J. Bras. Nefrol. 2017;39(2 suppl. 2).

Resumos do XIX Congresso Paulista de Nefrologia – Temas Livres Orais

Tema Livre em Destaque

TLD: 5371

Funçao tardia do enxerto (DGF) no Brasil: a discordancia entre o previsto e o observado

Autores: Costa S D, Sandes-Freitas T V, Oliveira C M C, Silva S L, Esmeraldo R M, Daher E F

Instituiçoes: Hospital Geral de Fortaleza – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal do Ceara – Fortaleza – Ceará – Brasil

Area: Transplante Renal

Introduçao: A incidência de DGF no Brasil varia entre 50-70%, cerca de 3x maior que a reportada por centros americanos e europeus. Especula-se que isto seja consequência da má manutençao dos doadores. Material e Método: Este estudo avaliou a incidência estimada (DGF Risk Calculator, www.transplantcalculator.com) e observada de DGF em 214 transplantes renais (TxR) com doador falecido realizados entre Jan15-Out/16 em dois centros localizados em uma regiao onde predominam TxR com doadores ideais. A seguir, foram analisados os fatores de risco para DGF (diálise na 1a semana pós-TxR) em uma análise multivariada. Resultados: Os pacientes eram predominantemente homens (58%), jovens (43 ± 15 anos), com sobrepeso (IMC 27 ± 4kg/m2), pardos (81%), com DRC de etiologia desconhecida (32%), em diálise há 47 ± 48 meses. 8% de retransplantes, PRA médio 11 ± 24%, e DSA pré-TxR em 6%. Os doadores eram jovens (32±13 anos), sobrepeso (IMC 25 ± 2kg/m2), nao hipertensos (94%), óbito por TCE (73%), e creatinina final de 1,1 ± 0,6mg/dL, sendo 96% doadores de critério padrao. 12% tiveram PCR revertida e 95% usaram drogas vasoativas. As médias de Na+ e CPK foram 158 ± 18mEq/L e 1.584 ± 257UI/L, respectivamente. O tempo de isquemia fria (TIF) foi de 21 ± 5h. A DGF estimada foi de 16% e a observada foi de 52%. Na análise multivariada, os fatores de risco para DGF foram o tempo em diálise (OR 1,025, p = 0,006), TIF (OR 1,205, p = 0,008), IMC do doador (OR 1,231, p = 0,037) e CPK (OR 1,000, p = 0,039). Discussao e Conclusoes: A incidência de DGF foi 3x maior que a estimada, demonstrando a impossibilidade de estimar DGF no Brasil com preditores validados em outras populaçoes. Além dos fatores de risco tradicionais, como tempo em diálise, IMC e TIF, a CPK doador foi fator de risco independente para DGF, sugerindo o importante papel das condiçoes hemodinâmicas do doador.

Palavras Chave: Transplante renal DGF


TLD: 5399

Remoçao de vancomicina por hemodiálise em pacientes com lesao renal aguda

Autores: Freitas F M, Zamoner W, Souza D S, Batissoco M M, Dias D B, Balbi A L, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Area: Terapia Renal Substitutiva

Introduçao: A farmacocinética e farmacodinâmica da vancomicina sofrem alteraçoes profundas no doente crítico e a diálise pode removê-la. O objetivo deste trabalho foi avaliar as características relacionadas de vancomicina por hemodiálise convencional intermitente (HDI) e diálise prolongada (HDP) com membranas de alta permeabilidade em pacientes com lesao renal aguda (LRA) associada à sepse. Material e Método: Estudo transversal que avaliou pacientes com LRA séptica com vancomicina e indicaçao de HDI ou HDP admitidos em Hospital Universitário de 06/2015 a 08/2016. Foram colhidas amostras de sangue no início da diálise (T0), após 2 h (T2), após 4 h (T4) e no final da diálise (Tf). A quantificaçao antimicrobiana foi realizada através de cromatografia líquida de alta eficiência. Resultados: Foram avaliados 25 pacientes tratados com HDI e 14 pacientes tratados com HDP com duraçao de 6 a 10 horas. Em todos pacientes foram utilizadas membrana de alto fluxo (Kuf > 20 mL/mmHg), anticoagulaçao com heparina e dialisato e ultrafiltraçao foram prescritos de acordo com testes laboratoriais e balanço de fluidos do paciente. A taxa de remoçao de vancomicina após 2 h de tratamento foi de 25,5 % na HDI e 25,9% na HDP (p = 0,81) e ao término de tratamento foi de 42,2% na HDI e 49,1% na HPD (p = 0,09). A fim de identificar os fatores relacionados à subdosagem terapêutica da vancomicina (nível sérico < 15 mg/L), os 39 pacientes foram divididos em dois grupos em dois momentos diferentes: após 2 h e no final da diálise. Após 2 h, 13 pacientes apresentaram subdosagem de vancomicina (33,3%), enquanto ao final de diálise 20 pacientes (51,3%). Em ambos os momentos, os pacientes com nível sérico de vancomicina inferior a 15 mg/L tiveram maior volume de distribuiçao (p = 0,005 e p < 0,001), menor nível sérico de vancomicina antes da diálise (p < 0,001 e p < 0,001), menor área sob a curva (AUC) 24h (p < 0,001 e p < 0,005) e menor AUC/ CIM (concentraçao mínima inibitória) (p < 0,001 e p = 0,025), quando comparados com aqueles com vancomicina maior que 15mg/L. Quanto ao tipo de diálise, os pacientes do grupo de HDP apresentaram maior percentual de pacientes com vancomicina < 15mg/L (p = 0,033). Discussao e Conclusoes: Estes resultados mostram dosagem subterapêutica de vancomicina durante e no final da diálise, o que pode estar relacionado a um maior risco de resistência bacteriana e mortalidade, além de apontar para a necessidade de doses adicionais de vancomicina durante a terapia dialítica, principalmente em HDP.

Palavras Chave: vancomicina, lesao renal aguda, hemodiálise, remoçao.


TLD: 5421

Sindrome hipertensiva na gestaçao pode elevar o risco futuro cardiometabolico e renal

Autores: Facca T A, Sabino A R, Santos L F, Passos MT, Sato J L, Famá E A B, Nishida S K, Moreira S R, Sass N, Mastroianni-Kirsztajn G

Instituiçoes: UNIFESP – SP – Sao Paulo – Brasil

Area: Hipertensao Arterial

Introduçao: A doença cardiovascular (DCV), doença renal crônica (DRC) e síndrome hipertensiva na gestaçao (SHG) têm aparentemente mecanismos fisiopatológicos semelhantes associados à disfunçao endotelial, metabólica e ao estresse oxidativo; compartilham também fatores de risco como obesidade, hipertensao arterial crônica (HAC) e diabetes melito. A relaçao entre essas enfermidades ainda nao está esclarecida, mas provavelmente a sobrecarga metabólica desencadeada pela hipertensao arterial durante a gestaçao induza a um dano vascular permanente com efeitos em longo prazo. Material e Método: Trata-se do primeiro estudo de coorte retrospectivo na populaçao brasileira a analisar os efeitos da SHG anos após o parto. Foram avaliados vários parâmetros como presença de síndrome metabólica (SM) conforme NCEP ATP III, HAC, circunferências abdominal, braquial e do quadril, índice de massa corpórea (IMC), relaçao cintura/altura (RCA), composiçao corporal por bioimpedância (Biodynamics-310), taxa de filtraçao glomerular (TFGe) pela CKD EPI creatinina (2009) e Framingham Risk Score (2008). Resultados: Total de 85 mulheres divididas em grupo caso (n = 25), que tiveram SHG, e grupo controle (n = 60), que tiveram gestaçao normal (GN). Idade em anos (média ± dp) do grupo caso foi 44,0 ± 9,2 e no controle, 47,2 ± 10,5 (p = 0,189); e o tempo em anos da última gestaçao, no grupo caso, 13,7±9,1 e no controle, 17,3 ± 11,8 (p = 0,265). O grupo caso apresentou: maior incidência de SM (p < 0,001) e HAC (p = 0,003) com menor tempo entre o seu diagnóstico e o término da gestaçao (p < 0,001), cerca de dez anos; maior peso (p < 0,001), IMC (p < 0,001), circunferências braquial (p = 0,001), abdominal (p < 0,001) e do quadril (p < 0,001), RCA (p = 0,001); maior % de gordura (p=0,004), taxa metabólica (p < 0,001) e peso a perder (p < 0,001) e menor % de água do peso (p=0,003) à bioimpedância; menor TFGe (p = 0,021); maior diferença entre idade vascular estimada (IVE) e idade real segundo Framingham RS (p = 0,008), cerca de seis anos. Discussao e Conclusoes: Mulheres que tiveram SHG evidenciaram-se mais obesas, principalmente por obesidade central, quando comparadas às que tiveram GN; também apresentaram maior incidência de SM e HAC após a gravidez, com instalaçao mais precoce; menor TFGe e maior IVE. Estes achados sugerem que a SHG pode elevar o risco futuro cardiometabólico e renal e reforçam a importância da investigaçao desse histórico no seguimento, diagnóstico precoce e tratamento de DCV E DRC e deveria fazer parte da prática clínica.

Palavras Chave: pré-eclâmpsia, doenças cardiovasculares, nefropatias, hipertensao, obesidade.


TLD: 5430

Avaliaçao prospectiva do ânion gap urinario para detecçao de lesao renal aguda por anfotericina B

Autores: Rocha P N, Alves F A, Macedo M, Badaró R, Carvalho E M, Glesby M J

Instituiçoes: Universidade Federal da Bahia – UFBA – Salvador – Bahia – Brasil

Area: Nefrologia Clínica

Introduçao: O ânion gap urinário (Agu) é uma medida indireta da capacidade renal de acidificaçao urinária. Como a nefrotoxicidade de Anfotericina B (AnfoB) frequentemente se acompanha de um defeito de acidificaçao urinária, nós investigamos se o AGu seria capaz de detectar a lesao renal aguda (LRA) ao menos um dia antes que a creatinina sérica. Material e Método: Para isso, medimos os níveis de creatinina sérica e AGu na linha de base e todos os dias após o início da AnfoB até o dia 14, ou até a data do desenvolvimento de LRA, pelo critério creatinina sérica. LRA foi definida de acordo com um critério clássico de nefrotoxicidade (NT), caracterizado por um aumento absoluto do nível de creatinina sérica ≥ 0,5 mg/dL em relaçao à linha de base. Resultados: Foram estudados 24 pacientes com idade média de 48,4 + 16,4 anos. A maioria (79,2%) dos pacientes era do sexo masculino. O principal motivo de uso de AnfoB foi o tratamento da leishmaniose (91,7%). Em geral, 15/24 (62,5%) pacientes preencheram critério NT 0,5 para LRA. De acordo com este critério, o tempo médio para desenvolvimento de LRA foi de 8 dias, sendo numericamente mais curto no grupo desoxicolato do que no grupo lipossomal. Em média, os níveis de AGu foram mais elevados nos pacientes com LRA do que nos pacientes sem LRA. O desempenho diagnóstico do AGu no dia 7 para a detecçao de LRA foi excelente, com a área sob a curva ROC = 0,89 (IC 95% 0,73-1,00); neste dia, um AGu = +8 meq/l foi capaz de detectar LRA com uma sensibilidade de 82% e uma especificidade de 100%. Discussao e Conclusoes: Em conclusao, os nossos achados confirmam o desenvolvimento de um defeito de acidificaçao urinária durante o uso de AnfoB e sugerem que o AGu pode ser utilizado para detecçao precoce de LRA por este fármaco.

Palavras Chave: Anfotericina B Lesao renal aguda Aniong gap urinário.


TLD: 5485

Diálise peritoneal urgent start como opçao de terapia dialitica cronica

Autores: Dias D B, Mendes M L, Brabo A M, Banin V B, Barretti P, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Area: Nefrologia Intervencionista

Introduçao: O início nao planejado de terapia renal substitutiva (TRS) está presente em 60% dos pacientes incidentes no Brasil. Isto implica em elevadas taxas de uso de cateter venoso central (CVC) e maior morbidade destes doentes. Poucos serviços oferecem a diálise peritoneal (DP) como opçao de início urgente de tratamento dialítico crônico. Objetivo: Descrever os resultados de um programa de DP Urgent Start implantado em centro universitário no interior de Sao Paulo. Material e Método: Coorte prospectiva que avaliou pacientes incidentes em DP, cujo início do tratamento ocorreu mediante indicaçao de urgência, de julho/2014 a dezembro/2016. Incluídos indivíduos com Doença renal crônica (DRC) G5, sem contraindicaçoes ao método, cujo cateter de DP foi implantado pela equipe da nefrologia e utilizado em até 48 horas após a inserçao, quando a DP foi iniciada, sem treinamento prévio ou adequaçao do domicílio. Inicialmente foi utilizado o protocolo de DP de alto volume (DPAV) para compensaçao metabólica. Após alta hospitalar, os pacientes permaneciam em DP intermitente na unidade de diálise, até efetivaçao do treinamento e adaptaçao domiciliar. Foram avaliados: as complicaçoes mecânicas e infecciosas; a sobrevida do método e dos pacientes. Resultados: Incluídos 93 pacientes, com média de idade de 58 +/- 17 anos, 54,8% eram homens. Principal doença de base foi doença renal do diabetes (37,6%) e a indicaçao de início de DP, uremia (88%). Controle metabólico satisfatório foi atingido após 03 sessoes de DPAV. Complicaçao mecânica com necessidade de relocaçao cirúrgica ocorreu em 24% dos casos. A densidade de incidência de peritonite foi 0,7 episódios/paciente/ ano. O dropout para hemodiálise foi de 33%, sendo translocaçao do cateter a principal causa. Durante seguimento mínimo de 90 dias e máximo de 02 anos, 35% dos pacientes tiveram necessidade de internaçao, 11% apresentaram recuperaçao de funçao renal e o percentual de óbito foi 19,3%. Idade maior que 60 anos (OD: 5,8; IC 95%: 1,5 – 22,9; p = 0,01) foi único fator independente associado a óbito. O crescimento do programa de DP crônica foi de 256%. Discussao e Conclusoes: A DP Urgent Start mostrou-se uma alternativa possível e deve ser considerada uma opçao aos pacientes incidentes em TRS ingressos de modo urgente. Além disso, esta estratégia apresentou impacto positivo no crescimento do programa de DP crônica.

Palavras Chave: diálise peritoneal nao planejada; diálise peritoneal.


TLD: 5505

Correlaçao histologica de acordo com a classificaçao de Oxford e analise ultraestrutural com desfecho renal em pacientes com nefropatia por IgA

Autores: Mariani G, Freitas L L L, Zollner R L, Ribeiro Alves M A V F

Instituiçoes: UNICAMP – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Area: Glomerulopatias

Introduçao: Nefropatia por IgA (NIgA) é a glomerulopatia primária mais comum no mundo, apresentando-se com hematúria e proteinúria em graus variados, podendo evoluir com hipertensao arterial e doença renal crônica terminal (DRCT). A forma de apresentaçao no momento da biópsia renal pode contribuir para predizer prognóstico renal. Material e Método: A fim de avaliar quais variáveis clínicas, laboratoriais e histológicas, de acordo com a classificaçao de Oxford e o escore MEST, apresentam correlaçao com DRCT, foi realizado estudo retrospectivo por meio da revisao de prontuários e tecido renal de pacientes com NIgA diagnosticados de janeiro/1993 a dezembro/2013. Adicionalmente, a análise da técnica de microscopia eletrônica teve como objetivo buscar alteraçoes podocitárias que pudessem contribuir para predizer desfecho renal. Resultados: Foram incluídos 67 pacientes, 56,7% homens, idade 34,5 ± 12,5 anos, pressao arterial média (PAM) 106 ± 18 mmHg, taxa de filtraçao glomerular estimada (TFGe) inicial 63,32 ± 43,07 ml/min/1,73 m2 e proteinúria inicial 3,1 ± 2,2 g/24h. Pelo escore MEST, M1 foi vista em 38 pacientes (56,7%), E1 em 12 (17,9%), S1 em 49 (73,1%), T1 em 18 (26,8%) e T2 em 17 (25,3%). O índice de fusao e/ou destaque podocitário (IFDP) médio foi de 0,81 ± 0,18 e nao teve correlaçao com proteinúria ou desfecho renal. Evoluçao para DRCT em 27 pacientes (40,2%) e, pela análise univariada, correlacionou-se com PAM (p 0,002), TFGe (p 0,0003), T1 (p 0,0008), T2 (p 0,0001), PAM do período de seguimento ≥ 107 mmHg (p 0,02) e proteinúria do período de seguimento entre 1,0-4,0 g/24h (p 0,01) e ≥ 4,0 g/24h (p 0,005). Na análise multivariada, somente TFGe apresentou significância (p 0,002). O subgrupo que fez uso de glicocorticoides apresentou diferenças de idade (p 0,031), albumina sérica (p 0,0011), proteinúria (p 0,005) e escore E (p 0,0042). Discussao e Conclusoes: Trata-se de grupo com acometimento grave da doença, visto apresentar proteinúria acima da média, quando comparada com outros estudos, e TFG reduzida em mais da metade dos pacientes. Nosso estudo corroborou TFGe, proteinúria, PAM e o escore T como fatores de risco para DRCT, como visto em outras coortes. O escore E esteve mais presente em pacientes que utilizaram glicocorticoides. A maioria dos pacientes apresentou fusao e/ou destaque podocitário difuso, porém sem correlaçao com proteinúria ou perda na TFG. Nao se pode descartar que em estágios mais iniciais da doença tal correlaçao nao possa existir.

Palavras Chave: Nefropatia por IgA, doença renal crônica, proteinúria, podócitos.


TLD: 5529

Modelo de gerencia do estudo multicentrico nao- aderencia aos imunossupressores em transplante renal no Brasil: diagnostico e associaçoes – estudo ADERE Brasil

Autores: Sanders-Pinheiro H, Marsicano E O, Roza B A, Almeida S S, Tedesco-Silva Jr H, Fernandes P F C B C, Mazzali M, Colugnati F, De Geest S, Medina J O P

Instituiçoes: Hospital do Rim e Hipertensao – Universidade Federal de Sao Paulo (UNIFESP) – Sao Paulo – Sao Paulo
– Brasil, Institute of Nursing Science, University of Basel
– Suíça, NIEPEN e Hospital Universitário – Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora – Minas Gerais – Brasil, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – Campinas
– Sao Paulo – Brasil, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceara – Brasil

Area: Multidisciplinar

Introduçao: O ADERE BRASIL é um estudo transversal e observacional, envolvendo 20 centros brasileiros de transplante renal. Objetivamos identificar a prevalência da nao-aderência (NAd) aos imunossupressores e aos comportamentos em saúde e também explorar os fatores associados. Envolve um grande número de informaçoes colhidas por diversos investigadores. Objetivamos descrever as estratégias utilizadas paraogerenciamento do estudo ADERE BRASIL. Material e Método: Descriçao das açoes desenvolvidas, com ênfase nos processos inovadores empregados. Resultados: A coordenaçao é dividida em quatro áreas: geral, coleta de dados, regulaçao e estatística. Sao realizadas reunioes semanais para horizontalizaçao das informaçoes e planejamento das açoes. Na primeira fase do projeto, houve suporte à submissao aos comitês de ética dos centros participantes. A segunda fase consistiu no treinamento para coleta no sistema Research Electronic Data Capture (Red Cap). Foi elaborado manual de coleta, agendadas reunioes via web e disponibilizado contato para dúvidas. O Red Cap é um programa web, alimentado a distância, de captura e armazenamento concomitante de dados. A terceira fase compreende a avaliaçao da inclusao e monitoramento da qualidade dos dados. É feita revisao semanal de dados novos e envio de relatório aos centros sobre as inadequaçoes encontradas. Comunicados mensais sobre o andamento do estudo sao enviados para os centros via e-mail. A quarta fase compreende a extraçao bimestral dos dados, para criaçao da base de dados. O estudo foi aprovado no centro coordenador em 05/2014, iniciou coleta em 12/2015 e colhemos, até abril 2017, 94% do total de 1.130 pacientes. Discussao e Conclusoes: Estudos multicêntricos epidemiológicos sao escassos e sua logística representa um desafio. Através desta proposta apresentada foi viabilizada a coleta de dados com mecanismos de qualidade das informaçoes geradas. Esperamos fornecer dados brasileiros, inéditos e fidedignos que possam subsidiar intervençoes para reduzir os efeitos adversos da NAd em transplante renal.

Palavras Chave: Estudo multicêntrico, transplante renal, gerência, aderência ao medicamento, multidisciplinar, transplante renal.


TLD: 5598

Efeito protetor do peptídeo mimético 4F da apolipoproteína A-I na lesao renal, cardíaca e na disfunçao endotelial induzida pelo infarto agudo do miocárdio em ratos hipercolesterolêmicos que receberam contraste iodado

Autores: Moreira R S, Irigoyen M C C, Sanches T R, Captcha J M, Gutierrez P S, Noronha I L, Andrade L C

Instituiçoes: FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil, UFG – Catalao – Goias – Brasil

Area: Lesao Renal Aguda

Introduçao: Nos propomos a estudar o efeito da Apo A-I 4F sobre a lesao cardíaca e renal induzida pelo infarto agudo do miocárdio com uso de contraste em ratos hipercolesterolêmicos. Material e Método: Ratos Wistar machos, em uso de dieta a 4 % de colesterol por 8 dias, foram divididos em: grupo SHAM, operado sem ligadura da coronária (n = 6); grupo infartado IAM, operado com ligadura da artéria coronária descendente anterior esquerda (n = 8); grupo infartado IAM + C, que utilizou contraste iodado (iopamidol 2,9 g/kg, intra-arterial, 6 horas após a induçao do infarto, grupo infartado IAM + 4F, que tratou com 4F (10mg/kg, IP, 6 horas após a induçao do IAM); e grupo infartado que utilizou contraste e tratado IAM + C + 4F. Todos os resultados sao analisados após 24 do IAM e expressos através de média e erro padrao. As alteraçoes hemodinâmicas e morfológicas foram analisadas com o uso de ecocardiograma e monitoramento do débito cardíaco(CO), fraçao de ejeçao de VE (FEVE), perímetro de infarto, pressao diastólica final do VE, pressao arterial média e a sensibilidade barorreflexa. A funçao renal foi verificada pelo clearance de creatinina e volume urinário. Realizamos por Western Blot as proteínas relacionadas ao endotélio (NOS3 e VEGF) e APO-AI em tecido cardíaco e renal. Também foi realizado através de imuno-histoquímica e imunofluorescência para os marcadores de área de IAM, TLR4, isolectina, TUNEL e CD68. Troponina, colesterol total, LDL e HDL foram avaliados no plasma. Análise mitocondrial foi feita em tecido de ventrículo ventrículo esquerdo e rim. Resultados: Os animais tratados com 4F apresentaram uma melhor resposta à lesao cardíaca e à injúria renal quando comparados aos animais nao tratados. O tratamento com 4F normalizou o clearance de creatinina, a troponina, o CO, a FEVE, e a resposta dos barorreflexos, além de aumentar os níveis de HDL e diminuir os níveis de LDL. Também normalizou em tecido renal e cardíaco a expressao da NOS3, do VEGF, e da APO-A1. 4F foi capaz de diminuir inflamaçao com reduçao da expressao de células CD68+, TUNEL+, além de restabelecer a morfologia mitocondrial. Em tecido cardíaco, o tratamento também aumentou a expressao de isolectina B4, e diminuiu a expressao de TLR4, associado a uma diminuiçao da área de infarto medida tanto pelo ecocardiograma quanto pela imuno-histoquímica. Discussao e Conclusoes: O tratamento com apolipoproteína A-I pode ser uma opçao terapêutica na lesao cardíaca e renal revertendo a resposta inflamatória através do efluxo de colesterol dependente da HDL.

Palavras Chave: Apo A-I 4F.


TLD: 5666

Investigaçao de novos biomarcadores de lesao renal entre usuarios de anabolizantes

Autores: de Holanda R A, Fernandes P H P D, Meneses G C, Martins A M C, da Silva Junior G B, Rolim V d M, Falcao G B P, Menezes F H, Daher E D F

Instituiçoes: Unifor – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

Area: Multidisciplinar

Introduçao: Estudosclínicosrecentes tem demonstrado a ocorrência de lesao renal decorrente do uso de anabolizantes e suplementos vitamínicos. O objetivo deste estudo foi investigar novos biomarcadores de lesao renal entre usuários de anabolizantes. Material e Método: Foi realizado estudo transversal entre abril e julho de 2016 com usuários de anabolizantes (n = 28) e um grupo controle de indivíduos sadios (n = 29). Em ambos os grupos foi aplicado um questionário contendo dados socio-demográficos, tipo de substância anabolizante em uso e história clínica. Foram coletadas amostras de sangue e urina para a pesquisa dos biomarcadores molécula de injúria renal 1 (KIM-1), proteína quimiotática de monócitos 1(MCP-1), creatinina e cistatina. A taxa de filtraçao glomerular (TFG) foi estimada pela fórmula CKD-EPI. Resultados: Os usuários de anabolizantes eram mais jovens (p = 0,006), com predomínio do sexo masculino (p = 0,004) e faziam exercício físico mais intenso (p = 0,010) em comparaçao com o grupo controle. A substância mais utilizada foi a cafeína (p < 0,001) e o anabolizante mais utilizado foi a testosterona (89,3%) e a boldenona (50%). A comorbidade clínica mais relatada foi a ansiedade (39,3%) e a hipertensao (17,9%). Com relaçao aos biomarcadores de lesao renal, foram encontradas diferenças significativas entre os usuários de anabolizantes, que tiveram maiores níveis de creatinina (1,0 ± 0,1 vs. 0.8 ± 0.1mg/dl, p < 0.001), MCP-1 (50.6 vs. 33pg/mg Cr, p = 0.03) e menor TFG (98 ± 17 vs. 105 ± 13ml/min/1.73m2p = 0.04), havendo ainda correlaçao significativa com o número de ciclos e duraçao do uso. Nao houve diferença significativa com relaçao aos níveis de cistatina e KIM-1. Discussao e Conclusoes: Os usuários de anabolizantes apresentam lesao renal subclínica, evidenciada pelo uso de novos biomarcadores. A fisiopatologia de lesao renal por anabolizantes ainda precisa ser investigada, sendo possivelmente influenciada por processos inflamatórios e tendo influência hormonal. O biomarcador MCP-1 foi mais elevado entre os usuários de anabolizantes, tendo uma correlaçao significativa com a quantidade e tempo de uso de anabolizantes.

Palavras Chave: biomarcadores; lesao renal; anabolizantes.


TLD: 5699

Produtos finais avançados da glicosilaçao (AGES) medidos indiretamente pela fluorescencia da pele e sua associaçao com calcificaçao vascular e osteoporose em pacientes com DRC estagios 3 e 4 e em diálise peritoneal

Autores: Quadros K R S, Esteves A B A, França R A, Carbonara C E M, Borges C, Watanabe M, da Silva M Z C, Roza N A V, Caramori J C T, Jorgetti V, Oliveira R B

Instituiçoes: UNICAMP – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Area: Doença Renal Crônica

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) cursa com o desenvolvimento de distúrbios mineral e ósseo (DMO) e doenças cardiovasculares (DCV). Os produtos finais da glicosilaçao avançada (AGEs) contribuem para essas complicaçoes e o seu acúmulo tecidual pode ser quantificado indiretamente pelo AGE-ReaderTM, aparelho que utiliza a leitura da autofluorescência da pele (sAF). O objetivo do estudo foi investigar as relaçoes entre os níveis séricos, teciduais e alimentares de AGEs com parâmetros que avaliaram DCV e DMO em pacientes com DRC estágios 3 e 4 (DRC3-4) e tratados com diálise peritoneal (DP). Material e Método: Foram avaliados três grupos: Controle (N = 37), DRC 3-4 (N = 20) e Diálise Peritoneal (N = 28). Analisamos parâmetros clínicos e laboratoriais, medida do índice tornozelo-braquial (ITB), quantificaçao de AGEs na pele (sAF) e registro alimentar com quantificaçao de consumo de AGEs totais e fraçoes. Além da metodologia acima, os pacientes dos grupos DRC 3-4 e DP realizaram radiografias de quadril, maos e abdome lateral para investigaçao de calcificaçao vascular (CV), ecocardiograma, densitometria óssea e dosagem dos níveis séricos de carboximetilisina (CML). Resultados: A concentraçao de AGEs-sAF foi menor nos controles quando comparados aos pacientes com DRC3-4 e em DP (2,4 ± 0,4 vs. 3,05 ± 0,6; p < 0,05), apesar do consumo dietético de AGEs totais ser semelhante (11.942 ± 5.581 vs. 10.118 ± 4.760 p > 0,05). Os níveis de AGEs-sAF foram semelhantes entre os grupos DRC e DP (3,04 ± 0,56 vs. 3,06 ± 0,7; p = 0,9). A concentraçao de AGEs-sAF se correlacionou positivamente com o septo interventricular (R = 0,359; p = 0,02), idade (R = 0,568; p = 0,0001) e inversamente com o T score avaliado pela densitometria óssea (R=-0,361; p = 0,028). A presença de calcificaçao vascular [N = 14 (31%)] se associou com a concentraçao de AGEs-SAF (2,8 ± 0,5 vs. 3,4 ± 0,5; p = 0,015) que também foi observado com a presença de osteoporose na densitometria óssea (3,2 ± 0,8 vs. 2,6 ± 0,4; p = 0,045). Nao encontramos associaçoes entre a concentraçao de CML com os níveis de AGEs ou com os parâmetros que analisaram DCV e DMO. Discussao e Conclusoes: Valores elevados de AGEsAF ocorrem na populaçao DRC3-4 e DP devido à maior formaçao associada à menor excreçao renal. Os resultados sugerem que o acúmulo tecidual de AGEs participa do desenvolvimento de DCV e de osteoporose em pacientes com DRC.

Palavras Chave: produtos finais da glicosilaçao avançada; autofluorescência da pele; doença renal crônica; diálise peritoneal; calcificaçao vascular; distúrbio mineral e ósseo; osteoporose.


TLD: 5793

Qual o melhor guia para a prescriçao da diálise peritoneal em crianças e adolescentes: teste do equilibrio peritoneal ou diurese residual?

Autores: D’Avila L, Rigatto S Z P, Lutaif A C G, Ferrari C R, Gonçalves I P, Gonçalves R C, Prates L C, Belangero V M S, Pinheiro C B F

Instituiçoes: FCM-Unicamp – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Area: Nefrologia Pediátrica

Introduçao: A prescriçao da diálise peritoneal (DP) é individualizada e dinâmica em relaçao às necessidades de crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes. O teste de equilíbrio peritoneal (PET) é indicado para orientaçao da prescriçao, embora demande longo tempo para sua realizaçao. Objetivo-Avaliar se a prescriçao da diálise peritoneal (DP) teve maior associaçao com o resultado do PET ou com a diurese residual (DR). Material e Método: Estudo retrospectivo; pacientes em programa de DP crônica de 2008 a 2016, com PET, permanecendo em DP por pelo menos seis meses. Para fins estatísticos, os tipos de transporte alto (A) e médio-alto (MA) foram analisados conjuntamente, bem como baixo (B) e médio-baixo (MB). N = 42 pacientes, com 9,21 ± 5,26 anos; 26/42 masculino. A DR no início da DP foi 41,46 ± 27,88 mL/Kg/d sendo considerados dois grupos: ≤ 25,0 e > 25,0 mL/Kg/d. Para avaliaçao da eficiência da DP, foram comparados dados clínicos e laboratoriais pré e pós 6 meses de DP. Análise estatística: Chi-quadrado e testes paramétricos, com significância para p ≤ 0,05. Resultados: Etiologia = CAKUT + displasia (25); glomerulopatias (8); outras (9). Foi observado que os valores da albuminemia (g%)(3,51 ± 0,61), PCR ug/mL(0,24 ± 0,43) e diurese residual (mL/Kg/d)(40,66 ± 29,24) nao tiveram diferenças significativas quando analisadas durante o período de observaçao. O produto CaxPi mostrou tendência a se elevar (p = 0,06). No entanto, houve melhora significativa da hemoglobina (10,0±1,50 para 10,96 ± 1,55) e diminuiçao da necessidade de drogas hipotensoras (2,48 ± 1,4 para 1,66 ± 1,6), sugerindo boa eficiência da prescriçao da DP. Na análise da prescriçao foi observado que a concentraçao da soluçao de diálise (1,5% vs. outras), o tipo de DP (CAPD vs. CCPD), o volume do dialisato, o número de ciclos e a presença de troca diurna nao diferiram em relaçao ao tipo de transporte. No entanto, a mesma análise mostrou que a distribuiçao da frequência da concentraçao da soluçao (p = 0,006), o volume do dialisato (p = 0,025), e o número de ciclos (p = 0,006) foram significativamente diferentes em relaçao à DR. Discussao e Conclusoes: A amostra estudada, com predomínio de pacientes com CAKUT, com DR elevada, tornou a prescriçao da DP facilitada em relaçao à necessidade de ultrafiltraçao. Conclusao – Nossos resultados sugerem que a prescriçao da DP estava adequada na maioria dos casos e foi determinada predominantemente pela diurese residual. Paciente com diurese residual satisfatória nao necessitam da avaliaçao do PET.

Palavras Chave: PET, Diálise peritoneal, diurese residual, pediatria.


TLD: 5848

Visita domiciliar como ferramenta de suporte aos pacientes em diálise peritoneal

Autores: Marinho L C R, Mendes M L, Alves C A, Bucuvic E M, Lopes T G, Caramori JT

Instituiçoes: HC-UNESP-BOTUCATU – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Area: Multidisciplinar

Introduçao: Visita domiciliar é uma atividade utilizada com intençao de subsidiar a intervençao no processo saúde-doença de pessoas ou planejar açoes visando à promoçao de saúde. No contexto de programas da Diálise Peritoneal – DP, ao conhecer o lar de um indivíduo sob seus cuidados, o enfermeiro deve considerar o ambiente para além das dimensoes físicas, levando em conta as relaçoes familiares, psicossociais, dentre outras que interferem nas concepçoes e práticas de cuidado à saúde. Objetivo:Compartilhar conhecimentos aplicados no instrumento de visitas domiciliares continuadas de pacientes em DP. Material e Método: Pesquisa exploratória, descritiva e qualitativa, realizada para todos pacientes em tratamento de DP no período de 01/2016 a 05/2017 de um hospital universitário. Aplicou-se um instrumento durante visita domiciliar continuada que certificou o conhecimento das orientaçoes fornecidas durante treinamento da DP para o paciente ou cuidador; avaliou condiçoes da moradia que interferem na DP e aspectos gerais sobre o paciente e moradores, observou e questionou aspectos relacionado a terapia medicamentosa e finalizou-se esclarecendo dúvidas.O parecer emitido foi compartilhado com equipe multiprofissional. Resultados: 159 visitas domiciliares foram realizadas por uma única enfermeira, para 23 paciente em 2016 e 38 em 2017, 27 homens e 34 mulheres, residentes em 24 municípios atendidos pelo mesmo serviço de diálise, com a distância máxima de 288 km do centro. Sobre a aplicaçao do treinamento da DP, registrou-se a reproduçao da técnica de diálise no domicilio, condiçoes da cicladora de DP, examinando quanto a preservaçao, limpeza, registros de terapia e de alarmes, e quanto as anotaçoes do paciente, particularmente sobre as drenagens da DP, avaliou-se também o orifício de saída do cateter de DP. Das condiçoes da moradia que interferem na diálise, observou-se o estado das paredes, condiçoes de higiene, presença de animais domésticos com acesso ao local da DP; dos materiais de DP: condiçoes de armazenamento, excesso e descarte. Registrou-se aspectos do paciente e moradores, do estado clínico geral a higiene do paciente, assim como do cuidador. Discussao e Conclusoes: A visita domiciliar tem sido uma prática que contribui satisfatoriamente para seguimento da DP, possibilita conhecer e acompanhar a realidade, intervir o mais rápido possível em falhas detectadas e esclarecer dúvidas.O instrumento utilizado tem permitido trazer relevantes informaçoes para equipe de saúde.

Palavras Chave: Visita Domiciliar – Diálise peritoneal – Doença renal Crônica- Enfermeira.


