LIMA, ARG(1)

Hospital Sao Domingos(1)

INTRODUÇAO: Pacientes com Leucemia Mielóide Aguda (LMA), especialmente na sua forma monocítica, podem ocasionalmente apresentar infiltraçao leucêmica de sítios extra-medulares. Tais lesoes podem adquirir um aspecto tumoral, conhecido por sarcoma granulocítico ou cloroma, devido à sua coloraçao característica observada pelas técnicas de imuno-histoquímica. Os sítios mais comumente acometidos sao a pele e a gengiva. Eventualmente, outros locais podem ser envolvidos como os linfonodos, intestino, mediastino, espaço epidural, útero e ovários. Infiltraçao da bexiga é raramente descrita
OBJETIVO: Apresentar um caso de Insuficiência renal aguda pós-renal ocasionada por infiltraçao vesical por cloroma (sarcoma granulocítico), em uma paciente portadora de LMA
RELATO DE CASO: A.R.S.P, fem, 65 anos, teve o diagnóstico de LMA M1 em julho de 2005. Fez 3 ciclos de Dauno + Ara C, entrando em remissao completa já no primeiro ciclo. Em abril de 2007, cerca de 1 ano e 9 meses de remissao completa medular, paciente passou a apresentar cefaléia e vômitos. CT de crânio revelou lesao expansiva no hemisfério cerebelar direito. Submetida à craniotomia com ressecçao completa da lesao. O anatomopatológico do tumor foi de aspecto morfológico consistente com infiltraçao por neoplasia hematopoética, compatível com LMA após confirmaçao por imunohistoquímica. Submetida à radioterapia e quimioterapia (QT) intra-tecal. Em agosto de 2007, paciente passou a relatar dor supra-púbica e urgência miccional,. US do aparelho urinário demonstrou espessamento acentuado da parede vesical posterior e discreta hidronefrose bilateral. Biopsia vesical obtida por cistoscopia revelou aspectos morfológicos consistentes com infiltraçao leucêmica vesical. Submetida a novo ciclo de QT pois também havia recidiva medular. Com melhora da sintomatologia. Em fev 2008, foi internada com oliguria e uremia sendo iniciado tratamento dialítico US e CT revelaram hidronefrose bilateral e espessamento importante de parede vesical. Submetida à nefrostomia percutânea à D, com recuperaçao da funçao renal e alta do tratamento dialítico. Submetida a um novo ciclo de QT em março de 2008, com recuperaçao do volume urinário por via uretral e reduçao do diâmetro da parede vesical, sendo retirada a sonda de nefrostomia, com alta hospitalar em abril de 2008.
CONCLUSAO: O sarcoma granulocítico (cloroma) é uma forma extra-medular de LMA. A sua localizaçao na bexiga é extremamente incomum.

 


PO195

Seguimento tardio de pacientes com doença renal na unidade de terapia intensiva (UTI): comparaçao entre insuficiência renal aguda (IRA) e doença renal crônica (DRC)

RIBEIRO, RHCM(1); ZANETTA, DMT(1); CIPULLO, JP(1); LIMA, EQ(1); LOBO, S(1); BURDMANN, EA(1)

Hospital de Base da Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto(1)

OBJETIVO: Comparar o desfecho tardio de pacientes com IRA e DRC estágio 5 sobrevivendo à internaçao em UTI.
MÉTODOS: Todos os pacientes admitidos em uma UTI de um hospital universitário terciário (HB da FAMERP) entre1998 e 2000 foram analisados. Foram identificados 239 pacientes com IRA e 28 com DRC que sobreviveram à internaçao. Em 11 pacientes nao foi possível fazer o seguimento. O tempo de seguimento para 231 pacientes com IRA foi 8,7 anos e de 8,5 anos para 25 pacientes com DRC. Os dados sao apresentados como mediana (intervalo) ou porcentagem.
RESULTADOS: A mortalidade tardia foi maior no grupo IRA: 80,5% vs 48% em DRC (p<0,001). Variáveis analisadas no tempo de internaçao da UTI mostraram que os pacientes com IRA eram mais velhos (58,6 [14,5-98,6] vs 43,2 [16,1-75,9] anos em DRC, p=0,001), apresentava mais homens (65,4 vs 48 % in DRC, p=0,086), ficaram internados por um tempo maior (8 [1-89] vs 5 [2-45] dias em DRC, p=0,032), tinham menor Cr à admissao na UTI (1,3 vs 6,7 mg/dl em DRC, p<0,001) e maior prevalência de choque (66,7 vs 26% em DRC, p=0,002). Os pacientes com DRC tinham maior prevalência de hipertensao (84 vs 66,7% em IRA, p=0,077), maior porcentagem de admissao por causas clínicas na UTI (100 vs 71% em IRA, p=0,002), maior prevalência de diálise (100 vs 32% em IRA, p<0,001) e maior prevalência de insuficiência respiratória (76 vs. 10,4%, p<0,001). Número de falências organicas, prevalência de diabetes e de doenças cardiovasculares, porcentagem de re-admissao na UTI, prevalência de infecçao, acidose metabólica e hipercalemia foram similares nos 2 grupos. As curvas Kaplan-Meier de sobrevida de pacientes com IRA e DRC foram diferentes (log-rank p=0,015). O modelo proporcional de COX mostrou que idade (p=0,038) e IRA (p=0,044) foram as variáveis associadas à mortalidade tardia.
CONCLUSAO: Pacientes com IRA que sobreviveram à internaçao em UTI apresentaram mortalidade tardia significativamente maior do que pacientes com DRC que sobreviveram à internaçao no mesmo período.


PO196

Monitorizaçao da funçao renal em pacientes tratados com aminoglicosídeo em hospital universitário

DIAS, MGCA(1); CAMPOS RG(1); SOARES, PJP(1); OLIVEIRA, JFP(1); BURDMANN EA(1)

Hospital de Base da Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto(1)

OBJETIVO: Analisar se os pacientes que utilizaram aminoglicosideo (AG) em um hospital universitário terciário tiveram sua funçao renal monitorizada em algum momento durante o uso deste antibiótico.
MÉTODOS: Foram analisados os prontuários dos pacientes que fizeram uso de AG no HB da FAMERP entre fevereiro e junho de 2007. Coletaram-se informaçoes sobre tempo de uso, creatinina sérica (Cr, até 30 dias antes, durante e até sete dias após o uso do AG) e enfermaria (clínica ou cirúrgica) onde o paciente estava internado. Foram incluídos pacientes maiores de 12 anos e excluídos os pacientes da Pediatria, Emergência e Terapia Intensiva.
RESULTADOS: AG foi utilizado em 946 pacientes, sendo que 786 (83%) eram da área cirúrgica e 160 (17%) da área clínica. O AG foi utilizado por um dia em 590 pacientes (grupo A), 217 utilizaram dois a quatro dias (grupo B) e 139 por mais de cinco dias (grupo C). A maioria dos pacientes do grupo C estava na área cirúrgica (67%). Cr nao foi solicitada em 239 (30,4%) pacientes da área cirúrgica e em 10 (6,25%) paciente da área clínica (p<0,0001 clínica vs cirúrgica). A Cr nao foi solicitada em 20% dos pacientes que usaram AG por mais de cinco dias (18,2% da área cirúrgica e 2,1% da área clínica, p=0,0066). Setenta pacientes apresentaram Cr > 1,5 mg/dl até 30 dias antes do uso de AG (39 na cirurgia e 31 na clínica). Houve pedido adicional de dosagem de Cr durante ou após o uso de AG em apenas 51 destes pacientes (61% na cirurgia e 87% na clínica, p=0,029). Entre os pacientes com Cr monitorizada após o uso de AG detectou-se aumento de Cr > 0,3 mg/dl em 17,3% dos pacientes clínicos e 9,6% dos pacientes cirúrgicos.
CONCLUSAO: Nao se detectou monitorizaçao adequada da funçao renal em número expressivo dos pacientes internados recebendo aminoglicosideos, incluindo aqueles com funçao renal basal já alterada. Este achado foi significativamente mais freqüente em áreas cirúrgicas. Estes resultados reforçam a necessidade de campanhas educativas sobre nefrotoxicidade de drogas, mesmo em hospitais universitários.

 


PO197

Efeito da doença renal crônica prévia no prognóstico tardio de pacientes criticamente enfermos submetidos a diálise

THOME, FS(1); BALBINOTTO, A(1); GUIMARAES, JF(1); HECK, R(1); GONCALVES, TH(1); MORSCH, C(1); BARROS, EJG(1)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1)

Aproximadamente 30% dos pacientes com dano renal agudo (DRA) sao portadores de doença renal crônica (DRC) que pode estar associada a um pior prognóstico.
OBJETIVO: Avaliar a sobrevida e a recuperaçao da funçao renal após a alta em pacientes com dano renal agudo portadores de DRC.
MÉTODOS: Estudo prospectivo de coorte incluiu todos os pacientes adultos, com dano renal agudo e necessidade de diálise, admitidos em CTI de junho de 2006 a abril de 2008. Os pacientes foram divididos em dois grupos: sem DRC prévia, creatinina sérica normal, ou com DRC. Os sobreviventes foram contatados até um ano após a alta hospitalar, avaliando mortalidade e permanência em diálise. Análise estatística usou o programa SPSS, versao 14.0. Curvas de sobrevida foram calculadas com o método de Kaplan-Meier, e o modelo de Cox foi usado para análise multivariada dos fatores prognósticos, com nível de significância de 0,05.
RESULTADOS: Um total de 385 pacientes internados no CTI desenvolveram DRA com necessidade de diálise. Destes, 56% eram homens, e a idade média 57,3±16,8 anos. A maioria, 296 (77%), nao tinha DRC e 89(23%) eram portadores de DRC prévia. Um total de 73 pacientes (19%) estava vivo até um ano após alta hospitalar, 58 (19,6%) do grupo sem DRC, e 16 (18%), com DRC prévia ao insulto renal agudo (p>0,05). Dos sobreviventes, 11 (15%) permaneceram dependentes de diálise sem recuperaçao da funçao renal. Destes, 3 (4% dos sobreviventes e 1% do grupo inicial) eram do grupo sem DRC e 8 (11% dos sobreviventes e 9% do grupo inicial) do grupo com DRC (p<0,05). A análise de Cox mostrou que os pacientes que recuperaram a funçao renal eram mais do grupo DRA (p=0,019), mais jovens (p=0,017) e usaram vasopressor menos freqüentemente (p<0,001). Considerando o desfecho combinado de mortalidade e estar em diálise observamos que o único fator associado a pior prognóstico foi ter DRC prévia (p=0,008).
CONCLUSAO: Observamos que a mortalidade dos pacientes com DRA foi semelhante em portadores ou nao de DRC prévia. No entanto, a permanência em diálise foi significativamente maior nos portadores de DRC, nos mais idosos e naqueles que usaram vasopressor.

 


PO198

Ativaçao da via de sinalizaçao do NFKB pelo LPS e alta concentraçao de glicose em células mesangiais humanas em cultura

ABREU, NP(1); TASSETANO, RCT(1); OLIVEIRA, AS(1); BORGES, FT(1); SALES, EBO(1); MACHADO, J(1); SCHOR, N(1)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)

INTRODUÇAO: A Injúria Renal Aguda (IRA) está freqüentemente associada com a falência múltipla de órgaos e sepse. A presença do Diabetes Mellitus (DM) pode comprometer a evoluçao e o prognóstico da IRA.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do lipopolissacáride da E.coli (LPS) na presença de elevadas concentraçoes de glicose em células mesangiais humanas imortalizadas em cultura (hMC), mimetizando ambiente diabético.
MÉTODOS: Foram utilizadas hMC cultivadas em meio DMEM. O “DM” foi induzido através de exposiçao das hCM ao meio hiperglicêmico (30mM), nos tempos de 10min, 30min, 1h, 5h e 24h. A “sepse” foi provocada pela incubaçao com LPS 100µg/ml, nos mesmos tempos. A expressao gênica do p65, membro da família do NF&#61547; B foi analisada por PCR em tempo real; a quantificaçao da Ang II foi analisada por ELISA. Realizou-se Western Blot para estudo dos níveis de fosforilaçao do AKT.
RESULTADOS: A expressao do RNAm do p65 aumentou nos grupos Glicose (3,3 +/-0,2 unidades arbitrárias) e LPS (3,3 +/-0,6 unidades arbitrárias) comparado ao grupo controle (1,0 +/0,09 unidades arbitrárias) (p<0,05) após 24h. Foram observados aumentos constantes nos níveis de fosforilaçao do AKT em células tratadas com meio hiperglicêmico durante 10min a 5h, entretanto a exposiçao ao LPS induziu um aumento tempo-dependente nos níveis de fosforilaçao desta proteína nestes mesmos períodos. Interessantemente, os níveis de Ang II foram reduzidos nos grupos LPS 1h e 24h (0,3 +/-0,05 e 0,3 +/-0,01 ng/ml) respectivamente comparado ao grupo nao tratado (0,5 +/-0,01 ng/ml) (p<0,05).
CONCLUSAO: Esses dados sugerem que a exposiçao ao meio hiperglicêmico e ao LPS induziram ativaçao da via de sinalizaçao do NFkB e aumentaram sua expressao gênica nas células mesangiais humanas. Este aumento pode estar envolvido na inibiçao da produçao de Ang II nestas células.


PO199

Envolvimento crítico da citocina IL-12 na lesao de isquemia e reperfusao renal

PAIVA, VN(1); CAMARA, NOS(1); MONTEIRO, RMM(2); PACHECO-SILVA, A(2); REIS, MA(3); TEIXEIRA, VAP(3)

Universidade de Sao Paulo(1)
Universidade Federal de Sao Paulo(2)
Universidade Federal do Triângulo Mineiro(3)

INTRODUÇAO: A lesao de isquemia e reperfusao renal é considerada uma síndrome inflamatória, onde a resposta do sistema imune inato e adaptativo tem uma funçao decisiva. Contudo, vários trabalhos já demonstraram a participaçao de citocinas na lesao renal. O papel das citocinas que possam estar envolvidas com os severos danos renais decorrentes da lesao de isquemia e reperfusao ainda é objeto de estudo. Aqui,nós investigamos a funçao de várias citocinas relacionadas a via Th1 e Th2.
MÉTODOS: Animais nocaute para citocinas IL-12, IL-10/IL-12, IL-4, IFN-γ e IFN-γ/IL-12 com seus respectivos controles C57BL/6, ambos foram submetidos à oclusao dos pedículos renais por 45 minutos, seguido por 24 horas. Em cada grupo, sangue e rins foram coletados para análise. A funçao renal foi estimada pela dosagem dos níveis de creatinina plasmática, análises morfológicas e a expressao de genes citoprotetor como HO-1 e o gene pró-inflamatório como IL-6 por tempo renal também foram investigadas.
RESULTADOS: Os camundongos IL-12 KO e os animais duplo nocaute em IFN-γ/IL-12 foram absolutamente protegidos. Os animais duplo nocaute para IL-10/IL-12 apresentam maior dano renal quando comparado com os animais IL-12 KO. Ao contrário, animais IL-4 KO que apresentam um dano renal semelhante quando comparados com os animais controles. De forma interessante, os animais IFN-γ KO apresentam maior dano renal quando comparado com os animais selvagens. Os animais que nao foram protegios da lesao renal como IL-4, IL-10/IL12 e IFN-γ apresentaram maior expressao gênica HO-1 e da citocina IL-6.
CONCLUSAO: A citocina específica do perfil Th1 (IL-12) esta certamente envolvida com a lesao de isquemia e reperfusao demonstrando que essa citocina é deletéria para o tecido renal e seu micro ambiente pode amplificar a resposta inflamatória e inibir a resposta protetora tecidual.

 


PO200

Pré-condicionamento induzido por gentamicina em células LLC-PK1 envolve produçao de NO, endotelina-1, mas nao HSP 70 e 90

PESSOA, EA(1); CONVENTO, MB(1); BORGES, FT(1); SCHOR, N(1)

Unifesp, Disciplina de Nefrologia(1)

Pré-condicionamento refere-se à situaçao em que um animal, órgao ou célula submetida a uma agressao adquire resistência quando a agressao é repetida. O mecanismo dessa proteçao é desconhecido, mediadores como óxido nítrico, adenosina e várias “heat shock proteins” (HSP) podem estar envolvidas. Este trabalho tem como objetivo estudar o pré-condicionamento induzido pelo antibiótico gentamicina (GENTA) em células tubulares renais proximais. Células LLC-PK1 foram submetidas à GENTA (2mM) e o mesmo insulto foi aplicado após 1 e 2 semanas.Necrose e apoptose foram determinadas por corantes específicos. Proliferaçao foi estudada pela contagem do número de células. Produçao de óxido nítrico foi avaliada pelo método de Griess e a quantificaçao da endotelina-1 foi feita por um kit específico. Avaliaçao das HSC 70 constitutiva, HSP 70 induzível e HSP 90 foi feita por western blotting. Houve um aumento significativo na necrose e apoptose induzida pelo tratamento com GENTA (necrose: 23,5 ± 4,3 %; apoptose: 26,5 ± 2,8%) quando comparados ao controle (necrose: 11,8 ± 4,4 %; apoptose: 3,2 ± 1,2 %). Após pré-condicionamento por 2 semanas, observamos uma diminuiçao na necrose e apoptose induzida por GENTA (necrose 6,5 ± 0,3 %; apoptose: 6,5 ± 2,1 %) e um aumento significativo na proliferaçao celular que retornou ao níveis normais do controle mesmo na presença de GENTA. A produçao de NO e endotelina-1 aumentou significativamente após précondicionamento por 2 semanas, mas nao houve diferença na produçao das HSP 70, HSC 70 e HSP 90. Os resultados sugerem que as células LLC-PK1 foram précondicionadas duas semanas após estímulo com GENTA. A produçao de NO e endotelina-1, mas nao a produçao de HSP 70, HSC 70 e HSP 90, estao envolvidas no pré-condicionamento pela gentamicina.


PO201

Pentoxifilina na insuficiência renal aguda isquêmica em ratos

OKUMURA, AS(1); RODRIGUES, LE(2); MARTINELLI, R(1)

Serviço/Disciplina de Nefrologia, Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia(1)
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Fundaçao Bahiana para o Desenvolvimento da Ciência(2)

OBJETIVO: Isquemia é uma importante causa de insuficiência renal aguda (IRA). Pentoxifilina (PTX), derivado da metil-xantina, aumenta a oxigenaçao tissular e a funçao endotelial e inibe a produçao de citocinas pro-inflamatórias. Adicionalmente, foi documentado efeito protetor da PTX na IRA experimental relacionada a endotoxina. O objetivo do presente estudo foi avaliar o possível efeito protetor renal da PTX na isquemia, através da medida da respiraçao mitocondrial como índice de lesao celular.
MATERIAL E MÉTODOS: Ratos Sprague-Dawley foram submetidos a nefrectomia à direita. O rim esquerdo foi, entao submetido a isquemia por clampeamento da artéria renal durante 45 minutos. Imediatamente após a retirada do clamp, 1ml da soluçao de PTX (100 mg/ml) foi injetada por via endo-venosa; no grupo controle, submetido aos mesmos procedimentos, foi injetado 1 ml de salina. Cinco minutos após a injeçao, o rim esquerdo foi removido, homogeneizado e submetido a centrifugaçao diferencial refrigerada. A atividade mitocondrial foi avaliada pelo consumo de oxigênio, medido polarograficamente.
RESULTADOS: A respiraçao endógena mitocondrial de rins de ratos tratados com salina foi 9.20 + 1.0 &#951; mol O2/mg proteina/min e do grupo tratado com PTX foi 8.9 + 1.4 &#951; mol O2/mg proteina/min (p>0.05). Quando estimulado por succinato houve aumento similar no consumo de oxigênio nos dois grupos: 17.9 + 2.3 e 18.1 + 2.1&#951; mol O2/mg proteina/min no grupo controle e no grupo tratado com PTX, respectivamente (p>0.05).
CONCLUSAO: No presente estudo nao foi demonstrado efeito protetor renal da PTX na isquemia. É possível que ao tempo da administraçao da PTX as mitocôndrias já estivessem lesadas pelo processo de isquemia/reperfusao e o seu efeito tenha sido insuficiente para reverter a lesao celular.


PO202

Fas solúvel está associado com anemia nos pacientes graves com ira em hemodiafiltraçao contínua

GOES, MA(1); QUINTO, BMR(1); DALBONI, MA(1); CENDOROGLO, M(2); PAVAO, OF(2); MONTE, JC(2); DURAO, MS(2); PEREIRA, VG(2); OLIVEIRA, M(2); IZUKA, I(2); SANTOS, BFC(2); BATISTA, MC(1)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)
Hospital Israelita Albert Einstein(2)

OBJETIVO: Avaliar a associaçao entre os níveis séricos de sFas e os níveis de hemoglobina (Hb) nos pacientes graves com IRA em hemodiafiltraçao veno-venosa contínua (CVVHDF).
MÉTODOS: Foram analisados 40 pacientes graves com IRA em CVVHDF e 29 indivíduos controles saudáveis. Dados demográficos incluíram idade, sexo e APACHE II na admissao do paciente no Centro de Terapia Intensiva (CTI). As amostras sanguíneas foram coletadas na admissao da CTI, antes do início da CVVHDF e 24h após o início da CVVHDF. Foram dosados níveis séricos de: Hb, sFas, interleucina-10 (IL10), eritropoietina sérica (Epo) em todos os pacientes.
RESULTADOS: Comparados aos controles saudáveis, os pacientes com IRA apresentaram menores níveis de Hb, maiores níveis séricos de sFas antes do início da CVVHDF (p<0,001). Após 24 h de CVVHDF, os pacientes com Hb<9,0 g/dl na admissao da CTI apresentaram níveis séricos de sFas maiores (5966+2159) comparados com pacientes com níveis de Hb>9,0 g/dl (4292+2392; p=0,03). Os níveis séricos de sFas após 24h de CVVHDF (4877+ 2424) foram maiores do que no início da CVVHDF (4121+ 2145; p<0,001), enquanto que os níveis de Hb apresentaram uma tendência a diminuir do início (9,4+1,5) para após 24h de CVVHDF (9,2+1,0; p=0,44). Os níveis séricos de Epo no início da CVVHDF (79,9+ 93) foram menores do que após 24h (117+110; p=0,03). No início da CVVHDF os níveis séricos de sFas apresentaram correlaçao negativa com Hb (r= -0,35; p=0,03). Observamos também que os níveis séricos de sFas apresentaram correlaçao positiva com os níveis séricos de IL-10 após 24h de CVVHDF (r=0,48; p=0,02); Por sua vez os níveis séricos de IL-10 após 24h de CVVHDF apresentaram correlaçao positiva com os níveis de Epo sérica após 24h (r=0,33; p=0,03). 24 pacientes receberam tratamento com rHuEPO desde o início da CVVHDF, sendo que 04 (16,7%) evoluíram para óbito.
CONCLUSAO: Anemia e elevados níveis séricos de sFas sao prevalentes e associados nos pacientes graves com IRA em terapia renal substitutiva. Os níveis de sFas foram maiores nos pacientes com anemia pronunciada, inferindo potencial atuaçao desta proteina na gênese da anemia nestes pacientes.


PO203

Prevençao da nefrotoxicidade por contraste em pacientes oncológicos: comparaçao de hidrataçao com cloreto de sódio e bicarbonato de sódio

SILVA, RG(2,3); SILVA, NG(2); ZANETTA, DMT(1); BURDMANN, EA(1,3)

Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto(1)
Hospital do Câncer da Fundaçao PIO XII(2)
Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo(3)

OBJETIVO: Testar a eficácia da hidrataçao com soluçao de bicarbonato de sódio 154 mEq/L (1,3%) e a hidrataçao com cloreto de sódio a 154 mEq/L (0,9%), na prevençao da nefrotoxicidade por contraste em pacientes oncológicos.
MÉTODOS: Os indivíduos do estudo sao pacientes oncológicos do Hospital do Câncer da Fundaçao PIO XII de Barretos, submetidos à tomografia computadorizada com uso de contraste radiológico de baixa osmolaridade. Os critérios de inclusao sao idade > 18 anos, filtraçao glomerular (RFG) estimada (MDRD) > 30 e &#8804; 60 ml/min/1,73m2 e/ou ser portador de diabetes melitus e ter assinado consentimento informado. Os pacientes sao randomizados em dois grupos, grupo Bic (bicarbonato) recebe soluçao contendo 154 mEq/L de bicarbonato de sódio em água, em infusao contínua a 3 ml/Kg/h, 1 hora antes do procedimento e a 1 ml/Kg/h durante o exame e por 6 horas após o procedimento. O grupo SF (soro fisiológico) recebe soluçao contendo 154 mEq/L de cloreto de sódio em água, em infusao contínua a 3 ml/Kg/h, 1 hora antes do procedimento e a 1 ml/Kg/h durante o exame e por 6 horas após o procedimento. Nefropatia por contraste foi definida como queda de 25% no RFG basal, necessidade de diálise ou aumento &#8805; 0,5 na creatinina pré contraste após 48/72 horas do exame.
RESULTADOS: Foram incluídos até o momento 21 pacientes, 11 no grupo Bic e 10 no grupo SF. Os grupos SF e Bic foram semelhantes quanto à idade (60±4 e 61±3 anos), peso (75±3 e 66±4 kg), volume de contraste (100 e 105 ml), creatinina basal (0,84±0,08 e 0,83± 0,08 md/dl) e RFG précontraste (97±10 e 78±8 ml/mim/1,73 m2). Nenhum paciente desenvolveu nefropatia por contraste até o momento.
CONCLUSAO: Nesta amostra inicial, a hidrataçao com bicarbonato de sódio apresentou eficácia similar à com cloreto de sódio na prevençao da nefrotoxicidade por contraste em pacientes oncológicos submetidos à tomografia computadorizada.

 


METABOLISMO MINERAL

PO204

Hiperparatireoidismo severo em fase conservadora de nefropatia diabética: relato de caso

FERRAZ, FHRP

Hospital Regional da Asa Norte(1)

INTRODUÇAO: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma complicaçao frequente da insuficiência renal crônica e de grande impacto na morbi-mortalidade cardiovascular destes pacientes. É estimado que 30% dos pacientes renais crônicos dialíticos tenham algum grau de HPTS. Os dados atuais quanto a prevalência de HPTS nas fases conservadoras ainda sao conflitantes.
OBJETIVO, MATERIAIS E MÉTODOS: Relato de caso de paciente com severo HPTS encaminhado ao nosso serviço. Relato caso: JNR, 59 anos, masculino, encaminhado ambulatório nefrologia geral (janeiro/07)devido disfunçao renal. Queixas: “urina espumosa”, nictúria e dores difusas membros inferiores há 3 meses. Antecedentes pessoais: diabético há 8 anos, Hipertenso há 10 anos, dislipidemia, hiperuricemia e litiase renal recentes. Em uso irregular de: daonil, diamicron, metformina, captopril e nifedipina .Exame físico: hipocorado +/+4, PA 160X80 mmHg, sem edema de membros inferiores. Exames laboratoriais (jan/07): hemoglobina 10mg/dl; hematócrito 30; uréia 99; creatinina 3.8 (clearance estimado 23 ml/min), cálcio 13, fósforo 3,6 fosfatase alcalina 184, ácido úrico 12mg/dl, glicemia 124mg/dl, hbglicosilada 7%, proteinúria 1,17g/24horas. Fundoscopia= compatível com retinopatia diabética naoproliferativa.Exames imagem(jan/07): Ultrassom= rins tamanho normal; CT abdomen= presença de calcificaçoes parietais extensas acometendo aorta abdominal e vasos ilíacos. Solicitado PTH e Cintilografia Paratireóides.
RESULTADOS: PTH=1.595 pg/ml, Cintilografia= presença adenoma paratireóide em 1/3 inferior lobo tireoidiano direito. Evoluçao: submetido paratireoidectomia subtotal em julho/07 com boa evoluçao e alta uma semana após.Anátomo-patológico= adenoma folicular sem evidência neoplasia. Evoluçao: bom ganho ponderal (4 kg em 9 meses), melhora polaciúria e da funçao renal (Cr 3,1; clearance 35ml/min).
DISCUSSAO: Mesmo em subgrupos com maior prevalência de quadros adinâmicos (como os pacientes idosos e/ou diabéticos), é necessário avaliaçao rotineira da doença mineral óssea dos pacientes renais crônicos ainda em fase de tratamento conservador devido seu importante impacto na sobrevida renal e cardiovascular dos mesmos

 


PO205

Severo hiperparatireoidismo em fase conservadora de nefropatia diabética – Relato caso

PAES-FERRAZ, FHR(1); QURINO, RM(1); CHICON, R(1); CAVECHIA, SR(1)

Hospital Regional da Asa Norte(1)

INTRODUÇAO: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma complicaçao frequente da insuficiência renal crônica e de grande impacto na morbi-mortalidade cardiovascular destes pacientes. É estimado que 30% dos pacientes renais crônicos dialíticos tenham algum grau de HPTS. Os dados atuais quanto a prevalência de HPTOS nas fases conservadoras ainda sao conflitantes. Objetivo,
MATERIAIS E MÉTODOS: Relato de caso de paciente com severo HPTS encaminhado ao nosso serviço. Relato caso: JNR, 59 anos, masculino, encaminhado ambulatório nefrologia geral em janeiro/07 devido disfunçao renal. Queixas: “urina espumosa”, polaciúria, nictúria e dores difusas membros inferiores há 3 meses. Antecedentes pessoais: diabético há 8 anos, Hipertenso há 10 anos, dislipidemia, hiperuriciemia e litiase renal recentes. Em uso irregular de hipoglicemiantes orais e nifedipina. Exame físico: hipocorado +/+4, PA 160×80 mmHg, sem edema de membros inferiores. Exames laboratoriais: hb 10mg/dl; ht 30; uréia 99; creatinina 3.8 (clerance 23ml/min), fosfatase alcalina 184, cálcio 13, fósforo 3,6, ácido úrico 12 mg/dl, glicemia 124 mg/dl, hbglicosilada 7%, proteinúria 1,17g/24 horas. Fundoscopia= compatível com retinopatia diabética nao-proliferativa. Exames imagem: Ultrassom= rins de tamanho nl; CT abomen= presença de calcificaçòes parietais extensas acometendo aorta abdominal e vasos ilíacos. Solicitado PTH e cintilografia paratireóides.
RESULTADOS: PTH=1.595 pg/ml, Cintilografia= presença hipercaptaçao em 1/3 inferior lobo tireoidiano direito. Evoluçào: submetido paratireoidectomia subtotal em julho/07 com boa evoluçao e alta uma semana após. Anátomo-patológico= adenoma folicular sem evidência neoplasia. Evoluçao: bom ganho ponderal (14kg em 9 meses), melhora anemia e da funçào renal (Cr 3,1; clearance 35ml/min).
DISCUSSAO: Mesmo em subgrupos com maior prevalência de quadros adinâmicos (como pacientes idosos e/ou diabéticos), é necessároio avaliaçao rotineira da doença mineral óssea dos pacientes renais crônicos em conservador.

 


PO206

Avaliaçao etiológica e aspectos clínicos de pacientes portadores de cálculo coraliforme(CC)

AMARO, CRPR; RUIZ, CRPT; DAMASIO, P; GOLDBERG, J; AMARO, JL; MUNHOZ, T

Faculdade de Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista – UNESP(1)

INTRODUÇAO: O CC representa 10 a 20% da nefrolitíase. Sua etiopatogenia está associada à infecçao. Outros fatores exercem papel na sua formaçao : as alteraçoes anatômicas do trato urinário e as alteraçoes metabólicas. O objetivo foi avaliar as causas dos CC.
PACIENTES E MÉTODOS: De fevereiro de 2000 até fevereiro 2008 foram atendidos 630 pacientes. Os critérios de inclusao foram: CL cr >60 ml/min e urocultura negativa. Avaliados: antecedentes de ITU, malformaçao, história familiar, procedimentos urológicos. A investigaçao metabólica consistiu da coleta de urina de 24 horas: Cálcio, fósforo, ácido úrico, sódio, potássio, magnésio, oxalato e citrato e séricas de: Ca, P, AcU, Na, K, Mg, Cl, PTH e pH urinário.
RESULTADOS: Encontrados 37 (5,8%) pacientes portadores de CC, cuja idade variou de 25 a 68 anos. Destes, 35 mulheres e 2 homens. Em 6 pacientes os cálculos eram bilaterais e 31 unilaterais. Encontramos 10 pacientes nefrectomizados unilateralmente, por complicaçoes e 1 caso de estenose de JUP. 27 pacientes foram tratados pela LECO, 15 submetidos à nefrolitotomia percutânea prévia ou cirurgia aberta. 18 (48,6%) apresentavam história clínica de ITU. Bactérias encontradas: Proteus mirabilis E.coli, Klebsiella, enterobacter faecalis, streptococus, e em 6 nao pode ser identificado. Destes 37 pacientes com CC, 22 foram submetidos à investigaçao metabólica por atenderem aos critérios de inclusao. Dos 22, 15 (68,18 %) apresentavam alteraçoes.. Dos 15 pacientes com alteraçoes metabólicas, tivemos: 9 (64,2%) com hipercalciúria, 8 (53,3%) com hipocitratúria, 3 (21,4%) com hiperuricosúria, 2 (14,2%) com hipomagnesúria e 1 (7,1 %) com hiperoxalúria, 1(7,1%) hiperparatiroidismo primário, e 1(7,1%) de acidose tubular renal distal tipo 1.
DISCUSSAO E CONCLUSAO: A ITU exerce importante papel na formaçao do CC. Encontramos 5,8% de CC. Protocolos de tratamento e acompanhamento deste pacientes portadores de CC devem estar voltados para a prevençao da recorrência através da correçao dos distúrbios metabólicos e o controle da infecçao.


