Braz. J. Nephrol. 2017;39(2 suppl. 2).

Resumos do XIX Congresso Paulista de Nefrologia – Temas Livres Pôster

Case Report

ID: 5634

Doença cistica poliurica em paciente com Sindrome de Ehlers-Danlos

Autores: Saraiva L C, Nakano H R, Balbo B E, Amaral A, Costa E, Watanabe E, Couto S, Vaisbich M, Suzuki L, Lerario A, Onuchic L F

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: As doenças renais císticas compreendem um grupo de enfermidades de grande heterogeneidade clínica e genética que, em comum, apresentam cistos renais uni e/ou bilaterais. Avanços tecnológicos recentes tornaram acessível o sequenciamento e a análise do exoma completo (SAEC), ampliando a capacidade diagnóstica de casos complexos. Apresentamos um caso de Síndrome de Ehlers-Danlos (SED) com manifestaçoes renais císticas e túbulo-intersticiais complexas, com diagnóstico definido após a SAEC. Material e Método: Análise clínica, laboratorial, imagenológica e genética molecular do paciente. Resultados: Paciente masculino, 15 anos, adotado, com diagnóstico prévio de SED, referenciado ao serviço por poliúria (5,0 L/dia) acompanhada de polidipsia e baixo limiar para desidrataçao. Exames laboratoriais: creatinina 0,7 mg/dL, Na+ 141 mEq/L, K+ 3,4 mEq/L, bicarbonato 24,3 mEq/L, ausência de proteinúria, incremento da fraçao de excreçao de potássio e acidificaçao tubular apropriada após administraçao de cloreto de amônio. Tomografia computadorizada: múltiplos cistos bilaterais (< 10 em cada rim), corticais e medulares. Sem sinais de nefrocalcinose. A fase excretora revelou borramento pré-calicial bilateral, estabelecendo o diagnóstico de rim espôngio-medular (REM). O SAEC revelou mutaçao patogênica em heterozigose no gene COL5A1 (c.G1588A:p.G530S), confirmando diagnóstico da forma clássica de SED. Identificamos, também, mutaçao patogênica em PKD2 (c.C916T:p. R306X), permitindo o diagnóstico de DRPAD do tipo 2. Discussao e Conclusoes: REM constitui uma manifestaçao radiológica ocasionalmente associada a sintomas urinários, como nefrolitíase e defeitos de concentraçao e acidificaçao urinária. REM associa-se a diversas enfermidades, incluindo a SED. Neste caso, contudo, o elevado número de cistos associado às manifestaçoes tubulares graves nao eram compatíveis com REM isolada. O SAEC confirmou SED e permitiu o diagnóstico de DRPAD do tipo 2, associada a um fenótipo menos grave e a manifestaçoes clínicas mais tardias que a DRPAD do tipo 1. Esta apresentaçao atípica e precoce de DRPAD2 levanta a hipótese de que defeitos no colágeno 5 poderiam exercer efeito modificador sobre o fenótipo da DRPAD. Portanto, nosso caso apoia o uso da SAEC na investigaçao de nefropatias císticas atípicas e sugere que variantes associadas com a estrutura renal de colágeno possam se traduzir em variabilidade fenotípica em alguns casos de DRPAD.

Palavras Chave: DRPAD, Ehlers-Danlos, Exoma, genética, rim espôngio-medular.


ID: 5535

Peritonites por micobacteria atipica em pacientes em programa cronico de diálise peritoneal: relato de casos

Autores: Dias de Meira R, Lussim L, Marioto F C C, Maia Cortelazzi R, Rosana da Silva Quadros K, Urbini dos Santos C, Schincariol P, Bueno de Oliveira R

Instituiçoes: Unicamp – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Uma das complicaçoes mais comuns da diálise peritoneal (DP) é a peritonite, sendo rara sua ocorrência por microbactéria atípica. Material e Método: Relato de dois casos de peritonite por micobactéria atípica em pacientes com poucas comorbidades (hipertensao) e em programa crônico de DP de um hospital universitário. Resultados: Caso 1: Homem de 35 anos, em DP por DRC de causa indeterminada há 1 ano. Apresentou dor abdominal e turvaçao do líquido peritoneal (LP), que continha 245 leucócitos/mm3 com predomínio de neutrófilos. Iniciado cefazolina e ceftazidima, e posteriormente, meropenem, amicacina e claritromicina após a cultura do LP identificar Mycobacterium abscessus. Retirado cateter de DP no 6° dia de tratamento. Apesar do tratamento apresentou abscesso intra-abdominal drenado cirurgicamente no 2º mês. Devido a hipoacusia por amicacina, trocado antibioticoterapia para levofloxacino e claritromicina, que foram usados por mais 5 meses até a cura. Encontra-se estável e em hemodiálise (HD). Caso 2: Mulher de 56 anos, em DP há 10 meses por DRC de causa provável doença de Alport. Apresentou-se com dor abdominal e turvaçao do LP, sendo iniciado tratamento com cefazolina e ceftazidima. Evoluiu com melhora dos sintomas e reduçao da celularidade do LP (de 1.426 para 453 no 2º e após 24 leucócitos/mm3 no 4º dia de tratamento). O resultado de cultura do LP identificou Mycobacterium fortuitum, inicialmente nao tratado pelo fato do resultado ter sido interpretado como contaminaçao externa da amostra e a paciente estar assintomática. Após troca do cateter de DP por videolaparoscopia devido à sua disfunçao a paciente evoluiu com infecçao de ferida operatória, coleçoes intra-abdominais e fístula enterocutânea. O resultado de nova cultura do LP foi positivo para a mesma micobactéria, tratada com meropenem, amicacina e claritromicina, drenagem cirúrgica do abscesso e remoçao do cateter de DP. Encontra-se estável em HD, com levofloxacino e claritromicina no 12º mês de tratamento (troca do esquema também motivada por hipoacusia). Discussao e Conclusoes: A peritonite por micobactéria atípica é uma condiçao pouco frequente, potencialmente grave devido a complicaçoes como abscessos e fístulas abdominais. Seu tratamento é prolongado, consistindo na associaçao de macrolídeo, aminoglicosídeo e carbapenêmico, além da retirada do cateter de DP, e frequentemente migraçao para HD. Nossos casos sao similares aos relatados na literatura. Sugere-se tratamento imediato e prolongado após a identificaçao de micobactéria atípica em LP.

Palavras Chave: Diálise peritoneal, Peritonite, Micobactéria atípica, Micobacterium Abscessus, Micobacterium Fortuitum.


ID: 5908

Terapeutica invasiva com recuperaçao de funçao renal em paciente dialitico portador de estenose de arteria renal em rim unico funcionante: relato de caso

Autores: Voltarelli T P D A, Tome A C N, Lack AT F, Silveira Neto J N, Sanches F C C, Abbud Filho M, Ramalho H J

Instituiçoes: FAMERP – Hospital de Base de Sao José do Rio Preto – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A doença renovascular é uma causa importante de hipertensao arterial sistêmica secundária, variando de 1% a 4% na populaçao hipertensa, sendo a aterosclerose responsável por cerca de 70% dos casos. A estenose de artéria renal aterosclerótica é estimada em cerca de 7% dos pacientes com idade superior a 65 anos podendo levar a doença renal crônica e dialítica. Material e Método: Paciente sexo feminino, 64 anos, hipertensao arterial sistêmica diagnosticada há 6 anos, coronariopata com revascularizaçao do miocárdio em 2015, doença renal crônica estágio IV e tabagista por 40 anos. Encaminhada ao nosso serviço após ser atendida em outro centro devido necessidade de hemodiálise com caráter de urgência (creatinina de 7.0, sintomas urêmicos e edema agudo pulmonar). Relatava que quadro se iniciou há 20 dias com edema generalizado, oligoanúria, pressao sistólica arterial mantida em torno de 230 mmHg e necessidade de terapia dialítica. Evoluiu durante internaçao mantendo dependência de terapia substitutiva renal e hipertensao de difícil controle, utilizando quatro classes de anti-hipertensivos. Realizou ultrassonografia renal, sendo rim direito com 8,2 cm, rim esquerdo com 10,4 cm, ecotextura do parênquima normal bilateral e espessura córtico-medular conservada à esquerda. Ao ultrassom Doppler evidenciado estenose de artéria renal esquerda severa e hilo renal direito sem fluxo ao exame. Devido à refratariedade ao tratamento hipertensivo e necessidade de terapia substitutiva, optou-se por angioplastia de artéria renal esquerda. Resultados: Após angioplastia com implante de stent, paciente evoluiu com recuperaçao de funçao renal, apresentando creatinina na alta de 1.9, assim como níveis pressóricos dentro da normalidade com uso de anti-hipertensivos (atenolol e anlodipino). Durante a angioplastia constatou-se estenose de 90% em óstio da artéria renal esquerda, e após posicionamento de stent, boa progressao do contraste difusamente. Evolui sem mais necessidade de diálise, e com adequado controle pressórico. Discussao e Conclusoes: Apesar de dois grandes estudos (“ASTRAL em 2009” e “CORAL em 2014”) nao evidenciarem benefício na realizaçao de tratamento invasivo em doença renovascular, incluindo os de estenose renal bilateral, existem indicaçoes em situaçoes precisas que beneficiam o paciente, como demonstrado acima. Paciente está em seguimento ambulatorial há 6 meses, mantendo creatinina em 1.9, sem intercorrências.

Palavras Chave: Doença renovascular; hipertensao arterial sistêmica e diálise; estenose de artéria renal; tratamento da doença renovascular; revascularizaçao renal.


ID: 5646

Ureter retrocava com ectopia renal cruzada com fusao

Autores: Barboza M H D, dos Santos C E, Barboza L M D, Terra L d O A, Macedo H P, Stravini G

Instituiçoes: FAMEMA – Marília – Sao Paulo – Brasil, UNIFENAS – Alfenas – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: O ureter do rim ectópico atravessa a linha média e insere-se na bexiga.Em alguns casos pode ser comprimido pela veia cava inferior, um quadro de má formaçao congênita rara, resultado de um desenvolvimento anormal da veia cava inferior. Ocorre em cerca de 1 em 1.000, com predomínio de duas a três vezes no sexo masculino.É mais comum no lado direito.A compressao pode resultar em hidronefrose de graus variáveis de obstruçao do fluxo urinário.Quando a ectopia renal é cruzada e com fusao, um dos rins se localiza contralateralmente à inserçao de seu ureter na bexiga urinária e a fusao, na maioria dos casos, se dá entre o polo inferior do rim ortotópico e o polo superior do rim ectópico. Geralmente, os pacientes apresentam assintomáticos até a 4a-5a décadas de vida, quando entao apresentam infecçao urinária (ITU), litíase, dor ou massa abdominal. Material e Método: Análise do prontuário, entrevista com o paciente, Radiografia, Ultrassonografia de aparelho urinário, Urografia Venosa, exames laboratoriais e revisao de literatura. Resultados: P.C.M,50 anos, apresentando dor lombar intensa e cólica há dias, fazendo uso de analgésicos. Após EF, foi solicitado radiografia, constatou possível ectopia renal cruzada com possível fusao dos rins. Na ultrassonografia de aparelho urinário verificou-se duplicidade ureteropielocalicial à esquerda.A urografia venosa, por sua vez, notou-se a presença do rim direito em íntimo contato com o pólo inferior do rim esquerdo podendo ser compatível com ectopia renal cruzada com possível fusao, sendo compatível com a radiografia.A urografia excretora mostrou hidronefrose à esquerda com dilataçao de ureter lombar, apresentando aspecto de “J” invertido, sendo uma sugestao diagnóstica de ureter retrocava.Paciente foi submetido à exploraçao cirúrgica de retroperitônio à esquerda, na qual foi evidenciada a passagem do ureter posterior à veia cava inferior, que causava a hidronefrose.A fusao renal, através do pólo inferior do rim esquerdo com o rim direito, foi confirmada. Procedeu-se a secçao do ureter e anastomose término-terminal.Paciente apresentou boa evoluçao pós-operatória, com exames confirmando funçao renal normal.O diagnóstico é sugerido pela urografia excretora, em que ocorre uma dilataçao pieloureteral, no caso à esquerda, sugerindo “J” invertido. Discussao e Conclusoes: Anomalias raras devem ser abordadas para discussao e aprofundamento do conhecimento científico, levando a um melhor tratamento e para trazer à luz a difusao das anormalidades anatômicas encontradas na Nefrologia.

Palavras Chave: Ureter retrocava, ectopia renal cruzada, ultrassonografia, urografia excretora, anomalias congênitas.


ID: 5878

Relato de caso: hipoplasia medular após infecçao por parvovirus, evoluindo com hemossiderose devido as transfusoes sanguineas repetidas

Autores: Garcia M A, Duzzi A M, Kato K M, Bastos S M, Gatica J L, Arrebola A DT

Instituiçoes: USF – Bragança Paulista – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O parvovírus B19 infecta e destrói precursores eritróides, levando a infecçao assintomática ou doença febril inespecífica. A invasao direta e destruiçao dos progenitores eritróides na medula resulta na parada transitória da eritropoiese. As manifestaçoes clínicas de anemia aguda ocorrem apenas nos pacientes com alta eritropoiese. A infecçao pode resolver-se espontaneamente antes de sintomas hematológicos. Também pode ocorrer crise aplásica transitória em certas condiçoes de estresse eritrocitário e evoluir com necrose maciça da medular. A imunodepressao pode resultar no aparecimento de anemia pelo prolongamento da infecçao por tempo superior à meia vida das hemácias. A eritropoiese é suprimida em toda infecçao pelo parvovírus B19, mas os níveis de hemoglobina permanecem estáveis, por ser autolimitada. Quando há resposta imune humoral inadequada, a infecçao provoca anemia grave requerendo transfusoes, os reticulócitos ficam ausentes no sangue assim como seus precursores na medula. Denomina-se aplasia a deficiência na hematopoiese que pode ser multifatorial e pela gravidade da doença, inicia-se tratamento específico, o paciente frequentemente recebe transfusoes sanguíneas. Dentre diversas reaçoes transfusionais tardias e nao-imunológicas, encontra-se a hemossiderose, que pode ocorrer após a centésima transfusao. O excesso de ferro é inicialmente armazenado na forma de ferritina em macrófagos e, persistindo a sobrecarga, no fígado, miocárdio e órgaos endócrinos. Material e Método: Homem, 51 anos, renal crônico sob hemodiálise apresentou quadro de hipoplasia medular após parvovirose. Resultados: Após quadro desenvolvido, necessitou de transfusoes repetidas devido ao quadro de anemia grave com baixa resposta ao uso de eritropoetina. Foi submetido a algumas Endoscopias Digestivas Altas com resultados de gastrite crônica inespecífica e devido à alta suspeita de Neoplasia Gástrica, submetido à Gastrectomia parcial. Devido às transfusoes repetidas o paciente desenvolveu quadro de hemossiderose. Discussao e Conclusoes: Este caso ilustra a importância do diagnóstico diferencial da anemia do renal crônico com má resposta ao uso de estimulantes da eritropoiese. Conclusao: Este caso representou um grande desafio clínico, com uma dificuldade grande em chegar ao diagnóstico adequado e um atraso importante que levou a impossibilidade do tratamento mais adequado, com prejuízo à evoluçao clínica do paciente.

Palavras Chave: hemodiálise, parvovirus, hemosside-rose, transfusao sanguínea.


ID: 5532

Transplante renal em uma paciente com hemofilia a e Sindrome Orofacial Tipo I

Autores: Dias de Meira R, Giollo Rivelli G, da Silva J J, Mazzali M

Instituiçoes: UNICAMP – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hemofilia A é uma doença de transmissao recessiva ligada ao X que leva a um distúrbio hemorrágico pela deficiência parcial ou completa da atividade do fator VIII (FVIII), tendo sua história natural modificada pelo advento da terapia de reposiçao do fator. Há escassos casos relatados de transplante renal (tx) em hemofílicos. Resultados: MAS, feminina, 30 anos, hemofílica A grave sintomática (inversao do intron 22 do gene do FVIII) e elevado bleeding score, síndrome Orofacial Tipo I, dialítica desde 2009 por Doença Renal Policística, hipertensa, reatividade contra painel 0% classes I e II. Recebeu tx renal com doador falecido, KDPI 13%, isquemia fria 28h45. Imunossupressao com basiliximab, micofenolato sódico, tacrolimo e corticoide. Cirurgia sem intercorrências, deixado dreno tubular. Recebeu FVIII recombinante 50 UI/kg imediatamente antes do procedimento, e ajustado para 30 UI/kg de 12/12 horas, com controle diário de FVIII e coagulograma. Nos dois primeiros dias pós-operatório (PO) apresentou hemorragia digestiva alta (HDA) secundária a gastrite hemorrágica difusa, apesar de níveis normais de FVIII, plaquetas e coagulograma. Após tratamento com inibidor de bomba de prótons endovenoso e troca do micofenolato sódico por azatioprina houve controle do quadro. Necessitou de duas sessoes de hemodiálise no PO por hipervolemia, sem heparina. A infusao de FVIII foi reduzida para 30 UI/kg uma vez ao dia no PO4 e, a partir do PO8, para dias alternados. Com a retirada do dreno tubular apresentou hematoma perirrenal, sendo aumentado o FVIII para de 12/12 horas, mesmo com níveis normais de FVIII, até PO 12, quando a dose foi novamente reduzida para dias alternados. Recebeu alta no PO 12 com hematimetria estável, creatinina de 1,48mg/dL, dosagem do FVIII dentro de alvo terapêutico, com infusao 3 vezes/semana até o fim do primeiro mês de tx. Discussao e Conclusoes: O caso relatado está de acordo com a evoluçao encontrada na literatura. Nossa paciente apresentou funçao retardada do enxerto de curta duraçao, alta hospitalar precoce, sem rejeiçao. A HDA ocorrida parece estar relacionada a efeito colateral do micofenolato e nao à hemofilia. No momento dos sangramentos, a paciente apresentava atividade de fator VIII dentro do alvo terapêutico. Após mudança no esquema imunossupressor, houve controle do sangramento sem maiores repercussoes. O tx renal é uma opçao terapêutica válida para pacientes hemofílicos em estágio final da doença renal.

Palavras Chave: Transplante Renal, Hemofilia A, Síndrome Orofacial tipo I.


ID: 5791

Nefrite lúpica apresentando-se como hipertensao acelerada maligna

Autores: Piraciaba T T, Santos F L, Bernardes T P, Santos Neto C D O, Moura L A R D, Kirsztajn G M

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica autoimune, que classicamente predomina em mulheres em idade fértil, com relaçao de gênero feminino:masculino de 9:1 e ampla variabilidade de apresentaçao. Hipertensao acelerada maligna é uma complicaçao grave e raramente ocorre nesses pacientes, sendo mais comum naqueles com síndrome do anticorpo antifosfolípide ou com tamponamento cardíaco. Resultados: Paciente masculino, 24 anos, sem comorbidades, apresentou edema de membros inferiores há cinco meses associado a hipertensao arterial e anemia microcítica e hipocrômica, sendo iniciados captopril e sulfato ferroso. Em consulta no pronto socorro, foi evidenciada creatinina sérica de 2,8mg/dl. Foi admitido no nosso serviço com persistência do edema e da hipertensao, queixando-se de oligúria. PA 220/120mmHg, FC 112bpm. Fundoscopia com papiledema. Exames laboratoriais (sangue) mostravam: creatinina 5,8mg/dl, ureia 77mg/dl, hemoglobina 6,2g/dl, hematócrito 19,8%, leucócitos 4.950/ul com linfopenia (16%), plaquetas 113 mil, DHL 403U/ml, bilirrubina 0,28mg/dl, K 3mmol/l, Na 133mmol/l. Teste de Coombs direto positivo. Urina 1: hemácias > 1 milhao/ml, leucócitos > 1 milhao/ml e proteínas 5g/l. Ultrassonografia de rins e vias urinárias sem alteraçoes. Diante do quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva, optou-se por realizar biópsia renal, que mostrou 20 glomérulos, 10 com áreas segmentares de hipercelularidade endocapilar com presença de crescentes fibrocelulares; atrofia tubular e fibrose intersticial moderadas; arterioloesclerose hiperplástica com microangiopatia trombótica. Imunofluorescência positiva para IgG, IgM, C1q, C3 e traços de cadeias leves kappa e lambda. Consumo de complemento: C3 59mg/dl e C4 5mg/dl. FAN positivo 1/1280, padrao nuclear homogêneo. Foi confirmado o diagnóstico de LES, sendo iniciado tratamento de induçao. Discussao e Conclusoes: Apresentamos um caso de LES cuja manifestaçao inicial é rara, ou seja, hipertensao acelerada maligna e está associada a maior taxa de eventos cardiovasculares. O sexo masculino também confere maior mortalidade devido à pior progressao das doenças renal e hematológica. A biópsia renal mostrou achados que confirmaram a gravidade do LES, exigindo pronta instituiçao da conduta terapêutica, na expectativa de recuperaçao da funçao renal.

Palavras Chave: Hipertensao acelerada-maligna, lupus, nefrite lúpica.


ID: 5706

Tuberculose renal: diagnostico clinico e radiologico em caso com culturas e PCR negativos

Autores: Sales GT M, Pereira M E V D C, Roberto F B, Miehrig A H, Campagnaro L S, Gonzalez D E, Correa L

Instituiçoes: UNIFESP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A Tuberculose (TB) é uma infecçao granulomatosa causada pelo M. tuberculosis e representa um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento e o trato genitourinário é a terceira manifestaçao extrapulmonar mais prevalente da doença. Material e Método: Revisao de prontuário. Resultados: Mulher, 47 anos, rim único congênito e procedente da Bahia, com início em novembro de 2015 de febre vespertina, sudorese, calafrio e perda ponderal de 10 Kg com melhora espontânea dos sintomas em Janeiro de 2016. Paciente entretanto persistiu com alteraçao urinária assintomática, caracterizada por leucocitúria persistente [> 1.000.000/ml (Jan/16), 160.000/ml (Abr/16), 1.290.000/ml (Mai/16)] e uroculturas negativas. Apresentava creatinina 1,3 mg/dL no início do quadro, evoluindo para 1,99 mg/dL(Jan/16) e 2,52 mg/dL (Mai/16), apesar do uso de diversos antibióticos para infecçao urinária. Na investigaçao foram realizados tomografia (TC) de tórax, sem alteraçoes, pesquisa de sorologias para hepatites e HIV negativas, assim como perfil reumatológico com resultado também negativo. Pela persistência da piúria estéril foram realizadas 6 pesquisas para bacilo álcool-ácido resistente, com 1 resultado positivo e 5 culturas de urina para M. tuberculosis e PCR na urina que foram negativos. Realizada TC de abdome que e evidenciou ectasia do sistema coletor sem fator obstrutivo identificado e espessamento parietal da pelve a direita com discreta densificaçao da gordura adjacente. Iniciado tratamento com rifampicina, isoniazida, etambutol e pirimetamina, com melhora da leucocitúria (30/ml) e creatinina (2,1 mg/dL) após 6 meses e com nova TC de abdome com resoluçao das alteraçoes prévias. Discussao e Conclusoes: O diagnóstico da TB renal é um desafio e deve ser aventado diante de um quadro de piúria estéril. Além das características clínicas, nossa paciente apresentava procedência de área endêmica e alteraçoes radiológicas compatíveis, uma vez que a imagem mais comum deste acometimento é a caliectasia e espessamento parietal. Os exames microbiológicos tem sensibilidade e especificidade variadas e requerem grande quantidade de bacilos nas amostras coletadas, nao afastando o diagnóstico diante de resultados negativos. Devido tratar-se de uma patologia que evolui para doença renal estágio terminal se nao tratada adequadamente. Dessa forma, casos com suspeita alta devem ser tratados apesar de resultados microbiológicos nao confirmatórios.

Palavras Chave: Tuberculose renal, leucocitúria estéril, tratamento empírico.


ID: 5817

Analise de uma familia com doença renal intersticial autossomica dominante

Autores: Mota L B, Watanabe E H, Balbo B E P, Amaral A G, Costa E S, Ferreira F, Lerario A M, Onuchic L F

Instituiçoes: Hospital das Clinicas – Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A doença renal intersticial autossômica dominante (DRIAD) é uma doença genética rara, caracterizada por fibrose túbulo-intersticial com evoluçao para doença renal crônica (DRC) terminal. Parte das famílias afetadas apresentam hiperuricemia, gota e/ou cistos renais. Esses achados auxiliam a suspeita diagnóstica, uma vez que a biópsia renal nao se associa a um padrao específico e o sedimento urinário é geralmente inalterado. O diagnóstico baseia-se, portanto, em achados clínicos, laboratoriais e imagenológicos, podendo ser confirmado através de teste genético. Apresentamos uma família com diversas complicaçoes associadas a DRIAD causada por mutaçao em UMOD. Material e Método: Análise clínica, laboratorial, imagenológica e genética molecular da família. Resultados: Paciente do sexo feminino, 35 anos, com DRC estágio 4, cistos renais bilaterais em pequeno número, hiperuricemia (ácido úrico > 15 mg/dL), ausência de proteinúria e urina I sem anormalidades. História familiar: pai com história crônica de hiperuricemia e em diálise, e duas irmas também afetadas. Diante da possibilidade diagnóstica de DRIAD realizamos o rastreamento com teste gênico direto, que revelou mutaçao patogênica em heterozigose no gene UMOD (p.Y286C) no caso índice e em mais 5 membros da família. Um dos indivíduos afetados apresentou reaçao adversa grave após uso de alopurinol. Esta droga associa-se a risco de síndrome DRESS na presença do HLA B58:01, presente neste caso. Tratamento intensivo da hiperuricemia/gota por meio da combinaçao de alopurinol, benzbromarona, colchicina e losartana (dado seu efeito uricosúrico) aparentemente atenuou a progressao da doença em vários familiares afetados. Discussao e Conclusoes: A DRIAD constitui causa rara, porém subdiagnosticada, de insuficiência renal crônica. Tal enfermidade é geneticamente heterogênea, podendo ser causada por mutaçao em 1 de pelo menos 5 genes: UMOD (Uromodulina), MUC1 (Mucina-1), REN (Renina), HNF1B (Fator nuclear de hepatócito 1 beta) e SEC61A1 (subunidade alfa 1 da proteína transportadora SEC61). O tratamento da hiperuricemia com terapia combinada parece ser benéfico. Hiperuricemia grave, insuficiência renal crônica, ausência de proteinúria e história familiar positiva constituem elementos para suspeita clínica de DRIAD. Análise genético-molecular permite o diagnóstico de certeza, quando necessário. Quando presente, hiperuricemia pode ser tratada por meio de terapia farmacológica combinada.

Palavras Chave: Doença renal intersticial autossômica dominante, DRIAD, Uromodulina, UMOD.


ID: 5893

Relato de caso: DRC dialitica causada por uso abusivo de esteroides anabolizantes e suplementos proteicos

Autores: Bastos S M, Garcia M A, Kato K M, Gatica J L, Duzzi A M, Arrebola A DT

Instituiçoes: USF – Bragança Paulista – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Em busca do “corpo perfeito” e da rápida obtençao da massa muscular, muitos indivíduos acabam usando esteroides anabolizantes, principalmente jovens do sexo masculino, mesmo de maneira ilícita e sem prescriçao médica. Diversos trabalhos mostram que o abuso dos esteroides anabolizantes pode gerar comprometimentos hepático, cardiovascular, renal, endócrino/metabólico, comportamentais, dermatológicos e sexuais, sendo que dentre as alteraçoes na funçao renal temos principalmente a depleçao do volume circulante, Necrose Tubular Aguda e Nefrite Tubulointersticial. Entretanto, a busca pelo corpo ideal exposto pelos meios de comunicaçao em massa e a valorizaçao do corpo da sociedade de consumo pós-moderna, nao deixam que os efeitos deletérios dos anabolizantes sejam motivo para que seu uso indiscriminado seja interrompido. Material e Método: Homem, 49 anos, fisiculturista há 20 anos, em atendimento no setor de hemodiálise do Hospital Universitário Sao Francisco. Resultados: Paciente cursou com quadro de insuficiência renal aguda, necessitando de terapia renal substitutiva após quadro de síncope, precedido de mal estar geral e vômitos pós prandial associado a ganho de peso percebida pelo paciente e ureia sérica no momento da inernaçao de 300mg/dL. De antecedentes paciente apresentava Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) nao tratada (PA = 200×110 mmHg) devido a recusa do tratamento medicamentoso desde os 14 anos e uso abusivo e diário por 20 anos de esteroides anabolizantes, hormônio de crescimento, insulina, diuréticos e suplementos nutricionais proteicos, além de dieta hiperproteica. Atualmente paciente realiza hemodiálise e teve uma mudança drástica em sua vida e trabalho. Discussao e Conclusoes: Em meio a tantos comprometimentos, as patologias renais podem ser relacionadas nao só ao abuso dos esteroides anabolizantes, mas também a outros fatores nefrotóxicos associados como dietas muito hiperproteicas, uso de suplementos nutricionais de maneira exagerada e nao orientada), uso de anti-inflamatórios nao esteroidais, rabdomiólise e desidrataçao. Como visto no caso, o paciente apresentava múltiplos fatores que associados explicam o comprometimento renal, incluindo o antecedente de HAS. Diante da associaçao de fatores causadores dos problemas renais, é importante a ampla divulgaçao do maleficio causado pela busca de um corpo perfeito baseado no abuso dos anabolizantes e de suplementos mal indicados e necessidade de avaliaçao constante para monitorizaçao e acompanhamento destes pacientes.

Palavras Chave: anabolizantes, insuficiência renal, exercício físico, hipertensao arterial.


ID: 5630

Doença linfoproliferativa pós – transplante renal em cauda de pancreas: relato de caso

Autores: Portela Neto A A, Ferreira F T, Onuchic L, Miranda de Menezes Neves P D, Jota de Paula F, SR David D, David Neto E

Instituiçoes: FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A doença linfoproliferativa pós- transplante (PTLD) é uma complicaçao maligna comum em transplantados renais. Embora a associaçao com infecçao por vírus Epstein-Baar (EBV) seja frequente, 30% dos quadros sao EBV negativos. Relatamos um caso raro de PTLD em pâncreas, nao associado ao EBV. Material e Método: Paciente do gênero masculino, 45 anos, transplantado renal com doador falecido, doença de base desconhecida. Induzido com Basiliximab e manutençao com Tacrolimus, Micofenolato de Sódio (Myc) e Prednisona. Dois anos após o transplante, em investigaçao de disfunçao renal e hipertensao arterial, realizada AngioTomografia de Abdome que, como achado acidental, evidenciou massa em cauda de pâncreas de 3,8 cm e em baço de 1,6 cm. Após 15 dias, iniciou quadro de perda ponderal, sudorese, epigastralgia e febre diária. Resultados: Exames laboratoriais: Creatinina: 1,46-> 2,52mg/dl, Uréia: 93mg/dl, Sem distúrbios eletrolíticos ou ácido-básicos, PCR: 17 mg/dL, TGO: 17 U/l, TGP: 12 U/l, GamaGT: 24 U/l, Fosfatase Alcalina: 56 U/l, Lipase: 36 U/l, Amilase: 70 U/l, Hemograma: Hemoglobina: 6,5g/dL, Leucócitos:3810/mm3, Linfócitos:850/mm3, Plaquetas:84000/mm3. Urina: normal. Culturas negativas. Sorologias para HIV, Hepatite B e C negativas. PCR para EBV, Parvovirus, Citomegalovirus e Poliomavirus negativos. Biópsia de Medula Ossea hipocelular em serie eritrogranulocítica. Realizada biópsia da massa pancreática, cuja analise histopatológica evidenciou Linfoma Difuso de Grandes Celulas B (EBV negativo). O PET-Scan identificou lesao expansiva de 15 cm em cauda/corpo pancreático, além de acometimento linfonodal cervical, toracico e abdominopélvico. Proposta terapêutica: substituiçao do Myc por Everolimus e 6 ciclos de quimioterapia (Qt) de R-CHOP a cada 21 dias. Após término dos ciclos de Qt, controle de imagem com PET-Scan evidenciou resoluçao completa de lesao pancreática e linfonodais. Atualmente encontra-se em acompanhamento ambulatorial, sem sinais de recidiva da doença. Discussao e Conclusoes: Neoplasias pancreaticas, em geral, apresentam manifestaçoes clínicas escassas, sendo o diagnóstico frequentemente realizado tardiamente. O linfoma, nestes casos, se configura como diagnóstico diferencial com a neoplasia primária de pâncreas e cistos pancreáticos. Ao nosso conhecimento, trata-se do primeiro caso descrito de PTLD em pâncreas pós-transplante renal, nao relacionado ao EBV.

Palavras Chave: Transplante Renal, Doença Linfoproliferativa, Linfoma.


ID: 5503

Peritonite por aspergillus flavus em criança em diálise peritoneal em uso de eculizumabe: relato de caso

Autores: Batistela V C S, Watanabe A, Loureiro J L, Junior A R

Instituiçoes: Instituto da criança/HC-FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Peritonite por Aspergillus em paciente em Diálise Peritoneal (DP) é um evento raro e de elevada morbi/mortalidade. A peritonite por Aspergillus descrita em um adulto foi atribuída ao tratamento com Eculizumabe, que pela açao específica anti C5 pode predispor a infecçoes por germes encapsulados e fungos filamentosos. Material e Método: Revisao do prontuário do paciente e da literatura médica sobre o assunto. Resultados: Menino de 2 anos, previamente hígido, com o diagnóstico de Sd Hemolítica Urêmica de evoluçao atípica (SHUa), iniciando Eculizumabe após um mês do início do quadro. Avaliaçao do complemento: C3 = 145 (90-180mg/dl) e C4 76 (10-40mg/dl). Teste genético observou deleçao em heterozigose nos genes CFHR1 e CFHR3. Inicialmente realizou hemodiálise/hemodiafiltraçao e após iniciou DP automatizada (DPA). Após 6 meses em DPA domiciliar evoluiu com peritonite, caracterizada por dor abdominal, febre e líquido peritoneal (LP) com 1545 células/mm3 (84% neutrófilos). Recebeu Vancomicina e Meropenem, pois havia recebido Teicoplanina e Piperacilina + Tazobactan para tratar infecçao sem foco definido e LP normal. No 5ºD de antibioticoterapia apresentou febre e LP com 5120 células/mm3 (83% neutrófilos). Houve aumento progressivo da celularidade e no 8ºD de tratamento foi realizado ultrassonografia de abdome que demonstrou espessamento de alças intestinais predominantemente em fossa ilíaca direita (FID). Tomografia computadorizada com coleçoes císticas peri-hepáticas, se estendendo até FID. No 9ºD resultado de LP inicial mostrou Aspergillus Flavus. Os antimicrobianos foram substituídos por Voriconazol EV (MIC 0,5mg/L). Foi retirado o Tenckhoff, iniciado Hemodiálise (HD) e suspenso o Eculizumabe. Recebeu alta após 21 dias de Voriconazol EV, mantendo Voriconazol VO e HD. Controle evolutivo dos cistos hepáticos mostrou resoluçao quase total das lesoes. Nao houve manifestaçao clínica ou laboratorial da microangiopatia trombótica após 6 meses da última dose de Eculizumabe. Discussao e Conclusoes: Peritonite por Aspergillus pode ser considerada em pacientes em uso de Eculizumabe com peritonite de evoluçao atípica e culturas negativas. A suspensao do Eculizumabe no presente caso nao resultou em descompensaçao da doença em 6 meses de seguimento. O tratamento com Eculizumabe revolucionou a evoluçao dos paciente com SHUa, porém dúvidas quanto a sua indicaçao precisa e quanto ao tempo/necessidade de manutençao ainda precisam ser esclarecidas, uma vez que a droga nao é isenta de riscos, como podemos observar no presente caso.

Palavras Chave: Diálise Peritoneal, Síndrome Hemolítica Urêmica Atípica, Eculizumabe, Peritonite por Aspergillus.


ID: 5832

Nefropatia por C1Q associada a pneumonia por hipersensibilidade: relato de caso

Autores: Portela Neto A A, Onuchic L, Miranda de Menezes Neves P D, Barbosa Jorge L, Bitencourt Dias C, Yu L, Woronik V, de Abreu Testagrossa L, Avancini Costa Malheiros D M

Instituiçoes: FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A Nefropatia por C1q (NC1q) é uma glomerulopatia rara, que manifesta-se clinicamente sob as formas de proteinúria ou síndrome nefrótica. Seu diagnóstico é histológico e caracteriza-se por microscopia de luz com padrao de podocitopatia, associada a deposiçao mesangial (dominante ou codominante) de C1q. Relatamos um caso de NC1q associada a Pneumonia por Hipersensibilidade. Material e Método: Paciente do gênero feminno, 33 anos, foi encaminhada para investigaçao de quadro de edema de membros inferiores com início há 4 meses e evoluçao para anasarca. Apresentava quadro grave de pneumonia de hipersensibilidade a mofo, em uso de oxigenioterapia domiciliar e em avaliaçao de transplante pulmonar. Ao exame físico, hipertensa controlada com medicaçoes. Exames laboratoriais: Ur: 48mg/dL, Cr: 1,67mg/dL (CKD-EPI:46ml/min/1,73m2), sem distúrbios hidroeletrolíticos ou ácido-básicos, Urina 1: sem leucocitúria ou hematúria, proteinúria 24h: 7,83g, proteínas totais: 5,8g/dL, albumina: 2,7g/dL, globulinas: 3,1g/dL, colesterol total: 216mg/dL, LDL: 141mg/dL, HDL: 43mg/dL, TG: 161mg/dL. Hb: 16,5g/dL, leucócitos: 9480/mm3, plaquetas: 337000/mm3, C3: 132mg/dL e C4: 20mg/dL (normais), sorologias para hepatite B, C e HIV negativas, Fator Reumatóide positivo, outros auto-anticorpos (FAN, anti-DNA, e ANCA) negativos, eletroforese de proteínas séricas e perfil glicêmico normais. A Ultrassonografia revelava rins tópicos de tamanho e aspecto normais. Nesse contexto optou-se pela realizaçao de biópsia renal. Resultados: A microscopia de luz evidenciou 15 glomérulos, sendo 1 esclerótico, hipercelularidade mesangial, hiperplasia de podócitos, cápsula de Bowman espessada, sinéquiasemmaisde 50% dosglomérulos, proliferaçao endocapilar em 2 glomérulos, túbulos focalmente atróficos e interstício com 10% de fibrose focal. Imunofluorescência com depósitos de C1q +3/+3 padrao granular, mesangial, segmentar e difuso e C3 +2/+3 e IgM +1/+3 padrao granular, mesangial, segmentar e focal, sendo os achados histológicos compatíveis com Nefropatia por C1q. Iniciamos tratamento com corticoide, com reduçao progressiva de proteinúria (atual: 4,9g). Discussao e Conclusoes: A NC1q é uma entidade pouco compreendida, com as mais diversas manifestaçoes clínicas e desfechos renais. Ao nosso conhecimento, nao existem na literatura casos desta patologia associados a pneumopatias crônicas graves, reforçando sua enorme variabilidade clínica e a potencial importância de investigar diagnósticos sistêmicos associados.

Palavras Chave: Nefropatia C1q, Pneumopatia Cronica, Hipersensibilidade.


ID: 5947

Meningite por listeria monocytogenes em paciente com nefrite lupica induzida com micofenolato

Autores: Pereira M E R V D C, Campagnaro L S, Sales GT M, Miehrig A H, Gonzalez D E, Rocha D R, Durao Jr M S

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A nefrite lúpica teve sua história natural modificada drasticamente após a introduçao da terapia imunossupressora, com aumento da sobrevida em 5 anos de 20-40% para mais de 95%. Entretanto, o tratamento está associado a elevada taxa de complicaçoes, principalmente infecciosas, por patógenos típicos e oportunistas. A meningoencefalite por Listeria monocytogenes caracteriza-se por alta morbimortalidade, sendo associada a pacientes idosos, recém-nascidos e imunossuprimidos. Pode apresentar-se com romboencefalite e com vasculite secundária. Material e Método: Revisao de prontuário. Resultados: Mulher, 30 anos, com antecedente de migrânea e lúpus desde janeiro de 2017, FAN = 1:640 padrao nuclear homogêneo (Urina 1: Leucócitos 24.000/mL, Hemácias 207.000/mL, Proteínas ++), Proteinúria de 24 horas: 5,09 g (11/03/2017). Biópsia nao disponível em hospital de origem. Iniciado tratamento com metilprednisolona 1 g/dia por 3 dias, seguido de prednisona 1 mg/kg/dia e micofenolato 3 g/dia. Paciente persistiu com artralgia e piora da funçao renal (Creatinina 0,9 mg/dL em Mar/2017 e 1,7 mg/dL em Abril/2017), sendo encaminhada para nosso serviço. A entrada em 10/04/2017, apresentava Cr = 1,44 mg/dL, C3 = 70 mg/dL e C4 = 13 mg/dL, Anti-DNA negativo. Realizado novo curso de metilprednisolona e biópsia renal, a qual apresentava nefrite lúpica classe IV. Após 4 dias, paciente evoluiu com cefaleia holocraniana, com piora em 2 dias com sonolência. Análise de líquor com proteínas: 122 md/dL, 285 leucócitos, 67% linfócitos, pressao de abertura 75 mmHg e cultura positiva para L. monocytogenes (também positivo em hemocultura). Suspensa imunossupressao e iniciado ampicilina e vancomicina. Tomografia de crânio evidenciava lesao expansiva fronto-parietal esquerda com importante edema peri-lesional, sem realce ao contraste. Evoluiu com necessidade de suporte ventilatório invasivo e com monitorizaçao intensiva de pressao intracraniana, com resposta a medidas clínicas, porém sem recuperaçao de nível de consciência ao nível prévio do acometimento infeccioso. Discussao e Conclusoes: A maioria dos estudos com tratamento de induçao no lúpus apresentam como desfecho primário a taxa de resposta completa e parcial após o tratamento. Os estudos comparando as complicaçoes entre o micofenolato e a ciclofosfamida tendem a mostrar nao haver diferença. O caso mostra a importância de realizar estudos randomizados com objetivo de identificar fatores de risco associados a ocorrência de infecçoes individualizados para cada medicaçao.

Palavras Chave: Nefrite lúpica, meningite, listeria, micofenolato.


ID: 5455

Criptococose disseminada em transplantado renal: relato de caso

Autores: Aoqui V Y, Abreu N A D M, Ribeiro B F, Salum D R, Araujo K P, Nunes P S, Derks Y M, Romao E A, Neto M M, Nunes L L A

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto – USP RP – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A criptococose é causada pela levedura encapsulada Cryptococcus neoformans. Pode afetar indivíduos imunocompetentes, mas freqüentemente acomete imunossuprimidos. É a terceira causa de infecçao fúngica nos transplantados renais e apresenta alta mortalidade. Material e Método: Estudo descritivo constando de relato de caso e revisao da literatura. As informaçoes do paciente foram coletadas através do prontuário eletrônico. Resultados: Paciente 62 anos, masculino, portador de doença renal crônica, em hemodiálise por nove anos. Submetido a transplante renal doador falecido em fevereiro de 2014. Imunossupressao: Micofenolato, Tacrolimo e Prednisona. Em atendimento ambulatorial, sete meses após o transplante, relatou fraqueza, astenia, febre diária, tontura há uma semana e queda da própria altura sem perda da consciência. Foi internado para investigaçao. Apresentou paresia em membro inferior direito e disartria, hipótese de acidente vascular encefálico confirmado por exame de imagem. Nos dias subsequentes apresentou prurido, hiperemia e edema em membro superior direito com ulceraçoes e exsudato purulento, interpretado como celulite e instituído antibioticoterapia, sem resposta, realizada biópsia de pele sugestivo de criptococose. Iniciado Anfotericina B lipossomal. Evoluiu com piora do padrao respiratório e nível de consciência, elevaçao de escórias nitrogenadas, com necessidade de hemodiálise e entubaçao orotraqueal. Ressônancia de encéfalo com lesoes com captaçao de contraste perivascular sugestiva de neurocriptococose, contra imunoeletroforeseparafungos no líquorpositivo 1/128 e urocultura positiva para criptococose. Apresentou complicaçoes infecciosas de foco cutâneo e pulmonar. Obito após setenta dias do diagnóstico. Discussao e Conclusoes: Cryptococcus neoformans é transmitido por via inalatória, com posterior disseminaçao para outros órgaos, sendo o sistema nervoso central o mais temido. Nas formas disseminadas, as lesoes cutâneas podem ocorrer em 10-15% dos casos, como pápulas, pústulas, abscessos ou ulceraçoes, com 86% de mortalidade se nao tratada. A infecçao criptocócica é geralmente insidiosa e o grau de imunossupressao do paciente pode alterar seu curso e gravidade. Nos imunossuprimidos, o acometimento cutâneo representa indício de disseminaçao fúngica, que deve ser rastreada a fim de otimizar o tratamento e diminuir a morbi-mortalidade. O presente caso demonstra a importância do diagnóstico diferencial dos quadros infecciosos em transplantados renais.

Palavras Chave: criptococose, imunossupressao, transplante renal.


ID: 5676

Nefropatia da IgM: um desafio diagnostico e terapeutico

Autores: Rocha Filho G S, Araujo V C C, Oliveira T G, Luz Neto E R

Instituiçoes: Hospital Ana Nery – Salvador – Bahia – Brasil

Introduçao: A nefropatia por IgM (IgMN) é uma entidade clínico-patológica relativamente nova, considerada por muitos uma ponte entre doença de lesao mínima (DLM) e glomerulosclerose segmentar focal (GESF). Caracteriza-se à imunofluorescência (IF) por depósitos de IgM difusos e granulares dominantes no mesângio e a imagem histológica varia de normal à proliferaçao de células mesangiais, acúmulo de matriz mesangial e esclerose segmentar ou global. Material e Método: Revisao de prontuário. Relato de Caso: Paciente sexo feminino, 44 anos, hígida, admitida com história de edema em face, seguido de anasarca. Exames: Ur 130, Cr 4.9, Alb 1.7, Hb 11, colesterol 343, triglicérides 447, Urina com 6 hemácias; proteinúria de 24h 17,5 g, HIV, HBV, HCV, FAN e Anti-DNA nao reagentes. Foi submetida a pulsoterapia com metilprednisolona por 3 dias e realizada biópsia renal, que evidenciou glomerulonefrite proliferativa focal e segmentar, IF com IgM e C3+++, mesangial e segmentar, C1q, kappa e lambda++, IgG+, IgA-. Paciente foi submetida a tratamento com ciclofosfamida venosa por 6 meses. Apesar de recuperaçao de funçao renal, manteve-se nefrótica e terapia foi modificada para ciclosporina, também sem resposta. Nova biópsia renal após um ano evidenciou glomerulopatia com lesoes escleróticas segmentares e globais crônicas, IF com traços de IgM e C3+ e 40-50% de fibrose túbulo-intersticial. Discussao e Conclusoes: A prevalência de IgMN varia de 2 a 18,5% em biópsias nativas. Sua etiopatogenia é desconhecida e deve-se excluir doenças sistêmicas como nefrite lúpica. A hipótese é que antígenos no ambiente ou alimentos que preferencialmente induzem respostas de IgM, juntamente com anormalidades na funçao dos linfócitos T sao responsáveis pela doença. Os depósitos de IgM ≥ 2+ em mais de 50% de regioes mesangiais de glomérulos nao escleróticos sao as características predominantes, podendo haver também deposiçao menos intensa de C3, IgG e IgA. A microscopia eletrônica mostra apagamento dos processos podocitários, que se correlaciona com a extensao da proteinúria. Há relatos de apresentaçoes mais agressivas, com proliferaçao extracapilar e formaçao de crescentes. Nossa paciente apresentava inicialmente proliferaçao endocapilar, que é raro nesse contexto, mas pode conferir pior prognóstico. Há elevada incidência de córtico-resistência, e casos re-biopsiados mostraram GESF. Em geral, a doença tem pior prognóstico, com alta probabilidade de progressao para doença renal terminal em 5 anos, em comparaçao com DLM/GESF sem depósitos de IgM.

Palavras Chave: síndrome nefrótica, nefropatia da IgM, GESF.


ID: 5725

Nefropatia por anticoagulante em paciente lupica

Autores: Rocha D R, Alves C R M, Madureira B D B, Abreu K L S, Ficher K N, Campagnaro L S, Balda C A, Abreu P F, Moura L A R

Instituiçoes: UNIFESP|EPM – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A nefropatia por anticoagulante é uma condiçao que pode levar à lesao renal aguda, seja relacionada à varfarina ou aos novos anticoagulantes orais. Até 17% dos pacientes em anticoagulaçao com varfarina e RNI > 3,0 podem apresentar aumento da creatinina sérica, segundo alguns estudos. O diagnóstico muitas vezes é presuntivo, pois a biópsia renal nao é realizada em decorrência da própria anticoagulaçao. Material e Método: Relatamos um caso de nefropatia por anticoagulante em paciente com lúpus eritematoso sistêmico, em atividade clínica e laboratorial e com declínio rápido de funçao renal. Resultados: Mulher, 45 anos, negra, com antecedente de hipertensao pulmonar idiopática há 7 anos em uso de varfarina. Relatava artralgia e alopecia há 5 meses. Procurou outro serviço com hemoptoicos ocasionais há 10 dias, sendo tratada como pneumonia com levofloxacino, sem melhora do quadro e com hematúria macroscópica no período. Na entrada apresentava sinais vitais estáveis, eupneica, com estertores em base pulmonar direita, sem demais alteraçoes. Exames laboratoriais com creatinina 1,8mg/dL (basal 0,6mg/dL), RNI 4,7 (prontamente corrigido com plasma fresco), Hb 11,0g/dL (sem sinais de hemólise), linfopenia e complemento consumido. Urina I com 44.000 leucócitos, 1.200.000 hemácias (dismorfismo ++) e P/C 0,7g/g, com urocultura negativa. Radiografia de tórax com infiltrado alveolar bilateral, que na tomografia de tórax era compatível com hemorragia alveolar difusa. Pela suspeita de síndrome pulmao-rim, foi iniciada pulsoterapia com Metilprednisolona 750mg/d por 3 dias. Realizada biópsia renal que evidenciou glomérulos normais, hemorragia recente em espaço urinário, atrofia tubular focal com cilindros hemáticos e fibrose intersticial discreta, com imunofluorescência negativa, sendo os achados morfológicos consistentes com nefropatia por açao de anticoagulantes. A paciente foi mantida sem anticoagulantes e submetida a hidrataçao vigorosa, com creatinina estável em 2,3mg/dL. As provas reumatológicas evidenciaram FAN 1/1280 nuclear pontilhado grosso, anti-DNA negativo, ANCA negativo e crioglobulinas positivo. Feito o diagnóstico de lúpus e pelo quadro pulmonar iniciada terapia com ciclofosfamida. Discussao e Conclusoes: Na maioria dos casos de nefropatia por anticoagulante a biópsia renal nao é realizada e o diagnóstico é presuntivo. O caso em exposiçao ilustra a importância que a biópsia renal teve para definiçao do diagnóstico da nefropatia por anticoagulante, excluindo uma manifestaçao renal do lúpus.

Palavras Chave: Nefropatia Associada a Anticoagulante, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Lesao Renal Aguda, Biópsia Renal.


ID: 5877

Glomerulopatia membranosa por Sifilis em adulto jovem

Autores: Alves C R M, Rocha D R, Madureira B D B, Abreu K L S, Ficher K N, Campagnaro L S, Pietrobom I G, Balda C A, Abreu P F, Moura L A R

Instituiçoes: UNIFESP|EPM – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A Organizaçao Mundial da Saúde estimou cerca de 5,2 milhoes de casos novos no ano de 2012, entre adolescentes e adultos de 15 a 49 anos. O acometimento renal é forma rara de complicaçao da doença em sua fase secundária e, em geral, manifesta-se como proteinúria. Material e Método: Os autores descrevem o caso de paciente jovem com diagnóstico de Glomerulopatia Membranosa secundária por Sífilis. Resultados: Paciente do sexo masculino, 22 anos, previamente hígido, apresentou trauma automobilístico com escoriaçoes leves pelo corpo. Evoluiu com celulite de membro inferior direito, sendo medicado com antibiótico e anti-inflamatório nao-esteroidal em outro serviço. Há três dias da admissao apresentou tosse, dor pleurítica à direita e febre. Deu entrada hemodinamicamente estável, eupneico e febril. Apresentava disfunçao renal (Creatinina 9,0mg/dL e Ureia 297mg/dL) e iniciou terapia renal substitutiva no contexto de oligúria. Urina I com proteinúria 1,7g/L, 88.000 leucócitos e 640.000 hemácias com dismorfismo negativo, Albumina 3,1g/dL e LDL 200mg/dL. Tomografia de tórax evidenciou extensa pneumonia em lobo inferior direito. Hemoculturas positivas para S. pneumoniae. O exame ultrassonográfico mostrou aumento dos rins bilateralmente (14,5 e 15,0cm). Sorologias para HIV, HBV e HCV eram negativas. O paciente iniciou tratamento com Ceftriaxone e, no quarto dia de antibioticoterapia, pela suspeita de glomerulonefrite rapidamente progressiva, foi pulsado com Metilprednisolona 1g por 3 dias. Realizada biópsia renal com glomerulopatia membranosa em fase II, com depósito granular difuso em alças capilares de IgG (+/++), IgM (traços), C1q (traços), C3c (+), cadeias leve Kappa (+) e Lamda (+) à imunofluorescência. Posteriormente, verificado FAN negativo e VDRL 1/128, com FTA-ABS positivo, sendo iniciado tratamento para sífilis indeterminada com penicilina benzatina. Houve rápida recuperaçao da funçao renal ao longo da internaçao, ficando a lesao renal aguda atribuída à necrose tubular aguda, e o paciente recebeu alta com creatinina 1,1mg/dL. Discussao e Conclusoes: A Glomerulopatia Membranosa em adultos jovens está associada a doenças sistêmicas, inflamatórias ou infecciosas. O aumento da incidência de sífilis deve nos fazer ficar mais atentos para este diagnóstico diferencial, como ilustrado no caso.

Palavras Chave: Glomerulopatia Membranosa, Sífilis, Lesao Renal Aguda, Biópsia Renal.


ID: 5748

Relato de caso – SHUa associada ao puerperio apresentando-se com disfunçao renal prolongada e ausencia de hemolise evidente, com boa resposta ao eculizumab

Autores: Guedes F L, Faria P M S D, Dantas GY D F, Dantas L P A F, Sabino F B, Quinino R M E, dos Santos R P, de Almeida J B, Araujo S D A

Instituiçoes: Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal – Rio Grande do Norte – Brasil

Introduçao: A síndrome hemolítico-urêmica atípica (SHUa) é uma doença rara e grave, caracterizada por microangiopatia trombótica (MAT): lesao de órgao – injúria renal aguda, plaquetopenia e anemia hemolítica microangiopática. A SHUa é ocasionada por uma ativaçao excessiva e crônica do sistema complemento, levando adano endotelial da microvasculatura, formaçao de trombos e resultando em lesao de órgaos. Por motivos ainda nao elucidados, a gestaçao e o puerpério podem atuar como fatores precipitantes da SHUa. Atualmente o uso de eculizumab, um anticorpo monoclonal contra a proteína C5 do sistema complemento, surge como opçao terapêutica e como medida modificadora da evoluçao da doença. Material e Método: Descrever a evoluçao clínica e a resposta ao tratamento com eculizumab, de uma paciente no contexto de uma MAT no puerpério, em que a biópsia renal foi fundamental para o diagnóstico. Resultados: Relatamos o caso de uma puérpera de 18 anos, previamente saudável e que após 15 dias da interrupçao da gravidez por cesariana (por pré-eclâmpsia grave), foi readmitada em nosso serviço devido a quadro de insuficiência respiratória aguda. Os exames admissionais evidenciaram grave lesao renal aguda (creatinina séria = 15 mg/dl), presença de hemólise microangiopática: anemia (hemoglobina = 6,3g/dl) e plaquetopenia (126.000/mm3), esquizócitos em sangue periférico e aumento do LDH (4264 mg/dl). O diagnóstico foi de MAT associada ao puerpério e iniciado diálise. Apesar de melhora progressiva das provas de hemólise, ausência de hipertensao arterial ou necessidade de hemotransfusao, a paciente permaneceu dependente de hemodiálise com 30 dias de evoluçao, sendo submetida a sessoes três vezes por semana e mantendo altos níveis de escórias nitrogenadas (creatinina: 6-8 mg/dl). Nessa época, uma biópsia renal foi realizada, sendo os achados sugestivos de MAT crônica. Pensou-se no diagnóstico de SHUa, ao se descartar quadro sistêmico atribuível a Hellp syndrome, ausência de história pregressa de diarreia e normalidade da atividade de ADAMTS-13 (73%). Paciente foi tratada com eculizumab, sendo suspenso tratamento dialítico três dias após a primeira infusao, sendo a melhora de funçao renal progressiva.Discussao e Conclusoes: A importância do relato está na descriçao de um caso em que a biopsia renal foi determinante para o diagnóstico da SHUa, e que possibilitou a adiçao do eculizumab ao esquema terapêutico, o que proporcionou benefício evidente à doente, com saída do programa de hemodiálise.

Palavras Chave: Injúria renal; puerpério; SHUA; eculizumab.


ID: 5862

Apresentaçao atípica do rim de mieloma – um relato de caso

Autores: Matsuura A J, Fontes T M D S, Ferreira D P, Rocha N G C, Santos C D N, Alves A Q N

Instituiçoes: Hospital de Base do Distrito Federal – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: Acometimento renal é uma complicaçao comum no Mieloma Múltiplo (MM). Aproximadamente 50% destes podem evoluir com Lesao Renal Aguda (LRA). Existe uma correlaçao inversa entre a presença, gravidade da disfunçao renal e sobrevida nestes pacientes. A nefropatia de cilindros é o achado mais comum (33 – 60%). Material e Método: Relato de caso de paciente com manifestaçao atípica de rim de mieloma admitido na Unidade de Nefrologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), em Brasília. Resultados: Paciente masculino, 61 anos, negro, com HAS e DM2 há 15 anos, síndrome metabólica e cardiopatia hipertensiva admitido por anemia microcítica e hipocrômica, perda de funçao renal (Cr 5,49 mg/dL), inversao da relaçao albumina/globulina (0,6 g/dL), ausência de hipercalcemia, EAS com 25mg/dL de proteína e proteinúria de 4.210 mg/24 horas, fundoscopia com retinopatia hipertensiva e diabética, eletroforese de imunoglobulinas e imunofixaçao urinária com pico monoclonal em IgG e Lambda, ausência de lesoes líticas em radiografia de ossos longos, crânio e biópsia de medula óssea com 11% de plasmócitos. Hematologista sugeriu diferenciar MM de Smoldering Mieloma (SM) por biópsia renal. Microscopia de luz (ML) com hipertrofia glomerular discreta, nefrite túbulo intersticial multifocal, hiperplasia fibrosa acentuada da íntima arterial e atrofia tubular multifocal com cilindros tubulares fracamente PAS positivo e com reaçao epitelial hiperplásica reativa que pode indicar secreçao inapropriada de cadeias leves e imunofluorescência (IF) negativa sem confirmaçao categórica de nefropatia de cilindros. Rediscutido com nefropatologista e foi sugerido diagnóstico de rim de mieloma com histologia atípica e iniciado tratamento. Discussao e Conclusoes: O primeiro passo na avaliaçao de paciente com possível MM é verificar o correto diagnóstico visto que o SM nao requer tratamento, enquanto a sobrevida em pacientes com MM sintomático e sem tratamento, é cerca de 6 meses. Histologicamente, os achados comuns sao cilindros eosinofílicos, de aspecto fragmentado, predominantemente no néfron distal, macrófagos intratubulares, intersticiais e células gigantes em resposta aos cilindros formados, inflamaçao intersticial, fibrose, atrofia tubular e ausência de lesoes no compartimento glomerular e vascular e IF positiva para cadeias leves. No relato descrito, anemia e perda de funçao renal poderiam ser decorrentes de HAS/DM e a discussao histológica foi essencial para definiçao de MM, visto que o paciente nao apresentava hipercalcemia e lesoes líticas.

Palavras Chave: mieloma múltiplo, lesao renal aguda, proteínas do mieloma.


ID: 5458

Sarcoma de kaposi cutaneo após transplante renal – relato de caso

Autores: Foresto R D, Higasiaraguti M, Ribeiro M S J, Santos D W C L, Cristelli M P, Silva Jr H T, Pestana J O M

Instituiçoes: Escola Paulista de Medicina – Sao Paulo – SP – Brasil, Hospital do Rim – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: O Sarcoma de Kaposi é uma neoplasia maligna de origem vascular de elevada morbimortalidade que representa cerca de 5% das neoplasias incidentes nos transplantados. Tem início na pele e/ou mucosas, porém tem rápida disseminaçao e invasao nos tecidos e órgaos. É associado a infecçoes virais, como o Herpes virus 8 e o HIV, e à agressividade da imunossupressao, ocorrendo, em geral, entre 12 a 30 meses após o transplante. Objetivos: Relatar caso de paciente HIV + com Sarcoma de Kaposi após transplante renal relacionado à imunossupressao. Material e Método: Relato de caso e revisao da literatura. Resultados: Homem de 63 anos, portador de HIV há 28 anos, hipertensao arterial, diabetes mellitus tipo II há 16 anos, doença renal crônica por abuso de anti-inflamatórios, foi submetido a transplante renal de doador falecido em dez/2014 com esquema de imunossupressao com prednisona, tacrolimus e micofenolato. Para o HIV, usava lamivudina, lopinavir/ritonavir e abacavir. Pela interaçao medicamentosa com o lopinavir/ritonavir, a concentraçao sanguínea do tacrolimus mantinha-se sempre elevada (> 10 ng/ml), mesmo com dose de 1mg 15/15 dias, sendo optado por trocar por raltegravir. Mantinha funçao do enxerto renal estável com creatinina entre 1,2-1,4 mg/dl e bom controle do HIV, com exames periódicos de carga viral mostrando-se indetectável e CD4 entre 487 a 630 células. Em ago/2016, surgiram lesoes violáceas em membro inferior direito, sendo diagnosticado Sarcoma de Kaposi restrito a pele através de biópsia da lesao, investigaçao de invasao mostrou-se negativa. Optado por substituir o micofenolato por everolimo e realizar exérese das lesoes, porém novas lesoes apareceram em membro inferior esquerdo. No momento, em programaçao de imunomodulaçao tópica. Discussao e Conclusoes: A coinfecçao do HIV na presença da imunossupressao do transplante gera um sinergismo a favor do aparecimento de neoplasias. Neste caso, o bom controle do HIV mostrado pelos exames de carga viral e CD4 sugerem que o Sarcoma de Kaposi deve-se principalmente ao uso dos imunossupressores, cuja troca do micofenolato pelo everolimo nao evitou que surgissem novas lesoes no membro contralateral.

Palavras Chave: Sarcoma de Kaposi; Transplante renal; HIV.


ID: 5459

Cistite hemorragica por citomegalovirus após transplante renal – relato de caso

Autores: Higasiaraguti M, Foresto R D, Proença H M D S, Santos D W D C L, Cristelli M P, Silva Jr. H T, Pestana J O M

Instituiçoes: Escola Paulista de Medicina – Sao Paulo – SP – Brasil, Hospital do Rim – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Infecçao por citomegalovírus (CMV) é comum nos receptores de transplanterenal, principalmente nos três primeiros meses. Os fatores de risco incluem receptor IgG negativo, induçao com timoglobulina, alto risco imunológico com imunossupressao mais intensa e rejeiçao aguda do enxerto. Ele pode ser classificado em primoinfecçao ou em reativaçao e manifestar-se na forma de infecçao, síndrome febril ou doença invasiva. Objetivos: Relatar caso de paciente com doença invasiva na forma de cistite hemorrágica por citomegalovírus após 1 mês do transplante renal. Material e Método: Relato de caso e revisao na literatura. Relato do Caso: Mulher de 69 anos, portadora de doença renal crônica por hipertensao arterial e diabetes mellitus tipo II em hemodiálise há 5 anos, foi submetida a transplante renal doador falecido (CMV D+/R+) padrao em set/2016, realizada induçao com timoglobulina 3 mg/kg dose única e imunossupressao de manutençao com tacrolimo, prednisona e azatioprina. Evoluiu com disfunçao do enxerto, cuja biópsia no 7º PO nao evidenciou rejeiçao aguda e foi de alta no 14º PO. No 25° PO, apresentou hematúria macroscópica associada à disfunçao renal, anemia e leucopenia. Realizados exames complementares com urocultura negativa, antigenemia para CMV com 54 células, cistoscopia com áreas de hiperemia e lesoes bolhosas em parede lateral direita e cúpula com “ilhas” de mucosa normal, biópsia da bexiga com cistite crônica, trombose de pequenos vasos superficiais e numerosas inclusoes em células endoteliais sugestivas de efeito citopático viral por CMV confirmadas pela imunohistoquímica. Paciente evoluiu com melhora clínica e negativaçao da antigenemia após administraçao de ganciclovir por 28 dias. Discussao e Conclusoes: Embora essa paciente seja considerada de baixo risco para infecçao por citomegalovírus, ela desenvolveu cistite hemorrágica cuja incidência nos transplantados renais é rara.

Palavras Chave: cistite hemorrágica, transplante renal.


ID: 5806

Nefrite intersticial necrotizante causada por adenovirus, um caso de disfunçao de enxerto associado a hematuria em transplante renal

Autores: Sales GT M, Françoso M D M, Viana L A, Cristelli M P, Tenório N C, Bernardes T P, Santos D W D C L, Felipe C R, Vaz M L D S, Moura L A, Silva Jr. H T, Pestana J O M

Instituiçoes: Hospital do Rim e Hipertensao – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Os adenovírus sao agentes infecciosos comuns em imunocompetentes, causando sintomas autolimitados sem necessidade de tratamento específico. Em pacientes imunossuprimidos, podem causar infecçoes graves que podem se apresentar com hepatite, pneumonia ou cistite hemorrágica. Material e Método: Revisao de prontuário. Resultados: Homem de 46 anos em hemodiálise há 2 anos e meio foi submetido a transplante renal em setembro de 2015. Recebeu timoglobulina e manutençao com tacrolimus, prednisona e azatioprina (níveis de vale de FK entre 6 e 10 ng/mL). Evoluía bem até fevereiro de 2017, com creatinina (Cr) basal de 1,4 mg/dL, quando apresentou hematúria macroscópica. A entrada foi observado Cr = 2,3 mg/dL e urina 1 com proteína 3,9 g/L, hemácias 54.400.000/mL e leucócitos 1.800.000/mL. Ultrassonografia renal mostrava discreta hidronefrose e espessamento de urotélio. Após resultado de urocultura negativa, realizada coleta de PCR sérico e urinário para BK vírus, urinário para adenovírus, urocultura para micobactérias e antigenemia para CMV. Cistoscopia evidenciou hiperemia de mucosa com pontos de hemorragia e biópsia com processo inflamatório inespecífico e edema acentuado. Procedida passagem de sonda vesical devido a retençao urinária para irrigaçaoe o mesmo evoluiucom melhora da hematúria e estabilizaçao da funçao renal após 2 dias. Após 10 dias, apresentou novamente hematúria, tosse, febre e novo aumento de creatinina (4,7 mg/dL), sendo realizada biópsia do enxerto e iniciado ceftriaxone. Evidenciada nefrite intersticial necrotizante, inclusoes intranucleares e reaçao granulomatosa, sem rejeiçao. Resultado de PCR para adenovirus resultou positivo e demais exames etiológicos negativos. Decidido por manter prednisona 40 mg/d como imunossupressao e realizadas 2 doses de imunoglobulina de 0,5 g/Kg com intervalo de 15 dias (imunoglobulina sérica total = 6,2 g/L, referência 6,5 – 8,1 g/L), com resoluçao do quadro. Após 2 meses apresentava Cr = 1,6 mg/dL e sem hematúria microscópica, sendo entao reiniciado tacrolimus. Discussao e Conclusoes: Hematúria macroscópica é relativamente comum em transplantados renais. A principal causa nao cirúrgica é infecçao urinária, causada principalmente por bactérias e vírus, com o adenovírus estando associado principalmente a cistite hemorrágica. Esse agente raramente causa nefrite intersticial e o tratamento baseia-se principalmente na diminuiçao da imunossupressao, com alguns relatos de uso de cidofovir ou de imunoglobulina quando associado a hipogamaglobulinemia.

Palavras Chave: Adenovírus, nefrite necrotizante, transplante renal, hematúria.


ID: 5463

Insuficiencia renal aguda associada a varfarina – relato de caso

Autores: Caetano Rosa Neto F, Soares Gonçalves S, Ludmilla Rodrigues J, do Bomfim Junior P J, Cerqueira Braga M, da Silva Oliveira K, Sousa da Silva L C, de Souza Fontes T M

Instituiçoes: Universidade Católica de Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: Varfarina é um anticoagulante amplamente utilizado na profilaxia e tratamento de distúrbios da hemostasia. Vários efeitos adversos sobre o rim já foram relatados: Nefrite intersticial aguda, Necrose Tubular Aguda, Vasculite Leucocitoclástica, Embolizaçao aterosclerótica e Nefropatia relacionada pela Varfarina. Somado a isso, o uso indiscriminado e associado de AINEs e a presença de glomerulopatia prévia aumentam a propensao destas lesoes. O objetivo deste relato de caso é discorrer e alertar sobre o risco de complicaçoes renais em pacientes em uso de Varfarina e AINEs e solidificar a importância de se realizar a monitorizaçao da funçao renal e dos parâmetros da coagulaçao. Material e Método: Revisao de prontuário eletrônico e revisao sistemática sobre Insuficiência renal e Varfarina nas bases de dados Pubmed, MEDLINE e Scielo, nos idiomas inglês e português entre os anos de 1976 a 2017. Resultados: Paciente masculino, 38 anos com histórico de TEV há 2 meses em anticoagulaçao com varfarina deu entrada no hospital com queixas de náuseas, mal estar, diarreia, dor abdominal e hematúria há 10 dias. Além disso, referia o uso crônico de AINEs para alívio de dores articulares. Exames laboratoriais evidenciando elevaçao das escórias nitrogenadas, acidose metabólica, leucocitúria, hematúria e proteinúria, associada a níveis supraterapêuticos da varfarina (INR = 5). Suspenso anticoagulante e administrado vitamina K. Evoluiu com insuficiência renal aguda nao-oligúrica e necessidade de 4 sessoes de hemodiálise. A USG e TC rins de tamanho aumentado e sem perda da relaçao córtico-medular. Realizou-se a investigaçao laboratorial de glomerulopatias e de demais patologias que pudessem explicar a perda da funçao renal, todas negativas. Após as 4 sessoes de hemodiálise, evoluindo com recuperaçao de funçao renal e submetido à biópsia renal após 30 dias do início dos sintomas (já com escórias em queda), constatou-se nefrite túbulo-intersticial crônica discreta e depósitos de IgA à imunofluoerescência. Discussao e Conclusoes: Os AINEs potencializam o efeito da varfarina necessitando-se de cautela em sua associaçao. Ainda nao há uma relaçao estabelecida entre o grau de elevaçao do INR e o risco de Nefropatia relacionada pela Varfarina. Porém é de suma importância a sua monitorizaçao, pois suas consequências se manifestam em níveis supra terapêuticos. Trata-se de um fármaco difusamente utilizado e conhecido nas áreas clínicas e cirúrgicas, logo é imprescindível que toda a comunidade médica conheça suas implicaçoes nefrológicas.

Palavras Chave: Acute Renal Failure, Warfarin e Nonsteroidal Antiinflammatory.


ID: 5724

Diabetes insipidus nefrogênico

Autores: Almeida I M D, Gomes S P A, Messa A C H L, Vaisbich M H

Instituiçoes: Instituto da Criança – HCFMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Relatar a investigaçao de lactente febril com desidrataçao, erroneamente diagnosticado com infecçao do trato urinário (ITU). Material e Método: Paciente do sexo masculino, previamente hígido, aos 4 meses de idade com episódios recorrentes de febre prolongada tendo sido feito diagnóstico equivocado de ITU (leucocitúria = 12.000/ml com urocultura positiva para E. coli). Inicialmente tratado com cefaclor por 6 dias sem desaparecimento da febre. Foi entao prescrito ceftriaxone; entretanto, o paciente mantinha febre no D4 deste antibiótico. Optado pela recoleta de triagem infecciosa e outros exames, sendo observado sódio sérico de 156 mEq/l. Resultados: Paciente foi internado e prescrito soro hipotônico. Após 12 horas, mantinha hipernatremia. Sorologia para CMV: IgG e IgM positivo, justificando a febre, com fundo de olho normal, descartando lesoes pelo CMV. Além disso, pelo diagnóstico de desidrataçao hipernatrêmica, foi introduzida água livre entre as mamadas. Ao longo da internaçao foi aumentada a oferta de água livre e o paciente mantinha hipernatremia, chegandoaNa+ sérico de 165mEq/l. Foi observada poliúria e a mae relatou que o menino apresentava diurese excessiva desde o nascimento. Aventada a hipótese diagnóstica de diabetes insipidus (DI), optou-se por nao realizar o teste de restriçao hídrica, já que no momento o paciente já apresentava: Na+ sérico > 143 mEq/l e osmolaridade sérica > 300 mOsm/kg. Foi entao administrado DDAVP sem resposta; portanto, foi feito diagnóstico de DI nefrogênico e iniciada hidroclorotiazida, dieta hipossódica e mantida oferta de água livre. Após estas medidas, o paciente apresentou reduçao da diurese, melhora da hipernatremia (Na+ final 145mEq/L), aumento da osmolaridade urinária – 109 Osm/Kg e queda da osmolaridade sérica – 304 mOsm/kg. Discussao e Conclusoes: Este relato traz algumas importantes liçoes: 1- é bastante ilustrativo da importância de uma boa amamnese; 2-da observância dos critérios diagnósticos para ITU; 3- da adequada investigaçao para lactente com febre prolongada de origem desconhecida;4- como suspeitar, investigar e tratar o DI nefrogênico, evitando quadros graves de desidrataçao hipernatrêmica e propiciando um bom desenvolvimento do paciente.

Palavras Chave: Diabetes insipidus nefrogênico, hipernatremia.


ID: 5405

Relato de caso: manifestaçao de penfigoide bolhoso após confecçao de fistula arterio-venosa

Autores: Ujihara J E D, PolloT, Cunha L S, Gonçalves F R, Grossi L P, Maldonado A L S, Luciano E P

Instituiçoes: Hospital Universitario deTaubaté -Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O penfigóide bolhoso (PB) é uma doença bolhosa subepidérmica auto-imune em que os auto-anticorpos sao dirigidos contra componentes da membrana basal. É a doença bolhosa mais comum na populaçao adulta nos países desenvolvidos, com uma incidência estimada de 0,2 a 3 casos por 100.000 habitantes por ano na Espanha. A doença afeta principalmente pessoas mais idosas, embora também possa ocorrer em jovens e até mesmo em crianças. Material e Método: Relatamos um caso: V.A, sexo masculino, 83 anos, negro, natural e procedente de Lorena – SP, institucionalizado em acompanhamento há 2 anos com diagnóstico de doença renal crônica estágio 4 por nefropatia diabética; tem como comorbidades prévias: HAS; insuficiência cardíaca congestiva e colocaçao de marca passo em 2012; Mal de Alzheimer sem acompanhamento regular. confeccionada FAV braquiocefalica à direita no dia 12/11/2016 com bom frêmito local e sem intercorrências no procedimento; Após 2 semanas iniciou quadro pruriginoso no membro superior direito, com formaçao de bolhas tensas de conteúdo seroso, máculas eritemato-acastanhadas além de crostas e erosoes, principalmente sobre a área de confecçao da FAV(Fig). Resultados: Na investigaçao, foi submetido à biópsia de uma das lesoes, evidenciando presença de clivagem subepidérmica formando uma fenda contendo hemácias, linfócitos e eosinófilos em seu interior. Na derme superficial, elastose solar e discreto infiltrado inflamatório perivascular constituído por linfócitos e numerosos eosinófilos. Frente ao quadro clínico, antecedente pessoal e exame histopatológico, fechou-se o diagnóstico de penfigoide bolhoso, evoluindo com resoluçao completa das lesoes após aproximadamente 30 dias de tratamento com anti-histamínico oral e corticosteróide tópico de alta potência. Discussao e Conclusoes: No caso em questao, a idade do paciente e a presença de diabetes e mal de Alzheimer podem ter contribuído para o desenvolvimento da doença, porém a topografia localizada justamente sobre a área de confecçao da fístula leva a outro possível desencadeante: o trauma. Raros casos foram descritos apontando o trauma como possível fator desencadeante do PB. Queimaduras, feridas cirúrgicas, fotoquimioterapia, radioterapia, acessos venosos centrais e fístulas arterio-venosas sao alguns dos raros exemplos relatados. Até agora, pelo menos 6 casos de PB desencadeado pela confecçao de fístula arterio-venosa para hemodiálise já foram descritos, entretanto, a relaçao entre eles ainda nao é totalmente conhecida.

Palavras Chave: Fístula Arteriovenosa; Penfigóide Bolhoso; Hemodiálise.


ID: 5736

Hidrotorax: uma rara complicaçao da diálise peritoneal

Autores: Nomelini I D, Marinelli T Q, Lack AT F, Oliveira J F P

Instituiçoes: Hospital de Base – FUNFARME/FAMERP – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Paciente do sexo feminino de 43 anos, com insuficiência renal crônica por nefroesclerose hipertensiva. Iniciou programa de terapia renal substitutiva através diálise peritoneal em setembro de 2016. Realizava Diálise Peritoneal Automatizada (DPA) com 7 ciclos, volume de 2 litros, 40 minutos de permanência e banhos à 1,5%. As médias ultrafiltraçao foram: setembro/2016: 711 ml (254 à 1435 ml), outubro/2016: 702 ml (156à1229 ml) e novembro/2016: 655 ml (473 à 1053 ml). No 4º mês de tratamento dialítico evoluiu com o quadro de diminuiçao da taxa de ultra filtraçao (dezembro/2016: 167 ml (-199 à 719 ml), associada à dor torácica, dispneia e elevaçao dos níveis pressóricos. Ao exame físico da admissao apresentava PA: 160x90mmHg, murmúrio vesicular abolido em hemitórax direito, levemente dispneica, desconforto abdominal e ausência de edemas. Realizado raio X de tórax que evidenciou: opacidade homogênea ocupando o campo médio e a base pulmonar direita associada a obliteraçao da cúpula diafragmática ipsilateral e da silhueta cardíaca deste lado sem desvio significativo do mediastino. A tomografia computadorizada de tórax observou: volumoso derrame pleural à direita, associado à delgada atelectasia compressiva adjacente. Diante do quadro clínico e do exame de imagem, foi feita a hipótese diagnóstica de hidrotórax secundário à fístula pleuro-peritoneal. Realizada toracocentese de alívio e diagnóstica com drenagem de 3.150 ml de líquido amarelo citrino e com a seguinte bioquímica do líquido pleural: glicose: 236 mg/dl (sérico: 94 mg/dl); DHL: 16 UI/L (sérico: 196 UI/L); ADA: 0,3 U/L; leucócitos: 20 células (63% monócitos); bacterioscopia: negativa. Realizada cintilografia abdominal, com DTPA-99mTc, injetado através do cateter de Tenckhoff, tendo-se detectado acumulo anormal e progressivo do traçador no tórax bilateralmente, 2 e 4 horas após a injeçao intraperitoneal, que confirmou a presença de fístula pleuro-peritoneal. Optado por tratamento conservador com transiçao do método dialítico para hemodiálise, através de cateter venoso central – permcath durante três meses. Após esse período, foi reiniciada diálise peritoneal com sucesso. Discussao e Conclusoes: Hidrotórax em diálise peritoneal pode acontecer de 1 a 10% dos casos. Na ausência de sinais de hipervolemia e insuficiência cardíaca devemos suspeitar de fístula pleuro-peritoneal. O diagnóstico pode ser confirmado através da análise do liquido pleural e exames de imagem. O tratamento pode ser conservador ou através de pleurodese.

Palavras Chave: diálise peritoneal; hidrotórax.


ID: 5754

Um caso de gestaçao levada a termo na hemodialise com uso de ultrassom de pulmao para estabelecimento do peso seco

Autores: Assis A R, Santos R R, Laranja S M R, Beck D F, Costa T E M, Lauar J C, Silva L C D B, Hortense S M, Marrocos M S M

Instituiçoes: IAMSPE – SAO PAULO – SP – Brasil

Introduçao: Hemodiálise (HD) na gestaçao é um desafio na determinaçao do estado de hidrataçao e peso seco (PS). Ultra-sonografia (USG) pulmonar permite avaliar a água pulmonar extravascular (APE) e suas consequências na HD com as linhas B (LB), semelhantes a cometa que surge da linha pleural, com oscilaçao sincronizada à respiraçao. O número de LBs fornece estimativa semi-quantitativa da APE. Material e Método: Dados clínicos e laboratoriais por revisao de prontuário. Incremento de peso estimado em 300 g/semana no 2o trimestre e 300-500 g/semana no 3o (Best practices on pregnancy on dialysis: the Italian Study Group on Kidney and Pregnancy). Quantificaçao das LB por transdutor 2,5 – 5 MHz de USG M5 MINDRAY e utilizada como comparativo na determinaçao do PS. Hipotensao definida como queda na pressao sanguínea sistólica (PAS) ≥ 20 mmHg ou ≥ 10 mmHg se PAS pré-diálise < 110 mm Hg, acompanhada por sintomas. Resultados: S.M.P, 36 anos, doença renal etiologia desconhecida, em conservador. Gesta II, para I. Início de HD na 12a semana. TFG CKD-EPI = 14,5 ml/min; diurese residual = 2.000 ml. HD inicial intermitente com capilar de alto fluxo. Na 17a semana, alterado o programa para 6 x/semana, sessoes de 3 horas. Paciente se manteve com pressoes dentro das metas com metildopa (250 mg 2x ao dia). Na 34a semana, começou a apresentar níveis pressóricos aumentados. Na 36ª semana, MAPA comprovou carga pressórica maior > 100% na vigília e sono. Diurese residual preservada ao longo da HD. Ganho de peso interdialítico médio =,824 ±,958 ml. Controles laboratoriais pré-HD (25a à 37a semana): creatinina (1,8 a 4,2 mg/dl), uréia (27 a 77 mg/dl); potássio (3,7 a 4,0 mmol/l), cálcio iônico (1,05 a 1,14 mmol/l), fósforo (3,0 a 3,6 mg/dl), hemoglobina (8,8 a 11,7 g/dl). Alfaepoetina ± 160 mg/kg/dia Realizadas 3 USGs pulmonares nas semanas 22,29 e 35. Em 1 dos exames se encontrou 1 LB. No último, com edema de membros inferiores, nao foi encontrada LB. Sem episódio de hipotensao ou caibra nas sessoes. Peso e tamanho do feto adequados para as idades gestacionais, tendo a criança nascido com 2 800 g por cesárea, na 37a semana, sem intercorrências. Após 1 mês do parto, TFG CKD-EPI = 17 ml/min. Discussao e Conclusoes: Projeçao de incremento de peso adequada pelos resultados da USG pulmonar. Definiçao do estado de hidrataçao na HD é importante para evitar complicaçoes como hipertensao e perda da funçao renal residual. Nenhum método para estabelecer o PS, incluindo bioimpedância, foi validado na gestaçao. LBs podem auxiliar.

Palavras Chave: Gestaçao, doença renal crônica, hemodiálise, ultrassom de pulmao.


ID: 5643

Miosite aguda da dengue com rabdomiolise e insuficiencia renal aguda

Autores: Terra L O A, Santos C E, Barboza M H D, Lefebvre L G, Reis A C D S D, Oliveira F, Pires T B O

Instituiçoes: Universidade José do Rosário Vellano – Alfenas – Minas Gerais – Brasil.

Introduçao: A dengue é uma doença endêmica no Brasil e com aumento da incidência, algumas complicaçoes passam a ser diagnosticadas como a rabdomiólise. Rabdomiólise é uma síndrome caracterizada por necrose muscular e liberaçao de constituintes musculares intracelulares na circulaçao em que os níveis de creatina quinase sao elevados, podendo ocorrer dor muscular e mioglobinúria. A gravidade da doença pode englobar desde um desequilíbrio eletrolítico a uma lesao renal aguda. Material e Método: Abordagem retrospectiva de dados secundários extraídos de prontuário médico. Resultados: G.A., feminino, 13 anos, admitida em outro serviço com diagnóstico de dengue: sintomas clássicos e sorologia positiva. Após 3 dias do quadro clínico inicial com sintomas típicos da virose, paciente evoluiu com astenia, mialgia e perda de força em MMSS. Sintomas de uremia e reduçao da diurese. A admissao: desidratada +2/4, anictérica, acianótica, sem edemas, estável hemodinamicamente. Exames: hemoglobina (HB)14,1 g/dL; hematócrito (HT) 42,2 %; plaquetas (PLQ) 196.000/mm3; Gl 9.300 (S 80% L14%, M6%); creatinina (CR) 7,70 mg/dL; uréia (U) 234 mg/dL; ALT 546,40 mg/dL; AST 3130,00 mg/dL; CPK 410.000 U/I; K 7,20 mg/dL; Cálcio 5,5 mg/dL,Bic: 10; pH7,1; EAS: pH de 6,0; dens. 1,010; cor amarela; sem outras alteraçoes; leucócitos de 0,5 p/c; eritrócitos de 0,3 p/c; cilindros e cristais ausentes. US ABD: alteraçoes ecotexturais sugestivas de Nefrite intersticial. Realizou-se medidas clínicas de hidrataçao e correçao de acidose, sem melhora. Evoluiu com oligúria e sinais urêmicos, sendo optado por implante de CDL e iniciado hemodiálise(HD) para correçao da IRA. Melhora clinica 10 dias após internaçao recebendo alta para realizaçao de HD ambulatorial, com CPK 3295 e AST:130. Atualmente em acompanhamento ambulatorial, recuperando funçao renal e diurese 30 dias após inicio do quadro clínico de rabdomiólise por dengue. Discussao e Conclusoes: As alteraçoes nos exames do paciente concluíram o diagnóstico de rabdomiólise, que causa a liberaçao de mioglobina para a circulaçao sanguínea. Após a filtraçao, há vasoconstriçao renal, formaçao de cilindros intraluminais e citotoxicidade direta da mioglobina, gerando a IRA. Os níveis elevados de creatina quinase sérica, soro e urina na mioglobina justificam a rabdomiólise como causa de insuficiência renal aguda. O fator desencadeante da rabdomiólise é o vírus da dengue uma vez que ele produz citocinas miotóxicas, como o fator de necrose tumoral.

Palavras Chave: Rabdomiólise; Dengue, IRA.


ID: 5790

Hipercalcemia secundaria a doença granulomatosa: relato de caso

Autores: Guedes F L, Quirino K L D M, Mendes J M R, Costa K M A H, Dantas A G D A, Paula K C D, Oliveira R A D

Instituiçoes: Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal – Rio Grande do Norte – Brasil

Introduçao: A hipercalcemia trata-se de uma condiçao relativamente frequente, que necessita de diagnóstico etiológico para tratamento adequado precoce. Esse relato visa apresentar um caso de hipercalcemia sintomática secundária à doença granulomatosa de corpo estranho (injeçao intramuscular de substância oleosa para finalidade estética), revisando a propedêutica para investigaçao da hipercalcemia. Material e Método: Exposiçao dos achados clínicos e laboratoriais, acompanhado de discussao das causas de hipercalcemia. Resultados: Uma paciente, 33 anos, apresentou dor óssea intensa, fraqueza muscular, tonturas e náuseas durante uma semana antes da internaçao. Exames sanguíneos evidenciaram disfunçao renal (Cr = 3,5 mg/dL) associada a níveis elevados de cálcio sérico (12mgdL), com PTH suprimido (12pg/ml) e vitamina D normal. Uma biópsia cutânea mostrou granuloma secundário a corpo estranho. Nao houve melhora do quadro com hidrataçao, diurético e infusao de pamidronato. Os níveis séricos de cálcio se normalizaram após administraçao de corticóide. Discussao e Conclusoes: A hipercalcemia ocorre devido a níveis elevados de PTH (hiperparatireoidismo primário), de 1,25-(OH) vitamina D (doença granulomatosa ou linfoma), PTHrP (malignidade), osteólise local (malignidade), tireotoxicose, mutaçao no receptor sensível de cálcio (Hipercalcemia hipocalcêmica familiar), medicaçoes (síndrome do leite alcalino, diuréticos tiazídicos, lítio) ou outras causas, como imobilizaçao. Nesse relato, a hipercalcemia era independente de PTH. A 25 [OH] D era normal, assim como o cálcio urinário, o fósforo sérico, a fosfatase alcalina, cloreto, bicarbonato e os hormônios tireoideanos. A creatinina era elevada e havia nefrocalcinose, além de sinais ecográficos sugestivos de DRC. Após excluir a possibilidade de malignidades, considerou-se a hipótese de doenças granulomatosas devido à presença de abaulamentos endurecidos na regiao subcutânea de coxas, glúteos e panturrilhas, que através de biópsia de pele confirmou-se tratar de granulomas secundários a corpo estranho. Dessa forma, a hipercalcemia explica-se pela presença de 1-alfa-hidroxilase extrarenal em macrófagos, levando a aumento de calcitriol e da absorçao gastrointestinal de cálcio. Conclusoes: A hipercalcemia é comum, geralmente causada por hiperparatireoidismo primário, malignidade e suplementaçao de cálcio e/ou análogos de vitamina D em pacientes com doença renal, e pode ser fatal. As reaçoes granulomatosas de corpo estranho sao um diagnóstico diferencial raro e importante.

Palavras Chave: Hipercalcemia; Granuloma de corpo estranho; Oleoma.


ID: 5541

Disturbios do metabolismo da vitamina B12 (Cobalamina) e microangiopatias tromboticas (MAT) – relato de caso e revisao da literatura

Autores: Gabriele M M, Vaisbich M H, Vieira A B, Kok F, Piazzon F

Instituiçoes: Instituto da Criança – HCFMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Erros inatos do metabolismo (EIM) da cobalamina sao raros e, se nao tratados, podem levar a alteraçoes hematológicas, neurológicas, cardiovasculares, oculares e renais. A CblC, a mais comum dos EIM da cobalamina, pode causar microangiopatia trombótica (MAT) sendo citada nos algoritimos etiológicos da MAT. Entretanto, há apenas um relato de caso de MAT associada com a deficiência de metionina sintetase (CblG), a qual nao é citada nos protocolos atuais de MAT. Objetivo foi relatar o caso de paciente com MAT associada à deficiência de metionina sintetase (MS), confirmada pelo sequenciamento do exoma de segunda geraçao, previamente diagnosticado com síndrome hemolítico urêmica atípica (SHUa), com resposta insatisfatória ao tratamento com anticomplemento (antiC5, eculizumab), alertando sobre este diagnóstico em pacientes com MAT. Material e Método: Masculino, branco, previamente hígido, pais hígidos nao consanguíneos. Aos 21 meses palidez e úlceras orais durante infecçao de via aérea superior (IVAS). Investigaçao: anemia hemolítica microangiopática, insuficiência renal aguda (IRA). Sorologias e auto-anticorpos negativos e complemento normal. Mielograma sugestivo de anemia megaloblástica com níveis normais de vitamina B12 e ácido fólico. Resultados: Paciente tratado com ácido fólico e cianocobalamina por 4 dias e suspenso por nível de vitamina B12 elevado. Assim, o mielograma foi interpretado como consequente à hemólise periférica. Biópsia renal com MAT. Melhora da IRA com tratamento conservador, além de normalizaçao dos valores de leucócitos, plaquetas e hemoglobina. Novas descompensaçoes ao longo do seguimento, em vigência de IVAS. ADAMTS 13 99%, diagnóstico presumido de SHUa. Iniciado eculizumab, com resposta insatisfatória, além de observado atraso desenvolvimento neurológico. Optado por sequenciamento do exoma de segunda geraçao, que revelou duas novas mutaçoes no gene MTR (p.Tyr520Cys e p.Gly828Ser) confirmando deficiência de MS. Homocisteina na ocasiao elevada. Iniciado tratamento com hidroxicobalamina com melhora clínica sustentada. Discussao e Conclusoes: EIM da cobalamina, herança autossômica recessiva, sao classificados de cblA a cblG. CblG: decorre de mutaçao no gene MTR responsável pela codificaçao da MS. A cblG manifesta-se, geralmente, com anemia megaloblástica associada a sintomas neurológicos nos dois primeiros anos de vida. EIM da cobalamina devem ser investigados em pacientes com MAT, independente da condiçao neurológica e da idade, sendo a dosagem sérica da homocisteína imprescindível.

Palavras Chave: Síndrome hemolítica urêmica. Microangiopatia trombótico. Metabolismo da Cobalamina. Trombocitopenia. Insuficiência renal aguda. Hemolytic uremic syndrome. Thrombotic microangiopathy. Cobalamin metabolism. Methionine synthase. Microangiopathic hemolytic anemia. Thrombocytopenia. Acute renal failure.


ID: 5619

Relato de caso: LRA secundaria ao veneno de lonomia (fatores de risco e mortalidade em pacientes septicos e criticos)

Autores: Eid K Z C, Zamoner W, Souza L, Garms D S D S, Ponce D

Instituiçoes: FMB UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: M.F.R, 64 anos, hígido, admitido em 25/10/2016 com história de dois dias de mal-estar e dor epigástrica, evoluindo com hematêmese (7 episódios), epistaxe, hematúria franca e, ao laboratório, plaquetas 118 mil, PCR 24mg/dL, Ureia 165mg/dL, Creatinina 7,8mg/Dl, RNI 3,33 e hemoglobina 14mg/dL. Manteve-se estável hemodinamicamente, porém anúrico e com novos episódios de hematêmese. Realizada expansao volêmica e lavagem gástrica sem clareamento, com endoscopia digestiva alta evidenciando múltiplos pontos de sangramento. Novos laboratoriais com creatinina 9,9mg/dL, ureia 285mg/dL, hemoglobina 5mg/dL, plaquetas 20mil, pH 7,12. Evoluiu com instabilidade, sendo encaminhado para UTI, iniciada droga vasoativa, suporte transfusional, correçao da discrasia sanguínea e suporte renal agudo (hemodiálise intermitente). Familiares relataram queimadura por “Taturana Assassina”. Após melhora clínica e recuperaçao total da funçao renal, teve alta hospitalar em 10/11/2016, com seguimento ambulatorial e hipóteses diagnósticas de Distúrbio de coagulaçao secundário a toxicidade por Lonomia e agravado pela uremia; Anemia Microangiopática. Material e Método: Relato de caso em paciente com lesao renal aguda. Resultados: As larvas de lepidópteros do gênero Lonomia, conhecidas como taturanas e distribuídas pela América do Sul e Central e México, podem produzir reaçoes alérgicas associadas a urticária, edema e febre ao contato com suas cerdas, sendo algumas espécies causadoras de síndrome hemorrágica. O mecanismo de açao da toxina ainda é incerto, mas evidencia-se atividade fibrinolítica intensa associada à atuaçao da plasmina ou fibrinolisina. Após 1 a 72 horas instala-se quadro de discrasia sangüínea, com aumento progressivo do tempo de coagulaçao e tempo de protrombina; diminuiçao da atividade protrombínica e do fibrinogênio. O sangramento pode ocorrer nas primeiras horas sendo mais comum após 24 horas, mas nao ocorre em todos os pacientes. Apenas 5 a 10% apresentam lesao renal aguda, cuja fisiopatologia é multifatorial (diminuiçao da volemia, hipotensao, deposiçao de fibrina nos capilares glomerulares, produtos de degradaçao celulares e açao direta do veneno no parênquima renal). Discussao e Conclusoes: Paciente sem comorbidades com quadro de sangramento e discrasia sanguínea, lesao renal aguda grave e necessidade de suporte renal agudo. Apresentou recuperaçao total da funçao renal e com o relato dos familiares foi esclarecido o diagnóstico. Em retorno ambulatorial, após a alta, paciente assintomático, mantendo funçao renal normal.

Palavras Chave: lesao renal aguda, toxicidade, lonomia.


ID: 5906

Relato de caso de tratamento bem sucedido de síndrome hemolítico urêmica atípica em adulto jovem

Autores: de Assis A R, de Assis M R

Instituiçoes: Iamspe – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Síndrome Hemolítico Urêmica atípica (SHUa) caracteriza-se pela tríade trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática e insuficiência renal aguda, nao associada à infecçao pela Escherichia coli, produtora de Shiga-toxina. Essa é vista em 5% a 10% dos casos de Síndrome Hemolítico Urêmica (SHU), podendo ocorrer em qualquer idade e ser esporádica ou familiar. O prognóstico nestes casos é reservado, com alta mortalidade e morbidade na fase aguda, e cerca de 50% dos casos podem evoluir para doença renal crônica terminal. A SHUa se mantém como uma doença de diagnóstico tardio por nao possuir marcadores específicos e apresentar manifestaçoes semelhantes a outras microangiopatias trombóticas. Material e Método: Paciente T.T.C.,41 anos, hipertenso leve em uso de losartan 50mg 12/12h, sem outras comorbidades prévias. Foi admitido em uma unidade de emergência com dispneia intensa, oligúria e hipertensao grave que se iniciaram 24h antes da internaçao. Negava diarréia. Esse foi encaminhado à unidade de terapia intensiva e iniciada terapia renal substitutiva (TRS) – hemodiálise, devido hipervolemia e congestao refratárias à medidas clínicas. Considerando as alteraçoes laboratoriais como disfunçao renal, plaquetopenia, urina rotina com hematúria dismórfica, e anemia hemolítica com DHL aumentado, foi solicitado exame invasivo de biópsia renal com laudo compatível com microangiopatia trombótica. Foi excluída Púrpura Trombocitopênica Trombótica, pela ausência de sintomas neurológicos, dosagem normal da ADAMTS 13, e SHU típica devido à ausência de diarréia. Resultados: Por causa da piora progressiva da funçao renal associada à microangiopatia trombótica, foi indicado tratamento paliativo com plasmaférese, porém este nao foi efetivo. Após 3 sessoes de plasmaférese, foi utilizada Eculizumab na dose inicial recomendada e mantida na dose recomendada de manutençao. Paciente recebeu alta hospitalar 7 dias após aplicaçao de Eculizumab, apresentando melhora da anemia hemolítica, da plaquetopenia e da diurese (1000ml/24h). O paciente manteve-se em hemodiálise 3 sessoes/semana e em tratamento com doses mensais de Eculizumab durante 3 meses. Discussao e Conclusoes: O paciente apresentou melhora progressiva de funçao renal com suspensao da hemodiálise após 3 meses de tratamento com Eculizumab. Desde entao o paciente persiste em tratamento conservador com clearence de creatinina 50 ml/min, sem anemia ou plaquetopenia. A boa resposta ao uso da medicaçao corrobora com o diagnóstico de SHUa.

Palavras Chave: Síndrome Hemolítico Urêmica atípica; Eculizumab; Microangiopatia trombótica.


ID: 5577

Virus da hepatite C, nefropatia por IgA, infecçao por virus EBV e sindrome nefrotica – um dilema terapeutico

Autores: Takeshiro T V R, D’Avila L, Lutaif A C G D B, Ferrari C R, Prates L C, Rigatto S Z P, Belangero V M S, Ribeiro Alves M A V F

Instituiçoes: UNICAMP – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A infecçao pelo vírus da hepatite C (VHC) é uma doença sistêmica com frequência elevada de glomerulopatias. Em crianças, essa associaçao é rara e nao existem protocolos de tratamento. Material e Método: Descriçao de caso clínico – ARG, 4a11m. Paciente portadora do VHC, transmissao vertical. Nasceu a termo com peso e estatura adequados. Em seguimento, aos 18 meses apresentou anti-HBC positivo. Realizou medidas quantitativas sequencias de PCR-VHC: 6300 UI/ml com 2a11m; 30756 UI/ml com 3a9m, genotipagem= vírus 1A. Sem indicaçao de terapêutica específica para VHC. Aos 4a3m iniciou edema progressivo, com reduçao de volume urinário, precedido por quadro de lesoes aftoides e febre. Na investigaçao foi caracterizado quadro de Síndrome Nefrótica (SN): relaçao proteína/creatinina urinária: 20,3 (mg/mg), albuminemia de 1,9 g% a 1,3 g%, Colesterol: 301 mg/dL, LDL: 212 mg/dL, urina I com proteinúria e sedimento normal. Outras avaliaçoes: PCR-VHC: 1480UI/ml, Creatinina sérica: 0,26 mg/dL, C3 e C4 normais, FAN e crioglobulina negativos. Hemograma e enzimas hepáticas sem alteraçoes. Indice de seletividade da proteinúria compatível com proteinúria seletiva. Sorologias: imune para hepatite A (vacinada) e citomegalovírus, suscetível para toxoplasmose, negativas para sífilis, HIV e hepatite B. Perfil para mononucleose: IgG positivo e IgM anti-VCA sorologia duvidosa, sugerindo infecçao recente. Paciente foi conduzida com tratamento sintomático para SN até avaliaçao da histologia renal. Nesse período apresentou variaçao na intensidade dos quadros de edema e da proteinuria evoluindo com anasarca e episódio de pneumonia lobar D com bacteremia, que necessitou de tratamento hospitalar. Resultados: A biópsia renal mostrou: 52 glomérulos com proliferaçao mesangial leve e interstício com fibrose leve. IF: IgG e IgA granular 2+, Kappa e Lambda granular +. ME: depósitos eletrondensos de localizaçao mesangial e paramesangial, compatível com nefropatia por deposiçao de IgA. Dilema terapêutico = PCR-VHC, IgM+ EBV, histologia renal. Iniciou esquema clássico de corticóide considerando quadro sugestivo de lesao mínima (faixa etária, ausência de hematuria, proteinúria seletiva e hipoalbuminemia progressiva) e deposiçao de IgA como epifenômeno da viremia pelo VHC. Paciente em remissao da SN e sem repercussao da viremia pelo VHC. Discussao e Conclusoes: Justifica-se a apresentaçao do caso pela raridade da associaçao dos eventos e pela dificuldade da opçao terapêutica.

Palavras Chave: VHC, síndrome nefrótica, nefropatia por IgA.


ID: 5775

Alcoolizaçao de paratireoide em paciente com hiperparatireoidismo persistente após paratireoidectomia subtotal: relato de caso

Autores: Drumond D B, Lucca L J, Neto A S L, Monsignore L, Abud D G, Freitas L C C D, Sallum D R

Instituiçoes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto USP – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil.

Introduçao: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) à doença renal crônica (DRC) acomete 44-50% dos pacientes em terapia renal substitutiva (TRS). A única terapia disponível para os casos de HPTS sem controle clínico era a paratireoidectomia (PTX). Em 1980, a técnica de injeçao percutânea com etanol (PEIT) foi introduzida na Europa. Na década de 90, os Japoneses aperfeiçoaram a técnica. O objetivo da PEIT seletiva é danificar a glândula adenomatosa, facilitando o manejo clínico do HPTS. A forte associaçao do HPTS grave com a hiperplasia nodular da paratireóide faz com que a PEIT seja uma alternativa eficaz de tratamento, principalmente na presença de nódulo único. Material e Método: Paciente T.D.V.M, masculino, branco, 36 anos, portador de DRC em hemodiálise (HD) há 8 anos com causa base desconhecida. Possui HPTS grave há 3 anos com refratariedade ao tratamento clínico, apresentando dor óssea e deformidade de quirodáctilos. Realizado PTX subtotal em 03/2015, preservando glândula em pólo inferior esquerdo (PIE). Apesar do procedimento, paciente mantém valores de PTH elevado (PTH 2011). Realizado rastreio cervical com US doppler visualizando imagem sugestiva de PIE de 1,7 cm3 e cintilografia demonstrando hipercaptaçao em PIE. Optado por iniciar protocolo de PEIT em 01/2016, sendo que a primeira sessao nao obteve resultado satisfatório, com reduçao do volume glandular para 1,4 cm3. Realizada nova injeçao em 03/2016. Após os primeiros dias da aplicaçao, o paciente evoluiu com hipocalcemia sintomática, sendo necessária internaçao hospitalar e reposiçao IV de cálcio e uso de calcitriol VO. Resultados: O paciente evoluiu com controle metabólico satisfatório (CaT 8,7; P 4,1; FA 1009; PTH 138). Após 3 meses do procedimento, o paciente apresentava valores alvo de PTH (PTH 261) e controle da fosfatemia (P 3,6). Discussao e Conclusoes: Em vários contextos clínicos, o HPTS grave pode ser controlado de forma rápida e seguro usando a PEIT. Esta técnica nao é apenas uma alternativa à PTX cirúrgica, mas também um complemento importante para o tratamento clínico. A PEIT provou ser útil em pacientes em diálise ou após transplante renal em circunstâncias em que a doença é considerada resistente e quando o risco cirúrgico é elevado. No presente caso, a PEIT foi efetiva já na segunda aplicaçao, com controle metabólico e melhora na qualidade de vida. O presente caso relata apenas o início da experiência com a PEIT e outros procedimentos nao cirúrgicos para o tratamento do HPTS grave no nosso serviço.

Palavras Chave: Hiperparatireoidismo secundário (HPTS), injeçao percutânea com etanol (PEIT).


ID: 5658

Intoxicaçao por litio com apresentaçao de sindrome extra-piramidal e resposta após hemodialise

Autores: Miehrig A H, Salles F, Bunjes B G, de Gois A F T, Lins P R G

Instituiçoes: UNIFESP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O lítio é a droga de escolha para o tratamento do transtorno afetivo bipolar. No passado, devido à dificuldade de monitorar sua concentraçao sérica, a intoxicaçao era bastante comum em pacientes com desordens psiquiátricas. O lítio possui uma janela terapêutica estreita, objetiva-se níveis entre 0.8 a 1.2 meq/L, e, apesar da possibilidade de atualmente monitorar estes valores, a intoxicaçao por lítio deve ser uma hipótese a ser pensada quando paciente desenvolve disfunçoes clínicas em uso da medicaçao. Material e Método: Relato de caso atendido no final do ano 2015 no pronto-socorro de Clínica Médica do Hospital Sao Paulo/Unifesp EPM Resultados: R.R.L., Feminino, 73 anos admitida no departamento de emergência, usuária crônica de lítio há 48 anos devido ao transtorno de bipolaridade diagnosticado em sua juventude e bom controle – apresentava inclusive litemia ambulatorial de 2,1 mEq/L do último mês. Além disso, apresentava diabetes mellitus e hipertensao arterial sistêmica sem lesoes de órgaos alvos e adequadamente controlados. Na admissao, apresentava-se desidratada com rebaixamento do nível de consciência, escala de coma de Glasgow de 08 pontos na entrada. Hiperreflexia generalizada, aumento do tônus muscular global, mioclonias ocasionais e associado a sinal da roda denteada em membros superiores. Sinais vitais estáveis. Na avaliaçao de diversos órgaos e sistemas, familiar relatava que uma semana antes da internaçao havia iniciado quadro de diarreia, letargia e confusao mental. Também fazia uso de amitriptilina, Sertralina, Metformina e Enalapril. Testes laboratoriais prévios dentro da normalidade, sem qualquer disfunçao hepática, renal ou de coagulaçao. Nível sérico de lítio na admissao hospitalar de 3mEq/L. Devido ao importante quadro neurológico instalado, caracterizado principalmente pelas mioclonias e confusao mental, foi-se optado por terapia de hemodiálise intermitente, sem ultrafiltraçao com fluxos usuais. Obteve-se resposta satisfatória, que pôde ser vista através de vídeos anexados. Após 1 semana de terapia renal substitutiva, uma nova dosagem sérica de lítio demonstrou o valor de 0,3mEq/L. A paciente recebeu alta após 10 dias assintomática. Discussao e Conclusoes: A intoxicaçao por lítio pode se apresentar aguda ou de forma crônica, como relatado no caso exposto. A severidade da intoxicaçao crônica se correlaciona diretamente com as litemias, porém sintomas podem estar presentes inclusive quando a litemia se apresenta em níveis terapêuticos.

Palavras Chave: Intoxicaçao por lítio; transtorno afetivo bipolar; hemodiálise.


ID: 5960

Carcinoma de celulas claras associado a doença renal autossomica policistica dominante – relato de caso

Autores: Hazin M A A, Miehrig A H, de Souza G M, Sales GT M, Vasco M B, Wallbach K K S, Durao Jr. M D S

Instituiçoes: Serviço de Nefrologia – Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A doença renal policística autossômica dominante (ADPKD) caracteriza-se pela formaçao de cistos, levando ao aumento do tamanho renal e de outros órgaos.É a patologia hereditária renal mais frequente, acometendo cerca de 1 em 400-1000 indivíduos. Duas mutaçoes estao envolvidas: PKD1,que corresponde a 85% dos casos, e PKD2,com manifestaçoes mais tardias.Dados em relaçao à prevalência de neoplasias renais nos portadores da doença policística ainda sao escassos, sem que haja um clara associaçao entre estas patologias. Material e Método: Descrever caso de carcinoma de células renais em paciente com diagnóstico recente de ADPKD. Resultados: TJS,54 anos, feminino, natural e procedente do Piaui.Diagnóstico prévio de hipertensao arterial sistêmica, controlada losartana. Procurou atendimento por dor em regiao lombar direita, de forte intensidade e sem melhora com o uso de analgésicos.Negava perda de peso, febre, hematúria ou outros sintomas associados. Realizou ultrassonografia de abdome com identificaçao de cistos renais bilaterais, além de nódulo sólido em pólo superior do rim direito.Foi encaminhada para serviço de referência a fim de prosseguir investigaçao diagnóstica.Solicitadas novas imagens que evidenciaram rins de tamanho aumentado (18 cm) pela presença de cistos, além de lesao expansiva, circunscrita e parcialmente exofítica na face posterior do polo renal superior direito, com realce intenso pelo contraste(11×7.5x7cm). Adicionalmente foram descritos múltiplos cistos em parênquima hepático. Funçao renal normal. Submetida à nefrectomia direita – evoluiu com estabilidade clínica, bom débito urinário, funçao renal preservada. A peça cirúrgica foi encaminhada para estudo anatomopatológico – lesao cístico-sólida correspondente à carcinoma de células renais claras associada à ADPKD. Discussao e Conclusoes: O desenvolvimento de carcinoma de células renais é uma complicaçao infrequente nos pacientes com ADPKD. Estudo de coorte Taiwanês evidenciou aumento de risco relativo dessa neoplasia na populaçao afetada, porém dados da literatura ainda sao conflitantes. O diagnóstico da neoplasia muitas vezes é difícil, pois muitos sintomas da doença, como hematúria e dor lombar, estao presentes como complicaçoes da ADPKD Os exames de imagem podem indicar cisto renal complexo, sendo que muitas vezes o diagnóstico só é firmado com análise de produto da nefrectomia. Em resumo, há possibilidade de maior incidência desse tipo de neoplasia nesta populaçao, mas novos estudos ainda sao necessários para estabelecer relaçao mais concreta.

Palavras Chave: Carcinoma de Células Claras, Doença Renal Policística.


ID: 5534

Insuficiencia renal aguda secundaria a dissecçao de aorta por uso de cocaina

Autores: Lomarques de Mendonça Britto W, Dias de Meira R, Vilella Kozakevich G, Pires M, Maciel Lucatto T, Altemani C M, Vieira Fernandes Ribeiro Alves M A

Instituiçoes: Unicamp – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Dissecçao de aorta (DA) é condiçao clínica de alta mortalidade (30-50%). O uso de cocaína é um fator de risco associado à DA. Insuficiência renal aguda (IRA) como apresentaçao clínica de DA nao é frequente exceto se ambas as artérias renais forem comprometidas. Relato de Caso.Homem, 36a, admitido com dores em ambos os flancos, febre nao aferida e oligúria, com início há 5 dias. Negava sintomatologia de trato urinário prévia. Hipertenso e diabético tipo 2 nao aderente ao tratamento. Usuário crônico de cocaína. Contava acidente vascular isquêmico prévio com afasia de expressao após uso da droga. Exame físico: PA:170/90mmHg. Afebril, punho-percussao lombar+bilateral. Fundo de olho: retinopatia diabética nao proliferativa leve e hipertensiva grau I. Exames laboratoriais: sangue: Creatinina(cr) = 17mg/dl (exame recente cr = 1,0mg/dl), uréia = 301mg/dl. Sedimento urinário com hematúria dismórfica e proteinúria nefrótica. Iniciada terapia dialítica. A triagem sérica foi positiva para cocaína. Indicada biópsia renal cujo laudo mostrou: 8 glomérulos com necrose cortical em 50%; glomérulos nao necróticos com colabamento do tufo capilar; arteriosclerose moderada, oclusao parcial do ramo arterial de médio calibre por trombo em organizaçao; focos de calcificaçoes tubulares associados à áreas de fibrose intersticial. Realizada angiotomografia de abdome que revelou DA tipo A, sinais de trombose das falsas luzes das artérias renais com déficit de perfusao renal bilateral. O paciente foi submetido à correçao cirúrgica com prótese em aorta ascendente e “stent” na descendente. Houve melhora do quadro inicial, porém evoluiu com endocardite, embolizaçao séptica e óbito 3 meses após. Discussao e Conclusoes: O uso de cocaína está associado à lesao no sistema cardiovascular. Tais efeitos, em particular a hipertensao arterial, independem de dose ou frequência de utilizaçao e normalmente ocorrem na ausência de ateroesclerose. O mecanismo de açao se dá por aumento de demanda miocárdica de oxigênio e diminuiçao da perfusao. DA relacionada ao uso de cocaína é condiçao rara, de alta mortalidade e difícil diagnóstico, principalmente sem dor torácica na apresentaçao. IRA por oclusao bilateral de artérias renais associada a DA torna este caso ainda mais raro, porém é um diagnóstico a ser lembrado em usuários de cocaína. IRA pode ser a apresentaçao clínica de DA em usuários de cocaína.

Palavras Chave: Insuficiência Renal Aguda, Uso de Cocaína, Dissecçao de Aorta.


ID: 5379

Nefrite por Shunt causada por bacteria rara

Autores: Rocha H A, Miehrig A H, Santos D F F, Durao Junior M D S, Kirsztajn G M, Carvalhaes C G, Panicio M I, Suriano I C

Instituiçoes: UNIFESP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A nefrite por shunt é uma glomerulonefrite mediada por imunocomplexos, que ocorre de forma mais usual, em pacientes com shunt ventrículo-atrial implantado por hidrocefalia, congênita ou adquirida. O objetivo desse trabalho é relatar um caso típico de GN associada à imunocomplexos, em paciente portador de DVA, causada por uma bactéria rara, do gênero Cupriavidus sp. Material e Método: Homem, 33 anos, com antecedente de hidrocefalia congênita por estenose de aqueduto cerebral, com múltiplas trocas de DVP, atualmente com DVA, deu entrada em PS da Neurologia queixando-se de cefaléia de forte intensidade. A admissao, apresentava-se hipertenso e com edema de membros inferiores; tinha história prévia de hematúria macroscópica e edema recorrente de MMII há um ano. Bioquímica inicial revelou alteraçao de funçao renal e urina 1 com sedimento ativo. Convocada equipe da Nefrologia; como paciente evoluiu com LRA rapidamente progressiva, foi optado por pulsoterapia com solumedrol e realizaçao de biópsia renal. Resultados: Admissao: Cr 4,0mg/dL, Ur 114mg/dL, Hb 7,7, leucocitose neutrofílica, albumina 1,5g/dL. Urina 1: leucocitúria, hematúria dismórfica, P/C 9. Urocultura negativa USG aparelho urinário: rins de tamanho normal, com aumento da diferenciaçao córtico-medular LCR: pressao de abertura 36mmHg, proteina 37, sem outras alteraçoes; culturas negativas TC crânio: sem sinais de disfunçao de derivaçao ventricular Sorologias virais negativas. Complemento consumido, FAN positivo em baixos títulos, ANCA negativo. Pesquisa de paraproteinemia negativa Hemoculturas: crescimento de bacilo gram negativo, espécie identificada por sequenciamento genético – Cupriavidus metallidurans Ecocardiograma sem sinais de endocardite Bx renal: GN crescêntica (12/16 glomerúlos), padrao membranoproliferativo, associada à imunocomplexos (IgM +, IgG +, C1q +, C3 +, e traços de IgA, kappa e lâmbda). Discussao e Conclusoes: Evoluiu com LRA progressiva e necessidade de hemodiálise. Tratou ICS com meronem por 21 dias e após erradicaçao de bactéria, foi submetido a tratamento neurocirúrgico – terceiro ventriculostomia endoscópica. Após pulsoterapia, evoluiu com melhora e recuperaçao parcial de funçao renal; adicionado 2º imunossupressor em seguimento ambulatorial, com boa resposta (Cr retornou para 1,5 e houve reduçao importante de proteinúria). Conclusao: o caso ilustra acometimento renal típico da nefrite por shunt (glomeurlonefrite por imuncomplexos), causada por uma bactéria rara, de crescimento lento e difícil identificaçao.

Palavras Chave: Nefrite Por Shunt, Gn Membranoproliferativa, Gnrp, Cupriavidus. sp.


ID: 5472

Relato de caso: pielonefrite enfisematosa tratada exclusivamente com antibioticoterapia

Autores: Peres V L, Cardoso J P, Bahia A P S, Gobbato G H S, Peres T L, Magalhaes F C N, Leite M F M

Instituiçoes: Universidade de Cuiabá – Cuiabá – Mato Grosso – Brasil

Introduçao: A Pielonefrite Enfisematosa (PE) é uma Infecçao Renal Aguda rara do tipo necrotizante de alta gravidade, costuma acometer principalmente o sexo feminino (5,9:1), com idade próxima à quinta década de vida e com diabetes mellitus descompensados. A proliferaçao em um meio anaeróbio de bactérias Gram-negativas em destaque a E. coli promove a liberaçao de gás carbônico no tecido necrótico. O diagnóstico é dado com a visualizaçao de pneumatose no parênquima renal na tomografia computadorizada (TC). O tratamento deve basear-se na classificaçao de Huang, que separa em classes com menor risco e maior risco as classes I e II, sem Fatores de Risco (FR) e as III e IV com menos de dois FR devem receber drenagem e antibioticoterapia. Nas classes III e IV, com mais de 2 FR a nefrectomia está indicada. Material e Método: Para coleta de dados, obtemos acesso ao prontuário de atendimento da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá-MT, por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado. Resultados: Paciente sexo feminino, 40 anos, diabética em uso insulinoterapia, com quadro de Pielonefrite Enfisematosa (PE). O laudo da TC de abdome descreve: “rim direito de dimensoes aumentadas com bolhas de ar na sua zona central/inferior que podem ser devido à pielonefrite enfisematosa”. Paciente tratada e curada exclusivamente com antibioticoterapia durante 24 dias, sem qualquer intervençao cirurgica. Doença extremamente grave evoluiu com desfecho favorável apenas com o tratamento clínico. Apresentou como fator complicador apenas agudizaçao da DRC por nefropatia diabética prévia, permanecendo em hemodiálise 3x na semana. Discussao e Conclusoes: O prognóstico favorável da PE, considerada uma emergência terapêutica, está relacionada ao início precoce da antibioticoterapia, controle glicêmico, hidroeletrolítico, hemodinâmico e outras alteraçoes encontradas no manejo, principalmente, em pacientes sépticos. Esta precocidade aumenta a possibilidade de abordagens mais conservadoras que as da literatura e com desfechos favoráveis. A paciente obteve ótima resposta clínica ao tratamento antibiótico e ocorreu o desaparecimento das imagens gasosas na segunda tomografia, assim optou-se por apenas estender o tempo do antibiótico e acompanhar o quadro clínico. Vale ressaltar a importância fundamental do relato das experiências obtidas, com o intuito de ampliar o conhecimento terapêutico desta patologia.

Palavras Chave: Antibioticoterapia precoce; Diabetes; Pielonefrite Enfisematosa.


ID: 5616

Tuberculose mamaria em paciente renal cronico: relato de caso e revisao de literatura

Autores: Almeida R D S, Conceiçao M F, Figueiredo R M, Ribeiro J D S, de Oliveira J V, de Lima L V, Pereira M D S C

Instituiçoes: Clínica Renal de Manaus – Manaus – Amazonas – Brasil, Universidade Nilton Lins – Manaus – Amazonas – Brasil

Introduçao: A Tuberculose é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Apresenta alta taxa de incidência e encontra-seligadaa baixas condiçoes socioeconômicas e a presença de imunodeficiência. Os pacientes portadores de insuficiência renal crônica possuem alteraçoes no sistema imunológico, levando a um estado de imunodeficiência, predispondo a essas infecçoes. Os pacientes submetidos à diálise possuem risco 25 vezes maior de desenvolver tuberculose, quando comparados com a populaçao em geral. A tuberculose mamária é uma variante rara da tuberculose extrapulmonar, equivalente a menos que 0,1% das lesoes deste órgao. Material e Método: Será apresentado um estudo descritivo baseado na análise de um caso diagnosticado como tuberculose mamária. Os dados foram obtidos na Clínica Renal de Manaus a partir de revisao do prontuário, entrevistas com a paciente e registros fotográficos dos métodos diagnósticos. Foi realizada uma revisao de literatura com publicaçoes sobre tuberculose mamária. Resultados: A Paciente possui 33 anos e há três iniciou quadro de edema em membros inferiores com lombalgia e vômitos. Realizou USG de rins onde foi verificado atrofia renal bilateral. Recebeu indicaçao de hemodiálise três vezes por semana. Há um ano iniciou episódios de palpitaçoes esporádicas, febre e calafrios que pioravam durante a hemodiálise. Em dezembro de 2016 evoluiu com nodulaçao na mama direita. Ao exame físico notou-se nódulo em quadrante medial inferior de mama direita com cerca de 4 cm, de consistência firme e doloroso à palpaçao superficial. Na USG foi evidenciado nódulos sólidos em mama direita, hipoecóicos, com paredes espessadas. Foi realizada para diagnóstico a cultura para bacilo de Koch, com resultado positivo em aspirado de mama e o histopatológico, o qual apresentou granuloma com necrose de caseificaçao, típico de tuberculose. Iniciou-se o esquema tuberculostático convencional com Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol por dois meses e continuidade com Rifampicina e Isoniazida por mais quatro meses. A paciente evoluiu com regressao do nódulo e melhora do quadro geral. Discussao e Conclusoes: A tuberculose mamária é uma afecçao rara, mas que precisa ser suspeitada, principalmente em pacientes com má resposta a antimicrobianos convencionais. O diagnóstico baseou-se na clínica, em achados histopatológico e etiológico. A terapia tuberculostática convencional apresenta ótimos resultados, devendo ser considerada como primeira escolha mesmo nos indivíduos com insuficiência renal crônica.

Palavras Chave: Tuberculose, Mama, Insuficiência Renal, Manaus.


ID: 5490

Paralisia periodica hipocalemica familiar: relatos de casos

Autores: Silva MT, Silva A O, Andrade O V B, Guidoni E B M

Instituiçoes: Santa Casa – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Paralisia periódica hipocalêmica familiar (PPHF) é uma doença genética rara, de início preferencial na segunda década de vida, caracterizada por ataques reversíveis de fraqueza muscular. O diagnóstico baseia-se na história, incluindo antecedentes familiares, estabelecimento de hipocalemia e exclusao de outras patologias. O tratamento, em geral, consiste na reposiçao de potássio (K+) na fase aguda e orientaçoes de prevençao, incluindo restriçao dietética (carboidratos) e de exercícios físicos intensos. Material e Método: Estudo clínico-laboratorial retrospectivo com acompanhamento evolutivo Resultados: CASO 1: Feminino, 10 anos, queixa inicial de perda de força muscular em membros, com início súbito ao despertar e dificuldade de deambulaçao e ortostatismo. Constatada hipocalemia (2,5 mEq/L) e realizada reposiçao nos episódios de recidiva. Em todos os episódios, constatou-se atividade física intensa. A irma apresentava os mesmos sintomas. Diagnosticado PPHF e orientado reposiçao de K+ na fase aguda, além de medidas comportamentais e preventivas. CASO 2: Masculino, 13 anos, obeso. Há 2 anos apresentava episódios de paralisia flácida evoluindo para paralisia total dos membros, sendo constatada hipocalemia em uma das crises (2,4 mEq/L) com resoluçao após reposiçao. Constatada associaçao do quadro com prática de futebol e/ou dieta rica em carboidratos. Com antecedentes familiares de PPHF, introduzido espironolactona profilática, sendo esta suspensa após recidiva do quadro. Orientado medidas preventivas e reposiçao de K+ nas crises. Em todos os casos, foi descartado hipertireoidismo. Discussao e Conclusoes: A PPHF está associada a mutaçoes genéticas: CACNA1S, que codifica o canal de cálcio no músculo esquelético; SCN4A relacionado com canal de sódio; ou KCNJ18, canais de K+ (Kir 2.1 e 2.6). As mutaçoes despolarizam o sarcolema, frequentemente precipitada por estimuladores da Na+-K+-ATPase, aumentando a captaçao de K+ pelo músculo, resultando em hipocalemia, despolarizaçao adicional e paralisia muscular. Podem ocorrer espontaneamente ou serem provocadas por repouso prolongado após exercício intenso, ou após dieta rica em carboidratos. Há relatos associados de fatores comportamentais e utilizaçao de medicamentos. A PPHF é uma doença hereditária de diagnóstico simples e predominantemente clínico. Deve ser abordada rapidamente, porém, devido falta de conhecimento, vem sendo subdiagnosticada.

Palavras Chave: paralisia, familiar, hipocalemia, fraqueza, potássio.


ID: 5949

Experiencia do tratamento da sindrome hemofagocitica secundaria após o transplante renal com imunoglobulina humana: relato de dois casos

Autores: Dantas G L D A, Silveira L D H J, Silva Filho R C D, Neri B D O, Narciso Júnior J, Sales M L D M B O, Esmeraldo R D M, Freitas T V D S

Instituiçoes: Hospital Geral de Fortaleza – HGF – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal do Ceará – UFC – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: A Síndrome hemofagocítica (SHF) ou linfohistiocitose hemofagocítica é uma condiçao infrequente e subdiagnosticada, resultante da ativaçao excessiva da resposta imune, culminando em fagocitose das células do sangue. Após o transplante renal (TxR), a SHF é habitualmente secundária (ou reativa) a processos infecciosos e neoplásicos e tem elevada mortalidade. Nao há evidencias sobre o tratamento ideal. Além de investigaçao e tratamento da patologia desencadeante do processo de desregulaçao do sistema imune, há descriçoes do uso de imunoglobulina humana (IVIG), esteroides em altas doses e plasmaferese. Nao há evidencias sobre a melhor forma de manejar a imunossupressao de manutençao. Material e Método: O seguinte relato tem como intuito apresentar dois casos SHF reativa pós-TxR tratados com sucesso com IVIG. Resultados: Caso 1: Paciente masculino, 41 anos, submetido a TxR com doador falecido há 6 anos, foi admitido por febre há 4 semanas, diarreia, pancitopenia e hepatoesplenomegalia, evoluindo com choque séptico e insuficiência respitatória. Exames laboratoriais e mielograma confirmaram o diagnóstico de SHF. Nenhum germe causador da infecçao foi identificado e o paciente foi tratado empiricamente com antibioticoterapia de amplo espectro e antifúgico, além de IVIG e reduçao da imunossupressao de manutençao. Evoluiu com melhora progressiva do quadro, recebendo alta hospitalar após 56 dias de internaçao. Caso 2: Paciente feminino, 61 anos, submetida ao TxR com doador falecido há 1 ano, foi admitida com história de hiporexia e perda de peso (6Kg em 1 mês), associados a poliartralgia. Evoluiu com bicitopenia na internaçao. Neste momento, os exames laboratoriais e mielograma concluíram pelo diagnóstico de SHF. A investigaçao da infecçao desencadeante foi sugestiva para aspergilose e a paciente foi tratada com antifúngico, além de reduçao da imunossupressao e IVIG. Houve melhora clínica quanto ao quadro infeccioso e hematológico, contudo após extubaçao apresentou broncoaspiraçao maciça e veio a óbito devido a choque séptico de foco pulmonar. Discussao e Conclusoes: Apesar da elevada morbimortalidade associada à SHF reativa após o TxR, a instituiçao de terapia com IVIG adjuvante ao tratamento da doença desencadeante foi uma estratégia eficaz em conter o processo. O diagnóstico ágil e preciso através da realizaçao de mielograma nestes pacientes com citopenia febril foi provavelmente um fator que contribuiu para os desfechos.

Palavras Chave: Síndrome hemofagocítica, hemofagocitose, transplante renal, imunoglobulina humana, citopenia febril.


ID: 5407

Nefropatia por IgA associada a neurocriptococose

Autores: Hagemann R, Nunes A J F

Instituiçoes: Hospital Estadual de Bauru – Bauru – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Nefropatia por IgA é caracterizada pelo depósito granular mesangial de imunocomplexos contendo IgA. Na maioria dos casos sua etiologia é primária, entretanto, pode estar associada a outras doenças, inclusive de etiologia infecciosa. Material e Método: Relato de caso de paciente atendida em hospital público do interior do estado de Sao Paulo. Resultados: Paciente do sexo feminino, branca, 54 anos, admitida com cefaleia frontal, tontura, febre diária, náuseas e vômitos há dois meses. Sem antecedentes de hipertensao arterial, diabete melito, tabagismo ou etilismo. Exame físico normal. Hemograma de entrada com anemia e linfopenia. Ressonância magnética de crânio mostrou áreas de gliose e sinais de irritaçao meníngea. Análise do líquor foi positiva para teste com tinta da China. Iniciou-se entao tratamento empírico para neurocriptococose com anfotericina B. Sorologias negativas para hepatites B e C e para HIV. Paciente evoluiu com piora da funçao renal e proteinúria de 6.289 mg em 24 horas. Autoanticorpos negativos, pANCA e cANCA negativos e complemento normal. Biópsia renal compatível com nefropatia por IgA. Discussao e Conclusoes: A associaçao entre quadros infecciosos e glomerulonefrites pode ser dividida em dois grandes grupos. O primeiro é formado pelas glomerulonefrites secundárias a processos infecciosos já resolvidos e o segundo por glomerulonefrites secundárias a processos infecciosos ativos. O diagnóstico diferencial é com a forma primária da nefropatia por IgA, na qual os níveis séricos de complemento costumam estar normais. No caso descrito, entretanto, nao se observou consumo de complemento. Criptococose é uma micose sistêmica causada por fungos do complexo Cryptococcus neoformans, adquirida por via inalatória e que causa meningoencefalite de evoluçao grave e potencialmente fatal, podendo estar acompanhada de lesao pulmonar evidente. Na paciente acima nao houve comprometimento pulmonar. Como a glomerulonefrite e a infecçao foram analisadas no mesmo momento, nao há como determinar nexo causal. Outro fator contra essa hipótese é o nao consumo do complemento. Entretanto, na primeira dosagem a paciente já estava com 15 dias de tratamento. A dose de corticoide utilizada foi menor e por tempo inferior ao tratamento padrao para nefropatia por IgA e nao necessitou de imunossupressor nesses últimos quatro anos de acompanhamento. Nao há, até o momento, relato de nenhum outro caso de infecçao criptococócica em paciente imunocompetente com desenvolvimento de glomerulonefrite com depósitos mesangiais de IgA.

Palavras Chave: Glomerulonefrite por IgA; criptococose; lesao renal aguda.


ID: 5527

Associaçao entre glomeruloesclerose segmentar e focal colapsante e microangiopatia trombotica em usuario de cocaina: relato de caso

Autores: Ribeiro B D, Filho V C, Menezes P M, Jorge L B, Yu L, Woronik V, Testagrossa L A, Dias C B

Instituiçoes: HCFMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A forma Colapsante é o subtipo histológico mais grave da Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF). Sua patogênese é pouco conhecida, podendo ser idiopática ou associada a condiçoes como infecçoes virais ou drogas. Possui evoluçao frequente para doença renal crônica terminal (DRCt). Relatamos um caso de GESF colapsante associada a Microangiopatia Trombótica (MAT) em usuário de cocaína. Material e Método: Paciente do gênero masculino, 26 anos, usuário de cocaína há 9 meses, iniciou há 2 meses quadro de hipertensao arterial, associando-se há 15 dias edema de membros inferiores, com evoluçao para anasarca. Ao exame físico, anasarca e hipertensao (PA: 150x90mmHg). Exames laboratoriais: Ur: 256mg/dL, Cr: 4,27mg/dL (CKD-EPI:18ml/min/1,73m2), sem distúrbios hidroeletrolíticos ou ácido-básicos, Urina 1: 8 hemácias/campo, proteinúria 24h: 3,82g, proteínas totais: 5,6g/dL, albumina: 3g/dL, colesterol total: 132mg/dL, LDL: 59mg/dL, HDL: 50mg/dL, TG: 115mg/dL. Hb: 11,3g/dL, leucócitos: 10790/mm3, plaquetas: 353000/mm3, C3: 97mg/dL e C4: 25mg/dL (normais), sorologias para hepatite B, C e HIV negativas, pesquisa de auto-anticorpos (FAN, anti-DNA, Fator Reumatóide e ANCA) negativa, eletroforese de proteínas séricas e perfil glicêmico normal. Ultrassonografia mostrou rins de tamanho normal com ecogenicidade aumentada. Resultados: Em funçao do quadro de síndrome nefrótica com piora de funçao renal, foi realizada biópsia renal. A avaliaçao histopatológica evidenciou 12 Glomérulos (9 globalmente escleróticos), hipercelularidade mesangial e de podócitos, colapso de alças capilares, expansao segmentar de matriz mesangial, túbulos dilatados com epitélio necrótico e atróficos focalmente, interstício com fibrose e infiltrado linfohistiocitário, Arteríolas Interlobulares com hipertrofia da túnica muscular e proliferaçao concêntrica da íntima. A Imunofluorescência, depósitos de C3+3/+3, padrao granular, distribuiçao segmentar e focal sendo o quadro compatível com Glomeruloesclerose Segmentar e Focal variante Colapsante associada a MAT. Perante à associaçao de exames laboratoriais e achados da biópsia renal, optado por manter o paciente em tratamento conservador para DRC, sem abordagem imunossupressora específica. Discussao e Conclusoes: O uso de cocaína é frequentemente associado a quadros de MAT e um estudo recente mostrou que lesao endotelial pela MAT poderia participar da gênese da GESF colapsante, explicando a associaçao dos dois quadros nesse paciente.

Palavras Chave: focal segmental glomerulosclerosis and cocaine.


ID: 5851

Nefropatia do C3 com boa resposta a ciclofosfamida: um relato de caso

Autores: Lopes R P, Ota R S, Siqueira R C, Araújo M R T, Abensur H, Romao Júnior J E, Martini – Filho D, Ernades – Neto M

Instituiçoes: Hospital Beneficência Portuguesa de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A Nefropatia do C3 (C3N) é uma entidade caracterizada pela dominância de depósitos de C3 à imunofluorescência. Tal entidade tem como etiopatogenia a hiperativaçao da via alternativa do sistema complemento, podendo ser classificada como Glomerulonefrite do C3 ou Doença de Depósito Denso (DDD). Descrevemos um caso de paciente com nefropatia do c3 possivelmente pós-infecciosa tratado com sucesso. Relato de caso: Feminina, 17 anos, hígida, após infecçao de vias aéreas superiores, há dois meses, queixa-se de edema de membros inferiores. Os primeiros exames em nosso serviço demonstraram: creatinina – 1,7 mg/dl, proteinúria – 3,7g/24h, hematúria em sedimento urinário. Demais exames, somente um ANA – 1/160 pontilhado fino, resultado que nao se repetiu outras vezes. Biópsia renal: Glomerulonefrite com proliferaçao endo e extra-capilar, presença de crescentes difusas, atrofia túbulo-intersticial em 70% da amostra. Imunofluorescência: depósitos granulares grosseiros que fixaram anti-soro específico para C3 3+/3+ e IgG 1+/3+. Nao foi possível realizar microscopia eletrônica. Realizada a hipótese de Nefropatia do C3. Optado por esquema terapêutico com pulsoterapia com metilprednisolona (1g/dia por 3 dias) seguida de prednisona 1mg/kg/dia e ciclofosfamida (6 pulsos mensais). Após esse esquema de induçao, foi iniciado esquema de manutençao com prednisona 10mg/dia e azatioprina 150mg/dia, além de bloqueadores de receptor de angiotensina II. Um ano após o início da manutençao, paciente apresenta-se estável com creatinina – 0,6mg/dl e proteinúria – 0,6g/24h. Discussao e Conclusoes: A hiperatividade da via alternativa do sistema complemento na C3N costuma estar restrita somente a proteínas da fase fluída do complemento e pode ter origem hereditária (mutaçoes em inibidores naturais do sistema complemento, como, por exemplo, os fatores CFH e CFI), origem auto-imune (presença do fator C3 nefrítico, que atua contra C3 convertase, na DDD) ou origem reacional (infecçoes, doenças auto-imune ou gamopatia monoclonal). O tratamento é muito controverso e ainda pouco estabelecido na literatura. No caso da nossa paciente, optamos por um tratamento com droga citostática devido à intensa característica proliferativa, felizmente, com bom resultado. O bom resultado do tratamento, reforça que a etiopatogenia tenha sido de origem pós-infecciosa.