Doença Renal Crônica

OR: 5474

A deposiçao ossea de aluminio continua sendo um problema de elevada prevalencia em nosso meio: dados do registro brasileiro de biopsias osseas (Rebrabo)

Autores: Carbonara C E M, dos Reis L M, França R d A, Quadros K R d S, Esteves, A d d B A , Roza N A V, Jorgetti V, de Oliveira R B

Instituiçoes: Universidade Estadual de Campinas – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O distúrbio mineral e ósseo (DMO) na doença renal crônica (DRC) é causa importante de morbimortalidade. O REBRABO é um banco de dados que contém informaçoes de pacientes com DMO no Brasil. Material e Método: Análise de dados clínico-demográficos, laboratoriais e de histologia óssea de pacientes com DRC de ago/2015 a abr/2017. A densidade óssea foi avaliada por densitometria óssea (D.O.; osteoporose, se T score ≤ 2,5) e biópsia óssea (Bx; osteoporose, se volume diminuído); intoxicaçao por alumínio (Al), se ≥ 30% da superfície óssea recoberta por Al. Resultados: Avaliou-se 175 biópsias [133 (76%) provenientes do Estado de SP] de pacientes com idade 51 ± 13 anos, sendo 89 (51%) do sexo masculino e 81(46%) brancos. Etiologia da DRC foi hipertensao em 45 (26%) e glomerulonefrite em 39 (22%) pacientes. O tempo de DRC foi de 133 (36-192) meses; 4 (2,3%) pacientes usavam paricalcitol e 31 (18%) cinacalcete; 34 (19,4%) pacientes apresentaram fratura. Sintomas como dor, fraqueza e mialgia foram prevalentes entre 26 e 51% dos pacientes. Os níveis séricos de PTH, FALC, Ca, P e vitamina D foram 450 (58-500) pg/mL, 165 (73-250) UI/L, 9,2 ± 1,1 mg/dL, 4,9 ± 1,6 mg/dL e 29,6 ± 16,4, respectivamente. As principais indicaçoes de Bx foram: protocolo 78 (45%) e suspeita de intoxicaçao por Al em 41 (23%). O diagnóstico do tipo de OR foi osteíte fibrosa (OF) em 67 (38%), doença mista em 26 (15%), doença óssea adinâmica em 21 (12%) e osteomalácia em 6 (3,4%). A modalidade de diálise nao teve relaçao com o tipo de OR. A prevalência de intoxicaçao por Al foi de 38 (21,7%), com menor ocorrência no Estado de SP [21 (23%)] comparado a outros Estados [17 (46%)] (p = 0,01). Porém, a indicaçao de Bx por essa suspeita em SP foi menos prevalente (14% vs. 52%; p < 0,001). A prevalência de osteoporose foi de 27 (15%) pela D.O. e 54 (31%) pela Bx. Nao houve relaçao entre fratura e osteoporose pela D.O. (p = 0,22). No entanto, pacientes com osteoporose pela Bx apresentaram maior prevalência de fratura (p = 0,001). Discussao e Conclusoes: A OF foi o principal tipo de OR no Brasil. A prevalência de intoxicaçao por Al diminuiu comparada com décadas anteriores, e parece ter menor prevalência no Estado de SP. Osteoporose quando diagnosticada por Bx, mas nao por D.O., esteve relacionada a fraturas. A Bx continua sendo o padrao-ouro para o diagnóstico da OR, assim como osteoporose nessa populaçao. Mais estudos sao necessários para entender o fenômeno da intoxicaçao por Al.

Palavras Chave: doença renal crônica; distúrbio mineral e ósseo; osteodistrofia renal; intoxicaçao por alumínio; osteoporose.


OR: 5611

Deposito de ferro e tecido osseo: Uma relaçao frequente com impacto clinico pouco conhecido

Autores: Custodio M R, Elias R M, Jorgetti V, Carvalho A B, Moyses R M A

Instituiçoes: FMUSP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A biópsia óssea é considerada o padrao ouro para diagnóstico de osteodistrofia renal e depósitos de metais como alumínio e ferro. Recentemente, descreveu-se a associaçao entre sobrecarga de ferro e doenças ósseas como osteopenia, osteoporose e osteomalácia. A suplementaçao de ferro e uso de eritropoetina, para correçao de anemia em pacientes em diálise, pode favorecer o acúmulo de ferro tecidual. O objetivo desse estudo foi avaliar a presença de ferro em tecido ósseo, correlacionandocom o tipo de doença óssea, características demográficas e bioquímicas de pacientes em hemodiálise. Material e Método: Estudo transversal de resultados de biópsias ósseas, analisadas semi quantitativamente, em 609 pacientes em hemodiálise, no período de 2010 a 2014, em um Hospital acadêmico terciário. A coloraçao de Perls foi usada para detectar ferro e consideramos intoxicaçao quando 20% ou mais das traves ósseas estavam recobertas. Resultados: Depósitos de ferro foram detectados em 27.7% das biópsias ósseas, se correlacionando com níveis séricos elevados de cálcio e ferritina, entretanto, nao mostrando associaçao com dados demográficos e tipo de doença óssea. A ferritina sérica igual ou maior que 544 ng/mL pode sugerir sobrecarga de ferro (sensibilidade de 63% e especificidade de 68%, área sobre a curva 0.687, CI: 0.603-0.771, p = 0001). Em 34% das biópsias encontramos baixo volume trabecular, mas, sem associaçao com depósitos de ferro. Discussao e Conclusoes: A sobrecarga de ferro no fígado, coraçao e tecido ósseo foi bem estudada em doenças como a talassemia. Nesse estudo, o depósito de ferro em 25% das biópsias ósseas e associaçao com ferritina elevada, chama atençao para uma sobrecarga relacionada à suplementaçao de ferro endovenoso. Pouco se conhece sobre as complicaçoes decorrentes da sobrecarga de ferro nos diversos órgaos em paciente dialíticos. Parece que o mecanismo de toxicidade do ferro está relacionado com estresse oxidativo, e no tecido ósseo, o ferro estimularia a diferenciaçao osteoclástica e reabsorçao óssea. A associaçao entre deposiçao de ferro e níveis elevados de cálcio ainda permanece sem elucidaçao. A sobrecarga de ferro atinge percentual significativo dos pacientes dialíticos, com a preocupaçao dos nefrologistas em repor os estoques de ferro e diminuir o uso da eritropoetina. Assim, apesar das consequências ainda pouco esclarecidas e nao monitoradas, é preocupante. Há necessidade de outros estudos para definir diretrizes seguras quanto a reposiçao de ferro e prevençao de sobrecarga em pacientes em hemodiálise

Palavras Chave: Biópsia óssea, sobrecarga de ferro, ferritina, hemodiálise.


OR: 5701

Prevalencia de variantes do gene APOL1 numa amostra de pacientes afrodescendentes em diálise cronica no Brasil

Autores: Siemens T A, Riella C V, Riella M C

Instituiçoes: Fundaçao Pró-Renal – Curitiba – Parana – Brasil, Pontifícia Universitária Católica – PUCPR – Curitiba – Parana – Brasil

Introduçao: Há evidentes diferenças de acometimento racial pela doença renal crônica entre caucasianos e afrodescendentes. Acreditava-se que isto ocorria basicamente por dificuldade de acesso à Saúde da populaçao afrodescendente, mas estudos recentes mostram que variantes do gene APOL1 sao responsáveis por grande parte dos casos de glomerulonefrite segmentar e focar, nefropatia associada ao HIV, nefroesclerose hipertensiva e nefrite lúpica nesta populaçao. Estas variantes genéticas se originaram na Africa e foram trazidas para o Brasil através do tráfego intercontinental de escravos. Os portadores das variantes genéticas apresentam uma vantagem evolutiva, que é a proteçao contra infecçao pelo Trypanosoma brucei rhodesiense, responsável pelas formas agudas de tripanossomíase. Este é o primeiro estudo a determinar a prevalência destas variantes APOL1 numa amostra de indivíduos no Brasil. Material e Método: Foram coletadas amostras de 95 pacientes afrodescendentes em hemodiálise crônica em quatro clínicas em Curitiba (PR), assim como de 96 familiares destes pacientes. Amostras foram enviadas para Boston (EUA), onde foi realizada sua análise genética, para determinaçao da presença ou nao das variantes APOL1. Resultados: Dos 95 pacientes que tiveram amostras coletadas, doze (13%) apresentaram presença de um alelo das variantes APOL1 e cinco (5%) apresentaram dois alelos. Dos 96 familiares com amostras coletadas, seis (6%) apresentaram presença de um alelo e nenhum apresentou dois alelos das variantes APOL1. No grupo dos pacientes em hemodiálise, os participantes sem a presença das variantes APOL1 tiveram uma idade média de início da terapia substitutiva renal de 52 anos, enquanto naqueles com a presença das variantes esta idade foi de 43 anos. Discussao e Conclusoes: Nos Estados Unidos, entre 18-37% da populaçao afrodescendente com doença renal crônica terminal por causas nao diabéticas apresenta variantes do gene APOL1. A prevalência das variantes APOL1 em nossas amostras se mostrou inferior, provável reflexo do alto grau de miscigenaçao em nossa populaçao. Reproduzimos em nosso estudo, porém, a maior prevalência das variantes em pacientes com doença renal (comparados com indivíduos saudáveis) e mostramos que a presença das variantes está associada a início mais precoce de hemodiálise. Concluímos que a presença das variantes APOL1 é mais prevalente em pacientes afrodescendentes em hemodiálise (em relaçao à populaçao em geral) e está associada a um início mais precoce de terapia substitutiva renal.

Palavras Chave: hemodiálise, afrodescendentes, variantes APOL1, afrodescendentes.


OR: 5783

Calcificaçoes metastaticas vasculares em portadores de doença renal cronica em hemodialise

Autores: Rodrigues C I S, Bressanin F G, Nogueira E D, Sales D

Instituiçoes: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de Sao Paulo (PUC-SP) – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Os rins desempenham importante papel endócrino, produzindo hormônios como o calcitriol, implicado na regulaçao da absorçao intestinal de cálcio. A perda da funçao renal leva a reduçao deste hormônio, que associado ao acúmulo de substâncias tóxicas, estimulam a secreçao de PTH e alteraçoes na remodelaçao óssea, levando à Doença Mineral Ossea da Doença Renal Crônica (DMO-DRC). A elevaçao do produto cálcio-fósforo e mecanismos complexos patogênicos podem causar sintomas clínicos, alteraçoes bioquímicas, ósseas e calcificaçoes extra-ósseas, particularmente as vasculares (CV), associadas a morbidade e mortalidade cardiovascular. Objetivos: Avaliar a prevalência de CV em pacientes portadores de DRC em hemodiálise (HD) e correlacionar aos achados clínicos e laboratoriais. Material e Método: Avaliamos a presença de CV através de radiografias de maos e quadril pelo método de Adragao, em 87 pacientes em HD, que concordaram em participar da pesquisa, após aprovaçao do Comitê de Ética em Pesquisa. Cada radiografia era dividida em quadrantes e a presença de CV em quaisquer um destes soma um ponto. A sintomatologia foi avaliada por questionários e exames da rotina de acompanhamento. Resultados: Utilizamos para análise estatística o modelo de regressao logística binário e o teste t-Student. As características daqueles com CV foram: n = 60 ou 68,96%, sendo 29 homens (48,4%) e 31 mulheres (51,6%). A média de idade foi 60,65 anos; estavam há 62,1 meses em HD; sendo 43 brancos (72%). Encontramos associaçao estatisticamente significativa das CV com as variáveis idade (p = 0,0003), tempo de diálise (p = 0,0069), creatinina (p = 0,0008), cálcio (p = 0,04082), fósforo (p = 0,01713) e sintomatologia (p = 0,0351). Sexo, raça, uso de medicamentos, PTH e produto cálcio – fósforo nao se correlacionaram de forma estatisticamente significante. Discussao e Conclusoes: A ocorrência de manifestaçoes clínicas relacionadas com a DMO em pacientes em HD é variável, sendo comumente oligo ou assintomática, mas pudemos inferir que os pacientes mais sintomáticos geralmente possuem CV, mas que as CV nao sao necessariamente sinônimo de maior sintomatologia. O controle dos fatores implicados modificáveis potencialmente reduz os eventos cardiovasculares e sua consequente mortalidade dos pacientes. O método estudado pode ser melhor aproveitado para a detecçao de CV e uma medida indireta de prognóstico, como amplamente demonstrado na literatura, sem a necessidade de estudos mais sofisticados como Tomografia Computadorizada. APOIO: Amgen e Top Imagem

Palavras Chave: Calcificaçao Vascular, Insuficiência Renal Crônica, Osteodistrofia Renal.


OR: 5801

Controle dos niveis de acido urico e um marcador da funçao renal em pacientes em diálise peritoneal

Autores: Portela Neto A A, Cordeiro L, Abensur H, Pereira B J, Moyses R M, Elias R M

Instituiçoes: FMUSP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A preservaçao da funçao renal em pacientes em diálise peritoneal (DP) é essencial, pois está diretamente associada à maior sobrevida nesta populaçao. A hiperuricemia está associada a doenças cardiovasculares, hipertensao e síndrome metabólica, com evidências de que o uso de alopurinol protege a funçao renal residual (FRR) em indivíduos com doença renal crônica em tratamento conservador. Porém, evidências da manutençao deste benefício em pacientes em DP sao escassas. Tem-se como objetivo avaliar associaçao entre ácido úrico (AU), assim como o uso de alopurinol e preservaçao da FRR em pacientes incidentes em DP. Material e Método: A análise retrospectiva dos pacientes incidentes em DP entre janeiro 2009 e dezembro 2016 em um centro universitário. Foram incluídos 71 pacientes, cujas características clínicas, demográficas e bioquímicas foram analisadas. O desfecho de interesse foi o Kt/V renal, obtido em dois momentos: nos primeiros 6 meses de DP e ao fim do período de acompanhamento. A diferença entre estas medidas foi definida como delta de Kt/V. Os dados foram analisados até a saída da DP, seja por mudança de método, óbito, recuperaçao da funçao renal ou fim do tempo de acompanhamento (maio de 2017). Resultados: A idade média foi 47±18 anos, sendo 46,4% homens, 80% hipertensos e 23% diabéticos. O AU foi de 7,2 ± 1,8 mg/dl. O KtV inicial foi de 1,4 (0,9; 1,8). Após uma mediana de 24,7 meses de seguimento, o delta de AU foi -0,9 mg/dl (-2,4; 0,4) e o de KtV foi -0,28/ano (-0,57; -0,11). Pacientes que apresentaram diminuiçao dos níveis de AU tiveram menor queda do KtV (-0,57 ± 0,8 vs. -1,07 ± 0,61; p = 0,029), independente da prescriçao de alopurinol. Discussao e Conclusoes: A diminuiçao dos níveis de AU associou-se a menor velocidade de perda de FRR em pacientes em DP. Nossos dados nao nos permitem definir se há uma relaçao causa-efeito. Estudos prospectivos sao necessários para determinar o papel do AU na manutençao da FRR na populaçao em DP.

Palavras Chave: diálise peritoneal, hiperuricemia, doença renal crônica, funçao renal residual.


OR: 5837

Associaçao entre biomarcadores de resposta imune a toxicidade uremica e mortalidade em pacientes com doença renal cronica: resultados do Projeto Brutox (Brazilian Uremic Toxicity Group)

Autores: Claro L, Nakao L, Dolenga C, Gonçalves S, Olandoski M, Stinghen A, Moreno A, Pecoits-Filho R

Instituiçoes: Pontificia Universidade Catolica do Paraná – Curitiba – Parana – Brasil

Introduçao: Toxinas urêmicas em concentraçoes elevadas causam disfunçao em órgaos ou sistemas biológicos, geralmente mediada pela resposta imune, mas a relaçao entre toxinas urêmicas e biomarcadores de inflamaçao e o seu impacto em desfechos clínicos ainda é amplamente desconhecida. O objetivo deste estudo foi identificar as associaçoes entre toxinas urêmicas, e biomarcadores de resposta imuneespecífica desta toxicidade e seus papeis como preditores de mortalidade em pacientes com DRC. Material e Método: Pacientes adultos com DRC em estágios 3, 4 e 5 pré-dialíticos foram incluídos. Amostras de plasma foram utilizadas para a determinaçao de concentraçoes de toxinas urêmicas (indoxil sulfato – IS, paracresil sulfato – pCS e ácidoindol 3-acético – IAA) através de high performance liquid chromatography (HPLC) e CD36 (sCD36), RAGE (sRAGE) e fractalcina foram mensurados por ELISA. Os pacientes foram acompanhados prospectivamente por uma média de 5,2 anos e a morte por qualquer causa foi utilizada como desfecho primário. Resultados: 67 pacientes com DRC (media de TFG de 372 ml/min, 43 homens; idade média de 57 anos) foram incluídos na análise. Houve correlaçao negativa entre os níveis de todas as toxinas urêmicas (IS, p-CS e IAA) e biomarcadores de resposta imune (sCD36, sRAGE e fractalcina) com a TFG. IS e p-CS se correlacionaram com sCD36 (= 0,62, 0,001; = 0,55, 0,001), sRAGE (= 0,48, 0,001; = 0,48, 0,001) e fractalcina (= 0,77, 0,001; = 0,77, 0,001; respectivamente). IAA se correlacionou com sCD36 (= 0,77, 0,001) e fractalcina (= 0,77, 0,001). Os níveis mais altos de IS (HR 1,02, IC95% – 1,001-1.04; p = 0,03), pCS (HR 1,005, IC95% – 1,001-1,01; p = 0,007), sCD36 (HR 1,02, IC95% – 1,004-1,03; p = 0,01), e fractalcina (HR 3,98, IC95% – 1,20-13,18; p = 0,02) foram associados a aumento do risco de mortalidade. sRAGES e IAA nao foram preditores independentes ou significativos de eventos fatais na populaçao estudada. Discussao e Conclusoes: Os níveis de toxinas urêmicas e biomarcadores da resposta imune correlacionaram-se de forma negativa com a TFG. Níveis circulantes de toxinas urêmicas correlacionaram-se aos níveis dos biomarcadores de resposta imune sCD36, sRAGE e fractalcina, sugerindo uma ativaçao do sistema imune especificamente induzida por toxinas urêmicas. Finalmente, demonstrou-se que tanto toxinas urêmicas (IS, pCS) como alguns marcadores de resposta imune a toxicidade urêmica (sCD36 e fractalcina) foram preditores independentes de risco de mortalidade total em pacientes com DRC moderada a severa.

Palavras Chave: toxicidade uremica, inflamaçao, mortalidade, DRC.


OR: 5884

Comparison of equations for estimating GFR in elderly population a retrospective Cross-Sectional study

Autores: Selistre L D S, Rech D L, de Souza V C, Lemoine S, Dubourg L

Instituiçoes: Universidade de Caxias do Sul – Caxias do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil, Université Claude Bernard – Lyon 1 – França

Introduçao: Estimating kidney glomerular filtration rate (GFR) is of utmost importance in many clinical conditions. However, very few studies have evaluated the performance of GFR estimating equations over older person and degrees of kidney impairment. We evaluated the reliability of equations for GFR estimation: CKDEPI, FAS and BIS1 with urinary clearance of inulin as gold standard. Material e Método: The study included 1,858 participants referred to the Renal and Metabolic Function Exploration Unit of Edouard Herriot Hospital (Lyon, France). GFR was measured by urinary inulin clearance (first measurement only kept for analysis) then estimated with IDMS-traceable equations. A linear mixed-effects model was used to model the bias (mean difference of estimated GFR to measured GFR). Equation reliability was also assessed using precision (limits of agreement – LoA), and accuracy (percentage of estimated GFRs 30% (P30) limits above and below the measured GFR). Resultados: The participants’ ages ranged from 65 to 90 years (mean age, 72.7 ± 5.4 years) and the measured GFRs from 4 to 126 mL/min/1.73 m2 (mean GFR, 46.0 ± 21.4 mL/min/1.73 m2). In the whole sample, the mean ratio with FAS (0.05, 95% CI: [-0.5; 0.6]) and BIS1 (1.0, 95% CI: [0.5; 1.5]) equations was significantly lower than that with CKD-EPI (3.0, 95% CI: [2.6; 3.7]) (p < 0.01, t-test). FAS equation had a better accuracy than CKD-EPI and BISI1 (P30: 80.0 [78.0; 81.0] vs 78.0 [76.0; 80.0] and 77.0 [75.0; 79.0], (p < 0.01, t-test). However, precision were not different between FAS, BIS1 and CKDEPI (LoA: [-24,0; 24.0], [-22,0; 24.0] and [-21,0; 27.5], respectively. Discussao e Conclusoes: This study is limited by its retrospective design, single-center setting with few non-white patients. However, the results from this study suggest that FAS equation may be more reliable than CKD-EPI and BIS1 for estimating GFR in population over 65 years of age.

Palavras Chave: glomerular filtration rate, inulin, mixed-effects modeling, elderly.


Glomerulopatias

OR: 5377

Nefropatia “Full House” nao lupica: Apresentaçao de serie de Casos

Autores: Dias C B, Testagrossa L, Barbosa L J, Yu L, Woronik V

Instituiçoes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP – SAO PAULO – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Nefropatia “full house” (NFH) é definida pelo depósito concomitante no tecido renal das imunoglobulinas (Ig) IgG, IgA e IgM e de dois componentes do sistema complemento (C3 e C1q) identificados pela imunofluorescência. A principal etiologia da NFH é a nefrite lúpica, porém também é descrito em outras doenças e formas idiopática. Pela raridade da ocorrência da NFH nao lúpica, nos motivamos a publicar nossa casuística em populaçao adulta. Material e Método: Foram levantadas todas as biópsias com padrao “full house” à imunofluorescência num período de 16 anos, no Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas de Sao Paulo. O diagnóstico de lupus eritematoso sistêmico (LES) foi estabelecido pelos critérios da Systemic Lupus International Collaborating Clinics. Somente os casos que nao preenchiam critérios para LES foram analisados, obtendo-se do prontuário dados clínicos e laboratoriais ao diagnóstico e evolutivos, e dados da biópsia renal. Resultados: No período do estudo 576 biópsia renais preenchiam critérios para NFH, sendo 568 por nefrite lúpica e 13 pacientes com NFH nao lúpica, que apresentaram idade média de 36,7 ± 10,5 anos, com 7 homens (53,8%), mediana de hemoglobina de 12,1 (10,1-12,4) g/dL, mediana de creatinina sérica de 1,1 (0,8-2,0) mg/dL, albumina sérica 2,2 (1,9-3,1) g/dL e proteinúria média de 6,4 ± 4,3g/dia. O padrao de microscopia óptica mais encontrado foi de glomerulonefrite membranoproliferativa em 5 casos (38,4%) e glomerulopatia membranosa em 3 (23%). No acompanhamento desses pacientes três tiveram diagnóstico de LES, um diagnóstico de crioglobulinemia e um cirrose hepática alcoólica. Os 8 pacientes restantes foram considerados formas idiopáticas da doença. Discussao e Conclusoes: A NFH nao lúpica é rara, acomete homens e mulheres de forma proporcional e tem a forma idiopática como causa principal.

Palavras Chave: nefropatia full house imunofluorescência epidemiologia.


OR: 5494

Descriçao de novas mutaçoes no gene NPHS2 em familias com GESF familiar

Autores: Riguetti MT P, Polito M G, Nishida S, Varela P, Pesquero J B, Kirsztajn G M

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é causa importante de síndrome nefrótica. Em casos de GESF familiar e em síndrome nefrótica esteroide resistente (SNER), vêm sendo descritas diversas mutaçoes em importantes genes que codificam proteínas que compoem os podócitos, como NPHS2, TRPC6, INF2 e ACTN4. Material e Método: Buscando mutaçoes nesses genes, analisou-se o DNA de seis pacientes-índice com diagnóstico de GESF familiar e/ou SNER e seus familiares, envolvendo um total de 15 indivíduos. Amostras de sangue periférico foram coletadas e o DNA foi isolado de linfócitos de sangue periférico usando DNAzol® (Invitrogen). O material genético foi amplificado pela reaçao em cadeia da polimerase (PCR). Posteriormente, o produto da PCR foi analisado em gel de agarose e amostras com boa qualidade foram purificadas com a enzima ExoSap IT e o DNA foi sequenciado usando o kit BigDye Terminator v3.1 Cycle Sequencing (Applied Biosystems). Resultados: Em se tratando dos pacientes-índice a idade média de aparecimento dos sintomas foi de 17 anos, a creatinina sérica inicial média foi de 0,75 mg/dL e a proteinúria de 24h inicial média foi de 3,93 g/24h. A análise do material genético dos indivíduos resultou na detecçao de mutaçoes em cinco dos seis pacientes-índice e em seus familiares. O polimorfismo R229Q no gene NPHS2 foi encontrado junto à mutaçao S313L no gene NPHS2, às mutaçoes P316S no gene NPHS2 e G894S no gene ACTN4, e à mutaçao R291W também no gene NPHS2. Também foi detectado o polimorfismo A404V no gene TRPC6 nos três membros de uma família. Vale ressaltar que as mutaçoes S313L e P316S nao haviam sido descritas na literatura anteriormente. Discussao e Conclusoes: Sabe-se que mutaçoes associadas ao polimorfismo R229Q causam GESF com apresentaçao mais grave e pouca resposta ao tratamento podendo progredir para DRCT. As mutaçoes novas foram encontradas em duas famílias nas quais a GESF foi diagnosticada ainda na infância. É importante conhecer as mutaçoes implicadas no desenvolvimento da doença, características da apresentaçao e evoluçao da glomerulopatia, assim como sua resposta a tratamento, para que se possa contribuir para a melhor conduçao desta doença glomerular.

Palavras Chave: GESF familiar; SNER; NPHS2; ACTN4; INF2; TRPC6; Mutaçoes.


OR: 5587

Glomerulopatias secundarias a esquistossomose: Avaliaçao clinico-evolutiva

Autores: Neves P D M M, Bridi R A, Jorge L B, Yu L, Woronik V, Testagrossa L A, Dias C B

Instituiçoes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-SP/HC-FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A Esquistossomose Mansônica (EM) é uma parasitose causada pelo Schitossoma mansoni que é endêmica em vários estados brasileiros. O acometimento gastrointestinal é o mais frequente, porém o rim também pode ser lesado, principalmente sob a forma de glomerulopatias. O objetivo desse trabalho é a caracterizaçao clínico-histológica de paciente com glomerulopatias relacionadas a EM e avaliaçao em seguimento a longo prazo. Material e Método: Avaliaçao de dados clínicos e biópsias renais de pacientes com diagnóstico de glomerulopatias relacionadas a EM no período de 1992-2017, com seguimento clínico-evolutivo. Resultados: No período acima descrito, 28 pacientes com EM foram submetidos à biópsia renal. Destes, 71,4% da regiao nordeste (principalmente Bahia e Pernambuco) e 28,6% do Sudeste (principalmente Minas Gerais). Houve predomínio de homens (78,5%) brancos (64,2%) e com mediana de idade 38 (33-44) anos. O diagnóstico de EM foi feito principalmente através do exame de fezes (94%), sendo que 60,7% apresentavam a forma hepatoesplênica da doença A apresentaçao clínica da doença renal mais comum foi sob a forma de síndrome mista (64,3%), com creatinina sérica: 1,51 ± 0,77mg/dL, proteinúria de 24h: 6,56 ± 3,5g, albumina sérica: 2,35 ± 0,91g/dL, com consumo de complemento em 42,8% dos pacientes. A distribuiçao dos diagnósticos histológicos à biópsia renal foi: Glomerulonefrite Membranoproliferativa (GNMP) 60,7%; Glomeruloesclerose Segmentar e Focal 21,4%; Nefropatia Membranosa 10,7% e Proliferativa Mesangial 7,2%. O tempo de seguimento dos pacientes foi de 70(14-124) meses, sendo que ao término deste 9 (32,1%) pacientes evoluíram para necessidade de diálise. Os pacientes com GNMP quando comparados aos nao GNMP apresentaram menor proteinúria (5,19 vs. 8,67g/dia; p = 0,04), maior albumina sérica (2,6 vs. 1,5 g/dL; p = 0,04), maior frequência de hipertensao (70,5 vs. 9,0%; p = 0,002) e maior freqüência de hematúria (94,1 vs. 45,4%; p = 0,007). Os 9 pacientes que evoluíram para diálise (32,1% da casuística) quando comparados aos que nao evoluíram (19), apresentaram maior creatinina sérica inicial (1,99 vs. 1,28 mg/dL; = 0,05), e menor resposta renal ao uso de anti-parasitár Discussao e Conclusoes: As glomerulopatias secundárias a EM ainda sao realidade no cotidiano brasileiro. O diagnóstico histológico de GNMP ainda predominou nesta casuística com apresentaçao mais frequente como Síndrome Nefrítica. A evoluçao para doença renal crônica foi importante e associada maior creatinina ao diagnóstico e nao resposta ao tratamento anti-parasitário.

Palavras Chave: Glomerulopatias, Esquistossomose, Nefropatologia, Schistossoma Mansoni.


OR: 5591

Amiloidose renal: avaliaçao clinica e histologica de pacientes em um centro universitário

Autores: Neves P D M M, Reichert B V, Jorge L B, Dias C B, Yu L, Woronik V

Instituiçoes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-SP/HC-FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A Amiloidose Renal (AR) é uma doença de espectro clínico amplo, podendo representar a manifestaçao renal de doenças neoplásicas, inflamatórias/infecciosas, além de doenças hereditárias. O objetivo desse estudo foi a avaliaçao clínica e histológica de pacientes com AR em um centro universitário. Material e Método: Análise retrospectiva de dados clínicos, laboratoriais e biópsias renais de pacientes com AR do HC-FMUSP de 1999-2016. Resultados: Casuística com 47 pacientes, idade: 54 ± 13 anos, predomínio de homens (54%), negros/ pardos (87%). Com relaçao ao subtipo de amiloidose, 61% AL, 11% AA, 6% hereditárias, 22% nao definida. Distribuiçao de doenças de base – Mieloma múltiplo: 33%, MGUS: 22%, hereditárias: 6%, Artrite Reumatóide: 6%, Hepatite B: 2%, Febre Familiar do Mediterrâneo: 2%, Macroglobulinemia de Waldenstrom: 2%, Linfoma: 2%, nao definidas: 25%. Dados laboratoriais: proteinúria: 7,8 ± 4,9g/dia, albumina: 1,9 ± 0,8g/dl, hematúria: 25%, creatinina: 1,75 ± 0,8mg/dl, CKD-EPI: 59,8 ± 37ml/min/1,73m2, hemoglobina: 12 ± 2,2g/dl, consumo de C3: 19,1%. Em 53% dos casos nao havia pico de paraproteína na eletroforese, sendo detectado pico em gamaglobulinas em 38%, nao-gama:4% e nao relatado: 5%. A Imunifixaçao sanguínea detectou IgG lambda: 18%, IgA lambda: 6%, IgM lambda: 4%, foi negativa em 36% e nao relatada em 36% dos casos. Com relaçao aos achados histológicos, vermelho congo positivo em 61%, negativo: 2% e nao relatado: 37%. Deposiçao de material amiloide em glomérulo: 39%, glomérulo + vasos + túbulo-interstício: 32%, glomérulo + vaso: 25%, glomérulo + túbulo-interstício: 2%, nao relatado: 2%. Com relaçao a fibrose túbulo-intersticial, 0-10%: 19%, 10-30%: 66%, > 30%: 13%, nao relatada: 2%. Arterioloesclerose em 28% dos pacientes. A imunofluorescência, deposiçao de C3 em capilar/alças em 31%, IgG 2,1%, IgA 6,3%, IgM 27,6%, kappa 2,1% e lambda 15%. Num tempo de seguimento de 2,3 ± 1,6 anos, houve piora de creatinina sérica (1,75 vs. 3,7mg/dl, p = 0,0001) e consequentemente CDK-EPI (59,8 vs. 31,4ml/min/1,73m2p = 0,0001). Discussao e Conclusoes: Contrariando os achados clínicos esperados, anemia e pico de gamaglobulinas séricas nem sempre foram identificados, assim como consumo de complemento, deposiçao de outras imunoglobulinas à imunofluorescência também foram identificados. Em nosso trabalho apresentamos a casuística de AR de um centro universitário.

Palavras Chave: Amiloidose Renal; Glomerulopatias.


OR: 5761

Caracteristicas clinicas e classificaçao das glomerulopatias no transplante renal

Autores: Aoqui V Y, Borducchi H N, Costa R S, Garcia T M P, Silva G E B, Moyses-Neto M, Coelho E B, Romao E A, Dantas M

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto – USP RP – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As glomerulonefrites (GN) sao importante causa de insuficiência renal e sua prevalência varia entre 10 e 26% nos grandes centros de diálise e transplante mundiais. Elas podem ocorrer no transplante renal como recidiva da doença do rim nativo ou como de novo (quando acomete o enxerto em indivíduos em que a doença de base nao era glomerular, ou é distinta daquela que ocorreu nos rins primitivos). No entanto, para essa classificaçao é necessário se conhecer a causa da falência do rim nativo. Material e Método: Avaliar as características clínicas das glomerulopatias nos transplantes renais e classificá-las como recidiva ou de novo. Resultados: Foram avaliados pacientes com idade superior a 15 anos na ocasiao do transplante renal e que apresentavam diagnóstico de glomerulopatia por biópsias realizadas entre 2003 e 2016. A classificaçao como recidiva ou de novo foi baseada em diagnóstico bem estabelecido da causa da perda do rim nativo. O diagnóstico de glomerulopatia ocorreu em 74 pacientes transplantados renais (45 homens). A idade na ocasiao da biópsia era de 22 – 64 anos, a proteinúria de 2,8 ± 3,3 g/24h e a creatinina de 2,65±2,79 mg/dL. Nefropatia da IgA ocorreu em 24 casos (3 recidivas, 5 de novo e 16 desconhecidas), glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) em 32 casos (3 recidiva, 6 de novo e 23 desconhecidas), nefropatia membranosa em 15 casos (3 recidivas, 5 de novo e 7 desconhecidas) e 3 pacientes com glomerulonefrite (GN) pós-infecciosa (2 de novo e 1 desconhecida). Discussao e Conclusoes: A maioria das glomerulopatias biopsiadas no transplante sao proteinúricas e já se associam com uma importante reduçao da filtraçao glomerular. A nefropatia da IgA, a GESF e a nefropatia membranosa sao os diagnósticos mais freqüentes e a falta de conhecimento da causa da perda dos rins nativos da maioria dos pacientes transplantados dificultou conhecer a real distribuiçao das glomerulopatias como recidiva ou de novo nessa presente amostra.

Palavras Chave: Glomerulopatias, transplante renal, glomerulonefrite recidiva, glomerulonefrite de novo.


OR: 5912

Current distribution pattern of biopsy-proven glomerular disease in Salvador, Brazil, 40 years after an initial assessment

Autores: dos-Santos W, Sweet G, Azevêdo L, Tavares M, Soares M F, Melo C, Carneiro M, Santos R, Conrado M, Braga D, Bessa M, Pinheiro N, Bahiense-Oliveira M

Instituiçoes: Fiocruz – Salvador – Bahia – Brasil

Introduçao: A report on the prevalence of glomerular disease diagnosedvia renal biopsy was published in 1973 and showed a predominance ofmembranoproli- ferative glomerulonephritis, which was frequentlyas-sociated with hepatosplenic schistosomiasis. In this study, weinvestigate the potential changes in the distribution of glomerulardiseases after a period of important epidemiological transition in Brazil. Material e Método: Pathology reports of all patients subjected to kidney biopsyfrom 2003 to 2015 in a referral nephrology service were reviewed.Clinical, laboratoriay and pathological diagnoses were collected foranalysis. Histological slides of the biopsies performed between 2003 and2006 were reviewed to examine the accuracy of the estimates based onthe pathology reports. Resultados: Among the biopsies performed duringthe time period, 1,312 met the inclusion criteria for the study. Focaland segmental glomerulosclerosis was the most prevalent diagnosis, followed by lupus nephritis. However, a trend toward a decrease in theprevalence of focal and segmental glomerulosclerosis was detected(p < 0.05), and an increase in lupus (p < 0.0001) and membranousglomerulonephritis (p < 0.005) was observed Discussao e Conclusoes: The data presented herein suggest the occurrence of changes in the distributionof nephrological diseases in Salvador, Brazil. The disease that was mostprevalent disease shifted from membranoproliferativeglomerulonephritis to focal and segmental glomerulosclerosis from 19753 to 2006 and from focal and segmental glomerulosclerosis to lupusnephritis from 2006 to 2015.

Palavras Chave: Glomerulonephritis, kidney biopsy, glomerulopathy, renal disease, nephrological disease.


OR: 5914

Crescentes celulares e desfechos renais em nefropatia por IGA: validaçao da nova classificaçao de Oxford em uma amostra brasileira

Autores: Neves P D M M, Pinheiro R B B, Dias C B, Yu L, Testagrossa L A, Woronik V, Jorge L B

Instituiçoes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-SP/HC-FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A Nefropatia por IgA (NIgA) é a glomerulopatia primária mais comum do mundo. A classificaçao histológica de Oxford, inclui recentemente os crescentes celulares como alteraçoes histológicas associadas ao prognóstico. Avaliamos o impacto dos crescentes no prognóstico de uma populaçao com NIgA, validando a nova classificaçao de Oxford numa populaçao brasileira. Material e Método: Avaliaçao de dados clínicos e biópsias renais de pacientes com diagnóstico de NIgA de 1999-2015, avaliando o impacto dos crescentes celulares no prognóstico. Resultados: Casuística de 111 pacientes, predomínio de mulheres (65%), brancos (73%), com idade de 36 (25;44) anos. Apresentaçao clínica mais comum como hematúria com proteinúria > 1g (47%), hipertensao em 65,8% dos pacientes, hematúria em 85,6%, Cr: 1,4 (0,97;2,4)mg/dL, MDRD: 53 (30;80) ml/min/1,73m2, proteinúria 24h: 1,95 (1,12,3,4)g, albumina: 3,5 (3;3,8)g/dL, consumo de complemento em 15,3%, IgA sérica elevada em 27%. Distribuiçao conforme a classificaçao de Oxford: M1: 77,5%, E1: 38,7%, S1: 76,6%, T1/T2: 41,2%, C1/C2: 28%. Seguimento de 5,3 (1,6;9) anos. Comparado ao grupo sem crescentes, o grupo com crescentes apresentou-se mais frequentemente com hipertensao (%) (61 vs. 39, p = 0,05) e hematúria (%) (96 vs. 81, p = 0,03), piores valores de creatinina (mg/dl) (1,89 vs. 1,27, p = 0,0007), MRDR (ml/min/1,73m2) (69 vs. 65, p = 0,0007), IgA sérica elevada (%) (48 vs. 25, p = 0,02), à biópsia renal, maior porcentagem de pacientes com E1 (64,5 vs. 28,7, p = 0,009), S1 (96,7 vs. 68,7, p = 0,001), T1/T2 (58 vs. 35, p = 0,03), maior frequência de tratamento com outros imunossupressores nao corticoide (63 vs. 18,6, p = 0,01). Os pacientes com crescentes apresentaram um tempo de seguimento (meses) menor (11 vs. 70, p < 0,0001), com evoluçao mais rápida para DRC terminal ou duplicaçao de creatinina (%) (51 vs. 21,2; p = 0,002) e em menor tempo (meses) (4,5 vs. 39, p = 0,0014). Discussao e Conclusoes: A presença de crescentes foi associada a piores apresentaçao clínica inicial e evoluçao nos pacientes, ratificando a importância da inclusao dessa variável histológica como determinante prognóstico em pacientes com NIgA.