PO207

Distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica em pacientes em tratamento dialítico

BASTOS, KA(2); PEREIRA, DR(2); MENDONÇA, AS(1); MENDONÇA, LMM(2); ANDRADE JUNIOR, MP(1)

CLINESE – Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1)
Universidade Federal de Sergipe(2)

INTRODUÇAO: Distúrbio mineral e ósseo na doença renal crônica (DMO-DRC) é complicaçao comum e importante causa de morbi-mortalidade e reduçao na qualidade de vida
OBJETIVO: Avaliar o DMO-DRC em pacientes em diálise.
MÉTODOS: Analisaram-se os níveis séricos de paratormônio intacto (PTHi), fosfatase alcalina total (FAT), alumínio, cálcio corrigido, fósforo, produto cálcio-fósforo (CaxP), uso de medicaçoes para controle do DMO-DRC e histórico e manifestaçoes clínicas de 264 pacientes adultos em diálise. Pacientes em hemodiálise foram comparados aos em diálise peritoneal (DP). Compararam-se também os pacientes com hiperparatiroidismo secundário (HPT), grupo A (PTH>450), com os de turnover ósseo incerto, grupo B (PTH<450), onde se incluíam os de doença de baixo remanejamento (DOBR) (PTH<150). Utilizaram-se na análise estatística os testes Qui-quadrado, exato de Fisher e “t” de Student (p<0,05).
RESULTADOS: Predominaram hipercalcemia (60,6%), níveis normais de FAT (51,7%), de fósforo (63,5%) e de CaxP (88,6%) e níveis de PTHi fora do recomendado (70,9%). Dor óssea foi a manifestaçao clínica mais freqüente (26,1%) e cloridrato de sevelamer, o quelante de fósforo mais prescrito (74,8%). Os em DP eram mais velhos (p = 0,0007), apresentavam valores médios de albumina inferiores (p < 0,0001) e de cálcio e CaxP superiores aos em hemodiálise (p < 0,0001, p = 0,024, respectivamente), nao havendo diferença para os demais parâmetros estudados. A prevalência de HPT (20,8%) foi menor que a de DOBR (33,8%). O grupo A apresentava maiores médias de FAT (p<0,01), de fósforo (p=0,01), de CaxP (p=0,017) e de tempo em diálise (p<0,0001), e o grupo B, de alumínio (P=0,028).
CONCLUSOES: A prevalência de DOBR foi elevada. HPT relacionouse ao tempo em diálise, independentemente da modalidade. Apesar de a biópsia óssea ser o padrao-ouro na análise da DMO-DRC, as limitaçoes técnicas e financeiras à sua utilizaçao justificam a investigaçao inicial da maioria dos pacientes por métodos nao invasivos.


PO208

Software para implantar as diretrizes do K/DOQI no controle do metabolismo mineral em pacientes renais cronicos

AMARAL FILHO, G(1); CUNHA, DR(1); BASALDUA, SB(2); RODRIGUES, FC(1); TRINDADE, TC(2); OKADA, AU(2); YOKOYAMA, JS(1); AMARAL, G(1); GORDAN, PA(2)

Nefroclinica de Londrina(1)
IPECET – Instituto de Pesquisa Clinica, Ensino e Tecnologia(2)

OBJETIVO: Diante das dificuldades para implantar as diretrizes do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative – metabolismo mineral (K/DOQI) em uma unidade de diálise, desenvolvemos um software visando auxiliar a tomada de decisoes da equipe médica, uniformizar condutas, facilitar a impressao de documentos e a realizaçao de pesquisas.
MATERIAL E MÉTODOS: O software, chamado NefroOnline – módulo metabolismo mineral (NOL), foi desenvolvido em linguagem PHP/MYSQL, para uso online na Internet. O NOL recebe as informaçoes (dados clínicos, exames, medicamentos em uso), faz a interpretaçao de acordo com um algoritmo baseado no K/DOQI, e apresenta ao usuário médico as condutas sugeridas para o paciente naquele momento. O usuário médico interpreta as sugestoes e decide qual a conduta final. Após a confirmaçao da conduta final, o NOL gera documentos, como receitas, solicitaçoes e justificativas, facilitando as impressoes. O NOL emite a Revista Informativa de Nefrologia (RIN), um boletim mensal individualizado para cada paciente, com as informaçoes sobre os exames e medicamentos prescritos. Também gera gráficos e pesquisas que podem ser analisados online ou em outros programas, como Excel. O software foi testado na Nefroclínica de Londrina, com um segmento médio de 200 pacientes durante dois anos.
RESULTADOS: A utilizaçao do NOL facilitou a implantaçao das Diretrizes do K/DOQI na unidade, uniformizando as condutas médicas. O tempo disponibilizado para a emissao de receitas, justificativas e solicitaçoes médicas foi drasticamente reduzido na unidade. A emissao do boletim mensal com informaçoes individuais para cada paciente aumentou o envolvimento do paciente e familiares com o tratamento, melhorando a adesao à terapia. A analise dos gráficos e pesquisas possibilitou um melhor conhecimento do perfil do grupo dos nossos pacientes.
CONCLUSAO: O uso do NOL facilitou a implantaçao do K/DOQI e a uniformizaçao das condutas médicas, além de reduzir o tempo necessário para impressao de documentos. Também facilitou a geraçao de pesquisas e análise da realidade dos pacientes do serviço.


PO209

Efeito dos quelantes de fósforo sobre o estresse oxidativo e marcadores inflamatórios nos pacientes em hemodiálise

PERES, AT(1); DALBONI, MA(1); CANZIANI, ME(1); MANFREDI, SR(1); CARVALHO, JTG(1); BATISTA, MC(1); CUPPARI, L(1); CARVALHO, AB(1); MOYSES, RMA(2); GUIMARAES, N(1); JORGETTI, V(2); ANDREOLI, MC(1); DRAIBE, SA(1); CENDOROGLO, M(1)

UNIFESP(1)
USP(2)

OBJETIVO: Avaliar o efeito dos quelantes de fósforo Hidrocloreto de Sevelamer (Sevelamer) e Acetato de Cálcio sobre o estresse oxidativo e os marcadores inflamatórios nos pacientes em Hemodiálise (HD).
MÉTODOS: Os pacientes em HD foram randomizados para receber a terapia com Sevelamer (n = 17) e Acetato de Cálcio (n = 14). Foram dosados no início e após 12 meses de seguimento: 1) Parâmetros de estresse oxidativo: produçao espontânea de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) por neutrófilos polimorfonucleares (PMN) (citometria de fluxo, utilizando o DCFH-DA como marcador); 2) Parâmetros da capacidade funcional dos PMN através da fagocitose e produçao estimulada de ERO (por citometria de fluxo, usando S. aureus marcado com PI); 3) Parâmetros inflamatórios: Níveis séricos de TNF-&#945; , IL-10 (ELISA), Proteína C-reativa (PCR) (quimiluminescência) e Albumina (colorimétrico), 4) Parâmetro laboratorial: LDL-colesterol (LDL) (método automatizado).
RESULTADOS: Observamos uma reduçao da geraçao espontânea de ERO pelos PMN (p<0,05) nos pacientes tratados com quelantes de fósforo. Por outro lado observamos uma reduçao na produçao estimulada de ERO somente no grupo tratado com Sevelamer (p=0,02). Também, observamos uma reduçao nos níveis séricos de IL-10 e TNF-&#945; e produto CálcioxFósforo durante o seguimento para os dois tratamentos (p<0,05). Além disso, os pacientes tratados com Sevelamer apresentaram um aumento significante dos níveis séricos de albumina (p<0,01). Observamos ainda, uma tendência de diminuiçao dos níveis séricos de PCR e uma reduçao significativa nos níveis séricos de LDL (p<0,05), somente no grupo tratado com Sevelamer.
CONCLUSAO: Nossos resultados sugerem que o tratamento com quelantes de fósforo, principalmente o Sevelamer, pode levar à reduçao do estresse oxidativo, o que contribuiria para diminuiçao da lesao endotelial. É possível que o Sevelamer adsorva precursores e/ou compostos urêmicos pró-inflamatórios e próoxidantes, diminuindo conseqüentemente os efeitos destes sobre a microinflamaçao observada em pacientes em HD.

 


PO210

Carcinoma de paratireóide em uma paciente com insuficiência renal crônica em hemodiálise

RIBEIRO, MZD(1); DUARTE, DB(1); CODES, JJG(1); MEIRA, GGC(1); ARAS, R(1); GESTEIRA, F(1); NEVES, C(1); BAHIENSE, MO(1); REGIS, AB(1); LOBAO, R(1)

Hospital Ana Nery – SESAB – UFBA(1)

O carcinoma de paratireóide (CP) é uma neoplasia rara, que se manifesta por hipercalcemia severa e doença renal ou óssea concomitante em mais de 50% dos pacientes. Cerca de 1% dos casos de hiperparatireoidismo primário (HPT) é devido à presença do CP. A presença de CP entre os pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) e hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é muito rara, com poucos casos descritos na literatura. Nós relatamos o caso de uma paciente de 32 anos com IRC de causa indeterminada em hemodiálise há oito anos encaminhada para nosso serviço com queixa de dores ósseas em MMII e olhos avermelhados há cerca de um ano. Exames préparatireoidectomia (PTX): cálcio ionizado 1,5 mmol/dL (VN:1,16- 1,32), fósforo 9,7 mg/dL (VN: 2,7-4,5), PTH 4800 pg/mL (VN: 50-330), fosfatase alcalina 588 U/L (VN: 42-98), hemoglobina 7,9 g/dL (VN: 12-16) e hematócrito 23% (VN: 35-45); ultrassonografia da tireóide revelou nódulos sólidos em ambos os lobos cuja citologia foi compatível com lesao folicular; cintilografia das paratireóides com SESTAMIBI mostrou aumento das paratireóides inferior direita e esquerda compatível com hiperplasia ou adenoma. A paciente foi submetida à cirurgia de PTX total com auto-implante em antebraço direito da paratireóide superior direita que tinha melhor aspecto macroscópico além de tireoidectomia total. O histopatológico evidenciou adenocarcinoma de paratireóide e bócio tireoideano multinodular. Apesar de ter sido realizado implante de paratireóide em antebraço a paciente evoluiu bem no pós-operatório com normalizaçao dos níveis de cálcio e PTH, sendo submetida a dosagens seriadas de PTH para controle de recidiva. É sabido que o tratamento cirúrgico é o mais efetivo para o CP, sendo os resultados de quimioterapia e radioterapia pobres no manejo deste tumor. Portanto, apesar dessa associaçao ser muito rara é importante um alto grau de suspeiçao clínica nos pacientes com IRC que apresentam níveis de cálcio e PTH muito elevados, mudando dessa forma a conduta rotineira de se implantar tecido glandular nesses pacientes.


PO211

Carcinoma de paratireóide em um paciente com hiperparati-reoidismo primário

DUARTE, DB(1); RIBEIRO, MZD(1); CODES, JJG(1); MEIRA, GGC(1); ARAS, R(1); GESTEIRA, F(1); NEVES, CL(1); BAHIENSE, MO(1); ROCHA, PGM(1); LOBAO, R(1);

Hospital Ana Nery – SESAB – UFBA(1)

O tipo de patologia mais comum das paratireóides é o hiperparatireoidismo primário (HPT). Aproximadamente 1% dos casos de HPT relatados sao de carcinoma de paratireóide (CP), onde observamos níveis muito elevados de cálcio e paratormônio (PTH). Nós relatamos o caso de um paciente de 39 anos, com quadro de dores ósseas há 03 anos com relato de múltiplas fraturas espontâneas (úmero direito, fêmur direito e esquerdo) e presença de tumores ósseos. Laboratorialmente, destacavam-se os níveis séricos de cálcio total 16,6 mg/dL (VN: 8,4 – 10,2), cálcio ionizado (Ca++) 2,0 mmol/L (VN: 1,16-1,32), fósforo 2,4 mg/dL (VN: 2,7-4,5), fosfatase alcalina 653 U/L (VN: 53-128) , PTH 1614 pg/mL (VN: 50-330), uréia 92 mg/dL (VN: 7-18) e creatinina 2,1 mg/dL (VN: 0,7-1,3); RX do corpo: presença de extensas lesoes líticas insuflantes bilaterais nas tíbias; cintilografia óssea com áreas focais de aumento da atividade osteoblástica em clavícula e úmero direitos, arcos costais, fêmur esquerdo e tíbias. Ultrassonografia da tireóide evidenciou tireóide normal e nódulo sólido na projeçao da paratireóide inferior direita (5,0 X 3,3cm); Cintilografia de paratireóide com SESTAMIBI revelou hiperconcentraçao do contraste na projeçao da paratireóide inferior direita. Previamente à cirurgia foram realizadas medidas clínicas para controle da calcemia com hidrataçao vigorosa, diurético de alça e pamidronato venoso. Houve reduçao parcial das escórias nitrogenadas após melhora da calcemia. O paciente foi entao submetido à cirurgia de paratireoidectomia com ressecçao de tumoraçao volumosa correspondente à paratireóide inferior direita de cerca de 4cm. Histopatologia revelou adenocarcinoma de paratireóide. O paciente evoluiu bem no pós-operatório com normalizaçao dos níveis de Ca++ (1,26 mmol/L) e PTH (126 pg/mL), sendo seguido com dosagens seriadas de PTH para controle de recidiva. Em conclusao, o melhor entendimento desta condiçao pelos médicos torna mais fácil o diagnóstico e a possibilidade de aumento da sobrevida destes pacientes.

 


PO212

Avaliaçao da eficiência e segurança do sevelamer em pacientes pediátricos com doença renal crônica classes IV e V

LEAL, MS(1); WATANABE, A(1); KOCH, V(1)

Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP(1)

INTRODUÇAO: Alteraçoes no metabolismo mineral e ósseo, tais como hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo secundário, ocorrem precocemente em doença renal crônica (DRC), e sao responsáveis por aumento significativo na morbimortalidade, sobretudo de pacientes pediátricos. Na terapia da hiperfosfatemia, o sevelamer oferece uma alternativa aos quelantes de fósforo (P) a base de alumínio (Al) ou cálcio (Ca), potencialmente implicados em complicaçoes tais como intoxicaçao por Al, hipercalcemia, doença óssea adinâmica, dentre outras.
OBJETIVO: Avaliar a eficiência e segurança do uso do sevelamer em pacientes pediátricos com DRC IV e V.
PACIENTES E MÉTODO: Estudo retrospectivo,para avaliaçao do uso de sevelamer em pacientes de 3-18 anos de idade, clearance de creatinina &#8804; 30 ml/min/1,73 m2, com hiperfosfatemia (K/DOQI: P> 6 mg/dL em < 12 anos de idade; P> 5,5 mg/dL em > 12 a) de difícil controle, necessitando de uso frequente de quelante de fósforo a base de alumínio (hidróxido de Al), e/ou complicaçoes como hipercalcemia, associada ou nao ao uso de carbonato de Ca. Este trabalho foi aprovado pela Comissao de Bioética do I.Cr-HCFMUSP.
RESULTADOS: Após consentimento informado, o sevelamer foi usado em 10 pacientes (ptes), idade média 11,2a (3,3 -17,1), 4 do sexo feminino; 6/10 ptes apresentavam DRC por displasia renal/ uropatia obstrutiva, 2/10 por glomerulopatia, 2/10 por doença sistêmica; 9/10 ptes estavam em diálise, 1/9 em hemodiálise. O tempo médio de uso do sevelamer foi de 22±13m (2-38), com dose média inicial de 127,6±89,7mg/kg/dia e final de 166,8±110mg/kg/d. Após início da terapêutica, houve diminuiçao do P de 6,3±1,3 mg/dl para 4,4±0,9 mg/dl, tempo médio de reduçao para valores < preconizado K/DOQI em 2±1,4m. Apenas 1/10 pte necessitou de suspensao do uso da droga por vômitos. Os valores de Ca iônico nao sofreram alteraçao ao longo da terapia com sevelamer (1,2±0,1mg/dl), bem como a dose necessária de bicarbonato de sódio.
CONCLUSAO: O uso de sevelamer mostrou-se seguro em pacientes pediátricos com DRC IV e V, apresentando-se como uma opçao terapêutica na hiperfosfatemia, sobretudo quando há riscos de intoxicaçao por alumínio ou hipercalcemia.


PO213

Acido urico estimula produçao de espécies reativas de oxigênio e prostaglandinas células mesangiais

CONVENTO, MB(1); PESSOA, EA(1); BORGES, FT(1); DALBONI, MA(1); SCHOR, N(1)

Unifesp, Disciplina de Nefrologia(1)

A hiperuricemia está associada ao dano cardiovascular e renal, como glomeruloesclerose. O acúmulo de ácido úrico produz efeitos deletérios nas células endoteliais e músculo liso vascular. O objetivo deste trabalho foi analisar a nefrotoxicidade do ácido úrico (AU), na presença de LPS, além do mecanismo envolvido neste dano em células mesangiais. Células mesangiais humanas foram expostas a AU (8-50 mg/dl) e LPS (100 ug/ml) durante 24 horas. Necrose e apoptose foram avaliados por corantes específicos. Espécies reativas de hidrogênio (ERO) foram analisadas por 2′,7′-diclorofluoresceína. A expressao da ciclooxigenase 2 (COX2) foi avalidada por PCR em tempo real. AU só induziu morte celular (necrose ou apoptose) em doses acima de 20mg/dl. Porém, 8 mg/dl já aumentou significativamente a produçao de ERO (AU: 1505 ± 571 MIL; CTL: 934 ± 99 MIL). LPS aumentou a necrose (LPS: 16,5 ± 1,5 %; CTL: 5,8 ± 1,6 %) e a produçao de ERO (LPS: 2211 ± 787 MIL; CTL: 495 ± 73 MIL). Associaçao de AU e LPS diminuiu a necrose (AU+LPS: 6,9 ± 1,4 %; LPS: 16,5 ± 1,5 %). AU aumentou a expressao gênica da COX2 em células mesangiais cerca de 2,5 vezes e a associaçao com LPS potencializou este efeito em cerca de 10 vezes. Os resultados aqui presentes sugerem que o ácido úrico induz dano nas células mesangiais mediado pela produçao de ERO. Durante uma infecçao, o ácido úrico pode diminuir a morte celular induzida pelo LPS. Porém tanto a hiperuricemia sozinha quanto na vigência de infecçao pode estimular diretamente o processo inflamatório pela expressao da COX2 e produçao de prostaglandinas.

 


PO214

Diagnóstico da intoxicaçao alumínica na DRC em diálise no Brasil: “Ordem e Progresso”

CASTRO JH, RODRIGUES LS, BEDUSCHI GC, BALBI AL, PONCE DP, MARTIN, LC, BARRETTI P, CARAMORI JCT

Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp(1)

Nas Diretrizes Brasileiras sobre o Distúrbio Mineral e Osseo da Doença Renal Crônica, foi recomendado que no diagnóstico da Intoxicaçao Aluminica o teste com desferoxamina – TDFO seja realizado anualmente em todos os pacientes em hemodiálise ou diálise peritoneal (evidência). Todavia, serviços do Brasil ainda nao dispoem de recursos suficientes para cumprir essa prática clinica. O objetivo deste ensaio foi avaliar as indicaçoes do TDFO frente às implicaçoes do nivel sérico de alumínio (Al) e frente a outras indicaçoes clínicas, a fim de observar o impacto dessa triagem na priorizaçao deste método de diagnostico.
MÉTODOS: Foi analisada uma amostra de 110 pacientes prevalentes em hemodiálise crônica quanto ao Al sérico, PTH, índice de saturaçao da transferrina (IST), cálcio sérico corrigido. Classificou-se a amostra quanto ao Al >50 mcg/L (Alto Risco); Al entre 50-20 mcg/L (Risco) considerando-se pacientes com PTH normal ou baixo (< 300); Al < 20 mcg/L (valor falso negativo) considerando-se pacientes com sobrecarga de ferro (IST >50%). Indicou-se em pacientes hipercalcêmicos (Ca corrigido >10,2 mg/L excluindo-se aqueles em uso de calcitriol) e também, naqueles com indicaçao de paratireoidectomia – PTX, e no pós-operatório tardio (PTH <100mcg) da realizaçao de PTX. O tratamento da água de hemodiálise: osmose reversa.
RESULTADOS: Na amostra avaliada, 43% dos pacientes tem implicaçoes relevantes para investigar a intoxicaçao alumínica. As razoes estao apresentadas na tabela abaixo:
CONCLUSOES: as diretrizes nacionais apontam as ferramentas que devem ser aplicadas no diagnóstico da intoxicaçao alumínica, recomenda-se que o TDFO preceda a biópsia óssea. Mostramos que em metade destes pacientes em hemodiálise, há indiscutível e imediata necessidade do TDFO. É de grande importância que a bandeira seja hasteada e discutida, mostrando-se que paralela a essa realidade há pequena disponibilidade de laboratórios capacitados para metodologia e a necessidade de anuência dos gestores para custeio deste serviço.

 


PO215

Paniculite calcificante em paciente com distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC)

PINTO, PS(1); CARMINATTI, M(1); NOGUEIRA, CM(1); SUASSUNA, PGA(1); ABRITA, RR(1); OLIVEIRA, ARM(2); CARVALHO, MTF(2); FERNANDES, N(1)

Fundacao IMEPEN / NIEPEN da UFJF(1)
Universidade Federal de Juiz de Fora(2)

OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente portadora de doença renal crônica (DRC) em tratamento dialítico apresentando quadro de paniculite calcificante secundária ao DM0-DRC.
RELATO DO CASO: Apresenta-se o caso clínico de uma paciente de 42 anos, branca, natural e residente em Juiz de Fora-MG, portadora de lupus eritematoso sistêmico (LES) e nefrite lúpica classe IV, com diagnóstico há 6 anos, evoluindo para doença renal crônica terminal há 1 ano, em tratamento com diálise peritoneal automatizada. Há 1 ano iniciou quadro de DMO-DRC, com perfil bioquímico sugestivo de baixa remodelaçao óssea, apresentando hiperfosfatemia de difícil controle e hipercalcemia. Evoluiu com lesoes cutâneas em placas enrijecidas (“esclerodérmicas”), inicialmente pardacentas e, posteriormente, tornando-se eritematosas, distribuídas de forma mais importante em tronco e membros inferiores. A biópsia de pele revelou paniculite calcificante. Nao apresentava atividade lúpica na época. Foi medicada com corticosteróide oral e tópico, sevelamer, suspensao dos quelantes à base de cálcio e utilizaçao de banho com baixo cálcio, apresentando melhora parcial do quadro.
CONCLUSAO: A paniculite calcificante é uma entidade clínica rara. O diagnóstico precoce é muito importante para o tratamento correto. O produto cálcio-fósforo deve ser normalizado, sendo o primeiro-passo para o tratamento da doença.

 


NEFROLOGIA CLINICA

PO216

É possível dissolver cálculos renais de diferentes composiçoes in situ? Uso de fito-soluçao manipulada. Um relato de caso

RODRIGUES FS(1); GOZZO D(1); DE DEUS RB(2); FERRAZ RR(1,2,3)

Universidade Bandeirante de Sao Paulo – UNIBAN(1)
GEN – Grupo de Estudos em Nefrologia(2)
Universidade Nove de Julho – UNINOVE(3)

INTRODUÇAO: A litíase urinária é uma doença incurável, porém previnível. Atualmente nao existem soluçoes que “dissolvam” cálculos já formados.
OBJETIVO: Apresentar um possível caso de dissoluçao de cálculo renal bilateral após ingestao de fito-soluçao hepatodiurética.
MÉTODO: Revisao de prontuário e de imagens.
RELATO DE CASO: MLD, 51 anos, feminino, deu entrada no pronto socorro com dor intensa e súbita no flanco direito; após radiografia (RX) simples de abdôme, urina I e ultrassonografia abdominal (US). A RX foi prejudicada pela quantidade de gases intestinais, e a urinálise evidenciou hematúria. O US revelou presença de cálculo renal bilateral. Após a hidrataçao parenteral e uso de antiespasmódicos nao houve a eliminaçao dos cálculos; prescreveu-se hidrataçao oral e antiinflamatórios. Fez uso, por conta própria e por 10 dias, de um preparado denominado fito-soluçao hepatodiurética composta por: urotropina, sulfato de magnésio, água destilada, glicerol e extratos florais de Microgramma vaccinifolia (cipó cabeludo), Persea americana Mill (abacateiro), Zea maip (estigma de milho), Plectranthus barbatus Andrews (boldo), Solanum paniculatum (jurubeba), Cynara scolymes (alcachofra), Piper umbellatum (pariparoba), Phylanttus niruri (quebra-pedra), Echinodorus macrophyllus (chapéude-couro) e Smilax papyracea Puis (salsaparrilha) proposta por farmacêutico competente. Durante estes 10 dias, por orientaçao do farmacêutico, a paciente fazia coletas de urina em recipientes transparentes que possibilitavam a visualizaçao de urina turva, sugerindo a presença de cristais. Num segundo US, 10 dias após o primeiro, os cálculos nao foram mais observados e, na urinálise, nao se observou hematúria. A paciente nega eliminaçao de cálculos.
CONCLUSAO: A explicaçao para o ocorrido pode ser baseada em 3 fatos: 1) artefatos de técnica foram interpretados como cálculos renais no primeiro US; 2) ocorreu interpretaçao errônea da ausência de cálculos no 2º US; 3) estamos diante de uma soluçao capaz de dissolver cálculos renais in situ. Estudos adicionais com um maior número de pacientes poderiam reproduzir e, possivelmente, esclarecer o fato.

 


PO217

Características de 461 pacientes atendidas em serviço de emergência entre julho de 2007 e maio de 2008

PARADA, G(1); MACIEIRA, C(1); REIS, I(1)

Hospital Municipal Djalma Marques(1)

O Serviço de Nefrologia do Hospital Municipal Djama Marques, segundo maior hospital de urgência e emergência da cidade de Sao Luís, após 1 ano de atendimentos apresenta seus resultados.
OBJETIVOS: Conhecer o perfil dos pacientes atendidos pela nefrologia.
RESULTADOS: Foram atendidos 461 pacientes, 56,4% do sexo masculino. A maioria dos pacientes estava internada em enfermarias ou realizaram atendimentos ambulatoriais (78,52%) e internados em serviço de cuidados especiais (UTI, UI, Recuperaçao cirúrgica, cardiologia e Reanimaçao) correspondendo a 21,48%. Das doenças de base, a insuficiência renal crônica (IRC) foi a mais prevalente (59%), seguida por insuficiência renal aguda (27,33%), insuficiência renal pós-renal (8,24%) entre outras (5,42%). Entre as causas da IRC o diabetes mellitus corresponde a 16,49%, HAS 9,32%, sendo a maioria IRC indeterminada 33,19%. Noventa e oito pacientes (21,26%) foram submetidos à diálise, num total de 1135 sessoes, com variaçao entre 1 à 15 sessoes por pacientes. Dos pacientes que realizaram diálise, 86,73% fizeram de 1 à 5 sessoes, 10,21% fizeram de 6 à 10 sessoes e apenas 3,06% fizeram mais de 10 sessoes. Duzentos e oitenta e dois pacientes (61,17%) nao necessitaram acompanhamento após a primeira avaliaçao, 30,15% dos pacientes mantiveram segmento por 1 semana e 8,67% por duas ou mais semanas. A média de dias em acompanhamento foi de 2,9 dias por paciente, variando entre 1 e 49 dias. Mais da metade dos pacientes (61,82%) nao necessitaram de acompanhamento, 29,72% receberam alta, foram encaminhados para clínicas satélites ou transferidos para outros hospitais. Apenas 8,46% evoluíram para óbito durante acompanhamento. Vinte e sete pacientes (27,55%) que realizaram diálise evoluíram para o óbito (p<0,05).
CONCLUSAO: Este estudo mostra que ainda temos elevado número de pacientes ambulatoriais congestionando o serviço de atendimento especializado em emergência. E comparando-se as taxas de mortalidade global assim como taxa de mortalidade de pacientes graves em diálise apresentamos níveis inferiores aos principais trabalhos de referência.

 


PO218

Complicaçao de doença renal policística do adulto

ELIZABETH DE FRANCESCO DAHER, GERALDO BEZERRA DA SILVA JUNIOR, LARISSA MEDEIROS VERAS E ALARICO MARQUES PEREIRA NETO

Universidade Federal do Ceará

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é relatar um caso de abscesso de cistos renais como complicaçao da doença renal policística do adulto, uma doença decorrente de distúrbio autossômico dominante e que afeta 12,5 milhoes de pessoas no mundo.
MATERIAL E MÉTODOS: Descreve-se um caso de doença policística renal do adulto complicada em paciente internada no setor de nefrologia do Hospital Universitário Walter Cantídio, em Fortaleza-CE. Sao relatadas História Clínica, evoluçao e alteraçoes laboratoriais.
RESULTADOS: Paciente de 40 anos, diagnosticada com doença renal policística do adulto desde 1999, durante episódio de ITU, por USG (sic). Deu entrada no hospital no dia 06/06/2008, com história de ardúria, exsitaçao vesical e sensaçao de esvaziamento incompleto há quinze dias, que evoluiu com aparecimento de febre alta e calafrios uma semana antes do internamento. Trouxe exames que mostravam Cr=5,0, Leucócitos =23.260 (4% bastoes) urocultura com E. coli (>100.000 ufc/ml). Foi iniciada antibióticoterapia com ciprofloxacina sem melhora do quadro clínico e laboratorial após 72 h do início; o ATB foi mudado para cefepime, também sem êxito após 72 h do início (paciente ainda com picos febris de até 40 graus, sem grande melhora da leucocitose). Foi realizada uma USG de vias urinárias dia 16/06/08 que mostrou múltiplos cistos renais, alguns complicados (considerar hemorragia ou infecçao) e coleçao perirenal à E, podendo corresponder a abscesso perirenal ou cisto roto. Foi iniciado Imipenem e a paciente foi encaminhada à cirurgia, onde se fez necessária nefrectomia à E por presença de vários cistos infectados e abscesso perirenal à E e colectomia parcial à E por aderências. Paciente evoluiu bem após cirurgia, com leucócitos = 9560 (0% bastoes) e Cr = 2,2 no dia 25/06.
CONCLUSAO: Apesar da melhor descriçao de pielonefrites de repetiçao como complicaçoes possíveis em um paciente com doença renal policística do adulto; deve ser lembrado, como diagnóstico diferencial desta complicaçao, com clínica e exames laboratoriais semelhantes, uma outra complicaçao: o abscesso dos cistos renais, que costuma apresentar uma evoluçao mais complicada, com importante implicaçao na morbidade.


PO219

Tratamento de atividade lúpica de difícil resposta em paciente com manifestaçao renal e em hemodiálise (HD) com uso de micofenolato de mofetil

DE DEUS RB(1); SABLONSKA J(1)

GEN – Grupo de Estudos em Nefrologia(1)

OBJETIVO: relato de caso de tratamento de atividade lúpica em paciente em hemodiálise com uso de micofenolato de mofetil e revisao de literatura.
RELATO DE CASO: LCMM, 41 anos, feminina, branca. Ela relata que iniciou (1997) com quadro de hematúria, proteinúria, edema dor articular, rash malar, FAN + e anti DNA +; sendo diagnosticado LES com manifestaçao renal e submetida a biópsia renal que mostrou um padrao de glomerulonefrite membranosa II (GNMII), com perda de funçao renal e iniciou diálise peritonial intermitente (DPI) em 1998. Em janeiro de 1999 foi submetida a transplante renal com doador vivo relacionado – irma, e apresentou sobrevida renal por 4 anos, quando retornou para HD, a perda do enxerto foi devido a infecçao pelo citomegalovírus e submetida a enxertectomia em 2004. Antecedentes pessoais: É G2P2A0, tem histórico de tuberculose pulmonar e hipertensao arterial. Antecedentes familiares: Diabetes melitus e neoplasia. Legenda da tabela 1:Hb= hemoglobina(mg/dL); HTc= hematócrito; creat= creatinina (mg/dL); col/TG=colesterol/triglicérides (mg/dL); C3,C4 e CH50(UI/L)= complementos; ADNA= anti DNA; pos= positivo; neg= negativo; Albumina e glicose (mg/dL).
CONCLUSAO: A paciente apresentou excelente resposta com uso do micofenolato de mofetil com melhora da atividade trombocitogênica, diminuiçao e fim do consumo dos complementos, melhora da hemantimetria e ausência do rash malar. A paciente refere estar se sentindo melhor e, espera ansiosa a possibilidade do próximo transplante renal.

