J. Bras. Nefrol. 2017;39(4):424-32.

Impacto de um programa precoce de fisioterapia após transplante renal durante a internação: um estudo clínico randomizado controlado

Tatiana Onofre, Julio Flavio Fiore Junior, César Ferreira Amorim, Suzana Tanni Minamoto, Denise de Moraes Paisani, Luciana Dias Chiavegato

DOI: 10.5935/0101-2800.20170075

Introdução:

Distúrbios cardiorrespiratórios e musculoesqueléticos são comuns no período pós-operatório de pacientes de transplante renal, e são frequentemente acompanhados por baixa tolerância a exercícios.

Objetivo:

O presente estudo pretendeu avaliar o impacto de um programa precoce de fisioterapia durante a internação sobre a capacidade funcional e força muscular periférica e respiratória após transplante renal.

Métodos:

Foi realizado um estudo clínico randomizado aberto com pacientes submetidos a transplantes renais com doadores vivos. Sessenta e três pacientes foram incluídos (grupo de intervenção GI: n = 30; grupo de controle – GC: n = 33). O GI recebeu o programa precoce de fisioterapia a partir do primeiro dia de pós-operatório até a alta hospitalar e o GC recebeu tratamento padrão. As variáveis de interesse foram medidas no pré-operatório e na alta, exceto por força muscular respiratória e capacidade vital (CV), que foram medidas no primeiro dia de pós-operatório. A capacidade funcional foi avaliada através do teste da caminhada dos seis minutos (TC6); força muscular periférica e respiratória com o uso de um dinamômetro e um manovacuômetro, respectivamente; e a CV por meio de um espirômetro.

Resultados:

Após a cirurgia houve reduções na capacidade funcional de caminhar e na força muscular respiratória sem diferenças entre os grupos (p > 0,05); contudo, a força muscular respiratória foi significativamente mais elevada no GI (p < 0,001) no momento da alta hospitalar em comparação ao GC.

Conclusões:

O programa precoce de fisioterapia oferecido durante a internação dos pacientes submetidos a transplantes renais com doadores vivos produziu uma menor redução da força muscular respiratória e não resultou em benefícios adicionais na capacidade funcional, apesar da relevância clínica desse achado ser incerta.

Impacto de um programa precoce de fisioterapia após transplante renal durante a internação: um estudo clínico randomizado controlado

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