Palavras Chave: Nefropatia por IgA; biópsia renal; Classificaçao de Oxford; crescentes.


Hipertensao Arterial

OR: 5426

Atenuaçao ou ausência do descenso noturno na prediçao do inicio da albuminuria em diabeticos tipo 1 normoalbuminuricos

Autores: Silva B A, Franco R J S, Barreti P, Nogueira C R, Martin L C

Instituiçoes: Unesp – Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A presença de albuminúria constitui fator prognóstico desfavorável nos pacientes diabéticos do tipo 1 e precede a elevaçao da pressao arterial de consultório em 3 anos. A monitorizaçao ambulatorial de pressao arterial (MAPA) pode identificar a atenuaçao ou desaparecimento do descenso noturno (“non-dipper”), o que prediz o risco cardiovascular, independentemente da pressao arterial de 24 h. Entretanto, apenas um estudo avaliou o papel preditivo da atenuaçao do descenso noturno para o desenvolvimento da albuminúria no diabetes do tipo 1. Assim, o objetivo do corrente trabalho é avaliar, em coorte brasileira, se o padrao “non-dipper” pode predizer o desenvolvimento de albuminúria no diabetes do tipo 1. Material e Método: Estudo observacional prospectivo que visou avaliar o poder preditivo da ausência ou atenuaçao do descenso noturno em relaçao ao surgimento de albuminúria em pacientes diabéticos tipo 1 com albuminúria negativa. Os pacientes foram submetidos à MAPA e dosada a albuminúria. Ao cabo de um ano a albuminúria foi reavaliada. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa local e os participantes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. A frequência de evoluçao para albuminúria ente os pacientes “dipper” e “non-dipper” foi comparada pelo teste de Fisher. As médias de PA foram comparadas por teste “t” para amostras independentes. O nível de significância foi estabelecido em 5 %. Resultados: Foram avaliados 24 pacientes com idade de 24 ± 8,2 anos, seis pacientes do sexo masculino. Seis pacientes eram “dipper” para PAS (média de PAS em 24 h: 119 ± 7,5mmHg) destes, apenas um evoluiu para albuminúria. Dos 18 que eram “non-dipper” para PAS (média de PAS em 24 h: 122 ± 8,4mmHg; p = 0,36 em relaçao aos “dipper”), 14 evoluíram para albuminúria (p = 0,01). Em relaçao a PAD, 12 pacientes eram “dipper” (média de PAD em 24 h: 72 ± 5,2mmHg), destes, 6 evoluíram para albuminúria. Dos outros 12 que eram “non-dipper” (média de PAD em 24 h: 74 ± 5,6mmHg; p = 0,31 em relaçao aos “dipper”), 9 evoluíram com microalbuminúria (p = 0,40). Discussao e Conclusoes: A evoluçao para albuminúria associou-se à classificaçao “non-dipper” da PAS, mesmo com PAS em 24 horas normal. Ou seja, a atenuaçao do descenso noturno para PAS precedeu o início da nefropatia diabética incipiente no diabetes do tipo 1. Estes resultados corroboram o achado de um único resultado prévio na literatura, incentivando a realizaçao de novos trabalhos nessa linha de pesquisa.

Palavras Chave: diabetes mellitus tipo 1, microalbuminúria, nefropatia diabética, MAPA, descenso noturno.


OR: 5502

Estudo da velocidade de onda de pulso e das pressoes central e periférica em idosos, em área urbana no Brasil: resultados iniciais

Autores: Mendonça G S, Souza D F, Brunelli A C A, Peres C I O, Freitas E G B, Peixoto A J, Ferreira-Filho S R

Instituiçoes: Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil, Yale University – Estados Unidos

Introduçao: Os valores de referência da Velocidade de Onda de Pulso arterial (VOP), incremento na amplitude da onda (AP) e índice de aumentaçao (Aix75) provêm de registros internacionais. Existem poucos estudos que avaliam a populaçao brasileira em idosos com diferentes níveis pressóricos. Objetivo: Estabelecer, para um coorte de indivíduos idosos, os valores médios da VOP, AP e Aix75 para normotensos (NT), hipertensos controlados (HTC). Material e Método: A análise atual é a avaliaçao transversal da visita inicial (V1) do projeto EVOPIU – Estudo da Pressao Arterial Central e da Velocidade da Onda de Pulso de Idosos em Uberlândia, MG; Brasil, que objetiva determinar a prevalência de eventos cardiovasculares segundo as características de onda de pulso e pressoes centrais em idosos. O EVOPIU é um estudo observacional, com seguimento de 4 anos com 1192 idosos (≥ 60 anos). Em V1 foram avaliados: Pressoes arteriais braquial e central (mmHg); Incremento na Amplitude da onde de pulso (AP), em mmHg; Indice de Aumentaçao (AIx75) em % e a VOP no trecho carótido-femural (VOPc-f) em m/s. Utilizamos tonometria de aplanaçao (SphygmoCor® XCEL, modelo EM4C/AtCor Medical, Sydney, Au) e para as pressoes braquiais o aparelho automático oscilométrico digital (HE 7200 Intelli Sense Omron Hem®). As pressoes arteriais sistêmicas braquiais (PASb) definiram os três grupos de pacientes: NT com PASb ≤ 140/90mmHg (n = 239); HTC com PASbc ≤ 140/90mmHg, porém em uso de medicaçoes anti-hipertensivas (n = 415) e HT com PASbc ≥ 140/90mmHg (n = 536). Resultados: A idade média dos participantes foi de 69.2(7.0) anos, onde 60% do sexo feminino. No grupo geral, os valores encontrados foram: VOPc-f: 9.2(2.2) m/s; AP: 17.4(11.1) mmHg; AIx75: 33.3(14.4)%. Para os subgrupos a VOPc-f foi de 8.6(2.2) (NT); 8.72.0 (HCT) e 9.8(2.2)* (H) m/s (*: p < 0.005), AP 14.1(8.3) (NT), 16.1(10.3)(HCT), 19.8(12.1)* (HT) mmHg (*: p < 0.005) e AIx75 32.4(13.7) (NT), 33.3(14.8) (HCT), 33.8(14.5) (HT) % (p > 0.05). Também foram separados por gênero e classificados por níveis pressóricos. Discussao e Conclusoes: É o primeiro estudo brasileiro que avalia as condiçoes da parede vascular arterial de idosos classificados de acordo com a pressao arterial.Apresenta varias particularidades quando comparados com dados internacionais e demonstra diferentes aspectos das condiçoes vasculares em idosos com e sem tratamento anti-hipertensivo.Os valores demonstrados podem estabelecer um padrao para terapêutica e diagnostico em idosos hipertensos(FAPEMIG).

Palavras Chave: Velocidade da Onda de Pulso, Idosos, Rigidez vascular.


OR: 5518

Associaçao dos fatores de risco cardiovasculares tradicionais e da hipertensao arterial central com a velocidade de onda de pulso e índice de aumentaçao aórtico em idosos

Autores: Brunelli A C A, Souza D F, Mendonça G S, Peres C I O, Freitas E G B, Peixoto A J, Ferreira-Filho S R

Instituiçoes: Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil, Yale University – Estados Unidos

Introduçao: A rigidez arterial éo resultado de desordens funcionais e estruturais da parede arterial que agrava os danos em órgaos-alvo e aumentando o risco cardiovascular (RCV). A determinaçao da velocidade de onda de pulso carótida-femoral (VOPcf) e o índice de aumentaçao (AIx) observado na onda de pulso sao aceitos como representantes da rigidez arterial. Objetivo: verificar a associaçao dos fatores de risco cardiovasculares (RCV) tradicionais e da hipertensao arterial central (HAc) com a VOPcf e AIx em idosos. Material e Método: Foram estudados 1.192 pacientes com idade 60 anos, grupo total (T), portadores ou nao de hipertensao arterial, diabetes e hiperlipidemias, com ou sem história de tabagismo. Os pacientes foram separados em dois subgrupos: tratados (ST) e nao tratados (SNT) para as comorbidades acima. Posteriormente, agrupados quanto à presença ou nao dos fatores de RCV tradicionais e HAc. Os valores das pressoes centrais, VOPcf e AIx foram obtidos através da tonometria de aplanaçao, utilizando o aparelho SphygmoCor® XCEL (AtCor Medical, Sydney, Au). Para comparaçoes das medias foram aplicados os testes de t student ou qui-quadrado de Pearson, e para associaçoes, abordagens analíticas por regressoes logísticas, análises uni e multivariáveis para o grupo T, ST e SNT, considerando os fatores de RCV como variáveis ora dicotômicas e ora continuas. Resultados: A VOPcf foi significativamente elevada em indivíduos com hipertensao arterial braquial (9.3 ± 2.22m/s versus 8.6 ± 2.19m/s), HAc (10.0 ± 2.25m/s versus 8.7 ± 2.05m/s) e diabetes (9.5 ± 2.29m/s versus 9.1 ± 2.18m/s), enquanto o AIx 75% na presença de HAc (34.9 ± 14.44% versus 32.0 ± 15.05%). O tabagismo e a hipercolesterolemia pareceram nao influenciar a VOPcf nem o AIx75%. Em análises multivariáveis, idade (β = 0.10), diabetes (β = 0.39) e HAc (β = 1.24) permaneceram associados com a VOPcf, e associadas ao AIx75%: a HAc (β = 2.02) e a idade (β = 0.15). Discussao e Conclusoes: Os fatores de risco cardiovasculares tais como a idade e a pressao arterial periférica e central influenciam a VOPcf e Aix. O tabagismo e a hiperlipidemia nao se associaram à VOPc-f e Aix75 em idosos, demonstrando que após o envelhecimento da parede vascular, tais fatores de risco podem nao ser mais os principais responsáveis pelo espessamento vascular.(FAPEMIG).

Palavras Chave: Velocidade de Onda de Pulso Fatores de risco cardiovascular Idosos.


OR: 5522

Influência da velocidade de onda de pulso e do índice de aumentaçao nos valores da pressao arterial sistêmica em idosos

Autores: Peres C I O, Souza D F, Brunelli A C A, Freitas E G B, Mendonça G S, Peixoto A J, Ferreira-Filho S R

Instituiçoes: Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil, Yale University – Estados Unidos

Introduçao: A velocidade da onda de pulso carótido femural (VOPc-f) e o índice de aumentaçao (Aix75), sao marcadores da rigidez da parede vascular e considerados fatores de risco cardiovascular. Objetivo: Analisar a influência da VOPc-f e AIX75 sobre a pressao arterial sistêmica (PAS) em idosos. Material e Método: Foram incluídos 1192 pacientes idosos (69,3 + 7,0 anos), sendo 721 mulheres e 471 homens, recrutados em 9 unidades de saúde em Uberlândia, MG. Inicialmente foram definidos valores de pressao arterial, divididos em faixas crescentes de 10mmHg, para as pressoes sistólicas (PS), diastólicas (PD) e de pulso (PP). Os pacientes foram distribuídos de acordo com seus valores de pressao braquial (b) e posteriormente redistribuídos segundo seus níveis de pressao central (c). Os valores médios da VOPc-f e do índice de aumentaçao (AIX75) foram calculados de acordo com as duas distribuiçoes acima. Para medidas da VOPc-f e do AIX75 foi utilizado (SphygmoCor® XCEL, modelo EM4C/AtCor Medical, Sydney, Au). Análises uni e multivariadas foram feitas para verificar os fatores associados aos níveis pressóricos sistêmicos. Resultados: Verificou-se um aumento dos valores médios da VOPc-f e Aix75 a cada aumento de 10 mmHg da PAS, tanto na distribuiçao baseada nos valores pressóricos braquiais quanto nos centrais. Da PSb < 110mmHg para valores maiores que 160mmHg, a VOP aumentou de 7,5 +- 1,7 para 10.3 +- 2.5 m/s (p < 0,001) e pelos valores centrais, a PSc variou de (7,8 +- 2,0 m/s para 11,0 +- 2,5 m/s; p < 0,001). Aumentos significantes também foram observados na VOPc-f quando pacientes eram distribuídos segundo PDb e PDc. Em relaçao à PPb, os valores da VOPc-f aumentaram de 8,0 + 1,6 m/s para 10,3 +- 2,5 m/s (p < 0,001) enquanto a PPc foi de 8,6 + 2,0 m/s para 10,4 +- 2,2 m/s; p < 0,001. Após ajuste pelos potenciais confundidores em modelos de regressao múltipla, a VOP foi positivamente e fortemente associado à PSb (β = 2,794; p < 0,001), PSc (β = 3,263; p < 0,001), PDb (β = 1,018; p < 0,001), PDc (β = 1,432; p < 0,001), PPb (β = 1,832; p < 0,001) e PPc (β = 1,808; p < 0,001). AIx foi positivamente associado a PSc (β =0,218; p < 0,001), PPB (β = 0,123; p < 0,001) e PPc (β = 0,315; p < 0,001). Por outro lado, observou-se associaçao negativa entre AIx e PDb (β = -0,050; p = 0,027) e PDc (β = -0,104; p < 0,001). Discussao e Conclusoes: As pressoes sistêmicas braquiais e centrais sao influenciadas pela velocidade da onda de pulso arterial e rigidez vascular.

Palavras Chave: Idosos Velocidade de Onda de Pulso Rigidez vascular Pressao Arterial.


OR: 5703

Individualizaçao do sodio no banho de diálise: impacto sobre o controle da pressao arterial, ganho de peso interdialitico e qualidade de vida

Autores: Almeida F A, Sano R Y, Santos R A M, Silva R P O

Instituiçoes: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de Sao Paulo – SOROCABA – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A maioria dos pacientes com doença renal crônica (DRC) estágio 5 em hemodiálise (HD) tem hipertensao arterial e poucos (~30%) têm a pressao arterial (PA) controlada através da reduçao da sobrecarga volêmica e medicamentos. Para evitar episódios de hipotensao durante a HD, utiliza-se habitualmente a prescriçao padrao com concentraçao de sódio no dialisato de 140 mEq/L, valor ligeiramente superior à concentraçao sérica de sódio nos indivíduos com DRC em HD. Como consequência ocorre menor perda de sódio durante a HD e aumento da natremia no período pós-dialítico, predispondo à maior ingesta hídrica (sede), maior ganho de peso interdialítico (GPID), sobrecarga de volume e aumento da PA. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da individualizaçao da concentraçao de sódio no banho de diálise sobre o GPID, o controle da PA e a qualidade de vida (QV) nos pacientes portadores de DRC em HD. Material e Método: Em um único centro de diálise foram selecionados 19 pacientes que, nas 4 semanas anteriores ao início do estudo (pré-intervençao), tivessem os seguintes critérios de inclusao: GPID > 5% do peso corpóreo, PA nao controlada (> 140/90 mmHg) e sódio sérico pré-diálise > 138 mEq/L. No período de intervençao (8 semanas) foi realizada a individualizaçao da concentraçao de sódio no banho de diálise ajustando-o à média de 4 valores semanais (pré-intervençao) do sódio sérico de cada paciente. Os desfechos avaliados foram o peso pré- e pós-HD, o GPID, PA pré- e pós-HD, média das PAs pré-intra-pós-HD, sobrecarga de água no organismo por bioimpedância e a QV (questionário KDQOL). Resultados: Observou-se reduçoes significantes nos valores da PA sistólica (< 0,05) e diastólica (p < 0,05) pré- e pós-HD e da média das PAs pré-intra-pós-HD (p < 0,01), teste “t” de Student para amostras pareadas. Nao foram observadas variaçoes significantes no peso pré- e pós-HD, GPID, sobrecarga de água ou QV. Discussao e Conclusoes: Como o principal mecanismo de elevaçao da PA nessa populaçao é a sobrecarga hidrossalina, seria esperado que esta intervençao pudesse reduzir a PA por reduçao da sobrecarga de volume, o que nao aconteceu. A reduçao da PA observada deve ter sido decorrência da reduçao na concentraçao sérica de sódio. Acreditamos que ajustes objetivando a restriçao de sal na dieta e a reduçao do peso seco dos pacientes durante a intervençao possa ter efeito adicional sobre a PA e volemia. Essa abordagem mostrou ser efetiva para reduçao da PA e pode ser utilizada sem riscos ou desconfortos para o paciente com DRC em HD.

Palavras Chave: Hemodiálise, hipertensao arterial, sódio, hiponatremia, água corporal.


OR: 5766

Impact of renin-angiotensin-aldosterone system inhibition on serum potassium levels among peritoneal dialysis patients

Autores: Ribeiro S C, Figueiredo A E, Barretti P, Pecoits-Filho R, Moraes T P

Instituiçoes: Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Curitiba – Paraná – Brasil, Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil, Universidade do Estado de Sao Paulo – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Chronic use of angiotensin-converting enzyme inhibitors or angiotensin II receptor blocker has been associated with hyperkalemia in patients with reduced renal function even after initiation of hemodialysis. Whether such medications may cause a similar effect in peritoneal dialysis patients is not well established. So, the aim of our study was to analyze the impact of renin-angiotensin-aldosterone inhibitors (RAAS) on the serum levels of potassium in a national cohort of peritoneal dialysis patients. Material e Método: Prospective, observational, nation-wide cohort study. We identified all incident patients on peritoneal dialysis that had ACEi or ARB prescribed for at least 3 months and a similar period of time without these medications. Patients were divided in four groups: Group I and III correspond to patients using respectively an ACEi or ARB and then got the drug suspended; Group II and IV started PD dialysis without the use of any RASS inhibitor and then get respectively an ACEi or ARB introduced. Changes in potassium serum levels were compared using two statistical approaches: 1) using the non-parametric Wilcoxon test for repeated measures, and 2) a crossover analysis. For the later we used a new and specific Stata command that provide values for carryover, sequence, period and intervention effects (pkcross). Statistical significance was set at the level of p < 0.05. All analysis were performed using STATA 14.0. Resultados: We identified 636 patients that met the inclusion criteria, of whom 242 in Group I, 243 in Group II, 66 in Group III, and 84 in Group IV. Patients’ mean age was 58.6 ± 16.1 years, 44.0% were male, 43.5% were diabetics and 45.7% had history of previous hemodialysis. Mean potassium serum levels at the first phase of the study for Groups I, II, II and IV were, respectively, 4.46 ± 0.79, 4.33 ± 0.78, 4.41 ± 0.63 and 4.44 ± 0.56. Changes in mean potassium serum levels for Groups I, II, II and IV were -0.10 ± 0.60, 0.02 ± 0.56, -0.06 ± 0.46 and 0.03 ± 0.50. Discussao e Conclusoes: This is the largest cohort study to analyze the impact of the use of ACEi and ARB on potassium serum levels. Our findings suggest that the clinical effect of these drugs on potassium serum levels of PD patients is not significant and unlikely to cause any harm, independently of residual renal function.

Palavras Chave: Potassium; Peritoneal Dialysis; Angiotensin converting enzyme inhibitors; Angiotensin receptor blockers.


OR: 5803

Fatores associados a hipertensao pos hemodialise: IMC e importante?

Autores: Pereira T C, Rodrigues R G, Leite Jr M

Instituiçoes: Clínica DaVita Jardim das Imbúias – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hipertensao arterial (HA) pós hemodiálise é frequentemente observada e em muitas ocasioes de difícil controle. Embora vários fatores tenham sido implicados, o efeito do IMC nao tem sido amplamente investigado. Este estudo procurou avaliar o papel do IMC sobre a frequência de episódios de HA após sessoes de hemodiálise em pacientes renais crônicos. Material e Método: Foram avaliados 222 pacientes renais crônicos em programa regular de hemodiálise (61% do sexo masculino, 119 (53,6%) brancos e orientais, 103 (46,4%) negros e pardos. Hipertensao pós HD foi definida como níveis acima de 140/90 mmHg, verificado em registros semanais ao longo de 1 mês. Parâmetros como albumina, creatinina sérica, dados demográficos e IMC (kg/m2) de todos os pacientes foram examinados. Pacientes foram divididos em 2 grupos: Grupo 1, com HA pós HD; Grupo 2, sem HA pós HD. Intervalos de IMC foram avaliados quanto ao percentual de indivíduos com HA pós HD. Testes estatísticos foram teste t de Student e Chi-quadrado. Resultados foram média ± desvio padrao (DP) e comparaçoes consideradas significativas quando p < 0,05. Resultados: Dos 222 pacientes, 115 apresentaram HA pós HD (51%), 46 dos quais (40%) eram diabéticos. No grupo 1, 54% era do sexo masculino. Foram verificados os seguintes valores de IMC: grupo 1: IMC: 24,1 ± 5,5, grupo 2: 25,0 ± 4,6 (NS). Idades entre os grupos: grupo 1: 53,9 ± 14,5, grupo 2: 56,2 ± 14,3 (NS). O tempo em HD (meses) foi igualmente comparável entre os grupos com 49,4 ± 43.8 no grupo 1 e 53,8 ± 56,5 no grupo 2 (NS). Entre os pacientes de raça branca, 59% apresentaram HA pós HD, enquanto entre os de raça negra, 56% manifestaram HA. Valores de albumina e creatinina entre os grupos foram de 3,8 ± 0,4 e 3,7 ± 0,4 (NS), e 11,0 ± 3,1 e 10,0 ± 3,5, (p < 0,05) respectivamente para os grupos 1 e 2. Entre as faixas de IMC de < 25, 25 a 29,9, 30 a 35 e > 35, o percentual de pacientes do grupo 1 foi de 56%, 39%, 43% e 75%, respectivamente. Na análise de risco, pacientes com IMC < 25 e > 35 apresentaram RR de 1,3 e 3,05, respectivamente. Discussao e Conclusoes: Percentuais de indivíduos que apresentaram hipertensao pós HD foram maiores nas faixas extremas de IMC, principalmente quando acima de 35 kg/m2 onde 75% apresentaram HA pós HD, sugerindo que indivíduos com obesidade grau II ou maior tem maior risco de apresentar hipertensao pós HD. Finalmente, valores de creatinina sérica parecem relevantes para a ocorrência de hipertensao após hemodiálise, como sugerido em outros estudos.

Palavras Chave: hemodiálise; hipertensao arterial; IMC.


Lesao Renal Aguda

OR: 5376

Avaliaçao de incidência e desfechos da lesao renal aguda em pacientes cirroticos atendidos no departamento de emergência de hospital quaternário

Autores: Padilha W S C, Filho A H T, Mattos B R S, Real D d M C, da Rocha D R, Ribeiro P D C, Kayano A E, Bunjes B G, Lins P R G, Mota C F M G P, de Gois A F T, Atallah A N

Instituiçoes: UNIFESP-EPM – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A presença de lesao renal aguda (LRA) em pacientes cirróticos é frequente e está associada a pior prognóstico, porém sua melhor definiçao ainda é motivo de debate. Recentemente, o KDIGO propôs novos critérios para diagnostico e estadiamento de LRA. O objetivo deste estudo é aplicar os critérios do KDIGO para LRA em pacientes cirróticos, relatar os desfechos encontrados e fatores associados a mortalidade nos pacientes cirróticos. Material e Método: Estudo de coorte retrospectivo observacional realizado no departamento de emergência do hospital Sao Paulo, vinculado à UNIFESP-EPM, que inclui sequencialmente todos os pacientes internados no pronto socorro (n = 3390), sendo 296 pacientes cirróticos atendidos nos anos de 2015 e 2016 (38 internaçoes recorrentes). LRA foi definida e classificada conforme os critérios do KDIGO. Como grande parte dos pacientes de primeira visita nao possuíam creatinina basal, utilizamos o MDRD-75 para estimativa retrospectiva da creatinina basal. Resultados: Dos 296 pacientes triados para a análise, 38 pacientes apresentavam internaçoes recorrentes e foram excluídos da análise primária. Aproximadamente 90% dos pacientes apresentavam classificaçao de Child B ou C, sendo que a mediana da idade foi de 59 anos (IQR 52;75) e a proporçao entre homens e mulheres foi 70%/30%. A mediana do tempo de internaçao foi de 7 dias (IQR 3;13). A mortalidade durante internaçao foi de 28% no grupo do cirróticos, enquanto que a mortalidade da populaçao geral dos pacientes internados foi de 18%. Dos pacientes cirróticos internados 53,5% apresentaram LRA na admissao. Nos pacientes com LRA a mortalidade foi de 33% e de 22,5% nos que nao apresentaram LRA. Em relaçao à classificaçao, tivemos 37,5% pacientes KDIGO 1, 33% KDIGO 2 e 29,5% KDIGO 3, com mortalidade hospitalar de 37,3% para KDIGO 1, 28,9% para KDIGO 2 e 32,5% para KDIGO 3. Na regressao logística, a presença de lesao renal aguda pelo critério de KDIGO na admissao hospitalar apresentou discreta tendência a maior mortalidade p 0,055, Intervalo de confiança 0,988 a 3,002. Discussao e Conclusoes: A presença de LRA conforme os critérios de KDIGO em pacientes cirróticos é elevada, e correlaciona-se com tendência de aumento da mortalidade na amostra estudada, sendo portanto útil na identificaçao dos pacientes sob maior risco.

Palavras Chave: lesao renal aguda; LRA; cirrose hepática; KDIGO; mortalidade.


OR: 5390

Baixa ingestao de calorias e proteinas associada a maior mortalidade em pacientes com lesao renal aguda

Autores: Bufarah M N B, Costa N A, Losilla M P R P, Reis N S C, Silva M Z C, Balbi A L, Ponce D

Instituiçoes: UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Estudos demonstram que alteraçoes nos parâmetros nutricionais de pacientes com lesao renal aguda (LRA) têm implicaçoes importantes no prognóstico. Material e Método: Estudo prospectivo de coorte que avaliou pacientes maiores de 18 anos, internados em hospital. Foram incluídos pacientes com LRA conforme critérios do AKIN e submetidos a protocolo composto por dados clínicos, laboratoriais, oferta calórico-proteica e cálculo do balanço nitrogenado (BN) anotados no primeiro dia de encaminhamento ao nefrologista. Os dados foram descritos conforme normalidade de distribuiçao, modelo de regressao logística foi utilizado para predizer a mortalidade e curvas ROC construídas para definir o ponto de corte dos parâmetros nutricionais associados com mortalidade. Resultados: Foram incluídos 595 pacientes, com mediana de idade de 64 anos, sendo 64,5% do sexo masculino, 62% admitidos em UTI e 52% com necessidade de diálise. Menores níveis séricos de albumina e colesterol, menor ingestao calórico-protéica, bem como BN mais negativo foram associados a maior mortalidade em análise univariada. Modelo de regressao logística identificou BN (OR: 0.969; CI95%: 0.948-0.991; p: 0.006), ingestao de calorias (OR: 0.999; CI95%: 0.999-1.000; p: < 0.001) e proteínas (OR: 0.986; CI95%: 0.980-0.992; p < 0.001) associados à mortalidade, ajustados para sexo, idade, ATN-ISS e PCR. Análise da curva ROC mostrou que ingestao calórica menor que 12 kcal/kg/dia (AUC: 0.745; CI95%: 0.684-0.765; p < 0.001), ingestao protéica menor que 0,5g/kg/dia (AUC: 0.726; CI95%: 0.686-0.767; p < 0.001) e BN menor que -6,47gN/dia (AUC: 0.745; CI95%: 0.704-0.786; p < 0.001) foram associados à maior mortalidade hospitalar. Discussao e Conclusoes: Baixa ingestao de calorias e proteínas, bem como BN negativo foram condiçoes associadas à maior mortalidade hospitalar em pacientes com LRA.

Palavras Chave: lesao renal aguda; nutriçao; balanço nitrogenado; calorias proteínas.


OR: 5633

Efeitos da propolis na proteçao da injuria renal aguda e na lesao pulmonar em modelo animal de sepse

Autores: Silveira M D, Andrade L C, Capcha J C, Sanches T R, Moreira R S, Shimizu M H, Margoth M, Teles F

Instituiçoes: Hospital das Clínicas Faculdade Medicina USP- SP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A sepse é uma síndrome inflamatória de acometimento multissistêmico de alta gravidade e grande importânciaclínica.Ainjúriarenalaguda(IRA) associada à sepse ocorre entre 20-50% dos casos conferindo alto grau de letalidade. A fisiopatologia da IRA envolve mecanismos inflamatórios, estresse oxidativo, alteraçao na microcirculaçao renal, desregulaçao celular com comprometimento mitocondrial e apoptose. A própolis é uma resina natural produzida pelas abelhas a partir de coleta de partes de plantas, utilizada por diferentes populaçoes ao redor do mundo, e possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito protetor da própolis no contexto da sepse. Material e Método: Foram utilizados ratos Wistar em modelo de sepse com ligadura e punçao do ceco (CLP), sendo divididos em 3 grupos: Sham, CLP e CLP-Própolis. Todos os grupos receberam hidrataçao intraperitoneal (IP) com salina (20ml/Kg) 6 horas após a cirurgia (grupo SHAM) ou CLP (grupos CLP e CLP-Própolis), além de Imipenem-Cilastatina (14mg/Kg IP). O grupo CLP-Própolis também recebeu extrato de Própolis Verde em pó (500mg/Kg IP) 6 horas após o procedimento. Os estudos foram feitos 24h após a cirurgia. Resultados: Comparando CLP e CLP-Própolis em relaçao ao Sham demonstramos que a sepse induziu diminuiçao da filtraçao glomerular e da osmolalidade que foram normalizados pelo Própolis (Cl inulina CLP-Própolis x CLP, 0,68 ± 0,36 x 0,23 ± 0,08 ml. min.100g de peso, p = 0,003. Osmolalidade CLP-Própolis x CLP, p < 0,05) Em animais tratados houve aumento da Glutationa sanguinea (0,87 ± 0,40 x 0,33 ± 0,14, p < 0,001) e de MnSOD tecidual (138,1 ± 27,4 x 100,5 ± 19,7, p = 0,006) demonstrando efeito anti-oxidante. O tratamento também reduziu a expressao de TLR4 (CLP-Pópolis x CLP, p = 0,005) inferindo um efeito anti-inflamatório, bem como a reduçao da apoptose (CLP-Pópolis x CLP, p < 0,05), e normalizou a estrutura mitocondrial em tecido renal vista por microscopia eletrônica. Em tecido pulmonar, o tratamento reduziu a mieloperoxidase (CLP-Pópolis x CLP, p < 0.001) e o TLR4 (CLP-Pópolis x CLP, p < 0.05). Discussao e Conclusoes: As propriedades anti-inflamatórias e anti-oxidantes demonstradas pela própolis podem justificar tais resultados. Diante dos achados e da alta letalidade ainda presenciada nos casos de IRA e sepse, a própolis pode servir como um excelente coadjuvante terapêutico. Trata-se de uma opçao natural, com baixo custo e com boa perspectiva translacional.

Palavras Chave: Sepse; Injúria renal aguda; Própolis.


OR: 5636

Medir ovolume urinário é essencial para o diagnóstico precoce da injúria renal aguda, após grandes cirurgias abdominais eletivas nao vasculares

Autores: Souza G R B d, Burdmann E A, Marçal L, Yu L, Antonangelo L

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Dados prospectivos sobre a incidência e os desfechos da injúria renal aguda (IRA) após grandes cirurgias abdominais eletivas sao escassos. O objetivo deste estudo é avaliar a incidência e o desfecho de IRA precoce comparando os critérios RIFLE e KDIGO creatinina sérica (CrS) e volume urinário (VU) em pacientes submetidos a grandes cirurgias abdominais eletivas nao vasculares, internados em unidade de terapia intensiva (UTI). Material e Método: Estudamos prospectivamente (9/2015 a 11/2016) 171 pacientes, no pré-operatório (pré-op), na admissao na UTI, e até 7 dias de UTI. A creatinina sérica (CrS, mg/dL) foi medida no pré-op e diariamente, até 7 dias ou alta da UTI. O VU (mL/kg/h) foi medido diariamente. Os desfechos foram diagnóstico de IRA, tempo de permanência na UTI e hospitalar, e mortalidade hospitalar, 30 e 90 dias. Dados sao média ± DP ou frequência. A significância estatística foi p < 0,05. Resultados: A idade foi 54 ± 16 anos; 59% mulheres; permanência hospitalar 17,0 ± 16,6 dias, UTI 3,0 ± 1,7 dias e mortalidade de 7%. Os tipos de cirurgia foram hepatectomia (22%), gastroplastia redutora (12%), gastrectomia (11%), hepatectomia e colecistectomia (11%), colectomia (8%), gastroduodenopancreatectomia (7%), adrenalectomia (7%) e outras (22%). IRA definida por RIFLE, ocorreu em 101 pacientes (59,1%): 5 por CrS, 76 por VU e 20 por CrS + VU. IRA por KDIGO ocorreu em 102 pacientes (59,6%): 6 por CrS, 67 por VU e 29 por CrS + VU. Pacientes com IRA eram mais velhos (57 ± 13 vs. 50 ± 17 anos, p = 0,0056), tiveram maior permanência hospitalar (20,1 ± 19,7 vs. 12,4 ± 8,5 dias, p = 0,0012), permanência maior na UTI (3,3 ± 2,0 versus 2,5 ± 0,8, p = 0,0168).Pacientes com IRA (definiçao KDIGO) diagnosticados por alteraçoes nos critérios VU, CrS + VU e CrS apresentaram, respectivamente, permanência hospitalar 19 ± 19, 24 ± 22 e 14 ± 10 dias (NS), permanência na UTI de 3 ± 1, 5 ± 3 e 4 ± 3 dias (p < 0,001 VU vs. CrS + VU) e mortalidade de 4,5, 6,9 e 83,3% (p < 0,0001), respectivamente. Discussao e Conclusoes: Se somente a CrS fosse utilizada para o diagnóstico de IRA, 25 pacientes no grupo RIFLE e 35 no grupo KDIGO nao seriam diagnosticados. Em conclusao, o VU parece ser critério fundamental para o diagnóstico precoce da IRA neste contexto. Os pacientes diagnosticados com IRA KDIGO pelo critério CrS isolado apresentaram mortalidade significativamente maior, sugerindo maior gravidade.

Palavras Chave: Injúria renal aguda, KDIGO, RIFLE, grandes cirurgias, volume urinário.


OR: 5890

Fita reagente de nitrogênio ureico salivar como uma ferramenta de rastreamento para disfunçao renal aguda secundária a malária em locais carentes

Autores: Calice-Silva V, Sacomboio E, Raimann J G, Evans R, Levin N, Kotanko P, Pecoits-Filho R

Instituiçoes: Dept. of Renal Medicine and Transplantation, Bart’s Health – Gra-Bretanha (Reino Unido), Fundaçao Pró-Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil, Icahn School of Medicine at Mount Sinai – Estados Unidos, Nephrology Department, Queen Elizabeth Central Hospital – Malaui, Pontífícia Universade Católica do Paraná – Curitiba – Parana – Brasil, Renal Research Institute – Estados Unidos

Introduçao: A disfunçao renal aguda (DR-a) é uma complicaçao comum em pacientes acometidos por malária. Em locais de baixos recursos a presença DR-a nestes pacientes aumenta a morbimortalidade, devido a falta de métodos diagnósticos e de tratamento precoce. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho diagnóstico da fita reagente de nitrogênio urêico salivar (SUN) para detectar e acompanhar a disfunçao renal aguda em pacientes com malária. Material e Método: Pacientes entre 11 e 50 anos admitidos no Hospital Josina Machel (Maria-Pia), Luanda, Angola, devido a Malária em Maio de 2016 foram incluídos neste estudo. Todos os participantes tiveram creatinina sérica (sCr), nitrogênio urêico sérico (BUN) e fitas de SUN realizadas na admissao e diariamente até 4 dias de internaçao. A DR-a foi definida como a lesao renal aguda (LRA) diagnosticada pelos critérios do KDIGO e a doença renal aguda (DRA) detectada naqueles pacientes com creatinina acima do normal na admissao e que nao preenchiam esses critérios do KDIGO para LRA. Análises paramétricas foram realizadas na avaliaçao das variáveis descritivas. A performance diagnóstica da fita de SUN foi avaliada pela curva ROC, sensibilidade e especificidade.O ponto ótimo para diagnóstico de DRa (LRA + DRA) foi determinado pelo Indice de Youden. Resultados: 86 pacientes foram internados no Hospital devido à malária (idade média 21,5 anos, 71% homens), 46 (53.4%) deles apresentavam-se com disfunçao renal aguda na admissao. A média de sCr e BUN do grupo com DR-a na admissao (Dia 1) foi de 5,38 (± 5,42) e 99,4 (± 61,9) mg/dL, respectivamente. Somente 3,5% dos pacientes receberam hemodiálise e 9,3% morreram durante o seguimento. O limiar ótimo da fita de SUN para o diagnóstico de DR-a (LRA e DRA) foi o testpad número 5 (> 54 mg/dL), com sensibilidade de 67% e especificidade de 98% (AUC 0,88 (IC 95% 0,80-0,96). SUN mostrou uma melhor precisao diagnóstica nos níveis mais elevados de BUN. Discussao e Conclusoes: Os pacientes com malária apresentaram disfunçao renal aguda severa e, como conseqüência, o limiar ótimo das fitas de SUN para detectar a DR-a também foi alto (Testpad # 5). As fitas de SUN foram capazes de discriminar estes pacientes com uma sensibilidade razoável e uma especificidade muito boa. SUN poderia ajudar a detectar a doença renal (LRA e DRA) em pacientes acometidos por malária em pequenas e afastadas regioes e vilarejos, o que aumentaria as chances dos pacientes receberem o tratamento adequado, aumentando assim a sobrevida destes.