 


PO220

Acometimento multiorgânico da Doença de Fabry – Relato de caso e revisao de literatura

AVILA, MON; COSTA, LB; MARTINS, MT; CRUZ, JG; SCHER, E; VAZ, AC; PRUTCHANSK, G; LUCIANO, E BATISTA, PBP

Hospital Sao Rafael(1)

RELATO DO DO CASO: JIH, masculino, negro, 54 anos, tinha história de edemas desde 26 anos (1980), evoluindo com hematúria, proteinúria e cilindrúria. Recebeu diagnóstico de doença renal crônica (DRC) estágio 5 aos 41 anos, quando iniciou hemodiálise (1995). Nao era hipertenso, mas já apresentava hipertrofia de ventrículo esquerdo, além de insuficiência mitral discreta e síndrome do PR curto. Em programa de hemodiálise de 1995 até 2001,quando em 17/04/2001 foi transplantado com rim de cadáver,evoluindo com clearance de creatinina de 77 a 71ml/min, discreta proteinúria (nefropatia crônica do enxerto). Episódios de erisipela em MMII . Em 2005, exame oftalmológico descreve córnea verticilata, o que motivou a investigaçao para Doença de Fabry. Atividade da alfa-algasidase A no soro(palpel de filtro) = 0,62 micromol/L/h (VR > 0,25). Atividade da enzima em leucócitos = 0,6nmol/mg de proteína/h (VR = >1,4). O sequenciamento de DNA genômico revelou: exon 1,2,4,5,6 e 7 normais e exon 3 polimórfico, às custas de substituiçao do aminoácido alanina por aspartato na posiçao 156 da seqüência da proteína (A156D), concluindo-se tratar-se de Doença de Fabry. De 2006 e 2007, cursou com descompensaçoes cardíacas, por piora da disfunçao da válvula mitral e progressao da nefropatia crônica do enxerto em curso. Após 2 anos do diagnóstico, iniciou terapia de reposiçao enzimática com beta-algasidase recombinante, quando passou a apresentar diarréia com muco e dor abdominal, além de massa palpável em fossa ilíaca esquerda. Realizou retosigmoidoscopia, 2 colonoscopias, RNM de abdome e videolaparoscopia, sendo ressecada massa de sigmóide cuja anatomia patológica revelou pseudotumor com reaçao inflamatória circunjacente. Discutimos as principais manifestaçoes sistêmicas da Doença de Fabry, que podem simular outras doenças mais prevalentes em nosso meio. Este fato acaba retardando o diagnóstico correto e a instituiçao da terapia de reposiçao enzimática.


PO221

Hipercalcemia e insuficiência renal aguda por uso indevido de suplemento vitamínico veterinário

PAULO NOVIS ROCHA(1); MARIA OLINDA NOGUEIRA AVILA(1); CAROLINA LARA NEVES(1); MARILIA BAHIENSE OLIVEIRA(1)

Hospital da Bahia(1)

OBJETIVO: Alertar para os riscos do uso indevido de suplementos vitamínicos por praticantes de atividades físicas.
MATERIAL E MÉTODOS: relato de caso.
RESULTADOS: Paciente de 19 anos, previamente hígido, chegou ao PS com queixas de anorexia e náuseas há 3 semanas e vômitos há 3 dias. Negou febre, dor abdominal, diarréia, icterícia ou sangramento digestivo. Admitiu uso ocasional de álcool e cigarro mas negou uso de drogas ilícitas. Referiu preocupaçao excessiva com aparência desde a infância, já tendo feito inúmeras dietas. Nos últimos 2 anos, vinha fazendo musculaçao regularmente em academia. Admitiu uso de “suplementos” mas negou uso de esteróides anabolizantes. O exame físico revelou IMC de 25 kg2/m2 e foi completamente normal. Bioquímica revelou: creatinina 2,6 mg/dl, cálcio 13,6 mg/dl (até 11,0) e cálcio iônico 1,99 mmol/l (até 1,3); sumário de urina e USG renal foram normais, assim como CPK e ácido úrico. Feito diagnóstico de IRA secundária à hipercalcemia; um componente pré-renal nao pôde ser afastado (Na urinário 19 mmol/l). O diagnóstico diferencial considerado para a hipercalcemia foi: intoxicaçao por vitamina D, linfoma, doenças granulomatosas e hiperparatireoidismo primário. Pela ausência de febre, sintomatologia respiratória, linfadenopatia e achados radiológicos, afastamos linfoma, sarcoidose e tuberculose. O PTH indetectável afastou hiperparatireoidismo primário. A intoxicaçao por vitamina D foi confirmada pela dosagem de 25-OH vitamina D, que retornou 150 ng/ml (até 100). Quando confrontado com os exames, paciente admitiu uso de “ADE”, composto veterinário parenteral contendo 25.000.000 UI Vit A, 7.000.000 Vit D e 7.000.000 UI de Vit E por ampola de 100 ml. Após 8 dias de tratamento com salina isotônica, furosemida e uma dose de ácido zolendrônico, paciente recebeu alta com cálcio e creatinina normais.
CONCLUSAO: O uso indevido de suplementos contendo altas doses de vitaminas A e D pode causar sérias complicaçoes. É preciso difundir este conceito entre os instrutores e freqüentadores de academias para evitar a repetiçao de casos como este.

 


PO222

Infecçoes do trato urinário: perfil bacteriano em análise retrospectiva de pacientes ambulatoriais

PEREIRA, FR; (1); BIANCHINI, T.(1); OLIVEIRA, E; (1); HERDOIZA, G; (1)

NEFRON-Hemodiálise RO(1)

RESUMO: As infecçoes do trato urinário (ITUs) sao entidades de grande prevalência na populaçao em geral, com distribuiçao específica de acordo com a faixa etária e o sexo. Na maioria das vezes, sao causadas por aeróbios facultativos, que geralmente se originam da flora intestinal, e possuem um amplo espectro de apresentaçao clínica a depender da altura do trato urinário acometido. Com este trabalho objetiva-se traçar o perfil das bactérias causadoras de ITUs no ambulatório de Nefrologia da NEFRON, de Porto Velho – Rondônia. Para tal feito, foram analisados 22 exames de urina (EAS) e 80 uroculturas positivas de pacientes que compareceram ao ambulatório com sinais e sintomas de ITUs no período de janeiro de 2007 a fevereiro de 2008. O agente etiológico mais prevalente foi a Escherichia coli com 44,3% dos isolados, seguida do Staphylococcus spp. (coagulase negativo) com 13,9%. Pacientes do sexo feminino foram os mais acometidos (80%). Os nitritos foram negativos em 83,3% dos EAS. A bactéria E. coli mostrou maior resistência à ampicilina (90,3%) e maior sensibilidade ao imipenem (92,6%). O imipenem foi o antimicrobiano que mostrou menor resistência dentre todos os antibiogramas analisados. Este estudo contribui para elucidaçao dos fatores predisponentes e conhecimento do perfil bacteriano local e equivale ao primeiro passo na busca de estratégias que visem um melhor uso de antimicrobianos na prática clínica, evitando complicaçoes e recidivas.

 


PO223

Doença renal ateroembólica: relato de um caso

SILVA, ARM(1); PANTOJA, RKS(1); OLIVEIRA, VM(1); SILVA, LVB(1); NETO, SGK(1)

Hospital Ophir Loyola(1)

OBJETIVO: Relato de um caso de Doença Renal Ateroembólica.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo do caso de um paciente que desenvolveu Insuficiência Renal Aguda secundária a embolia por colesterol.
RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, de 74 anos, hipertenso, submetido a cateterismo cardíaco eletivo, evoluindo no decorrer de horas da realizaçao do procedimento, com cefaléia frontal, disartria, confusao mental e aumento dos níveis pressóricos. O mesmo foi admitido em UTI, sendo diagnosticado acidente vascular cerebral isquêmico.Com o tratamento conservador instituído o paciente apresentou recuperaçao do nível de consciência e reversao dos sinais focais, porém com elevaçao progressiva das escórias nitrogenadas, mantendo clearance de creatinina de 10 ml|min|1,73 m2. De alteraçoes laboratoriais complementares apresentou ainda eosinofilia significativa em torno de 10 %. Ultrassonografia com Doppler de vasos renais demonstrou: Rim direito com 9,0 x 3,8 x 4,4 cm; rim esquerdo com 8,8 x 3,6 x 4,2 cm. Relaçao cortico-medular preservada bilateralmente. Indice de resistência arterial renal bilateral dentro do limite da normalidade. Biópsia renal: glomérulos dentro do limite da normalidade com esclerose glomerular global em 3|15 glomérulos. Atrofia tubular multi-focal com fibrose intersticial moderada. Hiperplasia fibrosa moderada da íntima arterial com embolizaçao focal por êmbolos de colesterol. Após o resultado da biópsia, o paciente foi encaminhado a terapia renal de substituiçao, realizando hemodiálise intermitente.
CONCLUSAO: Procedimentos vasculares e angiográficos devem ser criteriosamente indicados em funçao do risco do desenvolvimento de microembolia por colesterol e conseqüente Insuficiência Renal Aguda, sobretudo em pacientes de risco.


PO224

Impacto das doenças renais no serviço de pronto atendimento do Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais

SANTOS JUNIOR, ACS(1)

Polícia Militar de Minas Gerais(1)

OBJETIVO: O estudo tem como objetivo identificar a prevalência de atendimentos e internaçoes hospitalares motivadas por doenças nefrológicas no serviço de Pronto Atendimento do Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais (PA HPM).
MATERIAL E MÉTODOS: Foram incluídos 900 pacientes atendidos entre 21/04/2007 e 31/01/2008 durante as atividades de plantao do autor no PA HPM. Nao houve seleçao de casos. Após cada atendimento foram armazenados em um banco de dados: nome, número do registro do atendimento, data do atendimento, data de nascimento, sexo, raça, diagnóstico, medicamentos prescritos, emissao de licença médica, necessidade de internaçao hospitalar e resultados de exames relevantes. Os dados foram processados e os resultados sao apresentados entre parênteses correspondendo ao valor absoluto seguido pelo valor percentual.
RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 46,34 anos. Os pacientes masculinos (455; 50,56%) e os leucodermas (467; 51,89%) predominaram. Os diagnósticos foram divididos em grupos de doenças. Os principais foram: trato respiratório (238; 26,44%), cardiovasculares (108; 12,00%), gastrintestinais (90; 10,00%), nefrológicas (89; 9,89%), neurológicas (82; 9,11%) e psiquiátricas (70; 7,78%). Os diagnósticos das doenças nefrológicas se distribuíram da seguinte maneira: infecçao do trato urinário (38; 42,69%), cólica renal (27; 30,34%), intercorrências em paciente com insuficiência renal crônica dialítica (22; 24,72%) e insuficiência renal aguda (2; 2,25%). A internaçao hospitalar foi indicada em 12,00% do total de casos atendidos. O grupo das doenças nefrológicas foi responsável por 21,30% do total das internaçoes com a seguinte distribuiçao: intercorrências em pacientes com insuficiência renal crônica dialítica (11; 47,82%), infecçao do trato urinário (10; 43,48%) e insuficiência renal aguda (2; 8,70%).
CONCLUSAO: Pode-se inferir que entre os pacientes que procuram assistência médica no PA HPM há uma elevada prevalência de doenças do trato respiratório. O estudo demonstra também que as doenças nefrológicas têm uma participaçao importante no volume de atendimentos e no número de internaçoes realizadas no PA HPM.

 


PO225

Funçao renal e fatores de risco para doença renal crônica em diabéticos atendidos em um serviço público

MARTINEZ, BB(1)

Universidade do Vale do Sapucaí(1)

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) consiste em sério problema de saúde pública mundial e sua prevalência vem crescendo de forma alarmante nos últimos anos. Diabetes mellitus (DM) e hipertensao arterial (HAS) estao entre as principais causas de DRC.
OBJETIVO: identificar os possíveis fatores de risco “modificáveis” para a funçao renal em uma populaçao de diabéticos.
MÉTODO: estudo retrospectivo através do prontuário e entrevista semi-estruturada de 75 pacientes diabéticos tipo 2, maiores de 18 anos e com mais de 10 anos de DM. Foram coletados dados de creatinina (Cr), hemoglobina glicada, LDL colesterol, HDL colesterol e triglicerídeos (TG) séricos, além de gênero, idade, peso, estatura, circunferência da cintura e quadril, pressao arterial, tempo de DM, tabagismo e sedentarismo. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pela fórmula: IMC (kg/m2) = peso/estatura2. Considerou-se sobrepeso/obesidade quando o IMC foi >25. A filtraçao glomerular (FG) estimada foi calculada pela fórmula de Cockcroft-Gault: FG(ml/min) = 140 – idade x peso /72 x Cr (x 0,85 no gênero feminino). Considerou-se funçao renal diminuída quando FG < 60 ml/min.
RESULTADOS: A média de idade do grupo funçao renal diminuída (FRD) foi de 70 anos (DP=9) e do grupo funçao renal normal (FRN) foi de 63 anos (10). Em ambos os grupos (FRD e FRN) predominou indivíduos do gênero feminino (65% e 63%, respectivamente). Observou-se aumento de LDL colesterol em 80% dos pacientes FRN e 76% dos FRD. A obesidade estava presente, igualmente em 83% dos dois grupos. 47% dos pacientes FRN e 68,96% dos FRD eram sedentários. O tabagismo estava presente em 23% dos FRN e 31% dos FRD. A média de pressao arterial sistólica foi de 134 mmHg (± 21) para o grupo FRD e 127 mmHg ((± 16) para FRN. A pressao arterial diastólica foi de 76 (± 12) para FRD e 78 (± 9,8) para FRN. A média da hemoglobina glicada foi de 7,9 (±1,2) para FRN e 8,0 (±1,4) para FRD.
CONCLUSAO: A presença de fatores de risco modificáveis nao interferiu na evoluçao para doença renal crônica neste grupo de pacientes.


PO226

Bacteriúria assintomática em pacientes diabéticos: uma revisao de literatura

SCHONHOFEN, IS.(1); BARROSO, U.(1); CRUZ, CS.(1)

Escola Bahiana de Medicina(1)

OBJETIVO: Realizar uma revisao de literatura dos estudos que analisaram a associaçao entre bacteriúria assintomática (BA) e pacientes diabéticos, com ênfase em possível dano renal e tratamento.
MATERIAL E MÉTODOS: A identificaçao dos artigos foi feita através de busca bibliográfica na base de dados MEDLINE, LILACS, e SCIELO. Como estratégia de busca utilizou-se as palavras chaves: (asymptomatic bacteriuria AND diabetes). Foram incluídos artigos originais considerados relevantes ao tema em questao.
RESULTADOS: Em 2004, Hernández et al., avaliaram se a BA influenciava significativamente os níveis da taxa de excreçao da albumina em pacientes diabéticos. A taxa de excreçao de albumina nao mudou significativamente após o tratamento antimicrobiano. Meiland et al., 2006, avaliaram o progresso da funçao renal e a incidência de hipertensao arterial em mulheres diabéticas com e sem BA. Ao final, nao foi encontrada associaçao entre bacteriúria e a diminuiçao do clearance de creatinina, assim como, entre BA e hipertensao. Em relaçao ao tratamento, Forland et al., 1985, concluíram que, devido às altas taxas de reinfecçao, é improvável que a antibioticoterapia tenha um impacto na incidência da bacteriúria. Harding et al., 2002, realizaram um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controlado e nao encontraram qualquer benefício no screening e no tratamento da bacteriúria em mulheres com diabetes. A terapia, a longo prazo, nao diminuiu a quantidade de episódios de infecçoes urinárias sintomáticas e hospitalizaçoes. Em 1995, Semetkowska et al. estudaram a história natural da bacteriúria assintomática nao tratada em pacientes diabéticos. Concluíram que a BA tem um curso natural, desaparecendo, na maioria das vezes, de forma espontânea, nao podendo ser considerada um fator de risco para morbidade.
CONCLUSAO: As evidências mostram nao haver relaçao entre bacteriúria assintomática e dano renal. O tratamento da BA com antibióticos em mulheres diabéticas nao está indicado devido às altas taxas de recidiva pós-terapia e ao maior risco associado de seleçao de flora bacteriana multiresistente.


PO227

Síndrome de nutcracker: relato de caso

ALMEIDA, R DE(1); BALBINOTTO, A(1); BARROS, EJG(1); COSTA, FPM DA(1)

Hospital de Clínicas de Porto Alegre(1)

OBJETIVO: a síndrome Nutcracker é uma rara anormalidade vascular que causa hematúria macroscópica persistente e recorrente. O fenômeno é atribuído a uma diminuiçao idiopática do ângulo entre a aorta e artéria mesentérica superior com conseqüente compressao da veia renal esquerda. O objetivo desse relato é alertar para a dificuldade do diagnóstico e a importância do diagnóstico precoce desta síndrome a fim de diminuir as complicaçoes e o número de procedimentos desnecessários.
RELATO DO CASO: Paciente masculino, branco, 22 anos, previamente hígido, queixa de dor em baixo ventre e hematúria macroscópica. Negava sintomas associados ou pródomos. Associaçao eventual dos episódios com esforço físico. Nega história famíliar de doença renal. Pielografia retrógrada: Mínimas irregularidades parietais em ureteres bilateralmente. Urografia excretora, ecografia de aparelho urinário normais. EQU: Proteínas: ++ Hemáceas: 100µ/L. Creatinina: 0,9 mg/dL. Provas de coagulaçao: normais. Cistoscopia: Normal. Cultura de micobactéria na urina: Negativa. Biópsia renal: achados sugerindo Síndrome de Alport ou hematúria benigna familiar. Audiometria normal. Arteriografia Visceral: Cateterismo venoso seletivo de veia renal com gradiente de 3 mmHg entre a veia renal e a veia cava inferior, compatível com hipertensao venosa. AngioTomografia: pinçamento aorto-mesentérico com ângulo de 19º, determinando importante compressao da veia renal esquerda com reduçao do calibre em aproximadamente 70 %. Encaminhado para tratamento endovascular com Stent, sem intercorrências. Venografia após implante sem retardo no esvaziamento e ausência de gradiente entre a veia renal esquerda e a veia cava inferior. Paciente sem novos episódios de hemáturia após procedimento.
CONCLUSAO: Hematúria macroscópica recorrente ou persistente é observada como expressao de muitas doenças renais. A presença de hematúria macroscópica de origem desconhecida deveria sempre levantar suspeita para o diagnóstico de síndrome de nutcracker. No entanto, a síndrome é rara e de difícil diagnóstico e as características clínicas e bioquímicas nao sao evidentes. Portanto, a freqüência da síndrome de nutcracker parece ser subestimada.


PO228

Campanha previna-se em Ourinhos – SP

CARVALHO, RB(1); LADEIRA, LA(1); CARVALHO, LR(1); MOTA, OA(1); ASSIS, MR(1); SEDLAK, E(1); MIYASHIRO, LU(1); JABALI, GC(1)

Santa Casa(1)

INTRODUÇAO: A divulgaçao da Nefrologia a populaçao tem sido levada a efeito na Semana do Rim em todo mundo, com palestras, outdoors e divulgaçao na mídia. Com a comemoraçao do “Dia mundial do Rim” (13 de março), no seu 3º ano (World Kidney Day), a equipe do Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Ourinhos, aliada a Secretaria Municipal de Saúde, Faculdades de Enfermagem, Laboratório de Análises e Indústria de Produtos Médicos, se propuseram ao trabalho de prevençao das doenças renais segundo Gianna Mastroianni Kirsztajn e colaboradores de Sao Paulo.
METODOLOGIA: Palestras na mídia e nas faculdades, distribuiçao de material de divulgaçao da Campanha Previna-se fornecido pela SBN. Na praça principal de Ourinhos – cidade com 105 mil habitantes no sudoeste de Sao Paulo, das 9:00 as 17:00 horas do dia 13/03/2008, realizou-se a 1ª Campanha Previna-se do município. Dela participaram estudantes de enfermagem (aferiçao da pressao arterial e preenchimento das fichas, determinaçao da glicemia capilar) e técnicos do laboratório para urinalise (fitas) e coleta de creatinina dos casos indicados pelos nefrologistas presentes ao evento (Luiz Roberto Migliari de Carvalho e Roberto Benedito de Carvalho).
RESULTADOS: 394 pessoas tiveram acesso aos exames para pressao arterial 100%, teste glicose 100%, teste de urina 81,97%, dosagem creatinina 22,58%. A idade variou de 16 a 66 anos, sexo masculino, feminino similares; brancos 72,5%, pretos e pardos 21% e outros 6,5%. Glicemia capilar elevada em 64% (a maioria estava em tratamento nos centros de saúde). O sedimento urinário normal em 66,5%; urina alterada 15,7%; 17,8 nao puderam coletar a urina na local (wc’s). A creatinina foi determinada após coleta com técnica apropriada em 90 pessoas, sendo 90% em níveis normais e 10% apresentou elevaçao, sendo que alguns já estavam em tratamento médico e foram revisados no Serviço de Nefrologia. A pressao arterial alterada em 45%; vários já estavam em tratamento nos postos de saúde e 30% destes estao sendo reavaliados no serviço de nefrologia.
CONCLUSAO: A ser apresentada em pôster.

 


PO229

Paralisia periódica hipocalêmica em paciente com acidose tubular renal e Sindrome de Sjögren

AYUSSO, LL(1); TAKAG, MM(1); LUIZ, W(1); TERRAÇAO, R(1); REIS, RV(1); GREGORIO, BLA(1); CUNHA, TR(1); LOUZADA, HC(1); ZAGO, LA(1); VIEIRA, DET(1); CARRASCOSSI, HL(1); DA SILVEIRA JUNIOR, SSD(1)

UNIFIPA-FAMECA-SP(1)

INTRODUÇAO: A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença auto-imune das glândulas exócrinas caracterizada por xerostomia e xeroftalmia, com possível envolvimento de outros órgaos. Acidose tubular renal (ATR) manifesta ou latente, é causada por nefropatia intersticial auto-imune. A paralisia periódica hipocalêmica (PPH) raramente é detectada como complicaçao de ATR.
OBJETIVO: Relatar caso clínico de paciente portadora de SS e ATR que evoluiu com PPH. Paciente e
MÉTODOS: Mulher, 55 anos, com história de há 10 anos apresentar sintomas secos como xerostomia, xeroftalmia, mucosa vaginal seca. Além disso, refere poliúria e polidpsia. Há um ano, apresentou quadro de dores e fraquezas musculares de membros inferiores, foi internada e no dia seguinte amanheceu tetraplégica secundária à paralisia periódica hipocalêmica (K+: inferior a 1,5 meq/L). Foi tratada com reposiçao endovenosa de cloreto de potássio 19,1%, houve melhora clínica e normalizaçao nos movimentos musculares. Recebeu alta com potássio sérico de 3,5meq/L, além de reposiçao oral com o xarope de KCl para acompanhamento ambulatorial. Com a persistência da hipocalemia durante mais um ano, só entao veio encaminhada para nosso serviço de nefrologia.
RESULTADOS: Seguindo-se o algoritmo de hipocalemia na primeira consulta, solicitamos novos exames e diagnosticamos ATR tipo 1 hipocalêmica. O ânion gap era normal.
DISCUSSAO: Nosso paciente apresentou hipocalemia na primeira consulta e estrategicamente foi diagnosticado ATR distal com base na acidose metabólica hiperclorêmica (anion gap normal) e anormalidades na acidez urinária (pH 6,3). A paralisia periódica hipocalêmica é uma complicaçao rara da ATR distal e foi relatada em alguns casos de SS.
CONCLUSAO: Nós concluímos que, raros casos de SS ocasionalmente podem apresentar-se com sintomas de PPH.


PO230

Reduçoes temporárias na filtraçao glomerular, em portadores de doença renal policística do adulto

MACHADO, DR(1); OLIVEIRA, R(1); MOTA, RL(1); SILVA, BL(1); CIMETTA, T(1); OLIVEIRA, PC(1); FERREIRA-FILHO, SR(1)

Universidade Federal de Uberlândia(1)

A progressao para a insuficiência renal terminal, nos portadores de doença renal policística do adulto (DRPA), faz parte da história natural desta doença. Alguns fatores sao apontados como causadores desta reduçao constante da filtraçao glomerular: a compressao do tecido adjacente ao cisto, aumento do número de néfrons esclerosados, progressao da fibrose intersticial e, mais recentemente, a elevada taxa de apoptose de células glomerulares, tubulares e intersticiais. Todos estes fatores, entretanto, constituem em causas de reduçao progressiva da filtraçao glomerular e, muitas vezes, induzem o nefrologista a ter como definitivas as alteraçoes observadas na filtraçao glomerular durante o seguimento destes pacientes. Nós acompanhamos 9 portadores de DPRA durante 19 ± 2.1 meses, com idade média inicial de 53 ± 7.5 anos (X±EPM). A creatinina sérica foi avaliada durante este período, com freqüência irregular. Do total de pacientes observados, a creatinina inicial elevou-se de 2.1 ± 0.30 para 2,9 ± 0,58 mg% ao final do estudo (p<0.05). Os valores de creatinina aumentaram progressivamente – a cada dosagem obtida – em 5 pacientes (55%). No entanto, durante o seguimento ambulatorial, 4 pacientes (45%) apresentaram flutuaçoes nos seus resultados de creatinina sérica maiores que 20%, com retorno aos valores prévios nos meses seguintes. Em termos médios, neste subgrupo, observamos que a creatinina sérica foi de 2.7 ± 0.6 para 4.3 ± 0.7 mg% e, na visita seguinte 2.8 ± 0.5 mg%. A medicaçao usada e a pressao arterial sistêmica, durante este período, nao foram modificadas significantemente, o sedimento urinário permaneceu inalterado e, na historia clinica e exame físico nao foram constatados quaisquer sintomas ou sinais que justificassem tais flutuaçoes. Estes achados indicam que modificaçoes nos valores de creatinina nao devem ser interpretados como definitivos e que, reduçoes agudas da filtraçao glomerular, com subseqüentes recuperaçoes, podem fazer parte da historia natural desta doença.


PO231

Doença cística renal unilateral – apresentaçao de um caso

NETO, LAF; (1)

Hospital Gearal de Bonsucesso(1)

INTRODUÇAO: O chumbo é um metal pesado de longa data envolvido nas atividades humanas. É tóxico ao homem, com açoes deletérias ao sistema nervoso, hematopoiético, reprodutor e urinário. As principais fontes de exposiçao sao: tinta de uso domiciliar, água, alimento e solo contaminados, utensílios de cozinha, gasolina e exposiçao ocupacional como na fabricaçao e reforma de bateria de automóveis. As formas agudas de nefropatia, com disfunçao tubular proximal (Síndrome de Fanconi ) sao mais comuns em crianças e reversíveis. As crônicas ocorrem após longa exposiçao ao metal, sao mais frequentemente relatadas em adultos, e irreversíveis.
OBJETIVO: Relato de caso.
CASO: W.M.S., masculino, 33 anos, apresentando edema de MMII ascendente e hipertensao arterial sistêmica. Hipocorado +/4+, pulmoes limpos, RCR 2t BNF , abdômen: flácido, indolor, sem visceromegalias. MMII sem edemas . Episódios recorrentes, há quatro anos, de dor abdominal e lombar sendo atendido, com frequência, no pronto – socorro. Urografia excretora normal há 4 anos. HS: trabalhou com reforma de bateria de automóvel há 17 anos. Exames: US abdome – RD = 9,6×5,2 ; RE = 9,8 x 5,4 ecogenicidade aumentada, córtex com espessura reduzida.Hb 9g/dL; Uréia – 109mg/dl; Creat – 2.6mg/dl . Acido úrico – 7,0 mg/dl EAS = Hb traços, piócitos 2/campo, hemácias 08/campo. Proteinúria 24h = 594mg/24h; Fundoscopia – normal; Sorologia para Hepatite B e C e HIV negativas; Dosagens sérica de chumbo: 68,1 &#956; g/dl(2002); 60,8 &#956; g/dl(2003); 84,4&#956; g/dl (2005); 45&#956; g/dl (2006); 40&#956; g/dl (2007). Valor de referência: 4,0 a 27,6 &#956; g/dl. Em uso de IECA e diurético de alça.Exames (2007): Hb- 12 g / dL ; Uréia – 60mg/dl ; Creatinina – 2,1mg/dl; Acido úrico – 5,6mg/dl; Proteinúria 24h: 200mg/24h.
CONCLUSAO: As características da nefropatia crônica por chumbo incluem fibrose intersticial progressiva, reduçao da taxa de filtraçao glomerular e azotemia. A associaçao com hipertensao arterial e gota é comum. O reconhecimento precoce é importante, pois, a intoxicaçao crônica deste metal é causa frequentemente nao reconhecida de doença renal.


NEFROPEDIATRIA

PO232

Síndrome nefrótica em crianças: relato de caso

PÉRISCO, D; STAWINSKI, S.

Grupo Hospitalar Conceiçao(1)

A síndrome nefrótica é uma síndrome glomerular associada a um conjunto de sinais clínicos e laboratoriais e sintomas secundários ao aumento da permeabilidade renal à filtraçao de proteínas. A proteinúria maciça, hipoalbuminemia, hiperlipidemia e edema caracterizam a síndrome.
OBJETIVO: Selecionar e listar os cuidados de enfermagem em terapia intensiva com a criança vítima de síndrome nefrótica.
MATERIAL E MÉTODOS: Utilizou-se a busca de dados no prontuário do paciente, busca de literatura em bancos de dados eletrônicos (BIREME).
RESULTADOS: A enfermagem tem grande responsabilidade nos cuidados com estas crianças portadoras de distúrbios genitourinários e naquelas passíveis de desenvolver complicaçoes renais, medidas cuidadosas na ingesta e excreta e cuidados com pressao arterial, cuidados com a pele, cuidados relacionados a família devem ser observados.
CONCLUSAO: A criança e sua família sofrem uma grande carga emocional quando a síndrome tem em sua evoluçao a recidiva e exacerbaçao clínica, portanto a enfermagem busca promover cuidados orientados pela prática da profissao, organizados de forma sistemática que promovam o cuidado integral da criança no seu contexto familiar.


PO233

Sindrome de Lesch-Nyhan – relato de caso

ROQUE, RA(1); ROQUE FILHO, WM(1); AGUIAR, MF(1)

AMIP – Assistência Médica Infantil da Paraíba(1)

A Sindrome de Lesch-Nyhan é uma doença rara, com prevalência de cerca de 1/380 000 nascidos vivos. É considerada um erro inato do metabolismo das purinas, ligada a uma mudança na estrutura do braço longo do cromossomo X, gerando um defeito no gene que codifica a enzima: hipoxantina guanina fosforribosiltransferase (HPRT). É uma patologia de herança recessiva, portanto os homens sao afetados e as mulheres, portadoras assintomáticas. Manifesta-se através de graves sinais renais e neurológicos: hiperuricemia, hiperuricosúria, nefrocalcinose, movimentos coreoatetóides extrapiramidais, hiperreflexia, espasticidade das pernas, retardo mental e autoagressividade. Nosso objetivo é relatar o caso de um menino com a Síndrome de Lesch-Nyhan. P.E.L.S., 4 anos, masculino, proveniente da zona rural do município de Curral de Cima-PB, deu entrada em nosso serviço aos 10 meses, com queixa de urina “com areia”. Ao exame, evidenciava-se atraso do desenvolvimento neurológico, hipotonia generalizada e movimentos incoordenados dos membros, principalmente os inferiores. Exames iniciais mostravam níveis elevados de uréia e creatinina. Níveis de Acido úrico muito acima dos habituais. USG renal com nefrocalcinose bilateral. Foram introduzidas as seguintes medicaçoes: Alopurinol e Bicarbonato de Sódio.Orientado dieta com restriçao protéica. Após 1 mês, o paciente retornou com melhora importante das alteraçoes laboratoriais, bem como desaparecimento da nefrocalcinose ao USG renal. Após 3 meses, por problemas financeiros, o menor parou de receber as medicaçoes prescritas e retornou ao nosso ambulatório com as mesmas alteraçoes laboratoriais do início. Necessitou de internaçao hospitalar, para tratamento de infecçao pulmonar e correçao dos distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico. Atualmente, o menor está com 4 anos, segue em tratamento ambulatorial adequado, recebendo as medicaçoes citadas e em tratamento fisioterápico para melhorar as alteraçoes neurológicas. Ao exame, evidenciamos importante espasticidade de membros inferiores, que impede sua deambulaçao. Exames laboratoriais dentro dos limites da normalidade. Conclui-se que, apesar de rara, a Síndrome de Lesch-Nyhan deve ser lembrada diante de níveis elevados de acido úrico e nefrocalcinose.