Palavras Chave: Nefropatia do C3, Ciclofosfamida, Sistema complemento.


ID: 5607

Necrose cortical renal associada a hemorragia profusa em usuario de cocaina

Autores: Barbosa R D, Cavalcante M A, Sette L H, Costa D M

Instituiçoes: Hospital das Clínicas – Recife – Pernambuco – Brasil

Introduçao: Necrose cortical renal (NCR) é causa rara e catastrófica de lesao renal aguda (LRA). Caracteriza-se pela destruiçao isquêmica difusa ou parcial dos elementos do córtex devido à diminuiçao significativa da perfusao arterial renal com potencial evoluçao para doença renal terminal. Apesar de complicaçoes obstétricas serem a principal causa (50-70% dos casos), outros fatores podem levar a NCR como hemorragia maciça. Material e Método: Homem, 26 anos, procurou atendimento médico de urgência após cerca de quatro episódios de epistaxe e hematêmese de grande monta em 24 horas. Tinha antecedente de etilismo, diário nos últimos dois meses, além de uso de cocaína há cinco anos, com evento prévio de epistaxe após inalaçao da droga. Negava uso de medicamentos ou comorbidades prévias. EDA foi normal, exceto pela presença de coágulos em cavidade gástrica e grande quantidade de sangue vivo em cavidade oral e hipofaringe. Houve necessidade de transfusao de sete concentrados de hemácias nos primeiros dias de internamento. Resultados: Apresentou LRA nao oligúrica com creatinina inicial de 11mg/dl e necessidade de hemodiálise. Chega a nosso serviço com hemoglobina de 9,2g/dl e plaquetas normais. EAS com proteína (++), sem hematúria ou piúria e proteinúria de 24 horas de 2,5g (volume 1100ml). Sorologias para vírus B, C e HIV, FAN e Anti-DNA foram negativos e fraçoes C3 e C4 do complemento, normais. USG mostrou rins dentro da normalidade. Biópsia renal teve 20 glomérulos com área de necrose de coagulaçao em regiao mais superficial (7/20), hipertrofia glomerular discreta com esclerose segmentar e sinéquias focais (5/20). Interstício com atrofia tubular multifocal com fibrose intersticial moderada e infiltrado linfocitário esparso e segmento arterial com hiperplasia fibrosa acentuada da íntima. Paciente permaneceu em diálise por cinco semanas, migrando para tratamento conservador com creatinina de 3,6mg/dl. Discussao e Conclusoes: Em usuários crônicos de cocaína alguns dos achados frequentes em biópsias renais sao esclerose glomerular, infiltraçao de células mononucleares intersticiais, espessamento da média e estreitamento luminal. Estes achados sao decorrentes da açao vasoconstrictora desta droga induzindo alteraçao na hemodinâmica renal, acúmulo de matriz glomerular e estresse oxidativo, além de ser acelerador da aterogênese. Diante dos achados sugestivos de cronicidade supostamente induzidos pela droga, nosso paciente fez injúria renal aguda comprovada em biópsia após insulto hipovolêmico grave por hemorragia maciça de vias aéreas.


ID: 5554

Percepçao de fadiga e capacidade funcional em receptores renais no pré e pós-operatorio de transplante renal

Autores: de Santana F R, Gimenes de Paula D A, Suster E A B, Cristelli M P, Chiavegato L D

Instituiçoes: HRIM – Sao Paulo – SP – Brasil, UNICID – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Doentes renais crônicos apresentam alta prevalência de fadiga e capacidade funcional limitada, especialmente os submetidos à diálise de manutençao. Por ser pouco estudada a evoluçao desses aspectos após o transplante renal, o objetivo foi avaliar o impacto do transplante renal na percepçao de fadiga e capacidade funcional dos receptores renais e identificar aspectos clínico funcionais que se associem à percepçao de fadiga. Material e Método: Estudo prospectivo com 51 receptores renais de doadores vivos. Os pacientes foram avaliados nos períodos pré-transplante renal e após 45 e 75 dias quanto à percepçao de fadiga (Multidimensional Fatigue Inventory – MFI-20) e capacidade funcional (Teste do Degrau de 6 Minutos – TD6M). Foi utilizado ANOVA para medidas repetidas, teste t pareado para comparaçao da capacidade funcional nos momentos pré e pós 75 dias de transplante e correlaçao entre as principais variáveis. Resultados: Houve melhora significativa pós 45 e 75 dias de transplante dos domínios de Fadiga Mental, Reduçao da Atividade e Reduçao da Motivaçao. O número de degraus subidos no TD6M aumentou significativamente (Δ = 11,0 ± 24,2, p = 0,002) após o transplante renal. O domínio de Fadiga Geral apresentou correlaçao positiva com níveis de ansiedade em todos os momentos do estudo (p < 0,02). Discussao e Conclusoes: Em curto prazo aspectos cognitivos e comportamentais da fadiga em receptores renais melhoram após o transplante renal, bem como sua capacidade funcional. Parece que a percepçao de fadiga nessa populaçao esta associada com os níveis de ansiedade apresentados pelos pacientes.

Palavras Chave: Fadiga; Tolerância ao Exercício; Transplante Renal.


ID: 5881

Hipercelularidade de liquido peritoneal em quadro de alergia a droga

Autores: Louzada L B D S, Barcelos F L, Silva E V C, Studart M M M D Q

Instituiçoes: Hospital Universitário de Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: Paciente MESS, 23 anos, sexo feminino, com doença renal crônica por glomeruloesclerose focal e segmentar desde 2010. Iniciou terapia renal substitutiva em abril de 2016 na modalidade de hemodiálise por piora das escórias nitrogenadas. Optou pela diálise peritoneal em 12/10/2016. DP domiciliar foi iniciada 24/10/2016. Por hiperuricemia foi prescrito alopurinol e por quadro depressivo sertralina. Em 23/12/2016 apresentou eritema com descamaçao generalizada principalmente em face, artralgias, febre, vômitos, diarreia, eosinofilia branda, CPK e VHS aumentados, transaminases levemente elevadas e líquido peritoneal turvo, sem dor abdominal a palpaçao ou a descompressao brusca. O diagnóstico inicial foi de peritonite bacteriana, fez vancomicina e ceftazidina intraperitoneal por 4 dias. Citometria do líquido peritoneal: 2.660 células sendo neutrófilos 25%, eosinófilo 42%, Linfócitos 11%, monócitos 19%, macrófagos 3%. Pela ausência de dor abdominal e culturas de líquido peritoneal negativas, foi suspensa antibioticoterapia. Hipóteses diagnósticas: síndrome DRESS, peritonite eosinofílica ou hipercelularidade de líquido peritoneal secundária a droga. Foi suspenso o alopurinol e sertralina, e iniciou-se corticoterapia via oral. Resultados: A síndrome DRESS se caracteriza por uma reaçao adversa a medicamentos com características sistêmicas: erupçao cutânea grave, febre, linfadenopatia, hepatite, hipereosinofilia e linfocitose atípica. Como a paciente nao apresentou esse quadro clínico, a patologia foi descartada. A peritonite eosinofilica é entendida como uma complicaçao que ocorre mais frequentemente em pacientes em diálise peritoneal, geralmente dentro dos três primeiros meses de início do procedimento, definida através de exames do líquido peritoneal com contagem de glóbulos brancos > 100 células/ml e com ≥ 10% de eosinófilos. Essa hipótese está relacionada a uma reaçao de hipersensibilidade aos materiais e fluidos usados durante a diálise, e possui correlaçao com bactérias ou fungos, sendo assim também foi descartada uma vez que as culturas foram negativas. Os sintomas, sinais e achados laboratoriais foram regredindo, à exceçao da hipercelularidade do líquido peritoneal, que persistia, embora reduzida. e Conclusoes: Sendo assim conduziu-se o caso com a hipótese de hipercelularidade de líquido peritoneal em quadro de alergia a droga com suspensao de alopurinol/sertralina, e corticoterapia via oral. Paciente evoluiu com regressao dos sintomas e seguiu em diálise peritoneal.

Palavras Chave: diálise peritoneal, hipersensibilidade a drogas, peritonite.


ID: 5958

Multiplos embolos septicos por infecçao de cateter em paciente em hemodialise

Autores: Sampaio W L V, Cruz J G, Vaz A C, Santos A T, Rocha A, Botelho A S

Instituiçoes: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Vitoria da Conquista – Bahia – Brasil

Introduçao: A infecçao relacionada cateter de hemodiálise implica em elevado risco de morbimortalidade. Descrevemos um caso clinico com múltiplos embolos sépticos para pulmao e veia mesentérica. Material e Método: Analise retrospectiva de prontuário de paciente atendido em unidade hospitalar. Resultados: J.L.M 43 anos, sexo masculino portador de DM, HAS evoluindo com IRC, com necessidade de tratamento dialitico com necessidade de implantacao de cateter duplo lumem para hemodialise em VJD evoluindo após 37 dias com febre 39 C, hipotensao 90 x50mmhg dor em regiao epigastrica e dor em local de insercao de cateter. Foi internado feito retirada do cateter e iniciado tratamento empirico com teicoplamina e piperacilina com tazobactama. Foi realizado após 24 horas da admissao tc de torax e abdomem que compativeis com embolia septica para pulmoes e veias mesenterica, esplenica e tributaria e a hemocultura positiva para stafilococos aureus. O paciente evoluiu com resolucao do quadro clinico após uso de antibiotico por 14 dias. Discussao e Conclusoes: A infeccao por staphylococcus aureus é a principal causa de morbidade e hospitalizacao em pacientes dialiticos e o risco de infeccao é mais frequente em pacientes em uso de cateter para hemodialise com elevada mortalidade cerca de 33% e risco de embolia septica para diversos orgaos. A infeccao relacionada a cateter implica em 22 a 38% de risco de infeccoes metastaticas ou morte. O presente caso revela as complicaçoes de infecçao relacionada a cateter com documentaçao de múltiplos embolos sépticos para pulmao e mesentérica com resposta a teerapeutica antimicrobiana.

Palavras Chave: cateter hemodialise embolia septica.


ID: 5439

Carcinoma de ductos coletores em rim transplantado: relato de caso

Autores: Derks Y M, de Lima P S N, Ribeiro B F, Sallum D R, de Araújo K P, Abreu N A D M, Aoqui V Y, Romao E A, Moyses Neto M, Costa R S

Instituiçoes: HCRP – USP – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O carcinoma de ductos coletores é uma neoplasia rara (menos de 1% dos carcinomas renais ressecados cirurgicamente). Sua incidência é maior em indivíduos mais jovens. Geralmente, apresenta-se em estágio avançado no diagnóstico. Este relato tem como objetivo descrever o caso clínico de paciente com esta neoplasia no rim transplantado e a importância do seu diagnóstico precoce. Material e Método: Estudo descritivo constando de relato de caso e revisao da literatura as informaçoes do paciente foram coletadas através do prontuário eletrônico. Relato De Caso: paciente, feminino, 38 anos, realizou transplante renal doador falecido há 2 anos. imunossupressao em uso: tacrolimo, micofenolato sódico e prednisona. Queixou-se de dor em flanco esquerdo que se irradiava para coluna lombar e membro inferior ipsilateral há 15 dias. realizou ultrassonografia de rins com doppler e exames laboratoriais que estavam normais. Após 3 meses do início dos sintomas, evidenciou-se piora importante da funçao renal, quando foi internada e submetida à biópsia renal. O anátomo-patológico evidenciou carcinoma infiltrativo nos e metástase em tecido vizinhos e nos pulmoes. Realizou nefrectomia, ooforectomia esquerda e by-pass ilíaco femoral. O exame microscópico mostrou carcinoma de ductos coletores com comprometimento de ovário e linfonodos regionais. a paciente está sendo submetida à quimioterapia com cisplatina e gencitabina. Discussao e Conclusoes: as neoplasias malignas estao entre as principais complicaçoes no pós-transplante renal, com uma incidência variável de 1% a 16% dos pacientes transplantados. O carcinoma de ductos coletores corresponde a menos de 1% das neoplasias epiteliais de origem renal ressecadas cirurgicamente. esse tipo de tumor tende a ocorrer em indivíduos mais jovens e tem um curso clínico mais agressivo. Ao exame microscópico, o carcinoma de ductos coletores consiste em um arranjo de células irregulares, infiltrativas, na parede dos ductos coletores, exibindo acentuada desmoplasia. diferentemente de outros tipos de carcinoma de células renais nao-celulas claras, o carcinoma de ductos coletores parece responder a quimioterapia citotóxica. O esquema relatado nos trabalhos consite em cisplatina e gencitabima. Concluímos que frente à paciente transplantado renal com piora da funçao renal, deve-se levantar a hipótese de neoplasia de rim. Como também é importante realizar o diagnóstico precoce, visto a maioria desses tumores ser diagnosticada em fase avançada.

Palavras Chave: carcinoma, ductos coletores, rim transplantado, transplante.


ID: 5552

Impacto do transplante renal e do esquema imunossupressor na força muscular, capacidade funcional e qualidade de vida – estudo longitudinal

Autores: da Silva A P P, Lunardi A C, Bergamim J S S P, Sarmento L A, Chiavegato L D

Instituiçoes: HRIM – Sao Paulo – SP – Brasil, UNICID – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: O transplante é a melhor opçao de tratamento em longo prazo quando comparado à diálise de manutençao no paciente com doença renal crônica. Esse tratamento é obrigatoriamente combinado ao uso de imunossupressores porém, os efeitos colaterais destas medicaçoes na força muscular respiratória e periférica, capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes permanecem desconhecidos e o objetivo deste estudo foi avaliar estes desfechos. Material e Método: Estudo longitudinal, com 40 pacientes avaliados desde o período pré-transplante até 6 meses após a cirurgia, para avaliar a força muscular respiratória e periférica por meio da força muscular respiratória e de preensao palmar, qualidade de vida e capacidade funcional por meio do teste Time Up and Go (TUG). Resultados: Comparando com o período pré-operatório, após 6 meses de transplante os pacientes evoluíram com melhora na força muscular respiratória, PImáx 44% e na PEmáx 28,96%, da periférica, MMSS 13,81% e MMII 26,95% e na qualidade de vida. Discussao e Conclusoes: Após seis meses de transplante os pacientes apresentaram melhora na força muscular respiratória e periférica, e na qualidade de vida. Porém mesmo com a melhora, os pacientes apresentam fraqueza muscular e a evoluçao na qualidade de vida nao foi considerada satisfatória. Com isso, mesmo após o transplante os pacientes apresentam alteraçoes negativas nas variáveis estudadas independentemente do esquema imunossupressor utilizado.

Palavras Chave: transplante renal, força muscular, qualidade de vida, imunossupressores.


ID: 5651

Duas gestaçoes espontaneas consecutivas de trigemeos e gemeos em mulher transplantada de rim

Autores: Lopes R P, Romao Junior J E

Instituiçoes: Hospital Beneficência Portuguesa de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Mulheres com insuficiência renal crônica têm uma taxa de fertilidade menor do que mulheres saudáveis em idade fértil, e gravidez em pacientes com doença renal de estágio final (DRCT) apresenta um alto risco de complicaçoes maternas e fetais. Assim, o transplante de rim é aceito em todo o mundo como a terapêutica mais adequada para aumentar as chances de concepçao em mulheres com insuficiência renal crônica. Gestaçao gemelar espontânea é incomum em pacientes com transplante de rim e confere um risco significativo em termos tanto de disfunçao do enxerto como em complicaçoes fetais. Apresentamos um caso de um resultado positivo para a mae e bebês em gestaçoes consecutivas de trigêmeos e de gêmeos em uma mulher transplantada renal, analisando, também, os efeitos de gravidez múltiplas na sua funçao do rim transplantado. Material e Método: Acompanhamento ambulatorial de paciente transplantada renal com duas gestaçoes gemelares seguidas. Resultados: Mulher de 31 anos com diagnóstico clínico de glomerulonefrite crônica secundária a nefrite lúpica. Após 3 anos mantida em tratamento por hemodiálise, foi submetida a um transplante de rim (doador vivo, irma, tipagem HLA idêntica). A paciente foi mantida com uma combinaçao de tacrolimo, prednisona e micofenolato de mofetila. Após seis anos de transplante, ela e o marido relataram que estavam considerando a possibilidade de uma gravidez. Devido ao risco de teratogênese fetal, o micofenolato foi substituído por azatioprina no esquema de imunossupressores. Nesta ocasiao, havia uma boa funçao do enxerto renal, com creatinina sérica de 0,9 mg/dl, eTFG de 67 ml/min, proteinúria de 230 mg/24 h, pressao arterial normal e glicemia de jejum de 91 mg/dl. Houve manutençao de heparina de baixo peso molecular durante o período gestacional, ausência de positividade de anti-DNA e anticoagulante lúpico e anti-cardiolipina.Devido hipertensao induzida pela gravidez, paciente foi mantida com pindolol durante todo o período da primeira gestaçao. Parto realizado eletivamente na 34 semana na primeira gravidez e 35 semanas na segunda. Todos os recém nascidos nasceram saudáveis. Discussao e Conclusoes: A gestaçao multifetal em receptores de aloenxerto renal é descrita como uma gravidez de alto risco; no entanto o resultado global em pacientes devidamente acompanhados pode ser considerado favorável. Em nosso relato, nós descrevemos um caso de gravidezes múltiplas espontâneas em uma receptora de transplante renal com curso de boa evoluçao das gravidezes e ótima evoluçao do binômio materno/neonatal.

Palavras Chave: Transplante Renal; Gestaçao gemelar.


ID: 5854

Poliangeite granulomatosa em paciente idosa: relato de caso

Autores: de Castro L P, Cardoso dos Santos B F, de Oliveira V, Grunspun H, Campos F F, Pereira A C, Moura L H P, Guardia CT B

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Poliangeíte granulomatosa é uma vasculite de pequenos vasos pauci-imune associada à inflamaçao necrotizante do tipo granulomatosa, com acometimento frequente do trato respiratório. O envolvimento renal ocorre com frequência e resulta em acometimento glomerular, podendo apresentar hematúria, proteinúria e insuficiência renal. Esta se apresenta com característica de uma glomerulonefrite rapidamente progressiva. Material e Método: Relato de caso de uma paciente diagnosticada com poliangeíte granulomatosa após internaçao por dispneia, evidenciando sangramento alveolar e lesao renal. Resultados: FL, 81 anos, sexo feminino, portadora de diabetes mellitus tipo 2, procurou PA com queixa de falta de ar e queda do estado geral. Relatava dispneia progressiva há 1 semana, evoluindo para em repouso, sem fatores desencadeantes. Na admissao, paciente apresentava-se taquidispneica, anasarcada, ausculta com crepitaçoes em bases pulmonares. Exames da admissao: HB 9,4; Ht 26,7%; Leucócitos 29410; plaquetas 357000; BNP 13060; Na 120; K 8,2; Cr 9,62; Ur 238; PCR 231; Urina I: proteínas +, leucócitos 2952000. Submetida a diálise de urgência por hipercalemia refratária e hipervolemia. Paciente realizou TC de tórax que evidenciou extenso infiltrado alveolar com espessamento dos septos interlobulares com distribuiçao peri-hilar e central. Devido a esses achados, foi submetida à broncoscopia, que mostrou árvore brônquica com mucosa enantemática e sinais de sangramento alveolar. Prosseguindo a investigaçao: c-ANCA reagente 1/320; biópsia renal: glomerulonefrite necrotizante crescêntrica pauci-imune; edema e fibrose intersticiais difusos; necrose tubular aguda difusa; imunofluorescência com presença de depósitos granulares mesangiais de fator C3 do complemento (1+/3+), com distribuiçao segmentar e focal. Iniciado tratamento com plasmaférese, pulsoterapia com ciclofosfamida e corticoide, paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial. Discussao e Conclusoes: A hipótese de poliangeíte granulomatosa deve ser sempre lembrada quando houver sintomas relacionados com acometimento das vias aéreas e rins. Nossa paciente, no entanto, nao estava na faixa etária mais comum para diagnóstico, mas apresentou quadro clínico típico com acometimento pulmonar e renal. É importante que o diagnóstico seja firmado o mais precoce possível, para que a instituiçao do tratamento imunossupressor seja breve e a remissao se torne possível.

Palavras Chave: Vasculite renal; glomerulonefrite.


ID: 5418

Glomeruloesclerose nodular por doença de cadeia leve – caso raro de recuperaçao tardia da funçao renal

Autores: Grossi L P, Luciano E P, Miranda L R, Rocha Araújo S R, Santos Maldonado A L

Instituiçoes: Universidade de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A doença de depósito de cadeias leves (DDCL) constitui uma entidade clínica caracterizada por depósitos teciduais sistêmicos de cadeias leves de imunoglobulinas, derivadas de uma proliferaçao desproporcional de um clone de linfócitos da linhagem B. Enquadra-se como uma das mais raras discrasias plasmocitárias monoclonais. Tais depósitos sao compostos, sobretudo, pelas cadeias leves kappa, usualmente encontradas em 85% dos casos. O órgao mais frequentemente acometido é o rim, comumente manifestando um quadro de proteinúria, hematúria microscópica e hipertensao arterial, evoluindo para uma deterioraçao da funçao renal. A Glomeruloesclerose nodular representa a alteraçao histológica mais característica observada à microscopia óptica. Verifica-se associaçao de mais de 50% dos casos com mieloma múltiplo ou outras desordens linfoproliferativas, restando um pequeno percentual de casos descritos como DDCL idiopática, onde nao há detecçao de uma patologia hematológica associada. O prognóstico geralmente é reservado, apresentando uma sobrevida média variando de 18 a 34 meses, mesmo naqueles pacientes que recebem tratamento quimioterápico, sendo o estágio terminal de doença renal crônica observado em aproximadamente 70% dos portadores da doença. Material e Método: Relatamos um caso de nefropatia por DDCL de origem idiopática, sem associaçao com outros distúrbios hematológicos, e com componente monoclonal lambda isolado, diagnosticado há quatro anos. Tais achados sao pouco comuns dentre as descriçoes presentes na literatura. A microscopia óptica, destaca-se presença de imagem nitidamente característica de glomeruloesclerose nodular. Resultados: O paciente evoluiu com um declínio importante da funçao renal, sendo submetido à realizaçao de hemodiálise ao longo de dois anos e meio para controle da doença renal crônica estabelecida. Entretanto, evidenciou-se uma resposta clínica atípica ao esquema quimioterápico com Vincristina-Doxorrubicina-Dexametasona (VAD), apresentando reversao do quadro dialítico e supressao mantida da síntese de imunoglobulinas monoclonais, contrastando o desfavorável prognóstico e reduzida sobrevida da doença em questao. Discussao e Conclusoes: Atualmente, o paciente encontra-se em seguimento clínico, sem queixas associadas à doença de base. Com a exposiçao e discussao deste caso, objetivamos divulgar uma patologia rara e, a este propósito, apresentar algumas consideraçoes a respeito da DDCL.

Palavras Chave: Cadeias leves; Glomeruloesclerose nodular; Doença renal crônica.


ID: 5626

Hiponatremia severa e SIADH associados a neoplasia pulmonar nao pequenas celulas: relato de caso

Autores: Andrade B S, Paulo D B, Oliveira S C R, Moura Rocha I P

Instituiçoes: Universidade Federal do Piauí – Teresina – Piauí – Brasil

Introduçao: A síndrome de secreçao inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH) é definida como uma secreçao contínua de hormônio antidiurético, mesmo em condiçoes de baixa osmolalidade sérica e expansao do volume extracelular ou, ainda, pelo aumento de sua atividade. A SIADH deve ser suspeitada em qualquer paciente com hiponatremia hiposmolar com osmolaridade urinária acima de 100 mOsmol/kg. As neoplasias sao causas comuns de SIADH que induzem a produçao ectópica de ADH. O tipo de neoplasia mais associada a SIADH é o Carcinoma Pulmonar de Pequenas Células. O presente relato evidencia uma apresentaçao nao comum de hiponatremia euvolêmica secundária a Neoplasia Pulmonar nao pequenas células. Resultados: RCS, 60 anos, feminino, natural e procedente de Teresina-PI, procurou serviço médico relatando tosse seca e dor ventilatório dependente associados a febre persistente, dispneia e perda ponderal. Referia tabagismo durante 40 anos, negava comorbidades. Ao exame físico, apresentava rouquidao, dispneia e linfonodomegalia cervical direita medindo 2.5 cm (nível III/IVa). A paciente evoluiu com hiponatremia seguida de hipocalemia (Na = 117 mEq/l, K = 4.3 mEq/l). Cortisol sérico: 63.4 nmol/l, TSH: 2.1 mg/dl, T4 livre: 1.22 mg/dl, osmolaridade sérica: 252 mOsm/kg, osmolaridade urinária: 239 mOsm/kg, ácido úrico: 3.4 mg/dl, sódio urinário: 65 mEq/l. A TC de Tórax evidenciou uma lesao sólida expansiva predominante mediastinal de aproximadamente 10.0 x 9.2 cm, no pulmao esquerdo, além de uma lesao bem definida no parênquima hepático (1,6 x 1,4 cm) e uma lesao expansiva em cada glândula adrenal (à direita medindo 6,7 x 5,2 cm e à esquerda 1,7 x 1,6 cm). O exame histopatológico do nódulo linfático cervical revelou carcinoma nao pequenas células metastático pouco diferenciado. Realizado manejo clínico com restriçao hídrica e infusao de NaCl 3%. Discussao e Conclusoes: O fato de paciente evoluir com hiponatremia euvolêmica hiposmolar em detrimento de uma osmolaridade urinaria aumentada nos aponta para o diagnóstico de SIADH. Nesses casos, a restriçao hídrica é a base da terapia com valores inferiores a 800 mL/dia, seguida da administraçao de NaCl 3% que preserva a perfusao cerebral, manejo este realizado na paciente. Este é um caso incomum de hiponatremia, visto que a maioria dos casos descritos na literatura sao associados ao Carcinoma de Pequenas Células, sendo raro os relatos de SIADH secundária a Neoplasia de Nao Pequenas Células como diagnosticado no caso descrito.

Palavras Chave: SIADH HIPONATREMIA carcinoma nao pequenas células.


ID: 5923

A teenager with hemoglobinopathy and chronic kidney disease

Autores: Bessa M, Braga D, Figueira C, Pacheco A, Magalhaes L, Freitas J, Gonçalves M, dos-Santos W

Instituiçoes: Hospital Estadual da Criança – Feira de Santana – Bahia – Brasil

Introduçao: A 15-years-old Brazilian, female, with anemia, hemoglobin 5.0 mg/dL, ferritin higher than 1,650 ng/mL, total bilirubin of 0.3 mg/dL, direct bilirubin of 0.1 mg/dL, serum protein of 5.5 g/dL, albumin of 3.4 g/d. She had a history of multiple blood transfusions after clinical diagnosis of beta-thalassemia. She stopped using Deferasirox 15 days before hospital admission and had a complaint of lower limbs edema 3 days before admission. Material e Método: Laboratory tests were performed to elucidate the diagnosis of chronic renal dysfunction, as well as percutaneous renal biopsy. Resultados: Serum creatinina was 2,0mg/dl, serum urea was 159 mg/dL, 24h proteinuria was 1,159 mg and protein/creatinine ratio was 2.7 and. Serology: Epstein-Barr virus IgG 1/731, cytomegalovirus IgG 1/82. Other serological tests (human deficiency virus, hepatitis C virus, hepatitis B virus, toxoplasmosis, Epstein Barr virus IgM, cytomegalovirus IgM, P-ANCA, C-ANCA, antinuclear antibody, anti-DNA) were negative. Hemoglobin electrophoresis showed 15.9% F hemoglobin. Kidney biopsy showed ischemic glomerular changes. Tubule were atrophic surrounded by angled sheet structures that stained dark blue in hematoxylin and eosin or Perls’ Prussian blue-stained sections (Fig. a) and c). A diffuse fibrosis encompassing 90% of renal cortex. Electron microscopy showed doubled laminar coalescent electrodense aggregates forming extended peritubular sheets (Fig. b). Electron dispersion spectrum (EDS) analysis showed peaks of Fe++ corresponding to these structures. Discussao e Conclusoes: Hemosiderosis deposits in kidneys usually has an epithelial distribution with tubular dysfunction. This case shows an advanced stage of tubular destruction with heavy iron impregnation of thickened tubular basement membranes.

Palavras Chave: Teenager, hemoglobinopathy, cronic kidney disease, hemosiderosis.


ID: 5486

Sindrome de Nutcracker associada com nefropatia por IgA: relato de caso

Autores: Silva MT, Naufel L Z, Bianchi J, Bassan R, Pereira FT B, Silva A O, Martins S P L, Andrade OV B, Filho D M, Guidoni E B M

Instituiçoes: Santa Casa – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A síndrome de Nutcracker (SNC) refere-se à compressao da veia renal esquerda (VRE), habitualmente pela aorta (Ao) e artéria mesentérica superior (AMS), constituindo diagnóstico diferencial de hematúria e proteinúria na infância e na vida adulta. A glomerulonefrite (GN) associada à IgA caracteriza-se pelo depósito mesangial de IgA à imunofluorescência (IF), também cursando frequentemente com hematúria, entre outras manifestaçoes. Material e Método: Estudo retrospectivo com obtençao de dados clínicos, exames laboratoriais, estudo histopatológico e imagem. Resultados: Feminino, 11 anos, hígida, há 20 dias apresentando hematúria macroscópica. Detectada proteinúria de caráter nefrótico e albuminúria. Valores pressóricos, funçao renal, eletrólitos e albumina sérica eram normais. Realizada ultrassonografia com doppler de veias renais (USG), compatível com SNC. Após discussao, foi realizada biópsia renal, sendo evidenciada GN focal por IgA e presença de crescentes em 9 de 17 glomérulos. Iniciada corticoterapia em conjunto com ciclofosfamida (CYC), observando-se melhora da hematúria macroscópica nas primeiras semanas. Após 60 dias de CYC, devido persistência da proteinúria, foi associado losartan. Atualmente ainda em uso da terapia combinada, apresenta melhora parcial no nível de proteinúria. Discussao e Conclusoes: A SNC é uma patologia frequentemente subdiagnosticada, podendo se manifestar tanto na infância como na idade adulta, podendo ser assintomática ou apresentar manifestaçoes clínico-laboratoriais significativas. A variaçao anatômica com compressao da VRE causaria obstruçao ao fluxo, aumento da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona, aumento da pressao do capilar glomerular, resultando em hematúria e proteinúria, além de outras complicaçoes menos frequentes. Na maioria dos casos, o tratamento é conservador e, em casos selecionados, inibidores de ECA e/ou intervençao vascular. A presença de SNC pode ampliar a sintomatologia e nao afasta outros diagnósticos concomitantes de comprometimento glomerular, entre eles, a nefropatia por IgA. Em casos selecionados, a detecçao de SNC deve ser reavaliada frente a outras possibilidades diagnósticas e vice-versa, particularmente em casos de hematúria e/ou proteinúria. Em nosso caso, o diagnóstico e o tratamento direcionados foram importantes, podendo contribuir para evitar a progressao para doença renal crônica.

Palavras Chave: Nutcracker, Glomerulonefrite, IgA, Hematúria, Proteinúria.


ID: 5752

Glomerulonefrite rapidamente progressiva anca relacionada induzida por metimazol: relato de caso

Autores: Neves P D M M, Pinheiro R B B, Dias C B, Yu L, Woronik V, Testagrossa L A, Jorge L B

Instituiçoes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-SP/HC-FMUSP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva (GNRP) é uma síndrome que cursa com rápida perda de funçao renal. A principal etiologia é a vasculite, que frequentemente se associa à produçao de Anticorpo Anti-Citoplasma de Neutrófilos (ANCA). A induçao de ANCA por drogas já foi descrita. Relatamos um caso de GNRP ANCA relacionada induzida por Metimazol. Relato de Caso: Mulher, 35 anos, admitida com perda ponderal e sudorese há 2 semanas, com evoluçao para hemorragia alveolar. Havia diagnosticado Doença de Graves há 6 meses, com início do uso de Metimazol. Ao exame físico, hipertensa (PA: 160x90mmHg), sem outros comemorativos. Exames laboratoriais: Ur: 73mg/dL, Cr: 0,69×2,65mg/dL (CKD-EPI: 20ml/min/1,73m2), Urina 1: > 100 hemácias/campo, proteinúria 24h: 1g, sem distúrbios hidroeletrolíticos/ácido-básicos, albumina: 2,1g/dL, colesterol total: 172mg/dL, LDL: 112mg/dL, HDL: 37mg/dL, TG: 116mg/dL. Hb: 6,6g/dL, leucócitos: 7700/mm3, linfócitos: 1080/mm3, plaquetas: 238000/mm3, C3: 103mg/dL e C4: 18mg/dL, sorologias para hepatite B, C e HIV negativas, p-ANCA positivo 1:80, FAN positivo 1:80 nuclear pontilhado fino, anti-DNA, Fator Reumatoide negativos, eletroforese de proteínas séricas com hipoalbuminemia, perfil glicêmico normal. Tomografia de Tórax evidenciou opacidade difusa em vidro fosco sugestiva de hemorragia alveolar. Broncoscopia: presença de secreçao sanguinolenta em árvore respiratória, com análise microbiológica negativa. Ultrassonografia com rins de aspecto normal. Realizada biópsia renal. A microscopia de luz, 27 glomérulos (5 escleróticos e 11 com crescentes celulares), rupturas focais de membrana basal, áreas de necrose fibrinóide, tubulite linfocitária, interstício com fibrose discreta e infiltrado linfocitário focal, vasos sem alteraçoes. Imunofluorescência negativa. Quadro histológico compatível com GN Crescêntica Pauci-Imune. Paciente foi tratada com suspensao do Metimazol, Pulsoterapia com Metilprednisolona, 6 pulsos de Ciclofosfamida, nao realizada plasmaférese por melhora do quadro pulmonar, evoluindo com boa resposta clínica. Atualmente em seguimento ambulatorial fazendo tratamento de manutençao com Azatioprina, mantendo remissao completa da doença, Cr: 1,3mg/dL (CKD-EPI: 52ml/min/1,73m2) e ANCA negativo. Discussao e Conclusoes: O uso de drogas deve ser lembrado como possível causa de induçao de ANCA em pacientes com vasculite e GNRP fora de faixa etária habitual. O tratamento deve englobar a suspensao da droga e imunossupressao adequada.

Palavras Chave: Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva; Metimazol; Vasculite; Anticorpo Anti-Citoplasma de Neutrófilos.


ID: 5833

Celulite associada a artrite de quadril em paciente adulto com doença por lesoes minimas. Associacao pouco usual

Autores: Hazin M A A, Rocha e Silva M V, Sales GT M, Moura L A, Durao Júnior M S

Instituiçoes: Fundaçao Oswaldo Ramos – Sao Paulo – SP – Brasil, Hospital Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A doença por lesoes mínimas é uma das principais etiologias de síndrome nefrótica primária, sendo responsável por 10-25% dos casos em adultos. Em crianças, é comum o desenvolvimento de celulite associada ao quadro de síndrome nefrótica, embora poucos casos tenham sido relatados em adultos. Material e Método: Revisao de prontuário. Resultados: D.P.C.J., 35 anos, sexo masculino, sem antecedentes patológicos, procurou atendimento médico por edema de membro inferiores, simétrico e com progressao para face e abdome, além de urina com espuma com início há 3 semanas da admissao. Realizados exames laboratoriais que evidenciaram hipoalbuminemia (1.4g/dL), hipercolesterolemia (CT: 568mg/dL, LDL: 455mg/dL), funçao renal normal (Cr: 0.99md/dL) e proteinúria de 24h (8.07g/24h). Biópsia renal com 18 glomérulos com celularidade preservada e sem alteraçoes, exceto por podócitos com alteraçoes degenerativas. Imunofluorescência negativa e microscopia eletrônica com retraçao difusa de pedicelos. Iniciado prednisona 80mg/d, após 2 semanas, paciente evoluiu com celulite em regiao escrotal.Tratado com antibioticoterapia por 21 dias, com melhora do quadro cutâneo. Evoluiu 1 semana antes do término do tratamento com dificuldade para deambular e dor importante à movimentaçao de quadril bilateral, com restriçao do movimento. Realizadas ressonância magnética e tomografia de pelve, com achados sugestivos de processo inflamatório em sínfise púbica e ausência de coleçoes. Optado por manter tratamento para síndrome nefrótica e iniciado fisioterapia motora 2 vezes por semana. Paciente apresentou melhora completa da movimentaçao de quadril, com albumina de 4.1g/dL, creatinina de 0.9mg/dL e proteinúria de 24h de 0g após 12 semanas de tratamento, sendo realizado o desmame do corticoide. Discussao e Conclusoes: A associaçao de complicaçoes infecciosas e doença por lesoes mínimas é bem descrita em crianças, secundária a baixos valores de IgG, de componentes do sistema complemento e do uso de imunossupressores. O sítio mais comum de infecçoes é o trato respiratório superior, tendo como principal agente o Streptococcus pneumoniae, germe encapsulado. Pacientes adultos também estao susceptíveis a quadros infecciosos, embora esta associaçao seja muito menos comumente descrita. É importante o conhecimento deste risco a fim de que medidas de prevençao, como a vacinaçao para os agentes potencialmente envolvidos (pneumococo, meningococo, varicela), ou de tratamento sejam corretamente realizadas.

Palavras Chave: Doença por lesoes mínimas; artrite de quadril; complicaçoes infecciosas.


ID: 5937

Adolescente portador complexo sindrome de Alportleiomiomatose difusa

Autores: Braga D, Bessa M, Barros J M, Nogueira A, dos-Santos W

Instituiçoes: Hospital Estadual da Criança – Feira de Santana – Bahia – Brasil

Introduçao: A sindrome de Alport trata-se de uma glomerulopatia familiar caracterizada por hematuria, surdez neurossenssorial, acometimento visual variável e tem como característica marcante a rápida progressao para estágio final de doença renal. A microscopia eletrônica, evidencia alteraçoes ultraestruturais da membrana basal glomerular com áreas de espessamento e afilamento. A maioria dos casos tem herança genética ligada ao X e é rara a associaçao de sindrome de Alport com esse tipo de herança genética com leiomiomatose difusa. Material e Método: Descrevemos o caso de um paciente sexo masculino 14 anos de idade acompanhado no Hospital Estadual da Criança em Feira de Santana – Bahia. O paciente iniciou atendimento no referido hospital aos 10 anos de idade com relato de disfagia e perda ponderal há aproximadamente um ano, foi feito o diagnóstico de acalasia e megaesôfago sendo submetido a tratamento cirúrgico, cujo anatomopatologico da peça confirma o achado de leiomiomatose esofagica. Durante internamento hospitalar, identificada história familiar de tios maternos portadores de hematuria persistente. Mae e irma do menor sem achados patológicos em exame sumario de urina. O paciente apresentava diagnóstico prévio de surdez neurossensorial bilateral confirmada em audiometria, bem como asma de difícil controle. Resultados: Diagnosticada disfunçao renal e proteinuria isolada em faixa nefrótica, afastadas causas infecciosas e primárias da glomerulopatia, foi submetido a biopsia renal que confirmou achados compatíveis com Síndrome de Alport. Mantém acompanhamento com penumologista devido a asma de dificil controle, submetido a tomografia de torax previa que sugeriu sinais de bronquiolite obliterante com pneumonia organizada. Discussao e Conclusoes: Descrevemos o caso esporádico de paciente adolescente com diagnostico de sindrome de Alport e leiomiomatose difusa. De acordo com carater de herança genética podemos observar o padrao de herança ligada ao X e como descrito em literatura, é rara a associaçao destas patologias nesta condiçao de herança genética. Ainda nao conseguimos realizar o estudo genético do menor à procura de mutaçoes.

Palavras Chave: Sindrome de Alport, Leiomiomatose difusa, Herança ligada ao X.


ID: 5919

Hipomagnesemia por metformina – relato de caso

Autores: Ribeiro E M, Coelho I A, Wallbach K K S, Gemente D V, Hernandes F R, Claudino A B

Instituiçoes: Casa de Saúde Santa Marcelina – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A hipomagnesemia é um distúrbio frequente no paciente diabético (13-47% dos pacientes DM2 assintomáticos). Pode estar ligada à nefropatia diabética, pela microalbuminúria e proteinúria associadas, e propoe-se que seja preditor de doença renal terminal em DM. Estudos mostram que hipomagnesemia também é fator de risco independente para doença cardiovascular no DM. Material e Método: Relatar caso de paciente diabético que apresentou melhora da hipomagnesemia após suspensao da metofrmina. Resultados: Paciente de 63 anos, HAS, DAC, DM há 28 anos, câncer de próstata tratado com radioterapia há 5 anos, encaminhado ao nefrologista para acompanhamento, apresenta hipofosfatemia grave (0,6mg) em exames iniciais. Uso prévio de omeprazol, metformina, gliclazida, atenolol, atorvastatina, AAS, hidroclorotiazida, anlodipino e colecalciferol. Após coleta de exames iniciais (30/12/15), foi observado hipofosfatemia grave (0,6mg). Ao ser questionado, referiu episódios de fraqueza mal caracterizada e sem relaçao com nada, além disso referia baixa ingesta de derivados de proteína animal. Urina 24h com taxa de excreçao baixa, mas compatível com baixos níveis de Mg e P observados.Realizada troca de Omeprazol por Ranitidina, iniciada reposiçao de Pidolato de Mg. Elevaçao de P para 2,2, mas Mg permanecer inalterado. P voltou a cair após alguns meses, juntamente com queda de 1,2 para 1,1 de Mg. Nesse período, paciente veio com queixa de ter diarreia diária. Após queixa, suspenso metformina. Após 1 mês, paciente retorna para consulta com níveis normal de Mg e P, sem utilizar metformina, e níveis glicêmicos inaceitáveis a despeito. Apresentou melhora da diarreia e está em ajuste de controle glicêmico – iniciado alogliptina. Discussao e Conclusoes: Apesar da hipomagnesemia ser frequentemente observada no paciente diabético, pouco se relata sobre sua ligaçao com o uso da metformina, quando nao induzida por diarréia. Tal associaçao deve ser observada e investigada, pois aumenta o risco cardio vascular e, consequentemente, a morbimortalidade relacionada ao diabetes, uma patologia de alta prevalência em nossa populaçao.

Palavras Chave: diabetes mellitus, nefropatia diabética, hipomagnesemia, risco cardiovascular.


ID: 5795

Raro caso de pielonefrite xantogranulomatosa bilateral associada a calculos coraliformes

Autores: Gurfinkel Y, Uemura D H, Sartori F L F, Samapio G F E, Rodrigues C I S

Instituiçoes: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de Sao Paulo – Sorocaba – SP – Brasil

Introduçao: A pielonefrite xantogranulomatosa (PNXG) é inflamaçao renal crônica difusa, raramente focal ou segmentar, de etiologia desconhecida, comportamento grave e agressivo, caracterizada pela destruiçao supurativa do parênquima renal. Histologicamente observa-se a presença de macrófagos mononucleares espumosos carregados de lipídeos (células xantomatosas), entremeadas por infiltraçao difusa de plasmócitos, linfócitos e células gigantes que substituem o parênquima renal. Geralmente é unilateral e acomete mais as mulheres. Os agentes etiológicos mais frequentemente associados sao o Proteus mirabilis, Escherichia coli e Pseudomonas. É aceito que para haver progressao da doença é preciso ter condiçoes favoráveis, sendo a mais conhecida a obstruçao do trato urinário acompanhada de infecçao do trato urinário (ITU) alta. Material e Método: Trata-se de relato de caso, baseado na análise do prontuário, entrevista consentida e acompanhamento de paciente com PNXG bilateral, com comprometimento extrarrenal, cálculos coraliformes, diagnosticado clinicamente e confirmado por exames de imagem. Resultados: Paciente masculino, 22 anos, branco, com história de trauma raquimedular em 2013, bexiga neurogênica, sondagem intermitente e ITU de repetiçao. Foi encaminhado ao P.S. por apresentar há 7 dias, perda ponderal de 6kg, febre alta, hipotensao, oligúria, hematúria, piúria (leucocitúria > 1 milhao/mm3), anemia (Htc 25,2%) e alteraçao da funçao renal (creatinina= 3,68 mg/dL). Exames de imagem (RNM e TC contrastada) evidenciaram achados sugestivos de PNXG bilateral, cálculos coraliformes em ambas as pelves renais, associados a importante dilataçao calicinal com debris no interior, além de coleçoes perinefréticas e supra púbica. Foi tratado com hidrataçao, antibioticoterapia e medidas de suporte clínico e nutricional, com melhora da funçao renal (creatinina atual = 1,1 mg/dL), mas com persistência da piúria e hematúria francas. Urocultura + para Enterococos, já em vigência de antibiótico iniciado na origem. Aguarda internado nefrectomia total bilateral (NTB). Discussao e Conclusoes: Trata-se de caso raro pelo aspecto da bilateralidade, em paciente jovem, do sexo masculino, tendo sido diagnosticado clinicamente e confirmado por exames de imagem, quando a maioria o é após intervençao cirúrgica. Apesar da funçao renal normal, a opçao pela NTB considerou riscos e benefícios, orientados pelos princípios bioéticos da autonomia e da beneficência. O diagnóstico será complementado pela análise anatomopatológica das peças cirúrgicas.

Palavras Chave: Pielonefrite Xantogranulomatosa, Cálculos Coraliformes, Bexiga Neurogênica, Beneficência, Autonomia Pessoal.


ID: 4985

Síndrome Hemolítico – Urêmica atípica

Autores: Kfouri J H C V, Peres L F, Duo Jr. M H, Zago V S, Santos L E M, Zavan B E C

Instituiçoes: UNIARA – Araraquara – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As microangiopatias trombóticas sao um grupo de alteraçoes patológicas que possuem como exemplo uma condiçao rara, a Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU). Esta pode ser classificada como típica, quando associada à infecçao gastrointestinal por Escherichia coli ou infecçoes associadas ao Streptococcus pneumoniae; ou como atípica e, segundo confirmam estudos, apresenta predisposiçao genética. Material e Método: Relato de caso: paciente gestante (G3P2C2A0) 38 semanas, 23 anos, deu entrada na emergência com quadro de descolamento de placenta e óbito fetal. Evoluiu com insuficiência renal aguda e microangiopatia trombótica no pós-operatório imediato, chegando-se ao diagnóstico de Síndrome Hemolítico-Urêmica atípica. Resultados: As microangiopatias trombóticas sao um grupo de síndromes que leva a uma disfunçao endotelial implicando em sequências de eventos que geram trombose na microvasculatura, principalmente renal, com todas as suas complicaçoes posteriores. Dentre essas alteraçoes temos um relato de Síndrome Hemolítico Urêmica Atípica, causada por grande variedade de fatores, como: alteraçoes genéticas do sistema imune e complicaçoes relacionadas à gravidez. Discussao e Conclusoes: O desenvolvimento da SHUa requer dois fatores: susceptibilidade pré-existente, genética ou adquirida, e fatores moduladores. Existem indivíduos que nao desenvolvem a doença, embora possuam mutaçoes em CFH, CFI e CD46, o que indica a necessidade de fatores ambientais para desencadeá-la. O tratamento da SHUa é realizado com um anticorpo monoclonal, o Eculizumabe, que liga-se ao fator C5 do complemento, bloqueando sua clivagem em C5b e inibindo a formaçao de C5a e do complexo de ataque à membrana (CAM). Geralmente, realiza-se uma dose de ataque semanal por 5 semanas e após as aplicaçoes endovenosas devem ser feitas quinzenalmente por tempo indeterminado.

Palavras Chave: Anemia hemolítica, Insuficiência renal aguda, Microangiopatias trombóticas, Síndrome hemolítico-urêmica atípica, Trombocitopenia.


ID: 5845

Aglomerulonefrite pos-infecciosa com depositos subendoteliais e subepiteliais e predominio de IgA – uma associaçao pouco usual

Autores: Silva M V R, Sales GT M, Hazin M A A, dos Santos L F T, Campagnaro L S, Abreu P F, Balda C A, Moura L A, Kirsztajn G M

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – UNIFESP – Sao paulo – SP – Brasil

Introduçao: A glomerulonefrite associada à infecçao é uma entidade antiga, mas com mudanças em sua epidemiologia nas últimas décadas, com aumento na incidência em adultos e agentes diferentes do Streptococcus. Os achados histológicos característicos sao infiltrado neutrofílico e proliferaçao endocapilar, com imunofluorescência com predomínio de C3 e/ou IgG. Material e Método: Revisao de prontuário. Resultados: Paciente 16 anos, masculino, admitido por anasarca e hipertensao há 1 semana, 1 mês após amigdalite tratada com antibiótico. Exames: Cr = 4,55 mg/dL, albumina = 2,0 g/dL, C3 = indetectável, C4 normal, proteinúria 24h = 11,4 g, FAN, ANCA, anti-DNA e sorologias para HIV, VDRL, hepatites C e B negativos e hemoculturas negativas. Urina 1 – leucócitos: 20/campo, hemácias: 40/campo; proteína: 10,3 g/L. Biópsia renal (22/04/16): 06 glomérulos, 02 globalmente esclerosados, proliferaçao endocapilar difusa associada a membrana irregular com espículas na prata. Imunofluorescência com representaçao de componentes de Igs e C, mas com dúvidas quanto à qualidade nessa ocasiao. Microscopia eletrônica com artefatos. Iniciado ciclofosfamida e metilprednisolona, diante da hipótese inicial de doença autoimune, provável lúpus, e trocado em seguida por prednisona 1mg/kg e micofenolato após detecçao de oligospermia, recebendo alta em diálise. Após 2 meses, evoluiu com melhora parcial da funçao renal (Cr 4,0 mg/dL, TFGe = 21 ml/min/1,73m²), proteinúria 24h = 16,7 g e independência de terapia renal substitutiva. Em agosto, apresentou varicela, tratada com aciclovir e com suspensao do micofenolato. No mês seguinte, após resfriado, foi reinternado por piora do edema e Cr = 6,4 mg/dL e reiniciada hemodiálise. Rebiópsia renal: 10 glomérulos, hipercelulares às custas de proliferaçao de células próprias, crescentes fibrocelulares (10/10) e espículas em membrana basal. Imunofluorescência: IgA (++), IgG (+/++), IgM (+), C3 (+). Dosagens de complemento normais. Sorologias, FAN, ANCA e anti-DNA novamente negativos. Suspensa a prednisona e mantido em diálise desde entao. Discussao e Conclusoes: A glomerulonefrite associada a infecçao IgA dominante é uma entidade bem caracterizada, associada a Staphylococcus e diabetes. Entretanto, predomínio de IgA e padrao membranoso é uma combinaçao bastante rara, com relatos em pacientes com nefropatia por IgA primária. Apesar de nao ter sido possível confirmar o diagnóstico por microscopia eletrônica, a história sugestiva, consumo de complemento pela via alternativa e achados da microscopia óptica indicam o mesmo.

Palavras Chave: Glomerulonefrite, infecçao, IgA, membranosa.


ID: 5594

Pseudotumor cerebral secundario ao uso de ciclosporina na sindrome nefrotica cortico resistente

Autores: Matielli J G, Andrade M C, Maiorano M F M, Brecheret A P, Gessulo A D V

Instituiçoes: Hospital Infantil Sabará – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: O Pseudotumor cerebral é uma síndrome caracterizada por HIC (hipertensao intracraniana) em pacientes com a consciência preservada, sem alteraçoes tanto em exames de neuroimagem, quanto na constituiçao do liquor cefalorraquidiano. A HIC é estabelecida quando há valores de pressao intracraniana (PIC) superiores a 200 mmH2O, embora estes dados sejam variáveis na faixa etária pediátrica. A ciclosporina (CsA) é um imunossupressor inibidor da calcineurina, sendo indicada nos casos de síndrome nefrótica sem resposta após 8 semanas de corticoterapia. No que se refere ao pós transplante de medula óssea e transplante renal, a CsA tem sido apontada frequentemente como desencadeante do PC. Em relaçao aos pacientes com síndrome nefrótica tal correlaçao é escassa na literatura. A investigaçao de outras causas de elevaçao da pressao intracraniana é imprescindível, já que o PC é um diagnóstico de exclusao. A terapêutica no PC é diversificada e quando é possível identificar o fator secundário, este deve ser descontinuado caso haja possibilidade. Diante disto, o objetivo do relato foi descrever um caso de pseudotumor cerebral associado ao uso da ciclosporina, além de destacar os principais aspectos para elucidaçao diagnóstica e manejo de tal patologia. Material e Método: Revisao de prontuário e pesquisa bibliográfica. Resultados: Por meio de revisao de prontuário relatamos o caso de um menino de 4 anos com síndrome nefrótica corticorresistente em uso de ciclosporina há 6 meses, associado a baixas doses de corticoterapia. O paciente evoluiu com cefaléia holocraniana, de forte intensidade, sendo realizados exames de neuroimagem e de líquor cefalorraquidiano que estavam dentro da normalidade. Optado por fazer manometria do liquor a qual evidenciou pressao intracraniana de 475 mmH20. Após serem descartadas causas secundárias, a ciclosporina foi considerada o fator desencadeante da hipertensao intracranina, sendo optada pela substituiçao do fármaco com reversao do quadro. Discussao e Conclusoes: A associaçao de pseudotumor cerebral com a ciclosporina é conhecida, mas trata-se de uma etiologia pouco descrita na literatura, sobretudo na faixa pediátrica. Quando é possível identificar o fator secundário, a conduta consiste essencialmente na interrupçao do mesmo. Ressalta-se que apesar de a ciclosporina ser uma causa incomum de pseudotumor cerebral, a mesma deve ser lembrada no diagnostico diferencial em pacientes com hipertensao intracraniana sem causa definida.

Palavras Chave: Pseudotumor cerebral; Ciclosporina; hipertensao intracraniana.


Doença Renal Crônica

ID: 4279

Uremic neuropathy: a review

Autores: Bacci M R, de Camargo C R S, Schoueri J H M, Fonseca F L A

Instituiçoes: Faculdade de Medicina do ABC – Santo Andre – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Peripheral neuropathy(PN)is a disorder that affects the cell body, axon or myelin of motor or peripheral sensory neurons.This condition is either hereditary or acquired and may be further subdivided into sensory, motor or autonomic.Peripheral neuropathy occurs in 60-100% of patients who receiving dialysis due to chronic kidney disease(CKD) and the most common neurological complication is chronic uremic.Uremic neuropathy(UN)is caused by the accumulation of organic waste which is not adequately filtered due to CKD and it therefore occurs in patients with a large reduction in GFR. Material e Método: A systematic review was performed in order to identify possible eligible studies from the database Medline with the descriptors (MeSH)”uremic neuropathy”.Those articles published in the English language until 2017 that used human subjects in the trials and had available abstracts were included. Articles that related aldosterone to hemodialysis in their titles or abstracts were included.The review was carried out by two independent researchers and evaluated by a third party investi-gator when the work was done. Resultados: A total of 15 articles were found and we managed to access 11 of them and two were excluded because they didn’t meet the inclusion criteria. Discussao e Conclusoes: UN is a prevalent condition, affecting from 50 to 100% of patients presenting CKD,depending on the classification criteria used. The exact mechanism of the demyelinating process is still uncertain, however electrolytes have shown to have an important role in the etiology of UN.Clinical presentations of UN are broad, once there are different symptoms that may or not be present.Nerve conduction studies are the Gold Standard for the diagnosis of UN.Both dialysis and renal transplantation are considered as therapeutic options.

Palavras Chave: uremic neuropathy; dialysis; chronic kidney disease.


ID: 5409

Avaliaçao evolutiva do estado nutricional e do gasto energetico de repouso de pacientes com doença renal cronica nas fases pré-dialitica e dialitica

Autores: Oliveira M C, Bufarah M N B, Balbi A L

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A presença de desnutriçao energético e proteica é comum nos estágios finais da doença renal crônica (DRC) e pode ser causada por fatores relacionados à ingestao alimentar deficiente e alteraçoes do gasto energético. A calorimetria indireta (CI) é um dos métodos utilizados para medir o gasto energético de repouso (GER). O presente estudo teve como objetivo avaliar o GER e parâmetros nutricionais, de modo evolutivo, de pacientes com DRC na fase pré-dialítica e após o início da diálise. Material e Método: Foram incluídos pacientes com taxa de filtraçao glomerular estimada < 15mL/min/1,73m² e avaliados de acordo com Protocolo de Avaliaçao Nutricional (dados clínicos, antropometria, força de preensao manual, bioimpedância elétrica, ingestao alimentar e avaliaçao bioquímica), Avaliaçao Subjetiva Global e medida do GER por CI. As avaliaçoes foram realizadas no período pré dialítico (A1), no início da diálise (A2) e após 30 dias do início da terapia dialítica (A3). Os dados foram descritos em média, desvio padrao ou mediana. Foi aplicado modelo misto em medidas repetidas com teste de Tukey ou ajustado por modelo linear generalizado. Considerou-se nível de significância p < 0,05. Resultados: Foram incluídos 35 indivíduos com média de idade de 61,2 ± 10,9 anos, sendo 60% do sexo feminino, 17% afrodescendentes e 60% com diabetes mellitus. Houve reduçao da CMB entre os momentos A1 e A3 (30,4 ± 4,7cm x 25,4 ± 5,6cm, p < 0,0005) e entre A2 e A3 (29,0 ± 4,9cm x 25,4 ± 5,6cm, p < 0,0005), assim como de albumina sérica (4,4 ± 0,9g/dl x 3,1 ± 0,7g/dl, p < 0,0001 e 4,4 ± 0,9g/dl x 3,4 ± 0,6g/dl, p < 0,0001, respectivamente), sem alteraçoes no ângulo de fase, MCC e estado de hidrataçao. Os valores de PCR aumentaram do momento A1 para A2 (1,3 ± 1,1mg/dl x 2,9 ± 6,2mg/dl, p < 0,0496) e do A1 para A3 (1,3 ± 1,1mg/dl x 4,1 ± 8,1mg/dl, p < 0,00496). Houve aumento na ingestao calórica entre os momentos A1 e A2 (17,4 ± 8,7Kcal/Kg x 20,7 ± 6,9Kcal/Kg, p < 0,0016) e proteica, evidenciado pelo PNA normalizado pelo peso corporal, do momento A2 para A3 (0,5 ± 0,2g/kg x 0,6 ± 0,2g/kg, p < 0,0418). Nao foram encontradas diferenças significantes no gasto energético de repouso entre os três momentos (A1: 1289,8 ± 382,7kcal; A2: 1218,2 ± 362,8kcal; A3: 1269,5 ± 335,1kcal, p = 0,874). Discussao e Conclusoes: O estudo mostrou que os pacientes apresentaram reduçao da CMB e albumina e aumento da ingestao proteica, porém sem alteraçao no gasto energético de repouso entre os períodos pré-dialítico, início da terapia dialítica e após 30 dias do início da terapia.

Palavras Chave: doença renal crônica; avaliaçao nutricional; gasto energético de repouso, hemodiálise, calorimetria indireta.


ID: 5431

Associaçao de sindrome metabolica com doença renal cronica nao dialitica

Autores: Ruivo G F, Lima A C

Instituiçoes: Unitau – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) é acompanhada de maior risco cardiovascular (RCV). Fatores de risco que promovem a DRC, como a resistência à insulina (RI), hipertensao arterial sistêmica (HAS), dislipidemia e o estado pró-inflamatório associado sao condizentes com maior RCV e com a definiçao de Síndrome Metabólica (SM). O objetivo deste estudo foi analisar a associaçao da SM com a evoluçao clínica e laboratorial de nefropatas crônicos nao dialíticos. Material e Método: Estudo de coorte histórico com a coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento ambulatorial, no período entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Em que foram submetidos à análise os dados da primeira e última consulta desses pacientes. Resultados: Foram avaliados 500 pacientes, sexo feminino (n = 302, 60,4%), brancos (n = 335, 67,0%), portadores de HAS (n = 402, 80,4%), dislipidemia (n = 415, 83,0%), diabetes mellitus (n = 165, 33,0%) e obesidade (n = 185, 37,0%), sendo que 310 pacientes (62,0%) apresentavam SM. O escore HOMA para avaliaçao da RI encontrava-se elevado nos pacientes com SM (3,5 ± 0,4). No momento da admissao apresentavam valores elevados de colesterol total e fraçao LDL, triglicérides, ácido úrico, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também foram constatados valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica, índice de massa corporal e circunferência abdominal ao início, mas com melhora (p < 0,0001) dos parâmetros ao término do período determinado de acompanhamento. Pacientes com controle da SM apresentavam melhor (p < 0,0001) funçao renal, com reduçao da ureia, creatinina e clearance de creatinina ao término do acompanhamento. Após o acompanhamento ambulatorial de 6,0 ± 1,2 anos observou-se reduçao (p < 0,0001) do número de pacientes com SM (n = 169, 33,8%). Discussao e Conclusoes: A associaçao de DRC com SM é frequente, sendo um aspecto relevante, uma que a progressao da DRC é acompanhada de maior risco cardiovascular, tendo em vista a presença de fatores de risco, como a RI, HAS e dislipidemia. A detecçao e o controle destes fatores de risco e da SM tem importante papel para a reduçao do RCV e menor mortalidade associada. Foi observado que as medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com reduçao significativa do número de casos, além de melhora clínica e da funçao renal.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica; Síndrome Metabólica; Hipertensao Arterial Sistêmica; Resistência à Insulina; dislipidemia.


ID: 5484

Doença renal cronica secundaria a displasia renal bilateral (RVU grau V) – relato de caso

Autores: Nakamura A M, Sarkis Lima S C, Andrade de Sousa Carrijo K, Cerqueira Braga M, Alves Caetano de Almeida M, Caires Campos R, Xavier de Castro Lisboa A L, Máximo da Silva L

Instituiçoes: Universidade Católica de Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: O refluxo vesicoureteral (RVU) é classificado em primário e secundário. O primário está relacionado à anomalia congênita da junçao ureterovesical e o secundário refere-se à obstruçao funcional ou anatômica do trato urinário inferior. No RVU, ocorre um fluxo urinário retrógrado para o trato urinário superior, predispondo a injúria renal. A apresentaçao clínica mais comum em crianças com RVU é na forma de infecçao do trato urinário (ITU). Por isso, o RVU deve ser uma das suspeitas quando crianças menores de sete anos apresentarem ITU. Outra patologia que pode estar associada ao RVU é a displasia renal. Em geral, pensa-se que a displasia é decorrente de um defeito intrínseco na diferenciaçao do parênquima renal, ou um resultado secundário a doenças como o RVU. A displasia resulta na presença de elementos de tecido renal malformados, sendo a causa mais comum de doença renal crônica e insuficiência renal no recém-nascido. O relato visa mostrar a associaçao entre quadros de insuficiência renal, displasia renal e RVU. Material e Método: Revisao de prontuário eletrônico e de artigos científicos oriundos das bases de dados PubMed, MEDLINE, LILACS e SciELO, entre os anos de 2014 e 2017. Resultados: D.F.B.C, 2 meses, masculino, conduzido ao Pronto Socorro do Hospital, em abril de 2015, pela mae, a qual informa que o paciente manifesta cianose central ao chorar, dificuldade de pega ao seio materno, baixo ganho ponderal e oligúria. Mae relata ainda que o paciente nao possui diagnóstico pré-natal de doença renal e nega história familiar de doenças renais. Durante a investigaçao do quadro de cianose, o paciente recebeu o diagnóstico de insuficiência renal, devido à azotemia. A cianose foi associada à Doença do Refluxo Gastroesofágico. A ecografia mostrou reduçao importante do volume renal e aumento difuso da ecogenicidade do parênquima renal bilateral. Na evoluçao, o paciente foi diagnosticado com pielonefrite, sendo solicitada uma uretrocistografia miccional, na qual se observou presença de RVU bilateral grau V. O diagnóstico de insuficiência renal crônica foi associado à displasia renal bilateral secundária ao RVU. Discussao e Conclusoes: O relato mostra que quadros de insuficiência renal podem estar associados à displasia renal e ao RVU. Dessa maneira, faz-se necessário que as equipes de saúde se atentem à possibilidade desses casos para que o diagnóstico seja obtido precocemente. Assim, os cuidados e o tratamento do paciente serao realizados de forma mais eficiente.

Palavras Chave: Chronic Kidney Disease; Dysplasia renal; Vesicoureteral reflux.


ID: 5516

Identificaçao de doenças de base na doença renal crônica

Autores: Barbosa A C N, Lucas F E, Franco C M M D A, Lima F E T, Salmito FT S, Nascimento S N D S, Reis B R A

Instituiçoes: PRONTORIM – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica é um grave problema de saúde pública que tem atingido milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Objetivo: identificar as principais doenças causadoras da doença renal crônica em pacientes em tratamento dialítico em uma unidade de hemodiálise. Material e Método: Estudo descritivo, documental, quantitativo, realizado em uma clínica de hemodiálise de Fortaleza-Ceará. A populaçao foi composta por 200 prontuários, dos quais 109 representaram a amostra que atenderam aos critérios de inclusao: ter sido admitido na clínica para realizaçao de hemodiálise de janeiro de 2014 a dezembro de 2015, ter idade > 18 anos, possuir prontuário eletrônico completo. Os dados foram coletados por meio de consulta aos prontuários e analisados pela estatística descritiva e fundamentados na literatura pertinente à temática. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 1435047. Resultados: As doenças de base foram Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) com 38 (34,9%) pacientes, seguida pelo diabetes mellitus (DM) com 21 (19,3%), sendo que havia pacientes que possuíam as duas doenças (HAS/DM) 15 (13,8%). As demais doenças estavam relacionadas à uropatias obstrutivas 13 (11,9%); doença renal policística 7 (6,4%); nefropatia crônica do enxerto 4 (3,7%); glomerulonefrite 2 (1,8%); litíase urinária 2 (1,8%); nefropatia medicamentosa 2 (1,8%); doença autoimune 2 (1,8%); outras 3 (2,8%). Discussao e Conclusoes: O estudo revelou que as principais doenças causadoras da doença renal crônica na amostra analisada foram HAS e DM. Tal resultado levanta questionamentos e sugere que sejam feitos outros estudos, a fim de saber como esses pacientes estao sendo acompanhados na atençao básica e como estao sendo encaminhados para o atendimento especializado, uma vez que a identificaçao e encaminhamento precoce visam reverter, retardar ou prevenir o avanço da doença. A equipe que assiste ao paciente na atençao básica deve está capacitada para acompanhar essa clientela, visando prevenir complicaçoes decorrentes dessas patologias e promover a saúde da populaçao.

Palavras Chave: Insuficiência renal crônica; Incidência; Perfil; Enfermagem.


ID: 5520

Resistencia a insulina em pacientes hipertensos com doença renal cronica

Autores: Araujo G C, Ruivo G F

Instituiçoes: Unitau – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) decorre da perda progressiva e irreversível da funçao renal. Uma de suas principais causas é a hipertensao arterial sistêmica (HAS), a qual junto com a dislipidemia e a resistência à insulina (RI) pode elevar o risco cardiovascular (RCV), motivo pelo qual o diagnóstico e o tratamento precoce destes pacientes sao de grande importância, uma vez que a doença cardiovascular é a principal causa de mortalidade na DRC. Material e Método: Coletaram-se dados clínicos e laboratoriais de prontuários médicos de 500 pacientes portadores de DRC e HAS, nao diabéticos, na primeira e na última consulta do acompanhamento no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Universitário de Taubaté, entre 2008 e 2013. Indice HOMA utilizado para diagnosticar RI e o escore de Framingham para avaliar RCV. Significativo se p < 0,05. Resultados: Foram 500 pacientes, 279 do sexo feminino, idade média de 63,4 ± 9,4. No início observou-se maiores valores de colesterol total, triglicérides, LDL e HOMA (3,4 ± 1,0). Pressao arterial (PA) sistólica (179,0 ± 16,0) e diastólica (107,0 ± 9,0) e Escore de Framingham (9,2 ± 2,1). Após acompanhamento houve reduçao (p < 0,0001) do: colesterol total, triglicérides, LDL, proteinúria de 24 horas e clearance de creatinina. Houve reduçao (p < 0,0001) da PA sistólica (137,0 ± 10,0) e diastólica (93,0 ± 8,0) e do Framingham (6,1 ± 2,0). Nos pacientes com RI ocorreu reduçao (p < 0,001) dos dislipidêmicos, obesos, tabagistas, etilistas e da PA sem controle. Reduziu-se significativamente o HOMA (2,4 ± 0,5). O HOMA reduziu (p < 0,0001): nos estágios 1 (2,8 ± 0,3 vs. 2,5 ± 0,2), 2 (3,1 ± 0,8 vs. 2,8 ± 0,4) e 3 (3,7 ± 0,7 vs. 3,0 ± 0,6) da HAS; nos estágios 3 (2,8 ± 0,7 vs. 2,5 ± 0,5) e 4 e 5 (3,8 ± 1,1 vs. 2,8 ± 1,0) da DRC e no risco elevado (3,9 ± 1,1 vs. 3,1 ± 0,5) do Framingham. Discussao e Conclusoes: Os resultados obtidos foram semelhantes aos da literatura. A RI apresentou correlaçao diretamente proporcional quando comparada aos estágios da HAS, da DRC e do RCV. Pacientes com DRC apresentaram RI e outras alteraçoes metabólicas e após tratamento houve melhora global do quadro. Os pacientes com RI apresentaram maiores valor de PA, maior RCV e DRC em estágios mais avançados. Fatores de risco como obesidade e dislipidemia foram observadas na amostra estudada e o controle da PA favoreceu a melhor evoluçao dos parâmetros metabólicos e melhora da funçao renal.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Hipertensao Arterial Sistêmica e Resistência à Insulina.


ID: 5525

Hipovitaminose D em nefropatas cronicos com sindrome metabolica

Autores: Grangeiro A K, Ruivo G

Instituiçoes: UNITAU – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) tem associaçao frequente com Síndrome Metabólica (SM), pois as condiçoes clinicas que a definem, sao as causas mais frequentes da própria DRC. A deficiência de vitamina D se associa cada vez mais a eventos cardiovasculares e DRC. O objetivo deste estudo foi analisar a associaçao da Hipovitaminose D em nefropatas crônicos portadores de SM. Material e Método: Estudo de coorte histórico com coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento médico, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Dados avaliados na primeira e última consulta ambulatorial, sendo que os pacientes foram avaliados em dois grupos, com ou sem suficiência da Vitamina D. Resultados: Foram avaliados 600 pacientes, sexo feminino (n = 372, 62,0%), brancos (n = 385, 64,2%), com Hipertensao arterial (HAS, n = 476, 79,0%), dislipidemia (n = 495, 82,5%), diabetes mellitus (n = 195, 32,5%) e obesidade (n = 180, 30,0%), sendo que 372 (62,0%) apresentavam SM. Deficiência ou insuficiência de vitamina D em 408 pacientes (68,0%). Escore HOMA encontrava-se elevado naqueles com SM e hipovitaminose D (3,4 ± 0,3). A admissao apresentavam valores elevados de colesterol total e LDL, triglicérides, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também se constatou valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica, índice de massa corporal e circunferência abdominal ao início, mas com melhora (p < 0,0001) dos parâmetros ao término do acompanhamento. Pacientes com controle da SM e vitamina D apresentavam melhor (p < 0,0001) funçao renal, além de melhores parâmetros clínicos e laboratoriais. Acompanhamento ambulatorial de 6,0 ± 1,2 anos, com reduçao (p < 0,0001) dos casos com SM (n = 198, 33,0%) e hipovitaminose D (n = 130, 21,7%). Discussao e Conclusoes: A associaçao de DRC com SM é frequente, sendo aspecto relevante, pois a progressao da DRC é acompanhada de maior RCV, tendo em vista a presença de fatores de risco, como HAS e dislipidemia. A hipovitaminose D tem se associado ao agravamento destas condiçoes clínicas, sendo que a detecçao e o controle destes fatores de risco e da SM temimportante papel para a reduçao do RCV e menor mortalidade associada. Pacientes com DRC apresentam SM, com fatores de RCV, como hipovitaminose D e as medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com reduçao significativa do número de casos, além de melhora clínica e da funçao renal.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Síndrome Metabólica; Hipovitaminose D.


ID: 5545

Avaliaçao da qualidade de vida de pacientes em tratamento hemodialítico

Autores: Barbosa A C N, Lucas F E, Franco C M M D A, Lima F E T, Salmito FT S, Nascimento S N D S, REIS B R A

Instituiçoes: PRONTORIM – FORTALEZA – Ceará – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica tem como um dos métodos de tratamento a hemodiálise que apesar das vantagens, afeta a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida dos pacientes em uma unidade de hemodiálise. Material e Método: Estudo descritivo, quantitativo, realizado em uma clínica de tratamento hemodialítico localizada na cidade de Canindé-Ceará. A populaçao foi composta por 196 pacientes, cuja amostra foi constituída por 164 pacientes que atenderam aos critérios de inclusao: realizar terapia renal substitutiva por hemodiálise e ter idade > 18 anos. Para coleta de dados utilizou-se o instrumento WHOQOL-BREF da Organizaçao Mundial de Saúde, composto por quatro domínios: físico, psicológico, social e meio ambiente, além da qualidade de vida de um modo geral. Os dados obtidos foram tabulados e analisados à luz da literatura pertinente à temática. Os resultados foram apresentados de acordo com a classificaçao: médias entre 1 e 2,9 foram classificadas como “Necessita melhorar”; média 3 a 3,9 – “Regular”; média de 4 a 4,9 – “Boa” e média 5 – “Muito boa”. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará sob o parecer nº 1462668. Resultados: De acordo com os escores apresentados pela WHOQOL-BREF em relaçao a qualidade de vida de um modo geral, 42 (26%) pacientes apontam a necessidade de melhoras, 83 (51%) classificaram como regular, 39 (23%) como boa. No domínio físico, 52 (32%) precisam melhorar; 103 (63%) a classificaram com regular e 9 (5%) boa. No domínio psicológico, 12 (7%) necessitam melhorar, 99 (60%) a classificaram como regular e 53 (33%) como boa. No domínio de relaçoes sociais, 39 (24%) necessitam melhorar, 104 (63%) classificaram como regular e 21 (13%) tiveram média boa. No domínio de meio ambiente, 24 (15%) necessitam melhorar, 131 (80%) classificaram como regular e 9 (5%) como boa. A avaliaçao “muito boa” nao pontuou em nenhum domínio. Discussao e Conclusoes: Os resultados sugeriram rebaixamento na qualidade de vida em todos os domínios, sendo o físico o que apresentou maior deficiência o que nos permite inferir que pacientes em tratamento da doença renal crônica por hemodiálise apresentam um índice de qualidade de vida globalmente diminuído. Assim, é necessária uma visao holística na assistência ao paciente com doença renal crônica, visando à promoçao da saúde e consequente melhora da qualidade de vida.

Palavras Chave: Insuficiência renal crônica; Qualidade de vida; Diálise renal; Estilo de vida.


ID: 5570

Efeito da suplementaçao com colecalciferol na pressao arterial e calcificaçao vascular de pacientes com doença renal cronica estagios 3 e 4 com hipovitaminose D

Autores: Samaan F, Pillar R, Canziani M E, Cuppari L, Carvalho A B

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Calcificaçao Vascular e hipertensao arterial sao comuns em pacientes com doença renal crônica (DRC) e sao fatores de risco bem conhecidos para mortalidade cardiovascular. Como a hipovitaminose D também tem um papel importante na doença cardiovascular (DCV), realizamos um estudo prospectivo randomizado em pacientes com DRC estágios 3-4 com hipovitaminose D para avaliar o efeito da suplementaçao com colecalciferol na pressao arterial e na progressao da calcificaçao vascular. Material e Método: 80 pacientes com clearance de creatinina (CLCR) entre 15 e 60 ml/min por 1,73 m² e 25 (OH) D3 < 30 ng/ml foram recrutados do ambulatório da Universidade Federal de Sao Paulo. Os indivíduos com deficiência de vitamina D [25 (OH) D3 < 15ng/mL] receberam obrigatoriamente colecalciferol (50.000UI/semana 12 semanas com ajuste posterior), enquanto aqueles com insuficiência de vitamina D [25 (OH) D3 entre 15 e 30 ng/ml] foram randomizados para placebo e tratamento (50.000UI de colecalciferol mensais sem ajuste). Foram realizados monitoramento ambulatorial da pressao arterial de 24 horas (MAPA) e tomografia computadorizada no início e após 18 meses para avaliar a pressao arterial e calcificaçao de artéria coronária (CAC). Os parâmetros bioquímicos também foram analisados. Resultados: No grupo com deficiência de vitamina D, houve aumento significativo dos níveis de 25 (OH) D3 (11 ± 2 a 43 ± 15ng/mL, p < 0,001), piora de funçao renal [33 (26-43) a 23(17-49) ml/min, p = 0,04] e progressao da calcificaçao vascular [265 (84-733) a 333 (157-745)UA, p = 0,006]. A elevaçao da CAC se relacionou inversamente com a reduçao do CLCR (r = -0.43, p = 0.03). Comparado ao placebo, o grupo com insuficiência tratado apresentou maior aumento nos níveis de 25 (OH) D3 [18 ± 8 versus 8 ± 9 ng/mL, p = 0,001]. O escore de cálcio e o PTH nao se alteraram no grupo com insuficiência tratado, enquanto aumentaram no placebo [118 (37-421) para 199 (49-490) UA, p = 0,01 e 91 (57-153) para 142 (100-200) pg/ml, p = 0,003, respectivamente). A análise longitudinal por equaçoes de estimaçoes generalizadas, nao houve diferença na progressao de CAC entre os grupos placebo e insuficiência tratado (tempo p = 0,65, grupo p = 0,002, interaçao p = 0,92). Os parâmetros do MAPA nao variaram nos três grupos durante o estudo. Discussao e Conclusoes: A suplementaçao com colecalciferol nao interfeiru com a pressao arterial e a calcificaçao vascular em pacientes com DRC estágios 3 e 4.

Palavras Chave: Doença renal crônica, doença cardiovascular, vitamina D, calcificaçao vascular, hipertensao arterial.


ID: 5588

Cetodieta: alternativa para evitar diálise no idoso?

Autores: Trani Ferreira F, Pinho L L F, Abensur H, Bastianelli L, Sousa L F, Castro A

Instituiçoes: HC FMUSP-SP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A dieta com restriçao proteica associada ao uso de cetoanálogos pode ser considerada uma importante abordagem no tratamento da doença renal crônica terminal. Essa abordagem promove reduçao de toxinas urêmicas, proteinúria e progressao de doença renal crônica. Pode melhorar a qualidade de vida de pacientes e prevenir desnutriçao. O objetivo do presente estudo é relatar a experiência inicial de um centro terciário no tratamento de idosos com doença renal terminal empregando a cetodieta como alternativa a diálise. Material e Método: Trata-se de um estudo longitudinal, descritivo, sobre os casos seguidos no serviço de nefrologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Foram selecionados pacientes idosos com doença renal crônica em estádio V nao candidatos a terapias de substituiçao renal, por intolerância ou desejo do paciente. O tratamento é feito com dieta vegetariana com ingestao proteica de 0,3g/kg/d suplementada com uso de cetoanálogos, na dose de 1 comprimido para cada 5 kg de peso corpóreo dividida em 3 tomadas diárias. Os pacientes tinham seguimento mensal e foram acompanhados quanto ao controle clínico-nutricional e laboratorial. Resultados: Foram selecionados 3 pacientes que se encaixavam no perfil descrito, 1 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, na faixa dos 78 a 83 anos, por nao tolerância à diálise (2 casos) e nao desejo da paciente (1). Causa da doença renal: diabetes (2) e abuso de antiinflamatório (1). Pacientes em seguimento há 14, 12 e 3 meses. Todos os pacientes mantém-se assintomáticos, com manutençao da funçao renal residual e sem sinais de hipervolemia. A reduçao de uréia inicial foi de 36 a 65%, de acordo com a aderência inicial à dieta. Nenhum paciente apresentou diminuiçao nos valores de albumina, além de nao apresentar distúrbios hidroeletrolíticos ou ácido- básicos importantes. Discussao e Conclusoes: Na nossa experiência inicial, observamos manutençao da nutriçao adequada do paciente, além de melhora na qualidade de vida quando comparamos àqueles intolerantes à terapia dialítica e manutençao da funçao renal. Foi constatado que o sucesso em tal modalidade depende, em grande parte, da aderência medicamentosa e dietética do doente. Conclusao: A cetodieta é uma alternativa eficaz para tratamento de idosos com doença renal terminal nao candidatos a terapias de substituiçao renal.

Palavras Chave: Cetodieta, cetoanálogos, renal crônico.


ID: 5595

Impacto da proteinuria na evoluçao da doença renal cronica em pacientes diabeticos

Autores: Santos J F, Ruivo G F

Instituiçoes: Universidade de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O controle glicêmico inadequado em diabéticos (DM) promove um agravamento da lesao renal e a instalaçao da doença renal crônica (DRC), com microalbuminúria. Além disso, a proteinúria pode ser considerada como fator de risco independente para a progressao da DRC. O objetivo foi avaliar o impacto da proteinúria na evoluçao da DRC em pacientes com DM. Material e Método: Trata-se de um estudo de coorte histórica, realizado no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Universitário de Taubaté/SP, entre 2002 e 2014, com 400 pacientes com DM. Foram coletados dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais a partir de prontuários médicos de pacientes em acompanhamento médico. Escore de Framinham para avaliaçao de risco cardiovascular e HOMA para avaliaçao de resistência à insulina. Significativo se p < 0,05. Resultados: Avaliou-se 400 pacientes, sexo feminino (57,7%) e brancos (57,5%). No inicio do estudo 39% dos pacientes apresentavam resistencia a insulina (RI), dislipidêmicos (70,8%), tabagistas (34,2%), estilistas (28,0%) e sedentários (66,0%). No final do estudo observou-se melhora, com reduçao (p < 0,05) do número de casos, sendo RI (25,5%), dislipidêmicos (35,2%), tabagistas (18,2%), etilistas (18,5%) e sedentários (47,7%). Houve maior número de casos de pacientes com Hipertensao Arterial (46,5% para 51,8%), mas com reduçao (p < 0,001) dos valores de PA Sistólica e Diastólica. Após as medidas terapêuticas houve melhora dos valores do escores de Framingham (9,8 ± 3,0 vs. 6,5 ± 1,5, p < 0,0001) e HOMA (4,9 s± 1,5 vs. 3,6 ± 1,1, p < 0,001). Também se observou que o controle glicemico inadequado se associou a uma pior (p < 0,001) evoluçao da funçao renal, sendo que observou-se maiores valores de proteinúria nos estágios mais avançados da DRC. Discussao e Conclusoes: O estudo mostrou que o controle glicemico inadequado se associou a pior evoluçao clinica e laboratorial e maior risco cardiovascular. Estes dados sao concordantes co, a literatura médica que demonstrou que hiperglicemia persistente se associa a pior evoluçao clínica de pacientes diabéticos, com piora progressiva da funçao renal. Concluiu-se que a proteinúria é um importante marcador na evoluçao da DRC em pacientes diabéticos, visto que o seu controle esteve diretamente relacionado com a normalizaçao dos valores glicêmicos e melhora da funçao renal. Além disso, o controle de doenças de base teve um impacto positivo, com melhora da funçao renal.

Palavras Chave: diabetes mellitus, Doença Renal Crônica; Proteinúria.


ID: 5617

Impacto da biopsia ossea sobre o tratamento do disturbio mineral e osseo na doença renal cronica: dados prospectivos do registro brasileiro de biopsia ossea – rebrabo

Autores: Carbonara C E M, dos Reis L M, França R D A, Quadros K R D S, Esteves A D B A, Jorgetti V, de Oliveira R B

Instituiçoes: Universidade Estadual de Campinas – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O Registro Brasileiro de Biópsias Osseas (REBRABO) é um banco de dados observacional que estuda as características clínicas, laboratoriais, padroes de osteodistrofia renal (OR) e suas associaçoes com desfechos clínicos. Material e Método: Seguimento por 12 meses de 24 pacientes com distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC) submetidos à biópsia óssea (BxO) no período de ago/2015 a abr/2016, nos quais avaliamos o impacto do tipo de doença óssea no tratamento e nos desfechos clínicos que acometeram os pacientes no período. Foi considerada intoxicaçao por alumínio (Al) se ≥ 30% da superfície óssea estivesse recoberta pelo respectivo metal. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 52 ± 11 anos, 12 (50%) do sexo masculino e da raça branca, IMC médio de 23,6 ± 3,6 kg/m2 e tempo médio de DRC 159 ± 125 meses. A maioria dos pacientes estava em hemodiálise (HD) [17 pacientes (71%)], sendo 2 (9%) em diálise peritoneal, e 6 (25%) em tratamento conservador. A principal indicaçao de BxO foi participaçao em protocolo clínico [10 (42%) pacientes], seguida por suspeita de intoxicaçao por Al em 8 (33%) e dor óssea em 3 (12,5%) pacientes. Osteoporose foi diagnosticada em 8 (33%), osteíte fibrosa em 12 (50%) e deposiçao de Al em 6 (25%) pacientes, respectivamente. Após 12 meses de seguimento, os níveis séricos de cálcio e paratormônio nao mudaram significativamente [(9,3 ± 0,6 vs. 9,2 ± 0,7 mg/dL; p = 0,4) e (142 – 66 a 407 vs. 141 – 48 a 389 pg/mL; p = 0,9), respectivamente], porém, houve reduçao significativa dos níveis séricos de fosfato (4,9 ± 1,7 vs. 4,3 ± 1,3 mg/dL; p = 0,04). Consulta telefônica com os médicos responsáveis indicaram que o resultado da BxO mudou o tratamento ao longo de 12 meses em 5 (33%) pacientes, enquanto 3 (21%) pacientes tiveram essa percepçao, sendo significativamente diferente (p = 0,005). 5 (28%) pacientes trataram intoxicaçao por Al e 2 (11%) pacientes realizaram paratireoidectomia durante o período. Nao detectamos impacto do tipo de OR com a ocorrência internaçao hospitalar no período (p = 0,6); 2 (10%) pacientes faleceram devido à doença cardiovascular. Discussao e Conclusoes: Osteíte fibrosa continua sendo a OR de maior prevalência no Brasil. No entanto, a intoxicaçao por Al mantém níveis elevados. A BxO trouxe impacto significativo na decisao terapêutica, sendo esta mudança mais perceptível aos Nefrologistas do que aos pacientes. O tipo de OR nao influenciou a ocorrência de hospitalizaçao. A associaçao entre o tipo de OR e desfechos clínicos deve ser elucidada em trabalhos posteriores.

Palavras Chave: Doença renal crônica; osteodistrofia renal; biópsia óssea; tratamento.


ID: 5642

Associaçao do controle glicemico de diabeticos idosos com a progressao da doença renal cronica

Autores: Marques H V M, Ruivo G F

Instituiçoes: Universidade de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A diabetes mellitus (DM) é importante causa da Doença Renal Crônica (DRC). A hiperglicemia persistente afeta órgaos e sistemas, e em idosos este efeito é maior, tendo em visto o processo de senilidade associado. O objetivo do trabalho foi analisar o controle glicêmico em idosos diabéticos e a progressao da DRC.Material e Método: Estudo de coorte histórica com coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento médico, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Dados avaliados na primeira e última consulta ambulatorial, sendo que os pacientes foram avaliados em dois grupos, com ou sem DM e acima de 60 anos. Resultados: Foram avaliados 600 pacientes, sexo feminino (n = 354, 59,0%) brancos (n = 361, 60,2%), 74 + 6 anos, com HAS (n = 450, 75%), dislipidemia (n = 495, 82,5%), DM (n = 300, 50%) e obesidade (n = 160, 26,7%). A admissao apresentavam valores elevados de glicemia, colesterol total, LDL e triglicérides, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também se constatou valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica e índice de massa corporal ao início, com melhora (p < 0,0001) ao término do acompanhamento. Pacientes com controle do DM apresentaram melhora (p < 0,0001) clínica e laboratorial. Observou-se que pacientes com DM apresentaram maior (p < 0,001) alteraçao laboratorial e clínica, com pior funçao renal, seja a admissao ou ao término do tratamento. Acompanhamento ambulatorial de 6,4 ± 1,5 anos, com reduçao (p < 0,0001) dos casos com descontrole de DM. Correlaçao positiva (p < 0,0001) entre DM e pior funçao renal na presença de hiperglicemia. Discussao e Conclusoes: A DRC é frequente em DM e em idosos. A hiperglicemia persistente se associa à disfunçao orgânica com lesao de órgaos alvo e maior risco cardiovascular. A detecçao e o controle do DM em idosos tem importante papel no controle da progressao da DRC. Pacientes com DM e DRC apresentam pior padrao clínico e laboratorial e as medidas terapêuticas promoveram melhor controle, com reduçao do número de casos, além de melhora clínica. Observou-se que pacientes com DM e DRC apresentavam pior funçao renal, com pior evoluçao na vigência de hiperglicemia.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Idoso, diabetes mellitus.


ID: 5696

Caracterizaçao dos pacientes que iniciam hemodialise no Brasil com base nas autorizaçoes de procedimentos ambulatoriais do SUS

Autores: Mesquita L L, de Oliveira J G R, Junior G B D S, de Almeida R L F

Instituiçoes: Universidade de Fortaleza – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) tem sido considerada a epidemia do milênio devido suas elevadas taxas de incidência e prevalência. O objetivo desse estudo foi descrever as características demográficas e clínicas dos pacientes que iniciam hemodiálise no Brasil. Material e Método: Estudo transversal analítico com dados das Autorizaçoes de Procedimentos Ambulatoriais (APAC). Abrangeu todas as APAC iniciais de hemodiálise do ano de 2015. Estudaram-se variáveis como sexo, idade, cor/raça, regiao brasileira de residência, sorologias e tipo acesso vascular. Realizou-se análise bivariada considerando-se significância estatística p < 0,05. Utilizou-se o programa SPSS versao 20. Resultados: Analisaram-se 483.254 APAC iniciais de tratamento dialítico HD II, máximo 3 sessoes por semana (96%); HD II em portador de HIV (3,9%), máximo 3 sessoes por semana, e HD pediátrica, máximo 4 sessoes por semana (0,2%), no período do estudo. A regiao Sudeste apresentou taxa 321,6/100.000, acima da média brasileira 236,3/100.000, seguida da regiao Centro-Oeste 211,3/100.000. Os pacientes eram predominantemente mulheres (59,1%), brancas (44%) e na faixa etária de 45 a 64 anos (46,4%). Entre portadores de HIV, 56,3% tinham sorologia positiva para Hepatite C. Verificou-se associaçao significante entre as faixas etárias 20-44 e 45-64 anos com sexo masculino (p < 0,001). Sobre os portadores de HIV em hemodiálise, averiguou-se a associaçao com sexo feminino (p < 0,001). Quanto aos acessos vasculares, houve associaçoes significantes entre fístula arteriovenosa com procedimento HD II (p < 0,001) em portador de HIV (p < 0,001); cateter de curta permanência e HD II, máximo 3 sessoes por semana, e entre cateter de longa permanência e HD pediátrica, máximo 4 sessoes por semana. Discussao e Conclusoes: Esse estudo evidenciou as diferenças entre as regioes brasileiras, quanto à DRC, com notável agravamento, sobretudo na populaçao mais jovem, e apresentou dados relevantes para a implementaçao de medidas preventivas eficazes para combater o avanço da doença nas suas mais diversas etiologias. Conhecer as características dos portadores da doença por regiao possibilita a identificaçao de lacunas assistenciais na rede pública de saúde. A DRC apresenta dinâmica própria nas regioes brasileiras, ocorrendo predominância do sexo feminino e da faixa etária 45-64 anos. O monitoramento e a avaliaçao continuada deste agravo contribuem para o aperfeiçoamento da gestao da atençao à DRC e do tratamento dialítico financiado pelo SUS.


ID: 5727

Prevalência de glomerulonefrite em pacientes com doença renal crônica em uma capital do nordeste brasileiro

Autores: Rocha L J G, Sarmento L R, Fernandes P F C B C, Pontes M X, Correia D B S, Lima A W S, Barreto L C B, Moliterno L A A

Instituiçoes: Universidade do Estado do Ceará-UECE – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: As doenças glomerulares foram a principal causa de doença renal crônica terminal (DRCT) no Brasil durante muito tempo. Atualmente, correspondem à terceira principal causa. É necessário o conhecimento sobre a incidência e prevalência das glomerulonefrites (GN) e suas principais tendências regionais para a adoçao de medidas de prevençao. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, em 2014, o número total estimado de pacientes com DRCT no país foi de 112.004. Nesse estudo, estimou-se a prevalência da GN em cinco dos dez centros de diálise de Fortaleza. Material e Método: Tratou-se de um recorte da dissertaçao “Validaçao das causas de doença renal crônica terminal no município de Fortaleza-CE”. Estudo transversal, analítico, quantitativo. Foram coletados, avaliados e validados 818 prontuários de pacientes portadores de DRCT em tratamento dialítico (48,18% do total de pacientes em diálise no município) por único especialista, baseando-se em critérios diagnósticos rígidos. Incluiu-se os pacientes em tratamento dialítico acima de 3 meses e financiados pelo SUS. Foram excluídos os óbitos durante o período da coleta e as transferências. Os dados foram processados no software, SPSS versao 20. Resultados: Antes da validaçao, as GN primárias foram causa de DRCT em 5,5% dos pacientes e as secundárias em 2,3%. Após a validaçao, a GN primária esteve presente em 5,3% e as secundárias em 3,9% do total de pacientes. Realizou-se biópsia para o diagnóstico de base de GN primária em 72,9% (21/29) e de GN secundária, em 57,1% (12/21). Ressalta-se a baixa taxa de registro para essa variável. Discussao e Conclusoes: O censo brasileiro de diálise de 2014 e o URSDS-United States Renal Data System (2016) apontam a GN como uma das principais causas que levam ao desenvolvimento de DRCT, o que corrobora com o estudo vigente. Quando somados GN primária e secundária, estabelece-se como a terceira principal causa logo após diabetes mellitus (DM) e hipertensao arterial sistêmica (HAS), com prevalência de 9,1%. Faz-se destaque para o diagnóstico de nefrite lúpica, que dentre as GN secundárias teve uma prevalência de 68,7%. Conclusao: Apesar de nao ser a primeira causa prevalente de DRCT, a GN ocupa posiçao de destaque e merece atençao. Este estudo fornece subsídios quanto à real prevalência da GN, em termos de confiabilidade, e proporciona embasamento para estratégias de tratamento, prevençao e promoçao de saúde.

Palavras Chave: Prevalência, Doença Renal Crônica, Glomerulonefrite.


ID: 5737

Caracterizaçao epidemiologica da doença renal cronica de pacientes em hemodialise na cidade de Sao Joao Del Rei -MG

Autores: Campos A R, França K L D A, Miranda M F

Instituiçoes: Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves – Sao Joao Del Rei – Minas Gerais – Brasil, Universidade Federal de Sao Joao Del Rei – Sao Joao Del Rei – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é uma patologia complexa, considerada um problema de saúde pública e a incidência tem aumentado de forma significativa. Desse modo, é importante o estudo epidemiológico para que açoes de prevençao sejam realizadas com o intuito de controlar os fatores de risco e comorbidades subjacentes. O estudo teve como objetivo analisar a frequência das etiologias para prediçao da progressao da DRC em pacientes submetidos à hemodiálise em Sao Joao del Rei – MG, indicando a prevalência e os fatores possivelmente associados. Material e Método: Foi realizado um estudo de natureza descritiva e observacional envolvendo 143 pacientes de ambos os sexos submetidos à hemodiálise. Os dados coletados foram: sexo, idade, início do tratamento, etnia, tabagismo, uso do álcool, atividade física, índice de massa corporal (IMC) e etiologia. A análise foi realizada através das distribuiçoes de frequências e porcentagem. O testes X2 e Exato de Fisher foram utilizados para verificar diferenças entre proporçoes (p < 0.05). Resultados: Do total de pacientes, 39,16% eram mulheres e 60,84% homens, 60,84% brancos e 39,16% nao brancos. A idade média foi de 56,26 ± 14,62 anos. Quanto ao IMC, 6,99% apresentava baixo peso, 40,56% sobrepeso/obesidade e 52,45% peso adequado. Considerando às etiologias, a hipertensao arterial sistêmica foi a mais frequente (40,56%), seguida pela diabetes mellitus (33,57%), glomerulonefrite (15,38%), outras (6,99%) e rins policísticos (3,50%). A comparaçao com o censo SBN 2016 mostrou diferença somente para etiologia indefinida (p < 0,05). A distribuiçao das etiologias por sexo/etnia para cada faixa etária apontou 45-65 anos a mais representativa para todos os pacientes. Discussao e Conclusoes: Somente os dados sobre etnia se opoem a maioria dos estudos encontrados na literatura e ao censo SBN 2016, sugere-se que essa alteraçao possar estar associada ao alto grau de miscigenaçao existente na populaçao brasileira. Dessa forma, foi possível caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes em tratamento, observando as características demográficas e clínicas. Este estudo dará subsídio para melhor planejar o manejo dos pacientes com DRC de Sao Joao del Rei – MG.

Palavras Chave: Doença renal crônica; Etiologia; Fatores de riscos; Epidemiologia.


ID: 5765

Prevalencia de densidade mineral ossea diminuida em pacientes em hemodialise avaliado por densitometria ossea duo energetica de raio-X

Autores: Paschoalin R P, Carvalho N P, Carvalho T C, Moura Neto J A, Silva C B, Moura Júnior J A

Instituiçoes: Clinica Senhor do Bonfim – Feira de Santana – Bahia – Brasil

Introduçao: Paciente portadores de Doença Renal Crônica (DRC) cursam com alteraçoes importantes do metabolismo mineral e ósseo. Além disso, eles podem desenvolver outros tipos de alteraçoes ósseas, como a osteoporose. Atualmente, nao há consenso se a densitometria óssea duo-energética de raio-X (DEXA) pode ser aplicada para a avaliaçao de osteoporose ou osteopenia em pacientes portadores de DRC estágio 5D como se faz para a populaçao em geral. Material e Método: Um estudo transversal e descritivo de pacientes portadores de DRC estágio 5D em hemodiálise utilizando medidas de DEXA para avaliar a densidade mineral óssea (DMO). As medidas foram realizadas na coluna lombar (L1-L4), colo de fêmur, fêmur total e radio distal. Para o diagnóstico, se determinou o T-score sendo definido normal, se apresenta um T-score maior que -1; osteopenia se o T-score é igual ou menor que -1 e maior que -2,5; osteoporose se o T-score é menor ou igual a -2,5. O objetivo foi avaliar a prevalência de densidade mineral óssea diminuída nesses pacientes. Resultados: O estudo foi realizado no período de julho 2016 a janeiro 2107. Setenta pacientes (48 homens, 22 mulheres) em tratamento hemodialítico foram avaliados, sendo que 39 (55,7%) eram diabéticos. Idade média dos pacientes é 61,9 + 14,2 anos. A média de tempo em terapia renal substitutiva é 36,8 + 48 meses. A depender do local onde foi realizado as medidas da DEXA, se obteve os seguintes resultados (n pacientes; % do local avaliado): colo de fêmur (n = 70) sendo normal (16; 22,8%), osteopenia (32; 45,8%) e osteoporose (22; 31,4%); fêmur total (n = 70) sendo normal (21; 30%), osteopenia (37; 52,8%) e osteoporose (12; 17,2%); coluna lombar L1-L4 (n = 67) sendo normal (32;47,8%), osteopenia (22; 32,8%) e osteoporose (13; 19,4%); radio distal (n = 42) sendo normal (11; 26,2%), osteopenia (21; 50%) e osteoporose (10; 23,8%). Discussao e Conclusoes: Existe controvérsia sobre o uso da DEXA para o diagnóstico de perda de massa óssea em pacientes com DRC em diálise. Estudo prévio já demonstrou sensibilidade (83%) e especificidade (78%) diagnóstica aceitável da DEXA comparado a histologia (biópsia óssea) para o diagnóstico de osteopenia e osteoporose (1). Em nosso estudo, foi demostrado uma prevalência de pacientes com osteopenia que variava de 32,8 a 52,8% e de pacientes com osteoporose variando de 17,2 a 31,4% a depender do local avaliado.

Palavras Chave: Densidade Mineral Ossea, Osteoporose, Densitometria Ossea.


ID: 5805

Enfrentamento e resiliencia de pacientes em tratamento hemodialitico

Autores: Rocha B M S

Instituiçoes: UNIP – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As Doenças Crônicas Nao Transmissíveis (DCNTs) sao um grave e crescente problema de saúde pública e constituem as principais causas de morte e incapacitaçao (OPAS 2003); a Doença Renal Crônica é considerada uma DCNT e sua prevalência vem aumentando mundialmente (CUSUMANO et al., 2006). A hemodiálise é a modalidade de terapia renal substitutiva mais utilizada na atualidade (SESSO et al., 2016). O enfrentamento e resiliência sao as formas como a pessoa se adapta a uma situaçao, dessa forma busca-se avaliar os níveis apresentado por pacientes em hemodiálise. Esses dados colaborarao para um planejamento da assistência de enfermagem para obter melhor aceitaçao e adaptaçao das pessoas ao tratamento. Material e Método: Trata-se de um estudo transversal e descritivo com abordagem quantitativa. Foi realizado com pacientes em tratamento por hemodiálise, no Hospital de Base de Sao José do Rio Preto, que atualmente atende 346 pacientes. Utilizou-se os critérios de seleçao: ter idade de 18 anos ou mais; tempo de hemodiálise > 6 meses; apresentar o resultado da avaliaçao cognitiva do Miniexame do Estado Mental dentro dos parâmetros, aceitar participar assinando o termo de consentimento livre e esclarecido; totalizaram 155 pacientes. Os instrumentos utilizados foram: avaliaçao cognitiva; caracterizaçao de dados sociodemográficos e clínicos; Inventário de Estratégias de Enfrentamento e Escala de Resiliência. Resultados: Nos participantes há predominância do sexo masculino; a maioria dos entrevistados sao idosos; e 71,61% sao aposentados; do total, 112 pacientes moram com companheiro. O tempo médio de hemodiálise foi de 4,26 anos, entre 7 meses e 18 anos, sendo a maior parte entre 2 a 5 anos de tratamento. Destaca-se a prevalência da hipertensao arterial como comorbidade. Apresenta-se a estratégia de reavaliaçao positiva como mais utilizado e média de escore de resiliência de 143,07 pontos; classificando o grupo em geral como média resiliência. Discussao e Conclusoes: Conclui-se que os pacientes participantes apresentam bons resultados para resiliência e que a estratégia de enfrentamento mais utilizada foi a reavaliaçao positiva, que é focada em superar e ressignificar as mudanças e dificuldades derivadas do tratamento. A literatura apresenta que pessoas mais resilientes apresentam estratégias de enfrentamento classificadas como funcionais (Vera, 2012). É importante o interesse dos enfermeiros pelo processo de enfrentamento pois há grande participaçao desse profissional no tratamento (Bertolin et al., 2007).

Palavras Chave: Enfrentamento; Resiliência; Hemodiálise; Doença Renal Crônica; Adaptaçao psicológica.


ID: 5831

Resiliencia de pacientes idosos com doença renal cronica em hemodialise e fatores associados

Autores: Manzini C S S, Gomes I C C, Lanzotti R B, Orlandi F S

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Carlos – UFSCar – Sao Carlos – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um grave problema de saúde pública. Por se tratar de uma doença incurável, o indivíduo se vê limitado fisicamente e emocionalmente. Assim, destaca-se a importância de que familiares e profissionais de saúde que acompanham os pacientes com DRC sejam educados na área da resiliência, afim de fornecer adequadamente as respostas que podem ajudar a reduzir sintomas negativos. Assim sendo, pretendeu-se avaliar o nível de resiliência de idososcom DRC em hemodiálise e sua relaçao com a satisfaçao com a vida, autoestima e sintomas depressivos. Material e Método: Estudo descritivo, correlacional, transversal e quantitativo. A amostra foi composta por 37 pacientes idosos de uma Unidade de Terapia Renal Substitutiva do interior paulista. Os pacientes responderam ao Instrumento de Caracterizaçao dos Participantes, a Escala de Resiliência, a Escala de Satisfaçao com a Vida (ESV), ao Questionário de Saúde do Paciente (PHQ-9) e a Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR). Todos os preceitos éticos foram respeitados. Resultados: Predominância do sexo masculino (70,3%) e de etnia branca (48,6%). A idade média dos respondentes foi de 70,43 (± 7,75) anos. Com relaçao ao nível de resiliência avaliado por meio da ER, obteve-se a pontuaçao média de 121,41 (± 22,36) pontos. Observou-se a existência de correlaçoes entre as dimensoes avaliadas pela ER com a ESV (r = 0,393; p = 0,016), e PHQ-9 (r = -0,641; p ≤ 0,001). Discussao e Conclusoes: Discussao: Prevalência do sexo masculino (70,0%) corrobora o estudo sobre a funçao cognitiva de pacientes com DRC no hospital universitário da Universidade Federal do Maranhao (52,4%). Diante dos resultados obtidos, observa-se que, quanto melhor a percepçao do paciente quanto ao seu nível de resiliência, maior o seu nível de satisfaçao com a vida e menores os sinais e sintomas apresentados para depressao maior, esse resultado corrobora o estudo realizado com 1.419 estudantes de Hong Kong que verificou a relaçao entre as mesmas variáveis, encontrou que quanto maior o nível de resiliência, maior era a satisfaçao com a vida e menor os sintomas depressivos. Conclusoes: Os participantes idosos perceberam um nível de resiliência satisfatório. Confirmou-se a relaçao entre a resiliência, sintomas depressivos e satisfaçao com a vida. Sugere-se a realizaçao de novos estudos para identificar a relaçao de causa e efeito entre as variáveis estudadas.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica; Hemodiálise; Resiliência; Satisfaçao com a Vida; Autoestima.


ID: 5880

Avaliaçao do sobrepeso como fator de risco para anormalidades urinarias em uma amostra de populaçao jovem

Autores: Alves V M C, Sarzedas A R M, Vargas A V, Ribeiro L R, Couto R B, Fernandes M O, de Almeida L A

Instituiçoes: Centro Universitário de Volta Redonda – Volta Redonda – Rio de Janeiro – Brasil

Introduçao: Considerando a Campanha do Dia Mundial do Rim (DMR) 2017 realizada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) com tema: Doença Renal e Obesidade: Estilo de vida saudável para rins saudáveis” realizamos em uma populaçao universitária jovem uma análise entre aumento de índice de massa corporal (IMC) e possíveis alteraçoes na funçao renal. Nas duas últimas décadas, a prevalência da obesidade tem aumentado em proporçoes alarmantes, nao apenas nos países de desenvolvidos, mas também em naçoes em desenvolvimento. A identificaçao precoce da obesidade permite a implementaçao de medidas que favoreçam a perda de peso e constitui oportunidade na prevençao primária e secundária de doença renal crônica (DRC). Do ponto de vista clínico, a obesidade se associa a uma miríade de complicaçoes osteomioarticulares, neoplásicas, metabólicas e hipertensivas, dentre as quais se destacam o diabete melito e a hipertensao arterial. Material e Método: A Liga Acadêmica de Nefrologia e Urologia (LANU) realizou uma atividade de prevençao e promoçao de saúde atingindo 60 estudantes universitários, sendo 75% do sexo feminino e 25% do sexo masculino, com média de idade de 25,2 anos. Os participantes foram submetidos à avaliaçao antropométrica, exame de glicemia capilar (HGT), aferiçao de pressao arterial e exame de elementos anormais e sedimentos (EAS). Resultados: Entre os participantes, 24 pessoas (40%) apresentaram um IMC maior que 24 kg/m2. Dentre as mulheres com IMC elevado nenhuma delas apresentou proteinúria e hematúria, sendo que 50% apresentou leucocitúria sem nenhum outro indicativo de alteraçoes renais. Entre os homens nesse grupo 67% apresentaram proteinúria leve. 60% dos participantes tiveram IMC normal sendo que nesse grupo 4% das mulheres e 11% dos homens apresentaram proteinúria leve respectivamente. Vale ressaltar que nao houve alteraçoes nos exames de glicemia capilar e aferiçao da pressao arterial. Numa análise independente do gênero 17% dos participantes com IMC elevado tiveram alteraçoes no EAS (proteinúria) e nos participantes com IMC normal apenas 6% apresentaram proteinúria. Discussao e Conclusoes: Na pequena amostra de populaçao jovem analisada houve uma predominância de alteraçoes renais nos participantes com IMC maior que 24 kg/m2 em relaçao aos com IMC normal. Nao foi detectado nenhum outro fator de risco nessa populaçao. Mais estudos devem ser realizados para melhores esclarecimentos entre obesidade e doença renal.

Palavras Chave: Dia Mundial do Rim; Doença Renal Crônica; obesidade; promoçao de saúde; rastreio.


ID: 5885

Impacto de diferentes ensaios nos valores e prescriçao de Vitamina D

Autores: Martins C S W, Machado H K G, Jorgetti V, Elias R M, Moyses R M A

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Nos últimos anos, diversas diretrizes têm recomendado a avaliaçao dos níveis séricos de 25 vitamina D (25vitD) em pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) e, caso necessário, a reposiçao de vitamina D2 ou D3. Atualmente, os ensaios automatizados de quimioluminescência sao os mais amplamente utilizados. Porém, estudos anteriores já mostraram que há variaçao entre os diferentes ensaios, com detecçao de metabólitos inativos em alguns deles, o que pode gerar resultados falsamente elevados. Neste estudo, procuramos avaliar o impacto da mudança de ensaio para dosagem de 25vitD e na prescriçao de colecalciferol (vitD3) em pacientes portadores de DRC em programa de diálise. Material e Método: Realizamos uma análise dos níveis séricos de 25vitD e das doses semanais de vitD3 antes e após a mudança do ensaio em pacientes do serviço de Nefrologia do HCFMUSP. Insuficiência e deficiência de vitamina D foram definidas como < 30 e 15ng/ml, respectivamente. Resultados: Avaliamos 152 pacientes em tratamento de diálise ambulatorial. Houve diferença significativa no nível sérico de 25vitD entre as duas avaliaçoes (24,7 ± 9,5 vs. 35,2 ± 15,7ng/ml, respectivamente; p < 0,0001) Esta diferença nao pode ser explicada pela sazonalidade nem pelo número de pacientes em uso de vitD3 (77 vs. 70; ns). Mesmo nos indivíduos que nao estavam em uso de vitD3, houve uma elevaçao (24,1 ± 8,7 vs. 34,6 ± 15,3ng/ml; p < 0,0001). A mudança de ensaio também modificou a prevalência de deficiência e insuficiência de vitamina D (16 vs. 6 pacientes; p = 0,03; e 115 vs. 58; p < 0,0001, respectivamente). Além disto, níveis séricos > 60 ng/ml foram mais frequentes no segundo ensaio (2 vs. 11 indivíduos; p < 0,0001). Diante dos resultados fornecidos pelo segundo ensaio, observamos uma diminuiçao nas doses prescritas de vitD3 naqueles pacientes previamente em uso (12.500 para 6.250 UI semanais; p < 0,0001). Discussao e Conclusoes: A mudança de ensaio para dosagem de 25vitD pode fornecer resultados significativamente diferentes, o que pode mudar tanto o diagnóstico de hipovitaminose D como a prescriçao para seu tratamento. Apesar de vários ensaios utilizarem a quimioluminescência, há significativa diferença entre eles. A detecçao de metabólitos inativos, ou degradaçao e interferência da proteína carreadora de vitD, podem levar a super e subestimaçao dos níveis séricos de 25vitD, respectivamente. Isto deve ser considerado para o diagnóstico e tratamento de hipovitaminose D em pacientes com DRC.

Palavras Chave: diferença entre os ensaios, ensaios automatizados de quimioluminescênia, dosagem de 25 vitamina D, Doença Renal Crônica, Colecalciferol, prescriçao vitamina D, diálise.


ID: 5889

Rastreamento da doença renal cronica: uma experiencia nas atividades do Dia Mundial do Rim-2017

Autores: Porfírio J G, Beraldo G T, Dias W R, Dias G F F, Pelaez F G

Instituiçoes: Unoeste – Presidente Prudente – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O Dia Mundial do Rim, celebrado na segunda quinta-feira do mês de março, tem, dentre seus objetivos ampliar a discussao sobre a crescente incidência da doença renal crônica (DRC) e assim proporcionar um reconhecimento e consequente tratamento mais precoce para a patologia. Material e Método: de 2017. Casuística e Métodos: Foi realizada uma açao, junto à comunidade, durante o Dia Mundial do Rim onde, durante a orientaçao sobre as patologias renais, foram aplicados à populaçao, questionários para identificaçao de fatores de risco como hipertensao arterial (HAS), diabetes mellitus (DM), antecedentes familiares de doença renal crônica (AFDRC), além da realizaçao de testes de glicemia capilar, a fim de identificar eventuais diabéticos ainda sem diagnóstico. A partir das respostas ao questionário, aqueles pacientes que apresentavam algum dos fatores de risco e informavam nunca ter realizado exame de creatinina eram encaminhados para coleta deste exame. Resultados: Foram preenchidos 71 questionários, compreendendo idade media de 53,5 anos (DP 4,24 anos), sendo 19,7% (14) homens. Deste total, 52,1% (37) apresentavam HAS, 30,9% (22) DM, 23,9% (17) de AFDRC e 32,4% (23) outros fatores de risco. 45% (32) foram encaminhados para exame de creatinina, já que desconheciam serem portadores de eventual DRC. Destes, 14,08% (10) obtiveram creatinina > 1,0mg/dl. Deste grupo com alteraçao de creatinina, 100% (06) das mulheres e 25% (01) dos homens apresentaram taxa de filtraçao glomerular menor que 60ml/min. Discussao e Conclusoes: Discussao: Os fatores de risco para desenvolvimento da DRC, como HAS e DM, têm elevada prevalência na populaçao, porém poucos conhecem a relaçao direta que existe entre estas e a DRC. Dessa forma a identificaçao e detecçao precoce do portador de DRC ficam prejudicadas. Conclusao: Diante do exposto, fica evidenciada a importância de açoes na comunidade, como a realizada no Dia Mundial do Rim, a fim de divulgar a doença, suas consequências e formas de prevençao. Também é importante que em tais eventos sejam realizados testes de rastreamento, pois este é um momento oportuno para identificarmos eventuais portadores de DRC que desconhecem a doença.

Palavras Chave: Doença renal crônica, taxa de filtraçao glomerular e creatinina sérica.


ID: 5913

Efeitos da doença mineral ossea em pacientes com doença renal cronica: relato de caso

Autores: Ondani C S, da Silva M E, Solis G H E, Latrônico A M A, Pastor B, Todesco A L M, Guedes W W I, Soeiro E M D

Instituiçoes: Conjunto Hospitalar do Mandaqui – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, UNINOVE – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Os Distúrbios do Metabolismo Osseo (DMO) ocorrem precocemente no curso da Doença Renal Crônica (DRC) e representam importante causa de morbidade e mortalidade. Atualmente, o diagnóstico se faz na fase inicial da doença e as deformidades ósseas serao observadas em quadros graves ou em uma fase tardia da DMO-DRC. Material e Método: Relatar o caso de um paciente com DMO-DRC grave, deformidade óssea e complicaçoes de pele acompanhado no Hospital do Mandaqui (HM). Relato do Caso: IJC, 36 anos, masculino, deu entrada no HM com queixa de dor em membro inferior esquerdo, acompanhada de edema e bolhas. Portador de DRC dialítica há 16 anos. Antecedente de fraturas de fêmur direito e esquerdo há 5 anos e nefrite na infância. Ao exame: regular estado geral, emagrecido, fácies leonina, hidratado, dispneico, descorado 2+/4+. Peso:45kg Altura:1,63m IMC:16,93 FC: 88 bpm FR:24irpm PA:100x80mmHg. Tórax com deformidade óssea, expansibilidade diminuída, uso de musculatura acessória, frêmito tóraco-vocal preservado, som claro pulmonar à percussao, murmúrios vesiculares sem ruídos adventícios. Aparelho cardiovascular e digestório sem alteraçoes. Membro inferior esquerdo com Godet 2+/4+ e lesoes bolhosas com conteúdo seroso em regiao do terço superior da perna esquerda, medindo aproximadamente 20x5cm. Exames de entrada: Hb 8,8 g/dl, hematócrito 28,7%, leucócitos totais 8,5 mil/mm3 sem desvio à esquerda, plaquetas 40 mil/mm3, pH 7,28, pCO2 29 mmHg, HCO3 13,6, BE -11,8, ureia 229mg/dL, creatinina 5,65mg/dL, sódio 123mmol/L, fósforo 8,6mg/dL, cálcio total 7,1mg/dL, cálcio ionizado 1,14mmol/L, PCR 36,7mg/dL, PTH 2.84pg/mL. Resultados: Foram feitas as hipóteses de erisipela bolhosa em membro inferior esquerdo, hiperparatireoidismo secundário grave, hiponatremia, anemia e acidose metabólica. Paciente foi submetido a sessao de diálise e iniciado antibioticoterapia com piperaciclina sódica, tazobactam e vancomicina. Sem resposta satisfatória e guiado por antibiograma, foi trocado o antibiótico para polimixina B. Paciente manteve-se internado, ainda com lesao de pele em tratamento, aguardando paratireoidectomia. Discussao e Conclusoes: Paciente apresenta hiperparatireoidismo secundário grave. Nesta fase da doença já há hiperplasia da paratireoide, sem resposta ao tratamento habitual. Da mesma forma, a lesao primária de pele, de grande extensao e difícil tratamento, é proveniente de alteraçoes do cálcio e do fósforo, a calcifilaxia. Este contexto clínico contribui para alta morbidade e mortalidade nestes pacientes.

Palavras Chave: Doença renal crônica, distúrbio mineral ósseo, hiperparatireoidismo secundário.


ID: 5956

Doença renal cronica que se segue a recuperaçao de uma lesao renal aguda, induzida por gentamicina

Autores: Albino A H, Zambom F F F, Arias S C A, Oliveira K C, Foresto-Neto O, Avila V F, Sena C R, Viana V L, Malheiros D M A C, Camara N O S, Fujihara C K, Zatz R

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Pacientes que se recuperam de uma Injúria Renal Aguda (IRA) correm o risco de desenvolver um processo de fibrose renal progressiva e evoluir para estágios avançados de Doença Renal Crônica (DRC) por mecanismos ainda desconhecidos. Esse processo tem sido observado no modelo de Isquemia/Reperfusao, mas ainda nao foi reproduzido em modelos de nefrotoxicidade. Neste estudo investigamos a recuperaçao da IRA por Gentamicina (G) e sua possível progressao para DRC.Material e Método: Ratos Munich-Wistar machos receberam injeçoes (s. c.) diárias de Gentamicina (80mg/kg/dia) durante 9 dias, e um grupo foi acompanhado como controle (C). Os animais foram mantidos por um período de 180 dias. Os animais foram avaliados 1 dia (G1), 30 dias (G30) e 180 dias (G180) após a cessaçao do tratamento. Em cada tempo foram verificados: peso (PE, g) pressao caudal (PC, mmHg), albuminúria (ALB, mg/dL), creatinina sérica (SCreat, mg/dL), colágeno 1 intersticial (COL, %) e macrófagos (Mø). Aos 180 dias foram avaliados glomeruloesclerose (GS, %) e isquemia glomerular (ISQ %). Resultados: PE:C1 = 245 ± 4,G1 = 251 ± 3; C30 = 272 ± 14,G30 = 289 ± 6; C180 = 335 ± 13,G180 = 381 ± 5* PC:C1 = 138 ± 2,G1 = 138 ± 2; C30 = 136 ± 6,G30 = 137 ± 2; C180 = 145 ± 4G180 = 151 ± 4 ALB:C1 = 2,5 ± 0,3,G1 = 21,5 ± 2,5*; C30 = 5 ± 1,G30 = 3 ± 1;C180 = 11 ± 5,G180 = 25 ± 5 Creat:C1 = 0,51 ± 0,03 ± 2,G1 = 3,80 ± 0,42*; C30 = 0,51 ± 0,07,G30 = 0,58 ± 0,02; C180 = 0,57 ± 0,03,G180 = 0,59 ± 0,01 COL:C1 = 0,7 ± 0,3,G1 = 1,3 ± 0,3;C30 = 1,0 ± 0,3,G30 = 3,2 ± 0,3*; C180 = 1,4 ± 0,7,G180 = 4,9 ± 0,7* Mø:C1 = 22 ± 4,G1 = 297 ± 39*;C30 = 18 ± 5,G30 = 125 ± 18*; C180 = 39 ± 23,G180 = 75 ± 8 GS:C180 = 2,5 ± 2,5,G180 = 2,2 ± 0,8 ISQ:C180 = 5,3 ± 5,G180 = 11,7 ± 2,3 Média ± EP, *p < 0,05 vs. resp.C Discussao e Conclusoes: Os níveis séricos de Creat, junatamente com o aumento da ALB, e a infiltraçao de Mø mostram que a IRA foi reproduzida no 1d e que a inflamaçao pode participar do processo na fase aguda. Aos 30 dias, os parâmetros se normalizaram. Aos 180 dias, a ALB se elevou novamente, e apesar dos níveis normais de PC, observa-se um discreto aumento da %GS, que junto à %ISQ elevada, deposiçao de COL-1 e o aumento na infiltraçao de Mø, mostram a instalaçao de uma DRC e a participaçao da inflamaçao renal também na fase tardia. Foi possível desenvolver a IRA através do efeito tóxico da G e pela primeira vez ratos submetidos a esse tratamento foram acompanhados por um período prolongado, confirmando a hipótese de que também na IRA tóxica pode ocorrer progressao para DRC, com a possível participaçao da inflamaçao nesse processo. FAPESP/CNPQ.

Palavras Chave: Lesao Renal Aguda, Gentamicina, Doença Renal Crônica, Inflamaçao.


ID: 5510

Reduçao significativa de proteinuria maciça frente ao tratamento dirigido para a hipertensao arterial na posiçao supina em pacientes com nefropatia diabetica e disautonomia

Autores: Santos G P A, Banin V B, Brabo A M, Barretti P, Franco R J S, Martin L C

Instituiçoes: UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Na Doença Renal do Diabetes (DRD), a hipertensao arterial (HA) é fator promotor da doença renal crônica (DRC) e seu controle é fundamental para reduzir a proteinúria e retardar a progressao da DRC. A disautonomia, com níveis pressóricos normais ou diminuídos durante o dia e elevados à noite é frequente e representa desafio adicional no tratamento desses pacientes. Essa série de casos objetiva mostrar as consequências sobre a proteinúria do tratamento voltado para o controle da HA supina em portadores de DRD com disautonomia. Relato de caso: Caso 1: A.A., masculino, 49 anos, portador de DRD por diabetes tipo I há 29 anos. Apresentava queixas de hipotensao postural. Já em uso de enalapril. Controles de pressao arterial (PA) sistólica de pé entre 100 a 120 mm Hg e deitado entre 180 a 220 mm Hg. Em monitorizaçao ambulatorial de pressao arterial (MAPA) de 24 h, média de PA em 24 horas de 127.8/82.1 mmhg e médias noturnas de 179.6/114.6 mmhg, com sinais evidentes de disautonomia. Creatinina (cr) estável em torno de 2,9 mg/dL e proteinúria (PTU) de 7,34 g em 24 horas. Foi entao orientado a fazer elevaçao de cabeceira da cama com dois tijolos e dormir dessa maneira todos os dias. PTU dois meses após tal conduta diminuiu para 2 g em 24h. Associado entao clonidina 0,150 mg ao deitar, com PTU após 3 meses a essa medida de 400 mg em 24h e cr 3,1 mg/dL. Casos 2; 3 e 4: Em outros três casos (dois deles já em uso de medicamentos com açao no sistema renina), uma mulher e dois homens, todos portadores de nefropatia diabética com sinais de disautonomia à MAPA ou ao tilt-test, nos quais recomendou-se posicionamento da cama em proclive e foi realizada redistribuiçao de anti-hipertensivos para imediatamente antes de dormir as proteinúrias foram reduzidas de 12 g; 13,6g e 14,7 g para 0,87 g; 2,96 g e 0,78 g respectivamente. Nesses três casos nao houve elevaçao expressiva da creatinina. Discussao e Conclusoes: Esta série de casos apresenta uma associaçao entre o tratamento da hipertensao dirigido para a elevaçao da pressao arterial em posiçao supina e melhora expressiva de proteinúria, diminuindo proteinúrias nefróticas maciças para níveis nao-nefróticos em portadores de nefropatia diabética avançada com disautonomia.


ID: 5915

Avaliaçao da incidencia e fatores de risco para doença renal cronica e mortalidade pelos criterios de kdigo pos transplante hepatico ortotopico em uma coorte retrospectiva de 7 anos

Autores: Lins P R G, Narciso R C, Ferraz L R, Ferraz Neto J B E, de Almeida M D, Durao Junior M S, Monte J C M, Batista M C, Pavao dos Santos O F

Instituiçoes: Hospital Istaelita Albert Einstein – Sao Paulo – SP – Brasil, UNIFESP – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Transplante hepático foi um grande avanço da medicina beneficiando milhares de pacientes antes destinados a um desfecho desfavorável. Mundialmente, cerca de 18% dos pacientes transplantados hepáticos apresentaram critérios para doença renal crônica no decorrer de 5 anos de seguimento do transplante hepático. Entretanto ainda é incerto qual a realidade brasileira sobre a incidência de doença renal crônica nesse grupo. Material e Método: Foram avaliados retrospectivamente, os pacientes submetidos a transplante hepático após a vigência do sistema de alocaçao MELD (Período de 2007 a 2009), em um centro único em Sao Paulo, SP. DRC foi definida conformeaclassificaçao KDIGO com base nos níveis de creatinina sérica ao longo do acompanhamento ambulatorial seriado dos pacientes. Menores de 18 anos, doentes renais crônicos em diálise prévios ao transplante e transplante simultâneo rim-fígado foram excluídos da análise. Análise estatística pelo programa SPSS versao 23 Resultados: Foram revisados um total de 297 pacientes transplantados, após exclusao dos pacientes menores de 18 anos na data do transplante e pacientes em programa de substituiçao renal prévio (Transplante ou diálise), encontramos 262 pacientes. A mediana da idade foi 52 anos (IQR 44;59), sendo 65% dos pacientes do sexo masculino. A prevalência de comorbidades foi a seguinte: Hipertensao arterial sistêmica (55%), diabetes mellitus (44%), Tabagismo atual ou passado (7%), Obesidade (25%). As etiologias da cirrose hepática: Viral (43%), Alcoólica (18%) e outras etiologias (40%). A incidência geral no seguimento ambulatorial para doença renal crônica foi 36,5% para doença renal crônica estágio III (DRC III), 12,5% para DRC estágio IV e 2% em diálise. Mortalidade acumulada de 32,7% em 7 anos de seguimento. Os fatores que se correlacionaram com DRC estádio IV foram DRC III na data do transplante, DM, HAS e cirrose hepática causada por hepatites virais. Os fatores associados a mortalidade foram obesidade e transplante por polineuropatia amiolodótica familiar como fatores protetores, sendo presença de DRC III na data do transplante, neoplasia hepática e o valor do MELD sódio fatores de risco para óbito no seguimento ambulatorial. Discussao e Conclusoes: O conhecimento da existência e potenciais fatores de risco para surgimento de doença renal crônica pós transplante hepático é de suma importância para implantaçao de políticas de saúde visando o acompanhamento desses pacientes, com o objetivo de melhorar desfechos e otimizar cuidado do paciente transplantados.

Palavras Chave: Doença renal crônica, Transplante hepático, KDIGO, MELD


ID: 5900

Perfil populacional e fatores de risco para a doença renal: amostra da cidade de Jundiai

Autores: Flato, E M S

Instituiçoes: ENEFRO – Nefrologia e Diálise – Jundiaí – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A cidade de Jundiaí, entre as vinte cidades com maior índice de desenvolvimento humano e renda per capita do Brasil, foi alvo de uma campanha de do Dia Mundial do Rim com o intuito de desenvolver a conscientizaçao e detecçao de doença renal crônica. Material e Método: Após coleta de dado socioeconômico, foi levantando os dados antropométricos, glicemia capilar, pressao arterial e por fim entrevista médica que vinculava os dados coletados e as orientaçoes individualizadas. Resultados: Foram atendidas 218 pessoas e destes 136 completaram todos os módulos de atendimento. Sessenta por cento do público era composta por homens e 40% mulheres, com idade maior ou igual a 50 anos em 76% dos casos, recebendo até 2 salários mínimos em 59%. O perfil mórbido dos participantes como hipertensao (40%), diabéticos (18%), uso recente ou prévio de tabaco (18%), história familiar de doença renal em parentes de até segundo grau (26%) e sedentarismo (54%) foram traçados e analisados. Dos dados analisados considerados alterados, a pressao arterial alterada – sistólica ou diastólica (34%), índice de massa corpórea – acima de 29,9 (28%), e cintura abdominal proporcional para o sexo (61%) foram os destaques da analise. Discussao e Conclusoes: A populaçao analisada apresenta semelhanças com a literatura brasileira. Contudo o perfil socioeconômico analisado representa 57% da populaçao economicamente ativa quando estimado pela renda per capita. Isso pode estar relacionado aos desfechos de evoluçao de doença renal crônica. Conclusao: O rastreamento com ferramentas de fácil aferiçao pode constatar precocemente e alterar a história natural da doença renal crônica na cidade de Jundiaí.

Palavras Chave: Dia mundial do rim, índice de desenvolvimento humano, renda per capita, dipstick, pressao arterial, glicemia capilar, índice de massa corpóreo, tabagismo, história familiar, proteinúria, hematúria.


ID: 5887

Calcificaçao ectopica grave em paciente portadora de hiperparatireoidismo secundario – relato de caso

Autores: Lemos P A B, Starling R L, Medeiros S C F, Carmo L P F, Duarte A N, Barra D A, França M K S F, Soares A C S, Godinho F L Q, Palotti M M, Cerqueira T L, Custódio M R

Instituiçoes: Hospital Evangelico de Belo Horizonte – Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: O Distúrbio Mineral Osseo relacionado a Doença Renal Crônica (DMO-DRC) é uma desordem sistêmica que manifesta-se por anormalidades ósseas, alteraçoes do metabolismo do cálcio, fósforo, PTH, FGF-23 e calcificaçoes metastáticas. Material e Método: Analise de caso clinico atendido no ambulatório de DMO-DRC do Hospital Evangelico de Belo Horizonte.Resultados: Paciente sexo feminino, 45 anos, natural de Formiga-MG, portadora de DRC secundária a nefrite lúpica e iniciou hemodiálise em 2011. Foi encaminhada ao ambulatório de DMO-DRC, do Hospital Evangélico de Belo Horizonte, com queixas de dores ósseas, artralgia, fraqueza muscular e limitaçao parcial de movimentos do braço direito. Ao exame físico, notava-se assimetria em ombros, com lesao tumoral endurecida à direita. Exames laboratoriais de 2014 a 2016 evidenciaram hiperfosfatemia, normocalcemia e PTH elevado (> 1000 pg/ml). A radiografia mostrava área extensa de calcificaçao em topografia de ombro direito, sem acometimento ósseo. Paciente relatou uso de quelantes de fósforo a base de cálcio, por pelo menos 5 anos. Fez uso de cinacalcete por 2 meses, sendo interrompido o tratamento por indisponibilidade da medicaçao na Secretaria da Saúde. Optou-se por substituir o carbonato de cálcio pelo sevelamer e encaminhar a paciente para paratireoidectomia. Além disso, foram solicitadas radiografias de maos, abdome lateral, quadril e ecocardiograma para diagnóstico de provável calcificaçao vascular. Discussao e Conclusoes: Trata-se de um caso de hiperparatireoidismo grave com calcificaçao extra-esquelética limitante, relacionada diretamente com aumento da morbi-mortalidade dos pacientes renais crônicos dialíticos. A calcificaçao ectópica ocorre pela precipitaçao de cristais de fosfato e cálcio nos tecidos moles, principalmente na localizaçao de ombro e quadril. É importante pesquisar outros sítios de calcificaçao, principalmente nos vasos, para estratificaçao de risco cardiovascular através dos escores de Kaupilla e/ou Adragao. A paratireoidectomia é eficaz no tratamento do hiperparatireoidismo secundário e suas complicaçoes, sendo indicaçao absoluta em casos de calcificaçao ectópica grave, levando a melhora dos sintomas clínicos e regressao gradativa das lesoes.


ID: 5936

Regressao de cardiomiopatia dilatada com controle de peso seco

Autores: Arrebola A DT, Salerno L I, Balint F C, Silva C R, Pereira S A

Instituiçoes: Universidade Sao Francisco – Bragança Paulista – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) leva à retençao hidrossalina e esta, por sua vez, à Hipervolemia e Hipertensao que cursam com sobrecarga cardíaca. Objetivo: descrever um caso de regressao de uma cardiomiopatia dilatada importante para cardiomiopatia hipertrófica moderada através do controle de peso seco. Material e Método: Paciente VAS, 35 anos, sexo feminino, iniciou terapia de substituiçao renal (TSR) há 8 anos durante a gravidez. É portadora de LES há 17 anos e HAS há 16 anos. Em 2014, foi transferida à Unidade de Diálise do HUSF. Na admissao apresentava-se com sinais clínicos de Hipervolemia, com ascite, congestao sistêmica e pulmonar e Hipertensao Arterial mal controlada a despeito do uso de 4 antihipertensivos em altas doses. Uma ecocardiografia apresentou cardiomiopatia dilatada de grau importante com insuficiência mitral discreta e hipertensao pulmonar discreta com disfunçao sistólica importante, Fraçao de Ejeçao de 24%. Resultados: Após controleminuciosodepesosecooquepossibilitouinclusive a retirada dos antihipertensivos, o ecocardiograma evidenciou hipertrofia simétrica de grau moderado de ventrículo esquerdo com funçao sistólica preservada, F.E. 67%. Discussao e Conclusoes: O controle adequado de peso seco ajuda no controle pressórico adequado em pacientes renais crônicos sob hemodiálise, muitas vezes sem a necessidade do uso de medicaçoes antihipertensivas e reduz a sobrecarga cardíaca causada pela hipervolemia, com melhora do desempenho cardíaco.

Palavras Chave: Peso seco; Hemodiálise; Cardiomiopatia Dilatada; Hipertensao Arterial Sistêmica; Disfunçao sistólica.