Palavras Chave: Lesao Renal Aguda Malária Uréia salivar Fita reagente.


OR: 5896

Avaliaçao dos cuidados médicos na injúria renal aguda após um ano de residência médica

Autores: Tome A C N, Lack AT F, Voltarelli T P A, Silveira-Neto J N, Santos K F, Ramalho R J, Lima E Q

Instituiçoes: FAMERP – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As diretrizes KDIGO orientam o manejo dos pacientes acometidos por Injúria Renal Aguda (IRA). Através da educaçao continuada seria possível o reconhecimento precoce e cuidados adequados desta entidade. O objetivo deste estudo foi avaliar se os médicos residentes melhoraram, após um ano de residência, o manejo dos pacientes com IRA. Material e Método: Estudo retrospectivo de pacientes com IRA acompanhadospelogrupodeinterconsultadaNefrologia. Os pacientes foram avaliados durante primeiro mês de residência médica (março/2016) – Grupo Início (GI) – e comparados com aqueles atendidos durante o último mês dos programas de residência (fevereiro/2017) – Grupo Final (GF). No dia do chamado do nefrologista foram avaliadas as seguintes recomendaçoes KDIGO: estágio de IRA, descontinuaçao de drogas nefrotóxicas, ajuste de dose de antibióticos, estado volêmico, controle glicêmico, uso de contraste, admissao em unidade de terapia intensiva (UTI) e necessidade de terapia renal substitutiva (TRS). Resultados: Os pacientes do GI (n = 134) e GF (n = 87) foram semelhantes em relaçao à idade (GI 63 ± 16 anos vs. GF 64 ± 15 anos; p = 0,9) e sexo (sexo masculino GI 65,6% vs. GF 65,5%; p = 0,9). Após 1 ano de residência médica, houve diferença significante em relaçao ao estágio de IRA no dia do chamado do nefrologista (GI – KDIGO1 65%, KDIGO2 21%, KDIGO3 13 % vs. GF – KDIGO1 47%, KDIGO2 28%, KDIGO3 25%; p < 0,05), menor uso de drogas nefrotóxicas (GI 22,3% vs. GF 10,3%; p < 0,05), maior proporçao de pacientes com doses de antibióticos adequadas (GI 55,2 % vs. GF 96%; p < 0,01), menor incidência de hipovolemia (GI 17,9% vs. GF 3,9%; p < 0,01), melhor controle glicêmico (GI 45,5% vs. GF 62%; p < 0,05) e menor utilizaçao de exames contrastados (GI 60,8% vs. GF 51,9%; p < 0,01) no GF em relaçao ao GI. Nao houve diferença nas admissoes de UTI (GI 52,1% vs. GF 68,1%; p = 0,13) ou na necessidade de TRS nos pacientes em estágio KDIGO 2 ou 3 entre os grupos (GI 52,1% vs. GF 40,9%; p = 0,3). Discussao e Conclusoes: Após um ano de prática clínica, os médicos residentes das diversas especialidades foram capazes de conduzir melhor os casos de IRA. Apesar do maior número de chamados de pacientes com estágio KDIGO 3, houve uma melhora no manejo inicial da IRA. A presença diária do grupo de interconsulta da Nefrologia interagindo nas diversas enfermarias e UTIs do complexo hospitalar pode ter contribuído para este resultado.

Palavras Chave: Injuria Renal Aguda, Residência Médica, KDIGO.


OR: 5942

NGAL sérico prediz lesao renal aguda em pacientes hospitalizados com leishmaniose visceral: investigaçao da fisiopatologia usando novos biomarcadores renais

Autores: Falcao G B P, Meneses G C, Silva Junior G B, Rolim V d M, Bezerra G F, Azevedo I E P, Libório A B, Martins A M C, Daher E D F

Instituiçoes: Universidade de Fortaleza – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: A leishmaniose visceral (LV) é uma importante doença negligenciada. A lesao renal aguda (LRA) na LV está associada ao aumento da morbi-mortalidade. Objetivo: avaliar o papel de novos biomarcadores renais no diagnóstico e na fisiopatologia da LRA na LV. Material e Método: Foram estudados 50 pacientes internados com LV entre abril de 2015 a janeiro de 2017 em um hospital de referência em Fortaleza-CE. Amostras de urina e sangue foram coletadas na admissao. O desenvolvimento de LRA durante a internaçao foi avaliado usando o KDIGO. Os parâmetros clínicos renais e aqueles associados à gravidade da LV foram avaliados. Os novos biomarcadores renais; NGAL sérico e urinário (sNGAL, uNGAL), KIM-1 urinário (uKIM-1) e MCP-1 urinário (uMCP-1) foram avaliados por ELISA. INF-y e o PCR-hs também foram avaliados por ELISA, como marcadores inflamatórios relacionados à LV. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 45 ± 19 anos e 86% eram do sexo masculino. Os pacientes com LV apresentaram hiponatremia, hipoalbuminemia, hipergamaglobulinemia, distúrbios hematológicos e hepáticos. A LRA foi encontrada em 46% e houve 1 óbito (2%). O grupo “LRA” apresentou maior tempo de internaçao, menores níveis de IFN-y e maiores níveis de PCR-hs; anormalidades renais clínicas e níveis mais altos de sNGAL (200,3±59,1 vs 136,1 ± 56,2 vs. 82.8 ± 27.2 ng/mL) em relaçao aos sem LRA e sadios, respectivamente. O grupo LRA também apresentou níveis elevados de uNGAL, uKIM-1 (2,21 ± 2,0 vs. 0,72 ± 0,37 ng/mg-Cr) e uMCP-1 (mediana: 427 (72-659) vs 75 (47-95) pg/mg-Cr) em relaçao aos sadios. sNGAL e uKIM-1 tiveram relaçao significativa com a creatinina, uréia, TFG, albuminúria e, no caso do uKIM-1, também com a proteinúria. uMCP-1 teve relaçao com albuminúria. Usando correlaçoes ajustadas com IFN-y e PCR, o sNGAL se manteve associado com todos; o uKIM-1 e o uMCP-1, apenas com a proteinúria e a albuminúria, respectivamente. Na regressao logística, o sNGAL foi preditor de LRA (OR = 1,23, IC 95% = 1,07-1,40, para cada aumento de 10ng/mL), mesmo após ajuste com variáveis de gravidade da LV e adiçao do IFN-y e PCR aos modelos. O sNGAL apresentou o melhor desempenho no diagnóstico de LRA (AUC-ROC = 0,81, IC95% = 0,69-0,93) e cut-off=154ng/mL (sensibilidade = 82,6% e especificidade = 74,1%) (p < 0,001). Discussao e Conclusoes: Os pacientes com LV tiveram importante lesao tubular proximal, (elevados níveis de uKIM-1), e possível glomerulite (altos índices de uMCP-1). O sNGAL foi o mais confiável para predizer LRA em pacientes com LV, mesmo sobre a influência de IFN-y e PCR.

Palavras Chave: Leishmaniose visceral, lesao renal aguda, Biomarcadores, NGAL.


Multidisciplinar

OR: 5388

Elaboraçao e análise sensorial de um alimento a base de banana verde e efeitos do seu consumo no transito intestinal de pacientes em hemodialise

Autores: Maniglia F P, Aragon D C, da Costa J A C

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Pacientes com Doença Renal Crônica em hemodiálise (HD) podem apresentar prejuízos no trânsito intestinal em funçao do uso de medicamentos com efeito obstipante, da inatividade física e especialmente pelas limitaçoes de ingestao de frutas, hortaliças e água. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um alimento à base de banana verde e avaliar suas características sensoriais e efeitos no trânsito intestinal de indivíduos em HD. Material e Método: Participaram do estudo 39 pacientes em HD, os quais foram divididos em 2 grupos: o que consumiu a porçao individual (50 g) de bolo à base de banana verde (Grupo BV) e o grupo que consumiu a mesma preparaçao, porém elaborada com a banana madura (Grupo placebo). Durante um período de 2 meses foram oferecidas duas porçoes do bolo a cada sessao de diálise, sendo que uma unidade deveria ser consumida no momento do lanche fornecido pela instituiçao e a outra unidade deveria ser consumida no dia seguinte, no qual o paciente nao dialisava. A avaliaçao sensorial foi realizada com a aplicaçao de uma escala hedônica mista de 5 pontos. Antes e após a intervençao alimentar foram feitas as avaliaçoes do consumo alimentar (diário alimentar de 3 dias) e do funcionamento intestinal (Escala Bristol da forma das fezes e Critérios de Roma III). Realizou-se a análise estatística descritiva e o cálculo do risco relativo. Resultados: A análise sensorial mostrou um resultado bastante positivo quanto ao sabor, a textura e a aparência do alimento. A média e o desvio padrao da idade dos pacientes corresponderam a 52,1 (17,3) anos e a mediana do tempo de HD foi 4,5 anos. O risco relativo (RR) nao mostrou diferença na melhora do funcionamento intestinal de acordo com os Critérios de Roma (RR = 1,14; IC95%: 0,29-4,45) e a Escala Bristol de forma das fezes (RR = 1,37; IC95%: 0,85-2,21), no entanto, houve uma reduçao de 18% no número de participantes do Grupo BV que apresentavam fezes fragmentadas e endurecidas, enquanto que no Grupo Placebo a reduçao correspondeu a 10,3%. As queixas de constipaçao intestinal declinaram em 18% no Grupo BV e em 7,7% no Grupo Placebo. Nao houve diferença na quantidade de frutas e hortaliças (alimentos fonte de fibras) consumidas no início e no final do estudo. Discussao e Conclusoes: Foi possível desenvolver um alimento à base de banana verde com boa aceitaçao, mas com efeitos modestos no trânsito intestinal. Acredita-se que com um aumento da porçao de banana verde consumida e em uma populaçao de estudo maior, possam haver dados mais consistentes.

Palavras Chave: constipaçao intestinal; hemodiálise; nutriçao.


OR: 5410

Concordância entre calorimetria indireta e fórmula preditiva do gasto energético de repouso em individuos no estadio final da doença renal crônica

Autores: Oliveira M C, Bufarah M N B, Balbi A L

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil Introduçao: A presença de desnutriçao energético e proteica é comum nos estágios finais da doença renal crônica (DRC) e pode ser causada por fatores relacionados à ingestao alimentar deficiente e alteraçoes do gasto energético. A calorimetria indireta (CI) é um dos métodos utilizados para medir o gasto energético de repouso (GER), porém é comum a utilizaçao de formulas preditivas do GER na prática clínica. O presente estudo teve como objetivos comparar os valores de GER medidos pela CI aos valores estimados pela fórmula de Harris & Benedict. Foram incluídos pacientes com taxa de filtraçao glomerular estimada < 15mL/min/1,73m², maiores de 18 anos. Material e Método: Foram submetidos ao teste de CI e a fórmula preditiva de Harris & Benedict. As avaliaçoes foram realizadas nos pacientes em estágio 5 (A1), no início da diálise (A2) e após 30 dias do início da terapia dialítica (A3). A análise de Bland & Altman foi utilizada para comparaçao dos métodos. Considerou-se nível de significância p < 0,05 e os limites de concordância de até 200Kcal ou 10% do bias. Foram incluídos 35 indivíduos com média de idade de 61,2 ± 10,9 anos, sendo 60% do sexo feminino, 17% afrodescendentes e 60% com diabetes mellitusResultados: Nao foram encontradas diferenças significantes no GER entre os três momentos (A1: 1289,8 ± 382,7kcal; A2: 1218,2 ± 362,8kcal; A3: 1269,5 ± 335,1kcal, p = 0,874). A fórmula preditiva de Harris& Benedict nao apresentou concordância com a CI para a medida de GER, por ter apresentado altos limites de concordância ou por baixa precisao da medida estimada. Discussao e Conclusoes: Como conclusao, este estudo mostrou que nao houve alteraçao significativa do GER pela CI e os valores de GER estimados pela fórmula de Harris & Benedict nao apresentaram concordância com os valores medidos pela CI nesta populaçao.

Palavras Chave: Doença renal crônica; Gasto energético de repouso; Calorimetria indireta.


OR: 5424

Comparaçao da bioimpedância unifrequencial e multifrequencial na avaliaçao da massa magra e tecido adiposo em pacientes em hemodialise

Autores: Reis N S d C, Da Silva M Z C, Vannini F C D, Martin L C, Barretti P

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista – FMBUNESP – BOTUCATU – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A depleçao de massa magra (MM) e tecido adiposo (TA) estao relacionadas a pior qualidade de vida e menor sobrevivência em hemodiálise (HD). A avaliaçao da composiçao corporal de forma precisa é importante para a prediçao de desfechos nestes indivíduos. O objetivo deste trabalho foi comparar a bioimpedância unifrequencial (BIAU) com a bioimpedância multifrequencial (BIAM) na quantificaçao da MM e TA, utilizando a absortometria de raio-X de dupla energia (DEXA) como padrao de referência. Material e Método: Estudo transversal, realizado em pacientes em tratamento por hemodiálise. As avaliaçoes dos compartimentos corporais por BIAU, BIAM e DEXA foram realizadas após a sessao de HD, em um único momento. Para análise comparativa entre os valores obtidos por esses métodos com a DEXA foram utilizados testes de correlaçao de Person e diagrama de Bland-Altman. Foi utilizado o software SPSS e o nível de significância adotado foi de p < 0.05. Resultados: A casuística foi composta de 49 pacientes adultos com doença renal crônica (DRC), em HD regular, sendo 61% do sexo masculino, média de idade de 56 ± 14 anos e índice de massa corporal de 25,2 ± 4.7kg/m2. Todas as associaçoes entre os valores de MM e TA aferidos por BIAU e BIAM apresentaram forte correlaçao (r > 0.7) com a DEXA. O diagrama de Bland-Altman mostrou que os métodos BIAU e BIAM concordaram com a Dexa na avaliaçao da massa magra (nao apresentando viés proporcional, p > 0.05). A BIAU subestimou a MM em 1.5kg (p < 0.01) em média, com limites de concordância para IC 95% de -8.9kg a 5.8kg. A BIAM subestimou a MM em 3.5kg (p < 0.01, IC 95% de -14,9kg a 8kg). Na avaliaçao do TA, a BIAU apresentou concordância com a Dexa (p = 0.165), superestimando os valores em 2.2kg (IC 95% -4.5kg a 8.9kg, p < 0.01). A BIAM nao foi concordante com a Dexa na avaliaçao do TA (viés proporcional, p < 0.01). Discussao e Conclusoes: Considerando a DEXA como referência, as BIAU e BIAM nao apresentaram diferenças quanto à avaliaçao da MM. Apesar de ambos os métodos apresentarem viés sistemático, podem ser utilizados após a realizaçao de ajustes (acréscimo de 1.5kg e 3.5kg nos valores de MM obtidos por BIAU e BIAM, respectivamente). Na avaliaçao do TA, somente a BIAU apresentou concordância com a Dexa. Portanto, a BIAUNI por ser uma ferramenta de fácil aplicabilidade e baixo custo, pode ser um método útil na avaliaçao clinica dos compartimentos corporais de pacientes com DRC em HD.


OR: 5580

Perfil inflamatório e consumo de antioxidantes da dieta de pacientes em diálise peritoneal

Autores: Alvarenga L A, Andrade M M, Pereira B C, Aguiar A S

Instituiçoes: Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora – Minas Gerais – Brasil, Universidade Federal de Ouro Preto – Ouro Preto – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: Pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) apresentam muitas complicaçoes, incluindo inflamaçao e estresse oxidativo, que estao associados à progressao da DRC e doença cardiovascular. A ferritina pode ser usada como parametro bioquimico para avaliar inflamaçao quando apresenta valores superiores a 500 ng/mL. Estudos sugerem que essas complicaçoes podem ser atenuadas por uma dieta rica em componentes antioxidantes, sendo uma estratégia promissora no controle da progressao da DRC e suas complicaçoes. O objetivo do trabalho foi avaliar o consumo de vitaminas e minerais antioxidantes na dieta de pacientes com DRC em Diálise Peritoneal (DP). Material e Método: Estudo transversal, aprovado pelo CEP UFJF (1.762.852). Foi avaliado o perfil inflamatório de 30 pacientes em DP por meio da ferritina sérica. Esses pacientes foram divididos em 2 grupos: 1-ferritina ≤ 500 ng/mL (n = 24) e 2-ferritina > 500 ng/mL (n = 6). Foi avaliado o perfil antioxidante da dieta a partir do recordatório alimentar de 24 horas com as seguintes variáveis: ácido ascórbico, tocoferol, retinol, zinco, selênio, magnésio. Utilizou-se para as análises estatísticas o software SPSS® (23.0). Verificou-se a normalidade por Shapiro-Wilk. Realizou-se para variáveis com distribuiçao normal Teste t Student e Manm-Whitney e Sperman para as de distribuiçao nao normal. Resultados: O grupo 1 obteve o perfil alimentar mais antioxidante comparado a do grupo 2. Com maior ingestao alimentar de retinol (149,5 vs. 75 p = 0,032). O retinol apresentou correlaçao negativa em relaçao ao perfil inflamatório dos pacientes, r= -0,490 (p = 0,026), indicando que quanto maior o seu consumo menor o nível de ferritina sérica e menor estresse oxidativo. Discussao e Conclusoes: As frutas, verduras e legumes contêm quantidades favoráveis de agentes antioxidantes, tais como as vitaminas C, E e A, capazes de restringir a propagaçao das reaçoes em cadeia e as lesoes induzidas pelos radicais livres. O presente demonstrou açao efetiva do retinol no perfil inflamatório dos pacientes, sendo um fator importante no crescimento e na diferenciaçao celular. Em relaçao aos minerais aqui apresentados, níveis reduzidos dos mesmos geram concentraçoes menores da enzima antioxidante resultando em maior suscetibilidade das células e do organismo aos danos oxidativos induzidos pelos radicais livres. Dieta rica em retinol associou-se à diminuiçao do estado inflamatório de pacientes portador de DRC em DP.

Palavras Chave: Insuficiência renal crônica, Diálise peritoneal, Avaliaçao Nutricional, Antioxidantes.


OR: 5647

Tabela de contagem de fosforo – nova ferramenta para controle da hiperfosfatemia em associaçao com o cloridrato de sevelamer

Autores: Bertonsello V R, Lucca L J, Costa J A C

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto – USP – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O controle da hiperfosfatemia é a peça chave do tratamento do distúrbio mineral e ósseo em pacientes com doença renal crônica. Uma metanálise demonstrou aumento em 18% no risco de morte para cada aumento de 1mg/dL no nível sérico de fósforo (P). O seu manejo é multifatorial e inclui restriçao dietética de P, uso de quelantes e terapia renal substitutiva. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito da associaçao da Tabela de Contagem de Fósforo (TCF) com cloridrato de sevelamer (CS) para controle da hiperfosfatemia. Material e Método: Participaram do estudo 56 pacientes em hemodiálise, os quais foram divididos em grupo intervençao A (n = 18) e B (n = 19) e grupo controle C (n = 19). Os pacientes foram acompanhados pelo período de 4 meses em que foram observados os níveis séricos de P, cálcio (Ca) e hormônio da paratireoide (PTH) e o consumo do CS. O grupo A, após 2 meses de observaçao, foi orientado a seguir uma dieta por meio da TCF e a utilizar o CS com a dose fixa de 2 comprimidos de 800mg/dia pelo período de 2 meses (T2, T3 e T4). O grupo B foi orientado a realizar o autoajuste da dose do CS em associaçao com a TCF, também, pelo período de 2 meses. O grupo C teve apenas os seus parâmetros observados ao longo do estudo. Os níveis séricos de P e Ca foram observados nos tempos T0, T1, T2, T3 e T4 e os de PTH apenas em T0, T2 e T4. Resultados: Observou-se uma manutençao dos níveis séricos de P nos tempos analisados, visto que nao houve diferenças significativas ao longo do estudo, nos três grupos estudados. O Ca manteve-se dentro dos padroes de normalidade nos 3 grupos. O PTH nao apresentou diferenças significativas nos tempos analisados nos grupos A, B e C. Em relaçao ao consumo do CS, foi avaliado o percentual de adesao a sua prescriçao. Apenas no grupo A foi observado melhora do percentual de adesao ao CS associado ao uso da TCF. Comparando-se o 1º mês com o 3º mês o percentual de adesao foi 66,21% e 88,96% (p = 0,014), respectivamente e, o 2º mês com o 3º mês, 64,92% contra 88,96% (p = 0,009), respectivamente. Discussao e Conclusoes: O estudo demonstrou que o uso associado da TCF com CS auxilia no controle dos níveis séricos de P com a utilizaçao de uma dosagem reduzida de quelante e, consequente, melhora da adesao ao uso desta medicaçao. A TCF demonstrou-se uma ferramenta relevante para educaçao nutricional no controle da hiperfosfatemia, promovendo uma reduçao do consumo de quelante, o que é significativo, uma vez que esta medicaçao é de alto custo e possui diversos efeitos colaterais que limitam o seu uso.

Palavras Chave: Distúrbio Mineral e Osseo; Hemodiálise; Hiperfosfatemia; Educaçao Nutricional; Quelantes de Fósforo.


OR: 5655

Concordância entre massa muscular avaliada por tomografia computadorizada e por outros métodos utilizados na prática clínica em pacientes com doença renal cronica nao dependentes de diálise

Autores: Giglio J, Kamimura M A, Souza N C, Bichels A, Cordeiro A C, Pinho N, Avesani C M

Instituiçoes: Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese – Sao Paulo – SP – Brasil, Instituto de Nutriçao, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – RJ – Brasil, Instituto Nacional do Câncer – Rio de Janeiro – RJ – Brasil, Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A tomografia computadorizada (TC) consiste em um método padrao ouro para a análise da massa muscular esquelética (MME). Além de apresentar elevada acurácia, nao sofre influência do estado de hidrataçao o que o torna preferencial na validaçao de métodos substitutivos em pacientes com doença renal crônica (DRC). Objetivo: Avaliar a concordância entre a MME avaliada pela TC com métodos substitutos de avaliaçao da massa muscular em pacientes com DRC nao dependentes de diálise. Material e Método: Estudo de corte transversal incluindo 233 pacientes nao dependentes de diálise [61 ±11 anos (média±DP); 64% homens; TFG 22 (14-33) mL/min (mediana e limite interquartil)]. A MME foi avaliada pela TC na terceira vértebra lombar (L3) para análise da área muscular (cm2) através da quantificaçao dos músculos: reto abdominal, abdominal (lateral e oblíquo), psoas e paraespinhal (quadrado lombar, sacroileolombar). O software Slice-O-Matic, versao 5, (Tomovision, Montreal, Canadá) foi utilizado. A massa corporal magra (MCM) foi avaliada pela bioimpedância elétrica (MCM-BIA) e pela antropometria (dobras cutâneas) (MCM-ANT), e a MME calculada pelas equaçoes preditivas de Janssen (MME-Janssen) e Baumgartner (MME-Baumgartner). Empregou-se como ponto de corte os valores abaixo do percentil 25, de acordo com o sexo. Também se avaliou atrofia muscular pelo exame físico da avaliaçao subjetiva global (MM-ASG). Resultados: Os coeficientes kappa (k), a sensibilidade (S) e especificidade (E) da MME entre a TC e os demais métodos foram: MME-Baumgartner: k = 0,46(p < 0,01), S = 60%, E = 87%; MME-Janssen: k = 0,41 (p < 0,01), S = 57%, E = 85%; MCM-BIA: k = 0,17 (p = 0,04), S = 11%, E = 71%; MCM-ANT: k = 0,50 (p < 0,01), S = 62%, E = 87%; MM-ASG: k = 0,32 (p < 0,01), S = 41%, E = 88% entre os homens, e MME-Baumgartner: k = 0,43 (p < 0,01), S = 57%, E = 86%; MME-Janssen: k = 0,39 (p < 0,01), S = 55%, E =84%; MCM-BIA: k = -0,65 (p = 0,55), S = 20%, E = 73%; MCM-ANT: k = 0,11 (p = 0,30); S = 33%, E=78%; MM-ASG: k =-0,12 (p < 0,25), S = 10%, E = 79% entre as mulheres. Discussao e Conclusoes: A equaçao de Baumgartner apresentou a melhor concordância, sensibilidade e especificidade nas mulheres e, nos homens, o mesmo aconteceu para MCM-ANT e MME-Baumgartner. Dessa forma, para uniformizar o emprego de estimativa de massa muscular na prática clínica, sugere-se o uso da equaçao de Baumgartner.

Palavras Chave: Massa muscular, doença renal crônica, tomografia computadorizada.


OR: 5718

Repercussoes da orientaçao nutricional sobre a fosfatemia de pacientes em hemodialise

Autores: Watanabe MT, Silveira L S G, Martins R, Corrente J E, Caramori J CT

Instituiçoes: UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Nos estadios IV e V da doença renal crônica (DRC), a menor capacidade de excreçao do fosfato resulta em hiperfosfatemia, especialmente no consumo de alimentos ricos em fósforo inorgânico, presentes em aditivos alimentares. A abordagem para limitar essa ingestao seria focar na restriçao de alimentos processados. Objetivos: Comparar o impacto das estratégias de educaçao nutricional, convencional e direcionada a alimentos processados contendo aditivos, na fosfatemia. Material e Método: Ensaio clínico prospectivo comparativo de intervençao, no qual foram incluídos pacientes com fosfatemia ≥ 5,5 mg/dL. Pacientes em hemodiálise crônica foram randomizados em dois grupos e seguidos por 6 meses: G1, receberam orientaçoes nutricionais de rotina; G2, além das orientaçoes nutricionais de rotina, tiveram educaçao focada no consumo de aditivos alimentares, com exibiçao mensal de vídeo-aula abordando conhecimentos sobre aditivos alimentares, como identificá-los, rótulo, relaçao fosfato/proteína, ambos grupos orientados pela mesma nutricionista. A ingestao alimentar foi avaliada por Questionário de Frequência Alimentar (QFA) e Registro Alimentar de 3 dias (RA3), obteve-se dados clínicos, dialíticos e laboratoriais no início e no final do estudo. Na análise estatística, verificou-se tendência de mudança nos momentos utilizou-se teste qui-quadrado de tendência; nível de significância de 5%. Resultados: Incluídos 100 pacientes com idade de 57 ± 13 anos, 52% homens, 44% diabéticos e 29% com nefropatia diabética como doença de base. Inicialmente, nas avaliaçoes alimentares de fosfato observou-se pelo QFA 1079,04±599,04 mg/dia e pelo RA3 747,34 ± 313,21 mg/dia, e fosfatemia de 6,52 ± 1,03 mg/dL. A orientaçao nutricional resultou em pacientes com fosfatemia controlada, sendo 71,4% (46 a 71%) do G1 e 60,5% (47 a 65%) do G2. A tendência ao percentual de pacientes que progridem para o controle foi significativa em ambos os grupos (p < 0,0001). Discussao e Conclusoes: O controle de aproximadamente 50% dos pacientes hiperfosfatêmicos mostrou que ambas estratégias de educaçao nutricional continuada contribuem para a meta dos pacientes dialíticos, análises futuras de subgrupos permitirao associar com outros desfechos. Dos inquéritos alimentares, o QFA parece ser mais fidedigno para avaliaçao da ingestao alimentar de fosfato do que o RA3, visto que a abrangência é maior e a média observada foi acima do recomendado.

Palavras Chave: nutriçao, fosfatemia, hemodiálise, alimentos processados.


OR: 5437

Prevalência de comprometimento cognitivo leve de pessoas em hemodialise na transiçao para o envelhecimento

Autores: Hagemann P M S, Santos F H

Instituiçoes: Unesp – Bauru – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O comprometimento cognitivo leve (CCL) constitui-se em uma comorbidade bastante comum entre pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD). Os déficits cognitivos, embora tenham grande impacto na qualidade de vida (QV) dos pacientes, ainda sao subdiagnosticados, sendo que sua detecçao antecipada seria de relevância para adesao ao tratamento médico da DRC. Este estudo tem como objetivo estudar a prevalência de CCL de adultos em HD em transiçao para o envelhecimento. Material e Método: Trata-se de um estudo transversal de pessoas acima de 50 anos que realizam HD em um Hospital Público do interior do estado de Sao Paulo. Para avaliaçao neurocognitiva foram utilizados o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), o Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e o MiniCog (teste de memória e Teste do Desenho do Relógio – TDR); para avaliar a QV foi utilizado o The Medical Outcomes Study 36 item Short-Form Health Survey (SF-36); complementados por dados sociodemográficos e clínicos. Para análise dos dados foi empreendida análise descritiva, apresentaçao dos dados como média ± desvio e mediana, quando apropriado. Resultados: Até o momento foram avaliados 15 pacientes, sendo 73,3% do sexo masculino, com idade média de 62,3 ± 7,4, mediana de 4 anos de estudo e mediana do tempo de tratamento de 15 meses. 46,7% tinha Diabetes Mellitus como doença de base e 73,3% tinha fístula como acesso vascular. Segundo o MEEM e o MiniCog, a prevalência de CCL foi de 33,3% para ambos. Já com relaçao ao MoCA, a prevalência foi de 66,7%. No que se refere à QV, as dimensoes que apresentaram escores mais baixos foram: Capacidade Funcional (66 ± 23,5), Aspectos Físicos (mediana 50) e Estado Geral de Saúde (62,3 ± 18,8). Discussao e Conclusoes: Os resultados sao preliminares, contudo, observou-se maior impacto em QV nas dimensoes relacionadas aos componentes físicos, bem como alta prevalência de CCL entre pacientes em HD. O que chama a atençao é a discrepância existente nos resultados obtidos entre o MEEM e o MoCA, onde o segundo mostrou-se mais sensível para detecçao de CCL. Este achado vem de encontro com dados recentes da literatura. Houve uma alta prevalência de CCL, porém com baixo impacto nas dimensoes de QV. Há necessidade de mais estudos comparativos entre o MEEM e MoCa em pessoas com DRC.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica; hemodiálise; comprometimento cognitivo leve; qualidade de vida.


OR: 5468

Avaliaçao de desfechos clínicos após o transplante de rim e após o retorno a diálise em Centro Unico Brasileiro

Autores: Bicalho P R, Matos A C, Bertocchi A P, Tonato E J, Arruda E F, Naka E L, Barros L M, Chinen R, Clarizia G, Souto P R, Ongaro P R, Requiao-Moura L R, Pacheco-Silva A

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: As principais causas de perda do enxerto e óbito em pacientes transplantados de rim (TxR) sao bem estabelecidas a partir de dados de bancos como o americano ou o ANZDATA. No Brasil, esses dados sao pouco explorados, bem como os desfechos de longo prazo após a perda do enxerto. Material e Método: Estudo retrospectivo com TxR entre 2002 e 2015, em centro único, realizado em quatro fases: 1ª checagem de retornos em consulta através de Sistema Gestao Hospitalar pela enfermagem, com identificaçao de perdas e óbitos; 2ª definiçao das causas de perdas e óbitos com o médico assistente e revisao de todos os desfechos com um médico supervisor; 3º nos casos de perdas foram feitas ligaçoes telefônicas para o paciente, familiar, diálise, ou CNCDO e 4ª análise descritiva realizada em Março de 2017. Resultados: No período foram realizados 944 TxR, sendo 54,2% com doador falecido. O seguimento foi de 75,4 ± 49,7 meses: 75% estao em seguimento, 2% perderam o seguimento, 11% foram a óbito e 12% perderam o enxerto. O óbito ocorreu em media após 36 meses de TxR, tendo como causas: doença infecciosa (35%), cardiovascular (31%), neoplasias (16%), relacionadas à cirurgia do transplante (9%) e outras (8%). As perdas do enxerto ocorreram em media após 40 meses do TxR, sendo as causas: perda crônica do enxerto (38%), RA (18%), trombose (17%), recorrência (14%) e outras (13%). Entre os pacientes que evoluíram com perda do enxerto, 52% seguem em diálise, 22% foram a óbito, em média 22 meses após a perda e 26% foram ReTx após 26 meses do inicio da diálise. Discussao e Conclusoes: As principais causas de mortalidade TxR foram infecçao e doença cardiovascular e a principal causa de perda é a perda crônica do enxerto. Entre os pacientes que evoluíram para perda do enxerto, cerca de 50% continuam em diálise, ¼ dos pacientes foi a óbito e ¼ foi reTX.

Palavras Chave: TxR, HD e perda.


OR: 5489

Hemodialise nao planejada: descriçao de complicaçoes e desfechos

Autores: Dias D B, Mendes M L, Brabo A M, Banin V B, Barretti P, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O início de hemodiálise (HD) nao planejada, ou seja, sem fístula arteriovenosa (FAV) funcionante, é comum no cenário nacional e mundial. Recentemente, vêm sendo descrito a importância do acesso vascular nos desfechos clínicos dos pacientes, independente de faixa etária, doença de base ou comorbidades. Objetivo: Descrever as complicaçoes e desfechos de uma coorte de pacientes que iniciaram HD nao planejada em serviço universitário no interior de Sao Paulo. Material e Método: Coorte prospectiva que avaliou pacientes incidentes em HD, sem FAV funcionante, no período de julho/2014 a dezembro/2016. Incluídos indivíduos com doença renal crônica (DRC) G5, com indicaçao de HD de urgência, realizada por meio de cateter venoso central (CVC) implantado por nefrologista. Foram utilizados nas sessoes, capilar de polissulfona (áreas de superfície 60 a 100), fluxo de sangue entre 250 a 350 ml/min e de dialisato de 500 ml/min, com duraçao de 4 horas, inicialmente diárias até compensaçao metabólica e posteriormente em dias alternados. A composiçao dos banhos de diálise era ajustada conforme os exames e necessidade individual dos pacientes. Os cateteres temporários foram substituídos por cateter de longa permanência no prazo máximo de 03 semanas. Foram avaliados: as complicaçoes mecânicas e infecciosas e a sobrevida dos pacientes. Resultados: Incluídos 91 pacientes, com média de idade de 60 + 15 anos e 71% com mais que 02 comorbidades associadas. Principal doença de base foi doença renal do diabetes (33%). Complicaçao mecânica com necessidade de troca de cateter ocorreu em 37,3% dos casos. Infecçao de corrente sanguínea (ICS) ocorreu em 32,9% dos doentes, sendo Gram negativo nao fermentador (GNNF) o principal agente (56,6%) e Infecçao de orifício de saída (IOS), em 64,8%, tendo o mesmo agente (GNNF) como primeira etiologia (30,5%). Durante seguimento mínimo de 90 dias e máximo de 02 anos, 47% dos pacientes tiveram necessidade de internaçao, 3% apresentaram recuperaçao de funçao renal e o percentual de óbito foi 29,6%. Idade maior que 60 anos (OD: 6,2; IC 95%: 2,0 – 19,1; p = 0,02) foi o único fator independente associado a óbito. Discussao e Conclusoes: Neste estudo observacional, as taxas de complicaçoes mecânicas e infecciosas foram elevadas nos pacientes em HD nao planejada, bem como a taxa de óbito foi superior a 25%. Sao necessários mais e maiores estudos comparando com diálise peritoneal nao planejada e HD planejada, para melhor avaliaçao das complicaçoes e desfechos.

Palavras Chave: hemodiálise nao planejada; cateter venoso central; acesso vascular.


OR: 5578

Influência da posiçao do orificio de saída e do tipo da ponta do cateter sobre o risco de complicaçoes mecanicas e infecciosas e sobrevida da técnica em pacientes em diálise peritoneal

Autores: Banin V B, Dias D B, Ponce D, de Oliveira R C, Martin L C, Barretti P

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As complicaçoes mecânicas e infecciosas associadas ao cateter de diálise peritoneal representam as principais causas de falência da técnica. Tais complicaçoes podem estar associadas às configuraçoes intra e extraperitoneal do cateter. Há poucos dados na literatura que indiquem a melhor localizaçao do orifício de saída (OS) em relaçao ao risco de translocaçoes e eventos infecciosos relacionados à DP. Material e Método: Estudo prospectivo randomizado que comparou complicaçoes mecânicas (translocaçoes) e infecciosas (peritonites e infecçoes de orifício de saída) entre cateteres divididos de maneira randomizada em quatro grupos: Tenkhoff OS para baixo, Tenckhoff OS para cima, Swan Neck ponta reta e Swan Neck ponta coil. Os quatro grupos foram seguidos pelo período de um ano, em um único centro universitário brasileiro. O implante foi realizado pela equipe da Nefrologia utilizando a técnica de Seldinger. Resultados: No período de agosto de 2013 a fevereiro de 2016 foram implantados 107 cateteres em 96 pacientes. As características clinicas e demográficas foram semelhantes entre os pacientes nos quatro grupos. A análise da curva de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier nao mostrou diferenças para o tempo livre do primeiro episódio de infecçao de OS (p = 0,19) ou peritonite (p = 0,29) entre os quatro grupos. Observamos no entanto, menor tempo livre até o primeiro episódio de translocaçao (p = 0,03), menor sobrevida do cateter (p = 0,001) e menor sobrevida da técnica (p = 0,02) no grupo Tenckhoff OS para baixo. A análise múltipla mostrou que o fator associado com falência do cateter foi a presença de translocaçoes. Em um segundo modelo, quando excluído translocaçoes, o cateter Tenckhoff OS para baixo se associou com maior risco de falência do cateter. Discussao e Conclusoes: O cateter de Tenckhoff reto com OS voltado para baixo foi associado com menor tempo livre até o primeiro episódio de translocaçao, além de menor sobrevida do cateter e da técnica. Nao houve diferenças nas taxas de infecçoes. É provável que a atuaçao das forças de resiliência possa ter sido responsável pelos resultados observados nesse estudo. Nao observamos diferenças em relaçao à configuraçao intraperitoneal (reta ou curva), no caso do cateter de Swan Neck. Os resultados nao confirmam a superioridade do cateter de Tenckoff com OS voltado para baixo na reduçao do risco de infecçoes relacionadas à DP.