PO234

Investigaçao dos sintomas miccionais em crianças de 6 a 12 anos

VAZ, GTB; (1); VASCONCELOS, MMA:(1); SILVA, FM; (1); MAGALHAES, PG; (1); LIMA, A; (1); REIS, S; (1); LIMA, EM(1)

Universidade Federal de Minas Gerais(1)

OBJETIVO: Investigar os sintomas miccionais em crianças de 6 a 12 anos.
MATERIAL E MÉTODOS: Delineamento transversal, incluindo 240 crianças, alunos da Escola Municipal Nazinha Conrado Silva em Vespasiano (MG), com idades entre 6 e 12 anos de ambos os sexos. Os sintomas miccionais foram avaliados pela adaptacao transcultural do instrumento Dysfunctional Voiding Scoring System (DVSS), constituído de 10 (dez) questoes, 9 (nove) para sintomas clínicos e 1(um) para fatores ambientais (social e familiar), no qual foram atribuídos escores de 0 a 3 de acordo com a existência do sintoma. Os pontos de corte preconizados pelo escore foram > 6 pontos para meninas e escore > 9 para meninos.
RESULTADOS: Analisando os sintomas miccionais, observou-se que as questoes mais freqüentes foram: alteraçoes sociais e familiares em 44,3%, constipaçao intestinal em 11,7%, urgência miccional em 10%, freqüência urinária diminuída em 9,2% e manobras de contençao em 7,1%. A prevalência geral de disfunçao miccional foi de 32,9%.
CONCLUSOES: A prevalência dos sintomas estudados foi elevada; o instrumento utilizado baseado em escore auxiliou a selecionar as crianças que devem ser encaminhadas para uma avaliaçao de disfunçao do trato urinário inferior. O conhecimento destes distúrbios por parte dos pais e professores poderá auxiliar na detecçao das causas e na prevençao de complicaçoes relacionadas à disfunçao do trato urinário inferior, melhorando as condiçoes de saúde física e emocional destas crianças.

 


PO235

Enurese infantil uma realidade que necessita de atençao

VAZ, GTB; (1); VASCONCELOS, MMA; (1); SILVA, FM; (1); MAGALHAES, PG; (1); LIMA, A; (1); REIS, S; (1); LIMA, EM(1)

Universidade Federal de Minas Gerais(1)

OBJETIVO: Investigar a freqüência da enurese em escolares.
MATERIAL E MÉTODOS: Delineamento transversal, incluindo 240 crianças, alunos da Escola Municipal Nazinha Conrado Silva em Vespasiano (MG), e 261 crianças, alunos da Escola Fundamental do Centro Pedagógico da UFMG em Belo Horizonte (MG), totalizando uma amostra de 501 crianças com idades entre 5 a 12 anos de ambos os sexos. A freqüência da enurese foi avaliada no próprio ambiente escolar e através de uma entrevista individual na qual foram feitas perguntas sobre perda urinária noturna. Foi considerado enurese quando a criança tinha pelo menos 1 episódio de xixi na cama por mês. Os pesquisadores perguntavam os dados da criança, com quem morava, se sempre estudou naquela escola, se tinha irmaos, quantos e qual a idade; a seguir era perguntado se quando a criança fazia xixi na cama, ela ficava com raiva, ou com vergonha. A criança que nao tinha mais enurese, respondia enfaticamente que nao sentia nada por que nao fazia mais xixi na cama; quando a criança respondia que ficava com raiva ou com vergonha, era entao perguntado quantas vezes por semana ela molhava a cama. Após os resultados da entrevista os pesquisadores ministraram uma palestra educativa para os professores com o propósito de orientar sobre o funcionamento do trato urinário inferior e suas manifestaçoes.
RESULTADOS: A enurese foi detectada em 72 (14%) crianças, sendo 38 do sexo feminino e 34 do sexo masculino.A freqüência da enurese nas crianças estudadas modificou com a idade, sendo de 26,4% nas crianças de 6 anos,15,3% nas de 7 anos, 15,3 % nas de 8 anos, 13,9% nas de 9,1,11,0% nas de 10 anos, 9,7 % nas de 11 anos e 2,8% nas de 12 anos. Conclusoes A entrevista individualizada na própria escola auxiliou a selecionar as crianças com queixa de enurese. O conhecimento deste distúrbio por parte dos professores poderá ajudar na conduçao da abordagem, inclusive em sala de aula das crianças acometidas de distúrbios do trato urinário inferior, podendo orientar aos pais a necessidade de avaliaçao médica, e com o diagnóstico precoce poderá prevenir complicaçoes relacionadas ao trato urinário inferior assim como relacionadas aos aspectos emocionais.

 


PO236

GESF colapsante idiopática na infância – relato de três casos

REIS, AAC(1); BARBOSA, FAM(1); PENIDO, MG(1); TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1)

Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1)

INTRODUÇAO: Existem poucos relatos dos desfechos clínicos da glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) colapsante idiopática.
OBJETIVO: Relatar três casos de GESF colapsante idiopática em crianças acompanhadas no Centro de Nefrologia da SCBH.
MATERIAL E MÉTODOS: Análise de prontuários médicos.
RESULTADOS: Caso 1: sexo feminino iniciou aos 12 anos quadro de síndrome nefrótica (SN). Evoluiu em três meses com oligúria, hipertensao arterial sistêmica, azotemia e sintomas de uremia, sendo iniciada terapia hemodialítica. Como imunossupressao, recebeu prednisona e ciclosporina. As sorologias foram negativas e o complemento normal. A biópsia renal foi sugestiva de GESF colapsante, em fase de cronificaçao. Nao houve recuperaçao de funçao renal e a criança mantém-se em hemodiálise convencional. Caso 2: sexo masculino iniciou aos 13 anos quadro súbito de SN com proteinúria maciça (27,5g/24h). Aos seis meses de tratamento com prednisona em dose plena, iniciou queda progressiva de proteinúria, sendo iniciada reduçao gradativa de corticoterapia. As sorologias foram negativas e nao havia alteraçoes do complemento. A biópsia renal foi sugestiva de GESF colapsante. Apesar de controle da proteinúria, iniciou queda progressiva de funçao renal um ano após o início da doença. Atualmente encontra-se com clearance de creatinina de 67ml/min e proteinúria de 389mg/24h. Está em uso de captopril em altas doses há mais de um ano. Caso 3: sexo masculino iniciou aos sete anos quadro de SN, com recidivas freqüentes. As sorologias eram negativas e o complemento normal. Aos oito anos foi optado por início de ciclofosfamida, mas manteve recidivas, sendo, entao, optado por ciclosporina, com reduçao parcial de proteinúria. A biopsia renal foi sugestiva de GESF colapsante. Atualmente, aos 12 anos de idade, mantém funçao renal preservada e proteinúria nao-nefrótica, em uso apenas de captopril.
CONCLUSAO: Relatamos três casos de GESF colapsante idiopática na infância, com alteraçoes morfológicas semelhantes, mas desfechos clínicos diversos.


PO237

Siíndrome hemolítico-urêmica na infância – experiência de nossa UTI

ROQUE, RA(1); ROQUE FILHO, WM(1); NOBREGA, LT(1); AGUIAR, MF(1); PEDROSA, P(1); DINIZ, I(1)

AMIP – Assistência Médica Infantil da Paraíba(1)

A sindrome hemolitico-urêmica (SHU) é uma das principais causas de insuficiência renal aguda (IRA) na infância. Caracteriza-se por uma tríade clássica composta por: anemia hemolítica, trombocitopenia e IRA. A maioria das SHU na infância está associada a quadros de diarréia com sangue, que tem como agente responsável as cepas de Escherichia coli produtoras de Shiga-toxina, mas também há relatos de formas atipicas de SHU. Nosso objetivo é relatar a experiência de nosso serviço no diagnóstico e manejo dessa patologia. Foi feito um estudo retrospectivo através de revisao de prontuário de todos os pacientes com esse diagnostico, internados em UTI de um hospital infantil da rede particular de nossa cidade, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. Neste período, foram diagnosticados 05 casos de SHU, com idade média de 1,3 anos, sendo 03 pacientes do sexo feminino e 02 do sexo masculino. Houve história pregressa de diarréia com sangue em 4 casos. Uma das crianças apresentou a SHU atípica. Todos os diagnósticos foram clínicolaboratoriais, exceto em 01 paciente, no qual foi possível a realizaçao de biópsia renal, que mostrou a lesao característica da patologia: microangiopatia trombótica. Foi necessário terapia renal substitutiva em todos os casos. 01 paciente teve evoluçao desfavorável, culminando com o óbito. 01 paciente teve recuperaçao completa da funçao renal, evoluindo sem qualquer tipo de seqüela. 02 pacientes apresentam proteinúria nao nefrótica, e um deles apresenta-se com persistente hipertensao arterial, necessitando de medicaçao antihipertensiva. 01 paciente evoluiu para a insuficiência renal crônica, necessitando de entrar no programa de diálise peritoneal ambulatorial contínua. É importante relatar que todos os pacientes deram entrada em nosso serviço com hipótese diagnóstica de sepse + CIVD e, com melhor análise dos casos, fez-se o diagnóstico definitivo de SHU. Concluimos que o diagnóstico de SHU tem sido cada vez mais freqüente em nosso meio e que o seu adequado manejo é fundamental para boa evoluçao do caso.

 


PO238

Glomeruloesclerose segmentar e focal em crianças e adolescentes: resposta ao tratamento e fatores preditores de resposta

SALUM, RG; (1); OLIVEIRA, EA; (1); BAMBIRRA, EA; (1); CARDOSO, LSB(1); ABRANTES, MM(1); LIMA, EM(1)

Universidade Federal de Minas Gerais(1)

INTRODUÇAO: A glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é a principal causa de síndrome nefrótica córtico-resistente em crianças e também uma das causas mais comuns de doença renal crônica terminal. O objetivo do presente trabalho foi descrever a resposta ao tratamento de crianças com GESF e correlacioná-la com os parâmetros clínicos, laboratoriais e histopatológicos.
MÉTODO: estudo retrospectivo observacional de 113 crianças e adolescentes com o diagnóstico de GESF primária, confirmado por análise histopatológica de fragmento de biópsia renal, entre um e 18 anos de idade, atendidos na Unidade de Nefrologia Pediátrica do HC-UFMG, de 1970 até 2007.
RESULTADOS: todos os pacientes fizeram uso de prednisona: 42 (37,2%) apresentaram remissao e 25 (22,1%) apresentaram resposta parcial. A existência de hematúria à admissao (p=0,001) e o aumento na idade de início dos sintomas (p=0,034) estiveram relacionados à pior resposta à corticoterapia. A ciclofosfamida (CFA) foi usada em 84 pacientes (74,3%). Após o uso da CFA, 42 (50%) apresentaram remissao e 16 (19%), resposta parcial. A resposta inicial à corticoterapia foi relacionada à melhor resposta à CFA. Os pacientes com córtico-resistência inicial tiveram 3,8 chances mais de nao responderem à CFA, enquanto os córtico-resistentes no momento da prescriçao de CFA tiveram 15,7 vezes mais chances de nao responderam ao tratamento. A sobrevida renal foi maior no grupo de pacientes córtico-sensíveis (p=0,0002). A resposta à CFA, ainda que parcial, também se correlacionou com melhor sobrevida renal.
CONCLUSAO: a presença de hematúria à admissao e maior idade de início dos sintomas estiveram relacionadas à córticoresistência. A córtico-sensibilidade esteve associada à melhor resposta à CFA As alteraçoes histopatológicas nao se correlacionaram com a resposta terapêutica ou prognóstico. Os pacientes que apresentaram resposta à terapia seja com corticóides ou CFA evoluíram com melhor preservaçao da funçao renal quando comparados aos pacientes que nao responderam a nenhum destes medicamentos.


PO239

Experiência com o tratamento com ciclosporina (CSA) em crianças e adolescentes portadores de glomeruloescle-rose segmentar e focal (GESF)

SALUM, RG; (1); OLIVEIRA, EA; (1); BAMBIRRA, EA; (1); CARDOSO, LSB(1); ABRANTES, MM(1); LIMA, EM(1)

Universidade Federal de Minas Gerais(1)

INTRODUÇAO: a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é a principal causa de síndrome nefrótica córtico-resistente em crianças e também uma das causas mais comuns de doença renal crônica terminal. O objetivo do presente trabalho foi descrever a resposta ao tratamento de crianças com GESF e correlacioná-la com os parâmetros clínicos, laboratoriais e histopatológicos.
MÉTODO: estudo retrospectivo observacional de 113 crianças e adolescentes com o diagnóstico de GESF primária, confirmado por análise histopatológica de fragmento de biópsia renal, entre um e 18 anos de idade, atendidos na Unidade de Nefrologia Pediátrica do HC-UFMG, de 1970 até 2007.
RESULTADOS: todos os pacientes fizeram uso de prednisona: 42 (37,2%) apresentaram remissao e 25 (22,1%) apresentaram resposta parcial. A ciclosporina (CsA) foi usada em 27 pacientes. Destes, 22 (81,5%) apresentaram remissao após o uso da CsA: todos os córtico-sensíveis e 12 (71%) dos córtico-resistentes, sendo sustentada em 50% dos pacientes por período superior a 40 meses e com recidivas em outros 50%. Proteinúria mais alta em urina de 24 horas à admissao relacionou-se à pior resposta à CsA. A resposta à CsA esteve relacionada à uma melhor sobrevida renal, sendo cerca de 90% em 10 anos nos pacientes CsA sensíveis e de 25 % em 2 anos naqueles CSA resistentes (p=0,0002).
CONCLUSAO: A córtico-sensibilidade apresentou tendência à associaçao com a resposta à ciclosporina. Proteinúria mais elevada à admissao esteve relacionada à pior resposta à ciclosporina. As alteraçoes histopatológicas nao foram relacionadas à resposta terapêutica ou ao prognóstico. Os pacientes que apresentaram resposta à terapia seja com corticóides ou ciclosporina evoluíram com melhor preservaçao da funçao renal quando comparados aos pacientes que nao responderam a estes tratamentos


PO240

Diabetes insipidus nefrogênico (DIN) características clínicas, laboratoriais e alteraçoes moleculares

VAISBICH MH(1); DEMARCO LA(1); KOCH VH(1); AE KIM C(1)

Instituto da Criança – HCFMUSP(1)

OBJETIVO: Relatar características clínicas e laboratoriais e alteraçoes genéticas de pacientes portadores de DIN.
MATERIAL E MÉTODOS: Revisao dos dados clínicos e laboratoriais de pacientes com DIN na apresentaçao, evoluçao do ganho pônderoestatural, situaçao neurológica e complicaçoes. Realizado estudo genético de cada caso; o genótipo foi determinado usando amplificaçao por PCR e seqüenciamento direto do gene AVPR2 e AQP2.
RESULTADOS: Estudadas 6 crianças com DIN dos Ambulatórios de Nefrologia e Genética do Instituto da Criança – HCFMUSP. A análise das alteraçoes moleculares foi realizada no Departamento de Genética da UFMG. A Tabela abaixo mostra sexo, idade, Z score para peso e estatura inicial e final e alteraçoes genéticas de cada um dos pacientes. Para JGC a queixa foi de crises convulsivas e calcificaçoes cranianas; nos demais pacientes foi deficiência de ganho pôndero-estatural, episódios de febre e desidrataçao, poliúria e polidipsia, com várias internaçoes. Todos tinham desidrataçao hipernatrêmica ao diagnóstico e o DIN foi confirmado pelo teste de restriçao hídrica sem resposta ao DDAVP. Tratamento instituído: dieta hipossódica e hidroclorotiazida. JGC evoluiu com deficiência de funçao renal moderada, os demais pacientes com funçao renal normal. JGC tem atraso importante do DNPM e ACTS leve, os demais pacientes nao apresentam alteraçoes neurológicas. Todos apresentam dilataçao das vias urinárias. Em relaçao aos achados moleculares é importante ressaltar que nos casos ACTS e FDC identificada uma nova mutaçao do AVPR2 e esta nao existia na mae dos pacientes.
CONCLUSOES: Cerca de 90% dos pacientes com DIN têm mutaçoes no gene do AVPR2 que sao transmitidas por herança recessiva ligada ao X. Este estudo enfatiza a importância do teste genético para definir o diagnóstico e aconselhamento genético e ressalta os dados clínicos e laboratoriais que fazem suspeitar do diagnóstico. Uma nova mutaçao no AVPR2 foi identificada em 2 pacientes provenientes de famílias diferentes.


PO241

Síndrome de Fanconi-Bickel – Apresentaçao atípica

COLLOPY, SS(1); VAISBICH, MH(1); DELLA MANNA, T(1); DAMIANI, D(1); PORTA, G(1); ASSUMPÇAO, IGR(1); KOCH, VH(1)

Instituto da Criança – HC – FMUSP(1)

OBJETIVO: Relatar apresentaçao atípica da síndrome de Fanconi-Bickel diagnosticada a partir da investigaçao de baixo ganho pôndero-estatural.
MATERIAL E MÉTODOS: Revisao dos dados clínicos e laboratoriais da paciente encaminhada ao ambulatório de nefrologia de hospital universitário de atençao terciária.
RESULTADOS: Paciente feminina, 6 anos, baixo ganho pôndero-estatural desde os 8 meses e dor abdominal recorrente. Pais saudáveis nao consangüíneos e irma de 1,5 anos com displasia frontonasal. Apresentou crises convulsivas pregressas por hipoglicemia. Tratada com GH (hormônio do crescimento) recombinante sem resposta. Nova investigaçao: Acidose metabólica (pH 7,37 PCO2 28,8 mmHg HCO3 16,3 mEq/L BE -7,1), “anion gap” plasmático normal (14,8), glicosúria 2+, proteinúria 2+, hipofosfatemia com reabsorçao tubular de fosfato de 75%, hipercalciúria, pH urina ácido (5,22), “anion gap” urinário negativo (-3,2); aumento nas aminotransferases até o triplo do valor normal, hiperglicemia pós-prandial (teste de tolerância oral a glicose – glicose 221 mg/dL após 2h) e hipoglicemia de jejum (32mg/dL). Estabelecido o diagnóstico de síndrome de Fanconi. Ultra-sonografia abdominal: esteatose hepática sem hepatomegalia e rins normais; biópsia hepática: depósitos de glicogênio, glicogenose. Estes dados comportam o diagnóstico de síndrome de Fanconi-Bickel. Iniciada reposiçao eletrolítica, de vitamina D, e dieta com boa evoluçao.
CONCLUSAO: A síndrome de Fanconi -Bickel é rara , autossômica recessiva, por deficiência do transportador de glicose tipo 2 (GLUT 2) presente no fígado, células beta do pâncreas, trato gastrintestinal e rim. No metabolismo da glicose o GLUT2 participa da captaçao intestinal, reabsorçao renal, ajuste pancreático e captaçao e liberaçao hepática. No rim, é responsável pela reabsorçao ativa de glicose associada ao sódio, e na liberaçao de glicose para circulaçao. Atua também no transporte de galactose. Nesta doença ocorre depósito hepatorrenal de glicogênio, intolerância à galactose, hipoglicemia de jejum, hiperglicemia pós-prandial, síndrome de Fanconi, hepatomegalia, nefromegalia e mau desenvolvimento. Esta paciente tinha fáscies atípica e ausência de visceromegalias. Ressaltamos a importância da investigaçao eletrolítica e metabólica em pacientes com baixo ganho pôndero-estatural; o alto grau de suspeiçao levou ao diagnóstico de doença rara com apresentaçao atípica e possibilitou a intervençao adequada, com melhora clínica e laboratorial da paciente.

 


PO242

Relato de caso de uma forma grave de síndrome hemolítico-urêmica idiopática em criança, com boa evoluçao posterior

MATTAR, EG(1); CARDOSO, ITA(1); BERSANO, JPO(1); GONCALVES, ALD(1); CASTRO, AMA(1); TAVARES, TAO(1); PINTO, SWL(1)

Hospital Sao Joao de Deus(1)

BCMT, criança de 12 anos com história familiar positiva para nefropatia, admitida em maio de 2007 no CTI pediátrico do Hospital Sao Joao de Deus de Divinópolis – MG, com relato de crises convulsivas, plaquetopenia, anemia, febre e hipertensao arterial. Nao havia relato de diarréia ou infecçoes prévias. Exames laboratoriais mostravam elevaçao de escórias azotadas, presença de esquizócitos em sangue periférico e DHL elevado. FAN, ANCA, anti-DNA, crioglobulinas, fator reumatóide, negativos. C3, C4 e CH50 normais. Anticardiolipina negativo e anticoagulante lúpico positivo. Clearance creatinina de 8,9 mL/min. Ultra-som do aparelho urinário normal. Foi iniciado diálise peritoneal em caráter de urgência. A paciente evoluiu gravemente, com derrame pleural, pericárdico e tamponamento cardíaco, necessitando de pericardiocentese. Feito pulsoterapia com metilprednisolona e manutençao com prednisona, posteriormente suspensa devido a má resposta clínica. Em seguida apresentou insuficiência cardíaca, hipóxia e duas paradas cárdio-respiratórias. Permaneceu por longo período no CTI com complicacoes várias, inclusive acidente vascular cerebral isquêmico, peritonite, pneumonia relacionada à ventilaçao mecânica e choque séptico. Biópsia renal evidenciou proliferaçao endovascular moderada, microangiopatia trombótica, sinéquias focais e componente membranoso subendotelial associado. Microangiopatia trombótica artério-arteriolar com arterioloesclerose hiperplásica, compatível com Síndrome Hemolítico-Urêmica, formas arterial e glomerular, com sinais de organizaçao. Impossibilitada plasmaférese, iniciouse reposiçao de plasma fresco congelado durante 48 horas, posteriormente suspenso devido a congestao pulmonar. Optou-se entao por adotar medidas específicas de tratamento para cada complicaçao, além de tratamento dialítico intensivo. Otimizado o tratamento medicamentoso com anti-hipertensivos e anti-convulsivantes. Progressivamente ocorreu estabilizaçao do quadro clínico. No momento a paciente encontra-se em programa de diálise peritoneal automática domiciliar, estável, tanto clínica quanto laboratorialmente, com leve déficit cognitivo e nenhuma seqüela motora.


PO243

Tuberculose renal – Relato de caso

COLLOPY, SS(1); MELLO, MEG(1); STATAJNBOK, DCN(1); FERREIRA, LGB(1); PINTO, LAM(1)

Hospital Universitário Pedro Ernesto – UERJ(1)

OBJETIVO: Relato de caso de tuberculose renal identificado durante a investigaçao de paciente com suspeita de pielonefrite aguda.
MATERIAL E MÉTODOS: Revisao dos dados clínicos e laboratoriais de paciente encaminhado para a enfermaria de pediatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE).
RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, 11 anos, com história aguda de polaciúria, disúria e febre, tratado para infecçao do trato urinário (ITU). Evoluiu com vômitos e lombalgia apesar do uso de cotrimoxazol, sendo internado em hospital secundário onde foi submetido a vários esquemas antimicrobianos (cefoxitina, ceftriaxona, ciprofloxacina e ampicilina-sulbactam) sem resposta adequada. Transferido para investigaçao diagnóstica no HUPE, onde foram realizados ultrasonografia (US) abdominal – múltiplos cistos renais à direita e capacidade vesical reduzida; tomografia computadorizada (TC) – hidronefrose generalizada; e urografia excretora (UE) – rim direito excluso e ureter esquerdo com estenose distal. Na anamnese dirigida, história prévia de urgência e incontinência urinárias crônicas e antecedente familiar de tuberculose pulmonar. Para confirmaçao diagnóstica: uroculturas para germes comuns, fungos e micobactéria: negativas (em vigência de antibiótico); exame simples de urina: piúria e hematúria; hemoculturas para germes comuns e micobactéria: negativas; teste da tuberculina (PPD): 18mm; três amostras de lavado gástrico: BAAR negativos e cultura positiva para Mycobacterium sensível a RIP; pesquisa de imunodeficiência: negativa. Fez uso de ceftazidima e amicacina por 10 dias, de esquema I por seis meses e de prednisona por dois meses. Posteriormente foi submetido à ampliaçao vesical com resoluçao das queixas urinárias.
CONCLUSAO: A tuberculose genitourinária representa 15 a 20% das manifestaçoes extrapulmonares de tuberculose, com período de latência de cinco até 40 anos. A apresentaçao mais comum inclui urgência/incontinência urinárias, disúria, febre, dor abdominal, piúria estéril, dilataçoes e calcificaçao na US, hidronefrose e cicatrizes renais na TC; estenoses e dilataçoes ureterais, cavitaçoes pélvicas e bexiga contraída na UE. O tratamento com esquema I é eficaz, porém nao resolve as eventuais seqüelas de fibrose no aparelho genitourinário. O uso de corticóide visa à reduçao da resposta inflamatória. Nao é incomum a necessidade de intervençao cirúrgica para os casos de estenoses ureterais e bexigas gravemente contraídas.


PO244

Tumor marrom maxilar secundário à osteodistrofia rena-relato de caso

ABREU, RM(1); CLETO, TL(1); MONTALVAO, JAA(1); MORAES, CAP(1); NOVAES, RHLL(1); OLIVEIRA, LFV(1); SA, VM(1); TOZZATTO, FA(1); ZAGURY, A(1)

Hospital Geral de Bonsucesso(1)

OBJETIVO: Uma das manifestaçoes de osteodistrofia renal é o tumor marrom, este é mais freqüente em ossos longos, costelas e pelve. Nosso objetivo é relatar um caso de tumor marrom na maxila, uma localizaçao rara, principalmente em crianças.
MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso baseado em revisao do prontuário.
RESULTADOS: Paciente do sexo feminino, de 9 anos, em insuficiência renal crônica por glomerulonefrite rapidamente progressiva. Evoluiu com hiperparatireoidismo secundário controlado após pulso com calcitriol (tabela 1) Em consulta odontológica de rotina foi notada massa extensa de contorno irregular no palato. Referia dor à mastigaçao. Realizada radiografia panorâmica que mostrou lesao expansiva na maxila. Tomografia computadorizada mostrou processo infriltrante com áreas de lise cortical em maxila esquerda, estendendo-se à linha média, medindo cerca de 3,5×2,2cm, obstruindo parcialmente a fossa nasal esquerda. Feita biópsia da lesao, compatível com tumor marrom. Nao havia nenhum outro sinal ou sintoma de osteodistrofia renal. Avaliaçao da cirurgia de cabeça e pescoço contra-indicou a ressecçao do tumor, o que geraria uma fístula, comprometendo a mastigaçao e deglutiçao. Sugerido acompanhamento da evoluçao da lesao.
CONCLUSAO: Tumor marrom é um granuloma de células gigantes, áreas de hemorragia sao responsáveis pela aparência marrom. Manifestaçao rara de hiperparatireoidismo secundário e nos últimos anos suas taxas vêm diminuindo por causa do diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença. Os ossos mais freqüentemente envolvidos sao: costelas, clavículas, cintura pélvica e mandíbula. Maxila é um sítio raro de acometimento principalmente em crianças e adolescentes. Diagnóstico diferencial deve ser feito com granulomas e tumores de células gigantes, sendo que a histopatologia nao é confirmatória. O diagnóstico deve ser estabelecido pela história clínica e dados laboratoriais. Por mais que o controle do hiperparatiroidismo seja crucial no tratamento do tumor marrom, já que este pode regredir, muitos autores sugerem a ressecçao do tumor para controle da sintomatologia. Recorrência com níveis normais de cálcio é extremamente rara.


PO245

Raquitismo hipofosfatêmico secundário à ifosfamida e carboplatina – Relato de caso

OLIVEIRA, LFV(1); ABREU, RM(1); CLETO, TL(1); MONTALVAO, JAA(1); MORAES, CAP(1); NOVAES, RHLL(1); SA, VM(1); TOZZATO, FA(1); ZAGURY, A(1)

Hospital Geral de Bonsucesso(1)

OBJETIVO: Reportar um caso de raquitismo hipofosfatêmico secundário ao uso de quimioterápicos.
MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso de paciente referenciada ao ambulatório de Nefropediatria, baseando-se em revisao radiológica e de prontuário.
RESULTADOS: Menina de 10 anos encaminhada por “fraqueza e dores nas pernas”, iniciados um ano antes, de caráter progressivo, evoluindo com deformidades ósseas, dificuldade na deambulaçao e dores difusas generalizadas. Tumor de Wilms há 4 anos, submetida na época à nefrectomia esquerda, radioterapia (RT) e quimioterapia (QT). Recidiva no mesmo ano, utilizando esquema de resgate com carboplatina, vepesidio e ifosfamida (dose total de 50g/m2). Exames laboratoriais: hipofosfatemia grave, hipocalcemia, fosfatase alcalina elevada e paratormônio normal. Taxa de reabsorçao tubular de fosfato baixa (43,7%), além de acidose metabólica hiperclorêmica, proteinúria e hipouricemia. Radiografia de ossos longos com intensa osteopenia e presença de fraturas (com calo ósseo) em epicôndilo lateral de fêmur direito e ulna bilateralmente, além de alargamento das extremidades distais.
CONCLUSAO: Nefrotoxicidade por compostos quimioterápicos é bem estabelecida, especialmente secundária à ifosfamida e a compostos contendo platina. Tubulopatia proximal é mais relacionada à ifosfamida e sua incidência é variável na literatura (1,4% – 30%). Normalmente é de caráter insidioso, progressivo e por vezes irreversível, com manifestaçoes clínicas referentes às perdas renais. Alguns fatores de risco relacionados sao: dose cumulativa superior a 60g/m2 (mais importante), idade (< 5 anos), uso prévio/concomitante de cisplatina/carboplatina, nefrectomia e RT. Em nosso caso, trazemos uma criança com evidências clínico-laboratoriais-radiológicas claras de raquitismo hipofosfatêmico, exposta à QT cerca de três anos antes do início dos sintomas, levando à lesao tubular proximal e suas repercussoes clínicas. Após início de soluçao de fosfato e citrato de potássio, paciente evoluiu de forma satisfatória, com recuperaçao parcial de marcha e força muscular, além de melhora total do quadro álgico.

 


NUTRIÇAO

PO246

Influência do tratamento pré-diálise nos marcadores nutricionais de pacientes em programa de hemodiálise crônica

NIHI, MM(2); SCHWARTZ, LE(1,1); CORRADI-PERINI, C(1)

Pontifícia Universidade Católica do Paraná(1)
Fundaçao Pró-Renal(2)

OBJETIVO: Investigar se o tratamento pré-diálise influencia nos marcadores nutricionais em pacientes em programa de hemodiálise crônica (HD). Materiais e
MÉTODOS: Foram selecionados 19 pacientes que receberam tratamento pré-diálise (grupo A) e 19 pacientes que nao receberam o tratamento (grupo B). A cada grupo foi aplicado um questionário contendo questoes sobre peso, apetite e práticas alimentares na fase que antecedeu a diálise, além destes, os pacientes do grupo A também foram abordados quanto ao profissional orientador e as respectivas orientaçoes alimentares recebidas nesta fase. Foram coletados dos prontuários os exames laboratoriais e dados antropométricos, na data de início do programa de HD e após um ano, de todos os pacientes incluídos no estudo.
RESULTADOS: No grupo A, 74% dos pacientes receberam orientaçao de restriçao alimentar, sendo em 40% dos casos por um nutricionista. De todas as orientaçoes, a restriçao de sódio foi a mais praticada pelos pacientes deste grupo. Os pacientes do grupo B, apesar de nao terem sido orientados por um profissional da área de saúde, referiram restriçao de alguns alimentos antes do início do programa hemodialítico, sendo que a mais freqüente foi de alimentos ricos em proteína e potássio, por motivos mais comuns de falta de apetite, enjôo e mal estar. Na fase que antecedeu a diálise, no grupo A, 50% dos pacientes diminuíram o apetite e 51% perderam peso, no grupo B 42% e 63%, respectivamente. O grupo A apresentou resultados significativamente melhores em exames de hemoglobina, hematócrito e fósforo séricos ao iniciar a diálise. O índice de massa corporal do grupo A no início e após um ano está relacionado a um melhor prognóstico para pacientes em HD. No início da diálise, a porcentagem de adequaçao da prega cutânea do tríceps do grupo A apresentou-se na faixa de desnutriçao moderada, e do grupo B, na faixa de desnutriçao grave.
CONCLUSAO: o tratamento pré-diálise exerce grande influência nos marcadores nutricionais de pacientes em HD, principalmente no início do tratamento dialítico.

 


PO247

Aceitabilidade e consumo proteico em pacientes renais crônicos

MACIEL, MARM; MENDONÇA, L; SCURR, E.