ID: 5461

Hemodiálise em gestantes com doença renal crônica – relato de caso

Autores: Foresto R D, Canziani M E, Watanabe R

Instituiçoes: Escola Paulista de Medicina – Sao Paulo – SP – Brasil, Hospital do Rim – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Gestaçao em pacientes em hemodiálise é rara devido à infertilidade associada com a nefropatia. Mas a frequência e os resultados têm melhorado nos últimos anos, devido às altas doses de diálise ofertadas para estas pacientes, com cerca de 90% dos recém-nascidos a termo e com peso normal para a idade gestacional. Como tal, a dose de diálise intermitente acumulada recomendada durante a gravidez é de, no mínimo, 20h/sem. Mas, nao há ainda uma meta de Kt/V para gestantes, tornando o manejo da diálise na gestaçao, bem como as suas complicaçoes, um desafio para o nefrologista. Objetivos: Relatar 2 casos de gestantes com doença renal crônica em programa de hemodiálise, bem como as condutas adotadas por nossa instituiçao para o manejo dessas pacientes. Material e Método: Relato de caso e revisao de literatura. Resultados: Caso 1: Mulher, 35 anos, Diabética tipo 1 há 24 anos, Doença renal crônica estadio V nao dialítica, amaurose bilateral por nefropatia diabética há 8 anos, gestante 19 semanas. Iniciada hemodiálise hospitalar por cateter de longa permanência, 18h/semana, passada para 24h/semana após alta. Variaçao Kt/V 1,08-1,49 (média 1,275). US obstétrico (3° trimestre): pélvico, Doppler normal, 1238g (p24). Parto normal, 35 6/7 semanas, recém nascida feminina, peso 2.595g, Apgar 4 e 8. Paciente permaneceu em hemodiálise após o parto, mantém labilidade glicêmica, bebê com boa evoluçao. Caso 2: Mulher, 42 anos, Hipertensao Arterial, doença renal crônica por Glomerulonefrite crônica diagnosticada há 30 anos, transplantada renal em 1992 com perda do enxerto em 2004, em hemodiálise desde entao, 3 vezes por semana por FAV, Diabetes gestacional, DHEG prévio e prematuridade. Descoberta gestaçao com 9 semanas e intensificada HD (24h/sem). Variaçao Kt/V 1,72-2,72 (média 2,296). Evoluiu com hipofosfatemia grave durante gestaçao, com necessidade de adiçao de fosfato em banho ácido da diálise. US obstétrico (3º trimestre): feto tópico, polidrâmnio, 1860g (p25). Parto cesáreo, 37 3/7 semanas, recém nascida feminina, peso 2300g, apgar 8/9, com boa evoluçao. Discussao e Conclusoes: Nenhuma das pacientes teve graves complicaçoes durante a gestaçao relacionada à disfunçao renal ou ao método dialítico. A primeira paciente apresentou feto com peso adequado e Gestaçao pré-termo. A segunda apresentou uma dose de diálise maior, com hipofosfatemia e feto com baixo peso ao nascer e Gestaçao a termo, nos levando a questionar um limite superior à dose ofertada aos pacientes.

Palavras Chave: Hemodiálise; Gestaçao; doença renal crônica.


ID: 5381

Proteinuira, o principal determinante de progressao da doença renal cronica em pacientes idosos

Autores: Totoli C, Amirati A L, Draibe S, Canziani M E

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública e sua prevalência é crescente nos idosos, reflexo do aumento da expectativa de vida populacional. A taxa de declínio da filtraçao glomerular, parece ser menor nesta faixa etária. Há poucos dados na literatura sobre progressao de doença renal em pacientes idosos e os fatores associadas a este desfecho. Material e Método: Um total de 340 pacientes idosos (≥ 65 anos) com DRC em tratamento conservador estadio 3a – 5 foram seguidos prospectivamente de abril de 2011 a abril de 2015 [tempo de seguimento de 2,08 (1,46 a 3,13 anos)]. A progressao da DRC foi avaliada pela diferença entre a taxa de filtraçao glomerular estimada (TGFe) da entrada e da última visita, dividida pelo tempo de seguimento em anos. Foram considerados progressores os pacientes cuja diferença foi menor que 0 ml/min/1.73 m2/ano. Resultados: Durante o seguimento a funçao renal diminuiu em 193 (57%) pacientes. A queda foi de -2,83 (-5,11-1,11) ml/min/1.73 m2/ano nesse grupo, sendo que em 49 (25%) destes pacientes a diferença foi maior que – 5 ml/min/1.73 m2/ano. Comparado aos nao progressores, os progressores eram mais jovens, [72 (69-78) vs. 76 (69-80) anos; p = 0,02], apresentavam maior fosforo sérico [3,8 (3,3-4,1) vs. 3,5 (3,9-4,1) mg/dl; p = 0,04] e maior proteinúria em amostra isolada de urina [(0,10 (0,00-0,90 vs. 0,0 (0,00-0,30)] g/L; p = 0,003)] no início do estudo, nao foram observadas diferenças em relaçao a presença de nefropatia diabética, perfil lipídico ou nas demais variáveis estudadas. Na análise de regressao logística, ajustada para sexo e TGFe inicial, proteinúria, mas nao idade e fósforo, foi independentemente associada à progressao de DRC [OR (Odds Ratio) 2,07, 95% CI (1,38-3,17), p < 0,001].Discussao e Conclusoes: Mais da metade dos idosos apresentaram piora de funçao renal durante 2 anos de seguimento. A presença de proteinúria foi o principal fator associado à progressao da DRC nesta populaçao.

Palavras Chave: proteinuria, idosos, doença rena cronica.


ID: 5423

Avaliaçao dos produtos finais da glicosilaçao avançada (AGEs) medidos por autofluorescencia da pele e sua associaçao com doença cardiovascular e disturbio mineral osseo em pacientes em hemodialise

Autores: França RA, Quadros KRS, Esteves ABA, Carbonara C E M, Watanabe M, ROZA NA, Jorgetti V, Caramori JCT, de Oliveira RB

Instituiçoes: Universidade Estadual de Campinas – Campinas – Sao Paulo – Brasil, Universidade Estadual Paulista – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Os produtos finais da glicosilaçao avançada (AGEs) desempenham papel na fisiopatologia da doença cardiovascular (DCV) e do distúrbio mineral e ósseo (DMO) da doença renal crônica (DRC), o seu acúmulo tecidual pode ser quantificado indiretamente pelo AGE-ReaderTM, aparelho que utiliza a leitura da autofluorescência da pele (sAF). O objetivo do estudo foi avaliar as relaçoes entre os níveis séricos, teciduais e ingestao de AGEs com parâmetros de DCV e DMO em pacientes com DRC em hemodiálise (HD). Material e Método: Foram avaliados dois grupos: o controle (Grupo Ctl) com 37 indivíduos hígidos, quanto a dados clínicos e laboratoriais, medida do índice tornozelo-braquial (ITB), quantificaçao de AGEs na pele (sAF), níveis séricos de carboximetilisina (CML), e registro alimentar para quantificaçao de consumo de AGEs totais e fraçoes; e 32 pacientes com DRC em HD (Grupo HD), que além da metodologia acima realizou radiografias de quadril, maos e abdome lateral para investigaçao de calcificaçao vascular, ecocardiograma, densitometria óssea e análise semi-quantitativa de tecido ósseo. Resultados: Os níveis de AGEs-sAF foram elevados para a idade nos grupos HD e Ctl (2,8 ± 0,6 vs. 2,4 ± 0,4 UA; p = 0,005). Nao houve associaçao de AGE-sAF com parâmetros de DCV analisados. Os níveis de CML séricos (18 ± 12 ng/mL) nao se correlacionaram com os níveis de AGEs-sAF (R = 0,147; p = 0,51) nem com a ingestao de AGEs(R = -0,193; p = 0,43). A ingestao de AGEs total foi mais elevada no Grupo Ctl comparado ao Grupo HD (11.943 vs. 8.564 KU/dia; p = 0,016), tendo se correlacionado positivamente com o ITB (R = 0,456; p = 0,038) e negativamente com a fraçao de ejeçao (FE) (R = -0,451; p = 0,035) no grupo HD. Pacientes com o diagnóstico de osteíte fibrosa (OF) apresentaram maiores valores de CML na dieta (3.052 ± 1.938 vs. 632 ± 898; p = 0,036) e AGEs-sAF (3 vs. 2,2 UA; p = 0,035) quando comparados aqueles com doença óssea adinâmica. Discussao e Conclusoes: Valores elevados de AGE-sAF ocorrem na populaçao HD devido à maior formaçao associada à menor excreçao renal. Os níveis de AGE-sAF elevados para a idade em ambos os grupos podem ser atribuídos ao uso de valores de referência validados em Caucasianos. A associaçao de AGEs com DCV permanece interrogada diante da correlaçao da ingestao de AGEs com disfunçao sistólica e rigidez vascular. O envolvimento dos AGEs com DMO foi observado nos portadores de OF, por mostrarem maiores valores de AGEs-sAF e AGEs na dieta. Esta pesquisa associa os AGEs com disfunçao sistólica, rigidez vascular e OF.

Palavras Chave: Produtos de glicosilaçao avançada; hemodiálise; autofluorescência da pele; hormônio da paratireoide; doença cardiovascular; distúrbio mineral e ósseo.


ID: 5441

Risco cardiovascular de pacientes com esteato hepatite nao alcoolica e doença renal cronica

Autores: Ortega N C, Andrade B B, Ruivo G F

Instituiçoes: Universidade de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) se associa a diabetes mellitus (DM), hipertensao arterial (HAS), obesidade e dislipidemia, com maior risco cardiovascular (RCV). Tem relaçao com a esteatose hepática nao-alcoólica (EHNA), situaçao que pode agravar sua evoluçao clínica decorrente das complicaçoes metabólicas associadas. O objetivo deste estudo foi analisar o RCV dos pacientes com EHNA e DRC. Material e Método: Estudo de coorte histórica com coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento médico, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Os dados foram coletados na primeira e última consulta ambulatorial dos pacientes. Diagnóstico da EHNA baseado em critérios clínicos, de imagem e laboratorial. RCV avaliado pelo Escore de Framingham. Resultados: Foram avaliados 500 pacientes, sexo feminino (n = 293, 58,6%), brancos (n = 314, 62,8%), com HAS (n = 409, 81,8%), dislipidemia (n = 425, 85,0%), DM (n = 145, 29,0%), obesidade (n = 161, 32,2%) e Síndrome Metabólica (n = 285, 57,0%). Diagnóstico de EHNA em 135 pacientes (27,0%). No momento da admissao apresentavam valores elevados de colesterol total e LDL, triglicérides, ácido úrico, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também foram constatados valores elevados de pressao arterial (PA), índice de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal (CA) ao início, com melhora (p < 0,0001) dos parâmetros ao término do acompanhamento ambulatorial. Observou-se maior (p < 0,001) escore de Framingham nos pacientes com EHNA, seja ao início ou ao final do acompanhamento ambulatorial, com risco moderado. Acompanhamento ambulatorial de 7,0 ± 1,5 anos, com reduçao (p < 0,0001) dos casos de EHNA (n = 45, 9,0%). Pacientes com EHNA apresentaram maior número de eventos cardiovasculares pela Odds Ratio. Discussao e Conclusoes: A associaçao de EHNA com DRC é frequente, sendo situaçao associada a maior RCV, tendo em vista os fatores de risco associada a estas doenças, com maior risco e mortalidade cardiovascular. A detecçao e o controle destes fatores de risco e da EHNA tem importante papel para a reduçao do RCV na DRC. Pacientes com DRC apresentam EHNA, com a presença de fatores de risco que implicam em maior RCV, além de maior número de eventos cardiovasculares. As medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com reduçao do número de casos, além de melhora clínica e reduçao do RCV.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Risco Cardiovascular, Esteato hepatite Nao Alcoólica.


ID: 5442

Fatores de risco para esteato hepatite nao alcoolica e a progressao da doença renal cronica

Autores: Andrade B B, Ortega N C, Ruivo G F

Instituiçoes: Universidade de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) é condiçao associada a diabetes mellitus (DM), hipertensao arterial (HAS), obesidade e dislipidemia, com estado pró-inflamatório associado, com maior risco cardiovascular (RCV). A DRC tem relaçao com a esteatose hepática nao-alcoólica (EHNA), como a manifestaçao da síndrome metabólica (SM) podendo agravar a evoluçao clínica decorrente das complicaçoes metabólicas associadas. O objetivo deste estudo foi analisar a associaçao dos fatores associados a EHNA com a progressao da DRC. Material e Método: Estudo de coorte histórico com a coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento médico, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Os dados foram avaliados na primeira e última consulta ambulatorial dos pacientes. Diagnóstico da EHNA baseado em critérios clínicos, laboratoriais e imagem. Resultados: Foram avaliados 500 pacientes, sexo feminino (n = 293, 58,6%), brancos (n = 314, 62,8%), com HAS (n = 409, 81,8%), dislipidemia (n = 425, 85,0%), DM (n = 145, 29,0%), obesidade (n = 161, 32,2%), SM (n = 285, 57,0%). Diagnóstico de EHNA em 135 pacientes (27,0%). Escore HOMA elevado na EHNA (3,2 ± 0,3). No momento da admissao apresentavam valores elevados de colesterol total e fraçao LDL, triglicérides, ácido úrico, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Foram constatados valores elevados de pressao arterial (PA) sistólica e diastólica, índice de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal (CA) ao início, mas com melhora (p < 0,0001) dos parâmetros ao término do acompanhamento ambulatorial. Pacientes com controle da EHNA apresentavam melhora (p < 0,0001) da funçao renal, ao término do acompanhamento. Após o acompanhamento ambulatorial de 7,0 ± 1,5 anos observou-se reduçao (p < 0,0001) do número de pacientes com EHNA (n = 45, 9,0%). Discussao e Conclusoes: A associaçao de EHNA com DRC é frequente, sendo aspecto relevante, pois os fatores de risco sao semelhantes àqueles que promovem a progressao da DRC, com maior risco cardiovascular. A detecçao e o controle destes fatores de risco e da EHNA tem importante papel para a reduçao do RCV e reduçao da progressao da DRC. Pacientes com DRC apresentam EHNA, com a presença de vários fatores de risco que implicam em RCV e progressao da DRC. As medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com reduçao significativa do número de casos, além de melhora clínica e da funçao renal.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Progressao, Esteato hepatite Nao Alcoólica.


ID: 5467

Confiabilidade de equaçoes preditivas na determinaçao do gasto energetico de repouso de pacientes em hemodialise

Autores: Fernandes T O, Cuppari L, Avesani C M, Kamimura M A

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – UNIFESP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Apesar da calorimetria indireta (CI) ser considerada o método de referência para medida do gasto energético de repouso (GER) sua utilizaçao na prática clínica é limitada. Por essa razao equaçoes preditivas de GER tem sido propostas. Recentemente duas equaçoes foram desenvolvidas para pacientes em hemodiálise nos Estados Unidos, no entanto, sua validade em outras populaçoes ainda nao foi testada. Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar a confiabilidade dessas equaçoes em prever o GER de uma amostra de pacientes de um centro de hemodiálise em Sao Paulo (HDSP). Material e Método: Trata-se de um estudo de corte transversal baseado em um banco com dados composto por 122 pacientes submetidos à hemodiálise que continha os valores de GER medido por CI, além de dados demográficos, laboratoriais, antropométricos, clínicos. Foram testadas nessa populaçao as equaçoes propostas por Vilar e col. (GER (kcal/dia) = -2,497 x idade x fator idade + 0,011x altura2,023 + 83,573 x peso0,6291 + 68,171x fator sexo) e por Byham-Gray e col. (GER (kcal/dia) = 808,2 + 4,96 x peso – 9,66 x idade + 192,52 x albumina + 4,38 x proteína C reativa +140,14). Resultados: O GER previsto pelas equaçoes de Vilar (1527, 8 ± 198,6 kcal) e de Byham-Gray (1576,1 ± 247,1 kcal) foram maiores (p < 0,001) que o GER medido por CI (1369,7 ± 286,5). As equaçoes determinaram o GER de apenas 35% (Vilar) e 27% (Byham-Gray) dos indivíduos com grau de confiabilidade entre 90-110%. O coeficiente de correlaçao intraclasses (ICC) indicou baixa confiabilidade das medidas de Vilar (r = 0,66) e Byham-Gray (r = 0,6) e a análise gráfica de Bland-Altmam mostrou a tendência das equaçoes em superestimar o GER da populaçao de estudo. As diferenças observadas no GER quantificado pelas equaçoes correlacionaram-se com a idade (R = -0,39 e p < 0,001) e peso (R = -0,439 e p < 0,001) no caso de Byham-Gray e com a idade (R = -0,51 e p < 0,001) no caso de Vilar.Discussao e Conclusoes: As duas equaçoes propostas superestimaram o GER medido por CI mostrando baixo grau de confiabilidade, possivelmente por influência das diferenças nas características da populaçoes estudadas, em especial peso e idade.

Palavras Chave: Gasto energético de repouso, Calorimetria indireta, Doença renal crônica, Hemodiálise.


ID: 5470

Associaçao entre variaçao da ingestao de sodio e variaçao da fraçao de excreçao urinaria de albumina e IgG na doença renal cronica nao-dialitica

Autores: Martinez M G, Silva V D S, do Valle A P, de Oliveira R C, Banin V B, Hokama N K, Martin L C

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O clearence fracional de proteínas urinárias tem sido descrito como melhor preditor de prognóstico do que a proteinuria total na doença renal crônica (DRC). A ingestao de sódio associa-se a aumento da proteinúria, entretanto, nao é bem estudado se a ingestao de sódio é capaz de influenciar nao só a quantidade, mas também a fraçao de excreçao da proteinúria. Assim, o objetivo do corrente estudo foi avaliar a associaçao entre ingestao de sódio e a fraçao de excreçao de albumina e IgG na DRC nao-dialítica. Material e Método: Estudo longitudinal, observacional, prospectivo que incluiu portadores de DRC de várias etiologias. Os pacientes foram submetidos à avaliaçao clínico-laboratorial de rotina e foram avaliadas a excreçao urinária de sódio, fraçao de excreçao de albumina e de IgG no tempo zero e após seis meses de seguimento. Resultados: Foram avaliados 87 pacientes, idade média de 55 ± 15,6 anos, 40 mulheres, 13 afrodescendentes e os demais brancos. A variaçao da ingestao estimada de sódio apresentou associaçao direta com a variaçao da fraçao de excreçao de albumina e da fraçao de excreçao de IgG em análise univariada. Essa associaçao se manteve em modelo linear generalizado múltiplo mesmo após ajuste para idade e para as variaçoes de pressao arterial, potássio urinário, estimativa de ingestao protéica e de glicemia. R = 0,54; p = 0,008 para fraçao de excreçao de albumina. R = 0,35; p = 0,002 para fraçao de excreçao de IgG. Discussao e Conclusoes: Em portadores de doença renal crônica, a variaçao da ingestao estimada de sódio associou-se com a fraçao de excreçao de albumina e de IgG independentemente de fatores de confusao. Esses parâmetros constituem importante preditor de sobrevida renal o que enfatiza a importância da restriçao de sódio na DRC.

Palavras Chave: Sódio urinário, Fraçao de excreçao urinária de albumina e IgG, Doença renal Crônica nao dialítica.


ID: 5521

Vitamina D e o risco cardiovascular na doença renal cronica

Autores: Araujo G C, Ruivo G F

Instituiçoes: UNITAU – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde mundial com aumento progressivo dos casos e mortalidade associada. A hipovitaminose D (HVD) é frequente nestes pacientes e se associa à doença cardiovascular (DCV), que é considerada a principal causa de mortalidade nestes pacientes. Material e Método: Estudo de coorte histórica, com a coleta de dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais referente à primeira e última consulta, a partir dos prontuários médicos de 500 pacientes com DRC nos estágios 3 a 5, em acompanhamento nefrológico, entre 2002 e 2014. Pacientes divididos em dois grupos: com ou sem deficiência de vitamina D. O risco cardiovascular (RCV) foi estratificado com o Escore de Framingham e a vitamina D foi avaliada pela dosagem de sua forma ativa. Significativo se p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 500 pacientes, sexo feminino (n = 292, 58,4%), brancos (n = 305, 61,0%), com HAS (n = 392, 78,4%), dislipidemia (n = 410, 82,0%), diabetes mellitus (n = 145, 29,0%), obesidade (n = 165, 33,0%) e hipovitaminose D (n = 305, 61,0%). O Framingham encontrava-se elevado (p < 0,0001) naqueles com HVD. A admissao apresentavam valores elevados de colesterol total e fraçao LDL, triglicérides, ácido úrico, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também foram constatados valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica, índice de massa corporal e circunferência abdominal ao início, mas com melhora (p < 0,0001) dos parâmetros ao término do acompanhamento ambulatorial. Pacientes com controle da HVD apresentavam melhor (p < 0,0001) funçao renal, com reduçao da uréia, creatinina e clearance de creatinina ao término do acompanhamento. Após o acompanhamento ambulatorial de 6,0 ± 1,5 anos houve reduçao (p < 0,0001) do número de pacientes com HVD (n = 150, 30,0%) e do escore Framingham. Discussao e Conclusoes: A associaçao de DRC com HVD é frequente e relevante, uma vez que a progressao da DRC é acompanhada de maior risco cardiovascular, tendo em vista a presença de fatores de risco, como a RI, HAS e dislipidemia. A detecçao e o controle destes fatores de risco e da HVD tem importante papel para a reduçao do RCV e menor mortalidade associada. Pacientes com DRC apresentam hipovitaminose D, coma presença de vários fatores de risco cardiovascular e as medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com reduçao significativa do número de casos, além de melhora clínica e da funçao renal e reduçao do risco cardiovascular.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Risco Cardiovascular; Hipovitaminose D.


ID: 5524

Comparaçao do consumo alimentar entre indivíduos com e sem doença renal crônica: dados da pesquisa nacional de saúde

Autores: Santin F, Canella D S, Avesani C M

Instituiçoes: Universidade do Estado do Rio De Janeiro – Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil

Introduçao: Avaliaçao do consumo alimentar de indivíduos com doença renal crônica (DRC) em amostras representativas da populaçao brasileira é de grande importância. Assim, objetivou-se descrever o consumo alimentar de indivíduos que declaram ter DRC de acordo com o tipo de tratamento da doença e compará-lo com o de indivíduos sem DRC. Material e Método: Utilizou-se dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, envolvendo amostra representativa da populaçao brasileira ≥ 18 anos. Da amostra total (n = 60.202), 839 relataram DRC e, desses, 17 foram excluídos por terem realizado transplante renal. O consumo alimentar foi avaliado por meio dos seguintes marcadores alimentares: consumo regular (≥ 5dias/semana) de feijao, frutas, verduras e legumes cozidos e/ou crus, bebidas açucaradas e alimentos doces, consumo semanal (≥ 1dia/semana) de peixe, consumo (sim/nao) de carne com excesso de gordura, excesso de sal e bebida alcoólica, e prática regular (≥ 3dias/semana) de substituir refeiçao por lanche. Foram estimadas prevalências e intervalos de confiança (IC95%) e as diferenças significativas foram identificadas a partir da comparaçao dos IC95%. Resultados: Dos 60.185 indivíduos incluídos, 59.363 declararam nao ter DRC (GñDRC). Entre aqueles com DRC, 480 nao realizavam diálise (GñD), 48 realizavam diálise (GD) e 294 relataram nao realizar tratamento (GsT). Ao comparar o GñDRC com os indivíduos com DRC, observou-se que este apresentou menor frequência de consumo regular de frutas quando comparado ao GñD [41,3% (40,5;42,1) vs. 50,6% (43,2;57,9), respectivamente] e de verduras e legumes cozidos do que o GsT [(31,9% (31,2;32,6) vs. 44,3% (35,4;53,6)]. Em contrapartida, quando comparado ao GD, o GñDRC apresentou maior frequência de consumo regular de feijao [35,0% (18,7;55,6) vs. 72,0% (71,3;72.7)], de sal em excesso [2,7% (0,6;12,1) vs. 14,2% (13,6;14,7)] e prática de substituir refeiçoes por lanche [4,3% (1,7;10,6) vs. 13,6% (13,1;14,2)]. GñDRC apresentou maior frequência de consumo de carne vermelha [71,9% (71,2;72,5) vs. 62,0% (55,5;68,1)], e de bebidas açucaradas [23,4% (22,7;24,1) vs. 15,4% (11,2;20,8)] do que GñD, e, além disso, maior consumo de bebida alcoólica do que do GñD e GD [41,0% (39,8;41,4) vs. 27,8% (21,8;34,9); 3,7% (0,9;14,3)]. Discussao e Conclusoes: Os grupos de alimentos normalmente orientados a serem restringidos foram os que apresentaram maior diferença entre indivíduos com e sem DRC. Sendo assim, o consumo alimentar de indivíduos com e sem DRC mostra-se ser diferente.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica; Consumo Alimentar; Diálise; Nutriçao.


ID: 5526

Rigidez Arterial em pacientes com doença renal crônica em tratamento dialítico

Autores: Carvalho L, Cesarino C B, Ribeiro R C H M, Martin J F V

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O paciente com doença renal crônica (DRC) possui elementos de risco cardiovascular como hipertensao arterial sistêmica, hipertrofia ventricular esquerda, diabetes mellitus e obesidade. As doenças cardiovasculares vêm sendo uma das maiores causas de morte nos pacientes renais crônicos na fase terminal ou estágio cinco. Alteraçoes funcionais e estruturais das grandesartériaslevamopiorprognósticodepacientescom doença cardiovascular. A principal alteraçao funcional é o aumento da rigidez arterial, e as principais alteraçoes estruturais sao espessamentos da camada íntima média das artérias. Este estudo teve como objetivo identificar pacientes com DRC em hemodiálise que apresentam rigidez arterial, os fatores de risco cardiovasculares e as lesoes de órgao alvo. Material e Método: Estudo transversal, descritivo-analítico realizado com amostra de 180 pacientes com DRC em tratamento de hemodiálise há mais de seis meses no hospital do interior paulista. Os procedimentos de coleta de dados foram: entrevista e o formulário do aparelho Dyna-MAPA para medir a rigidez arterial. Foi realizada análise estatística univariada e multivariada e aplicado os testes estatísticos t studend e Mann-Whitney. Resultados: Dos 180 pacientes, 66 (36,66%) apresentaram rigidez arterial, a maioria era sedentária, nao tabagista, apresentava sobrepeso, 27,77% dos pacientes apresentaram lesao de órgao alvo, sendo 11,66% infarto agudo do miocárdio (IAM). A rigidez arterial influenciou na pressao arterial sistólica (PAS), pressao arterial sistólica central (PASC), Augmentation Index e índice de rigidez sendo que os pacientes com rigidez arterial apresentaram valores superiores para essas variáveis mencionadas em relaçao aos pacientes sem rigidez arterial. Discussao e Conclusoes: A rigidez arterial influenciou de forma significativa na PAS e PASC encontrando associaçoes com maiores riscos cardiovasculares. A rigidez arterial é um preditor independente de risco cardiovascular, ou seja, nossa populaçao estudada permanece com risco cardiovascular aumentado devido à 36,66% de rigidez. Corroborando com os nossos resultados sobre as lesoes de órgao alvo, estudo recente realizado em Sao José do Rio Preto encontrou o IAM em 7,11% dos usuários. Os resultados desse estudo sugerem que a medida da rigidez arterial é uma ferramenta preditora de morbidade no paciente com DRC em hemodiálise.

Palavras Chave: Doença renal crônica; Rigidez arterial; Doenças cardiovasculares.


ID: 5533

Ansiedade e depressao em pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico

Autores: Dinardi B, Oliveira G A S A, Kusumota L, Rocha B M S, Ribeiro R D C H M, Cesarino C B

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica e a Terapia Renal Substitutiva trazem ao paciente diversas limitaçoes, no qual diminuem a qualidade de vida do indivíduo e podem afetar a autoeficácia do mesmo, deixando-os suceptiveis ao desenvolvimento de transtornos emocionais como ansiedade e depressao. Material e Método: Estudo transversal e descritivo com abordagem quantitativa, realizado com 154 pacientes em tratamento por hemodiálise em um Hospital Escola do Interior do Estado de Sao Paulo. Para a coleta de dados foram utilizados o instrumento de caracterizaçao de dados sociodemográficos, econômicos e clínicos e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressao. Resultados: Dos 154 pacientes entrevistados, 90 (58,44%) eram do sexo masculino, a idade variou entre 18 e 90 anos, com 86 (55,84%) adultos e 68 (44,15%) idosos e a idade média de 56,2 anos. A idade média que os pacientes se aposentaram foi de 48,6 anos. As comorbidades mais frequentes foram: hipertensao arterial 96 (56,47%) e diabetes mellitus 57 (33,53%). Dos 154 pacientes estudados 84 (59,41%) apresentam depressao e 94 (32,94%) apresentam ansiedade. Discussao e Conclusoes: Ao longo do século XX, observou-se um gradativo aumento de interesse na compreensao do binômio saúde-doença, considerando-se os aspectos biopsicossociais que perpassam esse fenômeno. Em consequência, nas últimas três décadas desse mesmo século, a associaçao entre a depressao e as doenças crônicas, a exemplo da IRC, passou a ser identificada e estudada, aproveitando-se as contribuiçoes da psicologia da saúde e da psicologia social. Estudos desenvolvidos sobre Doença Renal Crônica e ansiedade e depressao têm demonstrado que a depressao parece ser o transtorno psíquico mais frequente nos pacientes em tratamento de hemodiálise e apontaram para uma prevalência de 68% de depressao em pacientes renais. É importante reconhecer as diferentes representaçoes relacionadas à depressao, pois estas representaçoes podem ter um impacto na evoluçao da doença e na eficácia do tratamento. O presente estudo possibilitou conhecer o perfil dos pacientes em tratamento hemodialítico e identificar a ocorrência de ansiedade e/ou depressao nessa populaçao. Isso permitiu compreender os aspectos relacionados a essas variáveis e que poderao subsidiar intervençoes de enfermagem para a melhoria da assistência prestada a essa populaçao.

Palavras Chave: Ansiedade; Depressao; Diálise Renal; Autoeficácia.


ID: 5550

Efetividade da fisioterapia convencional e do metodo pilates na funcionalidade, força muscular respiratoria e capacidade de exercicio em pacientes renais cronicos hospitalizados: estudo controlado aleatorizado

Autores: Bergamim J S S P, Sarmento L A, Cristelli M P, Cabral C M N, Chiavegato L D

Instituiçoes: HRIM – Sao Paulo – SP – Brasil, UNICID – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: Pilates alia exercícios com diversas finalidades. Acredita-se que, associado a um programa de fisioterapia hospitalar, proporcionará melhor tratamento aos pacientes renais crônicos hospitalizados além de oferecer outra opçao de tratamento ao fisioterapeuta. Material e Método: Aleatorizados 56 pacientes entre grupos Fisioterapia Convencional e Pilates, avaliados pré-intervençao, após a 5ª e 10ª sessao de tratamento ou na alta hospitalar: nível de atividade física (Perfil de Atividade Humana), funcionalidade (Indice de Barthel-IB), força muscular respiratória e capacidade de exercício (Teste do Degrau). Três meses após a aleatorizaçao, aplicado o IB por telefone. Ao término das 10 sessoes ou alta hospitalar, aplicado o questionário MedRisk com avaliaçao da satisfaçao com o atendimento fisioterapêutico. Para o teste de hipóteses, utilizou-se modelos lineares mistos para os desfechos primários e o teste t de student para os secundários. Resultados: Nao houve diferença significante entre os grupos em relaçao à funcionalidade -1,3; p = 0,53, força muscular inspiratória e expiratória respectivamente -1,3 e -4,5; p = 0,64 e p = 0,09, e capacidade de exercício -3,3; p = 0,49. O mesmo se aplica quando observada a diferença entre as médias para a satisfaçao dos pacientes em relaçao ao atendimento recebido -2,0; p = 0,57 e para os dias de internaçao hospitalar 4,5; p = 0,43. Discussao e Conclusoes: Nao houve diferença entre a Fisioterapia Convencional e o Método Pilates para qualquer dos desfechos clínicos avaliados no período de hospitalizaçao. Independente do grupo, ambos os métodos repercutem de forma positiva na evoluçao dos pacientes, sendo Pilates mais uma opçao terapêutica.

Palavras Chave: modalidades de fisioterapia, doença renal, satisfaçao do paciente.


ID: 5555

Estudo da açao dos inibidores da 3-hidroximetil glutaril coenzima a redutase sobre a secreçao de citocinas inflamatorias em celulas endoteliais estimuladas com soro urêmico

Autores: Lins P R G, Carmona S M, Nakamichi R, Dalboni M A, Quinto B M R, Batista M C

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A aterosclerose está em íntima associaçao com a ocorrência de doenças cardiovasculares, apresentando alta prevalência na doença renal crônica (DRC). Fatores de risco nao tradicionais como o ambiente urêmico e a inflamaçao, promovem alteraçoes metabólicas, figurando como quesitos preponderantes para secreçao de citocinas, como TNF-α e as Interleucinas, e para a gênese da disfunçao endotelial no portador de doença renal. As estatinas, drogas que inibem a enzima 3-Hidroximetilglutaril CoA Redutase (HMG CoA redutase), impedindo a formaçao de ácido mevalônico e seus precursores, apresentam efeitos pleiotrópicos com potencial benefício em condiçoes que perpetuem a resposta inflamatória sistêmica. O presente estudo tem por objetivo caracterizar células de veia do cordao umbilical humano imortalizadas, através da expressao de marcadores constitutivos e específicos, bem como analisar o impacto da sinvastatina na secreçao de TNF-α e IL-10 em células endoteliais estimuladas com soro urêmico. Material e Método: Para validar a origem da linhagem celular utilizada como modelo in vitro neste estudo, células em cultivo foram incubadas com anticorpos monoclonais primários e anticorpos secundários conjugados aos fluorocromos APC e PE. Posteriormente as células foram submetidas a citometria de fluxo e imunofluorescência a fim de avaliar a expressao de marcadores constitutivos e específicos. Para o estudo do impacto dos inibidores da 3-Hidroximetilglutaril CoA redutase sobre a expressao e secreçao de IL-10 e TNF-α, células HUVEC foram pré-tratadas com sinvastatina e posteriormente insultadas com soro urêmico e soro de indivíduos saudáveis. Sequentemente, o sobrenadante celular foi coletado e analisado através de ELISA. Resultados: Nossos achados confirmam que a linhagem celular utilizada como modelo in vitro neste estudo tem origem endotelial, por expressar os marcadores constitutivos CD31, CD146 e vWF, do mesmo modo que, ao mimetizar o estimulo inflamatório através da incubaçao com TNF-α, as células expressaram os marcadores específicos VCAM e ICAM. Demostramos também que os inibidores da 3-Hidroximetilglutaril CoA Redutase apresentam efeito pleiotrópico no tecido endotelial, reduzindo a secreçao de TNF-α e aumentando a secreçao de IL-10. Discussao e Conclusoes: Estas açoes determinam a reversao parcial da resposta inflamatória e, consequentemente, atenuam a disfunçao endotelial observada no ambiente urêmico. A elucidaçao dos mecanismos modulados pela açao das estatinas no endotélio deve ser objeto de estudos futuros.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Estatina, Células endoteliais, Dislipidemia, Inflamaçao, Uremia.


ID: 5557

Qualidade de vida de pacientes em terapia renal substitutiva: uma analise da doença renal cronica e perfil populacional de risco

Autores: Levy U V, Fernandes D, Ferreira L R C

Instituiçoes: Faculdades Einstein de Limeira – Limeira – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: De acordo com o Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN, 2013) o total estimado de pacientes em tratamento dialítico é de aproximadamente 100.397, sendo que a cada ano 31.161 novos pacientes iniciam o tratamento, dos quais 30% possuem Diabetes Melitus (DM) e 35% possuem Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) (SBN, 2013). A DM e HAS sao doenças que afetam jovens e adultos de meia idade, que normalmente vivem sem sintomatologia, mas com o passar do tempo apresentam comprometimento de órgaos alvo, como coraçao e rins. A falta de informaçao, a demora na procura por assistência médica e tratamento ineficaz tem ocasionado o aumento de pacientes com doença renal crônica (DRC) em terapia renal substitutiva (TRS) (SANTOS et al 2015). Nesste sentido, objetivou-se identificar a incidência da DM e HA, bem como o impacto da DRC sobre a qualidade de vida dos pacientes em TRS. Material e Método: Estudo transversal descritivo, com enfoque quantitativo, em que participaram 80 sujeitos adultos, portadores de insuficiência renal crônica e em terapia renal substitutiva há pelo menos 3 meses, em cidade do interior de SP. Foram utilizados os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico e SF-36 (avaliaçao da qualidade de vida). Resultados: Verificou-se que 45% tem DM e 80% tem HA; destes, 97,2% e 95,3%, respectivamente, já possuíam a doença antes da DRC; 62,5% dos pacientes nao realizaram tratamento conservador; 45% tem renda mensal de até um salário mínimo; 41,25% possuem até 4 anos de estudo; e ainda, dentre os domínios do SF 36, a Capacidade Funcional e Estado Geral de Saúde foram os com piores resultados. Discussao e Conclusoes: Constatou-se neste estudo elevada incidência de DM e HA, e que parcela significativa dos pacientes nao fizeram diagnóstico precoce da DRC, portanto, foram encaminhados diretamente para a terapia renal substitutiva. Quanto à qualidade de vida, os domínios referentes à percepçao do estado geral de saúde e capacidade funcional foram os que apresentaram piores escores, enquanto nos demais domínios a qualidade de vida tem sido menos afetada devido à DRC e a terapia renal substitutiva. Tais achados reforçam a ideia de que deve haver uma intervençao terapêutica abrangente para portadores de DM e HAS, com o objetivo de prevenir a insuficiência renal crônica, e ainda a implementaçao de estratégias para melhorar a qualidade de vida destes pacientes.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Terapia Renal Substitutiva, Qualidade de Vida.


ID: 5576

Influencia da atividade fisica na evoluçao clinica de pacientes com doença renal cronica nao dialitica

Autores: Mussatto J C A, Araujo L M, Ruivo G F

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Taubaté – Taubate – SP – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) é acompanhada de alto risco cardiovascular (RCV), pois fatores de risco como a obesidade, diabetes mellitus (DM) e a hipertensao arterial (HAS) sao causas e complicadores da sua evoluçao. A atividade física regular pode colaborar para o controle dos fatores de risco e na evoluçao clinica da DRC. Material e Método: Estudo de coorte histórico com a coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento médico, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Os dados foram avaliados na primeira e última consulta ambulatorial dos pacientes. Os pacientes foram avaliados quanto a atividade física regular (AFR) ou nao (Sed). Resultados: Foram avaliados 600 pacientes, sexo feminino (n = 352, 58,7%), brancos (n = 362, 60,3%), 65 ± 6 anos, com HAS (n = 482, 80,3%), dislipidemia (n = 495, 82,5%), DM (n = 195, 32,5%), obesidade (n = 185, 30,8%) e 320 pacientes (53,3%) apresentavam Síndrome metabólica (SM). Sedentarismo em 389 (64,8%) pacientes. O escore HOMA para avaliaçao da RI encontrava-se elevado naqueles com Sed (3,4 ± 0,4). No momento da admissao apresentavam valores elevados de colesterol total e fraçao LDL, triglicérides, ácido úrico, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também foram constatados valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica, índice de massa corporal e circunferência abdominal ao início, mas com melhora (p < 0,0001) dos parâmetros ao término do acompanhamento ambulatorial. Pacientes com AFR apresentavam melhor (p < 0,0001) perfil laboratorial e clínico ao término do acompanhamento. Após o acompanhamento ambulatorial de 7,0 ± 1,5 anos observou-se reduçao (p < 0,0001) do número de pacientes com Sed (n = 235, 39,2%), com melhor (p < 0,001) evoluçao da funçao renal no grupo com AFR. Discussao e Conclusoes: A associaçao de DRC com obesidade e SM é frequente, sendo um aspecto relevante, uma que a progressao da DRC é acompanhada de maior risco cardiovascular, tendo em vista a presença de fatores de risco, como a RI, HAS e dislipidemia. A ATF pode ser importante no controle destes fatores de risco, com reduçao do RCV, menor mortalidade e melhor progressao da DRC. Pacientes com DRC que realizam atividade física regular tiveram melhor controle dos fatores de risco cardiovascular e as medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com melhora clínica, laboratorial e da progressao da doença renal.

Palavras Chave: Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Progressao, Dislipidemia.


ID: 5583

Risco cardiovascular de pacientes com doença renal cronica e deficiencia de testosterona

Autores: Faria Ramos J R, Stabelin S, Ruivo G F

Instituiçoes: Unitau – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) se associa a fatores de risco cardiovascular (RCV), como diabetes mellitus (DM), hipertensao arterial (HAS), obesidade e dislipidemia. Estudos têm demonstrado que a deficiência de testosterona (DT), que é comum na DRC tem se associado a maior incidência de doenças cardiovasculares. Material e Método: Estudo de coorte histórica com coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento médico, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Os dados foram coletados na primeira e última consulta ambulatorial dos pacientes. Dosagem de testosterona total e livre para avaliaçao de hipogonadismo. RCV avaliado pelo Escore de Framingham. Resultados: Foram avaliados 300 pacientes, todos do sexo masculino, 58 ± 10 anos, brancos (n = 189, 63,0%), com HAS (n = 209, 69,7%), dislipidemia (n = 225, 75,0%), DM (n = 90, 30,0%) e obesidade (n = 81, 27,0%). Diagnóstico de deficiência de testosterona em 175 pacientes (58,3%). No momento da admissao os pacientes com DT apresentavam valores elevados de colesterol total e LDL, triglicérides, ácido úrico e glicemia, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também foram constatados valores elevados de pressao arterial (PA), índice de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal (CA) ao início naqueles com DT, com melhora (p < 0,0001) dos parâmetros ao término do acompanhamento ambulatorial. Pacientes com DT apresentaram pior perfil laboratorial e clinico. Observou-se maior (p < 0,001) escore de Framingham nos pacientes com DT, seja ao início ou ao final do acompanhamento ambulatorial, com risco moderado. Acompanhamento ambulatorial de 7,0 ± 1,5 anos. Pacientes com DT apresentaram maior número de eventos cardiovasculares pela Odds Ratio. Discussao e Conclusoes: Discussao: A associaçao de DT com DRC é frequente, sendo situaçao associada a maior RCV, tendo em vista os fatores de risco associada a estas doenças, com maior risco e mortalidade cardiovascular. A detecçao e o controle destes fatores de risco e da DT pode desempenhar importante papel na reduçao do RCV na DRC. Conclusoes: Pacientes com DRC apresentam deficiência de testosterona, com fatores de risco que implicam em maior RCV e de eventos cardiovasculares. As medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, entretanto, os casos com DT mantiveram-se com pior perfil clínico e laboratorial, além de maior RCV.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Risco Cardiovascular, Testosterona.


ID: 5596

Risco cardiovascular de pacientes diabeticos com doença renal cronica e portadores de hipovitaminose D

Autores: Santos J F, Ruivo G F

Instituiçoes: Universidade de Taubaté – Taubaté – SP – Brasil

Introduçao: diabetes mellitus (DM), hipertensao arterial (HAS) e a Doença Renal Crônica (DRC) sao doenças de alta prevalência, com elevado risco cardiovascular (RCV) associado. A vitamina D tem papel metabólico importante,sendo queahipovitaminoseD (HVD) quando associada a DM, HAS E DRC, pode desempenhar efeito sinérgico de agravamento do RCV. Material e Método: Estudo de coorte histórico com coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DM e DRC nao dialítica em acompanhamento médico de Nefrologia, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Dados avaliados na primeira e última consulta ambulatorial, sendo que os pacientes foram avaliados em dois grupos, com ou sem suficiência da Vitamina D. Utilizou-se o escore de Framingham para avaliar o risco cardiovascular. Significante se p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 400 pacientes, sexo feminino (n = 242, 60,5%), brancos (n = 225, 56,2%), idade 67 ± 6 anos, com HAS (n = 276, 69,0%), dislipidemia (n = 315, 78,7%) e obesidade (n = 110, 27,5%) e Síndrome Metabólica (n = 212, 53,0%). Deficiência ou insuficiência de vitamina D em 238 pacientes (59,5%). A admissao apresentavam valores elevados de colesterol total e LDL, triglicérides, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também se constatou valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica, índice de massa corporal e circunferência abdominal ao início, mas com melhora (p < 0,0001) dos parâmetros ao término do acompanhamento. Pacientes com controle da vitamina D apresentavam melhor (p < 0,0001) funçao renal, além de melhores parâmetros clínicos e laboratoriais. Acompanhamento ambulatorial de 6,0 ± 1,5 anos, com reduçao (p < 0,0001) dos casos com HVD (n = 112, 28,0%). Maior (p < 0,001) valor de escore de Framingham naqueles com HVD ao início e ao término do estudo, com reduçao dos seus valores após as medidas terapêuticas em ambos os grupos. Discussao e Conclusoes: A associaçao de DRC com hipovitaminose D tem se associado ao agravamento do RCV e de condiçoes clinicas como HAS, sendo que a detecçao e o controle destes fatores de risco e da deficiência da vitamina D sugerem ter importante papel para a reduçao do RCV e menor mortalidade associada. Pacientes com DRC e DM apresentam hipovitaminose D e as medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com reduçao do número de casos, além de melhora clínica e da funçao renal e reduçao do risco cardiovascular.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica; Risco Cardiovascular; diabetes mellitus; Hipovitaminose D.


ID: 5615

Impacto da dislipidemia na evoluçao clinica e o risco cardiovascular de nefropatas cronicos nao dialiticos

Autores: Henrique da Silva G, de Lima Figueiredo F, Fernandes Ruivo G

Instituiçoes: UNITAU – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) está frequentemente associada à Síndrome Metabólica (SM), pois as condiçoes clínicas que a definem, também sao causas da DRC e de risco cardiovascular (RCV). A dislipidemia (DLP), comumente encontrada na DRC, se relaciona com aumento do RCV por meio de eventos cardiovasculares com mortalidade associada. Material e Método: Estudo de coorte histórico com coleta de dados de prontuários médicos de portadores de DRC nao dialítica em acompanhamento entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Dados foram obtidos na primeira e última consultas ambulatoriais, sendo os pacientes divididos em dois grupos; com ou sem DLP. RCV foi calculado pelo escore de Framingham. Resultados: Foram avaliados 600 pacientes, sexo feminino (n = 362, 60,3%), brancos (n = 365, 60,8%), 67 ± 6 anos, com hipertensao arterial sistêmica (HAS, n = 456, 76,0%), dislipidemia (n = 505, 84,2%), diabetes mellitus (DM, n = 175, 29,2%) e obesidade (n = 165, 27,5%), sendo que 360 (60,0%) apresentavam SM. A admissao, apresentavam valores elevados de triglicérides, colesterol total e LDL, com reduçao dos níveis (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica, assim como altos índices de massa corporal e circunferência abdominal acima da referência também estavam presentes ao início, com melhora destas variáveis (p < 0,0001) ao término do acompanhamento. Pacientes com DLP controlada apresentavam melhor funçao renal (p < 0,0001), além de melhores parâmetros clínicos e laboratoriais, com menor escore de Framingham (p < 0,001). Acompanhamento ambulatorial de 6,8 ± 1,4 anos, com reduçao (p < 0,0001) dos casos de DLP (n= 118, 19,7%). Discussao e Conclusoes: A associaçao entre DRC e DLP é frequente e constitui aspecto relevante, pois a progressao da DRC é acompanhada de maior RCV quando estao presentes fatores de risco como HAS, DM e DLP. A DLP tem se associado ao agravamento destas condiçoes clínicas, portanto a detecçao e controle dos fatores de risco têm importante papel na reduçao do RCV e da mortalidade associada. Pacientes com DRC apresentam DLP, que é um dos fatores de RCV. As medidas terapêuticas reduziram o número de casos de DLP, por meio de controle clínico e laboratorial, além de promover melhora clínica e renal dos pacientes. O controle da DLP também causou impacto positivo na reduçao do escore de Framingham, reduzindo o RCV dos pacientes com DRC.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Dislipidemia; Risco Cardiovascular.


ID: 5623

Internaçoes hospitalares com insuficiência renal crônica no SUS do município de Volta Redonda – uma análise de dados epidemiológicos

Autores: Vargas A V, Rangel M P, Sarzedas A R M, Fernandes M O, Couto R B

Instituiçoes: Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA – Volta Redonda – Rio de Janeiro – Brasil

Introduçao: As doenças renais na maioria das vezes sao silenciosas e possuem uma evoluçao assintomática, em especial a insuficiência renal crônica, sendo percebidas apenas em fases mais avançadas. Estudos populacionais em vários países têm demonstrado que sua incidência e prevalência sao elevadas, apesar de subdiagnosticadas, e vêm crescendo devido ao aumento da prevalência de doença renal crônica de 7,2% acima de 30 anos e de 28% a 46% acima de 64 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), cerca de 100 mil pessoas estao em diálise no Brasil, com uma taxa de internaçao de 4,6% ao mês e uma taxa de mortalidade de 17% ao ano. No entanto, apesar das tecnologias disponíveis, muitos pacientes vao a óbito antes mesmo de terem acesso à terapia por falta de um diagnóstico adequado e precoce. Material e Método: A partir do DATASUS, foram levantados dados de internaçoes no SUS por insuficiência renal no município de Volta Redonda-RJ no período de janeiro de 2010 até dezembro de 2015, em indivíduos de ambos os sexos, acima de 40 anos de idade. Resultados: Segundo o DATASUS, entre 2010 a 2015 houve 910 internaçoes por insuficiência renal em maiores de 40 anos nas unidades hospitalares públicas de Volta Redonda. No ano de 2014, nota-se o maior número de internaçoes (170) e o menor em 2011 (127), seguido por crescimentos consecutivos nos anos posteriores e uma diminuiçao no ano de 2015 (154). A taxa de internaçao nesse intervalo foi de 4,92/10.000 habitantes em 2011 a 6,46/10.000 habitantes em 2014. Nesse período a quantidade de leitos disponíveis no SUS, segundo o CNES, no município variou de 123 em 2010 para 97 em 2015, sendo o ano de 2014 o período com mais leitos disponíveis (127 leitos). Discussao e Conclusoes: Os dados revelaram uma oscilaçao do número de internaçoes por insuficiência renal no município de Volta Redonda, com o mínimo de 127 internaçoes e máximo de 170 no período analisado. Apesar de queda na quantidade de leitos ofertados ao SUS no período estudado houve constância no número de internaçoes por IRC, demonstrando que nao houve melhora na saúde da populaçao relacionada a doenças renais. Medidas preventivas, principalmente de educaçao em saúde por meio de campanhas para a populaçao e capacitaçao dos profissionais de saúde, seriam alternativas para a melhoria dos índices estudados.

Palavras Chave: doença renal, insuficiência renal crônica, internaçao, datasus.


ID: 5667

Traduçao, adaptaçao e validaçao da escala “habilidad de cuidado de cuidadores familiares de personas com enfermedad cronica” para o contexto brasileiro

Autores: Almeida Maia Damasceno V, Souza Orlandi F, Silvana Zazzetta M

Instituiçoes: UFSCAR – Sao Carlos – SP – Brasil

Introduçao: Os cuidadores familiares de pessoas com doenças crônicas vivenciam frequentemente transformaçoes em suas vidas com relaçao aos sonhos e expectativas, sobrecarga de trabalho, reduçao da qualidade de vida, medo e falta de conhecimento do cuidar. Assim, torna-se necessário o conhecimento da habilidade no cuidado desses cuidadores para possíveis intervençoes e a “Escala para medir la habilidad de cuidado de cuidadores familiares de personas con enfermedad crónica” possui essa finalidade, porém, suas propriedades nao foram validadas para o contexto brasileiro. Material e Método: Trata-se de um estudo metodológico, que está sendo realizado seguindo o processo de traduçao proposto por Guillermin et al. (1993) que sao: I – Traduçao inicial; II – Síntese das traduçoes; III – Retrotraduçao; IV – Revisao por um comitê de juízes; V – Pré-teste; VI – Apresentaçao e avaliaçao dos relatórios do processo de adaptaçao transcultural; VII – Avaliaçao das propriedades psicométricas do instrumento. Todos os preceitos éticos foram respeitados. Resultados: Na etapa de traduçao inicial, dois tradutores -um nativo (língua materna espanhol) e outro tradutor especializado, fizeram a traduçao da escala em espanhol para o português. Na etapa de síntese das traduçoes estabeleceu-se uma versao consensual (entre pesquisadores e tradutores). Em sequência destas etapas, um terceiro tradutor nativo que nao possuía conhecimento prévio dos objetivos do estudo e do instrumento, realizou a retrotraduçao, ou seja, traduziu a versao consensual da escala do português para o espanhol. A etapa seguinte foi realizada por um Comitê de Especialistas, que fizeram as avaliaçoes das versoes (traduzidas e retrotraduzida) para a avaliaçao da equivalência semântica, idiomática, cultural e conceitual da escala. Discussao e Conclusoes: A escala “La habilidad de cuidado de cuidadores familiares de personas com enfermedad crónica” encontra-se traduzida para o português e apta a seguir a fase de pré-teste, que deve estar presente na etapa de adaptaçao da escala. Espera-se futuramente disponibilizar a ” Escala para mensurar a habilidade de cuidado de cuidadores familiares de pessoas com doença crônica” para uso no Brasil.

Palavras Chave: Cuidadores, Estudos de Validaçao, Doença Crônica, Cuidados Familiares.


ID: 5674

Hipovitaminose D e alteraçoes ecocardiograficas em pacientes com doença renal cronica em tratamento conservadoroa

Autores: Silva R A M, Sá L A S, Ruivo G F

Instituiçoes: UNITAU – Taubaté – SP – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) é acompanhada de fatores de risco como diabetes mellitus (DM) e hipertensao arterial (HAS), pois estes podem ser causas ou complicadores da sua evoluçao. A deficiência de vitamina D (HVD), comum na DRC se associa a eventos e maior risco cardiovascular. A realizaçao de ecocardiografia transtorácica (Eco) pode ser importante para detectar alteraçoes cardíacas na DRC. Material e Método: Estudo de coorte histórico com coleta de dados de prontuários médicos de pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento médico, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas, laboratoriais e Eco. Dados avaliados na primeira e última consulta ambulatorial, sendo que os pacientes foram avaliados em dois grupos, com ou sem suficiência da Vitamina D. Resultados: Foram avaliados 600 pacientes, sexo feminino (n = 352, 58,7%), brancos (n = 370, 61,7%), 66 ± 7 anos, com HAS (n = 485, 80,8%), dislipidemia (n = 505, 84,2%), DM (n = 175, 29,2%) e obesidade (n = 170, 28,3%). Deficiência ou insuficiência de vitamina D em 398 pacientes (66,3%). A admissao apresentavam valores elevados de colesterol total e LDL, triglicérides, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também se constatou valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica, índice de massa corporal e circunferência abdominal ao início, mas com melhora (p < 0,0001) ao término do acompanhamento. Pacientes com controle da HVD apresentaram melhora (p < 0,0001) clínica e laboratorial. Observou-se que pacientes com HVD apresentaram maior (p < 0,001) número de achados ao ECO, como menor fraçao de ejeçao, aumento de câmaras cardíacas e de disfunçao ventricular. Acompanhamento ambulatorial de 7,0 ± 1,5 anos, com reduçao (p < 0,0001) dos casos com hipovitaminose D após suplementaçao da mesma (n = 150, 25,0%). Discussao e Conclusoes: A progressao da DRC é acompanhada de maior RCV, tendo em vista a presença de fatores de risco, como HAS e DM. A hipovitaminose D tem se associado ao agravamento destas condiçoes clínicas, sendo que sua detecçao e o controle e dos fatores de risco tem importante papel na reduçao do RCV e menor mortalidade associada. Pacientes com DRC apresentam hipovitaminose D e as medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com reduçao do número de casos, além de melhora clínica. Observou-se que pacientes com HVD apresentavam maior número de alteraçoes ao Eco sugerindo a importância da detecçao e tratamento adequado da mesma.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Ecocardiograma; Hipovitaminose D.


ID: 5686

A influencia da hipertensao arterial sobre os marcadores inflamatorios no paciente nefropata cronico

Autores: Arruda J L G, Ruivo G F

Instituiçoes: Universidade de Taubaté – Taubaté – SP – Brasil

Introduçao: A Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) é importante causa da Doença Renal Crônica (DRC) e estas condiçoes clínicas sao geradoras de disfunçao endotelial, com processo inflamatório associado. O objetivo deste estudo foi verificar a influência da HAS na gênese de inflamaçao na DRC. Material e Método: Estudo de coorte histórica com coleta de dados de prontuários médicos de 600 pacientes com DRC nao dialítica em acompanhamento médico, entre 2002 e 2014. Foram avaliadas variáveis clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Dados avaliados na primeira e última consulta ambulatorial, sendo que os pacientes foram avaliados em dois grupos, com ou sem HAS. Os marcadores inflamatórios avaliados foram albumina, acido úrico, PCR e fibrinogênio. Significativo de p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 600 pacientes, sexo feminino (n = 345, 57,5%), brancos (n = 354, 59,0%), 68 + 5 anos, com HAS (n = 300, 50,0%) dislipidemia (n = 485, 80,8%),DM (n = 145, 24,2%) e obesidade (n = 160, 26,7%). Marcadores inflamatórios (MI) presentes a admissao em 380 pacientes (63,3%),sendo mais frequente naqueles com HAS (n = 240, 63,1%). Na admissao apresentavam valores elevados de colesterol total, LDL e triglicérides, com reduçao dos valores (p < 0,0001) após medidas terapêuticas. Também se constatou valores elevados de pressao arterial sistólica e diastólica e índice de massa corporal ao início, mas com melhora (p < 0,0001) ao término do acompanhamento. Pacientes com controle da HAS apresentaram melhora (p < 0,0001) clínica e laboratorial. Observou-se que pacientes com HAS apresentaram maior (p < 0,001) número de marcadores inflamatórios seja a admissao ou só término do tratamento. Acompanhamento ambulatorial de 7,0 ± 1,2 anos, com reduçao (p < 0,0001) dos casos com MI, independente da presença de HAS. Maiores valores de PCR, ácido úrico e fibrinogênio em pacientes com HAS. Correlaçao positiva (p < 0,0001) entre HAS e pior funçao renal na presença de MI. Discussao e Conclusoes: A DRC é frequentemente associada a HAS com disfunçao endotelial e processo inflamatório. A inflamaçao pode agravar a evoluçao clínica destes pacientes com mortalidade associada. A detecçao e o controle e dos MI tem importante papel na reduçao do Risco cardiovascular. Pacientes com HAS e DRC apresentam marcadores inflamatórios e as medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com reduçao do número de casos, além de melhora clínica. Observou-se que pacientes com HAS e DRC e MI apresentavam pior funçao renal.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica; Marcadores Inflamatórios; Hipertensao Arterial.


ID: 5692

O perfil economico da doença renal cronica: uma revisao sistematica

Autores: Dantas G L D A, Oliveira J G R D, Oliveira M R B D, Silva Júnior G B D

Instituiçoes: Hospital Geral de Fortaleza – HGF – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade de Fortaleza – UNIFOR – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal do Ceará – UFC – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: Devido a magnitude alcançada nos últimos anos, a Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um grave problema de saúde pública global responsável por importantes repercussoes sociais e financeiras para os portadores, os familiares, a sociedade e os sistemas de saúde. Diante da instabilidade financeira mundial, esta revisao se propoe a conhecer os custos financeiros atribuídos à DRC. Material e Método: A revisao foi realizada no PubMed utilizando os termos em inglês “costs” e “chronic kidney disease” no período de janeiro de 2017 e um breve levantamento foi conduzido em outras fontes, como Scielo e Google Acadêmico. Foram selecionados apenas artigos publicados a partir de 2012 e excluídas as revisoes sistemáticas, os editoriais, os comentários, os protocolos de estudo e os artigos que divergiam da temática principal desta revisao. Resultados: No total, a busca resultou em 392 artigos (Pubmed e outras fontes) dos quais foram excluídos 291 por fugirem da temática principal desta revisao. Dos 101 restantes, foram excluídos 19 artigos por serem revisoes, comentários e protocolos de estudo. Foram incluídos no estudo, 82 artigos cujo foco central eram os custos da DRC ao redor do mundo. Destaca-se que estes estudos podem ser divididos nas seguintes categorias: impacto econômico da DRC, custo-efetividade de esquemas medicamentosos e custos relacionados às condutas terapêuticas e aos procedimentos cirúrgicos. Discussao e Conclusoes: Os estudos analisados, realizados em diversas partes do mundo, revelam que o fardo econômico da DRC é global e sao unânimes em alertar sobre seu forte impacto financeiro. Os resultados das pesquisas indicam que os gastos financeiros da DRC já sao consideravelmente elevados em seus estágios iniciais e podem ser iguais ou superiores aos atribuídos ao câncer ou acidente vascular cerebral em adultos. No intuito de otimizar os recursos, muitos estudos exploram a custo-efetividade das condutas clínicas e enfatizam a urgência de investimentos em prevençao, a importância do diagnóstico precoce e a presteza no início da diálise, como estratégias para a reduçao do impacto econômico incalculável nos próximos anos. Embora nos países em desenvolvimento as repercussoes econômicas da DRC sejam ainda mais graves, constata-se que estas nao sao diferentes em países desenvolvidos, principalmente devido aos números crescentes da doença. Os estudos analisados alertam para a importância da prevençao primária e secundária da DRC como estratégia de economia em saúde.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Custos, Economia.


ID: 5707

Calcifilaxia: uma complicaçao rara e temida em pacientes com doença renal cronica

Autores: Maynart M A, Dantas L G, Brandao O M E S, Neves F C

Instituiçoes: Universidade Federal da Bahia – Salvador – Bahia – Brasil

Introduçao: Calcifilaxia é uma condiçao rara, grave, de alta mortalidade e que pode acometer pacientes com doença renal crônica (DRC) em qualquer estágio, mais comumente aqueles em diálise. Caracteriza-se por isquemia e necrose de pele, histologicamente com calcificaçao das arteríolas da derme, oclusao trombótica e fibrose intimal. Fatores de risco incluem uso de varfarina, corticoide, análogos de vitamina D e cálcio, diabetes e longo período em diálise. É necessário alto índice de suspeiçao para o diagnóstico, que é eminentemente clínico. O tratamento ideal permanece incerto, tendo como princípios multialvos gerais: aporte nutricional, analgesia, cuidados locais com as feridas, tiossulfato de sódio, bisfosfonatos, correçao dos distúrbios de cálcio, fósforo e hiperparatireoidismo, adequaçao de diálise e oxigenioterapia hiperbárica. Material e Método: Descrever um relato de caso de calcifilaxia em uma paciente renal crônica em hemodiálise. Resultados: F.P.J., sexo feminino, 44 anos, portadora de HAS, DRC em diálise desde 2004, com falência de acesso vascular e peritoneal, em hemodiálise regular através de cateter translombar. Apresenta hiperparatireoidismo secundário, osteoporose e osteíte fibrosa. Cintilografia de paratireoides sugestiva de hiperplasia/adenomas em paratireoide. Em Novembro de 2016 iniciou quadro de dor intensa em pés e claudicaçao intermitente associada à reduçao de pulsos periféricos em membros inferiores (MMII) bilateralmente, sucedendo surgimento de lesoes violáceas nodulares em calcâneos que rapidamente progrediram para ulceraçao. Radiografia de quadril, maos e pés com calcificaçao vascular extensa e reabsorçao de falanges distais das maos e pés. Doppler arterial de MMII evidencia DAOP e calcificaçoes parietais. PTHi 694 pg/ml; Ca total 11,3 mg/dl; P 2,9 mg/dl (em uso de sevelamer). Nao realizada biópsia de lesao cutânea pelo risco de piora da mesma. Diagnosticada calcifilaxia. Iniciado aspirina, estatina, oxigênio em terapia hiperbárica, tiossulfato de sódio, além cinacalcet enquanto aguardava paratireoidectomia cirúrgica, que foi realizada em Março de 2017. Após 2 meses de tratamento clínico, paciente evoluiu com melhora dos sintomas álgicos e houve cicatrizaçao completa das lesoes de pele. Discussao e Conclusoes: Por ser uma condiçao grave e potencialmente fatal, é de extrema importância que os nefrologistas tenham conhecimento sobre o tema para rápida intervençao. Infecçao é a maior causa de mortalidade e estima-se que a taxa de sobrevivência desses pacientes em 1 ano seja por volta de 48,5%.

Palavras Chave: calcifilaxia, hiperparatireoidismo, tiosulfato de sódio, úlcera cutânea, doença renal crônica.


ID: 5711

Hipoxia cronica atenua a ativaçao da imunidade inata e o dano renal na nefrectomia de 5/6

Autores: Rempel L C T, Moreira G C S, Nascimento T F, Fanelli C, Arias S C A, Avila V F, Malheiros D M, Câmara N O S, Fujihara C K, Zatz R

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A hipóxia tecidual tem sido postulada como um fator central na patogênese da doença renal crônica (DRC). No entanto, as evidências nesse sentido sao escassas e inconclusivas. Nós testamos essa hipótese mantendo prolongadamente ratos normais ou com ablaçao renal de 5/6 (Nx) em ambiente hipóxico. Investigamos também se um possível efeito deletério da hipóxia envolveria a ativaçao da imunidade inata.Material e Método: Trinta ratos machos Munich-Wistar foram submetidos a Nx e 19 a cirurgia simulada (S). Sete ratos S (S+N) e 13 Nx (Nx+N) permaneceram em normóxia (21% O2) por 2 meses, enquanto 12 ratos S (S+H) e 17 Nx (Nx+H) foram mantidos a 12% O2. A presença de hipóxia foi confirmada por imuno-histoquímica para adutos de Pimonidazol (PMZ). Avaliamos: peso corpóreo (P, g), hemoglobina (Hb, g/dL), pressao caudal (PC, mmHg), albumina/creatinina urinária (Ualb/Ucr), % de esclerose glomerular (%EG), % de interstício cortical (%INT), infiltraçao macrofágica túbulo-intersticial (MØ, cels/mm2), toll-like receptor 4 (TLR4, 2-Ct), IL-1β renal (pg/mg), infiltraçao renal por células positivas para angiotensina 2 (ANG2+, cels/mm2), p65 nuclear (NFkB, xS) e HIF-1alfa (HIF-1a, xS). Resultados: S + N Nx+N S + H Nx+H ; P 305 ± 4 271 ± 6ª 288±4* 268 ± 4ª ; Hb 15 ± 1 13 ± 1ª 19 ± 1* 17 ± 1ª* ; PC 144 ± 1 196 ± 4ª 138 ± 2 177 ± 4ª* ; Ualb/Ucr_0,2 ± 0,1 5,3 ± 0,7ª 0,2 ± 0,1 3,0 ± 0,4ª*_; %EG 0,2 ± 0,1 11,0 ± 2,3ª 0,1 ± 0,1 3,6 ± 0,8* ; %INT 0,2 ± 0,1 7,9 ± 1,2ª 0,0 ± 0,0 3,2 ± 0,7ª*_; MØ 9 ± 3 76 ± 6ª 11 ± 2 38 ± 7ª* ; TLR4 1,0 ± 0,1 2,7 ± 0,3ª 0,9 ± 0,1 2,2 ± 0,2ª*_; IL-1β 2,1 ± 0,5 8,8 ± 2,6ª 1,6 ± 0,3 4,4 ± 1,2* ; ANG2 1,9 ± 0,8 8,0 ± 2,3ª 2,5 ± 0,8 2,9 ± 0,6*_; NFkB 1,0 ± 0,3 5,3 ± 0,7ª 2,6 ± 0,9 2,2 ± 0,6*_; HIF-1a 1,0 ± 0,2 1,2 ± 0,2 1,0±0,2 3,5±1,1ª*_; (Média ± SE, ª p < 0.05 vs. respectivo S, * p < 0.05 vs. respectivo N) Discussao e Conclusoes: – A hipóxia crônica nao promoveu injúria renal em ratos normais. – Surpreendentemente, a hipóxia foi renoprotetora em Nx. – Esse efeito associou-se a uma menor infiltraçao por ANG2+, menor translocaçao nuclear do NF-kB, menor ativaçao da IL-1β e, possivelmente, à induçao de moléculas adaptativas pelo HIF-1alfa. – Esses achados contribuem a uma melhor compreensao da patogênese da DRC e à busca de novos alvos terapêuticos. FAPESP/CNPq.

Palavras Chave: Hipóxia, doença renal crônica, imunidade inata.


ID: 5744

Excreçao urinaria de sodio e risco de morte em portadores de doença renal cronica nao dialitica

Autores: Malheiro Cury C, Burgugi Banin V, Mineto Brabo A, Carvalho de Oliveira R, Costa N A, Cuadrado Martins L

Instituiçoes: UNESP-FMB – Botucatu – SP – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é um desafio ao sistema de saúde, apresenta prevalência crescente, eleva os riscos de falência renal com dependência de diálise, bem como de doenças cardiovasculares e morte prematura. A alta ingestao de sódio dietético atua diretamente na pressao arterial, além de atenuar os efeitos anti-hipertensivos e anti-proteinúricos dos medicamentos que atuam no SRAA. Entretanto, o efeito da excessiva ingestao de sódio sobre a mortalidade desses pacientes nao é tao clara nem na populaçao geral nem entre os portadores de doença renal crônica. Assim, o objetivo foi investigar a associaçao entre a excreçao de sódio urinário e a mortalidade em portadores de DRC. Material e Método: Coorte retrospectiva longitudinal com 205 pacientes do ambulatório de DRC. Foram coletadas amostras de sódio urinário de 24h e os pacientes foram divididos em quintis quanto à excreçao de sódio urinário em 24 h: 1º quintil 0,48 a 2,22 g/dia; 2º quintil 2,22 a 3,04 g/dia; 3º quintil 3,09 a 4,15 g/dia; 4º quintil 4,17 a 5,43 g/dia; 5° quintil 5,45 a 14,31. O desfecho avaliado foi a mortalidade por todas as causas. A associaçao entre quintis de excreçao urinária de sódio e mortalidade foi ajustada para o clearance de creatinina e para a excreçao urinária de potássio. Resultados: A média de idade foi 65 anos dos quais 109 homens e 96 mulheres. Durante o seguimento do estudo houve 39 óbitos. Ao compararmos os quintis considerando-se o primeiro quintil como referência, o segundo quintil apresentou um hazard ratio-HR (intervalo de confiança para 95%-IC95%) de 0,0612(0,242-1,543); p = 0,298; o terceiro quintil apresentou um HR de 0,411 e IC 95% (0,153-1,106) p = 0,078; o quarto quintil apresentou um HR (IC95%) de 0,074(0,009-0,609); p = 0,015 e o quinto quintil HR:0,354 IC95%(0,097-1,284) p = 0,114. Discussao e Conclusoes: A associaçao entre a excreçao urinária de sódio e o risco de mortalidade foi em forma de U. Os pacientes com ingestao estimada de sódio entre 4,6 e 5,4 g apresentaram menor mortalidade comparados aos pacientes do menor quintil. Estes dados indicam que a menor ingestao de sódio foi associada com maior probabilidade na ocorrência do desfecho avaliado. O valor encontra-se acima das diretrizes atuais sobre a ingestao de sódio. Experimentos clínicos sao necessários para testar o efeito da ingestao de sódio sobre os desfechos em portadores de DRC.

Palavras Chave: Doença renal crônica, excreçao urinária de sódio, ingestao de sódio, mortalidade, desfecho.


ID: 5750

Rastreio de fatores de risco para doença renal cronica em praticantes de musculaçao e crossfit em academia de Fortaleza, Ceará

Autores: da Costa I R, Rocha C V D O, Mesquita L L, dos Santos J M B, Alves J P, Mendes M H, Castro A S D N, Holanda R A d, Daher E D F

Instituiçoes: Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

O aumento da prática de exercícios físicos extenuantes e do uso de suplementaçao proteica atenta para os possíveis riscos ao desenvolvimento de doença renal, incluindo reduçao aguda grave da funçao renal, na rabdomiólise, e, cronicamente, esclerose glomerular por hiperfiltraçao, devido ao uso de suplementos proteicos. Material e Método: Realizaçao de campanha, em março de 2017, em academia de musculaçao e Crossfit, em Fortaleza, Ceará, e aplicaçao de questionário contendo perguntas sobre histórico pessoal e familiar de comorbidades e tabagismo, seguindo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Foi realizada verificaçao de pressao arterial, glicemia capilar, medidas antropométricas e realizaçao de teste rápido de urina. Resultados: Foram analisados 34 praticantes de musculaçao e Crossfit, com média de idade de 31,82 ± 0,44 anos, sendo 74% (25) homens. Em relaçao aos dados pressóricos, foram observados uma média da pressao sistólica de 117 ± 12mmHg e da diastólica 76 ± 10mmHg. A média da glicemia capilar foi 85 ± 14mg/dl e da circunferência abdominal foi 86 ± 10,4cm, sendo 24% (6) das mulheres maiores que 88cm e 22% (2) dos homens maiores que 102cm. A média do índice de massa corporal (IMC) foi 24,56 ± 3,85, 67,64% (23) pessoas tinham IMC normal (de 18,5 a 24,9), 23,52% (8) sobrepeso (de 25 a 29,9) e 8,84% (3) obesidade (acima de 30). Dos indivíduos, 2,94% (1) já apresentava Doença Renal Crônica (DRC), 14,7% (5) tinha histórico familiar de DRC. Nenhum dos entrevistados apresentava diabetes mellitus (DM) ou tinha doença cardiovascular (DCV) e 14,7% (5) apresentavam Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS). Em 52,94% (18), houve relato de histórico familiar de DM, 76,5% (26) de HAS e 41% (14) de DCV. Nenhum era fumante. Em 32,35% (11) dos praticantes, relataram uso de suplementos proteicos. Dos 34 participantes, 27 realizaram o teste rápido de urina, apenas 14,8% (4) apresentaram pH urinário abaixo de 5,5. Quatorze (51,85%) praticantes apresentaram traços de proteína na amostra e nenhum apresentou sangue ou glicose na urina. A densidade média foi 1022 ± 7. Discussao e Conclusoes: A maior parte dos atletas estava dentro dos parâmetros normais. Traços de proteinúria seriam esperados nos praticantes que coletaram urina após a realizaçao de exercício físico extenuante. Nao foi observado elevado número de usuários de suplementos proteicos associado ao índice de pH urinário baixo. Necessita-se de um número maior desses praticantes e acompanhamento a longo prazo.


ID: 5755

Indice tornozelo-braquial (ITB) e cintilografia de paratireoides predizem calcificaçao vascular em pacientes com hiperparatiroidismo grave em hemodialise

Autores: Leite Jr. M, Gomes C P, Pichone A S

Instituiçoes: Serviço e Disciplina de Nefrologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

Introduçao: Calcificaçao vascular está relacionada com aumento da mortalidade entre pacientes com doença renal crônica (DRC). No hiperparatireoidismo secundário (HPTS) à DRC, além do aumento do PTHi, alteraçoes de cálcio e fósforo promovem mudanças fenotípicas das células musculares lisas das paredes dos vasos gerando calcificaçao vascular. O objetivo deste estudo foi correlacionar a medida do Indice tornozelo-braquial (ITB) com método de imagem de calcificaçao vascular e presença de glândulas paratireóideas hiperfuncionantes. Material e Método: Avaliamos de forma transversal 11 pacientes > 18 anos de idade, em hemodiálise (HD) > 6 meses e com PTHi > 1000pg/ml. Analisamos parâmetros clínicos, radiográficos (score de Adragao) e cintilográficos (cintilografia de paratireoides com sestamibi), e medimos o ITB com doppler portátil (Medpej®DF 7001). Resultados: A idade média foi de 48,3 ± 7,0anos, 90% de mulheres, 135 ± 18 meses em HD. O score de Adragao > 3 foi detectado em 82% dos pacientes e correlacionou-se com o tempo de HD (r = 0,74; p < 0,01) e com o número de glândulas detectadas pela cintilografia (r = 0,44; p < 0,05). Já o ITB >1,3 estava presente em 91% dos casos, correlacionando-se tanto com score de Adragao (r = 0,92; p < 0,01) quanto com o número de glândulas detectadas pela cintilografia (r = 0,59; p < 0,01). Discussao e Conclusoes: Na avaliaçao do HPTS grave, utiliza-se rotineiramente o score de Adragao, que diagnostica calcificaçao vascular através das radiografias simples de bacia e maos. Observamos correlaçao significativa entre captaçao de sestamibi pelas glândulas paratireóideas hiperplasiadas e/ou adenomatosas e calcificaçao. Da mesma forma, a medida do ITB teve correlaçao muito significativa com esta condiçao. Conclusao: Neste trabalho, observamos alta prevalencia de calcificaçao dos vasos em pacientes com HPTS grave submetidos à HD. A medida do ITB, uma ferramenta simples utilizada no próprio atendimento clínico, foi útil neste diagnóstico. Além disso, uma cintilografia de paratireoide positiva deve aumentar a suspeita da presença de calcificaçao vascular nesta populaçao.

Palavras Chave: Indice tornozelo-braquial, calcificaçao vascular, hiperparatireoidismo, doença renal crônica.


ID: 5762

Prevalencia de hipertensao e diabetes em pacientes dialiticos de cinco clinicas de diálise do municipio de Fortaleza-CE

Autores: Silva M R B, Sarmento L R, Fernandes P F C B C, Correia D B S, Pontes M X, Arnaud T L, Santos M H S, Barreto L C B, Moliterno L A A

Instituiçoes: Universidade Estadual do Ceará – UECE – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: A hipertensao arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM) figuram entre as principais causas de doença renal crônica (DRC), além de serem comorbidades muito presentes nos pacientes dialíticos. Apesar dos avanços na literatura, ainda há uma carência de dados sobre o perfil dos pacientes e sobre as causas da DRC, que podem variar entre regioes, populaçoes, etnias; e que constituem conhecimento básico para realizar políticas de saúde de prevençao à DRC. O objetivo do estudo foi traçar o perfil dos pacientes dialíticos e as possíveis causas da DRC no município de Fortaleza-CE. Material e Método: Estudo analítico, quantitativo e transversal; baseado na análise de prontuários de cinco das dez clínicas de diálise do município de Fortaleza-CE, ou seja, 48,18% da populaçao renal. Os critérios de inclusao foram: tratamento dialítico atual há pelo menos três meses e tratamento financiado pelo Sistema Unico de Saúde. Exclui-se os óbitos durante o estudo e transferências para outras clínicas. Os dados foram validados por único especialista e analisados através do software SPSS versao 20. Resultados: História prévia de HAS esteve presente em 86,2% (647) e DM em 42,7% (270) dos pacientes. Antes da validaçao, hipertensao primária era causa principal de DRC em 22,9% dos prontuários (187) e o DM em 18,1% (148). Após a validaçao, apenas 3,8% (31) apresentaram HAS como causa de DRC e a causa foi DM em 26,4% (216) dos pacientes, sendo a causa indeterminada mais prevalente após a validaçao. Discussao e Conclusoes: A HAS constitui uma das principais causas de DRC no mundo e no Brasil, contudo, percebeu-se uma superestimaçao dessa causa primaria de DRC, em detrimento de uma subestimaçao no caso do DM. Tal fato deve-se, provavelmente, à falta de critérios bem estabelecidos e fidedignos para classificaçao das causas de DRC, além da obscuridade de outras causas de DRC em crescimento que podem se encontrar subdiagnosticadas na populaçao. A discussao estende-se ainda ao retardo do diagnóstico, que dificulta o estabelecimento de uma causa base, assim como a carência de investigaçao profunda da causa de DRC, uma vez que este nao é um dado de notificaçao compulsória. Conclusoes. Conclui-se que há carência de dados; que o uso de critérios diagnósticos bem estabelecidos é fator diferencial para definiçao da causa primaria da DRC; que estudos validados sao raros e imprescindíveis na temática DRC no Brasil.

Palavras Chave: Doença Renal Cronica, Prevalencia, Diabetes, Hipertensao.


ID: 5764

Hiperparatireoidismo secundario em paciente renal cronico em tratamento de hemodialise com cirurgia previa de paratireoidectomia

Autores: Puerari M F, de CARVALHO S F, Baroni G, Schuinski A M, Bezerra F F J, Vaz L D G

Instituiçoes: SCMPG – Ponta Grossa – Paraná – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é vista como um problema médico e de saúde pública bastante significativa atualmente. Sabe-se que no Brasil, a predominância de pacientes mantidos em programa de diálise mais que dobrou nos últimos anos. O hiperparatireoidismo (HPT) secundário é uma complicaçao muito freqüente nos pacientes com DRC, chegam a atingir até 30% dos pacientes que se tratam há mais de 20 anos. Métodos clínicos de tratamento nem sempre alcançam o resultado esperado, com freqüência submetem-se ao tratamento cirúrgico, a paratireoidectomia. Entretanto, em alguns casos mesmo após a cirurgia o paciente volta a ter o paratormônio (PTH) elevado. A medida que a funçao renal diminui, a reabsorçao de cálcio também segue proporcionalmente à taxa de filtraçao glomerular. Já, segundo DAUGIRDAS e TODD, 2015, a excreçao de fósforo permanece inalterada mesmo em taxas de filtraçao elevada devido ao efeito hiperfosfatúrico do PTH, porém com a evoluçao da DRC, os rins nao conseguem filtrar o fósforo com a mesma eficiência, dessa forma o PTH se torna ineficaz na normalizaçao dos níveis de cálcio. Material e Método: O presente estudo pretende descrever um caso clínico, de recidiva de hiperparatireodismo secundário em DRC, o qual utilizou revisao de prontuário, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental. Resultados: MLS, 54 anos, sexo feminino, cor branca, portadora de DRC-T por nefrite intersticial crônica, em hemodiálise (HD) desde 01/02/1993. A paciente teve diagnóstico de HPT sendo tratada inicialmente com terapia medicamentosa. A mesma nao apresentou melhora clinico/laboratorial sendo entao submetida cirurgia de PT em 2005, com PTX total e auto-implante de ¼ de glândula no antebraço. Em nove de maio de 2015, recidiva de HPT grave, com fratura espontânea bilateral de fêmur. Realizado US de PT implantada no antebraço D, evidenciando hiperplasia da glândula. Realizado cintilografia para excluir glândulas ectópicas. Foi submetida a PTX de auto-implante de PT no antebraço D em 29/05/2015. Discussao e Conclusoes: Pelo relato de caso descrito, o HPT pode recidivar mesmo após a paratireoidectomia total, pela hiperplasia de auto-implante da glândula, devendo ser monitorizado com exames bioquimicos do metabolismo mineral ósseo, permitindo um melhor controle clinico, diminuindo assim a morbi-mortalidade destes indivíduos.


ID: 5769

Melhora no numero de reuso dos dialisadores em pacientes renais cronicos submetidos a hemodialise atraves de medida muito simples

Autores: Santos R S, Ramos M A, Neto M M, Neto O M V, Gonçalves W E

Instituiçoes: SENERP – Ribeirao Preto – SP – Brasil

Introduçao: A terapia renal crônica mais utilizada é a hemodiálise (HD) que necessita de um dialisador, podendo ser reutilizado até 20 vezes, conforme normativa do Ministério da Saúde. A causa do descarte dos capilares antes do vigésimo reuso é multifatorial. O sistema extracorpóreo da HD leva a agregaçao de proteínas e plaquetas nas fibras e quanto menor o fluxo do sangue e maior demora na lavagem maior a perda do capilar. Material e Método: Fase 1- Avaliados 248 pacientes, excluídos os pacientes em trânsito e com sorologia positiva para hepatites e HIV. Como uma grande parte dos pacientes utilizava capilares Elisio (Nipro) durante o período de estudo, esses foram escolhidos para efeitos de comparaçao posterior. Nessa fase, de janeiro a setembro de 2015, foram observados os capilares que apresentavam reuso abaixo de 5 e reuso acima de 18 foram avaliados; foram observados alguns parâmetros com relaçao ao melhor e pior desempenho: peso seco, ganho de peso interdiálise, dose do anticoagulante, turno de HD, setor (box), acesso venoso, fluxo de sangue, uso de medicamentos relacionados acoagulaçao, hematócrito e Ktv e logística de lavagem e processamento dos mesmos. Desses parâmetros estudados, a única média diferente foi obtida na logística de lavagem. Nesta fase os capilares eram levados ao centro da sala de HD e o reusista os conduzia, no máximo, 4 capilares por vez até o reuso, nao obedecendo a ordem e o tempo na lavagem dos capilares. Fase 2: Foi alterada a logística de lavagem nos capilares. Os profissionais que desligava o paciente levava o capilar até o reuso, obedecendo a ordem e diminuindo drasticamente o tempo de espera: O capilar do primeiro paciente desligado é o primeiro a ser lavado. Os capilares sao colocados em um carrinho no reuso com uma numeraçao para garantir a ordem de lavagem. Mensurado o desempenho nos 7 meses seguintes, até março 2016. Resultados: Dessa maneira o reuso que nos meses anteriores tinha média de 10,9, passou para média de 18,2% (p < 0,001) somente com a mudança dessa logística de lavagem (gráficos 1 e 2). Discussao e Conclusoes: O reuso tem um peso importante no custo de uma sessao de HD e está ligado a qualidade da assistência dos profissionais de saúde. O melhor desempenho do terceiro turno demonstrou que o tempo de espera menor para a lavagem dos capilares foi fundamental para o melhor resultado.

Palavras Chave: Capilares, Reuso, KTV, Hemodialise, Doenca Renal Cronica.


ID: 5810

Percepçao do doente renal crônico acerca a doença renal e o tratamento diálitico

Autores: Salmito FT S, Pereira F F, Silva I C, Santos J C, de Paulo P H A, Ferreirra G S M, Gomes M A, Franco C M M D A, Barbosa A C N, Lucas F E

Instituiçoes: Instituto Superior de Teologia Aplicada – Inta – Sobral – Ceará – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC), atualmente é um crescente problema de saúde pública em todo mundo, devido ao elevado índice de morbidade e mortalidade, resultando alteraçoes comportamentais no coditiano dos portadores DRC. O paciente com necessidade diálitica passa a vivenciar uma série de mudanças em seu cotidiano, gerando sentimentos tais como: medo, revolta, angústia, interferindo na adesao ao tratamento. Objetivo da pesquisa é conhecer a percepçao do paciente em tratamento hemodialítico sobre a DRC e traçar estratégias de assistência em enfermagem ao DRC. Material e Método: Trata-se de um estudo descritivo exploratório de abordagem qualitativa. O estudo foi realizado no Serviço de Hemodiálise (HD) de um Hospital localizado no interior do estado do Ceará. Foram selecionados 60 pacientes na faixa etária de 18 a 70 anos que estao em HD no mínimo seis meses. A coleta de dados aconteceu nos meses de setembro a novembro de 2015. Resultados: Foram entrevistados 60 pacientes, esse quantitativo é menor que o previsto no projeto. O quantitativo apresentado representa o número de pacientes que atendiam ao perfil durante o período da coleta. Houve um predominante do gênero feminino na faixa etária de 23 a 70 anos com tempo de tratamento, variando de 02 meses a 01 ano. A maioria dos pacientes tinham como via acesso cateter temporário duplo lúmen (CDL). Foi citado pelos entrevistados a queixa em limitaçao as atividades diárias e restriçoes alimentares, cujo sentia-se excluídos da sociedades, acrescentaram o preconceito pelo uso da FAV com presença de pseudoanerismas e uso de CDL em veias jugulares. Discussao e Conclusoes: Após serem questionados sobre o conhecimento da DRC, a maioria dos participantes relatou que nao tinham nenhum conhecimento sobre a doença. Somente após receberem o diagnóstico tomaram conhecimento da existência da doença; no entanto todos demonstraram saber que a doença paralisa os rins. Percebe-se ausência de estratégias para abordagem inicial ao DRC, contribuindo para o processo de nao aderência ao tratamento HD, como também o isolamento social. Trago a discussao que os enfermeiros tracem e sigam um plano de açao juntamente com a equipe multidisciplinar, abordem os pacientes em inicio do tratamento dialítico, como também sendo extremamente relevante um segundo momento com o paciente para identificar e esclarecer as duvidas pertinentes.

Palavras Chave: Doença renal crônica. Hemodiálise. Enfermagem.


ID: 5842

Comparaçao entre os testes de guaiaco e benzidina para detecçao de sangue oculto fecal na doença renal cronica, sob uso de omeprazol

Autores: Lima C S, Palazetti J B, Crivellenti L Z

Instituiçoes: UNIFRAN – Franca – SP – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é uma enfermidade progressiva onde, dentre suas manifestaçoes, os distúrbios gastroentéricos sao frequentes, incluindo hemorragias aparentes ou ocultas. Objetivou-se identificar a presença de sangue oculto fecal (PSO) em caes portadores de DRC comparando a eficácia dos testes de guaiaco e benzidina sob o uso do omeprazol. Material e Método: Seis caes com diagnóstico de DRC tiveram suas fezes avaliadas em três momentos com intervalo de sete dias, sendo o basal (sem o uso do omeprazol) e as duas próximas avaliaçoes com uso do fármaco. Para a técnica de guaiaco foi utilizado o envelope “Feca-Cult” com reagente próprio. Para o teste da benzidina foi preparada uma soluçao contendo 10mg de benzidina diluídas em 1mL de ácido acético 50% e a reaçao se dá na presença de peróxido de hidrogênio. As fezes eram distribuídas em três porçoes sobre um disco de papel para essa avaliaçao. Para ambos os testes o aparecimento de traços de cor azul indicou a presença de sangue oculto e foram quantificados em fraco (+), moderado (++) ou forte (+++). Quando nenhuma indicaçao de azul era verificada, o resultado era negativo. Os pacientes utilizaram omeprazol durante todo período experimental iniciando junto ao primeiro teste de PSO. Resultados: Na primeira avaliaçao todos os casos apresentaram positividade na PSO com a técnica de benzidina e, nas mesmas amostras, se obteve 66,6% de positividade com os testes de guaiaco. Seguindo as outras duas avaliaçoes sequenciais a comparaçao entre as técnicas demonstrou que aparentemente a benzidina é mais sensível para PSO apresentando em todos os casos maiores graduaçoes de positividade. Discussao e Conclusoes: Durante este período as avaliaçoes das graduaçoes de positividade em ambos o testes reduziram em quatro dos seis casos sugerindo, assim, que a reduçao da presença de sangue oculto fecal é influenciada pelo omeprazol. Em um caso manteve-se inalterado e em outro foi observado positividade crescente, condizente com a piora do quadro clínico do paciente. A presença de sangue oculto fecal foi um achado comum em caes com DRC, os testes de guaiaco e benzidina sao efetivos para sua determinaçao e aparentemente o teste de benzidina é mais sensível auxiliando na monitoraçao clínica e terapêutica do paciente.

Palavras Chave: Hemorragia, nefropatia, protetor gástrico, sangramento gastrointestinal.


ID: 5868

Perfil clinico dos pacientes atendidos no Ambulatorio de Uremia no Hospital Universitario de Brasilia entre 2016 e 2017

Autores: Louzada L B D S, Canuto A P P S L, Rocha R D P F, Silva M S E, Lima P C D S, Fraga V M, Barcelos F L

Instituiçoes: Hospital Universitário de Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao:ApresençadeanemianaDRCédeterminada por diferentes fatores, sendo os mais importantes: a deficiência relativa de eritropoetina, a carência de ferro, a inflamaçao, hiperparatireoidismo e as perdas sangüíneas. As alteraçoes no metabolismo mineral sao progressivas, acometendo os níveis séricos de cálcio, fósforo e dos hormônios reguladores, hormônio da paratireoide (PTH), 1,25-hidroxivitamina D. Material e Método: Determinar o perfil clínico, avaliaçao hematimétrica e doença mineral óssea (DMO), e identificar o desfecho desses pacientes atendidos no ambulatório de uremia no Hospital Universitário de Brasília entre 2016 e 2017. Para isso foi realizado um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos através dos prontuários. Resultados: Foram avaliados 156 pacientes, sendo 54,5% homens; predomínio da cor branca, a etiologia da DRC foi hipertensiva com 38,5 %. A idade média de 60 anos, TFG média de 60,3 ml/min, sendo 43,5% com TFG < 30 ml/min. A hemoglobina média foi de 13,2 g/dl, a ferritina média foi de 150,2 ng/ml e IST de 28%. A DMO foi avaliada pela dosagem sérica de fósforo (média: 3,8 mg/dl), cálcio (média: 9,6 mg/dl), fosfatase alcalina (média: 81 U/l), PTH (101,6 pg/dl) e vitamina D (média: 33 ng/ml). Destes pacientes avaliados 10 iniciaram hemodiálise, sendo 5 por cateter temporário (CT) os demais por fístula-arterio-venosa. Apenas 2 pacientes foram para diálise peritoneal. Discussao e Conclusoes: Os pacientes apresentam um bom controle da anemia e dos estoques de ferro. Quanto à DMO os níveis de PTH e fósforo encontram-se adequados na maioria dos pacientes. Esses resultados sao favoráveis e permitem que o paciente tenha um bom prognóstico, retardando a evoluçao da DRC. Apesar dos esforços empreendidos, 05 pacientes foram encaminhados à hemodiálise com CT devido à dificuldade de confecçao de acesso vascular definitivo neste serviço. Apenas 02 pacientes foram encaminhados para a diálise peritoneal, atribui-se isso à baixa condiçao sócioeconômica que inviabiliza tal terapia. No ambulatório de uremia realiza-se o rastreio e acompanhamento do grupo de risco, avaliaçao clínica, diagnóstico ativo, reduçao da progressao da DRC, tratamento das complicaçoes, definiçao do momento para confecçao do acesso vascular e preparo para terapia renal substitutiva, seja hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal. Assim uma avaliaçao clínica com bom controle dos níveis hematimétricos e do perfil mineral ósseo e da hipovitaminose D permite uma melhor qualidade de vida.

Palavras Chave: Anemia, Doença mineral óssea, uremia.


ID: 5870

Comparaçao de tres formulas para o calculo da taxa de filtraçao glomerular como metodo de rastreamento na Campanha do dia Mundial do Rim

Autores: Beraldo G T, Dias W R, Dias G F F, Betônico G N

Instituiçoes: Unoeste – Presidente Prudente – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Segundo a Kidney Disease Outcome Quality Initiative (KDOQI), portador de DRC é aquele indivíduo que apresentar filtraçao glomerular < 60ml/min/1,73m² ou > 60ml/min/1,73m² associado a pelo menos um marcador de lesao de parênquima e cronicidade das alteraçoes (> 3 meses). Na prática clínica diária, a filtraçao glomerular é obtida a partir de equaçoes utilizando a creatinina sérica, sendo elas: Cockcroft-Gault (CG), MDRD e CKD-EPI. Material e Método: A campanha englobou atividades educativas e de rastreamento da doença renal. Foram obtidos os seguintes dados: idade, peso, raça, sexo, hipertensao, diabetes, antecedentes pessoais e familiares de doença renal. A partir da identificaçao do fator de risco para DRC, foi realizada coleta sanguínea para dosagem de creatinina e com esses dados foi calculada a TFG de cada participante através das fórmulas. Resultados: Foram avaliados 73 sujeitos, com idade média de 59,8 anos, desvio padrao 13,6, sendo 64,4% do sexo feminino, 68,5% considerados brancos, 26% negros e 5,5% orientais. Os resultados da TFG obtidos a partir de cada fórmula foram separados em dois grupos: > 60ml/min e < 60ml/min. Ao compararmos as equaçoes, 64% dos participantes apresentaram TFG < 60ml/min quando utilizado CG e MDRD e 61,6% quando utilizado CKD-EPI, demonstrando que nao houve diferença. Os valores demonstrados pelo cálculo da CG, nos participantes com TFG < 60ml/min foram 74,5% estágio 2 e 25,5% estágio 3 da DRC. Quando aplicadas as fórmulas, MDRD foram 87,2% estágio 2 e 22,8% estágio 3 e CKD-EPI foram 80,8% estágio 2 e 19,2% estágio 3. Conforme a literatura, nas fases iniciais da DRC nao houve diferença entre as equaçoes. Naqueles com DRC e TFG < 30ml/min, as fórmulas mostraram-se diferentes, confirmando os dados de literatura, que sugere que nas classes mais avançados da DRC, a CKD-EPI tem maior correlaçao com a TFG real. Discussao e Conclusoes: As fórmulas utilizadas foram capazes de encontrar um número semelhante de pacientes com provável DRC na Campanha do Dia Mundial do Rim, sendo, portanto opçoes adequadas para rastreamento. Quando estratificados em classes de DR mais avançadas, a CKD-EPI foi capaz de encontrar um maior número de pacientes quando comparado com CG e MDRD.

Palavras Chave: Doença renal crônica, taxa de filtraçao glomerular, creatinina sérica.


ID: 5911

Fatores de risco para doença renal cronica nos estudantes de medicina da UNINOVE

Autores: Salvo V V, Silva M E, Solis G E, Tinucci T, Dalboni M A

Instituiçoes: Universidade Nove de Julho – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) possui uma prevalência de 16% na populaçao adulta brasileira e resulta em altas taxas de mortalidade (10%). Os principais fatores de risco para a DRC sao diabetes (DM), hipertensao (HAS), glomerulopatias e obesidade. A conscientizaçao, identificaçao de fatores de risco e o diagnóstico precoce se fazem primordiais para a prevençao da DRC. O trabalho objetivou identificar fatores de risco para DRC entre os estudantes de medicina participantes da reuniao integradora do Dia Mundial do Rim na UNINOVE. Material e Método: No dia do evento foram distribuídos 400 folhetos informativos sobre a DRC aos alunos de medicina participantes da reuniao integradora da UNINOVE e aplicado um questionário através da plataforma do Google Forms, no qual constava presença de fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica (DM, HAS, Obesidade, dislipidemia); e seu estilo de vida (tabagismo, sedentarismo, prática de atividade física, consumo de álcool e níveis de estresse). Também incluía perguntas sobre o histórico familiar em relaçao aos fatores de risco acima descritos. Resultados: Duzentos e onze alunos responderam o questionário. A idade média foi de 23 anos com desvio padrao amostral de quatro anos; dos quais 143 (68%) eram do sexo feminino; 11% obesos, 5,2% dislipidêmicos e 3,8% hipertensos. Quanto aos hábitos de vida, 37% se declararam sedentários, 27% praticavam regularmente exercícios físicos nao supervisionado com frequência média de 3 vezes por semana. Destes, 46% frequentavam a academia com frequência média de 3 vezes por semana, 40% praticavam alguma modalidade esportiva com frequência média de 2 vezes por semana. Oito por cento (8%) eram tabagistas, com consumo médio de 7 cigarros/dia, 53% referiam consumo de álcool com frequência média de uma vez por semana e 74% referiam estresse. Quanto aos antecedentes familiares paternos e maternos, os percentuais foram respectivamente: para HAS 36% e 19 %; para DM2 14% e 7%, para obesidade 22% e 17% e para dislipidemia 23% e 16%. Discussao e Conclusoes: Os resultados mostraram prevalência de fatores de risco para DRC entre os estudantes de medicina da UNINOVE, tais como, obesidade, dislipidemia e hipertensao, prevalecendo o sedentarismo (47%). Concomitantemente foi possível inferir que 23 participantes poderao desenvolver HAS e 24 poderao torna-se obesos. Esses achados mostram a relevância do monitoramento desses fatores e ensejam açoes preventivas para a DRC.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica; DRC; Obesidade; Fatores de risco; HAS; DM; Estudantes de medicina; UNINOVE.


ID: 5938

Perguntas de segurança como estrategia para identificaçao de riscos e prevençao de eventos durante tratamento hemodialitico

Autores: Santos D S D, Cruz C L, Prado L S, Prudente I R G, Vianna A P C R, Guimaraes A G

Instituiçoes: Nefroclínica – Aracaju – Sergipe – Brasil, Programa de Pós-graduaçao em Ciência Aplicadas à Saúde – Universidade Federal de Sergipe – Lagarto – Sergipe – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica corresponde a lesao e perda progressiva e irreversível das funçoes renais é considerada como um importante problema de saúde pública em todo o mundo, devido a constante ascensao da sua incidência e prevalência. Para permanecerem vivos, os pacientes portadores de insuficiência renal crônica sao submetidos à terapia renal substitutiva, a exemplo da hemodiálise. Entretanto, este tipo de tratamento, associado aos distúrbios consequentes da disfunçao renal e a vulnerabilidade dos pacientes, apresenta riscos que precisam ser identificados, gerenciados e mitigados durante oprocessodeadmissaodopaciente.Nestesentido,percebeu-se a importância de construir uma metodologia para identificaçao precoce de riscos associados à hemodiálise. Objetivo: Desenvolver um método para identificaçao precoce dos riscos iminentes aos pacientes submetidos a Hemodiálise. Material e Método: Neste estudo, foi estruturado um questionário para identificaçao precoce dos potenciais riscos aos quais os pacientes em hemodiálise estao mais frequentemente expostos, considerando as últimas 24h do paciente. O questionário desenvolvido e aplicado em pacientes submetidos à hemodiálise em uma Clínica de Nefrologia no estado de Sergipe, onde atende 222 pacientes em hemodiálise. Resultados: O questionário é composto por 4 perguntas de segurança direcionadas ao paciente pela enfermeira assistencial, antes de iniciar o tratamento de hemodiálise. As perguntas visam verificar a ocorrência de pico hipertensivo ou hipotensao, queda, febre ou sangramentos nas últimas 24h. Deste modo, através da aplicaçao destas perguntas no momento da pesagem dos pacientes, é possível identificar precocemente risco de hemorragias, AVC, eventos associados ao uso de heparina, infecçao, prevenindo a ocorrência de eventos adversos através da aplicaçao das condutas preventivas estabelecidas para cada risco. Este protocolo foi implantado e sinalizado para toda equipe e pacientes através de comunicaçao visual e verbal. Vale ressaltar que essa ferramenta é acessível a todos os profissionais, de baixo custo e fácil aplicaçao, além de conferir maior segurança assistencial para os pacientes. Discussao e Conclusoes: Este estudo demonstrou que medidas simples, como a aplicaçao de perguntas de seguranças durante a admissao, pode contribuir para a consolidaçao da cultura de segurança e prevençao de riscos aos pacientes submetidos à hemodiálise.

Palavras Chave: Doença renal crônica; Segurança do paciente; Assistência de enfermagem; Medidas de segurança.


Glomerulopatias

ID: 5574

Hidralazina induzindo sindrome-pulmao rim associado ao anca: primeiro caso relatado no Brasil

Autores: Sá A V V, Santiago M B, Rocha P N, Pereira L J C, Alves L C, Gonçalves G R C S

Instituiçoes: Universidade Federal da Bahia – Salvador – Bahia – Brasil

Introduçao: A hidralazina é utilizada com frequência em HAS de difícil controle e na ICC. É bem conhecido sua relaçao com o lúpus induzido por drogas, cujo envolvimento renal é raro. Contudo, vem surgindo casos demonstrando sua associaçao com vasculite associado ao ANCA (VAA). Até a presente data, foram relatados 18 casos de síndrome pulmao-rim induzida por hidralazina. Nao há registro de casos no Brasil. Dessa forma é fundamental pensar em medicaçoes como agente etiológico de VAA, inclusive em suas manifestaçoes mais graves e suspende-las se houver essa suspeita. Material e Método: Descrever um relato de caso de síndrome pulmao-rim induzida por hidralazina. Fazer uma revisao da literatura sobre o tema com ênfase nas características clínicas e laboratoriais que possam contribuir para a suspeita da induçao da doença por medicaçoes. Resultados: JJ, 39 anos, sexo feminino, portadora de ICC, com passado de valvoplastia mitral, internada em 04/07/2016 devido febre prolongada, artralgias e perda ponderal de 10Kg. Exames laboratoriais mostraram grave anemia e insuficiência renal. Em Março/2016 apresentava funçao renal normal. Sumário de urina com alteraçoes sugestivas de glomerulonefrite (proteinúria, hematúria e cilindros leucocitários). No 3º dia de internamento apresentou hemoptise. Tomografia de tórax mostrou infiltrado pulmonar bilateral. Foi diagnosticada com síndrome pulmao-rim, sendo a apresentaçao renal de uma GNRP. Foi submetida a pulsoterapia com metilprednisolona, ciclofosfamida e plasmaférese. Necessitou de hemodiálise por 5 sessoes. Houve melhora da hemorragia alveolar e da funçao renal, ficando com creatinina basal de 2,0 mg/dL. Investigaçao diagnóstica mostrou P-ANCA reagente > 1/80, FAN reagente 1/640 padrao nuclear homogêneo e Anti-MBG nao reagente. A biopsia renal foi realizada em fase mais tardia (2º mês) por recusa inicial da paciente. O resultado da MO foi GN crescêntica em fase tardia (crescentes fibrosos) e IF pauci-imune. Discussao e Conclusoes: Será discutido sobre a síndrome pulmao-rim induzida por hidralazina e comparaçao do caso apresentado com os outros casos relatados na literatura em relaçao ao quadro clínico e laboratorial. Reuniremos características clínicas e sorológicas que possam sugerir induçao por drogas. Conclusoes: É importante o conhecimento da hidralazina como causa de VAA e sua suspensao diante da suspeita clínica. Estudos sao necessários para compreender essa relaçao causal e identificar características que permitam concluir que a droga seja o agente etiológico.

Palavras Chave: Vasculite, ANCA, Hidralazina, Síndrome pulmao-rim.


ID: 5712

Avaliaçao da resposta terapeutica da ciclofosfamida em crianças com sindrome nefrotica

Autores: Giorjao A M, Rocha R F, Castillo M U, Correa R S, Chow CY Z, Andrade M C, Leao F V F, Cancado M A D P

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A síndrome nefrótica (SN) é uma das causas mais comuns de doença renal na infância, atingindo de 2-7/100.000 pacientes. Inicialmente o tratamento é realizado com corticosteroide, sendo necessario outras drogas imunossupressoras para os pacientes nao responsivos ou recidivantes frequentes. A ciclofosfamida vem sendo utilizada como opçao terapêutica. Objetivo: avaliar a resposta clínica e laboratorial do uso da ciclofosfamida (CFA) em pacientes portadores de SN nao responsivos ao uso de corticoesteróides. Material e Método: Estudo observacional, onde foram avaliados 47 pacientes portadores de SN acompanhados regularmente no ambulatório de Nefrologia Pediátrica, os quais foram tratados com prednisona por 8 semanas e posteriormente fizeram uso de CFA. Foram excluídos 15 pacientes por uso CFA em tempo inferior a 3 meses. Resultados: A idade na primo-descompensaçao variou entre 1 ano e meio e 14 anos. Os pacientes foram classificados conforme resposta a corticoterapia: 9 recidivante frequente (RF) e 23 corticorresistentes (CR). A biopsia renal foi realizada em 31 pacientes, dos quais, 02 apresentaram Lesao Minima, 20 glomeruloesclerose segmentar e focal e 5 proliferaçao mesangial difusa. Durante o seguimento, 13 pacientes apresentaram remissao total após o uso de CFA e 23 pacientes nao apresentaram remissao ou a fizeram parcialmente. O tempo de remissao total dos pacientes que responderam a CFA foi registrado como duraçao média de 16 meses, com o maior período de 5 anos. Dentre os pacientes que apresentaram remissao total, 5 destes eram CR e 8 destes eram classificados como recidivante frequente. Discussao e Conclusoes: Ciclofosfamida como terapia imunossupressora em pacientes portadores de Síndrome Nefrótica mostrou-se, em nosso estudo, uma opçao terapeutica benéfica, levando a uma resposta clinica satisfatória e reduçao de proteinúria.

Palavras Chave: síndrome nefrótica, corticoesteróides, ciclofosfamida.


ID: 5585

A experiencia do Hospital Universitario da UFPI na realizaçao de biopsias renais percutaneas para o diagnostico de glomerulopatias: uma analise preliminar

Autores: Andrade B S, Marques I D B, Júnior F J A C, Rocha I P M

Instituiçoes: Universidade Federal do Piauí – UFPI – Teresina – Piaui – Brasil

Introduçao: A biópsia renal é uma ferramenta importante para a elucidaçao e o manejo de várias patologias primárias ou secundárias dos rins, assumindo de forma crescente um papel fundamental nas decisoes terapêuticas. As biopsias renais começaram a ser realizadas no Hospital Universitário a partir de 2015, no entanto, inexistem dados na literatura médica que aborde o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos ao procedimento no estado do Piauí. O presente trabalho visa descrever a experiência inicial do HU-UFPI e o perfil dos pacientes submetidos à biopsia renal percutânea para o diagnóstico de glomerulopatias. Material e Método: Estudo retrospectivo, baseado na coleta de dados dos prontuários dos pacientes submetidos à biopsia renal no Hospital Universitário-PI, no período de 01 de janeiro de 2015 a 01 de janeiro de 2017. Resultados: Neste período foram realizadas 48 biópsias renais. A idade média dos pacientes foi de 34 anos, e 33 (67%) eram do sexo feminino. Com exceçao de dois pacientes, todos os outros declararam-se de cor parda. A principal doença sistêmica associada com a doença glomerular foi o lúpus eritematoso sistêmico, em 28 (58 %) dos pacientes. Sessenta por cento eram diabéticos e 33% hipertensos. A principal glomerulopatia diagnosticada foi a nefrite lúpica, em 28 (58,3%) dos pacientes. Dos pacientes com Nefrite Lúpica, a maioria (17) apresentava classe IV da ISN-RPS. Das glomerulopatias primárias, GESF foi a mais prevalente (43%), seguida de glomerulopatia membranosa (21,4%) e doença por lesoes mínimas (14,2%). Apenas em 01 caso (2%) houve complicaçao após a biópsia renal, queda de hemoglobina com necessidade transfusional. Discussao e Conclusoes: Assim como no restante do Brasil, a principal Glomerulopatia primária diagnosticada foi a glomeruloesclerose segmentar e focal. Com relaçao às glomerulopatias secundárias, a Nefrite Lúpica foi a mais prevalente. O procedimento de biópsia percutânea guiado por ultrassom em tempo real mostrou-se bastante seguro, sendo detectada apenas uma complicaçao grave durante os dois primeiros anos de aplicaçao do protocolo neste serviço.

Palavras Chave: Biópsia Renal Glomerulonefrites, Nefrite Lúpica.


ID: 5782

O uso do Rituximab em pacientes com sindrome nefrotica refrataria

Autores: Santos Neto C D O, Macedo L A, Kirsztajn G M

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Rituximab é um anticorpo quimérico anti-CD20 utilizado para tratamentos baseados na depleçao de linfócitos B, empregado em uma variedade de doenças de etiologia auto-imune e linfomas CD20 positivos. O valor do seu uso em glomerulopatias primárias no adulto ainda é incerto, nao sendo ainda empregado como terapia de primeira linha nas diretrizes já existentes. Alguns estudos demonstram a possibilidade de uso de rituximab como terapia de manutençao de síndromes nefróticas corticorresistentes ou refratárias às terapias empregadas, como ciclofosfamida ou ciclosporina. Dessa forma, este estudo visa observar a evoluçao clínica de pacientes em uso de rituximab para síndrome nefrótica refratária, acompanhados neste serviço. Material e Método: Estudo retrospectivo com uma série de casos de 12 pacientes que utilizaram rituximab como tratamento de síndrome nefrótica refratária aos imunossupressores, com avaliaçao de proteinúria após o uso da medicaçao por 6 meses, 1 ano e 2 anos, creatininas séricas inicial e final, tratamento prévio empregado, presença de hematúria e presença de co-morbidades, como hipertensao arterial ou diabetes. Resultados: A idade dos pacientes ao ser empregado o rituximab variou de 18 a 59 anos, 50% eram hipertensos e nenhum paciente era diabético. As proteinúrias iniciais variaram de subnefróticas (< 1g/24h) até maciças (29g/24h). Apenas um paciente apresentou remissao parcial, evoluindo com proteinúria < 1g/24h. Quanto à melhora da proteinúria, ao avaliar-se após 2 anos, 41% dos pacientes apresentaram melhora em comparaçao com os níveis que precederam esse tratamento iniciais. A dose de rituximab variou de 500mg a 1g em duas tomadas, sendo repetida a dose em alguns pacientes. Quanto ao diagnóstico, 17% foram caracterizados como doença de lesoes mínimas (DLM), 8% como glomerulopatia membranosa (GNM) e 75% como glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF). Discussao e Conclusoes: No presente estudo, cerca de 40% dos pacientes com síndrome nefrótica idiopática por DLM, GESF ou GNM resistentes aos tratamentos imunossupressores usuais, apresentaram reduçao da proteinúria após tratamento com rituximab, sem alcançar, entretanto, remissao completa. Ainda sao necessários estudos prospectivos para melhor definiçao do papel do rituximab.

Palavras Chave: rituximab; síndrome nefrótica; tratamento.


ID: 5446

Glomerulonefrite difusa aguda em pacientes transplantados renais: relato de caso

Autores: Araújo K P D, Ribeiro B F, Salum D R, Abreu N A D M, Lima P S N D, Aoqui V Y, Derks Y M, Romao E A, Costa R S, Nardin M E P, Neto M M

Instituiçoes: Faculdade de Medicina De Ribeirao Preto da Universidade de Sao Paulo – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A glomerulonefrite difusa aguda secundária à infecçao, principalmente pós estreptocócica é algo bem documentado. Nesse caso o pico de incidência ocorre entre os 6 a 10 anos de idade, rara condiçao em indivíduos acima de 40 anos. Quando abordamos a ocorrência da doença em rim transplantado verificamos poucos relatos com manifestaçoes clínicas amplas. Este relato tem como objetivo descrever 2 casos de glomerulonefrite difusa aguda,encontradosempacientestransplantadosrenais, e documentados através de biópsias, entre os anos de 2000 e 2017. Material e Método: Estudo descritivo constando de relato de caso e revisao de literatura. As informaçoes dos pacientes foram coletadas através de prontuário.Resultados: O primeiro caso é um paciente do sexo masculino, 19 anos, branco, submetido ao transplante renal (doador vivo relacionado) em 2002 após 2 anos em hemodiálise devido doença renal por glomerulonefrite membranoproliferativa. A induçao foi feita com basiliximab e a imunossupressao de manutençao foi com prednisona, micofenolato mofetil e tacrolimus. Seis meses após o transplante foi internado com quadro de Zoster e diarréia. Durante tratamento com aciclovir, antiparasitários e cefalotina o paciente evoluiu com piora progressiva da funçao renal, descontrole pressórico, espuma na urina e a quantificaçao de proteinúria de 24 horas demonstrou 11,2 gramas. Realizada biópsia de rim transplantado com evidencia de glomerunonefrite difusa aguda (GNDA). Paciente evolui com manutençao de escórias elevadas, hipertensao e perda do enxerto. O segundo caso, a paciente com 49 anos, do sexo feminino, parda, foi submetida a transplante renal doador falecido, doença renal de etiologia desconhecida em hemodiálise há 5 anos. A induçao foi feita com timoglobulina e a manutençao com prednisona, tacrolimus e micofenolato sódico. Quatro meses após a cirurgia foi internada com diarréia, anasarca e descontrole pressórico. Evoluiu com anúria, hipervolemia, piora da funçao renal e hipercalemia com necessidade de uma sessao de hemodiálise. Realizada biópsia renal que também demonstrou GNDA. Na ocasiao, optado por manejo de volume e controle pressórico com recuperaçao da funçao renal. Discussao e Conclusoes: Concluímos que a GNDA é um evento raro em transplante renal e a sua evoluçao é imprevisível. No presente caso um paciente evoluiu com perda do enxerto e o outro com manutençao do mesmo. Ambos os casos tiveram início com diarréia e os agentes etiológicos nao foram identificados.

Palavras Chave: Glomerulonefrite difusa aguda, transplante renal, falência renal pós-transplante.


ID: 5799

Relato de caso: diagnostico de nefropatia por iga em paciente com litiase renal

Autores: Yokoyama S C, da Costa L A, Borges N C, Saldanha J, Gemente D V, Claudino A B, Martins E, Wallbach K K S, Neto C S

Instituiçoes: Casa de Saúde Santa Marcelina – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A nefropatia por IgA é uma doença renal primária e a mais comum das glomerulopatias do mundo e, assim como litíase renal, causa hematúria micro ou macroscópica. Dessa forma, a litíase renal pode ser um fator confundidor, dificultando o diagnóstico de nefropatia por IgA. Material e Método: Coleta de dados de paciente internada em enfermaria de Nefrologia do Hospital Santa Marcelina e revisao de artigos científicos nas bases de dados Scielo, Bireme, PubMed. Resultados: P.A., 34 anos, feminino, natural e procedente de Sao Paulo – SP, sem comorbidades, em acompanhamento no ambulatório de Urologia desde setembro de 2012, com diagnóstico de litíase renal, cistite de repetiçao e hematúria microscópica intermitente. Em julho de 2016, já com piora da funçao renal (Cr 1.36) submeteu-se a litotripsia extracorporea. Em outubro de 2016 apresentou síndrome edemigênica com piora da creatinina (1.51). Encaminhada a Nefrologia em abril/2017 mantendo hematúria, proteinúria 2,39 g/24h (2100 ml) e Cr 3.21. USG rins (17/04/17) sem litíase e com sinais de nefropatia a direita. Internada e realizada biópsia renal (Bx) que mostrou depósitos mesangiais de IgA e C3 e esclerose glomerular segmentar. Realizada pulsoterapia com metilprednisolona 1g/dia por 3 dias, seguido de prednisona 1mg/Kg/dia e medidas para nefroproteçao. Segue em acompanhamento ambulatorial com cr 2,75, estável. Discussao e Conclusoes: No caso descrito a hematúria inicial foi atribuída ao diagnóstico de litíase renal, sendo investigada outra patologia somente após a piora da funçao renal e proteinúria subnefrótica. A Bx foi de suma importância para o diagnóstico diferencial e tratamento adequado, uma vez que a corticoterapia e a nefroproteçao sao indicadas em casos de nefropatia por IgA com evoluçao desfavorável, como o exemplificado. Devido a alta prevalência de nefropatia por IgA no Brasil e no mundo, esta patologia deve ser considerada como diagnóstico diferencial de hematúria microscópica intermitente, possibilitando o diagnóstico precoce e diminuindo a taxa de progressao da lesao renal com medidas nefroprotetoras.

Palavras Chave: Nefropatia por IgA, Hematúria, Litíase Renal.


ID: 5954

Glomerulopatia esquistossomotica com depositos mesangiais de IGA, IGG e complemento

Autores: Oliveira Filho A M P D, Costa L B D, Luna L D S, Nogueira I S, Custódio M P, Pantoja B L B

Instituiçoes: UFC – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: A esquistossomose é uma doença ainda comum no Brasil, que apresenta uma gama de apresentaçoes, sendo o acometimento renal é uma forma rara. Material e Método: O seguinte relato tem como intuito apresentar um caso de glomerulopatia esquistossomótica em paciente previamente hígido que, em sua biopsia, revelou um padrao de lesao mesangial leve com depósitos de IgA, IgG e complemento. Resultados: Paciente, 34 anos, masculino, branco, previamente hígido, iniciou quadro de edema de membros inferiores e ascite há 6 meses. Realizou diversas paracenteses de alívio, sempre com recorrência do quadro. Passou a apresentar também urina espumosa e hipertensao arterial sistêmica. O exame físico mostrou: pressao arterial (PA) 190 x 130 mmHg, pulso 72 ppm, afebril, exame cardíaco sem alteraçoes, murmúrio vesicular universal diminuído em ambas as bases bilateralmente, sem ruídos adventícios, abdome globoso, sem sinais de circulaçao colateral, Piparote positivo, palpaçao de visceromegalias prejudicada pela ascite, manobra do rechaço positiva em loja esplênica e edema de membros inferiores (++/4+). Exames complementares: creatinina 1,1 mg/dL; Uréia 61 mg/dL; Potássio 4,4 mEq/L; sódio 138 mEq/L; exame de urina com proteínas ++++, leucócitos 3/campo, hemácias 100/campo; Proteinúria de 24 horas 10,5 g/24h;níveis séricos de complemento dentro da normalidade; Hb:10g/dl; leucócitos: 4910 (Seg: 71% – Linf: 19% – Eosin: 5% – Monoc:3%); plaquetas 116.000; Foram introduzidos captopril e furosemida para melhor controle da PA e da ascite, permitindo a realizaçao de biópsia renal, que evidenciou apresentou depósitos de IgA em mesângio, sendo mais intensos que imunoglobulina G (IgG), acompanhados de C1q e C3, com 4/13 glomérulos esclerosados, padrao de lesao renal de glomerulopatia mesangial leve com depósitos de IgA. Foi feito o parasitológico de fezes por método de Lutz, sendo visualizados ovos de S. Mansoni. Foram introduzidos bloqueadordos receptores de angiotensina II (BRA) e suspensos furosemida e captopril, obtendo melhor. Discussao e Conclusoes: Apesar de um acometimento raro em pacientes com esquistossomose (12,7%; Rodrigues et al.), devido à alta incidência dessa doença a nível nacional, a glomerulopatia esquistossomótica apresenta uma significante incidência. Ainda nao está completamente elucidado o papel da IgA na fisiopatogênese. Estudos comprovam que tratamento antiparasitário nao apresentam mudanças na progressao do quadro, mas obtém-se boa resposta com tratamento voltado para proteinúria, evitando progressao para esclerose renal.


ID: 5378

Glomerulonefrite crescêntica idiopática

Autores: Resende S M D S E S, De Resende T R, Omori E H, Junior E N A R, Santos F R L

Instituiçoes: Centro De Nefrologia Sul Mineiro – Extrema – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: Paciente, 68 anos, hipertensa procura nefrologista após hematúria macroscópica. Apresentava oligúria, anasarca, creatinina de 6,7, ureia de 193, K: 3,8, P: 6,6, Ca: 8,1, Hb: 10,6, Ht: 32,3%. Internada, início da pulso com metilprednisolona, hemodiálise e biópsia renal. Tomografia de tórax/abdomen total: normal. No 6º, após biópsia renal, hemoptise. Transferida para serviço com plasmaférese. Apresentou piora da hemoptise, velamento pulmonar bilateral e necessidade de ventilaçao mecânica. Iniciado a plasmaférese, porém com evoluçao para choque anafilático refratário ao tratamento, e óbito. Material e Método: CH 50: 278, C3: 168, C4:24, eletroforese de proteínas:ausência de pico monoclonal, citomegalo, toxo: neg; VDRL, HBSAG, ANTI HCV, ANTI HIV, P ANCA, C ANCA, ac antimembrana basal: neg; IgA sérica:normal, FAN:1:320,dismorfismo eritrocitário neg, pesquisa de BAAR neg, cistatina C: 4,4; albumina: 3,7g/dl. Resultados: Biópsia renal: glomerulonefrite proliferativa difusa com sinais de esclerose e crescentes fibrocelulares, atrofia tubular multifocal comcilindros hemáticos e fibrose intersticial moderada, nefrite túbulo-intersticial multifocal. A avaliaçao por imunocomplexos nao permitiu caracterizar lesao mediada por imunocomplexos ou anticorpos antimembrana basal em atividade (fotos 1 e 2). Discussao e Conclusoes: Glomerulonefrite crescêntica é classificada em doença de membrana basal antiglomerular, doença por deposiçao de imunocomplexos ou nefrite crescêntica pauci-imune. A glomerulonefrite crescêntica idiopática nao apresenta uma forma comum de apresentaçao das glomerulopatias, sendo muito rara. Compreende uma urgência diagnóstica e terapêutica. Neste caso, mesmo instituído a adequada terapêutica, a evoluçao do quadro fora catastrófica, com óbito no sétimo dia após o início da intervençao.

Palavras Chave: Glomerulonefrite.


ID: 5922

Relato de caso: granulomatose eosinofilica com poliangeite sem asma

Autores: Almeida T R D, Campos J B, Lima V M, Malheiros D M A C, Ferreira G F, Colares V S

Instituiçoes: Santa Casa de Juiz de Fora – Juiz de Fora – Minas Gerais – Brasil, Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Granulomatose Eosinofílica com Poliangeíte (GEP) é uma doença rara, bem menos comum que outras vasculites associadas ao ANCA. A incidência é de cerca de 2,4 casos/milhao/ano. Asma, eosinofilia e vasculite sistêmica sao as principais características. Material e Método: Análise do prontuário de um paciente diagnosticado com GEP, com apresentaçao incomum. Resultados: Homem, 19 anos, há 1 mês com poliartralgia de grandes articulaçoes e perda ponderal de 6kg. Há 1 semana com rash cutâneo difuso e petéquias coalescentes em MMII, evoluindo a lesoes violáceas pruriginosas, em alvo, algumas formando vesículas equimóticas. Há 1 dia com febre e úlceras orais. Previamente hígido, negava uso de drogas ilícitas ou medicaçoes. Negava asma. No 1º dia de internaçao hospitalar evoluiu com piora clínica, sangramento de mucosas e lesoes em MMSS e face. Os exames evidenciaram eosinofilia (4500/mm3), PCR 22 mg/dl e proteinúria 800mg/24h, sem hematúria. Vitamina B12, LDH, creatinina, C3 e C4 normais. FAN e sorologias de hepatites B, C e HIV negativas. Crioglobulinas negativas. Apresentou cANCA positivo (1:80). Rx de tórax e seios da face normais. No 4º dia apresentou dispnéia, dessaturaçao e febre. TC de tórax evidenciou lesoes em vidro fosco difusas, com árvore em brotamento bilateral. Biópsia (Bx) cutânea demonstrou vasculite leucocitoclástica, sendo iniciado pulsoterapia com metilprednisolona. No 6º dia foi realizado lavado broncoalveolar,semBxpordessaturaçaonoprocedimento. Foi realizada Bx renal no 7º dia devido hematúria (23mil) e proteinúria (990mg), com laudo de glomerulonefrite necrotizante com crescentes (GNC), pauci imune. O paciente apresentava 2/3 critérios de Lanham para GEP e 3/6 critérios pela American College of Rheumatology. Discussao e Conclusoes: A GEP se caracteriza por pelo menos 4 de 6 critérios da ACR: asma, eosinofilia (> 10% dos leucócitos globais), mono ou polineuropatia, infiltrados pulmonares migratórios, anormalidade do seio paranasal, eosinófilos extravasculares. Asma está presente em 98% dos casos e a eosinofilia é obrigatória para diagnóstico. Em 25% dos casos há acometimento renal e a GNC associada ao pANCA é o mais comum. Conclusao: A associaçao de eosinofilia e GEP é frequente, porém a idade do paciente, ausência asma e GNC com cANCA positivo tornam o caso incomum.

Palavras Chave: Vasculite; Síndrome de Churg-Strauss, Eosinofilia, Anticorpos Anticitoplasma de Neutrófilos.


ID: 5916

Avaliaçao da prevalencia de glomerulopatia lupica, em ambulatorio de doenças glomerulares de um centro terciario

Autores: Almeida T R D, Campos J B, Bonato F O B, Colares V S, Bastos M G

Instituiçoes: Universidade Federal De Juiz De Fora – Juiz De Fora – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune que se caracteriza pela produçao de autoanticorpos. O acometimento renal é comum e chega a ocorrer em 50% dos pacientes. Material e Método: Análise retrospectiva dos prontuários de pacientes com diagnóstico de Glomerulopatia Lúpica (GNL), atendidos no ambulatório de Glomerulopatias (GN) de um centro terciário, no período de Fevereiro de 2016 a Fevereiro de 2017. Resultados: Dos 177 pacientes com GN, 64 pacientes (40,2%) receberam diagnóstico de GN Secundárias. Destes, a GNL foi a mais prevalente, com 56,2%. A média de idade dos pacientes com GNL foi de 32,3 anos (± 12,4) e 77,8% eram do sexo feminino. A maioria foi encaminhado por Síndrome Nefrótica (SNo) 41,7%, seguidos de Proteinúria 22,2%, Síndrome Nefrótico-Nefrítica 16,7%, Hematúria 8,3%, Síndrome Nefrítica 5,6%, Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva 2,8% e Injúria Renal Aguda 2,8%. Ao diagnóstico as médias de Creatinina e Proteinúria foram, respectivamente, 1,4 mg/dL (± 1,3) e 3,1 g/24h (± 2,6), alcançando os valores máximos de 1,8 mg/dL (± 1,3) e 4,3 (± 2,8) durante o seguimento. As creatininas e proteinúrias finais foram: 1,1 mg/dL (± 0,4) e 0,5 g/24h (± 0,6). Em relaçao ao complemento sérico, os valores médios no início e no fim do seguimento foram, respectivamente, 89,6 (± 48,8) e 115,5 (± 37,6) para a fraçao C3 e, 23,7 (± 22,8) e 28,4 (± 16,6) para a fraçao C4. De acordo com a classificaçao da Nefrite Lúpica, 44,4% sao classe V, 38,9% classe IV, 13,9% classe III e 2,8% classe II. Discussao e Conclusoes: A GNL pode ser a manifestaçao inicial da doença mas, normalmente, aparece em um período de 6 meses a 3 anos após o diagnóstico do LES. É a principal causa das GN Secundárias e sua presença é um importante fator preditor de morbimortalidade nos pacientes diagnosticados com LES. Conclusao: Em nosso ambulatório a GNL foi a principal GN Secundária, com a SNo sendo a manifestaçao inicial do quadro renal. Houve boa resposta a terapêutica instituída. A Classe V foi a mais prevalente em nossa instituiçao.

Palavras Chave: Glomerulonefrite, Síndrome Nefrótica, Glomeruloesclerose Segmentar e Focal, Nefrite Lúpica, Glomerulonefrite Membranosa.


ID: 5918

Avaliaçao da prevalencia e das caracteristicas clinicas das doenças glomerulares em centro terciario

Autores: Almeida T R D, Campos J B, Colares V S, Bastos M G

Instituiçoes: Universidade Federal De Juiz De Fora – Juiz De Fora – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: As Glomerulopatias (GN) sao o terceiro motivo de doença renal crônica (DRC) terminal no Brasil. Os dados epidemiológicos sao importantes para estabelecer políticas de saúde. Material e Método: Análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório de GN de um centro terciário, no período de Fevereiro de 2016 a Fevereiro de 2017. Resultados: Foram atendidos 256 pacientes com diagnóstico de GN, sendo 56,25% do sexo feminino, com média de idade de 39 anos (± 16). A maioria foi encaminhado por Síndrome Nefrótica (SNo) 34,7%, seguidos de Hematúria (Hem) 26,9%, Proteinúria (Prot) 25%, Síndrome Nefrótico-Nefrítica 4,7%, Síndrome Nefrítica 2,7%, DRC 2,7%, GNomerulonefrite Rapidamente Progressiva 1,9% e Injúria Renal Aguda 1,1%. 177 pacientes (69,1%), tiveram indicaçao de biópsia (Bx) renal. Em 79 pacientes (30,8%) nao foi indicada Bx renal, destes 39,2% apresentavam Hem isolada, 34,1% Prot nao nefrótica e 24,0% Hem+Prot. Dos pacientes biopsiados, 59,7% dos pacientes sao GN Primárias e 40,2% GN Secundárias. A ordem de prevalência nas GN Primárias foi GN Membranosa 29,4%, Glomeruloesclerose Segmentar e Focal 26,3%, GN por IgA 22,1%, Lesao Mínima 17,9%, GN Crescêntica 3,1% e GN Membranoproliferativa 1,0%. Entre as secundárias, a GN Lúpica foi a principal com 56,2%, seguida das Vasculite (14%), Hepatite C (6,2%), HIV (3,1%) e 1,5% Hepatite B (1,5%). Discussao e Conclusoes: As GN possuem diversas formas de apresentaçoes e várias etiologias, sendo a Bx renal essencial para estabelecimento do diagnóstico, prognóstico e terapêutica. Conclusao: A principal indicaçao de Bx renal foi SNo e a maioria dos pacientes foram diagnosticados com GN Primárias. Entre as causas secundárias, o Lúpus Eritematoso Sistêmico foi a principal etiologia.

Palavras Chave: Glomerulonefrite, Síndrome Nefrótica, Glomeruloesclerose Segmentar e Focal, Nefrite Lúpica, Glomerulonefrite Membranosa.


ID: 5493

Prevalencia das glomerulopatias no hospital da irmandade da santa casa de misericordia de sao paulo: analise de 10 anos de biopsias renais

Autores: Freitas T M, Cardoso E V, Wansa G, Baston N, Rocha S P, Cassao B C, Souza J F, Catelani L G C, Malafonte P, Zen R D C, Miorim L A

Instituiçoes: Santa Casa De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As glomerulopatias sao classificadas em primárias: lesao histológica mínima (LHM), glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF), glomerulonefrite membranosa (GNM), glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) e nefropatia por IgA (NIgA). E as principais glomerulopatias secundárias sao: nefropatia diabética, nefrite lúpica (NL), amiloidose sistêmica e as glomerulonefrites secundárias a infecçoes por vírus B, C e HIV e a pós estreptocócica. Uma das indicaçoes clássicas de biópsia renal que foi utilizada nesse trabalho foi proteinúria > 1g/24h. O objetivo principal desse trabalho é analisar a freqüência das glomerulopatias do ambulatório de Nefrologia do Hospital da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo. Material e Método: Foram analisados, retrospectivamente, 375 prontuários médicos e laudos dos exames anatomopatológicos das biópsias renais realizadas pelo Departamento de Ciências Patológicas da Santa Casa de Sao Paulo durante o período de 2006 a 2016. Para caracterizar a populaçao estudada, foram coletados dados sobre o sexo, idade, data do diagnóstico, síndrome clínica como manifestaçao inicial e os resultados da microscopia óptica (MO)e imunofluorescência (IF) das biópsias renais. Resultados: Dos 375 prontuários de pacientes analisados, 224 (59,7%) pacientes foram submetidos à biopsia renal. Desses 224 pacientes, 196 (87,5%) apresentaram o diagnóstico de glomerulopatias. Desses 196 pacientes, 136 (69,4%) apresentaram o diagnóstico de glomerulopatia primária e 60 (30,6%) glomerulopatia secundária.A GESF foi a glomerulopatia mais prevalente no serviço com 23,5% dos casos, depois nefrite lúpica 19,9%, lesao histológica mínima 15,8%, GNM com 9,2%, GNMP e Vasculites ambas com 8,2%, Nefropatia por IgA 6,1%, glomerulonefriteproliferativa mesangial nao IgA 4,6%, outras (Glomerulonefrite Difusa Aguda e glomerulonefrite proliferativa segmentar e focal) 2%, nefropatia diabética 1,5%. Discussao e Conclusoes: Este estudo mostrou uma maior prevalência de glomerulopatias primárias, o que corresponde com a literatura. Das glomerulopatias primárias a GESF se destacou em primeiro lugar, seguida da lesao histológica mínima, GNM, GNMP, NIgA, GN mesangial nao IgA e outras glomerulopatias. Esse dado nao corresponde com registros de países europeus, onde a glomerulopatia primária mais freqüente é a Nefropatia da IgA, porém em relaçao ao registro realizado nos Estados Unidos, Uruguai e RPG, a GESF também foi a doença glomerular primária mais frequente, com 35%, 29,3% e 29,7% respectivamente.

Palavras Chave: Glomerulopatias, Gesf, prevalência.


ID: 5465

Podocitopatia como manifestaçao inicial da nefrite lupica: relato de um caso

Autores: Nakamura A M, Sarkis Lima S C, Andrade De Souza Carrijo K, Cerqueira Braga M, Caetano Rosa Neto F, Caires Campos R, Sousa Da Silva L C, De Souza Fontes T M

Instituiçoes: Universidade Católica De Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A podocitopatia lúpica (PL) caracteriza-se pela fusao dos processos podocitários na ausência de depósitos de imunocomplexos nas paredes dos capilares glomerulares, diferentemente do que ocorre na nefrite lúpica já classificada. É uma apresentaçao rara da nefrite lúpica, com incidência relatada em menos de 2%. Tal característica tem extrema importância na decisao terapêutica, visto que estes pacientes apresentam alta taxa de responsividade aos glicocorticoides, com média de remissao de 4 semanas. Entretanto, menos de 10% nao obtém resposta, sendo necessária a associaçao entre glicocorticoides e um imunossupressor adjuvante. Esse relato de caso tem como objetivo salientar a importância da podocitopatia lúpica como manifestaçao da nefrite lúpica. Material e Método: Revisao de prontuário eletrônico e revisao sistemática de podocitopatia lúpica nas bases de dados SciELO, PubMed e MEDLINE, entre os anos de 2014 e 2016. Resultados: TDCL, 23 anos, feminino, admitida no serviço de Nefrologia do Hospital com diarreia, edema em membros inferiores, dispneia aos esforços, ortopnéia e espumúria. Exames compatíveis com síndrome nefrótica, hematúria microscópica, hipocomplementemia na ausência de hipertensao. Confirmado diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e submetida à biópsia renal que evidenciou: expansao mesangial, pequeno aumento de celularidade própria e podócitos com alteraçoes degenerativas. Ausência de imunocomplexos, sugerindo-se podocitopatia lúpica. Discussao e Conclusoes: A paciente apresentou quadro inicial de LES com síndrome nefrótica e biópsia renal compatível com podocitopatia lúpica. No caso em questao, nao houve resposta ao glicocorticoide, sendo necessário associaçao com ciclosporina e entao, remissao completa da proteinúria. Tem sido proposto uma lista de critérios para diagnosticar a PL, sugerindo a revisao da classificaçao ISN/RPS da Nefrite lúpica para incluir a podocitopatia como entidade distinta. O mecanismo imunológico ainda nao foi totalmente estudado, mas as anormalidades das células T parece ser o mecanismo patogênico comum em todas as formas de manifestaçao (GLM, GESF, Podocitopatia). Os dados a respeito sao bastante limitados e boa parte advindos de estudos observacionais. Tanto nefrologistas como nefropatologistas devem estar cientes desta entidade como causa de síndrome nefrótica em pacientes com LES.