Palavras Chave: Diálise Peritoneal Cateter Tenckhoff Cateter Swan Neck Peritonite Translocaçao.


OR: 5612

Perfil epidemiológico dos pacientes transplantados portadores de lesoes vasculares que acompanham no ambulatório de pós-transplante

Autores: Carette C, Lasanha P, Cristini C, Lopes A, Zanchetta A, Vital L, Carvalho V, Medina-Pestana J O, Rangel É B

Instituiçoes: Hospital do Rim e Hipertensao/UNIFESP-EPM – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As lesoes vasculares pós-transplante renal tem etiologia multifatorial, requerem diagnóstico precoce e tratamento adequado para reduçao das complicaçoes clínico-cirúrgicas. Material e Método: Análise de uma coorte de pacientes submetidos a transplante renal e de pâncreas-rim no período de jan/2016 a jan/2017 e que foram encaminhados ao serviço ambulatorial de Enfermagem para avaliaçao e acompanhamento das lesoes. Resultados: Foram avaliadas 230 lesoes em 163 pacientes, sendo 74% dos pacientes do sexo masculino e idade média de 56,9 ± 11,8 anos. O tempo médio de transplante foi de 6,6 ± 4,4 anos (0,5-24 anos) e 73% dos pacientes foram submetidos a transplante com doador falecido. A etiologia da insuficiência renal crônica foi DM em 53% dos casos, seguida de nefrite (21,5%) e HAS (11,4%). Na primeira avaliaçao pela Enfermagem, 82,4% dos pacientes faziam uso de anti-hipertensivos e 62,8% faziam uso de medicaçao para controle da hiperglicemia. Diminuiçao da acuidade visual e amaurose bilateral estiveram presentes em 42,5% e 8,3% dos pacientes, respectivamente. A localizaçao das lesoes incluiu o pé em 45,6% dos casos, seguida da perna (30,4%), braço (7,8%), face (4,3%), mao (3,6%) e coto (2,9%). Papaína e Dersani foram utilizados em 41,2% e 43,2% das lesoes, respectivamente. O tratamento foi modificado em 38% das lesoes, 48% das lesoes necessitaram de avaliaçao médica, 28,6% das lesoes foram tratadas com antibióticos ou anti-fúngicos e 10% das lesoes necessitaram de debridamento ou amputaçao. Discussao e Conclusoes: As lesoes vasculares diagnosticadas no período pós-transplante requerem avaliaçoes periódicas e abordagem multidisciplinar, o que contribui para a reduçao das complicaçoes infecciosas e dos procedimentos cirúrgicos.

Palavras Chave: lesao vascular, transplante, multidisciplinar, tratamento.


OR: 5757

Impacto do reprocessamento de dialisadores sobre parametros clínicos, laboratoriais e microbiológicos em pacientes em hemodialise

Autores: Ribeiro I C, Roza N A, Duarte D A, Guadagnini D, de Oliveira R B

Instituiçoes: Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A prevalência de pacientes em hemodiálise (HD) está aumentando no mundo gerando sobrecarga aos sistemas de saúde. O reúso de materiais é uma estratégia empregada para controlar custos. Em nosso meio nao existe comprovaçao definitiva se o reúso de dialisadores é seguro. Avaliamos os efeitos clínicos, laboratoriais e microbiológicos do reprocessamento de dialisadores em pacientes em HD. Material e Método: Estudo clínico tipo cross-over onde 10 pacientes em HD com FAV foram examinados em 3 momentos distintos: sessoes de HD sem reúso, 1º e 12º reúsos (N = 30 sessoes). Pré- e pós-HD foram analisados parâmetros clínicos, laboratoriais, e microbiológicos, incluindo avaliaçao da endotoxinemia sérica (LAL chromogenic endotoxin, Thermo Scientific, USA). Pós-HD realizamos exame microscópico das fibras do dialisador, pesquisa de resíduos de sangue e proteínas (Hemocheck-S e Pyromol-E, Pereg GmbH, Waldkraigburg), e hemoculturas. Pré-HD (48h pós-desinfecçao) colhemos culturas do líquido saneante intra-dialisador. Resultados: Idade 37 ± 16 anos, 6 (60%) homens, tempo em HD 70 ± 60 meses, Kt/V e taxa de UF 1,6 ± 0,3 e 2 ± 0,6 L/sessao, respectivamente. Nas sessoes sem reúso os níveis séricos de PCR foram 5 (2-14) vs. 5,4 (2,3-17) mg/dL (p = 0,01), endotoxinemia de 0,8 (0,8-0,9) vs. 0,8 (0,6-1,3) EU/mL (p = 0,1); no 1º reúso, PCR foi de 4,6 (1,6-16) vs. 5,6 (2,2-18) mg/dL (p = 0,01), endotoxinemia de 0,8 (0,7-1) vs. 0,9 (0,8-1,3) EU/mL (p =0,1), enquanto no 12º reúso, PCR foi de 5 (1,3-14) vs. 6 (2,1-13) mg/dL (p = 0,2), endotoxinemia de 0,7 (0,6-0,8) vs. 0,7 (0,6-0,8) EU/mL (p = 0,7). Resíduos de sangue e proteínas foram encontrados em 5 a 9 (50 a 90%) e 6 a 10 (60 a 100%) das sessoes do 1º e 12º reúsos, respectivamente. Todas as culturas do líquido saneante foram negativas; 3 (10%) das sessoes apresentaram hemoculturas positivas, sendo 2 nas sessoes de 1º reúso e 1 nas sessoes sem reúso, interpretadas como contaminaçao. Durante as sessoes com ou sem reúso nao foram observados tremores, cianose, mudança da pressao arterial ou das temperaturas axilar/auricular, exceto na FC no 12º reúso (66 ± 10 vs. 76 ± 15; p < 0,05). A variaçao dos níveis séricos de endotoxinemia nao diferiu entre os momentos sem reúso, 1º e 12º reúsos. Discussao e Conclusoes: Nao se detectaram alteraçoes clínicas, laboratoriais e microbiológicas significativas nas sessoes com ou sem reúso. No entanto, a presença de resíduos de sangue e proteínas foi um achado frequente. Os efeitos clínicos da presença desses resíduos nao sao conhecidos.

Palavras Chave: Doença renal crônica; hemodiálise; reprocessamento de dialisadores.


OR: 5802

Diálise peritoneal urgent start: a importância da avaliaçao inicial da enfermagem no sucesso da terapia

Autores: Ferreira H C, Teodoro L M, Miranda M P, Calice-Silva V

Instituiçoes: Fundaçao Pró-Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Curitiba – Paraná – Brasil

Introduçao: A Diálise Peritoneal (DP) tem sido retomada como uma modalidade de tratamento para pacientes com DRC classe V (DRC-V) que necessitem de TRS de maneira urgente (DP Urgent Start – PD-US). O objetivo deste trabalho é identificar o perfil dos pacientes avaliados pela enfermeira para terapia PD-US em uma clínica de nefrologia do norte de SC. Material e Método: Foram analisados retrospectivamente os formulários de avaliaçao dos pacientes candidatos a PD-US, aplicados pelas enfermeiras do serviço, no período de 10/2016 à 04/2017. As características demográficas (sexo e idade), clínicas (doença de base que determinou a IRC), o parecer da enfermeira após avaliaçao do paciente e cuidador e o método escolhido conforme o parecer da enfermeira, seja hemodiálise (HD) ou DP foram avaliados e apresentados de forma descritiva. Resultados: 39 pacientes foram avaliados no período, a média de idade foi de 56,6 ± 14,1 anos, a maioria do sexo feminino (51,3%), quatro (10,25%) pacientes eram somente diabéticos, 19 (48,7%) somente hipertensos e 16 (41%) hipertensos e diabéticos, sendo essas as principais doenças causadoras da DRC. Quanto a avaliaçao da enfermagem para a DP, 33 (84,6%) obtiveram parecer positivo e 6 (15,4%) parecer negativo. Daqueles que tiveram parecer positivo, 24 (72,7%) estao em diálise peritoneal automatizada (DPA) e 1 (3,1%) em diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC), 3 (9,2%) pacientes com parecer positivo escolherem a HD como modalidade dialítica, 4 (12,2%) recuperaram funçao renal e ainda estao em tratamento conservador e 1 (3,1%) evoluiu a óbito antes de definir modalidade da terapia. Todos os pacientes com parecer negativo tiveram como principal causa da negativa a ausência de um cuidador ou familiar que pudesse auxiliar na terapia, sendo encaminhados para HD. Discussao e Conclusoes: Com base nesses dados, nota-se que as doenças que mais levaram à DRC sao HAS e DM assim como descrito na literatura. A falta de apoio da família é o principal determinante para a nao escolha da DP Urgent start como modalidade de TRS para os pacientes sem contra-indicaçao para a mesma. A avaliaçao inicial dos pacientes candidatos a DP é fundamental para detectar o perfil dos mesmos e potenciais dificuldades que podem comprometer a qualidade do tratamento realizado, podendo estas definir a evoluçao clínica do paciente a longo prazo. O apoio familiar é de extrema importância para o sucesso do tratamento principalmente na modalidade de diálise peritoneal, seja ela realizada de forma planejada ou nao.

Palavras Chave: Diálise Peritoneal Urgent Start Avaliaçao da enfermagem Diálise Doença Renal Crônica.


OR: 5850

Caracterizaçao de isolados de Escherichia coli extra-intestinal (EXPEC) obtidos de peritonites em diálise peritoneal entre 1997 e 2015 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu

Autores: Moro A C, Vieira M A, Ribolli D F, Monteiro A C, Camargo C H, Tiba-Casas M R, Soares F B, Santos L F, Cunha M d L R, Hernandes R T, Barretti P

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil, Instituto de Biociências de Botucatu-UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Peritonites por enterobactérias sao complicaçao frequente da diálise peritoneal, sendo a Escherichia coli uma das etiologias mais frequentes. Essas infecçoes costumam ter evoluçao clínica pior que as causadas por cocos Gram positivos, ainda que as enterobactérias apresentam baixa taxa de resistência aos antimicrobianos mais utilizados Material e Método: Isolados de E. coli, obtidos de casos de peritonites ocorridas entre 1997 e 2015 foram caracterizados com base na presença de genes responsáveis por codificar importantes fatores de virulência, como: adesinas, toxinas, sideróforos e proteínas de resistência à açao do sistema complemento, e classificados nos distintos grupos filogenéticos de E. coli. Esses isolados também foram caracterizados fenotipicamente com base no seu perfil de resistência aos antimicrobianos: amicacina, ciprofloxacina, ceftazidima, imipenem e cefepime; produçao de betalactamases de espectro ampliado (ESBL), sorotipos (O:H) e produçao de biofilme em superfície abiótica (polistireno). Resultados: Foram estudados 27 isolados, com 23 sorotipos distintos, sendo 3 isolados do sorotipo O7:HNM e 2 do sorotipo O160:H25. A maioria dos isolados pertenceu aos grupos filogenéticos B1 ou B2 e isolados pertencentes ao grupos A, D, E ou F também foram observados. A maior ocorrência de genes responsáveis por codificar fatores de virulência foi observada em isolados classificados no grupo filogenético B2. Seis isolados de E. coli foram resistentes a ciprofloxacina e três isolados apresentaram sensibilidade reduzida a cefepime (2 isolados) e ciprofloxacina (1 isolados). Dois isolados de E. coli foram positivos para os testes fenotípicos que indicam a produçao de ESBL. Estas cepas foram confirmadas como carreadoras do gene blaCTX-M, sendo, em uma delas, possível caracterizar como blaCTX-M-2. Quanto à produçao de biofilme, 7 isolados (26,0%) nao foram produtores e 20 isolados (74,0%) foram capazes de produzir biofilme. Essa característica fenotípica se associou ao desfecho das peritonites, sendo que a produçao de biofilme foi estatisticamente associada (p < 0,05) a menor proporçao de casos curados, 55%, comparados a 100% entre os nao produtores. Discussao e Conclusoes: Os resultados refletem uma grande diversidade de sorotipos e fatores de virulência entre isolados de E. coli obtidos de peritonite. Houve baixa incidência de isolados resistentes aos antimicrobianos testados. A produçao de biofilme foi um fator importante para explicar o insucesso do tratamento.

Palavras Chave: peritonite, diálise peritoneal, Escherichia coli, biofilme, fatores de virulência.


OR: 5857

Efeitos da prática de meditaçao nos parâmetros psicologicos e de adesao durante a hemodialise

Autores: Igarashi N S, Afonso R F, Karam C H, Lacerda S S, Carneiro F D, Santos B F, Kozasa E H, Rangel É B

Instituiçoes: SBIBAE – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A prática da meditaçao tem apresentado efeitos benéficos em diversas doenças, tais como depressao, distúrbios do sono e câncer, porém há poucos estudos relacionados à doença renal crônica (DRC). O objetivo é verificar se a prática da meditaçao melhora sintomas de depressao, de qualidade de vida e parâmetros bioquímicos resultantes da melhor adesao ao tratamento. Material e Método: Foram randomizados dois grupos de pacientes em hemodiálise, o grupo controle (GC) ficou em espera, enquanto o grupo intervençao (GI) realizou protocolo de meditaçao por 3 meses, 3 vezes por semana. Antes do início do protocolo foram aplicados questionários para avaliar e mensurar os aspectos psicológicos (T1) e análise dos exames laboratoriais e ao final do protocolo foram reaplicados os questionários (T2). Ao final deste novo período, outra análise (T3) será realizada. Os questionários para avaliaçao psicológica foram o KDQ-OL (Kidney Disease Quality of Life) e o inventário de depressao de Beck. ClinicalTrials. gov NCT03162770. Resultados: Foram recrutados 20 participantes: 70% homens; 79,1% casados; 83,3% brancos; 75% com ensino superior; etiologia da DRC 27,8% NTI, 22,2% DM, 22,2% indeterminada e 16,7% HAS. Nos GC (n = 13) e GI (n = 7), o índice de doenças coxistentes (ICED) foi leve em 13,3% e 44,4%; moderado em 53,3% e 44,4% e grave em 33,3% e 11,1%, respectivamente. Exames laboratoriais: fósforo – GC (T1) 5 ± 1,5 e (T2) 5,4 ± 1,4 mg/dl; GI (T1) 6,6 ± 2,1 e (T2) 5,8 ± 1,6 mg/dl; variaçao dos valores de fósforo: GC +0,16 ± 0,11 vs. GI – 0,19 ± 0,1 (p = 0,059); potássio – GC (T1) 5,1 ± 0,9 e (T2) 5,5 ± 1,0 mEq/l; GI (T1) 5,3 ± 1,2 e (T2) 5,2±0,5 mEq/l; variaçao dos valores de potássio: GC +0,08 ± 0,05 vs. GI +0,01 ± 0,07 (p = 0,41). Depressao (Beck): GC (T1) 41,7% sem depressao, 41,7% depressao leve e 16,6% depressao moderada e (T2) 83,3% sem depressao e 16,7% depressao leve. No GI (T1) 100% sem depressao e (T2) 71,4% continuaram sem depressao e 28,6% apresentaram depressao leve (p = NS). KDQ-OL: sobrecarga da doença renal: GC (T1) 50,5 ± 25,5 e (T2) 40,7 ± 22,8; GI (T1) 43,8 ± 28 e (T2) 55,3 ± 17,1; variaçao dos valores do escore da sobrecarga da doença renal GC -0,09 ± 0,1 vs. GI +0,94 ± 0,7 (p = 0,048). Discussao e Conclusoes: Houve uma reduçao marginal nos valores de fósforo após a prática de meditaçao, sugerindo melhor adesao às recomendaçoes dos profissionais de hemodiálise. Apesar da meditaçao nao ter influenciado a ocorrência de sintomas de depressao, teve efeito benéfico na qualidade de vida, principalmente na reduçao da sobrecarga da doença renal.

Palavras Chave: Meditaçao; hemodiálise; qualidade de vida; adesao; depressao.


OR: 5860

Alto indice de aproveitamento dos órgaos ofertados a um Centro de Transplante de Larga Escala

Autores: Carneiro V A, Sanchez T A, Santos J S, Sgoti E J, Trozidio Regazzo B d S, Medina Pestana J O

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A qualidade do órgao ofertado para transplante é determinante para a melhor evoluçao do transplante, sendo necessária uma intensificaçao na manutençao dos doadores, visando assim um melhor aproveitamento dos órgaos para transplante. O objetivo do estudo foi traçar um perfil epidemiológico e verificar o índice de aproveitamento e descarte dos órgaos ofertados. Materiale Método: Estudoretrospectivo e descritivo dos dados de doadores falecidos e órgaos ofertados para o Hospital do Rim, no período entre novembro de 2012 e dezembro de 2016. Resultados: No período, foram ofertados 3016 doadores, 84% provenientes das OPOs da capital do Estado de Sao Paulo, 5% das OPOs do interior do Estado e 11% de outros Estados. Os doadores apresentavam idade média de 43 anos. A principal causa da morte encefálica foi Acidente Vascular Encefálico (57%). 38% eram hipertensos, 9% Diabetes Mellitus (DM) e 7% HAS+DM, 15% apresentaram Parada Cardíaca durante a internaçao, a média da creatinina inicial 1,06 e a média da creatinina final 2,05. 14 % doadores apresentavam creatinina inicial maior ou igual a 1,5 mg/dl e 48% apresentavam creatinina final maior ou igual a 1,5 mg/dl e 28% dos doadores de critério expandido. Dos 5376 rins ofertados, 52% foram transplantados no centro, 31% em outros centros transplantadores. Foram realizadas 2169 biópsias renais, correspondendo a 72% dos doadores ofertados, sendo 479 dos rins descartados por apresentar alteraçao histológica, 419 pelo aspecto macroscópico, 76 por lesao vascular e pela isquemia fria prolongada e 62 por infecçao, PCR e neoplasia. Discussao e Conclusoes: Observamos um alto índice de aproveitamento dos rins ofertados, taxa elevada de biópsias renais, sendo que o principal motivo para o descarte alteraçao histológica, podendo estar associada ao aumento da faixa etária da populaçao, qualidade da manutençao dos doadores de órgaos e consequentemente uma taxa considerável da oferta de doadores com critério expandido.


Nefrologia Básica

OR: 5387

As celulas c-kit representam uma populacao de progenitores renais com potencial regenerativo in vivo

Autores: Gomes S A, Higuti E, van Schaik M, Goss G, Goldstein B J, Seidler B, Saur D, Hare J M, Rangel É B

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As células c-Kit isoladas de rins em desenvolvimento exibem propriedades de células progenitoras e regeneram o rim nos modelos agudos de isquemia-reperfusao e porteinúria induzida pela puromicina. Portanto, a hipótese é de que as células c-Kit representam uma populaçao progenitora específica do tecido renal que está envolvida no desenvolvimento renal, é mantida durante a vida adulta e contribui para a regeneraçao renal. Material e Método: Cruzamento de camundongos c-Kit reporter Cre induzível com os camundongos IRG, mT/mG, LacZ e Confetti multicoloridos. Variando o tempo de administraçao do tamoxifeno, as células c-Kit e suas descendentes foram especificamente marcadas com fluorescência verde (EGFP), LacZ ou fluorescência multicolorida e as distribuiçao, proliferaçao e diferenciaçao têmporo-espacial foram analisadas durante o desenvolvimento renal e após a lesao renal aguda (isquemia-reperfusao e rabdomiólise). Análise imuno-histoquímica de biópsias de rins humanos. Resultados: A expressao de c-Kit foi mais abundante no período pós-natal (P) precoce (7.91 em P0.5-3.5; 10.6 em P7-14 vs. 3.13 na fase embrionária [E] 17.5-18.5, p < 0,0001), e foi mantida na vida adulta, (5.7 em P30 e 2.2 em P90-180). Quando o tamoxifeno foi administrado durante E7.5-9.5, algumas células EGFP/LacZ positivas foram observadas em segmentos tubulares desde do córtex até a medula, e durante E10.5-12.5, quando inicia o desenvolvimento de metanefros, cordoes de células c-Kit EGFP/LacZ expandiram para formar estruturas tubulares e foram detectados em estruturas semelhantes aos corpos em forma de S. No período pós-natal, o número de células c-Kit EGFP/LacZ/células clonais multicoloridas aumentou no córtex, medula e papila. Em camundongos adultos, as células c-Kit EGFP/LacZ/células clonais multicoloridas foram encontradas em diferentes segmentos renais (mácula densa, túbulos distais e ductos coletores). Após a lesao aguda, o número de clones c-Kit triplicou na medula externa (10 ± 3 vs. 36.5 ± 8; p < 0,0001). Em biópsias de rim humano, houve também aumento da proliferaçao das células c-Kit positivas em túbulos renais de doadores com necrose tubular aguda e em glomérulos nos pacientes com nefropatia diabética. Discussao e Conclusoes: c-Kit marca uma populaçao de progenitores específicos do tecido renal que é mantida na vida adulta e apresenta potencial regenerativo. Desta forma, estas células apresentam propriedades biológicas e podem ter aplicaçao terapêutica em estudos pré-clínicos e clínicos.

Palavras Chave: progenitor/célula-tronco; rim; regeneraçao; receptor c-Kit.


OR: 5392

Chá verde aumenta a excreçao urinaria de magnésio, fosforo e calcio em ratos

Autores: Helou C M B, Silva I O, Sanches T R, Andrade L C Instituiçoes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: O consumo do chá verde (CV) vem aumentando por ser fonte de anti-oxidantes, mas pouco se sabe sobre a sua açao na funçao tubular renal. Os chás aumentam a diurese, mas este efeito pode ser devido a quantidade de cafeína (CF) presente. Entao, pretendemos verificar o efeito do CV na funçao tubular e se a CF teria alguma açao. Material e Método: Utilizamos ratos Wistar macho que receberam ad libitum água (A), n = 14; CV Feel Goodc (CVi),n = 11; CV natural (CVn),n = 10; ou 8 mg% de CF em água, n = 12. No 8º dia, os animais foram colocados em gaiola metabólica para coleta de urina. Após 24 horas, os animais eram anestesiados para coleta de sangue e retirada dos rins para quantificar a expressao proteica (e. p.) do TRPM6 por Western Blot. Usamos ANOVA, pós-teste de Student-Newman-Keuls e significância de p < 0,05. Resultados: Todos os grupos apresentaram similar clearance de creatinina e concentraçoes plasmáticas (cp) de glicose, colesterol total, triglicérides, ácido úrico e albumina. Entretanto, CVn apresentou maior diurese, menor reabsorçao de água livre, mas foi o que ingeriu maior quantidade de líquido. As cp do Na, K, Cl, Mg, Ca e P mantiveram-se dentro da normalidade. Quanto à carga excretada (UV) de eletrólitos, todos os grupos tiveram similar UV de Na, K e Cl. Mas, CVn e CVi aumentaram significativamente UV de Ca (A = 28 ± 2; CVi = 43 ± 5; CV n = 41 ± 4; CF = 34 ± 3 mmol/dia).O CVn, o CVi e o CF aumentaram significativamente UV de Mg (A = 127 ± 18; CVi = 232 ± 31; CVn = 255 ± 15; CF = 191 ± 15 µmol/dia). Entretanto, apenas o CVi é que teve UV P significativamente aumentado (A = 479 ± 46; CVi = 708 ± 65; CVn = 627 ± 43; CF = 529 ± 32 µmol/dia). A ep do TRPM6 apresentou-se reduzida em CV e CF. Discussao e Conclusoes: CV aumentou UV de Mg, Ca e P. A açao da CF só pode ser atribuída à magnesúria. Concluímos que CV pode ser risco para nefrolitíase, mas o aumento da diurese pode impedir.

Palavras Chave: magnesúria, calciuria, fosfaturia, cha verde, cafeina, TRPM6, nefrolitíase.


OR: 5602

Avaliaçao da infusao de vesiculas extracelulares e de celulas tronco mesenquimais derivadas de tecido adiposo em modelo experimental de fibrose peritoneal

Autores: Gouveia P Q, Silva C, Noronha I L

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da USP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Fibrose peritoneal (FP), perda de células mesoteliais e falha na ultrafiltraçao sao importantes complicaçoes tardias da diálise peritoneal. As células tronco mesenquimais (CTm) sao capazes de prevenir a progressao ou tratar complicaçoes associadas com processos fibróticos através de efeitos parácrinos. As vesículas extracelulares libertadas pelas CTm sao importantes, uma vez que sao o veículo para a intercomunicaçao célula-célula e para os seus possíveis efeitos terapêuticos sobre a regeneraçao de tecidos. O objetivo deste estudo foi analisar o possível efeito terapêutico preventivo das Vesículas Extracelular (VE) das células tronco mesenquimais de tecido adiposo (CTmTA) em um modelo experimental de FP comparando-o com o efeito da administraçao de CTmTA. Material e Método: A FP foi simulada utilizando um modelo de injeçoes intraperitoneais de 0,1% de gluconato de clorexidina, realizado em dias alternados, durante um período de 30 dias. Os grupos de estudo foram divididos em: Grupo Veículo (n = 6), animais normais que receberam apenas veículo (Soluçao Fisiológica 0,9%); FP (n = 9), animais com FP induzida por gluconato de clorexidina; FP+CTmTA (n = 7), animais com FP tratados preventivamente com 2×106 de CTmTA gonadal de rato, e Grupo FP+VE (n = 7), animais com FP tratados preventivamente com 30µg de VE derivadas de CTmTA. Duas doses de tratamento, via intraperitoneal, foram realizadas de forma preventiva, no terceiro e no décimo dia. Após 30 dias, os animais foram submetidos à eutanásia para análise. Resultados: Os tratamentos com CTmTA e VE foram capazes de prevenir o espessamento da membrana peritoneal (23 ± 2 e 26 ± 6 vs. 64 ± 14µm FP; p < 0,05); reduzir a área marcada para α-SMA (miofibroblastos) (0 ± 0 e 0 ± 0 vs. 1 ± 0 % FP; p < 0,05); diminuir a expressao de genes associados com fibrose TGF-β (3 ± 1 e 1 ± 0 vs. 12 ± 1 FP; p < 0,05), FSP-1 (1 ± 0 e 1 ± 0 vs. 18 ± 1 FP; p < 0,05)e SMAD-3 (1 ± 0 e 1 ± 1 vs. 8 ± 1 FP; p < 0,05); diminuir o infiltrado inflamatório, MO (263 ± 49 e 147 ± 17 vs. 404± 122cell/mm2 FP; p < 0,05) e linfócitos (7 ± 3 e 11 ± 4 vs. 87± 31cell/mm2 FP; p < 0,05). Além disso, apresentaram açao anti-inflamatória, para TNF-α (1 ± 1 e 1 ± 1 vs. 14 ± 1 FP; p < 0,05) e efeito anti-angiogênico, com menor expressao de VEGF (4 ± 3 e 2 ± 1 vs. 21 ± 2 FP; p < 0,05). Ambos os tratamentos preservaram a UF (5 ± 1 e 6 ± 1 vs. 3 ± 1mL FP; p < 0,05), com melhor capacidade apresentada no grupo VE. Discussao e Conclusoes: CTmTA e VE sao igualmente eficientes no bloqueio do processo da FP. A funçao peritoneal foi melhor preservada com a administraçao das VE.

Palavras Chave: Diálise peritoneal, vesículas extracelular (VE), células tronco mesenquimais de tecido adiposo (CTmTA), fibrose peritoneal.


OR: 5609

Alopurinol inibe a ativaçao do inflamassoma NLRP3 e atenua o dano renal no modelo de ablaçao renal 5/6

Autores: Foresto-Neto O, Avila V F, Arias S C A, Zambom F F F, Rempel L C T, Fanelli C, Sena C R, Viana V L, Malheiros D M A C, Abensur H, Camara N O S, Zatz R, Fujihara C K

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A concentraçao plasmática de ácido úrico (AU) está elevada em 20 a 35% dos pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), mas nao se sabe se esse aumento é um fator de risco ou apenas um biomarcador. A xantina oxidase (XO) promove a síntese de AU e a produçao de espécies reativas de oxigênio (EROs). O Alopurinol (ALO) inibe a XO e atenua o dano renal associado à DRC. Há evidências de que o ALO inibe, pelo menos em parte, a ativaçao do inflamassoma NLRP3, um componente da imunidade inata sabidamente ativado por AU e EROs. Neste estudo, verificamos se a inibiçao do inflamassoma NLRP3 pode explicar o efeito renoprotetor do ALO no modelo Nx. Material e Método: Ratos Munich-Wistar (N = 21) machos com ablaçao renal de 5/6 (Nx) foram divididos em: Nx (sem tratamento) e Nx+ALO (ALO, 36 mg/kg/dia vo). Ratos com cirurgia simulada e sem tratamento (N = 10) serviram de controle (C). Após 60 dias, avaliamos: pressao caudal (PC, mmHg); NGAL urinário (uNGAL, ug/24h); % colágeno intersticial (%COL); infiltraçao macrofágica intersticial (MΦ, cels/mm2); atividade da xantina oxidase renal (XOr, uU/mg); AU renal (AUr, mg/g); NLRP3 intersticial (cels/mm2); conteúdo proteico renal de Caspase-1 (Casp1), HO-1, SOD2 (aumento relativo ao C) e de IL-1β (pg/mg). Resultados: PC: C = 134 ± 2, Nx = 212 ± 8ª, Nx + ALO = 191 ± 6ª*; uNGAL: C = 29 ± 4, Nx = 48 ± 5ª, Nx + ALO = 32 ± 3*; %COL: C = 2 ± 1, Nx = 9 ± 1ª, Nx + ALO = 5 ± 1ª*; MΦ: C = 22 ± 2, Nx = 187 ± 26ª, Nx + ALO = 130 ± 20ª*; XOr: C = 70 ± 5, Nx = 116 ± 7ª, Nx + ALO = 69 ± 5*; AUr: C = 1,3 ± 0,1, Nx = 2,3 ± 0,1ª, Nx + ALO = 1,3 ± 0,2*; HO-1: C = 1,0 ± 0,6, Nx = 5,4 ± 1,2ª, Nx + ALO = 2,9 ± 0,5*; SOD2: C = 1,0 ± 0,1, Nx = 0,7 ± 0,1ª, Nx + ALO = 1,1 ± 0,2*; NLRP3: C = 0,7 ± 0,4, Nx = 5,0 ± 0,4ª, Nx + ALO = 2,8 ± 0,5ª*; Casp1: C = 1,0 ± 0,1, Nx = 2,5 ± 0,2ª, Nx + ALO = 1,8 ± 0,3ª*; IL-1β: C = 1,6 ± 0,1, Nx = 4,7 ± 0,6ª, Nx + ALO = 2,3 ± 0,3*; (Média ± EP, ª p < 0.05 vs. C; * p < 0.05 vs. Nx). Discussao e Conclusoes: O tratamento com ALO atenuou a PC e teve efeito protetor no compartimento túbulo-intersticial, reduzindo uNGAL, % COL e MΦ. No tecido renal, ALO normalizou a atividade da XO e a síntese de AU, além de reduzir o estresse oxidativo (HO-1 e SOD2). ALO reduziu o conteúdo renal de componentes do inflamassoma (NLRP3 e Casp1) e os níveis de IL-1β. Ressalta-se que PC, % COL e MΦ correlacionaram-se positivamente com NLRP3 (p < 0,05). Esses resultados sugerem fortemente que ALO exerce renoproteçao no modelo de ablaçao renal de 5/6 por inibir a ativaçao do inflamassoma NLRP3. FAPESP/CNPq

Palavras Chave: Alopurinol; Doença Renal Crônica; Acido Urico; Inflamassoma.


OR: 5776

O papel do inflamassoma NLRP3 na glomeruloesclerose segmentar e focal experimental

Autores: Peixoto dos Santos A R, Origassa C S T, Silva Filho A P, Câmara N O S

Instituiçoes: Unifesp – SAO PAULO – SP – Brasil

Introduçao: Por definiçao, a Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) é uma doença bastante heterogênea e de difícil tratamento, onde defeitos regulatórios, degenerativos e mecanismos inflamatórios geram o dano podocitário, que, por sua vez, está diretamente relacionado à perda de funçao renal. Apesar de a inflamaçao ser parte da resposta imune protetora e de reparo, existe uma ampla variedade de componentes inflamatórios que geram perfis distintos de respostas; algumas mais agressivas do que protetoras. Nas últimas duas décadas, o sistema sensor de estresse celular denominado inflamassoma, especialmente o inflamassoma NLRP3, tem sido extensamente estudado e associado a diversas doenças; porém, poucos trabalhos tem estudado sua participaçao na GESF. Assim, este projeto propoe-se à investigaçao dos componentes do inflamassoma NLRP3 a fim de indicar novas vias no desenvolvimento da GESF e, consequentemente, sugerir uma opçao de tratamento mais eficaz aos pacientes, considerando que, hoje, 50% deles sao resistentes ao tratamento padrao com corticosteroides. Material e Método: Camundongos C57BL/6 e knockouts para os componentes do inflamassoma NLRP3 foram utilizados no modelo experimental de nefropatia induzida por doxorrubicina (Adriblastina®, Laboratórios Pfizer Ltda). Os animais foram tratados com salina ou doxorrobucina via veia caudal e eutanasiados no segundo ou sexto dia após administraçao do fármaco. Sangue total, urina e rins foram coletados para avaliaçao da funçao renal e da expressao de moléculas podocitárias e pró-fibróticas, além de moléculas relacionadas à ativaçao do inflamassoma. Resultados: Confirmando a efetividade do modelo de nefropatia induzida pela doxorrubicina em animais C57BL/6, detectamos a reduçao gênica dos componentes da fenda do diafragma podocitário (ACTN4, SYNPO, NPHS1 e KIRREL) no segundo e no sexto dia pós-doxorrubicina, além do aumento de moléculas fibróticas como o colágeno tipo IV, FSP-1 e MMP9. Ao avaliarmos os componentes do inflamassoma, detectamos aumento de NLRP3 no dia 2 quando comparado ao dia 6 pós-doxorrubicina, aumento de Caspase-1 com relaçao ao grupo salina e ao grupo 6-dias-pós-doxorrubicina, e, finalmente, observamos um pico de IL-18 no segundo dia pós-doxorrubicina com um aumento de cerca de 30 vezes quando comparado aos demais grupos. Discussao e Conclusoes: Considerando nossos resultados preliminares acreditamos que a ativaçao do inflamassoma esteja relacionada à reduçao precoce das moléculas podocitárias, desencadeando a falha na barreira de filtraçao.

Palavras Chave: Inflamassoma NLRP3, Glomeruloesclerose Segmentar e Focal, GESF, DRC, fibrose.


OR: 5788

Efeito das dietas hipercaloricas com 60% e 45% de gordura sobre a funçao renal em um modelo de doaçao renal por uninefrectomia

Autores: Castro B B A, Zancanelli L M, Arriel K, Carmo W C, Suassuna P G A, Cenedeze M A, Câmara N O S, Sanders- Pinheiro H

Instituiçoes: Laboratório de Imunologia de Transplantes, Departamento de Imunologia da Universidade de Sao Paulo; Instituto de Ciências Biomédicas/USP (Sao Paulo – SP). – Sao Paulo – Brasil, Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia – NIEPEN; Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Animais de Laboratório – NIDEAL/Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora – MG). – Juiz de Fora – Minas Gerais – Brasil.

Introduçao: A obesidade é considerada fator de risco independente para doença renal crônica (DRC) e sao poucas as evidências clínicas sobre as consequências desta comorbidade em pacientes com um único rim, como por exemplo os doadores renais. Objetivo: Avaliar o comportamento da funçao renal do modelo experimental de doaçao renal e investigar se a induçao da obesidade por raçao hipercalórica à 45% e 60% de gordura pode causar danos à capacidade funcional do rim remanescente. Material e Método: Foram utilizados 12 camundongos da linhagem Black 6/C57, sendo 3 animais submetidos à cirurgia simulada (grupo Sham) com oferta de dieta padrao com 5% de gordura. O restante dos animais foram submetidos à cirurgia de retirada do rim esquerdo (uninefretomia – UniNx) e divididos em 3 grupos que receberam dieta padrao (grupo UniNx), dieta hipercalórica com 45% de gordura (grupo UniNx OB 45%) e dieta hipercalórica com 60% de gordura (grupo UniNx OB 60%). Os animais foram observados durante 12 semanas quanto ao ganho de peso e consumo de raçao. O consumo de água foi avaliado no dia anterior à eutanásia. Os rins direitos foram coletados e pesados, foram mensuradas creatinina e ureia no soro de todos os animais. Resultados: Ao final do experimento, o peso dos animais nao foi diferente entre os grupos, porém o grupo UniNx OB 60% apresentou maior ganho de peso quando comparado ao grupo Sham (6,0 + 1,0g vs. 3,5 + 0,86g, p = 0,03). O consumo de raçao na semana 6 foi reduzido nos grupos submetidos a UniNx e receberam as duas dietas hipercalóricas, embora tenha sido normalizado ao final do estudo. Nao houve diferença no consumo de água no dia anterior à eutanásia. Como esperado, grupos submetidos a UniNx apresentaram maior peso renal quando comparado com o grupo Sham. Apesar da hipertrofia renal, somente os animais que consumiram dieta hipercalórica, dentre os uninefrectomizados, mostraram aumento da creatinina sérica (UniNxOB45% 1,06 + 0,86mg/dL p = 0,02 e UniNxOB60% 0,99 + 0,06mg/dL p = 0,04) comparado ao grupo UniNx (0,80 + 0,09mg/dL). Nao houve diferença entre os valores de ureia. Discussao e Conclusoes: O modelo experimental de doaçao causou hipertrofia do rim remanescente sem reduçao da funçao renal pelo método utilizado. O consumo da dieta hipercalórica com 45% e 60% de gordura favoreceu a disfunçao renal, porém, somente os animais que consumiram maior percentual de gordura na dieta ganho de peso significativo.