Instituto do Rm do Paraná(1)

O objetivo do presente estudo foi avaliar a aceitabilidade e consumo de alimentos proteicos em pacientes renais crônicos em uma clínica de hemodiálise de Curitiba. Entraram no estudo 25 pacientes que concordaram em participar, com idade entre 21 e 90 anos. Foi aplicado um questionário constando de dados dos pacientes e perguntas referentes a aceitabilidade, frequência de consumo e intolerância a alimentos proteicos. As informaçoes foram digitadas em um banco de dados e expressos por frequências e percentuais. Da populaçao entrevistada, 76% referiram gostar de carne vermelha e a consomem diariamente. Outros tipos de carne como peixe e porco também tiveram boa aceitaçao, mas nao sao consumidos tao frequentemente. O queijo foi o alimento que teve maior aceitaçao e um consumo quase diario. Em relaçao ao desconforto ( intolerância) 68% dos pacientes afirmaram que nao sentem nenhum tipo de desconforto após a ingestao da carne vermelha ou de frango. O sintoma mais enumerado em relaçao ao consumo dos alimentos proteicos listados foi mal estar quando come, seguido de náuseas com o sabor. Os resultados indicam que a populaçao estudada, na sua maioria gosta e consome carne vermelha ou de frango, leite e queijo quase que diariamente, sendo esses, alimentos proteicos de alto valor biológico. Mas, mesmo assim, o aporte proteico precisa ser orientado, para que haja um estado nutricional adequado, pois, há consumo, porém pode ser que este seja em quantidade inadequada, o que nao foi analisado neste estudo.

 


PO248

Comparaçao de três métodos de avaliaçao antropométrica em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico

MACIEL, MARM(1); RIBEIRO, MG(1); HALLVASS, AEC(1)

Instituto do Rim do Paraná(1)

A desnutriçao é um fator freqüente e determinante na morbi – mortalidade de pacientes renais crônicos. Entre os métodos de avaliaçao antropométrica, um método bem conhecido é o da bioimpedância elétrica tetrapolar (BIA), que é um método rápido e nao invasivo. As pregas cutâneas medem indiretamente a espessura do tecido adiposo subcutâneo, sendo a medida da espessura de duas camadas de pele e a gordura subcutânea adjacente. A interactância por infravermelho é um método nao invasivo, simples e rápido para avaliar a porcentagem de gordura corporal, e é baseado na absorçao e reflexao de luz, usando uma emissao de luz infravermelha. No entanto, esse método nao tem sido testado rigorosamente em pacientes renais. Assim, o objetivo deste estudo foi comparar os três métodos de avaliaçao antropométrica em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico. Foram avaliados 21 pacientes em tratamento hemodialítico no Instituto do Rim do Paraná que concordaram em participar. Para a avaliaçao com pregas cutâneas, foram utilizadas as seguintes medidas: prega cutânea triciptal (PCT), biciptal (PCB), subescapular (PSE) e suprailíaca (PSI) utilizando adipômetro da marca cescorf® corretamente aferido, no braço sem acesso venoso, no momento imediato após o término da sessao de hemodiálise. A avaliaçao com a bioimpedância elétrica (BIA), da marca RJL®, foi realizada imediatamente ao final da hemodiálise, nos dando valores de gordura e massa magra corporal. A medida com interactância de infravermelho, da marca Futrex®, foi realizada no braço sem acesso venoso. Para avaliar a significância estatística foi utilizado o teste ANOVA. Dos 21 pacientes estudados 42,9% eram do sexo feminino. Pelos 3 métodos a porcentagem de gordura e IMC foram maiores nas mulheres. O maior índice de correlaçao para gordura corporal e também massa magra foi encontrado entre bioimpedância e interactância. Por este estudo, nao pode-se considerar que um método seja mais exato que outro, mesmo porque a medida das pregas cutâneas é dependente do avaliador e pode sofrer avaliaçoes. Sao necessários mais estudos comparativos, com amostra maior para confirmar a eficácia de um ou outro método.


PO249

Manejo do fósforo em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico – Programa de educaçao continuada

SCARPIN, EO(1); MACIEL, MARM(1); HALLVASS, AEC(1)

Instituto do Rim do Paraná(1)

Frente às complicaçoes da hiperfosfatemia, fica clara a necessidade de um controle adequado de fósforo. O objetivo deste estudo foi controlar os níveis séricos de fósforo implementando-se um programa de educaçao continuada no sentido de demonstrar a importância do uso correto do quelante de fósforo e controle dietético dos pacientes em hemodiálise. O estudo foi realizado com os pacientes em programa de hemodiálise da Santa Casa de Curitiba de outubro de 2006 à abril de 2007. O trabalho foi dividido em 3 fases, investigaçao do uso do quelante, educaçao nutricional individualizada e educaçao nutricional expositiva coletiva, totalizando 63 pacientes. Foi realizada análise variância ANOVA paa cálculo de significância das médias entre os grupos e teste t-student para verificaçao de diferença estatística entre as médias ao longo do estudo. Observou-se que 61,5% dos pacientes estudados nao adere à prescriçao médica do quelante e 32,1% queixam-se de constipaçao. Apesar de ter sido observada a menor média ( 4,74 mg/dl) no mês seguinte ao término da pesquisa, nao houve diferença significativa. Os resultados, apesar de nao terem sido significantes, mostraram uma tendência à diminuiçao dos níveis de fósforo e, nao menos importante manutençao dos níveis mais baixos enquanto houver educaçao nutricional continuada, que, por sua vez, mostra que, métodos alternativos podem despertar atençao dos pacientes e interesse nos cuidados em relaçao ao fósforo.

 


PO250

Avaliaçao do estado nutricional de pacientes em diálise peritonial

RODRIGUES, ME; COSTA, A DE P; REGA, MJG; SILVA, JA; CORTES-MAGALHAES, AV

HBDF-SES DF(1)
Renal Care(2)

OBJETIVO: Evidências mostram grande relaçao entre o estado nutricional e a freqüência de complicaçoes em pacientes em terapia renal substitutiva. A dificuldade de estabelecermos um padrao de avaliaçao nutricional apenas com base nos exames clínicos de rotina, levou-nos a uma análise do estado nutricional dos nossos pacientes em Diálise Peritonial (DP) usando parâmetros objetivos que complementaram os dados subjetivos observados inicialmente.
MATERIAL E MÉTODO: Foram avaliados 54 pacientes, 29 (53,7%) homens e 25 (46,3%) mulheres, estando 45 (83,3%) em DPA (Diálise Peritonial Automatizada) e 9 (16,7%) em CAPD (Diálise Peritonial Ambulatorial Contínua), com idade variando de 15 a 83 anos e tempo de terapia de 6 a 90 meses. Dos pacientes analisados, 44 (81,4%) têm menos de 65 anos e 10 (18,6%) mais de 65 anos, sendo 15 (27,8%) diabéticos e 39 (72,2%) nao-diabéticos. O estado nutricional desses pacientes foi avaliado através da Avaliaçao Subjetiva Global Modificada (ASGm), peso seco, índice de massa corporal (IMC), prega cutânea triciptal (PCT), circunferência do braço (CB) e circunferência muscular média do braço (CMMB). Foram analisadas também a albumina sérica, a transferrina sérica e a contagem linfocitária total (CLT).
RESULTADOS: Dos pacientes avaliados pelo IMC, 7(13%) encontram-se obesos, 10 (18,5%) com sobrepeso (má-nutriçao), 23 (42,6%) apresentam-se eutróficos e 14 (25,9%) desnutridos. Quando utilizamos os demais métodos de avaliaçao nutricional, apenas 01 paciente nao apresentou nenhum tipo de desvio nutricional. Dos demais 53 pacientes, 27(51%) mostraram depleçao protéica leve, 22 (41,5%) depleçao protéica moderada e 4 (7,5%) depleçao protéica grave.
CONCLUSAO: Os autores concluem que no grupo analisado, quando investigados de uma forma mais completa, a quase totalidade dos pacientes apresentou algum grau de má-nutriçao, associada ou nao a desnutriçao protéica. A reduçao da atividade física, associada à baixa ingesta protéica e estados inflamatórios crônicos, seriam os fatores que estariam associados a estes achados.


PO251

Perfil nutricional e fatores de risco para doença renal crônica baseados em dados obtidos na campanha previna-se

ROCHA, SR; CARON-LIENERT, RS; PEDRAZZA, EL; SGNAOLIN, V; SCHAFF, CM; SIQUEIRA, SL; FIGUEIREDO, AE

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(1)

A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) vem estimulando, por meio da campanha PREVINA-SE, o diagnóstico precoce da doença renal crônica (DRC), através do rastreamento de pacientes de risco.
OBJETIVOS: Avaliar o perfil nutricional e a história clínica de Diabetes Mellitus (DM), Hipertensao (HAS) e Doença Cardiovascular (DCV) relatada de uma amostra da populaçao de moradores da Vila Fátima Porto Alegre/RS. Materiais e
MÉTODOS: Foi utilizada a ficha de rastreamento indicada pela SBN na Campanha 2008, avaliando antropometria e história clínica relatada. A coleta de dados foi realizada no Centro de Extensao Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 128 voluntários, predominantemente do sexo feminino (87,40%), cuja idade média foi de 47,60±16,98. Baseado nos relatos de história clínica, 12,5% eram diabéticos, 46,5% hipertensos e 30,5% doentes cardiovasculares. Avaliando a classificaçao do índice de massa corporal (IMC), segundo a Organizaçao Mundial da Saúde (OMS), observamos o seguinte perfil nutricional: 1,57% de desnutridos; 29,92% de eutróficos; 31,50% de pré-obesos; enquanto 23,62% apresentavam obesidade grau I; 12,60% obesidade grau II e 0,79% obesidade grau III. Desse modo, 68,51% dos indivíduos apresentavam IMC acima dos valores recomendados pela OMS. O perfil nutricional observado nos indivíduos que relataram as doenças está descrito no quadro a seguir.
CONCLUSAO: Os dados mostram que o peso possui grande influência no desenvolvimento de doenças crônicas e que as suas freqüências apresentam um aumento progressivo conforme o IMC. Deste modo, destacamos a importância das modificaçoes nos hábitos de vida, em especial a alimentaçao adequada, a fim de alcançar e manter um peso saudável, buscando, assim, a prevençao doenças e a conseqüente reduçao do número de pacientes de risco para DRC.

 


PO252

Diagnóstico do nível de conhecimento de nutriçao dos pacientes em capd do instituto do rim do paraná

HALLVASS, AEC; (1); LOPES, CVA; (1); MACIEL, MARM(1)

Instituto do Rim do Paraná(1)

O objetivo deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento de nutriçao dos pacientes em diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC). Foram incluídos 49 pacientes de um total de 70 pacientes em DPAC no período de março a abril de 2008, os quais responderam a um questionário com 11 perguntas fechadas sobre conhecimentos de nutriçao em DPAC, todas elas contendo de 4 a 5 alternativas de resposta. Em torno de 65% dos pacientes apresentaram um nível de conhecimento regular de nutriçao, quase 100% deles sabiam o motivo pelo qual realizavam diálise,e em torno de 73% desconheciam a perda de nutrientes durante a diálise. Embora a maioria soubesse o horário correto de tomar o quelante de fósforo e aproximadamente a metade deles associado o uso do medicamento com a saúde dos ossos, apenas 17% sabiam da açao do quelante em diminuir o fósforo sangüíneo. Em relaçao aos alimentos ricos em fósforo, 65% dos pacientes disserem nao ter conhecimento á respeito, e 82% nao conheciam também os alimentos fontes de potássio. Quando perguntado em relaçao aos alimentos ricos em sódio e os ricos em açúcar, a maioria dos pacientes tinha um bom nível de conhecimento, independente da presença de comorbidades como diabetes e/ou hipertensao arterial. Concluiu-se que a maior parte dos pacientes em DPAC nao tem conhecimento de nutriçao. Através deste estudo foi possível diagnosticar o nível de conhecimento de nutriçao em DPAC e, com isso, entendermos de onde devemos partir para realizarmos um planejamento de educaçao nutricional.


PO253

Progressao do estado nutricional e da doença renal crônica em pacientes pediátricos

TESTA, LO(1); GOES, MA(1); CARVALHAES, JTA(1)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)

OBJETIVO: Comparar o estado nutricional dos pacientes pediátricos na progressao da doença renal crônica (DRC). Materiais e
MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo com 59 pacientes do ambulatório de nefrologia pediátrica por 12 meses. 1.As medidas foram coletadas em 4 momentos (M), com intervalo de 3 meses. 2.Os pacientes foram divididos por estágios (2, 3 e 4) da DRC, calculados através da estimativa do clearance de creatinina (fórmula de Schwartz) e por faixa etária ( 2 à 7 anos; 7 à 13 anos e igual ou maior de 13 anos). 3.Com relaçao à antropometria avaliou-se os escores Z de Peso/Idade (P/I), Estatura/Idade (E/I), Peso/Estatura (P/E) e Indice de Massa Corporal (IMC). 4.Os exames laboratoriais foram Creatinina (Cr), Uréia (U), Sódio (Na), Potássio (K), Cálcio (Ca), Fósforo (P), Hemoglobina (Hb), Hematócrito (Ht), pH e bicarbonato. 5.Os métodos estatísticos empregados foram Friedman e Anova e o nível de significância fixado em 5% (p<0,05).
RESULTADOS: Entre 2 à 7 anos, observou-se reduçao nos níveis de Hb em todos os momentos entre os estágios 2 e 4: M1 (Hb p<0,001), M2 (Hb p=0,002), M3 (Hb p=0,01), M4 (Hb p<0,001) e 3 e 4: M1 (Hb p=0,001), M2 (Hb p=0,002), M3 (Hb p=0,007), M4 (Hb p<0,001). O bicarbonato apresentou reduçao no M2 entre os estágios: 2 e 4 (p=0,002) e 3 e 4 (p<0,001). Observou-se a reduçao do escore Z E/I entre os estágios 2 e 3 em M1 (p=0,03), M2 (p=0,01), M3 (p=0,01) e M4 (p=0,02). Entre 7 à 13 anos, nao foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os estágios 2, 3 e 4. Para a idade acima de 13 anos, houve diferença da Hb entre os estágios 2 e 4, no M1 (Hb p=0,02), no M2 (Hb p=0,05) e no M4 (Hb p=0,04). O bicarbonato diferiu no M1 entre os estágios 2 e 4 (p=0,001); 3 e 4 (p=0,02). O estágio 2 apresentou reduçao do Hb (p=0,02).
CONCLUSAO: Apesar do avanços com relaçao aos cuidados em crianças com DRC, o déficit de estatura continua sendo a maior condiçao de comorbidade. Além disso, o conhecimento dos preditores de uma funçao renal estável ou em deterioraçao sao escassos, nao podendo se extrapolar os dados de adultos para crianças. Desta forma, o estudo aponta que a acidose metabólica e a anemia sao fatores de risco para a desnutriçao.

 


PO254

O conhecimento da importância da nutriçao, aderência á dieta prescrita e eficácia da orientaçao nutricional pelo portador de insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico

HALLVASS, AEC; (1); MACIEL, MARM; (1); MACENO, W(1)

Instituto do Rim do Paraná(1)

Este trabalho teve por objetivo verificar o conhecimento em relaçao á importância da nutriçao como parte do tratamento hemodialítico, a aderência á dieta prescrita e a eficácia da orientaçao nutricional pelo portador de insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise (HD). O trabalho foi desenvolvido com 48 pacientes submetidos á hemodiálise, selecionados aleatoriamente no mês de agosto de 2004. Foi aplicado um questionário com 14 perguntas fechadas sobre alimentaçao, aderência á dieta e aspectos sociais da vida do paciente. Os resultados demonstraram que a maioria dos pacientes tem conhecimento sobre a importância da nutriçao e da aderência á dieta para a eficácia do tratamento, entretanto, nem todos os pacientes relataram aderência á dieta, seja por questoes sociais, econômicas ou familiares. Assim sendo, é necessários que os nutricionistas, enquanto educadores, estejam atentos á opiniao dos pacientes, bem como suas condiçoes sócio-econômicas, uma vez que a compreensao desse conjunto facilitará o processo da educaçao continuada.


PO255

Avaliaçao nutricional e níveis de leptina em pacientes renais crônicos em hemodiálise

CASSI, HV(1)

Instituto do Rim do Paraná(1)

A desnutriçao é um achado comum em pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise e está associada a um maior risco de morbi-mortalidade nessa populaçao. Há evidências de que a leptina, hormônio produzido no tecido adiposo e depurado do plasma pela filtraçao glomerular, é indutor de hiporexia e fator contribuinte na gênese da desnutriçao nestes pacientes. Este estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional, consumo alimentar, colesterol total e albumina, relacionando os resultados com os níveis plasmáticos de leptina em 30 pacientes submetidos à hemodiálise crônica. Foram selecionados pacientes com mais de 3 meses em tratamento que concordaram em participar e excluídos os indivíduos portadores de neoplasias e acometidos por processos infecciosos. Foi realizado um recordatório de 24 horas para informaçoes sobre ingestao calórico proteica e calculado o gasto energético total (GET) de cada um dos pacientes. O índice de massa corporal (IMC) e a avaliaçao subjetiva global modificada (SGAm) foram utilizados para avaliaçao do estado nutricional dos pacientes, além das dosagens plasmáticas de colesterol e albumina. Para determinaçao de significância estatística foi usado o test de qui-quadrado, sendo considerado significativo p no nível de 5% (p<0,05). Em relaçao à dosagem de leptina, 83,3% dos pacientes apresentaram valores normais com mediana de 5,14 ng/ml. Os resultados nao mostraram correlaçao dos níveis de leptina com a desnutriçao definida pela SGAm. O consumo energético dos pacientes apresentou uma média de 1321,37 kcal/dia, sendo que para 90% dos pacientes esse valor estava abaixo do GET calculado. Considerandose o IMC, albumina e colesterol, a maioria dos pacientes foi definida como eutrófica. Infere-se a correlaçao positiva encontrada entre normalidade da leptinemia e o bom estado nutricional dos pacientes.

 


PO256

Controle de fósforo sérico em pacientes em hemodiálise crônica através de educaçao nutricional

MINATTI, F.(2); NIHI, M.(1); URBANISKI, J.(1); KARAM, S.(1); BASSO, E.C.(1); VAVRUK, A.M.(1); PAGLIOSA, V.(1); MESSAGI, M. DIAS(2)

Fundaçao Pró-Renal(1)
Faculdade Evangélica do Paraná(2)

OBJETIVO: O propósito deste estudo foi avaliar a eficiência da educaçao nutricional no conhecimento sobre o fósforo e conseqüentemente do controle do fósforo sérico em pacientes em hemodiálise crônica.
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foi aplicado um questionário fechado contendo 6 questoes, em seguida foi realizada uma palestra, com distribuiçao de materiais educativos e posteriormente o mesmo questionário foi aplicado. As questoes abordavam os seguintes temas: 1)Complicaçoes decorrentes da hiperfosfatemia, 2)Influência da alimentaçao na hiperfosfatemia, 3)Alimentos fontes fósforo, 4)Utilizaçao do quelante nas refeiçoes ricas em fósforo, 5)Horário da utilizaçao do quelante, 6)Atitudes a serem tomadas na hiperfosfatemia. Foram avaliadas as concentraçoes séricas de fósforo, cálcio, uréia e Kt/V e foram utilizados os resultados de três meses consecutivos imediatamente antes da intervençao e três meses consecutivos imediatamente após a intervençao. Dados como idade, tempo de hemodiálise e exames laboratoriais foram coletados do prontuário eletrônico da clínica. O estudo foi realizado de maio a novembro de 2007.
RESULTADOS: Participaram do estudo 49 pacientes (24 homens/25 mulheres), com idade média de 55±13,5 anos e em hemodiálise em média por 36±41,3 meses. Após a educaçao nutricional, houve um aumento significativo no conhecimento dos pacientes sobre hiperfosfatemia e utilizaçao de quelante. A análise estatística foi feita através de testes de qui-quadrado e teste t. Questao 1) 53%-90% p<0,001 Questao 3) 21%-71% p<0,001 Questao 4) 0%-22% p<0,001 Questao 6) 82%-100% p=0,007. As questoes 2 (p=0,07) e 5 (p=0,29) nao apresentaram alteraçoes significativas, pois o índice de acerto prévio foi alto. Houve uma reduçao do fósforo sérico (6,2±1,5 mg/dl para 5,5±1,1 mg/dl p<0,0001) e do cálcio sérico (8,7±1,1 mg/dl para 8,19±0,96 mg/dl p< 0,001), e os níveis séricos de uréia (151,8±32,5 mg/dl para 151,9±38,9 mg/dl p=0,26) nao apresentaram mudanças significativas assim como o Kt/V (1,35±0,2 para 1,32±0,24 p=0,98).
CONCLUSAO: Através da educaçao nutricional houve uma melhora do conhecimento destes pacientes e, consequentemente no controle da hiperfosfatemia.

 


PO257

Impacto da orientaçao nutricional na reduçao do potássio e fósforo sérico e do ganho de peso inter-dialítico de pacientes submetidos à hemodiálise em uma clínica de convênios de Campinas – SP

VASSELAI, P(1); PEREIRA, DF(1); MORELLI, JM(1)

Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde(1)

OBJETIVO: Avaliar o impacto da orientaçao nutricional na reduçao dos valores séricos de K e P e no controle do GPID em pacientes submetidos à HD em uma clínica de convênios.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados os valores séricos de K e P e o GPID (percentual do peso seco) de 31 pacientes submetidos à HD [19M/12F; 45%diabéticos; idade=58±17anos; tempo em HD= 36±26 meses (média±DP)] em 3 períodos: 1 mês antes da orientaçao nutricional (Pré), 1 e 3 meses após. Também foi avaliado o estado nutricional (IMC) e a ingestao energética e protéica (registro alimentar de 3 dias). Todos os pacientes receberam uma orientaçao alimentar individualizada com quantidades adequadas de proteína, energia, K e P, uso correto do quelante de P e ingestao adequada de líquidos. Mensalmente os pacientes recebiam um reforço das orientaçoes. Todos os pacientes dialisavam com o capilar HF80 alto fluxo (Fresenius) e apresentaram diálise adequada nos 3 períodos de estudo (Kt/V=1,39±0,19; 1,36±0,16; 1,42±0,22; p=0,67).
RESULTADOS: A maioria dos pacientes estava eutrófico (52%), 23% sobrepeso, 16% obesos e 9% desnutridos, conforme o IMC (23,9±4,8 kg/m2). A maioria dos pacientes (65%) ingeria menos que 25 kcal/kg/dia (25,5±8,0 kcal/kg/dia) e apenas 15% dos pacientes apresentavam ingestao protéica adequada (&#8805; 1,2 g/kg/dia; 1,0±0,4 g/kg/dia). A tabela 1 mostra a variaçao do K, P e GPID no período de estudo (a= p<0,05 Pré vs 1 mês; b= p< 0,05 Pré vs 3 meses; c= p< 0,05 1 mês vs 3 meses). O discreto aumento nos valores de P 1 mês após a orientaçao nutricional pode ser devido ao aumento na ingestao protéica adequando para as necessidades dos pacientes em HD e o período de ajuste dos quelantes.
CONCLUSAO: O estudo mostra a importância e a eficácia da orientaçao nutricional individualizada e contínua, para o controle dos níveis séricos de K e P em pacientes em HD. Quanto à reduçao na ingestao de líquidos visando um menor GPID, ainda é um desafio para os profissionais que trabalham com pacientes em HD. Seria interessante prosseguir com mais tempo as avaliaçoes e também comparar com a populaçao do SUS.


PO258

Perfil nutricional dos pacientes mantidos em programa de hemodiálise em uma clínica de convênios de Campinas – SP

VASSELAI, P(1); MORELLI, JM(1)

Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde(1)

OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional e a adequaçao alimentar de pacientes submetidos à HD em uma populaçao que tem plano de saúde suplementar.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados todos os pacientes que estavam em programa de HD entre julho e outubro de 2007. Foi avaliado o estado nutricional [índice de massa corporal (IMC), circunferência muscular do braço (CMB) e prega cutânea triciptal (PCT)], a albumina plasmática, a ingestao alimentar (registro alimentar de 3 dias) e a adequaçao da diálise (Kt/V&#8805; 1,2). Todos os pacientes dialisavam com o capilar HF80 alto fluxo (Fresenius) e em média 3 vezes por semana (3h45 por sessao).
RESULTADOS: Foram avaliados 35 pacientes [20M/15F; 43% diabéticos; 40% com funçao renal residual; 80% sedentários; idade= 57±18 anos; tempo em HD= 32±27 meses (média±DP)]. A média do IMC foi de 24,2±5,4 kg/m2. A maioria dos pacientes estava eutrófico (54%), 23% sobrepeso, 8% obesos grau I, 3% obesos grau II, 6% desnutridos leve e 6% desnutridos graves. Quanto a CMB, 45% dos pacientes apresentaram valores adequados [89% (60-129%)] e em relaçao à PCT, apenas 14% foram classificados como adequados [91% (36-200%); mediana e extremos]. Quanto à albumina plasmática, 83% dos pacientes apresentaram valores acima de 3,5 g/dl (3,7±0,4g/dl). Em relaçao à ingestao alimentar, a maioria dos pacientes (57%) ingeria menos que 25 kcal/kg/dia (24,6±5,6 kcal/kg/dia) e apenas 14% dos pacientes apresentavam ingestao protéica adequada (&#8805; 1,2 g/kg/dia; 0,98±0,29 g/kg/dia). 83% dos pacientes apresentaram adequaçao da diálise (1,39±0,27).
CONCLUSAO: Apesar da maioria dos pacientes serem classificados como eutróficos, muitos apresentaram reduçao de massa muscular e/ou alteraçoes na quantidade de gordura corporal. A ingestao energéticoprotéica insuficiente também ficou evidente. Assim, é de extrema importância uma orientaçao nutricional individualizada e contínua visando à recuperaçao e manutençao do estado nutricional adequado dos pacientes submetidos à hemodiálise, mesmo numa populaçao mais favorecida economicamente. Seria interessante prosseguir com mais tempo a avaliaçao do estado nutricional e da adequaçao alimentar e comparar com a populaçao SUS.

 


PO259

Controle do ganho de peso inter-dialítico em pacientes submetidos à hemodiálise em uma clínica de convênios de Campinas – SP

VASSELAI, P(1); MORELLI, JM(1)

Humanitas Assistência Médica Integral em Saúde (1)

OBJETIVO: Avaliar a adequaçao do ganho de peso inter-dialítico (GPID) e os fatores associados à nao-adesao no controle da ingestao de líquidos de pacientes submetidos à hemodiálise (HD) em uma clínica particular de Campinas – SP.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi avaliado o GPID, o estado nutricional [índice de massa corporal (IMC)], a adequaçao da diálise (Kt/V&#8805; 1,2), a proteína C-reativa (PCR) e os motivos que levam a nao-adesao no controle da ingestao de líquidos dos pacientes que estavam em programa de HD nos meses de julho, agosto e setembro de 2007. Todos os pacientes dialisavam com o capilar HF80 alto fluxo (Fresenius) e em média 3 vezes por semana (3h45 por sessao).
RESULTADOS: Foram avaliados 35 pacientes [20M/15F; 43% diabéticos; 80% sedentários; idade= 57±18 anos; tempo em HD= 32±27 meses (média±DP)]. A maioria dos pacientes estava eutrófico (IMC=24,2±5,4 kg/m?), 83% apresentavam adequaçao da diálise (Kt/V=1,39±0,27) e apenas 20% apresentavam sinal de inflamaçao por meio da PCR > que 8 mg/L [0,98 (0,01 – 74,04); mediana e extremos]. A média do peso seco foi 66±18 kg (média±DP) e 43% tinham funçao renal residual (volume de urina=580±390ml). A maioria dos pacientes (66%) apresentou adequaçao no GPID. Estes ganhavam até 5% do peso seco corporal entre as sessoes de HD. Nao houve diferença entre os pacientes que ganhavam mais ou menos peso. Houve correlaçao do ganho de peso com o volume de urina (p=0,04; r=-0,52) e com a PCR (p=0,05; r=0,31). Dentre os motivos responsáveis pelo excesso na ingestao de líquidos relatados pelos pacientes, destaca-se a sensaçao de sede (principalmente pelos diabéticos), a necessidade de ingerir muitos medicamentos com líquidos e a despreocupaçao dos mesmos em controlar a ingestao.
CONCLUSAO: Nem todos os pacientes em HD conseguem ter um controle adequado no GPID. Na populaçao estudada o aumento no GPID esteve associado com o aumento da PCR, biomarcador inflamatório. Assim, é de extrema importância o reforço das orientaçoes a respeito do controle na ingestao de líquidos em pacientes submetidos à HD, visando o GPID adequado e evitando a sobrecarga do organismo.


PO260

Comparaçao do estado nutricional de pacientes renais crônicos em hemodiálise com e sem hiperparatireoidismo secundário

FERRI, BF(1); HENRIQUES, GS(1); HALLVASS, AEC(2); MACIEL, MARM(2); MESSAGI, MD(1)

Faculdade Evangélica do Paraná(1)
Instituto do Rim do Paraná(2)

OBJETIVO: Avaliar a existência de interferência do hiperparatireoidismo secundário (HPT2º) sobre o estado nutricional de pacientes renais crônicos em tratamento de hemodiálise. Materiais e
MÉTODOS: Foram avaliados 120 pacientes, com média de idade de 56 ± 15 anos, divididos em dois grupos, de acordo com os níveis de paratormônio. No grupo HPT (n = 60) os níveis de paratormônio eram iguais ou maiores que 300 pg/mL, indicando hiperparatireoidismo secundário e no grupo NHPT (n = 60), menores que 300 pg/mL. Foram avaliados exames bioquímicos e medidas antropométricas para analisar o estado nutricional.
RESULTADO: Considerando os índices utilizados de exames bioquímicos, nao foi possível demonstrar efeitos do hiperparatireoidismo secundário no estado nutricional dos pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento de hemodiálise, porém o grupo HPT mostrou maiores prevalências de depleçao muscular leve através das pregas cutâneas.
CONCLUSAO: Houve diferença em percentual de depleçao leve em relaçao ao PCT (prega cutânea triciptal) e diferenças estastísticas pelo teste t de AMB (área muscular do braço) entre os dois grupos, sugerindo entao que há depleçao da reserva protéica, portanto, apresentando interferência negativa no estado nutricional nos pacientes com HPT2º.


PO261

Influência do estado de hidrataçao sobre parâmetros nutricionais e inflamatórios em pacientes cronicamente dialisados

ANTUNES, AA(1); DELATIM, FC(1); MARTIN, LC(1); NUNES, HRC(1); GABRIEL, DP(1); BALBI, AL(1); BARRETTI, P(1); CARAMORI, JCT(1)

Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP(1)

INTRODUÇAO: A expansao de volume extracelular tem sido relacionada à inflamaçao, que por sua vez reflete no pior estado nutricional de pacientes dialisados.
OBJETIVO: Verificar a influência do estado de hidrataçao sobre marcadores clínicos, nutricionais e inflamatórios em pacientes em diálise crônica.
METODOLOGIA: Estudo transversal que avaliou 79 pacientes em diálise, sendo 52 tratados por hemodiálise e 27 por diálise peritoneal. A amostra foi analisada quanto ao estado de hidrataçao, considerando a relaçao entre água extracelular e água corporal total (AEC/ ACT), parâmetros obtidos por bioimpedância. Para avaliaçao nutricional utilizou-se antropometria, bioimpedância unifrequencial e marcadores bioquímicos; também se considerou variáveis clínicas, dialíticas e inflamatórias. Empregou-se modelo de regressao linear univariada com efeitos múltiplos, ajustado para variáveis que pudessem confundir a interpretaçao dos resultados; considerou-se diferença estatística quando p<0,05.
RESULTADOS: A casuística apresentava média de idade de 56,3±15,6 anos, 61% do gênero masculino, com mediana de tempo em diálise de 26(14,0; 66,0) meses; quanto à doença renal de base, houve predomínio de nefroangioesclerose (34,2%); 30% eram portadores de Diabetes mellitus e 20% tabagistas. O efeito da maior relaçao AEC/ ACT foi mostrado nos valores superiores de Proteína C-reativa (p= 0,04; R2=0,04; GL=77), percentual de adequaçao da prega cutânea triciptal ao percentil 50 (p= 0,03; R2=0,25; GL=72), tendência a maior índice de massa corpórea (p= 0,06; R2=0,20) e menores valores de creatinina (p=0,03, R2=0,31; GL=70) e ângulo de fase (p<0,001; R2=0,68; GL=70).
CONCLUSAO: Os achados reforçam a influência do estado de hidrataçao sobre a inflamaçao nos pacientes em diálise, o que favoreceu o risco nutricional, sugerido pelos menores valores de ângulo de fase e creatinina. A interpretaçao de parâmetros antropométricos em situaçao de sobrecarga líquida deve ser cautelosa, visto a possibilidade de viés no diagnóstico nutricional.