Palavras Chave: Lupus Nephritis, Lupus Podocytopathy, Podocytopathy.


ID: 5809

Eventos tromboticos na sindrome nefrotica – relato de quatro casos

Autores: Bastos A P J, De Oliveira F S, Leao F V F, Andrade M C, Ueahara F A B, Cancado M A D P

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Eventos tromboembólicos acometem 3% dos pacientes com síndrome nefrótica (SN). A patogênese é multifatorial, incluindo a perda de fatores de coagulaçao, aumento de proteínas procoagulantes e da ativaçao plaquetária. Material e Método: Avaliaçao de quatro pacientes com SN apresentando evento tromboembólico. Resultados: Caso 1: Masculino, 9 anos, portador de SN há 1 mês, em uso de corticoide com dor em membro superior esquerdo e descompensaçao. A ultrassonagrafia com doppler, trombose venosa de basílica esquerda. Anticoagulaçao com enoxaparina e posteriormente, varfarina. Caso 2: Masculino, 5 anos, primodescompensaçao de SN há 3 anos, em uso de corticoide por descompensaçao após quadro viral. Quadro de dispneia e queda de saturaçao. Angiotomografia de tórax revelou trombo em artéria pulmonar (ramo principal à esquerda) e ramos lobares à direita. Iniciada heparina nao-fracionada. Houve piora clínica com presença de trombo em átrio direito, realizou alteplase. Pesquisa para trombofilia negativa. Alta com enoxaparina. Caso 3: Masculino, 9 anos, diagnosticado com SN aos 4 anos, em corticoterapia, com cefaleia intensa, na ressonância nuclear magnética com trombose de seio sagital e transverso. Terapia com ácido acetilsalicílico e exames de imagem seguintes demonstraram recanalizaçao da circulaçao local. Caso 4: Feminino, 5 anos, primodescompensaçao de SN aos 4 anos, recidivante frequente, em uso de corticoterapia. Durante infecçao por H1N1, em ventilaçao mecânica com piora da funçao renal, necessitou de diálise peritoneal por curto período. Evoluiu com trombose de veia femoral após passagem de cateter venoso central. Anticoagulaçao com heparina nao fraciona, suspensa após episódio de pneumotórax. Alta com varfarina. Discussao e Conclusoes: Crianças com SN apresentam um estado de hipercoagulabilidade que, associado a fatores de risco favorecem o desenvolvimento de eventos tromboembólicos. A incidência dessas complicaçoes varia entre 2 e 3%, em geral nos primeiros 2 a 3 meses após o diagnóstico. Os sítios comuns de trombose venosa sao renais, profundas das pernas e cava inferior, como demonstrado no caso 5 e em contraponto ao caso 1. Já para trombose arterial, a pulmonar é a mais acometida, como visto no 2 caso. Além disso, neste caso a dissociaçao clinico-radiológica observada também vai de encontro com a literatura que revela que a maioria dos casos de tromboembolismo pulmonar sao assintomáticos, detectados apenas por cintilografia. No sistema nervoso, o seio sagital é o mais acometido, como demonstrado no caso 4.

Palavras Chave: síndrome nefrótica, trombose, nefrologia pediátrica.


ID: 5717

Uso de ciclosporina na sindrome nefrotica em crianças: avaliaçao da resposta terapeutica

Autores: Chow CY Z, Rocha R F, Correa R S, Castillo M U, Giorjao A M, Leao F V F, Andrade M C, Cançado M A P

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A síndrome nefrótica idiopática (SN) é uma das glomerulopatias mais freqüentes na faixa etária pediátrica e em 10 a 20% dos casos a doença nao responde ao tratamento com corticoterapia. Os corticorresistentes (CR) apresentam risco aumentado de complicaçoes e evoluçao para doença renal crônica terminal. Outros imunossupressores vem sendo estudados para induçao da remissao e a ciclosporina tem apresentado boa resposta (55-70%) em diversos estudos. O objetivo do estudo foi avaliar a resposta clínica e laboratorial do uso da ciclosporina (CsA) em pacientes portadores de SN nao responsivos ao uso de corticoterapia Material e Método: Estudo observacional, onde foram avaliados 23 pacientes portadores de SN acompanhados regularmente no ambulatório de Nefrologia Pediátrica. Todos os pacientes foram tratados com prednisona e posteriormente fizeram uso de CsA por intervalo mínimo de 12 meses, com média de 13,4 meses. Foram excluídos 3 pacientes por nao preencherem os critérios do estudo. Resultados: Dos 20 pacientes avaliados, a média de idade encontrada na primeira descompensaçao foi de 4 anos e 6 meses, variando de 1 ano e meio a 14 anos. Os pacientes foram classificados conforme resposta a corticoterapia: 1 recidivante frequente (RF) e 19 CR. A biopsia renal foi realizada em 19 pacientes, nos quais 10 (52,63%) apresentaram lesao glomerular mínima, 6 (31,57%) glomeruloesclerose segmentar e focal, e 3 (15,8%) proliferaçao mesangial difusa. Durante o segmento, a remissao total ocorreu em 25% dos pacientes, 40 % em remissao parcial e 35 % sem resposta terapêutica. Entre os CR, 63% dos pacientes apresentaram resposta clínica satisfatória. Discussao e Conclusoes: Ciclosporina como terapia imunossupressora em pacientes portadores de Síndrome Nefrótica, seja RF ou CR, mostrou efeitos benéficos à remissao da doença, com reduçao significativa da proteinúria nefrótica e resposta clínica satisfatória.

Palavras Chave: Síndrome Nefrótica, pediatria, ciclosporina, prednisona, remissao.


ID: 5432

Glomerulopatia por lipoproteinas: relato de caso

Autores: Ahn G J O, Moyses Neto M, Antonio Neto O M, Costa R S, Antonio S R

Instituiçoes: Faculdade De Medicina De Ribeirao Preto (FMRP-USP), Divisao De Nefrologia – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil, FMRP-USP, Departamento De Patologia – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil, Serviço De Nefrologia De Ribeirao Preto (SENERP) – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A glomerulopatia por lipoproteínas é uma doença rara com predomínio na populaçao asiática, caracterizada pelo acúmulo intraluminal de lipoproteínas nos glomérulos. Material e Método: Relatar um caso de Glomerulopatia por lipoproteinemia como causa de doença renal crônica terminal. Resultados: Masculino, branco, 34 anos, foi avaliado por hipertensao arterial e disfunçao renal. Referia edema em membros inferiores há três anos de caráter intermitente. Negava doenças prévias, porém de antecedentes familiares referiu tia, primo e irma com nefropatia. Ao exame físico PA: 160 x 90 mmHg, sem edema. Os exames laboratoriais mostraram: Hb: 6,2 g/dL, Ht: 18%, ureia: 212 mg/dL, creatinina: 10,7mg/dL, colesterol total: 155 mg/dL, HDL: 22 mg/dL, LDL: 79 mg/dL, triglicérides: 277 mg/dL, proteinúria: 2,7 g/24h, albumina sérica: 3,1 g/dL, FAN e Anca: negativos, sorologias para HIV e hepatites nao reagentes. Ultrassom de rins e vias urinárias mostrou rins com discreta reduçao das dimensoes. O paciente foi submetido à biópsia renal que revelou: 16 glomérulos em condiçoes de estudo, 14 dos quais globalmente esclerosados; os 2 restantes mostram células endoteliais expandidas de volume obstruindo os lumens capilares, e citoplasma com aspecto espumoso. Esses 2 glomérulos apresentavam também expansoes mesangiais segmentares com células e matriz. Fibrose intersticial e atrofia tubular difusas muito acentuadas e arteriosclerose hialina e hiperplástica. Coloraçao por Sudan mostrou-se positivo em células endoteliais. Na microscopia por imunofluorescência havia 8 glomérulos em condiçoes de estudo, mostrando C3 positivo forte (+++) em glomérulos com lesao segmentar e globalmente esclerosados. IgM idem C3 moderado (++). Diagnóstico: nefropatia crônica avançada secundária à glomerulopatia por deposiçao de lipídeos, forma histológica segmentar e focal. Paciente foi acompanhado em tratamento conservador durante 2 meses e após esse período foi encaminhado para terapia renal substitutiva. Discussao e Conclusoes: A glomerulopatia por lipoproteína é uma entidade rara, embora mais comum em asiáticos, pode também se manifestar na populaçao caucasiana. Muitas vezes é assintomática e metade dos pacientes desenvolve doença renal crônica terminal. Ainda faltam estudos para estabelecer um tratamento específico, bem como a sua fisiopatologia.

Palavras Chave: glomerulopatia, glomerulopatia por hiperlipoproteinemia, doença renal terminal.


ID: 5702

Glomerulonefrites proliferativa com crescentes: seguimento no longo prazo

Autores: Macedo L A, Santos Neto C O, Kirsztajn, G M

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Glomerulonefrite (GN) Crescêntica é uma forma grave de lesao renal. Corresponde a cerca de 2 a 5% das GN submetidas à biópsia renal, associando-se em 70% dos casos a GN Rapidamente Progressiva (GNRP). Material e Método: Estudo observacional retrospectivo analítico realizado através de levantamento de dados de prontuários de pacientes submetidos à biópsia renal com achado histopatológico compatível com glomerulonefrites proliferativa com crescentes entre os anos de 1997 e 2016, acompanhados no Ambulatório de Nefrites da UNIFESP. Critério de inclusao: Diagnóstico histopatológico compatível com glomerulonefrites proliferativa com crescentes: Critério de exclusao:Ausência de imunofluorescência. Objetivo primário:estabelecer a sobrevida renal. Objetivos Secundários: Determinar as características clínicas, laboratoriais e histopatológicas na apresentaçao e evoluçao da doença ao longo do seguimento; avaliar a influência dessas características na sobrevida renal. Resultados: A presente coorte consistiu de 29 pacientes, sendo 67% do sexo feminino.Lúpus eritematoso sistêmico (LES) e glomerulonefrite (GN) pauci – imune foram as etiologias mais comuns. A média de idade foi de 39 anos, predominando a GN pauci-imune entre os mais velhos. A média de acompanhamento ambulatorial foi de 51 meses. No início do acompanhamento, a creatinina(Cr) sérica média foi de 4,32mg/dl, sendo maior no grupo das GN pauci-imunes (5,81mg/dl). A média de proteinúria ao diagnóstico foi de 3,71g/24h. Doze pacientes (41%) precisaram de hemodiálise ao diagnóstico e 48%, em algum momento do acompanhamento; 25% permaneceram dependentes de hemodiálise. A média da Cr ao fim do primeiro, terceiro e quinto anos após o diagnóstico foi de 1,86, 1,18 e 1,17mg/dl, respectivamente. A média de glomérulos por amostra e de crescentes por biópsia foi de 13 e 7, respectivamente. Glomérulos globalmente esclerosados nao foram um achado comum. A maior quantidade de crescentes por amostra de tecido renal foi encontrada nos pacientes com LES e nas GN pauci-imunes. Após tratamento imunossupressor de induçao e manutençao, a média da Cr final foi de 2,66mg/dl, sendo os maiores valores encontrados no grupo dos pacientes com GN pauci-imune (Cr final de 3,51 mg/dl). Discussao e Conclusoes: Melhora da funçao renal ao final do acompanhamento ou independência de diálise ocorreram na maioria dos casos, porém foi possível observar que as vasculites pauci-imunes tiveram maior impacto na sobrevida renal, reduzindo-a mais que outras causas de GN a despeito do tratamento imunossupressor.

Palavras Chave: Gglomerulonefrite proliferativa, Crescentes, Glomerulonefrite rapidamente progressiva.


ID: 5508

Nefropatia

Autores: Baston N, Lima M R, Zen R C, Wanssa G, Rocha S P L, Cassao B, Pereira Neta E V C, Luders L E, Malafronte P, Miorin L A

Instituiçoes: Irmandade Santa Casa De Misericordia De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A nefropatia full-house pode ser encontrada em casos de endocardite, infecçao por hiv, hepatite c, shunt porto-sistêmico e em glomerulonefrite pós-streptocócica. No entanto uma variante tem sido descrita, as vezes chamada de nefrite lúpica soronegativa, termo usado para descrever pacientes com histologia renal típica, porém sem evidência clínica ou sorológica de les. Material e Método: As informaçoes contidas nesse trabalho foram obtidas por meio de revisao de prontuário e revisao literatura. Resultados: Paciente mms, feminino, 30 anos, com antecedente de aborto espontâneo e diagnóstico de doença de kikuchi-fujimoto em 2009.procurou o pronto socorro da iscmsp em 08/2016 com queixa de edema generalizado, com ganho ponderal de 14kg, dor importante em flanco esquerdo e urina espumosa há aproximadamente 3 semanas, sem melhora após o uso de prednisona e furosemida prescrito em outro serviço. ao exame físico inicial encontrava-se normotensa, taquipnéica, anasarcada e com edema 3+/4+ simétrico de mmii. exames laboratoriais:hb 14, hto 41,9, leuco 8.200, plaq 326.000, pcr 15, creatinina 0,8, uréia 43,k 4,2, albumina 1,4, triglicérides 245,colesterol total 428, c3 78, c4 22. testes sorológicos para les negativos, sorologias para hepatite b, c, hiv, vdrl negativas, ptu24h 12,3g, ui proteínas 3+/4+. a usg de rins e vias urinárias evidenciou trombose parcial de veias renais. a angiotc tórax identificou um tromboembolismo pulmonar. biópsia renal evidenciou por mo glomerulonefrite membranosa grau ii.à if evidenciou depósitos granulares regulares na forma e tamanho, desenhando as paredes capilares glomerulares que fixaram iga +/3+, igm 2+/3+, igg 2+/3+, c1q +/3+, c4 +/3+ e c3 3+/3+. Iniciado tratamento com prednisona 1mg/kg/dia, associado ieca e anticoagulaçao plena, devido os eventos trombóticos diagnosticados. paciente evoluiu com melhora significativa do edema, porém mantendo a proteinúria de 24h em níveis nefróticos. realizado desmame da prednisona e iniciado ciclosporina, evoluindo com melhora significativa da proteinúria para níveis nao nefróticos e normalizaçao da albumina sérica. Discussao e Conclusoes: Estudos tem mostrado que a nefropatia full-house pode ou nao preceder o desenvolvimento do les em pacientes com caracterísitcas clínicas e sorológicas negativas. o tratamento e prognóstico desta glomerulonefrite permanece obscuro embora dados de pesquisas evidenciam mau prognóstico.

Palavras Chave: Nefropatia full-house, glomerulonefrite membranosa, imunofluorescencia full-house, lupus like.


ID: 5590

Consumo de C3 como possivel marcador de pior apresentaçao clinica e desfecho renal em pacientes com amiloidose renal

Autores: Neves P D M M, Reichert B V, Jorge L B, Dias C B, Yu L, Woronik V

Instituiçoes: Hospital Das Clínicas Da Faculdade De Medicina Da USP-SP/HC-FMUSP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O sistema complemento possui papel importante na gênese de diferentes glomerulopatias. Recentemente, observamos que alguns pacientes com diagnóstico de amiloidose renal (AR) apresentam consumo de C3. Ao nosso conhecimento, nenhum estudo até entao avaliou especificamente os níveis de complemento em pacientes com amiloidose. O objetivo desse estudo foi realizar a descriçao clinico-histológica de pacientes com AR e avaliar o impacto do consumo de C3 na apresentaçao clínica e prognóstico renal. Material e Método: Análise retrospectiva de dados clínicos, biópsia renal e evoluçao de pacientes com AR do HC-FMUSP de 1999-2016. Os pacientes que apresentaram valores diminuídos de C3 (LC3) foram definidos por C3 < 90mg/dL. Resultados: Casuística com 38 pacientes, sendo destes 9 (24%) com LC3 e 29 (76%) sem consumo de C3 (NC3). No grupo de pacientes com LC3 os subtipos de amiloidose foram: AL em 67%, AA (secundária a hepatite B) em 11%, familiar em 11% e nao classificadas em 11%. No grupo NC3 os subtipos de amiloidose foram: AL em 69%, AA em 7%, familiar em 7% e nao classificadas em 17%. Os pacientes LC3 comparados aos NC3 apresentaram-se clinicamente com pior funçao renal – Cr (mg/dl) (4.1 ± 2.9 vs. 1.6 ± 0.7, p = 0,008) e CKD-EPI (28 ± 34 vs. 68 ± 35, p = 0,007), menores proteinúria (g/dia) (5.5 ± 2.3 vs. 8.9 ± 5.2, p = 0,04), níveis médios de C3(mg/dl) (62 ± 14 vs. 144 ± 57, p = 0,0001) e Hemoglobina (g/dl) (10.4 ± 0.5 vs. 12.6 ± 2.3, p = 0,004). O consumo C3 relacionou-se a maior prevalência de deposiçao mesangial de C3 à biópsia renal (75% vs. 25%, p < 0,05). O follow-up foi menos no grupo LC3 (0.6 ± 0.9 vs. 2.3 ± 2.4, p = 0,02) onde houve maior incidência de doença renal terminal (DRCT) (67% vs. 25%, p < 0,05). Discussao e Conclusoes: Interessantemente, o grupo de pacientes com LC3 apresentou-se clinicamente com menor CKD-EPI e Hemoglobina além de maior porcentagem de biópsias renas com deposiçao mesangial de C3, sugerindo manifestaçao mais grave da doença nesse grupo de pacientes. A evoluçao renal também foi pior, com maior proporçao de pacientes que evoluíram para DRCT no tempo de follow-up estudado. Em nosso estudo a presença de LC3 em pacientes com amiloidose foi associada a apresentaçao clínica mais grave e pior prognóstico renal. Mais estudos sao necessários para avaliar o papel do sistema complemento na AR.

Palavras Chave: Amiloidose Renal, Sistema Complemento.


ID: 5515

Produto da microbiota intestinal, butirato previne dano aos podocitos via mecanismos epigeneticos e dependentes de GPCRS

Autores: Felizardo R J F, Pereira R L, De Almeida D C, Watanabe I K M, Doimo NT S, Cenedeza M A, Hiyane M I, Silva R C, Parmigiani R B, Andrade-Oliveira V, Mariño E, Mackay C R, Camara N O S

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Os recentes estudos do eixo rim-intestino tem evidenciado uma relaçao até entao negligenciada por anos. A microbiota intestinal é constituída por uma vasta gama de bactérias que geram diversos produtos como ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Os AGCCs tem mostrado um importante papel anti-inflamatório no intestino e em órgaos extra intestinais como os rins. O butirato, especificamente, é um AGCC com notável capacidade de promover alteraçoes epigenéticas por meio da inibiçao da atividade de histonas deacetilases e regulaçao da transcriçao gênica, assim como se ligar a receptores acoplados a proteína G (GPR) 109a e GPR43. Embora a literatura forneça informaçoes sobre o papel anti-inflamatório dos AGCC no desenvolvimento de doenças renais, os estudos sobre a açao dos AGCC especificamente nas células glomerulares permanecem inexplorados. Nesse trabalho, estudamos os efeitos do butirato durante o desenvolvimento e a progressao da nefropatia experimental induzida pela doxorubicina, avaliando o potencial regulador epigenético do butirato e a paralela contribuiçao da ativaçao dos GPR109a e GPR43 nos podócitos. Material e Método: Camundongos selvagens Balb/c, GPR109a-/- e GPR43-/- foram induzidos a desenvolver glomerulopatia por meio da doxorubicina e tratados com butirato. Resultados: Animais selvagens tratados com butirato apresentaram melhora da funçao renal associada à preservaçao da camada de podócitos na membrana basal glomerular e diminuiçao de marcadores pró-inflamatórios e pró-fibróticos nos rins. Especificamente, o butirato modulou da expressao de enzimas envolvidas em modificaçoes epigenéticas nos rins e alterou a frequência de modificaçoes em histonas (H3K9Ac, H3K4me3 e H3K9me3) envolvidas na ativaçao ou repressao transcricional na regiao promotora dos genes que codificam sinaptopodina, podocina e NEPH-1 nos podócitos. Paralelamente, o tratamento com butirato nao mostrou recuperaçao da funçao renal em animais deficientes dos receptores de butirato, GPR109a-/- e GPR43-/-. A ativaçao desses receptores foi associada à modulaçao da atividade de GTPases como RAC1 e CDC42 e à manutençao da organizaçao dos filamentos de actina dos pedicelos nos podócitos in vitro. Discussao e Conclusoes: Nossos resultados reforçam os indícios da interaçao intestino-rim na progressao de doenças renais e evidenciam um potencial papel do butirato em promover a proteçao aos podócitos e a manutençao da funçao renal.

Palavras Chave: Glomerulopatias, Podócitos, Acidos graxos de cadeia curta, Doença renal Crônica, GPR109a, GPR43, Histona deacetilase, Epigenética.


ID: 5826

Perfil epidemiologico e clinico em crianças e adolescentes com glomerulonefrite difusa aguda

Autores: Rocha R F, Bernardes C M M, Cândido F R S, Figueiredo D C, Leao F V F, Andrade M C, Cançado M A P

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) caracteriza-se pelo processo inflamatório de origem imunológica que acomete os glomérulos renais. Pode ser causada por vários agentes infecciosos, sendo o mais comum, o estreptococo do grupo A. A incidência da GNDA diminuiu significativamente no mundo, provavelmente como resultado de um acesso mais fácil e precoce a cuidados médicos, porém permanece como um problema de saúde pública em países subdesenvolvidos. Predomina em crianças com idade entre 3 e 12 anos. A apresentaçao clínica típica caracteriza-se por hematúria, edema, hipertensao e oligúria. As complicaçoes da GNDA, como encefalopatia hipertensiva e glomerulonefrite rapidamente progressiva, ocorrem na minoria dos casos. O objetivo deste trabalho foi descrever as características epidemiológicas e clínicas da GNDA em uma coorte de crianças e adolescentes. Material e Método: Estudo realizado através da análise de prontuários de pacientes com diagnóstico clínico de GNDA, acompanhados no ambulatório de nefrologia pediátrica. Resultados: Do total de 15 pacientes, 53% sao do sexo feminino e 40% apresentaram a tríade hipertensao, edema e hematúria no início do quadro. Nao houve registro do isolamento do agente etiológico. O quadro clínico foi subsequente a uma infecçao de vias aéreas superiores (IVAS) em 33,4% dos casos, infecçao de pele em 33,4% e ausência de infecçao prévia em 33,3%. A média de acompanhamento dos pacientes foi de 9 anos, nesse período, nao foi observada piora da funçao renal ou outras complicaçoes tardias da GNDA. Discussao e Conclusoes: A GNDA continua a ser uma das principais causas de doença glomerular aguda em crianças de todo o mundo. O presente estudo mostrou o predomínio do sexo feminino, em discordância com a literatura, na qual predomina o sexo masculino. Ao contrário de outros estudos, nesta análise nao houve predominância das IVAS prévias ao quadro de GNDA. Os pacientes com GNDA podem evoluir com complicaçoes tardias, as quais nao foram observadas nessa amostra. Conclusao: O prognóstico imediato da GNDA é excelente em crianças e o desenvolvimento de doença renal terminal é raro nessa faixa etária, entretanto o acompanhamento é necessário, já que podem ocorrer complicaçoes a longo prazo.

Palavras Chave: Glomerulonefrite Difusa Aguda, crianças, hematúria, prognóstico.


ID: 5957

Prevalencia de glomerulopatia secundaria a lesao histologica minima no serviço de nefrologia da Santa Casa de Sao Paulo no periodo 1979 a 2017

Autores: Rocha S, Wanssa G, Zen R, Freitas T, Baston N, Cassao B, Miorin L, Malafronte P, Neta E

Instituiçoes: Santa Casa De Misericórdia Sao Paulo – SP – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Doença por Lesao Histológica Mínima é a causa mais comum de síndrome nefrótica em crianças, sendo responsável por 90% dos casos. Em adultos, essa prevalência é variável. A doença é considerada uma podocitipatia e seu diagnóstico se inicia com o quadro clínico, sendo confirmado através de biópsia renal, cujos achados histopatológicos se caracterizam por microscopia ótica dentro da normalidade ou próxima da normalidade e microscopia eletrônica evidenciando a fusao dos podocitos. Por ser uma doença de diagnóstico muitas vezes clínico e com resposta ao tratamento variável, considerou-se relevante a análise de suas características no serviço de nefrologia da Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo. Material e Método: Foram analisados retrospectivamente todos os prontuários do ambulatório de Glomerulopatias da Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo no período de 1979 até fevereiro de 2017 sendo consideradas características como sexo, idade ao diagnóstico, quadro clínico inicial, tratamento realizado, quantidade de glomérulos analisados histopatologicamente, quantidade de biópsias realizadas em um mesmo paciente e evoluçao até o momento atual. Resultados: Dos 879 prontuários analisados, 101 correspondiam a prontuários de pacientes com o diagnóstico de Lesao Histológica Mínima. Desses pacientes, 48 eram do sexo feminino e 53 do sexo masculino. A idade ao diagnóstico variou de 1 a 77 anos. A grande maioria dos pacientes iniciou o quadro com síndrome nefrótica sendo que 34 perderam o segmento logo após o diagnóstico. 11 pacientes realizaram outra biópsia após o diagnóstico e 1 deles apresentava características histopatológicas de GESF. Nao foram encontrados dados sobre óbito em nenhum prontuário.Discussao e Conclusoes: A prevalência encontrada de pacientes com diagnóstico de Lesao Histológica Mínima no serviço foi de 11,49%. A grande maioria apresentava síndrome nefrótica como manifestaçao inicial da doença sendo compatível com os dados da literatura. A evoluçao dos pacientes foi favorável, porém a análise foi prejudicada pelo elevado número de pacientes que perderam o seguimento.

Palavras Chave: Lesao Histológica Mínima, glomerulopatia, síndrome nefrótica.


ID: 5863

Relato de caso: glomerulonefrite por lesao minima corticorresistente, com ira prolongada

Autores: Almeida T R D, Campos J B, Rodrigues T C G F, Lima K AT D, Carminatti M, Araújo S D A, Ferreira G F, Colares V S

Instituiçoes: Santa Casa De Misericórdia De Juiz De Fora – Juiz De Fora – Minas Gerais – Brasil, Universidade Federal De Juiz De Fora – Juiz De Fora – Minas Gerais – Brasil, Universidade Federal De Ouro Preto – Ouro Preto – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: A Glomerulopatia por Lesoes Mínimas (GLM) é das principais causas glomerulopatias, sendo responsável por cerca de 20% das causas de Síndrome Nefrótica (SNo) em adultos. Na Biópsia (Bx) renal só há alteraçoes na microscopia eletrônica (ME), a qual exibe o apagamento dos processos podocitários. Material e Método: Análise do prontuário de um paciente diagnosticado com GLM, de evoluçao incomum e difícil resposta ao tratamento. Resultados: Homem, 32 anos, encaminhado por SNo há 2 meses, com Bx renal mostrando GLM (IF negativa) e sem resposta após 10 semanas de Prednisona (PRED) 1mg/kg/dia. A admissao, apresentava, anasarca, proteinúria de 18,5g/24h, creatinina (Cr) de 2,0mg/dL e albumina (L) de 1,4g/dL. Sorologias para HIV, hepatites, VDRL, LES e complementos normais. Apresentou pico monoclonal IgG/Kappa na imunofixaçao sérica, com biópsia de medula óssea normal. Em 14 dias obteve melhora clínica, tendo necessitado do uso de furosemida EV em BIC, Albumina Humana (AH) e PRED. Alta com melhora da anasarca, TGF estimado de 31ml/min. Após 01 mês foi reinternado com piora da funçao renal (Cr=3,0mg/dL) e lesoes equimóticas em abdome e tronco. Repetida Bx renal, com ME, confirmando GLM, com fusao de mais de 90% de pedicelos, sendo descartada amiloidose. Foi considerado corticorresistente após 16 semanas de PRED. Nao houve melhora clínica após 45 dias de Furosemida em altas doses e AH, sendo iniciada ultrafiltraçao (UF) diária e Ciclosporina (CsA) (200mg/dia). Após 15 dias em UF diária houve melhora da anasarca, com perda de 18 kg. Recebeu alta em hemodiálise (HD) 3x/semana. Após 6 meses em diálise e uso de CsA, alcançou-se Cr de 2,6mg/dl, proteinúria de 2,03g/dl e albumina de 3,1mg/dl. Após 27 semanas, foi suspensa HD. Atualmente está em uso CsA (150mg/dia), com Cr de 1,6mg/dL e proteinúria de 2,0 g/24h. Discussao e Conclusoes: É preciso diferenciar as glomerulonefrites secundárias, das primárias, sendo que a amiloidose pode ser causa de GLM em cerca de 1% dos casos. A IRA é a etiologia mais comum de disfunçao renal ao diagnóstico, ocorrendo em 18-25% dos casos, sendo estes propensos a menor resposta aos corticoides e maior progressao à DRC. Nos pacientes corticorresistentes é necessário agentes de segunda linha como ciclosporina ou ciclofosfamida, com taxas de resposta de 50%. A presença de IRA em GLM pode chegar a 25%, porém a necessidade de diálise é ainda mais infrequente (4%) com recuperaçao acontecendo mais precocemente do que a vista no caso.

Palavras Chave: Glomerulonefrite, Síndrome Nefrótica, Nefrose lipoide, Proteinúria, Insuficiência Renal.


ID: 5929

Desfecho renal das vasculites diagnosticadas em dois centros terciarios

Autores: Almeida T R D, Campos J B, Bonato F O B, Ferreira G F, Colares V S

Instituiçoes: Santa Casa De Misericórdia De Juiz De Fora – Juiz De Fora – Minas Gerais – Brasil, Universidade Federal De Juiz De Fora – Juiz De Fora – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: Vasculites sao patologias infrequentes, caracterizadas por processos inflamatórios, com lesao e necrose da parede dos vasos sanguíneos, assumindo diferentes formas e manifestaçoes. Material e Método: Estudo retrospectivo transversal dos prontuários dos pacientes com diagnóstico confirmado de vasculite, atendidos em dois centros terciários, no período de março de 2014 a março de 2017. Resultados: Nove pacientes receberam o diagnóstico de vasculite, sendo 55,5% do sexo masculino, com idade média de 54,3 anos (± 15,87). Destes, 1 (11,1%) foi diagnosticado com Granulomatose Eosinofílica com Poliangeíte e 8 (88,9%) com Granulomatose com Poliangeíte. Quanto às manifestaçoes clínicas, 100% dos pacientes apresentaram acometimento constitucional, 66,7% pulmonar, 44,4% otorrinolaringológico, 33,3% polineuropatia, 11,1% cutâneo. Apenas 1 paciente nao apresentou injúria renal aguda ao diagnóstico. O ANCA foi positivo em 55,6% dos pacientes, sendo 33,3% cANCA e 22,2% pANCA. No diagnóstico os exames iniciais eram: Cr 4,16 mg/dL (±3,70), proteinúria (Ptn) 2,05 mg/dia (± 1,99), PCR de 28,98 mg/L (± 21,80). Ao final do seguimento os valores finais foram: Cr 2,62 mg/dl (DP ± 1,26), Ptn 1,36 mg/dia (DP ± 1,92) e PCR 6,62 mg/L (DP ± 10,13). 44% dos pacientes evoluíram com Doença Renal Crônica (DRC) dialítica. Discussao e Conclusoes: Vasculites sao doenças de difícil diagnóstico, devido ao seu quadro clínico inespecífico. Pacientes com perda da funçao renal, hematúria e proteinúria nao nefrótica associados a sintomas sistêmicos devem ser investigados. Mesmo com o diagnóstico precoce a doença apresenta elevada morbidade com 44% necessitando de TRS na alta. Conclusao: Vasculites sao doenças de alta morbidade, com elevada incidência de DRC terminal.

Palavras Chave: Vasculite, Síndrome de Churg-Strauss, Granulomatose com Poliangiíte, Anticorpos Anticitoplasma de Neutrófilos.


Hipertensao Arterial

ID: 5797

Hipertensao maligna apresentando-se como sindrome pulmao rim em usuario de cocaina – relato de caso

Autores: Yokoyama S C, Borges N C, Wallbach K K S, Neto C S, Gemente D V, Claudino A B, Pacheco N M D S, Pacheco N M D S, Da Costa L A

Instituiçoes: Casa De Saúde Santa Marcelina – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hipertensao arterial maligna (HM) decorre da elevaçao acentuada e aguda da pressao arterial determinando sofrimento vascular sistêmico. Apesar do abuso de cocaína poder estar associado a hipertensao arterial, a HM é incomum. Da mesma forma, a associaçao de Síndrome Pulmao-Rim (SPR) com HM é rara, tornando-se um importante diagnóstico diferencial. Material e Método: Relato de caso e revisao de artigos científicos nas bases de dados Scielo, Bireme e PubMed. Resultados: D.E.O, 35 anos, masculino, natural de Sao Paulo-SP, operador de máquina de corte, Usuário de cocaína há 10 anos, abstêmico há 4 meses e tabagista ativo. Apresentando história de dor precordial e dispneia há 2 meses. Na admissao foi evidenciado escarro hemoptóico, PA 190×140 mmHg e alteraçao da funçao renal. Exames: CPK 226; creatinina 15,4; uréia 197; FAN, anticorpo anti DNA, ANCA, sorologias vírus B, C e HIV nao reagentes; Complemento normal; PTU 24 h 0,98g (2000 ml); BAAR no escarro e hemoculturas negativas. Fez uso de ceftriaxone e claritromicina diante da suspeita de pneumonia e oseltamivir pela suspeita de H1N1, que posteriormrente se mostrou negativa. No 2º dia, evoluiu com necessidade de hemodiálise (HD). Raio x de tórax com hipotransparência em hemitórax esquerdo. Em 05/10/16 iniciou pulsoterapia pela hipótese de SPR por provável vasculite e realizou biopsia renal, com tecido cortico-medular contendo 27 glomérulos, em 11 com contraçao do tufo capilar e áreas focais de mensangiolise em 1 deles. Havia também microtrombos de fibrina em arteríolas aferentes. Os ramos arteriais com hiperplasia mucoide intimal e focos de necrose fibrinóide. Interstício com delgadas faixas de fibrose. Imunofluorescência: padrao nao-imune. TC de Tórax: Opacidades acinares irregulares esparsas por campos pulmonares com distribuiçao predominantemente central, tipica de alteraçoes encontradas na HM. Concluindo diagnóstico de lesao pulmonar e renal por HM. Segue em HD até o momento. Discussao e Conclusoes: A Lesao renal aguda causada pela HM é rara, sua evoluçao se dá em dias ou poucas semanas, assim como evidenciado no caso descrito. Foram excluídas as causas imunes de SPR. A lesao histológica encontrada foi típica das microangiopatias trombóticas (MAT), que associadas as alteraçoes evidenciadas na TC de tórax, corroboraram para o diagnóstico etiológico de SRC por HM associada a MAT.

Palavras Chave: Hipertensao maligna, síndrome pulmao-rim, microangiopatia trombótica.


ID: 5514

Hipertensao renovascular: relato de caso

Autores: Wanssa G, Cassao B C, Lopes Rocha S P, Baston N, Pereira Neta E V C, Freitas T M, Miorin L A, Amadei G

Instituiçoes: Irmandade Santa Casa De Misericordia De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hipertensao renovascular, definida pela presença de hipertensao e estenose significativa da artéria renal, é a principal causa potencialmente curável de hipertensao arterial. A hipertensao renovascular pode ser causada por aterosclerose, causa mais comum, com prevalência em torno de 90%, ou displasia fibromuscular. A estenose aterosclerótica de artéria renal é geralmente progressiva. Cerca de 40% das obstruçoes arteriais acima de 75% evoluem para obstruçao total entre um a cinco anos. Material e Método: As informaçoes contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisao de prontuário. Resultados: Paciente sexo feminino, 54 anos, hipertensa há 7 anos, em tratamento irregular, tabagista 20anos/maço. Deu entrada no pronto socorro com pressao arterial 290/115mmHg e anúria há 4 dias da admissao. Exames laboratoriais evidenciaram creatinina variando de 3.9 a 9.6, uréia 96 a 141 e ultrassom renal apresentando rim direito de 6.6cm e cortical de 0.7cm, rim esquerdo 10.8cm e cortical 1.6cm. Ultrassom Doppler renal mostrou artéria renal direita com calibre reduzido na sua porçao proximal. Arteriografia de artérias renais evidenciou rim direito de tamanho diminuído com artéria renal direita ocluída em sua origem, há circulaçao colateral advinda de ramos lombares com reenchimento de artérias segmentares e subseguimentares a direita. Artértia renal esquerda com suboclusao em sua origem. Aortografia evidenciando estenose arterial renal esquerda no segmento proximal e medial, nao opacificaçao de artéria renal direita bem como rim direito. Realizado angioplastia com stent em artéria renal esquerda. Paciente evolui com boa diurese, controle pressórico adequado e melhora do quadro laboratorial, creatinina 1.7, uréia 49. Discussao e Conclusoes: A doença renovascular é uma achado comum em hipertensos com múltiplos fatores de risco e doença ateroesclerótica extra-renal, sobretudo em pacientes com hipertensao refratária. Na vigência de estenose ocorre reduçao da perfusao renal, ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona. A angiotensina II circulante promove vasocontriçao direta e estimulo à secreçao de aldosterona, com posterior retençao de sódio e líquidos. Aproximadamente 10% dos casos de estenose de artéria renal sao atribuídos à displasia fibromuscular, e a maior parte desses pacientes é do sexo feminino, tem menos de 50 anos e é tratada com sucesso com revascularizaçao renal.

Palavras Chave: renovascular, hipertensao, estenose de artéria renal.


ID: 5904

Hipertensao arterial secundaria a sindrome de cushing: um relato de caso

Autores: Guedes F L, Vale P H C, De Faria P M S, Brito L P A F, Vieira T C, Dantas GY D F, Costa K M A H, De Almeida J B, Santos R P D

Instituiçoes: Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte – Natal – Rio Grande Do Norte – Brasil

Introduçao: O hiperaldosteronismo primário (HP) vem sendo destacado como a principal causa de hipertensao secundária em algumas séries, com prevalência variável entre 3-22% da populaçao de hipertensos. Trata-se de uma síndrome constituída por HAS, retençao hidrossalina e alcalose hipocalêmica, sendo frequentemente associada a hipertensao refratária ou grave. Material e Método: Revisao de literatura e prontuário médico, estruturada sob relato de caso. Resultados: Uma mulher, 44 anos, negra, hipertensa há 20 anos, buscou assistência médica com história de dispneia em repouso, súbita e associada à descontrole pressórico, descrevendo quadros semelhantes previamente. A dispneia foi caracterizada como progressiva, aos esforços, e evoluiu para ortopneia. A pressao arterial medida foi de 300 x 110 mmHg. Os exames evidenciaram disfunçao renal (creatinina e ureia de 3,6 e 78 mg/dL, respectivamente), e hipocalemia de 1,8 mEq/L, sendo transferida ao nosso serviço. Veio em uso de seis classes de anti-hipertensivos (metoprolol 200 mg/dia, clonidina 1200 mcg/dia, furosemida 160 mg/dia, hidralazina 150mg/dia, propatilnitrato 30mg/dia e anlodipino 10mg/dia), sem controle adequado. Houve progressao da doença renal, necessitando de hemodiálise. Realizou atividade de renina, aldosterona, cortisol basal, após teste de Liddle 1 e à meia-noite, além de ACTH, confirmando HP e hipercortisolismo primário. Ressonância magnética evidenciou nódulo em adrenal direita. Concluiu-se que a paciente possuía um adenoma adrenal co-produtor de aldosterona e cortisol (ACA/C), sendo submetida à adrenalectomia direita por videolaparoscopia. Apesar do tratamento cirúrgico recebeu alta em uso de seis classes de anti-hipertensivos, mantendo necessidade dialítica. Discussao e Conclusoes: Apesar do desfecho clínico da paciente nao ter sido modificado após diagnóstico da causa da hipertensao secundária, chamamos atençao para um subtipo de HP pouco contemplado na literatura, que merece discussao: o ACA/C, o qual possui características clínicas adicionais, com exames diagnósticos de interpretaçao difícil e cuidados pós-operatórios diferenciados. Deve-se suspeitar desta condiçao quando o cortisol nao for suprimido após dexametasona ou presença de adenoma > 2,5 cm. Os adenomas adrenais podem secretar tanto aldosterona, quanto cortisol, com ou sem manifestaçoes de hipercortisolismo. O rastreamento desta condiçao deve ser realizada em pacientes com HP, mesmo que nao haja evidência clínica da síndrome de Cushing.

Palavras Chave: Hipertensao secundária, Hiperaldos-teronismo primário, Cushing.


ID: 5456

Denervaçao simpatica renal em pacientes com doença renal terminal: estudo de viabilidade e dos efeitos no controle da hipertensao refrataria

Autores: Machado H K A G, Cassao B C, Neta E V C P, Wanssa G, Baston N, Rocha S P, Pinheiro B A, Carpentieri E A, Park J H, Souza J F, Miorin L A

Instituiçoes: Santa Casa De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hipertensao arterial (HAS) acomete cerca de 25% da populaçao adulta mundial, sendo o fator de risco modificável mais importante para doença cardio/cerebrovascular e renal. Diante desse cenário, o controle dessa patologia tornou-se pedra singular para modificar a mortalidade. Quando há falência em atingir níveis pressóricos adequados, denominamos has resistente. Como opçao terapêutica, em meado de 1950 surgiu o conceito de denervaçao renal, que consiste na simpatectomia renal com objetivo de reduzir os níveis pressóricos. Material e Método: Em um centro de referencia em hemodiálise do estado de sao paulo, foram selecionados pacientes com doença cronica terminal; em terapia de substituiçao renal há pelo menos 6 meses; com HAS resistente; perviedade das artérias femoral/braquial; artérias renais únicas de cada lado, no mínimo 2 cm de extensao, sem estenose ostial. Excluídos aqueles com has secundaria; estenose da artéria renal; presença de stent renal; angioplastia prévia; expectativa de vida < 1 ano. Foi utilizado equipamento v3000 da phillips; arteriografia renal bilateral; contraste iodado nao iônico de baixa osmolaridade; anestesia local e sedaçao; heparinizacao ev; cateter enligthn th (ST. JUDE MEDICAL INC.), com registro na anvisa. Alta após 4 horas do procedimento com prescriçao de AAS 200mg por 7 dias. Reavaliaçao em regime ambulatorial nos meses 1,3 e 6. Resultados: Amostra com 77 paciente, 24 hipertensos, 11 candidatos ao procedimento. Destes, 2 com condiçoes clínicas desfavoráveis, 2 se recusaram, 5 evoluíram a óbito e 2 submetidos a denervaçao. No paciente 1 a média pressórica (PAS/PAD) pré procedimento: 162/104mmhg; intervalo de confiança (IC): +/- 30 e -12. Um mês de procedimento: 156/86; IC: 0,55 e 0,01. Terceiro mês: 178/102; IC 0,18 e 0,56. Sexto mês: 194/116; IC 0,07 e 0,10. No paciente 2 a média pré procedimento: 162/75mmhg; primeiro mês após procedimento: 180/104; IC: 0,04 e 0,0. Terceiro mês: 176/72; IC 0,0 e 0,80. Sexto mês: 188/122 e IC 0,0 e 0,0. Nosso estudo até o momento, a denervaçao nao mostrou-se eficiente para controle pressórico. Discussao e Conclusoes: A denervaçao renal percutânea (DRP) é um procedimento pouco invasivo que consiste na ablaçao da rede simpática renal que passa dentro e além da adventícia das artérias renais por um cateter que conduz energia de radiofrequência. O primeiro estudo em humanos comprovando sua eficácia e segurança foi publicado em 2009 por krum e cols. Após, outros demonstraram a mesmas eficácia. Assim, a DRP mostrou-se segura e efetiva para controle de has resistente.

Palavras Chave: Denervaçao renal percutânea, hipertensao arterial resistente, doença renal cronica terminal.


ID: 5103

Sindrome metabolica e alteraçoes na composiçao corporal em mulheres com cancer de mama submetidas a quimioterapia

Autores: Araújo S A, Ferreira-Filho S R

Instituiçoes: Universidade Federal De Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: O tratamento do câncer de mama com antracíclicos e outros anti neoplásicos, pode causar modificaçoes no peso (PC) e composiçao corporais. Material e Método: Foram acompanhadas 76 mulheres (grupo T) com câncer de mama, com estadiamento I a III, durante 8 ciclos ciclos de quimioterapia com intervalos de 21 dias. O grupo T foi composto pelo maior e o menor PC escolhidos para serem comparados ao PC inicial, utilizando a bioimpedância tetrapolar alem da aferiçao da circunferência abdominal (CA), quadril (CQ), relaçao cintura quadril (RCQ) e índice de massa corporal (IMC). As pacientes foram também separadas em dois grupos: aquelas que ganharam mais que 2 kg (grupo A, n = 38) e as que perderam mais que 2kg (grupo B; n = 12) durante o tratamento. Resultados: O grupo T atingiu ganho de PC de 1.6 3.5 Kg (-8.4/11.4; min/max, p = 0.0001) atingindo o maior ganho de peso no 6O ciclo, atribuído ao aumento da Massa Livre de Gordura (MLG), de 43.6 8.1 para 45.0 7.8 Kg, p = 0.0189, além de reduçao no LHDL colesterol (p = 0.0007), aumento nos triglicerídeos (p = 0.0112), aumento da glicemia (p = 0.0175), IMC (p = 0.0005) e na RCQ (p = 0.0361). O subgrupo A mostra que aumentos do PC foram atribuídos ao aumento do tecido gorduroso (24.4 8.3 vs. 27.2 9.2 Kg; p = 0.0035) e à sua diminuiçao no subgrupo B (27.1 10.2 vs. 23.0 11.9 Kg; p = 0.0083). O grupo A apresentou aumento da cintura abdominal (p = 0.04), glicemia de jejum (p = 0.0359) e reduçao do HDL colesterol (p = 0.0189). Discussao: Mais de 3 componentes da Sindrome Metabólica surgiram após o ganho de peso corporal: hiperglicemia, hipertrigliceremia e aumento da RCQ. Conclusao: Os antracíclicos alteram a composiçao corporal de mulheres em quimioterapia e podem conduzir à síndrome metabólica.

Palavras Chave:SíndromeMetabólica,Bioimpedância, Quimioterapia, cancer de mama.


ID: 5741

Campanha de prevençao da hipertensao, obesidade e doença renal

Autores: Ferreira F O, Gavioli B D, Oliveira A F, Carvalho L, Lourenço P P, Cesarino C B, Vilela Martin J F

Instituiçoes: Faculdade De Medicina De Sao José Do Rio Preto (FAMERP) – Sao José Do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Atualmente evidencia-se um aumento da incidência de doenças crônicas nao transmissíveis (DCNT) por conta do envelhecimento da populaçao, sendo um grande destaque nas doenças que afetam o sistema cardiovascular e renal. Material e Método: O estudo transversal e descritivo que utilizou como instrumento de coleta de dados um formulário com dados de identificaçao, sexo, idade, valor de índice glicêmico, pressao arterial, peso, altura, índice de massa corpóreo (IMC), circunferência abdominal e uroanálise. A coleta de dados foi realizada no dia 26 de abril de 2017 durante o Dia Nacional de Prevençao e Combate à Hipertensao Arterial realizada em um local da cidade de Sao José do Rio Preto. Resultados: Participaram da pesquisa 440 pessoas dos quais 27% apresentaram descontrole pressórico, 20% apresentaram obesidade e 3% proteinúria. Na amostra 72 % eram do sexo feminino, a média de idade foi de 45,7 ± 2,7 anos. A pressao sistólica média foi 121,8 com dados entre 80 e 160mmHg. A média de pressao diastólica foi 79,6 com dados entre 58 e 110mmHg. O peso médio foi 75 kg, e a altura de 1,68 m com um IMC médio de 26,56m/kg2. A cintura abdominal média foi de 94,2cm. Discussao e Conclusoes: Os resultados desse estudo possibilitaram a detecçao de descontrole pressórico em pessoas nao conscientes de sua situaçao, obesidade e proteinúria na populaçao pesquisada. Além disso notou-se que muitos indivíduos desconhecem fatores que possam piorar suas condiçoes fazendo necessário as orientaçoes de prevençao.

Palavras Chave: Hipertensao, Doença Renal, Obesidade. lesao Renal aGuDa


ID: 5909

Insuficiencia renal aguda e hemorragia cerebral após acidente ofidico por bothrops jararacussu: relato de caso

Autores: Lack AT F, Silveira-Neto J N, Tome A C N, Voltarelli T P A, Ramalho R J, Lima E Q

Instituiçoes: Faculdade De Medicina De Sao José Do Rio Preto – Sao José Do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Os acidentes ofídicos constituem um importante problema de saúde publica nas regioes tropicais. Segundo o Ministério da Saúde foram registrados 106.983 casos de acidentes ofídicos em 2015, sendo a maioria causada por serpentes do gênero Bothrops. O veneno dessa serpente, além de uma açao nefrotóxica direta apresenta uma atividade hemorrágica, coagulante e proteolítica. Material e Método: Relato de caso. Resultados: Paciente feminina, 58 anos, com antecedente de depressao em uso de sertralina e amtriptilina, admitida na emergência devido acidente botrópico (Bothrops jararacussu). Apresentava-se com dor e edema em pé esquerdo, PA: 190/110 mmHg. Eletrocardiograma sem alteraçoes e exames laboratoriais dentro da normalidade, exceto pelo coagulograma que se encontrava incoagulável. Inicialmente o acidente foi considerado como leve e foi administrado soro antibotrópico (4 frascos) duas horas e 30 minutos após a picada. Quatro horas após o acidente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência progressivo sendo administrados mais quatro frascos do soro e submetida à intubaçao orotraqueal. Tomografia de crânio evidenciou hemorragia intraparenquimatosa em regiao parietal esquerda. Encaminhada para UTI onde foi decidido por infusao adicional de 4 frascos de soro antibotrópico após 6 horas do acidente. Evouiu com piora do quadro neurológico com anisocoria, pupilas midriáticas fixas, ausência de reflexo oculocefalico e corneopalpebral. Nova TC de crânio revelou, além da hemorragia, edema cerebral difuso com desvio de linha media. Foi submetida à craniotomia descompressiva no dia seguinte à internaçao. Associado ao quadro clínico descrito evoluiu com injúria renal aguda no segundo dia de internaçao caracterizada por elevaçao de creatinina (creat 1,2 mg/dL na admissao, 1,9 mg/dL no D2 e pico de 5,3 mg/dL no D4 internaçao), hipercalemia (K+7,3 mEq/L) e acidose metabólica. Nao apresentou oligúria. Evoluiu ao óbito após 10 dias da admissao. Discussao e Conclusoes: Vítimas de acidentes botrópicos apresentam quadro clinico e complicaçoes que dependem do volume de veneno inoculado e do tempo de administraçao do soro antibotrópico. O envenenamento ofídico causa sintomas e alteraçoes sistêmicas como IRA e discrasias sanguíneas com eventos hemorrágicos, que dependendo da gravidade podem levar a óbito. Após revisao da literatura foi encontrado apenas um caso relatado de hemorragia cerebral após acidente ofídico por Bothrops jararacussu.

Palavras Chave: acidente ofídico, bothrops jararacussu, insuficiência renal aguda, hemorragia cerebral.


ID: 5858

Sobrecarga cronica de sodio e tratamento com n-acetilcisteina na injuria renal aguda: desenvolvimento da doença renal aguda e o efeito no metabolismo osseo

Autores: Romao C M, Pereira R C, Machado L R, Jorgetti V, Moyses R M A, Furukawa L N S

Instituiçoes: Faculdade De Medicina Da Usp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O desenvolvimento da doença renal aguda devido a injuria renal aguda (IRA) pode ser associado a co-morbidades agravantes, como a hipertensao. É conhecido que o alto consumo de sódio eleva os níveis pressóricos, entretanto pouco se sabe sobre sua influência na evoluçao da IRA. Estudos revelam que o evento da IRA e a ingestao elevada do sódio podem influenciar nos níveis séricos e no metabolismo do cálcio. A regulaçao do cálcio no organismo é de grande importância para manter a homeostase do metabolismo mineral óssea. A etiologia multifatorial da IRA e o curso clínico dos pacientes ainda criam desafios na busca por agentes farmacológicos para um tratamento mais efetivo. O N-acetilcisteina (NAC) já utilizada na prática clínica, mas ainda necessita de estudos para ser aplicada em casos de isquemia e na prevençao da evoluçao da IRA. Objetivos: Avaliar a influência do consumo elevado sódio na dieta e o tratamento da NAC sobre evoluçao da IRA e o metabolismo ósseo no modelo de isquemia e reperfusao em ratos Wistar. Material e Método: Ratos machos Wistar foram alimentados com dieta normossódica (0,5% Na-NS) ou hipersódica (3,2%Na-HS), tratados ou nao com NAC (600mg/L agua de beber) e submetidos à cirurgia de isquemia (45 minutos) e reperfusao renal bilateral (IR) ou Sham. Os animais foram acompanhados por 10 semanas pós a cirurgia. Foram avaliadas a pressao arterial caudal (PAc), funçao renal (creatinina sérica, albuminúria), massa cárdica e renal, fibrose renal, metabolismo mineral e histomorfometria óssea. Resultados: A PAc foi maior no grupo HS tanto com IR como Sham comparados ao grupo NS. O tratamento com NAC preveniu parcialmente a elevaçao da PAc no grupo HS com IR, pois houve aumento da PAc na 10ª semana. A albuminúria, hipertrofia cardíaca e renal e fibrose renal foram prevenidas com o tratamento da NAC no grupo HS com IR. Entretanto a histomorfometria demonstrou perda de volume ósseo, menor número de trabéculas e maior separaçao trabecular no grupo HR com IR e NAC. Discussao e Conclusoes: O consumo crônico elevado de sódio contribui para a elevaçao da pressao arterial, para o desenvolvimento da doença renal aguda após uma insuficiência renal aguda. Embora a NAC possa ter atenuado a PAc e a funçao renal; a NAC teve uma interaçao com a HS e potencializou a perda de massa óssea. A NAC preveniu os efeitos em longo prazo da IRA no modelo proposto, no entanto somado à sobrecarga de sódio causou perda de massa óssea ao final de 10 semanas.

Palavras Chave: Doença renal aguda; sódio; N-acetilcisteína; metabolismo ósseo


ID: 5925

Injustiça nefrológica: insuficiência renal aguda grave após afogamento na tentativa de salvar outra vítima

Autores: Guimaraes D M, Silva M V R, Correia L C T, Coutinho M N, Oliveira M C, Vasco R F V, Silva A A B, Moura, L A

Instituiçoes: Hospital Memorial Arthur Ramos – Maceió – Alagoas – Brasil, Unifesp/Hrim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, Unirim-Clínica De Diálise De Maceió – Maceió – Alagoas – Brasil

Introduçao: A Injúria Renal Aguda (IRA) que requer diálise após afogamento é uma entidade rara e pouco descrita na literatura. O mecanismo fisiopatológico ainda é incerto, há casos descritos de rabdomiólise, necrose tubular aguda (NTA), necrose tubular aguda associada à nefrite-intersticial aguda (NTA-NIA). Material e Método: Revisao de prontuário e revisao de literatura. Resultados: Paciente do sexo masculino, 52 anos, admitido com quadro de dor abdominal há 05 dias, difusa, com irradiaçao para dorso, associada a náuseas e vômitos; negava queixas urinárias ou febre, procurou atendimento três dias antes, com mesmas queixas associada à febre e tosse, sendo diagnosticado com pneumonia e prescrito omeprazol e levofloxacino. Referia episódio de afogamento em água do mar há seis dias, sendo avaliado em outro serviço, sem realizaçao de exames laboratoriais, ficando apenas em observaçao. Negava comorbidades. Exames laboratoriais evidenciaram aumento sérico da Cr (12 mg/dL), Ur (216 mg/dL), hipercalemia (6,1 mEq/L);CPK (680U/L);gasometria venosa: pH (7,26); BIC (13,6 mEq/L).Provas de funçao hepática e pancreática normais; EAS sem alteraçoes. TC de abdome com densificaçao do tecido adiposo perirrenal bilateral sem sinais obstrutivos. Foi internado para compensaçao clínica e investigaçao etiológica da lesao renal. Iniciou hemodiálise, suspenso omeprazol e realizada troca de antibiótico. Realizada biópsia renal no terceiro dia de internaçao, que demonstrou: 16 glomérulos, 2 globalmente esclerosados, os demais dentro da normalidade, alteraçoes degenerativas epiteliais tubulares com focos de atrofia e fibrose intersticial discreta, nefrite túbulo-intersticial focal, discreta. Paciente evoluiu bem, com sinais de recuperaçao de funçao renal após cinco sessoes de hemodiálise e 16 dias após o afogamento. Recebeu alta hospitalar com funçao renal em melhora (Cr 2 mg/dL, Ur 52 mg/dL), com programaçao para acompanhamento ambulatorial. Discussao e Conclusoes: Apresentamos um caso raro de IRA por afogamento em um paciente previamente hígido, decorrente de uma NTA. Vale ressaltar que na biópsia tivemos NIA e mesmo que discreta, já foi descrito um caso de NTA-NIA, ficando a hipótese de este ser um mecanismo de lesao renal no afogamento, o que nos dá um alerta quanto à necessidade de avaliaçao da funçao renal nestes casos.


ID: 5476

Analise da incidencia de nefropatia por contraste após coronariografia em pacientes renais cronicos e de alto risco

Autores: Luciano E P, Maldonado A L S, Grossi L P, Spindola R M, Reis S F S, Rhampini N

Instituiçoes: Hospital Regional Do Vale Do Paraíba -Sp – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A nefropatia induzida por contraste (NIC) é causa bastante comum de insuficiência renal aguda (IRA) nos pacientes hospitalizados. Ela é caracterizada, na maioria dos estudos, pelo aumento de 0,5mg/dL ou 25% da creatinina sérica basal que ocorre dentro das primeiras 24 a 48 horas após a exposiçao ao contrasteendovenoso; porém nos últimos anos a classificaçao do KDIGO tem se mostrado mais sensível. Material e Método: Analisamos 110 pacientes renais cronicos entre os anos de 2008 e 2016. Todos os pacientes estudados foram internados e submetidos à profilaxia de nefropatia por contraste com soro fisiologico 0,9% e soluçao bicarbonatada e/ou N acetil cisteína. Na análise estatística foram utilizados os seguintes testes em programa SPSS 18.0 para a análise comparativa das variáveis descritas: t-student amostras independentes, Qui quadrado de Pearson, extensao do teste exato de Fisher e teste exato de Fisher. Resultados: 110 pacientes; 74 (67,3%) de homems; média de idade de 67,2 (47-86) anos com 39,1% acima de 70anos; 89,1% hipertensos; 61(55%) diabéticos na grande maioria de estágio 3 (64,5%) e 82% de pacientes com TFGe menor que 60mlmin. Apenas 18 (16,4%) com ICC; média de creatinina pré exame 1,72 (0,6 – 3,5 DP0,6); considerando o critério mais tradicional na literatura observamos uma taxa de 7,2% (8) de NCI porém se considerarmos o critério do KDIGO para IRA estágio 1 a incidência aumenta para 12,7% (12) com p 0,04 entre os critérios adotados; das análises comparativas das variáveis x NIC, nao obtivemos diferença estatisticamente significante para: idade (0,906), estágio da DRC (0,231), presença de DM (0,310), presença de ICC (p 0,78). Discussao e Conclusoes: Diante da variabilidade na literatura na definiçao de NCI comparamos um critério tradicional de aumento de 0,5 mg/dl na creatinina prévia e também um critério mais atual e mais sensível baseado na classificaçao de IRA do KDIGO, como aumento de 0,3 mg/dl na creatinina prévia em 48hs após uso de contraste; com isso observamos uma taxa de incidencia de NCI baixa em nossa populaçao composta na grande maioria de pacientes de alto risco para NCI; ao adotar o critério do KDIGO a taxa aumenta mas ainda em níveis aceitáveis segundo a literatura. Concluimos portanto que em nosso estudo a taxa de NCI é baixa com a utilizaçao de protocolo preventivo; o critério KDIGO foi mais sensível para diagnóstico de NCI; e as variáveis sexo, idade, estagio de DRC, presença de ICC e necessidade de angioplastia nao influenciaram de forma significativa na incidência de NCI.

Palavras Chave: Insuficiencia Renal Aguda; Nefropatia por contraste


ID: 5852

Injuria renal aguda e outros fatores associados a mortalidade em pacientes infectador por HIV: um estudo transversal no nordeste do brasil

Autores: Menezes F H, Parente Filho S L A, Soares D D S, Alencar R N, Peixoto TT T, Nogueira I S, Oliveira Filho A M P, Cavalcante M G, Pires Neto R J, Silva Júnior G B, Daher E F

Instituiçoes: Universidade De Fortaleza – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal Do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: Os índices de mortalidade relacionados ao HIV ainda sao altos, especialmente em países em desenvolvimento. O objetivo desse estudo é investigar fatores associados à mortalidade em pacientes infectados pelo HIV. Material e Método: Este é um estudo transversal incluindo todos os pacientes com HIV admitidos em um hospital terciário de doenças infecciosas em Fortaleza, Nordeste do Brasil, de Janeiro de 2013 a Dezembro de 2014. Os pacientes foram divididos em dois grupos: sobreviventes e nao sobreviventes. Dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram comparados e uma análise multivariada foi realizada a fim de investigar fatores de risco para morte. P value ≤ 0.05 foi considerado significante. Resultados: Um total de 200 pacientes, com idade média de 39 anos, foi incluído no estudo, 69,5% do sexo masculino. Quinze pacientes (7,5%) foram a óbito. O grupo dos nao sobreviventes apresentou um maior percentual de homens (93,3 vs. 67,3%, p = 0,037) e uma menor permanência hospitalar (8 ± 6 vs. 18 ± 15 dias, p = 0,005). Nao sobreviventes apresentaram IRA (73,3 vs. 10,3%, p < 0,001), disfunçao hepática (33,3 vs. 11,5, p = 0,031), dispnéia (73,3 vs. 33,0%, p = 0,002) e desorientaçao (33,3 vs. 12,4%, p = 0,025) com mais freqüência. Nao sobreviventes também tiveram maiores níveis de uréia 73,8 ± 52,7 vs. 36,1 ± 29,1 mg/dL, p < 0,001), creatinina (1,98 ± 1,65 vs. 1,05 ± 1,07 mg/dL, p < 0,001), AST (130,8 vs. 84,8 U/L, p = 0,03), ALT (115,6 vs. 85,4 U/L, p = 0,045) e LDH (1208 vs. 608 U/L, p = 0,012), assim como níveis mais baixos de bicarbonato (18,0 ± 4,7 vs. 21,6 ± 4,6 mEq/L, p = 0,016) e PCO2 (27,8 ± 7,7 vs. 33,0 ± 9,3 mmHg, p = 0,05). Na análise multivariada, desorientaçao (p = 0,035, OR = 5,523, 95%CI = 1,130 – 26,998), dispnéia (p = 0,046, OR = 4,064, 95%CI = 1,028 – 16,073), IRA (p < 0,001, OR = 18,045, 95%CI = 4,308 – 75,596), histoplasmose disseminada (p = 0,016, OR = 12,696, 95%CI = 1,618 – 99,646) e LDH > 1000 U/L (p = 0,038, OR = 4,854, 95%CI = 1,093 – 21,739) foram considerados fatores de risco para morte. Discussao e Conclusoes: IRA e histoplasmose disseminada foram os principais fatores de risco para morte na populaçao estudada. Comprometimento neurológico e respiratório, assim como altos níveis de LDH, também aumentaram a mortalidade em pacientes com infecçao por HIV.

Palavras Chave: HIV; mortalidade; fatores de risco; histoplasmose; lactato desidrogenase.


ID: 5695

Lesao renal aguda em pacientes obstetricas: estudo transversal em uma unidade de terapia intensiva de Fortaleza, Ceara, Brasil

Autores: Dantas G L D A, Silva Júnior G B D, Saintrain S V, Oliveira J G R D, Castelo G D C, Vasconcelos V R D, Rocha A MT, Vasconcelos Júnior A G, Saintrain M V D L, Daher E D F

Instituiçoes: Universidade De Fortaleza – UNIFOR – Fortaleza – Ceara – Brasil, Universidade Federal Do Ceará – UFC – Fortaleza – Ceara – Brasil

Introduçao: Lesao renal aguda (LRA) é uma complicaçao ainda pouco estudada entre pacientes obstétricas e que está associada com aumento da morbimortalidade materna e fetal. O objetivo deste estudo foi investigar os fatores de risco para LRA em pacientes obstétricas. Material e Método: Foi realizado estudo transversal com pacientes obstétricas admitidas em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de referência em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014. LRA foi definida de acordo com os critérios AKIN. Foram comparadas as pacientes com e sem LRA. A análise estatística foi feita pelo programa SPSS versao 20. Resultados: Foram incluídas 389 pacientes, sendo LRA detectada em 92 casos (24%). A média de idade foi de 27,1 ± 7,1 anos (variaçao 13-45 anos). As principais causas de admissao na UTI foram: síndromes hipertensivas da gestaçao (54,5%), distúrbios hemorrágicos (12,3%), cardiopatias (9,0%), insuficiência respiratória (8,2%) e sepse (5.4%). As principais comorbidades foram: HIV (66,6%), pielonefrite (60%), hepatopatias (60%), distúrbios de coagulaçao (54,5%), diabetes mellitus (38,4%) e hipertensao crônica (30,9%). Entre as complicaçoes observadas na internaçao na UTI, a LRA foi a mais frequente, seguida pela hipotensao (15,5%), hemorragia (10,2%) e sepse (6,7%). Na análise multivariada, os fatores associados à LRA foram: parto cesariano (OR = 0,45, IC 95% = 0,23-0,85, p = 0,01) e plaquetopenia (OR = 2,56, IC 95% = 1,50-4,36, p = 0,001). Foram observados 28 óbitos (7,5%), sendo as principais causas: sepse/falência múltipla de órgaos (32%), morte encefálica (25%) e choque hemorrágico (21%); 19 destes óbitos ocorreram entre as pacientes com LRA (20,6%). LRA foi um fator de risco independente para a mortalidade (OR = 6,64, IC 95% = 3,11-14,15, p < 0,001). Discussao e Conclusoes: LRA é uma complicaçao frequente em pacientes obstétricas admitidas em UTI e está associada a uma alta mortalidade. A identificaçao precoce de lesao renal nestas pacientes é extremamente importante para que se adotem medidas mais eficazes de prevençao e reduçao da mortalidade. LRA foi encontrada em um número significativo de pacientes obstétricas. Os fatores de risco independentes foram o tipo de parto e a presença de distúrbio de coagulaçao. LRA foi um fator de risco independente para mortalidade.

Palavras Chave: Lesao Renal Aguda, IRA, Gravidez, Gestaçao, Obstetrícia, UTI


ID: 5679

Nefrotoxicidade associada a vancomicina: incidencia, fatores de risco e mortalidade em pacientes nao criticos

Autores: Pierri I G, Eid K Z C, De Almeida L M B, Zamoner W, Dos Santos A, Balbi A L, Ponce D

Instituiçoes: FMB Unesp – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Considerando que a toxicidade é a segunda etiologia mais frequente de lesao renal aguda (LRA) e que a vancomicina destaca-se entre as drogas nefrotóxicas mais utilizadas, este estudo pretende descrever a incidência de LRA associada ao uso da vancomicina em pacientes hospitalizados nao críticos e identificar os fatores de risco para LRA e óbito. Material e Método: Estudo prospectivo observacional do tipo coorte de pacientes em uso de vancomicina admitidos em quatro enfermarias de um hospital universitário. Excluídos pacientes portadores de DRC estádio 4 e 5, transplantados renais, pacientes com choque de qualquer etiologia, em uso de outros medicamentos nefrotóxicos e aqueles com LRA nas primeiras 48 horas da admissao hospitalar ou antes do uso da vancomicina. Para a análise de variáveis categóricas foi utilizado o Teste do Chi-Quadrado e de variáveis contínuas, o Teste t. Realizada regressao logística múltipla para identificar fatores de risco independentes para LRA e óbito, com p = 5%. Resultados: Avaliados 226 pacientes, excluídos 148, devido principalmente à presença de DRC ou LRA antes de iniciar a vancomicina (75,6%), sendo analisados 78 pacientes. A idade foi 58,5 ± 17,5 anos, a prevalência de LRA de 33,3% e a mortalidade de 25,6%. A vancocinemia resultou em nível tóxico (> 20 mg/l) em 68,5%. Os grupos com e sem LRA foram semelhantes quanto ao sexo, idade, comorbidades e tempo de uso de vancomicina. Os grupos diferiram quanto à necessidade de ventilaçao mecânica (1,9×19,2%, p = 0,01), presença de níveis tóxicos de vancocinemia (53,8×92,3%, p = 0,0007), óbito (17,3×42,3%, p = 0,03), valores máximos de vancocinemia (24,3 ± 14×34,4 ± 19 mg/L, p = 0,01), creatinina basal (0,6 ± 0,1×0,8 ± 0,3 mg/dl, p = 0,01) e tempo de internaçao (21,1 ± 14,2×28,5 ± 15,3 dias, p = 0,03). Na regressao logística, vancocinemia elevada e maior creatinina basal foram identificados como variáveis independentes para a LRA. Como fatores associados ao óbito, foram identificados a LRA (p = 0,03) e a maior vancocinemia (p = 0,014). Discussao e Conclusoes: A prevalência de níveis tóxicos de vancomicina foi elevada (> 65%), assim como da LRA (> 30%) e mortalidade (> 25%). Maior creatinina basal e níveis tóxicos de vancocinemia foram identificados como fatores de risco de LRA, sendo essencial a monitorizaçao e ajuste de seus níveis séricos, principalmente na populaçao com DRC, o que pode diminuir a mortalidade de pacientes hospitalizados nao críticos em uso de vancomicina, já que a LRA e os níveis tóxicos de vancocinemia foram fatores de risco para mortalidade.

Palavras Chave: lesao renal aguda, vancomicina, toxicidade, pacientes nao críticos


ID: 5531

Renoproteçao da camellia sinensis (cha verde) na injuria renal aguda induzida pelo uso de gentamicina em ratos wistar

Autores: Ayusso L L, Santos V G, Moreira A M, Trida N L, Lemos N P, Ayusso Neto L, Ayusso B B

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Catanduva – FAMECA – Catanduva – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Nefrotoxicidade por gentamicina (GM) é uma das causas conhecidas de insuficiência renal aguda (IRA). A GM induz ao stress oxidativo e formaçao de radicais livres nos rins. Nosso objetivo foi investigar os benefícios do extrato de chá verde como agente inibitório contra a IRA induzida pela GM. Material e Método: Cada grupo foi composto por 7 ratos Wistar machos, em um total de 4 grupos. Grupo controle (CO); grupo chá verde (CV), 20 µg/g peso corporal/dia, por gavagem durante 10 dias; grupo GM via intraperitoneal 100mg/kg/dia durante 10 dias; grupo GM+CV, co-administraçao das mesmas doses acima durante 10 dias. Dia zero: amostras de sangue foram coletadas para uréia (Ur), creatinina (Cr) e desidrogenase lática (LDH). Décimo dia: os ratos foram anestesiados, amostra de sangue foi coletada da artéria aorta para Ur, Cr, e LDH. Retirado rim esquerdo de cada rato e analisado histologicamente. Biópsias renais: intensidade da necrose tubular aguda (NTA): G(0): normal, G(1): raros túbulos necróticos; G(2): poucos túbulos com NTA; G(3): grupos de túbulos com NTA e G(4): extensas áreas com NTA. Resultados: Variaçao do peso (peso inicial-peso final) foi expressa em gramas como alteraçao do peso corporal. GM causou perda de peso corporal, 21,00 ± 14,73 quando comparada ao grupo controle 78,33 ± 13,82, (p < 0,001). Grupo GM+CV aumentou peso corporal 47,43 ± 26,77, quando comparado aos grupos GM 21,00 ± 14,73 (p < 0,05), CV 79,67 ± 13,15 (p < 0,01) e CO 78,33 ± 13,82 (p < 0,01). Grupo GM produziu elevaçao da Ur de 44,17 ± 5,09 mg/dl para 206,21 ± 121,70 mg/dl (p < 0,001) e da Cr de 0,26 ± 0,05 mg/dl para 3,87 ± 2,72 mg/dl (p < 0,001) quando comparado ao grupo CO. O grupo GM+CV reduziu em 56% (p < 0,01) a elevaçao da Ur de ratos tratados com GM para dar o valor 90,31 ± 63,45 mg/dl, e reduçao de 78% (p < 0,001) na elevaçao da Cr para dar o valor 0,86 ± 0,74 mg/dl. O grupo GM aumentou a LDH sérica 8229,71 ± 5141,30 UI/l quando comparado ao grupo CO 4215,11 ± 1673,29 UI/l, (p < 0,05). No grupo GM+CV a LDH diminuiu 4274,29 ± 2878,52 UI/l quando comparado ao grupo GM, 8229,71 ± 5141,30 UI/l, (p < 0,05). O grau de intensidade da NTA no grupo GM, foi (G4) em cinco de um total de sete ratos em comparaçao ao grupo GM+CV, (p < 0,05). Discussao e Conclusoes: Confirmamos que o CV proporcionou papel protetor contra a nefrotoxicidade induzida pela GM, de acordo com achados bioquímicos, histopatológicos e variaçao de peso. O CV protegeu os rins dos ratos da nefrotoxicidade induzida pela GM provavelmente devido à suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Palavras Chave: Camélia sinensis (Chá Verde) Nefrotoxicidade Gentamicina Insuficiência Renal Aguda Renoproteçao


ID: 5723

Troponina-t e remoçao de liquido pulmonar podem sinalizar agravamento de lesao miocardica em pacientes criticos com lesao renal aguda e em hemodialise intermitente

Autores: Lussim L, Martins F D S, Brianez C, Ribeiro I C, De Carvalho Filho M A, Santos T M, De Oliveira R B

Instituiçoes: Universidade Estadual De Campinas – UNICAMP – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hemodiálise intermitente (HDi) é uma modalidade de suporte à funçao renal empregada em pacientes críticos com lesao renal aguda (LRA), cuja principal complicaçao é a instabilidade hemodinâmica. Parâmetros clínicos, laboratoriais e ultrassonográficos (POCUS) podem ser utilizados para monitorizaçao hemodinâmica desses pacientes. Neste trabalho estudamos as relaçoes entre parâmetros clínicos, laboratoriais, POCUS e a estabilidade hemodinâmica em pacientes críticos com LRA e em HDi. Material e Método: Pacientes críticos com LRA e em HDi [sessoes com duraçao até 6 h e com taxa de ultrafiltraçao (UF)]. No início, a cada hora e ao final das sessoes de HDi foram avaliados parâmetros POCUS [diâmetro da veia cava inferior (VCI) e sua distensibilidade (DVC), e presença de líquido extracelular pulmonar (escore SLESS)], pressao arterial média (PAM), frequência cardíaca, dose de vasopressores, níveis séricos de troponina-T (valor de referência: < 14 ng/L), lactato, bicarbonato, saturaçao venosa e arterial de O2. Resultados: Seis pacientes críticos (SOFA e APACHE II médios de 13 ± 4 e 25 ± 4, respectivamente), idade 45 ± 15anos, 4 (66%) homens, com LRA AKIN-III [3 (50%) causada por sepse], realizaram 11 sessoes de HDi sendo 9 (82%) delas indicadas por hipervolemia. A taxa de reduçao da uréia (URR) e de UF foram de 43 ± 12 % e 5,1 ± 2,3 mL/Kg/h, respectivamente. Houve variaçao significativa entre os níveis séricos de troponina-T pré- e pós-sessao de HDi (186 ± 157 vs. 229 ± 195 ng/L; p = 0,02). Fatores como taxa de UF, dose de vasopressor, ocorrência de instabilidade hemodinâmica, variaçoes de PAM e frequência cardíaca, DVC, ou dos níveis séricos de lactato nao tiveram relaçao com a variaçao de troponina-T. No entanto, detectou-se uma correlaçao positiva entre o aumento dos níveis séricos de troponina-T e a diminuiçao da variaçao do escore SLESS entre o final e início da sessao de HDi (R = 0,74; p = 0,02). Discussao e Conclusoes: HDi pode cursar com agravamento da lesao a células miocárdicas mesmo quando nao associado à instabilidade hemodinâmica identificada por parâmetros clínicos, porém identificada pela dificuldade de remoçao de líquido pulmonar pelo POCUS (escore SLESS). Os níveis séricos de troponina-T bem como a amplitude de variaçao da remoçao de líquido pulmonar podem sinalizar agravamento de lesao miocárdica em pacientes críticos com LRA grave e em HDi.

Palavras Chave: Lesao Renal Aguda Hemodiálise Troponina Ultrassonografia


ID: 5451

Concentraçao da proteina carbonilada como biomarcador de mortalidade em pacientes com lesao renal aguda septica

Autores: Costa N A, Cunha N B, Gut A L, Azevedo P S, Polegato B F, Zornoff L M, Paiva S R, Ponce D, Balbi A, Minicucci M F

Instituiçoes: Faculdade De Medicina De Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Nos últimos anos, diversos estudos têm evidenciadoo aumento do estresse oxidativo no choque séptico, podendo ser esta uma via fisiopatológica comum entre a sepse e a lesao renal aguda (LRA). A proteína carbonilada (PC) é amplamente utilizada para a determinaçao do estresse oxidativo em humanos. Apesar de importante, nao há estudos que avaliaram a influência da concentraçao da PC na evoluçao clínica de pacientes com LRA induzida pela sepse. Nosso objetivo foi avaliar a concentraçao da PC como biomarcador de mortalidade em pacie. Material e Método: Foram incluídos prospectivamente pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos e com diagnóstico de choque séptico na admissao na UTI, entre abril de 2014 a junho de 2015. Dados demográficos, avaliaçao clínica e amostras de sangue foram coletadas dentro das primeiras 24 horas da admissao para avaliaçao da concentraçao da PC. Todos os pacientes foram acompanhados durante a internaçao na UTI e o desenvolvimento de LRA foi avaliado durante o período. As variáveis categóricas foram analisadas pelo teste ?2 ou exato de Fisher e as contínuas pelo teste t de Student’s ou Mann-Whitney. Para prediçao de mortalidade, foi utilizado o modelo de regressao logística múltipla, ajustado pela idade, gênero e APACHE II. A análise da curva ROC foi construída para avaliar o desempenho da concentraçao da PC em predizer a mortalidade. A concentraçao da PC foi testada como variável categórica (> 25,1 nmol/mL). O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Foram avaliados consecutivamente 129 pacientes. A média de idade foi de 63,3 ± 15,7 anos, 47% foram homens e a concentraçao da PC foi de 24,5 (13,3 – 32,7) nmol/mL. Entre esses pacientes 51,2% desenvolveram LRA. Além disso, a concentraçao da PC foi associada com a LRA [sim (n = 66): 27,8 (15,9-33,1) nmol/mL; nao (n = 63): 19,4 (12,2-29,1) nmol/mL; p: 0,018]. Entre os pacientes com LRA, 77% evoluíram ao óbito, 48% foram homens e a concentraçao da PC foi de 27,8 (15,9-33,1) nmol/mL. Em relaçao aos dados laboratoriais, somente a maior concentraçao da PC foi associada com a mortalidade na LRA. A análise da curva ROC revelou que maior concentraçao da PC foi associada com mortalidade nesses pacientes (AUC: 0,958; IC 95%: 0,892-1,000; p < 0,001). No modelo de regressao logística, a concentraçao da PC foi associada com mortalidade (OR: 1,366; IC 95%: 1,156-1,614; p < 0,001). Discussao e Conclusoes: A concentraçao da proteína carbonilada é um excelente biomarcador de mortalidade em pacientes com LRA.


ID: 4168

Sindrome hepatorrenal tipo 1, como tratar?

Autores: Iegoroff R, Carvalho M H A, Silva F V, Tamura P R, Crotti L P, Maia, M V

Instituiçoes: Universidade Cidade De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Síndrome Hepatorrenal (SHR) é caracterizada pela reduçao na perfusao renal por consequência de uma lesao hepática grave, determinando lesao renal aguda ou crônica. A SHR Tipo 1 (SHR1) apresenta insuficiência renal aguda com rápida deterioraçao de outros órgaos, ocorrendo de forma espontânea por fatores como a hepatite alcoólica, tendo como consequência ascite ou cirrose. Material e Método: Pesquisa teórico-reflexiva com levantamento bibliográfico na base de dados PubMed e Cochrane com os descritores: “hepatorenal syndrome”, “treatment of hepatorenal syndrome” e “terlipressin”. Foram selecionados artigos pelo método Oxford, publicados entre 2010 e 2016. Resultados: Dois estudos – nível 1A – compararam o uso da T IV versus NE IV associado a A com resoluçao em 59% no uso de T e 58% no uso de NE e aumento no tempo de sobrevida em 55% dos casos (RR = 0,76). Dois estudos – nível 1A – compararam o uso da T IV versus A isolada, nao havendo vantagem em sobrevida na comparaçao (27% versus 19%, p = 0,7). Dois estudos – nível 1B – compararam o uso da T versus placebo havendo resoluçao em 95% dos casos com T (OR = 7,47). Outros reafirmaram a eficácia da T quando a outras drogas (p < 0,001). Discussao e Conclusoes: Conclui-se que a T associada a A e a NE associada a A sao as drogas com melhor resultado na melhora do prognóstico em tempo de sobrevida do paciente com SHR1, nao havendo subsídio epidemiológico que indique superioridade de eficácia entre elas. Destaca-se o custo mais baixo da terapia com NE frente à T (p < 0,05) (GHOSH et al.; 2013), o que pode coloca-la como terapia de primeira escolha. A monoterapia com T isolada se mostrou eficaz, porém menos do que a terapia de T com A. Por fim a A isolada nao demonstrou melhora no prognóstico em tempo de sobrevida.

Palavras Chave: Hepatorenal Syndrome; Therapeutics


ID: 5563

Causas de injuria renal pos transplante hepatico

Autores: Dias De Meira R, Lomarques De Mendonça Britto W, Vilella Kozakevich G, Pires M, Maciel Lucatto T, Vieira Fernandes Ribeiro Alves M A

Instituiçoes: Unicamp – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O transplante (tx) hepático é uma importante opçao terapêutica em pacientes com insuficiência hepática fulminante, doença hepática em estágio final, neoplasia maligna primária de fígado, síndrome hepatorrenal (SHR) e outras agressoes hepáticas. O presente relato tem como objetivo discorrer acerca das principais causas de disfunçao renal em pós-operatório de tx hepático. Material e Método: Relato de caso. Resultados: JA, masculino, 53 anos, cirrose hepática por álcool, Child-Pugh C, albumina sérica de 2,0g/dL, MELD de 31 e antecedente de SRH tipo II, interna na Unidade de Terapia Intensiva por SRH tipo I. Listado para tx hepático de urgência, realizado sem intercorrências por técnica de piggyback, nao excedendo tempos de isquemia quente e fria. Iniciado imunossupressao com tacrolimo e micofenolato sódico, com níveis séricos diários do primeiro dentro do alvo. Após cirurgia, manteve ascite refratária com necessidade de paracentese diária além de lesao renal aguda (LRA), tendo sido iniciado suporte dialítico por hemodiálise. Posteriormente, apresentou infecçao de corrente sanguínea por KPC acompanhado de necessidade de intubaçao orotraqueal por piora do padrao respiratório, instabilidade hemodinâmica e necessidade de troca do método de diálise para hemofiltraçao venovenosa contínua (CVVH). Introduzido polimixina B e iniciado amicacina, fluconazol, imipenem e teicoplamina. Evoluiu a óbito por disfunçao de múltiplos órgaos e sistemas. Discussao e Conclusoes: A LRA é uma complicaçao importante associada ao tx hepático. Multifatorial, incluí fatores de riso pré-transplante como MELD e doenças renais pré-existentes, condiçoes intraoperatórias, principalmente a síndrome de isquemia-reperfusao, e pós-tx, como a propensao maior a processos infecciosos e ao uso de drogas nefrotóxicas. A incidência de disfunçao do enxerto também está aumentada em doentes com LRA. Nosso paciente apresentou todos os fatores de risco citados, com exceçao da isquemia-reperfusao, atenuadas pela técnica operatória utilizada. A LRA pós tx hepático é fator independente de aumento de mortalidade e de estadia em UTI. Albumina menor que 3,0g/dL é associada a prevalência de LRA de 69,7%. O nefrologista tem papel ativo no intuito de minimizar possíveis fatores causadores de LRA, diminuindo sua incidência e/ou progressao e, por conseguinte, a mortalidade destes pacientes, aumentando a chance de sucesso do tx hepático.

Palavras Chave: Injúria Renal Aguda, Transplante hepático, nefrotoxicidade, sepse


ID: 5608

Lesao renal aguda por vancomicina: estudo piloto sobre a incidencia e fatores de risco em pacientes septicos

Autores: Zamoner W, Eid K, Bevaller L, Pierre I G, Santos A, Balbi A L, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade De Medicina De Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Toxicidade é a segunda etiologia mais frequente de lesao renal aguda (LRA) e a vancomicina destaca-se entre as drogas nefrotóxicas mais utilizadas, sendo objetivo deste estudo descrever os fatores associados ao uso da vancomicina em pacientes hospitalizados identificando os fatores de risco para LRA e óbito. Material e Método: Estudo prospectivo observacional do tipo coorte de pacientes em uso de vancomicina admitidos no setor de terapia intensiva (UTI) e quatro enfermarias de um hospital universitário, durante 4 meses, excluídos pacientes com DRC estádio 5, transplantados renais, em uso de outras drogas nefrotóxicas e aqueles com LRA prévia ao uso de vancomicina. Para a análise de variáveis categóricas foi utilizado o Teste do Chi-Quadrado e de variáveis contínuas, o Teste t. Realizada regressao logística múltipla para identificar fatores de risco independentes para óbito e nefrotoxicidade, com nível de significância de 5%. Resultados: Avaliados 112 pacientes, dos quais 34 eram de UTI (30,3%). A idade foi 58,5 ± 17,4 anos, a prevalência de LRA de 41,9% e a mortalidade de 33,92%. A vancocinemia resultou em nível tóxico (> 20 mg/L) em 68,46%. Os grupos com e sem LRA foram semelhantes quanto ao sexo, idade, comorbidades e tempo de uso de vancomicina. Os grupos diferiram quanto à necessidade de ventilaçao mecânica(VM) (48,9×16,9%, p < 0,001), uso de droga vasoativa(DVA) (46,8×10,7%, p < 0,001), presença de níveis tóxicos de vancocinemia (89,3×52,3%, p < 0,001), valores máximos de vancocinemia (33,4 ± 15,5×22,1 ± 9,8mg/L, p < 0,001), TFG basal (96 ± 29,6×106,7 ± 23,3mL/ min/1,73m2p = 0,035), tempo de internaçao (29,1 ± 15,9×22,8 ± 14,1dias, p = 0,029) e óbito (48,9×23%, p = 0,008). Como fatores associados ao óbito, foram identificados a LRA (p = 0,008), uso de DVA(p = 0,002), VM(p=0,01), internaçao em UTI(p=0,01) e menor tempo de vancomicina(p = 0,009). Como fatores associados a nível tóxico, foram identificados a presença de hipertensao arterial(p = 0,022), maior tempo de internaçao(p = 0,022) e maior idade(p < 0,001). Discussaoe Conclusoes: A prevalência de níveis tóxicos de vancomicina foi elevada(> 65%), assim como da LRA(> 40%) e mortalidade(> 30%). Níveis tóxicos e menor TFG basal foram identificados como fatores de risco de LRA. É essencial a monitorizaçao e ajuste dos níveis séricos de vancomicina, o que pode diminuir a mortalidade de pacientes hospitalizados em uso desse antimicrobiano, já que a LRA foi identificada como fator de risco para o óbito.

Palavras Chave: nefrotoxicidade, vancomicina, lesao renal aguda.


ID: 5406

Correlaçao entre tempo de circulaçao extra corporeae incidencia de ira no pos operatorio de cirurgia cardiaca

Autores: Luciano E P, Lima L C, Maldonado A L S, Queiroga M C G, Grossi L P, Furtado R S, Ramphini N, Reis S F S

Instituiçoes: Hospital Regional Do Vale Do Paraíba – Taubate – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Sabe-se que a IRA no pós-operatório de cirurgia cardíaca ocorre em 3% – 30% dos pacientes e IRA com necessidade de diálise ocorre em torno de 1% – 5% após o evento cirúrgico, com impacto direto na mortalidade do indivíduo – ultrapassando a taxa de 60% contra uma mortalidade geral de 2% – 8% para pacientes também submetidos ao procedimento sem apresentar IRA como complicaçao. Material e Método: Estudo retrospectivo com analise de 72 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca de Junho a Dezembro de 2016.Foram analisadas: gênero, idade e peso, EUROSCORE, fraçao de ejeçao do ventrículo esquerdo e presença ou nao de disfunçao ventricular; o tempo de circulaçao extra-corpórea e de pinçamento de artéria aorta; A análise estatística foi realizada usando-se os testes T-student para amostras independentes, Qui-quadrado de Pearson, Mann-Whitney e teste exato de Fisher, sendo considerado um nível de significância de p < 0,05. Resultados: 41 (56,9%) eram do gênero masculino; a idade média era 61 ± 11,5 anos; e o peso médio dos pacientes foi 72 ± 12,4 kg. A revascularizaçao do miocárdio (RM) em 49 (70%) dos procedimentos. O tempo de CEC foi em média 71,7 ± 33,4 minutos, O desfecho óbito foi observado para 9 (12,5%) pacientes, com um terço destes óbitos (33,3%) ainda em ambiente de Centro Cirúrgico.; 46 (66,7%) nao apresentavam disfunçao renal prévia. A Injúria Renal Aguda (IRA) foi verificada em18 (27,3%) pacientes com13 (72,2%) pacientes foram classificados como AKIN 1. Os resultados foram estatisticamente significativos para Tempo de CEC (p = 0,04) e sugestivo para Tempo de Pinçamento (p = 0,075). Discussao e Conclusoes: Em pacientes submetidos à cirurgia com CEC, o risco de IRA aumenta com a duraçao da mesma. Embora a causalidade nao esteja clara, a CEC promove um estado pró-inflamatório, que pode levar à lesao tecidual isquêmica. Além disso, evidências também sugerem que a falta de fluxo sanguíneo pulsátil pode prejudicar a perfusao renal, apesar da preservaçao relativa da pressao arterial média.Nós observamos uma relaçao siginificante entre tempo de duraçao da CEC e desfecho IRA (p0,04). Em nosso estudo o tempo de CEC foi em média 71,7 minutos, sendo que em 70,4% pacientes permaneceram menos de 77 minutos em circulaçao extracorpórea. Concluimos portanto que em nossa populaçào o tempo de CEC influencia de forma significativa na incidencia de IRA principalmente em pacientes com disfunçao renal prévia.

Palavras Chave: insuficiencia renal aguda; cirurgia cardíaca; circulaçao extra corpórea


ID: 5677

Lesao renal aguda por vancomicina: estudo piloto sobre a incidencia, e fatores de risco em pacientes septicos e criticos

Autores: Eid K Z C, De Almeida L M B, Pierri I G, Zamoner W, Dos Santos A, Balbi A L, Ponce D

Instituiçoes: Fmb Unesp Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A vancomicina, potencialmente nefrotóxica, é muito utilizada em unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar as infecçoes causadas por Staphylococcus aureus resistente a meticilina. Estima-se que a ocorrência de lesao renal aguda (LRA) por vancomicina ocorra em 8 a 45% dos casos. Embora a vancomicina seja droga muito utilizada, sao escassos os estudos envolvendo seu uso e a relaçao com o desenvolvimento de LRA. Material e Método: Estudo prospectivo observacional do tipo coorte de pacientes em uso de vancomicina internados em UTIs de um hospital universitário durante 04 meses ininterruptos, excluindo portadores de DRC estádio 5, transplantados renais e pacientes admitidos com LRA ou com LRA antes do uso de vancomicina. Para a análise de variáveis categóricas foi utilizado o Teste do Chi-Quadrado e de variáveis contínuas, o Teste t. Por fim, foi realizada regressao logística múltipla para identificar os fatores de risco para LRA, com nível de significância de 5%. Resultados: Avaliados 226 pacientes até o momento, sendo excluídos 114 devido principalmente à LRA já à admissao na UTI ou antes de iniciar a vancomicina (72%) e incluídos 34 pacientes críticos. A idade foi 60,1±16,6 anos, a incidência de LRA de 61,3% e a mortalidade de 52,9%. A vancocinemia resultou em nível tóxico (> 20mg/L) em 70,6% dos pacientes. Os grupos com e sem LRA foram semelhantes quanto ao sexo, idade, comorbidades, uso de ventilaçao mecânica, tempo de uso de vancomicina e internaçao. Foram identificados como fatores associados à LRA o uso de droga vasoativa (38,5×85,7%, p = 0,007), a presença de níveis tóxicos de vancocinemia (46,1×85,7%, p = 0,02), e os valores máximos de vancocinemia (19,5 ± 13×32,3 ± 21 mg/L, p < 0,001). Na regressao logística, o uso de DVA e vancocinemia elevada foram identificados como variáveis independentes para a LRA. Discussao e Conclusoes: Identificar a prevalência da nefrotoxicidade pela vancomicina em pacientes críticos é difícil, pois muitos sao os critérios de exclusao. A prevalência de níveis tóxicos de vancomicina foi elevada (> 70%), assim como da LRA (> 60%) e mortalidade (> 50%). Níveis tóxicos de vancocinemia foram identificados como fator de risco independente de LRA, sendo essencial a monitorizaçao e ajuste de seus níveis séricos.

Palavras Chave: lesao renal aguda, vancomicina, paciente críticos


ID: 5450

Avaliaçao da concentraçao da peptidilarginina deiminase 4 e dos polimorfismos PADI4 em pacientes com lesao renal aguda séptica

Autores: Costa N A, Cunha N B, Rogero M M, Norde M, Gut A L, Azevedo P S, Polegato B F, Zornoff L A, Paiva S R, Ponce D, Balbi A, Minicucci M F

Instituiçoes: Faculdade De Medicina De Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A lesao renal aguda (LRA) é uma das mais graves e frequentes complicaçoes da sepse em pacientes críticos, sendo que o processo inflamatório participa da fisiopatologia de ambas as doenças. A peptidilarginina deiminase 4 (PAD4) desempenha um papel fundamental na expressao gênica, envolvida no processo de citrulinaçao e apoptose celular, sendo importante alvo terapêutico em doenças inflamatórias. Até o momento nao há estudos sobre o comportamento da PAD4 e dos seus polimorfismos em pacientes críticos, nem tampouco, com LRA. O nosso objetivo foi avaliar a influência da concentraçao da PAD4 e dos seus polimorfismos (rs11203367 e rs874881) em pacientes com LRA séptica. Material e Método: Foram incluídos prospectivamente pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos e com diagnóstico de choque séptico na admissao na UTI, entre abril de 2014 a junho de 2015. Dados demográficos, avaliaçao clínica e amostras de sangue foram coletadas dentro das primeiras 24 horas da admissao para avaliaçao da atividade da PAD4 e dos seus polimorfismos. Todos os pacientes foram acompanhados durante a internaçao na UTI e o desenvolvimento de LRA foi avaliado durante o período. As variáveis categóricas foram analisadas pelo teste ?2 ou exato de Fisher e as contínuas pelo teste t de Student’s ou Mann-Whitney. Para prediçao de mortalidade, foi utilizado o modelo de regressao logística múltipla, ajustado pela idade, gênero e APACHE II. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Foram avaliados consecutivamente 99 pacientes. A média de idade foi de 63,6 ± 14,4 anos, 56% foram homens e o tempo de internaçao na UTI foi de 9 (4-17) dias. A taxa de mortalidade na UTI foi de 69,9%. A concentraçao sérica da PAD4 foi de 4,4 (2,5-6,2) ng/ml. Entre os pacientes com choque séptico, 51,5% desenvolveram LRA durante a permanência na UTI. Destes, 21,5% necessitaram de terapia de suporte renal agudo. Os pacientes com LRA tiveram maior escore SOFA, maior mortalidade e maior concentraçao sérica de PCR, ureia e creatinina quando comparado aos indivíduos com choque séptico e sem LRA. Nao houve diferença entre a concentraçao da PAD4 (p: 0,116) e dos seus polimorfismos rs11203367 (p: 0,910) e rs874881 (p: 0,769) nos indivíduos que desenvolveram LRA. A concentraçao da PAD4 nao foi preditora de mortalidade em pacientes com choque séptico (OR: 0,985; IC 95%: 0,919-1,056; p: 0,670). Discussao e Conclusoes: A atividade da PAD4 e os seus polimorfismos parecem nao sofrer alteraçao em pacientes com LRA séptica.


ID: 5843

Velocidade de desressuscitaçao na insuficiencia renal aguda em pacientes criticos

Autores: Antunes V H, Balbinotto A, Morsch C, Pâmela D V, Thomé F S

Instituiçoes: Hospital De Clínicas De Porto Alegre – Porto Alegre – Rio Grande Do Sul – Brasil

Introduçao: Nosso objetivo foi comparar grupos de pacientes críticos com injúria renal aguda (IRA) submetidos a diferentes ritmos de desressuscitaçao (remoçao de líquidos-UF) por diálise(TRS), no sentido de identificar fatores associados a eles. Material e Método: Uma coorte dos pacientes críticos que necessitaram de TRS por IRA estágio 3 foi seguida nos anos de 2015 e 2016. Doença renal crônica estágio 5 e transplantados renais foram excluídos, bem como aqueles tratados por diálise peritoneal ou que tiveram apenas um ou dois dias de tratamento. TRS foi hemodiálise intermitente-HDI (FreseniusT) para pacientes hemodinamicamente estáveis ou TRS contínua -TRSC (PrismaT or DiapactT) para pacientes instáveis. O peso foi aferido diariamente em cama-balança e a perda diária calculada em g/Kg/ dia representando a UF (desressuscitaçao). Variáveis analisadas foram: dados demográficos, creatinina basal, tipo de IRA, comorbidades, escore APACHE II, e variáveis relacionadas ao tratamento. Os desfechos foram mortalidade e dependência de diálise. Os pacientes foram divididos em três grupos: G1: tiveram ganho de peso durante o tratamento; G2 com perda de peso correspondente a menos do que 10 mg/Kg/dia; G3 com perda de peso superior a isso. Os grupos foram comparados por ANOVA ou qui-quadrado, usando SPSS versao 19. O nível de significância foi 0,05. Resultados: Após exclusoes, 390 pacientes tratados foram analisados, divididos nos três grupos. TRS contínua foi usada em 86% dos pacientes, sendo 72 % deles com citrato como anticoagulante. G1 tinha pacientes mais graves (APACHE II 37 ± 5), idade média 63±8 anos, iniciaram o tratamento com 101 ± 4 Kg e ganharam 690 ± 850 mg/dia em 10,4 ± 14,9 dias. A letalidade foi de 86% já no CTI e a maioria em diálise. Os grupos 2 e 3 nao diferiram em relaçao a idade, escore APACHE II, proporçao de sépticos, e peso inicial (79 ± 26 vs. 87 ± 21). A perda de peso foi de 10±7 Kg em 20±17 dias no G2 e de 12 ± 7 Kg em 8 ± 5 dias no G3 (N.S.). A letalidade hospitalar foi semelhante (52% e 58%), mas a dependência de diálise na alta hospitalar foi: G2 36 %; G3 61%(p < 0,05). Permanência no CTI foi de 14,7 dias. Discussao e Conclusoes: Em pacientes críticos com IRA, a impossibilidade de obter balanço hídrico negativo em diálise, representada por ganho de peso ao longo do tratamento indica mau perfil prognóstico. Em pacientes capazes de perder volume hídrico (peso), a velocidade de remoçao hídrica nao está associada a fatores prognósticos. O grupo que perdeu peso mais rapidamente (G3) teve maior proporçao de dependência de diálise.

Palavras Chave: insuficiência renal aguda, diálise, desressuscitaçao, ultrafiltraçao.


ID: 5931

Injuria renal aguda após ingesta de suco de biri biri

Autores: Sampaio W L V, Bastos A A, Rocha A M, Guimaraes T V

Instituiçoes: Universidade Estadual Do Sudoeste Da Bahia – Vitória Da Conquista – Bahia – Brasil

Introduçao: A injúria renal aguda tem como uma de suas causas precipitantes a intoxicaçao por plantas, dentre elas a Biri Biri, Averrhoa bilimbi que apresenta altas concentraçoes de ácido oxálico com potencial nefrotóxico. Esse trabalho relata caso de um paciente que desenvolveu injuria renal aguda após ingestao do suco de Biri Biri. Material e Método: Análise retrospectiva de prontuário de paciente atendido em ambulatório de especialidade médica. Resultados: RJO, sexo masculino, 35 anos, previamente hígido, relata episódio agudo de náuseas, vômitos, soluços e dor intensa em abdomen e dorso irradiada para flancos e fossas ilíacas, após ingesta de aproximadamente 400ml de suco da fruta Biri Biri com necessidade internaçao, quando foi medicado com: Omeprazol, Bromoprida e Dipirona e apresentou disfunçao renal (creatinina: 4mg/dl, ureia:55mg/dl) e hematúria (12 hemácias por campo) com ultrassonografia de vias urinárias sem alteraçoes. Evoluiu com recuperaçao da funçao renal (creatinina de 0,9mg/dl), após quinze dias. Discussao e Conclusoes: Biri Biri é um fruto cítrico, rico em oxalato, da mesma família da carambola, cultivado em países tropicais, e utilizado popularmente para tratamento da dislipidemia, hipertensao arterial sistêmica e diabetes mellitus, e como produto alimentício na forma de suco, vinagre, vinho e picles. A injuria renal aguda do Biri Biri ocorre devido a nefropatia por oxalato, após consumo maior que 300 mL do suco da fruta, mesmo em pacientes previamente hígidos, podendo se manifestar como oligúrica ou nao oligúrica, necessidade de tratamento dialítico e/ou pulsoterapia com corticoide, associado com hipertensao, anasarca, e eliminaçao de cristais de oxalato de cálcio na urina. A biópsia renal revela de cristais de oxalato de cálcio na forma de vidro quebrado, em glomérulo e túbulos renais, além de infiltrado inflamatório. O prognostico é favorável com recuperaçao da funçao renal em torno de 10 dias. O presente relato de caso exemplifica um caso de injuria renal aguda após ingesta de suco de biribiri, acometendo paciente previamente hígido, sem nenhum outro fator de risco que justificasse a lesao renal, e com recuperaçao da funçao renal, mesmo sem realizaçao da biopsia renal.

Palavras Chave: Biri Biri; injúria renal aguda; intoxicaçao lIGas


ID: 5680

Lesao renal aguda em pacientes internados por varicela

Autores: Asfor A C P, Lechiu L N, Da Costa L B, Filho S L A P, Pantoja B L B, Silveira L D H J, Lechiu C N, Filho R C D S, Freitas T V D S, Daher E D F

Instituiçoes: Universidade Federal Do Ceara – Fortaleza – Ceara – Brasil

Introduçao: Varicela é uma doença exantemática infecciosa causada pelo vírus varicela-zoster, comum na infância e de curso normalmente benigno. No entanto, a doença pode ter evoluçao grave com complicaçoes severas, como insuficiência renal. O objetivo deste estudo foi analisar as características clínicas de pacientes com varicela que necessitam de hospitalizaçao e identificar fatores de risco para lesao renal aguda (LRA) e mortalidade. Material e Método: Estudo retrospectivo incluindo pacientes de todas as idades internados em um hospital terciário com diagnostico clinico de varicela durante o ano de 2016. Foram incluídos pacientes que foram ou nao admitidos em unidade de cuidados intensivos (UTI). A classificaçao RIFLE foi utilizada para classificar a gravidade da LRA. Resultados: Foram incluídos 78 pacientes, com média de idade de 17,0 ± 20,4 anos (18 dias a 83 anos). 7 pacientes foram admitidos em UTI (9%), 12 desenvolveram LRA (15,4%), sendo metade RIFLE III. 5 pacientes necessitaram de hemodiálise (6,4%) e 15 faleceram (19,2%). Pacientes que desenvolveram LRA possuíam idade significativamente maior que os que nao desenvolveram (35,7 ± 23,4 vs. 13,6 ± 18,0 anos, p = 0,003). O desenvolvimento de LRA (p = 0,001), RIFLE III (p = 0,011), hemodiálise (p = 0,046) e internamento em UTI (p = 0,02) teve associaçao estatisticamente significativa com desfecho o óbito. Pacientes que faleceram tiveram contagens de plaquetas mais baixas (134,01 x 103 vs. 209,57 x 103/mm3p = 0,027). Na análise multivariada, LRA (OR 8,17, IC95% 1,79 – 37,30, p = 0,007) e plaquetopenia menor que 100 x 103/mm3 (OR 5,52, IC95% 1,263 – 24,120, p = 0,023) foram fatores de risco para óbito. Idade ≥ 20 anos (OR 11,20, IC95% 2,289 – 44,340, p = 0,001) foi fator de risco para o desenvolvimento de LRA. Discussao e Conclusoes: A incidência de LRA foi considerável nesta corte de pacientes com varicela que necessitaram de hospitalizaçao, e este foi um fator de risco independente para mortalidade. Chama a atençao o elevado percentual de LRA grave, com necessidade de diálise, dentre aqueles com LRA. A idade foi o único fatores de risco identificado para o desenvolvimento de LRA.

Palavras Chave: Varicela, lesao renal aguda, hospitalizaçao.


ID: 5835

Nefropatia diabetica na zona norte de Manaus, Amazonas, Brasil

Autores: Schramm A M, Santos T C, Pinheiro C T, Dias R, Oliveira A A, Almeida D D P, Petruccelli K C

Instituiçoes: Uea – Manaus – Amazonas – Brasil, Ufam – Manaus – Amazonas – Brasil

Introduçao: O Amazonas tem cerca de 4.001.667 habitantes, dos quais 52,3% vive na capital, Manaus. A Zona Norte (ZN) é a mais populosa, com mais de 500 mil habitantes, onde estima-se mais de 7 mil diabéticos, mas nao há registros da prevalência da Doença Renal do Diabetes (DRD). O Programa de Assistência ao Nefropata Diabético foi criado para estabelecer uma estratégia para a detecçao precoce da doença, retardar a progresso para IRCT e determinar a prevalência da DRD no cenário do DM na cidade, tomando a ZN como ponto de partida. Material e Método: Os diabéticos registrados no Programa da Saúde da Família da ZN compareceram voluntariamente a um evento previamente agendado, responderam a um questionário focado nos sinais da doença renal e foram submetidos a exame de urina, glicemia e avaliaçao oftalmológica. Uma vez detectados sinais sugestivos de complicaçoes renais ou oculares do DM, estes pacientes foram submetidos a dosagem de creatinina sérica e proteinúria. Resultados: 308 pacientes foram avaliados pelo programa em 2016. Destes, 33,22% eram homens; 66,88% mulheres; a idade média foi de 62 anos; 5,5% tinham DM tipo 1 e 94,5% DM tipo 2. 76,6 % nunca tinham sido examinados por um Nefrologista. Apenas 19,64% tinham níveis adequados de IMC, os demais tinham sobrepeso ou obesidade. Quanto ao tratamento do DM, 17,85% estavam em insulinoterapia, 49,35% usavam sulfonilureias e 50,32% usavam metformina, isolada ou combinada com sulfonilureia, mas 7,79% nao usavam nenhuma medicaçao. A glicemia de jejum estava acima do ideal na maioria: em 95,12% era acima de 100 mg/dL e 75,22% tinham glicemia pós-prandial maior que 140 mg/dL. Os níveis de HbA1c estavam abaixo de 7% em 12,9% dos pacientes e 74,9% tinha resultados acima de 8%. 67,2% dos pacientes estavam hipertensos. Em 60,86% deles, a PA nao estava controlada e destes, 30,17% nao usavam nenhum anti-hipertensivo. No grupo com PA controlada, 74,07% usava Inibidores da ECA ou BRA. De acordo com a TFG (CKD-EPI), 32,13% dos pacientes estavam no Estágio I da NFK; 42,85% no estágio II; 14,28% no estágio III A; 3,57% no estágio III B e 7,14% no estágio IV. A proteinúria estava presente em 51,03% pacientes, dos quais 4,55% no nível A1, 54,55% no nível A2 e 40,41% no nível A3. Discussao e Conclusoes: O programa de atendimento primário na ZN de Manaus nao está alcançando seus objetivos quanto ao controle do DM e da hipertensao, aumentando os riscos de DRD. Esforços devem ser feitos para proporcionar um melhor acompanhamento, tratamento e acesso desses pacientes a um atendimento especializado.

Palavras Chave: DRD, IRCT, diabetes mellitus.


ID: 5781

A importancia da conscientizaçao sobre obesidade como um fator de risco para doença renal cronica

Autores: Tenorio A P O, De Lima L F F, Cangussú L R, Nóbrega B P, Da Rocha Y F, Lourenço JT V S, Souza C A S, Santa Rita A E C, Neto A P M, Tenório P P, Lopes M R

Instituiçoes: Universidade Federal Do Vale Do Sao Francisco – Paulo Afonso – Bahia – Brasil

Introduçao: A Liga Acadêmica de Nefrologia e Urologia (LANEU) da Universidade Federal do Vale do Sao Francisco (UNIVASF), em comemoraçao a campanha do dia Mundial do Rim, cujo tema foi: Doença renal e obesidade, estilo de vida saudável para rins saudáveis, realizou uma proposta de intervençao junto à comunidade do município de Paulo Afonso-Bahia. A LANEU desenvolveu uma atividade de educaçao em saúde, visto que a doença renal crônica (DRC) é um grande problema de saúde pública. Material e Método: A intervençao foi realizada via demanda espontânea, os entrevistados foram submetidos a uma anamnese direcionada, com obtençao de nome, idade, sexo, antecedentes patológicos; e a realizaçao de exame físico, no qual foram avaliadas medidas antropométricas, aferiçao de pressao arterial e percentual de gordura. Os dados foram analisados através do GraphPad Prism 5 (La Jolla, CA, USA), com os testes estatísticos indicados. Resultados: Participaram 101 pessoas, sendo 49 homens (48,5%) e 52 mulheres (51,5%), a faixa etária foi de 26 a 84 anos, com média de 40 anos. Dentre os entrevistados, 45 (44,5%) relataram o diagnóstico prévio de hipertensao arterial sistêmica (HAS), 20 (19,8%) diabetes mellitus (DM) e 14 (13,8%) ambas, HAS e DM. É importante ressaltar que 46 apresentavam sobrepeso (45,6%) e 26 obesidade em diferentes graus (25,7%). Foi observado também que 47 estavam com medidas de circunferência abdominal superior ao limiar de risco (46,5%). Após análise, observou-se que na faixa etária de 20 a 40 anos (18 entrevistados), foi contabilizado apenas 1 mulher com hipertensao (0,55%), na faixa de 40 a 60 anos (57 entrevistados), 20 mulheres (19,8%) e 12 homens (21,1%) apresentavam a doença. Dos 60 a 80 anos (23 entrevistados), 9 homens (39,1%) e 3 mulheres (13,0%) eram hipertensos. Dos pacientes com IMC > 25, 71 (70,3%) apresentaram HAS, totalizando 77% dos entrevistados com hipertensao. Discussao e Conclusoes: Sabe-se que as principais causas de doença renal crônica no Brasil sao a HAS e DM. Essas patologias sao doenças crônicas que evoluem, muitas vezes, de forma assintomática e que possuem associaçao com a obesidade e o envelhecimento. Essa premissa justifica os dados encontrados nesta intervençao, a qual evidenciou uma maior prevalência de HAS nos pacientes com idade superior a 40 anos e com sobrepeso ou obesidade. A realizaçao da intervençao foi de capital importância para comunidade, sobretudo no que se refere à conscientizaçao sobre a DRC e seus fatores de risco.

Palavras Chave: Obesidade, Doença Renal Crônica, Fatores de risco, Hipertensao, diabetes mellitus.


ID: 5946

Avaliaçao de fatores de risco para doença renal cronica em populaçao de idosos do estado do Ceara

Autores: Guedes K S, Albuquerquer L D O, Azevedo M A, de Oliveira B P A, Lechiu C N, Rocha C V D O, da Costa I R, Daher E D F

Instituiçoes: Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: No século XX, concomitante ao aumento da expectativa de vida média da populaçao, inclusive da brasileira, houve um crescimento proporcional da populaçao idosa. Este fato se associa também a uma maior prevalência de doenças crônicas, com destaque para a Doença Renal Crônica (DRC), que sao responsáveis por consideráveis custos ao sistemas de saúde pública. Nesse contexto, a prevençao e o rastreio da DRC tem impacto nao só na saúde, especialmente na dos idosos, mas também na economia mundial. Material e Método: Realizaçao de campanhas, de janeiro de 2009 a janeiro de 2017, na cidade de Fortaleza e adjacências, Ceará, com aplicaçao de questionário sobre histórico pessoal/familiar de comorbidades, prática de exercício físico, tabagismo, etc., seguindo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Nefrologia; aferiçao de pressao arterial, glicemia capilar e medidas antropométricas e realizaçao de teste rápido de urina (dipstick). Resultados: Foram analisados 1058 idosos, dos quais 543 (51%) eram do sexo masculino. A média de idade foi de 68 ± 7. A média da pressao arterial sistólica foi de 134,7 ± 20,5 mmHg, e a média da pressao arterial diastólica foi de 82 ± 12 mmHg. A média da glicemia capilar ao acaso foi de 130,8 ± 64,4. A média do índice de massa corporal (IMC) foi de 27 ± 4,3, sendo 328 (31%) pessoas com sobrepeso (IMC > 25 kg/m²), 167 (16%) pessoas obesas (IMC > 30 kg/m²) e 563 (53%) com IMC normal (IMC < 25 kg/m²). Dos entrevistados, 94 (9%) declararam ter doença renal e 156 (15%) alegaram ter histórico familiar de doença renal. 251 (24%) dos entrevistados eram diabéticos, 566 (53,5%) eram hipertensos e 176 (17%) tinham doença cardiovascular prévia. 444 (42%) relataram histórico familiar de diabetes, 578 (55%) de hipertensao arterial e 399 (38%) de doença cardiovascular. Dentre as pessoas entrevistadas, 204 (19%) eram tabagistas e 469 (44%) alegaram praticar exercícios regularmente (> 150 minutos por semana). Discussao e Conclusoes: A alta média de idade encontrada e um maior número de comorbidades entre esta populaçao evidencia a necessidade de um maior cuidado. Tal fato é evidenciado pelos maiores níveis de pressao arterial sistólica e de glicemia capilar. Além do mais, boa parte dos entrevistados alegaram história familiar de doença renal e doença cardiovascular. Tais fatos demonstram susceptibilidade desse segmento etário e a importância de campanhas de promoçao da saúde.


ID: 5625

Relato de experiencia: Dia Mundial do Rim 2017 em Volta Redonda – RJ

Autores: Alves V M C, Sarzedas A R M, Vargas A V, Ribeiro L R, Couto R B, Fernandes M O, de Almeida L A

Instituiçoes: Centro Universitário De Volta Redonda – UniFOA – Volta Redonda – Rio de Janeiro – Brasil

Introduçao: A campanha do Dia Mundial do Rim (DMR), organizada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2017, teve como tema: Doença Renal e Obesidade, pois a mesma é considerada um fator de risco importante para a doença renal crônica (DRC). Em apoio a essa proposta, estudantes de medicina e professores da Liga Acadêmica de Nefrologia e Urologia (LANU) realizaram no Centro Universitário do UNIFOA no município de Volta Redonda – RJ uma atividade de rastreio das alteraçoes relacionadas ao risco de desenvolvimento da DRC, além de aplicar um questionário para avaliar o conhecimento da populaçao universitária sobre funçao renal e obesidade. Material e Método: A hipertensao arterial, diabetes mellitus, obesidade, infecçoes do trato urinário superior e alteraçoes congênitas sao algumas etiologias que levam ao desenvolvimento de DRC. Desse modo, em busca desses critérios, a LANU realizou uma atividade de prevençao e promoçao da saúde, atingindo 55 mulheres e 16 homens. Foram realizados exames simples de elementos e sedimentos anormais (EAS), aferiçao da pressao arterial (PA), medidas antropométricas e glicemia capilar (HGT). Concomitantemente foi um aplicado um questionário objetivo sobre DRC e obesidade. Por fim, os dados foram organizados com o auxílio da estatística descritiva. Resultados: A realizaçao do DMR proporcionou uma experiência única aos envolvidos. Os acadêmicos colocaram em prática conhecimentos teóricos e os participantes vivenciaram um atendimento direcionado, aprendendo sobre a DRC. A participaçao da grande maioria dos universitários e dos funcionários da universidade foi ativa, mostrando-se solícitos e participativos. Em relaçao aos exames realizados, vale ressaltar que o EAS foi o exame com menor aceitaçao por parte dos participantes, principalmente do gênero masculino. Por outro lado, a aferiçao da pressao arterial foi o exame mais procurado, assim como o de glicemia capilar. Tal experiência possibilitou um olhar mais atencioso a respeito da atençao básica relacionada à saúde renal. Discussao e Conclusoes: Foi possível, por meio dessa açao, que os acadêmicos aprofundassem seus conhecimentos sobre a DRC e sua relaçao com a obesidade, além de promoverem uma açao de promoçao da saúde. A falta de conhecimento dos participantes sobre a DRC revela que açoes simples de educaçao em saúde podem desempenhar papel fundamental para o incentivo à mudança de hábitos de vida em qualquer momento de sua vida.

Palavras Chave: Liga Acadêmica, Dia Mundial do Rim.


ID: 5921

Atuaçao da liga de nefrologia no dia mundial do rim 2017 na Uninove

Autores: Ondani C S, Macedo L B D C, Nakahara S M, Dalboni M A, Soeiro E M D

Instituiçoes: Uninove – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um grave problema de saúde pública mundial, com incidência e prevalência em ascensao. A doença é assintomática no início, os principais fatores de risco podem ser modificados, o que justifica a necessidade de prevençao. O Dia Mundial do Rim é uma campanha realizada anualmente e este ano o tema foi “Doença Renal e Obesidade – Estilo de Vida Saudável para Rins Saudáveis”. Trata-se de um evento que tem como objetivos conscientizar o maior número de pessoas sobre a importância da saúde renal e o impacto da DRC, e neste sentido a Liga de Nefrologia da UNINOVE desenvolveu açoes. Material e Método: A campanha foi realizada através de 1)distribuiçao de folhetos informativos sobre a DRC, 2) discussao de um caso clínico relacionado ao tema; 3) palestra sobre os fatores de riscos progressao e prevençao da DRC com ênfase nas mudança de estilo de vida; e 4) elaboraçao de um questionário aplicado aos participantes, sobre os fatores de risco de DRC. Resultados: Durante dois meses que antecederam o evento, 10 alunos e cinco professores tutores da Liga de Nefrologia da UNINOVE participaram da organizaçao da campanha através da preparaçao do caso clínico ilustrativo e do questionário sobre os fatores de risco para DRC. No dia do evento o público impactado foi de 567 estudantes do primeiro ao quarto anos de medicina, incluídos os 10 alunos da Liga de Nefrologia; 51 professores da graduaçao e pós-graduaçao da área de saúde. O questionário para identificaçao de fatores de risco para DRC foi respondido por 211 estudantes participantes do evento. Discussao e Conclusoes: A Liga de Nefrologia da UNINOVE atuou na campanha do Dia Mundial do Rim 2017 através de açoes de conscientizaçao dos estudantes de medicina sobre a gravidade da DRC e da necessidade de sua prevençao através do conhecimento da doença, da identificaçao dos fatores de risco e do diagnóstico precoce.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica – Obesidade. multIDIsCIplInaR


ID: 4882

Efeitos da reduçao de sodio da dieta sobre a resposta inflamatoria de pacientes em hemodialise

Autores:Telini L S R, Beduschi G C, Watanabe MT, Caramori J C T, Martin L C, Barretti P

Instituiçoes: Centro Universitário De Votuporanga – Unifev – Votuporanga – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: As doenças cardiovasculares (DRC) sao a principal causa de morte em pacientes tratados por hemodiálise (HD), sendo a inflamaçao apontada como fator independente de risco para essas doenças. Recentemente, a expansao de volume foi apontada como uma das causas de inflamaçao nesses pacientes. Objetivos: Avaliar os efeitos da diminuiçao da quantidade de sódio na dieta sobre a evoluçao do volume de água corporal e dos marcadores inflamatórios. Material e Método: Foram incluídos pacientes adultos tratados por HD há pelo menos 90 dias, com níveis séricos da proteína C reativa (PCR) ≥ 0,7 mg/dL, randomizados em dois grupos: Grupo A, dieta, com 30 pacientes para os quais foram prescrita dieta com reduçao em 2 gramas/dia no teor de sódio, Grupo B, controle, com 31 pacientes. Pacientes com processos infecciosos ou inflamatórios agudos e crônicos foram excluídos. Na 1ª, 8ª e 16ª semanas foram determinados marcadores antropométricos, inflamatórios, bioquímicos e o volume de água corporal pela bioimpedância elétrica. Os dados foram avaliados pela análise de variância para medidas repetidas e teste do Qui Quadrado. Resultados: No grupo A houve diminuiçao significante da PCR entre o início e a 8ª semana de estudo (p = 0,03) e, com estabilizaçao entre esta e a 16ª semana; enquanto as medianas dos níveis séricos da α-1 glicoproteína ácida, foram menores na 8ª (p = 0,009) e 16ª (p = 0,009) semanas em relaçao ao início do estudo. Houve ainda reduçao significante das medianas das concentraçoes do fator de necrose tumoral-α e interleucina-6 (p < 0,001). Discussao e Conclusoes: A dieta associou-se com reduçao de diferentes marcadores inflamatórios e melhora do estado nutricional, sugerindo que a restriçao dietética de sódio é uma estratégia válida, com potencial efeito benéfico no prognóstico de pacientes com DRC tratados por HD.

Palavras Chave: hemodiálise sódio dieta inflamaçao volume.


ID: 4941

Inconformidades laboratoriais em um sistema de tratamento de água para hemodiálise (STDAH) e a intervençao multiprofissional para conversao em conforme: relato de experiência

Autores: Carvalho P F, Knob E, Gleidt P, Lutzky M, Da Silva R D A

Instituiçoes: Hospital Moinhos De Vento – Porto Alegre – Rio Grande Do Sul – Brasil

Introduçao: A Insuficiência Renal Crônica é a perda progressiva e irreversível das funçoes dos rins, sendo a hemodiálise uma das formas de substituiçao da funçao renal. Em média 120 litros de água tratada sao utilizados por sessao de hemodiálise, sendo necessário o controle rigoroso de sua qualidade. Neste trabalho relataremos as medidas implementadas pela equipe multiprofissional na resoluçao de resultados laboratoriais com presença de contaminantes no STDAH de um hospital privado de Porto Alegre considerando os parâmetros definidos pela RDC 11/2014. Material e Método: Trata-se de um relato de experiência sobre as condutas adotadas pela equipe multiprofissional frente a recorrência de resultados laboratoriais com níveis elevados de bactérias heterotróficas, coliformes totais e endotoxinas no relatório mensal do STDAH do Centro de Terapia Intensiva, apresentando as intervençoes realizadas e os resultados obtidos após a implementaçao das açoes. Resultados: Os resultados conformes foram obtidos após implementaçao das seguintes açoes: 1- Automaçao do STDAH; 2- Implementaçao de um novo sistema pressurizador na entrada do STDAH garantindo adequada retrolavagem e regeneraçao dos elementos filtrantes, apliando-se em 150% o tempo de retrolavagem; 3- Substituiçao total dos elementos pré filtrantes (carvao e areia); 4- Adequaçao do volume produzido e consumo diário. Discussao e Conclusoes: Sendo a água o insumo mais consumido durante uma sessao de hemodiálise e que a presença de contaminantes no dialisato pode levar à casos de bacteremia e até mesmo microinflamaçao nos pacientes submetidos à este procedimento de forma regular, entende-se que a qualidade da água ofertada é de extrema importância e o controle dos parâmetros por uma equipe multiprofissional é indispensável para garantir o fornecimento adequado deste elemento.

Palavras Chave: Tratamento de água, Hemodiálise, Contaminantes.


ID: 5402

Controle clinico-metabolico dos individuos de um centro de nefrologia em relaçao ao tempo de diálise peritoneal

Autores: Alvarenga L A, Moreira M A, Pereira B C, Aguiar A S

Instituiçoes: Universidade Federal De Juiz De Fora – Juiz De Fora – Minas Gerais – Brasil, Universidade Federal De Ouro Preto – Ouro Preto – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: No Brasil, dos indivíduos em terapia renal de substituiçao (TRS), 9% utiliza a diálise peritoneal (DP). Este tratamento junto à lesao renal leva à distúrbios metabólicos e nutricionais. O acompanhamento clínico relacionado ao tempo em DP permite intervençoes mais eficazes para melhoria da sua qualidade de vida do paciente. O objetivo do estudo foi analisar os parâmetros bioquímicos de pacientes em relaçao ao tempo em DP. Material e Método: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo CEP UFJF (1.762.852). Avaliou-se parâmetros bioquímicos em relaçao ao tempo em DP de 30 pacientes, considerando: ≤ 2 anos e > 2 anos; ≤ 5 anos e > 5 anos. Utilizou-se para as análises estatísticas o software SPSS® (23.0). Verificou-se a normalidade por Shapiro-Wilk. Realizou-se T Student e correlaçao de Pearson para variáveis com distribuiçao normal e Manm-Whitney e Sperman para as de distribuiçao nao normal. Resultados: Os valores de cálcio e ferritina séricos foram 9 mg/dL e 373,91 ng/mL no grupo com ≤ 2 anos em DP e 9,79 mg/dL e 220,42 ng/ml no grupo com > 2 anos em DP, com diferença estatística significativa para os dois parâmetros (p < 0,05). Em relaçao ao tempo ≤ 5 anos e > 5 anos em DP, observa- se que no primeiro a glicose apresentou valor de 87,9 mg/dL e a hemoglobina glicada (HMG) 5,26%, já no segundo, 108,33 mg/dL e 6,33%, respectivamente (p < 0,05). Houve correlaçao positiva entre tempo em DP e níveis séricos de cálcio (r = 0,371), glicose (r = 0,406) e HMG (r = 0,419), com p < 0,05, e correlaçao negativa entre o tempo e ferritina (-0,405), com p < 0,05. Nao houve diferença estatística significante nos outros parâmetros avaliados. Discussao e Conclusoes: Em relaçao ao aumento do cálcio em pacientes com > 2 anos em DP, pode-se justificar ao uso de quelantes de fósforo a base de cálcio e presença de cálcio no dialisato, além disso há o aumento do nível sérico de PTH. Em relaçao à ferritina como parâmetro inflamatório, sua diminuiçao no grupo com > 2 anos em DP pode ser devido ao início do tratamento, já que o paciente tem melhora dos parâmetros metabólicos ao iniciar o procedimento de TRS. O aumento dos níveis de glicose e HMG em tempo > 5 anos em DP se deve à presença de glicose no dialisato, que é parcialmente absorvida pelo paciente, mostrando maior dificuldade no controle glicêmico com o passar dos anos em DP. Conclui-se que o tempo em DP pode influenciar alguns dos parâmetros bioquímicos de pacientes submetidos à DP.

Palavras Chave: Insuficiência renal crônica, Diálise Peritoneal, Avaliaçao Nutricional, Estado Nutricional, Tempo em Diálise.


ID: 5440

Estudo de comprometimento cognitivo leve e sintomas de depressao em pacientes em hemodialise

Autores: Hagemann P M S, Costa N R, Mendes-Chiloff C L, Novello V L, Ramos-Cerqueira AT A

Instituiçoes: Unesp – Bauru – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O comprometimento cognitivo leve (CCL) e os sintomas de depressao sao comorbidades comuns em indivíduos em hemodiálise (HD), podendo interferir em suas vidas e tratamento. Este estudo tem como objetivo estudar a prevalência de CCL e sintomas de depressao de pacientes em HD. Material e Método: Trata-se de um recorte de um estudo transversal, no qual pacientes que realizavam HD em um hospital universitário do interior do estado de SP foram avaliados quanto ao seu desempenho cognitivo e sintomas de depressao. Para avaliaçao cognitiva foi utilizado o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), e para avaliar os sintomas de depressao foi utilizado o Inventário de Depressao de Beck (BDI), complementados por dados sociodemográficos e clínicos. Para análise dos dados foi empreendida análise descritiva e utilizado Coeficiente de Correlaçao de Spearman, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: Dos 83 pacientes estudados, verificou-se que 53% eram do sexo masculino, com idade mediana de 57 (h = 21) anos, com mediana de quatro (h = 6) anos de estudo. A mediana do tempo de tratamento foi 24 (h = 53) meses, 31,3 % tinham diabetes mellitus como doença de base e 51,8 % tinha fístula como acesso vascular. Detectou-se prevalência de CCL de 61,4%, com mediana de 24 (h = 4) pontos. Foi encontrada prevalência de 39,5 % (n = 32) de casos com sintomas depressivos com mediana de 8 (h = 11) pontos. Observou-se correlaçao positiva estatisticamente significante entre MEEM e anos de escolaridade (rs = 0,581; p = 0.000;), e negativa entre MEEM e idade (rs = – 0,268; p = 0,014). Nao houve correlaçao entre CCL e sintomas de depressao (rs = -0,02; p = 0,84). Discussao e Conclusoes: Apesar de nao ter sido encontrada associaçao de CCL com sintomas de depressao, pôde-se verificar uma prevalência de CCL e sintomas de depressao significativa e superior à populaçao geral. A alta prevalência de sintomas de depressao e CCL identificados constituem-se em um fator preocupante, pois pacientes com prejuízos cognitivos possuem maior dificuldade em seguir recomendaçoes médicas e aderir ao tratamento. Além disso, indivíduos com CCL constituem uma populaçao de risco para desenvolvimento de demência. Evidencia-se assim, uma necessidade crescente de se investigar e, quando possível, tratar pacientes com déficits cognitivos, objetivando também empreender estratégias junto à equipe de assistência na abordagem deste paciente.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Hemodiálise, Comprometimento Cognitivo Leve, Depressao.


ID: 5488

Acompanhantes de pacientes em hemodialise: conhecer a doença renal cronica influencia a preocupaçao com o estado nutricional e a saude?

Autores: Peracini L C, Cardoso M, Dos Santos L F, Diniz M D, Santos P S, Maniglia F P

Instituiçoes: Universidade De Franca – Franca – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Cuidados nutricionais sao importantes para a prevençao e para o tratamento da Doença Renal Crônica. O objetivo do trabalho foi avaliar o estado nutricional e as práticas alimentares de indivíduos que convivem com pacientes em hemodiálise (HD) e investigar se o contato com a doença renal crônica motiva mudanças nestes aspectos. Material e Método: Participaram do estudo 31 acompanhantes de pacientes em HD em uma Clínica Nefrológica, que foram submetidos à avaliaçao da circunferência da cintura e do Indice de Massa Corporal, por meio da aferiçao de peso e estatura. Os hábitos alimentares foram investigados pela aplicaçao do Questionário de Frequência Alimentar (QFA) e os indivíduos foram questionados sobre a influência de conviver com a doença renal nos seus hábitos de vida. Também foram identificados os problemas de saúde apresentados e a prática de exercícios físicos. Resultados: A média e o desvio padrao da idade dos participantes da pesquisa corresponderam a 49,2 (13,4) e 80,6% da amostra eram do sexo feminino. A classificaçao do IMC dos indivíduos foi de 25,8% de eutrofia, 35,5% de sobrepeso e 38,7% de obesidade e a circunferência da cintura esteve acima dos valores recomendados em 77,4% da populaçao. Os principais problemas de saúde apresentados foram: dislipidemia e doenças de via respiratória e articulares, além de cistite de repetiçao. 64,5% dos integrantes do estudo eram sedentários e a mediana de ingestao hídrica diária correspondeu a 1,6 litros e os consumos mínimo e máximo foram 0 e 3 litros, respectivamente. A análise qualitativa da alimentaçao dos indivíduos revelou mau fracionamento, baixo consumo de frutas e hortaliças, alta presença de refrigerantes e doces e moderado consumo de frituras e temperos industrializados. Quando questionados sobre ter medo de desenvolver a doença renal crônica, 77,4% dos participantes responderam que tinham e 61,3% referiram modificaram seus hábitos alimentares depois de conviverem diretamente com a doença. A classificaçao da própria qualidade da alimentaçao pelos indivíduos mostrou que 25,8% deles consideravam-na nao saudável, 61,3% como pouco saudável e somente 12,9% da populaçao do estudo classificou sua alimentaçao como muito saudável. Discussao e Conclusoes: Concluiu-se que apesar do receio de desenvolver a doença renal crônica e da tentativa de melhorar os hábitos alimentares, a maior parte dos acompanhantes dos pacientes em HD apresenta baixa ingestao hídrica e consumo alimentar e estado nutricional inadequados, os quais podem agravar suas condiçoes de saúde.

Palavras Chave: estado nutricional, consumo alimentar, doença renal crônica.


ID: 5553

Nivel de atividade fisica em receptores e doadores renais no periodo pre e um ano após o transplante

Autores: Gimenes De Paula D A, De Santana F R, Cristelli M P, Chiavegato L D

Instituiçoes: HRIM – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, Unicid – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) está diretamente associada com a diminuiçao da qualidade de vida e sedentarismo devido aos efeitos colaterais da doença e seu tratamento. Estudos afirmam que receptores renais submetidos a um programa de exercícios após o transplante, apresentam uma melhora significante de força muscular e aptidao física. Material e Método: Estudo transversal realizado no Hospital do Rim e Hipertensao, sendo pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos e nível cognitivo preservado. Foi aplicado o questionário de Atividade Física Habitual de Baecke no momento pré transplante e por via telefônica após completar um ano. Os dados foram submetidos à analise descritiva e a comparaçao entre os escores pré e pós um ano de transplante foi feito pelo teste t pareado. Resultados: Foram avaliados 188 pacientes e reavaliados 146 pacientes após um ano de transplante. A maior média de idade foi dos receptores de doadores falecidos (47,8 anos), predomínio do sexo masculino nos dois grupos de receptores e somente os doadores obtiveram média de IMC acima do normal (26,3 Kg/m2), classificando- os como sobrepeso. O maior índice de doença renal na amostra de receptores foi por causa indeterminada e a maioria realizou diálise antes do transplante. Os pacientes apresentaram-se como sedentários, tanto doadores como receptores renais mesmo mesmo quando avaliados após um ano de transplante. Discussao e Conclusoes: Por meio meio desta avaliaçao puemos observar que os pacientes continuam sedentários mesmo após um ano do transplante renal, sendo necessário propostas terapêuticas para estimular a prática do exercício físico.

Palavras Chave: transplante renal, sedentarismo, atividade física.


ID: 5618

Preferencias alimentares de pacientes com doença renal cronica em tratamento de hemodialise

Autores: Machado J, Fontanive Miyahira R, Brotto T, Avesani C M

Instituiçoes: Instituto De Nutriçao/Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro – UERJ – Rio De Janeiro – Rio De Janeiro – Brasil

Introduçao: Poucos estudos avaliaram as preferências alimentares de pacientes em tratamento crônico de hemodiálise (HD). Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar as preferências alimentares de pacientes em tratamento de HD. Material e Método: Estudo transversal e observacional, incluindo 183 indivíduos em tratamento crônico de HD há no mínimo 3 meses, de ambos os sexos e com idade ≥ 18 anos. Foi elaborado um questionário com seis perguntas (sendo duas de múltipla escolha e quatro abertas) para avaliar a consistência (sólida, pastosa e líquida) e sabor (doce, salgado) dos alimentos de maior aceitaçao, além dos alimentos/preparaçoes culinárias de maior preferência. As aversoes, alergias e intolerâncias alimentares também foram avaliadas. Para as análises, os alimentos de maior preferência foram agrupados em in natura ou minimamente processados, processados e ultraprocessados, além de preparaçoes culinárias, conforme proposto pelo Guia Alimentar para Populaçao Brasileira (2015). As preparaçoes culinárias foram classificadas em “saudáveis” e “nao saudáveis”. Foram consideradas saudáveis as preparaçoes com baixo teor de sódio e sem alimentos ultraprocessados na sua composiçao e, as demais, como “nao saudáveis”. Os resultados dessa pesquisa serao utilizados para definir as características de três produtos alimentares de baixo custo, fácil preparo, com elevado teor de energia e proteína e reduzido teor de potássio, sódio e fósforo, que serao desenvolvidos para atender pacientes em HD com desnutriçao energético proteica. Resultados: A média de idade da amostra (n = 183) foi de 54,9 ± 14,1 anos, sendo 50,8% (n = 93) do sexo masculino. Alimentos de consistência sólida (90,7%) e de sabor salgado (81,4%) foram aqueles de maior preferência. Com relaçao à extensao e propósito do processamento industrial dos alimentos, notou-se que 56,3% preferem alimentos in natura/minimamente processados, 29,5% preferem processados e 1,1% ultraprocessados. Ademais, 86,3% (n = 158) relataram preferir preparaçoes culinárias, sendo 61,2% delas saudáveis. As preparaçoes culinárias mais citadas foram macarrao (21,9%), bife (10,9%) e arroz com feijao (9,8%). Quanto às alergias e intolerâncias, 6,6% relataram algum tipo, sendo mais frequente alergia ao camarao. As aversoes foram relatadas em 18% da amostra total, e os alimentos mais citados foram angu, beterraba, mocotó e inhame. Discussao e Conclusoes: Os resultados obtidos sugerem maior preferência por preparaçoes culinárias saudáveis, de consistência sólida e sabor salgado.