Palavras Chave: doaçao renal, obesidade, raçao hipercalórica, modelo experimental.


OR: 5443

Efeito da celula-tronco derivada do tecido adiposo (ASC) na progressao da doença renal em ratos SHR induzidos a sindrome metabólica

Autores: Nakamichi R, Oliveira C N, Jodas E, Lins P R G, Quinto B M R, Dalboni M A, Cesaretti M L, Batista M C

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einsten – Sao Paulo – SP – Brasil, Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Atualmente, a obesidade visceral é considerada o principal fator da Síndrome Metabólica, estando atrelada ao maior risco de desenvolvimento de doença renal (DR). A expansao excessiva do tecido adiposo visceral, resultando em adipócitos hipertrofiados está implicado no aumento da produçao de proteínas inflamatórias. Ainda, o tecido adiposo é considerado uma importante fonte de células-tronco. As células-tronco derivadas do tecido adiposo (ASC) possuem a capacidade de se diferenciarem em múltiplas linhagens celulares, reduzindo a produçao de proteínas inflamatórias. Portanto, objetivo deste estudo é investigar os efeitos do tratamento com ASC na progressao da doença renal em ratos SHR induzidos à Síndrome Metabólica. Material e Método: Ratos machos SHR foram expostos à dieta cafeteria durante 12 semanas, induzindo à Síndrome Metabólica (SM). Após este período, foram tratados com 2×105 de ASC durante 1 e 2 semanas, respectivamente. Os ratos foram sacrificados para análise da proteinúria, concentraçao sérica de creatinina, perfil lipídico, Ngal urinário assim como os níveis séricos de cistatina C e microalbuminúria, através da técnica de imunoensaio enzimático (ELISA). A caracterizaçao das ASCs extraídas do tecido subcutâneo de ratos SHR controles foi realizada através de citometria de fluxo. Resultados: As ASCs expressaram os biomarcadores de superfície celular: CD34, CD35, CD90 e CD105, confirmando a caracterizaçao das células-tronco. Observamos uma reduçao nos níveis séricos de LDL-c e triglicérides nos ratos SM e tratados com ASC por 1 semana (SM+ASC1) e no grupo SM e posteriormente tratado com ASC durante 2 semanas (SM+ASC2s) quando comparados ao grupo SM nao tratado (SM), respectivamente. Verificamos um incremento nas concentraçoes de HDL-c nos grupos SM tratado quando comparados àqueles portadores de SM nao tratados. Houve um aumento na proteinúria no grupo SM comparado ao grupo controle (CT). Adicionalmente, observou-se uma reversao da disfunçao renal através da melhora nos níveis séricos de creatinina nos grupos SM tratados com célula tronco, assim como uma atenuaçao na proteinúria e nas concentraçoes de cistatina c e Ngal. Discussao e Conclusoes: O tratamento com ASC em ratos SHR expostos à Síndrome Metabólica resultou na atenuaçao da progressao da doença renal.

Palavras Chave: Síndrome Metabólica, inflamaçao, doença renal, célula-tronco derivada do tecido adiposo.


Nefrologia Clínica

OR: 4752

Influência da temperatura climática na incidência de nefrolitíase em centros urbanos no Brasil

Autores: de Abreu Jr J, Ferreira-Filho S R

Instituiçoes: Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: Estudos sobre a variabilidade demográfica e geográfica de cálculos renais revelaram as maiores taxas de hospitalizaçao em países de clima quente e as menores em regioes mais frias. Objetivo: Verificar se o número de internaçoes por nefrolitíase (NIN) está associado às variaçoes climáticas em diferentes cidades do Brasil. Material e Método: Analisamos o NIN mensais no período de 2010 a 2015 (DATASUS), para municípios com climas quentes: Uberlândia/MG, Ribeirao Preto/SP e Sao José do Rio Preto/SP e de regioes mais frias: Porto Alegre/RS, Caxias do Sul/RS e Pelotas/RS. Foram coletados os dados de 72 meses/municipio e suas referidas temperaturas máximas (Tmax), mínimas (Tmin) e médias (Tmed) de cada município (INMET – Instituto Nacional de Meteorologia). Foram consideradas para o NIN, os códigos N20, N21, N22 e N23 (CID). Foram avaliados o NIN em relaçao à faixa etária, gênero, renda per capta e evoluçao populacional. Resultados: Encontramos correlaçoes lineares e significantes entre NIN vs Tmax (R2 = 0.317 com R ajustado = 0.315, p < 0.0001); entre NIN vs. Tmin (R2 = 0.217 com R ajustado = 0.215; p < 0.001) e entre NIN vs. Tmed (R2 = 0.283 com R ajustado = 0.281; p < 0.001). Nas cidades de clima frio a NIN médio total em 6 anos foi de 28.1/hab e de clima quente foi de 82.3/hab. O NIN medio em 6 anos por faixa etária das cidades sulistas foi: 6.0/hab (25 a 34 anos), 6.3/hab (35 a 44 anos) e de 6.1/hab (45 a 54), enquanto nas cidades do sudeste NIN foi de 15,7/hab (25 a 34 anos), 18.1/hab (35 a 44 anos) e 18.6/hab (45 a 54 anos). Discussao e Conclusoes: O número de pacientes internados por nefrolitíse no Brasil, apresenta correlaçao direta e significante com as temperaturas regionais.

Palavras Chave: nefrolitíase internaçoes hospitalares variaçoes climáticas.


OR: 5420

Cocaína adulterada com levamisole induzindo Vasculite Sistêmica: necessidade de triagem toxicológica para o correto diagnóstico

Autores: Barros E J G, Antunes V V H, Thomé G G, Da Silva D R, Castro Filho J B, Sebben V, Nicolella A, Veronese F J V

Instituiçoes: Centro de Informaçoes Toxicológicas-CIT – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil, Hospital de Clínicas de Porto Alegre – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil

Introduçao: Nos últimos anos tem sido frequente o uso ilícito de cocaína adulterada com o anti-helmíntico levamisole. Esta associaçao pode causar lesoes de pele, trombose intravascular, neutropenia e lesao renal. Objetivo: Descrever cinco casos de pacientes usuários crônicos de cocaína, que se apresentaram com perda de funçao renal aguda e lesoes de pele. Material e Método: Os pacientes procuraram a emergência do hospital com quadro de vasculite sistêmica. Na investigaçao levantou-se a suspeita de exposiçao à cocaína adulterada com levamisole., devido ao tipo de lesao cutânea e perda de funçao renal. Foram realizados exames: hemograma, creatinina, exame de urina, ANCA, anticorpos anti-MPO e anti-PR3. Foi solicitado teste de triagem toxicológica para cocaína/levamisole utilizando imunocromatografia (Abon®, Biopharm, Hangzhou, China) e por espectrometria de gás com cromatografia de massa. Realizado biópsia renal. Resultados: Todos os pacientes negaram o uso de cocaína, mas tiveram o teste positivo na urina para ambas as substâncias. Conseguimos amostras do pó de cocaína usada por três pacientes, confirmando a presença de cocaína e levamisole. Uma delas com levamisole superior a 30%. Quatro pacientes apresentavam púrpura e perda aguda da funçao renal. Um com necrose de pele nos lobos das orelhas e três com lesoes nas pernas, abdome e face. Um paciente nao tinha lesao de pele e outro apresentou insuficiência renal tardia e necrose intestinal por vasculite. Todos os casos cursaram com creatinina sérica elevada, proteinúria nao nefrótica, anemia, consumo de complemento e ANCA positivo. Foram detectados anticorpos anti mieloperoxidase e proteinase 3 em dois pacientes. A biópsia renal percutânea em quatro pacientes demonstrou glomerulonefrite crescêntica pauci-imune com necrose e inflamaçao glomerular. Discussao e Conclusoes: Pelo que sabemos até o presente momento, estes sao os primeiros casos de lesao renal e envolvimento cutâneo relatados no Brasil. Receberam terapia imunossupressora, com corticosteróides e pulsos mensais de ciclofosfamida. Durante o seguimento ambulatorial apresentaram melhora das lesoes de pele e da funçao renal. Conclusao: Os achados de púrpura, glomerulonefrite crescêntica e anticorpos anti-MPO e anti-PR3 sao compatíveis com a exposiçao à cocaína adulterada com levamisole. Este quadro clínico deve chamar a atençao dos profissionais médicos para a suspeita do uso de cocaína adulterada com levamisole sendo necessário triagem para uso destas drogas.

Palavras Chave: Cocaína, Lesao renal aguda, Levamisole, Vasculite sistêmica, Glomerulonefrite crescêntica pauci-imune.


OR: 5473

Nova mutaçao genetica relacionada a hiperoxaluria primaria tipo 1 e Screening familiar

Autores: Moura L H P, Heilberg I P, Pinho J R, Almeida M D, Silva M F, Matos A C, Requiao-Moura L R, Pacheco-Silva A

Instituiçoes: Disciplina de Nefrologia – Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Hiperoxalúria primária (HP) tipo 1 é uma doença genética rara que afeta em graus variáveis a atividade da enzima hepática alanina-glioxilato aminotransferase (AGXT), resultando em aumento no pool de oxalato, com consequente hiperoxaluria, nefrocalcinose, nefrolitíase e perda progressiva da funçao renal, além de calcificaçao em tecido nao renal. Material e Método: Análise da sequência de DNA em todos os 11 exons do gene AGXT por Amplificaçao Multiplex de Sondas Dependente de Ligaçao (MLPA) para pesquisa de deleçoes e duplicaçoes no gene específico em paciente com recorrência de HP após o transplante de rim (TxR). A nomenclatura foi baseada no GenBank. Após a confirmaçao do diagnóstico foi realizado screening familiar com oxalúria de 24 horas (OxU24). Resultados: MGS, 27 anos, feminina, com histórico de nefrolitíase de repetiçao, iniciou TRS após LECO, sem recuperaçao da funçao renal. Cerca de 9 meses após foi submetida à TxR doador vivo relacionado, HLA II, evoluindo com funçao insatisfatória do enxerto e biópsias precoces demonstrando depósito de oxalato de cálcio. Em investigaçao etiológica apresentou OxU-232,4mg/24h. Análise MLPA da AGXT detectou presença das mutaçoes c.33dupC no Exon 1 e c.423 + 1G > A no Intron 3, ambas patogênicas, sendo a última uma nova mutaçao encontrada por ocasiao do diagnóstico. Screening familiar identificou irma de 24 anos com Cr-0,9, USG sem nefrocalcinose mas com múltiplos cálculos bilaterais e OxU-157mg. Nos demais membros da família a OxU (mg/24h) foi normal: pai – 23,4 mg; mae – 26,3mg; irmaos: -43,1; -37,1 mg/24h; -25,1 (doadora do primeiro transplante). A paciente índice foi tratada com Tx Fígado-Rim e a irma identificada no screening com Transplante de Fígado. Discussao e Conclusoes: A HP é um raro defeito genético autossômica recessivo que se apresenta com nefrolitíase de repetiçao, nefrocalcinose e calcificaçao de tecido nao renal. O diagnóstico é baseado na OxU, na expressao da enzima no fígado e na pesquisa de mutaçao da enzima AGXT. Esse estudo identificou mutaçao patogênica inédita paciente com recidiva de HP precoce após TxR. Além disso foi realizado screening familiar, que é uma das formas recomendadas para o diagnóstico precoce, com identificaçao de um familiar, tratado preemptivamente com transplante de fígado.

Palavras Chave: Hiperoxalúria primária; doenças raras; doença recessiva; mutaçao.


OR: 5632

Perfil de pacientes com fibrose retroperitoneal idiopatica em Hospital de Sao Paulo

Autores: Costa T E, Lauar J C, Santos D R, Santos R R, Assis A R, Laranja S M

Instituiçoes: Hospital do Servidor Público Estadual – SP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Fibrose Retroperitoneal Idiopática (FRI) é uma doença fibroinflamatória rara, que se desenvolve em torno da aorta abdominal e artérias ilíacas e apresenta a uropatia obstrutiva como sua maior complicaçao. O diagnóstico é feito por exames de imagem que demonstram o envolvimento das artérias aorta e ilíacas, desvio de ureteres e obstruçao por massa retroperitoneal. O tratamento inicia-se com desobstruçao ureteral por cateter duplo J (CDJ) ou nefrostomia, seguido de corticóides e/ou imunossupressores. Ureterólise com intraperitonializaçao do ureter é uma opçao. Material e Método: Foi realizado estudo retrospectivo com revisao de prontuários de pacientes atendidos em ambulatório de Nefrologia. Resultados: Foram identificados 6 pacientes com diagnóstico de FRI. Dentre eles, 3 sao mulheres e 3, homens. A faixa etária na admissao no ambulatório foi de 53 a 82 anos nas mulheres, e 56 a 63, nos homens. O tempo de acompanhamento ambulatorial variou de 2 a 123 meses. A creatinina sérica do início do acompanhamento variou de 1,2 a 18,9 mg/dL, e a da última consulta (em 2017) variou de 1,1 a 2,7 mg/dL. Apenas 2 realizaram hemodiálise. Cirurgia urológica de intraperitonializaçao do ureter foi feita em 2 pacientes. No momento do diagnóstico, todos os pacientes necessitaram de CDJ, sendo que até maio de 2017, apenas 4 o possuem (3 com catéter unilateral e 1 bilateral). Apenas 1 paciente fez uso de corticóide, e 5 estao em uso de micofenolato sódico (MS). Uma paciente nao usou medicamentos, sendo entao tratada com colocaçao de CDJ e cirurgia urológica. Todos os pacientes sao acompanhados com tomografia de abdome periódica. Discussao e Conclusoes: Nesse estudo, a proporçao homem: mulher foi de 1:1, sendo que em outros estudos foi de 2:1 ou 3:1. A faixa etária nos homens foi semelhante à geral (55-60 anos). A melhora da funçao renal relacionou-se à passagem de CDJ, e ninguém realizou nefrostomia. A minoria realizou cirurgia urológica, condizente com a literatura. A maioria dos pacientes está usando micofenolato sódico isolado, mantendo funçao renal estável. Conclusao: A FRI é uma doença rara, porém tem número relevante de casos em hospital de Sao Paulo. Diagnóstico pode ser tardio, porém os pacientes apresentam boa evoluçao com desobstruçao da via urinária e uso de micofenolato sódico. Referência: Idiopathic Retroperitoneal Fibrosis (J AM Soc Nephrol 27 1880-1889, 2016).

Palavras Chave: Fibrose retroperitoneal idiopática, cateter duplo J, micofenolato sódico.


OR: 5635

Evoluçao da nefropatia de fabry em mulheres heterozigoticas em terapia de reposiçao enzimatica: seguimento clinico de 2 anos

Autores: Biagini G, Rosa M F, Rossi L, Novak F, Martins A M, Herai R H, Barreto F C

Instituiçoes: Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Curitiba – Paraná – Brasil

Introduçao: A doença de Fabry é uma doença de depósito lisossômico ligada ao cromossomo X, resultante da deficiência de uma enzima hidrolítica chamada de α-galactosidase A (α-Gal-A). Mulheres heterozigotas podem desenvolver manifestaçoes clínicas e requerer terapia de reposiçao enzimática (TRE), tal como os homens homozigóticos. Material e Método: Estudo prospectivo no qual foram incluídas mulheres portadoras de doença de Fabry, comprovado pela detecçao de mutaçao patogênica e manifestaçoes clínicas da doença, em TRE (agalsidase-beta; 1 mg/kg a cada 15 dias). Somente pacientes que tinham creatinina e albuminúria antes de iniciar TRE foram incluídos. O ritmo de filtraçao glomerular (RFG) foi estimado de acordo com a fórmula CKD-EPI. Envolvimento cardíaco e cerebral foram avaliados por ecocardiograma e/ou imagem de ressonância magnética. O período de acompanhamento foi dividido em dois tempos. T1: até 12 meses (6,1+2,8 meses; N=17) de TRE (n=17); T2: até 24 meses (22,1+3,3 meses; n=7). Resultados: Dezessete pacientes femininas (idade: 29,1 +-16,2 anos) foram incluídas. A idade média na época do diagnóstico foi 21 (13-65) anos. Mutaçoes presentes: p.365x(14) e w46x(3), ambas deleçoes. As manifestaçao clínicas mais frequentes foram: hipertrofia ventricular esquerda (59 %), hipertrofia septal (29 %), fibrose cardíaca (35 %), lesao de substância branca (43%), acroparestesia (59 %) e nefropatia (59 %). 6/17 e 2/17 pacientes eram portadores de DRC estágio 2 e 3a no início do estudo, respectivamente. A TRE foi iniciada em média 5 anos após o diagnóstico. Todas as pacientes receberam medicamento antiproteinúrico. A funçao renal permaneceu estável para a maioria das pacientes ao longo do acompanhamento, incluindo a paciente com o mais baixo eRFG (49,5 ml/min) e a de maior proteinúria (2,5 g/24 hs) no início do estudo. A biópsia renal foi realizada antes da TRE em uma paciente sem proteinúria maciça e eRFG normal, e sem apresentar “effacement” dos processos podocitários. Nenhum evento cardíaco ou cerebrovascular foi observado durante o período de acompanhamento. Discussao e Conclusoes: Mulheres heterozigotas para Fabry podem desenvolver manifestaçoes clínicas da doença e, portanto, nao devem ser negligenciadas. A TRE, combinada com bloqueadores do sistema renina-angiotensina, parece ser segura e eficaz para prevenir a progressao da nefropatia de Fabry.

Palavras Chave: Doença de Fabry, evoluçao Fabry em mulheres.


OR: 5694

Lesao endotelial e doença renal subclinica em adolescentes com excesso de peso

Autores: Mesquita L L, Junior G B d S, Filho R C d S, Rolim V d M, Asfor A C P, de Saboia Z M R M, Meneses G C, Martins A M C, Daher E D F

Instituiçoes: Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: A obesidade afeta todas as faixas etárias e é considerada um grave problema de Saúde Pública da atualidade. O objetivo deste estudo foi investigar a presença de lesao endotelial e doença renal subclínica entre adolescentes com excesso de peso (sobrepeso e obesidade). Material e Método: Foi realizado estudo transversal com 57 adolescentes de uma instituiçao pública de ensino em Fortaleza, Ceará, com idade entre 14 e 19 anos, no período de junho a agosto de 2016. Foi realizada avaliaçao antropométrica, incluindo índice de massa corporal (IMC), e aplicado um questionário sócio-demográfico e de frequência alimentar. Amostras de sangue e urina foram coletadas para exames laboratoriais (perfil lipídico, ureia, creatinina, proteinúria), novos biomarcadores de lesao renal (MCP-1, KIM-1, cistatina C) e lesao endotelial (syndecan-1). Foram comparados os dados dos alunos com e sem excesso de peso. Resultados: A média de idade foi de 16 ± 1 anos, sendo 68,4% do sexo feminino; 45 estudantes (80,4%) eram eutróficos, 4 (7,1%) tinham sobrepeso e 7 (12,5%) eram obesos. Apenas 1 (1,7%) foi classificado como desnutrido. A média do IMC foi de 23 ± 4,5kg/m2. Foi identificada maior frequência de consumo de laticínios e refrigerantes pela maioria dos alunos com excesso de peso. Entre os alunos com excesso de peso, foi identificada hipertensao em 27% dos casos e pré-hipertensao em 36%. Dislipidemia foi mais frequente no grupo com excesso de peso. Houve uma tendência à elevaçao dos biomarcadores tradicionais de lesao renal entre os alunos com excesso de peso, bem como dos níveis de MCP-1. Uma tendência á elevaçao dos níveis de syndecan-1 também foi observada entre os alunos com excesso de peso. Associaçao significativa foi observada entre os níveis de syndecan-1 e os níveis de creatinina (r = 0,5, p = 0,001) e triglicerídeos (r = 0,37, p = 0,004), e uma correlaçao negativa com a TFG (r = -0,33, p = 0,02). Discussao e Conclusoes: O excesso de peso é um problema crescente entre crianças e adolescentes, sendo a doença renal e cardiovascular as principais complicaçoes deste distúrbio metabólico. A detecçao precoce de lesao renal e endotelial é fundamental para a doçao de medidas eficazes de prevençao da progressao da doença renal e das complicaçoes cardiovasculares. Os achados deste estudo evidenciam lesao endotelial e renal incipiente entre adolescentes com excesso de peso. Os biomarcadores MCP-1 e syndecan-1 parecem ser úteis na detecçao precoce destas complicaçoes.


OR: 5823

Ampliaçao do fenotipo renal associado a deficiencia familial de lecitina-colesterol acil-transferase (LCAT)

Autores: Sampaio C AT L, Nakano H, Saraiva L, Amaral A G, Costa E S, Watanabe E H, Neves P H, Carrascossi H, Silva J A, Guerra A, Braga R M, Santo R, Testagrossa L, Malheiros D, Reis M, Chacra A P, Maranhao R, Balbo B E P, Onuchic L F

Instituiçoes: HCFMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A lecitina colesterol aciltransferase (LCAT) é uma enzima envolvida no metabolismo do colesterol. A deficiência familial de LCAT (FLD) é uma enfermidade rara, de herança recessiva e associada a deposiçao sistêmica de lípides, que resulta frequentemente em insuficiência renal crônica e opacidades corneanas (fish-eye). Material e Método: Estudo retrospectivo, compreendendo análise clínica, laboratorial e genético-molecular de pacientes com FLD. Resultados: A partir de 3 casos-índice, foram identificadas 10 famílias em 3 regioes geográficas, totalizando 38 indivíduos afetados. Três mutaçoes patogênicas em LCAT foram identificadas nesse grupo de pacientes: p.R268H, p.T298I e P.I227F, correspondentes a cada regiao geográfica. Foram identificados 20 homens e 18 mulheres afetadas, com idade média de 39 anos. Todos apresentavam HDL-c < 10 mg/dL. Sinais de hemólise foram encontrados em 27 casos, entre os quais 25 apresentavam anemia (Hb média de 10,7 g/dL). A avaliaçao nefrológica evidenciou variabilidade de fenótipo, incluindo 7 pacientes em diálise. A maioria dos pacientes apresentava quadro nefrítico-nefrótico, com proteinúria e hematúria. Hipertensao arterial sistêmica (HAS) foi detectada em 22 casos, associando-se a idade > 30 anos a depuraçao de creatinina < 83mL/min/1,73m2 (Odds Ratio de 15,5). Oito dos casos dispunham de biópsia renal, revelando depósitos glomerulares (8/8), esclerose glomerular (7/8), proliferaçao endocapiliar e desdobramento da membrana basal (4/8), e fibrose variável. Microangiopatia trombótica (MAT) foi detectada em 3/8 casos. Todas as biópsias apresentaram dominância/codominância de C3 em mesângio. Discussao e Conclusoes: A variabilidade de fenótipo renal observada na populaçao analisada com FLD sugere que efeitos ambientais e/ou genéticos interfiram na evoluçao para insuficiência renal. Além da deposiçao anômala de colesterol, o desenvolvimento de MAT e a detecçao de um padrao similar à glomerulopatia por C3 também constituem mecanismos de lesao renal. Conclusao: A deficiência de LCAT é uma doença rara e subdiagnosticada. Nossos achados sugerem que os mecanismos determinantes da progressao da doença renal associada a FLD incluam nao apenas os efeitos diretos da deficiência enzimática sobre a deposiçao lipídica, mas também mecanismos imunológicos caracterizados pela ativaçao e deposiçao de complemento.

Palavras Chave: lecitina-colesterol aciltransferase, genetica, insuficiencia renal, anemia, Fish-Eye, sindrome nefrotica, microangiopatia trombotica, glomerulopatia Por C3.


Nefrologia Pediátrica

OR: 4886

Reduçao da taxa de filtraçao glomerular e crescimento estatural de crianças com doença renal crônica em tratamento conservador

Autores: Zuza Y A C F, Ferreira-Filho S R

Instituiçoes: Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) na criança é um problema de saúde pública sub-diagnosticado, com evoluçao desfavorável e de alto custo, sendo a falência do crescimento pondero-estatural uma importante comorbidade, associada com significativas taxas de morbimortalidade. Material e Método: Este trabalho é uma coorte retrospectiva, na qual foram avaliados os prontuários dos pacientes com diagnóstico de DRC nos estágios III, IV e V, em tratamento conservador, entre os anos de 1999 e 2015. Os pacientes (n = 71,) foram acompanhados durante 62,4 49,9 meses, sendo 60.6% do sexo masculino. Foram avaliados idade, altura, sexo, presença de hipertensao arterial sistêmica, relaçao proteína/creatinina urinários, presença de acidose metabólica e taxa estimada de filtraçao glomerular (fórmula de Schwartz) utilizando valores da creatinina sérica durante o período examinado. Na análise estatística foram utilizadas o modelo de regressao de Cox multivariado e o teste do Qui-Quadrado. Resultados: Vinte e cinco pacientes apresentavam déficit estatural no início do acompanhamento. A proteinúria foi associada à dobra da creatinina (p = 0,026) A reduçao da taxa de filtraçao glomerular (TFG) esteve relacionada ao déficit de altura (p = 0,002), assim como a acidose metabólica (p = 0,013). A dobra da creatinina foi associada ao déficit de altura (r = 10,3; p < 0,05), independente da TFG inicial (r = 2,25; p < 0,05). Foi ajustado um modelo de regressao de Cox incluindo a dobra de creatinina como variável tempo-dependente associada a altura (r = 10,6; p < 0,05). Discussao e Conclusoes: Cerca de 35% dos pacientes já apresentava déficit estatural no início do estudo, o que pode estar relacionado ao diagnóstico/referência tardios. A reduçao progressiva da TFG e a acidose metabólica sao fatores associados ao baixo crescimento infantil.

Palavras Chave: doença renal crônica reduçao estatural.


OR: 5448

Excesso de lipídeos versus carboidratos durante a gestaçao e amamentaçao: efeitos renais para a prole de ratas Wistar

Autores: Silva J F, Prado H S, Fernandes E A, Ferreira Neto M L, Balbi A P C

Instituiçoes: Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: Estudos mostram que a ingestao calórica elevada durante a gestaçao pode resultar em ganho excessivo de peso materno, nutriçao inadequada na vida intrauterina e comprometimento de órgaos fetais. Desta forma, os objetivos deste trabalho foram investigar os efeitos renais da ingestao aumentada de lipídeos e de carboidratos, durante a gestaçao e lactaçao, para a prole de ratas Wistar e comparar as 2 dietas, no que diz respeito a esses efeitos. Material e Método: As ratas grávidas foram divididas nos grupos: GC (Grupo Controle: maes submetidas à raçao comercial e água ad libitum-3,5% de lipídeos; 55% carboidratos); GEL (Grupo Experimental Lipídeos: maes submetidas à raçao hiperlipídica e água ad libitum-29% de lipídeos; 37,5% de carboidratos); e GEC (Grupo Experimental Carboidratos – maes submetidas à raçao comercial e soluçao de frutose 20% em substituiçao à água, ad libitum-3,5% de lipídeos; 75% de carboidratos), ao longo da gestaçao e lactaçao. Durante a gestaçao, foram avaliados dados maternos como consumos calórico, de raçao e líquidos, variaçao de peso corporal e glicemia ao 20º dia de gravidez. As análises realizadas nos filhotes foram: relaçao peso do rim/peso do corpo (PR/PC) em 1, 7, 30 e 90 dias (D), glicemia, morfometria (áreas do corpúsculo renal, tufo glomerular e espaço capsular), colesterol total (CT) e triglicerídeos (TG), Taxa de Filtraçao Glomerular (TFG) e Pressao Arterial Sistólica (PAS) nos filhotes de 90D. Resultados: Quanto às maes, nao houve diferenças entre os grupos para os consumos alimentar, líquido e glicemia. No entanto, apesar do consumo calórico ter sido maior nas maes dos GEL e GEC, principalmente no GEL, as do GEC apresentaram maior ganho de peso nesta fase, comparadas às do GC. A relaçao PR/PC foi menor nos filhotes de 1D do GEL e nos de 7 e 30D do GEC, em relaçao ao GC de mesmas idades. Nos filhotes de 90D, nao houve diferenças entre os grupos nos parâmetros morfométricos e níveis de CT, mas houve aumento de TG nos GEL e GEC. A glicemia foi maior nos grupos experimentais em relaçao ao GC, com maior aumento no GEL, quando comparado a GEC. A TFG foi menor nos grupos GEL e GEC e a PAS maior nos mesmos grupos, especialmente no GEC, ambas comparadas ao GC. Discussao e Conclusoes: Tanto o excesso de lipídeos quanto o de carboidratos, durante a gestaçao e lactaçao, podem induzir um programming de lesao renal, resultando em hipertensao e reduçao da TFG na prole adulta de ratas Wistar, além do excesso de lipídeos ter promovido maior glicemia nesses animais.

Palavras Chave: lipídeos, carboidratos, gestaçao, funçao renal, pressao arterial, prole, ratos Wistar.


OR: 5747

Cistinose em pacientes transplantados – estudo retrospectivo

Autores: Gomes S P A, de Almeida I M, Neto E D, Nahas W, Vaisbich M H

Instituiçoes: Instituto da Criança – HCFMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Cistinose é uma doença grave sistêmica autossômica recessiva por acúmulo intralisosomal de cistina; o acometimento renal é precoce levando a doença renal crônica terminal. Nao recorre no enxerto, porém existem poucos relatos sobre o prognóstico do enxerto e dos pacientes. Objetivo: Relatar resultados de pacientes submetidos a transplante renal (Tx) em uso de cisteamine (droga depletora dos estoques de cistina). Material e Método: Estudo retrospectivo com informaçoes de um banco de dados eletrônico, neste toda a informaçao é gravada de pacientes hospitalizados e ambulatoriais. Data de início dos eventos clínicos, como o acometimento extra-renal, foi calculada conforme registro de evento ou quando da introduçao de medicamentos. Avaliamos a funçao renal (eGFR foi calculada usando a equaçao MDRD para pacientes acima de 18 anos e fórmula de Schwartz para a idade para pacientes até 17 anos completos) e parâmetros antropométricos.Resultados: Entre 1986 e 2017, 27 pacientes receberam transplante renal, sendo 12 do sexo feminino e 15 do sexo masculino. A idade ao diagnóstico de cistinose foi 71,5 ± 48,3 meses e a idade no início de cisteamine foi 123 ± 75,7 meses. A idade média ao Tx foi de 10 ±3,21 anos. Três pacientes perderam seus enxertos: 2 por nefropatia crônica do enxerto e 1 por trombose. Dois receberam novo transplante e 2 pacientes foram a óbito. A avaliaçao da média da creatinina sérica inicial foi de 6,52 ± 2,13 mg/dl e o ClCr 13,2 ± 5,48 e a média da creatinina final foi de 1,52 ± mg/dl e o ClCr 83,2 ± 29,38. Quatorze pacientes desenvolveram hipotireoidismo (51%), 8 (29%) desenvolveram Diabetes Mellitus, 4 (14 %) apresentaram disfunçao de deglutiçao e a fotofobia ocorreu em todos os pacientes. Dois pacientes fizeram transplante de córnea, aos 29 e 26 anos de idade. Houve uma melhora no Z-score de altura no pré-transplante -3,80 ± 1,52 em comparaçao aos 24 meses após o transplante -3,16 ± 1,16 e da última creatinina avaliada -2,34 ± 0,77. No Z score de IMC nao houve mudança significativa: -028 ± 0,82 no pré-Tx, 0,13 ± 0,89 após 24 meses e -0,43 ± 1,11. Discussao e Conclusoes: Este estudo mostou excelente sobrevida de enxerto em pacientes com cistinose, porém observamos uma alta incidência de complicaçoes extra-renais. Uma explicaçao pode ser má adesao a cisteamine devido a seus efeitos colaterais e a sua posologia (cada 6 horas). Além disso a cisteamine nao tem se mostrado totalmente eficaz em séries controladas e outros mecanismos têm sido implicados na patogênese da doença.

Palavras Chave: Cistinose, Transplante Renal.


OR: 5822

Acido urico, hipertensao e espessura medio-intimal da carotida em crianças com doença renal cronica

Autores: Lopes R, de Carvalho A B, Oliveira F L C, Brecheret A P, Abreu A L C S, Andrade M C

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – Unifesp – SP – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Marcadores de doenças cardiovasculares têm sido associados ao aumento da morbidade e mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC). O ácido úrico sérico (AU) está relacionado à hipertensao e aumenta o risco cardiovascular. Estes marcadores têm sido comumente usados para estudar a evoluçao da doença cardiovascular em crianças com DRC. A medida da espessura médio-intimal (EMI) tornou-se uma ferramenta adicional para a detecçao precoce de lesao arterial e avaliaçao do risco cardiovascular nesses pacientes. O objetivo do nosso trabalho foi avaliar o nível sérico de ácido úrico, hipertensao, uso de alopurinol e sua relaçao com a EMI em pacientes com DRC. Material e Método: Estudo transversal com 55 pacientes (60% do sexo masculino), com idade de 11,7 anos (6,2-17,4 anos), 43 em tratamento conservador e 12 em diálise crônica. Os níveis séricos de AU foram obtidos para todos os pacientes. A hipertensao foi definida de acordo com o “Fourth Report of Blood Pressure in Children” como pressao arterial sistólica e/ou diastólica maior ou igual percentil 95. As medidas de EMI foram avaliadas por ultrassonografia pelo mesmo examinador e comparadas com percentis estabelecidos para EMI de acordo com o sexo e altura. Resultados: Verificou-se que 25 (45,4%) dos 55 pacientes apresentavam AU elevado, 32 (58,2%) estavam sem tratamento com alopurinol, 18 (32,7%) eram hipertensos e 41 (74,5%) apresentavam EMI alterada. Controlando-se pelo estágio da DRC, verificou-se através do modelo logístico multivariado que houve maior chance de EMI alterada entre pacientes que nao estavam em tratamento com alopurinol (RP = 1,32; IC95%: 1,01;1,74; p = 0,047) e os hipertensos (Rp = 1,28; IC95%: 1,04; 1,58; p = 0,023). Discussao e Conclusoes: Este estudo corroborou com os achados da literatura, os quais indicam que a doença cardiovascular está independentemente associada com hiperuricemia e hipertensao. O controle mais rigoroso da pressao arterial, além da monitoramento do ácido úrico sérico e a indicaçao do alopurinol foram fatores importantes na detecçao precoce da doença cardiovascular.

Palavras Chave: ácido úrico, hipertensao, espessura médio-intimal, doença renal crônica.


OR: 5827

O impacto do ganho interdialítico em crianças de baixo peso submetidas a hemodiálise cronica

Autores: Henriques C L, Camargo M F C, Vieira S, Jardim M F S, Komi S, Nogueira P C K

Instituiçoes: Samaritano – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A doença cardiovascular é uma das principais causas de mortalidade e morbidade em crianças com doença renal crônica. Existem vários estudos em adultos sobre o impacto do ganho interdialítico na doença cardiovascular e sua correlaçao com a hipertrofia de ventrículo esquerdo. O objetivo do trabalho é avaliar o impacto do ganho interdialítco (GID) em crianças de baixo peso (menor 15kg) que realizam hemodiálise crônica (HD). Também avaliamos o impacto do GID no crescimento estatural das crianças. Material e Método: Cohort prospectiva de 30 pacientes (8F, 22M),com idade media de 2.4 anos (20 dias – 6.8 anos), peso médio de 8.4 Kg (2.8 – 13.7) e uma mediana de seguimento 231 dias (IQR = 120 – 334). A mediana do numero de sessoes HD/semana foi de 6 (somente uma criança realizava hemodiálise convencional de 3sessoes/semana). Avaliamos a mediana do GID mensal (GID foi definido como a diferença entre o peso pre HD e o peso seco estimado) e testamos sua associaçao com: a) Z-score do indice de massa de ventriculo esquerdo b) estabilidade hemodinâmica do paciente, avaliada através da dose de drogas vasoativas necessárias para manutençao de pressao arterial durante as sessoes de hemodiálise c) crescimento, avaliado pela diferença de medidas de Z-score altura/idade (última medida menos a primeira, durante o período de acompanhamento). Resultados: Realizamos a regressao linear univariada e observamos uma associaçao importante entre GID e: a) massa de ventriculo esquerdo, sendo que cada aumento de 1% no GID está associado com uma elevaçao de 0.30 SDS no índice de massa de ventrículo esquerdo (p = 0.048) b) mediana da dose de dopamina usada durante as sessoes, mostrando que para cada aumento de 1% no GID está relacionado aum aumento de 0.87mcg/kg/minuto na dose de dopamina (p = 0.020). Com relaçao ao crescimento, pacientes com GID abaixo da mediana da amostra (3.9%) mostraram um aumento de 0.5 SDS na altura/idade durante o seguimento, enquanto pacientes com GID acima da mediana de 3,9% tiveram um aumento de apenas 0.1 SDS (p = 0.04). Discussao e Conclusoes: No nosso estudo, o GID elevado está associado com o aumento de massa de ventrículo esquerdo, necessidade de doses maiores de drogas vasoativas durante as sessoes de hemodiálise e tem um impacto negativo no crescimento das crianças. Esses fatos reforçam a necessidade de um controle rigoroso do GID em crianças pequenas que realizam HD cronica.

Palavras Chave: ganho interdialitico, hipertrofia de ventriculo esquerdo.