TRANSPLANTE

PO262

Avaliaçao da qualidade de vida de doadores vivos após o transplante renal utilizando os instrumentos SF-36 e WHOQOL-bref

PADRAO, MB; SENS, YAS(1)

Faculdade de Ciencias Médicas da Santa Casa de Sao Paulo(1)

INTRODUÇAO: O transplante renal com doador vivo é um procedimento com baixa morbimortalidade para o doador. Mas, há poucos estudos que avaliam a qualidade de vida dos doadores após o transplante renal, especialmente nos países em desenvolvimento.
OBJETIVO: avaliar a qualidade de vida de doadores após o transplante renal, em um único centro, utilizando os instrumentos SF-36 e WHOLQOL-bref. Métodos. Foram analisadas as características demográficas e socioeconômicas de doadores vivos após o transplante renal e comparado com indivíduos nao doadores da comunidade (controles). A qualidade de vida (QV) foi avaliada e comparada entre os dois grupos utilizando os questionários SF-36 e WHOLQOL-bref. Resultados. Os grupos de doadores (n=69) e controles (n=68) foram semelhantes quanto ao sexo e etnia, predominando o sexo feminino e a raça branca. Também nao houve diferença significativa entre os grupos de estudo, quanto à classe socioeconômica, sendo as mais freqüentes C e D (INEP-IBOPE), assim como nao houve diferença no grau de escolaridade e religiosidade. A analise da qualidade de vida foi semelhante e em alguns aspectos ainda melhor no grupo de doadores do que no grupo controle, considerando todos os parâmetros dos questionários SF-36 e WHOLQOL-bref. Os escores vitalidade e aspectos emocionais do SF-36, assim como os aspectos psicológicos, relaçoes sociais e meio ambiente do WHOQOL-bref foram significativamente maiores nos doadores quando comparados com o grupo controle. Considerando apenas o grupo de doadores cujos receptores evoluíram mal, por perda do enxerto devido à rejeiçao ou óbito (n=15), a comparaçao da QV com o grupo controle foi semelhante, tanto pelo questionário SF-36 quanto pelo WHOQOL-bref.
CONCLUSAO: A avaliaçao da qualidade de vida pelos instrumentos SF-36 e WHOLQOL-bref foi semelhante ou em alguns aspectos ainda melhor nos doadores de transplante renal quando comparada com indivíduos nao doadores da comunidade.


PO263

Acidose tubular renal distal com bicarbonatúria (tipo03) pós-transplante renal

SANTOS, AC; SANTOS, MA DA R; TAKIYA, CM; GONÇALVES, RT; DELGADO, AG; GOMES, CP

Serviço e Disciplina de Nefrologia, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro(1)

OBJETIVO: Acidose tubular renal (ATR) é uma condiçao geralmente subdiagnosticada após transplante (Tx) renal. Todos os cinco subtipos de ATR (tipo 2, tipo 1 nas formas secretora e voltagem-dependente, tipo 3 ou combinada e tipo 4) podem acometer o enxerto e estao associados a diversos fatores como rejeiçao, uso de inibidores de calcineurina, infecçoes oportunistas e recidiva da doença de base. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de acidose metabólica hiperclorêmica grave em paciente após 2 anos de Tx renal.
MATERIAL E MÉTODOS: Paciente feminina, 19 anos, parda, com Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) em hemodiálise até 2005 quando foi transplantada (doador falecido, em uso de micofenolato mofetil, rapamicina e prednisona, creatinina basal 1,2mg/dl). Em junho de 2007 foi internada de urgência com fraqueza muscular generalizada, taquidispnéia importante e uremia franca.
RESULTADOS: Exames laboratoriais na admissao: Ht 24%, leucócitos 12500, plaquetas 164000, Na+ 139mmol/l, K+ 2.6mmol/l, Cl- 123 mmol/l, P 1.6mg/dl, Ca++ 7.1mg/dl, Mg++ 1.0mg/dl, Creatinina 4.1mg/dl, Uréia 214mg/dl, albumina 1.0g/dl glicose 94mg/dl, lactato 1.2mmol/l. Gasometria arterial: pH 7.0, HCO&#1079; 1.9mmol/l pCO2 6.9mmHg. EAS: dens 1010; pH 6.8; ptn ++/4+; Hb ausente. Amostra de urina: Na+ 20mmol/l K+ 30mmol/l Cl- 15mmol/l, Anion-gap urinário: +35. Em virtude do quadro foram instituídos ventilaçao mecânica invasiva, hemodiálise de urgência e reposiçao eletrolítica rigorosa, além de pulsoterapia com corticóide pela possibilidade de rejeiçao aguda. Em investigaçao posterior foram determinados: proteinúria 1,8g/24h; FE Na+: 1.6%; FE K+: 58%; FE P: 49%; FE Ca++: 9.5%; TTKG: 3.4; pH urinário pósfurosemide 7.54; amônio urinário: 17&#956; Eq/min/1,73m2; acidez titulável: nula; FE HCO&#1079; : 5,3% e &#8710; pCO2(s-u): 7mmHg. Realizada biópsia do enxerto renal que revelou Nefrite Lúpica Difusa classe IV-S(A).
CONCLUSAO: Os parâmetros de avaliaçao funcional tubular sao compatíveis com ATR distal secretora associada à bicarbonatúria (ATR tipo 3) relacionadas à recidiva do LES. A paciente evoluiu bem com recuperaçao parcial da funçao renal em uso atual de soluçao de SHOHL, citrato de K+ e fosfato oral, além da imunossupressao.


PO264

Avaliaçao da proteína creativa nas infecçoes por citomegalovírus, tuberculose e outras infecçoes bacterianas em receptores de transplante renal

COSTALONGA, EC

Hospital das Clínicas de Sao Paulo, Unidade de Transplante Renal(1)

INTRODUÇAO: Complicaçoes infecciosas sao importantes causas de mortalidade em recepetores de transplante renal e atraso no diagnóstico pode ser deletério na evoluçao dos pacientes. Logo, exames que permitam um diagnóstico precoce sao úteis.
OBJETIVO: Avaliar o comportamento da Proteína C reativa(PCR) medida por nefelometria no sangue de transplatados renais com infecçao por citomegalovírus(CMV), tuberculose(TB) e outras infecçoes bacterianas.
MÉTODOS: Foi realizada uma análise retrospectiva de 129 pacientes que estiveram internados na Unidade de Transplante Renal do Hospital das Clínicas de Sao Paulo, no período de 01/04/2006 a 30/04/2008 em decorrência de infecçao por CMV, TB e infecçoes bacterianas. Foram excluídos os pacientes que apresentavam coinfecçao pelos agentes estudados ou outro motivo para elevaçao da PCR como período pós operatório imediato. A análise estatística foi realizada através do teste One Way ANOVA para dados nao paramétricos com análise post hoc pelo teste Dunn’s e os resultados expressos como mediana e range. Foram considerados estatísticamente significativos os resultados com p<0,05.
RESULTADOS: Quando comparadas as concentraçoes da PCR entre os grupos CMV (n=27), TB(n=12) e Infecçoes Bacterianas(n=52), verifica-se que os casos de infecçao por CMV(PCR: 14mg/l; 0,17-44mg/l) apresentam níveis mais baixos que os outros dois grupos (p<0,05). Nao há diferença estatística quanto às dosagens da PCR entre os grupos TB (PCR: 115mg/l, 34,5-172mg/l) e Infecçoes bacterianas (PCR: 141mg/l, 8-382mg/l). A análise dos casos de CMV de acordo com a manifestaçao clínica demonstrou que os indivíduos assintomáticos, sintomáticos sem doença invasiva e com doença invasiva(diagnosticada por biópsia) apresentavam valores medianos de PCR crescentes: 0,28mg/l, 16mg/l e 29,5mg/l, respectivamente. Além disso, todos os casos de CMV apresentavam PCR menor que 50mg/l e valores maiores que 200mg/l só foram observados no grupo de infecçoes bacterianas.
CONCLUSAO: A medida da PCR demonstra ser uma ferramenta útil no auxílio diagnóstico entre diferentes tipos de infecçoes em pacientes transplantados renais.


PO265

O impacto da política de transplantes na sobrevida de pacientes renais crônicos no Brasil

CASANOVA, PS; CRUZ, C

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública(1)

INTRODUÇAO: A grande burocracia para diagnóstico das mortes encefálicas, as falhas nas suas notificaçoes e o conseqüente desperdício de órgaos, bem como a falta de campanhas para esclarecimento e incentivo à para doaçoes de órgaos sao há muito tempo apontados como responsáveis pela deficiência no funcionamento da política de transplantes do Brasil. Isso submete os pacientes a enormes períodos em listas de espera, sendo os pacientes renais crônicos os mais afetados, uma vez que, o rim é, entre todos os órgaos sólidos, o que submete os pacientes a um maior tempo de espera. Dessa forma, o presente estudo objetivou investigar a presença e a magnitude das implicaçoes que essa realidade poderia exercer na qualidade de vida e na sobrevida de pacientes renais crônicos.
METODOLOGIA: Revisao bibliográfica de artigos originais desenho de estudo coorte prospectivo, que abordassem a realidade da política de transplantes no Brasil e no mundo e seu possível impacto na sobrevida de pacientes renais crônicos em fila de espera por um transplante.
RESULTADOS: Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, entre pacientes transplantados de antemao e aqueles que permaneceram em lista de espera por períodos prolongados, sobretudo relacionadas `a sobrevida, à probabilidade de transplante e à perda do enxerto.
CONCLUSOES: Os pacientes renais crônicos sao severamente prejudicados com a realidade da política de transplantes brasileira, evidenciando dessa forma a necessidade de medidas para melhoria do seu funcionamento, como também para reduzir a demanda de transplantes renais, garantindo melhor atendimento a toda a populaçao.


PO266

Relaçao entre idade do doador, tempo de isquemia fria e creatinina sérica da alta em pacientes submetidos a transplante renal-doador cadáver entre 1978-2008

VIEIRA, JA(1); FILHO-LUZ, HA(1); DEBONI, LM(1); MACEDO, KRA(1); SILVACALICE, V(1)

Fundaçao Pró-Rim, Hospital Municipal Sao José(1)

OBJETIVOS: Analisar a relaçao entre Idade do Doador, Tempo de Isquemia Fria (TIF) e Valor da Creatinina Sérica (Cr) no momento da alta hospitalar em pacientes submetidos a transplante(Tx) renal/Doador Cadáver (DC) no Serviço de Transplante da Fundaçao Pró-Rim de 1978-2008. Materiais e
MÉTODOS: Estudo retrospectivo através da revisao dos prontuários dos pacientes que realizaram Tx renal no período de 30 anos. Análise e correlaçao das variáveis: Idade do doador, TIF e Cr no momento da alta hospitalar em pacientes submetidos a Tx/DC. Foram excluídos aqueles que evoluíram a óbito pós-tx, perda do enxerto renal ou do seguimento, submetidos a Tx doador vivo e com ausência de registro dos dados estudados nos prontuários.
RESULTADOS: Foram revisados 650 prontuários, destes foram selecionados 179, sendo excluídos os pacientes conforme critérios acima. Dentre a amostra selecionada 40 (22,3%) pacientes tiveram TIF<12h, 115 (64,2%) entre 12-24h e 24 (13,4%) maior que 24h,74 (41,3%) tiveram Cr<1,4 mg/dL e 105 (58,7%) Cr>1,4 na alta hospitalar, em relaçao a idade do doador 32 (17,8%) receberam rins de doador <20 anos, 81 (45,2%) entre 21-40anos, 63 (35,1%) entre 4160 anos e 3 (1,6%) > 60 anos, correlacionando a idade do doador com o valor de Cr na alta as melhores Cr estao entre as faixas etárias de <20 e 21-40 anos com 55 (48,6 %) pacientes com Cr<1,4, sendo as piores Cr na alta no grupo entre 41-60 e >60 anos com 47 (71,2%) com Cr>1,4. Em relaçao ao TIF e a Cr na alta temos 21 (52,5%) com Cr<1,4 mg/dL e TIF< 12 h, 44 (38,2%) com Cr<1,4 entre 12- 24 h e 9 (37,5%) com Cr<1,4 e >24h de isquemia.
CONCLUSAO: Em nosso estudo existe uma relaçao positiva entre a Idade do doador e o valor de Cr na alta hospitalar conforme descrito na literatura, sendo que 48,6 % dos pacientes com Cr <1,4 mg/dL receberam rins de doadores com idade<40 anos e 71,2% com Cr>1,4 receberam rins de doadores límítrofes, ou seja, >40 anos. Da mesma forma verificamos que quanto menor o TIF melhor a Cr na alta hospitalar.

 


PO267

Hepatite fulminante em paciente transplantado renal durante epidemia de dengue

MILOSKI, F(1); AZEVEDO, M(1); BORELA, A(1); ALVARENGA M(1); MATUCK, T(1); CARVALHO, D(1)

Hospital Geral de Bonsucesso(1)

OBJETIVO: Relato de caso: A dengue é responsável por alteraçoes da funçao hepática e manifestaçoes típicas de hepatite aguda como hepatomegalia, icterícia e aumento dos níveis de aminotransferases. Descrevemos um caso de hepatite fulminante por dengue em paciente com transplante (tx) renal, masculino, 28 anos, pardo portador de mielomeningocele mantido com cateterismo vesical intermitente por bexiga neurogênica que evoluiu com IRC e iniciou HD aos 18 anos de idade. Portador anti-HCV + sem alteraçoes no hepatograma. Submetido a tx renal com doador falecido aos 25 anos, em uso de esquema imunossupressor com micofenolato sódico, tacrolimus e prednisona. No 35o mês pós tx, durante o período da epidemia de dengue no Rio de janeiro, chega a nossa unidade de transplante renal com queixas de náuseas, diarréia e epigastralgia, exames laboratoriais mostravam piora da funçao renal e hemoconcentraçao (Hct:50,5%). Administrados hidrataçao venosa ambulatorial e sintomáticos. Internado no 3o dia após o início dos sintomas com piora da dor abdominal e do quadro laboratorial, iniciado tratamento com ciprofloxacino, hidrataçao, coleta de sorologias para dengue, citomegalovirose e hepatite. A USG do enxerto se mostrava sem anormalidades. Evoluiu com icterícia, diarréia e piora do quadro geral, USG abdominal evidenciou grande espessamento da parede de vesícula que se apresentava multifasciculada(colecistite alitiásica?), ascite moderada, derrame pleural bilateral, aumento significativo transaminases hepáticas (TGO: 9998mg/dL e TGP: 4710mg/dL) e aumento de fosfatase alcalina e gamaGT, piora da funçao renal com acidose metabólica e plaquetopenia. Sorologias para hepatite, citomegalovirose e dengue negativas. No dia 8o dia de doença evoluiu com acidose metabólica refratária, embotamento neurológico e parada cardiorespiratória. Hipótese diagnóstica de hepatite fulminante. Realizado biópsia hepática no momento do óbito que indicou hepatite necro-hemorrágica sugestiva de infecçao viral. Obtido resultado de exames colhidos no 7o dia do início dos sintomas durante a internaçao revelando sorologia IgM (MAC-Elisa) para dengue ainda negativa, mas com PCR positiva para dengue tipo 2.


PO268

Estenoses de artéria ilíaca e renal em paciente com transplante de rim

MILOSKI, F(1); ALVARENGA, M(1); BORELA, A(1); MATUCK, T(1); CARVALHO, D(1)

Hospital Geral de Bonsucesso(1)

OBJETIVO: Relato de caso
INTRODUÇAO: A estenose de artéria ilíaca é uma complicaçao rara após transplante (tx) renal, porém pode ser causa de hipertensao e disfunçao renal.
RELATO: Apresentamos um caso de um paciente que apresentou estenose de artéria ilíaca, e também da artéria renal nutridora do enxerto. Trata-se de paciente de 38 anos, portador de diabetes desde a adolescência e diagnóstico de insuficiência renal aos 34 anos, com fundo de olho mostrando retinopatia hipertensiva, submetido à tx renal há 2 anos com doador vivo nao relacionado, em uso regular de micofenolato sódico 1440mg/dia, ciclosporina 100mg dia e prednisona 10mg dia. Apresentou boa evoluçao no 1o ano pós tx, sendo submetido a colecistectomia no 12o mês pos tx por colecistite litiásica, procedimento que transcorreu sem intercorrências. No 15o mês de transplante apresentou aumento da pressao arterial associado à elevaçao de escórias azotadas. Utltrassonografia mostrou rim transplantado em topografia de fossa ilíaca direita, medindo 11,5×7,3×3,8 com relaçao cortiço-medular preservada, ausência de dilataçao pielocalicial ou evidência de imagens de cálculos. O ECO-doppler do enxerto também nao mostrou alteraçoes significativas. O paciente mantinha quadro de hipertensao associada à perda de funçao. Angioressonância mostrou obstruçao significativa na origem da artéria nutridora do rim transplantado, estimada em 70 a 80%. A arteriografia confirmou o achado da angio-RNM, mostrou também estenose significativa em artéria ilíaca direita. No mesmo procedimento foram realizadas angioplastia de ambos os segmentos com passagem de stent convencional na lesao de ilíaca e stent farmacológico em artéria renal com sucesso com boa perfusao do enxerto renal. O paciente foi mantido com antiagregantes plaquetários. Evoluiu com melhora de funçao renal e da hipertensao, e diminuiçao da dose dos hipotensores.
CONCLUSAO: Assegurar o suprimento vascular no transplante renal é princípio básico para a sobrevida do enxerto. Deve-se suspeitar de complicaçoes vasculares pós transplante renal, em pacientes que manifestam hipertensao arterial refratária, ou que eram previamente normotensos.

 


PO269

Piomiosite tropical em transplante renal

MILOSKI, F(1); LIMA, F(1); MALTA, R(1); ALVARENGA, M(1); BORELA, A(1); MATUCK, T(1); CARVALHO, D(1)

Hospital Geral de Bonsucesso(1)

OBJETIVO: Relato de Caso.
INTRODUÇAO: Piomiosite tropical é uma causa incomum de infecçao bacteriana na musculatura. Há poucos relatos disponíveis na literatura de piomiosite estafilocócica em pacientes transplantados renais.
RELATO: Descrevemos o caso de um paciente de 30 anos submetido a transplante renal há 3 anos com doador relacionado em uso regular de micofenolato sódico e prednisona, mantendo cre= 1,8mg/dL e uréia= 45mg/dL, com quadro de lombalgia, astenia, inapetência e febre mensurada de 39o. Ao exame físico encontrava-se hipocorado, desidratado, prostrado, com abaulamento doloroso em regiao lombar direita. Exames iniciais mostraram comprometimento da funçao renal, hipercalemia e leucocitose. USG da regiao mostrou coleçao compatível com secreçao purulenta septada com debris e grumos em regiao paravertebral lombar direita. No 2o dia de internaçao notou-se um aumento de volume de coxa esquerda, tomografia de abdômen e membros inferiores confirmou imagem sugestiva de infiltrado infeccioso na musculatura dorsal à direita e em coxa esquerda. Iniciado esquema antibiótico empírico com oxacilina e cefepime, após coleta de hemoculturas. Foi necessária drenagem regiao lombar, que apresentou flutuamento da coleçao, com saída de material purulento e tecido necrótico, instalado catéter tubular e dreno de “penrose” e colhido material para culturas. Evoluiu gradualmente com melhora progressiva do quadro geral e com normalizaçao da funçao renal. Isolado S. aureus sensível a oxacilina no material colhido da coleçao lombar. Após 36 dias de antibioticoterapia realiza TC mostrando ainda lojas em regiao dorsal sem presença de coleçao e resoluçao completa da leucopenia. Ainda claudica devido a processo inflamatório em resoluçao na coxa esquerda. Recebe alta hospitalar após 40 dias de cefepime e oxacilina venosos com prescriçao de levofloxacino até resoluçao do processo inflamatório em coxa E.
CONCLUSAO: Alertar para a possibilidade deste diagnóstico em paciente portador de transplante renal, que apresenta sintomas inespecíficos de mialgia, queda do estado geral, febre e perda de funçao renal. Realçamos a utilizaçao da USG e da TC para diagnóstico precoce e definitivo, bem como a exclusao de outras hipóteses diagnósticas.

 


PO270

Toxicidade pulmonar induzida pela rapamicina

MILOSKI, F(1); VIEIRA, O(1); MATUCK, T(1); GRACIANO, M(1); MORGADO, L(1); GOUVEIA, M(1); CARVALHO, D(1)

Hospital Geral de Bonsucesso(1)

OBJETIVO: Relato de caso.
RELATO: Rapamicina é um agente imunossupressor que vem sendo usado em pacientes submetidos a transplante renal. A toxicidade pulmonar é reconhecida como potencial complicaçao associada a essa medicaçao. Nos relatamos o caso de uma paciente de 58 anos submetida a transplante renal que desenvolveu pneumonite intersticial e pneumonia organizada associada à administraçao da rapamicina. Há quatro semanas apresentava dispnéia e tosse com piora progressiva e à semana anterior a internaçao apresentava febre, concomitantemente referia hiporexia e perda de peso. A radiografia e TC de tórax mostravam padrao de pneumonite intersticial e pneumonia organizada, recebeu antibioticoterapia para tratamento de pneumonia atípica, sem resultados. A citologia do lavado bronconcoalveolar mostrou linfocitose significante e a cultura do nao mostrou crescimento de microorganismos. A gasometria arterial revelava hipoxemia grave com alcalose respiratória moderada. Nao havia leucocitose e o estudo bioquímico mostrou hipercolesterolemia, uréia e creatinina normais. A rapamicina foi suspensa após uma semana de internaçao. Os sintomas como febre, dispnéia, fadiga e os infiltrados pulmonares melhoraram rapidamente. Após duas semanas de retirada da medicaçao foi realizada TC de alta resoluçao que mostrou boa evoluçao radiológica. Em 6 meses de suspensao da rapamicina a radiografia de tórax e TC de tórax estavam normais.
CONCLUSAO: O fato da paciente estar exposta ao uso da rapamicina apresentando alteraçoes respiratórias clínicas e radiológicas na ausência de causas infecciosas ou outra doença pulmonar e a melhora progressiva de tais alteraçoes sugere uma relaçao causal. Pelo fato do uso da rapamicina no transplante renal ser cada vez mais comum, devemos estar vigilantes para essa potencial complicaçao pulmonar.


PO271

Remissao de linfoma malt gástrico através de conversao da imunosupressao em transplantado renal

LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); COELHO, LGV(2); LIMA, PV(1); NOGUEIRA, AF(1)

Fac. Ciências Médicas MG(1)
Fac. Medicina UFMG(2)
Hospital Mater Dei(3)

OBJETIVO: Relato de caso de transplantado renal com linfoma MALT gástrico mixto (baixo e alto grau) com rápida remissao da neoplasia após conversao da imunosupressao para SRL (Sirolimo). Nao encontramos nenhum caso semelhante descrito na literatura.
MÉTODOS: Foi submetida a transplante renal a paciente TSA, 47 anos, casada, branca, doença básica glomerulonefrite crônica, em 03/06/92 com doadora irma (haploidêntica).
RESULTADO: A paciente evoluiu sem anormalidades no pós-operatório imediato, recebendo imunossupressao com ciclosporina (CSA), azatioprina (AZA) e prednisona (PRED). Em junho de 1994 teve episódio de rejeiçao aguda revertida com pulsoterapia de metilprednisolona. Em janeiro de 2001 apresentou quadro de papiloma vírus vaginal, quando foi reduzida dose de (AZA 100 para 75 mg/dia). Em 07/06/06 foi submetida à endoscopia digestiva alta devido a queixas dispépticas, sendo feito diagnóstico histológico e imunohistoquimico de linfoma MALT mixto (componentes de baixo e alto grau), associado à presença de H. pylori. Em 16/06/06 iniciado tratamento para erradicaçao de H. pylori, com a associaçao de omeprazol, amoxicilina e claritromicina durante 14 dias. Em 20/06/2006 foi feita modificaçao na imunossupressao, com substituiçao da CSA e AZA por SRL na dose de 4 mg/dia, com nível sanguíneo de 7,3 ng/ml. Nesta época a creatinina era de 2,1 mg/dl e exame de EBV mostrou IgM e IgG positivos, que persistem até o momento. TC de crânio, abdome e tórax sem alteraçoes. Endoscopia digestiva alta e ecoendoscopia realizadas em 12/07/06 mostraram apenas gastrite crônica em atividade ainda associada à presença de H. pylori e regressao total da neoplasia. Novas ecoendoscopias foram realizadas em 21/08/06 e 08/01/07 evidenciando ausência de neoplasia e de H. pylori. Atualmente a paciente apresenta-se sem queixas, com creatinina de 1,8 mg/dl.
CONCLUSAO: Trata-se do primeiro caso descrito na literatura de linfoma MALT gástrico que apresentou rápida remissao histológica após alteraçao da imunossupressao, com conversao da CSA e AZA para SRL. Novos estudos deverao validar o real papel de SRL na terapêutica dos linfomas gástricos.

 


PO272

Perfil epidemiológico de pacientes na zona leste de Sao Paulo no seu primeiro ano de pós-transplante – unidade de transplante renal – Hospital Santa Marcelina

SILVA, GSJR(1); CANUTO, APPSL(1); BARATA, R(1); SOARES, LGAJR(1)

UNIFESP(1)

INTRODUÇAO: O Hospital Santa Marcelina é um dos maiores hospitais da zona leste de Sao Paulo, atende SUS e convênio, a populaçao regional e de outras regioes da grande Sao Paulo e nao poucas vezes, pacientes de outros estados. O serviço de TxR deste hospital está atuante desde 1997, já realizou 525 transplantes renais até o momento, tendo uma média de 60 transplantes renais ao ano.
OBJETIVO: Fazer um levantamento retrospectivo de prontuários de pacientes submetidos a transplante renal em 2005, e uma análise do perfil epidemiológico no seu primeiro ano.
MATERIAL E MÉTODOS: De forma aleatória, pacientes transplantados no ano de 2005, foram tomados como ponto de partida para este levantamento, compreendendo um total de 63 pacientes.
RESULTADOS: dos 63 pacientes transplantados, 40 eram do sexo masculino e 23 do feminino. A idade variou de 8 a 69 anos(a), com idade média de 42a. Na patologia primária teve destaque hipertensao arterial (31,7%), glomerulopatia(14,2%), Diabetes melito(9,5%) e outras(44,4%). Estavam em hemodiálise 58 casos e 5 em CAPD. Priorizado para transplante 3 casos. Como antecedentes, 48 tinham hipertensao, 13 tinham diabetes, 3 eram re-transplante, 1 Hepatite B positivo e 1 hepatite C. Quanto a imunossupressao inicial, 3 casos receberam induçao com ATG, com preferência ao esquema tacrolimus, prednisona e micofenolato em 73% dos casos; ciclosporina, prednisona e micofenolato em 12,7%; ciclosporina, prednisona e azatioprina em 11,1%; e rapamicina, prednisona e micofenolato em 3,2%. No período de 1 ano, houveram 14 novos casos de diabetes, 17 casos novos de dislipidemia, com prevalência de 50 hipertensos, 2 casos de má aderência e 1 caso de abandono da tratamento. 57,1 % tiveram alguma infecçao no período, com predomínio no 1º semestre( 49,2%). Infecçoes por CMV em 13 casos e com destaque infecçao do trato urinário.
CONCLUSAO: observamos nos pacientes transplantados em 2005 um predomínio do sexo masculino, com idade média de 42, provenientes dos serviços de hemodiálise, com principal etiologia de hipertensos e diabéticos, dados estes semelhantes aos da literatura.. No primeiro ano após o transplante, constatamos grande prevalëncia de hipertensos, diabéticos e dislipidëmicos, assim como predomínio de infecçoes no primeiro semestre, dando destaque a ITU e CMV, compatível com os esquemas de imunossupressores utilizados hoje em dia.


PO273

Campanha previna-se: perfil epidemiológico dos moradores da Vila Fátima, Porto Alegre/RS

PEDRAZZA, EL; ROCHA, SR; SGNAOLIN, V; SIQUEIRA, SL; SCHAFF, CM; CARONLIENERT, RS; FIGUEIREDO, AE

Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1)

A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), vem promovendo a Campanha PREVINASE com o objetivo de informar a populaçao sobre as doenças renais e seus sintomas, realizando exames de triagem para detecçao precoce destas.
OBJETIVOS: Realizar o rastreamento de pacientes, através da Campanha PREVINA-SE, a fim de traçar o perfil epidemiológico desta populaçao e sua relaçao com risco de desenvolvimento de doença renal crônica (DRC). Materiais e
MÉTODOS: A ficha de rastreamento indicada pela SBN foi utilizada, no Centro de Extensao Universitária Vila Fátima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, para coleta de dados demográficos; de história clínica e familiar; verificaçao da pressao arterial, medidas antropométricas e análise do exame qualitativo de urina.
RESULTADOS: Esta atividade contou com a participaçao voluntária de 128 indivíduos adultos, com idade média de 47,6 ± 16,98 anos, predominando mulheres 87,4% (n= 112) e pessoas negras 65,1% (n=83). O nível de escolaridade foi baixo (nenhuma 17,2%; 1-3 anos 27,3%; 4-7 anos 30,5%; 8-11 anos 18,7%; >12 anos 4,7%; ignorada 1,6%) coincidindo com o nível salarial em salários mínimos (<1 – 38,7%; 2 a 5 – 53,5%; >5 – 3,9%; ignorada 3,9%). O número médio de moradores por domicílio foi de 4,27 ± 2,24. Foi observado um predomínio de indivíduos com história familiar positiva para hipertensao arterial sistêmica (HAS) (66,1%) e doença cardiovascular (DCV) (61,8%), seguidos pelo Diabetes Mellitus (DM) (45,6%) e DRC (24,4%). Quanto a história clínica, foi observado o seguinte perfil populacional: fumantes 28,1%; alcoolistas 21,9%; sedentários 64,6%; DM 12,5%; HAS 46,5%; DCV 30,5%; DRC 11,0%;
CONCLUSAO: Com base nos dados obtidos pode-se concluir que os profissionais de saúde têm um grande desafio frente as disparidades socioeconômicas e elevada prevalência de doenças crônicas observadas, em especial a HAS, visto que é uma das principais causas de DRC. Portanto, é importante a uniao dos saberes das diferentes profissoes, a fim de que a saúde torne-se uma realidade também para estas populaçoes menos favorecidas.


PO274

Necrose ureteral pelo citomegalovírus no pós-transplante: relato de caso

SPINDOLA, S B(1); GONÇALVES, R P(1); SILVEIRA, E R(1); MACEDO, M A M(1); SANTOS, G D(1); ALKMIM, L D(1); SALUM, R E(1)

Hospital Vera Cruz(1)

Necrose ureteral pelo citomegalovírus no pós-transplante: relato de caso
OBJETIVO: A isquemia isoladamente nao pode explicar a ocorrência tardia de fístulas ureterais após o primeiro mês de transplante renal (Tx). Em uma coorte realizada com 1629 pacientes, a necrose ureteral ocorreu em 52 pacientes, em 4 (7,6%) foi demonstrada a infecçao por citomegalovírus (CMV). Materiais e
MÉTODOS: Relatar o acometimento do trato urinário, pouco freqüente pelo CMV, uma complicaçao emergente da terapia imunossupressora.
RESULTADO: Trata-se de paciente, sexo feminino, 38 anos, transplantada renal, doador vivo nao relacionado, HLA com 05 miss-match, prova cruzada negativa, painel 0% de reatividade. Ambos, doador e paciente eram previamente sensibilizados para CMV. Com 1,5 mês de Tx a paciente evoluiu com abaulamento e dor súbita em fossa ilíaca direita (FID), local do enxerto renal. Fazia uso de micofenolato sódico 720mg BID, tacrolimus 5mg BID, prednisona 20mg MID. Exames revelaram piora funçao renal, com elevaçao da creatinina basal de 1,3 mg/dl para 2,8mg/dl. Tomografia do abdome e pelve demonstrou Tx renal em FID com leve dilataçao do sistema coletor e ureter proximal, com uma coleçao líquida na cavidade pélvica com volume calculado de 344cm3. Após infusao de contraste observou-se extravasamento do mesmo para a coleçao. Exploraçao cirúrgica da cavidade revelou necrose do terço distal do ureter. A paciente foi submetida a pieloplastia com utilizaçao do ureter nativo, sendo colocado um cateter duplo J. Teve melhora progressiva da dor e poliúria desobstrutiva e resoluçao da insuficiência renal aguda. Anátomo-patológico demonstrou a presença de intensa inflamaçao supurativa, presença de várias células endoteliais com núcleos aumentados contendo grandes inclusoes eosinofílicas e halos claros (efeito citopático de infecçao por CMV). Paciente recebeu ganciclovir por 21 dias e nao houve comprometimento identificável de outros órgaos e sistemas pelo CMV.
CONCLUSAO: Devido ao alto percentual de reativaçao citomegálica, como mostra um recente estudo com 190 pacientes pré-sensibilizados, no qual 56,3% apresentaram CMV DNAemia no primeiro ano após transplante, é importante sua investigaçao nos casos de fistulas ureterais tardias.