Palavras Chave: Preferência alimentar, desnutriçao energético proteica, hemodiálise.


ID: 5653

Analise da implantaçao de uma ferramenta educacional simples para controle da fosfatemia ao longo de seis anos em uma clinica de hemodialise

Autores: Krüger T S, Felski I, Vieira M A, Campos J G M

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Balneário Camboriú – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A hiperfosfatemia é bastante prevalente em pacientes em hemodiálise (HD) e por ser um reconhecido fator de risco de morbi-mortalidade requer uso de estratégias que contribuam para o seu tratamento. Nem sempre os pacientes compreendem as orientaçoes repassadas, necessitando material educacional simples para compreensao do problema. A orientaçao dietética e o uso adequado de quelantes de fósforo sao a base do tratamento. Assim, seu sucesso depende essencialmente da habilidade do paciente em entender e aderir ao plano dietético e ao uso dos quelantes. O objetivo deste trabalho foi analisar o impacto na fosfatemia do uso de um questionário de conhecimento acerca do tratamento da hiperfosfatemia ao longo de seis anos. Material e Método: Estudo retrospectivo. Foram incluídos 96 pacientes de uma clínica de HD de Santa Catarina que apresentaram média semestral de fósforo superior a 5,5mg/dL. Os pacientes responderam um questionário sobre o conhecimento do tratamento da hiperfosfatemia (questoes sobre alimentos fontes de fósforo e uso adequado de quelantes). Aqueles que responderam ao questionário, porém continuaram apresentando hiperfosfatemia nos anos seguintes, responderam novamente. Com as respostas foi gerada uma nota de acordo com as 15 perguntas e analisado a média da fosfatemia nos seis meses após aplicaçao. O resultado igual ou superior a 13 acertos, determinando nota superior a 85 e posterior melhora da fosfatemia foi determinado como meta. Resultados: Durante os anos 2010 a 2016 foram aplicados 190 questionários com pacientes que apresentaram média elevada de 6 meses de fósforo. A grande maioria do gênero masculino (68,4%) com média de idade de 47,65 + 13,84 anos. Durante o período, o percentual de pacientes com hiperfosfatemia variou de 51 a 18%, com reduçao gradativa, sendo 51% o resultado de 2010 e 18% o resultado do ano de 2016, comparado ao número total de pacientes em diálise. O percentual de acerto do questionário acima de 85 foi encontrado em 57,36% (n = 109). Analisando a média do fósforo antes e após a aplicaçao do questionário, em todos os anos foram obtidos resultados positivos, sendo a média geral de fósforo antes da aplicaçao ao longo dos anos 6,83 + 0,83 e após aplicaçao 6,30 + 1,12mg/dL. Discussao e Conclusoes: Os resultados deste trabalho mostraram que ferramentas educacionais simples sao efetivas no tratamento da hiperfosfatemia, pois melhorando o conhecimento e entendendo melhor a casuística o resultado foi positivo.

Palavras Chave: Hemodiálise, hiperfosfatemia, ferramenta educacional.


ID: 5660

Relato de experiencia: abordagem social sobre a funçao renal na cidade de Marilia

Autores: Bueno G C, Vicente T S, Russoni C, Fernandes G D S F M, Coletta M B D, Galanjauskas H, Zanolli M B

Instituiçoes: Faculdade De Medicina De Marília (FAMEMA) – Marília – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Trata-se de um relato de experiência de uma campanha realizada em virtude do Dia Mundial do Rim na cidade de Marília, pelos integrantes da Sociedade Científica de Nefrologia – SOCINEFRO da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, em conjunto à Associaçao Mariliense de Apoio e Assistência ao Renal Crônico – AMAR. A campanha abordou o tema: “Doença Renal e Obesidade – Estilo de vida saudável para os rins saudáveis”. É de extrema importância o conhecimento da funcionalidade renal, bem como o biomarcador principal de sua integridade, a creatinina, metabólito da creatina muscular, utilizada como método clínico de avaliaçao da taxa de filtraçao glomerular. Trata-se de uma excreta que é filtrada pelo glomérulo, mas nao reabsorvida pelos túbulos renais. Esse trabalho teve como objetivo relatar a experiência dos discentes de medicina sobre a autonomia da populaçao da cidade de Marília acerca da prevençao de morbidades renais. Material e Método: Foram entrevistadas 102 pessoas em relaçao a: idade, comorbidades, histórico familiar, etilismo, tabagismo e seus conhecimentos sobre métodos de avaliaçao de funçao renal. Em seguida, foram aferidos: pressao arterial, o peso, a altura e calculado o IMC de cada indivíduo. Por fim, houve orientaçao sobre a importância dos cuidados com a saúde renal enfatizando os fatores de risco, método de avaliaçao de creatinina e distribuídos panfletos educativos. Resultados: Durante a campanha, notou-se que 43,13% dos avaliados estavam com sobrepeso e 13,72% eram obesos. Ambos os grupos careciam de informaçao nutricional e realizaçao de atividade física apropriadas. Em relaçao à pressao arterial, 14,70% relatou hipertensao arterial sistêmica e 12,74% estava com pressao elevada durante a açao, ademais a maioria apresentou um adequado conhecimento quanto aos cuidados com a cronicidade da sua morbidade. Nao obstante, 91,17% desconhece os métodos de avaliaçao da funçao renal, demonstrando a necessidade de campanhas educativas para proporcionar esse conhecimento à populaçao. Discussao e Conclusoes: Após a pesquisa e respectiva discussao entre os membros da SOCINEFRO, foi unânime a concordância de uma necessidade de intervençao social a respeito da desinformaçao conquanto a saúde renal: sua importância, fatores de risco associados e métodos de avaliaçao. Campanhas de conscientizaçao foram identificadas como de extrema necessidade, comprovando a importância da realizaçao do trabalho de campo aqui relatado.

Palavras Chave: Creatinina, Funçao Renal, Obesidade, Hipertensao arterial.


ID: 5673

Terapia comunitaria integrativa durante sessao de hemodialise: relato da experiencia no Instituto de Nefrologia e Diálise de Itapetininga

Autores: Kojima C A, Damas L C, Santos S B, Rocha E P, Cordeiro G D, Silva A C D S, Esteves S C, Chiloff C M, Merighi C, Talarico S, Vieira L M, Almeida E, Araujo A

Instituiçoes: Instituto de Nefrologia e Diálise de Itapetininga – Itapetininga – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é um espaço coletivo de escuta e troca de vivências em grupo que possibilita a construçao de redes sociais solidárias de promoçao da vida através da mobilizaçao de recursos e das competências dos indivíduos e da equipe. Objetivo: Relatar a experiência da TCI durante as sessoes de hemodiálise no Instituto de Nefrologia e Diálise de Itapetininga, sob o aspecto do pensamento sistêmico, da comunicaçao como um espaço para promoçao dos encontros pessoais e compartilhar as emoçoes, buscando maior humanizaçao no atendimento. Material e Método: A roda de TCI é realizada por terapeutas comunitários (constituído por psicóloga, assistente social, enfermeira, musico) e segue as etapas: acolhimento, escolha do tema, contextualizaçao, problematizaçao ou partilha de experiências, encerramento reflexivo e apreciaçao. As rodas de TCI foram realizadas durante as sessoes de hemodiálise. A cada roda de TCI os terapeutas avaliaram as etapas, os motivos que nao contribuíram para o bom desempenho e os pontos positivos. Resultados: Através da pratica integrativa observou-se maior humanizaçao no atendimento, esclarecimentos sobre o tratamento, aumento de empatia. Também como resultado o numero de intercorrências clinicas avaliadas em números de episódios por sessao foi menor. Discussao e Conclusoes: Foi observado que a roda (TCI) foi um facilitador para a expressao de sentimentos dos pacientes diante da situaçao do adoecimento e da repercussao nas atividades cotidiana além de reduzir numero de intercorrências clinicas nas sessoes de hemodiálise durante as rodas de TCI.

Palavras Chave: terapia comunitaria integrativa, hemodiálise.


ID: 5697

Novos biomarcadores de lesao renal em pacientes com doença pulmonar obstrutiva cronica

Autores: Menezes F H, De Andrade N M, Meneses G C, Bezerra G F, Martins A M C, Custódio M P, Silva Junior G B, Pereira E D B, Daher E D F

Instituiçoes: Universidade De Fortaleza – Fortaleza – Ceara – Brasil, Universidade Federal Do Ceará – Fortaleza – Ceara – Brasil

Introduçao: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) pode causar doença cardíaca e renal, sendo ainda a fisiopatologia destas complicaçoes ainda nao completamente elucidadas. O objetivo deste estudo foi investigar novos biomarcadores de lesao renal em pacientes com DPOC e avaliar a sua correlaçao com a funçao renal. Material e Método: Foi realizado estudo transversal com 42 pacientes com DPOC atendidos entre janeiro e dezembro de 2015 em Fortaleza, Ceará. Foi incluído um grupo de voluntários sadios. Os pacientes com história de doença renal foram excluídos. A funçao respiratória foi avaliada através do volume expiratório forçado (FEV) e da gasometria arterial. A funçao renal foi avaliada pela dosagem da creatinina sérica, taxa de filtraçao glomerular (TFG) pela fórmula MDRD e microalbuminúria. Os novos biomarcadores investigados foram: lipocalina associada à gelatinase de neutrófilos (NGAL), proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP-1) e galectina-3. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 67,9 ± 9,6 anos, sendo 57% do sexo feminino. Os pacientes com DPOC tiveram também maiores níveis de microalbuminúria [6,25 (mediana), intervalo interquartil (2,4-13,3) vs. 1,1 (0,3-2,8) mg/g creatinina; p = 0,012] e menor TFG (78,7 ± 28,4 vs. 104,9 ± 14,3mL/min, p < 0,001). Os níveis de MCP-1 foram mais elevados entre os pacientes com DPOC [74 (IQR 37,7-175,4) vs. 38,5 (IQR 14,5-85,9) pg/mg creatinina]. Nao houve diferença significativa com relaçao aos níveis de NGAL. Os níveis de galectina-3 foram maiores entre os pacientes com DPOC [1,5 (IQR 0,8-2,4) vs. 0,5 (IQR 0,3-1,3) ng/mL; p < 0,01]. Houve correlaçao significativa entre os níveis de galectina-3 e o FEV (r = -382, p = 0,04), TFG (r = -0,557, p = 0,001) e PaO2 (r = -0,463, p = 0,007) nos pacientes com DPOC. Quando os pacientes com DPOC foram divididos por quartis de galectina-3, os pacientes com maiores níveis de galectina-3 (quartil 4) apresentaram menores níveis de FEV, TFG e PaO2 (p < 0,01). Discussao e Conclusoes: Os pacientes com DPOC apresentam lesao renal incipiente, detectada por novos biomarcadores. A identificaçao precoce das complicaçoes renais no DPOC é extremamente importante para que se adotem medidas para o retardo da progressao da doença renal. Conclusoes: Os biomarcadores MCP-1 e galectina-3 apresentam-se elevados entre os pacientes com DPOC, tendo correlaçao significativa com os parâmetros respiratórios de de funçao renal. Mais estudos sao necessários para o completo entendimento da doença renal associada à DPOC.

Palavras Chave: Lesao renal, DPOC, biomarcadores.


ID: 5720

Semaforo nutricional: ferramenta para orientaçao da ingestao de fosfato nos alimentos

Autores: Watanabe MT, Barretti P, Caramori J CT

Instituiçoes: Unesp – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Ao avaliar o conteúdo de fosfato dietético, estudos mostraram maior quantidade em alimentos processados contendo aditivos, ressaltando que a carga extra de fosfato pode ser exclusivamente oriunda dessa fonte mal divulgada. Paralelo a isso, pesquisas recentes apontam repercussoes da hiperfosfatemia e elevada ingestao dietética de fosfato na populaçao saudável, com desfechos cardiovasculares desfavoráveis. Atualmente no Brasil, nao existe uma exigência legal para que a indústria alimentícia apresente as quantidades de fosfato na rotulagem nutricional dos alimentos. Exigências estritas para os rótulos dos produtos alimentícios, que contenham aditivos com fosfato na preparaçao, já vêm sendo discutidas e sao necessárias para fazer parte da abordagem nutricional. Objetivos: Desenvolver o Semáforo Nutricional do Fosfato, uma nova ferramenta para educaçao nutricional e sugestao para interpretar a rotulagem nutricional. Material e Método: Realizou-se ampla revisao bibliográfica sobre “fosfato em alimentos” para criaçao, desenvolvimento e diagramaçao da imagem. Consideraram-se as cores do semáforo como indicativos de quantidade, biodisponibilidade de fosfato e presença de aditivos. Resultados: Criou-se o Semáforo Nutricional para Fosfato intitulado “Atençao ao Fosfato nos Alimentos”, no qual as categorias foram: – VERMELHO, indica RISCO = excessiva quantidade de fosfato. Alimentos para consumo restrito e esporádico. Exemplos: embutidos, congelados, refrigerantes, sucos em pó, etc. – AMARELO, indica ALERTA = moderada quantidade de fosfato. Alimentos para consumo moderado e regular. Exemplos: carne bovina, suína, frango, peixe, ovos, leite e derivados. – VERDE, indica LIVRE = pequena quantidade de fosfato. Alimentos sem restriçao ao consumo. Exemplo: frutas, legumes e verduras. O QR Code da imagem será disponibilizado para acesso e uso por outros profissionais. Discussao e Conclusoes: A disponibilidade da ferramenta Semáforo Nutricional do Fosfato permite tornar as informaçoes mais compreensíveis e acessíveis à populaçao, direcionando-os a realizar escolhas menos prejudiciais à saúde. Os Semáforos Nutricionais permitem ao consumidor comparaçoes rápidas e eficazes entre produtos similares, particularmente os alimentos processados. Para atingir a rotulagem dos alimentos o percurso é extenso, envolve órgaos de defesa do consumidor, conselhos médicos e nutricionais, entidades governamentais e apoio das indústrias alimentícias.

Palavras Chave: nutriçao, semáforo nutricional, fosfato, alimento.


ID: 5731

Educaçao de profissionais de enfermagem para a identificaçao e registros de eventos adversos em hemodiálise

Autores: Pássaro P G, D’avila R, Rodrigues C I S, Passaro F C, Silveira J P, Silva E S D, Bifano B C, Climaco I D O

Instituiçoes: Pontificia Catolica Universidade De Sao Paulo – Sorocaba – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A evoluçao do cuidado ao paciente deve incluir o completo conhecimento sobre os Eventos Adversos (EA). Nas unidades de hemodiálise existem fatores de risco que aumentam as chances de ocorrer algum tipo de EA, motivo pelo qual é importante que eles sejam devidamente identificados e registrados. Os técnicos de hemodiálise devem ser orientados a reconhecer e classificar os EA, além de entender a importância de seu adequado registro. Material e Método: Construir um programa educacional voltado para a capacitaçao dos técnicos de enfermagem, que possibilite a compreensao dos eventos adversos e que vise adequar os registros de dados e avaliar a aprendizagem antes e após o conhecimento. Tratou-se de um estudo prospectivo, descritivo, intervencionista e quantitativo, que foi realizado no Centro de Diálise e Transplante Renal. Foi criada uma tabela para registro de EA durante as sessoes de hemodiálise. Foram considerados EA qualquer alteraçao clínica apresentada pelo paciente. A apresentaçao da tabela e o entendimento do EA e de seu registro foram feitos através de um curso, utilizando a metodologia mista, presencial e online, através da plataforma Moodle. Além do curso em si, foram construídas situaçoes problemas individuais para cada técnico de enfermagem, que descreviam a ocorrência de EA durante a sessao de hemodiálise. O preenchimento dos modelos de registro dos EA baseados nesses casos serviu para avaliaçao comparativa, do conhecimento dos técnicos de enfermagem antes e após o curso. Resultados: Dos 16 técnicos de enfermagem, 9 eram do sexo feminino (56%), sua idade média era de 39 ± 8,9 anos e a média do tempo de experiência no setor de hemodiálise foi de 10 ± 5,9 anos.O número total de acessos dos participantes ao curso através da plataforma Moodle foi de 825, sendo a média de acesso por aluno, 51,6 ± 21,7 vezes. No teste inicial, a nota média foi 3,7 ± 0,3 pontos e na avaliaçao final, feita após o curso e utilizando o mesmo problema do pré curso, 4,2 ± 0,3pontos (p = 0,0002). Na avaliaçao após o curso, também foi oferecido um caso diferente do que havia sido respondido no pré curso por cada um dos alunos. A média dessas avaliaçoes foi semelhante (4,3 ± 0,3 pontos, p = 0,26). Discussao e Conclusoes: A avaliaçao de alunos pré e após o curso mostrou um baixo nível de compreensao desses fatos antes do curso; houve uma melhora estatisticamente significante na avaliaçao após o curso; os alunos mostraram um comportamento homogêneo nas avaliaçoes; o curso provocou interesse dos alunos, e o número de acessos ao curso foi elevado.

Palavras Chave: Avaliaçao em enfermagem, hemodiálise, técnicos de enfermagem, segurança do paciente.


ID: 5735

Comparaçao do consumo de sal entre pacientes em hemodialise e transplantados renais

Autores: Morais J G, Santos R G, Krüger T S, Sczip A C, Vieira M A, Riscalli D S K, Nerbass F B

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: Problemas cardiovasculares estao entre as principais causas de morbimortalidade de pacientes em terapia renal substitutiva e a hipertensao arterial sistêmica é um dos seus principais fatores de risco. Estudos demonstraram que assim como em outras populaçoes, o consumo de sódio influencia diretamente a pressao arterial destes pacientes, por isso a importância da avaliaçao do consumo deste eletrólito em pacientes em hemodiálise e transplantados renais. O Objetivo desse trabalho foi comparar o consumo de sal entre pacientes em hemodiálise e transplantados renais e sua relaçao com parâmetros demográficos. Material e Método: Estudo transversal. Foram incluídos 108 pacientes em hemodiálise (idade = 49,0 ± 12,0 anos; 33% homens) de 4 centros de diálise de Santa Catarina e 55 pacientes transplantados renais (idade = 48,3 ± 12,0 anos; 58% homens) que fazem acompanhamento clínico em Joinville/SC. Todos eram acompanhados por nutricionistas e tinham orientaçao de controlar o consumo de sal. Para análise do consumo de sal total foi utilizado um questionário de frequência alimentar (QFA) validado bem como aestimativa do uso do sal de adiçao. Apenas pacientes que afirmaram fazer a maior parte das refeiçoes principais em seu domicílio e que possuíam informaçoes necessárias para responderem ao questionário foram incluídos. Resultados: O consumo diário total de sal dos pacientes em hemodiálise foi maior que dos transplantados renais (8,4 (4,6 – 11,7) versus 5,6 (3,6-7,0) g/dia, p < 0,01)) bem como o consumo de sal proveniente de itens alimentares do QFA (1,0 (0,4-2,7) versus 0,6 (0,2-1,4) g/dia; p < 0,01). Em relaçao ao consumo proveniente do sal de adiçao, os dois grupos foi semelhante (5,5 (2,8-8,3) versus 4,2 (2,8-5,6) g/dia; p = 0,06)). A ingestao de sal nao foi diferente entre os gêneros em nenhum dos grupos e a escolaridade se correlacionou negativamente com o consumo total diário de sal (R = -0,25; p < 0,01) apenas nos pacientes em hemodiálise. O percentual de pacientes com consumo adequado de sal (até 6g/dia) foi maior entre os transplantados renais que nos pacientes em hemodiálise (60% versus 39%; p < 0,05). Discussao e Conclusoes: Pacientes em hemodiálise apresentaram maior consumo total de sal e maior percentual de inadequaçao de ingestao quando comparados a pacientes após transplante renal. Pacientes transplantados renais parecem estar mais motivados a aderir às recomendaçoes de consumo de sal que os em tratamento dialítico.

Palavras Chave: Hemodiálise, transplante renal, sal.


ID: 5742

Avaliaçao do conhecimento sobre as orientaçoes nutricionais para o tratamento da hiperpotassemia de pacientes hiperpotassêmicos em hemodiálise

Autores: Sczip A C, Nerbass F B, Morais J G, Vieira M A

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Mafra – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A hiperpotassemia é uma alteraçao comum em pacientes em hemodiálise e quando muito elevada pode resultar em óbito. Um dos principais fatores para a ocorrência da hipercalemia é o consumo alimentar de potássio. Assim, a orientaçao nutricional é parte essencial para o seu tratamento, bem como a retençao do conhecimento pelos pacientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento de pacientes com hiperpotassemia recorrente em relaçao às fontes de potássio da dieta, em uma clínica de hemodiálise na cidade de Mafra/SC. Material e Método: Estudo retrospectivo que avaliou o desempenho de pacientes hipercalêmicos recorrentes (potassemia superior a 5,5 mEq/l por três meses consecutivos) em um questionário no qual os mesmos indicavam, entre 14 alternativas, quais continham exemplos de alimentos ricos em potássio. Todos receberam orientaçao nutricional em relaçao ao consumo adequado de potássio no início do tratamento e reorientaçoes periódicas nas consultas mensais com a nutricionista da clínica com objetivo de melhorar o nível de conhecimento e adesao ao tratamento dietoterápico. Resultados: Entre os anos de 2012 a 2016, 125 pacientes responderam ao questionário (52% homens; idade = 52 ± 17 anos; tempo em hemodiálise 46 (28-84 meses)). O percentual de acertos no questionário foi de 92% (85-100%), sendo que 78% do total de pacientes avaliados obteve nota maior que 85%. O questionário foi repetido naqueles com pontuaçao inferior a 85% e que apresentaram hipercalemia recorrente no mesmo ano (11% do total). Na segunda aplicaçao, o desempenho melhorou em 57%, se manteve em 36% e piorou em 7%. No primeiro ano, o questionário precisou ser aplicado em 36% do total de pacientes da clinica e variou de 17 a 30% nos outros quatro anos. Discussao e Conclusoes: A média de pontuaçao nos questionários de conhecimento foi bastante elevada. A hipercalemia recorrente parece nao estar relacionada à falta de conhecimento em relaçao ao consumo adequado de potássio nesta populaçao.

Palavras Chave: Hiperpotassemia, Pótássio, Hemodiálise, Nutricionista, conhecimento.


ID: 5771

Avaliaçao do pico de consumo de oxigênio e sua correlaçao com a funçao pulmonar, força muscular respiratória e periférica de doentes renais crônicos em hemodiálise

Autores: Andrade F P, De Souza T F, Borba G C, Gass R, Oliveira S G D, Veronese F J V, Rovedder P M E

Instituiçoes: Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul – Porto Alegre – Rio Grande Do Sul – Brasil

Introduçao: O tratamento através de hemodiálise limita as atividades dos pacientes com doença renal crônica (DRC) durante 12 horas semanais, de modo a favorecer o sedentarismo, a consequente baixa tolerância ao exercícioeoelevado descondicionamento físico. Tais fatores contribuem para a piora da condiçao física desses indivíduos. Material e Método: Estudo transversal com indivíduos de ambos os sexos com DRC em hemodiálise. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) com número de CAAE 40167014.3.0000.5327. Todos os pacientes realizaram o teste de esforço cardiopulmonar para avaliar o pico do consumo de oxigênio (VO2pico), exame de espirometria para avaliar a funçao pulmonar através da capacidade vital forçada (CVF) e do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), manovacuometria para mensuraçao da força muscular respiratória e o teste de uma repetiçao máxima (1RM) para mensuraçao da força muscular do quadríceps. Utilizou-se o teste de normalidade de Shapiro Wilk. Foi realizado o teste de correlaçao de Spearman para correlacionar o VO2pico com a CVF, VEF1, pressao inspiratória máxima (PImáx) e com a força muscular do quadríceps, considerando significativo p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 16 pacientes, sendo 9 mulheres e 7 homens, com média de idade de 52,56 ± 12,12 anos. Obtiveram-se médias de 14,75 ± 3,37 mL/Kg/min no VO2pico; 3,14 ± 0,99 litros na CVF (81,12 ± 11,21% do previsto); 2,43 ± 0,84 litros no VEF1 (78,34 ± 14,67% do previsto); -82,50 ± 33,83 cmH2O na PImáx (-83,18 ± -25,74% do previsto); e, 24,94 ± 11,19 Kg no teste de 1RM. Observou-se correlaçao moderada e positiva entre o VO2pico e a CVF (r = 0,631; p = 0,008), VO2pico e o VEF1 (r = 0,489; p = 0,05) e VO2pico com o teste de 1RM (r = 0,564; p = 0,02), assim como uma correlaçao moderada e negativa entre o VO2pico com a PImáx (r = -0,527; p = 0,03). Discussao e Conclusoes: A capacidade aeróbia dos pacientes avaliados é considerada baixa quando comparada com indivíduos saudáveis, e os valores do exame de espirometria evidenciam leve comprometimento da funçao pulmonar. Além disso, observa-se reduçao da força muscular respiratória e da força muscular periférica, que se comparada com indivíduos saudáveis, alcança valores menores do que 50%. Devido a estas manifestaçoes faz-se necessária a realizaçao de programas de exercício físico nesta populaçao, a fim de evitar nao somente a piora clínica, mas também o declínio funcional.

Palavras Chave: Doença renal crônica, hemodiálise,


ID: 5786

Experiencia: resultados de 4 anos de tratamentos realizados em clinica de hemodialise

Autores: Gasparin C, Deboni L M, Vieira M A, Cicogna P E, Samerdak J, Buba C, Caselato S A, Baruffi L

Instituiçoes: Fundaçao Prórim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A plasmaferese é um processo de remoçao de elementos do plasma sanguíneo que possam ser responsáveis por algumas doenças. As indicaçoes mais comuns sao remoçao de anticorpos e complexos autoimunes. Material e Método: Estudo transversal observacional a partir de informaçoes secundárias. Foram coletados dados de dezembro de 2013 à março de 2017 em uma clínica de hemodiálise com 17 pacientes submetidos ao tratamento de plasmeferese. Resultados: Foram tratados 17 pacientes, com total de 162 sessoes de plasmaferese. A média de idade foi 38 anos (SD+13,12 anos) sendo que 11 (64%) pacientes do sexo feminino e 9 (36%) do sexo masculino. As indicaçoes para plasmaferese foram: Neuromielite óptica (4), Rejeiçao humoral (3), Lupus eritematoso Sistêmico (1), Glomeruloesclerose segmentar focal, (1), Glomeruloesclerose Global, (1) Nefrite lúpica (1), Miastenia Gavis (1), síndrome pulmao-rim (1) Esclerose múltipla (2), Mieloma múltiplo (1) síndrome hemolítica urêmica (1) e Rejeiçao humoral (2). Todos os pacientes estavam internados para realizar a plasmaferese. O tratamento foi feito por acesso central e em pacientes renais por fístula artéria venosa. A prescriçao foram 6 sessoes de plasmaferese para cada tratamento, sendo que um paciente portador de síndrome hemolítica urêmica realizou 30 sessoes. Em 6 pacientes nao ocorreram nenhuma intercorrência durante as sessoes. As intercorrências mais comuns foram: hipotensao, ansiedade e hipotermia, todas manejadas clinicamente sem complicaçoes. Nao houve infecçao do acesso em nenhum paciente do estudo. Destes apenas 5 pacientes apresentaram obstruçao do acesso do cateter e necessitaram troca do mesmo. Dos 17 pacientes que realizaram o tratamento com a plasmaferese 11 (64%) apresentaram melhora clínico-laboratorial e 6 (35%) nao apresentaram melhora com o tratamento. Discussao e Conclusoes: Podemos concluir que a plasmaferese neste ambiente de pesquisa se mostrou um tratamento seguro e com poucas intercorrências, sendo útil no tratamento de várias doenças autoimunes. A equipe de nefrologia contribuiu na agilidade e execuçao do tratamento.

Palavras Chave: Plasmaferese, hemodiálise, doença autoimune


ID: 5945

Atividade de pintura como estratégia de entretenimento e socializaçao para pacientes em hemodiálise em uma clínica de Aracaju-SE

Autores: Viannna A P C, Aranha N P, Santos D S

Instituiçoes: Nefroclinica – Aracaju – Sergipe – Brasil, Universidade Tiradentes – Aracaju – Sergipe – Brasil

Introduçao: A insuficiência renal crônica (IRC) consiste na perda lenta, progressiva e irreversível da funçao renal. Os pacientes submetidos ao tratamento de hemodiálise comparecem a Unidade para realizaçao do tratamento três vezes por semana e ficam conectados a máquina por 4h consecutivas. Durante o tempo da diálise geralmente as atividades ocupacionais consistem na conversa entre os colegas de sala, dormir e ver televisao. Geralmente um tempo ocioso. Material e Método: A atividade de pintura foi idealizada a partir das respostas obtidas com a aplicaçao de um questionário para verificar que tipos de atividades os pacientes gostariam de desenvolver durante o tratamento. As oficinas de pintura foram realizadas na primeira semana do mês de maio/2017 durante o tratamento de hemodiálise. Foram disponibilizados os seguintes materiais: tinta guache e pincel, cola colorida, lápis de cor, papel A4 e máscaras carnavalescas. Após a atividade foram aplicados lista de presença para os participantes e um questionário avaliativo. Resultados: As opçoes de pintura foram: pintura livre, mandalas em CD e máscaras carnavalescas, que foram escolhidos no momento da atividade pelos pacientes. As máscaras foram a maior aceitaçao dentre as opçoes. Obtivemos 90% de participaçao dos pacientes em hemodiálise, dos quais 54% consideraram a atividade como ótima; 46% avaliaram como boa e nao houve avaliaçao negativa da atividade. Foi sugerido que a atividade fosse mantida pelo menos uma vez ao mês e inserido como uma programaçao obrigatória. As pinturas foram expostas na Clínica como reconhecimento do trabalho dos pacientes. Discussao e Conclusoes: Através das oficinas verificamos maior interaçao e socializaçao entre os pacientes, motivaçao durante toda a atividade. Esse tipo de atividade contribui para desenvolvimento de habilidades individuais e reforçam resgate da autoestima, como também se configura como estratégia para melhoria da assistência e da humanizaçao.

Palavras Chave: Hemodiálise, pintura, autoestima e humanizaçao.


ID: 5480

Estado nutricional e consumo alimentar de profissionais de uma clinica nefrologica: trabalhar com a doença renal causa algum impacto?

Autores: Peracini L C, Cardoso M, Jardim M S, Diniz M D, Santos P S, Maniglia F P

Instituiçoes: Universidade De Franca – Franca – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Manter o estado nutricional adequado por meio de uma alimentaçao e hábitos saudáveis é fundamental, inclusive para profissionais que atuam diretamente com doenças crônicas. O objetivo do estudo foi avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar de profissionais de uma clínica nefrológica e investigar se o contato com a doença renal motiva mudanças nestes aspectos. Material e Método: Participaram do estudo 27 profissionais das áreas médica, enfermagem, administrativa e de serviços gerais de uma clínica nefrológica, os quais foram submetidos à avaliaçao antropométrica por meio da aferiçao de peso, estatura, circunferência da cintura, cálculo do Indice de Massa Corporal (IMC) e exame de bioimpedância elétrica. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um questionário de frequência alimentar (QFA) e os indivíduos foram questionados sobre a influência de conviver com a doença renal nos seus hábitos de vida. Resultados: A média e o desvio padrao da idade dos participantes da pesquisa corresponderam a 35,3 (6,9) e 66,7% da amostra eram do sexo feminino. A classificaçao do IMC dos profissionais foi de 29,6% de eutrofia, 44,4% de sobrepeso e 25,9% de obesidade grau I. O exame de bioimpedância elétrica revelou que 74,1% dos indivíduos apresentavam porcentagem de gordura corporal acima do valor de referência, 63% tinham massa magra abaixo do recomendado e 44,4% estavam com a porcentagem de água corporal inadequada. 44,4% dos participantes apresentaram circunferência da cintura acima do valor ideal. 44,4% da populaçao eram sedentários e a mediana de ingestao hídrica diária correspondeu a 2 litros e os consumos mínimo e máximo foram 0,2 e 4 litros, respectivamente. 6 indivíduos nao souberam quantificar a quantidade de água consumida diariamente. A análise qualitativa da alimentaçao dos indivíduos mostrou mau fracionamento, baixo consumo de frutas e hortaliças, alta presença de alimentos industrializados e temperos prontos. Dois integrantes do estudo referiram excluir a carambola da alimentaçao. Quando questionados sobre ter medo de desenvolver a doença renal crônica, 74,1% responderam que tinham e 77,8% dos indivíduos referiram modificaram seus hábitos alimentares depois de trabalharem diretamente com a doença, porém, somente 11,1% da amostra classificou sua alimentaçao como muito saudável. Discussao e Conclusoes: Concluiu-se que apesar de se sentirem ameaçados pela doença renal e tentarem melhorar os hábitos alimentares, a maior parte dos profissionais apresentam consumo alimentar e estado nutricional inadequados.

Palavras Chave: estado nutricional, consumo alimentar, profissionais da saúde.


ID: 5482

Creatinina e ureia como indicadores potenciais de lesoes musculares e/ou hipo-hidrataçao em atletas de futebol

Autores: Ribeiro R, Jorge L, Schor N

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Lesoes musculares sao comuns em atletas profissionais de futebol. Há uma pesquisa crescente que incentiva a boa conduta na recuperaçao de atletas pós-partida para evitar futuras lesoes que interferem diretamente com seu desempenho. O músculo esquelético é o maior local de produçao de creatinina. Assim, variaçoes na sua produçao indicariam alteraçoes diretamente proporcionais ou lesoes na massa muscular e sao observadas no overtraining. Muitos autores associaram aumento nas concentraçoes de ureia associadas com maior catabolismo proteico e gliconeogênese em resposta a intensas cargas de treinamento. Material e Método: 20 jogadores de futebol profissional com média de idade de 21 anos afiliados à Federaçao Paulista de Futebol e jogando campeonato estadual da terceira divisao de Guaratinguetá. Avaliaçoes por 12 semanas. As avaliaçoes laboratoriais foram utilizadas para comparar as médias obtidas dos níveis de creatinina e ureia antes e após o treinamento, utilizando o teste t de Student para amostras independentes. Resultados: A média de creatinina pré-futebol foi de 1,09 ± 0,29 mg/dl e pós-treinamento de 1,26 ± 0,37 mg/dl. A ureia foi de 40,1 ± 5,01 mg/dl para 42,8 ± 5,86 mg/dl após o jogo de futebol. Quando comparado, estes meios foram encontrados que há diferenças significativas entre pré e depois do jogo (p < 0.05). Também é confirmado aumentos significativos pelo teste Wilcoxon de duas caudas. Estes aumentos na creatinina sugeriram que alguns Atletas podem apresentar lesoes musculares ou hipo-hidrataçao mais elevadas. Discussao e Conclusoes: Marcadores bioquímicos renais como uréia e creatinina podem ajudar a identificar possíveis riscos de alteraçao renal em jogadores de futebol profissional e, portanto, esses atletas precisarao de mais uma observaçao após o exercício intenso.

Palavras Chave: Creatinina – Ureia – Lesao Muscular-Hidrataçao-Futebol.


ID: 5497

Perfil e avaliaçao de egressos de um programa de pos-graduaçao em nefrologia

Autores: Ferraz P, Schor N

Instituiçoes: UNIFESP – SAO Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A pós-graduaçao no Brasil experimentou elevado crescimento nas últimas duas décadas. O Programa de pós-graduaçao em Nefrologia da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP formou ao longo de 40 anos 261 mestres, 114 doutores e 145 doutores que também realizaram mestrado, totalizando 520 egressos. Traçar o perfil e analisar a atuaçao dos egressos no meio acadêmico e no mercado de trabalho. Avaliar a nucleaçao proporcionada pela migraçao nas regioes do país. Material e Método: 1) retrospectivo-análise do perfil dos alunos que concluíram 665 teses no período de 1973 a 2015. Banco de dados do programa e do Setor Cientometria da UNIFESP. 2) prospectivo-questionário para identificar a atuaçao dos egressos, formulado com base em estudo da Fiocruz e projeto da Unesco para mapeamento da mobilidade de doutores no mundo. Os egressos foram divididos em três coortes para captarmos as alteraçoes socioeconômicas do período: G1:1973-1993 (N = 187); G2:1994-2004 (N = 231); G3:2005-2015 (N = 320). Resultados: Perfil: 62% das teses concluídas sao de mestrado. O gênero feminino é maioria, com 59%. No G1, as mulheres representavam 40% passando a 70% no G3. Formados em medicina eram 95% no G1 e na média geral sao 56% (somente em 91 formados em outras áreas ingressaram no programa). No período analisado, a IES de origem privada correspondeu a 51%; no G1 somente a 34%. O sudeste é a regiao de origem predominante com média de 77%; Questionário: contatamos 80% dos egressos e obtivemos 43% de respostas. Mestrado: 40% desenvolveram projeto experimental e 38%, clínico. 73% resultaram em publicaçao de artigo/capítulo de livro. 78% possuem vínculo formal. 36% ganham mais de 10 salários mínimos (SM). 45% estao vinculados a Instituiçoes de Ensino Superior (IES) e 35% a empresas do setor privado. 41% possuem ocupaçao secundária. 82% atuam na regiao sudeste. Doutorado: 47% desenvolveram projeto experimental. 83% resultaram em artigo/capítulo de livro. 54% realizaram pós-doc. 76% possuem vínculo formal. 66% ganham mais de 10 SM. 66% sao vinculados a IES. 53% têm ocupaçao secundária. 51% desenvolveram atividade no exterior durante o doutorado. 77% estao na regiao sudeste. Discussao e Conclusoes: O perfil do pós-graduando sofreu alteraçoes no período avaliado. No G3, mulheres sao 70% e formados em medicina apenas 32%. A pós-graduaçao elevou a produçao científica dos alunos. O doutorado permitiu maior ingresso em IES e também média salarial. Observamos ainda importante concentraçao de egressos no sudeste.

Palavras Chave: nefrologia, pós-graduaçao, egressos, formaçao de recursos humanos, mestrado, doutorado.


ID: 5498

Efeitos de uma sessao de exercicio fisico aerobico nas variaveis hemodinamicas e autonomicas de pacientes com doença renal cronica em estagio 3

Autores: Rezende R A, Brito L C, Lanzoni L G, Oliveira E M, Dalboni M A, Forjaz C L M, Tinucci T

Instituiçoes: Universidade De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A prevalência da doença renal crônica (DRC) tem aumentado exponencialmente nos últimos anos devido ao crescimento da ocorrência de hipertensao arterial e diabetes. O tratamento eficaz dessas doenças é importante para retardar a progressao da DRC. Uma ferramenta importante para melhorar o controle da pressao arterial (PA) é o exercício físico. O treinamento físico diminui de forma consistente a PA de hipertensos. Além disso sabe-se que o treinamento físico melhora a modulaçao autonômica cardíaca de forma eficiente. Agudamente o exercício físico promove hipotensao pós-exercício (HPE) e melhora da modulaçao autonômica cardíaca. Assim o objetivo do estudo foi avaliar o efeito de uma sessao aguda de exercício aeróbico na pressao arterial e na modulaçao autonômica cardíaca de pacientes no estágio 3 da DRC. Material e Método: 16 voluntários, sendo 8 DRC, 53 ± 7 anos; clearence de creatinina 49 ± 9 ml/min; PA sistólica 127 ± 6 mmHg; PA diastólica 79 ± 8 mmHg) e 8 controles (CON), 50 ± 7 anos; PA sistólica: 112 ± 10 mmHg; PA diastólica 75 ± 5 mmHg, realizaram 2 sessoes experimentais. Uma sessao de exercício aeróbico em cicloergômetro, 45 minutos a 50% VO2pico e uma sessao controle de 45 minutos em repouso. As sessoes foram realizadas de forma aleatória. As medidas auscultatórias da PA e medida de Frequência Cardíaca (FC) por palpaçao da artéria radial foram realizadas antes e após as intervençoes. Foram feitas analises descritivas dos dados (média e desvio padrao), ANOVA de dois fatores (grupo x momento), além do cálculo do efeito real do exercício [(Δ exercício) – (Δ controle)] com p < 0,05. Resultados: O exercício diminuiu a PA sistólica (DRC -13 ± 3 e CON -7 ± 2), PA diastólica (-9 ± 4 e 3 ± 1) e aumentou a FC (3 ± 2 e 8 ± 8). Na modulaçao autonômica cardíaca nao houve diferença significativa entre os dois grupos. Discussao e Conclusoes: Pacientes com DRC tem uma maior diminuiçao média da PA sistólica e um menor aumento da FC após uma sessao de exercício agudo aeróbico quando comparados com indivíduos saudáveis. Nao foram observadas diferenças na PA diastólica, PA média e modulaçao autonômica cardíaca.

Palavras Chave: Doença renal crônica, exercício, pressao arterial.


ID: 5613

Sodio urinario de 24h e sua associaçao com o sodio excretado em amostras isoladas de urina de pacientes com DRC

Autores: Ribeiro B D V, Nerbass F B, Cuppari L

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O consumo elevado de sódio está associado a piores desfechos renais e cardiovasculares em pacientes com doença renal crônica (DRC), mas a avaliaçao desse consumo é um desafio na prática clínica. A excreçao de sódio na urina de 24h representa uma estimativa confiável da ingestao de sódio. Porém, a coleta de urina de 24h demanda muito do participante, o que pode resultar em altas taxas de coleta inadequada. O objetivo deste trabalho foi investigar o grau de associaçao entre o sódio excretado em urina de 24h e o sódio excretado em amostras de urina coletadas em diferentes momentos do dia de pacientes com DRC. Material e Método: Estudo de corte transversal com 46 pacientes de ambos os sexos, portadores de DRC em tratamento nao-dialítico [Homens: 50%; Idade: 62,1 ± 10,4 anos; IMC: 29,7 ± 6,4 kg/m²; TFGe: 27,1 ± 13,7 ml/min; DM: 41,3%]. A excreçao de sódio foi determinada em diferentes amostras de urina. Inicialmente, uma amostra da primeira urina do dia foi fornecida. Em seguida, iniciou-se a coleta de urina de 24h dividida em 12h diurna e 12h noturna e uma amostra final foi obtida após o término da coleta de 24h. Todos os participantes foram cuidadosamente instruídos sobre a forma adequada de efetuar as coletas de urina e a relaçao creatinina/peso foi calculada para avaliar se a coleta foi adequada. Resultados: As concentraçoes de sódio foram maiores (p < 0,01) nas amostras da primeira urina do dia (88,7 ± 31,0 mEq/L) e 12h diurna (85,2 ± 25,6 mEq/L) quando comparadas, respectivamente, com as amostras da segunda urina do dia (74,4 ± 36,8 mEq/L) e 12h noturna (76,9 ± mEq/L). A excreçao de sódio foi de 4,1 ± 1,6 g/24h, equivalente a 10,3 ± 4,1g de cloreto de sódio. Foi encontrada correlaçao positiva e significante entre o sódio excretado na urina de 24 horas e na amostra da primeira urina do dia (r = 0,54; p < 0,001), amostra da segunda urina do dia (r = 0,36; p = 0,01), 12 horas diurna (r = 0,51; p < 0,001) e 12 horas noturna (r = 0,75; p < 0,001). Discussao e Conclusoes: Métodos mais práticos e com boa acurácia sao de grande interesse para avaliar a ingestao de sódio, permitindo o planejamento e análise de intervençoes de forma adequada. O sódio excretado na amostra da primeira urina do dia e, principalmente, na urina de 12h noturna exibiram os melhores coeficientes de correlaçao com o sódio excretado na urina de 24h. Os resultados encontrados oferecem suporte para o desenvolvimento de equaçoes preditivas para estimar a excreçao de sódio de 24h a partir de amostras de urina.

Palavras Chave: doença renal crônica, alimentaçao, sódio, amostra urinária.


ID: 5738

Estudo multicentrico sobre o estado de hidrataçao de pacientes em hemodialise de acordo com a bioimpedancia

Autores: Morais J G, Sczip A C, Kruger T S, Scatone N K, Vieira M A, Nerbass F B

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A sobrecarga hídrica em pacientes em diálise está ligada a complicaçoes cardiovasculares, como a elevaçao na pressao arterial. O objetivo desse trabalho foi comparar as características de pacientes em hemodiálise de acordo com o estado de hidrataçao. Material e Método: Estudo transversal, onde foram incluídos 251 pacientes (56,2% de homens; idade = 53,4 ± 14,7 anos; tempo de diálise = 39 (1-348) meses; 26% de pacientes com diabetes) de 4 clínicas de hemodiálise do estado de Santa Catarina. Os pacientes foram submetidos à bioimpedância com o aparelho BCM – Body Composition Monitor (Fresenius Medical Care) antes do início das sessoes de hemodiálise. Os pacientes foram divididos em 2 grupos de acordo com o estado de hidrataçao: G1 (pacientes com sobrecarga hídrica ≤ 2 litros) e G2 (sobrecarga hídrica > 2 L). Além das características demográficas, foram coletados dados de pressao arterial (PA) pré-diálise, índice de massa corporal (IMC), anurese e uso de anti-hipertensivo. Resultados: A média de sobrecarga hídrica encontrada na amostra total foi de 1,99 ± 2,09 L. O percentual de pacientes alocados em cada grupo foi 57% no G1 e 43% no G2. Observou-se uma maior prevalência de diabetes (14 versus 11%, p = 0,03), de pressao arterial elevada (23 versus 14%, p < 0,01) e do uso de anti-hipertensivos (31 versus 23%, p < 0,01) nos pacientes alocados no G2. O volume de hidrataçao se correlacionou diretamente com a PA sistólica (r = 0,20; p < 0,01) e com a PA diastólica (r = 0,12; p < 0,05), ambas pré-diálise, e inversamente com o IMC (r=-0,21; p < 0,01). Nao houve diferença entre os grupos em relaçao à idade e a presença de diurese. Discussao e Conclusoes: Quase metade dos participantes estava com sobrecarga hídrica superior a 2L. Verificou-se uma maior prevalência de diabetes e hipertensao no grupo com maior sobrecarga hídrica. Observou-se ainda, que quanto maior a sobrecarga hídrica maior a PA sistólica e diastólica pré-diálise e menor o IMC dos pacientes estudados.

Palavras Chave: sobrecarga hídrica, hemodiálise, bioimpedância.


ID: 5739

Comparaçoes entre parametros nutricionais, bioquimicos e de qualidade de diálise antes e após introduçao de capilar de uso unico em pacientes em hemodialise

Autores: Oliveira J C, Nerbass F B, Vieira M A, Ambrosio A K, Morais J G

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: O dialisador é parte essencial do processo dialítico e o tipo de membrana utilizado e a necessidade ou nao de reprocessamento podem influenciar a qualidade da diálise e o clearance de eletrólitos e metabólitos. Objetivou-se com esse trabalho avaliar mudanças em parâmetros nutricionais, bioquímicos e de qualidade de diálise após introduçao de capilar de uso único em uma clínica de hemodiálise. Material e Método: Estudo retrospectivo no qual foram analisados 98 pacientes em hemodiálise (57% de homens; idade = 49,6?14,5 anos) de uma clínica na cidade de Joinville, Santa Catarina. O capilar de polissulfona que era reutilizado de acordo com as normas vigentes foi substituído pelo capilar de uso único de poliamida. Os parâmetros utilizados para comparaçao foram: peso corporal pós diálise, cálcio, fósforo, potássio, hemoglobina e KTv (média dos 3 meses pré e pós introduçao do capilar de uso único), albumina e hormônio paratireoidiano (PTH) (resultado único pré e pós devido coleta ser trimestral). Todos os resultados foram coletados do prontuário eletrônico dos pacientes. Demais rotinas e processos de diálise se mantiveram em todo o período, porém mudanças nas prescriçoes de medicamentos que poderiam influenciar resultados bioquímicos nao foram consideradas nessa análise. Resultados: Após a introduçao do capilar de uso único, verificou-se mudanças significativas nos seguintes parâmetros: cálcio sérico (8,9 ± 0,85 – 9,1 ± 0,82 mg/dL; p < 0,001), hemoglobina (10,3 ± 1,54 – 10,9 ± 1,3 g/ dL; p < 0,005), albumina (4,05 ± 0,35 – 4,2 ± 0,41 g/dL; p < 0,05), KTv (1,35 ± 0,43 – 1,49 ± 2,7; p < 0,005) e PTH (807 (472-1241) – 870 (505-1433) pg/ mL; p = 0,03). O peso corporal (67,9 ± 16,0 – 68,9 ± 15,0 Kg; p = 0,058) e o potássio sérico (5,3 ± 0,6 – 5,3 ± 0,6 mEq/L; p = 0,7) nao mudaram bem como a média do fósforo sérico (6,32 ± 1,6 – 6,22 ± 1,85 mg/dL; p = 0,4) se manteve acima do preconizado. O percentual de pacientes com albumina adequada aumentou significativamente após essa prática (63% para 78%; p < 0,001). Discussao e Conclusoes: Houve melhora em alguns parâmetros bioquímicos após a introduçao do capilar do uso único com destaque para a albumina. Nao encontramos diferenças na potassemia e na fosfatemia, apesar de uma melhor eficiência na diálise ter sido observada. Investigaçoes melhor controladas sao necessárias para avaliar se estes achados estao diretamente relacionados ou nao a mudança do capilar no processo dialítico.

Palavras Chave: uso único, hemodiálise, albumina.


ID: 5745

Uso de metodos indiretos na determinaçao da frequencia cardiaca maxima e de reserva em pacientes com doença renal cronica

Autores: De Santana W A, Aoike D T, Cuppari L

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Em geral a prescriçao da intensidade do exercício aeróbio para pacientes com doença renal crônica (DRC) tem sido realizada utilizando-se métodos indiretos como o percentual da frequência cardíaca máxima (FCM), percentual da frequência cardíaca de reserva (FCres) com referências baseadas na populaçao geral. Estes métodos foram desenvolvidos com base nos resultados do teste ergoespirométrico, considerado padrao ouro para avaliaçao cardiorrespiratória, e permitem estimar os parâmetros norteadores de prescriçao da intensidade do exercício aeróbio. O objetivo desse estudo é comparar a FCM e FCres obtidos pelos métodos indiretos com valores determinados pela ergoespirometria em pacientes portadores de DRC na fase nao dialítica. Material e Método: Quarenta cinco pacientes (28 homens e 17 mulheres, idade 54,8 ± 8,9 anos, IMC = 31,09 ± 4,24 kg/m2, depuraçao de creatinina 36,07 ± 14,57 ml/min/1,73m² foram submetidos ao teste ergoespirométrico. Foram estimadas a FCM ([220-idade]) e a FCres ([FCM – FCrepouso]). A FCM foi determinada por meio do teste ergoespirométrico em esteira rolante com aumento progressivo da velocidade até a exaustao e o seu resultado foi subtraído da F.Crepouso resultando na FCres. Resultados: A FCM e FCres estimadas (165,1 ± 8,9 e 91,8 ± 12,6 bpm respectivamente) foram maiores que a FCM e FCres medidas (154,6 ± 16,3 e 81,2 ± 17,9 bpm; p < 0,001). Discussao e Conclusoes: A diferença observada entre os valores medidos e os estimados pode levar a uma prescriçao de intensidade de exercício superior a capacidade física dos pacientes predispondo-os a riscos e/ou dificultando atingir os benefícios esperados do exercício físico. Conclusao: Os métodos indiretos baseados na populaçao geral superestimaram a FCM e a FCres dos pacientes com DRC. Esses resultados sugerem que adaptaçoes ou equaçoes que considerem as características dessa populaçao sejam desenvolvidas.

Palavras Chave: exercício aeróbio, doença renal crônica, capacidade física.


ID: 5785

Implantaçao de serviço de plasmaferese em serviço de hemodialise

Autores: Gasparin C, Deboni L M, Vieira M A, Cicogna P E, Samerdak J, Buba C, Caselato S A, Baruffi L

Instituiçoes: Fundaçao Prórim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A Plasmaferese é um processo extracorporal, em que o sangue retirado do paciente é separado nos seus componentes plasma e elementos celulares. O principal objetivo da plasmaferese é remover elementos específicos do plasma, tais como os mediadores de processos patológicos, como os anticorpos e imunocomplexos autólogos, sendo indicada no tratamento de doenças auto-imunes. Material e Método: Relato de experiência. Resultados: Descrever a experiência de implantaçao do procedimento de plasmaferese como nova área de atuaçao em clínica de hemodiálise. Para facilitar o atendimento dos pacientes, passamos a atender aos pacientes renais e pacientes com doenças autoimunes, realizando o procedimento da Plasmaferese na clínica de hemodiálise. Esse tratamento já vinha sendo realizado há mais tempo pelo serviço de hematologia, mas com dificuldades para os pacientes, que muitas vezes necessitavam realizar a hemodiálise e posteriormente a plasmarefere em outro serviço. A clínica a partir de 2013, inovou o tratamento dado aos pacientes, passando a aplicar esse tratamento, visando melhorar a qualidade no atendimento aos pacientes. Para implantaçao do procedimento, foi realizado treinamento teórico e prático com a equipe médica e de enfermagem. Foi adquirido equipamento da Gambro Prismaflex. Este treinamento teórico e prático foi realizado em 3 encontros presenciais, com duraçao de 16 horas cada, entre a equipe de treinamento da Gambro e equipe multidisciplinar (enfermeiras, médicos e técnicos de enfermagem) da clínica de hemodiálise. A enfermeira treinada para a realizaçao do procedimento ficou responsável pela realizaçao do mesmo. A primeira sessao de plasmaferese realizada na clínica, utilizando este método, ocorreu em dezembro de 2013. Desde entao, a plasmaferese realizada com equipamento Gambro Prismaflex, está sendo oferecido para tratamento de pacientes portadores de doenças autoimunes tanto em regime ambulatorial, como para pacientes internados em diferentes instituiçoes hospitalares. Este método facilitou o acesso do paciente a este tipo de tratamento. Discussao e Conclusoes: A realizaçao de plasmaferese pelas equipes de profissionais de hemodiálise constitui uma nova área de atuaçao em nefrologia, podendo facilitar o tratamento dos pacientes que dela necessitam.

Palavras Chave: hemodiálise, plasmaferese, doença autoimune


ID: 5819

Bullyng x disfunçao miccional x crendice = catastrofe

Autores: Leao F V F, Leslie B, Macedo A, Andrade M C, Cançado M A P

Instituiçoes: Escola Paulista De Medicina-Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Bullyng é um termo utilizado para descrever ato de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor e angústia. O assédio nas escolas é na maioria por abuso psicológico ou verbal lesando a criança. Simpatia é um ritual posto em prática, supersticiosamente usado para prevenir ou curar uma enfermidade ou mal-estar. A disfunçao do trato urinário inferior (DTUI) representa distúrbios em qualquer fase da micçao, com ampla classificaçao desde pequenas alteraçoes com medidas fisioterápicas até evoluçao para insuficiência renal crônica quando nao tratados adequadamente. Material e Método: Relato de caso. Resultados: Pacientes do sexo masculino, 10 anos, apresentando disfunçao das eliminaçoes, com perdas urinárias há 6 anos, sem desejo miccional. Há 2 anos vem sofrendo socialmente pelas perdas urinárias passando a usar fraldas com múltiplas humilhaçoes na escola. Uretrocistrografia miccional sem refluxo, ultrassonografia de rins e vias urinárias com dilataçao pielocalicial e ureteral bilateral, bexiga de dimensoes aumentadas e paredes espessadas e trabeculadas com resíduo pós-miccional significativo. No retorno ambulatorial, ao exame físico, observa-se a glande amarrada com barbante para evitar perdas urinárias há 1 mês. Os genitores desconheciam o ocorrido (sic) e o fato só foi esclarecido durante a consulta. Apresentava estrangulamento parcial da glande com lesao de uretra, sendo realizado genitoplastia e uretroplastia. Discussao e Conclusoes: Os distúrbios miccionais da infância podem ocorrer em todas as idades, sendo mais evidente após o desfraldamento. Deve se dar uma maior atençao aos hábitos miccionais da criança, nao sendo valorizada pela maioria das famílias. A anamnese e exame físico devem ser feitos de maneira direcionada. A maturaçao do sistema nervoso central e as circunstâncias sociais levam ao desenvolvimento do controle voluntário que é variável para cada criança. No caso em questao a criança foi encaminhada aos especialistas com 10 anos de idade, no período escolar onde a incontinência sem diagnóstico proporcional bullyng na escola, levando-a a automutilaçao onde por crendice, fez a simpatia do cordao para controle miccional. Nao ficou esclarecido se houve anuência dos pais. Nosso objetivo é ressaltar como a disfunçao miccional, bullyng, e superstiçao pode levar a uma consequência catastrófica na infância.

Palavras Chave: Distúrbios miccionais, lesao de uretra, simpatia do cordao.


ID: 5853

Assistencia de enfermagem a criança com estenose da junçao uretropelvica: relato de experiencia

Autores: Alves A P S, Longo R C A, Tibúrcio P D C, Ricarte M C

Instituiçoes: Pontifícia Universidade Católica De Campinas – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Estenose da Junçao Uretropélvica (JUP), é uma lesao obstrutiva mais comum na infância. Sendo uma anomalia congênita que se caracteriza pelo estreitamento do ureter, impedindo com que aja uma drenagem apropriada da urina do rim para o ureter, fazendo com que essa urina se acumule no rim, causando a uma condiçao conhecida como hidronefrose. Material e Método: Trata-se de um estudo com abordagem exploratório-descritivo, do tipo relato de caso, realizada durante a prática supervisionada da disciplina Saúde da Criança B, no mês de Novembro 2016,em um hospital particular na cidade de Campinas-SP. A coleta de dados foi realizada através da busca ativa no prontuário, seguindo o processo de enfermagem como, histórico, diagnostico, planejamento, intervençao e evoluçao. Resultados: Na realizaçao do processo de enfermagem podemos levantar 6 diagnósticos, sendo, Risco de volume hídrico insuficiente Integridade da Pele Prejudicada, Risco de Infecçao, Ansiedade, Conforto Prejudicado, Processos familiares interrompidos. Diante deste quadro as principais intervençoes constituíram, realizar o balanço hidroeletrolítico, incentivar ingesta hídrica, supervisao da pele, atentando para o local de incisao, tomada de precauçoes contra infecçao devida presença de sonda vesical, manter técnicas assépticas e controle de infecçao, distrair a criança com uso do brinquedos terapêuticos, controle do ambiente, proporcionando maior segurança, promover envolvimento familiar, orientaçao antecipada. Discussao e Conclusoes: Conclui-se que a enfermagem tem um papel importante diante dos cuidados a criança acometida pela JUP, fazendo-se necessário conhecer essa patologia, suas características e as condiçoes individuais de cada cliente os quais colaboraram para elaboraçao da SAE de forma integral e holística a criança e a família cuidadora.

Palavras Chave: Estenose da Junçao Uretropélvica, Assistência de Enfermagem, Pediatria.


ID: 5859

Qualidade de vida de clientes em tratamento conservador: experiencia em um ambulatorio de uremia multidisciplinar

Autores: Louzada L B D S, Canuto A P P S L, Rocha R D P F, Azevedo R M R R

Instituiçoes: Hospital Universitário De Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma deterioraçao progressiva e irreversível da funçao renal em que a capacidade do corpo para manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico falha, resultando em uremia. O tratamento da DRC depende da evoluçao da doença, que pode ser conservador com o uso de medicamentos, dietas e restriçao hídrica, ou com terapias de substituiçao renal, hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal. Neste sentido, avaliar o nível de compreensao e de entendimento dos pacientes e de seus familiares acerca da doença renal e sua implicaçao na qualidade de vida, tem se tornado, cada vez mais, tarefa essencial para o êxito do tratamento, pois esses pacientes necessitam compreender o tratamento e aprender a manejar os cuidados necessários por toda a vida. Neste sentido, é papel da equipe multiprofissional de saúde identificar as principais lacunas de conhecimento e as maneiras de facilitar e de intermediar o processo de aprendizado relacionado ao processo de saúde-doença de cada paciente, considerando suas particularidades cognitivas, culturais e sociais, através de uma comunicaçao efetiva. O objetivo foi analisar a qualidade de vida da clientela atendida no Ambulatório de Uremia do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Material e Método: Estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa através da aplicaçao de dois questionários a clientes atendidos no ambulatório de Uremia. O primeiro questionário refere-se à caracterizaçao da clientela e o segundo é o SF-36, que avalia a qualidade de vida. Resultados: Total 156 pacientes. Destes, a maioria (55%) é do sexo masculino, a idade média é de 60 anos, tem como etiologia da DRC a HAS (38,46%) e a taxa de filtraçao glomerular média é de 60,3mL/min. Quanto aos domínios do SF-36, os maiores escores referem-se aos domínios aspectos sociais e saúde mental e o menor escore ao domínio limitaçao por aspectos físicos. Discussao e Conclusoes: O atendimento multiprofissional engloba a participaçao de médico, enfermeiro, assistente social e psicóloga. É de suma importância para a populaçao com doença renal crônica. Uma abordagem com uma visao mais holística sobre o paciente e envolvendo os familiares contribuiu para melhor aderência e entendimento da doença. Acredita-se que a abordagem multidisciplinar seja um dos fatores que podem ter impactado na qualidade de vida desses clientes.

Palavras Chave: Doença renal crônica, uremia, multidisciplinar, qualidade de vida.


ID: 5875

Impacto financeiro da terapia preemptiva com valganciclovir em um programa de transplantes de orgaos solidos

Autores: Morgado S R, Bittante C D, Matos A C C, Almeida M D, Pacheco-Silva A, Camargo L F A

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – SP – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A infecçao por Citomegalovírus (ICMV) é uma grande causa de morbidade e mortalidade em pacientes transplantados. Dados da literatura mostraram que o Valganciglovir (VAL) é tao eficaz quanto ao Ganciclovir (GAN) para o tratamento de ICMV nao complicadas, porém poucas instituiçoes no Brasil utilizam o Val como primeira escolha de tratamento ICMV. Este estudo pretende avaliar o impacto financeiro da terapia preemptiva com VAL em um programa de transplantes de órgaos sólidos. Material e Método: Estudo realizado em Instituiçao Privada filantropica que realiza transplantes de órgaos sólidos financiados pelo PROADI-SUS. Desde 2012 a terapia preemptiva com VAL tem sido utilizada para ICMV nao-invasiva. Pacientes internados por outras complicaçoes e aqueles com doença invasiva utilizaram o GAN endovenoso, conforme protocolo. Foram considerados somente os custos relacionados ao tratamento preemptivo, tendo como base o protocolo adotado na instituiçao. Foram analisados dois cenários de tratamento: 1) GAN em regime de internaçao com monitoramento semanal por meio de PCR para CMV; 2) VAL com monitoramento semanal por meio de PCR para CMV e consulta médica. Foram utilizados como base os custos dos medicamentos e os custos dos materiais utilizados para aplicaçao do GAN com referência nos valores vigentes em 02/2017 na instituiçao para Projetos PROADI-SUS. Para cálculo dos atendimentos e diárias, foi utilizada a tabela de custos fixos considerando valores de 01/2017 divulgados pela área financeira para os projetos PROADI-SUS. As doses consideradas para VAL e GAN foram 900mg de 2x/d e 500mg 2x/d, respectivamente. Foi avaliado o custo de uma semana de tratamento para cada cenário. Resultados: O custo de uma semana de tratamento com GAN intra-hospitalar foi de R$19.193,00 (incluindo diária, PCR para CMV, insumos para aplicaçao e medicamento). Enquanto uma semana de tratamento ambulatorial com VAL foi de R$5396,00 (incluindo atendimento ambulatorial, medicaçao e PCR para CMV). O uso do VAL resultou em uma economia de 76,0% quando comparado ao tratamento com GAN em regime de internaçao. Discussao e Conclusoes: O uso do VAL esteve associado a um menor custo do tratamento preemptivo da ICMV. Esta terapia apresentou outras vantagens como: reduçao da taxa de ocupaçao de leitos por pacientes de baixa complexidade, menor exposiçao dos pacientes aos riscos inerentes ao ambiente hospitalar, tratamento indolor em domicílio, além de ter evitado afastamentos desnecessários de pacientes economicamente ativos.

Palavras Chave: infecçao CMV, custo, transplante de orgaos solidos.


ID: 5898

Segurança do paciente em hemodialise: uma revisao integrativa

Autores: Louzada L B D S, Rocha R D P F, Pinho D L M

Instituiçoes: Universidade de Brasília – Brasilia – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: As discussoes sobre a segurança dos pacientes têm-se ampliado consideravelmente no meio científico e assistencial, visto que a ocorrência de eventos adversos vem-se acentuando nas instituiçoes hospitalares representando um grave problema de saúde pública. A hemodiálise é um procedimento tecnicamente complexo, com muitas fontes potenciais de erro e danos aos pacientes. Material e Método: Revisao integrativa da literatura com abordagem qualitativa, cuja questao de pesquisa foi: “Quais sao as publicaçoes científicas acerca da segurança do paciente em hemodiálise”? Realizou-se busca nas bases de dados Medline, Lilacs, SciELO e BDENF. Resultados: A amostra desse estudo foi composta por 6 artigos. Após a análise dos artigos foram identificadas três categorias: segurança do paciente em hemodiálise; fatores que afetam a segurança do paciente em hemodiálise e estratégias de segurança. Discussao e Conclusoes: Eventos de segurança do paciente podem ter consequências onerosas para os pacientes e para as redes de saúde, aumentando o tempo de permanência, as readmissoes no hospital e o risco de morte. As unidades de hemodiálise sao locais susceptíveis à ocorrência de eventos adversos, pois apresentam vários fatores de risco, como: procedimentos invasivos, utilizaçao de equipamentos complexos, pacientes críticos, alta rotatividade de pacientes e administraçao de medicamentos potencialmente perigosos, como a heparina. A elaboraçao de protocolos torna mais eficiente o processo de trabalho, uniformizando a assistência. Os profissionais devem ter conhecimento sobre os eventos adversos e seu impacto na atençao à saúde, uma vez que a incidência desses eventos é um importante indicador de qualidade. Conclusao: Questoes relativas à segurança do paciente têm sido discutidas com bastante frequência nos dias atuais, entretanto a literatura científica acerca desse assunto na área de hemodiálise ainda é bastante escassa. A hemodiálise é um setor que requer o uso de tecnologias e depende de uma equipe altamente treinada e capacitada. A ocorrência de eventos adversos é frequente nao só relacionadas ao tratamento hemodiálise mas também à própria condiçao clínica do paciente que predispoe à ocorrência desses eventos. É de fundamental importância que a equipe da hemodiálise aprofunde seus conhecimentos acerca da segurança do paciente para atuar de forma proativa na prevençao da ocorrência de eventos adversos, garantindo assim a segurança do paciente e uma melhor qualidade de vida ao paciente com doença renal crônica em tratamento hemodialítico.

Palavras Chave: diálise renal, segurança do paciente, eventos adversos.


ID: 5924

Vulnerabilidade social e a manutençao do enxerto: fatores sociais que dificultam o pos-transplante renal

Autores: Da Silva, E M S

Instituiçoes: Hospital Universitário Da UFMA – Sao Luís – Maranhao – Brasil

Introduçao: A concepçao de saúde abordada pelo SUS considera que existem fatores sociais, econômicos e políticos que interferem no processo de adoecimento dos indivíduos. Essa ideia permite inferir que uma significativa parcela da populaçao brasileira enfrentará mais dificuldades para manter-se saudável do que as demais pessoas, isto é, aborda-se aqui um país que até 2011 possuía mais de 16 milhoes de pessoas em situaçao de extrema pobreza, segundo o extinto Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, e que, historicamente, é marcado pela inacessibilidade aos serviços de saúde pelas pessoas que se encaixam nessa condiçao. Quando se aplica esse raciocínio ao contexto de pós-transplante renal é possível assimilar de que forma os determinantes sociais da saúde podem interferir no processo de recuperaçao do transplantado, considerando a nova rotina de cuidados que o paciente deverá seguir a fim de evitar a rejeiçao do órgao. Devido ao foco do processo de prevençao e manutençao da saúde estar em fatores unicamente clínicos, este estudo se torna necessário. Possui como objetivo: Compreender de que forma os fatores de vulnerabilidade social interferem no processo de adequaçao do enxerto ao organismo do pós-transplantado renal. Material e Método: Pesquisa bibliográfica sobre o processo de transplante renal e o momento pós transplante, assim como os cuidados necessários à manutençao do enxerto, e acerca das seguintes categorias: vulnerabilidade social, determinantes sociais da saúde, pobreza e sua relaçao com a vida saudável; Pesquisa Qualitativa: Compreensao dos fatores que desencadeiam a problemática chave em determinado grupo social, neste caso, pessoas que se encaixam na situaçao de pós-transplantados renais. Resultados: Dependência do processo saúde-doença ao combate às iniquidades sociais; Significativo número de pacientes que perderam o enxerto devido a doenças infecciosas que, em sua maioria, poderiam ser evitáveis caso houvesse trato aos determinantes sociais da saúde. Discussao e Conclusoes: A qualidade de vida do indivíduo como sujeita a um conjunto de recomendaçoes que envolve desde condiçoes de salubridade até a aquisiçao de novos produtos como, por exemplo, protetor solar. Destaca-se ainda a grande quantidade de medicamentos que deverao ser ingeridos e que, em regra, possuem como efeito colateral a reduçao da imunidade, fazendo com que o transplantado fique mais suscetível a outras enfermidades, o que dificultaria a adequaçao do novo órgao ao corpo.

Palavras Chave: transplante, vulnerabilidade, renal, determinantes sociais da saúde, enxerto.


ID: 5939

Avaliaçao do consumo de alimentos fontes de fosforo por pacientes portadores de insuficiencia renal cronica em tratamento dialitico

Autores: Félix L C M, Medeiros V C M, Molina V B C

Instituiçoes: Centro Universitário Padre Anchieta – Jundiaí – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hiperfosfatemia é um distúrbio comum identificado em pacientes dialíticos, sendo que o controle inadequado do fósforo é correlacionado com o aumento do risco da morbi e mortalidade por doenças cardiovasculares, aterosclerótica, hiperparatireoidismo e doença óssea. A verificaçao da ingestao do consumo alimentar em doentes renais crônicos em diálise constitui uma açao prática e eficiente no cotidiano do nutricionista. Material e Método: A pesquisa foi desenvolvida entre julho e agosto de 2016, com 51 pacientes maiores de 18 anos, que faziam hemodiálise em uma clínica situada no município de Campinas-SP. Obteve-se dados de sexo, idade, escolaridade, tempo de diálise, tratamento medicamentoso e presença de comorbidades, e avaliou-se o consumo de fósforo por meio de um questionário de frequência de alimentos permitidos (produtos lácteos, carnes e ovos e leguminosas, exceto a soja) e proibidos (industrializados, oleaginosas e soja). O conhecimento dos pacientes, foi avaliado com perguntas sobre alimentos ricos em fósforo e os sintomas da hiperfosfatemia. Resultados: Identificou-se o predomínio da doença entre adultos e idosos do sexo masculino, sendo a hipertensao arterial sistêmica e o diabetes mellitus as principais comorbidades, 82% e 25% respectivamente. Houve consumo deficiente de carnes, ovos e leguminosas e excessivo de laticínios, refrescos em pó, molhos, bolos prontos, hambúrgueres e refrigerantes à base de cola. Com relaçao ao conhecimento, 29 (56,9%) pacientes sabiam referir os sintomas da hiperfosfatemia, 29 (56,9%) citaram corretamente os alimentos fontes deste mineral, sendo que 10 (19,6%) confundiram com fontes de potássio. Os resultados do teste estatístico Qui-quadrado mostraram que a escolaridade nao interferiu no conhecimento quanto aos alimentos fontes de fósforo e no consumo alimentar. Discussao e Conclusoes: O tratamento nutricional, com a oferta de dieta adequada em energia, proteína e fósforo, associado à diálise e à terapêutica medicamentosa, é fundamental para auxiliar no controle e prevençao da hiperfosfatemia e de complicaçoes da DRC. Verificar o hábito alimentar e o conhecimento dessa populaçao direcionam as açoes educativas do nutricionista, permitindo que suas condutas sejam mais efetivas.

Palavras Chave: Insuficiência renal crônica, Hemodiálise, Conhecimento, Ingestao alimentar, Fósforo.


ID: 5811

Anexo I como instrumento de identificaçao dos alvos de açao educacional junto aos municipios do Departamento Regional de Saúde VI do Estado de Sao Paulo

Autores: Aveiro B S, Coelho A C E, Kang H R, Campinas I A, Silva V D S

Instituiçoes: FMB – Unesp – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O serviço de Nefrologia e a liga acadêmica desenvolvem atividades de educaçao permanente junto aos municípios do Departamento Regional de Saúde (DRS) VI há mais de 7 anos. Após pactuaçao com os municípios, foram estabelecidos critérios de encaminhamento via Anexo I. Estes passaram a ser avaliados e classificados como aceitos ou recusados antes do agendamento das consultas. Os encaminhamentos inadequadamente preenchidos dificultam a análise de dados e identificaçao de alvos de intervençao educacional. Assim, há necessidade de avaliar a qualidade dos encaminhamentos da atençao primária de municípios do DRS VI à Nefrologia. Material e Método: Analisamos 176 encaminhamentos previamente avaliados pelo serviço de Nefrologia entre setembro de 2015 e março de 2016, aceitos ou recusados segundo critérios locais. Coletamos os seguintes dados da ficha: idade; naturalidade; presença de fatores de risco para doença renal crônica (DRC), como hipertensao arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus, infecçao do trato urinário (ITU), litíase, dislipidemia; estadiamento da DRC por urina I, creatinina, taxa de filtraçao glomerular estimada (TFGE); laudo de ultrassonografia; razao de encaminhamento; razao de aceitaçao ou recusa pelo serviço. Resultados: Dos 176 encaminhamentos, 115 (65,3%) foram aceitos e 61 (34,6%) foram recusados. Deste último grupo, 42 (68,8%) foram pela ausência de dados dos exames de urina I e creatinina. Dos 115 casos aceitos, identificamos razao de aceitaçao em 99. Destes, 63,3% foram por DRC estádios IIIa/b, IV ou V; 11,1% por litíase; 7,1% por proteinúria/hematúria; 4% por HAS refratária; 3% por ITU; 2% por nódulo; 2% por cisto; entre outros. Notamos altas taxas de encaminhamento por DRC, principalmente dos estádios IIIb e IV (82,5%). Além disso, ao compararmos os principais municípios que referenciam pacientes ao nosso serviço, a taxa de aceitaçao dos encaminhamentos foi similar, variando de 58,3% a 78,9%. Discussao e Conclusoes: Em relaçao às recusas, apesar de 10 anos de pactuaçao do fluxo de encaminhamentos do DRS VI, observamos que as fichas ainda sao preenchidas de forma incompleta, principalmente por falta de estadiamento da DRC por urina I, creatinina e TFGE, sendo essa falha o principal obstáculo para fluxo adequado dos pacientes dentro do DRS VI conforme a pactuaçao. Em relaçao aos aceites, a principal razao de admissao no serviço é DRC estádios IIIb e IV, seguida de litíase e proteinúria/hematúria. Essas observaçoes devem ser foco de próximos estudos e educaçao permanente.

Palavras Chave: Anexo I, Encaminhamentos, DRS VI, DRC, Educaçao.


ID: 5941

Implantaçao do plano de segurança do paciente em uma unidade de hemodiálise

Autores: Silva H F, Borba M M C, Lima A R S, Viana C A, Santos M F L

Instituiçoes: CLINI-RIM – Clínica do Rim e Hipertensao Arterial – Salvador – Bahia – Brasil

Introduçao: Plano de Segurança do Paciente (PSP) é o documento que aponta situaçoes de risco e descreve as estratégias e açoes definidas pelo serviço de saúde para a gestao de risco. Segurança do Paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado, e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura. Objetivo: Relatar a experiência de um serviço de hemodiálise na implantaçao do Plano de Segurança do Paciente. Material e Método: Etapas: Capacitaçao dos gestores e colaboradores; definiçoes e implantaçao de protocolos de acordo com o perfil institucional; elaboraçao do mapeamento de riscos; sensibilizaçao para a notificaçao dos eventos adversos; treinamentos e capacitaçao; consolidaçao dos comitês de prontuário, óbito, ética e tecnovigilância e promoçao de uma cultura de segurança. Resultados: Implantaçao gradativa das metas para Segurança do paciente e açoes de controle dos riscos instituindo protocolos de; Identificaçao dos pacientes, comunicaçao efetiva, higienizaçao das maos, prevençao de quedas, uso seguro de prescriçao e administraçao de medicamentos, uso seguro de materiais e equipamentos, prevençao de riscos relacionados aos acessos vasculares, como será mostrado em impresso anexo de sua estrutura. Discussao e Conclusoes: A implantaçao do PSP deve reduzir a probabilidade de ocorrência de eventos adversos resultantes da exposiçao aos cuidados em saúde. Este deve ser focado na melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de tecnologias da saúde, na disseminaçao sistemática da cultura de segurança, na articulaçao e integraçao dos processos de gestao de risco. Deve incluir o reconhecimento e mapeamento dos riscos relacionados aos processos assistenciais, de forma a estimular a criaçao de uma cultura de gerenciamento desse cuidado, bem como organizar as estratégias e as açoes que previnam e minimizem os riscos e eventos adversos. O que se espera com a implantaçao do Plano de Segurança do Paciente é a incorporaçao dos processos de gestao de riscos como prática diária e garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde.

Palavras Chave: Segurança do paciente, eventos adversos, mapeamento de riscos.


Nefrologia Básica

ID: 4446

Avaliaçao da expressao do receptor P2X7 no rim na fase precoce do diabetes mellitus experimental

Autores: Rodrigues A M, Serralha R S, Fernandes M J, Higa E M S

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: diabetes mellitus (DM) é a maior epidemia do século XXI e estudo em nosso Laboratório mostrou que, o estresse oxidativo no DM estava associado à expressao e ativaçao do receptor P2X7 (P2X7R), o qual era altamente expresso na 8ª semana de diabetes, mas o momento exato em que sua produçao tornava-se significante permanecia desconhecido. Este estudo visa avaliar em que momento o P2X7R se torna altamente expresso na fase mais precoce do DM. Material e Método: Ratos Wistar machos de 7 semanas de idade foram todos nefrectomizados unilateralmente e o DM foi induzido com estreptozotocina (60mg/kg, i. v.). Os animais foram eutanasiados na primeira e nas semanas subsequentes do DM até a oitava semana e o rim remanescente foi coletado e armazenado em freezer -80ºC. O córtex renal foi homogeneizado para realizaçao de Western blotting e para reaçao em cadeia de polimerase quantificada (qPCR), em ambos procedimentos utilizou-se a actina como agente normalizador. Resultados: Os nossos dados preliminares de qPCR mostraram que nas duas primeiras semanas de diabetes, os níveis do RNAm do P2X7 encontravam-se constantes, durante as três semanas seguintes houve diminuiçao destes valores; no entanto, na sexta semana de diabetes foi observado aumento significante na síntese. O perfil de proteínas foi similar ao resultado do qPCR, nas cinco primeiras semanas de DM a expressao proteica do P2X7 foi menor, porém na sexta semana houve aumento embora nao tenha sido significante dessa expressao. Acreditamos que com a realizaçao de mais reaçoes, esta semana ganhará significância nos níveis proteicos. Discussao e Conclusoes: Nossos dados preliminares sugerem que a partir da sexta semana do diabetes ocorre aumento relevante da expressao gênica e produçao dos P2X7R, o qual pode ser o marco inicial de danos proporcionados pelo receptor na fisiopatologia do DM.

Palavras Chave: Ratos diabéticos, estresse oxidativo, receptores purinérgicos, expressao do P2X7, proteínas do P2X7.


ID: 5413

Efeitos do extrato de açai sobre o estresse oxidativo e a inflamaçao em celula mesangial de camundongo estimulada por alta glicose

Autores: Lima D Y, Punaro G R, Rodrigues A M, Mouro M G, Higa E M S

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pela hiperglicemia, que gera estresse oxidativo, o qual é caracterizada pelo aumento das espécies reativas de oxigênio (ROS) e/ou pela diminuiçao do mecanismo de defesa antioxidante, ou antioxidantes nao-enzimáticos. O açaí (Euterpe oleracea) é uma fruta tropical nativa da Amazônia que possui alta capacidade antioxidante, sendo rico em polifenóis, como antocianinas. Estudar os efeitos do extrato de açaí (EA) sobre o estresse oxidativo e a inflamaçao em célula mesangial imortalizada de camundongo (CMiC) estimulada por alta glicose. Material e Método: CMiC foram cultivadas em meio de cultura DMEM suplementado com 5% de soro bovino fetal (SBF) e mantidas à 37°C com 5% de CO2. Após atingir 70% de confluência foram mantidas em DMEM sem SBF por 24 horas, e tratadas com 0,5% de SBF, conforme os grupos: normal glicose (NG), 6,7 mM de D-glicose; alta glicose (HG), 30 mM de D-glicose; e manitol (MAN), com 30 mM de manitol, controle de osmolaridade. CMiC’s em meio HG foram tratadas ou nao com EA (500, 100 e 50ug/mL), formando os grupos: HG+EA500, HG+EA100 e HG+EA50. A viabilidade celular e a proliferaçao foram determinadas utilizando o ensaio MTT após 24, 48 ou 72 horas de tratamento. O sobrenadante foi coletado para mensurar os níveis de óxido nítrico (NO) e a produçao de ROS foi mensurada por DCFH-DA; o conteúdo proteico de catalase (CAT), Nrf2, iNOS e NF-kB p65 foram determinados por Western blot. Os valores foram considerados estatisticamente significativos quando p < 0,05. Resultados: A viabilidade celular após o tratamento com EA manteve-se maior do que 90% em todos os grupos, mostrando efeito nao citotóxico do EA; houve significante aumento da proliferaçao celular, dos níveis de NO, da produçao de ROS, e do conteúdo proteico de mediadores inflamatórios estavam aumentados significantemente no grupo HG vs. NG, os quais foram reduzidos após tratamento com EA, p < 0,05. O grupo HG demonstrou diminuiçao significante dos antioxidantes quando comparado com o grupo NG, porém após o EA estes níveis aumentaram. Discussao e Conclusoes: Estudos anteriores em nosso laboratório mostraram aumento do estresse oxidativo no tecido renal de animais diabéticos, e após tratamento com antioxidantes houve reduçao do estresse, assim como em nosso trabalho. Conclui-se que o EA reduz significativamente a proliferaçao celular e o estresse oxidativo em CMiC em alta glicose, via supressao de mediadores inflamatórios e concomitante ativaçao da via de resposta antioxidante do Nrf2.

Palavras Chave: Euterpe, estresse oxidativo, inflamaçao, célula mesangial, diabetes.


ID: 5416

Efeitos do receptor P2X7 na funçao renal, no estágio precoce do diabetes mellitus experimental

Autores: Serralha R S, Rodrigues A M, Punaro G R, Lima D Y, Farias C, Rodrigues D B B, Mouro M G, Higa E M S

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que ocorre quando há falha na produçao de insulina ou quando esta nao consegue ser utilizada de maneira eficiente pelo organismo. Dados da Organizaçao Mundial da Saúde, de 2015, estimam que aproximadamente 415 milhoes de pessoas foram diagnosticadas com DM, número que pode duplicar até 2040. O receptor P2X7 (P2X7R) é expresso em situaçoes com alta concentraçao de ATP, como no DM. Avaliar os efeitos do P2X7R na funçao renal de ratos diabéticos. Material e Método: Ratos Wistar machos foram todos uninefrectomizados e distribuídos em dois grupos – controle (n = 40) e diabético (n = 60), em um protocolo de 8 semanas. O DM foi induzido pela administraçao de estreptozotocina (60 mg/kg, i. v.), sendo que os animais controle receberam apenas o veículo da droga – tampao citrato. Os ratos foram alocados em gaiolas metabólicas para coleta de urina e sangue na 1ª à 8ª semanas após a induçao do diabetes. Os animais foram eutanasiados nas diferentes semanas de protocolo e o rim remanescente coletado para realizaçao de Western Blot, onde foram utilizados anticorpos contra P2X7. Os resultados foram descritos como ± SEM, utilizando One-way ANOVA e pós teste de Kruskal-Wallis, significância p < 0,05. Resultados: Os animais diabéticos apresentaram elevaçao no conteúdo proteico do P2X7 na 4ª, 5ª e 6ª semanas, quando comparados com os diabéticos da 1ª semana (1,146 ± 0,088; 1,064 ± 0,004; 1,083 ± 0,030 vs. 0,339 ± 0,053, respectivamente). Os animais diabéticos da 5ª semana apresentaram valores de clearance de creatinina reduzidos quando comparados com seus respectivos controles (738,9 ± 122,9 vs. 1782,0 ± 178,3 mL/24 horas). Os valores do clearance de creatinina e conteúdo proteico de P2X7 apresentam correlaçao moderada (R = -0.628) nos animais diabéticos. Discussao e Conclusoes: O receptor P2X7 atua como um canal iônico, permitindo a passagem de Ca2+ para o interior da célula. Com base nos valores encontrados no presente trabalho, estabelecemos que o momento inicial do aumento do P2X7R foi na 4ª semana após a induçao do DM. Considerando-se que a reduçao da funçao renal ocorreu na 5ª semana, podemos conjecturar que o aumento deste receptor estaria relacionado à fisiopatologia da lesao renal nesta doença.

Palavras Chave: P2X7, funçao renal, diabetes mellitus, ratos.


ID: 5544

Low level laser therapy in resolution of fibrotic process and signalling: new toll to tissue repair

Autores: Mafra De Lima F, Agudelo J, Cenedeze M, Saraiva Camara N O, E Silva Filho A P

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Low level laser therapy (LLLT) is a modulator of kidney fibrosis without evidences of side-effects. Herein we investigated the LLLT effect on chronic kidney disease from mice submitted to obstruction ureteral unilateral (UUO). Material e Método: Male C57/BL6 mice (22g) were divided in 3 groups (n = 5) being them: basal, UUO, UUO + LASER,. On day 0. Following UUO mice were treated with LLLT for 7 days and sacrificed in day 7 after UUO. Resultados: LLLT shown to be effective to decrease M1 macrophages with reduction of mRNA expression IL-1β, iNOS, CD86 compared to UUO group. In contrast, LLLT can increase the expression of Arg-1, FIZZ-1, YM-1 compared to UUO group and basal group. When we verified fibrotic process, we observed that LLLT reduced the mRNA expression of Col I, Col 4, TGF-β and MMP9 compared to UUO group. The values of protein/creatinine ratio was (0.96 ± 0.08) in LLLT group and (2.99 ± 0.32) in UUO, showing a preserved effect in renal function. This result is observed in total cell count with Sirius Red (LLLT 0.93 ± 0.16) to (UUO5.39 ± 0.84). Discussao e Conclusoes: In the fibrotic process, macrophages are recognized for their central role. Thus, the study of non-pharmacological and non-invasive tools that can modify the natural history of the development of fibrosis after renal initial insult is justified. In our study LLLT operates in different areas, so that there is an reduction in M1 profile, an control of production of M2 phenotype, reduced renal fibrotic process, and improved renal function frame with a non-invasive treatment without side effects, and low cost, we believe that LLLT act by modulating TGF beta pathways.

Palavras Chave: chronic kidney disease, macrophages, low level laser therapy.


ID: 5601

Papel da via TLR4/NFKB no modelo de inibiçao cronica do oxido nitrico e sobrecarga salina

Autores: Zambom F F F, Oliveira K C, Avila V F, Arias S C A, Faustino V D, Foresto-Neto O, Fanelli C, Machado F G, Sena C R, Viana V L, Malheiros D M, Camara N O S, Zatz R, Fujihara C K

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A inibiçao crônica do Oxido Nítrico (NO) com Nw-nitroarginina metilester (NAME) associada a uma sobrecarga salina (HS) promove hipertensao (HT), inflamaçao e lesoes renais. Os mecanismos envolvidos na progressaodadoençarenalcrônicanomodeloHS+NAME nao estao esclarecidos. Neste estudo, investigamos o envolvimento da imunidade inata no modelo HS+NAME, especificamente a via do sistema NF-kB, inibindo-a com a Pirrolidina Ditiocarbamato (PDTC). Material e Método: Ratos Munich-Wistar machos (N = 11) receberam HS (3,7% Na+) e NAME (32 mg/kg/dia). Um segundo grupo (N = 13) recebeu HS+NAME e PDTC (60 mg/kg/dia). Um grupo que recebeu apenas HS foi usado como controle. Após 4 semanas, avaliamos: Pressao Sistólica Caudal (TCP, mmHg), Albuminúria (ALB, mg/24h) glomeruloesclerose (GS, %), Lesoes Arteriolares (LA, %), Colágeno 1 (Col1, %), α-actina (α-SMA) e Macrófagos (MΦ), cels/mm2. O conteúdo renal de TLR4, p65 nuclear (NF-kB) e Manganês Superóxido Dismutase (MnSOD) foi avaliado por WB (x HS), enquanto o de IL-1β (pg/mg) o foi por ELISA. Resultados: HS HS+NAME HS+NAME+PDTC; TCP 149± 2 209± 4ª 174± 4ªº; ALB 9 ± 3 147 ± 12ª 37 ± 8ª*; GS 0.2 ± 0.1 4.6 ± 1.0ª 0,7 ± 0,3*; LA 1 ± 1 23 ± 3ª 6 ± 2*; Col1 1 ± 1 3 ± 1ª 2 ± 1ª*; α-SMA 1 ± 1 10 ± 1ª 2 ± 1*; MΦ 23 ± 2 131 ± 7ª 34 ± 6ª*; IL-1β 1 ± 1 4 ± 1ª 2 ± 1*; TLR4 1,0±0,1 2,6±0,4ª 1,3±0,2*; NF-kB 1,0±0,1 2,9±0,3ª 1,4±0,3*; MnSOD 1,0±0,1 0,6±0,1ª 0,9±0,1*; Média ± SE: ªp < 0,05 vs. HS*p < 0,05 vs. HS + NAME. Discussao e Conclusoes: Como esperado, HS + NAME promoveu HT, injúria vascular, lesoes glomerulares e fibrose intersticial. A associaçao HS e NAME levou à ativaçao da via TLR4/NF-kB, resultando no aumento da produçao de IL-1β renal. Além disso, esses animais apresentaram reduçao da MnSOD no tecido renal, consistente com um aumento no estresse oxidativo. O PDTC normalizou o NF-kB e a MnSOD, bem como o TLR4 e a IL-1β. Essas alteraçoes se associaram a uma atenuaçao da HT, da lesao renal e do processo inflamatório. Esses achados sugerem que a via TLR4/NF-kB da imunidade inata, em associaçao com estresse oxidativo, está envolvida na progressao das lesoes renais no modelo HS+NAME. FAPESP/CNPq.

Palavras Chave: Oxido Nítrico, Hipertensao Arterial, Inflamaçao Renal, Doença Renal Crônica, NF-kB.


ID: 5777

O micofenolato mofetil (MMF) atenuou a ativaçao da imunidade inata e a fibrose intersticial no modelo de adriamicina

Autores: Faustino V D, Arias S C A, Avila V F, Foresto-Neto O, Zambom F F F, Sena C R, Viana V L, Fanelli C, Malheiros D M A C, Camara N O S, Zatz R, Fujihara C K

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Recentemente (ASN2015) mostramos que no modelo de lesao renal por adriamicina (ADR), a progressao da doença renal crônica (DRC), além de acentuada infiltraçao por macrófagos (MΦ) e linfócitos (LF), associava-se à ativaçao da imunidade inata. Neste estudo, nós investigamos o papel da imunidade adaptativa, representada pela infiltraçao renal por LF, na DRC, que acompanha em longo prazo o modelo ADR. Material e Método: Ratos Munich-Wistar receberam adriamicina (5 mg/kg iv) e foram subdivididos em ADR (sem tratamento) e ADR+MMF (10 mg/Kg/dia, vo). Ratos controle (C) receberam apenas soluçao salina. Após 4 (ADR4 ou ADR+MMF4) e 20 (ADR20 ou ADR+MMF20) semanas, avaliamos a albuminúria (ALB, mg/dia), a infiltraçao intersticial por MΦ e LF (céls/mm2), a % de esclerose glomerular (EG) e a fraçao da córtex ocupada por colágeno (COL), assim como a abundância de IL-1β, IL-10, TLR4 e NF-kB nuclear (x C) e NLRP3 (células/mm2) no interstício renal. (Média ± EP, ap < 0.05 vs respectivo ADR). Resultados: ALB: ADR4 = 429 ± 58, ADR + MMF4 = 305 ± 28, ADR20 = 523 ± 46, ADR + MMF20 = 256 ± 32ª LF: ADR4 = 199 ± 26, ADR + MMF4 = 127 ± 16ª, ADR20 = 262 ± 24, ADR + MMF20 = 190 ± 24ª MΦ: ADR4 = 229 ± 36, ADR + MMF4 = 193 ± 29, ADR20 = 320 ± 45, ADR + MMF20S = 239 ± 35 EG: ADR4 = 3 ± 1, ADR + MMF4 = 1 ± 1ª, ADR20 = 46 ± 7, ADR + MMF20S = 37 ± 7 COL: ADR4 = 15 ± 1, ADR + MMF4 = 10 ± 2ª, ADR20 = 25 ± 2, ADR + MMF20 = 11 ± 1ª TLR4: ADR4 = 4 ± 1, ADR + MMF4 = 2 ± 1ª, ADR20 = 9 ± 2, ADR + MMF20 = 6 ± 1ª NF-kB: ADR4 = 1 ± 1, ADR + MMF4 = 1 ± 1, ADR20 = 3 ± 1, ADR + MMF20 = 1 ± 1ª NLRP3: ADR4 = 1 ± 1, ADR + MMF4 = 1 ± 1, ADR20 = 3 ± 1, ADR + MMF20 = 1 ± 1ª IL1-β: ADR4 = 2 ± 1, ADR + MMF4 = 1 ± 1ª, ADR20 = 3 ± 1, ADR + MMF20 = 2 ± 1ª IL-10/IL1-β: ADR4 = 1 ± 1, ADR + MMF4 = 4 ± 1ª, ADR20 = 1 ± 1, ADR + MMF20 = 4 ± 1ª Grupo C: ALB (4 ± 1), MΦ (7 ± 2), LF (27 ± 4), COL (3 ± 1), IL-10/IL1-β (1 ± 1), NLRP3 (1 ± 1), TLR4 (1 ± 1), NF-kB (1 ± 1). Discussao e Conclusoes: No Grupo ADR, o aumento acentuado de ALB, MΦ, LF e dos componentes da imunidade inata associou-se à % de EG e à deposiçao de COL. O tratamento com MMF reduziu a infiltraçao de LF, mas nao a de MΦ. O MMF atenuou a produçao de IL-1β e de alguns dos componentes da imunidade inata. Embora o MMF nao tenha mantido a proteçao glomerular após 20 semanas, o depósito de COL foi atenuado ao longo do estudo, possivelmente associado à produçao de IL-10. Esses resultados sugerem que a inibiçao da infiltraçao de LF atenua a ativaçao da imunidade inata e a fibrose intersticial, indicando a existência de uma interaçao cruzada entre imunidade inata e adquirida na patogênese da DRC associada à ADR. FAPESP/CNPq.

Palavras Chave: Doença renal crônica, Nefropatia por adriamicina, Imunidade Inata.


ID: 5412

Correlaçao entre o receptor P2X7 e marcadores de inflamaçao diabética em ratos

Autores: Farias C, Punaro G R, Rodrigues A M, Lima D Y, Serralha R S, Rodrigues D B B, Higa E M S

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica e inflamatória caracterizada pela hiperglicemia, a qual ocorre devido à ausência da secreçao ou por deficiência na açao da insulina. A hiperglicemia através de diversos mecanismos contribui para a lesao de vários tecidos e órgaos, sendo a disfunçao endotelial uma dessas principais alteraçoes. Os problemas vasculares relacionados ao DM resultam em complicaçoes como a nefropatia diabética. A hiperglicemiaéresponsávelpeloaumentodasíntesedeATP; este interage com o receptor P2X7 (P2X7R) e sua ativaçao promove a abertura de poros na membrana plasmática podendo levar a morte celular e liberaçao de citocinas. Correlacionar o P2X7R com marcadores inflamatórios em ratos diabéticos. Material e Método: Ratos Wistar machos foram uninefrectomizados. Após uma semana, a metade dos animais foi submetida à administraçao de estreptozotocina (60 mg/kg), por via caudal, para induçao do DM. Na 5ª, 6ª, 7ª e 8ª semanas após a induçao do DM, os animais foram eutanasiados e o rim remanescente foi coletado para realizaçao do Western blot, para análise do conteúdo proteico de IL-6, IL-10 e P2X7R. Os resultados foram descritos como média ± EP, com significância para p < 0,05; a análise de variância foi realizada pelo teste T de Student pareado e nao pareado, usando o software GraphPad Prisma 5.0. Resultados: A proteína do P2X7R no grupo DM estava aumentada em todas as semanas do diabetes, em comparaçao com o grupo controle. Esse aumento foi significante para a citocina IL-6 que aumentou progressivamente até a 8ª semana. A citocina IL-10 no grupo DM revelou tendência de diminuiçao com o avanço do diabetes. Discussao e Conclusoes: Trabalhos anteriores já mostraram que o P2X7R é prevalente em algumas situaçoes patológicas, como é o caso do diabetes. No presente estudo, a inflamaçao existente nesta doença pode ser vista pela presença da citocina IL-6, já que esta é uma citocina pró-inflamatória, enquanto a IL-10 é uma citocina anti-inflamatória. O aumento do P2X7R acompanhado pelo aumento de IL-6 e com consequente diminuiçao de IL-10 indicam o provável envolvimento do P2X7R no quadro inflamatório da nefropatia diabética, o que possivelmente está relacionado a fisiopatologia desta doença.

Palavras Chave: P2X7, inflamaçao, rim, diabetes, ratos.


ID: 5415

Efeitos do extrato de cupuaçu sobre o perfil metabólico, estresse nitrosativo e fatores inflamatórios em ratos diabéticos

Autores: Punaro G R, Lima DY, Rodrigues A M, Pugliero S, Farias C, Rodrigues D B B, Serralha R S, Mouro M G, Higa E M S

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hiperglicemia é uma característica do diabetes mellitus, a qual favorece o aumento de óxido nítrico sintase (iNOS), que é acompanhada pelo aumento de óxido nítrico (NO). O NO pode reagir com superóxido produzindo peroxinitrito e levar à nitraçao de proteínas, que por sua vez é detectada pela nitrotirosina. O cupuaçu (Theobroma grandiflorum) fruta nativa da Amazônia, da mesma família do cacau (Theobroma cacao L.), pode apresentar potencial efeito antioxidante contra o estresse nitrosativo associado a doenças crônicas. Avaliar os efeitos do extrato de cupuaçu (EC) sobre o perfil metabólico, estresse nitrosativo e parâmetros inflamatórios em ratos diabéticos. Material e Método: Ratos Wistar, machos, adultos, foram distribuídos em 4 grupos (n = 4): controle (CTL) e diabético (DM) que receberam água; CTLEC e DMEC que receberam extrato de cupuaçu, via gavagem por 8 semanas; os ratos dos grupos DM e DMEC se tornaram diabéticos após injeçao (i. v) de estreptozotocina; após 72 horas, o diabetes foi definido como glicemia ≥ 200mg/dL. Ao final do tratamento, os animais foram mantidos em gaiolas metabólicas para coleta de urina de 24 horas e dados metabólicos; a glicemia e o peso corporal foram mensurados após jejum de 3 horas e antes da eutanásia. Os animais foram eutanasiados e os rins foram removidos para avaliar nitrotirosina, iNOS e IL-6, normalizadas por actina. Os valores foram considerados estatisticamente significantes quando p < 0,05. Resultados: O DMEC quando comparado ao DM apresentou níveis diminuídos de glicemia e diurese, e aumento do peso corporal, acompanhada de diminuiçao significativa no consumo de raçao, conteúdo proteico de nitrotirosina e iNOS. No entanto, a ingestao de água e a IL-6 aumentaram significativamente apenas quando o DM foi comparado ao CTL, nao mostrando diferença entre o DMEC e o CTLEC, p < 0,05. Discussao e Conclusoes: Estudos anteriores em nosso laboratório mostraram aumento do estresse nitrosativo e parâmetros inflamatórios como nitrotirosina, IL-6 e iNOS, respectivamente, no tecido renal de animais diabéticos. O consumo do EC poderia contribuir para o melhor controle do estresse nitrosativo, associado com reduçao de fatores inflamatórios (IL-6 e iNOS), sugerindo a importância de compostos bioativos como terapia coadjuvante para retardar as complicaçoes dessa doença em pacientes diabéticos.

Palavras Chave: Theobroma, estresse nitrosativo, inflamaçao, rim, iNOS.


ID: 5417

Estado redox no rim diabético de ratos tratados com Theobroma grandiflorum

Autores: Rodrigues D B B, Pugliero S, Punaro G R, Lima DY, Rodrigues A M, Farias C, Serralha R S, Higa E M

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O estresse oxidativo é o estado de desequilíbrio entre a produçao de espécies reativas de oxigênio (ROS) e as defesas antioxidantes, o qual apresenta-se elevado no diabetes mellitus (DM). A hiperglicemia estimula a produçao de ROS, sendo que essas podem participar como fator desencadeante do dano celular e do desenvolvimento de complicaçoes do DM, como a nefropatia diabética, sendo as ROS neutralizadas pelo sistema de defesa antioxidante. Os flavonoides sao polifenois presentes em frutas e vegetais que possuem potencial efeito antioxidante e estao associados a melhora do perfil antioxidante em diversas doenças. O Theobroma grandiflorum (cupuaçu) fruta nativa da Amazônia, possui alto teor de flavonoides como as teograndinas. Sugere-se que o extrato de cupuaçu (EC) poderia promover o equilíbrio redox no diabetes. Avaliar o estado redox em rins de ratos diabéticos tratados com EC. Material e Método: Ratos Wistar machos, foram distribuídos em 4 grupos: controle (CTL); controle tratado com o extrato (CTLEC); diabético (DM) e diabético tratado com o extrato (DMEC), sendo que os ratos dos grupos DM e DMEC foram induzidos ao diabetes após aplicaçao de estreptozotocina (45mg/kg, i. v). Os grupos CTLEC e DMEC receberam 1mL de EC (500mg/mL) e os demais receberam 1mL de água, todos via gavagem, por 8 semanas. No final do tratamento, os ratos foram eutanasiados, e os rins foram removidos para mensuraçao do conteúdo proteico de antioxidantes por Western blot para as proteínas: catalase (CAT), Nrf2 e glutationa (acoplada a proteínas – glutationilaçao). A significância estatística foi considerada quando p < 0,05. Resultados: Nossos resultados mostraram significante aumento da CAT e do Nrf2 no grupo DMEC em relaçao ao grupo DM. A glutationa apresentou-se elevada no grupo DM quando comparado ao grupo CTL. Discussao e Conclusoes: Estudo anterior realizado em nosso laboratório com ratos diabéticos suplementados com o antioxidante (NAC) demonstrou melhora na funçao renal e reduçao do estresse oxidativo no tecido renal; o presente estudo mostrou aumento dos níveis de antioxidantes em animais diabéticos após suplementaçao com EC. O EC foi capaz de aumentar o conteúdo proteico de CAT e de Nrf2 no tecido renal de grupos diabéticos, sugerindo que o cupuaçu poderia ser utilizado como uma terapia complementar para retardar a evoluçao da nefropatia diabética.

Palavras Chave: Theobroma, antioxidantes, estresse oxidativo, rim, diabetes.


ID: 5604

Papel da imunidade inata na progressao da DRC após inibiçao temporaria do oxido nitrico associada a sobrecarga salina

Autores: Oliveira K, Zambom F, Braga L, Avila V, Arias S, Fanelli C, Sena C, Viana V, Malheiros D, Camara N, Fujihara C, Zatz R

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A inibiçao do NO sintase pelo L-NAME, associada a uma sobrecarga salina (HS), promove hipertensao arterial (HT) e dano renal. Após cessaçao do tratamento HS+NAME, ocorre regressao das lesoes renais, mas persiste um discreto processo inflamatório que se acentua com o tempo, associado à instalaçao de uma nefropatia progressiva (AJP 2006). Neste estudo, investigamos se a persistência da inflamaçao e a progressao tardia da nefropatia estao associadas a uma ativaçao da imunidade inata. Material e Método: Ratos Munich-Wistar machos receberam HS (3,7% de NaCl) ou HS+N (NAME 32 mg/Kg/d) durante 4 semanas (Grupos HS4 e HS+N4). Ao final desse período, o tratamento HS+N foi cessado e foram avaliados: pressao caudal (PC, mmHg), albuminúria (ALB, mg/24h), glomeruloesclerose (GS, %), isquemia glomerular (ISQ, %), colágeno 1 intersticial (COL, %), macrófagos (Mø), células positivas para angiotensina 2 (AngII) ou NLRP3 (cels/mm2), assim como a abundância renal de IL-1β (pg/mL) e, por WB, TLR4 e NF-kB (x C). Ratos adicionais foram acompanhados por períodos suplementares de 4 semanas (HS+N8) e 20 semanas (HS+N28) após a cessaçao do tratamento HS+N, com determinaçao de todos os parâmetros após os respectivos períodos. Resultados: _-HS4_HS+N4-_-HS8_HS+N8-HS28 HS+N28-; PC_146±3_213±4*_146±3_164±4*_131±2_161±88*_; ALB_9±2_160±27*_5±1_25±6*_18±4__65±12*__; ISQ_0±0_17±2*___0±0__7±1*___1±1___4±1*__; GS 0±0 2±1* 1±1 1±1 1±1 7±2* ; COL_1±1__4±1*__2±1__4±1*__1±1__4±1*_; Mø_26±4_225±19*_34±5 85±15* 34±4_104±17*_; AngII_2±1_10±1* 3±1 14±3* 3±1 10±2* ; TLR4_1±1___2±1___1±1___2±1____1±1___2±1*_; NF-kB_1±1___5±1*__1±1__1±1___1±1___2±1__; NLRP3 1±1, 3±1* 1±1 5±1* 1±1 4±1* ; IL-1β 2±1 4±1* 2±1 2±1 1±1 2±1; Média ± EP, *p < 0,05 vs respectivo HS) Discussao e Conclusoes: A progressao autônoma de uma nefropatia crônica após tratamento temporário com HS e L-NAME pode resultar de ativaçao continuada de parte da imunidade inata, que promove inflamaçao e fibrose renal. Essa sequência de eventos ajuda a explicar o desenvolvimento de DRC, em outros modelos experimentais e situaçoes clínicas, mesmo após cessado o insulto inicial. FAPESP/CNP.

Palavras Chave: L-NAME, óxido nítrico, imunidade inata, Doença Renal Crônica.


ID: 5672

Estudo do efeito da sinvastatina na expressao genica dos PPARs alfa e gama e na expressao e secreçao de leptina em adipocitos 3T3-L1 submetidos a estimulo inflamatorio

Autores: Kuniyoshi M, Nakamichi R, Quinto B M R, Lins P R G, Batista M C

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – SP – Brasil, Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – SP – Brasil

Introduçao: A obesidade visceral é um dos componentes principais da Síndrome Metabólica (SM). Tem sido demonstrado que aumento na produçao de adipocinas pró-inflamatórias, como a leptina, contribui para o aumento da obesidade e com a progressao da SM. O uso de sinvastatina, parece promissor no tratamento à inflamaçao, e pode vir a contribuir no entendimento da açao desta estatina sobre a produçao e expressao de adipocinas, colaborando para a reduçao dos riscos de doenças cardiovasculares. Estudos vem demonstrando que a ativaçao dos PPARs é a mediaçao da maioria dos efeitos pleiotrópicos de proteçao cardiovascular das estatinas incluindo os efeitos antiinflamatórios, anti-oxidantes e anti – fibróticos. Material e Método: Fibroblastos da linhagem 3T3-L1 foram diferenciados em adipócitos maduros. No subcultivo as células foram separadas em grupos, controle basal, controle sinvastatina, controle TNF-α 10ng/mL num período de 6h, um grupo pré-tratado com sinvastatina (10µM) durante 24h e submetidos à TNF-α por 6h. Foi feita a extraçao de RNA, RT-PCR, ELISA e Imunofluorescência. Resultados: Aumento estatisticamente significante na expressao e secreçao de leptina em adipócitos expostos ao estímulo com TNFα, após 6hr de incubaçao quando comparada à secreçao basal (Expressao -TNFα: 7,05 ± 1,76 vs. basal: 3,40 ± 0,73/Secreçao -TNFα:13,4 ± 4,3 vs. basal: 8,92 ± 0,26) p < 0,05. Diminuiçao da expressao e secreçao de leptina em comparaçao ao controle quando tratado com a droga (Expressao-sinvastatina:0,79 ± 0,27 vs. basal:3,40 ± 0,73/Secreçao-Sinvastatina: 6,36 ± 0,75 vs. basal: 8,92 ± 0,26) p < 0,05. Atenuaçao da expressao de leptina com o pré tratamento e incubaçao com TNFα (TNFα: 7,05 ± 1,76 vs pré tratamento:0,37 ± 0,09 ) p < 0,05. Em contrapartida, no grupo em que foi realizado o pré tratamento com sinvastatina e estimulo inflamatório com TNF-α, nao houve diferença significante na secreçao de leptina em comparaçao ao grupo basal, mas houve uma reduçao significante em relaçao ao grupo de células estimuladas por TNF-α. Através da imunofluorescência nos grupos tratados a foi mais intensa tanto de PPAR ? quanto PPAR α, quando comparado ao grupo basal. Discussao e Conclusoes: O pré tratamento com sinvastatina atenuou a secreçao e expressao de leptina em condiçoes basais e de inflamaçao sugerindo um potencial anti-inflamatório das estatinas pode ser dependente dos PPARs. Ainda, demonstramos o efeito benéfico da sinvastatina na atenuaçao da resposta inflamatória relacionada ao aumento de TNF-α e uma possível relaçao dos PPARs na modulaçao desta resposta.

Palavras Chave: Síndrome Metabólica, inflamaçao, Obesidade, Leptina, Estatinas.


ID: 5768

O tratamento com um inibidor do sistema NF-KAPPA B exerce efeito renoprotetor na nefropatia diabetica experimental

Autores: Foresto-Neto O, Albino A H, Arias S C A, Faustino V D, Avila V F, Sena C R, Viana V L, Fanelli C, Cenedeze M A, Malheiros D M A C, Camara N O S, Fujihara C K, Zatz R

Instituiçoes: Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O Toll-like receptor 4 (TLR4) e o sistema NF-kappa B (NF-κB) compoem uma importante via de sinalizaçao da imunidade inata que ativa a produçao de interleucinas (IL) proinflamatórias. Por sua vez, a inflamaçao resultante estimula o TLR4, fechando um ciclo vicioso. Há evidências de que a ativaçao dessa via participa da patogênese da nefropatia diabética (ND). Nós investigamos se o tratamento com pirrolidina ditiocarbamato (PDTC), um inibidor do NF-κB, exerce efeito renoprotetor sobre a ND experimental. Material e Método: Ratos Munich-Wistar (N = 27) machos foram tornados diabéticos (DM) com estreptozotocina, 65mg/kg, e mantidos moderadamente hiperglicêmicos com insulina diária. Ratos DM foram divididos em: DM (nao tratados) e DM + PDTC (PDTC, 60 mg/kg/dia vo). Ratos nao diabéticos (N = 12) serviram como controle (C). Após 12 meses, avaliamos: peso corpóreo (PE, g); glicemia (GLI, mg/dL); relaçao albumina/creatinina urinária (Ualb/Ucr); peso renal/corpóreo (PR/PE); % de esclerose glomerular (EG, %); zonula occludens glomerular (ZO-1, %) infiltraçao macrofágica glomerular (MΦ, cels/mm2); abundância renal de TLR4 e p65 (NF-κB) nuclear (x.C) e abundância glomerular de IL-1β (%). Resultados: (Média ± EP, a p < 0,05 vs. C, bp < 0,05 vs. DM) PE: C = 408 ± 9, DM = 335 ± 5a, DM + PDTC = 335 ± 3a; GLI: C = 98 ± 2, DM = 378 ± 24a, DM + PDTC = 386 ± 7a; Ualb/Ucr: C = 1,5 ± 0,2, DM = 5,1 ± 1,2a, DM + PDTC = 1,3 ± 0,3b; PR/PE: C = 0,49 ± 0,01, DM = 0,72 ± 0,01a, DM + PDTC = 0,64 ± 0,02ab; EG: C = 2,6 ± 0,4, DM = 7,9 ± 1,9a, DM + PDTC = 2,1 ± 0,7b; ZO-1: C = 77 ± 1, DM = 61 ± 2a, DM + PDTC = 75 ± 2b; MΦ: C = 16 ± 3, DM = 54 ± 15a, DM + PDTC = 33 ± 10b; TLR4: C = 1,0 ± 0,0, DM = 1,7 ± 0,2a, DM + PDTC = 1,2 ± 0,3b; NF-κB: C = 1,0 ± 0,3, DM = 3,1 ± 0,9a, DM + PDTC = 2,0 ± 0,3; IL-1β: C = 10 ± 1, DM = 25 ± 2a, DM + PDTC = 13 ± 1b. Discussao e Conclusoes: No grupo DM houve menor ganho de PE, aumento progressivo de Ualb/Ucr, hipertrofia renal, elevada EG, perda de ZO-1 nos podócitos e maior MΦ. Essas alteraçoes associaram-se a um aumento de TLR4, NF-κB e IL-1β. O PDTC impediu ou atenuou fortemente o aumento de TLR4 e IL-1β, bem como o aumento de Ualb/Ucr, a hipertrofia renal, o desenvolvimento de EG, a perda de ZO-1 e a MΦ, sem alterar o PE ou a GLI. Em suma, o PDTC exerceu efeito renoprotetor sobre a progressao da ND em ratos diabéticos, sugerindo um papel patogênico da via TLR4/NF-κB e a possibilidade de que esse sistema se torne um alvo terapêutico. FAPESP/CNPq.

Palavras Chave: Nefropatia Diabética, Doença Renal Crônica, NF-kappa B, Imunidade Inata. nefRoloGIa ClínICa


ID: 5509

Sangramento vesical incoercivel após biopsia renal percutanea

Autores: Nakamura A M, Alves Caetano De Almeida M, Andrade De Sousa Carrijo K, Do Bomfim Junior P J, Piantino G, Xavier De Castro Lisboa A L, Sousa Da Silva L C, De Souza Fontes T M

Instituiçoes: Universidade Católica De Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A biópsia renal percutânea (BRP) é uma ferramenta segura e efetiva no diagnóstico e manejo da doença renal. Sao raras as complicaçoes graves, com taxas de óbito em menos de 1% destes pacientes. O objetivo deste relato de caso é mostrar a evoluçao rara e catastrófica de um paciente após a BRP. Material e Método: Revisao de prontuário eletrônico e busca nas bases de dados (MEDLINE, PubMed, SciELO e LILACS). Termos de pesquisa: “Percutaneous renal biopsy and complication”; “Major bleeding”. Resultados: FDA, 52 anos, masculino, diabético e hipertenso de difícil controle. Admitido no serviço de nefrologia com edema de mmif evoluindo para abdômen e face há 02 meses, reduçao do volume urinário e dispneia aos moderados esforços. Submetido a BRP com dificuldade técnica. Permaneceu estável nas primeiras 24h, evoluindo com dor abdominal e hematúria 02 dias após, com grande quantidade de coágulos a passagem de sonda vesical de demora. Persistiu com queda de hematócrito e necessidade de hemotransfusoes, sangramento incessante e formaçao de coágulos sem melhora com as medidas instituídas, sendo necessário cistoscopia e laparotomia exploradora. Iniciou hemodiálise 10 dias depois. Realizada arteriografia sem presença de pseudoaneurisma e sem sinais de extravasamento de contraste. Persistindo com hematúria franca, discrasia sanguínea, piora séptica e hemodinâmica e evoluçao para morte encefálica após 40 dias do evento inicial. Discussao e Conclusoes: Os sangramentos maiores relacionados a BRP correspondem a 0-6% dos casos e a hemotransfusao é suficiente para a resoluçao desse quadro na maioria dos casos. Quando a hematúria permanece, investiga-se o foco de sangramento por meio de arteriografia, após a visualizaçao de sangramento ativo, faz-se a embolectomia seletiva ou a nefrectomia parcial. Porém, a evoluçao inesperada do caso é que as hemotransfusoes nao conseguiram reverter a queda progressiva do hematócrito e as arteriografias nao demonstraram sangramento ativo, nem pseudoaneurisma. Com isso, o sangramento permaneceu sem explicaçao e as condutas adotadas nao alteraram o prognóstico do paciente.

Palavras Chave: Bleeding Complication, Major Bleeding, Percutaneous Renal Biopsy.


ID: 5892

Pancreatite necrohemorragicae corticoide: umrelato de caso

Autores: Nascimento Santos C D, Bandeira De Mello V B, De Gusmao Lobo M C S, Matsuura A J, Neiva Alves A Q, Campos Rocha N G, Mendes Coutinho S L B, E Souza A D O,Tormena J C

Instituiçoes: Hospital De Base Do Distrito Federal – Brasilia – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: O diagnóstico de pancreatite aguda induzida por corticoides é controverso, sobretudo devido à falta de casos relatados na literatura. O uso frequente de corticoide em altas doses em transplantados renais torna esses pacientes suscetíveis a essa complicaçao. Material e Método: Relatamos o caso clinico de uma paciente que evoluiu no pós-operatório de transplante renal com pancreatite necrohemorrágica e óbito, sendo o uso de corticoide a principal suspeita etiológica do quadro. Resultados: I.S.C., feminina, 63 anos, hipertensa, com doença renal crônica em hemodiálise há 12 anos. Sem passado de etilismo ou litíase biliar. Submetida a transplante renal doador falecido em 12/02/2017, sem compatibilidade HLA, priorizada por falência de acesso vascular. Exames pré-transplante normais, exceto por alargamento do TTPA, triglicerídeos 347, Toxoplasmose e Citomegalovírus IgG positivo. Realizada Imunossupressao com 1g de metilprednisolona, durante induçao anestésica e identificado no intra-operatório, trombo em veia ilíaca esquerda, removido com cateter de fogarty. No pós-operatório imediato, se mantinha estável, usando prednisona 0.5mg/kg, tacrolimo 0.1mg/kg e micofenolato sódico 1440 mg/dia, com disfunçao do enxerto e necessidade de diálise. No 2° dia pós-operatório cursou com náuseas, vômitos e instabilidade hemodinâmica. Ecografia e tomografia de abdome com coleçao perirrenal de aspecto inespecífico, leucócitos de 25.000, hemoglobina 8,4 g/dl pós transfusao, amilase 671. No 4º dia apresentou piora hemodinâmica, distensao abdominal e dor a palpaçao difusa. Nova TC de abdome com hematoma agudo na retrocavidade dos epíplons. Evoluiu com instabilidade hemodinâmica grave e óbito. Realizada Necropsia com apagamento da arquitetura lobulada, áreas hemorrágicas, necrose do parênquima pancreático, com infiltrado inflamatório e destruiçao do ducto pancreático, confirmada pancreatite necrohemorrágica como causa do óbito. Discussao e Conclusoes: Pancreatite aguda associada ao uso do corticoide é uma entidade pouco estudada, nao se sabendo a real incidência e evoluçao dos casos. Sendo de vital importância a suspeita em pacientes com pancreatite sem etiologia esclarecida, justificando-se um acompanhamento continuo e retirada do fármaco, de forma a se evitar recorrência ou desfechos desfavoráveis.

Palavras Chave: Transplante renal, corticoide, pancreatite aguda.


ID: 5715

Perfil nutricional e padroes dieteticos de pacientes litiasicos

Autores: Rodrigues F G, Heilberg I P

Instituiçoes: Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O presente estudo teve como objetivo analisar retrospectivamente, o perfil nutricional e os padroes dietéticos de pacientes litiásicos comparados a indivíduos sadios. Material e Método: Foram coletados a partir dos prontuários, dados antropométricos (peso corporal, estatura, CC e IMC), resultados dos registros alimentares (3 dias) e de parâmetros laboratoriais séricos (creatinina, uréia, sódio, potássio, PTH, cálcio e fósforo) e urinários de 24hs (creatinina, uréia, sódio, cálcio, fósforo, ácido úrico, citrato, oxalato e pH). O consumo de sal foi estimado a partir do sódio urinário. Os parâmetros de um grupo controle sadio foram obtidos a partir de um banco de dados de parentes de pacientes que preencheram um recordatório alimentar de três dias, além da medida de dados antropométricos. Nao havia dados de exames séricos e urinários neste grupo. Resultados: Foram avaliados 100 pacientes litiásicos (42M/58F; 44,1 ± 13,1 anos) e 88 indivíduos do grupo controle (22M/66F; 36,2 ± 13,1 anos). A média do IMC dos litiásicos foi significantemente maior do que a dos indivíduos sadios (29,0 ± 6,4 vs. 25,0 ± 5,0), sendo que 42% dos pacientes eram obesos, comparados a 14,8% no grupo controle (p < 0,01). Entre os litiásicos, tanto o IMC quanto a CC se correlacionaram positivamente com a excreçao de creatinina (r = 0,34; r = 0,46), ácido úrico (r = 0,51; r = 0,42) e sódio (r = 0,45; r = 0,39), respectivamente. A mediana de consumo diário pelos litiásicos foi significantemente menor do que os controles para cálcio 401 (295-563) mg vs 585 (452-799) mg, mais especificamente de origem animal, 265 (175-89) mg vs. 449 (263-656) mg, bem como fósforo de origem animal, 500(395-674) mg vs 604(440-762) mg e proteína total, 0,9g/kg (0,6-1,1 g/kg) vs. 1,0g/kg (0,8-1,2g/kg). A mediana da ingestao de sal dos litiásicos foi de 11,4g/dia. O consumo de potássio, fibras, proteína animal, proteína vegetal e fósforo vegetal se correlacionou positivamente com a excreçao urinária de citrato entre os litiásicos. Discussao e Conclusoes: O presente estudo revelou uma elevada prevalência de obesidade entre os indivíduos litiásicos e uma associaçao positiva entre a gordura corporal e a ingestao de sódio. Os litiásicos apresentaram menor consumo de proteínas, fósforo e cálcio especialmente de origem animal, comparados aos indivíduos sadios. Estes achados sugerem que, mesmo após a recomendaçao para restriçao de sal e abandono à restriçao de cálcio, os pacientes litiásicos ainda mantém um padrao alimentar inadequado, com potencial efeito deletério sobre a recorrência de cálculos.

Palavras Chave: nutriçao, nefrolitíase, cálcio, proteínas, perfil nutricional.


ID: 5637

Hipertermia maligna em paciente vitima de politraumatismo e com mutaçao em heterozigose em CPT2

Autores: Nakano H R Y, Saraiva L C, Balbo B E P, Amaral A, Costa E, Watanabe E, Tates A, Tomazzini B, Oliveira R, Malbouisson L, Lerario A, Onuchic L F

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da USP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hipertermia maligna (HM) constitui doença genética do músculo esquelético resultante de uma resposta hipermetabólica à succinilcolina e aos anestésicos halogenados derivados do éter. Caracteriza-se pela presença de hipertermia, rigidez muscular generalizada, rabdomiólise, hipercalemia e aumento no CO2 expirado após exposiçao a drogas capazes de desencadear crise. Apresentamos o caso de um homem com HM cuja investigaçao genética por sequenciamento e análise de exoma completo (SAEC) revelou deficiência parcial de carnitina palmitoil transferase 2, conferindo susceptibilidade à hipertermia e lesao muscular. Material e Método: Análise clínica, laboratorial, imagenológica e genética do paciente. Resultados: Homem de 30 anos, vítima de trauma torácico por colisao de bloco de 1,0 ton de guindaste contra seu corpo. Atendido no Serviço de Emergência de acordo com as recomendaçoes do ATLS, foi politransfundido e submetido a toracotomia para drenagem de hemopneumotórax e observou-se retrolistese de L1-L2. Na UTI apresentou rabdomiólise (CPK de 21.319IU/L) e IRA KDIGO-3, com creatinina de 5,13 mg/dL. No quinto dia de UTI, quando apresentava creatinina sérica de 2,75 mg/dL e débito urinário de 1.700 mL, foi submetido a artrodese de coluna e laminectomia de T12-L1. Ao longo do procedimento anestésico e durante a cirurgia o paciente desenvolveu taquicardia (134 bpm), febre (39,4 oC), acidose metabólica (PH de 7.26, HCO3- de 22 mEq/L, pCO2 de 51 mmHg), rigidez muscular, novo aumento da CPK (> 22.000 UI/L), piora da funçao renal e hipercalemia (7,2 mEq/L). Diante da possibilidade diagnóstica de HM, recebeu tratamento com dantroleno, apresentando resposta clínica. Recebeu alta reabilitado após semanas de internaçao, e com recuperaçao da funçao renal. A investigaçao sistematizada do quadro de HM incluiu a realizaçao do SAEC do paciente. Interessantemente, nao foi identificada mutaçao patogênica em nenhum dos genes classicamente associados a HM. Contudo, detectou-se mutaçao em heterozigose no gene CPT2 (carnitina palmitoil transferase 2), achado consistente com deficiência parcial desta enzima. Discussao e Conclusoes: Hipertermia maligna constitui complicaçao grave associada a exposiçao a succinilcolina e anestésicos halogenados. Mutaçoes em RYR1 e o CACNA1S representam em conjunto cerca de 70% dos casos descritos. Deficiência parcial de CTP2 confere risco para hipertermia maligna e, à semelhança das formas classicamente descritas, também apresenta resposta clínica ao dantroleno.

Palavras Chave: Hipertermia maligna, rabdomiólise, exoma.


ID: 5398

Hipernatremia associada a dieta enteral em paciente critico

Autores: Distenhreft J I Q, Scopel G S, Seguro A C, Luchi W M

Instituiçoes: Departamento De Clínica Médica, Divisao De Nefrologia, Universidade Federal Do Espírito Santo-UFES – Vitória – Espirito Santo – Brasil, Laboratório De Investigaçao Médica – 12, Divisao De Nefrologia, Faculdade De Medicina Da Universidade De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Os distúrbios do metabolismo do Na+ sao frequentes na ambiente hospitalar. A hiperNa+ ocorre em até 26% de pacientes críticos, e é um fator de risco independente de mortalidade. A fisiopatologia envolve em especial a perda de água livre e nao o ganho de Na+. Material e Método: mulher, 72 anos, HAS, DM2, ICC, admitida em falência respiratória por edema agudo de pulmao associado à hipertensao. Evoluiu na internaçao com pneumonia e AVC hemorrágico. Resultados: Exames iniciais: Cr 0,8mg/dL, ureia 25mg/dL, K+ 3,94mEq/L, Na+ 139mEq/L, glicemia 130mg/dL. Seis dias após, o Na+ estava 150, e em duas semanas chegou a 165mEq/L, a despeito da infusao de SF0,45% e água livre pela sonda. Nessa ocasiao: Cr 1,5mg/dL, ureia 239mg/dL, glicemia 270mg/dL e osmolaridade(Osm) plasmática 368mOsm/L, clinicamente hipervolêmica. Urina 24h: volume 1800ml, Osm 580mOsm/L, Na + 22mEq/L, ureia 2413mg/dL(Total: 43.434mg =724mOsm/24h) e glicose 4mg/dL(Total:72mg/24h). Características da dieta enteral recebida desde admissao: hiperproteica(1,5g/kg), Osm 340mOsm/L, Na+ 17mEq/L(586 mg/dia). Análises: clearence de água livre (CH2O) = -866mL e CH2Oefetivo(livre de eletrólitos) = +846mL. Discussao e Conclusoes: HiperNa+ associada a Osm urinária > 300 mOs/L remete à presença de diurese osmótica. Nao houve uso de manitol e a glicosúria foi desprezível. A Osm urinária>plasmática e o CH2O negativo aparentam apropriada resposta renal diante da hiperNa+ com retençao de água. Porém, é o CH2O efetivo que influencia a natremia, e quando positivo, traduz perda de água livre de eletrólitos. Esta ocorre por efeito osmótico do excesso de ureia na urina (responsável por 402mOs/L dos 580mOs/L da Osm urinária), gerado pela dieta hiperosmolar/hiperproteica. Entao, ocorre perda de 846mL/dia de água Livre e nao a conservaçao de 866mL. A desproporçao U/Cr(239/1,5) no plasma enfatiza a elevada produçao de ureia. Cinco dias após corrigir a dieta(normo proteica e calórica) o Na+ caiu a 141, Cr 0,6 e ureia 55. Importante mencionar possíveis complicaçoes da hiperNa+: hipercatabolismo e hiperglicemia, perpetuando a hiperOsm do plasma; produçao de citocinas inflamatórias; reduz contratilidade miocárdica; risco de tromboembolismo; rabdomiólise e lesao renal aguda. Além, pode causar retraçao vascular cerebral, predispondo o AVC. Portanto, a hiperNa+ é complicaçao comum e evitável, e a dieta enteral deve ser lembrada como possível fator causal. As consequências deletérias deste distúrbios reforçam a necessidade da prevençao e de pronta correçao.


ID: 5846

Perfil da nefropatia diabetica em um atendimento terciario na cidade de Manaus, Amazonas

Autores: Schramm A M, Brandao A R, Oliveira A A, Ferreira V K D A, Dias R F, Lima M P, Almeida D D P, Petruccelli K C

Instituiçoes: Universidade Federal do Amazonas – UFAM – Manaus – Amazonas – Brasil

Introduçao: A Doença Renal do Diabetes (DRD) é a maior causa de IRCT no mundo. Este estudo foi conduzido para determinar as características dos pacientes com DRD em um atendimento terciário. Material e Método: Os prontuários médicos de 76 pacientes diagnosticados com DRD, acompanhados de janeiro de 2015 a julho de 2016 foram avaliados a respeito das características demográficas, presença de comorbidades e parâmetros clínicos de controle do DM e de intervençao médica. Resultados: Dos 76 pacientes estudados, 44 (61,11%) eram mulheres e 28 (38,89%) homens. A idade média foi de 61,5 anos. Apenas 3,39% tinham DM tipo 1 e 96,61% tinha DM tipo 2. 64,47% dos pacientes usavam insulina; 22,36% metformina e 18,42% sulfonilureia. O IMC destes pacientes foi: 2,5% abaixo de 18; 20% com valores normais; 35% com obesidade grau 1 e 7,5% com obesidade grau 2. Haviam 66 (86%) pacientes hipertensos. 78,94% deles usavam inibidores da ECA ou BRA; 38,15% usavam bloqueadores dos canais de cálcio; 30,26% betabloqueadores e 68,42% diuréticos. Quanto à glicemia de jejum, 14,55% tinham valores abaixo de 100 mg/dL; 21,82% tinham a glicose abaixo de 126 mg/dL e 63,64% acima de 126 mg/dL. A HbA1c estava abaixo de 7% em apenas 26,87% dos pacientes. Em 73,13%, estava acima do recomendado para o controle adequado do DM, e em 58,2% dos pacientes a HbA1c estava acima de 8%. Quanto à TFG estimada pela fórmula CKD-EPI, 10,96% dos pacientes estavam no estágio I do NFK; 18,81% no estágio II; 23,29% no estágio III A; 17,81% no estágio III B; 19,18% no estágio IV e 10,96% dos pacientes no estágio V. Em relaçao a outras medidas antiproteinúricas, 21,05% usavam pentoxifilina e 5,26% recebiam suplementaçao de vitamina D. Os níveis de colesterolestavam adequados em 68,75% dos pacientes e 46 deles (60,65%) faziam uso de estatinas. Em relaçao a outras complicaçoes crônicas do DM, 3 (4%) eram cegos, 34 (44,7%) tinham doença vascular periférica severa, e destes, 12 tinham sido submetidos a alguma forma de amputaçao; 19 (25%) tinham doença cardiovascular. Discussao e Conclusoes: A DRD é de difícil controle, especialmente em países em desenvolvimento. Vulnerabilidades sociais, como falta de medicamentos, de acesso a atendimento de suporte (como acompanhamento nutricional) e pouco entendimento da importância da adesao dos pacientes ao tratamento, sao as razoes principais da falha em alcançar os objetivos recomendados. Mais esforços na educaçao em saúde e universalizaçao do acesso dos pacientes ao tratamento pode ser a soluçao.

Palavras Chave: DRD, diabetes mellitus, IRCT.


ID: 5693

Uso de eculizumabe na sindrome hemolitica uremica atipica

Autores: Da Silva R M, Abritta Hanauer M A, Sabbagh M

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A microangiopatia trombótica (MAT) pode ocorrer em várias doenças. No entanto, as doenças mais comumente associadas sao a síndrome hemolítica urêmica associada à toxina shiga (SHU), ou atípica (SHUa), púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e coagulaçao intravascular disseminada. SHU é caracterizada pela tríade anemia hemolítica microangiopática (MAHA), trombocitopenia e lesao renal de moderada a aguda grave. Material e Método: Revisao do prontuário médico da paciente. Resultados: Paciente R.L.R.F, feminina, 45 anos, internada no dia 31/10/16 com queixa de cefaléia e perda visual a esquerda. Iniciado tratamento para AVCI. Possui história prévia de PTT em agosto de 2015, quando foi realizado plasmaférese com controle da doença. Nao foi realizado exame ADAMTS13 na ocasiao. História familiar de insuficiência renal crônica – pai falecido Evoluiu com febre, anemia hemolítica e insuficiência renal aguda com necessidade de hemodiálise. Realizado 3 sessoes de plasmaférese e pulsoterapia com metilprednisolona 500 mg por mais 3 dias. Após 13 dias realizando hemodiálise e realizado plasmaférese nao houve melhora significativa da funçao renal, apesar do controle da anemia hemolítica. Exames do dia 21/11/16: Hb 9,5; Leucócitos 12340; Bastoes 2%; Plaquetas 540000; DHL 540; Cr 6,5; Ur 213; ADAMTS13 45% A paciente iniciou tratamento com Eculizumabe no dia 26/11/16 com melhora importante da funçao renal e da anemia. Biópsia renal do dia 29/11/16: Nefrite tubulo-intersticial e imunofluorescência com traços para C3 e IgA. Diante do quadro de anemia hemolítica, plaquetopenia, insuficiência renal aguda com substrato histológico de MAT e exame de ADAMTS13 que era normal, foi feito diagnóstico de SHUa. Foi iniciado entao tratamento com Eculizumabe, sendo que após a segunda dose a paciente já apresentava funçao renal normalizada, sem necessidade de hemodiálise, mantinha melhora da anemia e reduçao significativa das provas de hemólise. O Eculizumabe foi administrado por via intravenosa a 900 mg uma vez por semana durante 4 semanas, 1,200 mg na semana 5, e, em seguida, 1.200 mg a cada 2 semanas. A paciente segue em acompanhamento há 3 meses mantendo-se estável, boa funçao renal, sem anemia e sem sinais de hemólise. Discussao e Conclusoes: Este caso denota a importância de diagnóstico e tratamento precoces nesta entidade grave que é a SHUa e seu diagnóstico diferencial com a PTT. Eculizumabe é eficaz e mantém remissao a longo prazo, evitando medidas invasivas como a plasmaférese, a qual resolve apenas parcialmente o quadro clínico.