OR: 5828

Rituximabe na sindrome nefrotica da criança e do adolescente: revisao sistematica e meta-analise

Autores: Rigatto S Z, Molina E, Belangero V M S, Galvao T F

Instituiçoes: FCM – Unicamp – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O uso do rituximabe como alternativa para controle da Síndrome Nefrótica da criança e do adolescente e reduçao dos efeitos adversos nos pacientes dependentes de corticoterapia e/ou de outros imunossupressores nao está estabelecido. Objetivo: avaliar a eficácia e segurança do rituximabe na síndrome nefrótica cortico-dependente (SNCD) em crianças e adolescentes. Material e Método: Realizamos uma revisao sistemática da literatura em que foram elegíveis ensaios clínicos randomizados que avaliaram o uso de rituximabe comparado a terapia padrao em crianças entre um e 18 anos de idade com síndrome nefrótica cortico-dependente. Foram realizadas buscas nas bases PubMed, Embase, Cochrane Library, SciELO e Bireme. Duas nefrologistas pediátricas selecionaram os estudos elegíveis de modo independente e extraíram os dados e avaliaram a qualidade dos estudos incluídos. Os desfechos foram sumarizados pelo modelo de Mantel-Hanzel com efeitos randômicos utilizando-se software Review Manager 5.3 para cálculo do risco relativo (RR) com intervalo de confiança de 95% (IC95%) e heterogeneidade. Resultados: As buscas recuperaram 354 estudos dos quais tres foram incluídos, totalizando 131 pacientes randomizadas. As pesquisas tiveram alto risco de viés principalmente na aferiçao dos desfechos, em perdas de seguimento e relato seletivo. Crianças tratadas com rituximabe tiveram mais remissao em um ano (2 estudos; n = 78; RR = 6,76; IC95%: 2,18-20,93; I2 = 0%) e em seis meses (3 estudos; n = 131; RR = 5,36; IC95%: 1,24-23,13; I2 = 76%) quando comparadas à terapia padrao com corticóide. O risco de recidiva em um ano foi menor com rituximabe (2 estudos; n = 78; RR = 0,50; IC95%: 0,31-0,81; I2 = 35%). Reaçoes adversas foram mais frequentes com rituximabe (2 estudos; n = 78; RR = 2,05; IC95%: 0,94-4,45; I2 = 0%). Discussao e Conclusoes: A inclusao do rituximabe no arsenal terapêutico da SNCD pode ser considerado desde que haja eficácia terapêutica favorável e segurança em sua utilizaçao. Evidências de muito baixa qualidade mostram eficácia do rituximabe na remissao da síndrome nefrótica infantil e prevençao de recidivas, associadas a maior risco de reaçoes adversas. Os resultados sao provenientes de poucos estudos com tamanho de amostra reduzido, limitando a generalizaçao desses resultados.

Palavras Chave: síndrome nefrótica córtico-dependente, crianças e adolescentes, rituximabe, revisao sistemática, meta-análise.


OR: 5899

Oferta proteica e mortalidade em crianças com lesao renal aguda associada a sepse em hemodiafiltraçao continua

Autores: Rodrigues K R, Tavares M S, Delgado A F, Watanabe A

Instituiçoes: Instituto da Criança – HCFMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A sepse é uma condiçao associada à elevaçao do risco de morte em crianças com lesao renal aguda (LRA). A análise dos fatores de risco de morte em pacientes submetidos à hemodiafiltraçao venovenosa (HDF) contínua por esta causa ainda é pouco estudada. O objetivo do presente trabalho é avaliar possível relaçao entre prescriçao da oferta proteica diária durante o período de internaçao e HDF, nível de albumina e linfócitos, PRISM 2 e evoluçao para óbito. Material e Método: Estudo de coorte retrospectivo conduzido em hospital quaternário com crianças e adolescentes com o diagnóstico de LRA associada à sepse (S-AKI) submetidos a HDF no período de 01/01/2015 a 31/12/2015. Foram avaliados o índice PRISM 2 à admissao, coletados exames (albumina, contagem de linfócitos), avaliada a oferta proteica média durante o período de utilizaçao da HDF e a evoluçao para óbito. Resultados: Vinte e oito pacientes preencheram os critérios de inclusao, sendo que 18 (64,2%) evoluíram à óbito. A mediana do PRISM 2 foi de 4,25 (1-48), 92,8% estavam em uso de drogas vasoativas, 96,42% em ventilaçao mecânica; a hemocultura foi positiva em 75% dos casos. Onze pacientes (39,2%) estavam em pós-operatório. A mediana de linfócitos de 2.005/mm3 (0-7.780) e albumina 2,56 ± 0,66 g/dL. A oferta proteica média diária foi de 1,29 g/kg/dia (óbito) e 1,25 g/kg/dia (sobreviventes) – p = 0,43. O PRISM 2 dos que evoluíram para óbito foi de 5,5 (1,1-30) e 1,45 (1-48) para os sobreviventes p = 0,03. Avaliando a curva ROC, a área sob a curva foi de 0,758 (p = 0,02). Nao houve diferença do tempo de internaçao na UTI (p = 0,631); albumina (p = 0,177) e linfócitos (p = 0,517). Discussao e Conclusoes: Na populaçao estudada, com parâmetros homogêneos, a prescriçao da oferta proteica média durante a HDF nao foi determinante para a sobrevivência. Somente a gravidade clínica, refletida pelo índice PRISM 2, foi determinante do maior risco para óbito nesta populaçao. A análise de outros fatores nao considerados no presente estudo sao necessários em pesquisas futuras no tocante à parâmetros nutricionais em crianças com S-AKI e em HDF.

Palavras Chave: lesao renal aguda, sepse, oferta proteica, hemodiafiltraçao.


Terapia Renal Substitutiva

OR: 5383

Diabetes mellitus modula a interaçao da dimetil arginina assimetrica com a inflamaçao na hemodialise

Autores: Marrocos M S M, Teixeira A A, Quinto B M R, Carmona S D M, Rodrigues C J, Manfredi S R, Canziani M E, Batista M C

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, New England Medical Center, Tufts University, Nephrology – Estados Unidos, Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Dimetil Arginina Assimétrica (ADMA), está relacionada com mortalidade na hemodiálise (HD). ADMA e inflamaçao estao implicados na disfunçao endotelial. Analisada a interaçao entre ADMA e PCR entre pacientes DM(-) e (+) em HD. Material e Método: ADMA pré-HD medida por HPLC em 202 indivíduos adultos prevalentes em HD. PCR medida por imunoturbidimetria ultra-sensível. Associaçao com mortalidade, em 4 anos, através do SPSS 23.0. Resultados: Quarenta indivíduos censurados por transplante renal. DM+ eram mais velhos (57,1 ± 13,3 x 50,2 ± 15,1 anos, p =,002), com maior IMC (25,9 ± 2,9 x 24,9 ± 2,4, p =,017), maior prevalência de doença coronariana (36,9% x 15,0%, p =,001). ADMA e PCR foram semelhantes entre DM+ e DM-. Apenas ADMA – mediana IQR µM – (0,88 0,60 – 1,37 e 1,71 1,34 – 2,17 p =,000) e PCR – mediana IQR mg/dL – (0,38 0,15 – 1,18 e 0,77 0,23 – 2,25 p =,034) diferiram entre indivíduos sem (O-) ou com óbito (O+). Apenas ADMA – mediana IQR µM – (1,03 0,81 – 1,55 e 1,95 1,75 – 2,54 p =,000) diferiu entre pacientes DM-, O- ou O+. Em regressao logística, ADMA se manteve como variável relacionada com mortalidade em DM- (OR 2,379 CI 1,36 – 3,68 p =,000). DM+ nao apresentou diferenças entre O- ou O+. Em 4 grupos de acordo com mediana ADMA e PCR – I = menores ADMA e PCR, II = maior PCR e menor ADMA, III = menor PCR e maior ADMA e IV = maiores ADMA e PCR – mortalidades respectivas de 0,0%, 0,0%, 31,0%, 69,0% entre DM- (p =,000). Sem diferenças na mortalidade entre DM+. Discussao e Conclusoes: ADMA mostrou relaçao com mortalidade em DM- em HD e poderia melhorar a avaliaçao do risco de mortalidade nestes pacientes. Outros fatores de risco podem se sobrepor à ADMA e DM+. Efeito sinérgico da ADMA e PCR; mortalidade no grupo IV em DM- em HD superiorior a simples adiçao da mortalidade do grupo III com II ou I.

Palavras Chave: ADMA, PCR, hemodiálise, mortalidade.


OR: 5445

Peritonites por bastonetes Gram negativos. Aspectos clínicos e microbiológicos de 179 episódios em um único centro brasileiro

Autores: dos Santos A C M L, Hernandes R T, Cunha M d L R d S, Barretti P

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil, Instituto de Biociências de Botucatu-UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Peritonites por bacilos Gram negativos (BGN) sao complicaçao grave da diálise peritoneal, resultado em falência da técnica em proporçao significativa de casos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto das características microbiológicas e clínicas das peritonites por BGN sobre a evoluçao clínica dos episódios. Material e Método: Os dados clínicos de episódios ocorridos entre 1998 e 2014 foram revisados. Nos isolados de peritonites foram pesquisados genotipicamente a presença de fatores de virulência; fenotipicamente a produçao de biofilme e determinada a sensibilidade in vitro por E test. Associaçoes entre fatores clínicos e microbiológicos com o desfecho cura foram testadas por regressao logística. Resultados: Em 143 pacientes houve 179 episódios, 109 por enterobactérias e 70 por BGN nao fermentadores (BGNNF). Entre a enterobactérias ocorreram 29 casos Escherichia coli, 27 por Klebsiella spp, 24 por Enterobacter spp, 19 por Serratia spp e 10 por outras etiologias. Entre os BGNNF, houve 37 casos por Pseudomonas spp, 23 casos por Acinetobacter spp e 10 por outras espécies. Entre as enterobactérias nao se observou resistência à amicacina, ceftazidima, cefepime e imipenen, com 7 casos (6,4%) de resistência à ciprofloxacina. Entre os BGNNF detectou-se resistência à amicacina em 40,4% dos casos, à ceftazidima em 25%, ao cefepime em 25% e ao imipenen em 15,4%. A percentagem de resoluçao foi de 54,1% para as enterobactérias e de 34,2% para os BGNNF (p < 0,01). No conjunto de episódios a sensibilidade à amicacina foi o único preditor independente de cura (O R = 5,88; IC 95% 1,25-27,7, p = 0,025), e maior idade se associou a menor chance de cura (O R = 0,98; IC 95% 0,96-0,99 p = 0,02). Nos episódios por enterobactérias apenas idade se associou à menor chance de cura (O R=0,98; IC 95% 0,95-0,99 p = 0,04) e nas infecçoes por BGNNF infecçao do óstio de saída (IOS) foi preditora de menor chance de cura (O R = 0,11 IC 95% 0,08-0,75 p = 0,02) e a sensibilidade à amicacina preditora de cura (O R = 8,04; IC 95% 1,12-52,8, p = 0,04). Isoladamente, a presença de biofilme e de marcadores de virulência nao se associaram ao desfecho. Discussao e Conclusoes: Peritonites por enterobactérias apresentam baixa resistência bacteriana e baixa taxa de resoluçao; maior idade se associou a menor chance de cura; fatores de virulência, atuando em conjunto, podem ter influenciado o desfecho. Infecçoes por BGNNF apresentam elevada resistência e baixa taxa de resoluçao; idade, IOS e resistência bacteriana influenciam negativamente a evoluçao.

Palavras Chave: peritonite, bacilos Gram negativos, diálise peritoneal, resistência bacteriana, fatores de virulência.


OR: 5599

Balanço hídrico é preditor de mortalidade para pacientes com lesao renal aguda séptica submetidos a hemodiálise prolongada

Autores: Albino B B, Balbi A L, Gobo M, Freitas F M, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade de Medicina – UNESP Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A lesao renal aguda (LRA) é frequente em pacientes críticos e a sobrecarga hídrica é uma de suas principais consequências. Este foi um estudo prospectivo com objetivo de avaliar a relaçao entre balanço hídrico (BH) e óbito de pacientes críticos com LRA submetidos a sessoes de Hemodiálise Prolongada (HDP). Material e Método: Foi utilizada a base de dados do estudo “Avaliaçao da mortalidade e recuperaçao da funçao renal de pacientes com lesao renal aguda submetidos a diferentes duraçoes de hemodiálise prolongada”, incluindo pacientes maiores de 18 anos, com LRA associada à sepse, em uso de noradrenalina entre 0,3 e 0,7 ug/kg/min. As comparaçoes das variáveis contínuas foram realizadas através dos testes t Student ou de Mann-Whitney, e para as variáveis categóricas, pelo teste Qui-Quadrado. Realizada regressao logística uni e multivariada para associaçao com fatores de risco para o óbito. Foi construída a curva ROC para analisar o valor preditivo do BH ou da sobrecarga de volume para o óbito antes e após o início da HDP. O nível de significância considerado foi de 5%. Resultados: O grupo de sobreviventes foi composto de 35 pacientes e 159 pacientes evoluíram à óbito. Os grupos apresentaram diferenças em relaçao ao peso (68 ± 18 x 76,3 ± 23,2, p = 0,04), índice prognóstico SOFA (12 ± 2,5 x 13,4 ± 3,3, p = 0,01), BH pré e pós 3 sessoes de diálise (2,5 ± 1,5 x 13,4 ± 3,3, p = 0,002 e -0,48 ± 0,4 x 1,27 ± 2,3, p = 0,003 respectivamente) e dose de noradrenalina no final da HDP (0,53 ± 0,32 x 0,74 ± 0,52, p = 0,026). O BH cumulativo foi analisado antes do início da diálise e durante as três primeiras sessoes de HDP, e houve diferença entre os grupos no momento pré diálise e após a terceira sessao, sendo maior no grupo nao sobrevivente (2,5 ± 1,5 x 3,67 ± 2, p = 0,004 e 0,71 ± 2,84 x 1,27 ± 2,3, p = 0,003; respectivamente). Após regressao logística, o BH positivo pré e pós diálise foi a única variável identificada como fator de risco para óbito (OR = 1,6, p = 0,03 e OR = 1,54, p = 0,002 respectivamente). A curva ROC mostrou que BH positivo pré início da HDP foi preditor de óbito (AUC = 0,69), sendo 2,45 l o valor de cutoff com sensibilidade (S) de 77% e especificidade (E) de 74% assim como o BH cumulativo após 3 sessoes de HDP com AUC = 0,79, sendo o cutoff de -0,51l, S = 81% e E = 82%. Discussao e Conclusoes: BH positivo pré e após tratamento hemodialítico foi preditor de óbito para pacientes com LRA séptica tratados por HDP.

Palavras Chave: lesao renal aguda, hemodiálise prolongada, óbito.


OR: 5849

Concentraçao de cálcio no dialisato e avaliaçao do Strain Global Longitudinal Miocárdico por Speckle Tracking: um estudo randomizado

Autores: Silva V B, Macedo T A, Drager L F, Graciolli F G, Dominguez W V, Moyses R A, Elias R M

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Sao paulo – SP – Brasil

Introduçao: Hemodiálise clássica (HD) está potencialmente associada a dano miocárdico, com a ocorrência de “miocárdio atordoado”. A alteraçao do Strain Longitudinal Global Miocardico (SLG) está associada a vários desfechos como: disfunçao ventricular, mortalidade global e cardiovascular. A concentraçao de cálcio no dialisato (d[Ca]) pode ter um papel importante no evento, pois está associada à estabilidade hemodinâmica durante a HD. Objetivo do estudo é avaliar a associaçao entre a concentraçao de cálcio no dialisato e o Strain Longitudinal Global Miocárdico em pacientes em HD ambulatorial. Material e Método: O Estudo é um ensaio clínico, randomizado, aberto, onde pacientes em HD ambulatorial (3x por semana) foram randomizados para 2 abordagens, em modelo Cross-over: Alta concentraçao de cálcio em dialisato (1,75 mmol/l) e Baixa concentraçao de cálcio (1,25 mmol/l) em 2 sessoes de HD (1º diálise da semana) consecutivas. HD duraçao de 4 horas, com mesma ultrafiltraçao(UF) e mesma temperatura (35,5°C) nas 2 sessoes. Foi realizado Ecocardiograma Transtorácico com avaliaçao de SLG antes da HD (pré-HD) e no pico da HD (30 minutos antes do final da HD). O SLG foi avaliado pela técnica de Speckle Tracking por um único observador, cego com relaçao a concentraçao de cálcio no dialisato. Resultados: Um total de 19 pacientes (6 homens, idade de 44 ± 13 anos) foram avaliados, a UF média foi de 3.063 ± 534 ml (mesma em ambas as sessoes HD). Apesar da mesma UF, HD com baixa d[Ca] apresentou maior queda de pressao arterial média ao final da HD (p = 0,006). SLG pré-HD, no pico-HD com baixa d[Ca] e com alta d[Ca] foram respectivamente: -19,8 ± 3,7, -17,3 ± 2,9 e -16,1 ± 2,6 (p < 0,0001). SLG pré-HD se correlacionou com nivel de Troponina I (p < 0,001), Proteina C reativa (p < 0.012), transferrina (p = 0.0001) e α2 macroglobulin (r = -0.619, p = 0.033). O Delta SLG (diferença entre o SLG no pico e pré -HD) se correlacionou com ultrafiltraçao e fator 4 plaquetário. O Delta SLG foi pior nos pacientes com PTH > 300pg/ml (p = 0.038), mesmo após ajuste para UF, marcadores inflamatórios e d[Ca]. Discussao e Conclusoes: Baixa concentraçao de cálcio no dialisato associou-se com melhores valores de Strain miocárdico no pico da diálise, o que pode determinar um menor risco de dano miocárdico induzido pela HD. PTH pré diálise maior que 300 pg/ml e marcadores inflamatórios parecem contribuir com um pior SLG. Estudos adicionais sao necessários para elucidar os mecanismos pelos quais a d[Ca] durante a HD pode interferir com a deformaçao miocárdica.

Palavras Chave: Strain longitudinal global; dialisato, cálcio.


OR: 5864

Mudança no padrao de drop-out em diálise peritoneal

Autores: Santa Catharina G P, Barsotti G C, Guimaraes E A, Adao R S, Santos C D R, Pereira B J, Silva B C, Elias R M, Abensur H

Instituiçoes: HC FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A diálise peritoneal (DP) como método de terapia renal substitutiva é uma opçao para cerca de 10% dos pacientes com Doença Renal Crônica dialítica (DRCt) no Brasil segundo dados do BRAZPD, apresentando uma sobrevida da técnica em média de 35% em 5 anos. As causas nao fatais de abandono de terapêutica mais prevalentes na literatura sao: peritonite, problemas com cateter e diálise inadequada. Este presente estudo teve como objetivo identificar as principais causas de drop-out atuais em nosso meio. Material e Método: Estudo prospectivo observacional que incluiu 147 pacientes inscritos em programa de diálise peritoneal no Hospital das Clínicas da FMUSP, no período de 01/10/2010 a 15/05/2017. Foram coletados dados clínicos e avaliados os desfechos: morte, transplante renal, recuperaçao de funçao renal e troca de método dialítico por complicaçoes infecciosas, disfunçao do cateter ou falência do método. Realizada análise multivariada correlacionando a falência do método com variáveis dependentes. Resultados: 51,7% dos pacientes eram homens e a idade média foi de 48,3±18,6 anos. As principais etiologias da DRCt foram Hipertensao Arterial (49%), Glomerulopatias (18%) e Diabetes Mellitus (14%). A maior parte dos acessos peritoneais foi realizada por Nefrologista (60%). No período foram identificados 98 pacientes (66%) que abandonaram o método. Falência peritoneal foi encontrada em 37 pacientes, representando a causa mais comum de drop-out em 38% da amostra, seguida respectivamente por: transplante renal (20%), nao funcionamento do cateter (13%) e óbito (13%). Identificamos a peritonite como a 4ª causa de transiçao para hemodiálise, representando 12% da amostra. A regressao logística nao identificou correlaçao entre falência do método e nenhuma das outras variáveis dependentes. Discussao e Conclusoes: A melhora da qualidade técnica da diálise conseguiu diminuir a taxa de infecçao e conseqüentemente de casos de peritonite. Com isso, podemos perceber uma mudança no padrao de drop-out quando comparado à coortes descritas previamente, onde a peritonite se encontrava entre as principais causas de mudança de método. Com o avanço da DP nos últimos anos o controle de causas de mudança do método dialítico, tais como infecçao e falência de ultrafiltraçao, tornou possível um aumento da sobrevida da técnica. Conhecer o principal fator causador de drop-out do serviço pode auxiliar em medidas que preservem os pacientes em DP como forma de terapia renal substitutiva.

Palavras Chave: Diálise Peritoneal, Peritonite, Doença Renal Crônica, Diálise.


OR: 5948

Impacto da hemodiafiltraçao na atividade fisica e desfechos auto-referidos de pacientes com doença renal cronica (HDFIT): descriçao da metodologia e dos dados da visita inicial

Autores: Pecoits-Filho R, Barra A B, Cuvello-Neto A, Poli de Figueiredo C E, Dambinski A C, Martins de Castro M C, Calice-Silva V, Santos K, Ferreira L, Pecly I, Strogoff de Matos J P, Canziane M E

Instituiçoes: HDFit – Estudo Multicentrico de hemodiafiltraçao online de alto volume. – Curitiba – Paraná – Brasil

Introduçao: A hemodiafiltraçao online (HDF-OL) de alto volume é um método dialítico que combina os componentes difusivos e convectivos para remoçao de moléculas durante o procedimento com utilizaçao crescente no mundo. O estudo HDFit representa a primeira iniciativa Brasileira de avaliaçao do impacto deste método em atividade física e desfechos auto-referidos comparados a hemodiálise tradicional de alto fluxo. Material e Método: Este é um ensaio clínico randomizado controlado que irá analisar o impacto da HDF-OL de alto volume em comparaçao com HD de alto fluxo na atividade física, medida pelo número de passos medidos por acelerômetro como objetivo primário. Qualidade de vida e tempo para se recuperar de uma sessao de diálise serao utilizados como os resultados exploratórios (desfechos secundários). O estudo também irá capturar os dados de segurança, com base em eventos intra-dialíticos, internaçao e mortalidade. Análises bioquímicas (a partir da coleta de rotina mensal dos centros) e dados de prescriçao de drogas serao monitorados para análise fármaco-econômica. Amostras de soro serao coletadas e armazenadas para análise futura de biomarcadores. Detalhes do estudo podem ser conferidos no site ClinicalTrials. gov (OR NCT02787161). Resultados: 104 pacientes foram randomizados até o momento. As características clínicas dos pacientes incluídos no estudo demostram equilíbrio entre os braços do estudo após a randomizaçao em relaçao a idade (55 ± 14 vs. 54 ± 14 anos), sexo (60 vs. 74% de homens), presença de diabetes (37 vs. 17%), uso de prótese ou cateter (20 vs. 14%), níveis de hemoglobina (11 ± 2 vs. 11 ± 1g/L), fósforo (5,5 ± 1,5 vs. 5,2 ± 1,3mg/dL) e sinais de hiperidrataçao (OH pelo BCM de 1,3 vs. 1,5L), respectivamente para os grupos de HDF e HD. Discussao e Conclusoes: O estudo HDFit representa a primeira experiência multicêntrica Brasileira com HDF-OL de alto volume, em um desenho de estudo randomizado e controlado comparando o método com a HD tradicional. A implementaçao do protocolo em múltiplas clínicas está sendo realizada com sucesso, e os resultados comparativos estarao disponíveis no início do ano de 2018.

Palavras Chave: Hemodiafiltraçao online de alto volume, hemodiálise.


Transplante Renal

OR: 5433

Desfechos do transplante renal de urgencia em pacientes priorizados por falencia de acesso vascular

Autores: Oliveira J G, Dantas G L, Mesquita L L, Oliveira M R, Costa S D, Daher E F, Esmeraldo R M, Sandes-Freitas T V

Instituiçoes: Hospital Geral de Fortaleza – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: Há pouca informaçao disponível sobre o perfil clínico e os desfechos após o transplante renal (TxR) de pacientes transplantados sob prioridade por falência de acesso vascular no Brasil. Material e Método: Estudo de caso-controle, incluindo 74 pacientes transplantados sob prioridade por falencia de acesso vascular em um centro único entre Jan/10-Mar/16 e 74 nao priorizados, pareados pelo tempo de TxR. Resultados: Entre os priorizados, predominaram mulheres (58 vs. 34%, p = 0,005), com maior PRA I (22 ± 33 vs. 12 ± 24%, p = 0,029), PRA II (12 ± 24 vs. 7 ± 22%, p = 0,005), MM HLA (4,8 ± 0,9 vs. 3,8 ± 1,3, p < 0,001), maior percentual de Re-TxR (27 vs. 4%, p < 0,001), maior tempo entre o início da diálise e a inscriçao para o TxR (55 ± 53 vs. 29 ± 24 meses, p = 0,002). Nao houve diferença quanto a idade (40 ± 19 anos), IMC (23 ± 6Kg/m2), raça (73% pardos), etiologia da doença renal crônica (DRC, 39% indeterminada), antecedente de diabetes (15%), tempo em lista (8,5 ± 15 meses), e perfil do doador (0,7% DCE). Nao houve diferença na incidencia de DGF (47%), rejeiçao aguda (7%), reinternaçao no 1o mês (18%), taxa de filtraçao glomerular em 1 ano (63 ± 33 mL/min) e sobrevida do paciente em 1 ano (97%). No entanto, os priorizados apresentaram maior tempo de internaçao após o TxR (29 ± 36 vs. 16 ± 12 dias, p = 0,001) e pior sobrevida do enxerto censurada para o óbito em 1 ano (88 vs. 99%, p = 0,002). 44% das perdas neste grupo ocorrem por trombose. Priorizaçao (HR 8,101, p = 0,050) e Re-Tx (HR 3,868, p = 0,018) foram fatores de risco independentes para perda. Discussao e Conclusoes: Os pacientes transplantados sob prioridade foram predominantemente mulheres jovens, nao diabéticas, com alto risco imunológico, que permanecem longo período entre o início da diálise e a inscriçao para o TxR. Estes pacientes evoluíram com elevado percentual de perda do enxerto, principalmente por trombose. Estes resultados apontam para a necessidade de políticas locais para estímulo e monitoramento do referenciamento precoce para o TxR em pacientes com DRC estadio 5.

Palavras Chave: Priorizaçao; transplante de urgencia; falencia de acesso vascular.


OR: 5434

Eficacia e segurança da induçao com baixa dose de globulina anti-timocito em receptores de transplante renal em regime de manutençao livre de esteroide baseado em tacrolimo e everolimo

Autores: Sandes-Freitas T V, Juqueira Junior J, Costa S D, Girao C M, Sales M L M B O, Esmeraldo R M

Instituiçoes: Hospital Geral de Fortaleza – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: Estudos recentes demonstram que a induçao com globulina anti-timócito (ATG) em baixas doses (< 4,5mg/kg) é igualmente eficaz ao uso das doses rotineiramente utilizadas nos dias atuais (4,5-6mg/kg), reduzindo eventos adversos e custo. Nao há evidencias sobre o uso de ATG em baixas doses em pacientes em regimes de minimizaçao livres de esteroide. Material e Método: Estudo aberto, prospectivo, randomizado, unicêntrico, incluindo receptores de transplante renal com doador falecido, adultos, com PRA ≤ 50% e DSA negativo. Os pacientes randomizados para o grupo 1 (G1) receberam ATG 3mg/kg (1,5mg/kg x 2 doses) e aqueles randomizados para o grupo 2 (G2) receberam 6mg/kg (1,5mg/kg x 4 doses). O regime de manutençao consistiu de tacrolimo (TAC) C0 4-7ng/ml e everolimo (EVL) C0 4-7ng/ml. Resultados: Da amostra estimada de 200 pacientes, 129 foram randomizados até o momento, com 119 elegíveis. Reportaremos os dados preliminares dos 98 pacientes (G1 n = 49, G2 n = 49) com seguimento > 3 meses. Os pacientes foram predominantemente homens (66%), jovens (45 ± 13 anos), receptores de doadores de critério padrao (98%). O tempo de isquemia fria foi de 23 ± 6 h e 47% foram perfundidos em máquina de perfusao pulsátil. Houve linfopenia mais pronunciada no G1 no D7 (454 vs. 300/mm3p = 0,020), D15 (816 vs. 500/mm3p < 0,01), M1 (1063 vs. 646/mm3p < 0,01), M2 (1192 vs. 943/mm3p = 0,039) e M12 (1393 vs. 1066/mm3p = 0,016). Nao houve diferença quanto à incidência de funçao tardia do enxerto (43 vs. 53%, p = 0,419), rejeiçao aguda (10 vs. 2%, p = 0,204), eventos por CMV (13 vs. 18%, p = 0,577), reinternaçoes em 1 mês (12 vs. 12%, p = 1,000), readmissoes por infecçao (19 vs. 35%, p = 0,110), perda do enxerto (8 vs. 2%, p = 0,362) ou óbito (2 vs. 0%). Discussao e Conclusoes: Estes resultados preliminares apontam que a induçao com ATG em doses reduzidas em pacientes de baixo risco recebendo um regime baseado em TAC e EVL livre de esteroide pode ter eficácia e segurança similares à dose padrao no curto prazo. As análises subsequentes com maior amostra e tempo de seguimento serao fundamentais para concluir sobre a incidencia de rejeiçao aguda.

Palavras Chave: globulina anti-timócito, timoglobulina.


OR: 5628

O everolimo reduz a espessura medio intimal de carotida no transplante renal após um ano: ensaio clinico prospectivo randomizado

Autores: Garcia P D, Takase H M, Nga H S, Contti M M, Hueb J C, Andrade L G M

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A mortalidade por doenças cardiovasculares nos pacientes transplantados renais é elevada. Alguns estudos mostram potencial benefício dos inibidores da mTOR em reduzir o índice de massa do ventrículo esquerdo (iMVE), assim como prevenir ou reduzir a formaçao de placas de ateromatose. No entanto, este ainda é um assunto controverso. Material e Método: Conduziu-se um ensaio clínico prospectivo, randomizado, unicêntrico, cego para o cardiologista que realizou os exames com o objetivo de comparar o efeito do Everolimo versus Tacrolimo na reduçao de iMVE e espessura médio intimal de carótida (EMIC). O período de inclusao foi de maio de 2012 a julho de 2014. Após 12 ± 4 semanas de imunossupressao inicial com tacrolimo (Tacro), micofenolato (MFS) e Prednisona, 48 pacientes transplantados renais sem evidência de rejeiçao ou inflamaçao na biópsia protocolar foram radomizados em dois grupos: TACRO – 25 pacientes mantiveram imunossupressao inicial e grupo EVERO – 23 pacientes submetidos a conversao de Tacro para Everolimo e manutençao de MFS e PDN. Ecocardiograma e doppler de carótidas realizados na randomizaçao, 6 e 12 meses após. Avaliaçoes clínicas e laboratoriais na randomizaçao, 3, 6, 9 e 12 meses após. Resultados: O grupo EVERO apresentou reduçao significativa da EMIC após um ano (p = 0,012) apesar de maiores níveis de proteinúria de colesterol total. Nao houve diferença entre os grupos em relaçao ao iMVE após um ano. A funçao renal foi semelhante em ambos os grupos com ClCr: 72ml/min. Discussao e Conclusoes: Diversos estudos experimentais mostram reduçao da massa do ventrículo esquerdo com uso de inibidores da mTOR. Estudos com pacientes transplantados de coraçao e rim mostraram reduçao significativa do iMVE, porém nosso estudo e outros nao encontraram tal benefício. Quanto a aterosclerose, no campo experimental também encontramos diversos estudos mostrando prevençao de formaçao ou reduçao de placas de aterosclerose com uso de inibidores da mTOR. Nosso estudo mostrou reduçao significativa da EMIC no grupo EVERO ao final de um ano. Esse achado é inédito na literatura. O Everolimo reduziu a EMIC em pacientes transplantados renais ao final de 1 ano. Esse achado pode contribuir para reduçao de mortalidade cardiovascular dessa populaçao em longo prazo.

Palavras Chave: transplante renal, inibidores da mTOR, espessura médio intimal de carótida, hipertrofia de ventrículo esquerdo.


OR: 5669

Perfil autonomico de pacientes com doença renal avançada, no periodo imediatamente pre transplante

Autores: de Souza A C B, Godoy M F, Gregorio M L

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil, Hospital de Base de Sao Jose do Rio Preto – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O transplante de órgaos tem ampla aplicaçao nos estágios avançados da insuficiência renal. O rim é funcionalmente ligado ao Sistema Nervoso Autônomo, sendo possível a integraçao com o sistema cardiovascular via análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC). A VFC vem se revelando eficaz para avaliar o estado homeostático dos pacientes e ainda prever complicaçoes. Objetivo: Traçar o perfil da VFC imediatamente pré transplante (PTX) em um grupo de nefropatas. Material e Método: Para análise da VFC Foi utilizado o dispositivo Polar Advanced RS800CX em 21 nefropatas PTX, obtendo-se séries temporais dos batimentos cardíacos, em decúbito dorsal, durante 20 minutos. Foram avaliados 21 pacientes. Variáveis selecionadas: SDNN, RMSSD e PNN50 no domínio do tempo; HF, LF e LF/HF no domínio da frequência; SD1, SD2, Entropia de Shanon, Entropia Aproximada e Expoente Alfa-1 do DFA no domínio nao linear. Utilizou-se na análise o Software Kubios HRV Analysis. Um banco de dados da literatura composto por indivíduos saudáveis, com número grande de casos e com faixa etária similar à do grupo PTX (43,8 ± 17,3 anos) de estudo, serviu na comparaçao. de parâmetro para comparaçoes. Resultados: Na comparaçao das variáveis do grupo PTX versus indivíduos saudáveis obteve-se respectivamente: RR médio 762,3 ± 155,0 vs. 934,9 ± 123,3; p < 0,0001. FC média 82,4 ± 18,6 vs. 67,9 ± 7,9; p = 0,0022. SDNN 31,4 ± 15,8 vs. 105,9 ± 31,6; p < 0,0001. RMSSD 15,9 ± 14,3 vs. 33,9 ± 19,9; p < 0,0001. PNN50 4,4 ± 9,4 vs. 9,3 ± 9,2; p = 0,0204, LF ms2 356,9 ± 549,2 vs. 121,2 ± 29,6; p = 0,0634, HF ms2 145,7 ± 254,4 vs. 72,4 ± 7,9; p = 0,2017. TtPow ms2 1073,5 ± 1257,9 vs. 2416,1 ± 965,3; p = 0,0001. LF nu 75,4 ± 12,6 vs. 58,2 ± 15,3; p < 0.0001. HF nu 24,5 ± 12,5 vs. 29,8 ± 15,7; p = 0,0832. LF/HF 4,5 ± 3,5 vs. 3,0 ± 1,8; p = 0,2317. SD1 11,2 ± 10,1 vs. 16,1 ± 9,2; p = 0,0167. SD2 42,7 ± 20,6 vs. 54,4 ± 21,7; p = 0,0150. ApEn 1,12 ± 0,24 vs. 1,13 ± 0,21; p = 0,8323. SampEntrop 1,12 ± 0,32 vs. 3,82 ± 0,56; p < 0,0001. DFA α1 1,33 ± 0,22 vs. 1,13 ± 0,19; p = 0,0005. Constatou-se, portanto, no grupo PTX, a ocorrência sistemática de valores significantemente abaixo da normalidade com diversas variáveis. Discussao e Conclusoes: Confirma-se reduçao da VFC no grupo PTX em relaçao aos saudáveis, caracterizada por reduçao significante do parassimpático e do simpático além de menor complexidade, e certa elevaçao simpática intragrupo nefropata (LFnu). A avaliaçao da morbimortalidade dos pacientes após a realizaçao do transplante confirmará ou nao a utilidade dessa ferramenta como eventual marcador de risco pós transplante.

Palavras Chave: Sistema Nervoso Autônomo; Nefropatia avançada; Transplante.


OR: 5779

Crossmatch virtual (CV) no transplante de Pancreas- rim como estrategia para reduzir a ocorrencia de funçao retardada do enxerto renal

Autores: Gonzalez A M, de Marco R, Gerbase-de Lima M, Medina-Pestana J O, Rangel E B

Instituiçoes: UNIFESP-EPM – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Os ensaios de fase sólida contendo moléculas únicas do HLA (Human Leukocyte Antigen) permitem detectar virtualmente a presença de anticorpos HLA específicos contra o doador quando comparados à análise das especificidades dos anticorpos HLA dos receptores em relaçao ao HLA do doador (crossmacth real). O CV representa, portanto, uma ferramenta útil para acessar o risco imunológico pré-transplante e a alocaçao de órgaos. Material e Método: O CV para as classes I e II de anticorpos HLA foi determinado pelo ensaio do Luminex-Single Antigen. Cerca de 60% dos doadores foram rotineiramente tipados para HLA-A, -B, -C, -DRB1, -DRB3, -DRB4, -DRB5, -DQA1,-DQB1, enquanto os outros doadores foram tipados apenas para HLA-A, -B, -DRB1, -DRB3, -DRB4, -DRB5. A presença de anticorpos específicos contra o doador foi definida por valores da intensidade da fluorescência média (MFI) ≥ 1500 contra quaisquer antígenos da classe I ou classe II determinados no doador. Determinados o tempo de isquemia fria (TIF) e a incidência de funçao retardada do enxerto renal (FRER) antes e após o CV. As taxas de sobrevida do paciente e dos enxertos renal e pancreático foram calculadas pelas curvas de Kaplan Meier a partir de dez/2000 a março/2017. Resultados: Foram realizados 469 transplantes de pâncreas-rim no nosso centro. A sobrevida do paciente foi 78,2% (86,2% Timoglobulina vs. 72,9% sem induçao, p = 0,021), 71,3% do enxerto renal (81,2% Timoglobulina vs. 65,6% sem induçao, p = 0,017) e 65% do enxerto pancreático (70% Timoglobulina vs. 60,2% sem induçao, p = 0,037), em 16 anos. Em agosto/2013, foi instituído o CV, de modo que o TIF do enxerto renal reduziu de 15,1 ± 5,5h para 12,6 ± 3h (p = 0,02) e do enxerto pancreático reduziu de 15,1 ± 4h para 11,8 ± 2h (p = 0,0003). Houve reduçao da FRER de 24 ± 2% para 18,7 ± 3% (p = 0,23) e da duraçao da FRER (13 ± 5 vs. 3,7 ± 1,3 dias, p = 0,046). Nao houve aumento de rejeiçao aguda (p = 0,2). Discussao e Conclusoes: A reduçao do TIF após a introduçao do CV contribuiu para a reduçao da gravidade da FRER e deve contribuir para a melhor sobrevida dos enxertos renal e pancreático e também do paciente num seguimento a longo prazo.