PO275

Impacto da funçao dos enxertos renal e pancreático na sobrevida em 1 ano do paciente após o transplante simultâneo de pâncreas-rim

RANGEL EB(1); MELARAGNO CS(1); GONZALEZ AM(1); LINHARES MM(1); SA JR(1); SALZEDAS A(1); COUTINHO LS(1); BAITELLO M(1); NETO CS(1); MEDINAPESTANA JO(1)

UNIFESP-EPM(1)

OBJETIVO: Avaliar as sobrevidas em 1 ano do paciente e dos enxertos renal e pancreático após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR). Pacientes e
MÉTODOS: De Dez/00 a Ago/06 foram realizados 150 TSPR na UNIFESP-EPM. Sobrevida em 1 ano: regressao de COX e Kaplan-Meier. Fatores de risco tradicionais e relacionados ao transplante dos doadores e receptores: análises uni-e multivariadas (P < 0,05).
RESULTADOS: As sobrevidas em 1 ano do paciente e dos enxertos renal e pancreático foram 82%, 80% e 77%, respectivamente. Delayed graft function (DGF ou funçao retardada do enxerto renal) (P = 0.001, HR 5.41), rejeiçao aguda renal (P = 0.016, HR 3.36) e infecçao intra-abdominal (IIA) (P < 0.0001, HR 4.15) foram os principais fatores de risco na sobrevida do paciente. Na sobrevida do enxerto renal, influenciaram: DGF renal (P = 0.013, OR 3.39), rejeiçao aguda (P = 0.001, OR 4.74) e IIA (P = 0.003, OR 6.29). Na sobrevida do enxerto pancreático, influenciaram: IIA (P < 0.0001, OR 12.83), trombose vascular (P = 0.002, OR 40.55), rejeiçao aguda renal (P = 0.027, OR 3.06), sódio do doador >155 mEq/L (P = 0.02, OR 3.27) e dopamina > 7.6 &#956; cg/kg/min (P = 0.046, OR 2.85). O fator de risco para a ocorrência de IIA foi DGF renal (P = 0.027, OR 3.56). A DGF renal teve correlaçao com: tempo de diálise > 27 meses (P = 0.046, OR 2.59), tempo de isquemia fria > 14 h (P = 0.027, OR 2.94), idade do doador > 25 anos (P = 0.03, OR 2.82) e sódio do doador > 155 mEq/L (P < 0.0001, OR 1.09). A principal causa de perda dos enxertos foi óbito com o enxerto funcionante. Houve correlaçao entre o sódio e a creatinina dos doadores (P < 0.0001), sugerindo que estes estavam desidratados. Comparando-se os dados de 202 TSPR, as sobrevidas dos 100 primeiros casos foram: paciente 73%, rim 63% e pâncreas 62%, aumentando nos últimos 102 casos para 87.2%, 86.3% e 79.4%, respectivamente.
CONCLUSAO: DGF renal e infecçao intra-abdominal têm impacto na sobrevida tanto do paciente quanto dos enxertos após o TSPR. A experiência da equipe de transplante influencia aquelas sobrevidas.

 


PO276

Estudo da condiçao bucal em candidatos a transplante renal

MANTOVANI, FF(1); FREGONESI, A(1); ALVES FILHO, G(1)

UNICAMP(1)

OBJETIVO: A doença bucal é prevalente em pacientes dializados à espera de um transplante renal, que necessitam de cuidados odontológicos especiais, curativos e preventivos, para erradicaçao de focos infecciosos e manutençao da saúde bucal, devido a isso, o objetivo deste estudo, foi avaliar as condiçoes de saúde bucal dos candidatos a transplante renal, sendo a prevençao e tratamento, fatores para o êxito do transplante de rim.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudados 40 doentes, 23 mulheres e 17 homens, com idade entre 20 e 70 anos, candidatos a transplante renal, mediante Protocolo do Serviço de Odontologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (nº547/2005), sendo avaliadas as prevalências das principais doenças odontológicas (doença periodontal, cárie, problema endodôntico e necessidade de extraçao dentária).
RESULTADOS: Todos os 40 pacientes examinados apresentavam doença periodontal; em 25 deles diagnosticou-se cárie; em 7 outros, problema endodôntico; e, em 19, necessidade de extraçao dentária. A pesquisa revelou doença periodontal com Indice de Diagnóstico e Resposta Periodontal (PSR), variando de 1 à 4, sendo Código 1 em 4 pacientes (10%), Código 2 em 21 (52,5%), Código 3 em 12 (30%) e Código 4 nos outros 3 (7,5%). O Indice de Sangramento Gengival variou de 20 à 100%, com maioria, acima de 60% (57% dos pacientes). O Indice de Placa Bacteriana variou de 20 à 100%, sendo a maioria 80 à 100% (75% dos pacientes). O CPO-D variou de 6 à 32, sendo a maioria de 18 à 32 (85% dos pacientes).
CONCLUSAO: Todos os doentes foram tratados com remoçao dos focos infecciosos. Assim, o diagnóstico e indicaçao do tratamento destas doenças, concorrem para a diminuiçao do risco e aumento do sucesso do transplante, evidenciando a importância do tratamento odontológico em todos os pacientes candidatos a transplante renal.


PO277

Estudo da condiçao bucal em pacientes diabéticos candidatos a transplante renal

MANTOVANI, FF(1); FREGONESI, A(1); ALVES FILHO, G(1)

UNICAMP(1)

OBJETIVO: Pacientes diabéticos, candidatos a transplante renal, apresentam alta prevalência de doença bucal, necessitando de cuidados odontológicos especiais, curativos e preventivos, para erradicaçao de focos infecciosos e manutençao da saúde bucal, que é um fator de êxito do transplante renal. Devido a isso, o objetivo deste estudo foi avaliar as condiçoes de saúde bucal dos diabéticos candidatos a transplante renal, sendo a prevençao e tratamento, fatores para o êxito do transplante de rim.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudados 10 doentes, 04 mulheres e 06 homens, com idade entre 23 e 59 anos, diabéticos, candidatos a transplante renal, mediante Protocolo do Serviço de Odontologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (nº547/2005), sendo avaliadas as prevalências das principais doenças odontológicas (doença periodontal, cárie, problema endodôntico e necessidade de extraçao dentária).
RESULTADOS: Todos os 10 pacientes examinados apresentavam doença periodontal, sendo que em 8 deles diagnosticou-se cárie e em 5, necessidade de extraçao dentária. A pesquisa revelou doença periodontal com Indice de Diagnóstico e Resposta Periodontal (PSR), variando de 1 à 4, sendo Código 1 em 1 paciente (10%), Código 2 em 4 (40,0%), Código 3 em 2 (20%) e Código 4 nos outros 3 (30,0%). O Indice de Sangramento Gengival variou de 20 à 100%, com maioria, entre 21 e 40% (30% dos pacientes). O Indice de Placa Bacteriana variou de 64 à 100%, sendo 100% em 90% dos pacientes. O CPO-D variou de 11 à 32, sendo a maioria de 26 à 32 (50% dos pacientes).
CONCLUSAO: Todos os doentes foram tratados com remoçao dos focos infecciosos. Assim, o diagnóstico e indicaçao do tratamento destas doenças, concorrem para a diminuiçao do risco e aumento do sucesso do transplante, evidenciando a obrigatoriedade do tratamento odontológico em todos os pacientes diabéticos candidatos a transplante renal, por apresentarem alta incidência de focos de infecçao bucal.


PO278

Transplante renal na doença de Fabry

LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); ORÉFICE, F(2); SANTOS, HH(2); LIMA, PV(1); NOGUEIRA, AF(1)

Fac. Ciências Médicas MG(1)
Hospital Sao Geraldo UFMG(2)
Hospital Mater Dei(3)

INTRODUÇAO: A doença de Anderson-Fabry é uma doença rara, resultante da deficiência da enzima alfa-galactosidase A (alfa-Gal), o que determina o acúmulo progressivo de substância lipídica (ceramida) no interior do endotélio.
OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente com a doença, submetido à transplante renal com evoluçao de 5 anos,sem evidências de recorrência da doença.
MÉTODOS: Paciente RMA, 42 anos aos 11 anos de idade (1975) começou a apresentar dores articulares nas maos e pés, associados a hipohidrose. Feito diagnóstico de febre reumática e prescrito benzetacil. Aos 18 anos, após sentir dores no peito, cardiologista constatou insuficiência e prolapso de válvula mitral (sic). Nesta época começou a observar pequenos pontos avermelhados nas maos e quadris. No ano 2000, aos 36 anos de idade foi detectada insuficiênica renal e submetido à biópsia que revelou esclerose glomerular focal. Iniciou hemodiálise em 12/05/2001 e submeteu-se à transplante renal ( doadora esposa) em 18/07/2001.
RESULTADO: O paciente nao apresentou qualquer anormalidade no pós-operatório imediato e tardio, tendo recebido imunossupressao com tacrolimo, azatioprina e prednisona. As dores articulares se acentuaram, sendo encaminhado para vários reumatologistas, sem definiçao do diagnóstico. Dois ecocardiogramas mostraram insuficiência mitral decorrente à degeneraçao mixomatosa da válvula. Em maio de 2005, após suspeita clínica, foi feita dosagem da enzima alfa-GAL no plasma e nos leucócitos, confirmando-se o diagnóstico de doença de Fabry. Encaminhado ao oftalmologista, que constatou córnea verticilata, uma das manifestaçoes frequentes determinada pela doença. Atualmente nao apresenta hipertensao arterial, alteraçoes no exame de urina e a funçao renal avaliada pela depuraçao da creatinina, de 54 ml/min. Heredograma familiar mostrou que a mae e quatro irmaos sao portadores da doença.
CONCLUSAO: A doença de Fabry deve ser suspeitada em pacientes portadores de doença renal associada a alteraçoes cardíacas, dores articulares, lesoes dermatológicas (angioqueratomas) e córnea verticilata. O transplante renal constitui a melhor opçao terapêutica, embora sejam descritos casos de recorrência de doença após alguns anos, o que nao ocorreu com este paciente.


PO279

Tuberculose extra-pulmonar em transplantado renal

SOARES, RP(1); MACHADO, RS(1); VIANNA, HR(1); VENTURA, NEFG(1); SALDANHA, HCP(1); SILVEIRA, ER(1)

Hospital Vera Cruz(1)

OBJETIVO: Descriçao de tuberculose (TBC) extra-pulmonar em paciente imunossuprimido.
MATERIAL E MÉTODOS: E.W.A, 48 anos, masculino, transplantado renal há 12 anos, doador vivo relacionado, em uso de prednisona 5 mg/dia e micofenolato de mofetil 2000 mg/dia. Internado no Hospital Vera Cruz em 11/01/08 com adinamia, hiporexia, febre, diarréia com sangue, e história de emagrecimento nos últimos 2 meses. Cursava ainda disúria, polaciúria e dor supra-púbica. Sorologias para toxoplasmose e citomegalovírus foram negativas. Exame de fezes, incluindo parasitológico, pesquisa de Clostridium difficile toxina A, Isospora belli e Criptosporidium foi negativo. Ultra-som abdominal com espessamento segmentar no ângulo hepático do cólon, estendendo ao cólon transverso. Colonoscopia com lesao ulcerada de aspecto granuloso e infiltrativo, acometendo toda circunferência do órgao a 60/70 centímetros da margem anal e no ceco, cólon ascendente e papila ileal, separados por segmentos de cólon normal. Histopatologia com infiltrado crônico, granulomatoso, células gigantes multinucleadas e epitelióides, ulceraçao e necrose, com pesquisa de bacilo álcool-ácido resistente positiva. Exame de urina com piúria, sem evidência de bactérias no Gram de gota. Pesquisa de bacilo de Koch na urina foi positiva. Caracterizadas TBC urinária e intestinal. Iniciado tratamento com rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Alta hospitalar em 22/01/08, com melhora dos sintomas, funçao renal estável, para acompanhamento ambulatorial.
RESULTADOS: Esse relato vai ao encontro da observaçao de que o risco de TBC nos transplantados renais é 100 vezes maior que na populaçao em geral, em virtude do defeito da imunidade celular. A TBC tem clínica variada, com acometimento orgânico diverso. No paciente descrito, além do acometimento urinário que é um achado freqüente, diagnosticou-se também TBC intestinal, forma incomum no paciente transplantado, muitas vezes confundida com doenças inflamatórias intestinais e neoplasias.
CONCLUSAO: A imunossupressao usada no transplante renal predispoe às infecçoes, independentemente do seu grau. Havendo suspeita clínica de TBC, deve-se adotar uma atitude diagnóstica agressiva, de modo a permitir o início precoce do tratamento.

 


PO280

Impacto a longo prazo da infecçao do virus da hepatite C em pacientes submetidos a transplante renal

LASMAR, EP(1,3); LASMAR, MF(1,3); LASMAR, LF(1,3); FUJI, JB(2); LIMA, PV(1); NOGUEIRA, AF(1)

Hospital Universitário Sao José-HUSJ(1)
Fac. Medicina UFMG(2)
Hospital Mater Dei(3)

OBJETIVO: Analisar o impacto a longo prazo do vírus da hepatite C (HCV) em pacientes (pts) submetidos à Transplante renal (Tx renal).
MÉTODOS: Foram estudados, retrospectivamente, 80 pts transplantados no período de 1977 a 2001, sendo 40 pts HCV positivos e 40 pts negativos. Os pts foram selecionados coincidindo a mesma época do Tx, sendo os HCV positivos submetidos à biópsia hepática prévia. Nenhum apresentava hepatite crônica ativa ou cirrose. A idade média dos receptores foi de 37,6 ± 11,3 anos nos HCV positivos e de 32,8 ± 12,4 nos negativos (p=0,09). O tempo médio dos Txs nos HCV positivos foi de 12,5 ± 2,9 anos e nos negativos de 12,3 ± 4,5 anos (p=0,49). Nao houve diferença estatística com relaçao a sexo, cor do receptor, tipo e idade do doador, tipagem HLA e imunossupressao utilizada.
RESULTADOS: A sobrevida do enxerto foi semelhante nos dois grupos, sendo 30% nos HCV positivos e 40% nos negativos (p= 0,48). O tempo médio da perda do enxerto foi de 36,7±33,1 meses nos HCV positivos e de 42,7± 31,7 meses nos negativos (p=0,67). A principal causa da perda do enxerto foi o óbito, em ambos os grupos (13 pts, p=1,0), seguido da nefropatia crônica do enxerto em 12 pts HCV positivos e 6 pts negativos (p=0,03). A infecçao bacteriana constituiu-se na principal causa de óbito nos dois grupos, ocorrendo em 5 pts HCV positivos e em 4 pts HCV negativos (p=0,63). A funçao renal atual medida pela depuraçao da creatinina foi de 47,3±24,9 ml/min nos HCV positivos e de 54,9±ml/min nos pts negativos (p=0,49). As principais complicaçoes foram semelhantes nos dois grupos: rejeiçao aguda, necrose tubular aguda e infecçao bacteriana. A incidência de cirrose (2pts) e alteraçoes nas enzimas hepáticas (5pts) ocorreram somente nos pts HCV positivos (p=0,05).
CONCLUSOES: O estudo mostrou que a infecçao pelo vírus HCV nao influenciou, a longo prazo, a sobrevida do enxerto e do pt transplantado, bem como a incidência de complicaçoes, exceto cirrose e alteraçoes das enzimas hepáticas que ocorreram apenas nos HCV positivos. A perda do enxerto por nefropatia crônica do enxerto foi significativamente maior nos pts HCV positivos.


PO281

Perfil e prevalência de afecçoes pulmonares em pós transplantados renais

COSTA, JA(1); OLIVEIRA, MIG(1); SOUSA, AR(1); BERNARDES, LCR(1); WAKIYAMA, TP(1); DIAS, CLL(1); MOREIRA, JLC(1); COSTA, MHA(1)

UFMA(1)

OBJETIVOS: Analisar o perfil e a prevalência de afecçoes pulmonares em pacientes após transplante renal no Hospital Universitário Presidente Dutra, no período de março de 2000 a maio de 2008.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliados, em estudo retrospectivo, os dados de 204 prontuários de pós transplantados renais. Um banco de dados foi montado através do EpiInfo 2007 para que os dados fossem posteriormente analisados.
RESULTADOS: Do total de transplantados, 5,8% (12) apresentaram afecçao pulmonar. Destes, 58,3 % tinham idade acima de 40 anos e 58,3% eram do sexo feminino. As afecçoes diagnosticadas foram pneumonia em 66,6% (8); tuberculose pulmonar, 25% (3); aspergilose, 8,3% (1) e câncer de pulmao, 8,3% (1). Uma paciente apresentou pneumonia e tuberculose em épocas diferentes. A maior porcentagem de afecçoes (58,3%) ocorreu nos seis primeiros meses de pós-operatório, sendo que os casos de tuberculose e a neoplasia ocorreram após dois anos de transplante. Dentre os sintomas apresentados houve predomínio de tosse (66,6%), febre (50%) e secreçao purulenta (33,3%). Outros sintomas como dor torácica, dispnéia e hemoptise também foram encontrados. Houve internaçao hospitalar para investigaçao diagnóstica e tratamento em 83,3% dos pacientes. Como método diagnóstico, o RX de tórax foi utilizado em 41,6% (5) dos casos, seguido de broncoscopia em 33,3% (4) e tomografia computadorizada de tórax também em 33,3% (4) das afecçoes. A neoplasia evoluiu para óbito após várias complicaçoes. O restante das afecçoes tiveram tratamento conservador adequado e resoluçao do quadro.
CONCLUSAO: A prevalência de afecçoes pulmonares foi de 5,8%, estando abaixo da média encontrada em outros estudos. A afecçao mais prevalente foi pneumonia (66,6%), seguida de tuberculose (25%). Houve uma incidência maior de afecçoes pulmonares nos 6 primeiros meses após transplante, sendo tais afecçoes importante causa de reinternaçao hospitalar. O quadro clinico se mostrou muitas vezes confluente entre as diversas afecçoes, sendo perceptível a importância de terem sido realizados métodos diagnósticos invasivos para instituiçao de terapêutica adequada. A mortalidade se mostrou baixa, havendo resoluçao do quadro em 91,6 % dos casos.

 


PO282 TUBERCULOSE EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL: REGISTRO DE UM CENTRO.

GUIDA, JPS(1); URBINI-SANTOS, C(1); ALVES-FILHO, G(1); MAZZALI, M(1);

Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1);

OBJETIVO: Registrar a incidência de tuberculose e as formas de apresentaçao da doença em um grupo de transplantados renais.
METODOLOGIA: Análise retrospectiva do banco de dados de um serviço de transplantes renais, no período de 1984 a 2007.
RESULTADOS: De um total de 1342 transplantes renais, foram identificados 21 sujeitos que receberam tratamento (n=14) e/ou profilaxia (n=8) contra tuberculose. A incidência de novos casos de tuberculose foi de 0,97%, muito superior à da populaçao da mesma área geográfica (0,031%). Oito indivíduos realizaram tratamento profilático, por contacto com portadores de tuberculose (n=1), ou tratamento da doença previamente ao transplante (n=7). Em 14 casos, o diagnóstico de tuberculose foi realizado após o transplante, em média 53 ± 49 meses de acompanhamento. Houve predomínio de formas extra-pulmonares (n=9) em relaçao às pulmonares (n=5). Na maioria dos casos (n=9), o tratamento clássico (isoniazida, rifampicina e pirazinamida) foi utilizado com sucesso. Quatro casos resistentes necessitaram de tratamento alternativo, com adiçao de etambutol (n=5). Nao foi observado nenhum caso de hepatotoxicidade durante o tratamento. Dois pacientes evoluíram para óbito por complicaçao de tuberculose, sendo 1 forma miliar e 1 intestinal. Após o tratamento de tuberculose ocorreram 3 perdas de enxerto, por rejeiçao celular aguda tardia. Dos pacientes submetidos ao tratamento profilático, nenhum desenvolveu tuberculose.
CONCLUSAO: A incidência de tuberculose em receptores de transplante renal foi significativamente superior à da populaçao da mesma regiao, com predomínio de formas extrapulmonares. O tratamento profilático nos casos de risco foi eficiente, prevenindo o desenvolvimento de novas infecçoes.


PO283

Tuberculose pulmonar em transplantado renal

SALGADO, NF(1); FERREIRA, TCA(1); COSTA, JA(1); DIAS, CLL(1); FERRAZ, PCG(1); LEAL, AL(1); OLIVEIRA, MT(1); ALBUQUERQUE, LH(1)

UFMA(1)

OBJETIVO: Relatar um caso de tuberculose pulmonar em paciente transplantada renal.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de caso, descritivo e retrospectivo.
RESULTADO: Paciente feminina, 35 anos, procedente de Chapadinha-MA, portadora de insuficiência renal crônica de etiologia desconhecida. Após 3 anos de hemodiálise, foi submetida a transplante renal com doador vivo HLA III. A época em uso de Prednisona, Micofenolato Mofetil e Tacrolimus. Cerca de 5 meses após transplante, apresentou episódios febris, tosse persistente, emagrecimento e um episódio de hemoptise, sendo entao internada para melhor acompanhamento. Em sua história, nega infecçao prévia pelo bacilo de Koch ou contato com paciente sabidamente infectado. O teste de tuberculina da paciente e do seu doador foram realizados antes do transplante, sendo ambos negativos, nao sendo feita, portanto, quimioprofilaxia para tuberculose no póstransplante. Radiografia X de tórax mostrava infiltrado para-hilar D. CT de tórax evidenciou opacidade paracardíaca direita no segmento medial do lobo médio e infiltrados intersticiais no lobo superior direito. Realizou baciloscopia e broncoscopia que deram resultados negativos. Foi internada mais 2 vezes com o mesmo quadro clínico, sendo tratada para pneumonia bacteriana com resoluçao aparente do quadro. Oito meses após transplante, foi reinternada com quadro de tosse, febre e emagrecimento. Realizou pela segunda vez lavado brônquico alveolar, obtendo resultado positivo para Mycobacterium tuberculosis. Após confirmaçao do diagnóstico de tuberculose, iniciou esquema específico, fazendo uso de Rifampicina (300mg/dia), Iizoniazida (200mg/dia) e Pirazinamida (500mg/dia), após o qual obteve boa resposta. Aos exames, apresentava: Na=136mmol/L; K=4,1mmol/L; creatinina=1,0mg/dl; Hb=8,7g/dl; Acido Urico= 2,1mg/dl; glicose= 98mg/dl, AST= 7U/L, ALT=9U/L, GGT=54U/L. Ao exame físico: pressao arterial=140/80mmHg, peso=45kg.
CONCLUSAO: A tuberculose pulmonar é uma doença grave, e o seu diagnóstico pode ser de difícil obtençao em pacientes transplantados renais. Esta infecçao possui significativa morbimortalidade nesta populaçao, podendo comprometer a funçao do enxerto, principalmente quando há demora no seu diagnóstico e tratamento.

 


PO284

CAUSAS DE PERDA DO ENXERTO RENAL

SALGADO, NF(1); OLIVEIRA, MIG(1); SOUSA, AR(1); FERRAZ, PCG(1); ALBUQUERQUE, LH(1); MADEIRA, TCS(1); BERNARDES, LCR(1); CUNHA, ER(1)

UFMA(1)

OBJETIVOS: Determinar as causas de perda do enxerto renal e óbito com enxerto funcionante durante os 7 anos do serviço de transplante do Hospital Universitário Presidente Dutra.
METODOLOGIA: Análise retrospectiva analítica de 21 pacientes que evoluíram com perda do enxerto renal ou óbito com enxerto funcionante no único centro de referência em tratamento e acompanhamento de pacientes transplantados no Maranhao. Foram coletados dos prontuários os seguintes dados: sexo, idade, doença de base, tipo de doador, HLA, número de episódios de rejeiçao aguda, número de episódios de infecçao, co-morbidades, causa de perda do enxerto, causa do óbito.
RESULTADOS: Amostra composta por 12 homens (63%). A maioria dos pacientes pertencem/pertenciam à faixa de 18-29 anos, 5 (26%). Quanto à doença de base, houve clara predominância da nefroesclerose hipertensiva, com 9 (47,3%) dos pacientes; apenas 2 (10,5%) tiveram glomerulonefrite como doença de base para disfunçao renal e apenas 1 (5,3%) caso foi associado ao diabetes mellitus. Observouse predominância de doadores vivos, 15(79%). A maioria possuía HLA II 7 (37%), e HLAIII 7(37%). Observou-se que 13(69%) pacientes tiveram 1 ou mais episódios de infecçao oportunística, predominando candidíase (21%), escabiose (21%) e herpes (21%). Quanto às co-morbidades apresentadas antes do transplante, predominava a HAS, sendo relatado em 17 (89%) pacientes. Na análise da causa de perda do enxerto renal, constatou-se predominância da nefropatia crônica enxerto em 5 (26,4%) dos pacientes, seguida de infecçao em 2 (21%), sendo uma sepse iniciada por pielonefrite, e a outra de causa ignorada. Apenas 1 (5,3%) caso foi relacionado à rejeiçao aguda. Entre os pacientes que evoluiram a óbito com enxerto funcionante, as causas predominantes foram a doença cardiovascular e a neoplasia, cada uma sendo responsável por duas mortes.
CONCLUSAO: Em concordância com a literatura, as principais intercorrências no pós-transplante foram de causa infecciosa, sendo esta a causa também de 21% das perdas do enxerto. Porém, a nefropatia crônica do enxerto foi a maior responsável pela perda do rim transplantado, assim como o encontrado em outros estudos. Quanto ao óbito com enxerto funcional, prevaleceram a doença cardiova


PO285

Importância da sedimentoscopia urinária no acompanhamento do transplantado renal

MOREIRA, TM(1); SOUSA, MP(1); CARVALHO, MCP(1); BASTOS, MG(1); ANDRADE, LCF(1); PINTO, AF(1)

NIEPEN/UFJF(1)

OBJETIVO: Analisar e correlacionar os achados da sedimentoscopia urinária por microscopia de fase (SUMCF) com o diagnóstico histológico da biópsia renal (BxR), buscando anormalidades urinárias associadas à disfunçao ou complicaçao parenquimatosa do enxerto no transplante renal (TxR).
MATERIAIS E MÉTODOS: Os pacientes foram recrutados no ambulatório de TxR e glomerulonefrite do NIEPEN, formando o grupo 1 (grupo teste) e grupo 2 (controle positivo), respectivamente. O grupo 3, controle negativo, foi formado por voluntários sadios que nao possuíam nenhuma patologia renal conhecida. A SUMCF foi realizada em todos os pacientes que concordaram em participar do estudo, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. A amostra urinária foi colhida pela manha e centrifugada á 2500rpm por 5minutos. O exame foi realizado em câmara de Fuchus-Rosenthal®, preenchendo-a através de pipetador automático 20uL, com urina nao centrifugada na parte superior da câmara e urina centrifugada na parte inferior. Foi utilizado microscópio de fase Olympus BX41®. O examinador utilizou-se de estudo cego, nao tendo conhecimento prévio da origem da hematúria. A BxR percutânea guiada por ultrassom foi realizada com agulha calibre 16-18mm, sob anestesia local e os fragmentos encaminhados para o Serviço de Anatomia Patológica da UNIFESP (SP). A proteinúria, o padrao das hemácias (isomórficas ou dismórficas), a pesquisa de acantócitos (>5%), cilindros hialinos, céreos, granulosos e hemáticos foram correlacionados com os achados histopatológicos da BxR.
RESULTADOS: Tabela 1 *NCTx- Nefropatia crônica do enxerto, NPV – nefropatia por poliomavírus, RATx rejeiçao aguda do enxerto, LES – lúpus eritematoso sistêmico. *Estatisticamente NS.
CONCLUSAO: A SUMCF demonstrou a presença de hematúria dismórfica em todos os pacientes transplantados estudados, compatível com doença parenquimatosa no enxerto renal, reforçando a importância da contribuiçao deste método nao invasivo no diagnóstico histológico.

 


PO286

Neoplasias lifoproliferativas e de órgaos sólidos em receptores de transplante renal: registro de um centro

FALSARELLA, PM(1); ALVES-FILHO, G(1); MAZZALI, M(1)

Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1)

INTRODUÇAO: Receptores de transplantes de órgaos apresentam um maior risco de desenvolver neoplasias que a populaçao geral. Registros internacionais demonstram que as neoplasias mais freqüentes sao tumores de pele nao melanomas e neoplasias associadas às infecçoes virais. Entretanto, nao existem séries nacionais com a incidência de tumores pós-transplante, nem a identificaçao de potenciais fatores de risco.
OBJETIVOS: Avaliar a incidência de neoplasias sistêmicas no acompanhamento pós-transplante renal.
METODOLOGIA: Análise retrospectiva de prontuários de transplantados renais com diagnostico de neoplasia por biopsia(s) durante o seguimento.
RESULTADOS: De 1300 transplantados renais, 22 (1,7 %) desenvolveram neoplasias de órgaos sólidos e/ou lifoproliferativas após o transplante, sendo 12 homens (54,5%) e 10 mulheres (45,5%), com idade média de 42 ± 11 anos. O tempo médio para diagnóstico de neoplasia foi de 82 ± 62 meses, sendo que 47,6 % foram diagnosticados entre 0-5 anos, 28,6 % entre 5 e 10 e 23,8 % após 10 anos de acompanhamento pós-transplante. A maioria das neoplasias diagnosticadas foi de tumores de trato urinário (n=8, 36,5%), seguida de aparelho reprodutor (n=6, 27,3%), aparelho digestivo (n=3, 13,7%), tireóide (n=2, 9%), doença linfoproliferativa (n=2, 9%) e aparelho respiratório (n=1; 4,5%).
CONCLUSAO: A incidência de neoplasias nesta série foi de 1,7%, sendo que neoplasias de trato urinário foram as mais freqüentes. A maioria (47,6%) dos tumores foi diagnosticado nos primeiros 5 anos de acompanhamento pós-transplante.

 


PO287

Tumores malignos após o transplante renal

PERES, LAB(1,2); LIBERALI, GB(2); BIELA, RB(2); ARAUJO JUNIOR, ER(2); ANN, HK(1); ROHDE, NRS(1); CAMARGO, MTA(1); USCOCOVICH, VSM(1)

Renalclin(1)
UNIOESTE(2)

OBJETIVO: Avaliar a incidência de malignidades no pós-transplante no Serviço de Transplante renal da Renalclin na regiao Oeste do Estado do Paraná.
MÉTODOS: Estudamos retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes submetidos à transplante renal em Cascavel-PR e acompanhados na Renalclin, que atende a demanda de pacientes oriundos da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde, que compreeende 25 municípios do Paraná. Foram realizados 260 transplantes no período de 14/09/1985 a 30/04/2008, sendo 58 com doador cadáver (22,3%), 71 vivos-idênticos (27,3%) e 131-vivos-nao-idênticos (50,4%). Foram registrados: idade, sexo, raça, data do transplante, compatibilidade HLA, doença básica, tempo de diálise, tempo de isquemia, tipo de imunossupressao e complicaçoes. Os dados foram armazenados em banco de dados do programa Excel. Foram calculadas as médias das variáveis contínuas e as medianas quando adequado. As freqüências das malignidades encontradas foram expressas em percentagem.
RESULTADOS: Dos 260 pacientes receptores de transplante renal foram diagnosticados 14 malignidades em 13 pacientes (5,0%), sendo nove localizados na pele, incluindo um sarcoma de kaposi, dois no útero, dois renais (um em rim primitivo e um no enxerto) e um no fígado.
CONCLUSAO: Tumores malignos foram diagnosticados em 5% dos receptores de transplante renal, sendo a pele o sítio mais frequentemente acometido.


PO288

Inflamaçao e resistência insulínica no primeiro ano pós-transplante renal

SOUZA, GC(1); COSTA, CA(1); GONÇALVES, LF(1); MANFRO, RC(1)

Serviço de Nefrologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Faculdade de Medicina – UFRGS(1)

OBJETIVOS. Avaliar a freqüência e a evoluçao do estado microinflamatório e da resistência insulínica em pacientes transplantados renais durante o primeiro ano pós-transplante.
MATERIAL E MÉTODOS. Trinta e dois pacientes (18 homens, 23 receptores de rim de doador falecido, média de idade 41,5 ± 11,4 anos) foram incluídos em um estudo prospectivo. As variáveis primariamente analisadas foram: níveis séricos de proteína c-reativa (PCR) e resistência insulínica através do índice Homeostasis Model Assessment (HOMA). Os pacientes foram avaliados no momento do transplante (T0) e, prospectivamente, aos três (T3), seis (T6), nove (T9) e doze (T12) meses pós-transplante.
RESULTADOS. Os níveis de PCR diminuíram significativamente nos três primeiros meses pós-transplante (T0) [4,1 ± 4,9 vs. (T3)1,3 ± 0,9 (p = 0,02)], aumentaram nao significativamente em T6 (2,1 ± 2,7; p = 0,057). Em T9 e ao final do primeiro ano (T12) pós-transplante os níveis da PCR diminuíram novamente e mantiveram-se estáveis [1,5 ± 1,5 (p < 0,0001) e 1,9 ± 1,6 (p = 0,42), respectivamente)]. A resistência insulínica diminuiu significativamente: (T0) [2,4 ±1,5 vs (T3)1,5 ± 1,1 (p = 0,01)], mas aumentou no sexto e nono mês (1,8 ± 0,8 e 2 ± 1,5 respectivamente) mantendo-se estável ao final do primeiro ano (2 ± 1,7). Durante todo o período do estudo nao foi observada correlaçao estatisticamente significativa entre a PCR e o índice HOMA (r = 0,243; p = 0,181).
CONCLUSOES. O transplante renal bem sucedido exerce efeito benéfico sobre o estado micro-inflamatório presente na uremia. A resistência insulínica diminui inicialmente mas apresenta acréscimo no decorrer do primeiro ano pós-transplante estando possivelmente associada ao elevado risco de doença aterosclerótica observado nestes pacientes.