ID: 5654

Nefrectomia por estenose de JUP

Autores: Barboza M H D, Dos Santos C E, Barboza L M D, Terra L O A, Macedo H P, Stravini G

Instituiçoes: FAMEMA – Marília – Sao Paulo – Brasil, UNIFENAS – Alfenas – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: As anomalias congênitas do trato urinário sao responsáveis pela maioria das alteraçoes que resultam em uma insuficiência crônica e falência renal na infância.Em relaçao às alteraçoes anatômicas, a obstruçao do fluxo urinário pode determinar lesoes do parênquima renal tal como ocorre nos casos de hidronefrose.Hidronefrose, por sua vez,é uma uropatia obstrutiva alta, na maioria das vezes congênita, associada com a estenose das junçoes uretero-pélvica. Os sintomas sao raros, já que o parênquima renal é insensível, nao ocasionando dor. Material e Método: Revisao do prontuário, anamnese, Tomografia Computadorizada, Literatura. Resultados: G.B.A, feminino, 12 anos, peso ideal, apresenta-se para atendimento relatando alteraçao no volume abdominal, sem queixas de dor ou desconforto.EF foi constatado alteraçao palpável no volume da regiao lateral direita e hipocôndrica direita, ausculta cardíaca e pulmonar normais, temperatura 36,8 ºC. Foi solicitado tomografia computadorizada de abdome superior, de pelve/bacia. Foram realizados cortes tomográficos computadorizados do abdome superior e inferior com ingestao de contraste oral e séries antes e após a admnistraçao do contraste venoso. Os cortes evidenciaram a presença de volumosa massa cística com efeito expansivo com septos em seu interior, medindo aproximadamente 20x12cm de provável origem renal a direita se estendendo para o abdome inferior até próximo a bexiga, levando a compressao dos órgaos adjacentes. Urocultura:microorganismo bacteriano Escherichia coli > 100.000 col/ml. Solicitado Nefrectomia visando a preservaçao das estruturas adjacentes, como fígado, bexiga, vesícula biliar, estruturas ósseas e vascularizaçao abdominal: artéria aorta e seus ramos e da veia cava inferior. Na intervençao cirúrigca foi observado a presença de 4,8 litros de plasma filtrado no interior do rim direito. Após intervençao cirúrgica e biópsia renal foi confirmado o diagnóstico de estenose de JUP congênita com progressao para disfunçao renal devido a morte do parênquima renal com formaçao de massa cística e acúmulo de plasma filtrado. Evoluiu com sucesso após cirurgia, acompanhamento de nutricionista, a fim de evitar a sobrecarga renal esquerda, que será a via excretora. Discussao e Conclusoes: Trazer a luz a discussao das obstruçoes congênitas. A causa mais frequente é o estreitamento da musculatura circular ou da alteraçao da composiçao do colágeno das células musculares da regiao. Houve progressao da hidronefrose durante os 12 anos de vida da paciente sendo necessária intervençao cirúrgica.

Palavras Chave: Estenose de JUP, Escherichia coli, Congênita, Nefrectomia, Hidronefrose, Tomografia Computadorizada.


ID: 5812

Avaliaçao de indicios de nefropatias em estudantes de medicina

Autores: Puls M L, Ferreira V, Quinteiro M H S

Instituiçoes: Universidade De Araraquara – Araraquara – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A maioria dos diagnósticos de nefropatias pode ser estabelecida com anamnese bem dirigida. Esta pesquisa traz um estudo de avaliaçao de sinais e sintomas de nefropatias por questionário em estudantes de medicina. Material e Método: Ofereceu-se aos estudantes voluntários o termo de consentimento livre e esclarecido e questionário com antecedentes pessoais, familiares e quadro atual de diversos sinais e sintomas comuns às nefropatias elaborado a partir de 5 tratados de Propedêutica Médica e Medicina Interna, bem como questoes sobre a ingesta de álcool e suplementaçao proteica. Os alunos que se dispuseram a participar e tiverem manifestaçoes clínicas sugestivas de patologias renais serao orientados a consultar profissional nefrologista. Todos os participantes serao convidados para apreciar palestra sobre os indícios de doenças renais. Os resultados sao posteriormente analisados, associados e tabulados pelos pesquisadores. Resultados: Até o momento, 67 estudantes. Praticamente metade dos participantes (47, 7%) apresentam algum membro da família (pais ou avós) com algum tipo de patologia renal, sendo que as mais prevalentes foram litíase urinária 18%, Doença Renal Crônica (DRC) 16% dentre outros. Dois estudantes que tinham antecedente familiar de litíase já apresentaram quadros de cólica renal, sendo que um deles ainda apresenta ocasionalmente períodos com dor abdominal difusa inespecífica. O exame macroscópico da urina se mostra prevalentemente em 92,5% dos estudantes como transparente ou amarelo – claro, sendo que apenas um relata notar urina espumosa e quatro notam que a urina é alaranjada – escurecida. 36 estudantes apresentam história de diabetes mellitus (DM) na família (mae, pai ou avós), porém, desses, apenas 10 sabem que nao apresentam a enfermidade. Uma parcela significativa (43%) dos estudantes consome álcool desde o ingresso na faculdade, sendo que destes, 48% consomem em média 350 ml a 800 ml de álcool por semana. Três participantes consomem mais de 3.500ml de álcool por semana. Dois estudantes etilistas tem parentes com DRC. 22% dos estudantes desconhecem se apresentam Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS). Um voluntário é sabidamente portador de HAS e refere estar em controle. Nenhum estudante até o momento refere suplementaçao proteica. Discussao e Conclusoes: Os estudantes aparentam até o momento: urinas macroscopicamente normais, etilismo nao ocorre na maioria, consumo de álcool semanal razoável na maioria e bom conhecimento sobre antecedentes familiares e se apresentam HAS e DM.

Palavras Chave: Anamnese Nefropatias Estudantes Medicina.


ID: 5453

Paralisia flacida hipocalemica como manifestaçao inicial de sindrome de Sjogren: relato de caso

Autores: Meira M D, Cabral C N, Costa D M D N, Andrade Filho R C D O, De Freitas A C P, Gueiros A P S

Instituiçoes: IMIP – Recife – Pernambuco – Brasil

Introduçao: O acometimento renal na Síndrome de Sjogren é uma manifestaçao extraglandular comum, apresentando-se frequentemente como nefrite intersticial ou acidose tubular renal distal. Entretanto, hipocalemia severa com paralisia flácida como manifestaçao clínica isolada inicial é um evento raro. Material e Método: Relato de caso a partir de dados colhidos com paciente e prontuário. Resultados: Mulher, 28 anos, admitida com dor em membros e tetraparesia há uma semana. Possuía história pregressa de dois episódios de quadriplegia com resoluçao espontânea, sem outros antecedentes mórbidos. Evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e necessidade de assistência ventilatória mecânica. Exames iniciais demonstravam leucocitose (33.470/mm3, sem desvio), acidose metabólica hiperclorêmica (ph = 6.9; HCO3 = 7,6 mmol/l; PCO2 = 28 mmHg; Cl = 143mmol/l), hipernatremia (159mmol/l), hipocalemia (1,9mmol/l) e hipofosfatemia (1,6mg/dl). Tomografia computadorizada de crânio foi normal e líquor demonstrou celularidade e glicose normais, com hiperproteinorraquia (1.757 mg/dl). Apesar de apresentar melhora clínica, sendo extubada, persistiu com tetraparesia flácida, acidemia, hipocalemia e hipernatremia. Nova avaliaçao do líquor foi normal e eletroneuromiografia, inconclusiva. Urinálise teve densidade 1020, ph 8,5, 2 hemácias nao dismórficas e proteinúria de 1,4g/24h. Foram positivos: FAN (1/640,padrao nuclear pontilhado fino), Anti-Ro (> 240U/ml) e Anti-La (161U/ml). Teste de Schirmer negativo. Diante da possibilidade de acidose tubular renal distal, com os citados auto-anticorpos positivos, aventou-se a hipótese de acometimento renal por Síndrome de Sjogren sem síndrome seca. Nao foi possível descartar nefrite lúpica devido à recusa da paciente em realizar biópsia renal. Iniciado Prednisona 1mg/kg/dia, havendo recuperaçao progressiva do déficit motor. Discussao e Conclusoes: Oenvolvimento renal na Síndrome de Sjogren pode anteceder sintomas glandulares e acidose tubular distal pode ser observada em 30% dos pacientes. Esta apresentaçao clínica é muitas vezes latente e assintomática. Entretanto, paralisia flácida hipocalêmica como manifestaçao inicial da doença nao é um evento comum, ocorrendo em cerca de 7% dos pacientes e pode refletir severidade da nefrite tubulointersticial. A eficácia da terapia corticoesteróide é controversa, porém deve ser considerada na presença de acidose tubular distal. Paralisia flácida hipocalêmica pode ser apresentaçao inicial da Síndrome de Sjogren, devendo ser investigada diante do quadro clínico.

Palavras Chave: Síndrome de Sjogren, Paralisia flácida hipocalêmica, Acidose tubular renal distal


ID: 5824

Podocitopatia e lupus eritematoso sistemico

Autores: Lauar J C, Barroso S R, Costa T E, Santos D R, Kataguiri A

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da Fundaçao ABC – Santo André – Sao Paulo – Brasil, Hospital Do Servidor Público Estadual – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica que acomete diversos órgaos. O acometimento renal ocorre em cerca de 50% dos pacientes. A forma mais comum de doença renal no LES é a doença glomerular mediada por imunocomplexos (IC), que é diferenciada por biópsia renal (Bx) e é classificada em 6 classes: Nefrite Lúpica (NL) Mesangial Mínima, NL Proliferativa Mesangial, NL Focal, NL Difusa, Nefropatia Membranosa Lúpica e Nefropatia Lúpica com Esclerose Avançada. Alguns autores demonstraram que uma podocitopatia glomerular no LES é semelhante às alteraçoes histológicas na Doença por Lesoes Mínimas (DLM) ou Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) e GESF Colapsante. A lesao podocitária no LES é atribuída à produçao de citocinas por disfunçao de células T. Este trabalho demonstra 3 pacientes com quadros clínico-laboratoriais clássicos de LES que evoluíram com acometimento renal, nos quais a histopatologia nao demonstrou achados compatíveis com nenhuma das classes típicas, mas sim com GESF, com imunofluorescência sem depósitos de IC. Material e Método: Relato de 3 casos de ambulatório de nefrologia da Grande Sao Paulo – SP. Resultados: Caso 1: mulher, parda, 40 anos, iniciou quadro de síndrome nefrótica sem etiologia esclarecida. Após 2 anos, evoluiu com quadro clássico de LES, apresentando FAN positivo (+), consumo de complemento (C), proteinúria nefrótica (PN), hematúria e lesaorenal aguda (LRA). A Bx demonstrava 37 glomérulos com 2 deles apresentando GESF. Caso2: mulher, parda, 26 anos, iniciou quadro com proteinúria subnefrótica, hematúria, LRA, consumo de C, FAN (+) e anti-SM (+). A Bx demonstrava esclerose glomerular global (EGG) (1/11) e segmentar com sinéquias em (4/11). Caso 3: homem, pardo, 31 anos, iniciou quadro de anasarca, oligúria, PN, consumo de C, FAN +. A Bx demonstrava EGG (4/24) e segmentar com sinéquias em (4/24). Discussao e Conclusoes: O LES é uma doença que frequentemente acomete os rins, causando diversos tipos de lesoes, com predomínio de glomerulopatias. Porém, alguns casos diferem da classificaçao atual, sugerindo que esta ainda nao abrange todos os tipos de envolvimento glomerular, sendo necessária a inclusao da podocitopatia lúpica na classificaçao. J Am SocNephrol16: 175, 2005 Clin J Am SocNephrol 7: 914, 2012.

Palavras Chave: Lúpus Eritematoso Sistêmico, podocitopatia.


ID: 5512

Cistite cistica-glandular: um desafio para os nefrologistas

Autores: Antunes V V H, Oliveira S P D S G, Barros E, Dini L, Thome G, Silva D, Veronese F, Thome F

Instituiçoes: Hospital De Clínicas De Porto Alegre – Porto Alegre – Rio Grande Do Sul – Brasil

Introduçao: Cistite Glandular (CG) é uma doença proliferativa benigna da mucosa vesical e submucosa urotelial. Tem sido sugerido ser fator de risco para o desenvolvimento de adenocarcinoma vesical. É uma doença pouco frequente, sua fisiopatologia é desconhecida com poucos relatos na literatura internacional, alguns associados com obstruçao urinária e processo de inflamaçao. Outros relatos sao de pacientes jovens assintomáticos sem qualquer fator de risco associado. Material e Método: Relato de caso de um paciente de 45 anos, masculino, branco, engenheiro elétrico, assintomático, que realizou exames periódicos solicitados pelo médico de sua empresa. Resultados: Exame de urina sem hematúria ou leucocitúria e urocultura negativa. Hemograma, creatinina, uréia, e glicemia normais. Marcadores virais negativos. Na ecografia abdominal total de rotina foi evidenciado lesao na regiao do trígono vesical, sem evidências de obstruçao ureteral. Foi realizada cistoscopia, que mostrou lesao vegetante e bolhosa no trígono vesical envolvendo os meatos ureterais até o colo vesical, sendo optado por ressecçao extensa e total da lesao. O resultado do exame anatomopatológico evidenciou cistite cística/cistite glandular. Na consulta de acompanhamento, seis meses após ressecçao, foi realizada nova cistoscopia observando recidiva da lesao, sendo o paciente submetido a nova ressecçao com completa retirada da lesao recidivante. Material enviado para estudo anatomopatológico confirmou os achados prévios. Discussao e Conclusoes: O paciente vem sendo acompanhado conservadoramente com plano de repetir a ecografia e a cistoscopia a cada seis meses para reavaliar a necessidade de novas intervençoes cirúrgicas. Alguns relatos de casos encontrados na literatura especializada têm proposto o uso de BCG intravesical, corticoide por via oral associado ou nao a anti-inflamatórios do grupo dos inibidores da COX-2. A cistite cística/glandular é uma doença rara sem tratamento efetivo conhecido, permanecendo um desafio para urologistas e nefrologistas.

Palavras Chave: Cistite cística. Cistite Glandular. Tumores de bexiga. Doença renal obstrutiva.


ID: 5624

Conhecimento e funçao da creatinina numa amostra de populaçao universitaria em Volta Redonda – RJ

Autores: de Almeida L A, Fernandes M O, Vargas A V, Sarzedas A R M, Couto R B, Ribeiro L R, Alves V M C

Instituiçoes: Centro Universitário De Volta Redonda – UniFOA – Volta Redonda – Rio De Janeiro – Brasil

Introduçao: A campanha do Dia Mundial do Rim organizada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia teve como tema a Doença Renal Crônica e Obesidade. Em apoio a essa proposta, estudantes de medicina e professores da Liga Acadêmica de Nefrologia e Urologia, realizaram no Centro Universitário de Volta Redonda-RJ (UniFOA) uma atividade de rastreio de doença renal e quanto ao conhecimento dos alunos de outros cursos a respeito da creatinina, sua funçao e da especialidade Nefrologia. Material e Método: Análise de dados de uma amostra contendo 78 estudantes do UniFOA, realizadas através de um questionário, sendo 62 alunos do sexo feminino e 16 do sexo masculino. Foram excluídos os alunos abaixo de 18 anos. Uma vez avaliado se os participantes sabiam a respeito da creatinina, foi verificado se os participantes conheciam sua funçao e a especialidade Nefrologia. Resultados: Dos 78 participantes, 87% informaram ter ouvido falar de creatinina, sendo que 61% acreditam que a mesma avalia a funçao renal, 19% disseram que é um suplemento para atletas, 4% acham que serve para avaliar a circulaçao sanguínea e 3 % pessoas nao sabiam informar. 13% que nunca ouviram falar de creatinina. Após análise por sexo verificou que 68,7% alunos do sexo masculino ouviram falar de creatinina, sendo que 37,5% acreditam que ela serve para avaliaçao renal e 31,2% que é um suplemento para atletas. 31,3% participantes do sexo masculino nunca ouviu falar da creatinina. Das 57 alunas que já ouviram falar da creatinina, 75% acreditam que serve para avaliaçao renal, e 17% informaram ser um suplemento aminoácido para atletas. Entre as mulheres, 8% afirmaram nao conhecer a creatinina. Em relaçao ao conhecimento da especialidade Nefrologia 59% dos estudantes avaliados afirmaram conhecer a especialidade sendo 63% mulheres e 43,8 % homens. 41% nao conhecem a especialidade, sendo a maioria homens. Discussao e Conclusoes: A maioria dos entrevistados informou conhecer a creatinina, porem uma parcela considerável acredita que é um suplemento aminoácido para atletas e em torno de 20% demonstraram desconhecimento de sua funçao, totalizando 39% da populaçao estudada que de fato desconhece a creatinina. Sobre a especialidade Nefrologia verificou-se que aproximadamente metade da populaçao observada nao conhece a especialidade. Desse modo, essa pequena amostra estudada sugere a necessidade de maiores açoes de educaçao em saúde para esclarecimentos frente à importância do conhecimento sobre a saúde renal, tornando mais precoce o diagnóstico de patologias renais.

Palavras Chave: Creatinina, nefrologia.


ID: 5571

Nefropatia induzida por contraste em hospital de alta complexidade: validaçao de um escore de risco e impacto da prevençao

Autores: Samaan F, Marques L L, Luconi P S, Almeida R C

Instituiçoes: Hospital Bandeirantes – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A nefropatia induzida por contraste (NIC) é a terceira causa de injúria renal aguda (IRA) adquirida em hospitais. A IRA associa-se a excesso de custos, tempo de internaçao e óbito. O escore de Mehran é o mais aceito para avaliar o risco de NIC, porém foi desenvolvido em pacientes submetidos a angioplastia coronária. Nosso objetivo foi avaliar a utilidade do escore de Mehran em pacientes gerais expostos a contrastes iodados em um hospital de alta complexidade e o impacto de um protocolo de prevençao na incidência de NIC. Material e Método: 1243 exames com contraste iodado foram realizados em pacientes internados entre novembro de 2015 e outubro de 2016. Foram excluídos do protocolo pacientes em diálise e com insuficiência cardíaca descompensada. Foi aplicado o escore de Mehran para classificar os indivíduos em risco baixo, médio, alto e muito alto de desenvolver NIC. Pacientes de baixo risco receberam 500ml de NaCl 0,9% antes e orientados a ingerir água 1 copo/hora por 6 horas após; os de médio risco, NaCl 0,9% 1ml/kg/hora 12h antes e 24h após; pacientes de alto e muito alto risco receberam NaCl 0,9% 1ml/kg/h 24h antes e 48 horas após. NIC foi definida como aumento de creatinina > 25% ou > 0,5mg/dL em relaçao ao basal após 2-5 dias do uso de contraste. Resultados: 701 pacientes compuseram a análise final por nao apresentarem critérios de exclusao e por terem dosagem de creatinina antes e após o uso de contraste A incidência de NIC foi de 5%, 11%, 13% e 29% nos pacientes dos grupos de risco baixo, médio, alto e muito alto, respectivamente (p = 0,004). Comparados com os pacientes de baixo risco, pacientes de médio, alto e muito alto risco, tiveram odds ratio para NIC de 2,16 (1,18-3,97, p = 0,012), 2,61 (1,11-6,12, p = 0,028) e 6,90 (2,01-23,7, p = 0,002), respectivamente. A incidência de NIC foi 8% no grupo de pacientes que recebeu hidrataçao pré e pós contraste versus 13% no grupo que nao recebeu hidrataçao alguma (p = 0,06). Discussao e Conclusoes: O escore de Mehran foi útil para prever NIC em pacientes gerais expostos a contraste iodado e o protocolo de hidrataçao relacionou-se com tendência de menor incidência de NIC.

Palavras Chave: nefropatia induzida por contraste, contraste iodado, injúria renal aguda.


ID: 5820

Sindrome de “Nutcracker”

Autores: Leao F V F, Amaral C M C A, Leslie B, Andrade M C, Cançado M A P

Instituiçoes: Escola Paulista De Medicina – Universidade Federal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Em 1950 Chait e De Scheepper descrevem pela primeira vez a síndrome de “Nutcracker”(síndrome do quebra nozes). Anatomicamente se caracteriza por compressao da veia renal esquerda no ângulo formado pela aorta e a emergência da artéria mesentérica superior (AMS). Material e Método: Relato de caso. Resultados: Paciente do sexo masculino, 16 anos de idade, assintomático, encaminhado aos 9 anos para a nefrologia pediátrica por hematúria microscópica e discreta proteinúria. Ao exame físico apresentava varicocele à esquerda. Ultrassonografia (USG) de rins e vias urinárias normal. Descartadas várias etiologias de hematúria e proteinúria. Solicitado USG Doppler da veia renal esquerda que mostrou aumento significativo da velocidade do fluxo da veia renal esquerda na porçao estreitada, e angulaçao da AMS em relaçao à aorta, com efeito compressivo sobre a veia renal esquerda e ectasia à montante. Ressonância magnética (RM) de vasos renais com discreta compressao na veia renal esquerda pela AMS com colaterais venosas na regiao para-aórtica esquerda, associadas à proeminência do plexo pampiniforme da bolsa testicular deste lado. Paciente submetido à correçao cirúrgica da varicocele em 2014. Em acompanhamento irregular, apresentou piora progressiva da proteinúria. Foi submetido a nova RM, apresentando maior exuberância das colaterais retroperitoniais e da veia gonadal esquerda. Encaminhado a cistoscopia com coleta seletiva ureteral de urina. Discussao e Conclusoes: A síndrome de “Nutcracker” frequentemente é assintomática sendo encaminhada ao nefrologista pediátrico pela hematúria. Pode ser acompanhada de proteinúria, dor lombar ou flanco esquerdo, dor na regiao pélvica esquerda por congestao venosa, varizes vulvares nas mulheres e varicocele nos homens. A síndrome é resultante da hipertensao no território da veia renal esquerda com desenvolvimento de colaterais venosas de paredes finas que rompem para os fornices caliciais. A prevalência na infância é desconhecida sendo subdiagnosticada. A abordagem terapêutica na pediatria deve ser conservadora podendo haver remissao espontânea durante o crescimento por alteraçao da anatomia vascular, estabelecimento de circulaçao colateral e aumento do tecido adiposo. Vários tratamentos cirúrgicos foram sugeridos: “stent”endovascular, angioplastia com balao, “by-pass” de veia renal. Atualmente a literatura apresenta uma tendência ao auto-transplante como tratamento.

Palavras Chave: Síndrome do quebra nozes, plexo pampiniforme, varicocele.


ID: 5582

Duas tubulopatias hereditarias hipocalemicas

Autores: Cruz J, Negrao Neto O, Elias R M, Cruz Filho M, Kesrouani S

Instituiçoes: Hospital Das Clínicas Da Faculdade De Medicina Da Universidade De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, Instituto De Nefrologia De Mogi Das Cruzes – Mogi Das Cruzes – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Em 2015 Guay-Woodford descreveu 23 tubulopatias hereditárias, atingindo diferentes partes dos túbulos renais, sendo que apenas duas se manifestavam com alcalose metabólica hipocalêmica e hipoclorêmica, as síndromes de Bartter e de Gitelman. Material e Método: Dois casos de tubulopatias hereditàrias do Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes. Em virtude de nossos bons resultados com o tratamento de portadores de doença renal crônica pré-dialítica temos recebido pacientes de médicos da cidade com outras nefropatias, entre as quais estas duas: 1º caso: RDI, sexo feminino, branca, solteira, nasceu em 04/5/1985, pais nao consangüíneos. Em dezembro de 2012 teve taquicardia durante sua segunda gestaçao, parto normal, filho sadio. A causa de sua arritmia demonstrou ser hipopotassemia. Medicada com espironolactona 50mg, duas vezes ao dia e citrato de potássio 600mg, cada 8 horas. Na primeira gestaçao tivera gêmeos, cezária. PA sempre menor de 115/75mmHg. Peso 52,2kg, altura 1,65m. Exames: creatinina 0,46mg/dL, uréia 24mg/dL, Hb 13,5g/dL, Ht 37,9%, Na 140mEq/L, K 2,5mEq/L (3,5 a 5,2), Cl 92mEq/L (98 a 107), Mg 1,21mEq;L (1,58 a 2,55), P 3,9mg/dL (2,7 a 4,5), Ca 9,7mg/dL (8,6 a 10,2), Cai 4,52mg/dL (4,6 a 5,3), pH venoso 7,47, bicarbonato 32,7mmol/L (23 a 27). Na urina de 24 horas excreçao normal de ácido úrico, Mg, P, citrato, Na e K. Cálcio urinário baixo 3,71mg/dia (100 a 320). Colesterol total e fraçoes, glicemia, proteína C reativa, enzimas hepáticos, cortisol, TSH, ECG, MAPA, Holter, USG de abdome e exame de urina tipo I normais. Clearance de creatinina 176mL/min/1,73m2. Anormais eram ACTH 15,8pg/mL (7 a 10), renina 153,0µUL/mL (2,6 a 39,9), aldosterona 3,4ng/dL (até 39,2). Atualmente em seguimento no Ambulatório de Nefrologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, para fazer estudo genético e teste tiazídico. 2º caso: TRBO, sexo feminino, branca, solteira, nasceu em 23/02/1990. As queixas começaram ao redor dos 14 anos, com a primeira menstruaçao, repetindo-se 14 vezes mais sérias, com formigamentos no rosto e maos, câimbras e sinal de Trousseau +. PA 80/40mmHg, sempre muito baixa, FC 66, peso 55,5kg, altura 1,55m, IMC 23,1. Exames: creatinina 0,9mg/dL, uréia 30mg/dL, Hb 13,3, Ht 39,4%, Na 134mEq/L (136 a 145), K 2,2mEq/L (3,5 a 5,2), Cl 101mEq/L (98 a 107), Mg 2,1mEq/L (1,58 a 2,55), Ca 8,7mg/dL (8,6 a 10,2), P 4,1mg/dL (2,7 a 4,5), PCR (proteína C reativa) 44,5mg/L, bicarbonato 28,8mmol/L (23 a 27), pH 7,54, pH urinário 8. CPK e ECG normais. Renina 18mg/mL/H (até 26), aldosterona 96pg/mL (1,9 a 6,0). Calciúria 38mg/dia (100 a 320). Atualmente sem medicaçao, praticamente sem sintomas. Trabalha e tem pouco tempo livre. Aguarda novos exames, incluindo TSH. Discussao e Conclusoes: A primeira paciente deve ter síndrome de Bartter tipo 3 ou síndrome de Gitelman. O diagnóstico diferencial entre ambas é feito pelo teste tiazídico. A síndrome de Bartter seria semelhante à administraçao de furosemida e a de Gitelman seria semelhante à administraçao de um tiazídico. As duas síndromes apresentam hiperreninemia e hiperaldosteronemia. Da sindrome de Bartter ela possui pequena diminuiçao da magnesemia. Contra a síndrome de Bartter ou a favor da síndrome de Gitelman ela possui ausência de déficit de crescimento, e hipocalciúria. A segunda paciente possui certamente a síndrome de Bartter tipo 5, de transmissao autossômica dominante, embora ela nao conheça parentes com quadro semelhante. Seu quadro clínico é parecido com o de uma portadora de hipoparatireoidismo. Apresentamos duas pacientes com tubulopatia hereditária que atendemos no Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes. A primeira com possível síndrome de Gitelman e a segunda com síndrome de Bartter tipo 5.

Palavras Chave: Tubulopatias Hereditàrias Do Instituto De Nefrologia De Mogi Das Cruzes.


ID: 5401

Sindrome de Fanconi e osteonecrose de femur induzidos por Tenofovir em paciente HIV

Autores: Distenhreft J I Q, Scopel G S, Barros T P, Seguro A C, Luchi W M

Instituiçoes: Departamento de Clínica Médica, Divisao de Nefrologia, Universidade Federal do Espírito Santo-UFES – Vitória – Espirito Santo – Brasil, Laboratório de Investigaçao Médica – 12, Divisao de Nefrologia, Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O Tenofovir (TNF) é um antirretroviral análogo de nucleotídeo que está entre as drogas de primeira escolha para o tratamento do vírus HIV e da hepatite B. Apesar da eficácia, boa tolerabilidade e menor incidência de efeitos adversos metabólicos, apresenta maior toxicidade renal e óssea quando comparada a outros inibidores de transcriptase reversa. Material e Método: Relato de caso: Mulher, 55 anos, HIV há 13 anos, em uso de ATV/R+3TC+TNF, este último em uso há 2 anos. Admitida no setor de urgência por constipaçao intestinal e dores ósseas no quadril há 1 ano, agravados há 1 mês. Resultados: Afastado patologia obstrutiva/indicaçao cirúrgica abdominal. Exames: Amilase, lipase e funçao hepática normais, acidose metabólica(pH 7,15, HCO3 11mEq/L), hipercloremia(114mEq/L), hipoK+(2,7mEq/L), hipofosfatemia(P = 1,6mg/dL) e hipouricemia(AU = 1,4mg/dL), sugerindo íleo metabólico. Ureia 25mg/dL, creatinina 2,41mg/dL, Na+ 143mEq/L, glicemia 92mg/dL. AG urinário + 14; EAS: pH 7; Urina 24h: glicose 11g, fraçoes de excreçao de P(56%), K+(35%) e AU(31%) elevadas, Tm/GFR de P baixo(0,22mmol/L) e proteinúria 1,68g. PTH 98,2ng/L, 25OH-vit D 17ng/mL e FA 758U/L. Imagens: USG renal normal; RNM quadril: fratura do ramo isquiopúbico direito, osteonecrose cabeça de fêmur direito; DMO:T-score -2,7 colo femoral. Discussao e Conclusoes: Este caso ilustra o espectro de efeitos adversos do TNF: lesao renal aguda, síndrome de Fanconi (ATR proximal, perda renal de P, AU, glicose e proteínas), deficiência de vit D, hiperparatireoidismo secundário(HPTS) e lesoes ósseas. O TNF responde por mais da metade das tubulopatias pelos antirretrovirais. Acomete em especial o túbulo proximal(TP), induzindo fosfatúria (reduz expressao do NaPi-IIa), e nos casos mais graves evolui com Fanconi ou necrose tubular aguda. Além disso, cerca de 12,5% dos casos podem cursar com diabetes insípidus nefrogênico e até 60% permanece com algum grau de disfunçao tubular após retirada da droga. A fisiopatologia envolve toxicidade ao DNA mitocondrial, estresse oxidativo e apoptose, prejudicando o transporte molecular, acidificaçao urinária e produçao de vit D. O acometimento ósseo é expresso por desmineralizaçao/osteomalacia, osteonecrose e fraturas, relacionados a fosfatúria/Fanconi, menor produçao de vit D no TP, e consequente HPTS, além do estímulo direto do TNF sobre os osteoclastos. Portanto, enfatizamos a necessidade da estrita monitorizaçao da funçao glomerular e tubular, assim como de marcadores do metabolismo mineral e ósseo dos pacientes em us.


ID: 5951

Niveis de proteinuria e albuminuria aumentados e associados a estresse oxidativo renal em individuos que utilizam anabolizantes esteroides

Autores: Pinto D V, Lechiu L N, Vilar Neto J O, Meneses G C, Nunes Filho J C, Maia A A, Albuquerque L O, Rocha C V, Martins A M C, Daher E F

Instituiçoes: Universidade Federal Do Ceará – Fortaleza – Ceara – Brasil

Introduçao: O uso dos anabolizante tem sido associado a danos renais, mais especificamente a danos glomerulares, acarretando esclerose segmentar como resultado da perda de podócitos. As açoes dessas substâncias estao associadas a alteraçoes no sistema renina-angiotensina-aldosterona e endotelina, que, se relaciona com o aumento do estresse oxidativo no tecido renal, devido à relaçao com os receptores androgênicos. Da mesma forma (HERLAN et al. Development of progressive albuminuria in male Munich Wistar Frömter rats is androgen dependent, Phys gen, 47:281, 2015) demonstrou que os níveis de proteinúria e albuminúria se elevam com o aumento nas concentraçoes de testosterona séricas(LONG et al. Albuminuria is associated with too few glomeruli and too much testosterone Kidney intern, 83: 1118, 2013.). Material e Método: Projeto aprovado sob o número 1846169, CEP/PROPESQ/UFC. Foram analisadas amostras de urina de 21 usuários de esteroides anabólicos andrógenos. As amostras foram analisadas pelo ensaio colorimétrico MDA para avaliaçao de estresse oxidativo e com kits de parâmetros bioquímicos para avaliaçao de proteinúria e albuminúria. Resultados: Idade, 27 ± 7 anos, MDA, média 3,7005 ± 1,2047 umol/mg-Cr, uPCR, média 217,28 ± 185,10 mg/g, mediana, 165,39 mg/g, uACR, média 62,68 ± 79,11 mg/g, mediana, 33,23 mg/g. Discussao e Conclusoes: Ao estabelecer uma correlaçao dos resultados de uPCR(correlaçao proteinúria creatinina) e MDA(malondialdeído) com a albuminúria (relaçao albuminúria creatinina, uACR) há uma tendência a valores aumentados dos dois primeiros. Mostrando que o dano demonstrado pela microalbuminúria (uACR, 30mg/g) se reflete nos outros marcadores. O uso de testosterona foi demonstrado em trabalhos recentes como correlacionado com as taxas elevadas de albuminuria. Estas taxas elevadas se devem a relaçao com os receptores andrógenos, fato demonstrado pela injeçao de antagonistas desses receptores, reduzindo as taxas alteradas, bem como a PA e regulando o SRAA. Alteram, ainda, a funçao renal por várias formas, elevando a PA, alterando a TFG ou causando dano estrutural nas células tubulares e podócitos. As taxas elevadas de MDA podem representar o dano pelo uso de esteroides ao endotélio, elevando as taxas de superóxido. Nao há como afirmar que este quadro seja reversível. Estudo recente, demonstrou, que em modelos animais, que ainda com o uso de um bloqueador para os receptores andrógenos, o dano glomerular permaneceu e isso foi associado ao dano ao epitélio glomerular já instalado

Palavras Chave: anabolizante, proteinuria, danos glomerulares, estresse oxidativo renal, albuminuria.


ID: 5698

Nefropatia relacionada ao HIV

Autores: Abritta Hanauer M A, Sabbagh M, Da Silva R M

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: O uso da terapia antirretroviral combinada determinou um novo curso para a doença. O controle da replicaçao do HIV, e a consequente melhora da imunidade dos pacientes, fez com que a Aids ganhasse contornos de doença crônica, aumentando nao só a expectativa de vida, mas também as comorbidades relacionadas a ela. Na prática clínica, a prevalência de doença renal crônica em pacientes infectados pelo HIV vem aumentando progressivamente, seja como complicaçao da própria doença ou consequência de efeitos colaterais relacionados a terapia antirretroviral, tendo impacto significativo na evoluçao de pacientes soropositivos. Estima-se que 17% dos paciente infectados tenham DRC, tendo como fatores de risco a idade avançada, infecçao avançada, carga viral elevada, CD4 baixo, raça negra, uso de antirretrovirais. Material e Método: Revisao na literatura de nefropatia relacionada ao hiv e à terapia antirretroviral. Resultados: A infecçao pelo HIV está associada a variadas formas de acometimento renal: – nefropatia do HIV (e demais glomerulopatias associadas). provocadas pela açao direta de antígenos virais na membrana das células mesangiais e endoteliais glomerulares. A forma clássica de acometimento glomerular pelo vírus HIV é a GESF colapsante, entretanto, glomerulonefrite membranoproliferativa e glomerulonefrite por IgA também têm sido descritas. Comumente as glomerulopatias estao relacionadas a fases avançadas da doença, cd4 baixo, carga viral elevada e estao associadas a proteinúria nefrótica e disfunçao renal de início abrupto. O tratamento consiste no controle da doença de base através da TARV. Corticoterapia e uso de BRA e IECA também podem ser cogitados. – nefrotoxicidade por medicamentos e procedimentos: tenofovir, cujo acúmulo na célula tubular produz toxicidade direta, levando a síndrome de Fanconi. Os inibidores de protease, como atazanavir e lopinavir apresentam baixa solubilidade urinária, podendo levar a precipitaçao de cristais e obstruçao tubular. Ritonavir pode provocar nefrite intersticial aguda. Nao se pode esquecer ainda das drogas utilizadas para tratamento de infecçoes oportunistas, como aminoglicosídeos, anfotericina b, pentamidinas, sulfadiazina, que podem levar a NTA. – doença renal aguda ou crônica ocasionada ou agravada por comorbidades. Discussao e Conclusoes: Com o aumento da sobrevida dos portadores de HIV, além do aumento da incidência da infecçao em pessoas acima de 50 anos, cresce também o número de pacientes portadores de doença renal crônica, sendo recomendado o maior controle da TFG.


ID: 5813

Diagnostico e tratamento atual da doença de Fabry

Autores: Puls M L, Ferreira V

Instituiçoes: Universidade De Araraquara – Araraquara – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Doença de Fabry (DF) é uma patologia de armazenamento lisossômico rara, ligada ao cromossomo-X, provocada pela deficiência parcial ou completa da enzima alfa galactosidase A (α-Gal A). O defeito culmina com o acúmulo de globotriaosilceramida no endotélio vascular e tecidos viscerais, sendo a pele, o coraçao, os rins e o sistema nervoso central (SNC) os mais acometidos. Tem interesse médico pelo quadro clínico variável, com diagnóstico difícil, e pela progressao multissistêmica grave se o tratamento for retardado ou nao-realizado. Objetivo: Descrever o diagnóstico e tratamento atual da DF. Material e Método: Buscou-se nas bases de dados Medline (via Pubmed), SciELO, Scopus e Cochrane artigos utilizando como descritores: Fabry, diagnosis, management, treatment e advances. Realizou-se a seleçao inicial dos artigos com base nos títulos e resumos e, após verificaçao do conteúdo apropriado, buscou-se o texto completo, nao havendo critério de exclusao quanto ao tipo do estudoe restriçao linguística, embora pesquisas da última década e com maior nível de evidência terem sido priorizadas. Obteve-se 43 artigos do período de janeiro de 2012 a janeiro de 2017 e, destes, selecionaram-se 14 textos que respondiam satisfatoriamente os objetivos deste trabalho. Foram priorizados os artigos mais atuais, de mais alto fator de impacto e nível de evidência, como revisoes sistemáticas. Resultados: O mais eficiente e confiável método diagnóstico para DF é a identificaçao da deficiência da atividade enzimática da α-Gal A no plasma, em leucócitos isolados e/ou cultura celular. Identificaçao do variante hemizigótico patogênico variante GLA por testes de genética molecular confirma o diagnóstico em portadores do sexo masculino. A identificaçao do variante patogênico heterozigoto GLA também por testes genéticos moleculares confirma o diagnóstico em portadores heterozigóticos femininos. O tratamento da DF é amplo: para as manifestaçoes, usa-se diphenylhydantoin, carbamazepina, ou gabapentina para analgesia, inibidores da ECA ou bloqueadores de receptores de angiotensina para reduzir a proteinúria. Em caso de doença renal terminal, deve-se considerar hemodiálise ou transplante renal. O tabagismo deve ser abolido. Seguimento cardiovascular, nefrológico e neurológico deve ser constante para prevençao das complicaçoes. A terapia de reposiçao enzimática é controversa. Discussao e Conclusoes: A DF é uma patologia rara de quadro clínico variável e acometimento multissistêmico potencialmente fatal que deve ter diagnóstico precoce.

Palavras Chave: Doença Fabry Diagnóstico Tratamento.


ID: 5734

Nefrotoxicidade tubular por inibidores de protease e Tenofovir em pacientes infectados pelo HIV

Autores: Leite Jr M, Loyola T M, Gomes C P

Instituiçoes: Serviço E Disciplina De Nefrologia, Universidade Federal Do Rio De Janeiro – Rio De Janeiro – Rio De Janeiro – Brasil

Introduçao: A terapia antirretroviral combinada (TARV) aumentou a expectativa de vida da populaçao infectada pelo HIV e levou ao surgimento de um novo problema: os efeitos colaterais relacionados ao tratamento. Os inibidores de protease (IP) e o tenofovir (TDF) sao antirretrovirais amplamente utilizados na TARV. Apesar de elevada eficácia terapêutica, possível nefrotoxicidade tubular relacionada ao seu uso é fator de constante preocupaçao. Nosso objetivo foi avaliar a funçao renal tubular de pacientes infectados pelo HIV em uso de TARV. Material e Método: Selecionamos 84 pacientes assintomáticos em uso de TARV há mais de 6 meses. Os critérios de elegibilidade foram idade ≥ 18 anos, doença estável (carga viral < 50 cópias/ml e contagem de células CD4 > 250 células/mm3) e taxa de filtraçao glomerular (TFG) > 45 ml/min/1,73m2. Excluímos pacientes com doença pulmonar ou hepática, diarreia, uso de anti-inflamatórios ou de outros medicamentos nefrotóxicos e infecçao ativa diferente do HIV. Medimos proteinúria e fraçoes de excreçao de eletrólitos em urina de 24h, bicarbonatúria (gasometria urinária) e realizamos teste de restriçao hídrica (TRH) por 12h para avaliaçao de capacidade de concentraçao urinária (osmolalidade por ponto de congelamento versus densidade urinária no EAS). Resultados: Osmolalidade urinária < 600mOsm/KgH2O foi encontrada em 43% da populaçao estudada (n = 36), enquanto reduçao da densidade urinária pelo EAS em apenas 9% (n = 9). O uso de TDF isolado (n = 44) ou em associaçao com IP (n = 22) nao causou aumento significativo na proteinúria, bicarbonatúria, fosfatúria e/ou nas fraçoes de excreçao dos demais solutos. Entretanto, o subgrupo em uso de IP (n = 46) apresentou bicarbonatúria duas vezes maior que o subgrupo sem uso de IP (n = 38) (p = 0,010). Discussao e Conclusoes: Nefrotoxicidade tubular proximal tem sido associada ao uso de TDF, nao havendo relatos desta associaçao ao uso de IP. Diagnóstico de distúrbio de concentraçao urinária, indicando acometimento tubular distal, só foi possível através do uso de osmolalidade pós-TRH. Conclusao: encontramos possível nefrotoxicidade tubular proximal associada especificamente ao uso de IP, enquanto acometimento tubular distal teve alta prevalência nesta populaçao, independente do tipo de TARV.

Palavras Chave: HIV, inibidores de protease, tenofovir, nefrotoxicidade.


ID: 5675

Abordagem clinica e terapeutica da sindrome do anticorpo antifosfolipede em sua apresentaçao grave – relato de caso

Autores: Santos R B, Diz M C E, Andrade N B C

Instituiçoes: Hospital Do Servidor Público Municipal De Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAF) é uma doença autoimune freqüentemente associada ao Lúpus, acomete mais as mulheres e pode ser classificada como primária, secundária e catastrófica. Material e Método: Objetivo: Relatar um caso de SAF grave com desfecho favorável, suas variáveis e fatores complicadores. Resultados: Relato de caso: Paciente masculino 36 anos, com histórico de trombose de ambos os membros inferiores sem causa definida, dá entrada ao Pronto Socorro em edema agudo de pulmao hipertensivo. Exames laboratoriais evidenciavam anemia (Hb:7,2), plaquetopenia grave (42.000) além de insuficiência renal (Cr:5,4).Os achados suscitaram o diagnóstico de Microangiopatia Trombótica (MAT) posteriormente confirmada como Síndrome Hemolítico Urêmico atípica (SHUa) associada à SAF(altos títulos de anticorpos anticardiolipina, forte presença do anticoagulante lúpico, C3 e C4 baixos e FAN positivo). Iniciou Hemodiálise (HD), evoluiu com plaquetopenia severa (6.000) e Hb 6,6 além de trombose de sítios vasculares cervicais e femorais, comprometendo os acessos para HD. Diante dos riscos para sangramento grave, nao foi possível iniciar a anticoagulaçao. Realizou 7 sessoes de plasmaférese, terapia imunossupressora com metilprednisolona, Imunoglobulina Humana (IH) e Rituximabe até que, 2 meses após, foi possível iniciar anticoagulaçao (plaquetas entre 16.000 e 36.000). Apresentou como complicaçao criptococose pulmonar e esgotamento de acessos vasculares, entao convertido de HD para diálise peritoneal. Discussao e Conclusoes: O tratamento da SAF é anticoagulaçao oral. No caso descrito, o paciente nao recebeu prontamente a anticoagulaçao e foi submetido a plasmaférese associado a pulsoterapia com metilprednisolona, IH e Rituximabe, apresentando melhora parcial da plaquetopenia, o que permitiu a anticoagulaçao. A MAT pode entao ter se instalado, desencadeada pela SAF ou até mesmo, por ser a SAF apenas uma condiçao facilitadora, em paciente portador de desordens genéticas do complemento. Sabe-se hoje que uma condiçao facilitadora como a SAF pode levar ao desenvolvimento de MAT. Os aspectos imunológicos da doença serao abordados neste trabalho. O diagnóstico clínico presumido precocemente, a tomada de açoes baseada em critérios clínicos em paciente grave e a busca pela confirmaçao diagnóstica sao exercícios fundamentais, que devem ser seguidos por todos para obter o melhor desfecho em benefício do paciente.

Palavras Chave: Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide, Síndrome Hemolítico Urêmico atípica, Microangiopatia Trombótica.


ID: 5933

Nefrite tubulo-intersticial por IgG4 – relato de caso

Autores: Marasca V, Abreu K L S D, Sales GT M, Alves C R M, Moura L A R D, Balda C A, Bernardes G P

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A doença por IgG4 é uma condiçao rara que mimetiza distúrbios oncológicos, infecciosos e inflamatórios. No rim manifesta-se com nefrite túbulo-intersticial hipocomplementêmica com predomínio linfoplasmocitário e fibrose em turbilhonamento. O diagnóstico compreende características histopatológicas típicas, níveis séricos elevados de IgG4 e acometimento de outros órgaos como pancreatite auto-imune, colangite esclerosante, sialadenite, fibrose pulmonar e retroperitoneal e linfonodomegalias. Material e Método: Revisao de prontuário. Resultados: Paciente 52 anos, sexo masculino, há 2 anos referindo linfonodomegalias difusas, aumento de volume de parótida, sudorese, dispneia aos moderados esforços e disfunçao renal. Apresentava como comorbidades hipertensao arterial e obesidade mórbida. Exames: urina I (proteína: 1,8 g; H 30/campo, DE++; L: 12/campo), Cr: 2,0 mg/dL, proteinúria 24h = 2,2 g, VHS: 70 mm/h, CH50 < 60 mg/dL, C3: 72 mg/dL, C4 < 6 mg/dL. Exames de autoimunidade, incluindo FAN e ANCA e investigaçao de agentes infecciosos, com sorologias para hepatites B, C, HIV, bartonella, paracoccidioidomicose, histoplasmose e látex para Crytoptococcus foram negativos. Biópsia de linfonodo evidenciou hiperplasia linfoide folicular, plasmocitose e eosinofilia nas regioes interfoliculares. Biópsia renal com 8 glomérulos, desses 5 globalmente esclerosados e os demais normais; presença de infiltrado linfoplasmocitário, com eosinófilos e fibrose intersticial em turbilhonamento. Imunofluorencência com IgG em células intersticiais. Níveis de IgG4 sérico de 1100 mg/dL (VR < 100 mg/dL). Tomografia de tórax com padrao em mosaico, difuso, inferindo doença de pequenas vias aéreas e linfonodomegalia difusa. Diante do quadro clínico sugestivo, níveis aumentados de IgG4 e histologia compatível, apesar de nao realizaçao de imunohistoquímica com IgG4 (nao disponível), foi confirmado o diagnóstico. Introduzido prednisona 0,6 mg/kg com resoluçao da linfonodomegalia, melhora dos sintomas respiratórios, com desmame de oxigenioterapia, e funçao renal estável por 2 anos. Discussao e Conclusoes: Doença por IgG4 é uma entidade rara, caracterizada por acometimento sistêmico e com confirmaçao diagnóstica desafiadora, sendo a biópsia renal ferramenta fundamental em pacientes com sinais de acometimento de trato urinário. Apresenta boa resposta a corticoterapia em sua fase inflamatória e nos casos refratários estratégias com outros imunossupressores estao sendo usadas com resposta favorável.

Palavras Chave: Nefrite Tubulo-Intersticial, Imuno-globulina G, Insuficiência Renal.


ID: 5444

Relato de caso de tres pacientes portadores da sindrome de Joubert

Autores: Sampaio W L V, Bastos A A, Rocha A M, Filho V A D S, Andrade P G G, Carvalho L D S

Instituiçoes: Universidade Estadual Do Sudoeste Da Bahia – Vitória Da Conquista – Bahia – Brasil

Introduçao: Este trabalho apresenta o relato da experiência de três pacientes portadores da Síndrome de Joubert, atendidos no ambulatório de especialidades de instituiçao universitária no interior da Bahia. Material e Método: Os dados contidos nos relatos de casos foram extraídos de prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório de especialidades médicas. Resultados: Relatos de casos de três pacientes do sexo masculino, entre 43 e 46 anos, dois deles primos. Todos caucasianos, portadores de hipertensao arterial sistêmica, disfunçao renal (creatinina 2,2mg/dl), nefronoftise, retardo mental e alteraçoes oculares (retinose pigmentar, amaurose, nistagmo multidirecional e estrabismo divergente), polidactilia, hipoacusia unilateral, ataxia apendicular à prova de calcâneo e joelho. A ressonância magnética revelou presença do sinal do dente molar. No acompanhamento, um dos pacientes faleceu de causa indeterminada, um está em tratamento dialítico e o outro em tratamento conservador para doença renal crônica. Discussao e Conclusoes: A síndrome de Joubert, um exemplo de ciliopatia, é uma doença autossômica recessiva rara, caracterizada por má formaçao do cerebelo e tronco cerebral, associada a múltiplas manifestaçoes clínicas. A prevalência é de 1:100000 nascidos vivos. O diagnóstico é feito através de achados clínicos e tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética de crânio que demonstra o sinal do dente molar, achado obrigatório para o diagnóstico. As manifestaçoes clínicas mais comuns da síndrome sao: anormalidades renais (nefronoftise, reduçao da capacidade de concentraçao urinária e disfunçao renal), neurológicas (ataxia cerebelar, atraso mental, apraxia verbal, alteraçoes no ritmo respiratório), alteraçoes oculares (retinose pigmentar e nistagmo), alteraçoes hepáticas (fibrose hepática, hipertensao portal, varizes de esôfago e cirrose hepática), e malformaçoes ósseas e articulares (polidactilia e dismorfismo facial). O estudo genético dos pacientes pode ser realizado a fim de complementar a conduta diagnóstica. Assim, apesar de rara, o diagnóstico precoce da Síndrome de Joubert está associado a um melhor prognóstico, uma vez que possibilita o manejo antecipado das complicaçoes renais, déficit de crescimento, doenças ósseas e doença hepática, aumentando a sobrevida desses pacientes. Deste modo, o presente relato de caso reforça a importância da suspeita clínica para o diagnóstico precoce.

Palavras Chave: Joubert, retinose pigmentar, nefropatia, retardo mental. nefRoloGIa peDIátRICa


ID: 4373

A importancia do cuidado de enfermagem ao recem-nascido submetido a diálise peritoneal

Autores: Moreno L F R, Koto E M

Instituiçoes: Uniararas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A insuficiência renal aguda (IRA) é definida como a incapacidade dos rins em excretar escórias nitrogenadas de forma abrupta, ou seja, as lesoes ocorrem em horas ou dias, caracterizando-se pela oligúria, azotemia, acidose metabólica, alteraçoes hidroeletrolíticas, hematúria, proteinúria, e ureia e creatinina elevadas. Na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal a modalidade mais utilizada para terapia renal substitutiva é a diálise peritoneal, as quais exigem cuidados muito específicos. No contexto do trabalho, a DP em RN é um procedimento que causa insegurança aos profissionais de saúde, nao somente pelas especificidades, detalhes e técnicas rigorosas que condicionam a terapia, mas pelas complicaçoes que surgem durante o tratamento. Material e Método: Para o desenvolvimento do presente estudo, utilizou-se a base de dados LILACS, livros da área, artigos e periódicos que abordam o tema em questao. Como critério de elegibilidade incluímos artigos na íntegra e no idioma português e inglês publicados no período de 2001 a 2015, a abrangência do tempo foi em decorrência de dificuldades de estudo na área. Resultados: Identificou-se que de 3 a 8% dos recém-nascidos (RN) internados em UTI neonatal apresentam LRA devido a asfixia grave ou cirurgia de grande porte, como a cardíaca, e que a diálise peritoneal é uma terapia relevante e eficaz para esta populaçao, já que o acesso vascular é difícil de ser mantido, no entanto a morbimortalidade nesta faixa etária é elevada, exigindo na assistência de enfermagem, conhecimentos e habilidades específicas em nefrologia. Discussao e Conclusoes: Conclui-se que a terapia dialítica em RN nao é uma prática comum e identificou-se a necessidade de formaçao e conhecimento em nefrologia para os profissionais de enfermagem para lidar com essa situaçao.

Palavras Chave: Diálise peritoneal, recém-nascido, enfermagem neonatal, insuficiência renal


ID: 4775

Agenesia renal unilateral e doença renal cronica (DRC) em paciente com Síndrome de Seckel – relato de caso

Autores: Caetano Rosa Neto F, Da Silva Oliveira K, Caires Campos R, Cerqueira Braga M, Sarkis Lima S C, Andrade De Sousa Carrijo K, De Souza Fontes T M, Furtado Ferreira T

Instituiçoes: Universidade Católica de Brasília – Brasília – Espirito Santo – Brasil

Introduçao: A Síndrome de Seckel é uma doença genética de herança autossômica recessiva rara, com incidência estimada inferior a 1:10.000 nascidos vivos. É caracterizada pelo nanismo primordial, retardo mental, microcefalia, micrognatismo e osteodisplasia, a qual leva a típica aparência de “cabeça de pássaro”. O envolvimento renal é extremamente raro com poucos relatos na literatura, tais como a Poliarterite Nodosa, a Nefrosclerose Maligna e Agenesia Renal unilateral. Este relato de caso tem como objetivo correlacionar à agenesia renal com a síndrome de Seckel e enfatizar os fenótipos renais já descritos na literatura. Material e Método: Revisao do prontuário eletrônico e revisao sistemática sobre a Síndrome de Seckel nas bases de dados Pubmed, MEDLINE, Scielo e LILACS, nos idiomas inglês, português e espanhol entre os anos de 1999 a 2017. Resultados: Paciente, feminino, 21 anos, com diagnóstico clínico prévio de Síndrome de Seckel e histórico de infecçoes de vias aéreas superiores recorrentes apresentou queixas de diarreia, náuseas e vômitos, seguido por oligúria e edema bipalpebral após 2 semanas dos sintomas iniciais, suspeitando-se de IRA que foi corroborada pela elevaçao das escórias nitrogenadas e hipercalemia sendo submetida à hemodiálise. Exames laboratoriais (EAS, ASLO, Anti DNAse B, C3, C4 e outros) evidenciaram ausência de alteraçoes sugestivas de Glomerulopatias, em especial a GNPE. A USG os rins nao foram visualizados e na TC de abdômen constatou-se rim direito pélvico e agenesia renal esquerda. Após o estágio de urgência dialítica paciente evoluiu com DRC trocando-se a Terapia de Substituiçao Renal para a Diálise Peritoneal devido complicaçoes infecciosas de cateter venoso central. Paciente encontra-se estável com DRC de etiologia nao esclarecida em Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua há 3 anos e 2 meses. Discussao e Conclusoes: O conhecimento acerca do acometimento renal em pacientes com a síndrome de Seckel nao está estabelecida, porém há estudos genéticos que a correlaciona ao estresse embrionário. Por se tratar de uma doença rara e heterogênea o Nefrologista pode desconhecer suas características e influências no sistema urinário. Dessa forma, sao necessários mais estudos a fim de estabelecer, nao somente, a relaçao entre a síndrome de Seckel e a agenesia renal, mas também com outras doenças renais, visando o diagnóstico precoce e a adequada conduçao do caso.

Palavras Chave: Seckel syndrome, Primordial dwarfism e Renal impairment.


ID: 5709

Nova mutaçao no gene PLCE1 em lactente com glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) forma colapsante

Autores: Watanabe A, Amaral A G, Balbo B E, Malheiros D M, Onuchic L F

Instituiçoes: Instituto da Criança HC-FMUSP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, LIM-29 FMUSP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Mutaçoes no gene PLCE1 constituem a principal causa de esclerose mesangial difusa isolada relacionada a síndrome nefrótica de início precoce (SNIP). Embora tais mutaçoes também possam estar relacionadas ao padrao de GESF, sua associaçao com a forma colapsante nao foi descrita até o momento. Material e Método: Relato de caso. Resultados: Menino, segundo filho de pais nao consanguíneos, iniciou quadro de edema que foi progressivo aos 5 meses de idade. Aos 7 meses foi internado por anasarca e hipertensao arterial sistêmica, sem evidência de quadro infeccioso. Seu peso foi de 10,2 kg (edemaciado) e o comprimento de 70,5 cm (p55,9%). Exames iniciais ao diagnostico: ureia 24mg/dL; creatinina 0,63mg/dL; colesterol total 246mg/dL; proteínas totais 3,2 g/dL; albumina 1,4 g/dL; IgG 58 mg/dL. Urina: du 1008, pH 6, proteinúria ++, leucócitos 19.000/mm3, hemácias 5000/mm3. Sorologias: CMV IgG positivo (pos), IgM negativo (neg); VDRL neg; hepatite C neg; anti-Hbc total neg; AgHBs neg; toxoplasmose IgG e IgM neg. FAN neg, C3 78 mg/dL (90-180) e C4 13 mg/dL (10-40). Após 10 dias de internaçao evoluiu com piora de funçao renal e anasarca refratária, sendo iniciada diálise peritoneal (DP). Biópsia renal demonstrou glomérulos com acentuada hiperplasia e hipertrofia podocitárias ao redor de alças capilares colapsadas, estando a matriz mesangial expandida de forma segmentar e focal, formando sinéquias, e o interstício dissociado por edema focal. Os túbulos estavam cisticamente dilatados. O conjunto dos achados é consistente com GESF, forma colapsante. Submetido a sequenciamento e análise de exoma completo, identificamos a variante c.3698 T > C (p.Leu1.233Pro) em PLCE1 em homozigose, confirmada por sequenciamento por Sanger. A investigaçao genético-molecular demonstrou a mesma variante em heterozigose em ambos os genitores. Essa variante nao está descrita nos registros ExAC e 1000G até o momento, encontrando-se em posiçao altamente conservada evolutivamente e apresentando alta probabilidade de patogenicidade (PolyPhen-2, 0,99-1). O paciente evoluiu doença renal terminal, permanecendo em DP crônica. Discussao e Conclusoes: O caso relatado apresenta um paciente com uma mutaçao nova no gene PLCE1 muito provavelmente patogênica. É importante notar que sua evoluçao para DRT foi mais precoce que a referida até entao para pacientes com mutaçoes neste gene que apresentaram GESF à biópsia renal. Fatores modificadores podem estar associados à forma colapsante da GESF, podendo explicar sua forma mais agressiva de acometimento renal.

Palavras Chave: Sindrome Nefrotica GESF colapsante PLCE1


ID: 5732

Prevalencia da deficiencia de vitamina D em crianças e adolescentes portadores de doença renal cronica

Autores: Carvalho J J, Marino L M, Andrade M C, Abreu A L S

Instituiçoes: Unifesp – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Vitamina D tem extrema importância no funcionamento do corpo humano, especialmente no metabolismo mineral e ósseo. A hipovitaminose D acarreta graves distúrbios, que têm impacto ainda maior nos pacientes pediátricos com funçao renal já comprometida. Devido à grande prevalência da deficiência de vitamina D na DRC, associada à escassez de estudos sobre esse tema e ao potencial impacto positivo de aprofundar os conhecimentos nessa área, propusemos estudar as características clínicas e de exames laboratoriais que possam predizer a prevalência da deficiência de Vitamina D, testando a hipótese de que a deficiência desse nutriente é altamente prevalente em crianças e adolescentes nessa condiçao. Além disso, buscamos fatores associados aos baixos níveis de vitamina D. Material e Método: Estudo observacional, retrospectivo, em que foram analisadas as características clínicas e os exames laboratoriais de 42 pacientes que atenderam aos critérios de inclusao. Foi determinada a prevalência de déficit de vitamina D e realizadas análises uni e multivariadas para avaliar a associaçao entre esse déficit e variáveis sociodemográficas e clinicas através do cálculo de razoes de prevalência (RP) e seus respectivos IC95%. Resultados: A prevalência de déficit de vitamina D entre tais pacientes foi estimada em 35,7%. Pela análise univariada, nao houve associaçao significante entre sexo, idade, faixa etária, etnia, doença de base, estaçao do ano, cálcio ionizável, PTH, fósforo e fosfatase alcalina e os valores de vitamina D. O estágio da doença renal se mostrou associado ao déficit de vitamina D (p = 0,018), com maior prevalência nos estágios mais avançados da DRC. O déficit de vitamina D entre adolescentes com valores de cálcio ionizável abaixo daqueles de referência foi 2,25 vezes maior do que entre adolescentes com valores de cálcio ionizável nos valores de referência. Discussao e Conclusoes: A deficiência de vitamina D é prevalente nas crianças com DRC, e está associada a alguns fatores como os baixos níveis de cálcio e os estágios mais tardios da DRC, ainda que nao se possa dizer se por uma relaçao causal ou simplesmente um marcador associado. Optou-se pela inclusao de de cálcio ionizável, estágio da DRC e fósforo na análise multivariada pela limitaçao do tamanho da amostra e pela relevância dessas variáveis conforme resultado da análise univariada. De acordo com a literatura, poderiam ser esperados alguns outros fatores associados, mas dentro da amostra disponível para o estudo nao foi possível demonstrar essa associaçao.

Palavras Chave: Vitamina D – Pediatria – Doença renal crônica


ID: 5800

Avaliaçao dos pacientes pediatricos com bexiga neurogenica por mielomeningocele

Autores: Amaral C M C A, Cancado M A P, Leao F V, Amaral R A, Andrade M C, Junior A M

Instituiçoes: UNIFESP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A mielomeningocele (MMC) é a principal patologia associada aos defeitos de fechamento neural com incidência de 1,9% em 10000 crianças nascidas vivas no Brasil (DATASUS, 2015). Estes pacientes evoluem com quadros de bexiga neurogênica (BN) que se caracterizam por disfunçoes vesico-esfincterianas decorrentes de alteraçoes neurológicas centrais e periféricas. Cerca 10 a 60% dos casos (Cohen et al.,1990), apresentam refluxo vesico ureteral (RVU) secundário ao aumento da pressao vesical com evoluçao para hidronefrose, além de pielonefrites de repetiçao acarretando lesoes renais e insuficiência renal. Nas últimas décadas, a prevalência de insuficiência renal foi reduzida devido às técnicas cirúrgicas, ao cateterismo intermitente e ao uso de drogas anticolinérgicas (Zegers et al.,2011). O ultrassom de vias urinárias (USG) esta associado à detecçao das malformaçoes do trato urinário na MMC, sendo sua sensibilidade menor quando comparada às imagens obtidas da cintilografia renal com o ácido dimercaptossuccínico (DMSA) (Veenboer et al.,2015). Material e Método: Avaliaçao de 82 pacientes pediátricos com MMC e BN em tratamento em ambulatório especializado de Nefrologia Pediátrica. Resultados: A idade média da amostra (± DP) foi de 7,6 ± 6,6. Dos 82 pacientes avaliados, 13 (15,9%) tinham RVU, 62 (75,6%) apresentavam infecçao do trato urinário de repetiçao, 33 pacientes (40,2%) faziam uso de antibioticoterapia profilática e apenas um paciente (1,2%) evoluiu com alteraçao da funçao renal. Na amostra, 41(50%) apresentaram alteraçao no USG de vias urinárias e 27 (32,9%) apresentavam alteraçao no DMSA. A correlaçao entre os resultados do DMSA e a USG foi significativa (r[82] = 0,49; p < 0,001). A análise da curva ROC revelou que ambos os exames têm boas propriedades na detecçao de casos e nao casos de RVU, com resultados discretamente melhores para o DMSA. Discussao e Conclusoes: O diagnóstico e o tratamento dos pacientes com MMC e BN evoluíram nos últimos anos, porém um número expressivo de pacientes apresenta alteraçao glomerular (32,9%). Talvez isso se deva a alguns fatores: aderência insatisfatória, cronicidade do tratamento e procedimentos diários (cateterismo intermitente), além do início tardio do tratamento. O acompanhamento e a intervençao nos pacientes com MMC e BN deverao ocorrer o mais precocemente possível. O resultado do DMSA tem bons níveis de validade diagnóstica para a presença de lesao renal nesses casos.

Palavras Chave: bexiga neurogênica, mielomeningocele, refluxo vesico ureteral, DMSA, infecçao do trato urinário


ID: 5807

Uso de ciclosporina endovenosa em pacientes pediatricos com proteinuria maciça após o transplante renal

Autores: Luders L E, Lima M R, Benini V, Laranjo L P, Guidoni E, Silva A O, Botura A C A

Instituiçoes: Santa Casa de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: a recorrência da proteinúria maciça após o transplante renal é uma das causas de falha do enxerto e o risco de recorrência é variável e depende de sua etiologia. Sendo assim, é fundamental o reconhecimento da proteinúria para iniciar o tratamento com a finalidade de melhorar a sobrevida do enxerto renal. Material e Método: estudo retrospectivo, com análise de 29 prontuários de pacientes com glomerulopatias submetidos ao transplante renal no período de 01/01/2005 a 31/12/2015. Resultados: Das glomerulopatias, corresponde a GESF – 48,3%, GNC – 13,80%, EMD – 6,90%, GNPEE 6,90%, SN 1º ano de vida – 6,90%, GNPM – 3,44%, GEGF – 3,44%, GNRP – 3,44%, GNMP II – 3,44% e SNCR – 3,44%. 24,13% (7/29) dos pacientes apresentaram recidiva, sendo 71,42% GESF, 14,29% GEGF e 14,29% GNPM. A ciclosporina endovenosa foi realizada em 71,42% dos pacientes e 28,58% foram submetidos a plasmaferese e ao rituximab, sendo que nao utilizaram a ciclosporina endovenosa como opçao terapêutica. Resultados: O diagnóstico mais comum dos pacientes pediátricos submetidos ao transplante renal foi de glomerulopatia, com a GESF correspondendo a 48,3% dos pacientes. O índice de recorrência foi de 24,13%, sendo a maior prevalência da recidiva nos pacientes com GESF – 71,42%, conforme dados da literatura. Dos pacientes que foram submetidos a ciclosporina endovenosa entraram em remissao. Os pacientes que foram submetidos a plasmaferese e ao rituximab nao obtiveram resposta, sendo que um paciente evoluiu com perda do enxerto renal. Discussao e Conclusoes: Desta forma, a ciclosporina endovenosa deve ser usada como opçao terapêutica nos pacientes com recidiva da proteinúria.

Palavras Chave: sindrome nefrotica, proteinuria, transplante renal


ID: 5821

Hematuria: um importante sinal para o diagnostico da Síndrome de Nutcracker

Autores: Leao F V F, Amaral C M C A, Regacini R, Andrade M C, Cançado M A P

Instituiçoes: Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Síndrome de Nutcracker (NCS) é descrita como a compressao da veia renal esquerda entre a artéria mesentérica superior e a aorta. Seu diagnóstico é importante devido ao grau de morbidade associado com o risco de doença renal crônica, causada pelo longo tempo de hipertensao e/ou trombose na veia renal esquerda.Descrevemos a apresentaçao clinica inicial dos pacientes portadores da NCS e a evoluçao, avaliando a taxa de filtraçao glomerular (TFG). Material e Método: Avaliamos os pacientes em seguimento no ambulatório de nefrologia pediátrica, com o diagnóstico de NCS realizado pelo Doppler da veia renal esquerda. Analisamos a apresentaçao clínica inicial e a evoluçao da funçao renal através da TFG estimada, desde do início dos sintomas até março de 2017. Resultados: Foram incluídos 25 pacientes, com idade média de 9,5 anos (2-15 anos), 64% do sexo masculino. Todos apresentavam hematúria no início do quadro, sendo microscópica em 58%. Dismorfismo leve/moderado foi observado em 43% no exame inicial. Outros sintomas presentes: dor abdominal inespecífica (40%), proteinúria discreta (33%), disúria (8%). A TFG permaneceu dentro da normalidade durante o período de seguimento médio de 5,2 anos (0,16-10 anos). Todos os pacientes permaneceram em tratamento clínico conservador. Discussao e Conclusoes: A história natural da doença é pouco conhecida e descrita como mais prevalente em mulheres na 2ª e 3ª décadas. As crianças costumam ser assintomáticas. Pode evoluir para morbidades significativas relacionadas à insuficiência venosa com congestao pélvica grave, levando a dores em flanco esquerdo, dor escrotal, varizes em veias gonadais, varicocele, esterilidade, etc. Requer alto índice de suspeita e o tratamento é baseado na gravidade dos sintomas. Na maioria dos casos o tratamento é conservador. Alteraçao de funçao renal é complicaçao rara. A hematúria de causa indeterminada é um importante sinal para investigar NCS. As crianças e adolescentes podem apresentar outros sintomas que corroboram para o diagnóstico. A funçao renal permaneceu normal, mas o acompanhamento à longo prazo é necessário, para detectar as complicaçoes mais tardias.


ID: 5825

Evoluçao renal em crianças e adolescentes portadores de lupus eritematoso sistemico

Autores: Bastos A P J, De Figueiredo D C, Andrade M C, Leao F V F, Bernardes C M M, Cancado M A D P

Instituiçoes: UNIFESP – SAO PAULO – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença de sintomatologia complexa. A incidência, nas primeiras décadas de vida, fica em torno de 10-20%. Associa-se a elevada morbimortalidade. A faixa etária pediátrica geralmente apresenta um curso clínico mais grave. A nefrite lúpica é a principal causa de internaçao e a mais relacionada com aumento de mortalidade. Este trabalho objetiva caracterizar o perfil epidemiológico, clínico e evoluçao renal dos pacientes portadores de LES atendidos no ambulatório de nefrologia pediátrica. Material e Método: Análise de pacientes com diagnóstico prévio de LES com acometimento renal e em seguimento ambulatorial com equipe de nefrologia pediátrica. Resultados: Foram avaliados 20 pacientes, dos quais 80% sao do sexo feminino. O diagnóstico de LES, em 60% dos casos, ocorreu entre 11 e 13 anos, 20% menor/igual 10 anos e 20% menor/igual 14 anos. A apresentaçao inicial em 70% dos casos foi hematúria e proteinúria, 45% pancitopenia, 30% serosite e 25% artrite. O FAN foi positivo em 95% dos casos e anti-DNA nativo positivo em 55%. Biópsia renal foi realizada: estágio II 33,4%, estágio V 26,7%, estágio III e IV 13,4% cada, e 13,4% biópsias inconclusivas. Todos pacientes foram submetidos a pulsoterapia com metilprednisolona, associado a ciclofosfamida, apresentando remissao parcial da nefrite lúpica. O período de acompanhamento médio foi 5 anos, evoluindo com funçao renal preservada em 90% dos pacientes e 10% doença renal crônica dialítica. Discussao e Conclusoes: O LES predomina no sexo feminino. Acometimento renal ocorre em cerca de 80% dos pacientes na faixa etária pediátrica, sendo hematúria e proteinúria persistentes os achados mais comuns, o que foi observado nessa amostra. Nefrite lúpica pode cursar com síndrome nefrítica ou nefrótica, consumo de complementos, positivaçao do anti-DNA nativo e, nas formas mais graves, trombocitopenia e perda de funçao renal. O uso de terapia de substituiçao renal ocorre em 10% a 30% dos pacientes, principalmente nos que apresentam glomerulonefrite proliferativa, dados vistos no nosso estudo.

Palavras Chave: lupus; nefrite lúpica, nefrologia pediatrica


ID: 5830

Acidemia metilmalonica: analise retrospectiva

Autores: Botura A C A B, Yamada S S, Luders L E, Lima M R, Andrade H K, Petta B F V, Pascotto R C

Instituiçoes: Universidade Estadual de Maringá – Maringá – Parana – Brasil

Introduçao: A acidêmia metilmalônica (MMA) é um erro inato do metabolismo causada pelo defeito na enzima metilmalonil-CoA mutase com acúmulo do ácido metilmalônico no plasma, na urina e em fluidos corporais. A incidência estimada é de 1: 50.000 nascimentos. Material e Método: Foi realizada revisao de prontuário de paciente acompanhado em ambulatório de especialidades. Resultados: AAO, sexo masculino, nascido em 05/02/1993, em Paiçandu, PR. Nascido de parto cesáreo eletivo, pré-natal sem intercorrências. RNT, peso 2800g, estatura 49cm, Apgar 9/10. Pais nao consanguíneos. Aos 4a5m, iniciou com febre, apatia, tosse produtiva. Transferido a este serviço devido crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e piora do estado geral. HIstória pregressa: aos 8m iniciou com vômitos importantes após as mamadas associado a rebaixamento de consciência e crises convulsivas, sem investigaçao prévia e internaçao por pneumonia aspirativa aos 2a11m e 3a8m. Histórico vacinal adequado, PPD nao reagente. Sentou aos 8m, andou com 1a8m, evoluindo com regressao da marcha. Laboratoriais: Hb 11,6, Ht 36, leuco 8700, bast 10%, seg 77%, linf típicos 12%, plaq 148000, ph 7,14, pCo2 16,4, pO2 51,7, HCO3 5,6, BE – 21, sat 77,1%, Na 140, K 4,3, urina 1 normal; Rx de tórax apresentando condensaçao em ápice pulmonar direito; RNM de cérebro: lesoes simétricas retrativas das porçoes mediais dos globos pálidos; cromatografia/espectrometria de massa de ácidos orgânicos: pesquisa de aminoácidos totais: 2+, aminoacidúrias: valina 154 (VR 58 – 143), presença de elevadas concentraçoes do ácido metilmalônico, teste de P-nitroanilina: positivo, amônia 0,63, ácido láctico 2,7. Iniciado reposiçao com L-carnitina, vitamina B12 e bicarbonato de sódio com melhora da acidose metabólica, sem deterioraçao da funçao renal. Como complicaçoes apresentou subluxaçao de quadril, fratura de fêmur consolidada, dor refratária, baixa estatura. Discussao e Conclusoes: As manifestaçoes clínicas da MMA sao heterogêneas, no período neonatal observa-se instabilidade térmica, encefalopatia aguda, arritmias, coma. Nos casos tardios, vômitos, anorexia, convulsoes, ataxia, falência renal dentre outros. O diagnóstico é feito pela espectrometria de massa/cromatografia com aumento dos níveis urinários de ácido metilmalônico. O tratamento consiste em dieta pobre em proteínas e suplementaçao com L-carnitina. Esses pacientes necessitam de acompanhamento multidisciplinar para diagnosticar e iniciar a terapêutica de forma precoce com a finalidade de diminuir as complicaçoes a longo prazo.

Palavras Chave: acidemia metilmalônica; erro inato do metabolismo.


ID: 5895

Calcificaçao vascular e um evento raro em crianças e adolescentes com doença renal cronica

Autores: Do Val M L D M, Menezes F S, Leite H P, Pestana J O M, Nogueira P C K

Instituiçoes: UNIFESP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A associaçao entre o declínio da funçao renal e aumento de morbimortalidade cardiovascular em pacientes com DRC é bem conhecida. No espectro de acometimentos cardiovasculares, a calcificaçao vascular (CV) tem se destacado por se associar a um aumento na mortalidade. Evidência direta de CV foi verificada em vários estudos com adultos. A análise histológica das artérias mostrou prevalência de calcificaçao em 37% dos pacientes em tratamento dialítico, chegando a 78% dos pacientes no momento do transplante renal. Na faixa etária pediátrica, a prevalência de CV pode chegar a 64%. Objetivamos investigar se há calcificaçao e espessamento médio-intimal na parede das artérias e os fatores associados a estes desfechos em crianças e adolescentes com DRC em estágio 5. Material e Método: Em estudo prospectivo observacional e transversal foram avaliados 68 pacientes. Um fragmento da artéria epigástrica inferior foi retirado durante o transplante e encaminhado para análise histológica para identificar a presença de calcificaçao arterial. Na análise dos fatores de risco foram consideradas variáveis de desfecho a presença de depósito de cálcio e a medida da espessura médio-intimal da artéria epigástrica inferior. As potenciais variáveis de exposiçao foram: idade, sexo, desnutriçao, etiologia da DRC, tempo de diagnóstico, tempo de diálise, pressao arterial, uso de vitamina D ativa, quelantes de fósforo à base de cálcio, níveis séricos de cálcio iônico, fósforo, ácido úrico, homocisteína, PTH, vitamina D, FGF 23 e produto cálcio e fósforo. Resultados: O depósito de cálcio na parede das artérias foi observado em apenas um paciente (1,5%). A mediana da espessura médio-intimal da artéria epigástrica inferior no grupo dos receptores foi 166,26 µm (IIR = 130,15 a 208,39). A pressao arterial sistólica e a idade foram os únicos fatores associados a este desfecho. Houve interaçao significante entre pressao arterial sistólica e idade com a espessura médio-intimal da artéria epigástrica inferior, o que sugere que o efeito da idade sobre a espessura da artéria seria amplificado pelo aumento da pressao arterial sistólica. Discussao e Conclusoes: A calcificaçao arterial é rara em crianças e adolescentes com doença renal crônica e os fatores associados à espessura médio-intimal foram a idade e a pressao arterial sistólica.

Palavras Chave: insuficiência renal crônica, calcificaçao vascular, doenças cardiovasculares, criança, pediatria


ID: 5917

A importância do uso de uma caderneta de acompanhamento para o paciente com cateter peritoneal

Autores: Alves B C, Silva M MT, Toma E, Moreira M A A

Instituiçoes: Hospital Infantil Darcy Vargas – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Como uma das estratégias de promoçao da saúde da criança/adolescente que realiza Terapia Renal Substitutiva – TRS pelo método da diálise peritoneal, foi elaborada uma caderneta de acompanhamento para que a equipe de saúde registre as condiçoes do local de saída do cateter (LSC) peritoneal conforme as orientaçoes internacionais e com isto prevenir complicaçoes específicas e realizar o seguimento do cuidado independente do paciente estar em atendimento hospitalar ou ambulatorial. O cateter peritoneal é essencial para a realizaçao do procedimento Diálise Peritoneal (DP), seja ela manual ou automatizada, porém a integridade da sua implantaçao (túnel e óstio) é um dos motivos de intercorrências, como a peritonite, e com o registro em um impresso que facilite o registro e a comunicaçao sobre as condiçoes do cateter peritoneal entre as equipes de saúde durante a hospitalizaçao e continuidade de tratamento no ambiente ambulatorial, com o intuito de manter a individualizaçao e humanizaçao do cuidado. Material e Método: Trata-se de um relato de experiência sobre a implantaçao, em uma unidade hospitalar infantil público de administraçao direta no estado de Sao Paulo, de uma caderneta de acompanhamento do paciente pediátrico que realiza a TRS – por DP, que possui o cateter peritoneal. Resultados: O interesse da temática de relatar a experiência da implantaçao da caderneta de acompanhamento sobre as condiçoes do LSC faz parte de um dos cuidados essenciais para a manutençao com qualidade da TRS-DP, bem como apresentar o impresso que favorece e serve de veículo de comunicaçao entre as equipes de enfermagem que atendem o paciente. Discussao e Conclusoes: A necessidade da utilizaçao de uma caderneta de acompanhamento que descreva as condiçoes do cateter peritoneal tem sua importância quanto à vigilância da saúde da criança que faz TRS-DP e das condiçoes do local da implantaçao. Com o cuidado do cateter retratado em um impresso auxilia a equipe a promover o processo educacional de como cuidar adequadamente do cateter, quais os materiais e produtos utilizados para a manutençao do cateter e registro de intercorrências. A caderneta auxilia a equipe se comunicar de modo simples e eficaz baseado nos registros evidenciados no impresso e melhorou a qualidade dos registros sobre a continuidade de tratamento em domicílio, no ambulatório e no ambiente hospitalar.

Palavras Chave: cateter peritoneal; caderneta de acompanhamento; cuidado; enfermagem.


ID: 5920

A oportunidade de melhoria do procedimento da diálise peritoneal – sistema manual bureta com uso de tecnologia da bomba de infusao

Autores: Alves B C, Souza R F, Venuto R M, Silva M MT

Instituiçoes: Hospital Infantil Darcy Vargas – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Diálise Peritoneal (DP) faz parte de um dos métodos de Terapia Renal Substitutiva (TRS), o qual utiliza um cateter implantado na regiao peritoneal e este tipo de terapia pode ser necessário em situaçao de emergência, podendo ter a duraçao curta ou de longa permanência. Em muitos casos de acordo com o tipo de cliente, o volume de líquido dialítico a ser administrado na cavidade peritoneal necessita usar o material sistema manual bureta. Porém em alguns casos a bureta nao consegui suporta volumes acima de 150 ml. Entao, a equipe de enfermagem percebeu como um processo de oportunidade de melhoria para a adaptar a bomba de infusao. Material e Método: Trata-se de um relato de experiência sobre a utilizaçao do equipamento bomba de infusao adaptado ao sistema manual bureta para realizaçao da DP, em uma unidade hospitalar infantil público de administraçao direta do estado de Sao Paulo. Resultados: A utilizaçao do equipamento bomba de infusao nos dias atuais é muito evidente e de grande disseminaçao principalmente no ambiente hospitalar. É um recurso tecnológico que pode assegurar ao paciente e ao profissional a administraçao de produtos de modo adequado, com regulaçao do tempo e volume, o que proporciona uma melhor qualidade da assistência prestada. Baseado nesta informaçao tem-se executado a 1 ano a implantaçao da bomba de infusao na administraçao do líquido dialítico no sistema manual bureta na unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) e unidade de internaçao (UI), quando em crianças que nao apresentem condiçoes de DP automatizado e que o volume de líquido dialítico ultrapasse o volume preconizado no sistema bureta. Discussao e Conclusoes: O método de administraçao de líquido dialítico no sistema manual – bureta é muito utilizado em recém nascidos, crianças, e também de acordo com as condiçoes clínicas do paciente e das condiçoes da instituiçao em obter produtos especiais, principalmente quando se refere a instituiçoes de gestao pública. Baseada em algumas dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem em na administraçao do líquido de diálise com grande volume e sem o material apropriado, em um paciente internado na UTIP foi visto uma oportunidade de melhoria na realizaçao do procedimento DP, com a adaptaçao do uso da bomba de infusao volumétrica ao sistema manual bureta, e bolsas de líquido de grande volume, onde foi possível realizar a programaçao da TRS, de modo eficaz, eficiente, com registros adequados e do tempo e volume de modo seguro e com qualidade da assistência prestada.

Palavras Chave: diálise peritoneal; bomba de infusao; sistema manual bureta, enfermagem.


ID: 5506

Doença renal cronica V em paciente pediatrico causado por GESF secundaria a toxoplasmose

Autores: Oliveira K S, Rosa Neto F C, Fontes T M S, Campos R C, Braga M C, Lima S C S, Sousa Carrijo K A, Ferreira T F

Instituiçoes: Universidade Católica de Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) é uma lesao glomerular caracterizada por obliteraçao dos capilares glomerulares decorrente da expansao mesangial e deposiçao hialina no lúmen capilar levando frequentemente a alteraçoes arquiteturais dos processos podocitários. Embora nao seja a causa mais comum de síndrome nefrótica em pacientes pediátricos ela contribui com 20% dos casos nessa populaçao. Dentre suas formas de apresentaçao: primária e secundária, essa última merece respaldo uma vez que pode ser desencadeada por protozoários. Este relato tem como objetivo relacionar a GESF secundária a toxoplasmose levando a uma DRC V em paciente pediátrico. Material e Método: Revisao de prontuário eletrônico e revisoes sistemáticas sobre Glomeruloesclerose Segmentar e Focal nas bases de dados PubMed, MEDLINE, Scielo e LILACS, nos idiomas inglês e português entre os anos de 1999 e 2016. Resultados: Paciente, masculino, 17 anos, portador de GESF secundária a toxoplasmose e diagnóstico de síndrome nefrótica aos nove anos apresenta subitamente duas crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas. Realizados exames laboratoriais foi verificados ureia de 227 mg/dL, creatinina sérica de 21 mg/dL, hemoglobina de 5,6 g/dL e hematócrito de 17,2 %, associado ainda com pressao arterial de 149/91 mmHg, deflagrando assim o estágio V da DRC, necessitando com urgência o início de terapia renal substitutiva. Relata também perda da adesao ao tratamento com prednisona e ciclosporina nos últimos 3 anos, o que contribuiu para piora progressiva e acelerada da funçao renal. Discussao e Conclusoes: A fisiopatologia da GESF ainda nao é claramente estabelecida, entretanto acredita-se que em sua forma infecciosa, como a causada por toxoplasmose, envolva depósitos de imunoglobulinas e imunocomplexos nos glomérulos renais levando a esclerose típica da lesao. Geralmente esta entidade clínica apresenta manifestaçoes clássicas da síndrome nefrótica: edema generalizado, proteinúria, hiperlipidemia e lipidúria, embora muitos pacientes nao apresentem essas manifestaçoes pelo caráter insidioso da evoluçao da GESF secundária. Portanto é necessário mais estudos a fim elucidar a associaçao entre toxoplasmose e GESF e também estabelecer um diagnóstico precoce, dessa forma impedindo com que ocorra uma perda progressiva e irreversível da funçao renal, o que caracteriza a DRC.

Palavras Chave: “Focal and Sengmental Glomeruloesclerosis”, “Toxoplasmosis”, ” Chronic Kidney Disease”.


ID: 5584

Sistematizaçao da assistência de enfermagem – processo de melhoria dos registros em uma unidade nefrológica pediátrica

Autores: Alves B C, Rolim M A, Silva M MT, Toma E, Moreira M A A

Instituiçoes: Hospital Infantil Darcy Vargas – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Enfermagem tem como foco de estudos e práticas o cuidado integral e individualizado dos clientes/pacientes que estao aos seus cuidados. Contudo utiliza a tecnologia associada às relaçoes interpessoais para organizar e planejar as diversas açoes do cuidado, do gerenciamento e das atividades científicas, e baseado nesta informaçao encontra-se o Processo de Enfermagem como instrumento metodológico para a implementaçao do cuidado por meio da Sistematizaçao da Assistência de Enfermagem (SAE) e isto permite ao profissional da enfermagem identificar, compreender, descrever, organizar e explicar como o cliente responde aos problemas de saúde e neste trabalho é enfatizado o processo de melhoria de impressos específicos relacionados ao procedimento da diálise peritoneal e favorecer o aprimoramento do conhecimento e de servir de veículo de comunicaçao entre a equipe multidisciplinar. Material e Método: Relato de experiência sobre a melhoria dos registros nos impressos específicos da SAE, para o procedimento de diálise peritoneal em uma unidade nefrológica hospitalar público de atendimento pediátrico, de administraçao direta do estado de Sao Paulo. Resultados: Foi realizada uma revisao dos impressos específicos de registros sobre o procedimento da Terapia Renal Substitutiva (TRS) – Diálise Peritoneal – manual e automatizada, com toda a equipe de enfermagem e equipe médica, para assegurar as informaçoes da assistência prestada à criança/adolescente com problema renal. Discussao e Conclusoes: As modificaçoes realizadas nos impressos de registros dos cuidados prestados ao paciente em tratamento com diálise peritoneal demonstrou a preocupaçao da equipe em melhorar efetivamente a segurança da assistência ao paciente dos registros da TRS ao qual foi submetido, sem esquecer-se da importância e responsabilidade do cuidado realizado, de modo individualizado e humanizado na melhoria da qualidade da assistência.

Palavras Chave: SAE, impressos, registro, cateter peritoneal, diálise peritoneal


ID: 5814

Triagem para doença de Fabry

Autores: Leao F V F, Andrade M C, Cançado M A P

Instituiçoes: UNIFESP – SAO PAULO – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Doença de Fabry (DF) é uma doença de depósito lisossomal, ligada ao X, causada pela deficiência de alfa-galactosidase A (α-GalA). É caracterizada pelo acúmulo progressivo de globotriaosilceramida (GL-3) e glicoesfingolipídeos nas células endoteliais vasculares, renais e cardíacas. É uma doença rara e de caráter progressivo. O quadro clínico é inespecífico. A nefropatia é uma das maiores complicaçoes. O comprometimento renal é caracterizado por diminuiçao na taxa de filtraçao glomerular, isostenúria, proteinúria e doença renal terminal. A lesao renal, evidenciada na biópsia renal, costuma aparecer no início da 2ª década. O diagnóstico precoce é importante para avaliar a indicaçao da reposiçao enzimática e modificar a evoluçao natural da doença. Realizamos triagem diagnóstica para DF nos pacientes portadores de proteinúria sem etiologia definida. Material e Método: Um questionário específico foi aplicado nos pacientes acompanhados regularmente no ambulatório de nefrologia pediátrica, no período de maio/2015 a fevereiro/2017. Incluímos no estudo os indivíduos com pelos menos dois critérios positivos, além da proteinúria. A amostra de sangue foi colhida em papel filtro e realizada a pesquisa de variantes no gene GLA para o sexo feminino, e teste de atividade enzimática (alfa-galactosidase) para o sexo masculino. Resultados: Foram avaliados 14 pacientes, com idade média de 13,2 anos, 50% eram do sexo masculino. Proteinúria nao nefrótica esteve presente em 93% dos casos e os sintomas mais prevalentes foram cefaléia 17%, alteraçoes visuais 10% e aumento da creatinina 10%. História de doença renal nao identificada na família foi de 17%. As dosagens da atividade enzimática foram normais e nao foram observadas variantes patogênicas para DF na análise genética. Encontramos em 5 meninas mutaçao comum no Intron 6; em 4 mutaçao comum no Intron 4; 3 apresentaram mutaçao no Intron 2 e 1 apresentou mutaçao no Exon 1. Discussao e Conclusoes: A prevalência da DF varia de 1/3100-117.000 na Europa, mas nao dispomos de dados de prevalência na doença renal crônica. Alguns protocolos para diagnóstico, tratamento e segmento vem sendo propostos. Os sintomas mais frequentes sao crises dolorosas e fadiga. A mutaçao genética patológica é heterogênea e mais de 300 já foram identificadas. A presença de mutaçao comum, nao patogênica para DF, em meninas portadoras de proteinúria será irrelevante? Ou existe alguma patologia que se correlaciona com esses achados genéticos? Precisamos de mais estudos para maior elucidaçao das mutaçoes encontradas.

Palavras Chave: Doença de Fabry, crises dolorosas, gene GLA


ID: 5882

Risco cardiovascular em crianças e adolescentes com doença renal cronica no momento do transplante renal

Autores: DO VAL M L M, Carvalhais JT A, Pestana J O M, Czapkowski A, Scavarda V, Nogueira P C K

Instituiçoes: UNIFESP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A mortalidade das crianças com doença renal crônica (DCV) é alta quando comparada às crianças da populaçao geral, e é maior nas crianças submetidas apenas à diálise, em relaçao àquelas que receberam transplante renal. Entre as principais causas de morte nos pacientes pediátricos com DRC, aparece a doença cardiovascular (DCV). Sabe-se que em pacientes pediátricos em diálise a mortalidade associada à doença cardíaca é mil vezes maior do que em crianças sem doença renal.Testar se existe comprometimento cardiocirculatório em crianças e adolescentes com doença renal crônica (DRC) estágio 5 no momento do transplante renal. Além disso, buscamos caracterizar quais foram os principais fatores de risco associados a esse desfecho. Material e Método: Estudo observacional, transversal, com 69 crianças e adolescentes, no momento do transplante renal e 33 indivíduos saudáveis pareados por idade e sexo. Os desfechos do estudo foram: a) massa de ventrículo esquerdo e b) medida do complexo médio-intimal da artéria carótida. Os potenciais fatores de risco considerados foram idade, sexo, etiologia da DRC, uso de vitamina D e quelantes de fósforo à base de cálcio, pressao arterial sistólica e pressao arterial diastólica, escore Z do índice de massa corporal, tempo de diagnóstico, tempo de diálise, níveis séricos de cálcio iônico, fósforo, hormônio da paratireóide, fator de crescimento do fibroblasto (FGF 23), ácido úrico, homocisteína, colesterol, triglicérides, proteína C reativa, nível sérico de Vitamina D e Hemoglobina. Resultados: O escore Z da massa de ventrículo esquerdo (ZMVE) foi de 0,48 (DP = 1,75) nos pacientes com DRC e -0,94 (DP = 1,00) nos controles, o que representou diferença estatisticamente significante entre os grupos (p < 0,001). Na análise multivariável, o tempo de diálise, a idade, a pressao arterial sistólica, o nível de hemoglobina sérica e o HDL foram os fatores associados com o ZMVE. Em relaçao a EMIC, evidenciamos diferença significante da medida de EMIC entre os grupos, com espessura de 0,52 (0,09) mm nos pacientes com DRC e 0,46 (0,07) mm nos controles (p = 0,003). Na análise multivariável apenas a pressao arterial sistólica associou-se com a medida da EMIC. Discussao e Conclusoes: Crianças com DRC demonstram comprometimento cardíaco no momento do transplante renal. Os dois desfechos estudados mostraram associaçao independente da pressao arterial sistólica com ambos e o controle estrito da pressao arterial tem potencial de minimizar a gravidade do acometimento cardiocirculatório em crianças com DRC.

Palavras Chave: insuficiência renal crónica, doenças cardiovasculares, criança, adolescente, espessura intima-media carotídea, ecocardiografia.


ID: 5927

Sistema de classificaçao de paciente (SCP) de enfermagem no atendimento nefrológico pediátrico em uma unidade hospitalar de gestao pública estadual em Sao Paulo

Autores: Alves B C, Toma E, Silva E S, Ribeiro F B, Moreira M A A, Silva M MT, Venuto R M

Instituiçoes: Hospital Infantil Darcy Vargas – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Conforme orientaçoes do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN é importante que as unidades de saúde realizem o dimensionamento da equipe de trabalho da enfermagem baseado em alguns critérios que envolvem os avanços tecnológicos, as necessidades de realizar uma assistência com qualidade e segurança para o paciente e o profissional no intuito de atingir um padrao de excelência da prestaçao de atendimento. O COFEN sugeriu aos gerentes de enfermagem dos diversos ambientes de saúde a implantaçao e realizaçao de instituir o Sistema de Classificaçao de Paciente (SCP), para auxiliar o gestor a determinar qual o melhor dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem, fundamentado em alguns critérios, como o tipo de serviço de saúde, os aspectos técnicos-científicos, os administrativos do serviço de enfermagem e do grau de dependência do paciente, e com isto favorecer ao gestor o modo como direcionar os cuidados que a equipe de enfermagem deve exercer de modo seguro e com qualidade. Material e Método: Apresentar o relato de experiência do serviço de enfermagem de em um hospital infantil público de administraçao direta do governo de estado de Sao Paulo sobre a implantaçao do SCP, baseado nas orientaçoes do COFEN. Resultados: O SCP foi introduzido há 1 ano, baseado nas orientaçoes da classificaçao Dini específico para a área pediátrica. O processo de identificaçao do SCP é realizado em impresso específico para tal registro, desde o momento da internaçao, com identificaçao de vários itens: nome, idade, sexo, data de nascimento, hipótese diagnóstica, e deve ser alimentado o registro com a avaliaçao diária pelo enfermeiro assistencial responsável pelo paciente em toda a instituiçao. Discussao e Conclusoes: O grau de dependência do paciente nefrológico pediátrico no hospital ficou mais evidente quando se iniciou o registro do SCP, com isto facilitou a equipe gestora de enfermagem a dimensionar o quadro de profissionais de enfermagem para realizar a assistência em relaçao ao paciente, e principalmente quando se refere ao cuidado com crianças, na busca de melhorar continuamente a qualidade do atendimento específico para pacientes nefrológicos, Antes da implantaçao usava-se dados empíricos de qual unidade necessitava de uma maior demanda da equipe de enfermagem, porém com o uso do instrumento SCP – DINI tem-se a evidencia do quanto o cuidar humanizado, individualizado é importante para a criança/família com doenças renais e também da melhoria de conhecimento educacional e dos profissionais que atendem esta clientela.

Palavras Chave: sistema classificaçao paciente; pediatria; nefrologia; enfermagem.


ID: 5959

Impacto da idade no crescimento após Transplante Renal Pediátrico

Autores: Komi S S, Sanches L, Camargo M F, Feltran L D S, Koch P C N

Instituiçoes: Hospital Samaritano – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A inadequaçao no crescimento e ou desenvolvimento neuro psicomotor sao comuns em crianças com Doença Renal Crônica. Alguns fatores, como alteraçoes no eixo Hormônio de Crescimento (GH)-Fator de Crescimento 1 (IGF-1), desnutriçao, acidose, doença óssea renal e uso de corticóides, contribuem para o prejuízo no crescimento (1). O Transplante Renal (TXR) geralmente melhora o crescimento linear, mas nao restaura completamente (2). A maior recuperaçao do crescimento é observada nas crianças mais jovens e a menor é observada em adolescentes. O uso de protocolos de retirada de glicocorticóides e a administraçao de GH após o TXR podem melhorar ainda mais a recuperaçao no crescimento (3). Material e Método: Estudo retrospectivo de uma coorte de crianças submetidas à TXR Pediátrico de 2012 a 2014 em um Hospital particular de Sao Paulo/Brasil. Os dados antropométricos de peso, altura, Indice de Massa Corporal (IMC) foram avaliados no momento do Transplante e um ano depois. Foram entao calculados os índices de escores-z de Peso/Idade, Altura/Idade e IMC/Idade. Os pacientes que usaram somatropina no período Pós-Transplante foram excluídos do estudo. Para testar o efeito da idade sobre o crescimento, categorizamos as crianças em dois grupos: 1) idade < mediana da amostra e 2) idade > mediana da amostra e, em seguida, comparamos a SDS altura/idade delta subtraindo a medida final da inicial entre os grupos. Resultados: A coorte envolvia 92 crianças (66 meninos) com idade mediana de Transplante de 5,6 anos (IQR 3,5 – 12,5). A principal etiologia foi CAKUT em 60% dos casos e o doador falecido prevaleceu em 87%. O seguimento médio foi de 371 dias (IQR 355 – 405). A idade média das crianças do grupo A foi de 3,5 anos (IQR 2,4 – 4,7), enquanto no grupo B foi de 12,5 anos (IQR 9,5 – 15,0) – Figura A Mediana do delta Altura/Idade SDS foi 0,82 (IQR 0,48 – 1,18) e 0,29 (IQR – 0,14 – 0,70) nos grupos A e B respectivamente (teste de Mann-Whitney p < 0,001). Figuras B e C. Os demais parâmetros SDS para IMC e Peso/Idade nao mostraram evoluçao diferente entre os grupos. Discussao e Conclusoes: Nossos dados reforçam melhora significativa no crescimento em crianças mais jovens no período Pós-Transplante.

Palavras Chave: crescimento e transplante renal pediátrico


Terapia Renal Substitutiva

ID: 4567

Influencia do descanso peritoneal na reduçao do espessamento do peritoneo em ratas wistar submetidas a dialise peritoneal

Autores: Nakamura M C, Dornelles C F, Montemos Neto M R, Baroni G, Schuinski A M, Lipinski L C

Instituiçoes: Universidade Estadual De Ponta Grossa – Ponta Grossa – Parana – Brasil

Introduçao: Avaliar os efeitos da infusao de soluçao de diálise peritoneal no espessamento do peritônio e o efeito do descanso peritoneal em sua involuçao. Material e Método: Foram utilizadas quarenta ratas Wistar-Rattus norvegicus divididas em quatro grupos (n = 10): Grupo 1 (G1) foi submetido a punçao peritoneal diariamente por 28 dias; Grupo 2 (G2) recebeu diariamente, a punçao peritoneal com infusao de soluçao de diálise peritoneal (10ml/100g de peso, glicose a 4,25%,) por 28 dias; Grupo 3 (G3), Grupo 3 igual ao G2 acrescido de 7 dias de descanso peritoneal; Grupo 4 (G4) igual ao G2 acrescido de 28 dias de descanso peritoneal. Os animais do G1 e G2 foram eutanasiados no 29º dia, G3 no 36º dia e G4 no 57º dia de experimento, sendo coletada a parede abdominal para análise histológica do espessamento do peritônio. Resultados: A média da espessura peritoneal no G1 foi de 28,7 ± 11,2µm; G2 de 74,1 ± 17,5µm; G3 de 37,4 ± 16,2µm; G4 de 37,6 ± 23,0µm. Na comparaçao entre os grupos, foram obtidas diferenças estatísticas (p < 0,05) entre o grupo G2 e os demais indicando que o G2 apresentou maior espessamento do peritônio. Na comparaçao entre os grupos que passaram por descanso peritoneal (G3 e G4), a diferença entre as médias do espessamento do peritônio foi de 0,2 µm nao tendo diferença estatística significante. Com descanso de 7 e 28 dias a espessura do peritônio foi maior no G3 e G4 que no G1, porém sem diferença significativa. Discussao e Conclusoes: Infusao de soluçao de diálise peritoneal gera espessamento peritoneal, sendo reversíveis por meio do descanso peritoneal. Um período de descanso peritoneal de sete dias foi o suficiente para a reversao do espessamento em ratas, nao havendo diferença significativas entre os grupos de descanso peritoneal de 7 dias e de 28 dias. O descanso reduz o espessamento peritoneal mas nao ocorre uma completa involuçao.

Palavras Chave: insuficiência renal crônica, diálise peritoneal, fibrose peritoneal


ID: 5394

Diálise peritoneal nao planejada vs. planejada como tratamento inicial de pacientes incidentes em terapia renal substitutiva crônica

Autores: Mendes M L, Dias D B, Alves C A, Caramori JT, Bucuvic E M, Marinho L R, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Poucos estudos descreveram a diálise peritoneal (DP) como opçao de tratamento de início nao planejado e, até o presente momento, nenhum comparou a evoluçao de pacientes tratados por DP planejada (P) e nao planejada (NP).O objetivo deste trabalho foi comparar a evoluçao dos indivíduos incidentes em DP P vs. DP NP quanto às complicaçoes mecânicas, infecciosas, sobrevida da técnica e dos pacientes. Material e Método: Estudo quasi experimental que avaliou pacientes incidentes em DP em hospital universitário de 07/2014 a 12/2016. Incluídos pacientes com DRC 5 tratados por DP, divididos em G1:início planejado após pelo menos 7 dias do implante do cateter peritoneal, com treinamento familiar prévio e adequaçao do domicílio e G2:início nao planejado antes de 7 dias após o implante do cateter, sem treinamento familiar prévio em relaçao ao método ou adequaçao do domicílio. Foram excluídos pacientes com contraindicaçao absoluta ao método. O cateter foi implantado pela equipe da nefrologia e para a DP NP foi utilizado o protocolo de DP de alto volume até a compensaçao metabólica e volêmica. Após alta hospitalar, os pacientes permaneceram em DP intermitente na unidade de diálise, até treinamento familiar e adequaçao do domicílio. Resultados: Incluídos 46 pacientes no G1 e 93 no G2. Os grupos foram semelhantes quanto à idade (60,2 ± 17,2×58,5 ± 17,1, p = 0,58), diabetes como principal doença de base (28×37%, p = 0,41), IOS (15,2×25,8%, p = 0,23), dropout para HD (26×33,3%, p = 0,21) e óbito (15,2×18,3%, p = 0,81). Houve diferença entre os grupos quanto às complicaçoes mecânicas, peritonites e internaçoes hospitalares, que foram mais frequentes no grupo DP nao planejada (17,4×39,8%, p = 0,05; 28,2×44%, p = 0,05 e 8,6×36,6%, p = 0,001, respectivamente). Os tempos livres de peritonite e complicaçao mecânica foram maiores no grupo DP planejada (250 ± 177×134 ± 125 dias, logrank < 0,0001 e 315 ± 277×134 ± 125 dias, logrank < 0,0001), assim como a sobrevida da técnica e dos pacientes (352 ± 309×180 ± 132 dias, logrank < 0,001 e 380 ± 309×180 ± 132 dias, logrank < 0,001). Discussao e Conclusoes: Embora o dropout do método e mortalidade tenham sido semelhantes entre a DP planejada e DP nao planejada, houve maior número de complicaçoes mecânicas i peritonites no grupo urgent start, assim como menor tempo livre de complicaçoes e menor sobrevida tanto do paciente como da técnica. O seguimento pré dialítico é importante para evitar o início nao planejado de DP e faz-se necessário comparar os desfechos clínicos entre DP e HD de início nao planeja.

Palavras Chave: doença renal crônica, diálise peritoneal, urgent start.


ID: 5396

Otimizaçao da qualidade da água em hemodiálise

Autores: Santos P S, Ribeiro F F, Pedrosa K J, Santos A B G B, Panice C E F, Neto E P S

Instituiçoes: Clinica Nefrológica de Franca – Franca – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: No processo de Hemodiálise a qualidade da água (parâmetros físico-químicos e microbiológicos) utilizada nos pacientes, merece destaque, visto que é o insumo de vital importância neste procedimento, refletindo na qualidade da diálise e na sobrevida dos pacientes. Durante a década de 70, a água utilizada para a hemodiálise era somente potável, e contaminantes presentes na mesma estariam sendo responsáveis por eventos adversos durante a terapia dialítica; evidenciando desta maneira a importância de realizar um tratamento de purificaçao. No Brasil, inicialmente foram estabelecidos valores máximos permitidos definidos pela portaria n°2042/1996 passando pela resoluçao RDC n°154/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e atualmente pela RDC nº 11/2014 da ANVISA. Embora a água que chega aos Serviços de Terapia Renal, seja potável para o consumo humano, a mesma nao é adequada para o uso em Hemodiálise. Diante da percepçao da necessidade de tratamento efetivo da água, este trabalho tem por objetivo apresentar estratégias utilizadas pela Clínica Nefrológica de Franca (CNF) para garantir a qualidade da água a ser utilizada nos pacientes em Hemodiálise. Material e Método: Foram avaliadas publicaçoes em livros e artigos de periódicos específicos sobre o tema em português disponíveis nas bases de dados: SCIELO e LILACS, compreendidas no período de 1996 a 2017. Durante o período de julho de 2015 á março de 2017 a CNF utilizou água potável da SABESP para a realizaçao das sessoes de hemodiálise, sendo a mesma purificada por osmose reversa duplo passo, com utilizaçao de gerador de ozônio no período noturno e passagem contínua da água purificada por sete pontos de luz ultravioleta (sendo quatro pontos no looping, um ponto no pré-tratamento (pós filtro de carvao) e dois pontos na osmose reversa RR). Resultados: Neste período os parâmetros mensais da água purificada utilizada neste serviço permaneceram ideais e dentro do previsto pela resoluçao vigente. Discussao e Conclusoes: Desta forma, concluímos que os procedimentos utilizados em nosso serviço de hemodiálise, inclusive com investimento em equipamentos nao obrigatórios pela RDC nº 11/2014 da ANVISA (osmose reversa duplo passo, gerador de ozônio e utilizaçao de Luz Ultra Violeta) foram eficazes na otimizaçao da qualidade da água a ser utilizada nos pacientes em Hemodiálise.

Palavras Chave: hemodiálise, qualidade da água.


ID: 5492

Infecçao de cateter – um problema permanente entre pacientes em hemodialise

Autores: de Andrade C A, Sena L, Neto E R d L, Neves C L

Instituiçoes: Hospital Ana Nery – SALVADOR – Bahia – Brasil

Introduçao: Infecçao bacteriana é importante causa de morbi-mortalidade em pacientes com Insuficiência renal crônica (IRC) em Hemodiálise (HD). A incidência na literatura de Infecçao de corrente sanguínea relacionada a cateter (ICSRC) é de 1,2-2,5/1000 pacientes-dia. O objetivo deste estudo foi conhecer a incidência de infecçao relacionada a cateter entre pacientes em hemodiálise do Hospital Ana Nery (HAN), a microbiologia e apresentar proposta terapêutica a fim de reduzir heterogeneidade do tratamento. Material e Método: Foram estudados casos de infecçoes de pacientes em HD entre Janeiro/2015 a Julho/2016. Suspeita de infecçao relacionada a cateter foi levantada diante de sinais clínicos de infecçao como presença de secreçao ou hiperemia em óstio, bacteremia, febre, instabilidade hemodinâmica. Foram coletadas hemoculturas pareadas e analisados perfil microbiológico, terapêutica adotada, necessidade de internamento e sucesso do tratamento. Resultados: Trata-se de estudo retrospectivo em que, dos 165 pacientes do programa de HD, 130 apresentaram algum tipo de infecçao. A incidência média de infecçao relacionada a cateter entre os portadores de cateter de longa permanência (CLP) foi 9,14% cateter-dia (52% dos casos de infecçao de cateter) e entre os portadores cateter de curta permanência (CCP) foi 1,37% cateter-dia (48% dos casos de infecçao de cateter). Registradas 2,31 infecçoes/1000 cateter-dia no período. O germe mais prevalente foi S. aureus (23,42%) seguido pelo S. epidermidis com 13,71%. 8,75% dos casos com internamento hospitalar. Discussao e Conclusoes: Houve incidência maior de ICSRC em portadores de CLP (38,41% do total de infecçoes) comparada à incidência em CCP (35,59%). Esses dados sao conflitantes quando comparados com a literatura, possivelmente pela diferença do tempo de uso do cateter. Foram registradas mais internaçoes por infecçao em CLP 36,16% versus 29,54% (CCP), provavelmente por adotar-se estratégia de salvamento aos CLP. O perfil de sensibilidade do S. aureus evidencia 8 eventos por germes multissensíveis (MSSA) e 2 com germes resistentes (MRSA) associados a CLP. Em CCP houve incidência maior de eventos e maior proporçao de S. aureus multirresistente, com 13 casos por MSSA e 5 MRSA. Pacientes com cateter infectados por S. aureus têm baixas taxas de sucesso com lock terapia. Sugere-se retirada imediata do CCP na vigência de infecçao a menos que nao haja outra via disponível. Para CLP vale adotar estratégia de salvamento do cateter iniciando antibioticoterapia guiada por culturas e lock terapia.

Palavras Chave: Infecçao de Cateter, lock terapia


ID: 5528

Analise das admissoes de um programa de diálise peritoneal no periodo de 2015 e 2016 de um hospital universitario

Autores: Zerbinato V A S, Coelho G S, Sa V C A F

Instituiçoes: HUCAM – Vitoria – Espirito Santo – Brasil

Introduçao: O diagnóstico de Insuficiência Renal Crônica (IRC) tem aumentado em proporçoes alarmantes, e com este a necessidade de novos centros de diálise, bem como a divulgaçao da Diálise Peritoneal (DP) como método dialítico efetivo e viável. O presente estudo teve como objetivo analisar as admissoes de pacientes no Programa de Diálise Peritoneal nos anos de 2015 e 2016. Material e Método: Trata-se de uma pesquisa documental retrospectiva de natureza predominantemente qualitativa, realizada a partir da análise de dados de planilhas e indicadores do programa de DP. Resultados: Os resultados evidenciaram desenvolvimento do Programa de DP, diante de elevado número de admissoes, principalmente paciente novo em terapia e provenientes do tratamento conservador. No ano de 2016, houve um aumento do número de pacientes provenientes de outro método dialítico. Observou-se que o Programa de DP apresentou crescente desenvolvimento nos últimos 2 anos, admitindo total de 42 pacientes, e mantendo uma proporçao superior a 50% do total de pacientes em terapia dialítica. Discussao e Conclusoes: Atribui-se a esse crescimento o aumento da demanda de pacientes que necessitam de Terapia Renal Substitutiva (TRS) associado às melhorias desse Serviço de Diálise Peritoneal, tais como estrutura física, inclusao de novos profissionais, desenvolvimento de nova técnica para implante de cateter pelo próprio nefrologista, otimizaçao do treinamento do paciente e maior envolvimento da equipe na obtençao de uma assistência qualificada. Outro dado encontrado no estudo foi que, nesses anos, a proporçao de pacientes em DP manteve-se acima de 50%, diferentemente da realidade do Brasil, onde somente 7% da populaçao utiliza DP como tratamento para DRC.

Palavras Chave: insuficiência renal crônica. diálise peritoneal. terapia renal substitutiva.


ID: 5537

Variaçao da pressao arterial entre o pré e o pós hemodialise: padrao de prevalencia e impacto sobre a taxa de mortalidade

Autores: Souza J A C, Antunes A A, Silva C F, Castro M C M

Instituiçoes: Instituto de Nefrologia de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O comportamento da pressao arterial (PA) pré e pós-HD é bastante variável. Estima-se que 10 a 20% dos pacientes apresentem hipotensao e 5 a 15% hipertensao no pós-HD. As variaçoes na prevalência estao associadas a diferenças nos critérios diagnósticos. Em qualquer das duas situaçoes parece haver uma elevaçao na taxa de mortalidade desses pacientes. Material e Método: O comportamento da PA sistólica (PAS) foi avaliado em 280 pacientes em HD em um centro único de tratamento. A idade foi de 59,4 ± 15,2 anos e o sexo masculino em 42%. Utilizando a média da diferença entre os valores da PAS pré e pós-HD durante o período de um mês, definimos hipotensao como reduçao da PAS maior que 30mmHg, hipertensao como qualquer elevaçao da PAS e utilizamos como referência uma reduçao da PAS entre 0 e 30 mmHg. Após a classificaçao os pacientes foram seguidos durante 13 meses. Ao final do seguimento, o comportamento da PAS pré e pós-HD foi novamente avaliado. As taxas de mortalidade durante o período de observaçao foram calculadas. Os dados sao expressos como M ± DP. Resultados: Entre o pré e pós-HD, 5,4% dos pacientes apresentaram hipotensao (reduçao média da PAS de 38,5±7,9mmHg), 43,9% reduçao da PAS entre 0 e 30mmHg (média de 10,5 ± 7,3mmHg) e 50,7% apresentaram hipertensao (elevaçao média da PAS de 13,6 ± 10,5mmHg). A taxa de mortalidade nesses grupos foi de 6,7; 8,9 e 12,7%, respectivamente.Em funçao do pequeno número de pacientes avaliados, a curva de sobrevida de Kaplan Meier mostrou apenas uma tendência nao significante para maior mortalidade nos pacientes que apresentaram elevaçao da PAS. A taxa de mortalidade global foi de 10,7%. 228 (81,4%) pacientes foram reavaliados após 13 meses. Apenas 50% dos casos apresentaram o mesmo comportamento da PAS entre o pré e o pós-HD observado na avaliaçao inicial, nos outros 50% houve uma mudança no padrao de comportamento da PAS. Discussao e Conclusoes: A reduçao da PAS na HD está associada com melhora da sobrevida, enquanto qualquer elevaçao da pressao está associada com aumento da mortalidade. Portanto, qualquer elevaçao da PAS durante a HD deve ser avaliada para estabelecer a causa, corrigir o problema e reduzir a mortalidade. Entretanto, o comportamento da PAS entre o pré e o pós-HD varia ao longo do tempo, o que pode dificultar a interpretaçao dos resultados.


ID: 5559

Perfil epidemiolgico do portador de doença renal cronica da unidade de hemodialise do Hospital do Rim em Ribeira do Pombal – Bahia

Autores: Oliveira J R F, Nunes M J L, Souza N B, Gois M K B, Souza A S, Souza M F, Bastos L F, Ribeiro A C O, Garrido A P O, Costa D E S

Instituiçoes: Hospital Do Rim – Hemovida Clínica De Hemodiálise – Ribeira Do Pombal – Bahia – Brasil

Introduçao: O Programa de Terapia Renal Substitutiva da unidade de diálise do Hospital do Rim – Hemovida, situado no município de Ribeira do Pombal, no Estado da Bahia, com uma populaçao rural, de sessenta mil habitantes, à trezentos kilômetros de Salvador (BA), no território do portal do sertao, abrangendo um total de quatorze municípios e uma populaçao de quatrocentos mil habitantes. Neste município dispomos de um hospital geral regional com unidades de referências: emergência; terapia intensiva; banco de sangue; centro cirúrgico; maternidade; enfermaria de pediatria, clínica médica e cirurgia geral; apoio diagnóstico (Laboratório, Rx e Tomografia) e rede ambulatorial de especialidades. Este faz parte do Sistema de Regulaçao do Sistema Unico de Saúde para toda regiao. Atualmente com 160 pacientes no programa regular de hemodialise, equipe multiprofissional de assistência, credenciado na Secretaria da Saúde do Estado da Bahia e Ministério da Saúde, conforme à RDC nº. 154/2014 da ANVISA, desenvolvido há quatro anos, considerada de grande relevância e interiorizaçao da Nefrologia neste Estado. Material e Método: Estudo de corte transversal e analise comparativa dos diversos aspectos epidemiologicos encontrados na unidade de hemodialise conforme o Censo Brasileiro de Diálise: genero, faixa etária, patologia básica, co-morbidades (Diabetes e Hipertensao arterial), acesso vascular, mortalidade, prevalencia de virus B, C e HIV, vacina para virus B, realizaçao de Tx renal, complicaçoes da hemodialise, internamentos, exames de laboratorio do programa e pesquisa da doença de Fabry. Resultados: Baixa incidência de diabetes mellitus; Hipertensao arterial como causa principal de DRC. Alto índice de utilizaçao de CDL/HD; Incidência aumentada de reaçao pirogênica e bacteremia decorrente do uso prolongado de CDL; Taxa de mortalidade reduzida; Causa mortis relacionado com às DCV; Baixo índice de intercorrências e internamentos; Parâmetros de nutriçao e Imunidade contra o vírus B em conformidade. Discussao e Conclusoes: diabetes mellitus nao representou a principal causa de DRC; Baixa taxa de mortalidade comparado com à nacional; Alto indice de acesso vascular (CDL) sendo o maior entrave para o desenvolvimento do programa devido a taxa de infecçao relacionado; Baixo índice de internamento; Ausência de virus B na unidade; cinco transplantes renais realizados com doador falecido no centro de referência; Baixo indice de desnutriçao e acesso garantido as medicaçoes de alta complexidade do programa de TRS.

Palavras Chave: Hemodialise, Doenca renal crônica, Hipertensao aretrial, diabetes mellitus, Acesso vascular.


ID: 5663

Incidência de infecçao de corrente sanguínea dos acessos vasculares dos pacientes em hemodiálise

Autores: Ribeiro R C H M, Mazer LE, Bertolin D C, Rangel C H I F, Santos M C, Cesarino C B, Ribeiro R M, Rodrigues C C, Ribeiro D F

Instituiçoes: Faculade de Medicina de Sao José do Rio Preto FAMERP – Sao José do Rio Preto – SP – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Para a realizaçao do tratamento de hemodiálise, é necessário um tipo de acesso vascular temporário ou permanente, sendo eles: cateter venoso central, fístula arteriovenosa ou próteses. Porém, os mesmos podem levar a um risco de infecçao devido à falta de manutençao adequada. Objetivos: Caracterizar os aspectos sócio demográficos, econômicos e clínicos dos pacientes de hemodiálise de um Hospital Escola no município de Sao José do Rio Preto e analisar os tipos de acessos e a incidência de infecçao destes pacientes. Material e Método: Pesquisa de análise de prontuário eletrônico, quantitativa tipo descritivo corte retrospectivo, de janeiro a dezembro de 2015. Resultados: Foram analisados 292 prontuários eletrônicos de pacientes em hemodiálise, onde 37 casos foram notificados de infecçao de corrente sanguínea, sendo que 56,2% do sexo masculino, 51,4% tinham idade superior a 60 anos com média de 58,1 anos, 58,9% residem em outros municípios e 55,1% eram aposentados. A doença de base que mais se destacou foi o diabetes mellitus (37,6%) seguido de glomerulonefrite crônica (23,2%) e hipertensao arterial (22,3%). Dentre as sorologias 95,5% sao negativas, com um pequeno destaque para Hepatite C (2,5%). O acesso venoso mais encontrado no serviço foi a FAV (61%), porém no momento da infecçao eram 70,3% de Permcath, sendo o agente Staphylococcus aureus prevalente (24,4%). Destes pacientes 87% nunca tiveram infecçao, 9,6% se infectaram apenas uma vez e 0,7% tiveram mais de quatro tipos de infecçao durante o ano de 2015. Discussao e Conclusoes: Verificou-se que o Permcath é o tipo de acesso mais infectado e o Staphylococcus aureus é o agente etiológico de maior incidência na corrente sanguínea dos pacientes. A educaçao continuada deve ser uma grande aliada aos riscos de infecçao, e deve ser realizada tanto para o profissional da saúde quanto para os pacientes e acompanhantes.

Palavras Chave: Incidência; Infecçao; Hemodiálise; Doença Renal Crônica.


ID: 5668

Peritonite esclerosante encapsulante: uma complicaçao tardia da diálise peritoneal

Autores: Rocha N G C, Alves A Q N, Matsuura A J, Santos C D N, Ferreira T F

Instituiçoes: Hospital de Base do Distrito Federal – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A peritonite esclerosante é uma rara e severa complicaçao da diálise peritoneal (DP), caracterizada pela presença de reaçao inflamatória e fibrose no peritônio, sintomas de obstruçao intestinal, associada a tempo de realizaçao de DP. Material e Método: Relato de caso de paciente do serviço de Diálise Peritoneal na Unidade de Nefrologia do Hospital de Base do Distrito Federal, que iniciou quadro de dor abdominal, sendo feito diagnóstico por imagem de Peritonite esclerosante. Resultados: Paciente 20 anos, masculino, negro, portador de cistinose com diagnóstico na infância, em DP há 14 anos. Em março de 2016 apresentou quadro de dor abdominal, distensao e constipaçao intestinal. Exames laboratoriais (citometria e cultura de efluente) descartaram a hipótese de peritonite. Realizada tomografia de abdômen sendo observado espessamento difuso do peritônio, aspecto encapsulado de alças de delgado e calcificaçoes peritoneais. Iniciada corticoterapia por via oral com melhora dos sintomas, sendo suspensa a DP e transferido para hemodiálise.Após seis semanas do início da corticoterapia apresentou novo episódio de dor abdominal, distensao e constipaçao intestinal. Submetido a laparotomia exploradora, sendo constatada suboclusao intestinal, extensa calcificaçao e espessamento peritoneal com ascite septada e encapsulamento de alças intestinais. Realizada enterólise e drenada coleçao septada. O paciente encontra-se atualmente em hemodiálise, mantendo boa resposta. Discussao e Conclusoes: A esclerose peritoneal resulta de um processo inflamatório em que ocorre fibrose da membrana peritoneal. O espectro clínico é variado, sendo a forma mais grave conhecida como peritonite esclerosante encapsulante (PEE). A fisiopatologia ainda é incerta, embora pareça haver um importante papel da soluçao de diálise, em especial as elevadas concentraçoes de glicose e os produtos finais de glicosilaçao avançada. O diagnóstico é feito através de critérios clínicos (sintomas obstrutivos e elevaçao de provas inflamatórias) e radiológicos (espessamento peritoneal e calcificaçoes, ascite loculada, espessamento da parede intestinal e intestino encapsulado). O uso de corticoide, tamoxifeno e cirurgia para enterólise podem ser utilizados, contudo estao baseados em estudos com baixo nível de evidência. A suspeita clínica deve ser feita em pacientes com longos períodos de diálise peritoneal e quadros de oclusao e suboclusao intestinal de modo a permitir o precoce e adequado manejo terapêutico visando melhores desfechos para esses pacientes.

Palavras Chave: Diálise peritoneal; peritonite; peritonite esclerosante encapsulante


ID: 5684

Avaliaçao da hipotensao intradialitica atraves de cardiografia por impedancia regional nao-invasiva

Autores: de Abreu M H F G, Borges L E, Tavares Filho H A

Instituiçoes: Biocor Instituto – Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: Hipotensao intradialítica (HID) é definida como uma diminuiçao da pressao arterial sistólica ≥ 20 mmHg ou uma diminuiçao da pressao arterial média ≥ 10 mmHg, associados a sintomas como desconforto abdominal, náuseas, caibras, inquietaçao, tonturas ou desmaios em pacientes durante sessao de hemodiálise. Ela prejudica o bem-estar do paciente, induz arritmias cardíacas, eventos coronários e/ou cerebrais isquêmicos, além de impedir a distribuiçao de uma dose adequada de diálise. A avaliaçao desses pacientes pode ser realizada por meio de um dispositivo nao-invasivo de cardiografia por impedância, a fim de melhorar a qualidade dos cuidados prestados e reduzir eventos adversos. Material e Método: Foram avaliados 28 pacientes em regime de hemodiálise convencional através do aparelho “NI Medical’s NICaS CS Bioimpedance Cardiac Analyzing Measuring System” (NICaS), mediante assinatura de termo de consentimento. As medidas foram realizadas imediatamente antes, na metade, nos últimos 5 minutos e 10 minutos após o término das sessoes de hemodiálise por em média 6 sessoes para cada paciente. Os dados obtidos foram analisados pelo software Hemodynamic Navigator. Resultados: Dos 28 pacientes estudados, 4 (14,2%) se mantiveram normotensos ou hipertensos e 24 (857%), experimentaram pelo menos um episódio de HID. Através dos parâmetros “cardiac power index CPI” e “total peripheral resistance index – TPRI”, os pacientes hipotensos foram alocados nas seguintes categorias: reduçao isolada do CPI (9 pacientes 32,1%), reduçao isolada do TPRI (6 pacientes – 21,4%) e reduçao de ambos os parâmetros (9 pacientes 32,1%). Discussao e Conclusoes: O CPI é um indicador da contratilidade cardíaca calculado pela multiplicaçao do índice cardíaco pela pressao arterial média. O TPRI mede a pós-carga e é influenciada pela vasodilataçao periférica. Esses índices diferenciam possíveis etiologias para a ocorrência de HID, com repercussoes na morbimortalidade dos pacientes com doença renal crônica. A intervençao rápida na HID se faz necessária para melhoria da qualidade dos cuidados prestados. A cardiografia por impedância regional nao-invasiva se mostrou uma ferramenta útil para identificar os pacientes de maior risco para HID e determinar se a causa da hipotensao é devido à reduçao da potência cardíaca (muito provavelmente devido a uma reduçao da pré-carga) ou devido à vasodilataçao. Dessa forma, torna se possível identificar o fator preponderante causador da hipotensao e traçar estratégias para evitá-la ou minimizar seus efeitos.

Palavras Chave: Hipotensao intradialítica; hemodiálise; bioimpedância, cardiografia


ID: 5700

Dados clínicos de apac em terapia renal substitutiva – alem da demografia

Autores: de Oliveira R C, Banin V B, Martin L C

Instituiçoes: FATEC Bauru – Bauru – Sao Paulo – Brasil, FMB UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A APAC consiste de um instrumento de registro que permite o pagamento dos procedimentos de alta complexidade no âmbito do SUS. Neste formulário constam informaçoes relativas à unidade prestadora, tipo de terapia e caráter do atendimento, além de informaçoes demográficas dos pacientes.Em sua última versao há indicadores de hematimetria, metabolismo ósseo, nutriçao, sorologias e acesso vascular. O objetivo é identificar a consistência dos dados clínicos provenientes de APACs-TRS. Material e Método: Foram recuperados arquivos relativos à APAC em terapia renal substitutiva(TRS) das bases de dados públicas disponíveis no site do DATASUS. Em seguida, por meio do software TabWin, concatenou-se os vários arquivos mensais dos 27 Estados Brasileiros em uma base única. Foi ainda verificada a integridade dos dados com relaçao à chave primária do paciente Cadastro Nacional de Saúde (CNS) e avaliadas as inconsistências em identificaçao dos registros. Os dados foram analisados utilizando-se o pacote estatístico IBM SPSS versao 20. Resultados: Foram avaliados 1.237.072 registros de APAC-TRS, sendo possível ainda agrupa-los em 136036 CNS distintos. As variáveis clínicas falharam no teste de normalidade e evidencia-se um padrao de distribuiçao dos dados que sugere arredondamentos frequentes para valores inteiros para todas as variáveis clínicas. Hb completitude de 71,5% 10,9(9,3-12). Fósforo completitude de 70,3% com mediana 5(4-6). Kt/V completitude de 37,4% 1,36(1-1,8).Alb 3,9(3,4-4); PTH 262 (108-547). Discussao e Conclusoes: A utilizaçao de bases administrativas em pesquisas centradas no paciente representa um desafio no que concerne ao volume de dados, verificaçao de inconsistências e integridade. A alta frequência de valores arredondados para números inteiros sugere intervençao humana no processo de preenchimento das APACs. Ainda, a presença de valores discrepantes sugere ausência de mecanismos de validaçao automatizados. Assim, a heterogeneidade das unidades de diálise quanto ao uso e disponibilidade de tecnologias de interface clínico-administrativo poderia explicar tanto o problema de completitude como os arredondamentos e valores discrepantes identificados. Estudos maiores investigando a disponibilidade e uso de tecnologias de informaçao em diálise tem o potencial de esclarecer as limitaçoes de infraestrutura, recursos humanos e econômicos neste processo.

Palavras Chave: APAC, diálise, DATASUS, qualidade, tecnologias de informaçao e comunicaçao, banco de dados.


ID: 5704

Ganho de peso interdialítico: variáveis que podem influenciar

Autores: Moura Neto J A, Moura D Q, Moura A F S, Paschoalin R P, Moura S S, Carvalho T C, Carvalho N P, Ramos S C, Paschoalin S P, Paschoalin E L, Moura Jr J A

Instituiçoes: Grupo CSB – – Bahia – Brasil

Introduçao: Ganho de peso interdialítico relaciona-se a pior prognóstico em pacientes em Hemodiálise (HD) sendo considerado variável independente de mortalidade. Admite-se que o controle adequado do ganho de peso melhorará o seguimento de pacientes em HD. O conhecimento de variáveis, que podem influenciar o ganho de peso, possibilita a adoçao de estratégias de abordagem que podem ajudar neste melhor controle. Objetivo: Analisar variáveis sociodemográficas e clinicas que podem influenciar no ganho de peso interdialitico numa unidade de HD na Bahia. Material e Método: Idade, gênero, tempo em diálise, presença de hipertensao, diurese residual e tipo de acesso vascular foram as variáveis estudadas como possíveis “fatores de risco” ao ganho de peso excessivo. Foram categorizados três faixas de ganho de peso; ≤ 1,5Kg, entre 1,5 e 3,0 e ≥ 3,0Kg. Resultados: No total, 350 pacientes tiveram a media semanal de ganho de peso aferida numa unidade de HD em Salvador. O ganho de peso médio foi de 2,3 ± 2,2 Kg. Cento e cinco pacientes tiveram ganho ≤ 1,5kg, 169 ganharam entre 1,6 e 2,9Kg e 76 ganharam ≥ 3,0Kg. A idade média dos pacientes que ganharam ≤ 1,5Kg foi de 54,1 ± 7,6Kg. Dos que ganharam entre 1,6 e 2,9, a idade média foi de 52,4 ± 7,9Kg. Dos que aumentaram ≥ 3,0, foi de 42,4 ± 6,8Kg. Na amostra, 241 (69%) eram homens. O numero de homens, conforme o ganho de peso, foi de 76, 119 e 46, respectivamente. O tempo médio em HD foi de 4,8 ± 7,4. O grupo que ganhou mais peso, teve tempo médio em HD, menor, de 2,85 ± 4,7 anos. A maioria dos pacientes tomavam anti-hipertensivos, 291 (83%) deles. Quanto a diurese residual, 151 (43%) pacientes referiam mais do que 100 ml/dia. Dos que ganharam menos peso, quase metade, 55 (52%) tinham diurese residual, enquanto no grupo que ganhou mais peso, apenas 25 (30,2%) referia diurese. Cinquenta eram anúricos. Da totalidade dos pacientes, 279 (79,6%) dialisavam por fistula arteriovenosa (FAV). Setenta e um pacientes dialisavam por cateter. Do grupo com ≤ 1,5Kg, 75 (73%) tinham FAV, assim como, 64 (84,3%) dos que ganharam mais peso também. Discussao e Conclusoes: 1- Os pacientes que ganharam mais peso eram mais jovens; 2 – O grupo que ganhou mais peso tinha menos tempo em diálise; 3 – Pacientes anúricos apresentaram maior ganho de peso.

Palavras Chave: Hemodiálise; Ganho de peso interdialítico


ID: 5705

Avaliaçao clinica e evolutiva dos pacientes em diálise peritoneal em uso de icodextrina: quatro anos de experiencia de um hospital universitario

Autores: Crespo C L, Dos Reis P F, Dias D B, Mendes M L, Caramori JT, Ponce D

Instituiçoes: Unesp – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A necessidade de concentraçoes maiores de glicose para manter o controle volêmico de pacientes em diálise peritoneal (DP) é freqüente e pode acarretar descontrole metabólico e glicêmico, além da geraçao dos produtos tóxicos da degradaçao da glicose (GDP) levando à falência da membrana peritoneal. A Icodextrina é considerada nova soluçao e pode promover ultrafiltraçoes sustentadas, reduçao de hiperglicemia e nao gerar GDP. O objetivo deste estudo foi avaliar o uso da icodextrina em paciente em DP quanto à indicaçao, complicaçoes, controle volêmico e sobrevida. Material e Método: Estudo retrospectivo realizado em um serviço de DP de um hospital universitário. Os dados foram coletados através do sistema informatizado do ambulatório de DP, de 2012 a 2016 e englobou pacientes incidentes e prevalentes no método tratados com icodextrina. Foram avaliados quanto à idade, gênero, doença de base, indicaçao ao uso de icodextrina, composiçao corporal por meio da bioimpedância elétrica pré e pós introduçao do uso da icodextrina, infecçoes (infecçao do orifício de saída e peritonite), motivo de mudança de método dialítico e sobrevida tanto da técnica quanto do paciente. Resultados: Foram avaliados no período 37 pacientes em DP em uso de icodextrina. A média de idade foi 59,13 ± 17,7 e a principal doença de base foi DM(67,57%). Hipervolemia foi a principal indicaçao do uso de icodextrina, em 70,2% dos pacientes, seguida de alteraçoes metabólicas em 10,8%. A composiçao corporal (água intracelular – AI e extracelular – AE) avaliada por BIA unidirecional foi alterada pelo uso da soluçao supracitada, apresentando aumento da AI de 50 (46,2 -52%) para 52 (48,7 -54%), p = 0,013 e reduçao da AE de 50,6 ± 5% para 48,9 ± 4,6%, p = 0,016. A prevalência de infecçoes (peritonite e IOS) foi de 10,8%, a sobrevida dos pacientes foi de 450 (328 – 575) dias, enquanto a sobrevida da técnica foi de 429 (266-610 dias). A mudança para hemodiálise ocorreu em 11 pacientes (29,7%), sendo a complicaçao mecânica o principal motivo (45,5%), seguida de infecçao (36,4%). Discussao e Conclusoes: A sobrevida da técnica foi prolongada nos pacientes em uso de DP e icodextrina, assim como a sobrevida dos próprios pacientes. O controle volêmico foi atingido nestes pacientes, com alteraçao significativa da composiçao da água corporal total e hipervolemia nao foi indicaçao de mudança de método em nenhum caso. Nossos resultados sugerem que a icodextrina é uma soluçao eficaz no controle volêmico dos pacientes em DP.