Palavras Chave: Crossmtach virtual; transplante de pâncreas; funçao do enxerto renal; sobrevida.


OR: 5792

Analise da expressao genica e de proteinas reguladoras do fosforo e da remodelaçao ossea: efeitos do transplante renal e do acido zoledronico

Autores: Araújo M J C L N, Marques I, Graciolli F, Domingues W, dos Reis L, Fukuwara L N S, de Oliveira I B, Elias R M, Jorgetti V, David-Neto E, Moyses R M A

Instituiçoes: HC-FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A maior parte dos distúrbios metabólicos da doença renal crônica (DRC) é revertida após um transplante renal bem sucedido. Porém, alteraçoes do metabolismo ósseo podem permanecer e estao associadas a aumento de fraturas, calcificaçao vascular, perda de enxerto e mortalidade. A expressao óssea de proteínas osteocíticas está alterada na DRC e parece contribuir negativamente para a homeostase óssea. Há relatos de aumento da expressao óssea de FGF-23 e esclerostina em crianças que receberam transplante de órgaos sólidos em comparaçao com voluntários normais. Entretanto, análise da expressao destas proteínas em pacientes adultos ainda nao foi realizada. Material e Método: Biópsia óssea em 31 pacientes no momento e 1 ano após o transplante renal. Realizada histomorfometria óssea e avaliaçao das proteínas ósseas através de imunohistoquimica, multiplex e expressao gênica. Resultados: Na avaliaçao das biópsias antes do transplante, houve concordância entre os achados de imunohistoquimica e multiplex para esclerostina e FGF-23. Um ano após o transplante renal bem sucedido, observamos diminuiçao dos níveis séricos do PTH, TRAP5b, fosfatase alcalina óssea, FGF-23, OPG e esclerostina. Apesar da diminuiçao da esclerostina sérica, houve aumento de seu conteúdo ósseo pela imunohistoquimica, multiplex e expressao gênica. Também foi observado aumento do conteúdo proteico e da expressao gênica da beta-catenina fosforilada, confirmando a inibiçao da via Wnt. Esta inibiçao levou ao aumento do conteúdo ósseo de RANKL e diminuiçao da OPG. Em relaçao ao FGF-23, houve concordância entre níveis séricos e conteúdo proteico, confirmando sua menor síntese pelos osteócitos, e portanto, menor nível sérico, após o transplante renal. Discussao e Conclusoes: A recuperaçao da funçao renal após o transplante é acompanhada de mudanças nas proteínas séricas e ósseas. A esclerostina óssea aumentou, apesar da diminuiçao do nível sérico, acompanhada de mudanças em outras proteínas que confirmam a inibiçao da via Wnt. Esse achado pode ajudar a desvendar a fisiopatologia da doença óssea pós transplante e guiar a busca por novas terapias.

Palavras Chave: transplante renal, esclerostina, via Wnt, doença óssea.


OR: 5869

O onus atual da infecçao por citomegalovirus em receptores de transplante renal sem profilaxia farmacologica

Autores: Felipe C R, Ferreira A N, Bessa A B, de Paula M I, Cristelli M P, Viana L A, Tedesco-Silva H, Medina-Pestana J

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A infecçao por citomegalovírus (CMV) no transplante renal mudou seu espectro clínico, principalmente devido à imunossupressao atual e mais efetiva. Embora tenha sido uma infecçao viral benigna no passado, hoje, na ausência de estratégias preventivas, está associada à morbi-mortalidade significativa. Material e Método: Este estudo avaliou a incidência de eventos de CMV e seu efeito sobre os resultados de transplante renal em receptores sem profilaxia farmacológica ou tratamento preditivo direcionado. Resultados: A coorte do estudo compreendeu 802 receptores de transplantes renais entre 30/04/2014 e 30/04/2015. A maioria recebeu induçao com globulina anti-timocito (81,5%), tacrolimus e prednisona em associaçao com micofenolato (46,3%) ou azatioprina (53,7%). A incidência global de eventos de CMV foi de 42% (58,6% de infecçao e 41,4% de doença). Os pacientes com CMV apresentaram maior incidência de rejeiçao aguda (19 versus 11%, p = 0,001) em comparaçao com aqueles sem CMV, mas sem diferenças na perda do enxerto, óbito ou perda de seguimento. A incidência de atraso na funçao do enxerto foi maior (56% vs. 37%, p = 0,000) e a eGFR em 1 (41?21 versus 54?28 ml/min, p = 0,000) e 12 meses (50?19 vs. 61?29 ml/min, p = 0,000) foram menores nos pacientes com CMV. A idade dos receptores (OR = 1,03), sorologia negativa para CMV (OR = 5,21) e uso de micofenolato (OR = 1,67) estiveram associadas ao aumento do risco de CMV. As alteraçoes na imunossupressao ocorreram mais frequentemente em pacientes com CMV (63% vs. 31%, p = 0,000). Discussao e Conclusoes: A incidência de eventos de CMV foi alta e associada a maior incidência de rejeiçao aguda e alteraçoes na imunossupressao. Além dos fatores de risco tradicionais, a funçao renal do mês 1 foi associada independentemente com infecçao por CMV.


Case Report

CR: 5457

NIA: Um diagnostico alem do obvio

Autores: Ficher K N, Campagnaro L S, Abreu P F, Moura L A R, Heilberg I P

Instituiçoes: UNIFESP | EPM – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil.

Area: Nefrologia Clínica

Introduçao: Nefrite tubulointersticial aguda é o achado de apenas 1% das biópsias renais, mas até 20% no contexto de lesao renal aguda. Material e Método: Os autores descrevem o caso de paciente com lúpus eritematoso sistêmico com lesao renal aguda por NIA. Resultados: Paciente do sexo feminino, 39anos, procurou nosso serviço com quadro de febre há dois meses, rash malar, fotossensibilidade, alopecia, poliartralgia e perda de peso. Há alguns dias, foi internada em outro hospital por febre, anemia, disfunçao renal e leucocitúria. Na internaçao, recebeu dois ciclos de antibioticoterapia pela suspeita de pielonefrite, sem melhora clínica. Foi avaliada por nefrologista na ocasiao, que em vigência de disfunçao renal grave, somado ao quadro sistêmico e diante de FAN positivo, indicou pulsoterapia com metilprednisolona acreditando se tratar de nefrite lúpica e encaminhou a paciente para investigaçao complementar. A admissao em nosso serviço, paciente relatava história de abuso recente de AINE. Apresentava-se com Cr 3,0 mg/dL, Urina I com 160000 leucócitos, 30000 hemácias (dismorfismo ++) e P/C 2,34, proteinúria de 24h de 2,10g, anemia hemolítica com Coombs direto positivo, FAN > 1/1280 nuclear homogêneo, Anti-DNA negativo, C3 baixo com C4 normal, ultrassonografia com rins de tamanho aumentado e urocultura com E. coli ESBL. A paciente foi submetida a um ciclo de Meropenem por sete dias, com mudança no sedimento urinário (15 leucócitos e 85 hemácias dismórficas), e, posteriormente, à biópsia renal. A microscopia óptica, 2/15 glómérulos estavam globalmente esclerosados e 3/15 apresentavam alças com retraçao isquêmica focal, sendo os demais dentro do limite da normalidade. Os túbulos tinham focos de atrofia com fibrose intersticial moderada, circundados por denso infiltrado inflamatório linfóide. A imunofluorescência foi negativa para imunoglobulinas, fraçoes do complemento, cadeias leve e fibrinogênio. A paciente recebeu diagnóstico de LES pelo acometimento sistêmico e laboratorial, sendo que a disfunçao renal ficou atribuída à NIA por AINE. Após tratamento com corticóide, paciente vem evoluindo com melhora progressiva da funçao renal e reduçao da proteinúria. O desmame de corticóide foi iniciado e a paciente vem recebendo Azatioprina pelo acometimento sistêmico. Discussao e Conclusoes: O diagnóstico de NIA é sempre um desafio para o nefrologista e depende, essencialmente, da biópsia renal. O caso ilustra a necessidade de biopsiar pacientes com LES para definiçao precisa do acometimento renal e tratamento adequado.

Palavras Chave: Nefrite intersticial aguda, Lupus Eritematoso Sistêmico, Lesao Renal Aguda, Biópsia Renal.


CR: 5462

Relato de caso de poliangeite com granulomatose anca negativo em adolescente de 16 anos

Autores: Kozakevich G V, Meira R D, Brito W, Lucatto T M, Piress M

Instituiçoes: UNICAMP – CAMPINAS – Sao Paulo – Brasil

Area: Glomerulopatias

Introduçao: Descrevemos o caso de um adolescente de 16 anos com quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva associada a sintomas recorrentes de trato respiratório superior com biópsia renal revelando necrose fibrinoide arterial com granuloma de células epitelioides. Material e Método: Quadro clínico teve início 3 meses antes de avaliaçao nefrológica com queixas de dor de garganta e artralgia em membros inferiores recebendo tratamento para amigdalite infecciosa. Após 30 dias do início do quadro, retornou ao serviço de atendimento novamente com dor de garganta, artralgias em membros inferiores e superiores, febre diária, edema progressivo e generalizado, diminuiçao do volume de diurese, alteraçao do aspecto da urina e ganho de peso de 15kg. Encaminhado para serviço ambulatorial de nefrologia da Unicamp, foi hospitalizado, sendo submetido a biópsia renal após para avaliaçao de possível glomeurlonefrite rapidamente progressiva secundária a glomerulonefrite pós infecciosa ou vasculite. Resultados: A biópsia renal, contendo onze glomérulos, mostrou aspectos de glomerulonefrite ploriferativa mensangial e endocapilar com exsudaçao e uma crescente celular. Esclerose segmentar em um glomérulo. Necrose fibrinoide arterial em dois vasos com granuloma de células epitelioides. Ausência de depóstios evidenciados no ME. Imunofluorescência negativa. Possibilidade de vasculite pauci-imune. Iniciado tratamento com prednisona 1mg/kg em um total de 60mg/dia. Manteve acompanhamento ambulatorial com diminuiçao progressiva da dose de corticoideterapia e início de terapia com micofenolato, 720mg duas vezes ao dia por três anos. Em sua última consulta ambulatorial em novembro de 2016, vinha em remissao total de sintomatologia sistêmica com retorno da funçao renal à níveis prévios à internaçao e urina sem sinais de atividade ploriferativa. Discussao e Conclusoes: Seguindo critérios do colégio americano de reumatologia de 1989 o paciente apresentava sedimento urinário com hematúria e biópsia revelando granuloma perivascular concretizando, portanto, dois critérios de quatro possíveis e logo diagnóstico de poliangeíte com granulomatose, com uma sensibilidade de 88% e especificidade de 92%. A terapia de manutençao com micofenolato monofetil ainda nao é consenso entre especialistas e carece de maiores estudos e evidência na literatura médica. No caso descrito o paciente vem mantendo a remissao do quadro há dois anos, com retorno aos níveis basais de funçao renal.

Palavras Chave: Glomerulonefrite rapidamente progressiva, poliangeíte com granulomatose, micofenolato mofetil.


CR: 5471

Transplante de figado-rim para tratamento de hiperoxaluria tipo 1 com envolvimento medular e retiniano: Relato de caso

Autores: Moura L H P, Heilberg I P, Castro L P, Campos F F, Almeida M D, Silva M F, Matos A C, Requiao-Moura L R, Pacheco-Silva A

Instituiçoes: Disciplina de Nefrologia – Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Area: Transplante Renal

Introduçao: Hiperoxalúria primária (HP) é um raro defeito do metabolismo hepático do glioxilato caracterizado por uma produçao elevada de oxalato. Este pode se precipitar em diversos órgaos e sistemas. Nos rins, a HP se apresenta com nefrolitíase, nefrocalcinose e perda de funçao renal precoce. Material e Método: Relato de caso de uma paciente diagnosticada com hiperoxaluria primária do tipo 1 após transplante renal, com perda precoce do enxerto, sendo submetida a transplante simultâneo de fígado e rim. Resultados: MGS, 27 anos, feminina, nefrolitíase de repetiçao, iniciou TRS após LECO, sem recuperaçao da funçao. Nove meses após (jun/2009) foi submetida Tx Rim DVR HLA II, com funçao insatisfatória do enxerto. BxR com infiltrado inflamatório difuso, áreas de fibrose intersticial, SV40 negativo e depósitos de oxalato em luz polarizada. Evoluiu com ITU de repetiçao e perda progressiva de funçao renal. Um ano após o transplante renal, foi confirmado diagnóstico de HP: Oxalato urinário (OxU) 232,4 mg/24h, com TFG 18 ml/min/1.73m². Diagnóstico de HP-1 confirmada com estudo de mutaçao AGXT. Rx de 4 quadrantes sem calcificaçao vascular e presença de diversos pontos de calcificaçao em MMSS. Retorno para diálise em 02/12/2011. Submetida a Tx Fígado-Rim (maio/2013) após três semanas de HDF diária para reduçao de oxalemia, evoluindo com DGF do rim e PNF do fígado. Re-Tx Fígado no 5º PO. Durante a internaçao do Tx apresentou pancitopenia, com biópsia de medula óssea com hipocelularidade (20%), osteosclerose e extensa deposiçao de oxalato; alteraçoes visuais com FO sugestivo de lesoes por OxCa; RAMA do rim tratada com PF+IgIv, infecçao pelo CMV e obstruçao de vias biliares, tratada com implante de stent. Alta após 90 dias, com fígado e rim funcionantes. Evoluiu com resoluçao do quadro medular, em uso de eritropoetina e melhora das lesoes retinianas. Apresentou lenta, mas progressiva melhora do OxU, tendo normalizado 4 anos após o Tx: 1ano-139mg; 2anos-103mg; 3anos-85mg e atual-29mg. TFG – 44ml/min; funçao hepática normal. Discussao e Conclusoes: A triagem para HP deve ser feita em crianças com litíase de repetiçao, casos de nefrocalcinose, familiares de caso índice e pacientes que evoluem com depósitos precoce de oxalato no transplante. Cerca de 20-50% dos diagnósticos ocorrem na presença de DRC avançada, e 10% após o TxRim, com recorrência em 100% dos casos. O TxRim isolado deve ser evitado, preferindo-se o Tx combinado de fígado-rim.

Palavras Chave: Transplante renal; transplante de fígado; recorrência; litíase renal; nefrocalcinose; hiperoxalúria.


CR: 5513

Sifilis secundaria revelada após tratamento de sindrome nefrotica: Relato de caso

Autores: Oliveira T G, Rocha Filho G S, Araújo V C C, Luz Neto E R

Instituiçoes: Hospital Ana Nery – Salvador – Bahia – Brasil

Area: Glomerulopatias

Introduçao: A doença renal associada à sífilis é reconhecida há mais de 120 anos. Cerca de 10% dos pacientes com sífilis têm lesao renal e até metade daqueles com sífilis precoce pode ter complexos imunes circulantes contendo antígenos de T. pallidum. O antígeno treponêmico e o anticorpo contra T. pallidum já foram demonstrados no tecido renal envolvido. A manifestaçao renal mais comum na sífilis secundária é albuminúria, variando desde proteinúria assintomática a síndrome nefrótica. Embora nefropatia membranosa seja o padrao histológico mais comum, foram descritas associaçoes com diversos outros tipos de lesao glomerular. Material e Método: Revisao de prontuário. Resultados: Paciente, sexo feminino, 21 anos, apresentou quadro de edema em membros inferiores, que evoluiu para anasarca. Ao exame, normotensa, sem outras alteraçoes além do edema. Exames: proteinúria de 24 horas 16,2 g, sem hematúria, Ur 15 Cr 0,8 Alb 2,0 Hb 10,7 Plaq 456mil Colesterol 224, Triglicérides 255, Sorologias HIV, HBV, HCV, FAN e Anti-DNA negativos, C3 164, C4 15. Biópsia renal sugestiva de lesao mínima, com imunofluorescência positiva para IgG, lambda, kappa, C3 e C1q. Iniciado prednisona 1 mg/kg/dia e furosemida. Após três semanas, cursou com quadro de lesoes eritematosas palmo-plantares e ulceraçao em nariz. Solicitado VDRL, que veio positivo (1:128). Feito tratamento com penicilina benzatina e desmame do corticóide. Evoluiu com resoluçao do quadro nefrótico, sem recorrência nos 10 meses de seguimento. Discussao e Conclusoes: As manifestaçoes da infecçao por T. pallidum dependem do tempo, local e estado imunológico do indivíduo infectado. Sabe-se da importância da reaçao de hipersensibilidade tardia (RHT), que é mediada por células CD4+. A resposta humoral e as células CD8+ sao relativamente ineficazes no controle da doença, se a RHT nao for eficaz. Na doença renal, a deposiçao de complexos imunes leva à síndrome nefrótica imunologicamente mediada, com desestruturaçao da membrana basal glomerular e dos podócitos, gerando a principal manifestaçao da sífilis no rim, que é proteinúria. Nossa paciente com lesao mínima foi submetida a imunossupressao por corticóide, que pode ter desmascarado uma sífilis latente, gerando manifestaçoes de sífilis secundária. Inicialmente nao houve suspeita de tal relaçao porque a paciente nao apresentava sinais e sintomas sugestivos de sífilis. A cronologia com que os sinais de sífilis secundária surgiram associada à biópsia com lesao mínima e imunofluorescência positiva nos fizeram chegar ao diagnóstico.

Palavras Chave: síndrome nefrótica, lesao mínima, sífilis secundária.


CR: 5551

Acidose latica tipo B secundaria a neoplasia: Relato de caso

Autores: Wallbach K K S, da Costa L A, Pacheco N M d S, de Sousa P V L, Kai M H, Gemente D V, Claudino A B,Yokoyama, S C

Instituiçoes: Serviço de Nefrologia – Casa de Saúde Santa Marcelina – Sao Paulo – SP – Brasil

Area: Nefrologia Clínica

Introduçao: Acidose lática(AL) é definida como aumento do lactato(L) sérico associado à acidose. Pode ser dividida em tipo A,devido a reduçao da perfusao tecidual, e tipo B,que ocorre com perfusao tecidual normal, devido à doença hepática, deficiência de tiamina, malignidade, etc. AL tipo B por neoplasia hematológica é rara, e acompanhada de prognóstico reservado. Os mecanismos fisiopatológicos sao incertos, e envolvem expressao de enzimas glicolíticas, disfunçao mitocondrial, compressao por massa tumoral, lise tumoral, deficiência de tiamina, HIV e uso de TARV.O tratamento também nao está claro na literatura, e é baseado em quimioterapia(QT),diálise, reposiçao de tiamina, riboflavina e bicarbonato (BIC),entre outras medidas de suporte. Material e Método: Relato de caso e revisao de literatura. Resultados: Homem,52 anos, sem comorbidades, admitido por perda de 7kg em 30 dias, astenia, sudorese e dispneia. Apresentava-se estável, porém taquipnéico. Gasometria:pH-7,32, BIC8,9, pCO2-17,4, L-13,5 mmol/l(VR:1,6), Ur56, Cr0,83. Iniciado antibiótico, anticoagulaçao e BIC endovenoso. No 5º dia apresentou piora da taquipnéia, queda da hemoglobina em 2g/dL,com necessidade de intubaçao orotraqueal e UTI, Exames: ur128, cr1,28, ácidoúrico-29,7, DHL1364, P-12,3, Ca-7,1, Mg-3,4, K-6,8, Na-137, Cl-97, pH 7,24, BIC-10,2, pCO2-24, L-13,5, sorologia HIV reagente, hepatite A, B e C, CMV, HTLV, Epstein-Barr, VDRL, Rubéola negativos. Hemoculturas e urocultura negativas, enzimas e funçao hepática normais. Tomografia (TC) protocolo TEP sem trombose e com nódulos no lobo superior direito(D) e em lobo superior esquerdo(E), TC abdome: lesoes expansivas 37 mm hipôndrio D, 60 mm em suprarrenal D, nódulo35mm em suprarrenal E. EDA com 2 lesoes ulceradas em corpo gástrico de 3 cm. Realizada hipótese de AL tipo B secundária a malignidade,Síndrome Lise Tumoral e Lesao Renal Aguda(LRA), iniciado alopurinol, tiamina, complexo B e mantido BIC. No 7º dia, seguiu em piora da funçao renal, Ur-261,Cr-3,17,oligúria e foi indicado hemodiálise(HD). Evoluiu com melhora da acidose, sendo extubado 24 horas após, pH-7,39, pCO2-32,6, BIC-19,3, L-8,7.Resultado de anatomopatológico gástrico:Linfoma Nao Hodgkin(LNH) de Grandes Células B, iniciou QT, TARV(Kaletra e Raltegravir pelo reduzido potencial de causar AL). Recebeu alta hospitalar no 16º dia, com resoluçao da LRA e da acidose. Discussao e Conclusoes: Foi apresentado um caso de AL tipo B devido a LNH, com boa evoluçao após BIC, tiamina, complexo B, HD e QT, apesar das incertezas na literatura sobre a melhor terapêutica.

Palavras Chave: acidose lática, neoplasia, linfoma.


CR: 5560

Hipertensao renovascular evoluindo para hipertensao maligna em lactente: Relato de caso

Autores: Silva MT, Bassan R, Naufel L Z, Bianchi J, Maksud P A F P, Pozzan G, Mastrocinque T H, Guidoni E B M

Instituiçoes: Santa Casa – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Area: Nefrologia Pediátrica

Introduçao: A doença renovascular é importante causa de hipertensao renovascular (HRV) por comprometimento do fluxo sanguíneo renal que pode ser unilateral, bilateral ou segmentar. A displasia fibromuscular (DFM) é a causa mais frequente de HRV na infância, podendo ser passível de correçao. Material e Método: Revisao de prontuário e obtençao de dados clínicos, laboratoriais, de imagem e exame anatomopatológico. Resultados: CASO. Menino, 1 ano e 1 mês, dez dias de vômitos e febre, admitido com quadro de choque séptico, evoluiu com emergência hipertensiva e anisocoria. A tomografia de crânio revelou acidente vascular isquêmico extenso em hemisfério cerebral direito com desvio de linha média. Iniciados tiopental e manitol, transferido para tratamento neurocirúrgico. Após craniotomia descompressiva manteve hipertensao de difícil controle, usou nitroprussiato de sódio (até 8mcg/Kg/min); posteriormente hidralazina e metildopa, associados clonidina, anlodipino, enalapril e propranolol com controle insatisfatório da PA. Feita hipótese de HRV. USG renal com Doppler das artérias renais: aumento da velocidade de pico sistólico em artéria renal direita e rim direito reduzido. Após estabilizaçao do paciente foi realizada cintilografia renal com DMSA que mostrou exclusao funcional do RD. Indicada nefrectomia como medida terapêutica. Evoluiu com diminuiçao gradual e significativa da PA e dos anti-hipertensivos; mantidos apenas anlodipino e propranolol. O exame anatomopatológico revelou atrofia renal por nefroesclerose maligna, associada a displasia fibromuscular do tipo medial (hiperplasia medial) de ramo segmentar da artéria renal. Discussao e Conclusoes: A DFM é entidade de etiologia discutida e multifatorial podendo acometer múltiplos vasos sendo descrito o envolvimento cerebrovascular em pacientes com DFM de artérias renais. No caso relatado, optamos por realizar cintilografia renal estática e nao estudo angiográfico porque o ultrassom revelou rim D reduzido sugerindo possível diminuiçao de funçao que, se confirmada, contraindicaria a angioplastia podendo, o paciente, beneficiar-se de nefrectomia conforme demonstrado. A HRV costuma se manifestar por hipertensao arterial grave em crianças de baixa faixa etária, podendo evoluir para hipertensao maligna com complicaçoes potencialmente fatais se nao reconhecida a tempo. Crianças supostamente hígidas que desenvolvem acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico acompanhado de hipertensao arterial devem ser investigadas em busca de displasia fibromuscular de artérias renais.

Palavras Chave: hipertensao, renovascular, maligna, displasia, fibromuscular.


CR: 5631

Hiperparatireoidismo secundario recidivante pos paratireoidectomia total com implante em antebraço

Autores: Santos Ramalho T C, Lima P V, Paixao J O, de Araújo Junior J G

Instituiçoes: Hospital das Clínicas da UFMG – Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil

Area: Doença Renal Crônica

Introduçao:Relatar um caso de hiperparatireoidismo recidivante pós paratireoidectomia total com auto implante. Material e Método: LSV, 39 anos, portador de doença renal crônica secundária a nefropatia diabética em hemodiálise desde 2007. Obeso desde a infância, diagnóstico de diabetes mellitus aos 14 anos de idade, com complicaçoes micro e macrovasculares. Apresentou, como complicaçao da doença renal crônica, quadro de hiperparatireoidismo secundário severo e foi submetido a paratireoidectomia total com auto implante em antebraço em 2012. Manteve bom controle por três anos, porém, em 2015, os níveis de paratormônio intacto (PTHi) voltaram a aumentar progressivamente, constatando-se, portanto, uma recidiva da doença. Foi iniciado o tratamento do hiperparatireoidismo secundário com quelante livre de cálcio (Sevelamer) e um calcimimético (Cinacalcete), devido à impossibilidade do uso de análogos da vitamina D ativa (produto cálcio X fósforo elevado). O Cinacalcete foi suspenso pelo próprio paciente devido a uma intolerância gástrica. Resultados: Pelo acima exposto, o paciente nao recebeu tratamento medicamentoso, havendo progressao da sua doença óssea. Paciente realizou cintilografia com 99mTc-sestamibi cervical, torácica e do antebraço direito, que nao evidenciou presença de glândula anômala na regiao cervicotorácica, mas constatou-se área de acentuada hipercaptaçao sugestiva de hiperplasia de paratireoide no antebraço direito. Foi realizada dosagem de PTHi em ambos os braços e detectado que, no braço do implante, os níveis de PTHi eram três vezes mais elevados em relaçao ao braço contralateral. Suspeitamos de que a provável causa do hiperparatireoidismo era decorrente da produçao de PTHi pelo implante. Foram realizadas duas tentativas às cegas de retirada do implante, sem sucesso. A terceira tentativa foi guiada por cintilografia e, após esse procedimento, houve queda do cálcio e do fosfato sérico, porém sem alteraçao do PTHi. Discussao e Conclusoes: o PTHi pode ter sido reduzido por um curto período ocasionando a queda do cálcio, o que, por sua vez, estimulou o tecido remanescente. Entretanto, isso passou a ser, paradoxalmente, o fator agravante do hiperparatireoidismo, o que é comum nos casos que tardiamente sao direcionados para a paratireoidectomia. Devido à queda dos níveis de cálcio e fósforo o paciente apresentou um quadro de fome óssea que foi tratado com altas doses de calcitriol e carbonato de cálcio. Após a estabilizaçao do cálcio sérico introduzimos o cinacalcete com bom controle do hiperparatireoidismo.

Palavras Chave: hiperparatireoidismo, paratôrmonio, paratireoidectomia.


CR: 5664

Como predizer o processo de reabsorçao ossea na terapia renal de substituiçao com anticoagulaçao pelo citrato?

Autores: Madureira R, Callas S, Caires R, Nihei C, Galvao P C A, Moyses R M A

Instituiçoes: FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil, Hospital Sirio Libanes – Sao Paulo – SP – Brasil, UNINOVE – Sao Paulo – SP – Brasil

Area: Terapia Renal Substitutiva

Introduçao: A hipercalcemia da imobilidade é um fenômeno incomum associado ao aumento da reabsorçao óssea em pacientes imobilizados por períodos de tempo prolongado. Devido a alteraçoes no balanço de cálcio (Ca), pacientes submetidos a terapia de substituiçao renal e anticoagulaçao regional com citrato, sao mais vulneráveis a ter um diagnostico tardio pela ausência de hipercalcemia. A principal explicaçao para este fato se deve a eliminaçao de Ca diretamente pelo liquido dialisado ou indiretamente pela ligaçao do Ca ao citrato. Este caso apresenta um paciente que evoluiu com hipercalcemia por aumento da reabsorçao óssea, após fim da terapia de substituiçao renal. Material e Método: As informaçoes foram obtidas por meio da revisao de prontuário, entrevista com o paciente e revisao da literatura. Resultados: Nós apresentamos um paciente masculino, 57 anos, em estado de imobilidade prolongada com insuficiência renal aguda secundária a choque séptico e necessidade de terapia de substituiçao renal. Manteve-se em hemofiltraçao veno-venosa contínua com anticoagulaçao pelo citrato por 36 dias, período em que permaneceu com níveis de Ca iônico dentro da normalidade. Após cessar terapia de substituiçao renal, paciente apresentou elevaçao progressiva dos níveis de Ca iônico atingindo valores até 2,25 mmol/L. Outras causas de hipercalcemia foram excluídas (PTH = 13pg/mL, 25-OH-Vitamina D = 9ng/mL, 1,25-DihidroxiVitamina < 5ng/mL, PTHrP = 28ng/mL e sem pico monoclonal na eletroforese de proteínas). A dosagem de telopeptídeo carboxiterminal do colágeno tipo I (CTx) encontrava-se aumentada (1,290ng/mL), confirmando o aumento da reabsorçao óssea. Nao houve melhora após uso de pamidronato, sendo necessária a administraçao de denosumabe. Três dias após a administraçao do anticorpo anti RANKL, os níveis de Ca começaram a cair, normalizando em 10 dias. Da mesma maneira, os níveis de CTx também normalizaram (0,608 ng/mL). Discussao e Conclusoes: Em indivíduos com imobilidade persistente, o uso da anticoagulaçao pelo citrato é capaz de mascarar a hipercalcemia da imobilidade, tornando seu diagnóstico tardio. Como consequência, a ocorrência de fratura patológica pode ser o primeiro sinal do processo de reabsorçao óssea, deteriorando ainda mais o quadro clínico do paciente. A menor necessidade de reposiçao de Ca durante a diálise pode servir como fator preditor deste processo, indicando a necessidade de medidas precoces contra a perda da massa óssea.

Palavras Chave: hipercalcemia, hemofiltraçao veno-venosa contínua, citrato, insuficiência renal aguda.


CR: 5743

Acidose tubular renal distal por mutaçao em ATP6V1B1: Relato de caso

Autores: Neves P D M M, Balbo B E P, Amaral A G, Watanabe E H, Costa E S, Lerário A M, Onuchic L F

Instituiçoes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP/SP – HC-FMUSP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Area: Nefrologia Clínica

Introduçao: A acidose tubular renal distal (ATRd) caracteriza-se pela incapacidade de acidificaçao urinária adequada devido ao comprometimento da secreçao de hidrogênio no néfron distal. Esta condiçao clínica pode apresentar causas primárias (genéticas) ou secundárias (doenças autoimunes, drogas). Relatamos um caso de ATRd associado a mutaçao patogênica em ATP6V1B1, gene que codifica a subunidade beta da H+ATPase expressa no túbulo distal final e no ducto coletor. Resultados: Paciente de 16 anos, masculino, encaminhado para avaliaçao de acidose metabólica. História de otites e infecçoes urinárias (ITU) de repetiçao desde os 4 meses, déficit de ganho ponderal e retardo de desenvolvimento neuropsicomotor (RDNPM). Antecedente familiar de consanguinidade entre os pais (primos de primeiro grau) e dois primos paternos com RDNPM. A investigaçao inicial realizada aos 4 anos revelou acidose metabólica com ânion gap normal (pH 7,29, HCO3-15,9mmol/L, BE -10,1mmol/L, AG 12), funçao renal normal (creatinina 0,3mg/dL), Na+ 136mEq/L, Cl-108mEq/L, K+ 2,6mEq/L, ácido úrico 2,3mg/dL. Exame de urina: pH 8,0, densidade 1.005, sedimento urinário normal, presença de cristais de fosfato amorfos. Fraçoes de excreçao: Na+ 0,5%, K+ 24%, P 19%, Ca++ 1,2%, Mg++ 2%. Hemograma e perfis lipídico e glicêmico normais. Hiperecogenicidade difusa e intensa das pirâmides renais à ultrassonografia, compatíveis com nefrocalcinose. Radiografia de ossos longos consistente com osteodistrofia secundária à acidose crônica. Iniciada reposiçao de fosfato e citrato de potássio, com correçao parcial das anormalidades metabólicas, porém com episódios de ITU, déficit de crescimento e RDNMP mantidos. Aos 10 anos apresentou quatro episódios de crise convulsiva tônico-clônico generalizada, cuja investigaçao levou ao diagnóstico de epilepsia primária e tratamento com anticonvulsivantes. Admitido em nosso ambulatório aos 16 anos, quando foi realizado sequenciamento e análise de exoma completo. Identificamos uma deleçao de quatro nucleotídeos no gene ATP6V1B1, presente em homozigose e associada a alteraçao da fase de leitura (c.1368_1371del:p.F456Fs). Discussao e Conclusoes: A análise de exoma completo elucidou a patogênese molecular da ATRd associada a este caso, revelando mutaçao patogênica em ATP6V1B1 em homozigose. O comprometimento cognitivo do paciente pode estar associado a um déficit auditivo, visto que este fenótipo compoe comumente a síndrome associada á perda de funçao de ATP6V1B1.

Palavras Chave: acidose tubular renal distal; gene ATP6V1B1; nefropatias hereditárias.


CR: 5950

Crise renal esclerodermica como manifestaçao unica e inicial de esclerodermia sistemica

Autores: Tome A C N, Baptista M A S F, Bertazzi G R L, Ramalho H J, Ramalho R J

Instituiçoes: FAMERP – Sao Jose do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Area: Hipertensao Arterial

Introduçao: Hipertensao arterial sistêmica (HAS) acomete grande parte da populaçao, sendo em sua maioria de causa primária. Por outro lado, a HAS secundária deve sempre ser considerada no diagnóstico diferencial. O objetivo do presente caso é alertar para etiologia rara de HAS. Material e Método: Análise retrospectiva de prontuário de paciente do Hospital de Base de Sao José do Rio Preto. Resultados: Homem de 62 anos foi admitido com cefaléia e escotomas associado a hipertensao arterial (200x120mmHg), sem diagnóstico prévio. Admissao: hemoglobina 10,4 g/dl, leucócitos normais e plaquetas de 101.000 uL; creatinina: 7,8 mg/dl; Cálcio ionizado: 1,1 mmol/L; PTH: 108 pg/ml; CPK: 82 mg/dl, DHL 145 ui/L. EAS: ph: 5,0, densidade: 1.006, eritrócitos: 15.000, leucócitos: 3.900, ausência de proteínas. Complementos normais, sorologias e fator reumatóide negativos. Eletroforese de proteínas cadeia gama com base alargada. FAN positivo 1:1.280. Fundo de olho com retinopatia hipertensiva grau 3. Iniciou hemodiálise e realizou ultrassom com rins normais. Ecocardiograma com fraçao de ejeçao de 61%, septo de 12mm, átrio esquerdo de 42 mm e disfunçao diastólica discreta. No 3º dia de internaçao, paciente apresentou quadro de fenômeno de Raynauld, sugerindo etiologia reumatológica. Biópsia renal evidenciou artérias interlobulares e arteríolas com acentuado espessamento miointimal e reduçao de suas luzes. Capilaroscopia realizada pela reumatologia foi compatível com esclerodermia. Anticorpos Scl 70 e anticentrômero nao reagentes. Anticorpo anti RNA polimerase III fortemente positivo. Confirmado esclerodermia e paciente permaneceu em hemodiálise. Como nao apresentava nenhum outro órgao com atividade da doença, optado por otimizar captopril, com dose de 300 mg/dia, associado com hidralazina 150 mg e anlodipina 10 mg. Evoluiu após 1 mês com farmacodermia comprovada por biópsia. Ainda, apresentou piora da funçao miocárdica no ecocardiograma. Realizou ressonância cardíaca e angiotomografia coronariana, com resultado de perimiocardite. Recebeu pulso de ciclofosfamida e dose de prednisona 1 mg/kg nessa ocasiao e segue em hemodiálise. Discussao e Conclusoes: HAS grave e disfunçao renal proporcionam diversos diagnósticos diferenciais, sendo a crise renal esclerodérmica um deles. No caso descrito, a apresentaçao isolada é condiçao rara, principalmente como manifestaçao inicial de esclerodermia e, consequentemente, de difícil diagnóstico. Ainda, a literatura é escassa para um melhor manejo desses pacientes e na avaliaçao dos desfechos.

Palavras Chave: hipertensao arterial, esclerodermia, crise renal esclerodermica.

Resumos do XIX Congresso Paulista de Nefrologia – Temas Livres Orais

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