 


PO289

Rejeiçao aguda vascular e infecçao por polioma vírus – Relato de caso

JUNIOR; MFS(1); FÉLIX, RHM; (1); QUININO, RM; (1); ALMEIDA; JB; (1); COSTA, KMAH; (1); FRANCO, MF(2)

Hospital Universitário Onofre Lopes(1)
Escola Paulista de Medicina-Departamento de Patologia(2)

INTRODUÇAO: Os vírus da família polioma sao importantes causadores de disfunçao do enxerto em pacientes transplantados renais,devido ao constante estado de imunossupressao a que esses pacientes sao submetidos e a alta prevalência de infecçao latente na populaçao em geral.
OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente transplantada renal, cujo manejo terapêutico da rejeiçao tornou-se difícil, pois a mesma apresentava infecçao por polioma vírus no enxerto.
RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 45anos, com diagnóstico de insuficiência renal por nefroesclerose hipertensiva, foi submetida a transplante(Tx) renal com doador falecido em Fevereiro de 2007.Nas primeiras três semanas pós transplante evoluiu com necrose tubular aguda dependente de hemodiálise.Após este período recuperou a funçao renal e recebeu alta em uso de Tacrolimo,Micofenolato Mofetil(MMF) e Prednisona.Mantivemos o nível sérico do Tacrolimos entre 6-8ng/ml.No 5º mês pós Tx apresentou anemia importante (Hb=7,39g/dl), dor abdominal,diarréia e piora da funçao renal (creatinina=7mg/dl). Nao tinha história de sangramento. Realizamos biópsia do enxerto que revelou rejeiçao aguda túbulo-intersticial leve, nefropatia crônica do enxerto, pielonefrite aguda e presença de células com inclusoes sugestivas de polioma. Optamos por tratá-la com imunoglobulina intravenosa durante 6dias e reduzimos a dose do MMF .Houve melhora da funçao renal(creat=2,1mg/dl). A biópsia pós tratamento confirmou a erradicaçao do vírus porém persistia com rejeiçao aguda leve-moderada.Tentamos aumentar a dosagem do Tacrolimo,mantendo a mesma dose do MMF,apesar disso,a funçao renal piorou. A creatinina estabilizou em 3,5mg/dl.
CONCLUSAO: A infecçao por polioma vírus ocorre mais comumente em pacientes vigorosamente imunossuprimidos como é o caso da nossa paciente. A reativaçao do vírus está sendo cada vez mais reconhecida como causa de disfunçao do enxerto. Como nao existe terapia antiviral específica para a disfunçao do enxerto associada a nefrite, a conduta proposta é a reduçao criteriosa da imunossupressao e a monitorizaçao da rejeiçao aguda.Apesar disso os resultados nao sao bons em relaçao à evoluçao do enxerto, como no caso descrito.


PO290

Pseudotumor cerebral associado ao uso de ciclosporina – Relato de caso

AGUIAR, CA; (1); JUNIOR, MFS(1); FÉLIX, RHM; (1); QUININO, RM; (1); ALMEIDA, JB; (1); COSTA, KMAH; (1)

Hospital Universitário Onofre Lopes(1)

INTRODUÇAO: Pseudotumor cerebral é uma síndrome caracterizada pela presença de hipertensao intracraniana(HIC) e papiledema, sem haver processo expansivo intracraniano. Apresenta-se de forma idiopática, na maioria dos casos,porém causas secundárias devem ser investigadascomo:terapia crônica com corticosteróide e ciclosporina, uremia, ingestao de megadoses de vitamina A, uso de alguns antibióticos e antiarrítmicos.
OBJETIVO: Relatar o caso de uma criança do sexo masculino que evoluiu após 2 anos e 11 meses de transplante renal com sinais e sintomas de hipertensao intracraniana associada ao uso de Ciclosporina.
CASO CLINICO: Paciente do sexo masculino, 10 anos, realizou transplante renal com doador vivo(mae) em 2004. Evoluiu com excelente funçao do enxerto. Foi admitido no serviço de transplante renal em Setembro de 2007 com quadro de cefaléia holocraniana de forte intensidade, vômitos, dor ocular intensa,diplopia e fotofobia.Fizemos investigaçao para toxoplasmose e citomegalovirose que foi negativa, tinha funçao renal alterada (creat=1,4mg/dl, antes era 0,7mg/dl), sem anemia, nível sérico de ciclosporina=136ng/ml. Avaliaçao do líquor foi normal. Tomografia computadorizada e ressonância magnética de crânio foram normais. Exame fundoscópico revelou edema de papila bilateral. Nao tinha infecçao associada. Nesta ocasiao suspendemos a ciclosporina e iniciamos Sirolimo associado com corticóide em dose mais elevada. Ao final de 45dias de internamento o paciente encontrava-se sem cefaléia e com melhora importante das queixas visuais da cefaléia, e da funçao renal.
CONCLUSAO: Os mecanismos de HIC associados com o uso de ciclosporina sao desconhecidos.Exames de neuroimagem nao revelam massas, ventriculomegalia ou alteraçoes estruturais. O tratamento básico fundamenta-se na retirada da Ciclosporina, havendo melhora da HIC após alguns meses, porém se a funçao do enxerto renal tornar-se desfavorável com a suspensao da ciclosporina,pode-se realizar cirurgicamente fenestraçoes na bainha do nervo óptico evitando assim perda visual.No caso acima a suspensao da ciclosporina foi suficiente para reduzir os sintomas de HIC sem perda do enxerto.


PO291

Leishmaniose visceral em transplante renal – resistência à terapia e resposta clínica após conversao para rapamicina

SANTOS, SQ(1); OLIVEIRA, CMO(1); OLIVEIRA, MLMB(1); ESMERALDO, RM(1)

Hospital Geral de Fortaleza(1)

A LV é uma infecçao parasitária rara em transplante renal, e resistência ao tratamento com glucantime/anfotericina B lipossomal tem sido registrada.
CASO CLINICO: ACS, 28 anos, feminino, foi submetida a transplante(Tx) renal com doador cadáver há 4 anos. Imunossupressao inicial: micofenolato mofetil (MMF), tacrolimus e induçao com daclizumab, sem prednisona. Evoluiu 18 meses pós-Tx com quadro de leucopenia, anemia, febre e hepatoesplenomegalia, sendo diagnosticado LV por aspirado de medula óssea. Fez uso de vários esquemas para tratamento da LV durante os 30 meses subseqüentes, sem resposta satisfatória, persistindo com leucopenia (necessitando por vezes do uso de granulokine), anemia (com indicaçao de eritropoietina e transfusoes), aumento da esplenomegalia, além da presença do protozoário nos estudos repetidos da medula óssea. Inicialmente fez uso de glucantime (05 doses) suspenso por neurotoxicidade, seguido por 2 ciclos de anfotericina B convencional (dose total = 0,5 e 1 g), sem resposta. O MMF foi entao suspenso, sendo mantido apenas o tacrolimus em dose baixa. Fez entao o primeiro ciclo de anfotericina B lipossomal (Ambisome-dose total = 1g), seguida de doses semanais de manutençao de 3mg/kg/dose (total de 8 doses), sem cura da LV. Um segundo ciclo de ambisome na dose total de 2g foi tentado, novamente sem sucesso. Foi entao iniciado fluconazol 300mg/dia associado ao alopurinol 200mg/dia. A mielocultura foi positiva para Leishmania chagasi. Outro ciclo de ambisome (1750mg) foi prescrito, associado ao fluconazol/alopurinol , e seguido de doses semanais de ambisome (3mg/kg/dose), 14 doses até entao. No curso da 8a dose semanal do ambisome, foi optado pela conversao do tacrolimus para rapamicina. Desde entao, houve melhora progressiva da anemia, ganho de peso e reduçao da esplenomegalia, embora persista com leucopenia.
CONCLUSAO: É possível que nos casos de LV com falha terapêutica ou recidivas freqüentes, a rapamicina possa ter uma participaçao importante na resoluçao do quadro infeccioso, como já foi descrito em casos de citomegalovirose resistente. Sao necessários estudos experimentais ou novos relatos para confirmaçao desse achado.


PO292

Criptococose disseminada em pós transplante renal tardio

LUCAS JR, F(1); MACIEL, MMD(1); RIBEIRO, FM(1); RODRIGUES, WVD(1); MAIA, LF(1); COPA, GF(1); OLIVEIRA, JGF(1); ROSARIO, MB(1); FERREIRA, DP(1)

Hospital das Clínicas-UFMG(1)

OBJETIVO: Relato de casos clínicos de criptococose disseminada em pacientes transplantados renais, uma vez que esta é a terceira infecçao fúngica invasiva mais comum em pacientes submetidos a transplante (tx) renal. Caso 1: L.L.S., 52 anos, doença renal crônica (DRC), tx renal doador cadáver (DC) em 05/07/06, em uso de prednisona, tacrolimus e micofenolato sódico. Creatinina de 2,5 mg/dL. Admitido no Hospital das Clínicas da UFMG no dia 30/01/08 com ataxia, disartria, dismetria bilateral, rigidez de nuca, cefaléia, náuseas e vômitos há cerca 72 horas. Tomografia computadorizada (TC) de crânio – hipodensidade cerebelar e temporal esquerda. Punçao lombar – pressao de abertura 20 cm H2O, 120 células, proteína 208 mg/dL, glicose 39 mg/dl. Látex para criptococose positivo. TC de tórax – consolidaçao em lobo superior direito com área de vidro fosco e derrame pleural direito. Pesquisa direta de criptococcus positiva no escarro. Submetida ao tratamento com anfotericina B lipossomal por 14 dias e, posteriormente, com fluconazol. Caso 2: P.A.B.A., 36 anos, DRC por nefropatia da IgA, foi submetida a tx renal doador cadáver em 1993, com disfunçao crônica do enxerto (Creatinina de 2,7mg/dl). Em uso de prednisona, ciclosporina e micofenolato mofetil. Foi internada em 10/10/07 com cefaléia, febre e confusao mental. Além disso, apresentava sinais de hipertensao intracraniana, com reduçao da acuidade visual e auditiva. Punçao lombar – pressao de abertura 43 cm H2O; aglutinaçao direta reagente para C. neoformans 1: 1024; glicose=53 mg/dl; proteína =67 mg/dl; celularidade =61 com 99% de mononucleares. Fez uso de anfotericina B lipossomal e, posteriormente, fluconazol para consolidaçao e manutençao. Foi submetida a derivaçao lombo-peritoneal devido à hipertensao intracraniana refratária.
CONCLUSAO: 20 a 60% dos casos de criptococose nos nao portadores de HIV ocorrem em pacientes transplantados. É mais freqüente após 6 meses do Tx. Estudos mostram que pacientes transplantados podem ter um curso clínico mais agressivo, com alta incidência de doença disseminada e altas taxas de mortalidade.


PO293

O retardo mental nao contra-indica o transplante renal

DIB, GA (IN MEMORIAM)(1); MEDINA-PESTANA, JO(1)

Hospital do Rim e Hipertensao. Departamento de Medicina, Disciplina de Nefrologia, Universidade Federal de Sao Paulo UNIFESP(1)

INTRODUÇAO. O retardo mental (RM) é ainda uma contra-indicaçao relativa ao transplante renal. Atualmente o número de pacientes renais crônicos portadores de RM submetidos ao transplante renal é pequeno. Objetivo. Analisar os resultados dos transplantes renais em portadores de RM realizados no Hospital do Rim e Hipertensao.
METODO. Análise do tipo caso-controle de todos os 17 transplantes renais realizados em portadores de RM e de 83 realizados em receptores sem RM entre 01/JAN/97 a 20/AGO/06. O tempo de seguimento variou de 8 meses a 10 anos e 7 meses.
RESULTADOS. A sobrevida do paciente 5 anos após o transplante foi menor nos receptores com RM (81,2% vs. 97,4% nos controles, p=<0,05). As taxas de sobrevida do enxerto (81,2% vs. 80,2% nos controles, p=0,9) e de sobrevida do enxerto livre de rejeiçao aguda (75% vs. 66,6% nos controles, p=0,79) 5 anos após o transplante foram semelhantes entre os grupos. Os portadores de RM apresentaram maior número de infecçoes necessitando tratamento intra-hospitalar (2,1 ± 2,2 vs. 0,9 ± 1,3 nos controles, p<0,05), entretanto nao foram identificados fatores de risco com associaçao significante com esta complicaçao. A funçao renal foi semelhante nos dois grupos durante todo o período de seguimento.
CONCLUSOES. Embora os portadores de RM apresentem menor sobrevida a longo prazo, os resultados foram equivalentes quanto a sobrevida do enxerto, sobrevida do enxerto livre de rejeiçao aguda e funçao renal. O transplante renal nao deve ser restrito em portadores de RM em insuficiência renal crônica terminal.


PO294

Estenose de artéria renal pós-transplante: prevalência e resultados de tratamento em 30 anos de experiência de hospital universitário

CUNHA, R(1); SOUZA, E(1); RIBEIRO, CA(1); RIBEIRO, JG(1); FERREIRA, M(1); RIOJA, S(1)

Hospital Pedro Ernesto – UERJ(1)

INTRODUÇAO: Apesar de bem padronizado, o transplante renal pode evoluir com complicaçoes clínicas e cirúrgicas. Entre as últimas, incluem-se as de natureza vascular, destacando-se a estenose de artéria renal cuja incidência, segundo a literatura, varia de 1.6 a 12.4%.
OBJETIVO: Verificar a prevalência de estenose de artéria renal em pacientes submetidos a transplante de rim, em nosso Serviço, no período de setembro/1975 ao início de 2007 e descrever a evoluçao dos casos.
MÉTODO: Revisao dos prontuários com levantamento dos casos que receberam o diagnóstico de estenose distal de artéria renal pós-transplante. A resposta ao tratamento foi avaliada tendo por base o comportamento da pressao arterial e da funçao renal.
RESULTADOS: Foram identificados 4 casos (0,41%) de 965 pacientes, 2 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, cuja idade variou entre 34 e 52 anos. Receberam rim de doador vivo (3) e doador cadáver (1), 3 foram submetidos à anastomose término-lateral e 1 término-terminal. Nenhum desenvolveu episódio de necrose tubular aguda. Clínica sugestiva de estenose da artéria renal se instalou entre o primeiro e o sétimo mês de evoluçao. Após angioplastia percutânea acompanhada de colocaçao de endoprótese, 3 dos pacientes evoluíram com reduçao dos níveis tensionais (&#916; PAM= 118,5 +/- 11mmHg &#8594; 88,5 +/- 8mmHg), necessidade de menor quantidade de drogas para seu controle e reduçao da creatinina sérica (&#916; Cr=1,93 +/- 0,4mg/dL &#8594; 1,43 +/- 0,2 mg/dL). Em 1 caso, a rotaçao do pedículo vascular impossibilitou o procedimento e a paciente evoluiu para óbito de natureza infecciosa. Mais recentemente, os pacientes foram convertidos para sirolimo. Nao se evidenciou, até o momento, recidiva do quadro (follow up de 150, 86 e 35 meses, respectivamente).
CONCLUSOES: 1) A incidência de estenose de artéria renal foi reduzida em nossa casuística, o que atribuímos a um maior número de transplantes realizados com doadores vivos e à estabilidade da equipe cirúrgica (21 anos); 2) a estenose distal à anastomose arterial parece se configurar em indicaçao ímpar para a cirurgia endovascular.


PO295 PREVALENCIA DE CANCER NOS TRANSPLANTADOS RENAIS EM ACOMPANHAMENTO EM UM HOSPITAL UNIVERSITARIO

SALGADO, NF(1); FERREIRA, TC(1); TRINDADE, MS(1); PEREIRA, AWS(1); RAMOS, JMCR(1); LESSA, LMM(1); CUNHA, CP(1); COSTA, MHA(1)

UFMA(1)

OBJETIVOS: Avaliar a incidência de neoplasia maligna no pós transplante renal do Serviço de Transplante do Hospital Universitário Presidente Dutra da Universidade Federal do Maranhao (HUPD-UFMA), no período de março de 2000 a junho de 2008.
METODOLOGIA: Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes transplantados renais com neoplasia diagnosticada durante o acompanhamento pós transplante.
RESULTADOS: Dos 202 transplantados renais no período estudado, 4 (1,98%) desenvolveram neoplasias após o transplante renal. Além disso, foram incluídos no estudo 4 pacientes que realizaram o transplante em outro centro, mas que fazem acompanhamento no Ambulatório de Pós Transplante Renal do HUPD, somando um total de 8 pacientes (3,88%). A maioria dos indivíduos estudados era do sexo masculino (62,5%), com idade média de 44, 2 anos. O tempo médio pós transplante para diagnóstico da neoplasia foi de 85 meses, sendo a maioria diagnosticada nos primeiros 5 anos de acompanhamento (50%), 12,5% de 5 a 10 anos e 37,5% após o 10º ano. Dentre os transplantados que desenvolveram neoplasia 37,5% receberam o enxerto de doador idêntico (HLA I), 25% de doador HLA II, 25% de doador cadáver e 12,5% de doador HLA distinto. O esquema imunossupressor inicial utilizado nestes pacientes foi Ciclosporina + Prednisona + Azatioprina em 87,5% dos casos e em 12,5% Prednisona + Micofenolato de Mofetil + Tacrolimus. Dentre os relatos, a maioria foi de tumores de pele (50%), sendo 25% de carcinoma epidermóide e 25% carcinoma basocelular, seguidos por linfoma nao-Hodking, adenocarcinoma gástrico, astrocitoma e tumor do trato respiratório, cada com incidência de 12,5%. Durante a evoluçao, 2 pacientes (25%) fizeram conversao para Rapamicina e 2 pacientes evoluiram a óbito.
CONCLUSAO: A incidência de neoplasias pós transplante nesta série foi de 3,88%, semelhante às porcentagens descritas na literatura. Os tumores de pele nao melanoma, foram os mais freqüentes, nao diferindo dos relatos de outros centros e reforçando a importância da orientaçao quanto à fotoproteçao e exposiçao solar. Nenhum dos indivíduos deste estudo apresentava neoplasia pré transplante.

 


PO296

Relato de caso: alotransplante renal 5 anos após transplante de medula óssea do mesmo doador-imunossuprimir?

RAMOS FILHO, R.(1); BARRETO, JCS.(1); SABER, LT.(1); OLIVEIRA JUNIOR, AE.(1); FREITAS, ASO.(1); COSTA, TS.(1)

Hospital Geral de Goiânia(1)

Paciente do sexo feminino, 23 anos, portadora de anemia aplástica, foi submetida a alotransplante (TX) de medula óssea (MO) com doador vivo, irmao HLA idêntico, em 2001, com boa recuperaçao hematogênica. Evoluiu com perda progressiva da funçao renal devido a nefrotoxicidade dos imunossupressores. Foi iniciando entao CAPD em 10/2003. Em 16/05/2006 foi submetida a TX renal , sendo doador o mesmo irmao. Optou-se por induzir imunossupressao de forma rotineira, com metilpredinisolona 1g EV, sequido de predinisona (pred) 1mg/kg /dia, tacrolimus (FK) 0.1mg/kg/dia e dose plena de micofenolato mofetil (MMF) 2g/dia. A paciente apresentou ótima evoluçao com creatinina de 0.9mg/dl no 4 PO. A partir do 6 PO iniciou-se reduçao progressiva das doses de pred, até alcançar 5mg/d no 60 PO e 5mg em dias alternados a partir de 180 dias. As doses de FK foram reduzidas progressivamente a partir do 90 PO, até a retirada completa 18 meses após o TX. As doses de MMF foram reduzidas para1.5 g/dia a partir do 30 PO e 1.g/dia com 12 meses de TX.. No momento a paciente está em uso de pred 5mg em dias alternados e MMF 1.g /dia. Apresenta os sequintes parâmetros: PA110/80mmHg, (sem anti-hipertensivos), creatinina 1.0mg/dl, uréia 29mg/dl, Hb 13g%. A dose e a manutençao de imunossupressores em TX, onde se associa rim e infusao de medula óssea é ainda controversa e existem poucos relatos de TX na literatura de casos semelhantes. Em 2007, T.Tanaka et al relatam 2 casos de TX renal pós TX de MO com boa evoluçao ( 1 doador HLA DR-Mismatch e outro com doador HLA idêntico) mesmo com suspensao total da imunossupressao. Em 2008, T. Kawai et al relatam 5 casos semelhantes com doadores HLA haploidênticos. Um caso evoluiu com rejeiçao aguda humoral irreverssivel e 4 evoluiram bem, sem o uso de imussupressores. Os autores discutem a segurarança ou nao da retirada da imunossupressao.


PO297

Fibrose sistêmica nefrogênica associada à gadoversetamida em paciente com insuficiência renal aguda após transplante renal

VAZ, ACAB(1); CRUZ, JG(1); PRUTCHANSKY, GD(1); AVILA, MON(1); COSTA, LB(1); MARTINS, MT(1); SCHAER, E(1); BATISTA, PBP(1); PAMPLONA, DS(1)

Hospital Sao Rafael(1)

A Fibrose sistêmica nefrogênica (FSN), rara dermopatia fibrótica, restrita à pacientes com insuficiência renal. Recentemente ficou evidente a associaçao causal com a exposiçao ao gadolínio. Relatos isolados sugerem que hemodiálise( HD) após a exposiçao ao gadolínio, uso de imunossupressores e melhora de funçao renal sejam úteis na prevençao ou tratamento da doença. Este pôster relata um caso de FSN que surgiu meses após um transplante renal bem sucedido e cujas lesoes persistem após um ano de follow-up. Mulher de 34 anos, em HD por insuficiência renal crônica decorrente de glomerulonefrite crônica, com dificuldade para acessos vasculares, grave hiperparatireoidismo secundário e anemia sob terapia com Eritropoietina. Realizou transplante renal com doador haploidêntico, induçao com basilixmab e manutençao com prednisona , tacrolimus e micofenolato, que foi substituído por azatioprina .No 1º dia de pós operatório feita uma suspeita de trombose venosa do enxerto sugerida ao exame de ultrassonografia com doppler sendo motivada a realizaçao de angioressonância magnética com ± 0,2mmol/Kg de gadolínio gadoversetamida (OPTIMARK®). Uma relaparotomia confirmou e desfez uma dobra da veia renal. Foi submetida a várias sessoes de hemodiálise por oligoanúria , sobrecarga hídrica e acidose metabólica. Teve alta hospitalar com creatinina de 1,2mg% e filtraçao glomerular estimada ( Crockoft – Gault de 69ml/min).Três meses após o transplante, percebeu a presença de máculas e pápulas eritematosas, algumas pardas, de limites imprecisos, endurecidadas, com manutençao das sensibilidades térmicas e álgicas, distribuídas em extremidades e que poupavam cabeça e tronco. O diagnóstico clínico (foto) e histopatológico foi de FSN atribuídas ao gadolínio. Um relato de FSN por Gadoversetamide em uma jovem com insuficiência renal aguda após tx renal, apesar de ter realizado HD sucessivas após a ressonância magnética e que surgiu 3 meses após a recuperaçao quase completa da funçao renal.A evoluçao das lesoes nao foi favorável, conforme 1 ano de folow-up

 


PO298

Criptococose disseminada em paciente submetido a transplante renal: relato de caso

RIGUEIRO, MP(1)

Hospital Santa Marcelina(1)

INTRODUÇAO: A prevalência de infecçao criptocócica invasiva no transplante de rim é de 2,5 a 5,8%, sendo a terceira causa de infecçao invasiva nestes pacientes.
RELATO DE CASO: DSM, 48 anos, masculino,admitido na emergência com febre, taquicardia e taquipnéia há 7 dias. Antecedente: transplante renal, doador vivo, com antigeno leucocitário humano distinto, há 1 ano e 5 meses.Estava em uso de tacrolimus 4 mg, predinisona 5 mg, micofenolato de sódio 720 mg. Ao exame estava consciente,taquicárdico, taquipnéico,normotenso,saturaçao de oxigênio 92%, ausculta com murmúrio vesicular presente sem ruídos adventícios.Hemoglobina 12.5,Hematócrito 35.7,Leucócitos 3850 com desvio a esquerda,plaquetas 201.000,Creatinina 1.21,Uréia 36,Desidrogenase Láctica 312. Raio X de tórax: infiltrado retículo nodular difuso; Tomografia Computadorizada (TC) de tórax: infiltrado intersticial micronodular difuso e nódulo pulmonar isolado basal à esquerda; biópsia transbrônquica: criptococose; hemocultura: Cryptococcus spp; TC de crânio e liquor normais. Iniciado tratamento com fluconazol 400 mg endovenoso por 3 semanas. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas e 2 hemoculturas negativas, sendo entao passado para 400 mg via oral até completar 12 semanas, com resoluçao completa do quadro.
DISCUSSAO: Criptococose tem sido frequentemente documentada em pacientes transplantados sendo suas manifestaçoes clínicas produto da reativaçao de foco infeccioso endógeno adquirido em período anterior ao transplante.É considerada uma infecçao tardia, com aparecimento após um ano do transplante. Apesar do comprometimento de orgao único ser a apresentaçao clínica mais frequente, 38% dos pacientes apresentam hemocultura positiva e 23% deles têm envolvimento de dois ou mais orgaos, particularmente o pulmao e o sistema nervoso central (SNC).Estudos sugerem que o inibidor de calcineurina utilizado no pós transplante reduz o acometimento do SNC por seleçao de cepas. A mortalidade global atribuída à criptococose nesta populaçao é em torno de 41%, tornando o diagnóstico precoce aspecto relevante para o prognóstico do paciente.


O299

Retardo da funçao do enxerto em receptores de transplante renal com doador falecido. Fatores de risco e impacto na sobrevida de paciente e enxerto

BRONZATTO EJM(1); ALVES-FILHO G(1); MAZZALI M(1)

Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1)

O Retardo da Funçao Renal (RFR) é definido como a necessidade de diálise e/ou a manutençao dos níveis séricos de creatinina acima de 5mg/dL durante a primeira semana pós transplante e, histologicamente caracterizada por necrose tubular aguda.
OBJETIVO: verificar, em um grupo de transplantados renais com doador falecido, a incidência de RFR, os fatores de risco e o impacto na sobrevida de enxerto e paciente.
METODOLOGIA: Análise retrospectiva dos prontuários médicos de indivíduos > 18 anos, submetidos ao transplante renal com rim de doador falecido, no período de janeiro/2003 a dezembro/2006.
RESULTADOS: De um total de 165 transplantes, 111 (67%) apresentaram RFR, com necessidade de diálise. A incidência de RFR foi maior no grupo com tempo de isquemia fria (IF) > 24 horas (85% vs. 60%, p<0.05) e para doadores com idade maior (40 ± 10,5 versus 31,8 ± 11,9 anos, RFR vs. sem RFR, p<0.05). Nao houve diferença na incidência de RFR com a utilizaçao ou nao de drogas vasoativas pelos doadores, nem no número de drogas utilizadas. Após 2 semanas do transplante, a funçao renal também apresentou correlaçao com o tempo de IF; com melhor funçao para o grupo com IF < 12 horas, e valores ascendentes de creatinina com o aumento do tempo de IF (2,65 vs. 7,4 mg/dL, IF <12 h vs. IF > 24h, p<0.05). No grupo com RFR, perda de enxerto no primeiro ano de acompanhamento ocorreu em 15% (n=17) dos casos (vs. 4% sem RFR, p=0.05). Ao final de 1 ano de acompanhamento, a funçao renal no grupo RFR foi pior que no grupo sem RFR (creatinina 1,6 ±0,7 versus 1,3 ± 0,4 mg/dL, p<0.05).
CONCLUSAO: O tempo de IF prolongado e a maior idade do doador apresentaram associaçao com maior incidência e duraçao da RFR, resultando em um maior tempo de internaçao e em pior prognóstico para o enxerto a longo prazo.


PO300

Quantificaçao da fibrose intersticial renal em biópsias de pacientes transplantados renais hipertensos

AGUIAR, CF(1); BREDA, LCD(1); ABATE, DTRS(1); TEIXEIRA, VPA(1); REIS, MA(1); FALEIROS, ACG(1)

Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1)

A hipertensao é uma complicaçao comum pós-transplante renal e pode contribuir para a perda do enxerto. A intensidade da fibrose intersticial (FI) é um dos fatores relacionados com a deterioraçao da funçao renal e sua quantificaçao representa um marcador da condiçao e prognóstico do enxerto. Nosso objetivo foi quantificar a porcentagem da FI renal em biópsias de pacientes transplantados renais hipertensos, relacionando a intensidade da FI com características epidemiológicas, diagnósticos e medicaçao imunossupressora.
MATERIAIS E MÉTODOS: Analisamos biópsias renais do Serviço de Nefropatologia (UFTM) de 1996-2006, selecionamos casos com diagnóstico de hipertensao arterial na solicitaçao da biópsia. A classificaçao das doenças renais do enxerto foi feita de acordo com Banff 97. Os fragmentos das biópsias renais foram fixados, processados e corados com Picro-Sirius. As lâminas foram visualizadas sob luz polarizada, objetiva de 40x, todos os campos do fragmento foram quantificados no ImageJ. Foram utilizados testes paramétricos para distribuiçao normal, caso contrário utilizamos testes nao paramétricos. As diferenças significantes foram p<5%.
RESULTADOS: Dos 125 pacientes transplantados renais, 44 (35,2%) tinham hipertensao arterial e mediana da FI 1,65% (0,1-9,1). A FI foi maior no gênero masculino(1,8%), cor branca(1,5%), e teve correlaçao positiva com a idade (r=0,147; p=0,355). Nas doenças do enxerto renal a FI foi maior na rejeiçao mediada por anticorpo (3,2%), rejeiçao crônica (2,9%) e lesao borderline (2,8%), que foi significativamente maior (p=0,036) que nos casos de hialinose arteriolar (1,5%). Na medicaçao imunossupressora houve maior FI nos pacientes em uso de Metilcorten (3,4%), Azatioprina (1,9%) e Ciclosporina A (1,5%).
CONCLUSAO: A hipertensao arterial apresenta características multifatoriais, sem relaçao direta com gênero, cor e idade. Porém, alguns fatores como medicaçao imunossupressora, especialmente a ciclosporina A e algumas doenças renais do enxerto poderiam contribuir para o aumento da intensidade da FI.
Apoio: Fapemig, Cnpq, Funepu, Capes.


PO301

Caracterizaçao epidemiológica de transplantados renais do serviço de nefropatologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro-UFTM, Uberaba-MG

AGUIAR, CF(1); BREDA, LCD(1); ABATE, DTRS(1); TEIXEIRA, VPA(1); REIS, MA(1); FALEIROS, ACG(1)

Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1)

INTRODUÇAO: As doenças renais sao importante causa de morbidade em todo o mundo. A diálise e transplante renal têm aumentado a sobrevida desses pacientes, mas a perda do enxerto ainda é um problema.
OBJETIVO: caracterizar epidemiologicamente os pacientes transplantados renais do Serviço de Nefropatologia da UFTM.
MATERIAIS E MÉTODOS: biópsias renais realizadas pelo Serviço de Nefropatologia da UFTM, de 1996-2006. Registramos a idade, gênero, cor, tempo de transplante, doador (vivo ou cadáver), relacionado ou nao, imunossupressao e procedência dos pacientes. Na análise estatística utilizamos o programa SigmaStat, segundo o teste de Kolmogorov-smirnov a distribuiçao foi normal, na análise descritiva utilizamos média±DP, na comparaçao entre proporçoes teste Exato de Fisher.
RESULTADOS: Registramos 210 biópsias, média de idade: 39,39 11,0 anos, predominância do gênero masculino (63,7%), cor branca (63,4%). Tempo de transplante: 33,6% até 30 dias, 23,8% de 1-6 meses, 8,2% de 6 meses-1 ano, 24,6% de 1-5 anos, 3,3% de 5-10 anos e 6,5% de 10-15 anos. Procedência: 34% Uberaba, 20,8% regiao de Uberaba, 16% Belo Horizonte, 27,4% outras cidades de MG e 1,9% outros estados. Doadores do órgao: 42,2% vivos (88,9% relacionados); 57,8% doadores cadáveres (1,5 % relacionados). Medicaçao: Prednisona (24,6%), Ciclosporina (22,8%), Micofenolato Mofetil (18%), Azatioprina (11,8%), outros (22,8%).
DISCUSSAO: A caracterizaçao epidemiológica é importante, pois se relaciona com as condiçoes do enxerto e do transplantado, e aos fatores que podem levar a perda do enxerto, como doador cadáver, aumento da idade e nefrotoxicidade da Ciclosporina, encontrados em maior porcentagem neste trabalho.
CONCLUSAO: O conhecimento dos fatores epidemiológicos que influenciam na sobrevida do enxerto, pode auxiliar na intervençao clínica, evitando perda do órgao transplantado e outras complicaçoes.
Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq, CAPES, FUNEPU, UFTM.

Pôsteres

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