Palavras Chave: diálise peritoneal, icodextrina, hipervolemia, sobrevida


ID: 5716

Principais intercorrencias em hemodialise e interferencias na vida diaria

Autores: Lira M N, Lima A S R, Barros M B S C

Instituiçoes: Hospital Barao de Lucena – HBL – Recife – Pernambuco – Brasil

Introduçao: Nos últimos anos, o número de pacientes mantidos em programa crônico de diálise tem aumentado consideravelmente. objetivo: Identificar as principais intercorrências em hemodiálise e as interferências na vida diária. Material e Método: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa em uma unidade hospitalar de referência. A coleta de dados foi realizada no período de setembro a outubro de 2015, através de dados primários. Fizeram parte deste estudo 49 pacientes mantidos em tratamento hemodialítico. Os dados foram coletados, sendo duplamente digitados no programa EPI INFO versao 3.5.2 e conferidos em relaçao a possíveis inconsistências. As análises estatísticas foram executadas através de parâmetros baseados em medidas relativas e absolutas. Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisas, Nº: CAAE 47383515.9.0000.5197. Resultados: As intercorrências mais frequentes foram a hipotensao arterial seguida de anemia (83,67%); câimbras musculares (77,55%) e a cefaleia (75,51%). Dentre as interferências na vida diária destacam-se: interferência em atividades profissionais (77,55%), alimentaçao (71,43%) e lazer (63,27%). Discussao e Conclusoes: O sexo masculino, adultos em transiçao 40-59 anos e idosos foram grupos prevalentes neste estudo corroborando com o Censo Brasileiro de Diálise em 2014. A complicaçao mais prevalente em hemodiálise foi a Hipotensao Arterial. Esta afecçao diminui a sobrevida do paciente e porventura, aumenta a probabilidade de lesao renal devido à hipóxia tecidual episódica, incluindo também lesao isquêmica do miocárdio e cerebral. Devido a esses fatores a hipotensao deve ser rigorosamente monitorada tendo em vista que, é a mais frequente complicaçao intradialítica e que pode ocasionar graves consequências se negligenciada. A Anemia também foi referida pelos participantes da pesquisa como principal complicaçao, embora este dado nao foi comparado laboratorialmente. Conforme recomendaçoes das diretrizes clínicas internacionais (KDOQI), a taxa de hemoglobina para pacientes renais crônicos deve estar entre 11-12 g/dL. As caimbras sao sintomas rotineiros na hemodiálise, predominando nos membros inferiores e habitualmente precedidos de hipotensao arterial. Essas intercorrências interferem nas atividades laborais dos pacientes, de lazer e de vida diária. A avaliaçao dessas intercorrências deve estar inserida no processo de trabalho da enfermagem, a fim de promover um tratamento de qualidade e seguro para o paciente renal crônico em hemodiálise.

Palavras Chave: Insuficiência Renal Crônica; Complicaçoes; Hemodiálise; Cuidados de Enfermagem


ID: 5722

Consumo alimentar de pacientes que realizam hemodialise no Hospital Universitario de Juiz de Fora (MG)

Autores: Andrade B D, Aguiar A S

Instituiçoes: Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: A avaliaçao dietética nos pacientes submetidos à hemodiálise é importante. Através dela é possível conhecer as tendências de consumo alimentar e traçar estratégias para o aumento da qualidade de vida destes indivíduos. Material e Método: A avaliaçao do consumo alimentar foi realizada por meio da análise de Recordatório de 24h aplicado no mês de julho de 2014, pela Equipe de Nutriçao do HU-UFJF. O Recordatório de 24h de cada paciente foi analisado e os itens de consumo foram classificados, segundo o Guia Alimentar para Populaçao Brasileira de 2014, em grupos: alimentos in natura ou minimamente processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados. Resultados: Foram analisados os Recordatórios 24h de 36 pacientes em hemodiálise. O consumo médio diário de energia per capita foi de 1.094,37 ± 507,19 kcal, sendo 60,06 ± 22,56% proveniente de alimentos in natura ou minimamente processados, 15,51 ± 13,74% de alimentos processados, 21,13 ± 20,22% de alimentos ultraprocessados e 3,28 ± 10,94% de suplementos alimentares. A contribuiçao dos alimentos ultraprocessados para o total de energia consumida variou de 0 a 68,6%. Juntos, arroz (14,79 ± 13,19) e feijao (6,54 ± 7,01) contribuíram, em média, com mais de um quinto (21,33%) da energia consumida ao longo do dia. Em relaçao ao grupo dos produtos processados, observa-se uma elevada média de contribuiçao calórica do pao francês para a dieta dos pacientes (14,36 ± 13,60%). Dentre os itens de consumo considerados ultraprocessados, destacam-se bolos, tortas e biscoitos doces (4,93 ± 8,84% das calorias diárias), paes industrializados (4,49 ± 9,23%), biscoitos salgados (4,83 ± 12,54%) e prantos prontos (2,28 ± 9,88%). Discussao e Conclusoes: Os pacientes em hemodiálise do Hospital Universitário de Juiz de Fora apresentaram um baixo aporte calórico diário. No entanto, a análise foi realizada apenas com um Recordatório 24hs, o qual pode nao representar a ingestao habitual destes indivíduos. O percentual de contribuiçao calórica do grupo de ultraprocessados é elevado, com destaque para a alta ingestao de bolos, tortas e biscoitos doces, além de paes industrializados, que sao fontes de carboidratos simples e gorduras trans, que podem aumentar o risco do desenvolvimento de comorbidades associadas a Doença Renal Crônica, como doenças cardiovasculares e diabetes. Além disso, muitos destes produtos ultraprocessados apresentam aditivos de fósforo em sua composiçao e por isso, seu consumo deve ser desestimulado para o controle da fosfatemia.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Hemodiálise, Consumo de Alimentos, Alimentos Industrializados.


ID: 5729

Absorçao de glicose do dialisato em pacientes em diálise peritoneal: associaçao com fatores clínicos e laboratoriais

Autores: Silva M Z C, Reis N S d C, Bordin B C, de Oliveira R C, Costa N A, Bufarah M N B, Barretti P, Caramori J S CT

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista – HCFMB – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Pacientes em diálise peritoneal (DP) absorvem glicose da soluçao de diálise, o que promove desequilíbrio energético e/ou efeitos tóxicos decorrentes dessa exposiçao continuada. O objetivo deste estudo foi avaliar fatores clínicos e laboratoriais associados à absorçao de glicose em pacientes em diálise peritoneal. Material e Método: Estudo transversal, retrospectivo, realizado em pacientes prevalentes em DP em um Hospital Universitário. Foram coletados dados clínicos, laboratoriais e do teste de equilíbrio peritoneal (PET) a partir de prontuários. Para cálculo do percentual de absorçao da glicose foi considerada a diferença entre glicose infundida e drenada após período de quatro horas. A classificaçao do PET foi realizada de acordo com a relaçao dialisato/plasma da creatinina. Considerando o percentual de absorçao de glicose como variável dependente, foi realizada regressao múltipla incluindo como variáveis preditoras: idade, índice de massa corporal (IMC), hemoglobina glicada, proteína C reativa, tempo de diálise e classificaçao PET. Foi utilizado o software SPSS e valores de p < 0,05 foram considerados significativamente estatísticos. Resultados: Estudo com 60 pacientes com idade de 57,7 ± 15,2 anos, 55% mulheres, 53,3% diabéticos, e IMC 26 ± 5 kg/m². A principal doença de base foi nefropatia diabética (40%) e o tempo mediano em DP foi de 14 meses (7-19). A modalidade predominante foi DP Cíclica Contínua (60%) e a média de absorçao de glicose foi 65,5%. A análise de regressao múltipla mostrou que o IMC e a classificaçao do PET mostraram-se independentemente associadas à maior absorçao de glicose (p < 0,01). Discussao e Conclusoes: Esta pesquisa está em concordância com a literatura, visto que pacientes rápidos transportadores e com maiores valores do IMC estiveram associados à maior absorçao de glicose, podendo contribuir para alteraçoes metabólicas e eventos cardiovasculares.


ID: 5733

É possivel avaliar sobrecarga de volume corporal por bioimpedancia unifrenquencial em pacientes em diálise peritoneal?

Autores: Reis N S d C, Silva M Z C, Bordin B C, de Oliveira R C, Costa N A, Bufarah M N B, Barretti P, Caramori J S CT

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hipervolemia é um problema comum em pacientes em diálise peritoneal (DP) e associa-se a maior morbimortalidade. O diagnóstico da sobrecarga de fluidos necessita ser realizado incluindo ferramentas objetivas, como a utilizaçao da bioimpedância. O objetivo deste estudo foi verificar a concordância entre a sobrecarga de volume corporal (SVC) por meio de bioimpedância unifrequencial (BIAu) e os valores de overhydratation (OH) da bioimpedância multifrequencial (BIAm) em pacientes em DP. Material e Método: Estudo transversal, sendo incluídos pacientes prevalentes em DP em um Hospital Universitário. Foram realizadas avaliaçoes de BIAu e BIAm, em um mesmo momento. Calculou-se a SVC da BIAu com base na diferença entre a água corporal total obtida pela BIAu (ACT_BIAu) e a ACT estimada pela fórmula de Watson (W): [SVC = ACT_BIAu – W]. Para avaliar a concordância entre os valores obtidos foi utilizado o teste de Bland-Altman. O software SPSS foi utilizado e valores de p <0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados: A casuística consistiu de 37 pacientes com idade de 55 ± 15 anos, sendo 54,1% do sexo masculino e índice de massa corporal (IMC) de 26,64 ± 5,125 kg/m². A mediana do tempo em DP foi 14 meses e a modalidade predominante foi DP Cíclica Contínua (56,8%). O diagrama de Bland-Altman identificou que os valores de ACT_BIAu apresentaram viés sistemático em relaçao à ACT obtida pela BIAm em 3.6 L, observando também um viés de proporcionalidade nesta avaliaçao (p < 0,01). Partindo-se de um OH maior que -0,5L, observou-se uma boa concordância entre a SVC dada pela BIAu e a medida de OH dada pela BIAm, nao identificando-se viés sistemático ou de proporcionalidade entre os dois instrumentos. Discussao e Conclusoes: A avaliaçao do estado de hidrataçao por meio BIAm é ferramenta de maior custo e com menor reprodutibilidade quando comparado a BIAu. Esta pesquisa mostrou que a identificaçao da SVC por BIAu, dado sua concordância com a BIAm pode ser aplicada na avaliaçao de sobrecarga hídrica em pacientes em diálise peritoneal.


ID: 5746

Avaliaçao do uso da icodextrina na sobrevida da tecnica e mortalidade de pacientes em diálise peritoneal

Autores: Falbo P, Crespo C L, Banin V B, Alves C A, Barretti P, Ponce D

Instituiçoes: Unesp – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Substituir a glicose pela icodextrina busca minimizar a absorçao de glicose, o ganho excessivo de massa gorda, o aumento da ultrafiltraçao, o melhor controle pressórico e a preservaçao da funçao renal residual nos pacientes em diálise peritoneal (DP). Objetivos: Descrever experiência de um hospital universitário no uso de icodextrina como alternativa para manutençao de diálise peritoneal e comparar episódios de infecçao e sobrevida do paciente e da técnica em populaçoes que utilizaram e nao utilizaram a icodextrina como agente osmótico. Material e Método: Estudo observacional descritivo, entre 2012 e 2016, que avaliou 136 pacientes em DP. Os dados foram coletados de prontuário eletrônico e as variáveis analisadas foram: idade, sexo, doença de base, uso e indicaçao da icodextrina, complicaçoes infecciosas e mecânicas, sobrevida da técnica e dos pacientes. Os pacientes foram divididos em dois grupos (com e sem uso de icodextrina) e comparados quanto às variáveis de desfecho. Para variáveis categóricas foi utilizado Qui Quadrado e para contínuas Teste T ou Kruskal Wallis. Foram construídas curvas de sobrevidas utilizando log rank. Resultados: Foram incluídos 136 pacientes, dos quais 37 utilizaram icodextrina (27,2%). Durante o período avaliado nao houve diferença entre os grupos quanto à idade, sexo, internaçao ou recuperaçao renal. A principal doença de base no grupo em uso de icodextrina (grupo A) foi diabetes (67,5×22,2%, p < 0,001) e do sem icodextrina (grupo B) foi hipertensao (24,2×8,1%, p = 0,06). A principal indicaçao do uso de icodextrina foi hipervolemia (70,27%), seguido de distúrbios metabólicos (18,9%). A mortalidade foi semelhante nos dois grupos, no entanto o tempo até o óbito foi maior nos pacientes do grupo A [450 dias(328-75)] quando comparado ao grupo B [106 dias (36-399)], p = 0,069. A sobrevida da técnica foi maior no grupo A [429(266-610)x147dias (70-362), p < 0,001). A principal indicaçao de conversao para hemodiálise foi disfunçao mecânica, com taxas semelhantes em ambos grupos (38,4×53%, p = 0,24). As taxas de infecçao de orifício de saída e peritonite foram maiores no grupo A (43,2×15,1%, p < 0,001 e 64,8x 32,3% p < 0,001, respectivamente). A análise múltipla o uso de icodextrina foi associado a maior risco de peritonite (OR 11,8, IC 1,6-84, p = 0,014). Discussao e Conclusoes: Embora o uso da icodextrina tenha sido associado a maiores taxas de infecçao, tanto a sobrevida da técnica como a do paciente foram maiores neste grupo, o que sugere que a icodextrina colabora na preservaçao da membrana peritoneal.

Palavras Chave: Diálise peritoneal, icodextrina, sobrevida.


ID: 5749

Eficiencia de protocolos alternativos a anticoagulaçao sistemica nos pacienete com lesao renal aguda em hemodialise

Autores: Moraes G L, Ponce D, Oliveira M G, Souza L V, Batissoco M M, Bucuvic E M

Instituiçoes: Universidade Estadual Paulista – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hemodiálise (HD) isenta de heparina (HNF) normalmente é a escolha para pacientes com Lesao Renal Aguda (LRA), com alto risco de sangramento e necessidade de dialisar, porém essa modalidade implica em protocolos alternativos à anticoagulaçao sistêmica. Objetivo: Identificar e comparar a eficiência de protocolos alternativos a anticoagulaçao sistêmica na realizaçao de sessoes de HD na LRA. Material e Método: Ensaio clinico prospectivo que avaliou sessoes de HD em pacientes com LRA, no período de agosto de 2016 a janeiro de 2017, com indicaçao de HD e contraindicaçao de heparinizaçao sistêmica. Foram estabelecidos quatro protocolos alternativos a anticoagulaçao sistêmica: Protocolo 1 (P1): flushes de cloreto de sódio 0,9% (SF0,9%), protocolo 2 (P2): infusao constante de SF0,9%, protocolo 3 (P3): lavagem do sistema com uma soluçao de HNF somado flushes de SF0,9% e protocolo 4 (P4): lavagem do sistema com uma soluçao de HNF somado a infusao constante de SF0,9%. Os dados foram expressos como média ± desvio-padrao, mediana ou percentagem. Diferenças entre os grupos foram analisadas pela análise de variância, prova nao paramétrica de Mann Whitney ou pelo teste do Qui quadrado. O desfecho primário foi a coagulaçao e a significância estatística valor de p < 0,05. Resultados: Realizamos 50 sessoes de HD em pacientes com LRA e com contraindicaçao de anticoagulaçao sistêmica sendo: P1 = 11 sessoes, P2 = 14 sessoes, P3 = 13 sessoes e P4 = 12 sessoes. A coagulaçao foi avaliada em cada um dos protocolos sendo que esteve presente em 25,54% no P1, 45,45% no P2, 7,69% no P3 e 41,66% no P4. Na comparaçao entre os protocolos em relaçao a coagulaçao, nao houve diferença estatística entre os mesmos, provavelmente pelo pequeno tamanho amostral. Porem quando se observa o P3 versus P2 (p = 0,06), P3 versus P4 (p = 0,07) e P3 versus P1+P2+P4 (p = 0,07) existe uma tendência a favor do P3. No conjunto de sessoes que coagularam a média da pressao venosa (PV) foi de 240 ± 83,40 enquanto as que nao coagularam foi de 177 ± 93,4 (p = 0,029) e a mediana da idade foi maior no conjunto de sessoes que nao coagularam quando comparado ao conjunto coagulado 64 (54-65)/57 (55-57) (p = 0,011). Discussao e Conclusoes: O Protocolo 3: Lavagem do sistema com uma soluçao de PNF somado a flushes de SF0,9%, parece ser a melhor alternativa para a realizaçao da HD isenta de HNF. A PV do sistema extracorpóreo mais alta e a menor idade foram preditores a coagulaçao do sistema.

Palavras Chave: Lesao renal aguda, anticoagulaçao sistêmica, hemodiálise, coagulaçao.


ID: 5763

Análise do Cenário de Acreditaçao ONA no Brasil em Centros de Nefrologia e Terapia Renal Substitutiva

Autores: Moura Neto J A, Moura A F S, de Oliveira L P, Carneiro L C M, Lessa M R, de Oliveira E C, de Santana N A, Paschoalin E L, Moura Jr J A

Instituiçoes: Grupo CSB – – Bahia – Brasil

Introduçao: A busca pela excelência nas organizaçoes de saúde é recente. Neste contexto, a acreditaçao surge como alternativa para certificar e implementar uma cultura de qualidade. Trata-se de um procedimento voluntário, periódico e que visa garantir a qualidade da assistência integral, através de padroes aceitos universalmente. Pressupoe avaliaçao de processos, resultados e de aspectos estruturais.Existem três metodologias de acreditaçao no Brasil. A Organizaçao Nacional de Acreditaçao (ONA) é a mais difundida e divide suas certificaçoes em nível 1, 2 e 3. Organizaçoes que atingem este último nível sao consideradas Acreditadas com Excelência. Na nefrologia e em centros de Terapia Renal Substitutiva (TRS), este ainda é um fenômeno discreto. A falta de incentivo e a crise no setor podem ser justificativas. Além disso, as dimensoes continentais evidenciam distinçoes importantes entre os estados no país. O presente trabalho se propoe a avaliar o cenário e as diferenças regionais referentes à acreditaçao ONA em centros de Nefrologia e TRS no Brasil. Material e Método: Foi realizada pesquisa bibliográfica, com levantamento dos dados e localizaçao das unidades de TRS acreditadas pela ONA no Brasil em 22 de maio 2017. Resultados: Em maio de 2017, havia 577 organizaçoes de saúde com certificaçoes válidas pela ONA no Brasil. Dessas, 255 no estado de SP. Em relaçao à certificaçao ONA tipo Nefrologia e TRS, dentre os 747 centros de TRS no Brasil, existiam 15 certificaçoes. Curiosamente, o cenário se inverte em relaçao aos estados. Sete das organizaçoes estao localizadas na BA, duas em SP e uma delas em cada estado (SC, PE, MS, DF, PA, SE). Comparativamente, na mesma data, existiam 29 centros de Hemoterapia com certificaçoes ONA num universo equivalente a menos da metade do número de centros de TRS no Brasil. Contabilizando apenas os centros de TRS Acreditados com Excelência, existem 10 certificaçoes válidas Nível 3 no Brasil. Dessas, seis localizadas na BA. Discussao e Conclusoes: Estes dados nos permitem fazer algumas inferências. 1) Apenas 2% dos centros de Nefrologia tem acreditaçao ONA e somente 1,3% sao Acreditados com Excelência. 2) Existe discrepância entre as regioes, sendo a Bahia o estado líder em centros acreditados de Nefrologia e TRS. As razoes para isso nao estao claras. Os autores acreditam que parte dessa diferença seja em razao do posicionamento estratégico de um grupo do referente estado, detentor de cinco das dez organizaçoes Acreditadas com Excelência no país.

Palavras Chave: Hemodiálise; Terapia Renal Substitutiva; Qualidade; Acreditaçao


ID: 5767

Diálise peritoneal e peritonites: a importancia do equilibrio entre indicadores e senso clinico

Autores: Siqueira T M A, Urbini dos Santos C, Britto W L d M, de Salles F C d C M B, Schincariol P, Quadros K R d S, de Oliveira R B

Instituiçoes: Unicamp – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A peritonite infeciosa é a maior complicaçao para os pacientes em diálise peritoneal (DP). Características particulares de um dado serviço e grupo de pacientes podem influenciar as taxas dessa infecçao, que mesmo adequadas necessitam de análise aliada ao julgamento clínico. Objetivo: Caracterizar o perfil dos episódios de peritonites nos pacientes em programa crônico de DPdo Serviço de Nefrologia do HC-UNICAMPdurante um período de 15 meses. Material e Método: Estudo retrospectivo, observacional e descritivo. Amostra composta de 76 pacientes submetidos à DP no período de Jan/2016 a Mar/2017. Foram coletados dados clínicos e demográficos, tais como idade, sexo, tempo em DP, retirada de cateter, número de peritonites, agente etiológico isolado, presença de cuidador, modalidade dede DP, uso de medicaçoes como heparina e antibiótico tópico. Resultados: Ocorreram 21 casos de peritonite infeciosa em um total de 76 pacientes tratados no período resultando em uma taxa de peritonite de 0,35 episódios/ano. Dentre os pacientes que desenvolveram peritonite, 15 (71%) eram mulheres, com idade média de 56±17 anos. O tempo em DP foi de 33 (7 a 152) meses, sendo a principal modalidade DP automática em 10 (48%) pacientes; 16(76%) dos pacientes realizavam seu próprio tratamento e usavam antibiótico tópico [mupirocina em 13 (62,5%)]. Nao houve diferença significativa entre os pacientes que desenvolveram ou nao peritonite em relaçao ao uso de heparina, antibiótico tópico ou à presença de cuidador para troca de bolsa. Os microrganismos mais prevalentes foram Staphylococcus sp. e Mycobacterium, ambos com 3 (14%) dos casos. A cultura foi negativa em 5 (24%) dos pacientes. Aproximadamente metade dos casos necessitaram de internaçao para tratamento, e em 11 (52%) houve a necessidade de remoçao do cateter. Um paciente evoluiu para óbito secundário a peritonite e 9 foram transferido para hemodiálise. Discussao e Conclusoes: A taxa de peritonite observada encontra-se dentro do preconizado pelas recomendaçoes de 2011 da Sociedade Internacional de Diálise Peritoneal (ISPD), que sugere que a taxa de 0,36 episódios/ano. O fator “uso de antimicrobiano tópico” pareceu nao influenciar o resultado observado. Em que se pese a adequaçao da taxa descrita nesse estudo, os episódios de peritonites podem cursar com elevada necessidade de remoçao do cateter e taxa de mortalidade.

Palavras Chave: diálise peritoneal, peritonites, doença renal crônica


ID: 5784

Perfil clínico – epidemiológico dos pacientes dialíticos atendidos em um Hospital Público do Distrito Federal

Autores: Carvalho A G

Instituiçoes: Fepecs – Gama – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A insuficiência renal (IR) é uma doença que compromete toda a estrutura do organismo caracterizando como uma enfermidade sistêmica e resulta quando os rins nao conseguem exercer sua funçao. É subdividida em lesao renal aguda – LRA e doença renal crônica – DRC. O tratamento da IR vai ocorre conforme o tipo e a evoluçao da doença, a hemodiálise é a terapia dialítica mais utilizada. Objetivo: O objetivo deste estudo será analisar o perfil clínico epidemiológico dos pacientes dialíticos atendidos em um hospital público de Brasília – Df. Métodos: Será realizado um estudo descritivo, exploratório, retrospectivo com abordagem quantitativa, utilizando prontuários de pacientes que realizaram tratamento hemodiálitico no ano de 2016. Material e Método: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, retrospectivo com abordagem quantitativa.Será realizado no Hospital Regional de Santa Maria – HRSM, que é um hospital público-privado vinculado a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal – SES/DF. É um hospital de grande porte e o segundo maior hospital do DF com trezentos e oitenta e quatro leitos, sendo quarenta de Unidade de Terapia Intensiva – UTI. A pesquisa será realizada na unidade de nefrologia na qual possui duas salas de Hemodiálise – HD, que funciona no segundo andar e realiza terapia dialítica em pacientes internados, com a capacidade de atendimento em média de trezentos pacientes por mês.Os pacientes que necessitam de HD sao assistidos por técnicos, enfermeiros nefrologistas, médicos nefrologistas e por uma equipe multidisciplinar. Os prontuários que serao analisados ficam arquivados na sala da chefia de enfermagem, organizados em ordem alfabética e divididos em pastas. Os prontuários digitais ficam armazenados no sistema online Trakcare, em que sua consulta poderá ser realizada de qualquer computador da rede pública, desde que tenha permissao com senha para acesso. A populaçao do estudo será composta por todos os pacientes dialíticos do HRSM atendidos no ano de 2016. Participarao do estudo os pacientes que realizaram tratamento hemodiálitico no ano de 2016 que se adequarem aos critérios de inclusao e exclusao da pesquisa descritos a seguir.Serao incluídos todos os prontuários físicos e eletrônicos de pacientes independente da idade, de ambos os sexos, que realizaram HD no ano de 2016. Serao excluídos prontuários nao acessíveis. Resultados: Meu resultado está em fase final e estará pronto em setembro. Discussao e Conclusoes: estao em fase final e estará pronto em setembro.

Palavras Chave: Epidemiologia Hemodiálise Insuficiência Renal


ID: 5838

Obstipaçao em diálise peritoneal: fatores associados e potencial impacto na atividade inflamatoria intraperitoneal

Autores: Leinig C E, Kunii L, Claro L, Merlin J, de Moraes T P, Pecoits-Filho R

Instituiçoes: Pontificia Universidade Catolica do Parana – Curitiba – Parana – Brasil

Introduçao: A obstipaçao intestinal é uma queixa comum em pacientes em diálise peritoneal (DP), porém os fatores associados a esta condiçao clínica sao pouco conhecidos, e o impacto clínico da obstipaçao, além do aumento no risco descrito para peritonites, ainda nao foi estudado. O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência de obstipaçao, seus fatores associados e a relaçao com marcadores inflamatórios de risco para complicaçoes da DP. Material e Método: Pacientes adultos e clinicamente estáveis em diálise peritoneal foram incluídos neste estudo observacional e transversal. A obstipaçao intestinal foi definida a partir dos critérios de diagnóstico ROMA III. O padrao de ingesta de nutrientes foi avaliado a partir de inquérito dietético. TNF-α, IL-6 e albumina foram mensurados no dialisato drenado após a permanência noturna. Resultados: 52 pacientes em DP (57% mulheres; 53 ± 14 anos de idade, 36% de diabéticos) foram avaliados. A prevalência de obstipaçao foi de 81% (n = 42). Sexo, presença de diabetes e obesidade nao foram associados a maior risco de obstipaçao. Por outro lado, pacientes em CAPD (100%) e com tempo em DP maior (43 ± 40 meses) apresentaram maior prevalência de obstipaçao, quando comparados e pacientes em APD (64%, p < 0.05) e com menos tempo em DP (27 ± 21 meses, p < 0.05). A ingesta proteica e de fibras solúveis e nao solúveis foram maiores (4,2 ± 3,4, 5,3 ± 3,6, em pacientes obstipados comparados aos nao obstipados (respectivamente, 2,0 ± 1,0, p < 0.05 e 3.1 ± 1,2, p < 0.05). Pacientes obstipados apresentaram níveis mais elevados de albumina (475 ± 167mg/L) e MCP-1 (501 ± 295) no dialisato quando comparados com pacientes sem obstipaçao (respectivamente 245 ± 131mg/dL, p < 0.001 e 327 ± 141, p < 0.002). Os níveis de TNF-alfa e IL-6 no dialisato nao foram diferentes entre pacientes obstipados comparados aos nao obstipados. Discussao e Conclusoes: A prevalência de obstipaçao é elevada entre pacientes em DP, especialmente em pacientes na modalidade de CAPD e pacientes com maior tempo em terapia. Pacientes obstipados apresentaram maior ingesta de fibras, provavelmente devido a orientaçoes nutricionais anteriores. Finalmente os níveis de albumina e MCP-1 no dialisato foram mais elevados em pacientes com obstipaçao, apontando para uma potencial maior atividade inflamatória peritoneal neste subgrupo de pacientes. O impacto destas observaçoes deve ser avaliado em estudos longitudinais para avaliar potenciais efeitos adversos da obstipaçao em resultados clínicos de pacientes em DP.

Palavras Chave: Obstipacao, diálise peritoneal, inflamaçao


ID: 5841

Causas de doença renal cronica em pacientes do programa de diálise peritoneal em um hospital de referencia no estado do Pará

Autores: da Silva R L R, da Silva L L, Pessoa R D O A, Soares S G R, de Oliveira Neto D R, do Nascimento S H S

Instituiçoes: FHCGV – Belem – Pará – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde mundial, com elevada incidência e prevalência no Brasil, associando-se a desfechos desfavoráveis atribuídos às suas complicaçoes, como anemia, acidose metabólica, doença mineral óssea e desnutriçao. Entre os indivíduos com maior propensao a desenvolver DRC, destacam-se os hipertensos, diabéticos, idosos, os com doença cardiovascular, familiares de portadores de DRC e pacientes em uso de drogas nefrotóxicas1. As causas de DRC estao atreladas a doenças primárias dos rins, doenças sistêmicas com repercussao renal e às doenças do trato urinário, sendo que a hipertensao arterial sistêmica (HAS), o diabetes melito e as glomerulopatias sao os maiores expoentes etiológicos dessa entidade clínica². Material e Método: A amostra é composta por 19 pacientes com DRC, em estágio V, dialíticos, matriculados no programa de diálise peritoneal (DP) na Fundaçao Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém-Pará até abril de 2017. Trata-se de estudo clínico, epidemiológico, transversal, observacional, descritivo, retrospectivo, de centro único, com objetivo de avaliar a ordem de prevalência etiológica da DRC nestes pacientes. Resultados: Dos pacientes avaliados, observou-se que 42% estavam acima de 60 anos de idade, 58% eram hipertensos, 32% diabéticos, 5% tinham rins policísticos, 5% glomeruloesclerose segmentar e focal e 16% a causa era desconhecida. Discussao e Conclusoes: HAS foi a principal etiologia da DRC encontrada no presente estudo, seguida de DM, observaçao compatível com o apontado pelo relatório do censo brasileiro de 2013, da Sociedade Brasileira de Nefrologia, onde HAS e DM corresponde a, respectivamente, 33,8% e 28,5%. Conclusao: Frente à alta prevalência populacional destas comorbidades, convém ratificar a importância do diagnóstico precoce e acompanhamento ambulatorial regular, na tentativa de minimizar as chances de ocorrência e progressao da patologia primária, bem como a sua evoluçao para DRC. 1Bastos MG, Bergman R, Kirsztajn GM. Doença renal crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Rev. Assoc. Med. Bras. 2010;56(2): 248-53. ²Ribeiro RCHM, et al. Caracterizaçao e etiologia da insuficiência renal crônica em unidade de nefrologia do interior do Estado de Sao Paulo. Acta. Paul. Enferm. 2008;21: 207-11.

Palavras Chave: HAS, DRC doença renal crônica


ID: 5888

Sistematizaçao da assistencia de enfermagem: tecnologia para o cuidado ao paciente com doença renal cronico

Autores: de Amorim T S, Ferreira A K d S, Donade A P, Silva L d Q, Viana L M, Cardoso NT S, Gomes N X, Mendonça P I d S, Bastos T G d O, Clemente T P

Instituiçoes: Clínica de Diálise do Eusébio – EUSEBIO – Ceara – Brasil

Introduçao: Entendemos que as relaçoes de cuidado em enfermagem nao podem ser substituídas, mas sim fortalecidas com a utilizaçao dos recursos tecnológicos pelos profissionais, se considerados a otimizaçao e o uso racional do tempo. Assim, há o desenvolvimento de atividades preferencialmente assistenciais e uma melhor e maior integraçao e gerenciamento do cuidado ao cliente como um todo continuamente. (BAGGIO; ERDMANN; SASSO, 2010). A consulta de enfermagem representa o primeiro momento para a aplicaçao da SAE, sendo uma atividade privativa do enfermeiro, que através de um método e estratégia de trabalho científico, realiza a identificaçao das situaçoes de saúde/doença, subsidiando a prescriçao e implementaçao das açoes de Enfermagem. Dessa forma, vem contribuir para a promoçao, prevençao, recuperaçao e reabilitaçao da saúde do indivíduo, família e comunidade. Neste contexto, a SAE fornece um método organizado e sistemático para uma análise do estado de saúde do indivíduo, identificando suas necessidades e padroes de resposta aos problemas, possibilitando a determinaçao de soluçoes apropriadas no atendimento dessas necessidades. Dessa forma o presente estudo tem por objetivo, com base nos referenciais teóricos, relacionar à sistematizaçao de enfermagem a tecnologia para o cuidado do paciente renal crônico. Material e Método: Trata-se de uma revisao bibliográfica dos recentes artigos relacionados aos temas sistematizaçao da assistência de enfermagem, tecnologias para o cuidado ao paciente renal crônico. Resultados: Percebe-se uma relevância sobre o estudo já que o mesmo possibilitou o levantamento bibliográfico sobre as estratégias e tecnologias de cuidado de enfermagem ao paciente renal crônico proporcionando uma síntese do conhecimento já produzido. Além disso, as evidencias referem-se sendo um dispositivo importante a ser utilizado nos serviços como orientaçao da pratica clinica no cenário de cuidado ao paciente renal crônico, proporcionando uma melhoria na qualidade da assistência. Discussao e Conclusoes: Ratificando, foi possível observarmos sobre a enorme importância da utilizaçao da tecnologia no cuidado do paciente com doença renal crônica relacionando a SAE, já que essa ferramenta possibilita o profissional de saúde a utiliza-la no seu cotidiano de trabalho. Visto que, o cuidado e a tecnologia estao interligados nos possibilitando uma gama infinita de açoes ao cuidado do paciente.

Palavras Chave: Cuidados de enfermagem, tecnologias, insuficiência renal crônica.


ID: 5894

Analise de um centro de diálise peritoneal no periodo de 2011 a 2017: mudança no perfil bacteriologico

Autores: Rodrigues M E, Alves de Oliveira C H, Costa A d P, Vieira Brandao B B, Watanabe H N, Leal K C, Paresoto J

Instituiçoes: Renal Care Centro de Prevençao e Tratamento de Doenças Renais – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A peritonite é uma complicaçao grave da diálise peritoneal (DP). As peritonites por bactérias Gram negativo tendem a ser mais graves e com maior mortalidade. Tradicionalmente havia um predomínio de bactérias Gram positivas, como causadoras deste evento. Uma mudança neste perfil vem sendo observada, gerando a necessidade de uma investigaçao. Material e Método: Foi feita uma análise do resultado das culturas obtidas de material colhido nos casos de peritonites ocorridos entre janeiro de 2011 a maio de 2017 em um centro de nefrologia localizado em Brasília-DF (Renal Care-DF), com ênfase nas bactérias isoladas. Foi enfatizada a presença dos grupos Gram positivo e negativo e percentual de cada um em momentos diferente da análise. Resultados: Foram observadas 117 peritonites no período. Chamou atençao o crescimento no número de peritonites por bactérias Gram negativas, principalmente neste início de 2017, quando este tipo de microrganismo foi responsável por 58,82% de todas as causas de peritonite da unidade e de 72% das culturas positivas para bactérias, em comparaçao com apenas 28% de culturas positivas para Gram positivos, excluindo-se os casos de culturas negativas e aqueles sem coleta de material para exame. Apesar deste crescimento, nao houve mudança no perfil de sensibilidade aos antibióticos em relaçao aos anos anteriores, com as bactérias Gram negativas sendo sensíveis às quinolonas, cefalosporinas de 3ª geraçao (Ceftriaxona) e aminoglicosídeos, em 100% dos casos. Discussao e Conclusoes: A observaçao dos casos analisados ao longo do período de estudo mostrou um crescimento considerável nos episódios de peritonites provocadas por bactérias Gram negativas, com queda daquelas provocadas por Gram positivos. As possíveis causas para esta mudança ainda precisam ser melhor avaliadas. Como as peritonites por Gram negativos estao muito ligadas à colonizaçao/infecçao de local de saída do cateter, o uso maciço de Mupirocina pode ser uma das causas, por interferir no crescimento local destas bactérias, permitindo uma maior presença de Gram negativos neste local. Alguns trabalhos mostram menor índice de peritonite em populaçoes que fazem uso da Gentamicina local ao invés da Mupirocina, incluindo aí todo o perfil de bactérias. Uma outra causa possível a ser investigada, seria a contaminaçao prévia dos pacientes na fase de início da terapia dialítica, na maioria das vezes ocorrendo após passagem pelos serviços de emergência em hospitais, em funçao do encaminhamento tardio e nao eletivo para o tratamento dialítico.

Palavras Chave: Peritonite Diálise Peritoneal Gram negativo.


ID: 5910

Implementaçao do nucleo de segurança do paciente em um serviço de diálise: relato de experiencia

Autores: Lira M N, Rocha R F, Lemos K C R, Morais I F, Carvalho D M A, Lima C R V, Chagas P A, Santos B M F C, Melo C M, Pedrosa A, Ferraz R N, Frazao C M F Q, Ramos V P

Instituiçoes: SOS Renal Services – Olinda – Pernambuco – Brasil

Introduçao: A segurança do paciente tem sido uma constante preocupaçao dos gestores e trabalhadores em saúde. Objetivo: Relatar a experiência da implementaçao do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) em um serviço de diálise. Material e Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em um serviço de nefrologia que atende 226 pacientes em tratamento por hemodiálise, localizado em Pernambuco, no período de janeiro a março de 2017. Resultados: Para a implantaçao do NSP, primeiramente houve a seleçao da equipe, a qual foi composta por: um nefrologista, um enfermeiro, um técnico de enfermagem, um colaborador da área administrativa e um funcionário de atividades gerais. Em seguida, a equipe fez um estudo nas Resoluçao da Diretoria Colegiada/RDC 36 de junho de 2013, e Resoluçao nº 11 de março de 2014. Elaborou-se um Plano de Segurança estabelecendo mecanismos de avaliaçao da qualidade e monitoramento dos processos por meio de indicadores ou outras ferramentas. Assim, foram selecionados para o plano, 11 riscos por meio do diagnóstico do processo e foram avaliados durante três meses, identificando tais resultados: nao comparecer à sessao de Hemodiálise 1%, 1%, e 1%; infecçao relacionada a acesso vascular 4%, 3%, e 1%; cateter obstruído 3%, 4%, e 3%; reaçoes pirogênicas 2%, 0% e 1%; perda de acesso vascular 1%, 1%, e 1%; falência do acesso vascular 6%, 6%, e 6%; infiltraçao de fístula arteriovenosa 1%, 0%, e 4%; coagulaçao de sistema extracorpóreo 3%,1% e 4%; troca de linhas de dialisadores 0%, 0% e 1%; hipoglicemia 7%, 7%, e 6% e hipotensao 24%, 31% e 37%. Discussao e Conclusoes: A equipe desenvolveu açoes no sentido de eliminar, reduzir, controlar ou prevenir estes eventos adversos e ou riscos ao paciente, tais como: identificar o motivo da falta as sessoes de HD; monitoramento, por meio de auditoria diária três vezes ao dia, no setor do reuso e durante as trocas de turno na sala de HD; check list para liberaçao da sessao de HD com quatro itens (conferir nome completo e registro do capilar e linhas com o paciente e ou acompanhante, aferir e registrar pressao arterial pré-HD e peso, e programar o equipamento); check list para liberaçao dos dialisadores para sala de HD composto de cinco (conferir registro, nome completo do paciente e turno de HD com a escala, realizar teste com fita reagente para concentraçao de ácido periacético), reuniao com os colaboradores, monitorar as açoes operacionais e os procedimentos de enfermagem; e treinamento contínuo. Foi possível a implementaçao do NSP em um serviço de diálise.

Palavras Chave: Segurança do Paciente, Diálise, Qualidade dos Cuidados de Saúde


ID: 5940

Funçao pulmonar e associaçao com a força muscular periferica, força muscular respiratoria e funcionalidade em paciente com doença renal cronica

Autores: Ferreira T S, Andrade F P, Borba G C, Gass R, Bragé A C N, Oliveira S G, Veronese F J V, Rovedder P M E

Instituiçoes: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil

Introduçao: Os pacientes com doença renal crônica (DRC) em estágio final que realizam hemodiálise apresentam intolerância ao exercício físico, a qual é caracterizada pela baixa da capacidade física e funcional, impactanto de forma negativa sobre a saúde e a qualidade de vida desses indivíduos. Objetivos: Avaliar a funçao pulmonar e sua associaçao coma força muscular respiratória, periférica e a funcionalidade na DRC. Material e Método: Foi realizado um estudo transversal com indivíduos de ambos os sexos. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) com número de CAAE 40167014.3.0000.5327. Todos os pacientes realizaram exame de espirometria para avaliar a funçao pulmonar através da capacidade vital forçada (CVF) e do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), manovacuometria para mensuraçao da força muscular respiratória através da pressao inspiratória máxima (PImáx) e pressao expiratória máxima (PEmáx), teste de uma repetiçao máxima (1RM) para mensuraçao da força muscular do quadríceps e o teste de caminhada dos 6 minutos (TC6M) para mensuraçao da funcionalidade. Utilizou-se o teste de normalidade de Shapiro Wilk. Foi realizado o teste de correlaçao de Spearman para correlacionar o VEF1 com a PImáx, com a força muscular do quadríceps e com o TC6M considerando significativo p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 15 pacientes, sendo 8 mulheres e 7 homens. Obtiveram-se médias de 13,19 ± 1,0L na CVF(81,39 ± 29,60% do previsto); 2,47 ± 0,86L no VEF1(78,30 ± 15,18% do previsto); -85,80 ± 32,24cmH2O na PImáx (-86,17 ± 29,60% do previsto); 100,73 ± 34,44 CmH2O na PEmáx (95,91 ± 19,68% do previsto); e, 454,20 ± 61,57m no TC6M(75,39 ± 22,77% do previsto). Observou-se uma forte correlaçao negativa entre o VEF1 e a PImáx (r = -0,75; p = 0,001), forte correlaçao positiva entre VEF1 e PEmáx (r = 0,611; p = 0,01), assim como uma correlaçao positiva muito forte entre VEF1 com o teste de 1RM (r = 0,900; p = 0,0001), uma forte correlaçao negativa entre a CVF com a PImáx (r = -0,753; p = 0,0001), forte correlaçao positiva entre CVF e PEmáx (r = 0,637; p = 0,007), correlaçao muito forte entre CVF e teste de 1RM (r = 0,919; p = 0,0001), correlaçao forte entre CVF e TC6M (r = 0768; p = 0,001) e VEF1 com TC6M (r = 0,743; p = 0,001). Discussao e Conclusoes: O presente estudo mostra que os pacientes com DRC avaliados apresentam um leve comprometimento na funçao pulmonar, reduçao na força muscular respiratória e na força periférica e uma diminuiçao na funcionalidade. Pacientes com melhor funçao pulmonar apresentaram melhor força muscular respiratória e periférica e maior funcionalidade. Esses resultados reforçam a importância de um programa de exercícios, a fim de diminuir problemas clínicos e funcionais nessa populaçao.

Palavras Chave: funçao pulmonar, força muscular periferica, força muscular respiratoria, doença renal cronica.


ID: 5955

Avanço tecnológico na hemodiálise/cuidado de enfermagem

Autores: Silva H F, Santos L R

Instituiçoes: Diálise -Comércio e Importaçao – Salvador – Bahia – Brasil

Introduçao: Nos últimos anos as doenças crônicas têm recebido maior atençao dos profissionais de saúde, pois, sao doenças que contribuem para o aumento da taxa de morbimortalidade da populaçao. O enfermeiro é o profissional protagonista no acompanhamento processo da hemodiálise, desde a instalaçao, assistência até a promoçao da educaçao em saúde aos pacientes e seus familiares. A popularizaçao de hemodiálise deve-se aos avanços tecnológicos que incluem o aprimoramento de máquinas e a fabricaçao de dialisadores mais eficientes e seguros, e, também, ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas de confecçao de acessos vasculares permanentes. Objetivo Descrever a avanço tecnológico na hemodiálise associado ao cuidado de enfermagem. Material e Método: Levantamento bibliográfico sobre a evoluçao tecnológica do tratamento hemodialítico. Sendo, portanto, um estudo de revisao bibliográfica que terá como fonte de informaçoes literatura especializada como, livro de textos relacionados com a temática, artigos científicos obtidos através do banco de dados eletrônico. Resultados: Evoluçao tecnológica em relaçao a: Máquinas, dialisadores e membranas, reprocessamento de dialisadores e linhas, acesso vascular, concentrados e tratamento de água, como será mostrado nas figuras impressas. Discussao e Conclusoes: O fato mais marcante foi o desenvolvimento e a aplicaçao da informática nos equipamentos de hemodiálise. Nesta proposta, a máquina de diálise e o profissional enfermeiro tornam-se parceiros para a conquista de uma qualidade assistencial; A partir de entao a evoluçao dos conhecimentos e a evoluçao tecnológica tem sofrido um espantoso desenvolvimento. Nesta área de tratamento dialítico, o avanço garante facilidade de manuseio aos profissionais e a uma utilizaçao otimizada dos recursos relevantes em diálise, apresentando ainda vantagens econômicas, logísticas e ambientais. O avanço tecnológico facilita o trabalho, mas deve-se ter cuidado para que a atençao à máquina nao sobreponha à atençao ao cliente o objeto do cuidado de enfermagem.

Palavras Chave: Avanço tecnológico, hemodiálise, cuidado de enfermagem


ID: 5962

Relaçao entre resultados da fita reagente de nitrogenio ureico salivar e ph salivar na monitorizaçao da funçao renal em pacientes com drc em hemodialise em Angola

Autores: Sacomboio E, de Gama Santiago C G, Calice-Silva V, Raimann J G, Evans R, Levin N, Pecoits-Filho R

Instituiçoes: Dept. of Renal Medicine and Transplantation, Bart’s Health – Gra-Bretanha (Reino Unido), Fundaçao Pró-Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil, Icahn School of Medicine at Mount Sinai – Estados Unidos, Instituto Superiores de Ciências de saúde/Universidade Agostinho Neto – Angola, Nephrology Departament, Queen Elizabeth Center Hospital – Malaui, Pontifícia Universidade Católoca do Paraná – Curitiba – Parana – Brasil, Renal Research Institute – Estados Unidos

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública em Angola. Devido à crise econômica que se instalou em Angola em 2009 as unidades de hemodiálise nao tem realizado os exame de rotina (creatinina e uréia séricas) nos pacientes em HD. A fita de nitrogênio urêico salivar (SUN) já foi descrita como tendo uma boa performance diagnóstica quando testada em pacientes com DRC em diferentes estágios (Raimann et al., 2011), entretanto, especula-se que o pH salivar básico possa alterar os resultados da fita de SUN, dados estes ainda nao estudados em pacientes com DRC. O objetivo deste estudo foi avaliar se existe associaçao entre pH salivar e os resultados de SUN em um grupo de pacientes com DRC submetidos a HD em Luanda, Angola. Material e Método: Pacientes entre 17 e 67 anos com diagnóstico de DRC, submetidos a HD em uma clínica em Luanda, Angola no período de 06/2016 a 12/2016 foram incluídos. Em todos os participantes, foram realizados os testes SUN, de pH salivar medido através de fita reagente, creatinina (SCr) e nitrogênio urêico séricos (BUN) antes e após a hemodiálise. O pH maior que 6 foi considerado como o ponto de corte para avaliar a influência deste nos resultados de SUN. Correlaçao de Sperman foi utilizada para avaliar a existência de associaçao entre pH salivar e os resultados de SUN pré e pós diálise e em situaçoes de pH > 6. Teste T-pareado foi aplicado para avaliar a variaçao destes parâmetros após HD. Resultados: Cinquenta pacientes em hemodiálise crônica no período foram incluídos no estudo. Deste grupo de pacientes 27(54%) eram homens, e a idade média encontrada foi de 43,14 (± 13.6) anos. Conforme análises realizadas, a associaçao entre os valores de pH salivar e SUN pré e pH salivar e SUN pós-HD de toldos os pacientes foi significativa (p = 0,01 e p > 0,001 respectivamente). Essa associaçao (pH e SUN) nao foi encontrada quando analisados o grupo de pacientes com pH > 6 (p = 0,09). O T-teste pareado mostrou que ocorreram reduçoes das concentraçoes de pH e SUN após HD. Discussao e Conclusoes: Pela primeira vez se avaliou a associaçao entre o pH salivar medido por fita reagente e os resultados de SUN em pacientes com DRC em hemodiálise. Nossas análises nao demonstraram associaçao entre pH > 6.0 e resultados de SUN, sugerindo que o pH salivar nao afetaria o desempenho diagnóstico de SUN nesta populaçao. Mais estudos sao necessários para melhor entender essa associaçao e comprovar os resultados descritos acima.

Palavras Chave: Nitrogênio Urêico Salivar Fita reagente Doença renal crônica pH salivar


ID: 5614

Qualidade de vida relacionada a saude de pacientes idosos mantidos em hemodialise

Autores: Luz A N P, Nader A R B A, Galizoni A C L, Romao Junior J E, Araujo M R T, Abensur H

Instituiçoes: Hospital Beneficiencia Portuguesa de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A qualidade de vida (QDV) é um forte indicador de avaliaçao da qualidade dos atendimentos prestados pelos serviços de saúde, e a QDV de pacientes mantidos em hemodiálise (HD) está relacionada ao prognóstico evolutivo destes doentes. Observamos atualmente um aumento crescente de pacientes idosos iniciando tratamento dialítico e poucos sao os estudos analisando a percepçao e satisfaçao de idosos com sua saúde. Material e Método: Estudamos 84 pacientes mantidos em HD (idade 63 ± 17 anos, tempo em HD 54 ± 62 meses), dos quais 40 tinham idade > 65 anos (77 ± 8 anos – Grupo Idosos) e 44 tinham idade < 65 anos (50 ± 11 anos – Controle). Foi aplicado o questionário genérico de autoavaliaçao da QDV SF-36 (36Item Short-Form Health Survey, EUA). Resultados: Nao observamos diferenças significantes entre o tempo em HD, peso, hemoglobina, cálcio e Kt/V entre os grupos. As médias da ureia, cálcio, fósforo, PTHi e albumina sérica eram maiores no Grupo Controle. O índice de comorbidade de Charlson era maior (p < 0,0001) no Grupo Idoso (7,9 ± 1,9) do que no Grupo Controle (4,5 ± 2,1).Os escores do questionário dos Grupo Idosos foram estatisticamente inferiores do que os do Grupo Controle nas dimensoes capacidade funcional (36,9 ± 31,4 vs. 61,5 ± 27,7; p < 0,001), estado geral da saúde (43,0 ± 16,1 vs. 53,3 ± 17,2; p = 0,002), vitalidade (41,0 ± 22,5 vs. 53,1 ± 18,2; p = 0,004), aspectos sociais (55,0 ± 25,6 vs. 68,8 ± 28,5; p = 0,011), saúde mental (58,4 ± 17,9 vs. 67,1 ± 13,5; p = 0,007). Nao observamos diferenças estatísticas entre os Grupos nos componentes aspectos físicos, dor e aspectos emocionais. Os coeficientes de correlaçao de Pearson entre idade e as dimensoes da QDV foram: CF (-0,3,924; p < 0,001), AF (-0,533; p = 0,595), DOR (-0,055; p = 0,956), SG (-2,828; p = 0,005), VIT (-3,625; p < 0,001), AS (-2,199; p = 0,03), AE (0,315; p = 0,753) e SM (-1,757; p = 0,077). Observamos correlaçao negativa significante entre a idade e o componente de saúde física (-2,726; p = 0,007) e mental (-2,637; p = 0,01). Discussao e Conclusoes: Concluiu-se que pacientes idosos em HD apresentaram escores dos componentes físico e mental significativamente inferiores aos de mais jovens. Pesquisas voltadas à avaliaçao de QDV sao relevantes e podem instrumentalizar a prática diária do cuidado.

Palavras Chave: qualidade de vida; hemodialise; idosos.


ID: 5538

Declinio das atividades basicas e instrumentais da vida diaria em idosos com 80 anos ou mais em hemodialise

Autores: Portela O T, Cintra R S C, Nascimento I P, Casarin B F, Paula M I, Belasco A G S

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A capacidade física para realizar as atividades da vida diária (AVDs), envolvem as relacionadas ao autocuidado, alimentar-se, banhar-se, vestir-se e, as atividades instrumentais da vida diária (AIVDs), envolvem a capacidade do idoso levar uma vida independente dentro da comunidade onde vive, inclui preparar refeiçoes, realizar compras, utilizar transporte, administrar as próprias finanças, tomar seus medicamentos. Estudo com objetivo de identificar a mobilidade física em idosos longevos, com doença renal crônica em programa de hemodiálise, através dos instrumentos: Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD) (variaçao de 0 a 6 pontos)(1), Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) (variaçao de 9 a 27 pontos)(2,3,4) e Escala de Depressao Geriátrica(5) (Variaçao de 0 a >7). Material e Método: Estudo transversal, quantitativo, realizado em sete unidades de terapia renal substitutiva, na cidade de Sao Paulo, no período de março de 2015 a novembro de 2016. Amostra de 103 idosos com 80 anos ou mais, em tratamento hemodialítico crônico. Dados analisados estatisticamente pelo SPSS 20.0. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE 43094015.6.0000.5505). Resultados: Dados mostram, 63 (61,2%) eram homens com idade entre 80 e 97 anos, sendo observada uma mediana de 84 anos. Segundo a classificaçao de AVDs, 87 (70,9%) eram longevos totalmente independentes. Na classificaçao segundo AIVDs, 32 (31%) dos longevos eram independentes e 37 (35,9%) tinham dependência moderada ou grave. Verificou-se que, em média, os longevos com dependência moderada e grave, segundo a AIVD, apresentam médias similares e superiores ao dos longevos com dependência leve (p = 0,006). Adicionalmente, constatou-se fraca correlaçao positiva, porém significante entre idade e escore de AVD, apontando que quanto maior a idade, maior a dependência (r = 0,220; p = 0,026). Finalmente, identificou-se associaçao entre classificaçao de AIVD e depressao (GDS) (p = 0,025). Os longevos com sintomas de depressao apresentaram porcentagem maior de dependência grave (29,4%) comparado aos demais longevos. Portanto, em longevos em hemodiálise, a idade e a depressao se associaram com maior grau de dependência. Discussao e Conclusoes: Prevençao e tratamento de depressao dos octogenários podem minimizar os efeitos sobre a limitaçao para AIVD.

Palavras Chave: longevos, mobilidade fisica, hemodiálise


ID: 5536

Perfil de idosos octogenarios em terapia renal substitutiva: aspectos clínicos e sociodemograficos

Autores: Portela O T, Sesso R C C, Nascimento I P, Casarin B F, Paula M I, Belasco A G S

Instituiçoes: Universidade Federal de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O tratamento da doença renal crônica terminal no idosoé muito particular, pois está associado à fragilidade orgânica fisiológica desta faixa etária, além de geralmente estar acompanhado de doenças cardiovasculares, respiratórias e osteoarticulares. (1,9). O objetivo do estudo foi identificar o perfil sociodemográfico de idosos com 80 anos ou mais que realizam hemodiálise. Material e Método: Estudo transversal, quantitativo, realizado em sete unidades de diálise, na cidade de Sao Paulo (BR), no período de março de 2015 a novembro de 2016. Amostra composta por 103 idosos com 80 anos ou mais, em programa crônico de hemodiálise. Nas entrevistas, foram utilizados os seguintes instrumentos: Classificaçao Econômica – Brasil, 2015, que classifica em 5 classes sociais, considerando itens de conforto e grau de instruçao, varia de 0 a 100 pontos, Escala de Apoio Social do Medical Outocomes Study (MOS) (2), varia de 0 a 95 pontos e, quanto mais alta a pontuaçao, melhor o apoio social. Avaliaçao do Indice de Comorbidades de Charlson(3), varia de 0 a 33 pontos. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE 43094015.6.0000.5505). Resultados: Os 103 idosos da amostra, representam 7,8 % de um universo de 1.344 indivíduos em diálise, nas unidades participantes. A média de idade foi 84 anos (variaçao de 80 a 96 anos), sendo 63 (61%) masculinos, 55 (53%) casados, 44 (43%) viúvos. Em média possuíam 7,6 anos de escolaridade (variaçao de 0 a 15 anos), 57 (55%), tinham fistula arteriovenosa e 39 (38%) usavam cateter venoso de longa duraçao. A média do tempo em diálise, na ocasiao da entrevista, foi de 47 meses (variaçao de 4 a 192), 36,8 (38%) pertenciam a Classe C2 e 24,2% (25) à C1, resultados impactados pelo índice de analfabetos ou com ensino fundamental incompleto, que foi de 31 (30%). A pontuaçao média da MOS foi 86, o que mostra um bom aporte social. As principais causas da doença renal foram hipertensao arterial com 38 (36,8%) e diabetes com 25 (24%), entretanto, 75 (73%) dos indivíduos eram hipertensos e 41 (40%) diabéticos na ocasiao da entrevista. A pontuaçao média do Indice de Comorbidades foi de 3.7, que varia de 0 a 33 e quanto maior pior o prognóstico(4). Discussao e Conclusoes: Pacientes longevos em diálise crônica sao em sua maioria de classe social baixa, tem bom suporte social e um índice de comorbidades elevado. Conhecer as características da populaçao muito idosa em hemodiálise é de fundamental importância para subsidiar açoes de melhoria para a assistência à saúde do idoso e suporte social.

Palavras Chave: Longevos, Hemodiálise, Idosos


ID: 5627

Analise da sobrevida de pacientes incidentes em hemodialise ao longo de 5 anos com base no indice de Charlson

Autores: Luz A N P, Girardi R S, Romao Junior J E, Araujo M R T, Abensur H, Nascimento E l P

Instituiçoes: Hospital Beneficiencia Portuguesa de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Insuficiência Renal Crônica, uma das epidemias do século XXI, afeta significativamente a sobrevida dos doentes. Uma frequência elevada de comorbidades descrita em pacientes iniciando hemodiálise está associa- da a risco aumentado de morte. Entretanto, a validade e valor prognóstico de índices de morbidade tem sido pouco descrito nesta populaçao. O objetivo deste estudo foi analisar o impacto do uso do Indice de Comorbidade de Charlson (ICC) na sobrevida de pacientes iniciando programa de hemodiálise. Material e Método: Realizamos um estudo em coorte prospectiva estudando 137 pacientes incidentes em hemodiálise no período 2010 a 2016, estratificados de acordo com a escala ICC (Grupo 1: ICC de 2-4, 53 pacientes, 19% com diabetes e idade 43 ± 13 anos; Grupo 2: ICC entre 5-7, com 40 pacientes, 35% diabéticos e idade 66 ± 14 anos; e Grupo 3: ICC > 7, com 44 pacientes, 61% com diabetes e idade 74 ± 13 anos) e analisando a mortalidade por todas as causas. Aplicamos o coeficiente de regressao e a curva de sobrevida de Kaplan-Meier para cada Grupo do ICC. Resultados: A idade média dos pacientes era 60 ± 17 anos (29% com idade > 75 anos), a maioria era de homens (61%), 55 (37%) eram diabéticos e 45% com sobrepeso ou obesidade; 26 (19%) pacientes faleceram(cardiovascular 50%, sepse 31% e tumores 12%) e 22 (16%) foram transplantados no período. A sobrevida em 4 anos dos pacientes do Grupo 1 foi 89%, a do Grupo 2 de 74% e a do Grupo 3 de apenas 29% (p < 0,0001).Os diabéticos do grupo 1 apresentam taxa de sobrevida, aos 4anos, de 86%; os do grupo 2 de50%; e os do grupo 3 de48% (p = 0.0001). Considerando os pacientes com idade > 75 anos e ICC > 7, a sobrevida de 3 anos foi de apenas 16%. Discussao e Conclusoes: O ICC mostrou habilidade em discriminar o risco de mortalidade de curto prazo de pacientes incidentes em hemodiálise. O uso de escores de comorbidade, como o ICC, pode ser útil na definiçao do prognóstico de paciente iniciando programa de hemodiálise, incluindo a decisao sobre alternativas que visem maior sobrevida e melhor qualidade de vida de pacientes mais fragilizados e com elevado percentual de comorbidades.

Palavras Chave: Charlson; insuficiência renal crônica; hemodialise


ID: 5934

Musicoterapia durante as sessoes de hemodialise: uma tecnologia para o cuidado de enfermagem ao renal cronico

Autores: de Amorim T S, Ferreira A K D S, Donade A P, Silva L D Q, Viana L M, Cardoso NT S, Gomes N X, Mendonça P I d S, Bastos T G D O, Clemente T P

Instituiçoes: Clínica de Diálise de Baturité – BATURITE – Ceara – Brasil

Introduçao: A hemodiálise é uma das forma de terapia substitutiva para pacientes portadores de insuficiência renal crônica, na qual uma máquina realiza as funçoes dos rins comprometidos. O paciente deve permanecer no ambiente de uma clínica especializada neste tratamento que acontece 3 vezes por semana por 4 horas cada sessao. Para os adultos, este tratamento é limitante, requer tempo ocioso durante a sessao aonde o paciente deve permanecer sentado, preso a uma máquina. Destaca-se nas pesquisas, o uso terapêutico da música como terapia complementar para a promoçao da integralidade do cuidado, relatando que a música tem a capacidade de influir nos sentimentos, nas emoçoes e nas sensaçoes, o que torna as sessoes de hemodiálise emocionalmente menos agressivas; sons podem acalmar, deixar o ser humano sossegado, induzir e melhorar o padrao de sono e a presença do grupo musical no setor faz com que os pacientes se sintam acolhidos, diminuindo, assim, o sentimento de solidao, que geralmente é expressado durante as horas de hemodiálise (Silva et al., 2008). Material e Método: Trata-se de uma pesquisa do tipo relato de experiência, acerca da experiência da implantaçao de musicoterapia durante as sessoes de hemodiálise como tecnologia para o cuidado de enfermagem ao renal crônico em uma clínica de hemodiálise situada no maciço de Baturité, Ceará, que atende 96 pacientes/dia, no período de Janeiro a Fevereiro de 2017. Resultados: Nas quartas feiras durante todo esse período foram selecionados vários repertórios de coletânea musical, através de votaçao pelos pacientes onde estes descreviam em um pedaço de papel o gênero que mais gostavam. As musicas começavam a ser reproduzidas antes da entrada dos pacientes, com gêneros em forro, sertanejo, gospel, mpb, românticas, pop e temas de novelas. Neste dia, quarta feiras, as televisoes nao eram ligadas, favorecendo assim somente ao aparelho sonoro. A importância dessa tecnologia nos mostrou alguns objetos importantes como pontos principais: sorrisos, diversao, descontraçao, alivio de dor quebra do ócio. A equipe de enfermagem abraçou a causa, e segundo depoimento de ACSO, 52 anos: “o tempo passa mais rápido com essas músicas e agente lembra do tempo bom “. Discussao e Conclusoes: A enfermagem, dentro da sua gama de açoes, tem condiçoes de explorar várias modalidades terapêuticas, colocando em prática alternativas de atençao ao paciente, proporcionando um tratamento que assegure o bem estar, através dos efeitos terapêuticos da música.

Palavras Chave: Insuficiência renal crônica; Música: Enfermagem; Humanizaçao da Assistência.


ID: 5449

Efeitos da suplementaçao com creatina associada ao treinamento de força sobre a funçao renal e variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em ratos Wistar

Autores: Timóteo, C F, Oliveira Silva, D C, Moraes, R B, Hiraki, K R N, Ferreira Neto, M L, Balbi, A P C

Instituiçoes: Universidade Federal de Uberlândia – UBERLANDIA – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: Várias substâncias sao utilizadas como suplementos para melhora da performance esportiva, sendo a creatina uma das mais conhecidas e procuradas por atletas e praticantes de atividade física com o objetivo de se aumentar a massa muscular e, consequentemente, o ganho de força. No entanto, vários suplementos quando utilizados de forma indiscriminada, podem comprometer o funcionamento de muitos órgaos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos renais e autonômico cardíaco da suplementaçao com creatina em ratos Wistar submetidos a treinamento de força. Material e Método: Ratos Wistar adultos foram divididos em 4 grupos: Controle (C) – sem treino e sem creatina; Experimental 1 (E1) – sem treino com creatina, Experimental2(E2)-treinado sem creatinae Experimental 3 (E3) – treinado com creatina. O treinamento de força foi feito 3x por semana, por 8 semanas e consistiu na subida de uma escada vertical pelos animais, com pesos atados em suas caudas. Já a suplementaçao com creatina foi feita na dose 3g/kg de peso corporal, por gavagem. Em seguida, foram coletadas amostras de sangue e urina dos animais para dosagens de glicemia, triglicerídeos (TG), colesterol total (CT), excreçao urinária de proteína (EUP), taxa de filtraçao glomerular (TFG), pelo clearance de creatinina, e feito o registro do eletrocardiograma para estudo da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) no domínio da frequência. Resultados: Houve melhora do perfil lipídico do grupo E2, mas aumento da glicemia e da EUP no grupo E1, em relaçao ao grupo C. A creatina nao aumentou a carga suportada pelo grupo E3, quando comparado ao E2, além do grupo E3 ter apresentado tendência à hiperfiltraçao. Em relaçao a análise da VFC, observou-se bradicardia de repouso nos grupos E2 e E3, em comparaçao aos grupos C e E1. O E2 apresentou aumento do componente de alta frequência (HF), quando comparado aos grupos C e E1. Entretanto, no E3 constatou-se reduçao dos componentes HF e LF (baixa frequência) em relaçao aos demais grupos. Analisando a relaçao LF/HF, houve aumento no E3 quando comparado aos demais grupos experimentais. Discussao e Conclusoes: A suplementaçao com creatina provocou perda de proteína urinária e, somada ao treino de força, resultou em relativa hiperfiltraçao. Essas alteraçoes em médio prazo, podem levar a perda progressiva de funçao renal. Além disso, observou-se aumento importante da atividade simpática cardíaca na associaçao entre suplementaçao de creatina e treinamento de força.

Palavras Chave: creatina, treinamento de força, funçao renal, variabilidade da frequência cardíaca, ratos Wistar.


ID: 4568

Comparaçao entre o uso de enalapril e sinvastatina no espessamento do peritonio induzido em ratos

Autores: Dornelles C F, Nakamura M C, Mantemor Netto M R, Schuinski A M, Baroni G, Lipinski L C

Instituiçoes: Universidade Estadual De Ponta Grossa – Ponta Grossa – Parana – Brasil

Introduçao: Avaliar o efeito da administraçao de soluçao de diálise peritoneal no espessamento do peritônio e comparar o efeito do uso da sinvastatina e enalapril no espessamento peritoneal. Material e Método: Foram utilizadas quarenta ratas Wistar-Rattus norvegicus (90 dias, ± 200g) divididas em quatro grupos (n = 10): Grupo 1 (G1) foi submetido a punçao peritoneal diariamente por 28 dias, Grupo 2 (G2) recebeu diariamente, a punçao peritoneal com infusao de soluçao de diálise peritoneal (10ml/100g de peso, concentraçao de glicose a 4,25%, tamponada com lactato) por 28 dias; Grupo 3 (G3) submetido aos mesmos procedimentos do G2 acrescido 4 mg/kg de sinvastatina diariamente por gavagem; Grupo 4 (G4) submetido aos mesmos procedimentos do G2 mais 1 mg/kg de enalapril diariamente por gavagem. Os animais foram eutanasiados no 29º dia e foram coletadas as paredes abdominais para análise histológica do espessamento do peritônio parietal. As amostras foram coradas com hematoxilina e eosina e as medidas do espessamento foram feitas com o software imageJ1.46r. Resultados: A média da espessura peritoneal no G1 foi de 28,7 ± 11,2µm; no G2 74,1 ± 17,5µm; no G3 35,9 ± 19,8,2µm e no G4 32,9 ± 21,9µm. A comparaçao entre G2 e G1 foi significativamente estatística, indicando que a administraçao da soluçao de diálise induziu ao espessamento do peritônio. Entre o G2 e os grupos que receberam sinvastatina e enalapril houve diferença estatística, apontando que ocorreu reduçao do espessamento peritoneal induzida pelos fármacos. A reduçao do espessamento peritoneal foi idêntica entre os grupos tratados com sinvastatina e enalapril. Discussao e Conclusoes: A administraçao da soluçao de diálise induziu espessamento peritoneal. O uso da sinvastatina e enalapril foi eficaz no controle do espessamento peritoneal em ratas submetidas a infusao de soluçao de diálise.

Palavras Chave: sinvastatina, enalapril, diálise peritoneal, insuficiência renal crônica, fibrose peritoneal


ID: 4942

Estratégias de capacitaçao de equipe nao especializada em nefrologia para prestaçao do cuidado a um recém-nascido prematuro com Insuficiência Renal Aguda-Relato de Experiência

Autores: Carvalho P F, Klein L, Thomas M d L, Boldrini A, da Silva R d A, da Silva R d A

Instituiçoes: Hospital Moinhos de Vento – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil

Introduçao: A IRA é uma perda abrupta da funçao dos rins ocasionandoconseqüênciasgraveseéregistradaem6a24% dos neonatos na UTI sendo o tratamento medicamentoso a primeira opçao, porém pode haver necessidade de terapia renalsubstitutivaondeaDPéamelhorescolha.Relataremos a experiência acerca da assistência prestada a um paciente prematuro de 30 semanas com IRA submetido à diálise peritoneal, apresentando as medidas implementadas para capacitar a equipe de enfermagem da CTI neonatal para assumir a continuidade do cuidado. Material e Método: Trata-se de um relato de experiência acerca da assistência prestada a um paciente prematuro de 30 semanas com IRA submetido à diálise peritoneal, apresentando as medidas implementadas para capacitar a equipe de enfermagem da CTI neonatal para assumir a continuidade do cuidado. Resultados: A equipe de enfermagem da UTI neonatal, recebeu treinamento específico em nefrologia em diálise peritoneal com sistema Dialesteril, com capacitaçoes teóricas sobre Insuficiência Renal Aguda e Crônica, e o manejo da diálise peritoneal, junto ao paciente, com a oportunidade de manipular os materiais utilizados, e sanar suas dúvidas. Todos os foram capacitados durante 5 dias e observados todos os procedimentos de diálise durante 15 dias, pela enfermeira nefrologista, aplicando-se bundle de avaliaçao. Discussao e Conclusoes: A Diálise Peritoneal é a terapia de substituiçao da funçao renal mais indicada ao tratamento da IRA em neonatologia dependendo de equipe de enfermagem treinada para sua realizaçao, sendo indispensável a integraçao entre a nefrologia e a equipe neonatal para a manutençao do tratamento, resoluçao de impasses, detecçao de limitaçoes e resoluçao das complicaçoes, onde a capacitaçao profissional e educaçao continuada se torna indispensável para o sucesso.

Palavras Chave: Diálise peritoneal, neonatologia, educaçao continuada


ID: 5375

Impacto de um programa educacional na reduçao de infecçao da correte sanguínea associada ao cateter venoso central em uma unidade de hemodiálise de um Hospital privado de Porto Alegre/RS

Autores: Carvalho P F, Schally M, Tejada C, Marco R, da Silva R d A, Wiltgen D, Gleidt P

Instituiçoes: Hospital Moinhos de Vento – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil

Introduçao: Parte considerável das infecçoes de corrente sanguínea associada a cateter podem ser evitadas com a aplicaçao de protocolos, conhecimento técnico adequado e medidas custo-efeitvas. Material e Método: O estudo foi realizado na unidade de hemodiálise de um hospital privado de Porto Alegre/RS, de janeiro 2016 a março 2017. Na primeira fase foi realizado acompanhamento dos pacientes com cateter central. Neste período nao houveram intervençoes de forma sistêmica. Na segunda fase as intervençoes realizadas foram: simulaçao realística, treinamento teórico e prático para prevençao de infecçao de corrente sanguínea.Implantado o acompanhamento visual semanal de manipulaçao dos cateteres em check list contendo o bundle de manutençao de cateter: higiene de maos, desinfecçao do hub do cateter, observaçao do sítio de inserçao, cobertura adequada, manipulaçao do sis. Resultados: No período foram acompanhados 9414 cateteres/dia. Na primeira fase do estudo ocorreram 11 infecçoes de corrente sanguínea associadas a cateter venoso central, sendo que 82% ocorreram em cateteres de longa permanência (Permicath). Os agentes etiológicos predominantes nas infecçoes foram Staphylococcus aureus (46%), Staphylococcus coagulase negativa (27%), Pseudomonas sp (9%), Enterococcus sp (9%) e Klebsiella sp (9%). A mediana do tempo de permanência dos cateteres foi de 40 dias (12 à 330). A densidade de infecçao foi de 1,18-1000 cateter/dia. Na segunda fase, nao houveram casos de infecçao de corrente sanguínea associada a cateter. Discussao e Conclusoes: Açoes focadas na prevençao, mesmo sem a introduçao de novas tecnologias e recursos financeiros, possui resultado significativamente positivo. As intervençoes permanecerao sendo realizadas rotineiramente, bem como a observaçao e registro do bundlle de manutençao.

Palavras Chave: Hemodiálise, CLABSI


ID: 5391

Estudo prospectivo e comparativo do uso de lock terapia profilatica com gentamicina/cefazolina versus taurolidina/citrato em cateteres tunelizados para hemodialise

Autores: Marchi D, Bueloni T N V, Ponce D, Oliveira R, Pinto E G, Bucuvic E

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil, Hospital Estadual de Bauru – Bauru – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Hemodiálise (HD) é a modalidade de terapia renal substitutiva mais utilizada, sendo grande o uso de cateteres venosos centrais (CVC) como forma primária de acesso vascular. Há forte associaçao do CVC e infecçoes de corrente sanguínea (ICS) com elevada morbi-mortalidade. Os objetivos deste trabalho foram comparar a eficácia do uso de antibioticoterapia em lock versus o uso de taurolidina+ citrato quanto às taxas ICS relacionadas ao CVC tunelizados para HD e a presença de complicaçoes associadas. Material e Método: Estudo prospectivo em dois centros de diálise, incluindo CVC tunelizados para HD. Os pacientes foram alocados pelo centro de diálise. Foram implantados 145 cateteres, seguidos por 15 meses consecutivos. Grupo 1 (controle): 68 pacientes (77 CVC) em uso de lock com gentamicina 5 mg/ml + cefazolina 10 mg/ml + heparina 5000UI/ml. Grupo 2 (intervençao): 65 pacientes (68 CVC) em uso de taurolidina + citrato 4% + heparina 500UI/ml (taurolockTM – Hep). Resultados: Os grupos foram semelhantes quanto ao sexo, idade, doença de base, comorbidades e tempo em HD. Nao houve diferença quanto à densidade de incidência de ICS (G1 = 0,79 e x G2 = 1,10 eventos/1000 cateteres-dia, p = 0,18) e de IOS (G1 = 2,45 x G2 = 1,83 eventos/1000 cateteres-dia, p = 0,37) ou quanto ao tempo livre de infecçao e retirada do CVC. Entretanto, os agentes Gram positivos metilicina resistentes foram mais prevalentes no grupo 1 (41,9 x 5%, p = 0,003) assim como a oclusao trombótica (54 x 28,6%, p = 0,028). Discussao e Conclusoes: A eficácia do uso de lock antibioticoterapia foi semelhante ao uso de taurolidina/citrato na prevençao de ICS. No grupo controle houve maior emergência de cepas resistentes à metilicina e maior retirada do CVC por oclusao, sugerindo que o uso de antibióticos pode acarretar uma maior resistência associada a maior oclusao trombótica.

Palavras Chave: hemodiálise, cateter tunelizado, infecçao de corrente sanguínea, prevençao, lock terapia


ID: 5395

Gestao financeira e racionalizaçao de recursos hídricos em hemodiálise

Autores: Santos P S, Ribeiro F F, Pedrosa K J, Santos A B G B, Panice C E F

Instituiçoes: Clinica Nefrologica de Franca – Franca – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A água é fundamental para todas as formas conhecidas de vida e importante recurso aos diversos setores da economia, sendo fundamental na sustentabilidade do clima terrestre. Neste contexto uma das maiores preocupaçoes dos Serviços de Hemodiálise é a gestao ambiental da qualidade da água a ser utilizada. Cada paciente é exposto a aproximadamente 120 litros de água/sessao de Hemodiálise, somados á outros quase 40 litros destinados ao reprocessamento dos dialisadores, totalizando aproximadamente 160 litros de água consumidos/sessao de Hemodiálise. Um dos processos utilizados para tratar a água utilizada na hemodialise é o Sistema de Osmose Reversa, sendo uma parte desta água descartada na rede de esgoto.Pensado em alternativas para uma gestao sustentável e melhor aproveitamento dos recursos naturais e financeiros dos Serviços de Hemodiálise este trabalho tem por objetivo apresentar a estratégia utilizada pela Clínica Nefrológica de Franca (CNF) para reutilizaçao do rejeito da água através do equipamento de Osmose Reversa RR. Material e Método: Utilizando água potável da SABESP a CNF quantificou através de um estudo/metodologia científico prospectivo; a água rejeitada por Osmose Reversa Duplo Passo durante o período de 01 de dezembro de 2016 á 31 de janeiro de 2017 e a água rejeitada por Osmose Reversa Duplo Passo com Reaproveitamento do Rejeito durante o período de 01 de fevereiro á 31 de março de 2017. Para este estudo foi instalado um hidrômetro na entrada do sistema de tratamento de água por Osmose Reversa Duplo Passo. A fonte destes dados foi constituída considerando publicaçoes consagradas (livros/textos/artigos de periódicos) compreendidos no período de 2000 a 2017. Resultados: Considerando que cada paciente consome durante o procedimento de Hemodiálise 160 litros de água, foi observado que com a instalaçao da Osmose Reversa RR a economia foi de cerca de 60.000 litros de água por mês, o que resultaria em aproximadamente 375 sessoes de hemodiálise/mês sem gasto com o consumo de água. Atualmente o custo do m3 de água é em torno de R$ 9,80 e o de esgoto R$ 7,80 o que equivale a uma economia de R$ 1056,00/mês na fatura mensal. Discussao e Conclusoes: Desta forma, concluímos que após a instalaçao da Osmose Reversa RR em nosso Serviço foi possível uma economia em torno de 10% com o gasto de água, consistindo em mais uma ferramenta para a diminuiçao do custo da diálise e proteçao do meio ambiente

Palavras Chave: Reuso de água e hemodiálise


ID: 5411

Diferentes estrategias de anticoagulaçao com heparina durante as sessoes de hemodialise

Autores: Di-Nizo F E R, Lemos F B C, Rodi M A, Nihei C H, Souza C M, David-Neto E

Instituiçoes: CNTT – Clinica de Nefrologia e Transplante Renal do Tatuapé – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O uso de heparina nao fracionada (HPN) em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise (HD), deve objetivar uma anticoagulaçao (AC) eficiente do sistema extracorpóreo sem aumentar o risco de sangramento no paciente. Na prática clínica utiliza-se como controle da AC o TTPA (Tempo de tromboplastina parcial ativada). Dados de literatura sugerem que o a razao do TTPA do paciente/TTPA controle (rTTPA) entre 1,5-2,0 duranteasessao e <1,5 ao final da sessao seriam os parâmetros que combinariam eficiência e segurança. Avaliamos quatro diferentes esquemas de heparinizaçao em um único centro de HD para identificar a melhor estratégia. Material e Método: Testamos 4 esquemas de heparinizaçao em 19 pacientes em hemodiálise no período de julho a dezembro de 2015. Os esquemas (E) foram: E1: dose única de HNF pura – nao diluída em soro fisiológico (SF), no início da sessao de HD; E2: dose total de HPN pura fracionada em 2 momentos (50% inicial e 50% na 2ªhora); E3: dose total de HPN diluída em SF administrada em bolus inicial de 30% seguido de infusao contínua de 70% ao longo da sessao. E4: dose total de HPN diluída em SF administrada em forma de bolus inicial de 60% seguido de infusao contínua de 40% ao longo da sessao. Amostra para coagulograma foi coletada da linha arterial nos momentos antes do início da HPN, na 2ª hora e no término da sessao. Em todos os esquemas a HPN foi suspensa 30 min antes do término da sessao. Resultados: Os pacientes eram do sexo feminino em sua maioria (63%), com idade média de 65 ± 16 anos, sendo 68% diabéticos. Uso de cateter permanente foi 53% e a dose média de HPN foi de 103 ± 12 UI/Kg. Os resultados mostraram: E1 – Na 2ª hora, 82% dos pacientes com rTTPA acima da faixa de segurança (1,5-2,0), sendo 41% com rTTPA > 7; E2 – na 2ª hora somente 12% estavam com rTTPA na faixa preconizada e no término da sessao 65% com rTTPA acima da faixa de segurança > 1,5; E3 – na 2ª hora 69% acima da faixa de segurança e ao término da sessao também alta frequência (81%) acima da faixa de segurança; E4 – na 2ª hora 20% com rTTPA na faixa preconizada e ao final da sessao 40% encontravam-se com rTTPA < 1,5. Discussao e Conclusoes: O esquema 4 de anticoagulaçao foi aquele que apresentou um número menor de pacientes sob risco de sangramento principalmente ao final da sessao. Em razao da segurança do paciente, visando o menor risco de sangramento optamos por adotar este esquema em nossa rotina. Acreditamos que se faz necessária o ajuste da dose total de heparina individualmente para cada paciente.

Palavras Chave: heparina, hemodiálise, anticoagulaçao.


ID: 5438

Perfil de morbidade e mortalidade em pacientes renais crônicos, em programa de diálise peritoneal durante 15 anos

Autores: Revoredo N F, De Assis J M, Hessel L F P, De Oliveira L, Chiozi S Z, Neto M M

Instituiçoes: Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Verificar as causas de morbidade e mortalidade mais frequentes em pacientes submetidos a Diálise Peritoneal. Material e Método: Foram avaliados todos os pacientes que iniciaram tratamento em CAPD (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua) e APD (Diálise Peritoneal Automatizada) no período de julho de 2001 a junho de 2016, totalizando 15 anos de observaçao. Foram registradas todas as internaçoes, suas causas e a evoluçao dos pacientes. Resultados: Nos 15 anos de observaçao, foram admitidos no Serviço 394 pacientes. O fator de risco da Insuficiência Renal Crônica (IRC) mais prevalente foi o diabetes em 40,9% dos pacientes, seguido por hipertensao em 18,8% dos pacientes, e outras causas, como insuficiência cardíaca, glomerulopatia, doença renal policística, neoplasia, gota e doença do refluxo, em 40,3% dos pacientes. Dentre os motivos para escolha da modalidade de diálise peritoneal, temos como destaque pacientes que optaram pela modalidade em 70,3%, seguido dos pacientes com falta de acesso vascular em 28,4%. Desse total, 51,3% foram submetidos a APD e 48,7% a CAPD; a idade média foi de 62,5 anos, variando de 1-94 anos; 52,2% dos pacientes eram do sexo masculino e 82,7% eram brancos. O tempo em diálise variou de 1 a 153 meses, com média de 24,7 meses de tratamento. Foram computadas 1152 internaçoes em 339 pacientes. As causas de internaçao mais frequentes foram as infecciosas (39,6%), cardiovasculares (25,6%), complicaçoes de acesso (8,4%), metabólicas (4,8%), gastrointestinais (4,4%) e outras (17,2%). Sobre as internaçoes de pacientes por problemas infecciosos, 59,6% foram internados por peritonites, 19% por pneumonia, 5,3% por infecçoes urinárias e 16,1% por outras causas. Das causas cardiovasculares, 23% foram internados por edema agudo de pulmao, 17,9% por crise hipertensiva, 17,2% por ICC, 12,8% por acidente vascular cerebral, 7,8% por infarto do miocárdio e 21,3% por outras causas. Do total dos pacientes avaliados no período, 53,1% foram a óbito, 18,7% mudaram de tratamento, 5,8% transplantaram, 2,8% foram transferidos de serviço e 1,7% recuperaram funçao renal. Dos 180 pacientes que foram a óbito, 47,8% foram por causa cardiovascular (43% por morte súbita no domicílio), 35,5% foram por sepse e 16,7% por outras causas. Discussao e Conclusoes: A maior causa de morbidade dos pacientes foi a de problemas infecciosos, seguida por eventos cardiovasculares. A maior causa de mortalidade dos pacientes foi a de eventos cardiovasculares seguidos das causas infecciosas no período estudado.


ID: 5475

Inicio urgente de terapia renal substitutiva: diálise peritoneal vs. hemodialise – comparaçao de complicaçoes e desfechos

Autores: Dias D B, Mendes M L, Brabo A M, Banin V B, Barretti P, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Poucos e pequenos estudos comparam hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP) no início urgente de terapia renal substitutiva (TRS). Objetivo: Avaliar o papel da DP Urgent Start como opçao terapêutica de pacientes com doença renal crônica (DRC) G5 e comparar a evoluçao dos indivíduos incidentes em DP vs. HD de início urgente. Material e Método: Estudo quasi experimental que avaliou pacientes incidentes em DP e HD em hospital universitário do interior de Sao Paulo, no período de julho/2014 a dezembro/2016. Incluídos pacientes com DRC G5 que necessitaram de TRS imediata, ou seja, HD por meio de CVC ou DP cujo cateter foi implantado por nefrologista e utilizado em até 48 horas após inserçao, sem treinamento ou adequaçao do domicílio previamente. Inicialmente foi utilizado o protocolo de DP de alto volume (DPAV) para compensaçao metabólica. Após alta hospitalar, os pacientes permaneciam em DP intermitente na unidade de diálise, até efetivaçao do treinamento e adaptaçao domiciliar. Calculado o tamanho amostral, sendo erro alfa 5%, beta 20% e diferença de 15% no desfecho óbito. Foram comparados: as complicaçoes mecânicas e infecciosas e a sobrevida dos pacientes. Resultados: Incluídos 93 pacientes em DP (G1) e 91, em HD (G2). Os grupos foram semelhantes quanto a indivíduos idosos (53,7% vs. 53,8%; p = 0,891), diabéticos (37,6% vs. 50,5%; p = 0,106) e presença de comorbidades (74,1% vs. 71,4%; p = 0,798). Durante seguimento mínimo de 90 dias e máximo de 02 anos, nao houve diferença quanto a complicaçoes mecânicas (24,7% vs. 37,3%; p = 0,09) ou infecciosas – bacteremia (15,0% vs. 24,1%; p = 0,17) e infecçao de orifício de saída (25,8% vs. 39,5; p = 0,06). As duas modalidades foram semelhantes quanto aos desfechos: internaçao (35,4% vs. 47,2%; p = 0,141), recuperaçao de funçao renal (10,7% vs. 3,2%; p = 0,09) e óbito (19,3% vs. 29,6%; p = 0,145). Nao foi verificado diferença quanto às curvas de sobrevida (Log-rank = 0,48). Houve menor necessidade de uso de eritropoetina, quelante e anti-hipertensivo no grupo G1 em comparaçao ao G2, após 6 meses de seguimento – 18,2% vs. 49,4%, p < 0,001; 27,9% vs. 54,9%, p < 0,001; 11,8% vs. 30,7%, p = 0,03, respectivamente. Discussao e Conclusoes: A DP Urgent Start mostrou-se uma alternativa viável e segura em relaçao à HD, com taxas de complicaçoes e desfechos clínicos semelhantes a este método. Faz-se ainda necessária análise de custo vs efetividade para melhor comparaçao entre as terapias.

Palavras Chave: diálise peritoneal nao planejada; hemodiálise nao planejada.


ID: 5496

Modalidade dialitica em lesao renal aguda: uma escolha dependente do estado hemodinamico e dos recursos tecnicos disponiveis

Autores: Pires R G B, Laranja S M R, Pereira B J, Areco K C N

Instituiçoes: IAMSPE – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, UNIFESP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Ainda nao existe consenso de qual seria o melhor método de diálise em LRA. Os métodos de TSR contínuos podem apresentar vantagens sobre o método intermitente, como melhor tolerabilidade hemodinâmica. O método intermitente tem como uma das complicaçoes mais comuns a hipotensao, ocorrendo em cerca de 20 a 30 % das sessoes. A indicaçao do método é clínica, subjetiva, o que dificulta qualquer padronizaçao. Objetivo: Avaliar os fatores que levaram o médico à escolha do método inicial de hemodiálise, entre os métodos intermitente, estendido e contínuo para pacientes hospitalizados com lesao renal aguda ou doença renal crônica agudizada. Material e Método: Estudo de coorte prospectivo observacional, onde se acompanhou a equipe de nefrologia de um hospital escola terciário e os 182 pacientes dialisados no período de nove meses. Resultados: O método intermitente foi indicado para 69 pacientes e o principal fator relacionado ao método foi a estabilidade hemodinâmica; O método contínuo foi indicado para 19 pacientes e o principal fator relacionado foi a instabilidade hemodinâmica com necessidade de droga vasoativa acima de 0,5 microgramas por quilograma por minuto; O método estendido foi indicado para 94 pacientes, eles estavam instáveis hemodinamicamente recebendo droga vasoativa de zero até 0,5 microgramas por quilograma por minuto. Entre esses 94 pacientes, houve 9 que tinham indicaçao médica de receber o método contínuo mas receberam o método estendido devido à indisponibilidade técnica para o método contínuo, porém tiveram suas sessoes interrompidas devido hipotensao numa frequência significativamente maior do que os pacientes com a mesma necessidade de droga vasoativa e que receberam o método contínuo. Discussao e Conclusoes: A escolha do método de TSR dependeu predominantemente do fator hemodinâmico dos pacientes no momento da prescriçao, pois ficou clara a relaçao entre dosagem de droga vasoativa e método escolhido, ainda que isso nao tenha sido calculado para prescriçao do método. Porém, o recurso técnico disponível interfere nessa decisao. Apesar de terem aparecido outros fatores além deste fortemente relacionados ao método contínuo, como sepse e insuficiência cardíaca, os mesmos estao intimamente relacionados à hemodinâmica. O método de TSR estendido é uma opçao para o tratamento de pacientes instáveis hemodinamicamente e é frequentemente utilizado como substituto do método contínuo. Porém, demonstrou agravar a hipotensao nos pacientes com droga vasoativa acima de 0,5 microgramas por quilograma por m.

Palavras Chave: Lesao Renal Aguda, Doença Renal Crônica, Terapia de Substituiçao Renal/métodos, Diálise Renal, Hemodinâmica, Unidades de Terapia Intensiva.


ID: 5530

Fatores de risco modificaveis para a morte de pacientes em hemodialise cronica

Autores: Souza J A C, Antunes A A, Silva C F, Castro M C M

Instituiçoes: Instituto de Nefrologia de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A taxa de mortalidade em hemodiálise (HD) permanece inaceitavelmente elevada, apesar do avanço técnico das duas ultimas décadas. Diversos fatores podem contribuir para essa situaçao. Sendo assim, é muito importante identificar, alem dos fatores de risco nao modificáveis tais como idade, tempo em diálise, diabetes mellitus, doença cardiovascular etc, potenciais fatores de risco modificáveis, com o objetivo de reduzir a taxa de mortalidade. Neste estudo, nós avaliamos diferentes marcadores modificáveis, através dos quais a equipe médica pode atuar para reduzir a taxa de mortalidade. Material e Método: Em 280 pacientes em HD foi registrado o comportamento da média da pressao arterial sistólica (PAS) pré e pós HD, durante o período de um mês. O volume de ultrafiltraçao (Vuf) na HD foi calculado através da média do Vuf nas sessoes de HD realizadas no mesmo período. Bioimpedância elétrica multifrequencial foi realizada para avaliar a agua corporal total (ACT), a agua do extra (AEC) e do intracelular (AIC), a relaçao AEC/AIC, o peso seco (Ps), o excesso de água corporal (ExA) e o índice de massa corpóreo (IMC). Os pacientes foram seguidos durante 12 meses a partir da avaliaçao inicial. Os dados sao apresentados como M±DP. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 59,4±15,2 anos e 42% eram do sexo masculino. A taxa de mortalidade no período de um ano foi de 10,7% (30 em 280 pacientes). A mediana do tempo entre a avaliaçao inicial e o óbito foi de 173 dias (percentil 25 = 56 dias e percentil 75 = 274 dias). Nos óbitos foi maior a idade (67,9 ± 13,8 vs. 58,2 ± 15,1 anos, p < 0,01) e menor o Ps (62,7 ± 15,5 vs. 68,7 ± 15,8 kg, p < 0,01), o IMC (23,7 ± 6,7 vs. 25,8 ± 5,6 kg/m2p < 0,05), a ACT (30,2 ± 6,1 vs. 34,1 ± 7,6 L, p < 0,01) e o Vuf em relaçao ao Ps (3,1 ± 1,33 vs. 3,69 ± 1,36%, p < 0,05). Nao houve diferença para a PAS pré e pós HD e houve uma tendência para maior ExA nos óbitos (2,7 ± 1,9 vs. 2,45 ± 2,05 L, NS). Discussao e Conclusoes: Nossos resultados mostram que fatores modificáveis, que apontam para um pior estado nutricional, tais como a reduçao do Ps, do IMC e da ACT sao fatores de risco para mortalidade em HD. Por outro lado, uma tendência a hiper-hidrataçao, provavelmente associada a uma menor taxa de ultrafiltraçao durante a HD, pode também estar associada com o aumento da mortalidade. Portanto, especial atençao deve ser dada ao estado nutricional e ao ajuste do peso seco através da ultrafiltraçao para reduzir a mortalidade, especialmente nos pacientes com maior idade.


ID: 5539

Importancia da sobrecarga hidrica na etiologia da elevaçao da pressao arterial após hemodiálise

Autores: Souza J A C, Antunes A A, Silva C F, Castro M C M

Instituiçoes: Instituto de Nefrologia de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A hipertensao arterial (HA) pré-diálise é primariamente causada pelo aumento da água corporal total (ACT). Essa condiçao se caracteriza por um estado hipervolêmico com expansao da água extracelular. Durante a hemodiálise (HD), através da ultrafiltraçao (UF), ocorre uma reduçao da ACT e da água extracelular, com conseqüente reduçao da pressao arterial (PA). Entretanto, em 20% das sessoes de HD e em 5 a 15% dos pacientes ocorre uma elevaçao da PA durante ou após a HD. A etiologia dessa elevaçao nao está bem esclarecida. Fatores como hiperatividade simpática, ativaçao do sistema renina-angiotensina, aumento de endotelina e reduçao de oxido nítrico têm sido propostos para explicar essa elevaçao da PA. Neste estudo, nós avaliamos a importância do excesso de água corporal na etiologia da elevaçao da PA durante a HD. Material e Método: Em 280 pacientes foi registrado o comportamento da média da PA pré e pós HD, durante o período de um mês. Os pacientes foram divididos entre aqueles que apresentaram reduçao da PA sistólica (PAS) maior que 30, reduçao entre 0 e 30 ou elevaçao da PAS entre 0 e 10 ou maior que 10mmHg, entre o pré e pós HD. Bioimpedância elétrica multifrequencial foi realizada para avaliar a ACT e o excesso de água corporal. A média do volume de UF durante a HD foi registrada nos quatro grupos. Resultados: Nos parâmetros analisados, nao houve diferença significante entre os pacientes que apresentaram elevaçao da PAS entre 0 e 10 ou maior que 10mmHg, permitindo que esses pacientes fossem analisados em conjunto. Nos pacientes com elevaçao da PAS o aumento médio foi de 13,6 ± 10,5mmHg, enquanto naqueles com reduçao maior que 30 a reduçao foi de 38,5 ± 7,9mmHg e naqueles com reduçao entre 0 e 30 a reduçao foi de 10,5 ± 7,3mmHg (p < 0,0001). Os pacientes com elevaçao da PAS apresentaram um excesso de água corporal maior que o observado nos pacientes com reduçao da PAS maior que 30 ou entre 0 e 30mmHg (2,91 ± 2,24; 1,91 ± 1,3 e 2,06 ± 1,74L, respectivamente; p < 0,01). Os pacientes que apresentaram elevaçao da PAS durante a HD apresentaram, também, menor volume de UF em relaçao aos pacientes com reduçao da PAS maior que 30 ou entre 0 e 30mmHg (2,26 ± 0,93; 2,51 ± 0,9 e 2,6 ± 0,93L, respectivamente; p < 0,05). Discussao e Conclusoes: Os resultados mostram que pacientes com elevaçao da PA durante a HD apresentam excesso de água corporal pré-diálise e sao submetidos a menor UF durante a HD. Os resultados apontam para a sobrecarga hídrica como causa importante de HA intradialítica.


ID: 5540

Caracteristicas do prurido em doentes renais cronicos em uma clinica de referencia na cidade de Manaus

Autores: Figueiredo R M, Conceiçao M F, Saint Clair J P G, Pinto B N S L, Cândido A M S, Pereira M d S C

Instituiçoes: Clínica Renal de Manaus – Manaus – Amazonas – Brasil

Introduçao: O prurido é um sintoma frequente e que incomoda os doentes em hemodiálise. Sua fisiopatologia é incompreendida e pode piorar a qualidade de vida dos pacientes. Este estudo objetivou caracterizar o prurido em pacientes renais crônicos em hemodiálise e correlacionar com fatores que o influenciem. Material e Método: Foi realizado um estudo transversal com pacientes renais crônicos em hemodiálise em uma clínica de referência em Manaus, utilizando-se um questionário estruturado com sete questoes, sobre a presença de prurido, suas características e o impacto na qualidade de vida do paciente, juntamente com análise de exames laboratoriais. Resultados: Participaram do estudo 307 pacientes, destes 56,02% eram homens; 196 tinham prurido (63,84%), e apenas 15,81% tinham lesao cutânea. A maioria nao relatou um horário específico de piora (53,06%), dos que relataram piora, o horário com maior queixa foi à noite (34,18%). Apenas 42,34% dos pacientes relataram melhora dos sintomas após a hemodiálise. Em relaçao à localizaçao no corpo, em 69,89% deles o prurido era localizado, sendo 19,85% no dorso. Dos exames laboratoriais, 74,19% tinham hiperfosfatemia, 68,85% hiperparatireoidismo secundário, anemia em 67,07%, deficiência de ferro em 61,33% e uremia em 49,48%. Na minoria (26,02%) o prurido causa interferência em suas atividades diárias. Apenas 12,5% tinha prurido associado à dermatose, hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo secundário concomitantes. 14,29% dos pacientes apresentou prurido, dermatose e anemia. 28,06% tinham prurido, anemia e hiperfosfatemia e 16,33% tinham prurido, anemia, hiperfosfatemia e hiperparatireoidismo secundário associados. Discussao e Conclusoes: Ao analisarmos os dados laboratoriais mais profundamente, percebemos que prurido, anemia e hiperfosfatemia concomitantes estavam mais presente em comparaçao com os que apresentavam prurido, anemia e dermatose em conjunto. É notável que a etiologia do prurido em pacientes renais é multifatorial e seus fatores interferentes ainda apresentam alguns resultados divergentes na literatura. O prurido está presente na maioria dos pacientes e possui uma relaçao principalmente com uremia, hiperfosfatemia e anemia. Sua caracterizaçao pode ajudar a definir sua fisiopatologia para o manejo adequado e melhora da qualidade de vida desses pacientes.

Palavras Chave: Hemodiálise, Prurido, Doença Renal Crônica.


ID: 5561

Tratamento bem sucedido com imunoglobulina endovenosa e terapia nutricional na sindrome Stevens-Johnson por vancomicina no paciente em diálise

Autores: Costa N A, Garms D S D S, Reis N S D C, Da Silva M Z C, Bufarah M N B, Vannini F C D, Santos G P A, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Paciente V.M.L., homem, 65 anos, incidente em hemodiálise devido à nefropatia isquêmica, em tratamento de infecçao de corrente sanguínea por Stafilococcus aureus resistente à oxacilina (MRSA) com vancomicina há 10 dias. Iniciou quadro de edema labial, odinofagia, anorexia e febre e optado pela extensao da vancomicina. Material e Método: A hipótese diagnóstica inicial foi de síndrome de Stevens-Johnson (SJ) secundária ao uso de vancomicina, com SCORTEN score inicial aproximado de 3 (mortalidade estimada em 35%). A vancomicina foi suspensa imediatamente. Iniciado tratamento específico com imunoglobulina endovenosa 1g/kg/dia durante 3 dias. Em relaçao à avaliaçao nutricional, foi acompanhado a porcentagem de perda de peso em relaçao ao peso habitual, mudanças no peso seco e índice de massa corporal.A nutriçao enteral nao foi instituída devido às lesoes da mucosa oral, odinofagia e receio de trauma esofágico. Optado inicialmente por dieta líquida e suplemento hipercalórico líquido uma vez ao dia. Resultados: O paciente evoluiu com pápulas eritemato-violáceas confluentes e disseminadas em membros superiores, membros inferiores, tronco, abdome, dorso, palmas das maos e plantas dos pés, com poucas áreas com sinal de Nikolsky presente. Apresentava ainda máculas necróticas em lábios com destacamento epidérmico importante, exulceraçoes de glande e hiperemia conjuntival. Destacamento epidérmico menor que 10% na avaliaçao inicial. Durante os 17 dias de internaçao, o mesmo apresentou perda de 8% do peso corporal e IMC de 20,8kg/m2, considerado desnutrido e em risco nutricional grave. Após três dias da admissao o paciente apresentou melhora das lesoes, sendo evoluída a dieta para consistência pastosa e aumentado a suplementaçao para duas vezes ao dia, atingindo dessa forma um aporte nutricional de 27kcal/kg/dia e 1,2g de proteína/kg/dia. paciente evoluiu com melhora progressiva das lesoes, reduçao do SCORTEN score para 2 (mortalidade aproximada de 12%), se alimentando com alimentos na consistência geral e alta hospitalar. Segue atualmente em hemodiálise crônica com recuperaçao de 3% do peso habitual e suspensa suplementaçao por via oral devido adequada ingestao alimentar. Discussao e Conclusoes: O uso de imunoglobulina e o suporte nutricional foram essenciais na recuperaçao das lesoes e melhora do estado nutricional no tratamento da síndrome de SJ em paciente em diálise.


ID: 5572

Relaçao entre excesso de agua, hipertensao arterial pre hemodialise e hipertensao intradialitica: a importancia da adequada determinaçao do peso seco

Autores: Souza J A C, Antunes A A, Silva C F, Castro M C M

Instituiçoes: Instituto de Nefrologia de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O excesso de fluido acumulado no intervalo interdialítico está associado com elevaçao da pressao arterial (PA) pré-diálise. Durante a hemodiálise (HD), o excesso de agua é ultrafiltrado e a PA tende a se reduzir. O cálculo do excesso de agua e do volume a ser ultrafiltrado dependem da acurácia na estimativa do peso seco (PS), o qual na maioria das vezes é definido clinicamente. Alguns pacientes apresentam elevaçao da PA durante ou após a HD. A importância e a contribuiçao do excesso de agua para esse comportamento da PA ainda nao está bem estabelecido. Nesse estudo nós avaliamos a influência do excesso de agua sobre a PA pré e pós-diálise. Material e Método: 264 pacientes em programa de HD foram submetidos a bioimpedância elétrica (BCM-Fresenius Medical Care) para determinaçao do excesso de agua e estimativa do PS. Hiperhidrataçao foi definida como excesso de agua maior que 1 L, normohidrataçao valor entre -1 e +1 L e desidrataçao valor menor que -1 L. A PA sistólica (PAS) pré e pós-HD foi calculada através da média dos valores aferidos nas sessoes de HD realizadas no período de um mês. Hipertensao foi diagnosticada quando a PAS pré HD foi maior que 140mmHg, normotensao valor entre 100 e 140 e hipotensao valor inferior a 100mmHg. Hipertensao e hipotensao intradialítica foram definidas como o aumento ou a reduçao da PAS entre o pré e o pós HD. Resultados: Houve correlaçao do excesso de agua com a PAS pré HD (r = 0,15; p < 0,05) e com a variaçao da PAS pré e pós HD (r = 0,16; p < 0,01). 55% dos pacientes apresentaram excesso de agua com HAS pré HD. 39,8% apresentaram excesso de agua com hipertensao intradialítica e 35,6% excesso de agua com hipotensao intradialítica. O PS estimado pela bioimpedância foi de 67,7 ± 16,8Kg e o estimado clinicamente foi de 68,2 ± 10,1Kg (p < 0,001). Houve uma excelente correlaçao entre o PS da bioimpedância e clinico (r = 0,98; p < 0,001). Entretanto, a análise de Bland Altman mostrou que esses valores nao sao intercambiáveis. Discussao e Conclusoes: Nossos resultados mostram que o excesso de agua está associado com hipertensao arterial pré-HD e com hipertensao arterial intradialítica, sendo a determinaçao adequada do peso seco fundamental para corrigir esses problemas. Entretanto, isto é difícil de ser obtido através do PS determinado clinicamente, pois ele tende a superestimar o PS calculado pela bioimpedância.


ID: 5579

Ajuste do balanço hidrico por bioimpedancia multifrequencial reduz a mortalidade associada com o excesso de agua em hemodialise

Autores: Castro M C M, Antunes A A, Gallao A F, Vieira A L C, Coutinho L G, Centeno J R, Xagoraris M, Souza J A C

Instituiçoes: Instituto de Nefrologia de Taubaté – Taubaté – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A sobrecarga de volume é associada com o aumento da taxa de mortalidade em hemodiálise (HD). A bioimpedância permite uma estimativa mais acurada do peso seco (PS) e do excesso de água no paciente em diálise, permitindo um ajuste mais preciso da ultrafiltraçao (UF) durante a sessao de HD. Entretanto, o impacto dessa açao sobre a taxa de mortalidade ainda nao foi adequadamente avaliado. Neste estudo, nós analisamos o excesso de água e a razao de probabilidade de morte (odds ratio) associada com a sobrecarga de fluido antes e após a utilizaçao da bioimpedância como instrumento para guiar o médico na prescriçao da UF durante a HD. Material e Método: Bioimpedância (BCM – Fresenius Medical Care) foi realizada em 281 pacientes no ano de 2012 e em 264 pacientes no ano de 2016. No primeiro período, o PS estimado clinicamente foi utilizado para ajuste da UF durante a HD. No segundo período o PS estimado pela bioimpedância foi utilizado pelo médico responsável como importante coadjuvante para ajustar a UF. A taxa global de mortalidade e o odds ratio (teste exato de Fischer) associado com o excesso de água foram calculados nos dois períodos. Resultados: A taxa de mortalidade no primeiro período foi de 10,3% (29 óbitos) e no segundo período 10,6% (28 óbitos) (NS). No primeiro período observamos que: o excesso de agua em relaçao à normohidrataçao nos pacientes que morreram foi de 4,0 ± 2,6L e naqueles que sobreviveram 2,4 ± 1,9L (p < 0,001), a porcentagem de agua no espaço extracelular foi de 21,8 ± 12,1 e 13,6 ± 9,6%, respectivamente (p < 0,001) com odds ratio 3,557 (IC 95%: 1,517 – 8,339) quando a porcentagem de excesso de agua no extracelular foi maior que 15% (p < 0,01). No segundo período observamos que: o excesso de agua nos pacientes que morreram foi de 2,7 ± 1,9L e naqueles que sobreviveram 2,4 ± 2,1L (NS), a porcentagem de excesso de agua no espaço extracelular foi de 16,6 ± 10,5 e 13,5 ± 10,2%, respectivamente (NS) com odds ratio 0,51 (IC 95%: 0,2338 – 1,136) quando a porcentagem de excesso de agua extracelular foi maior que 15% (NS). Discussao e Conclusoes: Nossos resultados mostram que utilizar o peso seco estimado pela bioimpedância para ajustar a taxa de ultrafiltraçao durante a HD implica em melhora significativa do excesso de agua corporal, com consequente reduçao do risco de morte associado com a hiperhidrataçao. Dessa maneira, a utilizaçao desse poderoso instrumento para ajuste do balanço hídrico em hemodiálise deve ser estimulada em todas as clinicas de diálise.


ID: 5597

Caracteristica da cefaleia durante a hemodialise em clinica especializada na cidade de Santos

Autores: Spessoto C V, Pinto A S d G, Vieira B H G, Troiani F R, Arruda L H, Fragoso Y D

Instituiçoes: Clinica Especializada em Cefaleia (NNH) – Santos – Sao Paulo – Brasil, Clinica Integrada Nefrologica de Santos Ltda (Clines) – Santos – Sao Paulo – Brasil, Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) – Santos – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Há cinco estágios da doença renal crônica sendo o estágio V a fase final. Com a realizaçao de sessoes de hemodiálise, os pacientes desenvolvem complicaçoes sistêmicas e dentre elas os sintomas neurológicos. A cefaleia é uma queixa comum neste grupo e os profissionais na área da saúde visam a melhora na qualidade de vida desses pacientes. Avaliamos a característica da cefaleia durante a hemodiálise de acordo com o gênero dos pacientes e os possíveis tratamentos utilizados para essa intercorrência. Material e Método: A casuística compoe de 30 pacientes com diagnóstico prévio de doença renal crônica estágio V, em sessoes de hemodiálise, com cefaleia. Foi aplicada uma entrevista com um questionário aos pacientes, junto ao Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento, através da equipe médica. Este estudo foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. O estudo foi realizado na Clínica Integrada Nefrológica de Santos Ltda. Resultados: A maioria dos pacientes foi do sexo masculino (56,6%) com idade média de 50 anos. As principais características das cefaleias encontradas foram do tipo aperto (43,3%); o local mais frequente foi na regiao occipital (50%) e a intensidade da dor de pontuaçao de 0-10 apresentou uma média de 6,9 pontos. A duraçao da cefaleia encontrou-se por volta de 145 minutos. As medicaçoes administradas como principal escolha foram os analgésicos (63,3%). Discussao e Conclusoes: A cefaleia durante a hemodiálise é mais frequente no sexo masculino, de caráter em aperto, dor moderada em regiao occipital e o tratamento mais utilizado para o controle da dor sao os analgésicos.

Palavras Chave: complicaçoes; cefaléia; hemodialise; doença renal crônica


ID: 5600

Mortalidade e recuperaçao da funçao renal de pacientes com lesao renal aguda submetidos a diferentes duraçoes de hemodiálise prolongada (6 vs. 10h): um ensaio clínico

Autores: Albino B B, Balbi A L, Gobo M, Freitas F M, Ponce D

Instituiçoes: Faculdade de Medicina – UNESP Botucatu – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A Hemodiálise Prolongada (HDP) é opçao de suporte renal para pacientes críticos com lesao renal aguda (LRA) e instabilidade hemodinâmica. Este foi um estudo do tipo ensaio clínico que teve como objetivo comparar mortalidade e recuperaçao da funçao renal em 28 dias de pacientes críticos com LRA submetidos a diferentes duraçoes de HDP (6 e 10h). Material e Método: Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos com LRA associada à sepse, internados em UTI, em uso de noradrenalina de 0,3 a 0,7 ug/kg/min. Os pacientes foram alocados em dois grupos de modo aleatório. O grupo 1 (G1) foi submetido a sessoes de 6h e o grupo 2 (G2) a sessoes de 10h. As comparaçoes das variáveis contínuas foram realizadas pelos testes t Student ou Mann-Whitney, e das variáveis categóricas pelo Qui-Quadrado. Para as comparaçoes das variáveis por sessoes foi utilizado o modelo misto de medidas repetidas no tempo com ajuste para Tukey. Foi realizada regressao logística uni e multivariada para associaçao com fatores de risco para o óbito e nao recuperaçao da funçao renal. O nível de significância considerado foi de 5%. Foi calculado o tamanho amostral, considerando erro alfa 5%, beta 20% e diferença de mortalidade entre os grupos de 15%, sendo necessários 90 pacientes em cada grupo. Resultados: Cento e noventa e quatro pacientes foram tratados com 531 sessoes de HPD durante 50 meses consecutivos. Os dois grupos foram semelhantes quanto à idade (61,4 ± 14,4 x 60,5 ± 15,5, p = 0,55) e SOFA (14,1 ± 3 x 14,4 ± 2,9 p = 0,47). Nao houve diferença significativa quanto às complicaçoes dialíticas hipotensao e hipocalemia. Os grupos apresentaram diferenças quanto à coagulaçao de sistema, hipofosfatemia e interrupçao do tratamento, que foram maiores no G2 (12,3 vs. 23,1%, p = 0,002; 15,5 vs. 25,8%, p = 0,005 e 7,9 vs. 15,6%, p = 0,008, respectivamente). Nao houve diferença quanto ao balanço hídrico (BH) pré e pós três sessoes de HD. O óbito e a recuperaçao da funçao renal foram semelhantes entre os grupos (81,3 vs. 82,2%, p = 0,87 e 21 vs. 31,2%, p = 0,7, respectivamente). Na regressao logística, o BH positivo pré e pós diálise foi identificado como fator de risco para óbito, enquanto a sobrecarga hídrica após 3 sessoes de HDP e o valor de creatinina pré-diálise foram associados negativamente à recuperaçao da funçao renal em 28 dias. Discussao e Conclusoes: Nao houve diferença na evoluçao clínica de pacientes submetidos a diferentes duraçoes de HDP e o BH positivo foi identificado como fator de risco para óbito.

Palavras Chave: lesao renal aguda, hemodiálise prolongada, recuperaçao funçao renal, óbito


ID: 5629

Agrobacterium como causa rara de peritonite em paciente em diálise peritoneal cronica: particularidades do tratamento

Autores: Urbini Dos Santos C, Schincariol P, Da Silva Quadros K R, Marioto F C C, Britto W L D M, Lucatto T M, Pires M, Dias De Meira R, Kozakevich G V, Bueno De Oliveira R

Instituiçoes: UNICAMP – Campinas – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O Rhizobium radiobacter (Agrobacterium) é um micro-organismo Gram-negativo aeróbio predominantemente fitopatogênico que excepcionalmente causa infecçoes oportunistas como peritonites em pacientes com doença renal crônica (DRC) em diálise peritoneal (DP). As propriedades de adesao da bactéria à plásticos aliada a capacidade de produçao de cefalosporinase sao problemas no tratamento dessa infecçao. Material e Método: Relato de caso de peritonite por Rhizobium radiobacter em paciente em DP. Resultados: Homem com 61 anos, descendência japonesa, físico (aposentado), DRC secundária a diabetes mellitus em DP automatizada desde Nov/2014, sem intercorrências desde entao, até que em Jan/2017 apresentou-se com dor abdominal associada a febre de 38 °C, sendo diagnosticado e tratado para peritonite infecciosa com cefazolina e ceftazidima. A análise do líquido peritoneal (LP) revelou a presença de 2.350 leucócitos/mm3 (98% de neutrófilos), que após 48 de tratamento reduziu-se a 595 leucócitos/mm3 (95% neutrófilos) associado a melhora clínica. A cultura foi positiva para Rhizobium radiobacter sensível a ceftazidima, que foi mantida isoladamente por 14 dias. No 10º dia de tratamento a contagem de leucócitos foi de 50 células/mm3. No entanto, o paciente voltou a apresentar dor abdominal e aumento da celularidade no LP (870 leucócitos/mm3) associado a mudança no perfil de sensibilidade do mesmo micro-organismo que tornou-se parcialmente sensível a ceftazidima. Associou-se ciprofloxacina à ceftazidima, além da troca do cateter de DP e reimplante em mesmo tempo cirúrgico devido ao bom estado do paciente e seu desejo de permanecer em DP. Após 14 dias desse novo tratamento o paciente evoluiu para cura. Discussao e Conclusoes: O Rhizobium radiobacter é considerado atualmente um agente oportunista que afeta principalmente imunodeprimidos e pacientes com doenças crônicas, e características do patógeno como capacidade de formaçao de biofilme e produçao de enzimas que degradam antimicrobianos podem dificultar o tratamento. Nosso paciente nao apresentava história epidemiológica de exposiçao ao solo. Apesar de pouco frequente o tratamento dessa infecçao tem particularidades e nesse caso foi possível a cura da infecçao com a manutençao na modalidade de diálise.

Palavras Chave: peritonite, diálise peritoneal, Rhizobium radiobacter, agrobacterium, biofilme, doença renal crônica, diálise


ID: 5649

Nefrectomia de rim primitivo em paciente em diálise peritoneal (DP): relato de caso

Autores: da Costa L A, Andreoli M C C, Totoli C, Nadaletto M A, Silva C B, Dutra V S, Offerni J C M, Manfredi S R, Pestana, J O, Canziani M E F

Instituiçoes: Fundaçao Oswaldo Ramos- Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Nefrectomia de rim primitivo é raramente realizada em pacientes em diálise, principalmente em DP. Devido a isso, pouco se sabe sobre a realizaçao deste procedimento em pacientes submetidos a esta modalidade. Dentre as preocupaçoes existentes, as mais comuns sao: tipo de cirurgia (aberta vs laparoscópica); tipo de abordagem (transperitoneal vs retroperitoneal); infecçao de ferida; complicaçoes nao infecciosas como formaçao de hérnia e “leak” e necessidade de transferência para hemodiálise (HD) durante cicatrizaçao de ferida. Material e Método: Relato de caso clínico e revisao de literatura. Resultados: E.C.M, 23 anos, história de Doença Renal Crônica secundária a Glomerulonefrite, realizou DP e HD e, posteriormente, submetido a Transplante Renal. Após 8 anos, evoluiu com perda do enxerto e retornou à HD. Durante o período em HD, evoluiu com falência de acesso e necessidade de início de DP na urgência aos 22 anos. Admitido em DP anúrico e hipersensibilizado, sendo observado em tomografia computadorizada de abdômen nódulo renal àesquerda (4,0 x 3,2 cm), com realce após injeçao de contraste, sugestivo de neoplasia. Avaliado pela Urologia que indicou realizaçao de Nefrectomia Radical Esquerda. O procedimento cirúrgico foi realizado em dezembro de 2016, aberto, em lombotomia esquerda e sem violar o retroperitônio. No pós-operatório, paciente foi mantido em DP (CAPD, 4 trocas de 2 litros cada, sua prescriçao habitual), sem complicaçoes cirúrgicas imediatas ou tardias, tais como peritonite, infecçao de ferida, hérnias ou “leak”, bem como nao apresentou alteraçao nos exames laboratoriais no seguimento ambulatorial. O anatomopatológico mostrou Carcinoma de Células Renais, padrao histológico papilífero. Discussao e Conclusoes: Apesar da discussao sobre a melhor abordagem dos pacientes em DP que necessitam de Nefrectomia e de relatos de alta incidência de Hérnia Incisional, apresentamos um caso bem sucedido de realizaçao de cirurgia aberta, sem lesao do peritônio, com permanência do paciente em DP e sem complicaçoes cirúrgicas pós-operatórias. DP pode ser realizada imediatamente após Nefrectomia, sem apresentar complicaçoes à manutençao do método dialítico.

Palavras Chave: Nefrectomia; Diálise Peritoneal


ID: 5661

Peritonites em pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento de diálise peritoneal

Autores: Ribeiro R C H M, Range C H I F, Bertolin D C, Santos M C, Mazer L E, Cesarino C C B, Ribeiro R M, Rodrigues C C, Ribeiro D F

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Sao José Do Rio Preto-Famerp – Sao José Do Rio Preto – SP – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O objetivo do presente estudo foi analisar a taxa das peritonites no Serviço de Diálise Peritoneal de um Hospital de Ensino; conhecer o perfil dos pacientes do programa de diálise peritoneal. Material e Método: Estudo observacional, descritivo retrospectivo, de natureza quantitativa realizado no serviço de diálise no interior de Sao Paulo de janeiro a dezembro de 2015. Resultados: Dos 39 pacientes em diálise peritoneal 51,3% do sexo masculino, 64,1% nao idosos, 51,3% procediam de outros municípios, 69,2% eram aposentados. 66,7% estavam em CAPD, 43,6% estavam em tratamento de um ano a dois anos, 79,5% nao estavam inscritos em lista de transplante e 41% devido a inicio recente na terapia. Dos 20 pacientes que apresentaram peritonite no ano de 2015, 50% tiveram dois episódios no ano, 20% causadas por Staphylococcus aureus. Em 90% o antibiótico foi por via endovenosa, 95% tiveram associaçao de antibióticos sendo os mais comuns ceftazidime, vancomicina e cefalotina e 90% dos pacientes saíram da terapia, 65% eram do sexo feminino, 55% moram no município da instituiçao de tratamento, 70% sao aposentados e 65% em CAPD com média de idade de 56 anos e média de 1,7 anos de tratamento. A taxa de peritonite em CAPD E DPA foi de 2,79% e DPI 13,33%. Discussao e Conclusoes: A taxa das peritonites nao é segundo as recomendaçoes internacionais, mas segundo o CCIH para envio a vigilância. Entre os pacientes que tiveram peritonite a maioria era mulher, moravam no mesmo município, era aposentada, em CAPD, com média de tratamento de 1,7 anos e 90% dos pacientes saíram da terapia.

Palavras Chave: Peritonite, Diálise Peritoneal, Doença Renal Crônica.


ID: 5714

Avaliaçao da fragilidade em pacientes renais cronicos dialiticos

Autores: Cassao B C, Noda P S, Pinheiro B A, Arnaldi M, Rocha S P L, Wanssa G, Baston N, Neta E V C P, Miorin L A

Instituiçoes: Irmandade Santa Casa de Misericordia de Saude – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Fragilidade é considerada uma síndrome multidimensional que envolve vários fatores: biológicos, físicos, cognitivos, sociais, econômicos e ambientais. É um tipo de síndrome que pode ser evitada, quando identificada precocemente, ou intervir com base em seus indicadores, ou pelo menos ser postergada. Pode se manifestar em indivíduos de todas as faixas etárias, incluindo os idosos, porém, nao deve ser entendida como sinônimo de velhice. Em pacientes renais crônicos, vários sintomas afetam a vida diária. Nos estágios mais avançados, o seu impacto sobre o estado funcional e a qualidade de vida torna-se bastante perceptível. As terapias renais substitutivas, como a hemodiálise, corrigem parcialmente os sintomas percebidos pelo paciente e provocam mudanças adicionais no seu estilo de vida, as quais podem afetar a qualidade de vida. Material e Método: Em estudo transversal, descritivo, a escala The Edmonton Frail, instrumento multidimensional validado e adaptado culturalmente para o português do Brasil, foi usada para avaliar a fragilidade em pacientes dialíticos de um serviço de referencia de Sao Paulo. Esta escala possui 11 itens, sua pontuaçao máxima é 17 representando o nível mais elevado de fragilidade. Resultados: Foram entrevistados 34 pacientes dialíticos. Houve predomínio do sexo masculino (58,8%), faixa etária de 29 a 75 anos de idade, baixa escolaridade e renda própria. Todos responderam todas as questoes da escala, alguns com auxilio, e tiveram o grau de fragilidade avaliado. Nao possuem fragilidades 34%; sao vulneráveis 23%; já com fragilidades leves 17 %; com fragilidades moderadas 5% e nenhum pontuou com fragilidades severas. Pacientes já com presença de fragilidades, sendo elas moderadas ou pequenas sao compatíveis com faixa etária mais elevada em em maior tempo de hemodiálise. Discussao e Conclusoes: Avaliar a qualidade de vida relacionada a saúde de pacientes renais crônicos dialíticos a partir da presença de fragilidades identificadas em questionário e correlacionar com idade, tempo de hemodiálise e inscriçao em lista de transplante.

Palavras Chave: Fragilidade; doença renal crônica dialítica, The Edmonton Frail Scale


ID: 5726

Fistula arteriovenosa: causas de perda e variáveis associadas: comparaçao entre cinco unidades nos anos 2015 e 2016

Autores: Moura D Q, Moura Neto J A, Moura A F S, Braga C A, Bastos R P, Paschoalin R P, Carvalho N P, Soledade M F, Carvalho T C, Moura S S, Amorim B S, Moura Jr. J A

Instituiçoes: Grupo CSB – – Bahia – Brasil

Introduçao: Fistula arteriovenosa (FAV) como acesso à hemodiálise (HD) modificou a história natural dos pacientes em HD. A análise das causas das falências destes acessos pode trazer informaçoes que aumentem a sobrevida. Objetivo: Avaliar as causas de perdas de FAVs em cinco centros de HD, a cada biênio, correlacionando-as com variáveis. Material e Método: As causas de perdas de FAVs têm sido estudadas em 5 centros de HD da Bahia, nos últimos 10 anos. Os resultados das perdas em Feira 1, Feira 2, Salvador, Serrinha e Senhor do Bonfim de em 27 meses (entre 2015 e 2017), sao apresentados. Gênero, idade, hemoglobina acima de 12 g/dl, diabetes, local das FAVs e tempo de confecçao foram as variáveis comparadas. Resultados: Foram seguidas 1072 FAVs,357 na unidade de FSA1, 74 na FSA2, 268 em SSA, 182 em SER e 191 em SB. Houve 172 perdas de FAVs, sendo 44 em FSA1,11 em FSA2,50 em SSA,38 em SER e 30 em SB. Trombose foi a causa de perda mais prevalente, ocorrendo 96(53,4%) vezes. Quando avaliadas por unidade, foi a causa de 14(32%) perdas em FSA1, de 10(90%) em FSA2, de 29(58%) em SSA, de 27(68%) em SER e de 16(45%) em SB. Perdas por hipotensao ocorreram em 58 casos. Em FSA1, do total de 44 perdas, 27(60,2%) ocorreram por esta causa. 104(58%) perdas, ocorreram em homens, sendo 24(55%) em FSA1,9 (82%) em FSA2,35 (70%) em SSA,22 (58%) em SER e 14 (39%) em SB. A idade média dos pacientes em FSA1 foi de 57,5 ± 22,6 anos, 62,5 ± 12,4 em FSA2, 59,2 ± 17,2 em SSA, 53,1 ± 11,9 em SER e 59,3 ± 21,1 em SB. Hemoglobina acima de 12g/dl ocorreu em 49 (28,5%) perdas. Em 5 (12%) pacientes em FSA1, em 5(45%), em FSA2, em 10(20%) em SSA, 22 (58,5%) em SER e em 6 (20%) em SB. Das 172 perdas de FAVs,62 (36%) ocorreram em pacientes diabéticos, sendo 18(41%) em FSA1,7(65%) em FSA2,15(30%) em SSA,11(30%) em SER e 11(36%) em SB. Apenas 79 eram FAVs proximais, 21(48%) em FSA1, 4(36%) em FSA2, 27(54%) em SSA, 17(45%) em SER e 10(33%) em SB. O tempo médio de vida das FAVs foi de 29,4 ± 15,2 meses em FSA1, 12,3 ± 23,9 em FSA2, 28,8 ± 18,9 em SSA, 23,4 ± 13,8 em SER e 24,4 ± 17,2 meses em SB. Discussao e Conclusoes: 1-Trombose foi a causa mais prevalente de perda em quatro unidades e perda por hipotensao em uma; 2-Em FSA2, 90% das perdas foi por trombose; 3-Hemoglobina elevada foi causa de perda importante em SER e FSA2, principalmente em SER, quase 60%; 4-65% das FAVs perdidas em FSA2 foram em diabéticos; 5 -Mais de 40% das FAVs perdidas em 3 centros, FSA1, SSA e SER, eram proximais; 6 – Em FSA2, o tempo entre confecçao e perda foi menor.


ID: 5730

Correlaçao entre angulo de fase da bioimpedancia unifrequencial e overhydratation da bioimpedancia multifrequencial

Autores: Silva M Z C, Reis N S d C, Bordin B C, Oliveira R C d, Costa N A, Bufarah M N B, Barretti P, Caramori J S CT

Instituiçoes: Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Na avaliaçao da composiçao corporal em diálise peritoneal (DP) o ângulo de fase (AF) obtido por bioimpedância unifrequencial (BIAu) é influenciado pelo estado de hidrataçao e composiçao corporal, associando-se independentemente com estado nutricional e inflamaçao. O objetivo deste estudo foi o avaliar a correlaçao entre o AF e a sobrecarga de volume por meio do valor do overhydratation (OH) da bioimpedância multifrequencial (BIAm). Material e Método: Estudo transversal, retrospectivo com pacientes prevalentes em DP em um Hospital Universitário. Foram realizadas avaliaçoes de BIAu e BIAm, em um mesmo momento, estando os pacientes com a cavidade vazia ou cheia de soluçao de diálise. Para avaliar a correlaçao entre AF da BIAu e OH da BIAm utilizou-se o teste de Pearson. Foi utilizado o software SPSS e valores de p < 0,05 foram considerados significativamente estatísticos. Resultados: Casuística de 37 pacientes com idade de 55 ± 15 anos, 54,1% do sexo masculino, com índice de massa corporal (IMC) de 26,6 ± 5,1 kg/m². A mediana do tempo em DP foi de 14 meses e a modalidade predominante foi DP Cíclica Contínua (56,8%). Observou-se correlaçao moderada e significativa entre o AF e OH (r = -0,66; p < 0,01). A correlaçao foi mais evidente nos pacientes que realizaram as BIAs com a cavidade vazia (r = -0,76; p = 0,03). Discussao e Conclusoes: A comparaçao entre BIAu e BIAm mostrou que a presença de hipervolemia está associada a menores valores de AF. Em pacientes com a cavidade vazia esta associaçao se mostrou mais forte do que em pacientes com a cavidade cheia, o que sugere melhor performance e acurácia destes exames em pacientes com a cavidade seca.


ID: 5740

Fistula arteriovenosa: análise da sobrevida em cinco unidade nos anos 2015 e 2016

Autores: Moura Neto J A, Moura D Q, Moura A F S, Braga D d S, Abreu P S N, Costa Neto E A, da Silva C V, Cabral S O, Soledade M F, Braga C A, Moura Jr J A

Instituiçoes: Grupo CSB – – Bahia – Brasil

Introduçao: Maior sobrevida das Fistulas Arteriovenosas (FAVs) melhora o prognóstico dos pacientes, minimizando o uso de cateter venoso. A análise desta variável possibilita açoes para elevar o tempo de utilizaçao das FAVs em unidades de hemodiálise(HD). Objetivo: Avaliar a sobrevida e causas de perdas de FAVs a cada biênio em cinco centros de HD. Material e Método: A curva de Kaplan-Meier foi aplicada para comparar a sobrevida das FAVs anual, nos anos de 2015 e 2016. Os três meses iniciais de 2017 também foram estudados, em cinco unidades satélites da Bahia, duas delas em Feira de Santana (FSA1 e FSA2), uma em Salvador(SSA), uma em Serrinha (SER) e outra em Senhor do Bonfim (SB). As causas das perdas foram analisadas por unidade. Resultados: No total, 1072 FAVs foram seguidas por 27 meses. 357 na unidade de FSA1, 74 na FSA2, 268 em SSA, 182 em SER e 191 em SB. Houve 172 perdas de FAVs. Em 2015, 65, em 2016, 92* e em 2017, 15. As perdas a cada ano por unidade foram as seguintes; FSA – 17, 22 e 5; FSA2 – 4, 7 e 0; SSA – 18, 27* e 5; SER – 16, 20 e 2; SB – 10, 17* e 3. O total de perdas por unidade, foi de 44 em FSA1, 11 em FSA2, 50 em SSA, 38 em SER e 30 em SB. Por ano, em FSA1, em 2015, 17, em 2016, 22, e em 2017, apenas 5. Na unidade FSA2, em 2015, 4, em 2016, 7 e nenhuma em 2017. Em SSA, em 2015, 18, em 2016, 27 e em 2017, 5. Em SER, houve 16 perdas em 2015, 20, em 2016 e apenas 2 neste ano. Finalmente, em SB, em 2015, 10, em 2016, 17 e em 2017, 3. No período, considerados os 27 meses, a sobrevida das FAVs foi de 94,1% I.C.95% [88,4-97,6%] em FSA1, 91,0% IC 95% [84.3-93,4], em FSA2, 91,8% I.C.95% [86,9-96,1%] em SSA, 90,2% IC 95% [86,2-94,3] em SER e 93,0% IC95% [87,9,6-96,5] em SB. A sobrevida em 2015 foi maior do que em 2016*. Em 2017, nos três meses avaliados, a sobrevida encontra-se acima de 95% nas cinco unidades. Das 172 perdas, trombose foi a causa mais prevalente, ocorrendo em 96 (53,4%) oportunidades. Quando avaliadas por unidade, foi a causa de 14(32%)* perdas em FSA1, de 10(90%)* em FSA2, de 29 (58%) em SSA, de 27(68%) em SER e de 16(45%)* em SB. Perdas após hipotensao ocorreram em 58 casos. Em FSA1, de 44 perdas, 27(60,2%)* ocorreram por esta causa. Discussao e Conclusoes: 1 -Nao houve diferença estatística entre os centros. 2 -As perdas de FAVs foram mais elevadas no ano de 2016, quando em comparaçao e 2015. 3 -Trombose foi a causa mais prevalente de perda em quatro unidades, seguida de hipotensao. 4 – Em FSA1, perdas após hipotensao foi mais prevalente.


ID: 5756

Relato de experiencia: implantaçao de um protocolo operacional padrao na prevalencia de pacientes em tratamento hemodialitico por Fistula Arteriovenosa-FAV

Autores: Lira M N, Lemos k C R, Rocha R F, Morais I F, Carvalho D M A, Lima C R V, Chagas P A, Santos B M F C, Melo C M, Pedrosa A, Ferraz R N, Lima E C, Frazao C M F d Q, Ramos V P

Instituiçoes: SOS Renal Services – Olinda – Pernambuco – Brasil

Introduçao: A doença Renal Crônica é considerada um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A terapia renal de substituiçao mais utilizada é a hemodiálise e a fístula arteriovenosa-FAV é considerada, por diversas razoes, o acesso vascular ideal para o tratamento hemodialítico. Material e Método: O relato de experiência visa descrever as etapas de implantaçao de um Protocolo Operacional Padrao na prevalência de pacientes que realizam o tratamento hemodialítico por FAV. A populaçao do estudo foi composta de 225 pacientes em tratamento hemodialítico. O local do estudo foi em um serviço de nefrologia localizado em Pernambuco. Resultados: A implantaçao do POP contou com uma equipe de enfermeiros (9), nefrologistas (7) e cirurgiao vascular (1). A primeira etapa, em maio de 2016, constou de: reuniao com a coordenaçao de enfermagem para apresentaçao do POP para acompanhamento do acesso vascular definitivo por enfermeiro; sensibilizaçao da equipe; e capacitaçao dos enfermeiros. Neste momento também foi nomeado um enfermeiro responsável para acompanhar a consulta vascular uma vez por semana na instituiçao e realizar a avaliaçao do perioperatório e ainda, dividido o total de pacientes pelo número de enfermeiros do serviço para avaliaçao mensal do paciente. Na segunda etapa foi utilizado o instrumento estruturado com o acompanhamento perioperatório de confecçao da FAV e a avaliaçao mensal do enfermeiro com as seguintes variáveis; sítio para confecçao da FAV, frêmito presente/ausente, aspecto da ferida operatória-FO, retirada dos pontos da FO, período de maturaçao da FAV, programaçao para início de punçao, higiene da pele, assepsia da pele, escolha das agulhas, técnica de punçao e distância adequada entre as agulhas, fluxo de sangue programado, tempo de hemostasia, hematoma da FAV, Pressao Venosa, provável estenose, aneurisma, abordagem cirúrgica da FAV, infecçao de FAV. Discussao e Conclusoes: Observou-se um aumento no número de pacientes em HD por FAV(n = 168) e menor número de intervençoes do cirurgiao vascular (n = 8), sem a necessidade de implante de cateter para realizaçao da terapia. Além de diminuiçao no número de infecçoes da FAV(n = 6). Quando comparado com o período de julho a dezembro de 2015, com uma média de 248 pacientes em HD e destes 195 pacientes com FAV funcionante e um total de 15 intervençoes da cirurgia vascular, três perdas de FAV por trombose e 7 pacientes que apresentaram infecçao de FAV. Essa ferramenta foi importante para promover o cuidado de qualidade

Palavras Chave: Hemodiálise, Doença Renal Crônica, Enfermagem


ID: 5760

Autocuidado em hemodialise: comportamentos com a fistula arteriovenosa

Autores: Lira M N, Sousa C N, Marujo P, Teles P, Novais M E L M, Frazao C M F Q, Ramos V P

Instituiçoes: Escola Superior de Enfermagem Do Porto – Portugal

Introduçao: Os pacientes com doença renal crônica terminal (DRCT) devem ser educados a preservar e manter a fistula arteriovenosa (FAV) em boas condiçoes. A Fístula arteriovenosa é considerada o acesso vascular de excelência para o tratamento por hemodiálise. Objetivo: Avaliar os fatores que influenciam a realizaçao do autocuidado com a FAV e a sua frequência. Material e Método: Estudo prospetivo, realizado com 101 pacientes em hemodiálise em uma unidade privada na regiao de Lisboa, Portugal. Foi elaborado um questionário pelos autores, sendo constituído por três partes: características demográficas (idade, sexo, educaçao, emprego e estado civil); características clínicas (etiologia da DRCT; tempo em terapia hemodialítica; tempo de uso da FAV; informaçao sobre os cuidados com a FAV e FAV anteriores); escala de avaliaçao de comportamentos de autocuidado com FAV em hemodiálise. Esta escala é constituída por duas subescalas: prevençao de complicaçoes (10 itens); gestao de sinais e sintomas (6 itens). Utilizou-se o SPSS 21.0 para análise, e modelos de regressao foram aplicados a cada subescala cujos resultados incluem estimativas de parâmetros, valores de P e intervalos de confiança de 95% (ICs). Resultados: A incidência de comportamentos de autocuidado foi de 71,0%. A análise de regressao mostra que a frequência de comportamentos de autocuidado na subescala gestao de sinais e sintomas, aumenta com a duraçao da fístula (0,039,95% IC: -0,003; 0,082), é menor para pacientes com fistula anterior (-7,99, IC95%: -14,78; -1,21) e para os doentes cuja informaçao foi fornecida pelo médico (-29,78, IC 95%: -46,74;-12,82). Em relaçao à subescala de prevençao de complicaçoes, a frequência de comportamento de autocuidado é maior para as mulheres (9,27,95% IC: 2,77; 15,77), pacientes com hipertensao (14,85; IC95%: 4,49; 25,21), pacientes com doença policística (13,21; IC95%: 1,76; 25,25) e pacientes com outras doenças renais (11,39; IC95%: 1,36; 21,42), e menor para os pacientes cuja informaçao foi fornecida pelo médico (≥ 26,23, IC 95%: -42,29;-10,17). Discussao e Conclusoes: Os comportamentos de autocuidado foram positivamente influenciados pelo sexo (feminino), etiologia DRC (hipertensao, rins policísticos e outras doenças renais), e duraçao da FAV e negativamente pela existência de FAV anterior e informaçao dada por profissional médico. Nesse sentido, programas de educaçao em saúde voltados para essa clientela devem ser implementados para promoçao do autocuidado com a FAV.

Palavras Chave: Autocuidado, Enfermagem, Doença Renal Crônica


ID: 5798

Fistula peritonio-vaginal: uma complicaçao rara e importante em pacientes de diálise peritoneal

Autores: Alves L C, Sá A V V, Brandao O M M e S

Instituiçoes: Universidade Federal Da Bahia – Salvador – Bahia – Brasil

Introduçao: Paciente 43 anos com antecedentes de hipertensao arterial sistêmica, lúpus eritematoso sistêmico e doença renal crônica dialítica há 5 anos, está em diálise peritoneal intermitente (DPI) há 3 anos, por falência de acesso vascular e migrou para diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) em janeiro de 2017 (prescriçao de 4 trocas/dia com bolsas a 1,5% e 4,25% intercaladas). Após 3 dias do início da CAPD, referiu escape de líquido vaginal quando realizava atividades em ortostase. Refere anúria desde 2016. O estudo do líquido revelou nível de glicose elevado (415 mg/dl). Realizou peritoneografia que mostrou preenchimento da vagina por contraste, sem envolvimento uterino ou vesical. O estudo colposcópico com infusao de azul de metileno no dialisato nao identificou orifício fistuloso. Referiu três gestaçoes, com partos normais, último há 12 anos; realizou laqueadura tubária no último parto. Correçao de hérnia umbilical há 02 anos. Resultados: Por impossibilidade de acesso vascular, retornou a DPI por 3 semanas com novas tentativas de retorno para CAPD, sendo a última bem-sucedida, sem novo extravasamento. Hoje, mantém-se em CAPD com boa funçao, com resoluçao espontânea da fistula genital. Durante o período, nao houve nenhum episódio de peritonite. Discussao e Conclusoes: Em diálise peritoneal, sao comuns as complicaçoes secundárias a aumento de pressao intra-abdominal. Apesar de raros, os extravasamentos vaginais podem ocorrer através de refluxo pela trompa de Falópio ou fístulas vaginais a partir de fundo de saco, o que provavelmente ocorreu com esta paciente e se que resolveu espontaneamente com a reduçao temporária da pressao intra-abdominal durante a DPI em decúbito. A complicaçao exposta acima se encaixa em quadros de exceçao e o seu registro se faz necessário para o conhecimento dos nefrologistas.

Palavras Chave: Diálise peritoneal; Fístula peritonio-vaginal.


ID: 5804

Diálise peritoneal urgent start: analise dos primeiros 30 dias de tratamento

Autores: Calice-Silva V, Ferreira H C, Teodoro L M, Miranda M P, Nerbass F B, Pecoits-Filho R

Instituiçoes: Fundaçao Pró-Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Curitiba – Parana – Brasil

Introduçao: A diálise peritoneal Urgent Start, (US-PD) vem sendo proposta como uma forma de terapia renal substitutiva (TRS) para pacientes com doença renal crônica estágio V (DRC-V) sem acesso definitivo (fístula artério-venosa ou cateter de Tenckhoff) e com indicaçao de TRS de forma urgente. O objetivo deste estudo foi descrever os resultados dos primeiros 30 dias de tratamento dos pacientes submetidos US-PD. Material e Método: Pacientes iniciados no programa US-PD entre 10/2016-04/2017 foram incluídos neste estudo. US-PD foi definida como início da terapia em até 7 dias do implante do cateter de Tenckhoff. A modalidade de diálise peritoneal (DP) usada foi a automatizada (DPA). DPA de alto volume (DPAV-Kt/V = 0,5) foi utilizada até compensaçao clínica do paciente. Após a alta os pacientes foram mantidos em DP intermitente (DPI) na unidade. Dados demográficos, comorbidades, prescriçao de DP, técnicas de implante do cateter e complicaçoes nos primeiros 30 dias foram as variáveis analisadas a partir de revisao dos prontuários dos pacientes. Resultados: Foram iniciados em US-PD 27 pacientes no período (idade: 53,4 ± 14,8 anos, 52% sexo masculino, 48% diabéticos e 74% hipertensos). Um quarto dos pacientes era proveniente da hemodiálise (HD) sem acesso vascular efetivo e com indicaçao de US-PD. Com relaçao à técnica de implante dos cateteres, 63% foram implantados pela técnica de Seldinger (nefrologista) e 37% por laparoscopia ou mini laparotomia (cirurgiao). DPAV foi realizada em média por 2,3 (± 0,85) dias, com volume de infusao médio na primeira sessao de 1900 (± 142) ml/ciclo. O número médio de sessoes de DP até a alta hospitalar foi de 7 (± 6) e de DPI na unidade foi de 11 (± 4). As complicaçoes nos primeiros 30 dias de terapia foram: mecânicas (migraçao da ponta do cateter em 4(15%) e extravasamento em 1(3,7%)), hemoperitôneo em (3,7%), e sangramento óstio de saída do cateter em 1(3,7%), nenhuma destas levou a descontinuaçao da técnica. Nao houveram complicaçoes infecciosas neste período. Apenas 3(11,2%) pacientes nao completaram 30 dias em terapia, 2 (7,4%) por desistência, 1 (3,7%) devido sepse grave, sendo transferidos para HD. Discussao e Conclusoes: Durante os primeiros 30 dias de US-PD, a maior parte dos pacientes nao apresentou complicaçoes e a taxa de permanência foi de quase 90%. A US-PD se mostrou uma alternativa de TRS viável e segura entre os pacientes, devendo ser ofertada como modalidade terapêutica a todos aqueles com DRC-V, sem contra-indicaçoes ao método, e com necessidade de TRS de forma urgente.

Palavras Chave: Diálise peritoneal Urgent start Diálise Doença renal crônica


ID: 5829

Conhecimento da equipe de enfermagem relacionado a segurança do paciente em hemodialise

Autores: Ferreira V, Tremura B B, Mullinari M S, Rinhel N M, Angelotti L C Z

Instituiçoes: Centro Universitário Barao de Mauá – Ribeirao Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Nas unidades de terapia renal substitutiva existem inúmeros fatores de risco que aumentam a probabilidade de ocorrer agravos aos pacientes, sugerindo que a assistência segura a esta populaçao apresenta alguns desafios peculiares. Os objetivos deste estudo foram: identificar o conhecimento dos membros da equipe de enfermagem relacionado à segurança do paciente em hemodiálise e sobre as medidas de segurança para evitar infecçao dos acessos vasculares e caracterizar os profissionais da equipe de enfermagem quanto aos dados sociodemográficos e tempo de atuaçao na área de nefrologia. Material e Método: Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva com análise quantitativa de dados. Os participantes foram os profissionais da equipe de enfermagem (8 enfermeiros = 7 assistenciais e 1 coordenador) e 34 técnicos/auxiliares de enfermagem que trabalham em uma clínica de Nefrologia situada no interior do estado de Sao Paulo. Foi elaborado um questionário para a coleta de dados (15 questoes) e realizada análise descritiva dos dados. As características de natureza qualitativa, tiveram sua distribuiçao de frequências apresentadas por meio de figuras e tabelas. Para as características de natureza quantitativa foram apresentados os valores da média e desvio padrao. Resultados: A equipe é composta por 81% de técnicos/auxiliares de enfermagem; tempo prevalente na profissao de saúde de 11 a 20 anos (45%), tempo na área específica de nefrologia 0 a 10 anos (59%). O sexo prevalente foi feminino 67%; 64% brancos e 38% com idade entre 31 a 40 anos. Os temas levantados nas questoes relacionadas a segurança que obtiveram porcentagem de erro relevante acima de 50% foram às questoes: sete referente à bactéria mais encontrada na infeçao de cateter com 55% de erro; questao oito referente aos cuidados com a fistula arteriovenosa 60% de erro; questao doze referente às medidas preventivas do cateter para hemodiálise 55% de erro; questao quinze referente às vantagens e desvantagens dos locais de escolha para a inserçao de cateteres 50% de erro. Discussao e Conclusoes: Recomenda-se a implementaçao de educaçao permanente no serviço de hemodiálise, principalmente sobre as infecçoes de acessos vasculares, visto que os resultados demonstraram déficit de conhecimento neste assunto. No nível técnico, recomenda-se buscar cursos de atualizaçao e no nível superior especializaçao na área. E também o uso de protocolos e rotinas institucionais no serviço para que os membros da equipe possam seguir e consultar embasados em teorias científicas.

Palavras Chave: Conhecimento. Segurança do Paciente. Infecçao. Doenças Renais. Hemodiálise.


ID: 5834

Analise de parametros reticulocitarios para monitoramento de anemia em pacientes em diálise peritoneal

Autores: Merlin J C, Claro L, de Moraes T P, Leinig C E, Moreno A, Pecoits-Filho R

Instituiçoes: Centro e Hematologia e Hemoterapia do Paraná (HEMEPAR) – Curitiba – Parana – Brasil, Pontificia Universidade Catolica do Parana – Curitiba – Parana – Brasil

Introduçao: A anemia é uma complicaçao comum e com grande impacto nos indices de morbidade e mortalidade em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC). Marcadores laboratoriais utilizados atualmente para diagnóstico e monitoramento da anemia na DRC sao limitados na avaliaçao e interrrelaçao entre eritropoiese, estoques de ferro, inflamaçao e resistência ao tratamento com agentes estimuladores da eritropoiese (IRE). O objetivo deste estudo foi analisar o papel dos novos parâmetros hematológicos de IRF (fraçao de reticulócitos imaturos) e RET-He (equivalente de hemoglobina nos reticulócitos) no monitoramento da anemia e da resistência ao uso de AEE em pacientes com DRC e em diálise peritoneal. Material e Método: Este estudo foi prospectivo, observacional e multicêntrico, onde foram incluídos pacientes clinicamente estáveis em diálise peritoneal (DP). Os parâmetros laboratoriais recomendados atualmente pelas diretrizes foram comparados com novos parâmetros hematológicos reticulocitários disponibilizados pelo analisador hematológico Sysmex, modelo XE-5000. Niveis séricos de interleucina 6 (IL-6) foram utilizados como marcador inflamatório e dosados pelo método Luminex. Resultados: Trinta e cinco pacientes foram incluídos no estudo (59 ± 13 anos, 51% homens, 43% diabéticos). A hemoglobina media foi de 12,2 g/dL e 87% apresentaram resistência ao uso de AEE. Considerando-se os valores para RET-He a incidência de deficiência de ferro foi mais baixa comparada com os valores quando utilizados ferritina (82%) e IST (51%). Os valores de IRF e MFR foram significativamente maiores nos pacientes com IRE no quartil superior (4o. quartil). Níveis elevados de IL-6 demonstraram uma correlaçao significativa com os valores de MFR (r = 0,45, p < 0,03). Discussao e Conclusoes: Os novos parâmetros hematológicos de reticulócitos podem agregar valor na identificaçao e controle da mobilizaçao e deficiência de ferro, assim como na identificaçao de pacientes com resistência ao uso de AEE induzida pela inflamaçao.

Palavras Chave: anemia, diálise, resistencia a eritropoietina, ferro


ID: 5855

Perfil epidemiologico de pacientes do programa de hemodialise de um hospital de referencia no estado do Pará

Autores: da Silva R L R, Pessoa R D O A, da Silva L L, Soares S G R, dos Santos S A P S

Instituiçoes: FHCGV – Belém – Pará – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome clínica ocasionada pela perda progressiva e irreversível da filtraçao glomerular, sendo um grave problema de saúde pública, em face de sua elevada taxa de morbimortalidade1. A DRC pode evoluir para uma insuficiência renal crônica terminal (IRCT). Para o tratamento dessa condiçao existem as terapias renais substitutivas (TRS): hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal². O presente estudo tem como objetivo identificar o perfil epidemiológico dos pacientes matriculados em um programa de hemodiálise. Material e Método: A amostra é composta por 62 pacientes com DRC, em estágio V, dialíticos, matriculados no programa de hemodiálise (HD) na Fundaçao Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana, em Belém-Pará em 2016. Trata-se de estudo clínico, epidemiológico, transversal, observacional, descritivo, retrospectivo, de centro único. Resultados: Dos pacientes avaliados, observou-se que 53% sao do sexo feminino, aproximadamente 69% constituem a faixa etária de 19 a 64 anos e quanto à etiologia da DRC, 27% eram hipertensos, 10% diabéticos, glomerulonefrite crônica envolvida em 3% dos casos, sendo ainda 7% de etiologia indefinida. Discussao: A hipertensao arterial sistêmica (HAS) foi a principal etiologia da DRC encontrada no presente estudo, seguida de diabetes melito (DM), observaçao compatível com a apontada pelo relatório do censo brasileiro de 2013, da Sociedade Brasileira de Nefrologia, onde HAS e DM correspondem a, respectivamente, 33,8% e 28,5%. Conclusao: Há a necessidade de conhecer o perfil dos pacientes com DRC a fim de buscar métodos para prevenir a doença, promover saúde, evitar complicaçoes e contribuir para a melhoria da qualidade de vida desses pacientes.1 Bastos MG, Bergman R, Kirsztajn GM. Doença renal crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Rev. Assoc. Med. Bras. 2010;56(2): 248-53. ² Grassmann A, et al. ESRD patients in 2004: global overview of patient numbers, treatment modalities and associated trends. Nephrol Dial Transplant 2005, v.20, n.1, pp. 2587-93.

Palavras Chave: DM, HAS, DRC, doença renal crônica


ID: 5883

Educaçao em saude realizada por enfermeiros para o autocuidado da fistula arteriovenosa

Autores: de Amorim T S, Ferreira A K d S, Donade A P, Silva L d Q, Viana L M, Cardoso NT S, Gomes N X, Mendonça P I d S, Bastos T G d O, Clemente T P

Instituiçoes: Clinica de Diálise de Baturité – BATURITE – Ceara – Brasil

Introduçao: O enfermeiro tem atuaçao contínua e direta com o paciente durante o tratamento hemodialítico, o que possibilita a oportunidade de planejar intervençoes educacionais para capacitá-lo a cuidar de sua fístula, tornando-o apto a compreender seu funcionamento e o objetivo das medidas de precauçao que devem ser adotadas para evitar sua falência. Percebe-se que sao múltiplas as informaçoes que o paciente necessita obter para proceder ao autocuidado. Logo, torna-se indispensável um programa educativo transversal ao longo do tratamento (MANIV; FREITAS, 2010). Desta forma, esse estudo tem por objetivo, relacionar à educaçao em saúde realizada pela enfermagem ao autocuidado dos pacientes renais crônico com a fístula arteriovenoso. Material e Método: Trata-se de um relato de experiência, realizado em uma Clínica de hemodiálise, situada no maciço de Baturité, Ceará. Resultados: Foi realizada uma educaçao em saúde na própria unidade envolvendo os pacientes do primeiro, segundo e terceiro turno, totalizando noventa e seis. O material utilizado foram cartolinas, um boneco de plástico e panfletos contendo informaçoes acerca dos cuidados com a fístula. Tivemos um teatro onde se abordava alguns atos já observados previamente, em relaçao às dúvidas ou ao descumprimento das rotinas a serem seguidas por eles. As dúvidas mais citadas foram em relaçao à higienizaçao do braço. Após a educaçao em saúde foi perceptível o interesse dos mesmos sobre a temática. Discussao e Conclusoes: A prática do autocuidado necessita ser estimulado junto ao paciente pela equipe de enfermagem, seguido de orientaçoes, assim como o fornecimento de informaçoes sobre as intercorrências, formas preventiva do cuidado e avaliaçao continua por conta da equipe multidisciplinar sobre os agravos, relacionando as possíveis complicaçoes em caso de ineficácia nesse cuidado. Para que assim, os cuidados recomendados com a fístula tenham uma melhor adesao, e consequentemente, uma melhoria na qualidade de vida dos mesmos.

Palavras Chave: Enfermagem, fístula arteriovenosa, Educaçao em saúde.


ID: 5903

Gerenciamento de cateteres de diálise peritoneal: analise de 444 procedimentos no periodo de 75 meses

Autores: Alves de Oliveira C H, Costa A D P, Rodrigues M E, Vieira Brandao B B, Watanabe H N, Leal K C, Paresoto J, Paiva E D A

Instituiçoes: Renal Care Centro de Prevençao e Tratamento de Doenças Renais – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: Para a realizaçao de terapia renal substitutiva na modalidade de diálise peritoneal (DP),faz-se necessário o implante de um acesso permanente à cavidade peritoneal, bem como o gerenciamento das complicaçoes a ele ligados. Material e Método: Foram analisados 369 implantes realizados no período de janeiro de 2011 a abril de 2017, sendo 311 implantes de primeira vez e 58 reimplantes. Os implantes foram todos realizados pelo Nefrologista. A técnica utilizada foi a cirúrgica com modificaçoes na penetraçao da cavidade para que pudesse ser realizada ambulatorialmente, com anestesia local e baixa morbidade, dispensando a participaçao do anestesista e os riscos da anestesia geral, reduzindo custos com cirurgiao e internaçao hospitalar. O cateter utilizado foi o Tenckoff Swan Neck direito na quase totalidade dos casos. Foram analisadas as complicaçoes imediatas e tardias, bem como as diversas causas para retirada dos cateteres. O tempo de uso dos cateteres foram computados em sua totalidade, através da soma dos dias de utilizaçao de todos os pacientes estudados e através da mediana desses números. Resultados: Os cateteres apresentaram um tempo total de utilizaçao de 220.330 dias no total de 363 pacientes analisados, com uma mediana de 414,5 dias. Dentre as complicaçoes imediatas graves, houve uma perfuraçao de cólon esquerdo, corrigido cirurgicamente com rafia da lesao e uma perfuraçao de bexiga, tratada de modo conservador, através de uma sonda vesical de demora aberta permanentemente por cerca de 7 dias. A complicaçao imediata mais frequente foi o extravasamento de líquido, quando da necessidade de uso precoce do cateter. Hematomas pequenos e localizados na regiao do implante também foram encontrados, embora em, menor frequência. Nao foram detectados quadros de peritonite ligadas ao procedimento. Tardiamente, a migraçao de cateter e o nao funcionamento adequado foram os mais frequentes. Dentre as causas de retirada do cateter, num total de 75 procedimentos, as mais frequentes foram as obstruçoes mecânicas (26,25%), seguidas das peritonites (22,5%). O crescimento da unidade de DP no período analisado foi de 268% com uma taxa de DROP OUT 20%. Discussao e Conclusoes: Concluímos que o implante de cateter de DP feito pelo Nefrologista, na própria unidade, em sistema ambulatorial, com técnica cirúrgica modificada, anestesia local e alta imediata apresentou baixa taxa de complicaçoes, longo período de utilizaçao do cateter e um impacto extremamente positivo no crescimento da unidade, baixo índice de peritonites e saída do programa.

Palavras Chave: Implantes de Cateter de Tenckoff Diálise Peritoneal


ID: 5935

Reduçao de custo com o uso da taurolidina (taurolock hep 500) como selante de cateter de pacientes em tratamento hemodialítico

Autores: Silva H F, Presídio S P, Goés R S

Instituiçoes: Clínica de Hemodiálise Nossa Senhora Da Graça – Salvador – Bahia – Brasil

Introduçao: Aelevadaincidência de pacientes iniciando ou sendo mantidos em tratamento hemodialítico através de cateteres venosos centrais (CVCs) tem aumentado o número de presença de trombos e infecçoes da corrente sanguínea, relacionadas aos cateteres e suas consequências, obrigando a busca de substâncias que tenham propriedades antimicrobianas e anticoagulantes que devem preencher os seguintes critérios: deve ser antimicrobiana para prevenir infecçoes, deve manter a patência do cateter deixando o lúmen desobstruído, deve ser segura para o paciente caso haja instilaçao excessiva e possuir heparina na sua formulaçao, segundo estudos realizados na Europa. Taurolock é uma soluçao antimicrobiana para selo de cateter, controle de infecçao e patência do cateter, biocompatível e nao tóxico. Objetivo: Avaliar o impacto do custo no uso da soluçao Taurolock Hep 500 nos pacientes em uso de acesso venoso central em tratamento hemodialítico atendendo os critérios descritos acima. Material e Método: Estudo retrospectivo, realizado em uma clínica de hemodiálise, no período de janeiro a dezembro de 2016, comparando ao custo em 2015, com todos os pacientes em uso de CVCs independente de ser temporário (duplo lúmen) ou permanente (permcath) que migraram do uso da heparina como selante de cateter para o uso do Taurolock Hep 500. O Taurolock Hep 500 deve ser instilado de acordo com o lúmen do cateter após a sessao de hemodiálise e retirado no início da próxima sessao com o objetivo de manter o cateter pérvio. Resultados: Foram avaliados: Taxa de cateter obstruído, taxa de infecçao, taxa de internaçao relacionada a problemas com o cateter, taxa de troca de cateter e taxa de custo com antibiótico, onde foi observado uma reduçao drástica em todas as taxas ao longo do ano em estudo. Alguns pacientes apresentaram infecçao de sítio e os que trocaram acesso durante o estudo, foi devido a falência de acesso. Os gráficos serao mostrados. Discussao e Conclusoes: Evidências sugerem que o uso Taurolock Hep 500 como selante de cateter venoso central no tratamento hemodialítico tem um grande impacto na reduçao de custo. Embora em valores monetários tenha valor maior, possui custo final menor no que tange compra de novos cateteres, custos com nova cirurgia, custo com vascular, internaçao, reduçao de materiais e reduçao na compra de antibióticos. Vale ressaltar ainda qualidade de vida desses pacientes livres de procedimentos frequentes.

Palavras Chave: Acesso venoso central, selante, soluçao antimicrobiana – Taurolock


ID: 5943

Perfil dos pacientes com insuficiencia renal aguda em internaçao hospitalar no periodo de janeiro a abril de 2017 no Hospital Regional Hans Dieter Schimidt de Joinville

Autores: Abritta Hanauer M A, Sabbagh M, da Silva R M, Baruffi L D M

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A insuficiência renal aguda (IRA) é definida como perda da funçao renal de forma abrupta, levando ao acúmulo de escórias nitrogenadas, podendo ou nao ser acompanhada de reduçao da diurese. Pode ser desencadeada por situaçoes como hipovolemia, sepse, uso de contraste, insuficiência cardíaca, uso de drogas vasoativas, pós procedimentos cirúrgicos e uso de drogas nefrotóxicas. A IRA é uma patologia de alta incidência e elevada morbimortalidade em pacientes em ambiente hospitalar. Cerca de 2 a 5% dos pacientes internados desenvolvem insuficiência renal aguda. Em unidade de terapia intensiva essa incidência pode chegar a 23%. Quando há necessidade de terapia renal substitutiva, a taxa de mortalidade pode chegar de 37 a 88%. Material e Método: Neste estudo foram avaliados os prontuários de 32 pacientes que desenvolveram insuficiência renal aguda, necessitando de terapia renal substitutiva durante internaçao hospitalar no hospital Regional Hans Dieter Schimidt, no período de janeiro a abril de 2017. Foram levados em consideraçao fatores como idade, sexo, o estadiamento da insuficiência renal aguda no início da TRS e o desfecho da internaçao. Resultados: Foram avaliados 32 pacientes que necessitaram de terapia renal substitutiva no período de janeiro a abril de 2017. Os pacientes foram divididos da seguinte forma: -Sexo: 9 mulheres e 23 homens. -Faixa etária: 18 a 30 anos – 3 pacientes 30 a 50 anos: 9 pacientes 50 a 60 anos: 5 pacientes Acima de 60 anos: 15 pacientes. – Classificaçao da IRA pelos critérios de AKIN no início da TRS: Akin I: 4 pacientes Akin II: 2 pacientes Akin III: 26 pacientes – Causas da injúria renal aguda: Cirúrgicas: 7 pacientes Sepse: 6 pacientes Cardíacas: 8 pacientes Pós renal: 2 pacientes Intoxicaçao exógena: 3 pacientes Outras causas: 6 pacientes – Desfecho: Obito: 17 pacientes Crônico conservador: 6 pacientes Crônico dialítico: 2 pacientes Recuperaçao completa da funçao renal: 7 pacientes. Discussao e Conclusoes: Inicialmente foram avaliados 32 prontuários dos pacientes em insuficiência renal aguda, com a perspectiva de ampliaçao do número de pacientes avaliados no período de um ano, no intuinto de obter informaçoes mais acuradas. Entretanto, pela avaliaçao inicial dos resultados, conclui-se que a insuficiência renal aguda em pacientes sob regime de internaçao hospitalar apresenta alta morbimortalidade, chegando, neste caso, a mais de 50% dos casos avaliados.


Transplante Renal

ID: 5400

Relato de caso: cirurgia bariatrica em paciente transplantado de rim

Autores: Distenhreft J I Q, Klein R, Scopel G S, Moraes V F, Vasconcelos Filho L M

Instituiçoes: Departamento de Clínica Médica, Divisao de Nefrologia, Universidade Federal do Espírito Santo-UFES – Vitória – Espirito Santo – Brasil

Introduçao: O ganho de peso pós-transplante afeta 1/3 dos pacientes, predispondo a alteraçoes metabólicas e perda do enxerto. A cirurgia bariátrica pode ser um tratamento benéfico nesses casos. Material e Método: Revisao de prontuário e pesquisa bibliográfica. Resultados: Homem, 58 anos, peso: 80,45Kg, Indice de Massa Corpórea (IMC): 28,8Kg/m2, hipertenso, doença renal policística do adulto, hemodiálise durante 20 meses, transplantado de rim em 14/06/04, com doador padrao e imunossupressao: ciclosporina, micofenolato e prednisona. Apresentou funçao retardada do enxerto (FRE), hematoma de loja renal e fístula urinária (necrose de ureter). Creatinina (Cr) na alta: 1,6mg/dL. No seguimento, evoluiu com ganho ponderal: 104Kg (IMC: 37,3Kg/m2), diabetes, dislipidemia, proteinúria: 1500mg/24h, piora no controle pressórico e na Cr: 1,9mg/dL. Devido à hipótese de nefrotoxicidade, foi trocado ciclosporina por everolimo. Foi avaliado por equipe multidisciplinar e decidido por cirurgia bariátrica (Sleeve) em 22/11/13, resultando em perda de peso: 78kg, melhora da proteinúria: 360mg/24h e da Cr: 1,1mg/dL, e suspensao dos anti-hipertensivos, insulina e estatina. Discussao e Conclusoes: Apesar de o transplante renal em obesos estar associado com maior risco de FRE, complicaçoes em ferida e internaçao hospitalar prolongada, é recomendável a sua realizaçao devido ao ganho de sobrevida comparado à permanência em diálise. O paciente deste estudo já estava sobrepeso por ocasiao do transplante, o que pode ter contribuído com algumas das complicaçoes citadas. Contribuem para o ganho de peso pós-transplante: uso de corticoide, imobilizaçao pós-cirurgia e melhor qualidade de vida, predispondo a diabetes, cardiopatia isquêmica, pior sobrevida do paciente e do enxerto. Dieta e exercícios sao recomendados, porém 35% dos pacientes nao perde peso de forma satisfatória. A cirurgia bariátrica é indicada para os pacientes com IMC ≥ 40kg/m2 ou IMC: 35-40kg/m2 com comorbidades associadas. O Bypass gástrico em Y de Roux (restriçao e malabsorçao) e Sleeve (restritiva) sao as técnicas mais realizadas. Os procedimentos restritivos sao os mais recomendados, por nao causarem hiperoxalúria ou alteraçoes significativas na imunossupressao. Os benefícios da cirurgia incluem melhora na pressao arterial, na filtraçao glomerular e na proteinúria. Portanto, este estudo sugere que a cirurgia bariátrica pode ser um tratamento seguro para pacientes selecionados com ganho excessivo de peso pós-transplante.

Palavras Chave: Transplante renal, Obesidade, Cirurgia bariátrica


ID: 5403

Sindrome hemolitico-uremica atipica após transplante renal: aspectos clínicos e histologicos

Autores: Rocha N G C, Santana V B B d M, Sebba G J, da Silva F N D, Souto R B, Vilar M A, Lobo M C S d G

Instituiçoes: Hospital de Base do Distrito Federal – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A síndrome hemolítico-urêmica atípica (SHUa) é uma causa rara de injúria renal aguda (IRA), podendo progredir rapidamente para doença renal terminal. É definida pela tríade de anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e IRA. Está associado a anormalidades da via alternativa do complemento. No transplante renal pode ocorrer como recidiva ou associada a medicamentos. Material e Método: Relato de caso com apresentaçao de SHUa após 2 meses do transplante renal, no Hospital de Base do Distrito Federal, em Brasília. Diagnóstico feito através de exames laboratoriais, demonstrando anemia hemolítica nao imune, dosagem de Adamts 13 normal, pesquisa de anticorpo específico contra o doador (DSA) negativa e biópsia renal com microscopia óptica, imunofluorescência e eletrônica. Resultados: Paciente feminina, 25 anos, iniciou terapia renal substitutiva de urgência com quadro de edema agudo hipertensivo em julho de 2014 e insuficiência renal. Negava quadros infecciosos. Permaneceu em diálise, sendo submetida a transplante renal doador vivo em novembro de 2016. Após 2 meses evoluiu com elevaçao das escórias nitrogenadas (Cr 3,6mg/dl), quadro de hemólise e proteinúria. Realizada biópsia renal com alças capilares duplicadas, vasos arteriais espessados e deposiçao de C3 em alças capilares. Devido ao quadro de hemólise, plaquetopenia e IRA, foi feita suspeita de SHUa apesar da histologia incomum. Foi iniciado tratamento de induçao com Eculizumab 900 mg/semana, por 4 semanas e dose de manutençao de 1200 mg a cada 15 dias, com reduçao da creatinina (1,6 mg/dl) e resoluçao do quadro de hemólise e plaquetopenia. Discussao e Conclusoes: O relato apresenta quadro clínico suspeito para SHUa, porém a histologia nao demonstrou os achados clássicos de trombos na microvasculatura renal. A duplicaçao da membrana basal descrita no caso pode estar presente também na glomerulopatia do transplante, na rejeiçao humoral crônica e glomerulonefrite membranoproliferativa. Para o diagnóstico foi importante a pesquisa de anticorpo específico contra o doador, dosagem de complemento, Adamts-13 e microscopia eletrônica. O diagnóstico de SHUa foi estabelecido para a paciente baseado no quadro clínico e resposta ao tratamento. O fato de nao serem encontrados os achados típicos de microangiopatia trombótica nao exclui o diagnóstico de SHUa, sendo importante a suspeita clínica para iniciar o tratamento específico precocemente que modifica a evoluçao da doença. Caso nao tratada, a SHUa pode evoluir para doença renal crônica.

Palavras Chave: Síndrome hemolítico-urêmica atípica, eculizumab, transplante renal, complemento


ID: 5466

Seguimento de paciente hipersensibilizada em seu ultimo acesso de diálise: preparo para o terceiro transplante renal

Autores: Caetano Rosa Neto F, Piantino G, Xavier De Castro Lisboa A L, José Do Bomfim Junior P, Alves Caetano De Almeida M, Nakamura A M, Da Silva Oliveira K, Máximo Da Silva L

Instituiçoes: Universidade Católica de Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: O transplante renal é uma importante opçao terapêutica para o paciente com doença renal crônica em fase terminal ou que se encontra em diálise. O doador pode ser vivo relacionado (parente), vivo nao-relacionado (nao parente) ou doador cadáver, mas, para isso, tem que ser avaliado os critérios de compatibilidade. Esse relato de caso tem o objetivo de discorrer sobre a necessidade de transplante renal, o que pode levar a rejeiçao desse transplante e o que pode ser feito na tentativa de prevenir essa rejeiçao. Material e Método: Revisao de prontuário eletrônico e revisao sistemática sobre transplante renal e compatibilidade nas bases de dados PubMed e Scielo, além das diretrizes da Sociedade Brasileira de Nefrologia e o Manual de Transplante Renal da Associaçao Brasileira de Transplante de Orgaos, nos idiomas inglês e português entre os anos 2006 e 2016. Resultados: E.F.A, 19 anos, feminino, portadora de insuficiência renal crônica por glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF), com primodescompensaçao há 15 anos. Realizou diálise peritoneal dos 8 aos 10 anos de idade e submetida a dois transplantes renais (em 2007 e 2010) sem sucesso devido a recidiva de GESF e por complicaçoes como trombose. Em hemodiálise há 8 anos, com histórico de hipotensoes durante as sessoes. Há 3 anos apresentou hipersensibilidade ao látex após a colocaçao de uma prótese de politetrafluoetileno. Paciente evoluiu com osteodistrofia, anemia de difícil controle, hipertensao arterial sistêmica e miocardiopatia hipertrófica com disfunçao diastólica decorrente de sua doença renal crônica. Em consulta pré-transplante foi encontrado 99% de reatividade contra painel classe I. Atualmente, paciente encontra-se em preparaçao para o terceiro transplante renal. Discussao e Conclusoes: Paciente apresenta um histórico de duas rejeiçoes ao enxerto e encontra-se em preparaçao para um terceiro transplante renal. Para tal abordagem, é importante analisar alguns critérios, como a comparaçao do grupo sanguíneo entre doador e receptor, realizaçao da prova-cruzada, o teste de histocompatibilidade (HLA) e, sobretudo, avaliaçao de reatividade contra painel (PRA) de receptor. Além disso, é crucial o tratamento do paciente receptor com imunossupressores a fim de se evitar a rejeiçao do enxerto durante e após o transplante. Já a dessensibilizaçao, envolve a avaliaçao do crossmatch que, sendo positiva, contraindica o transplante renal.

Palavras Chave: Kidney Transplant, Prophylaxis and treatment of kidney Transplant Rejection e Imunosupressive Medication


ID: 5477

Intoxicaçao por tacrolimus em paciente transplantado renal pediatrico com doença renal policistica autossomica recessiva associada a doença de caroli

Autores: Oliveira K S, Rosa Neto F C, Campos R C, Braga M C, Lima S C S, Sousa Carrijo K A, Fontes T M S, Ferreira T F

Instituiçoes: Universidade Católica de Brasília – Brasília – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: Tacrolimus consiste em um macrolídeo modificado derivado do Streptomyces tsukubabensis, compondo o grupo dos inibidores da calcineurina com açao imunossupressora, comumente usado em pacientes transplantados renais. Entretanto, possui uma estreita janela terapêutica o que exige uma monitorizaçao assídua de sua concentraçao sérica para que suas doses estejam adequadas a prevenir perda do enxerto e manter-se abaixo do limiar tóxico. O objetivo deste relato de caso é alertar e discorrer sobre as complicaçoes decorrentes da intoxicaçao por Tacrolímus em paciente pediátrico pós-transplante renal com Doença de Caroli associado à DRPAR. Material e Método: Revisao do prontuário eletrônico e realizado uma revisao sistemática sobre Intoxicaçao por Tacrolimus nas bases de dados Pubmed, MEDLINE, Scielo e LILACS, nos idiomas inglês, português e espanhol entre os anos de 2003 a 2017. Resultados: Paciente, feminino, 6 anos, com diagnóstico prévio de Doença de Caroli associado à DRPAR em acompanhamento ambulatorial Pós-Transplante renal com uso de Tacrolimus e Azatioprina como protocolo de imunossupressao. Pós transplante paciente evoluiu com diarreia e vômitos persistentes levando-a desidrataçao. Posteriormente, apresentou níveis glicêmicos elevados e permanentes sendo necessário o uso de Insulinoterapia para seu manejo associado a um quadro de Neutropenia Febril. Concomitantemente, queixava-se de tosse produtiva e dispneia que caminhou para insuficiência respiratória em poucos dias. A radiografia de tórax constatou-se infiltrado intersticial bilateral sugestivo de bronquiolíte obliterante após Tomografia. A priori, suspeitou-se de infecçao respiratória decorrente de imunossupressao, porém os resultados foram negativos para Citomegalovírus e Pneumocystis jirovecci. Em seguida constatou-se aumento do nível sérico de FK506 com melhora do quadro clínico após reduçao de sua dose o que corrobora a hipótese de se tratar de intoxicaçao por Tacrolimus. Discussao e Conclusoes: O Tacrolímus é utilizado como imunossupressor em pacientes transplantados renais diante de sua alta eficácia em preservar o enxerto. Porém é essencial que na avaliaçao clínica destes pacientes seu nível sérico seja minunciosamente controlado de maneira a evitar e corrigir precocemente suas alteraçoes. Portanto, o profissional deve-se ater às possíveis complicaçoes decorrentes da intoxicaçao pelo Tacrolimus, como o diabetes mellitus pós-transplante, a mielossupressao e o acometimento pulmonar caracterizado pela bronquiolíte obliterante.

Palavras Chave: “Tacrolimus”, “Toxicity” e “diabetes mellitus“.


ID: 5478

Custo-efetividade da maquina de perfusao após elevado periodo de tempo de isquemia fria em programa de transplante de rim

Autores: Matos A C, Malheiros D, Morgado S,Tonato E J, Borrelli M, Nogueira M, Durao M S, Requiao-Moura L, Pacheco-Silva A

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: No Brasil, a incidência de delayed graft function (DGF) é muito elevada (60-70%), especialmente por variáveis relacioanadas aos cuidados com o doador e elevados tempo de isquemia fria (TIF). Essa alta incidência de DGF está associada à aumento na hospitalizaçao e impacto negativo na sobrevida do enxerto a longo prazo. O objetivo deste trabalho foi analizar a relaçao de custo-efetividade do uso da máquina de perfusao (MP) em relaçao à perfusao estática (PE) em programa de transplante com TIF elevado. Material e Método: Dados de 54 rins de doador falecido preservados em máquina de perfusao (MP) após longo TIF em perservaçao estática (PE), com média de TIF-22 horas, transplantados entre 02/2013 a 07/2013 foram comparados com 101 controles históricos de transplantes realizados entre 11/2008 a 05/2012 perservados apenas de forma estática. Avaliamos o impacto da MP na incidência e tempo de DGF e tempo de hospitalizaçao. Uma árvore de decisao probabilística foi desenvolvido, utilizando dados de desfechos da literatura. O modelo estimou o aumento na relaçao de custo-efetividade em termos de DGF. Os seguintes custos foram analizados: cirurgia, tempo de hospitalizaçao, diálise pós-transplante, hemoterapia, exames de imagem e laboratórios, custo do quite e da soluçao de preservaçao e depreciaçao da máquina. Consideramos os valores de setembro de 2014. Resultados: O uso da MP acrescentou à PE 10 horas de TIF. A MP reduziu a incidência (79,2% vs. 61,1%, p = 0,02), o tempo de duraçao (9 vs. 1 dia, p < 0,001) da DGF. Como consequência, houve uma reduçao significativa do tempo de internaçao: 18 vs. 13 idas, p < 0,001. O custo para o enxerto funcionante no grupo PE foi de $17.668,39 para receptores com IGF (immediated graft function) e $ 28.902,05 para pacientes com DGF. No grupo MP foi de $16.939,86 para pacientes com IGF e $ 22.046,07 para pacientes com DGF. O incremento no índice de custo-efetividade foi de $360,42 para cada 1% de DGF reduzido. Discussao e Conclusoes: O uso de MP após longo período de TIF em programa de transplante com elevada incidência de DGF contribuiu para recuperaçao mais rápida da funçao renal, menor tempo de hospitalizaçao e custo-efetividade em termos de impacto da DGF.

Palavras Chave: Delayed graft function; Tempo de isquemia fria; Máquina de Perfusao; Transplante renal; Custo-Efetividade


ID: 5481

Complicaçoes cirurgicas em transplante renal pediatrico

Autores: Lima M R, Luders L E, Silva A O E, Guidoni E M B, Martins S P L, Benini V

Instituiçoes: Santa Casa de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Transplante (Tx) renal é considerado a terapêutica de eleiçao na doença renal crônica terminal com resultado positivo na sobrevida do paciente se comparada a outras terapêuticas de substituiçao renal. Apesar dos elevados índices de sucesso, a probabilidade de ocorrer complicaçoes é alta sendo que as mais comuns sao: retardo da funçao do enxerto, rejeiçoes, infecçoes, alteraçoes metabólicas, cardiovasculares, ósseas e complicaçoes cirúrgicas. Nos últimos anos a incidência e a gravidade das complicaçoes cirúrgicas diminuíram, sendo atribuída ao aprimoramento das técnicas cirúrgicas e ao uso racional dos corticosteroides e dos imunossupressores. Material e Método: Estudo do tipo transversal descritivo e retrospectivo utilizando dados secundários, obtidos de prontuários dos pacientes pediátricos submetidos a Tx renal no período de janeiro de 2006 a janeiro de 2016. Resultados: Foram realizados 60 Tx renais pediátricos nesse período, dos quais tivemos acesso a 42 prontuários, sendo que 16 pacientes (38%) apresentaram complicaçoes cirúrgicas até 5 meses após o Tx renal, dos quais 15 (93,75%) evoluíram favoravelmente, com preservaçao da funçao renal. Nenhum paciente do estudo foi a óbito em decorrência de complicaçoes cirúrgicas. Dos 16 pacientes, 13 (81,25%) apresentaram uma complicaçao cirúrgica, 2 (12,5%) apresentaram duas e 1 (6,25%) apresentou três complicaçoes. Considerando o total de 20 episódios de complicaçoes cirúrgicas, as complicaçoes vasculares ocorreram em 13 pacientes (65%), sendo 11 (55%) linfoceles e 2 episódios (10%) de trombose de artéria renal. Já as complicaçoes urológicas ocorreram em 3 pacientes (15%), sendo 2 episódios (10%) de fistula urinária e 1 (5%) de estenose de ureter. Outras complicaçoes (20%) como deiscência de ferida operatória ocorreram em 3 pacientes (15%) e evisceraçao de enxerto em 1(5%). Discussao e Conclusoes: Diversos trabalhos relatam as complicaçoes cirúrgicas após Tx renal. O percentual de complicaçoes cirúrgicas na literatura varia de 5% a 10%, em nosso estudo tivemos incidência de 38%. As complicaçoes vasculares variam de 6 a 30% na literatura, em nosso estudo representou 65%. Já as complicaçoes urológicas, variam de 2,5 a 15% sendo que em nosso estudo foi de 15%. É fundamental a análise dos dados do Serviço para mudar os índices nao condizentes com a literatura. O diagnóstico correto e o tratamento precoce das complicaçoes cirúrgicas reduzem a morbidade e mortalidade aumentando a sobrevida do paciente e do enxerto renal.

Palavras Chave: Transplante renal pediátrico; complicaçoes cirúrgicas pós-transplante renal; complicaçoes vasculares; complicaçoes urológicas.


ID: 5487

Infusao endovenosa de imunoglobulina humana (IVIG) poderia ser a causa de recidiva de glomerulonefrite?

Autores: Alves A Q N, Fontes T M D S, Matsuura A J, Santos C D N, Rocha N G C

Instituiçoes: Hospital de Base – Brasilia – Distrito Federal – Brasil

Introduçao: A IVIG tem sido recentemente utilizada como parte do tratamento de diversas doenças, seja para repor imunoglobulinas em doenças imunossupressores, seja para efeitoimunomodulatório em doenças inflamatórias. Apesar de estar bem descrito a IRA com o uso da IVIG, decorrente de nefrotoxicidade por mecanismo osmótico de lesao tubular, ainda nao houve nenhuma descriçao de que a IVIG possa ser causadora de glomerulonefrite. Material e Método: Relato caso de paciente do sexo feminino de 33 anos, que iniciou acompanhamento aos 22 anos quando apresentou síndrome nefrítica-nefrótica: hematúria microscópica, proteinúria 3750mg/24hs, creatinina = 3,5. A época foi submetida a biópsia renal, que evidenciou quadro de Glomerulonefrite prolilferativa endocapilar segmentar difusa, com esclerose e crescentes fibrocelulares (10/16) e celulares (02/16), IFD com depósitos glomerulares em mesângio e alças de IgG++, C3d++, Kappa e Lambda+. Paciente foi submetida a corticoide e pulsos mensais de Ciclosfamida EV, como tratamento de GNMP primária, e apresentou remissao da doença. Manteve acompanhamento regular com Creatinina basal = 1,0 e proteinúria 500-1500mg/24hs durante 11 anos. Resultados: Paciente evoluiu com episódios de infecçoes bacterianas (sinusites/traqueobronquites) e foi avaliada pela Hematologia aos 32 anos, pois em exame apresentava de deficiência de IgA e IgM. Foi indicada reposiçao de IVIG em doses mensais. Cerca de 15 dias após a segunda dose de IVIG, paciente passou a apresentar hematúria macroscópica, procurou atendimento passado um mês, quando já apresentava Creatinina = 9,4, Ureia = 185mg/dL e Proteinúria 10860mg/24hs. Foi realizado corticóide, mas nao houve reposta clínica e evoluiu com anúria e necessidade definitiva de TRS. Nova biopsia renal foi realizada com dificuldade técnica, único glomérulo viável com crescente celular, e nao foi possível realizar IFD ou ME. Discussao e Conclusoes: O uso de IVIG vem sendo descrita como tratamento alternativo em glomerulonefrites, de acordo com KDIGO, para nefrite lúpica refratária (2D) e nefrite relacionada ao ANCA refratária (2C). Há ainda outros estudos com nefropatia por IgA e GNMP primária, também com resultados positivos com uso de IVIG. No entanto, relatamos este caso curioso em que, após início de IVIG para outro fim que nao a glomerulonefrite, paciente com GNMP primária em remissao há 11 anos recidivou quadro com gravidade extrema. Seria o efeito imunomodulador da IVIG capaz de deflagrar doença de base em contexto em que nao sao utilizados outros imunossupressores?

Palavras Chave: Imunoglobulina Glomerulonefrite


ID: 5495

Criptococose em pacientes transplantados renais – análise de um único centro

Autores: Cardoso E V, Amadei G, Wanssa G, Cassao B C, Rocha S P, Baston N, Souza J F, Malafonte P, Catelani L G C, Miorin L A

Instituiçoes: Santa Casa de Sao Paulo – SP – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Criptococose é uma infecçao fúngica, causada principalmente pelos agentes Cryptococcus neoformans e Crytococcus Gatti, com maior prevalência em imunossuprimidos. Sao utilizados imunossupressores tanto na induçao quanto na terapia de manutençao desses pacientes. Apresentaçao clínicas mais freqüentes ocorre no sistema nervoso central (75%), seguido de outras alteraçoes pulmonares (25%) e cutâneas (25%). Estas sao consideradas como formas disseminadas. Material e Método: Análise dos prontuários dos pacientes transplantados renais da Santa Casa de Sao Paulo no período de 2000 a 2016, de modo a identificar aqueles que apresentaram infecçao criptocócica pós-transplante. Detectado por exames (tinta da china, cultura) no líquor e sérica. Resultados: Dos 6 casos de criptococose dentro os 210 transplantes renais realizados entre 2000 a 2016, apresentaram as seguintes manifestaçoes clínicas: meningoencefalite (50%), pulmonar (33,3%), micose cutânea (33,3%) e osteovertebral (16,7%). Os pacientes que apresentaram essas últimas manifestaçoes conseguiram maior controle da doença, sendo que os outros evoluíram a óbito (66,7%). Metade dos pacientes foi submetido a terapia imunossupressora de induçao para o transplante com basiliximabe e apenas 1 paciente fez uso de timoglobulina (16,7%). A terapia de imunossupressao de manutençao foi variada, porém tacrolimo e micofenolato de sódio estiveram presentes em, respectivamente 4 (66,7%) e 5 (83,3%) dos 6 casos. Apenas um terço (2) dos pacientes permaneceram em acompanhamento ambulatorial, todos os outros evoluíram a óbito, em decorrência da infecçao fúngica. Discussao e Conclusoes: A doença criptocócica é de grande importância, apesar de sua baixa prevalência, devido seu comportamento agressivo e interfere negativamente na morbimortalidade dos pacientes transplantados renais.

Palavras Chave: Transplante renal; criptococose


ID: 5504

Tempo de espera e perfil do paciente que realiza transplante renal no estado da Bahia

Autores: Guimaraes F L S, Souza R S D, Santos E S C D

Instituiçoes: UNIFACS – SALVADOR – Bahia – Brasil

Introduçao: A doença renal crônica (DRC) é atualmente um problema de saúde pública. O aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da populaçao sao fatores cruciais na mudança dos aspectos epidemiológicos de determinadas patologias no Brasil, dentre elas está a insuficiência renal crônica. No Brasil existem, aproximadamente, 98.000 pessoas com DRC e o tratamento mais eficaz para elas é o transplante. Porém, há uma grande disparidade entre demanda e oferta desta modalidade terapêutica no país. No estado da Bahia esta realidade nao é diferente, a fila de espera conta atualmente com aproximadamente 1.012 pacientes e o estado realiza uma média de 70 transplantes por ano. Mesmo diante destes números, sabe-se que o Brasil possui um dos maiores programas públicos de transplante do mundo. Material e Método: Estudo observacional e descritivo realizado com doentes renais crônicos submetidos a transplante renal no estado da Bahia nos anos de 2011 a 2015. A fonte dos dados foi o Sistema Nacional de Transplantes e a lista de transplantes renais realizados no estado da Bahia com doadores falecidos. As variáveis consideradas foram: idade, sexo, cor, tipagem sanguínea, etiologia da DRC, paciente SUS, data de entrada e de saída da lista e tempo em diálise. O tempo foi calculado através da diferença entre as datas de entrada e de saída da lista, obtendo-se o valor em dias. A partir de tais valores calculou-se a média aritmética e o resultado foi traduzido em anos dividindo-se o valor por 365. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Salvador. Resultados: A média tempo de espera pelo transplante renal foi de 2,0 anos (14 dias – 12,7 anos). A pesquisa obteve um total de 354 pacientes, a maioria era do sexo masculino (62,1%), nao brancos (84,7%), com sangue tipo “O” (52,5%), média de idade de 36,8 ± 14,3 anos (3 – 68) e com financiamento do SUS (96,0%). A média de tempo em diálise até a realizaçao do transplante foi de 5,0 ± 3,8 anos. Discussao e Conclusoes: O transplante renal é a melhor alternativa terapêutica para os pacientes com DRC, e a Bahia está entre os 10 estados brasileiros com a maior fila de espera para esse órgao, com um tempo de espera médio de 2 anos. Dessa forma, o incentivo a doaçao de órgaos é fundamental, tendo em vista que um dos principais obstáculos para a efetivaçao de potenciais doadores é a autorizaçao familiar.

Palavras Chave: Doença Renal Crônica. Transplante Renal. Transplante. Tempo de Espera.


ID: 5519

Perfil demografico da amostra do estudo multicen- trico ADERE BRASIL – resultados preliminares

Autores: Sanders-Pinheiro H, Marsicano E O, Colugnati F, De Geest S, Medina J O P, Adere Brasil C D E

Instituiçoes: Hospital do Rim e Hipertensao – Universidade Federal de Sao Paulo (UNIFESP) – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, Institute of Nursing Science, University of Basel – Suíça, Universidade Federal de Juiz de Fora – NIEPEN e Hospital universitário – JUIZ DE FORA – Minas Gerais – Brasil

Introduçao: A nao aderência (NAd) aos imunossupressores é fator de risco para pior sobrevida e disfunçao crônica do enxerto renal. O ADERE BRASIL objetiva identificar a prevalência da NAd a imunossupressores em transplante renal (TxR) e explorar os fatores associados. Para reduzir à NAd é fundamental identificar pacientes nao aderentes e investir em intervençoes preventivas. Determinados perfis de prática clínica podem estar associados a menor prevalência de NAd. Objetivamos descrever as características da amostra, de centros e pacientes participantes do ADERE BRASIL. Material e Método: Estudo transversal, nacional e multicêntrico. A amostra, de 1130 pacientes, foi definida em múltiplos estágios: 20 centros escolhidos por conveniência, divididos em quatro extratos definidos por atividade transplantadora (alta > 150 TxR/ano; moderada 50-150TxR/ano e baixa < 50 TxR/ano) e regiao brasileira (S/SE e N/NE/CO); os pacientes foram randomizados. Apresentaremos os dados de características do indivíduo e da doença/tratamento, e dos centros dados relativos à estrutura e às práticas da equipe para cuidados de pacientes crônicos, coletados de 11/2015 a 03/2017. Resultados: Dos 972 pacientes (86% da amostra), 58,4% sao masculinos, 52,6% brancos, com idade média de 47,7 ± 12,7 e escolaridade de 8,9 ± 4,0 anos. A maioria (53,6%) é casada e tem renda familiar mediana de 2,0 (1-52) salários mínimos/mês. Em relaçao à doença, 92,3% faziam hemodiálise antes do TxR, por 40,8 (0-295) meses. O tempo pós TxR foi de 6,2 ± 5,7 anos e 65,6% dos pacientes receberam rim de doador falecido. Estavam em uso de 2,9 ± 0,6 imunossupressores e 39% dos pacientes foram classificados como nao aderentes pelo auto-relato. Coletamos dados de 85% dos centros. Quanto a atividade transplantadora, 58,8% sao de baixa atividade, 23,5% moderada e 17,6% alta, com mediana de TxR em 5 anos de 298,0 (27-5296). Dois terços dos centros sao públicos (42%) ou universitários (23,5%). 94% tem equipe multiprofissional, em 64,5% o paciente é acompanhado pelo mesmo médico e em 61,1% o tempo de duraçao das consultas é de 30 minutos. 82,2 % possuem protocolos clínicos, 94,1% realizam discussoes semanais e incentivam educaçao continuada. Discussao e Conclusoes: As características demográficas da populaçao estudada sao semelhantes às descritas da populaçao de pacientes transplantados renais brasileiros. Os centros participantes apresentam, pelas características estudadas, práticas clínicas que favorecem o a aderência ao tratamento.

Palavras Chave: nao aderência ao tratamento, trans-plante renal, imunossupressao, estudo multicêntrico


ID: 5556

Prevalencia da sindrome da fragilidade em pacientes renais cronicos no periodo de pre transplante renal

Autores: Moreira M F, Torres C L, Lima V K, Cristelli M P, Tavares M G, Chiavegato L D

Instituiçoes: HRIM – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, UNICID – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A fragilidade emerge como importante fator de risco associada de forma independente à complicaçoes pós-operatórias, maior tempo de internaçao e mortalidade. O objetivo é identificar a prevalência da fragilidade em pacientes submetidos ao transplante renal no pré-operatório. Material e Método: Estudo transversal em andamento com pacientes internados consecutivamente para a realizaçao do transplante renal por meio de doador vivo e falecido de outubro de 2016 a abril de 2017, com idade igual ou maior 18 anos. A fragilidade é avaliada por critérios definidos e validados por Fried: perda de peso involuntária (4,5 Kg no último ano), baixa resistência (2 itens de uma escala de depressao), nível de atividade física, lentidao na marcha (tempo para percorrer 4,6 m.) e fraqueza muscular (força de preensao palmar). Resultados: Até o momento, foram avaliados 98 pacientes, 62 (62,62%) homens, com média de idade 41,12 ± 11,94 anos, IMC de 20,22 ± 3,73, sendo a causa da doença renal indeterminada (41,83%). Destes,80,63% realizavam sessoes de hemodiálise há 27,22 ± 29,02 meses. 81,63% por meio de doadores vivos e 18,36% doadores falecidos. Detectamos 25 (25,51%) frágeis, 35 (35,71%) intermediáriamente frágeis e 38 (38,77%) nao frágeis. Os itens mais pontuados foram baixo nível de atividade física (86,73%), perda de peso involuntária (36,73%), seguidos de baixa resistência e lentidao na marcha (26,53%) e fraqueza muscular (15,30%). Discussao e Conclusoes: Foi encontrada uma prevalência de aproximadamente 26% de pacientes frágeis, seguidos de 36% intermediariamente frágeis no pré transplante, informaçao que nos leva a criar estratégias para melhor tratamento destes pacientes.

Palavras Chave: adulto idoso frágil, transplante renal, prevalência


ID: 5639

Transplante renal ABO Incompatível: Experiência de um centro brasileiro

Autores: Castro M C R, Malafronte P, Silva E F, Cunha M F M, Siqueira R, Baptista-Silva J C C, Luzzi J R, Camargo M F C

Instituiçoes: Hospital Samaritano – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Existe uma enorme carência de rins para transplante no Brasil e no mundo. Cerca de 25% dos doadores de rim que se apresentam sao incompatíveis no sistema ABO com o receptor, mas essa incompatibilidade pode ser superada com sucesso através de protocolos de dessensibilizaçao pré-transplante. Esse processo já é realizado em vários países, mas é inovador em território nacional. Material e Método: Pacientes e métodos. De outubro de 2012 a junho de 2016, realizamos 9 procedimentos de transplante de rim incompatível (KT) de doadores vivos parentes, através de um projeto PROADI-SUS. Somente pacientes sem doadores ABO compativeis foram incluidos. Seis eram re-transplantes e tres apresentavam também títulos baixos de anticorpos específicos contra o HLA do doador. Three recipients also presented low DSA titers against their donors. protocolo de dessensibilizaçao foi baseado em Rituximab e plasmaferese. Todos os pacientes receberam induçao com Timoglobulina e esteróides pós-transplante. Tacrolimus e micofenolato de sódio foram iniciados no momento da dessensibilizaçao e continuaram após o transplante. Os títulos de isoaglutinina pré-transplante variaram entre 1/32 e 1/512. Biópsia percutânea foi realizada por alteraçao da funçao renal e quando houve aumento dos títulos de isoaglutininas anti-ABO no periodo pós-transplante. Resultados: Após um seguimento médio de 22 (± 13) meses, todos os pacientes estao vivos. Um paciente perdeu o enxerto devido à rejeiçao celular que ocorreu após a reduçao da terapia imunossupressora para um câncer de colo do útero agressivo relacionado ao HPV. A creatinina sérica atual é de 1,1 ± 0,8 mg/dl. Dois episódios de rejeiçao ocorreram em dois pacientes: uma celular e uma mediada por anticorpos, ambas revertidas respectivamente com pulso de Metilprednisolona e sessoes de plasmaferese. Nao foram observadas complicaçoes clinicas e cirúrgicas relevantes nos doadores e nos receptores que se submeteram a esse protocolo. Análise de custo-benefício desse procedimento está sendo realizada em parceria com a FGV. Discussao e Conclusoes: A dessensibilizaçao com Rituximab e plasmaferese nos permitiu realizar transplantes ABO incompatíveis com bons resultados na sobrevida de pacientes e enxertos, mesmo em receptores com títulos elevados de isoaglutininas. A realizaçao do transplante ABO incompatível, permitiu que estes pacientes fossem transplantados com menor tempo de diálise, e saíssem da lista de espera de doadores falecidos.

Palavras Chave: Transplante renal, incompatibilidade ABO, sobrevida


ID: 5665

Sobrevida dos transplantados renais de um hospital escola

Autores: Ribeiro R C H M, Santos M C, Bertolin DC, Rangel C H I F, Mazer Le, Cesarino C B, Ribeiro R M, Rodrigues C C, Ribeiro D F

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto-FAMERP – SAO JOSÉ DO RIO PRETO _SP – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O transplante renal é umas das terapias renais substitutivas que proporciona resultados expressivos na qualidade de vida do paciente dialítico. A sobrevida do enxerto depende do tipo de doador (faleci- do ou vivo), se houve complicaçoes no pós-operatório e se adquiriu infecçoes (trato urinário, do trato respiratório, das sondas e da ferida operatória). Objetivos: Caracterizar os aspectos sociodemográficos e clínicos dos transplantados renais; analisar o tempo de Sobrevida do enxerto e comparar o tempo de sobrevida com a causa da perda do enxerto. Material e Método: Estudo retrospectivo, descritivo, transversal, de natureza quantitativa realizado na unidade de Transplante Renal de um Hospital do interior paulista. Amostra com 63 pacientes transplantados renais que tiveram a perda do enxerto, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015. Resultados: Entre os 63 pacientes, a média de idade foi de 42,4 anos, sexo masculino (60,3%), casados (57,1%) e escolaridade entre 05 á 08 anos de estudo (54%). O serviço utilizado foi o SUS (74,6%). A doença de base foi à Hipertensao Arterial (85,7%). A duraçao do transplante foi de zero dia a 53,8 meses, média de 10,9 meses. A causa da perda do enxerto renal: primeiramente foi necrose (30,1%); seguido por nefropatias (23,8%) e último rejeiçao (19%). Analisando a idade e a causa da perda do enxerto, nos menores de 60 anos prevaleceu glomerulonefrite. A causa da perda do enxerto prevalente no SUS foi necrose e no convenio rejeiçao. Os hipertensos tiveram necrose e os nao hipertensos rejeiçao como causa da perda do enxerto. Discussao e Conclusoes: A hipertensao arterial foi a comorbidade mais presente nos transplantados. A sobrevida do enxerto foi na média de 10,9 meses e a hipertensao arterial provocou mais necrose no rim transplantado, sendo que os nao hipertensos perderam o rim devido a rejeiçao.

Palavras Chave: Sobrevida; Transplante de rim;


ID: 5683

Doença citomegalica cutanea em paciente transplantado renal

Autores: Abritta Hanauer M A, Sabbagh M, da Silva R M, Sarturi G B

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: O Citomegalovirus (CMV) é uma infecçao latente na maioria das pessoas e, no contexto da imunossupressao, pode ser reativada e produzir uma doença sistêmica. Doença citomegálica é uma doença oportunista bastante conhecida e descrita em pacientes submetidos a transplante renal, principalmente no primeiro trimestre de pós transplante e tem sido implicado na etiologia de encefalites, retinites, esofagites, porém, as manifestaçoes cutâneas sao raras e variáveis, e o diagnóstico costuma ser tardio. Material e Método: Entrevista e exame físico do paciente, exames laboratoriais, e revisao do prontuário do paciente. Resultados: Paciente A.P.S, 52 anos, foi submetido a transplante renal doador falecido, em setembro de 2016. Após 3 meses de transplante renal, paciente necessitou ser reinternado, com febre e aparecimento de lesoes dolorosas e ulceradas em regiao suprapúbica. Instituído tratamento com ampicilina +sulbactam e doxiciclina, mantido por 14 dias. Como paciente apresentava antigenemia positiva para citomegalovírus, foi iniciado também tratamento com ganciclovir. Paciente recebeu alta com melhora das lesoes cutâneas após os 14 dias de antibioticoterapia e ajuste de terapia imunossupressora. Em março de 2017, paciente reinterna por lesoes cutâneas, ulceradas e extremamente dolorosas, em regiao suprapúbica e inguinal bilateral, com aparecimento há 30 dias. Já havia utilizado cefalexina e neomicina creme, sem melhora significativa. Exames laboratoriais sem alteraçoes e sorologias negativas. Iniciado antibioticoterapia com ampicilina e sulbactam, sem melhora após 10 dias de tratamento. Adicionado fluconazol, sem resposta esperada. Paciente submetido a biópsia de lesao e, em 24 de março de 2017 foi iniciado ganciclovir empírico, tendo sido avetada a possibilidade de doença citomegálica cutânea. Antigenemia para citomegalovírus positiva. O resultado da biópsia de pele evidenciou dermatite perivascular superficial, liquenóide. Sem descriçao de inclusoes virais, entretanto, paciente apresentou melhora importante das lesoes de pele após início do uso do ganciclovir, via intravenosa, recebendo alta hospitalar após 20 dias de tratamento com remissao quase completa de lesoes de pele.Orientado manter valganciclovir na dose de 900 mg ao dia, via oral. Paciente retornou ao ambulatório após 20 dias, com remissao completa das lesoes de pele e antigenemia negativa. Discussao e Conclusoes: Apesar de a biópsia de pele nao ser conclusiva, a melhora clínica e remissao completa das lesoes de pele confirmam o diagnóstico de CMV cutaneo.


ID: 5688

Desfechos do transplante de receptores de enxertos renais pareados

Autores: Dantas G L d A, Silva A C G, Lobo C F, Oliveira J R d, Girao C M, Studart R M B, Freitas T V D S, Esmeraldo R M

Instituiçoes: Hospital Geral de Fortaleza – HGF – Fortaleza – Ceara – Brasil, Universidade de Fortaleza – UNIFOR – Fortaleza – Ceara – Brasil, Universidade Federal do Ceará – UFC – Fortaleza – Ceara – Brasil

Introduçao: Nao está clara a influencia da lateralidade sobre os desfechos do transplante renal. Este estudo objetivou avaliar o desfecho composto de perda, óbito ou taxa de filtraçao glomerular (TFG)<50mL/min em 2 anos de receptores de rins pareados. Material e Método: Foram incluídos todos os receptores de transplante renal com doador falecido realizados em 2014 em que ambos os rins foram transplantados em receptores de um único centro (n= 35 doadores e 70 receptores). Os grupos foram divididos conforme a lateralidade do rim transplantado. Resultados: Os doadores eram predominantemente homens (71%) jovens (29 ± 14 anos), que foram a óbito por TCE (60%), com creatinina final de 1,4±0,9 mg/dL. Os grupos foram similares quanto à demografia do receptor e dados iniciais do transplante: homens (67%), jovens (36 ± 18 anos), com DRC de etiologia indeterminada (36%), os quais estavam em média 31±37 meses em diálise. 7% eram retransplantes e as médias de PRA de classe I e II foram 6 ± 20 e 9 ± 20%, respectivamente. O tempo de isquemia fria médio foi de 25 ± 9h e 66% foram perfundidos em máquina de perfusao pulsátil. Todos foram induzidos com globulina anti-timócito, 52% receberam tacrolimo e everolimo como regime imunossupressor inicial e 62% nao receberam corticoide. Nao houve diferença entre os grupos quanto à incidência de funçao tardia do enxerto (DGF) (26%), rejeiçao aguda (6%), perda (3%), óbito (6%), TFG (71 ± 32 mL/min) e quanto à incidência do desfecho composto (26%). Em análise univariada, os fatores de risco para o desfecho composto foram DGF (OR 5,375, p = 0,006) e idade do receptor (OR 1,035, p = 0,040). Discussao e Conclusoes: Nesta coorte de receptores de transplante com rins pareados de doadores ideais, os desfechos foram semelhantes em 2 anos entre os pacientes que receberam rim direito ou esquerdo. DGF e idade do doador foram fatores de risco para pior desfecho.

Palavras Chave: Transplante renal, enxerto, pareados, desfecho.


ID: 5690

Perda de transplante renal devido SHUA

Autores: da Silva R M, Sabbagh M, Abritta Hanauer M A

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A síndrome hemolítico-urêmica atípica (SHUa) é uma doença potencialmente fatal causada pela ativaçao descontrolada da via alternativa do complemento, que resulta em danos às células endoteliais e microangiopatia trombótica sistêmica (MAT). Aproximadamente 60% dos pacientes com SHUa têm uma disfunçao identificada na proteína regulatória do complemento ou mutaçao genética no complemento. A progressao da SHUa pode ser rápida e grave, e os sintomas sao caracterizados por anemia hemolítica, trombocitopenia e lesao de órgaos. A doença afeta predominantemente a vasculatura renal, mas MAT em progressao também pode prejudicar outros órgaos, incluindoo cérebro, coraçao, intestinos, pâncreas e pulmoes. Antes da disponibilidade de eculizumabe, mais de 50% dos pacientes com SHUa foram a óbito, necessitaram diálise ou tiveram lesao permanente nos rins no primeiro ano após o diagnóstico. Material e Método: Revisao do prontuário médico da paciente. Resultados: L.M.S.R, feminina, 35 anos, apresentou síndrome HELLP em 20/02/2010, que evoluiu para insuficiência renal crônica e necessidade de hemodiálise. A biópsia renal mostrou, na época, nefroesclerose hipertensiva. Sem doenças prévias. Em junho de 2012, realizou transplante renal doador-vivo com a irma e manteve-se estável até outubro de 2013, quando iniciou quadro de aumento da creatinina e biópsia renal que evidenciou microangiopatia vascular. Realizado teste ADAMTS13, que resultou em atividade de 100%. Com provável diagnóstico de SHUa, optou-se por realizar a PE/PI, mas a paciente recusou-se. Retornou a hemodiálise em agosto de 2014 e, desde entao, mantendo anemia refratária e hipertensao de difícil controle. Em junho de 2016 iniciou novo protocolo para re-transplante renal, porém nossa equipe desejava realizar um transplante com maior segurança, sendo indicado o uso de Eculizumabe e controle da doença, para posteriormente realizar um novo transplante, com mais segurança. Foi entao iniciado o tratamento com Eculizumabe, sendo alcançado controle do processo microangiopático e melhora progressiva do quadro clínico. A paciente encontra-se em uso de Eculizumabe por tempo indeterminado, realizando terapia renal substitutiva com melhor controle pressórico e sem anemia. Aguarda a realizaçao de um novo transplante renal. Discussao e Conclusoes: A SHUa é uma entidade rara com incidência ainda desconhecida, de alta morbimortalidade, que necessita de importante investigaçao e instituiçao terapeutica precoce.


ID: 5865

Taxas de insuficiencia renal aguda e parada cardiaca em potenciais doadores falecidos de orgaos: evidencias para uma notificaçao mais precoce

Autores: Carneiro Gonçalves V A, Sanchez T A, Telfser L D S, Borelli E A, Medina Pestana J O

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A manutençao da homeostase e hemodinâmica dos potenciais doadores de órgaos associa-se a melhores resultados dos programas de transplante. Entretanto, protocolos de condutas para manutençao destes aspectos nao estao definidos na maioria dos estabelecimentos de saúde. Este estudo analisa as informaçoes de pacientes em morte encefálica notificados a uma Organizaçao de Procura de Orgaos (OPO), a qualidade da manutençao dos potenciais doadores, de acordo com parâmetros hemodinâmicos e metas laboratoriais do protocolo definido pela Associaçao Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB) e as razoes para nao efetivaçao da doaçao. Material e Método: Os dados de todas as notificaçoes recebidas pela OPO da Escola Paulista de Medicina, no período entre janeiro de 2011 e dezembro de 2016 foram coletados. Resultados: No período, 3358 notificaçoes de potenciais doadores falecidos de órgaos foram recebidas. Destes, 46,3% apresentavam lesao renal aguda, o sódio sérico esteve fora dos limites aceitáveis (130-150 mg/dl) em 52% dos pacientes, 25,5 % dos pacientes possuíam hemoglobina sérica inferior a 10 mg/dl e a incidência de parada cardíaca foi de 14,6%. Dos 3358 potenciais doadores, 35% tornaram-se doadores efetivos (grupo 1) e 65% nao se converteram (nao doadores – grupo 2). Recusa familiar, parada cardíaca e contra-indicaçao clínica foram causas de nao efetivaçao da doaçao. Os dois grupos assemelhavam-se em idade, gênero, etnia e causa de morte encefálica. O tempo médio de internaçao hospitalar (5,6 vs 7,5 dias), o intervalo médio entre o recebimento da notificaçao e a avaliaçao do paciente no hospital notificante (240 vs 271 minutos) foi superior no grupo 2, e entre a avaliaçao e a realizaçao da entrevista familiar (740 vs 722 minutos) foi superior no grupo 1. Discussao e Conclusoes: A elevada incidência de lesao renal aguda e o percentual de parada cardíaca nos potenciais doadores sugerem a necessidade de identificaçao e notificaçao mais precoces, para melhorar a qualidade de manutençao dos potenciais doadores e para ofertar órgaos com melhor qualidade funcional.


ID: 5872

Exposiçao precoce a everolimo com e sem inibidores da calcineurina

Autores: Rosso C F, Ferreira A N, Ruppel P, Hiramoto L L, de Paula M I, Tedesco Silva H, Medina Pestana J O

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da ciclosporina (CSA) ou tacrolimus (TAC) na exposiçao precoce a everolimo (EVR). Material e Método: Uma coorte de 306 receptores de transplante renal foi selecionada de acordo com os regimes imunossupressores iniciais: dose reduzida de CSA combinada com EVR 0,75 mg BID (CSA/EVR0,75, N = 32) ou 1,5 mg BID (CSA/EVR1,5, N = 31), dose reduzida de TAC combinada com EVR 1,5 mg BID (TAC/EVR1.5, N = 176) e EVR 1,5 mg BID (EVR1.5, N = 67) com introduçao tardia de TAC no dia 7. As concentraçoes sanguíneas de EVR foram comparadas no Dia 3 após o transplante. Resultados: Idade do receptor (52 ± 12 vs. 42 ± 14 vs. 40 ± 12 vs. 44 ± 14 anos), proporçao de diabetes mellitus (30% vs 13% vs 3% vs. 9%) e proporçao de enxertos de doadores vivos (0% vs. 97% vs. 97% vs. 30%) foram diferentes entre os grupos, respectivamente. As concentraçoes de EVR ajustadas pela dose foram mais elevadas quando combinadas com CSA comparadas a combinaçao com TAC ou sozinhas. Nao foram observadas diferenças entre as concentraçoes de EVR ajustadas pela dose combinadas com TAC ou isoladamente. A proporçao de pacientes com concentraçoes EVR abaixo do intervalo alvo (< 3 ng/ml) foi maior quando combinado a TAC ou em monoterapia. Discussao e Conclusoes: Em receptores de transplante renal de novo, a dose inicial de EVR deve considerar a escolha do inibidor de calcineurina (CSA ou TAC) para atingir a faixa de concentraçao alvo de EVR em uma maior proporçao de pacientes.


ID: 5874

Readmissao hospitalar em 30 dias após o transplante renal: incidencia, causas e prognostico

Autores: Tavares M G, Cristelli M P, de Paula M I, Tedesco-Silva H, Medina-Pestana J

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A taxa de readmissao hospitalar (RH) em 30 dias é uma métrica de qualidade hospitalar e um preditor de mortalidade em transplantados renais. O objetivo deste estudo é investigar a prevalência da readmissao hospitalar precoce (RH) em 30 dias após a alta hospitalar do transplante renal e se é um fator de risco para a mortalidade. Material e Método: Foram analisados todos os pacientes transplantados renais maiores de 18 anos de 2011 e 2012 e determinada a taxa de RH, as causas, os fatores de risco e o desfecho em 12 meses. Foram excluidos os retransplantes e os pacientes que perderam o enxerto ou que faleceram na internaçao do transplante renal. Resultados: Foram incluídos 1175 e a taxa de readmissao foi de 26,6 %. Os pacientes que reinternaram, quando comparados com aqueles que nao internaram em 30 dias, eram mais velhos, com mais tempo em diálise, mais sensibilizados, receberam rins de doadores mais velhos, evoluíram com funçao tardia do enxerto e ficaram mais tempo internados na internaçao do transplante. As principais razoes para RH foram infecçao (67%), distúrbios metabólicos (11%), complicaçoes cirúrgicas (14%), rejeiçao aguda (5%) e eventos cardiovasculares (2%) e estenose de artéria renal (1%). Os fatores de risco para readmissao foram a idade do receptor, o tempo de internaçao do transplante, sorologia negativa para CMV e ter tido rejeiçao aguda na internaçao do transplante. Nas curvas de sobrevida, os pacientes que reinternaram em 30 dias tiveram pior sobrevida do enxerto e maior mortalidade em 12 meses. Discussao e Conclusoes: A média de RH foi de 26% e os pacientes que reinternaram em 30 dias tiveram pior desfecho em 12 meses. Ao identificar os pacientes em risco pode – se planejar a alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial pós-transplante imediato.


ID: 5876

Readmissao hospitalar: o impacto do novo protocolo institucional

Autores: Tavares M G, Cristelli M P, Viana L A, de Paula M I, Tedesco-Silva H, Medina-Pestana J

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A taxa de readmissao hospitalar em 30 dias é uma medida de qualidade hospitalar e preditor de mortalidade em transplantados renais. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar o impacto da mudança do protocolo da instituiçao na readmissao hospitalar. Material e Método: Foram comparados os pacientes transplantados renais no período entre 2014 e 2015 que receberam induçaocom Timoglobulina, dose única de 3 mg/kg (Novo Protocolo) com os transplantados no período entre 2011 e 2012, (Protocolo Antigo) em que apenas pacientes hipersensibilizados e receptores de doadores de critério expandido recebiam induçao com Timoglobulina – 6 mg/kg. Os desfechos foram taxa de readmissao precoce e as causas. Resultados: O Novo Protocolo incluiu 573 pacientes e o Antigo incluiu 1114 pacientes. O Novo apresentou pacientes mais velhos (48,2 anos versus 44,5 anos, p 0,008), mais diabéticos (20% versus 9% respectivamente, p < 0,001), mais hipertensos (86% versus 81% p 0,005) e pacientes com maior tempo de diálise (4,2 anos versus 3,4 anos, p 0,004). Nao houve diferença entre o tipo de doador (75% de doador falecido versus 79%, p 0,125) nem para o doador falecido de critério expandido (27% versus 24%, p 0,125). O tempo médio de isquemia fria foi maior nos pacientes do Novo (24 horas versus 23 horas, p < 0,001). 100% dos pacientes receberam induçao com Timoglobulina no Novo e 38% no Antigo (p < 0,001). O tempo de funçao tardia do enxerto foi menor no Novo (3,82 dias versus 4,53 dias, p < 0,001). A taxa de readmissao em 30 dias foi de 19% no Novo e 28% na no Antigo (p < 0,001). As principais causas de readmissao hospitalar tanto no Novo quanto no Antigo foram infecçao (70% em ambos), complicaçoes cirúrgicas (17% versus 15%) distúrbios metabólicos (10% versus 11%) e eventos cardiovasculares (3% versus 2%), p 0,024. A infecçao por CMV foi a principal causa de infecçao em ambos, porém menor no Novo (27% versus 42%, p 0,006). Discussao e Conclusoes: Portanto, apesar das características tanto dos doadores quanto dos receptores terem apresentado piora, a mudança do protocolo contribuiu para a melhora dos resultados.


ID: 5897

Abscesso hepatico primario por klebsiela pneumoniae em receptor de transplante renal: relato de caso

Autores: Silveira-Neto J N, Tome A C N, Lack AT F, Voltarelli T P A, Borges D R, Moreira I N F, Fernandes-Charpiot I M M, Baptista M A S F, Abbud-Filho M

Instituiçoes: Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto – Sao José do Rio Preto – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Abscesso hepático primário por Klebsiella pneumoniae (KLA) ocorre na ausência de doença hepatobiliar prévia, tem maior ocorrência em países asiáticos, mas sua incidência tem aumentado no ocidente, onde diabetes e descendência asiática ou hispânica sao os principais fatores de risco. É geralmente restrito ao fígado, mas focos mestastáticos podem ocorrer. Nao encontramos relatos em receptores de transplante renal (RTxR). Material e Método: Relato de caso. Resultados: Masculino, 56 anos, doença de base glomerulonefrite, comorbidades hipertensao arterial e diabetes (DM), transplantado renal (doador falecido) em 16/12/2005, sem terapia de induçao, imunossupressao (ISS) inicial com ciclosporina, azatioprina e prednisona (P). Perdeu acompanhamento há 2 anos, mantendo ISS apenas com P 10mg/dia. Admitido em 03/04/2017 com dorsalgia e hiporexia há 15 dias, febre e calafrios há 2 dias. Ao exame físico apresentava mucosas hipocoradas. Exames complementares: anemia (Hb = 9,5), leucocitose (Lo = 15330), PCR elevada (23,9), creatinina (Cr = 2,5), Rx de torax normal e RNM de coluna com fratura estável em T6/T7 sem sinais de inflamaçao. Na investigaçao de febre de origem indeterminada (FOI) US abdominal (USab) mostrou área heterogênea com focos gasosos em lobo esquerdo hepático associado à coleçao (5,4cm). Tomografia abdominal, com contraste venoso e oral, evidenciou 2 coleçoes sugestivas de abscesso (lobo esquerdo hepático e parede gástrica), sem comunicaçao entre si e com luz gástrica. Mesmo em vigência de antibioticoterapia (D10 Ceftriaxona, D6 Metronidazol), persistiu com febre, que cessou após drenagem de conteúdo purulento e necrótico em ambos os abscessos em punçao percutânea. Klebsiela pneumoniae ESBL (extended-spectrum beta-lactamase) e Candida albicans foram os germes isolados em ambas as amostras. Hemoculturas foram negativas. Após drenagem das coleçoes e 4 semanas de Meropenem e fluconazol, o paciente manteve-se assintomático, com normalizaçao dos exames laboratoriais (Lo 5320, Cr 1,6, PCR 0,51) e USab sem coleçoes. Discussao e Conclusoes: Relaçao direta entre transplante renal e KLA nao é descrita, porém, diabetes e uso de glicocorticóides, comuns em RTxR, sao importantes fatores de risco para KLA e outras infecçoes por Klebsiella, respectivamente. Mais de 50% dos casos de KLA ocorrem na ausência de sintomatologia abdominal, portanto sugerimos que na pesquisa de FOI em RtxR, KLA seja considerado.

Palavras Chave: Abscesso hepatico; Klebsiella pneumoniae; Transplante renal.


ID: 5901

Pneumonia por pneumocystis jirovecii: complicaçao tardia e potencialmente fatal entre receptores de transplante renal

Autores: Piné R, Viana L, Sandes T, Cristelli M, Santos D, Tedesco H, Medina J

Instituiçoes: Hospital de Rim de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Pneumonia por Pneumocystis jirovecii (PPJ) representa uma causa importante de morbimortalidade em receptores de transplante renal. Foi descrito um aumento no número surtos de PPJ em todo o mundo. Material e Método: Relatamos 50 casos confirmados de PPJ que ocorreram em pacientes transplantados renais entre 16/06/2011 e 17/10/2015 em centro único. Resultados: No período estudado, havia 8243 pacientes transplantados de rim em seguimento. 50 casos de PPJ foram diagnosticados. A idade média, no momento do diagnóstico, foi de 44,4 ± 11,5 anos, 19/50 do sexo masculino e metade eram brancos. O tempo médio entre o transplante e o desenvolvimento da doença foi de 24 meses (intervalo, 1-175) e 47/50 pacientes apresentaram PPJ seis meses após o transplante (momento em que a profilaxia é rotineiramente suspensa). As manifestaçoes iniciais incluíram febre (33/50), tosse (46/50) e dispnéia (45/50). 42/50 pacientes apresentaram insuficiência respiratória e 34/50 necessitaram de ventilaçao mecânica invasiva. Foi evidenciada opacidade em vidro fosco em 45/50 casos e em 20 pacientes, consolidaçoes na tomografia. A desidrogenase láctica (DHL) estava elevada em 39 doentes (mediana 397U/L, intervalo de 128-1054). Todos, exceto um, apresentaram infecçao confirmada por análise histológica (este teve confirmaçao por lavado broncoalveolar). Trinta e cinco pacientes desenvolveram lesao renal aguda e em 10 deles foi necessária diálise. 19 pacientes morreram e 6 evoluíram com falência do enxerto. Após esses casos, a medida implantada foi a reintroduçao da profilaxia para todos os pacientes, por tempo indeterminado. Discussao e Conclusoes: A PPJ é uma doença potencialmente fatal com apresentaçao clínica e radiológica heterogênea. É necessário um alto nível de suspeiçao clínica, imediata realizaçao de procedimentos diagnósticos invasivos e instituiçao de terapêutica adequada.

Palavras Chave: Pneumocystis; Pneumocistose


ID: 5928

Nefropatia por bk virus no transplante de celulas tronco hematopoieticas

Autores: Costa A L D, de Almeida I M, Gomes S P A, David D S R, Fernandes J, Mioto B M, Macedo A C L, da Silva J D M, Watanabe A

Instituiçoes: Instituto da Criança – HCFMUSP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A nefropatia por BK vírus (NBKV) causa disfunçao do enxerto em 1-10% dos transplantados renais, sendo incomum em outros transplantes. Em pacientes após transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH), a infecçao por BK vírus é associada a cistite hemorrágica (incidência de 5.7-7.7%), porém a NBKV é uma condiçao rara de prognóstico reservado. Material e Método: Paciente feminino de 5,1 anos com imunodeficiência combinada realizou TCTH alogênico nao aparentado. Após condicionamento com fludarabina, melfalano e alemtuzumabe e proflilaxia de doença do enxerto contra hospedeiro com metotrexate e ciclosporina, apresentou pega do transplante no D19 após TCTH. No D23 apresentou febre, hematúria, dor abdominal, edema, proteinúria (21mg/kg/dia) e elevaçao da pressao arterial com queda da filtraçao glomerular para 38,5ml/min/1,73m². Resultados: A piora da funçao renal foi atribuída ao foscavir e a ciclosporina (substituída por sirolimo). Na investigaçao evidenciado BK vírus no sangue total (48.718 cópias/ml) e na urina (698.683.746 cópias/ml). A biópsia renal no D29 demostrou nefrite túbulo-intersticial com inclusoes citopáticas epiteliais sugestivas de infecçao por vírus (imuno-histoquímica positiva para SV40) e necrose tubular aguda focal. Foi iniciado ciprofloxacino, cidofovir (10 doses de 1mg/kg) e imunoglobulina (2g/kg), sendo posteriormente suspenso cidofovir por piora de funçao renal. No D52 detectado virúria de 17.701.160.661 cópias/ml e viremia de 3.444.170 cópias/ml. No D100 apresentou pneumonia fúngica por aspergillus, associada a bocavírus e vírus sincicial respiratório, com óbito no D129 em decorrência de choque séptico refratário. Discussao e Conclusoes: NBKV é causa importante de disfunçao do enxerto em transplante renal, sendo incomum em outros transplantes. A incidência de virúria, viremia e NBKV nos pacientes submetidos a TCTH é, respectivamente, 50-100%, 15-23%, 1-2%. O diagnóstico da NBKV é realizado por quantificaçao viral no sangue total por PCR, confirmado pela biópsia renal. Agentes anti-virais como cidofovir, e outros agentes (imunoglobulinas e ciprofloxacino) sao propostas de tratamento sem evidência de efetividade em trabalhos randomizados, sendo o prognóstico dessa afecçao reservado. NBKV deve ser considerada diagnóstico diferencial em pacientes submetidos a TCTH com injuria renal aguda e acometimento túbulo-intersticial. Novos estudos no tratamento e imunossupressao sao necessários para que a evoluçao seja mais favorável.

Palavras Chave: Transplante de Medula Ossea, BK vírus, Nefropatia


ID: 5944

Transplante renal em centro no interior da Bahia

Autores: Carvalho T C, Carvalho N P, Paschoalin R P, Paschoalin V P, Braga C A, Moura Neto J A, Moura A F S, Paschoalin E L, Paschoalin S P, Moura Jr J A

Instituiçoes: Grupo CSB – Bahia – Brasil

Introduçao: A Doença Renal Crônica é considerada uma epidemia global, com aumento progressivo de prevalência. Em nosso meio o número de pacientes submetidos à diálise é elevado. Pacientes submetidos a Transplante Renal (TX) sao minoria. No Brasil, em 2016, foram realizados 5.492 TXs. Os números no Nordeste vêm crescendo, especialmente em Pernambuco e Ceará. A Bahia, embora mais populosa, apresenta números modestos. Neste período foram realizados apenas 108 TX. Material e Método: Realizada análise retrospectiva dos TXs ocorridos na Clínica Senhor do Bonfim, Feira de Santana – BA, de agosto de 2015 a maio de 2017. Resultados: Foram realizados 33 TXs no período, 28 doador falecido (14 com critério expandido) e 5 doador vivo (4 HLA idêntico e 1 HLA haplo-idêntico). A idade média foi de 44 anos, com 63,6% do sexo masculino. A taxa de sucesso foi de 84,0%. Houve dois óbitos, um por sepse e outro por AVE. Duas tromboses arteriais, duas estenoses de artéria renal e 1 linfocele. Uma rejeiçao aguda grave completou as causas dos insucessos. Do total, 28 pacientes (84%) receberam induçao com Thymoglobulina (Thymo). Nao foi usado Basiliximab. A imunossupressao (ISS) de manutençao mais utilizada foi tacrolimus (Tac)+ micofenolato (MPS)+prednisona (Pred) em 46% dos casos, seguidos de Tac+Pred+azatioprina (Aza) em 36%. Em 3 casos, optou-se por Tac+Pred+everolimus (Eve). Dois pacientes usaram MPS+ciclosporina (CyC)+Pred. Houve 27 infecçoes; 14 bacterianas, 12 virais e 1 fúngica. Das virais, citomegalovírus (CMV) foi a mais prevalente, com 11 episódios. Por sua vez, das bacterianas, a ITU, com 9 episódios, foi a mais frequente. Houve 1 episódio de pielonefrite fúngica por cândida. Houve 4 episódios de rejeiçao, todas rejeiçoes agudas celulares BANFF IV, 2 delas com componente vascular. Nao foi observada rejeiçao humoral. Houve duas tromboses arteriais e duas estenoses de artéria renal. Um paciente apresentou linfocele. Discussao e Conclusoes: Apesar do número pequeno de TX no período, os dados relatados foram semelhantes aos disponíveis na literatura, mostrando as infecçoes como a causa mais comum de complicaçoes no pós TX. Importante ressaltar que, embora a induçao com Thymo foi utilizada na maioria dos pacientes, o número de infecçoes por CMV foi abaixo do previsto. Conclusoes: O conhecimento sobre os dados internos melhora a performance da assistência clínica, com possível impacto na reduçao das complicaçoes. Um número maior de TX é necessário para melhor afirmaçao dos dados.

Palavras Chave: Transplante Renal


ID: 5373

Impacto da maquina de perfusao pulsatil nos desfechos pos-operatorios em uma coorte de transplantes com rim de doador falecido padrao

Autores: Costa S D, Sandes-Freitas T V, Fernandes P F C B C, Oliveira C M C, Esmeraldo R M

Instituiçoes: Hospital Geral De Fortaleza – Fortaleza – Ceará – Brasil, Universidade Federal Do Ceará – Fortaleza – Ceará – Brasil

Introduçao: Funçao tardia do enxerto (DGF) impacta negativamente nos desfechos do transplante renal (TxR). O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da utilizaçao da maquina de perfusao pulsátil (MP) em uma coorte TxR com doador falecido em uma regiao brasileira onde predominam os TxR com doadores de critério padrao. Material e Método: Foram incluídos 110 pacientes transplantados entre Jan/15-Dez/16, receptores de rins pareados de 55 doadores, sendo um rim perfundido em MP e outro mantido em perfusao estática. A decisao pelo uso de MP foi critério da equipe, ocorrendo horas após a extraçao (perfusao mista). DGF foi definida como a necessidade de diálise na 1a semana pós-TxR. Resultados: Os doadores eram jovens (31 ± 12 anos), pardos (84%), nao hipertensos (93%), nao diabéticos (100%), sobrepeso (IMC 26 ± 4kg/m²), óbito por TCE (69%), creatinina final 1,3 ± 0,7mg/dL, sendo 94% doadores de critério padrao, com KDPI 33 ± 21%, e KDRI 0,86 ± 0,2. Custodiol foi a soluçao utilizada em 84% no momento da extraçao. As características demográficas dos receptores eram semelhantes nos dois grupos: homens (60%), jovens (42 ± 18 anos), pardos (86%), portadores de DRC de etiologia indeterminada (38%), com 45 ± 45 meses em diálise. No entanto, os pacientes que receberam rins de MP eram mais sensibilizados: PRA 19 ± 32 vs. 9 ± 25% (p = 0,066) e DSA 18 vs. 2% (p = 0,008). O TIF total foi 29 ± 6 vs. 21 ± 4h (p < 0,001), com TIF dinâmico de 13 ± 6h. A incidência de DGF foi inferior no grupo MPP (39 vs. 61%, p = 0,035), e nao houve diferença no tempo em DGF (16 ± 20 vs. 13 ± 18 dias, p = 0,516). Discussao e Conclusoes: Apesar de maior risco imunológico, os pacientes do grupo MP desta coorte de TxR com doadores predominantemente ideais apresentaram reduçao significativa na incidência de DGF. A coorte será seguida para avaliar o impacto desta reduçao nos desfechos de longo prazo.

Palavras Chave: Máquina de perfusao pulsátil DGF.


ID: 5435

Timoglobulina em dose unica como induçao no retransplante renal

Autores: Silva K L, Cristelli M P, Viana L A, Felipe C R, Proença H, de Marco R, Tedesco-Silva H, Medina-Pestana J O

Instituiçoes: Unifesp – Hospital Do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Retransplante renal é um procedimento de alto risco, sem consenso sobre a melhor estratégia para induçao de imunossupressao. Poucos estudos avaliaram desfechos desses pacientes no Brasil, com proporçao crescente entre transplantados. Material e Método: Coorte retrospectiva, aberta, de centro único, de retransplantes renais realizados entre 16/06/2014 e 25/03/2016, com 1 ano de seguimento. Todos receberam induçao com 3 mg/kg de timoglobulina, dose única, no pós-operatório imediato. Contra citomegalovírus (CMV), foi realizada estratégia de terapia preemptiva. Avaliados incidência de funçao tardia do enxerto (DGF), reinternaçao hospitalar, rejeiçao aguda (RA), infecçao/doença por CMV, clearance de creatinina (CLCR) estimado (CKD-EPI), formaçao de anticorpo doador específico (DSA) de novo e sobrevidas do paciente e do enxerto. Resultados: Foram incluídos 84 pacientes com idade média 39 ± 11,9 anos, 52% deles com PRA > 50%. A maioria (88%) recebeu rim de doador falecido com idade média 45,5 ± 12,8 e tempo de isquemia fria 24 ± 7,2 horas. DGF foi diagnosticada em 61,9%, com duraçao média de 8 dias. A incidência de RA foi de 14,3%, sendo 5.9% com DSA de novo. A incidência de infecçao/doença por CMV foi 38% e a taxa de reinternaçao foi 53,6%. O CLCR médio em 1 ano foi 43 ± 21,1 ml/min e as sobrevidas do enxerto e paciente foram 91,1% e 96,2%, respectivamente. Discussao e Conclusoes: Os desfechos clínicos em 1 ano sao semelhantes aos indicadores internacionais de induçao com timoglobulina em doses maiores, exceto índices de DGF e de CMV, que foram superiores em nossa populaçao, provavelmente devido à maior incidência de transplantes com doadores expandidos e ausência de profilaxia farmacológica para CMV.

Palavras Chave: Timoglobulina, retransplante renal, rejeiçao aguda, citomegalovírus, imunossupressao


ID: 5452

Aspectos clínicos e funcionais de transplantados renais com disfunçao cronica do enxerto

Autores: Piatti N T, Lunardi A C, da Silva A P P, Sarmento L A, Cristelli M P, Moraes K L, Padula R S, Chiavegato L D

Instituiçoes: HRIM – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, UNICID – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O transplante renal (TxR) é considerado a melhor terapia a longo prazo em vigência da doença renal crônica, e mesmo com a terapia imunossupressora, há risco de disfunçao crônica do enxerto (DCE). O objetivo do estudo foi avaliar a funçao pulmonar (FP), força muscular respiratória (FMR) e força de preensao palmar (FPP), sono e distúrbios emocionais em transplantados renais com DCE e correlacionar estas variáveis com níveis de hemoglobina(Hb), creatinina(Cr) e tempo de transplante. Material e Método: Estudo transversal com pacientes transplantados renais com DCE. Foram avaliados quanto à antropometria, funçao pulmonar, força muscular respiratória e periférica, ansiedade e depressao, nível de atividade física, dispnéia, sono e níveis de Hb e Cr. Análises de correlaçao foram realizadas. Resultados: Foram avaliados 65 pacientes, 63% homens com idade médiade 39,8 ± 11,4 anos, tempo de DRC de 13,6 ± 8,0 anos, 11% com DRC por HAS e 40% com sobrepeso. Anemia (79%) e sedentarismo (75%) foram predominantes. O tempo em diálise e transplante renal com medianas de 24 meses e de 09 anos respectivamente, sendo que 52% receberam órgao de doador vivo. Em torno de 64% dos pacientes apresentaram alteraçao na funçao pulmonar, 67% na força muscular respiratória e 86% apresentaram diminuiçao da força muscular periférica. A má-qualidade do sono foi observada em 57% dos pacientes, com prevalência da ansiedade em 12% deles. Discussao e Conclusoes: Os pacientes com DCE apresentam alteraçao da funçao pulmonar, fraqueza muscular generalizada, má qualidade do sono, anemia, sobrepeso e sedentarismo, que podem comprometer a reavaliaçao do enxerto levando a possível perda do mesmo.

Palavras Chave: depressao; força muscular; insuficiência renal crônica, testes de funçao respiratória; transplante de rim.


ID: 5479

Cinetica de anticorpos doador especificos em pacientes com rejeiçao aguda mediada por anticorpo tratados com plasmareferese e bortezomib

Autores: Requiao-Moura L R, Afonso M, Sakashita A, Silva M F, Matos A C, Pacheco-Silva A

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O melhor tratamento para rejeiçao aguda mediada por anticorpo (RAMA) nao está completamente estabelecido, mas se sabe que a RAMA tem impacto negativo na evoluçao do transplante. O objetivo desse trabalho foi avaliar a evoluçao de pacientes com RAMA, tratados com plasmaferese, imunoglobulina e bortezomib, com ênfase na resposta da cinética dos anticorpos. Material e Método: Foram avaliados os episódios de RAMA diagnosticados no período entre 2007 e 2015. O diangóstico de RAMA foi baseado nos critérios de Banff de 2007. O tratamento da RAMA foi realizado com Plasmaferese (PF) e Imunoglobulina (IgIV), além de Bortezomib, para os casos de RAMA refratária. A pesquisa de anticorpos anti-HLA foi realizada por Luminex. A cinética dos anticorpos foi avaliadas através do DSA mais elevado, todos os DSA e soma dos DSA. Resultados: A inicidência de RAMA foi de 4,2% (N = 32), em pacintes previamente sensibilizados: cPRA-I 33,7% e cPRA-II 23,2%, 6 ± 17,8 transfusoes, 25% re-transplante e 18,7% submetidos à dessensibilizaçao previamente. O tempo para o diagnóstico foi de 14 dias [8-883] e 81,5% dos pacientes tiveram diagnóstico no primeiro mês. As alteraçoes na biópsia foram: 30% NTA, 56,8% PTC, 6,6% MAT e 6,6% outras; 80% tinham C4d positivo. 43,7% dos pacientes tinham mais de um DSA. O número de plasmaferese foi 7,9 ± 6,3. Considerando o DSA mais elevado (N = 32), houve reduçao de 6.436 mfi para 1.175 (p < 0,001); considerando todos os DSA (N = 56) houve reduçao de 4.872 para 1.087 (p < 0,001) e considerando a soma dos DSA (N = 32) houve reduçao de 7.395 para 1.966 (p < 0,001). Bortezomib foi utilizado em 22% dos pacientes (N = 7). Avaliando a cinética dos anticorpos nesses pacientes, considerando o momento do diagnóstico, pré Bortezomib e pós Bortezomib, para todos os DSA (N = 19) foi de 3.913 para 3.275 para 1.308, respectivamente (p = 0,008) e a soma dos anticorpos (N = 7) foi de 14.652 para 12.896 para 2.057, respectivamente (p = 0,006). Funçao renal, sobrevida do enxerto e sobrevida do paciente ao final de um ano foram de 1,63 ± 0,80 mg/dl, 81,1% e 100%, rescpetivamente. Discussao e Conclusoes: A RAMA é uma complicaçao pouco frequente no transplante renal. O tratamento com PF e IgIV, além de Bortezomib em casos refratários foi considerado eficaz, com boa funçao renal ao final de um ano de seguimento.

Palavras Chave: Rejeiçao aguda mediada por anticporpo; HLA, Transplante renal; Plasmaferese, Bortezomib


ID: 5517

Sarcoma de kaposi após transplante renal: relato de caso

Autores: Rocha S P L, Baston N, Pereira Neta E V C, Cassao B C, Wanssa G, Malafronte P, Miorin L A

Instituiçoes: Irmandade da Santa Casa de Misericordia de Sao Paulo – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Sarcoma de Kaposi(SK)é um tumor maligno do endotélio vascular, de crescimento lento, que pode afetar os mais diversos órgaos, sendo a pele mais frequentemente envolvida.A doença é rara em pessoas com sistema imunológico íntegro, mas é uma complicaçao comum em pacientes imunodeprimidos. Material e Método: As informaçoes contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisao de prontuário, registros fotográficos dos métodos diagnósticos e revisao da literatura. Resultados: Paciente, sexo feminino, de 59 anos, branca, foi submetida a transplante renal em janeiro 2015 devido insuficiência renal crônica decorrente do uso abusivo de anti inflamatórios secundário a processos recorrentes de osteomielite.Dezesseis meses após transplante renal percebeu o surgimento de lesoes de coloraçao violácea em mama esquerda e membro superior esquerdo. A terapia imunossupressora estava sendo realizada com Micofenolato(1440mg/dia), Ciclosporina(175mg/dia) e Prednisona(10mg/dia). Biópsia em ambas as lesoes confirmou diagnóstico de Sarcoma de Kaposi, sendo tratado com 25 sessoes de radioterapia além da reduçao da dose dos imunossupressores.Quatro meses após o primeiro dianóstico, paciente evolui com novas lesoes em membro inferior direito e em regiao peri lesional onde foi irradiada.Realizada biópsia de linfonodo positiva para SK,tratado com quimioterapia. Discussao e Conclusoes: Sabe-se que fatores infecciosos, imunológicos e endócrinos influem na patogênese e no curso da doença.A associaçao com herpes-vírus 8 pode ser encontrada em todas as formas do SK,e, em pacientes transplantados, existe evidência de que a transmissao do vírus possa ocorrer a partir do doador, contaminando o receptor. Excluindo-se as formas clássicas o SK tem ocorrido com freqüência em pacientes transplantados renais que estejam recebendo terapia imunossupressora clássica. Na medida em que se verifica o elevado número de transplantes que vem sendo realizado, com uso de novos agentes imunossupressores é provável que nos próximos anos venha ocorrer a elevaçao na freqüência de sarcoma de kaposi.

Palavras Chave: sarcoma de kaposi transplante renal


ID: 5523

Aumento de gordura epicárdica em receptores de transplante renal

Autores: Yazbek D C, Barros C S, Carvalho A B, Medina J O P, Canziani M E F

Instituiçoes: Escola Paulista de medicina – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A gordura pericárdica, um componente da gordura visceral, é um importante marcador de risco cardiovascular. O transplante renal está associado ao aumento de peso, principalmente nos primeiros 12 meses. Estudos recentes têm monstrado uma associaçao entre gordura epicárdica e índice de massa de ventrículo esquerdo (IMVE) em pacientes transplantados. O objetivo desse estudo é avaliar o comportamento da gordura epicárdica de pacientes incidentes em transplante renal e sua relaçao com massa de ventrículo esquerdo ao longo de 12 meses de seguimento. Material e Método: Trata-se de uma análise pos-hoc de um estudo randomizado, controlado e aberto que avaliou os efeitos do uso de estatina na calcificaçao coronariana receptores de transplante renal (RTX). As imagens da tomografia torácica foram reavaliadas no software VitreaCore® para mensuraçao da gordura epicárdica, que foi expressa em ml. Definiu-se o grupo com ganho de gordura epicárdica quando a diferença entre os valores do inicio e 12 meses foi maior que zero (delta Gordura = Gordura 12m – Gordura 0m). O índice de massa ventricular esquerda (IMVE) foi calculado de acordo com as recomendaçoes da American Society of Echocardiography, utilizando-se medidas do ecocardiograma transtorácico. Resultados: Foram analisados 98 RTX (57% homens, 41,2 ± 10,1 anos, tempo médio de diálise prévio ao TX de 24 (11 – 60) meses). No início e após 12 meses, gordura epicárdica foi de 318,6 (275,2 – 392,6) ml e de 329,5 (271,7 – 384,8) ml, respectivamente. Quando comparados aos pacientes que regrediram (n = 33), aqueles com ganho de gordura epicárdica (n = 65) apresentaram maior aumento do índice de massa corporal – IMC – (2,6 ± 2,6 vs. 1,3 ± 1,9 kg/m², p = 0,05), circunferência abdominal -CA – (7,7 ± 9,6 vs. 1,7 ± 5,5 kg/m², p < 0,001) e glicose (6 (-3 – 12) vs. 1 (-8 – 6), p = 0,03) e menor queda do IMVE após 12 meses de transplante (-18 (-35 -2) vs. -42 (-51 -17) g/m², p = 0,048). Na análise multivariada, nao houve diferença no índice de massa de ventrículo esquerdo entre os grupos (efeito grupo p = 0,002; efeito tempo p < 0,001; interaçao p = 0,565), mesmo após ajuste para HAS, glicose e escore de cálcio (efeito grupo p = 0,024; efeito tempo p < 0,001; interaçao p = 0,538). Discussao e Conclusoes: A gordura epicárdica aumentou em 65% após 12 meses de RTX, acompanhando o aumento de IMC e CA. Apesar da menor regressao do IMVE nos que ganharam gordura epicárdica, nao foi possível observar uma associaçao independente entre o comportamento da gordura epicárdica e do IMVE nessa populaçao.

Palavras Chave: Gordura pericardica, índice de massa de ventrículo esquerdo, transplante renal.


ID: 5573

Analise de 3 anos de experiencia com o uso da maquina de perfusao após longo tempo de isquemia fria em centro unico

Autores: Matos A C C, Requiao-Moura L R, Tonato E J, Borrelli M, Nogueira M, Durao M S, Pacheco-Silva A

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A taxa de funçao retardada do enxerto (FRE) no Brasil é bastante elevada, chegando a 80%. Isto se deve aos longos tempos de isquemia fria (TIF) e ao cuidado inadequado do doador em morte encefálica. Alguns centros no Brasil têm utilizado a máquina de perfusao (MP) para tentar diminuir a taxa de FRE. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto clínico do uso da MP após longo TIF. Material e Método: Foram incluídos nesta análise TxR que utilizaram a MP no período entre 02/13 e 12/2016, excluídos os casos de perdas precoces por causas técnicas, rins que vieram de outros centros em MP e pacientes < 18 anos. Os rins eram mantidos em MP por pelo menos 6h. Para esta análise os pacientes foram divididos em dois grupos, conforme a evoluçao: com ou sem FRE e foram comparados seus desfechos: taxa de FRE, dias de internaçao, creatinina (Cr) na alta, após 1 mês, 6 meses e 1 ano do transplante, óbitos e perdas do enxerto. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 48,9 ± 1,8 anos, sendo 60% do sexo masculino, com um tempo médio de diálise de 47,6 ± 5,3 meses e com uma média de 2,6 ± 0,2 mismatchs. A idade média do doador foi de 42,0 ± 1,9 anos, sendo vascular a principal causa de óbito (46,4%), seguida por trauma (38,5%). O tempo médio de isquemia fria, permanência em máquina e isquemia fria total foram respectivamente de 1273,2 ± 52,6 min, 809,9 ± 46,4 min e 2049,4 ± 63,1 min. A taxa de FRE foi 59,9% e a média de dias de DGF foi de 9,7 ± 2,2 dias. Foram observados: menor tempo de internaçao (21,8 ± 2,9 versus 12,4 ± 2,1 dias p < 0,05) e menores valores de Cr na alta, 1 mês e 6 meses (p < 0,05) no grupo sem FRE. Nao houve diferença na funçao renal de 1 ano, no número de perdas e óbitos entre os grupos. Na análise univariada, fatores que estiveram relacionados ao desenvolvimento de FRE foram: tempo em diálise, idade do doador, causa vascular do óbito do doador, tempo de isquemia fria estática e creatinina final do doador. Na análise multivariada, a creatinina final do doador e o TIF estática estiveram associados de forma independente com o desenvolvimento de FRE, OR: 2,4 e OR: 1,001, p < 0,001 e p = 0,013, respectivamente. Discussao e Conclusoes: Houve uma queda de 20% na taxa de FRE com o uso da MP. Pacientes sem FRE tiveram alta mais precoce e melhor funçao renal até o sexto mês. Varíaveis como creatinina do doador e tempo de isquemia fria relacionaram-se ao desenvolvimento de FRE.

Palavras Chave: Perfusao renal; máquina de perfuao; tempo de isquemia fria, delayed graft function; funçao retarda do enxerto


ID: 5593

Microangiopatia trombotica pos-transplante renal: um desafio clinico

Autores: Teixeira C M, Cristelli M P, Kirsztajn G M, Viana L, Proença H M S, Moura L A, Pestana J O M, Silva Junior HT

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil, UNIFESP – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Microangiopatia trombótica (MAT) se apresenta por trombose de pequenos vasos. No contexto do transplante renal (TxR), a MAT resulta da interaçao de múltiplos fatores. Material e Método: Estudo retrospectivo e observacional que incluiu pacientes (pctes) submetidos a TxR com MAT em biópsia do enxerto renal, entre abr/11 e dez/15. Neste período, 115 pctes apresentaram MAT, sendo que 106 casos foram confirmados por revisao histológica. Foram excluídos casos: secundários a glomerulonefrite (n = 1), a trombose de grandes vasos (n = 4) e a lesoes do doador (n = 3), indisponíveis para revisao (n = 4) e com diagnóstico apenas na enxertectomia (n = 2). As lesoes histológicas foram classificadas pela distribuiçao dos trombos e pelo aspecto microangiopático (mesangiólise, lesao endotelial e/ou inflamaçao arteriolar) ou trombótico, apenas. Definiu-se hemólise por: plaquetas < 150 mil e esquizócitos ou DHL > 1000U/L ou haptoglobina consumida. Resultados: A casuística (n = 92) foi predominantemente jovem (mediana de 37a), feminina (52%) e branca (49%). A etiologia da doença renal crônica foi indeterminada em 37% dos casos, glomerulonefrite crônica em 19% e síndrome hemolítico-urêmica em 4%. TxR com doador falecido ocorreu em 66% dos casos e pâncreas-rim, em 3%. O diagnóstico da MAT ocorreu com mediana de 81 (4-3877) dias após o TxR. A taxa de filtraçao glomerular estimada (TFGe) média foi de 20,4 ± 15,3 e 37% dos pctes necessitavam de diálise. Hemólise ocorreu em 30% dos pctes. Rejeiçao aguda estava presente em 46% dos casos, sendo que rejeiçao humoral (RH) ou mista ocorreu em 13% da amostra. 53% dos pctes apresentavam alguma infecçao concomitante. Gravidez foi associado a 3% dos casos. Mais de um fator desencadeador de MAT ocorreu em 55% dos pctes. O compartimento glomerular foi afetado em 49% dos casos, o arteriolar, em 29% e ambos, em 21%. O padrao microangiopático foi o mais frequente (61%). Após a MAT, a retirada do inibidor de calcineurina foi realizada em 55% dos casos, enquanto que 23% foram submetidos à plasmaférese e 15%, à enxertectomia. Após um ano da MAT, 4% dos pctes faleceram e 34% retornaram à diálise. Dos sobreviventes, a TFGe média foi 40,7 ± 20,4 e a proteinúria média foi 1,1 ± 1,7 g/dL. MAT secundária à RH foi associada à menor sobrevida do enxerto (42% vs. 70%; p = 0,01). Discussao e Conclusoes: MAT pós-TxR foi associada à menor sobrevida do enxerto, principalmente quando secundária à RH. O aspecto multifatorial da MAT constituiu um desafio, já que múltiplas intervençoes foram necessárias na maioria dos casos.

Palavras Chave: MAT, transplante renal.


ID: 5656

Tratamento endovascular da estenose de arteria renal: abordagem eficaz e segura

Autores: Pacheco-Silva A, Cavalcanti A K N, Doher M P, Durao Marcelino S, Tonato E J, Moreira Valle L G, Santos BF, Clarizia G, Nasser Felipe

Instituiçoes: Hospital Israelita Albert Einstein – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A estenose de artéria renal em rim transplantado (TRAS) é uma complicaçao de baixa incidência, mas com desfecho grave caso nao tratada, podendo levar à falência do enxerto, hipertensao refratária e reduzir a expectativa de vida do paciente que foi submetido ao transplante de rim. A maioria dos casos ocorre nos primeiros 03 anos após o transplante. A ultrassonografia com doppler é o primeiro exame de imagem na investigaçao, entretanto a confirmaçao diagnóstica é dada pela angiografia. A angioplastia com stent é uma técnica bem tolerada no tratamento da TRAS. Material e Método: Análise retrospectiva de prontuários eletrônicos de pacientes submetidos a angioplastia de artéria renal em rim transplantado no Hospital Israelita Albert Einstein entre Fevereiro de 2011 e Abril de 2016. Foram analisadas de cada paciente informaçoes referentes a sexo, idade, fatores de risco, dados técnicos relacionados ao transplante (doador e receptor), exames laboratoriais, métodos diagnósticos, padrao anatômico da estenose e detalhes técnicos relacionados ao tratamento. A análise de Kaplan-Meier foi utilizada para determinar a curva de sobrevida do enxerto, avaliando as taxas de perviedade e a probabilidade de ocorrência de eventos. Um valor de p inferior ou igual a 0.05 foi considerado significante. Resultados: O tratamento endovascular foi realizado em 24 pacientes. 21 pacientes apresentavam disfunçao do enxerto e 03 pacientes hipertensao arterial sistêmica resistente. A taxa de sucesso clínico observada foi de 100%. Todos os pacientes apresentaram queda no nível sérico de creatinina e melhora da TFG estimada de creatinina com melhora significativa após 30 dias de tratamento (p < 0,001), mantendo o resultado após 60 e 90 dias. Os pacientes hipertensos também apresentaram melhora no controle da pressao arterial com diminuiçao na quantidade de drogas anti-hipertensivas(p < 0.008). Nao tivemos nenhum caso de complicaçao precoce. Discussao e Conclusoes: Baseado na nossa experiência, concluímos que a angioplastia com stent para tratamento de TRAS se mostrou uma técnica segura e efetiva para melhora da taxa de filtraçao glomerular, nível sérico de creatinina, controle pressórico e sobrevida do enxerto, com ótimos resultados a curto e longo prazo, podendo ser considerada como primeira linha no tratamento de TRAS. Nossa maior limitaçao é por tratar-se de estudo retrospectivo nao multicêntrico, apesar de termos casuística superior à de muitos estudos, com taxa de perviedade primária e assistida superiores no follow-up.

Palavras Chave: transplante de rim angioplastia estenose de artéria renal


ID: 5678

Sindrome de ogilvie em transplante renal

Autores: Sabbagh M, Abritta Hanauer M A, da Silva R M

Instituiçoes: Fundaçao Pro Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: A síndrome de ogilvie, ou pseudo-obstruçao cólica aguda caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas de obstruçao de cólon sem alteraçao mecânica. Neste relato será exposto um caso de paciente transplantado renal há treze anos, em uso de micofenolato de sódio, prednisona e tacrolimus, com diagnóstico de criptococcose pulmonar, necessidade de lobectomia e evoluindo com síndrome de ogilvie. Material e Método: Os dados obtidos foram baseados na análise do prontuário do paciente no período de Janeiro de 2017 a maio de 2017. Resultados: paciente do sexo masculino, 45 anos de idade, doente renal crônico por nefropatia hipertensiva, submetido a transplante renal doador vivo relacionado em 2004, iniciou quadro de síndrome consuptiva a esclarecer. Durante exames investigativos foi observado nódulo em lobo inferior esquerdo. Submetido a lobectomia em janeiro de 2017. Paciente evluiu com parada de eliminaçao de flatos e constipaçao intestinal pós-operatório. Solicitado raio x de abdome e subsequentemente tomografia de abdome total com diagnóstico de distensao de delgado e ceco. Realizada laparotomia exploratória de urgência, com ileostomia em alça descompressiva. Segue imagem de tomografia de abdome com dilataçao de alça intestinal pré laparotomia. Após procedimento cirúrgico e confcçao de colostomia o transito intestinal foi retomando paulatinamente. Na presente data o paciente mantem a bolsa de colostomia funcionante com bom débito, sem sintomatologia de obstruçao intestinal. Discussao e Conclusoes: a síndrome de ogilvie, nesse relato de caso, está relacionado a uma sequência de fatores. A infecçao pulmonar por criptococcose em paciente em uso de imunossupressores seguido de necessidade de lobectomia a fim de conclusao diagnóstica. A analgesia efetiva apenas com opiáceos desencadeando diminuiçao e paralizaçao de motilidade intestinal, culminando com laparotomia descompressiva e colostomia.


ID: 5689

Parvovirose em transplantado renal

Autores: da Silva R M, Abritta Hanauer M A, Sabbagh M

Instituiçoes: Fundaçao Pró Rim – Joinville – Santa Catarina – Brasil

Introduçao: O parvovírus B19 (PV B19) apresenta um tropismo por células progenitoras eritróides da medula óssea e do sangue, onde se replica, inibindo a eritropoese e causando efeitos citotóxicos. Em pacientes imunossuprimidos a resoluçao da infecçao pelo PV B19 é lentificada, gerando quadro de aplasia eritróide prolongada com repercussao clínica importante. [1] Nas infecçoes pelo B19V, severos danos podem ocorrer em 3 grupos de pacientes: imunocomprometidos, fetos e pacientes com hemoglobinopatias. Em pacientes imunossuprimidos a resoluçao da infecçao pelo PV B19 é lentificada, gerando quadro de aplasia eritróide prolongada com repercussao clínica importante. Material e Método: Avaliaçao de prontuário médico do paciente. Resultados: Paciente masculino de 69 anos, foi submetido, em março de 2014, a transplante renal, com doador falecido. Foi instituído regime de imunossupressao de manutençao com prednisona, tacrolimo e micofenolato sódico. Em outubro de 2015, substituiu-se o micofenolato sódico por everolimo por infecçoes recorrentes por CMV. Em dezembro de 2015 o paciente apresentou queda dos níveis de hemoglobina, sem sinais de ferropenia, hemólise ou sangramento. Na época apresentou Hb, 5,4 mg/dl e queixava-se de astenia e dispneia, tendo sido, nesse momento, iniciada reposiçao de eritropoetina e realizado transfusao de 2 unidades de concentrado de hemácias. Permaneceu por 9 meses em uso de Eritropoetina e realizaçao de transfusoes sanguíneas. Durante este período, o paciente foi internado por quatro vezes (78 dias), e necessitou de diversas hemotransfusoes, completando um total de 21 unidades de concentrado de hemáciasFoi, entao, submetido à biópsia de medula óssea em setembro de 2016, que revelou hipercelularidade eritróide e granulocitica juntamente com positividade para glicoforina, compatível com PV B19. Instituída terapia com IVIG, na dose de 0,5 mg/kg/dia, por 10 dias, e mantida imunossupressao de manutençao com prednisona, ciclosposrina. No décimo mês pós-transplante e quatro semanas após IVIG, o paciente se apresentava com resoluçao completa do quadro clínico e laboratorial da anemia. Discussao e Conclusoes: A anemia crônica e grave decorrente da infecçao pelo PV B19 em pacientes transplantados renais é, frequentemente, subdiagnosticada. No caso relatado, ressaltam-se as dificuldades diagnósticas em virturde de sua raridade e da indisponibilidade do exame PCR. Porém, diferente da maioria dos casos relatados, neste houve positividade em testes sorológicos que confirmaram os achados em biópsia de medula óssea.


ID: 5772

Melhora do miocardio seis meses após o transplante renal: estudo de ressonancia cardiaca sem contraste

Autores: Andrade L G M, Contti M M, Nga H S, Valiatti M F, da Silva M M, Takase H M, Bravin A M

Instituiçoes: Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP – Botucatu – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: Pacientes com doença renal crônica (DRC) estadio 5 apresentam risco aumentado de doenças cardiovasculares, sendo a hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE) fator de risco independente para eventos cardiovasculares e óbito. O transplante renal está associado à reduçao do risco cardiovascular e regressao da HVE ao Ecocardiograma, entretanto esse exame superestima a massa do VE em pacientes com DRC. A ressonância nuclear magnética, por sua vez, proporciona medidas mais detalhadas da estrutura cardíaca, independente do volume, até mesmo na populaçao com DRC. Recente técnica de ressonância cardíaca, o Mapeamento T1 Miocárdico reflete doença miocárdica, envolvendo o miócito e o interstício, sem usar contraste. Identifica presença, padrao e extensao da fibrose miocárdica em pacientes com Cardiomiopatia Hipertrófica, porém nao há estudos em Transplantados Renais. Postula-se que o transplante renal contribua para a reduçao do T1 miocárdico. Pretende-se investigar, com esse recurso, se ocorre melhora do coraçao após o Transplante renal. E caso positivo, se é devido a melhora no volume intravascular ou no miócito e interstício. Material e Método: Entre 18/03/15 a 21/04/16 foram avaliados, em centro único, 11 pacientes com mais de 18 anos submetidos a transplante renal com doador falecido. Todos foram submetidos a dois exames de ressonância cardíaca (o primeiro realizado no primeiro mês, e o segundo 6 meses pós-transplante) com intuito de avaliar a variaçao do T1 nativo Miocárdico. Resultados: Comparando-se a primeira e a segunda ressonância, nao houve mudança em nenhum dos parâmetros: Fraçao de Ejeçao, Volume Diastólico Final Indexado, Massa de VE indexada (MVEI), Septo Interventricular ou Parede Posterior de VE. O valor médio do T1 nativo caiu de 1351 (± 51,64) para 1302 ms (± 51,59), com p = 0,027. Foi demonstrado, além disso, uma correlaçao positiva entre o T1 nativo e a MVEI (Correlaçao de Pearson = 0,43, p = 0,046). Discussao e Conclusoes: Seis meses após o Transplante já foi observado reduçao significativa no T1 miocárdico, mesmo nessa pequena amostra. Conclui-se, portanto, que o Transplante Renal é responsável por melhora do Miocárdio desses pacientes nao apenas por garantir a reduçao do volume intravascular, mas também por melhorar miócito e interstício.

Palavras Chave: Transplante Renal Miocárdio Ressonância Cardíaca


ID: 5778

Analise da reduçao na doaçao de pancreas num centro unico de transplante

Autores: Barufatti L G, Erbs J L, Gonzalez A M, Medina-Pestana J O, Rangel E B

Instituiçoes: UNIFESP-EPM – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O número de transplante de pâncreas reduziu mundialmente devido à seleçao mais rigorosa do doador e receptor e ao advento de novas insulinas para tratar o diabetes mellitus (DM). p < 0,05 foi considerado significante. Material e Método: Análise do banco de dados da Secretaria de Saúde do Estado de Sao Paulo (SP) referentes a um centro único de transplante quanto àalocaçao do pâncreas. Resultados: No Estado de SP, de 5324 doadores viáveis no período de 2000-2014, 1478 (29,6%) foram ofertados para o transplante de pâncreas no nosso centro, sendo que 1162 foram descartados (78,6%), 377 (25,5%) foram retirados e 316 (21,4%) foram transplantados. Nos EUA, de 104047 doadores no período de 2000-2013, 24818 (23,8%) foram ofertados para o transplante de pâncreas, sendo que 6369 foram descartados (25,7%) e 18449 foram transplantados (74,3%). No nosso centro, as principais causas de descarte do pâncreas foram: doador (68,8%, idade > etilismo > DM > exames laboratoriais alterados) e qualidade do órgao (12,7%). No entanto, a ocorrência crescente de instabilidade hemodinâmica do doador (p < 0.0001) tem levado à perda de potenciais doadores de pâncreas (p = 0.03) nos últimos anos. Nos EUA, as principais causas de descarte do pâncreas incluíram: doador (65,1%, exames laboratoriais alterados > idade > tempo de internaçao > parada cardíaca), receptor (16,2%) e qualidade do órgao (10,1%). Discussao e Conclusoes: No nosso centro, sao recusados 3 vezes mais pâncreas do que nos EUA, sendo que os dados demográficos do doador contribuíram mais para esta recusa do que as complicaçoes clínicas, embora esteja sendo observada uma perda crescente de potenciais doadores por instabilidade hemodinâmica. A revisao de políticas institucionais e a identificaçao mais precoce dos potenciais doadores sao necessárias para aumentar o número de doadores de pâncreas.

Palavras Chave: transplante pancreático;doadores de pâncreas;descarte


ID: 5861

Diferenças das causas de nao efetivaçao de potenciais doadores em hospitais publicos e privados

Autores: Carneiro Gonçalves V A, Sanchez T A, Santana W A S, Pollaci S E, Medina-Pestana J

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O sistema de transplantes de órgaos e tecidos com doadores falecidos no Brasil é seguro e bem estruturado. O número deste tipo de doador tem aumentado no país de uma forma geral, embora encontramos algumas dificuldades no processo, como a subnotificaçao, notificaçao tardia, parada cardiorespiratória e recusa familiar. O objetivo do trabalho foi analisar se existe diferença nos motivos de nao efetivaçao dos potenciais doadores notificados a uma Organizaçao de Procura de Orgaos, em hospitais públicos e privados. Material e Método: Os dados de todas as notificaçoes recebidas pela OPO da Escola Paulista de Medicina, no período entre janeiro de 2013 e dezembro de 2016 foram coletados. Resultados: No período, 2376 notificaçoes de potenciais doadores falecidos foram recebidas, destes 81% foram de hospitais públicos. Das notificaçoes nao efetivadas, 309 foram de hospitais privados (grupo 1) e 1082 de hospitais públicos (grupo 2), os dois grupos assemelhavam-se em idade (média 48 anos), tempo médio de internaçao (6,7 dias) e causa de morte cerebrovascular (61% vs 53%). Recusa familiar, parada cardíaca e contra-indicaçao clínica foram causas de nao efetivaçao da doaçao. Foram realizadas um total de 1263 entrevistas familiares, sendo que 55% das famílias do grupo 1 nao foram favoráveis à doaçao e no grupo 2 o percentual foi de 48%. A incidência de parada cardíaca foi de 21,6% no grupo 1 e 25,8% no grupo 2; contra indicaçao clinica foi maior no grupo 1 (34,9%), quando comprado ao grupo 2 (29,7%). Em relaçao aos doadores efetivos, o percentual foi de 32% no grupo 1 e 43% no grupo 2. Discussao e Conclusoes: Evidenciamos que apesar das dificuldades encontradas em alguns serviços, em especial os públicos, estes se assemelham aos hospitais privados no que diz respeito ao número de doadores efetivados, assim como os motivos de nao efetivaçao dos potenciais doadores.


ID: 5866

Biopsia renal guiada versus assistida: analise retrospectiva de complicaçao em biopsia de rim nativo

Autores: de Oliveira F R, Scavone C M S, Lopes V C, de Carvalho V S, Presença S L, Ohl R I B, Medina-Pestana J

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: A biópsia renal constitui procedimento valioso para o manejo e prognóstico de doenças renais, é considerada intervençao segura. No entanto, complicaçoes, principalmente sangramentos, podem ocorrer. Diferentes técnicas disponíveis na prática clínica podem reduzir as ocorrências de complicaçoes pós-biópsia. Objetivo: Identificar a ocorrência de complicaçoes pós-biópsia renal em pacientes submetidos ao procedimento por técnica guiada e assistida por ultrassonografia. Material e Método: Estudo descritivo, transversal e retrospectivo. Foram analisados registros de biópsia realizadas em rins nativos entre os anos de 2012 a 2016, com pacientes em regime de internaçao hospitalar ou hospital dia. As complicaçoes consideradas para o estudo foram: hematúria, hematoma (apenas casos com abordagem cirúrgica), reflexo vaso-vagal e biópsia em outros órgaos. Resultados: Um total de 892 biópsias foram analisadas, 639 por técnica guiada (Sexo M:F = 308:331) e 253 técnica assistida (Sexo M:F = 111:142). A idade variou de 18 meses a 87 anos, média de 40,08 anos. Hematúria foi a principal complicaçao identificada 6,7% pela técnica assistida e 1,1% pela guiada. Complicaçoes vaso-vagal, hematomas e biópsias de outros órgaos apenas foram identificados em pacientes submetidos à técnica assistida (2,8%; 0,4%; 0,4%), respectivamente. Discussao e Conclusoes: A técnica de biópsia de rim nativo guiada em tempo real por ultrassonografia apresentou menor índice de complicaçoes associadas aos sangramentos quando comparada à técnica assistida por ultrassonografia. As taxas encontradas nesta investigaçao corroboram às encontradas em outros estudos identificados na literatura, pôde-se observar que as duas técnicas mostraram-se seguras e com baixo percentual de complicaçoes associadas.


ID: 5867

Farmacodinamica e desfechos clínicos após terapia de induçao com uma dose unica de 3mg/kg de globulina antitimocito de coelho (R-ATG)

Autores: Tedesco-Silva H, Rosso C F, Ferreira A N, de Paula M I, Bessa A, Cristelli M, Viana L, Medina Pestana J O

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O uso de rATG como terapia de induçao está aumentando em todo o mundo. Nao há consenso quanto à dose cumulativa ideal, mas a duraçao da linfopenia, talvez o efeito farmacodinâmico mais importante, está associada aos esquemas de dosagem. Este estudo teve como objetivo avaliar a magnitude e a duraçao da depleçao de linfócitos periféricos (Ly) após uma única dose de 3 mg/kg de rATG utilizada como terapia de induçao em receptores de transplante renal com baixo risco imunológico. Material e Método: Neste estudo prospectivo, centro único, 288 receptores de transplante renal foram randomizados para receber (1) uma dose única de 3 mg/kg de rATG, reduçao da exposiçao ao TAC (< 5 ng/ml), EVR (4-8 ng/mL) e prednisona (G1, N = 85); (2) basiliximabe, exposiçao reduzida a TAC (6 ng/ml durante 3 meses e < 5 ng/mL 4-12 meses), EVR (4-8 ng/mL) e prednisona (G2, n = 102); (3) basiliximab, TAC (6-8 ng/ml), MPA (1440 mg/dia) e prednisona (G3, N = 101). Medidas seriadas de linfócitos periféricos (Ly) foram avaliadas durante o primeiro ano após o transplante. Resultados: Houve uma depleçao máxima dos linfócitos (48%) no dia 7 (770 ± 453 vs. 1586 ± 547 Ly/mm3p = 0.000) com reconstituiçao progressiva até 96% dos valores basais até o dia 30 (1586 ± 547 vs. 1532 ± 1189 Ly/mm3p = 0,965). Nao foram observadas alteraçoes significativas em G2 e G3. A contagem média de Ly no G1 permaneceu significativamente mais baixa em comparaçao com G2 e G3 aos 12 meses (1631 ± 696 vs. 2124 ± 716 vs. 1804 ± 642, p = 0,0001). Os pacientes do G1 apresentaram uma menor incidência de infecçao/doença CMV Comparado com G2 e G3 (4,7 versus 10,8 vs. 37,6%, p < 0,001). Nao houve diferenças na incidência de rejeiçao aguda confirmada por biópsia inicial (9,4 vs. 18,6 vs. 15,8%, p = 0,403), sobrevida do paciente (96,5 vs. 95,1 vs. 96%, p = 0,893) e sobrevida do enxerto (95,3 vs. 93,1 vs. 89,1%, p = 0,267). Discussao e Conclusoes: Em receptores de transplante renal de novo que receberam induçao com uma dose única de 3 mg/kg de rATG, a reconstituiçao de Ly ocorreu dentro de 4 semanas. Embora a contagem média de Ly permaneceu inferior à observada em receptores tratados com basiliximabe, nao foram observadas diferenças significativas na incidência de infecçoes durante o primeiro ano após o transplante.


ID: 5879

Aprimoramento do plano de alta em um hospital referencia em transplante renal

Autores: Rodrigues da Silva L d M, Breviglieri R, Calegari Mota L R O, de Carvalho V S, Cohrs F M, Barduchi Ohl R I, Medina Pestana J O

Instituiçoes: Hospital do Rim – Sao Paulo – Sao Paulo – Brasil

Introduçao: O processo de alta hospitalar, abrange todas as formas nas quais o paciente pode sair do hospital. Nos casos de liberaçao médica, deve ser garantido que todo o processo de ensino e aprendizado iniciado na internaçao esteja garantido e seguro para a continuidade domiciliar. Este estudo tem por objetivo avaliar a efetividade das intervençoes realizadas para aprimorar um plano de alta. Material e Método: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, realizado em um centro de referência em transplante, no qual as fichas analisadas foram dividas em 2 grupos, pré-implementaçao (N = 106) e pós-implementaçao (N = 128) do plano de alta hospitalar. Resultados: A populaçao era predominantemente feminina (62.4%), com faixa etária média de 43 ± 15 anos. As dificuldades encontradas na pré-implementaçao foram: medicaçao (N = 20), retirada de intermediário de TCK (N = 7), agendamento de retirada de cateter (N = 6) e de duplo J (N=6). As dificuldades encontradas na pós-implementaçao foram: medicaçao (N = 10), agendamento de retirada de duplo J (N = 4) e agendamento de retirada de cateter (N = 1). Houve melhora significativa na qualidade (p < 0,05). Discussao e Conclusoes: Concluimos que a implementaçao do plano de alta hospitalar foi efetivo, pois houve diminuiçao de falhas encontradas, garantindo a efetividade da continuaçao do cuidado domiciliar do paciente.


ID: 5905

Impacto do uso da maquina de perfusao pulsatil em transplante renal

Autores: Andrade L G d F, Costa C N D, Fonseca I B, Valente L M, Cavalcanti F C B

Instituiçoes: Real Hospital Português de Pernambuco – Recife – Pernambuco – Brasil

Introduçao: O transplante renal é considerado o tratamento de escolha da doença renal crônica. A demanda de órgaos nao supre a necessidade dos pacientes que aguardam em lista. Nos últimos anos, houve aumento de oferta de doadores expandidos (DCE) e com lesao renal aguda, aumentando a incidência de funçao retardada do enxerto (FRE). Tem-se estudado a preservaçao pulsátil em máquina de perfusao (PP) como forma de reduzir a FRE. Objetivos: Verificar a incidência e tempo de FRE, incidência de disfunçao primária do enxerto (DPE), tempo de isquemia fria (TIF) e dias de internaçao hospitalar (DIH) no grupo de PP comparada ao grupo de preservaçao estática (PE). Material e Método: Estudo retrospectivo, realizado no Real Hospital Português de Pernambuco com dados de 2015 e 2016. Foram incluídos: todos os transplantados de DCE e o de doador padrao se uma destas condiçoes: parada cardiorrespiratória prévia, creatinina final maior ou igual a 1,8mg/dL ou TIF maior que 24 horas. Esses pacientes foram divididos em 2 grupos: os que tiveram rim perfundido em PP (após período de PE) e o grupo controle em PE, quando a PP nao estava disponível. Rins que foram para PP permaneceram pelo menos 6 horas na máquina de perfusao. Trabalho aprovado no comitê de ética em pesquisa local e análise estatística feita pelo SPSS. Resultados: Dos 99 selecionados, foram excluídos 7 (1 óbito e 6 tromboses da primeira semana), sendo avaliados 52 no grupo PP e 40 em PE. No grupo PP 61,5% eram homens, 48% rins de DCE e no de PE 55% homens e 35% rins DCE. A incidência de DGF foi 86,5% grupo PP e 95% grupo PE (p = 0,29). O tempo em FRE foi de 12,9dias no grupo PP e 15,8dias no grupo PP (p = 0,29). A DPE foi 0% no grupo de PP e 0,07% grupo de PE (p = 0,08). O TIF médio no grupo MP foi de 30h49m e no de PE foi de 23h13m (p < 0,01). O tempo médio em PP foi de 13h21m. O tempo médio de DIH foi 25,3 dias no grupo PP e 32,9 dias no grupo PE (p = 0,03). Discussao e Conclusoes: Foi observada alta incidência de FRE nos dois grupos, provavelmente relacionado aos critérios de inclusao do estudo. Nao houve diferença na incidência e tempo de FRE provavelmente pela alta incidência e pela pequena amostra. Nao houve diferença quanto a DPE provavelmente relacionado a baixa incidência na amostra. Apesar da TIF estatisticamente maior no grupo da PP, os pacientes passaram menos dias internados demonstrando benefício do uso da máquina.

Palavras Chave: Preservaçao pulsátil; Funçao retardada do enxerto; Isquemia fria.

Resumos do XIX Congresso Paulista de Nefrologia – Temas Livres Pôster

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